Em 2020, o Brasil registrou 6.650 novos casos de câncer de ovário, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres no país. Mas, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), no triênio que contempla o período de 2023 a 2025, o número previsto já é superior, ultrapassando os 7 mil novos casos por ano. Ainda segundo a instituição, a região com maior incidência é a Sudeste.
A doença ocupa o sétimo lugar no ranking nacional de mortalidade entre as brasileiras, isso porque o câncer de ovário ainda é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, diminuindo as possibilidades de tratamentos com fins curativos e a taxa de sobrevida. No mundo, dados mostram que apenas 45% das mulheres diagnosticadas possuem uma taxa de sobrevida de cinco anos, uma taxa que é de 89% nos casos de mulheres com câncer de mama.
Por isso, o cirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Carlos Andrade, ressalta a importância da observação de alguns sinais e sintomas da doença. “Os sintomas do câncer de ovário em estádios iniciais são muito fracos e podem facilmente serem confundidos com uma má digestão, dor muscular ou sintomas urinários. É importante alertar que mulheres com sintomas urinários ou intestinais que persistem por mais de uma semana, e que não tenham nenhum diagnóstico que justifique, devem ser investigadas para câncer de ovário. Pode ser uma sensação de empachamento, uma constipação, um aumento do volume abdominal ou um aumento da frequência urinária”.
Fatores de risco
Segundo a World Ovarian Cancer Coalition, uma organização global sem fins lucrativos focada não apenas na conscientização, mas no avanço de pesquisas e novos tratamentos da doença, ainda não há um teste simples ou exame de rotina preciso para o diagnóstico precoce, mas alguns fatores de risco devem ser levados em consideração no acompanhamento clínico padrão.
Idade: a maioria dos casos de câncer de ovário ocorre em mulheres com mais de 55 anos, pois a doença também está relacionada ao grau de atividade hormonal feminina. Mas alguns tipos de câncer de ovário podem aparecer em mulheres jovens;
Genética: mulheres portadoras de mutações genéticas nos genes BRCA1 ou BRCA2 (genes que ajudam a reparar os danos nas células), também relacionadas ao surgimento do câncer de mama, estão mais propensas ao desenvolvimento da doença. As portadoras de mutações no primeiro gene apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida, enquanto mutações no segundo gene oferecem risco de 25%.
Histórico familiar: dados mostram que as mulheres com maior o risco de desenvolverem câncer de ovário são as que possuem dois ou mais parentes que tiveram câncer de ovário, da mama, do cólon ou do útero, independente da ascendência de origem materna ou paterna. Cerca de 15% dos casos de câncer de ovário têm antecedentes familiares.
Outros fatores: por ser uma doença ligada à atividade hormonal, especialistas destacam que o risco de desenvolvimento do câncer de ovário é maior nas mulheres que não tiveram filhos, que nunca tomaram a pílula anticoncepcional, que iniciaram o período menstrual muito cedo ou cuja menopausa começou mais tarde do que a média e em mulheres que já tiveram endometriose.
Prevenção
– Conheça seu corpo: esteja atenta a qualquer mudança incomum;
– Consultas médicas regulares: realize exames ginecológicos regularmente;
– Histórico familiar: se houver casos de câncer de ovário na família, informe seu médico;
– Uso de anticoncepcionais: alguns estudos sugerem que o uso prolongado de anticoncepcionais pode reduzir o risco, porém, o uso do anticoncepcional também pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer de mama. Assim, é de extrema importância a consulta com o médico especialista para avaliação e indicação caso a caso.
Diagnóstico
A ecografia pélvica transvaginal e transabdominal são exames que permitem o diagnóstico e a avaliação em casos suspeitos de tumores nos ovários, mas o acompanhamento clínico é imprescindível para resultados positivos quando o assunto é diagnóstico precoce! Atualmente, a medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 também tem sido uma ferramenta importante, visto que cerca de 80% das mulheres com câncer de ovário possuem esse marcador elevado.
Tratamento
Em casos aonde há suspeita de tumor de ovário, a cirurgia exploratória é recomendada para avaliação e definição de estadiamento da doença, podendo acontecer apenas a remoção do tumor ou ainda a necessidade da retirada do útero e dos ovários. A depender do estágio, tratamentos adjuvantes de quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo podem ser utilizados.
Lembre-se sempre de consultar seu médico e seguir as orientações para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. A prevenção e a conscientização são essenciais na luta contra o câncer de ovário.
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, sendo uma das principais causas de morte entre adultos, jovens e crianças. E os números seguem uma crescente por motivos diversos, incluindo fatores hereditários e ambientais.
Números estimados
O número de casos novos de câncer infantojuvenil estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.930, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. Estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino. Esses valores correspondem a um risco estimado de 140,50 casos novos por milhão de crianças do sexo masculino e de 128,87 por milhão do sexo feminino. O câncer infantojuvenil no sexo masculino será mais frequente na Região Sul (153,29 por milhão), seguido pelas regiões Sudeste (145,61 por milhão), Centro-oeste (143,89 por milhão), Nordeste (138,10 por milhão) e Norte (111,10 por milhão). Para o sexo feminino, a Região Sul (151,19 por milhão) tem a maior incidência, seguida pelas Regiões Sudeste (144,11 por milhão), Centro-oeste (128,19 por milhão), Nordeste (114,23 por milhão) e Norte (87,56 por milhão).
Mortalidade
O câncer já é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, representando 8% do total de óbitos nessa faixa etária.
Desafios
A descoberta tardia da doença e a dificuldade de acesso a centros especializados são obstáculos significativos. Além disso, o diagnóstico preciso e as novas terapias são áreas que precisam de atenção contínua.
Diagnóstico precoce, uma janela de esperança
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas. Segundo o Dr. Luiz Fernando Lopes, diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, o diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança. “A maioria dos tumores pediátricos iniciam-se com sinais muito parecidos com sinais de outras doenças que são comuns na criança e com isso podem muitas vezes confundir os pais. Se estes pais forem alertados, assim como os professores nas escolas e toda comunidade, aumenta a chance de alguma pessoa perceber algo na criança.” e ressalta, “A chegada tardia a um centro especializado pode tirar da criança a chance de cura ou diminuir bastante essa chance”.
Sintomas
Fique atento a sinais como perda de peso inexplicada, dores persistentes, febre prolongada, manchas na pele, inchaços e sangramentos anormais.
Papel dos pais e profissionais de saúde
Os pais devem estar atentos aos sintomas e buscar assistência médica imediatamente. Os profissionais de saúde têm um papel crucial na identificação precoce e encaminhamento para tratamento especializado.
Tipos de câncer infantojuvenil
O câncer na criança e no adolescente (entre 0 e 19 anos), ou câncer infantojuvenil, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o infantojuvenil é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Um dos tipos mais comuns de câncer infantojuvenil e que é o mais tratado na unidade do Hospital de Amor em Barretos (SP), é o cerebral, com taxas de curas acima da média nacional, ainda segundo o Dr. Luiz Fernando.
“Embora leucemias agudas sejam as mais prevalentes em quase todos os países e os tumores cerebrais os que estão em segundo lugar, em Barretos temos mais tumores cerebrais que chegam em aqui para tratamento. Estes tumores exigem sofisticação técnica para trata-los: equipe especializada que analisa em laboratório o componente genético (e o tratamento adequado depende destes estudos), exige neurocirurgiões habilitados em tumores cerebrais pediátricos, médicos e enfermeiros que cuidam exclusivamente destes tumores). As taxas de cura dos tumores cerebrais em Barretos é maior do que a média nacional”.
• Leucemia
A leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea e impedindo que as células normais sejam produzidas, provocando infecções, palidez, sangramentos, dor nos ossos e articulações, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso.
• Tumores do sistema nervoso central
Os tumores do sistema nervoso central, cérebro e cerebelo são os tumores sólidos mais frequentes na infância e representam aproximadamente 20% dos cânceres infantis. Podem causar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos. O diagnóstico do tipo exato de tumor é feito durante a cirurgia. Entretanto, imagens feitas com ressonância magnética podem sugerir os diferentes tipos de tumores nestas regiões do sistema nervoso central.
• Linfoma não Hodgkin
Conhecido como câncer do sistema linfático, pode estar presente em qualquer parte do corpo, principalmente no tórax e abdômen. Na barriga, pode causar parada de evacuações e dor na região. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. Ao ser diagnosticado precocemente, o índice de cura é de 80%.
• Doença de Hodgkin
É um tumor que acomete gânglios e baço, sendo mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos se inicia com adenomegalias, que são ínguas com crescimento progressivo. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do linfoma é feito por meio de biópsia de um gânglio aumentado. O tratamento é realizado com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas, 85 ficam completamente curadas.
• Neuroblastoma
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumor de Wilms
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumores ósseos
Os tipos mais comuns são Sarcoma de Ewing e Osteossarcoma. O local mais frequente é acima ou abaixo do joelho. Provocam dor óssea, que piora à noite ou com atividade e inchaço na área ao redor do osso. A pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver inchaço no local. Podem ser confundidos principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-los, é necessário realizar raio X do local doloroso e biópsia com agulha sem cortar a pele. O tratamento é realizado com cirurgia e quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura para até 70%.
• Retinoblastoma
No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando esta é exposta à luz. Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido. Alguns retinoblastomas são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente a partir do nascimento, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.
“Passos que Salvam”
A campanha Passos que Salvam tem como objetivo conscientizar a população de mais de 300 cidades em todo o Brasil, sobre a importância do diagnóstico precoce dos vários tipos de câncer infantojuvenil. Trata-se da maior mobilização simultânea de conscientização sobre o câncer do Brasil. A caminhada acontece anualmente no mês de novembro.
Mais informações
Para orientações sobre agendamento e atendimento na unidade Infantojuvenil no Hospital de Amor, entre em contato pelo WhatsApp: (17) 3321-5403.
Março Marinho, Julho Verde, Outubro Rosa, Novembro Azul e, agora: “Dezembro Laranja”. Sempre consciente de que a prevenção salva vidas, o Hospital de Amor começa o último mês do ano com o ‘pé direito’, celebrando e apoiando mais esta importante campanha, que visa conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, em homens e mulheres, com taxas altíssimas em mulheres das regiões Sul e Sudeste. Só em 2022, foram mais de 66 mil novos casos.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados.
Neste “Dezembro Laranja”, o HA conversou com a dermatologista da instituição, Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a campanha ‘Dezembro Laranja’ e qual é a importância dela?
R.: O ‘Dezembro Laranja’ é a campanha de prevenção e detecção precoce do câncer de pele. A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposto são raios ultravioletas. Esse dano vai se acumulando ao longo da nossa vida e pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Esses raios ultravioletas são mais fortes no verão e é uma época do ano que mais pessoas têm queimadura solar – o que também pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Por isso essa campanha inicia no começo do verão: para conscientizar todas as pessoas a se protegerem do sol usando protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, lembrar de repassa-lo a cada 3 horas, evitar de ficar no sol das 9 às 15h, usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
– O que é câncer de pele?
R.: Na nossa pele temos células, que podem sofrer transformações e que podem levar a formação do câncer. Existem alguns fatores que aumentam as chances do aparecimento da doença, como:
– quem já teve câncer de pele tem uma chance maior de ter outro câncer de pele;
– quem tem um parente que teve um câncer de pele;
– pessoas que trabalham expostas ao sol;
– pessoas que já tiveram, pelo menos, uma queimadura solar;
– pessoas de pele que queima fácil quando fica no sol;
– pessoas de cabelo claro e olho claro;
– pessoas com mais de 50 pintas.
– Qual é a incidência da doença?
R.: 34% dos cânceres. Ou seja, é o câncer mais frequente no Brasil em homens e em mulheres.
– Quais são os sinais e sintomas do câncer de pele?
R.: Existem dois tipos principais de câncer de pele: os carcinomas e os melanomas.
No carcinoma, os sintomas são:
– machucado que não cicatriza, sangra com facilidade;
– bolinha rosa na pele de aspecto brilhante, que não some e sangra fácil;
– bolinha rosa que a superfície é áspera com casca seca, que sangra quando a casca vai e não melhora, não cicatriza;
No melanoma, os sintomas são:
– pinta ou mancha marrom ou preta;
– pinta com duas ou três cores, como marrom escuro/marrom claro e preto;
– pinta com crescimento rápido;
– pinta com mudança de formato ou cor;
– lesão assimétrica (bordas e cores em formatos diferentes, de um lado e do outro).
– Quais sãos os tipos de câncer de pele?
R.: Câncer de pele melanoma (mais grave, pois tem mais chance de dar metástase) e câncer de pele não melanoma.
– Quais são os tipos mais graves da doença?
R.: Existem dois tipos de câncer de pele (melanoma e não melanoma). O mais grave é o melanoma, pois ele tem grande chance de se espalhar e dar metástase.
– Quais são os índices de cura?
R.: Se o câncer de pele for diagnosticado com lesão pequena, inicialmente, a chance de cura é de 100%. Se o melanoma é diagnosticado já em estágio avançado, a chance de cura é baixa, cerca de 22%.
– Como ocorre a prevenção?
R.: Usar protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, e lembrar de repassar o protetor a cada 3 horas. Lembre-se: o fator de proteção de quem tem pele mais sensível ao sol, ou quem trabalha exposto ao sol, deve ser 50 ou maior.
Evitar ficar no sol das 9 às 15hs.
Usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
Evitar queimadura solar.
– Qual é a importância de ações de prevenção do câncer de pele?
R.: O câncer de pele aparece, geralmente, após os 50 anos de idade, porém ele tem relação com o sol da nossa vida toda. Por isso, precisamos nos conscientizar e nos proteger desde novos, por toda a nossa vida. O câncer de pele está aumentado ano a ano. Precisamos nos prevenir e as campanhas são grandes fontes de informação para isso!
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: hospitaldeamor.com.br/dezembrolaranja.
Em 61 anos de história e mais de 30 realizando um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, levando saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas por meio de carretas que percorrem o país, o Hospital de Amor lança sua mais nova unidade móvel de educação: a ‘Liga de Combate ao Câncer’ (LCC).
Focada em prevenção primária e educação, a unidade utiliza a gamificação e a imersão para abordar temas importantes, como Educação em Saúde, Autocuidado e Prevenção do Câncer de Mama, proporcionando uma verdadeira experiência aos estudantes do ensino fundamental II (de 11 a 14 anos). “O objetivo é tratar assuntos complexos de maneira lúdica, transformando este público jovem em protagonistas de uma aventura e de uma investigação científica. A mecânica e a linguagem adaptada aos adolescentes proporcionam um maior envolvimento dos participantes, além de uma melhor compreensão e assimilação do tema”, afirma o supervisor das unidades móveis de educação do HA, Keneder Marino.
Idealizada em 2019, graças à uma doação do Ministério Público do Trabalho de Rondônia e Acre (MPTROAC), a carreta iniciou suas atividades em setembro deste ano. Além dos estudantes, a LCC também possui um papel importante junto aos educadores. De acordo com Marino, a unidade móvel visa capacitar os profissionais de educação, na tentativa de difundir o conhecimento com os alunos sobre o autocuidado e a prevenção do câncer.
“Nossa intenção é sensibilizar o maior número de pessoas possíveis para o combate ao câncer, e divulgar o conhecimento nas escolas sobre o autocuidado, para fazer com que esses jovens se transformem em adultos saudáveis e multiplicadores da informação em seu convívio. Dessa forma, desejamos aumentar os exames de rastreamento de câncer em busca de diagnósticos precoces e mais vidas salvas!” esclarece.
A experiência
Durante a imersão, os participantes são conscientizados sobre a importância do diagnóstico precoce e alertados sobre a prevenção secundária, com foco no câncer de mama.
“A experiência tem a duração máxima de 20 minutos e começa com a identificação dos participantes – eles são nomeados como agentes secretos e recebem definição numérica, de 1 a 10 (que é o número de cabines existentes na carreta). Na sequência, a missão é apresentada por meio de um vídeo, que mostra os personagens: Dra. Maeda, Piloto Rafa, Piloto Leo e Pilota Vivi. Eles, junto aos agentes, têm a tarefa de entrar na cabine de combate; acessar a corrente sanguínea; chegar na glândula mamária; e investigar o que está acontecendo de errado com nossa personagem Matilda – uma pessoa que se alimenta mal, fuma e consume bebida alcoólicas. No percurso virtual nas cabines, que é realizado com óculos de realidade virtual, eles descobrem uma anomalia: o câncer de mama! De forma completamente lúdica, eles participam de um combate para identificar esse mal a tempo de salvar a vida da paciente”, explica supervisor das unidades móveis de educação do HA.
Assista ao vídeo e conheça a LCC:
Um estudo inédito realizado por pesquisadores do Hospital de Amor, que teve o apoio da FAPESP e foi recém-publicado na revista científica Clinical Breast Cancer, mostrou que, mais do que a cor da pele, a ancestralidade é indicadora de risco para câncer de mama e que mulheres de ascendência africana têm mais chances de desenvolver tumores do tipo triplo-negativo, que são de difícil tratamento. Apesar de a ancestralidade já ser conhecida como um fator para prever o tipo de câncer mais provável em certa população, a pesquisa destacou que, em países miscigenados como o Brasil, apenas a cor da pele não é suficiente para determinar esse fator de risco.
Essa é a primeira desse tipo, nos distintos subtipos moleculares, com base em marcadores genéticos de ancestralidade especialmente selecionados para a população geral brasileira e foi possível graças à pluralidade das pacientes atendidas pela instituição. Os pesquisadores explicam que esse tipo de análise é importante para definir se a frequência desses subtipos de tumores se associa com a ancestralidade genética das pacientes.
De acordo com o Dr. René Aloisio da Costa Vieira, pesquisador do HA e um dos coordenadores do estudo, “os resultados apontam para a necessidade de realizar exames anuais em populações de ascendência africana, predominante no Norte e Nordeste do país. Além dos fatores socioeconômicos, que podem influenciar o prognóstico da doença nessa população, observamos uma maior proporção de ancestralidade africana em mulheres com o subtipo molecular triplo-negativo, que é sabidamente mais agressivo, multiplica-se mais rápido e tem menos opções de tratamento”.
O trabalho contou com a participação de mais de mil pacientes com câncer de mama de diversas regiões brasileiras, com uma predominância maior de mulheres do Sudeste (72%), seguido por 7,3% da região Norte, 1,8% do Nordeste e 0,9% do Sul. Em consonância com o padrão de autodeclaração de cor ou raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria se declarava branca (77,9%), seguidas de pardas (17,4%) e negras (4,1%). Amarelas (asiáticas) e indígenas somaram 0,5%.
A partir dos resultados obtidos, observou-se que a ancestralidade avaliada geneticamente foi fator associado com a classificação molecular do câncer. “Isso mostra como a cor da pele não é determinante para o tipo de tumor, mas, sim, a ancestralidade”, comenta o Dr. Rui Manuel Reis, Diretor Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e coordenador do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor.
Os pesquisadores pretendem, agora, ampliar e investir em novas frentes do estudo para descobrir, por exemplo, melhores formas de tratamento e prevenção, que possam, sobretudo, serem aplicadas ao Sistema Único de Saúde por meio de políticas públicas estruturadas.
Leia o artigo “Genetic Ancestry of 1127 Brazilian Breast Cancer Patients and Its Correlation With Molecular Subtype and Geographic Region” na íntegra.
*Texto colaborativo: André Julião – Agência FAPESP
O câncer de mama representa hoje um grave problema de saúde pública global. Esta é uma afirmativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima a ocorrência de 1.050.000 casos novos da doença, tornando-a o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo (depois do câncer de pele não melanoma). De acordo com informações do INCA, para 2023 são esperados 73 mil novos casos de câncer de mama no país, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres e índices de mortalidade crescentes.
São dados que assustam, não é mesmo? Por isso, sempre conscientes de que a prevenção salva vidas, há mais de 30 anos o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa), realiza um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, que leva saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. Atualmente, a instituição possui mais de 20 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis que rodam o Brasil, na tentativa de reduzir as desigualdades de acesso à saúde e de salvar milhares de vidas!
Neste mês em que celebramos o “Outubro Rosa” – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – o HA conversou com o mastologista da instituição, Dr. Idam de Oliveira Jr., e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, sinais e sintomas, e tratamento.
Confira, se informe e esteja em dia com sua mamografia. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é o câncer de mama?
R.: Câncer de mama é a proliferação desordenada de células da glândula mamária que, por diversos mecanismos, consegue se esconder do sistema de defesa do corpo, ganhando autonomia e com chance de espalhar para outros órgãos.
– Qual a incidência da doença nas mulheres do Brasil?
R.: De acordo com as estimativas do INCA, é esperado para o ano de 2023 cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama no país.
– Qual a estimativa da doença para os próximos anos?
R.: Infelizmente a incidência é crescente, principalmente no Brasil e outros países da América Latina, que estão passando por modificações no processo saúde-doença, ficando a população exposta a doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer.
– Quais são fatores de risco?
R.: São alguns, dentre eles:
• primeira menstruação precoce (antes dos 9 anos);
• última menstruação tardia (após os 55 anos de idade);
• não engravidar ou engravidar após os 30 anos;
• histórico familiar para câncer de mama (principalmente em parentes de primeiro grau, com diagnóstico em idade inferior a 50 anos);
• uso de reposição hormonal (principalmente por mais de 5 anos).
– O câncer de mama é hereditário?
R.: Sim. Entretanto, o câncer de mama hereditário corresponde à menos de 10% de todos os casos. Ocorre quando uma alteração genética é passada de pais para filhos. Dentre os genes mais comuns, temos o BRCA.
– Quais são os principais sintomas da doença?
R.: Os sintomas do câncer de mama envolvem nódulo ou caroço endurecido, alterações na textura da pele, vermelhidão ou inchaço na mama, saída de secreção (transparente ou sanguinolenta) pelo mamilo e ínguas axilares aumentadas.
– Quais são os tipos de tratamento para o câncer de mama?
R.: O tratamento do câncer leva em consideração diversos fatores. Por isso, as comparações entre pacientes não são convenientes: cada caso é único! De forma geral, temos cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo (anti-HER2). Consulte seu médico!
– E as formas de prevenção?
R.: Tudo começa com a prevenção primária, por meio de hábitos saudáveis de vida, como: atividade física, dieta equilibrada com baixo teor de gordura, evitar tabagismo e alcoolismo, entre outros. Temos também a prevenção secundária, realizada com a mamografia, que é uma poderosa ferramenta de detecção precoce, capaz de diagnosticar o câncer de mama em uma fase inicial e assintomática, aumentado as chances de cura da doença.
– Quando a mamografia é indicada?
R.: O Hospital de Amor recomenda a mamografia de rastreamento dos 40 aos 49 anos, de forma anual. Já para mulheres dos 50 aos 59 anos, a cada 2 anos.
– Mulheres que ainda não tem recomendação de fazer a mamografia, como podem se prevenir?
R.: A mulher deve conhecer o seu corpo para que, diante de qualquer alteração, procure avaliação médica o mais breve possível. Além disso, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que todas as mulheres, aos 30 anos, façam consulta com o mastologista para avaliar o risco para câncer de mama. Após essa avaliação é discutido, a depender do caso e do risco, o início da mamografia antes dos 40 anos.
– A doença está sendo detectada em mulheres mais jovens? Essa afirmação está correta?
R.: Sim, infelizmente correta. No Brasil temos uma maior incidência de câncer de mama em mulheres jovens, quando comparado com outros países. Entretanto, a idade média ao diagnóstico no país é de 55 anos. No Hospital de Amor, cerca de 25% das mulheres tratadas de câncer de mama estão na faixa etária dos 40 aos 49 anos.
– Quais são os índices de cura para o câncer de mama?
R.: Quando diagnosticado em fase inicial, o câncer de mama tem mais de 90% de chance de cura. É por isso que insistimos tanto com a prevenção: ela salva vidas!
– Quando a reconstrução mamária é indicada?
R.: A mastectomia ainda faz parte do tratamento do câncer de mama, principalmente pelo diagnóstico em fase avançada. Diante de condições clínicas permissíveis, a reconstrução mamária imediata será realizada. Em outros casos, a reconstrução pode ser de forma tardia, quando a mulher já terminou todo o tratamento.
– Como é o trabalho realizado pelo HA em prevenção e tratamento do câncer de mama?
R.: Quando o Hospital de Amor foi criado, um dos principais objetivos de seus fundadores era o de levar saúde de qualidade para além das capitais e grandes centros. Barretos (SP) ficou conhecida por oferecer prevenção e assistência oncológica a quem mais precisava, sem cobrar nada por isso. Há mais de 60 anos a instituição se preocupa com toda a linha de cuidado da paciente com câncer de mama, assegurando tratamento de qualidade e foco na própria paciente, não na doença. O HA se tornou o hospital do Brasil, atendendo mais de 2.531 municípios e destacando-se como o maior centro oncológico da América Latina!
– Na sua opinião como médico mastologista, qual a importância desse trabalho de excelência para as mulheres?
R.: O HA não apenas garante que as mulheres tenham acesso ao rastreamento mamográfico, a biópsia e ao tratamento adequado quando necessário, como contribui para a redução de mortalidade por câncer de mama no país.
– E qual é a importância da campanha mundial “Outubro Rosa”?
R.: O Outubro Rosa tem o objetivo de dar visibilidade à esse importante problema de saúde pública mundial, que é o câncer de mama. Nosso objetivo é conscientizar todos sobre a doença e suas formas de prevenção, para aumentarmos o diagnóstico em fase inicial.
– Prevenção é o ano todo?
R.: Com certeza! Outubro é só uma alerta para esta importante causa. Mas, a mulher deve estar em dia com a prevenção o ano todo!
Ações especiais “Outubro Rosa”
A prevenção é, originalmente, um dos principais pilares do HA. Durante todos os meses, a instituição se dedica em conscientizar a sociedade de que a ‘prevenção é o ano todo’, mas, especialmente no mês de outubro, os Institutos de Prevenção espalhados pelo Brasil desenvolvem programações especiais. Visite ou entre em contato com a unidade mais próxima de você e confira o cronograma de atividades.
Em Barretos (SP), o Instituto de Prevenção conta com um ônibus, responsável por buscar as mulheres do município em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – administrados pelo HA – para realizar exames de mamografia na instituição, facilitando o acesso delas e incentivando-as a cuidarem da saúde.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.
Outubro ainda nem chegou, mas as ações em celebração ao ‘Outubro Rosa’ – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – já se iniciaram no Hospital de Amor. Sempre consciente de que a maior arma no combate à doença é a prevenção, a instituição desenvolve projetos (durante todo o ano, mas especialmente neste período) que visam oferecer informações, orientações, além de excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos à população. Uma dessas iniciativas é o “Talento Rosa”!
Promovida pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, a capacitação, que é destinada aos professores representantes das Escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio de Barretos (SP) e região, tem o intuito de motivar crianças e adolescentes em ambientes escolares, de forma lúdica (artística), a refletirem sobre o câncer e suas formas de prevenção, por meio da produção desenhos e poesias, além de conscientizar as mulheres do convívio destes alunos sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
Em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Diretorias de Ensino e Rede de Ensino Privado de Barretos e Região, o evento – que neste ano aconteceu no último dia 26 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FASCIB), reuniu 170 profissionais, dentre eles o Dirigente de Ensino da D.E. da Regional de Barretos (SP), Bruno Henrique Bertin, e a Dirigente Regional de Ensino de São José do Rio Preto (SP), Luana da Silva Garcia.
“Com essa mobilização, nós buscamos unir todo o ambiente e a comunidade escolar, para que esses alunos possam se envolver com o Outubro Rosa e levar para suas mulheres de convívio, a importância da prevenção do câncer de mama, pois a prevenção salva vidas!”, afirmou a coordenadora do projeto, Rosa Cunha.
Para a mastologista do HA, Dra. Talita Mendes, começar a educação em saúde dentro das escolas – principalmente em relação a prevenção do câncer de mama (o tumor mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, exceto os pele não melanoma) – é fundamental. “Nada melhor do que começar esse trabalho, informando, orientando e conscientizando aqueles que educam”, declarou.
O evento
Durante o evento, os participantes puderam ouvir palestras sobre os temas:
• Câncer de Mama no Brasil e no Mundo – com os mastologistas do HA, Dr. Idam de Olivera Jr. e Dra. Talita Mendes; com a gerente administrativa da atenção primária e unidade de pronto atendimento (UPA) do HA, Marcela de Oliveira Santos; e com a gerente do Instituto de Prevenção do HA, Paula Carvalho Ribeiro.
• Os impactos da participação das escolas na Prevenção do Câncer de Mama – com a coordenadora de projetos do NEC do HA, Rosa Cunha; com a supervisora geral do Centro de Formação dos Profissionais de Educação (CEFORPE) de Barretos (SP), Ana Carolina Policarpo; com a supervisora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Olímpia (SP), Iracema Bassetto; e com a coordenadora de gestão pedagógica geral da Escola Estadual Professor Aymoré do Brasil, Paula Silva.
Para encerrar a ação com chave de ouro, um ‘show’ repleto de ânimo, incentivo e alegria com Leila Navarro. Com o tema: Motivação além do rosa: engajando equipes e promovendo conscientização, a palestrante motivacional (autora de mais de 15 livros, que integra o ranking dos 20 mais notáveis palestrantes brasileiros, segundo a revista VEJA em 2020), falou sobre amor-próprio, autoestima, autocuidado, qualidade de vida, empatia e o principal: sobre prevenção.
“Prevenção é empatia… empatia consigo mesma. Por isso, se você tem seios, cuide, sinta, respeite eles. Nosso corpo é nosso lar e ter consciência disso é o que nos salva! Cuidamos tanto da parte de fora, precisamos cuidar da parte de dentro também”, finalizou Leila.
Ao som da música ‘Soul de Verão’, de Sandra de Sá, Leila cantou, dançou e encantou todos os participantes do “Talento Rosa”.
O projeto
De acordo com a coordenadora do projeto, Rosa Cunha, a ação inicia-se pela capacitação dos profissionais da educação, abordando a prevenção do câncer de mama e as orientações sobre como essa temática deve ser desenvolvida em sala de aula. Após a produção dos desenhos e poesias, os estudantes são conduzidos pelo professor em uma roda de conversa a eleger um que melhor representa a reflexão realizada pela classe. “Uma cópia de cada trabalho selecionado é enviada para o Hospital de Amor e sugere-se que os originais, se possível, sejam expostos nas escolas ou unidades de saúde de suas respectivas cidades, de forma presencial ou on-line. Fotos dos ambientes escolares decorados também são enviadas ao HA e expostas na exposição digital da instituição”, completou Rosa.
No último ano, o ‘Talento Rosa’ capacitou 127 escolas, 1.337 professores e 22.106 estudantes, com 34.200 produções artísticas. Para mais informações sobre o ‘Talento Rosa’, acesse: ha.com.vc/talentorosa.
Prevenção
Há mais de 30 anos, o Hospital de Amor ultrapassa fronteiras e barreiras percorrendo o país para levar saúde de qualidade, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo Brasil, desenvolvendo um trabalho completo em rastreamento, diagnóstico e tratamento, e o mais importante: salvando milhares de vidas!
Assim como acontece em outros meses do ano, setembro também conta com uma importante campanha de conscientização: a do retinoblastoma – o câncer dos olhos mais comum na infância. O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
A iniciativa ganhou força e uma visibilidade ainda maior! Após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), além de outras entidades médicas, promoveram a mobilização “De olho nos olhinhos”. E o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país – é uma das instituições que apoia esta grande ação.
Confira!
– O que é retinoblastoma?
R.: O retinoblastoma é o câncer dos olhos mais comum na infância e representa cerca de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas.
– Qual é a incidência deste câncer?
R.: O retinoblastoma é um tumor raro, com cerca de 400 casos novos por ano no Brasil. Trata-se de uma doença da primeira infância, com maior incidência nas crianças abaixo de 5 anos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos – entre 60% e 75% – é unilateral (quando afeta um olho). Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral (quando os dois olhos são afetados), são quase sempre casos hereditários.
– Quais são os principais sintomas de retinoblastoma?
Outros sintomas que podem aparecer são: vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações e dor ocular.
– Quais sãos os perigos da doença quando se trata de perder a visão?
Nos casos bilaterais, frequentemente apenas um dos olhos tem uma doença avançada, que evolui com sequelas visuais mais importantes. Nesses casos, o olho com doença menos avançada costuma ter um ótimo resultado visual e permite que a criança realize a maioria das atividades diárias normalmente, inclusive participar de esportes e dirigir na vida adulta.
– Existe prevenção ou cura para a doença?
Todas as crianças devem passar por uma primeira avaliação oftalmológica completa, que inclua o exame de fundo de olho com a pupila dilatada, entre 6 meses e 1 ano de vida. Por ser uma doença que frequentemente envolve mutações genéticas herdadas em famílias com casos de retinoblastoma, as crianças devem ser avaliadas e acompanhadas desde o nascimento.
– Quais são os tipos de tratamento para o retinoblastoma?
Já em casos de doença avançada, pode ser necessário fazer a remoção do globo ocular afetado, com reconstrução da órbita e adaptação de uma prótese para um bom resultado estético.
– E como funciona a quimioterapia intra-arterial?
R.: A quimioterapia intra-arterial é um procedimento multidisciplinar de alta complexidade. Envolve o radiologista intervencionista, oncologista pediátrico, anestesista, oftalmologista, farmacêutico e uma grande equipe de suporte. Nela, um micro cateter é introduzido desde a artéria femoral até a artéria oftálmica, responsável pela nutrição do globo ocular.
– Qual é o grande diferencial deste tipo de tratamento em relação as quimioterapias convencionais?
Mas é importante lembrar que: o tratamento do retinoblastoma é feito de forma personalizada, ou seja, cada caso é um caso e necessita de avaliação médica.
– O Hospital de Amor oferece, gratuitamente, o que há de mais avançado aos pacientes, inclusive nos tratamentos de retinoblastoma?
Ação “De olho nos olhinhos”
Além de publicações semanais nos perfis oficiais da instituição durante todo o mês de setembro, trazendo conteúdos informativos sobre o tema, o Hospital de Amor também realiza uma ação especial para a população de Barretos (SP) e região. Nos dias 15 e 16/9, uma equipe de profissionais da unidade infantojuvenil do HA estará no North Shopping Barretos alertando, informando e conscientizando as pessoas para a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma. Cartazes e cartilhas serão entregues em todas as unidades de saúde administradas pela rede HA. Prestigie, apoie esta campanha e nos ajude nessa missão!
E se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Em 2020, o Brasil registrou 6.650 novos casos de câncer de ovário, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres no país. Mas, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), no triênio que contempla o período de 2023 a 2025, o número previsto já é superior, ultrapassando os 7 mil novos casos por ano. Ainda segundo a instituição, a região com maior incidência é a Sudeste.
A doença ocupa o sétimo lugar no ranking nacional de mortalidade entre as brasileiras, isso porque o câncer de ovário ainda é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, diminuindo as possibilidades de tratamentos com fins curativos e a taxa de sobrevida. No mundo, dados mostram que apenas 45% das mulheres diagnosticadas possuem uma taxa de sobrevida de cinco anos, uma taxa que é de 89% nos casos de mulheres com câncer de mama.
Por isso, o cirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Carlos Andrade, ressalta a importância da observação de alguns sinais e sintomas da doença. “Os sintomas do câncer de ovário em estádios iniciais são muito fracos e podem facilmente serem confundidos com uma má digestão, dor muscular ou sintomas urinários. É importante alertar que mulheres com sintomas urinários ou intestinais que persistem por mais de uma semana, e que não tenham nenhum diagnóstico que justifique, devem ser investigadas para câncer de ovário. Pode ser uma sensação de empachamento, uma constipação, um aumento do volume abdominal ou um aumento da frequência urinária”.
Fatores de risco
Segundo a World Ovarian Cancer Coalition, uma organização global sem fins lucrativos focada não apenas na conscientização, mas no avanço de pesquisas e novos tratamentos da doença, ainda não há um teste simples ou exame de rotina preciso para o diagnóstico precoce, mas alguns fatores de risco devem ser levados em consideração no acompanhamento clínico padrão.
Idade: a maioria dos casos de câncer de ovário ocorre em mulheres com mais de 55 anos, pois a doença também está relacionada ao grau de atividade hormonal feminina. Mas alguns tipos de câncer de ovário podem aparecer em mulheres jovens;
Genética: mulheres portadoras de mutações genéticas nos genes BRCA1 ou BRCA2 (genes que ajudam a reparar os danos nas células), também relacionadas ao surgimento do câncer de mama, estão mais propensas ao desenvolvimento da doença. As portadoras de mutações no primeiro gene apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida, enquanto mutações no segundo gene oferecem risco de 25%.
Histórico familiar: dados mostram que as mulheres com maior o risco de desenvolverem câncer de ovário são as que possuem dois ou mais parentes que tiveram câncer de ovário, da mama, do cólon ou do útero, independente da ascendência de origem materna ou paterna. Cerca de 15% dos casos de câncer de ovário têm antecedentes familiares.
Outros fatores: por ser uma doença ligada à atividade hormonal, especialistas destacam que o risco de desenvolvimento do câncer de ovário é maior nas mulheres que não tiveram filhos, que nunca tomaram a pílula anticoncepcional, que iniciaram o período menstrual muito cedo ou cuja menopausa começou mais tarde do que a média e em mulheres que já tiveram endometriose.
Prevenção
– Conheça seu corpo: esteja atenta a qualquer mudança incomum;
– Consultas médicas regulares: realize exames ginecológicos regularmente;
– Histórico familiar: se houver casos de câncer de ovário na família, informe seu médico;
– Uso de anticoncepcionais: alguns estudos sugerem que o uso prolongado de anticoncepcionais pode reduzir o risco, porém, o uso do anticoncepcional também pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer de mama. Assim, é de extrema importância a consulta com o médico especialista para avaliação e indicação caso a caso.
Diagnóstico
A ecografia pélvica transvaginal e transabdominal são exames que permitem o diagnóstico e a avaliação em casos suspeitos de tumores nos ovários, mas o acompanhamento clínico é imprescindível para resultados positivos quando o assunto é diagnóstico precoce! Atualmente, a medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 também tem sido uma ferramenta importante, visto que cerca de 80% das mulheres com câncer de ovário possuem esse marcador elevado.
Tratamento
Em casos aonde há suspeita de tumor de ovário, a cirurgia exploratória é recomendada para avaliação e definição de estadiamento da doença, podendo acontecer apenas a remoção do tumor ou ainda a necessidade da retirada do útero e dos ovários. A depender do estágio, tratamentos adjuvantes de quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo podem ser utilizados.
Lembre-se sempre de consultar seu médico e seguir as orientações para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. A prevenção e a conscientização são essenciais na luta contra o câncer de ovário.
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, sendo uma das principais causas de morte entre adultos, jovens e crianças. E os números seguem uma crescente por motivos diversos, incluindo fatores hereditários e ambientais.
Números estimados
O número de casos novos de câncer infantojuvenil estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.930, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. Estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino. Esses valores correspondem a um risco estimado de 140,50 casos novos por milhão de crianças do sexo masculino e de 128,87 por milhão do sexo feminino. O câncer infantojuvenil no sexo masculino será mais frequente na Região Sul (153,29 por milhão), seguido pelas regiões Sudeste (145,61 por milhão), Centro-oeste (143,89 por milhão), Nordeste (138,10 por milhão) e Norte (111,10 por milhão). Para o sexo feminino, a Região Sul (151,19 por milhão) tem a maior incidência, seguida pelas Regiões Sudeste (144,11 por milhão), Centro-oeste (128,19 por milhão), Nordeste (114,23 por milhão) e Norte (87,56 por milhão).
Mortalidade
O câncer já é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, representando 8% do total de óbitos nessa faixa etária.
Desafios
A descoberta tardia da doença e a dificuldade de acesso a centros especializados são obstáculos significativos. Além disso, o diagnóstico preciso e as novas terapias são áreas que precisam de atenção contínua.
Diagnóstico precoce, uma janela de esperança
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas. Segundo o Dr. Luiz Fernando Lopes, diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, o diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança. “A maioria dos tumores pediátricos iniciam-se com sinais muito parecidos com sinais de outras doenças que são comuns na criança e com isso podem muitas vezes confundir os pais. Se estes pais forem alertados, assim como os professores nas escolas e toda comunidade, aumenta a chance de alguma pessoa perceber algo na criança.” e ressalta, “A chegada tardia a um centro especializado pode tirar da criança a chance de cura ou diminuir bastante essa chance”.
Sintomas
Fique atento a sinais como perda de peso inexplicada, dores persistentes, febre prolongada, manchas na pele, inchaços e sangramentos anormais.
Papel dos pais e profissionais de saúde
Os pais devem estar atentos aos sintomas e buscar assistência médica imediatamente. Os profissionais de saúde têm um papel crucial na identificação precoce e encaminhamento para tratamento especializado.
Tipos de câncer infantojuvenil
O câncer na criança e no adolescente (entre 0 e 19 anos), ou câncer infantojuvenil, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o infantojuvenil é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Um dos tipos mais comuns de câncer infantojuvenil e que é o mais tratado na unidade do Hospital de Amor em Barretos (SP), é o cerebral, com taxas de curas acima da média nacional, ainda segundo o Dr. Luiz Fernando.
“Embora leucemias agudas sejam as mais prevalentes em quase todos os países e os tumores cerebrais os que estão em segundo lugar, em Barretos temos mais tumores cerebrais que chegam em aqui para tratamento. Estes tumores exigem sofisticação técnica para trata-los: equipe especializada que analisa em laboratório o componente genético (e o tratamento adequado depende destes estudos), exige neurocirurgiões habilitados em tumores cerebrais pediátricos, médicos e enfermeiros que cuidam exclusivamente destes tumores). As taxas de cura dos tumores cerebrais em Barretos é maior do que a média nacional”.
• Leucemia
A leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea e impedindo que as células normais sejam produzidas, provocando infecções, palidez, sangramentos, dor nos ossos e articulações, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso.
• Tumores do sistema nervoso central
Os tumores do sistema nervoso central, cérebro e cerebelo são os tumores sólidos mais frequentes na infância e representam aproximadamente 20% dos cânceres infantis. Podem causar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos. O diagnóstico do tipo exato de tumor é feito durante a cirurgia. Entretanto, imagens feitas com ressonância magnética podem sugerir os diferentes tipos de tumores nestas regiões do sistema nervoso central.
• Linfoma não Hodgkin
Conhecido como câncer do sistema linfático, pode estar presente em qualquer parte do corpo, principalmente no tórax e abdômen. Na barriga, pode causar parada de evacuações e dor na região. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. Ao ser diagnosticado precocemente, o índice de cura é de 80%.
• Doença de Hodgkin
É um tumor que acomete gânglios e baço, sendo mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos se inicia com adenomegalias, que são ínguas com crescimento progressivo. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do linfoma é feito por meio de biópsia de um gânglio aumentado. O tratamento é realizado com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas, 85 ficam completamente curadas.
• Neuroblastoma
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumor de Wilms
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumores ósseos
Os tipos mais comuns são Sarcoma de Ewing e Osteossarcoma. O local mais frequente é acima ou abaixo do joelho. Provocam dor óssea, que piora à noite ou com atividade e inchaço na área ao redor do osso. A pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver inchaço no local. Podem ser confundidos principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-los, é necessário realizar raio X do local doloroso e biópsia com agulha sem cortar a pele. O tratamento é realizado com cirurgia e quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura para até 70%.
• Retinoblastoma
No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando esta é exposta à luz. Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido. Alguns retinoblastomas são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente a partir do nascimento, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.
“Passos que Salvam”
A campanha Passos que Salvam tem como objetivo conscientizar a população de mais de 300 cidades em todo o Brasil, sobre a importância do diagnóstico precoce dos vários tipos de câncer infantojuvenil. Trata-se da maior mobilização simultânea de conscientização sobre o câncer do Brasil. A caminhada acontece anualmente no mês de novembro.
Mais informações
Para orientações sobre agendamento e atendimento na unidade Infantojuvenil no Hospital de Amor, entre em contato pelo WhatsApp: (17) 3321-5403.
Março Marinho, Julho Verde, Outubro Rosa, Novembro Azul e, agora: “Dezembro Laranja”. Sempre consciente de que a prevenção salva vidas, o Hospital de Amor começa o último mês do ano com o ‘pé direito’, celebrando e apoiando mais esta importante campanha, que visa conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, em homens e mulheres, com taxas altíssimas em mulheres das regiões Sul e Sudeste. Só em 2022, foram mais de 66 mil novos casos.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados.
Neste “Dezembro Laranja”, o HA conversou com a dermatologista da instituição, Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a campanha ‘Dezembro Laranja’ e qual é a importância dela?
R.: O ‘Dezembro Laranja’ é a campanha de prevenção e detecção precoce do câncer de pele. A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposto são raios ultravioletas. Esse dano vai se acumulando ao longo da nossa vida e pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Esses raios ultravioletas são mais fortes no verão e é uma época do ano que mais pessoas têm queimadura solar – o que também pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Por isso essa campanha inicia no começo do verão: para conscientizar todas as pessoas a se protegerem do sol usando protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, lembrar de repassa-lo a cada 3 horas, evitar de ficar no sol das 9 às 15h, usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
– O que é câncer de pele?
R.: Na nossa pele temos células, que podem sofrer transformações e que podem levar a formação do câncer. Existem alguns fatores que aumentam as chances do aparecimento da doença, como:
– quem já teve câncer de pele tem uma chance maior de ter outro câncer de pele;
– quem tem um parente que teve um câncer de pele;
– pessoas que trabalham expostas ao sol;
– pessoas que já tiveram, pelo menos, uma queimadura solar;
– pessoas de pele que queima fácil quando fica no sol;
– pessoas de cabelo claro e olho claro;
– pessoas com mais de 50 pintas.
– Qual é a incidência da doença?
R.: 34% dos cânceres. Ou seja, é o câncer mais frequente no Brasil em homens e em mulheres.
– Quais são os sinais e sintomas do câncer de pele?
R.: Existem dois tipos principais de câncer de pele: os carcinomas e os melanomas.
No carcinoma, os sintomas são:
– machucado que não cicatriza, sangra com facilidade;
– bolinha rosa na pele de aspecto brilhante, que não some e sangra fácil;
– bolinha rosa que a superfície é áspera com casca seca, que sangra quando a casca vai e não melhora, não cicatriza;
No melanoma, os sintomas são:
– pinta ou mancha marrom ou preta;
– pinta com duas ou três cores, como marrom escuro/marrom claro e preto;
– pinta com crescimento rápido;
– pinta com mudança de formato ou cor;
– lesão assimétrica (bordas e cores em formatos diferentes, de um lado e do outro).
– Quais sãos os tipos de câncer de pele?
R.: Câncer de pele melanoma (mais grave, pois tem mais chance de dar metástase) e câncer de pele não melanoma.
– Quais são os tipos mais graves da doença?
R.: Existem dois tipos de câncer de pele (melanoma e não melanoma). O mais grave é o melanoma, pois ele tem grande chance de se espalhar e dar metástase.
– Quais são os índices de cura?
R.: Se o câncer de pele for diagnosticado com lesão pequena, inicialmente, a chance de cura é de 100%. Se o melanoma é diagnosticado já em estágio avançado, a chance de cura é baixa, cerca de 22%.
– Como ocorre a prevenção?
R.: Usar protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, e lembrar de repassar o protetor a cada 3 horas. Lembre-se: o fator de proteção de quem tem pele mais sensível ao sol, ou quem trabalha exposto ao sol, deve ser 50 ou maior.
Evitar ficar no sol das 9 às 15hs.
Usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
Evitar queimadura solar.
– Qual é a importância de ações de prevenção do câncer de pele?
R.: O câncer de pele aparece, geralmente, após os 50 anos de idade, porém ele tem relação com o sol da nossa vida toda. Por isso, precisamos nos conscientizar e nos proteger desde novos, por toda a nossa vida. O câncer de pele está aumentado ano a ano. Precisamos nos prevenir e as campanhas são grandes fontes de informação para isso!
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: hospitaldeamor.com.br/dezembrolaranja.
Em 61 anos de história e mais de 30 realizando um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, levando saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas por meio de carretas que percorrem o país, o Hospital de Amor lança sua mais nova unidade móvel de educação: a ‘Liga de Combate ao Câncer’ (LCC).
Focada em prevenção primária e educação, a unidade utiliza a gamificação e a imersão para abordar temas importantes, como Educação em Saúde, Autocuidado e Prevenção do Câncer de Mama, proporcionando uma verdadeira experiência aos estudantes do ensino fundamental II (de 11 a 14 anos). “O objetivo é tratar assuntos complexos de maneira lúdica, transformando este público jovem em protagonistas de uma aventura e de uma investigação científica. A mecânica e a linguagem adaptada aos adolescentes proporcionam um maior envolvimento dos participantes, além de uma melhor compreensão e assimilação do tema”, afirma o supervisor das unidades móveis de educação do HA, Keneder Marino.
Idealizada em 2019, graças à uma doação do Ministério Público do Trabalho de Rondônia e Acre (MPTROAC), a carreta iniciou suas atividades em setembro deste ano. Além dos estudantes, a LCC também possui um papel importante junto aos educadores. De acordo com Marino, a unidade móvel visa capacitar os profissionais de educação, na tentativa de difundir o conhecimento com os alunos sobre o autocuidado e a prevenção do câncer.
“Nossa intenção é sensibilizar o maior número de pessoas possíveis para o combate ao câncer, e divulgar o conhecimento nas escolas sobre o autocuidado, para fazer com que esses jovens se transformem em adultos saudáveis e multiplicadores da informação em seu convívio. Dessa forma, desejamos aumentar os exames de rastreamento de câncer em busca de diagnósticos precoces e mais vidas salvas!” esclarece.
A experiência
Durante a imersão, os participantes são conscientizados sobre a importância do diagnóstico precoce e alertados sobre a prevenção secundária, com foco no câncer de mama.
“A experiência tem a duração máxima de 20 minutos e começa com a identificação dos participantes – eles são nomeados como agentes secretos e recebem definição numérica, de 1 a 10 (que é o número de cabines existentes na carreta). Na sequência, a missão é apresentada por meio de um vídeo, que mostra os personagens: Dra. Maeda, Piloto Rafa, Piloto Leo e Pilota Vivi. Eles, junto aos agentes, têm a tarefa de entrar na cabine de combate; acessar a corrente sanguínea; chegar na glândula mamária; e investigar o que está acontecendo de errado com nossa personagem Matilda – uma pessoa que se alimenta mal, fuma e consume bebida alcoólicas. No percurso virtual nas cabines, que é realizado com óculos de realidade virtual, eles descobrem uma anomalia: o câncer de mama! De forma completamente lúdica, eles participam de um combate para identificar esse mal a tempo de salvar a vida da paciente”, explica supervisor das unidades móveis de educação do HA.
Assista ao vídeo e conheça a LCC:
Um estudo inédito realizado por pesquisadores do Hospital de Amor, que teve o apoio da FAPESP e foi recém-publicado na revista científica Clinical Breast Cancer, mostrou que, mais do que a cor da pele, a ancestralidade é indicadora de risco para câncer de mama e que mulheres de ascendência africana têm mais chances de desenvolver tumores do tipo triplo-negativo, que são de difícil tratamento. Apesar de a ancestralidade já ser conhecida como um fator para prever o tipo de câncer mais provável em certa população, a pesquisa destacou que, em países miscigenados como o Brasil, apenas a cor da pele não é suficiente para determinar esse fator de risco.
Essa é a primeira desse tipo, nos distintos subtipos moleculares, com base em marcadores genéticos de ancestralidade especialmente selecionados para a população geral brasileira e foi possível graças à pluralidade das pacientes atendidas pela instituição. Os pesquisadores explicam que esse tipo de análise é importante para definir se a frequência desses subtipos de tumores se associa com a ancestralidade genética das pacientes.
De acordo com o Dr. René Aloisio da Costa Vieira, pesquisador do HA e um dos coordenadores do estudo, “os resultados apontam para a necessidade de realizar exames anuais em populações de ascendência africana, predominante no Norte e Nordeste do país. Além dos fatores socioeconômicos, que podem influenciar o prognóstico da doença nessa população, observamos uma maior proporção de ancestralidade africana em mulheres com o subtipo molecular triplo-negativo, que é sabidamente mais agressivo, multiplica-se mais rápido e tem menos opções de tratamento”.
O trabalho contou com a participação de mais de mil pacientes com câncer de mama de diversas regiões brasileiras, com uma predominância maior de mulheres do Sudeste (72%), seguido por 7,3% da região Norte, 1,8% do Nordeste e 0,9% do Sul. Em consonância com o padrão de autodeclaração de cor ou raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria se declarava branca (77,9%), seguidas de pardas (17,4%) e negras (4,1%). Amarelas (asiáticas) e indígenas somaram 0,5%.
A partir dos resultados obtidos, observou-se que a ancestralidade avaliada geneticamente foi fator associado com a classificação molecular do câncer. “Isso mostra como a cor da pele não é determinante para o tipo de tumor, mas, sim, a ancestralidade”, comenta o Dr. Rui Manuel Reis, Diretor Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e coordenador do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor.
Os pesquisadores pretendem, agora, ampliar e investir em novas frentes do estudo para descobrir, por exemplo, melhores formas de tratamento e prevenção, que possam, sobretudo, serem aplicadas ao Sistema Único de Saúde por meio de políticas públicas estruturadas.
Leia o artigo “Genetic Ancestry of 1127 Brazilian Breast Cancer Patients and Its Correlation With Molecular Subtype and Geographic Region” na íntegra.
*Texto colaborativo: André Julião – Agência FAPESP
O câncer de mama representa hoje um grave problema de saúde pública global. Esta é uma afirmativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima a ocorrência de 1.050.000 casos novos da doença, tornando-a o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo (depois do câncer de pele não melanoma). De acordo com informações do INCA, para 2023 são esperados 73 mil novos casos de câncer de mama no país, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres e índices de mortalidade crescentes.
São dados que assustam, não é mesmo? Por isso, sempre conscientes de que a prevenção salva vidas, há mais de 30 anos o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa), realiza um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, que leva saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. Atualmente, a instituição possui mais de 20 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis que rodam o Brasil, na tentativa de reduzir as desigualdades de acesso à saúde e de salvar milhares de vidas!
Neste mês em que celebramos o “Outubro Rosa” – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – o HA conversou com o mastologista da instituição, Dr. Idam de Oliveira Jr., e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, sinais e sintomas, e tratamento.
Confira, se informe e esteja em dia com sua mamografia. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é o câncer de mama?
R.: Câncer de mama é a proliferação desordenada de células da glândula mamária que, por diversos mecanismos, consegue se esconder do sistema de defesa do corpo, ganhando autonomia e com chance de espalhar para outros órgãos.
– Qual a incidência da doença nas mulheres do Brasil?
R.: De acordo com as estimativas do INCA, é esperado para o ano de 2023 cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama no país.
– Qual a estimativa da doença para os próximos anos?
R.: Infelizmente a incidência é crescente, principalmente no Brasil e outros países da América Latina, que estão passando por modificações no processo saúde-doença, ficando a população exposta a doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer.
– Quais são fatores de risco?
R.: São alguns, dentre eles:
• primeira menstruação precoce (antes dos 9 anos);
• última menstruação tardia (após os 55 anos de idade);
• não engravidar ou engravidar após os 30 anos;
• histórico familiar para câncer de mama (principalmente em parentes de primeiro grau, com diagnóstico em idade inferior a 50 anos);
• uso de reposição hormonal (principalmente por mais de 5 anos).
– O câncer de mama é hereditário?
R.: Sim. Entretanto, o câncer de mama hereditário corresponde à menos de 10% de todos os casos. Ocorre quando uma alteração genética é passada de pais para filhos. Dentre os genes mais comuns, temos o BRCA.
– Quais são os principais sintomas da doença?
R.: Os sintomas do câncer de mama envolvem nódulo ou caroço endurecido, alterações na textura da pele, vermelhidão ou inchaço na mama, saída de secreção (transparente ou sanguinolenta) pelo mamilo e ínguas axilares aumentadas.
– Quais são os tipos de tratamento para o câncer de mama?
R.: O tratamento do câncer leva em consideração diversos fatores. Por isso, as comparações entre pacientes não são convenientes: cada caso é único! De forma geral, temos cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapia-alvo (anti-HER2). Consulte seu médico!
– E as formas de prevenção?
R.: Tudo começa com a prevenção primária, por meio de hábitos saudáveis de vida, como: atividade física, dieta equilibrada com baixo teor de gordura, evitar tabagismo e alcoolismo, entre outros. Temos também a prevenção secundária, realizada com a mamografia, que é uma poderosa ferramenta de detecção precoce, capaz de diagnosticar o câncer de mama em uma fase inicial e assintomática, aumentado as chances de cura da doença.
– Quando a mamografia é indicada?
R.: O Hospital de Amor recomenda a mamografia de rastreamento dos 40 aos 49 anos, de forma anual. Já para mulheres dos 50 aos 59 anos, a cada 2 anos.
– Mulheres que ainda não tem recomendação de fazer a mamografia, como podem se prevenir?
R.: A mulher deve conhecer o seu corpo para que, diante de qualquer alteração, procure avaliação médica o mais breve possível. Além disso, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que todas as mulheres, aos 30 anos, façam consulta com o mastologista para avaliar o risco para câncer de mama. Após essa avaliação é discutido, a depender do caso e do risco, o início da mamografia antes dos 40 anos.
– A doença está sendo detectada em mulheres mais jovens? Essa afirmação está correta?
R.: Sim, infelizmente correta. No Brasil temos uma maior incidência de câncer de mama em mulheres jovens, quando comparado com outros países. Entretanto, a idade média ao diagnóstico no país é de 55 anos. No Hospital de Amor, cerca de 25% das mulheres tratadas de câncer de mama estão na faixa etária dos 40 aos 49 anos.
– Quais são os índices de cura para o câncer de mama?
R.: Quando diagnosticado em fase inicial, o câncer de mama tem mais de 90% de chance de cura. É por isso que insistimos tanto com a prevenção: ela salva vidas!
– Quando a reconstrução mamária é indicada?
R.: A mastectomia ainda faz parte do tratamento do câncer de mama, principalmente pelo diagnóstico em fase avançada. Diante de condições clínicas permissíveis, a reconstrução mamária imediata será realizada. Em outros casos, a reconstrução pode ser de forma tardia, quando a mulher já terminou todo o tratamento.
– Como é o trabalho realizado pelo HA em prevenção e tratamento do câncer de mama?
R.: Quando o Hospital de Amor foi criado, um dos principais objetivos de seus fundadores era o de levar saúde de qualidade para além das capitais e grandes centros. Barretos (SP) ficou conhecida por oferecer prevenção e assistência oncológica a quem mais precisava, sem cobrar nada por isso. Há mais de 60 anos a instituição se preocupa com toda a linha de cuidado da paciente com câncer de mama, assegurando tratamento de qualidade e foco na própria paciente, não na doença. O HA se tornou o hospital do Brasil, atendendo mais de 2.531 municípios e destacando-se como o maior centro oncológico da América Latina!
– Na sua opinião como médico mastologista, qual a importância desse trabalho de excelência para as mulheres?
R.: O HA não apenas garante que as mulheres tenham acesso ao rastreamento mamográfico, a biópsia e ao tratamento adequado quando necessário, como contribui para a redução de mortalidade por câncer de mama no país.
– E qual é a importância da campanha mundial “Outubro Rosa”?
R.: O Outubro Rosa tem o objetivo de dar visibilidade à esse importante problema de saúde pública mundial, que é o câncer de mama. Nosso objetivo é conscientizar todos sobre a doença e suas formas de prevenção, para aumentarmos o diagnóstico em fase inicial.
– Prevenção é o ano todo?
R.: Com certeza! Outubro é só uma alerta para esta importante causa. Mas, a mulher deve estar em dia com a prevenção o ano todo!
Ações especiais “Outubro Rosa”
A prevenção é, originalmente, um dos principais pilares do HA. Durante todos os meses, a instituição se dedica em conscientizar a sociedade de que a ‘prevenção é o ano todo’, mas, especialmente no mês de outubro, os Institutos de Prevenção espalhados pelo Brasil desenvolvem programações especiais. Visite ou entre em contato com a unidade mais próxima de você e confira o cronograma de atividades.
Em Barretos (SP), o Instituto de Prevenção conta com um ônibus, responsável por buscar as mulheres do município em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) – administrados pelo HA – para realizar exames de mamografia na instituição, facilitando o acesso delas e incentivando-as a cuidarem da saúde.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.
Outubro ainda nem chegou, mas as ações em celebração ao ‘Outubro Rosa’ – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – já se iniciaram no Hospital de Amor. Sempre consciente de que a maior arma no combate à doença é a prevenção, a instituição desenvolve projetos (durante todo o ano, mas especialmente neste período) que visam oferecer informações, orientações, além de excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos à população. Uma dessas iniciativas é o “Talento Rosa”!
Promovida pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, a capacitação, que é destinada aos professores representantes das Escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio de Barretos (SP) e região, tem o intuito de motivar crianças e adolescentes em ambientes escolares, de forma lúdica (artística), a refletirem sobre o câncer e suas formas de prevenção, por meio da produção desenhos e poesias, além de conscientizar as mulheres do convívio destes alunos sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
Em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Diretorias de Ensino e Rede de Ensino Privado de Barretos e Região, o evento – que neste ano aconteceu no último dia 26 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FASCIB), reuniu 170 profissionais, dentre eles o Dirigente de Ensino da D.E. da Regional de Barretos (SP), Bruno Henrique Bertin, e a Dirigente Regional de Ensino de São José do Rio Preto (SP), Luana da Silva Garcia.
“Com essa mobilização, nós buscamos unir todo o ambiente e a comunidade escolar, para que esses alunos possam se envolver com o Outubro Rosa e levar para suas mulheres de convívio, a importância da prevenção do câncer de mama, pois a prevenção salva vidas!”, afirmou a coordenadora do projeto, Rosa Cunha.
Para a mastologista do HA, Dra. Talita Mendes, começar a educação em saúde dentro das escolas – principalmente em relação a prevenção do câncer de mama (o tumor mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, exceto os pele não melanoma) – é fundamental. “Nada melhor do que começar esse trabalho, informando, orientando e conscientizando aqueles que educam”, declarou.
O evento
Durante o evento, os participantes puderam ouvir palestras sobre os temas:
• Câncer de Mama no Brasil e no Mundo – com os mastologistas do HA, Dr. Idam de Olivera Jr. e Dra. Talita Mendes; com a gerente administrativa da atenção primária e unidade de pronto atendimento (UPA) do HA, Marcela de Oliveira Santos; e com a gerente do Instituto de Prevenção do HA, Paula Carvalho Ribeiro.
• Os impactos da participação das escolas na Prevenção do Câncer de Mama – com a coordenadora de projetos do NEC do HA, Rosa Cunha; com a supervisora geral do Centro de Formação dos Profissionais de Educação (CEFORPE) de Barretos (SP), Ana Carolina Policarpo; com a supervisora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Olímpia (SP), Iracema Bassetto; e com a coordenadora de gestão pedagógica geral da Escola Estadual Professor Aymoré do Brasil, Paula Silva.
Para encerrar a ação com chave de ouro, um ‘show’ repleto de ânimo, incentivo e alegria com Leila Navarro. Com o tema: Motivação além do rosa: engajando equipes e promovendo conscientização, a palestrante motivacional (autora de mais de 15 livros, que integra o ranking dos 20 mais notáveis palestrantes brasileiros, segundo a revista VEJA em 2020), falou sobre amor-próprio, autoestima, autocuidado, qualidade de vida, empatia e o principal: sobre prevenção.
“Prevenção é empatia… empatia consigo mesma. Por isso, se você tem seios, cuide, sinta, respeite eles. Nosso corpo é nosso lar e ter consciência disso é o que nos salva! Cuidamos tanto da parte de fora, precisamos cuidar da parte de dentro também”, finalizou Leila.
Ao som da música ‘Soul de Verão’, de Sandra de Sá, Leila cantou, dançou e encantou todos os participantes do “Talento Rosa”.
O projeto
De acordo com a coordenadora do projeto, Rosa Cunha, a ação inicia-se pela capacitação dos profissionais da educação, abordando a prevenção do câncer de mama e as orientações sobre como essa temática deve ser desenvolvida em sala de aula. Após a produção dos desenhos e poesias, os estudantes são conduzidos pelo professor em uma roda de conversa a eleger um que melhor representa a reflexão realizada pela classe. “Uma cópia de cada trabalho selecionado é enviada para o Hospital de Amor e sugere-se que os originais, se possível, sejam expostos nas escolas ou unidades de saúde de suas respectivas cidades, de forma presencial ou on-line. Fotos dos ambientes escolares decorados também são enviadas ao HA e expostas na exposição digital da instituição”, completou Rosa.
No último ano, o ‘Talento Rosa’ capacitou 127 escolas, 1.337 professores e 22.106 estudantes, com 34.200 produções artísticas. Para mais informações sobre o ‘Talento Rosa’, acesse: ha.com.vc/talentorosa.
Prevenção
Há mais de 30 anos, o Hospital de Amor ultrapassa fronteiras e barreiras percorrendo o país para levar saúde de qualidade, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo Brasil, desenvolvendo um trabalho completo em rastreamento, diagnóstico e tratamento, e o mais importante: salvando milhares de vidas!
Assim como acontece em outros meses do ano, setembro também conta com uma importante campanha de conscientização: a do retinoblastoma – o câncer dos olhos mais comum na infância. O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
A iniciativa ganhou força e uma visibilidade ainda maior! Após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), além de outras entidades médicas, promoveram a mobilização “De olho nos olhinhos”. E o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país – é uma das instituições que apoia esta grande ação.
Confira!
– O que é retinoblastoma?
R.: O retinoblastoma é o câncer dos olhos mais comum na infância e representa cerca de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas.
– Qual é a incidência deste câncer?
R.: O retinoblastoma é um tumor raro, com cerca de 400 casos novos por ano no Brasil. Trata-se de uma doença da primeira infância, com maior incidência nas crianças abaixo de 5 anos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos – entre 60% e 75% – é unilateral (quando afeta um olho). Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral (quando os dois olhos são afetados), são quase sempre casos hereditários.
– Quais são os principais sintomas de retinoblastoma?
Outros sintomas que podem aparecer são: vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações e dor ocular.
– Quais sãos os perigos da doença quando se trata de perder a visão?
Nos casos bilaterais, frequentemente apenas um dos olhos tem uma doença avançada, que evolui com sequelas visuais mais importantes. Nesses casos, o olho com doença menos avançada costuma ter um ótimo resultado visual e permite que a criança realize a maioria das atividades diárias normalmente, inclusive participar de esportes e dirigir na vida adulta.
– Existe prevenção ou cura para a doença?
Todas as crianças devem passar por uma primeira avaliação oftalmológica completa, que inclua o exame de fundo de olho com a pupila dilatada, entre 6 meses e 1 ano de vida. Por ser uma doença que frequentemente envolve mutações genéticas herdadas em famílias com casos de retinoblastoma, as crianças devem ser avaliadas e acompanhadas desde o nascimento.
– Quais são os tipos de tratamento para o retinoblastoma?
Já em casos de doença avançada, pode ser necessário fazer a remoção do globo ocular afetado, com reconstrução da órbita e adaptação de uma prótese para um bom resultado estético.
– E como funciona a quimioterapia intra-arterial?
R.: A quimioterapia intra-arterial é um procedimento multidisciplinar de alta complexidade. Envolve o radiologista intervencionista, oncologista pediátrico, anestesista, oftalmologista, farmacêutico e uma grande equipe de suporte. Nela, um micro cateter é introduzido desde a artéria femoral até a artéria oftálmica, responsável pela nutrição do globo ocular.
– Qual é o grande diferencial deste tipo de tratamento em relação as quimioterapias convencionais?
Mas é importante lembrar que: o tratamento do retinoblastoma é feito de forma personalizada, ou seja, cada caso é um caso e necessita de avaliação médica.
– O Hospital de Amor oferece, gratuitamente, o que há de mais avançado aos pacientes, inclusive nos tratamentos de retinoblastoma?
Ação “De olho nos olhinhos”
Além de publicações semanais nos perfis oficiais da instituição durante todo o mês de setembro, trazendo conteúdos informativos sobre o tema, o Hospital de Amor também realiza uma ação especial para a população de Barretos (SP) e região. Nos dias 15 e 16/9, uma equipe de profissionais da unidade infantojuvenil do HA estará no North Shopping Barretos alertando, informando e conscientizando as pessoas para a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma. Cartazes e cartilhas serão entregues em todas as unidades de saúde administradas pela rede HA. Prestigie, apoie esta campanha e nos ajude nessa missão!
E se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.