Qual o valor de um abraço? Para a enfermeira Nayara Sartori, esse gesto passou a ter muito mais significado depois de ficar um bom tempo sem receber um abraço do seu avô. Após dois meses de fisioterapia, ela recebeu o tão aguardado abraço do homem que ela considera como pai. “É muito amor! Para mim, o meu avô é um pai. Ai que a gente percebe um valor de um abraço, então é muita gratidão, à Deus primeiramente e a todo o suporte que a gente tem aqui”, declara Nayara.
Senhor Edson Sartori descobriu um tumor na laringe no início de 2024, mas antes da descoberta do câncer, ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que o deixou debilitado, como conta sua esposa, Ana Sartori. “A gente sabia que ele tinha ficado com uma das cordas vocais paralisadas após o AVC, e a gente sempre achando que era isso, pois ele se engasgava muito. Foi feito uma tomografia e foi descoberto um tumor na laringe. Esse tumor estava impedindo a passagem do ar e, por isso, ele estava se engasgando bastante, não conseguia falar. Logo em seguida, ele já começou a utilizar a traqueostomia, para ajudar na passagem do ar”, conta dona Ana.
Eles haviam se mudado para Barretos (SP) para tratar o AVC e com a descoberta do tumor, foi encaminhado para o Hospital de Amor. Após todos os exames, o tratamento indicado para o caso do senhor Edson foi a cirurgia de laringectomia total, procedimento que consiste na retirada completa da laringe, incluindo as cordas vocais.
A cirurgia foi realizada em setembro de 2024, e o senhor Edson passou um período de, aproximadamente, 30 dias internado. “A última vez que eu vim aqui, ele estava internado. Por conta do meu trabalho, para eu conseguir uma folga é difícil, então agora que eu vim, fiquei admirada. Na última vez, ele nem conseguia reconhecer a gente”, conta Nayara.
Reabilitação
Após a recuperação da cirurgia e liberação médica, senhor Edson iniciou o tratamento de reabilitação, no Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “O senhor Edson para mim, foi uma verdadeira surpresa, pois ele já tinha um antecedente prévio, que foi o AVC. Além disso, na avaliação (momento em que temos o primeiro contato com o paciente), ele estava bem retraído, não conseguia criar um vínculo efetivo. Acho que em razão da cirurgia e a angústia de não conseguir se expressar através da linguagem verbal. E ele sempre estava de olhos fechados, e senti que essa atitude era como se ele não quisesse interação com o meio. Durante as sessões, conseguimos criar um vínculo, os olhares foram se abrindo cada vez mais, e os sorrisos eram cada vez mais frequentes. Após a terapia convencional (fortalecimento de membros inferiores, treino de marcha e equilíbrio), percebi que o Andago poderia ser uma excelente ferramenta para auxiliar na interação social com outras pessoas e profissionais, além de oferecer diversos benefícios para o corpo”, explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza.
Aproximadamente, dois meses realizando as sessões de fisioterapia, senhor Edson já teve grandes avanços, como ter uma firmeza maior nas pernas e dar os primeiros passos com o auxílio de um andador. “Ele deu uma melhorada boa, ele não firmava o pé no chão, ele precisava ser levantado da cama. Depois que ele começou a fazer a fisioterapia, ele foi firmando mais, andando mudando os passos, para pelo menos, se sentar em uma cadeira de roda, cadeira de banho, e hoje ele faz isso”, conta dona Ana.
“A fisioterapia foi um grande avanço, porque agora ele consegue gesticular, antes ele só falava com os olhos, não tinha expressão, acho que a atividade ajudou um pouco ele a desenvolver essa parte”, explica a neta Nayara.
E quais os próximos passos na reabilitação do senhor Edson? A fisioterapeuta Julia explica que os próximos passos são trabalhar as atividades diárias. “Os próximos passos do tratamento seria trabalhar as atividades de vida diária, como o levantar e se sentar sem apoio, treino de marcha com dispositivos de auxílio, iniciando com o andador e futuramente com a bengala de 4 pontas, com o objetivo de proporcionar o máximo de autonomia possível ao paciente”, explica a fisioterapeuta.
Andago
O Hospital de Amor possui um dos maiores parques tecnológicos do país, todo voltado para prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes, e algumas dessas tecnologias são utilizadas nas unidades de Reabilitação do HA, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO).
Um desses equipamentos é o Andago – uma tecnologia robótica usado na reabilitação de pessoas que apresentam alterações no andar (chamado de marcha) e no equilíbrio corporal, como no caso do senhor Edson.
A principal característica do Andago, é que ele é um facilitador da marcha, como diferencial de retirar 50% do peso corporal do paciente, através do seu mecanismo de suspensão, oferecendo total segurança para o paciente. Além do treinamento de marcha, o aparelho é versátil, podendo ser utilizado para outras funções, como explica o médico fisiatra do HA, Dr. Henrique Fernandes Buosi.
“A principal função do Andago é o treino de equilíbrio e marcha, mas pode ser usado para outras funções, como treinamento de autopercepção corporal (propriocepção), mobilidade dos membros inferiores e até dos membros superiores, quando é necessário trabalhar múltiplas funções simultâneas”, esclarece o médico.
O equipamento é indicado em todas as fases de reabilitação, porém é imprescindível que o usuário tenha determinado nível de controle do tronco e movimentação dos membros inferiores. A indicação do uso é dinâmica e revista constantemente em conjunto entre equipe e paciente.
“A própria patologia e os tratamentos oncológicos, podem trazer diversos impactos que alterem a função de sustentar o próprio corpo e ser capaz de equilibrar-se e trocar passos. Essas alterações podem ser oriundas de lesões neurológicas, musculares ou amputações. O Andago atua diretamente nas terapias que focam nestas alterações, e é um dos equipamentos mais usados no Centro de Reabilitação, pois permite um treino de andar seguro e com menor sobrecarga física do terapeuta”, complementa Dr. Henrique.
Além do trabalho do equilíbrio e da marcha, o Andago também ajuda que o paciente tenha uma interação social durante a terapia, pois ele não é um equipamento que fica fixo em um local, permitindo que o usuário ande no ginásio e nos corredores do Centro de Reabilitação.
Importante ressaltar que, quando o paciente não possui marcha, é utilizado outras terapias, como a convencional ou o Lokomat, tonando o aparelho e o tratamento personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. “A tecnologia robótica é uma complementação vital das terapias tradicionais, porém não a substitui. Um bom terapeuta é a chave para uma reabilitação adequada e um paciente participante e entendedor do processo, é tão importante quanto. Aliado esses fatores, certamente a qualidade de vida dos usuários serão atingidas de maneira mais assertiva. Quando se luta por uma terapia com alta tecnologia, estamos lutando para garantir que todo o processo seja mais ágil e, desta forma, mais pessoas sejam beneficiadas”, destaca o médico fisiatra.
Oferecer tratamento oncológico de qualidade e de maneira humanizada é rotina no Hospital de Amor! Para cada diagnóstico de câncer, há um protocolo diferente e personalizado de intervenção, mas em todos eles, há humanização para garantir o bem-estar do paciente. E dentre tantas possibilidades de tratamento, a quimioterapia (apesar de temida por conta de seus efeitos colaterais) ainda é um dos mais eficazes para diversos tipos de tumor.
Trata-se de um procedimento em que se utilizam medicamentos – que se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo – para destruir as células doentes que estão formando o tumor, impedindo também que se espalhem. Quando esta aplicação é intravenosa, ou seja, aplicada na veia ou por meio de cateter, ela pode causar alguns desconfortos nos pacientes que a recebem. E é aí que, mais uma vez, o HA se destaca!
Projeto inovador
Com o objetivo de minimizar os riscos de cardiotoxicidade e os efeitos colaterais induzidos pela quimioterapia, a equipe do departamento de fisioterapia da instituição, por meio do ‘Programa de Fisioterapia na Atenção ao Câncer’, desenvolveu um projeto de pesquisa inovador, que busca elaborar um plano de exercícios de baixa à média intensidade para realização durante a infusão de quimioterapia.
O estudo, idealizado pela coordenadora do departamento de fisioterapia do Hospital de Amo, Dra. Carla Elaine Laurienzo da Cunha Andrade, junto a fisioterapeuta, Simara Cristina Pereira da Silva, e a residente de fisioterapia, Brenda Taynara Macedo da Costa, foi implementado em outubro deste ano na instituição e já atendeu mais de 20 pacientes.
“Com este protocolo poderemos comprovar que a realização de exercícios físicos (de baixa à média intensidade), durante a infusão de quimioterapia, promove a melhora da funcionalidade, fadiga, neuropatia e, principalmente, o bem-estar dos pacientes do estudo, quando comparados aos pacientes que não realizam nenhuma atividade física durante o momento da infusão”, explica Dra. Carla.
Neste primeiro momento, o estudo está sendo realizado em mulheres com diagnóstico de câncer de mama, que tenham entre 18 e 60 anos e aceitem participar do protocolo. Porém, a prática de aliar quimioterapia a exercício físico é indicada para todos os tipos de câncer, podendo beneficiar todos os pacientes do HA que passam por tratamento quimioterápico.
“Há evidências na literatura que indicam que o exercício realizado durante a infusão de quimioterapia, promove aumento da perfusão que pode melhorar a administração do medicamento e atenuar alguns efeitos colaterais dele. Então, além dos benefícios relacionados a própria quimioterapia, o projeto poderá influenciar também no hábito da prática de atividade física, promovendo uma maior adesão e entendimento para os pacientes sobre a importância de se manterem ativos durante o tratamento oncológico e as vantagens dos exercícios para sua saúde física e emocional”, afirma a coordenadora.
Como funciona?
A paciente que se encaixa em todos os requisitos exigidos pelo estudo e aceita participar do projeto, é direcionada para o Centro Infusional do HA, em Barretos (SP), nas salas comuns de infusão. Durante a sessão de quimioterapia, uma fisioterapeuta com especialização em oncologia leva o ‘kit de exercícios’, inclusive uma minibicicleta ergométrica e um fone de ouvido, e inicia as atividades. “Para a realização dos exercícios, a paciente escolhe a playlist que desejam ouvir durante o procedimento e escuta a seleção de músicas em fones de ouvido. Além da humanização, esse tipo de intervenção também é uma forma de diminuir o tédio durante as horas de infusão em que as pacientes ficam nas poltronas, tornando este momento um pouco mais leve na jornada do seu tratamento”, declarou Dra. Carla.
A paciente Fernanda Barbosa, de 43 anos, consegue identificar todos esses benefícios! Em tratamento no HA contra um câncer de mama, a mineira de Araxá, que sempre praticou atividades físicas e necessitou parar por conta dos efeitos colaterais decorrentes dos procedimentos, sentiu diferença pós receber a quimioterapia associada aos exercícios. “Em poucos minutos realizando as atividades, senti que minha ansiedade foi embora, eu fiquei muito mais disposta e a tremedeira melhorou. Vale muito a pena”, conta.
De acordo com a coordenadora do departamento de fisioterapia do HA, ainda são poucas as instituições oncológicas do país que realizam este tipo procedimento. “Estudos nessa área também são escassos, ou seja, o Hospital de Amor está sendo pioneiro e inovador!”, finalizou.
“Aqui se vive exclusivamente do amor”. Este é o sentimento do Carlos Eduardo Lima Ferraz, paciente do Hospital de Amor, ao falar de sua história com o câncer de próstata. Mesmo em tratamento, o senhor Carlos entende a importância da prevenção da doença e faz questão de ressaltar o sentimento de gratidão com o HA. O mesmo sentimento de gratidão o fez entender que, a corrida contra o tempo, inclui a corrida para se prevenir.
Números do câncer de próstata
71.730: este é o número de casos de câncer de próstata no Brasil, em 2023. A taxa estimada de incidência é de 47 casos para cada 100 mil homens, somente no estado de São Paulo.
Ele é o tumor sólido mais comum entre os homens maiores de 50 anos. No geral, estima-se que para cada 8 homens, 1 deles terá a doença durante a sua vida. No entanto, a taxa de mortalidade pela doença é baixa, cerca de 1 óbito para cada 41 casos diagnosticados.
Segundo a GLOBOCAN 2022: (Base de dados da Web IARC / WHO – Agência Internacional para Pesquisa em Câncer /Organização Mundial de Saúde, que engloba mais de 185 países no mundo), a incidência do câncer de próstata ficou em 4º lugar no ranking mundial, com 1.467.854 casos. Enquanto a taxa de mortalidade geral ficou em 8º lugar, com 397.430 mil mortes relacionadas a doença, somente para o ano de 2022.
A próstata
A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
Sintomas
O câncer de próstata, especialmente em estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. Quando os sintomas aparecem, eles geralmente estão relacionados ao impacto deste tipo de tumor e nas estruturas próximas. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
1. Dificuldade para urinar
A necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite.
Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga.
Jato de urina fraco ou interrompido.
Dor ou ardência ao urinar.
2. Sangue na urina ou no sêmen
Pode haver sangue visível na urina (hematúria) ou no sêmen.
3. Dor na região pélvica ou lombar
Dor persistente nas costas, quadris ou pelve pode ser um sinal de que o câncer se espalhou para ossos próximos.
4. Disfunção erétil
Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ocorrer devido à presença do câncer ou ao tratamento (como a remoção da próstata).
5. Dor ao ejacular
Dor ou desconforto durante a ejaculação pode ser um sintoma relacionado ao câncer de próstata.
6. Perda de peso inexplicada e cansaço
Em estágios mais avançados, o câncer pode causar perda de peso sem explicação aparente, além de fadiga e cansaço excessivo.
7. Dor óssea
Se o câncer se espalhar para os ossos, pode causar dor óssea, principalmente nas costas, quadris ou coxas.
O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens de pele negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
“O sangue é insubstituível”, foi com esta frase que a enfermeira Lívia Oliveira, responsável pelo hemonúcleo do Hospital de Amor, em Barretos (SP), chamou a atenção dos voluntários que contribuem para a captação de sangue. Segundo o Ministério da Saúde, menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente.
Para agradecer e prestar contas dos números de doações, a equipe do hemonúcleo do HA realizou o ‘1º Encontro de Captadores de Doação de Sangue’, no dia 2 de novembro. Foi um momento de descontração e de muitos agradecimentos.
Se para cada mil brasileiros, apenas 14 são doadores, dona Luiza Ferreira, professora aposentada, de 77 anos, se destaca pelo seu empenho em conseguir voluntários para doar sangue. Ela e seus amigos viajam 109 km de Ituverava (SP) até Barretos, três vezes por ano. “A importância de conseguir mais doadores de sangue é poder estar ajudando a salvar vidas, pois uma bolsa, segundo os especialistas, salva até 4 vidas. Deus primeiro e amor ao próximo, sempre”, explica a doadora.
De acordo com a coordenadora de captação de doadores de sangue do hemonúcleo do HA, Ana Paula Borges, o intuito do evento foi mostrar aos coordenadores o quanto as campanhas são importantes e, por meio deles, quantas vidas podem ser salvas. A ação contou com voluntários de várias cidades da região, como as mineiras: Planura e Frutal, e outras do estado de São Paulo, como Guaíra, Taquaritinga, Igarapava, Ituverava, entre outras. A turma de 60 pessoas também visitou a unidade infantojuvenil do HA, onde ficaram encantados com a estrutura e o trabalho realizado pela equipe do Hospital de Amor.
Já a voluntária barretense, Ana Cláudia de Souza, 49 anos, que coordena o Grupo da Saúde da Igreja Universal de Barretos, atua na captação de doadores de sangue desde 2017. “É um prazer estar aqui, fiquei muito feliz de ter sido convidada para este evento. Percebo que em todas as campanhas que a gente agenda, tem gente que tem muito medo de doar, pois muitos acabam acreditando em ‘fake news’, então a minha missão é conscientizá-los sobre a importância da doação e que é indolor. Me senti muito valorizada hoje”, fala Ana com um belo sorriso no rosto.
O dia ficou mais divertido com a participação especial do grupo dos ‘Palhaços da Alegria’ do Instituto Sociocultural, que cantaram uma paródia relacionada à importância da doação de sangue, bem como conversaram com o público e entreteram a todos. Para finalizar este dia especial, Lívia Machado, de 38 anos, mãe da pequena paciente Alice, que realiza tratamento de síndrome mielodisplásica (grupo de doenças que se caracteriza pela produção de células sanguíneas anormais na medula óssea) no HA desde 2021, de São Bernardo do Campo (SP), doou a medula para sua filha realizar transplante e após isso passou a doar sangue assiduamente. Ela falou sobre a sua experiência como mãe de uma paciente no HA para os voluntários.
“Eu não tenho nem como dizer o tamanho da importância da doação de sangue, porque minha filha passou pelo transplante de medula óssea e no pós-transplante eles precisam muito, principalmente plaquetas. Acho que é muito importante esta prestação de contas que houve hoje, porque ao mostrar os números das doações e demandas, acaba incentivando outras pessoas”, relata Lívia.
Para doar sangue, os voluntários precisam ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg, estar bem de saúde e ir ao hemonúcleo mais próximo de casa. Um gesto simples que pode mudar a histórias de muitas vidas!
No caminho havia rios, estradas de chão e uma floresta que deixa qualquer um perplexo pela sua imensidão e importância. Foram esses os caminhos que a segunda edição da “Expedição HA Amazônia” percorreu para levar prevenção do câncer de pele, colo do útero e próstata, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas da região amazônica.
O trabalho de prevenção do Hospital de Amor começou há cerca de 30 anos e, a cada ano, vem reforçando o compromisso de cuidar e proporcionar atendimento humanizado e de qualidade à população, com atendimento 100% gratuito, via SUS.
Prevenção salva vidas! Mesmo com todas as dificuldades de logística, pelo segundo ano consecutivo, o HA, levou prevenção para 15 cidades, seis distritos e uma aldeia indígena, dos estados do Amazonas e Pará. Foram 46 dias de muito trabalho e 8.560 km rodados para a realização de 612 Papanicolauos, 490 PSA, 621 avaliações de pele e 57 cirurgias de pele para a retirada de lesões de câncer de pele não melanoma. Neste ano, o projeto contou com patrocínio exclusivo do grupo varejista Gazin.
O Brasil, segundo o INCA, até 2025, deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer ao ano, sendo o mais incidente, o câncer de pele não melanoma, com estimativa de mais de 220 mil novos casos. A região norte, possui o segundo maior índice de casos de câncer de colo do útero, sendo 20,48 a cada 100 mil mulheres, e o quinto maior índice em câncer de próstata, sendo 28,40 a cada 100 mil homens.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do município de Óbidos (PA), que recebeu a “Expedição HA Amazônia” neste ano, foram realizados mais de 1.000 coletas de Papanicolaous, entre janeiro e setembro de 2024, em que cerda de 74 coletas tiveram alteração, sendo 14 diagnosticadas como câncer, principalmente em mulheres com menos de 30 anos.
“O que mais nos espanta, é que estamos encontrando lesões de alto grau em mulheres com menos de 30 anos, o que não é a realidade, não é o que o Ministério da Saúde propõe. Nós temos, inclusive, mulheres com menos de 25 anos com lesão de alto grau, então realmente é uma necessidade, e a carreta do Hospital de Amor vem somar forças ao que o município já faz na tentativa na detecção precoce, para que a gente tente melhorar a expectativa e qualidade de vida da mulher, não só da mulher, mas do homem, e na população como um todo”, destaca a enfermeira e responsável pelo Departamento de Atenção Primária à Saúde do município, Herbene Belicha.
Um outro dado preocupante, é em relação ao câncer de pele não melanoma. A maior parte da região amazônica e dos municípios em que a “Expedição HA Amazônia” realizou os atendimentos, tem como sua principal fonte de trabalho a pesca e a lavoura.
A região norte do Brasil é considerada uma das mais quentes e a população que trabalha ao ar livre precisa buscar horários alternativos, como explica a trabalhadora rural e residente do município de Oriximiná (PA), Noeme Macaxeira de Moura. “A maioria das vezes, a gente não usa protetor solar, veste uma camisa e calça comprida, coloca um chapéu na cabeça, e mantém o controle. Entra cedo no trabalho, quando é 10h30 saí, e volta às 14h30, é a gente mesmo que tem que estabelecer um horário, para que a gente não fique muito exposto ao sol muito forte. Para nós foi maravilhoso a carreta da Expedição estar aqui em Oriximiná (PA), porque o atendimento foi muito bom, e vai poder beneficiar muitas pessoas com essa ação”, destaca Noeme.
Isaías Alves da Chagas, trabalhador rural no município de Alenquer (PA), nunca tinha realizado uma consulta preventiva de câncer de pele. “Eu nunca fiz um exame de prevenção de câncer de pele. Apareceu um sinal no meu rosto, e eu aproveitei a vinda da carreta para poder ver”, conta.
O município de Santarém (PA), foi uma das cidades onde se teve o maior índice de lesões cancerígenas de pele. Foram retiradas 25 lesões de câncer de pele não melanoma, e isso faz um alerta em relação aos cuidados e prevenção da doença. “Aqui na nossa cidade, é um lugar muito quente, o sol maltrata muito a pele, e durante os atendimentos foi perceptível a quantidade de pacientes com lesões de pele na nossa região. Então, isso abre essa necessidade, a gente não tem especialista oncológico na área. Nós somos limitados, não sei se é devido estar na Amazônia, então quando nós temos a carreta de Barretos (SP) aqui, nós só temos a agradecer. Obrigada por virem até Santarém (PA), oferecer a nossa população um tratamento digno, que quem só sabe, é quem vive em um lugar que tem as suas limitações”, declara Narjara Dantas de Oliveira, psicóloga e coordenadora voluntária do HA, em Santarém (PA).
Durante a “Expedição HA Amazônia”, foi possível notar as dificuldades em que a população encontra em relação ao atendimento de algumas especialidades. Em alguns municípios, a população não consegue consultas com dermatologistas e ginecologistas, por exemplo, precisando se deslocar até outro centro para poder passar pelos especialistas, como conta Gladiana Lira Seixas, profissional autônoma, residente na cidade de Óbidos (PA). “A gente tem em outra cidade, se der exame alterado, nós temos que pegar um barco, e ir para outra cidade, como Santarém (PA). Às vezes vem ginecologista particular ou pelo SUS, mas, é mais em outra cidade, a gente precisa se locomover para ser atendida e para procurar outros recursos, porque aqui, ainda a gente não disponibiliza disso. Foi uma oportunidade muito boa a vinda da carreta, por ser de um hospital bem conhecido, a gente agradece muito, porque existem pessoas que se preocupam com à saúde da população e com a gente que é mais carente”, afirma Gladiana.
O médico do Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira, que esteve também na primeira “Expedição HA Amazônia”, contou suas impressões sobre a dificuldade do acesso à saúde nos munícipios por onde o projeto passou. “Não só a parte de prevenção oncológica. Essa primeira impressão que a gente teve, é muito carente, não só em oncologia, mas todo o sistema de saúde. Então, a população tem um déficit de assistência à saúde. São cidades de difícil acesso, então chegar em um centro maior, o acesso é muito difícil, e nas capitais, a assistência ainda é insuficientes”, destaca o médico.
Durante a Expedição, os profissionais conhecem muitas pessoas, muitas histórias, e o que mais marcou para a enfermeira do HA, Amanda Queiroz de Paula, foram mulheres mais velhas que nunca haviam realizado o exame de preventivo. “Durante a Expedição temos contato com várias pessoas, principalmente mulheres. No meu caso, que realizo o exame de Papanicolaou, uma das coisas que mais me marcou foi que muitas mulheres bem mais velhas, nunca tinham colhido o preventivo, elas nunca tiveram acesso à essa prevenção na vida, e com a carreta tiveram essa oportunidade”, comenta Amanda.
Fernanda Arraes, psicóloga e madrinha da campanha “Passos Que Salvam” em Alenquer (PA), falou da importância da carreta da “Expedição HA Amazônia”, no município. “Para nós, que estamos muito distantes da realidade lá do Sul, do Sudeste e Centro Oeste, é muito importante; Infelizmente, não foi possível realizar o exame de mamografia devido à logística, porque as pessoas que não conhecem a Amazônia de fato, não tem noção de como é chegar aqui. Nós não temos médicos especialistas, quando você quer fazer algo com especialista, você tem que ir para outra cidade, então a carreta vir para o nosso município é de suma importância, para aquele cidadão que não tem acesso nenhum, não tem conhecimento nenhum, não consegue nem chegar até Santarém (PA), que é a cidade mais próxima”, destaca.
As cidades que receberam a carreta da “Expedição HA Amazônia”, em sua maioria, possuem estradas de chão, como uma boa parte da BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, são margeadas por rios, como o Madeira, Tapajós e Amazonas, e o acesso se torna um desafio, principalmente porque os meios de locomoção mais viáveis são aquáticos, como balsas e barcos.
Só na Rodovia Transamazônica, de Humaitá (PA) até Altamira (PA), foram percorridos 1.534 km de estrada de chão. Em um dos trechos, a equipe da “Expedição HA Amazônia” enfrentou mais de nove horas de balsa, para poder chegar no município de Oriximiná (PA), e não é qualquer balsa que carrega uma carreta de 25 toneladas. “Não são todas as balsas que comportam a carreta, e não são todos os dias que têm balsas que conseguem transportar essa carreta. Então, a gente tem que saber o dia e a hora exata que essa balsa vai sair, se essa balsa comporta a carreta, então tudo isso, a gente tem que trabalhar muito tempo antes, porque, nesse caso especificamente, no transporte fluvial, a gente não pode errar”, explica Charles Gallindo, analista de captação de recursos do HA.
A segunda edição da “Expedição HA Amazônia”, além de atender mais três municípios, que não estavam no cronograma do ano passado (2023), também realizou os atendimentos na Aldeia Indígena Tenharim Marmelos (AM). “Este ano nós tivemos o atendimento na tribo indígena, foi bem interessante conhecer o sistema de saúde deles, a equipe de saúde que mora na aldeia. Conseguimos fazer exames de prevenção, onde tivemos total acesso. Conseguimos encontrar e retirar lesões de pele cancerígenas nos índios”, comenta Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira.
Cíntia C. de Souza Ribeiro Teixeira, técnica de enfermagem do HA que trabalha há 10 anos viajando com a carreta de prevenção, teve pela primeira vez a experiência de realizar o atendimento na aldeia indígena. “Eu achava que íamos encontrar pessoas bravas, difíceis de lidar, mas fomos super bem recepcionados, cantaram para gente, nos receberam super bem. Pudemos conhecer um pouco da cultura deles e, o mais importante, conseguimos realizar todos os atendimentos.”
Há 30 anos, quando se iniciaram os primeiros trabalhos de prevenção Hospital de Amor, havia um propósito: salvar vidas! E esse propósito continua enraizado, cada vez mais, na instituição. “O sentimento é de dever cumprido, porque realmente nós estamos cumprindo o nosso propósito de levar a prevenção do câncer para as pessoas que mais necessitam”, destaca o analista de captação de recursos do HA.
“Enquanto prevenção, infelizmente o município de Oriximiná (PA) não conta com esse serviço de prevenção do câncer. Quando a gente descobre, infelizmente é quando a doença já está avançada, como foi no meu caso, que descobri um câncer de intestino. A gente achou muito importante a vinda da carreta da prevenção, por isso que entramos de cabeça nesse projeto, justamente por entender que a prevenção é muito importante, coisa que infelizmente a gente não tem na região”, comenta o professor Miguel Ângelo de Oliveira Campos.
“Para nós é muito gratificante poder prestar uma assistência médica de qualidade para uma população que não tem acesso ao sistema de saúde, pacientes que estão há anos esperando pequenos procedimentos, às vezes, procedimentos simples e não conseguem entrar no sistema de saúde”, ressalta o médico do Instituto de Prevenção do HA.
Prevenção salva vidas e a missão do Hospital de Amor é expandir cada vez mais esse acesso à saúde de qualidade para todos os cantos do Brasil, para as populações mais carentes e afastadas dos grandes centros.
Laços são vínculos que unem pessoas e representam conexões emocionais. Laços sanguíneos, laços familiares e laços de amizade sustentam Wéllida Sodré Barros e Renata Sodré Ximenes, mãe e filha, pacientes do Hospital de Amor Amazônia. Wéllida foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017, aos 49 anos, e, após seis anos, está realizando o tratamento novamente. Renata foi diagnosticada em 2023, aos 26 anos. Mãe e filha enfrentam juntas os desafios do tratamento oncológico.
O diagnóstico de câncer na família de Wéllida e Renata começou há cerca de 30 anos, quando a mãe de Wéllida teve um tumor na mama. “Eu perdi a minha mãe para essa doença há 30 anos. Ela tinha 48 anos quando faleceu. Foi na mama esquerda e, naquela época, não havia como tratar. Nenhum hospital aqui tinha. Fomos para fora”, relata a paciente.
Primeiro diagnóstico
Em 2017, Wéllida foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda. A descoberta do nódulo ocorreu por meio de um exame de mamografia que ela fez na Carreta de Prevenção do HA, que estava em Porto Velho (RO). “Eu sempre fazia exames regulares e já tinha feito naquele ano. Minha irmã chegou em casa e disse que a carreta do Hospital de Amor estava no nosso bairro e a Renata insistiu para que eu fosse fazer o exame novamente. Eu falei que não tinha necessidade, mas ela insistiu e eu fui”, conta Wéllida.
Após 45 dias, o resultado da mamografia saiu: havia um nódulo na mama esquerda. Wéllida foi encaminhada para o Hospital de Amor Amazônia, em Porto Velho (RO), onde foi realizada a biópsia. “Wéllida teve o diagnóstico aos 49 anos. Inicialmente, era uma doença in situ, que foi descoberta pela mamografia de rastreio. É uma lesão que não se palpa, não se vê a olho nu e nem no ultrassom, somente na mamografia”, explica a coordenadora do departamento de mastologia do HA Amazônia, Dra. Betânia Mota de Brito.
“Receber o primeiro diagnóstico foi horrível. Eu vi todo o sofrimento da minha mãe; ela lutou, mas não conseguiu. Quando a médica falou, eu chorei muito, gritava, me desesperei. Foi a pior notícia que recebi na minha vida, depois da morte da minha mãe. A gente pensa que está sentenciada à morte. Foi muito difícil! O que me ajudou foi Deus; você tem que ter Deus e depois a minha família”, declara Wéllida.
Após realizar a quadrantectomia da mama esquerda, Wéllida optou pela retirada completa da mama, uma mastectomia com reconstrução com prótese de silicone. “Fiz dois quadrantes e, na terceira, a médica me deu duas opções: realizar um terceiro quadrante ou retirar a mama. Eu disse que queria retirar a mama, porque no fundo queria ficar boa”, conta Wéllida.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso…”
Após seis anos do diagnóstico de sua mãe, Renata descobriu um nódulo na mama aos 26 anos. “Estava tomando banho e, ao levantar o braço, acabei sentindo um caroço na mama. Achei estranho e chamei a mamãe para dar uma olhada também. Então, conversamos com a médica e ela já pediu um ultrassom”, conta Renata.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso; meu mundo caiu, desabou. Eu estava em casa quando ela chegou e disse: ‘Mãe, e se der positivo? O que a senhora acha que vai dar?’. Eu respondi que achava que não ia dar nada, mas se desse positivo, a gente trataria, mas isso com o coração. Foi quando ela olhou para mim e disse que o resultado tinha dado positivo”, declara Wéllida.
Renata foi encaminhada para o HA Amazônia em dezembro de 2023. A doença já estava localmente avançada, com um nódulo na mama esquerda maior do que cinco centímetros e comprometendo a axila. “O HA Amazônia significa a minha cura! Foi aqui que consegui todo meu tratamento, com profissionais capacitados, todos os médicos, meu mastologista, oncologista, fisioterapeuta, nutricionista; graças a Deus e a esses profissionais”, conta Renata.
O tratamento de Renata foi diferente do de sua mãe. Wéllida fez a cirurgia e não precisou passar por quimioterapia nem radioterapia. “Quando o médico analisou clinicamente, tocou na axila, fez todos os exames, ele disse que eu precisaria fazer quimioterapia, porque os linfonodos estavam comprometidos. Nesse momento, meu mundo acabou; eu chorei muito. A primeira coisa que perguntei foi: ‘Vou ficar careca?’. Eu pensava na careca, no meu visual; isso me preocupava, porque na minha cabeça eu faria a cirurgia igual a minha mãe e estaria livre”, conta Renata.
Renata teve uma boa resposta à lesão com a quimioterapia. Ela foi submetida à mastectomia poupadora de pele, reconstrução com prótese e esvaziamento da axila.
“Eu e você, você e eu”
Wéllida teve seu segundo diagnóstico de câncer de mama em meados de outubro de 2023. Antes de Renata ser diagnosticada, ela já estava investigando um nódulo que havia aparecido sete anos após sua cirurgia da mama esquerda.
“Em 2023, Wéllida apresentou alteração na mamografia. Foram encontrados 11 nódulos na mama direita e foi realizada a biópsia, resultando em uma doença invasiva mais agressiva, já com comprometimento da axila do lado direito. Então, foi proposto que ela iniciasse o tratamento com quimioterapia”, explica Dra. Betânia.
Uma ajuda à outra, uma dá força para a outra, uma cuida da outra!
“Eu fiquei muito mal na primeira quimioterapia; vomitei muito e vim para o CIA (Centro de Intercorrência Ambulatorial). Todo o meu processo foi antes do da minha mãe. Eu tentava não demonstrar que estava doendo, tentava não mostrar que meu corpo não conseguia reagir. Não foi um processo fácil pensar que minha mãe passaria por tudo, que ela estaria daquele jeito daqui a um tempo”, declara Renata.
“Você quer a dor do seu filho para você. Então, para mim, é muito difícil o tratamento por esse lado. Como o nódulo dela estava grande e pela idade, os médicos adiantaram o tratamento dela dois meses e meio em relação ao meu. Então, tudo o que ela passou, eu já sabia que iria passar. Eu pude cuidar dela nas quimioterapias; acompanhei durante os exames e nas consultas. Quando chegou a minha vez de iniciar o tratamento, ela cuidou de mim. Teve um dia em que ela falou: ‘Xuxu, eu e você, você e eu’. Então, a gente vai se cuidando, trocando experiências, vendo o que pode ser melhor”, relata Wéllida.
Câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres.
Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o de maior incidência no Brasil, em todos os estados. É uma doença rara em mulheres jovens; segundo o INCA, ocorre com maior incidência a partir dos 50 anos.
No caso de Wéllida e Renata, o diagnóstico de câncer de mama provavelmente teve influência genética, por conta do histórico familiar, como explica Dra. Betânia. “Muito provavelmente, houve alguma influência genética, talvez de algum gene que desconhecemos. Isso ocorre raramente, com uma história familiar importante e teste genético negativo. Acredito que ainda faltam estudos para que possamos descobrir quais outros genes estão envolvidos no surgimento do câncer de mama, mas acreditamos que há uma herança familiar”, esclarece a médica.
E como prevenir o câncer de mama?
Alimentação saudável, prática de atividade física, controle do peso, evitar o consumo de bebida alcoólica, não fumar e ter hábitos mais saudáveis podem ajudar na prevenção da doença.
Outro ponto importante a destacar na prevenção do câncer de mama é o exame de rastreio, como explica Dra. Betânia: “A mamografia é comprovadamente um exame que reduz a mortalidade por câncer de mama; é o único exame classificado dessa forma. Portanto, a mamografia está indicada para pacientes acima de 40 anos, independentemente de sentirem algo nas mamas ou não; é de extrema importância fazer o exame de rastreio.”
Visando aumentar o número do diagnóstico precoce do câncer de mama, o Hospital de Amor e o Departamento Regional de Saúde (DRS V) – responsáveis por coordenar as atividades da Secretaria de Saúde no âmbito regional – se uniram, no dia 8 de outubro, para promover o “I Fórum Outubro Rosa DRS V”. O evento, que teve como objetivo capacitar e atualizar os profissionais de saúde dos 18 municípios da regional de saúde de Barretos (SP), alertando sobre o impacto em saúde pública que o câncer de mama tem e suas formas de prevenção, contou com, aproximadamente, 200 participantes e superou as expectativas!
De acordo com o mastologista do HA, Dr. Idam Jr., um projeto de rastreamento, para o pleno funcionamento, necessita da interligação entre comunidade e gestores, para que as barreiras possam ser identificadas e, em conjunto, superadas. “Esse é um projeto único no Brasil, que após os resultados de sucesso encontrados aqui, o HA, expandiu para outras regiões do país, beneficiado milhares de mulheres. Assim, o encontro reuniu gestores e profissionais de saúde da respectiva regional de saúde, além dos profissionais de saúde das 27 unidades fixas de prevenção da instituição”, afirmou.
O fórum buscou unir três pilares:
1) sistema de saúde (representado pela Secretaria Estadual de Saúde, coordenação do DRS V e Hospital de Amor);
2) profissionais de saúde;
3) e população (representada pelas equipes de saúde da família dos 18 municípios do DRS V).
Com isso, as estratégias de prevenção ao câncer de mama, em benefício das mulheres da região de Barretos (SP), foram reforçadas. “O rastreamento do câncer de mama é baseado em um sistema de saúde que fornece a mamografia, garante diagnóstico e tratamento em tempo oportuno. Além disso, é necessário profissionais capacitados e atualizados, bem como uma população orientada, educada e que tenha adesão ao programa de rastreamento”, explicou Dr. Idam.
Durante a programação do evento, os profissionais puderam discutir temas como: aspectos gerais sobre a realidade do câncer de mama no Brasil e na região; formas de prevenção da doença; questões técnicas do diagnóstico e tratamento das mais diversas doenças que podem acometer as mamas, inclusive o câncer; estratégias para aumento da cobertura mamográfica na região, e o diagnóstico precoce. “Cada munícipio pôde expor a sua realidade e assim, traçar um plano de individualização para cada localidade”, declarou o mastologista.
Para o médico, o maior desafio continua sendo identificar as barreiras para a realização da mamografia. “Mesmo nesse longo tempo realizando o programa de rastreamento no DRS V, ainda encontramos mulheres resistentes para a realização do exame. Deste modo, esse encontro entre gestores e profissionais de saúde da atenção básica favorece o maior conhecimento sobre a comunidade, para que novas estratégias possam ser desenhadas na finalidade de garantir que mais mulheres realizem o exame de mamografia. Com isso, aumentaremos a cobertura mamográfica na nossa região, favorecendo o diagnóstico precoce do câncer de mama”, finalizou.
Segundo a enfermeira coordenadora do Instituto de Prevenção do HA, Paula Ribeiro, o evento foi um sucesso! “Todos os profissionais participaram ativamente das discussões e se mostraram muito engajados e motivados a implementar a divulgação da prevenção em suas rotinas. Com certeza, iremos realizar outras edições, com a ampliação dos temas e das abordagens, tanto no outubro rosa quanto em outras campanhas de prevenção”, declarou.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.
Anualmente, no mês de outubro, toda a atenção se volta para a saúde da mulher, especialmente para a saúde mamária. Isso porque, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum na população feminina mundial, com cerca de 74 mil novos casos/ano e uma incidência crescente ao longo dos anos. Apesar dos números serem alarmantes, fatores associados ao não conhecimento da doença e suas formas de prevenção resultam em um diagnóstico cada vez mais tardio, em fase avançada.
Para conscientizar, educar e promover saúde não apenas às mulheres, mas a todas as pessoas, além de mudar os desfechos dos casos de câncer de mama no país, criou-se a campanha internacionalmente conhecida: ‘Outubro Rosa’. “Infelizmente, boa parte das pacientes (40%) são diagnosticadas em fase avançada da doença, o que implica em tratamentos de maior morbidade e mortalidade”, afirma o mastologista do Hospital de Amor, Dr. Idam Jr.
De acordo com o médico, o fator preponderante para transformar o câncer de mama de incurável para curável, é o diagnóstico precoce. “Isso faz com que a paciente tenha um tratamento menos complexo e mais ágil, o que favorece o retorno dela o mais rápido para as suas atividades habituais, como: trabalho, família e amigos”, explica Dr. Idam.
A eficácia da mamografia
Por meio dos exames preventivos, é possível realizar o diagnóstico da doença em uma fase assintomática, ou seja, quando a mulher não sente nenhuma alteração nas mamas. E aí vem a pergunta: qual deles é mais o eficaz?
Há muito tempo, diversos estudos vêm sendo realizados na tentativa de investigar o melhor exame para a detecção precoce do câncer de mama. Assim, a mamografia foi consagrada como o método que consegue diagnosticar este tipo de tumor em fases iniciais, permitindo maiores taxas de cura. Dados atuais mostram que, quando realizada de forma regular, a mamografia pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em até 30%.
“Para a mamografia de rastreamento, ou seja, em mulheres assintomáticas, a indicação é a partir dos 40 anos de idade. Porém, há situações em que o exame pode ser indicado antes, principalmente em mulheres com alterações genéticas que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Assim como qualquer outro exame, ela possui limitações que podem diminuir a sua eficácia na detecção do câncer de mama – seja pela qualidade do exame, seja pela experiência do médico que lauda, ou seja por fatores da própria paciente, como as que possuem mamas densas, por exemplo, em que há uma maior concentração de glândula mamária. De qualquer maneira é importante lembrar que: a mamografia não faz nenhum diagnóstico, ela seleciona as pacientes que precisam ou não de uma investigação por meio da biópsia”, alerta o mastologista.
Transformando o câncer de mama no país
Sempre conscientes de que ‘prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência – possui o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Atualmente, a instituição conta com 27 unidades fixas de prevenção e 52 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do Brasil.
Em mais de 60 anos de história, sendo mais de 30 deles dedicados a realização de um projeto incrível de rastreamento mamográfico e busca ativa (o maior da América Latina), que visam reduzir as desigualdades de acesso à saúde e salvar milhares de vidas, a instituição vem transformando a realidade do câncer de mama no país. “Somos a única instituição do Brasil que desenvolve um projeto de rastreamento com todo o seguimento horizontal, ou seja: se a paciente tem alguma alteração na mamografia, todo o processo de diagnóstico e tratamento do câncer de mama é conduzido da melhor forma dentro do próprio HA. Além disso, por meio das unidades móveis, conseguimos garantir o acesso de milhares de mulheres ao exame, o que pode mudar a vida delas. Da mesma forma, ao expandir as unidades para a região norte e nordeste do país, estamos levando a possibilidade de diagnóstico precoce para essas regiões, que apresentam números reduzidos de mamógrafos disponíveis”, conta o Dr. Idam.
A jornada da mulher na prevenção do HA
No Hospital de Amor – e em todas as suas unidades de prevenção espalhadas pelo país – não há a necessidade de pedido médico para a realização do exame de mamografia (desde que a paciente possua os critérios para a realização dele). O processo é simples:
1) A mulher faz a mamografia.
2) Caso o exame não evidencie alterações, a paciente recebe o resultado e as recomendações para a próxima realização.
Caso seja identificado alguma alteração, a paciente é convocada para retornar à unidade e prosseguir com a complementação, seja ela uma nova mamografia ou uma ultrassonografia.
3) Se confirmada a alteração, a paciente passa em consulta com o mastologista, que a orienta sobre a necessidade ou não de uma biópsia.
4) Confirmado o câncer por meio da biópsia, a paciente é orientada sobre a individualização e personalização do tratamento, pois, apesar de ter nome único “câncer de mama”, nenhum caso se comporta igual ao outro.
Nesse processo de individualização, os profissionais avaliam o estadiamento da doença (tamanho e acometimento dos linfonodos), idade da paciente, status menopausal, subtipo do câncer de mama (tumores com receptores hormonais, tumores HER2+ e triplo negativo), outras doenças da paciente e suas preferências.
5) Com isso, a equipe desenhada a estratégia do melhor tratamento, seja iniciar com a cirurgia ou, em alguns casos, com a quimioterapia.
O trabalho de rastreamento do Hospital de Amor tem início com a educação, destinada ao público feminino e aos profissionais de saúde das mais diversas cidades atendidas pela instituição. Além disso, em algumas localidades, a equipe do HA faz visita as mulheres resistentes à realização do exame, para esclarecer sobre os seus benefícios e aumentar a adesão. “Em todas as fases da jornada da mulher na prevenção, o Hospital de Amor oferece o que há de melhor e mais moderno, assegurando que, ao realizar um exame de mamografia, ela esteja com o melhor mamógrafo disponível, as técnicas de radiologia mais atualizadas e os médicos mais especializados. Todos dedicados para garantir que essa mulher tenha um diagnóstico precoce”, declara o mastologista.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.
Eles são responsáveis por tratar, analisar e estudar a mente humana, seus processos e comportamentos. Dentro de uma instituição oncológica, eles desempenham um papel fundamental junto ao paciente e seu familiar, cuidando da saúde mental de cada um, trazendo acolhimento e suporte para promover a melhora no enfrentamento da doença. Estamos falando sobre a atuação dos psicólogos!
Como neste mês celebra-se o ‘Setembro Amarelo’ – campanha de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, que surgiu com o objetivo de quebrar tabus, reduzir estigmas, estimular que as pessoas busquem e ofereçam ajuda – o Hospital de Amor ressalta a importância do acompanhamento psicológico no tratamento de câncer.
Por ano, mais de 300 crianças são diagnosticadas com câncer apenas no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP) – centro de referência no tratamento oncológico na América Latina. Foi pensando neste cenário que o diretor médico da unidade do HA, Dr. Luiz Fernando Lopes, idealizou um projeto junto ao St. Jude Children´s Research Hospital: o programa ‘Aliança Amarte’.
Para apresentar os resultados desta união científica, que há quatro anos busca as melhores estratégias para diagnóstico precoce e tratamento para pacientes infantojuvenis com câncer do mundo todo, aconteceu nos últimos dias 29 e 30 de agosto, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB – em Barretos (SP), o ‘IV Encontro Aliança Amarte’, com os representantes dos 30 centros participantes. “Nós começamos a Aliança em 2020 com 13 centros. Dois anos depois, passamos a contar com 25 centros e agora estamos finalizamos o biênio com esses mesmos 25 centros, mas já sabemos que a partir deste mês de setembro serão 33 centros começando a trabalhar junto conosco!”, afirmou o diretor.
O encontro contou com a presença de representantes do St. Jude Children’s Research Hospital – instituição localizada em Memphis (estado do Tennessee, nos Estados Unidos), referência mundial no tratamento de câncer infantojuvenil – além de profissionais de outros centros oncológicos e de pesquisa importantes do país.
De acordo com Dr. Luiz Fernando Lopes, o termo ‘Amarte’ significa: Apoio Maior, Aumentando Recursos e Treinamento Especializado. “O projeto representa a tentativa de aumentar a sobrevida de todas as crianças dos centros que estão envolvidos na Aliança, padronizando os protocolos de tratamento e diagnóstico de todas as entidades. Trata-se de um trabalho colaborativo entre vários segmentos, com profissionais de todas as áreas de saúde, que fazem reuniões para desenvolver as melhorias”, afirmou Dr. Luiz Fernando Lopes.
Para Paola Friedrich (membro do St. Jude Global), o apoio e a colaboração da instituição americana junto ao Hospital de Amor são fundamentais. “Essa colaboração é uma forma de transmitir tudo o que ensinamos e aprendemos. Podemos ler em um livro, em um artigo ou por meio de uma informação médica, mas se não conseguirmos ver na prática, se não conversamos e entendemos como tudo isso se aplica, não podemos realmente atender bem o paciente. E é isso que registramos com esse encontro, compartilhando ideias, aprendendo e ensinando para o melhor cuidado com o paciente”, declarou.
O oncologista pediátrico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Lauro Gregianin, esteve pelo segundo ano consecutivo no encontro Amarte. “Estou participando do meu segundo encontro Amarte, com a satisfação de poder dividir e compartilhar experiências com as maiores instituições em oncologia pediátrica do Brasil. Isso objetiva aumentar as chances de cura das nossas crianças com câncer”, explicou.
A estimativa é de que mais de 2 mil pacientes infantojuvenis possam receber a oportunidade de chegar a um destes centros precocemente, oferecendo exames mais sofisticados, criando registros de dados e aumentando as chances de cura.
Aliança Amarte
Dentre os pilares da ‘Aliança Amarte’, estão:
• Equalizar diagnósticos: disseminando, de forma colaborativa, as melhores práticas com base nas evidências científicas, para aprimorar a atenção em saúde de crianças e adolescentes com câncer mediante padronização de critérios diagnósticos; compartilhando tecnologias, processos, serviços e produtos que possam contribuir para a equalização do diagnóstico.
• Padronizar tratamento: ao desenvolver ações que levem inovação do modelo de gestão assistencial, visando a construção de diretrizes e protocolos clínicos baseados na melhor evidência científica disponível, aprimorando a qualidade da assistência e a segurança do paciente; além de desenvolver ações de formação, aprimoramento e capacitação de pessoal especializado na atenção pediátrica oncológica.
• Estudos epidemiológicos e de sobrevida: mantendo um banco de dados que permita o rastreamento do paciente com indicadores demográficos, de diagnóstico, estadiamento, tratamento e acompanhamento, entre outros, que possam mensurar a qualidade da assistência.
• Desenvolvimento científico e inovação: incentivando e/ou promovendo o desenvolvimento de pesquisa, visando a geração de novos conhecimentos e a transição para a assistência.
Aliança Global
Em setembro de 2021, o Hospital de Amor Infantojuvenil inaugurou um espaço exclusivo para os profissionais que atuam no centro de treinamento, ensino e pesquisa, em parceira com o Hospital St. Jude. O programa ‘Aliança Global’ é composto por sete regionais (México, América Sul, América Central, Eurásia, Oriente Médio, China e África) em prol da mesma causa: salvar vidas.
O espaço possui vários anfiteatros de diferentes tamanhos, salas para estudo, salas para reuniões (com a possibilidade de que todos visualizem as imagens obtidas nos microscópios) e salas de treinamentos – com microscopia anexada e bonecos simulando bebês e crianças em diferentes idades. O departamento também conta com uma enfermaria simulada para que enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e outros profissionais possam ser treinados com situações que possivelmente acontecerão na prática.
“O nosso centro de treinamento foi construído para se tornar um centro de excelência! Ali, a gente consegue oferecer treinamento para enfermeiros; treinamento para médicos da terapia intensiva; enfermaria simulada, onde nós temos bonecos que simulam pacientes graves; treinamento e morfologia com microscópio de 10 cabeças; e um auditório para dar ensino e capacitações”, finalizou o diretor médico da unidade infantojuvenil do HA.
Qual o valor de um abraço? Para a enfermeira Nayara Sartori, esse gesto passou a ter muito mais significado depois de ficar um bom tempo sem receber um abraço do seu avô. Após dois meses de fisioterapia, ela recebeu o tão aguardado abraço do homem que ela considera como pai. “É muito amor! Para mim, o meu avô é um pai. Ai que a gente percebe um valor de um abraço, então é muita gratidão, à Deus primeiramente e a todo o suporte que a gente tem aqui”, declara Nayara.
Senhor Edson Sartori descobriu um tumor na laringe no início de 2024, mas antes da descoberta do câncer, ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que o deixou debilitado, como conta sua esposa, Ana Sartori. “A gente sabia que ele tinha ficado com uma das cordas vocais paralisadas após o AVC, e a gente sempre achando que era isso, pois ele se engasgava muito. Foi feito uma tomografia e foi descoberto um tumor na laringe. Esse tumor estava impedindo a passagem do ar e, por isso, ele estava se engasgando bastante, não conseguia falar. Logo em seguida, ele já começou a utilizar a traqueostomia, para ajudar na passagem do ar”, conta dona Ana.
Eles haviam se mudado para Barretos (SP) para tratar o AVC e com a descoberta do tumor, foi encaminhado para o Hospital de Amor. Após todos os exames, o tratamento indicado para o caso do senhor Edson foi a cirurgia de laringectomia total, procedimento que consiste na retirada completa da laringe, incluindo as cordas vocais.
A cirurgia foi realizada em setembro de 2024, e o senhor Edson passou um período de, aproximadamente, 30 dias internado. “A última vez que eu vim aqui, ele estava internado. Por conta do meu trabalho, para eu conseguir uma folga é difícil, então agora que eu vim, fiquei admirada. Na última vez, ele nem conseguia reconhecer a gente”, conta Nayara.
Reabilitação
Após a recuperação da cirurgia e liberação médica, senhor Edson iniciou o tratamento de reabilitação, no Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “O senhor Edson para mim, foi uma verdadeira surpresa, pois ele já tinha um antecedente prévio, que foi o AVC. Além disso, na avaliação (momento em que temos o primeiro contato com o paciente), ele estava bem retraído, não conseguia criar um vínculo efetivo. Acho que em razão da cirurgia e a angústia de não conseguir se expressar através da linguagem verbal. E ele sempre estava de olhos fechados, e senti que essa atitude era como se ele não quisesse interação com o meio. Durante as sessões, conseguimos criar um vínculo, os olhares foram se abrindo cada vez mais, e os sorrisos eram cada vez mais frequentes. Após a terapia convencional (fortalecimento de membros inferiores, treino de marcha e equilíbrio), percebi que o Andago poderia ser uma excelente ferramenta para auxiliar na interação social com outras pessoas e profissionais, além de oferecer diversos benefícios para o corpo”, explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza.
Aproximadamente, dois meses realizando as sessões de fisioterapia, senhor Edson já teve grandes avanços, como ter uma firmeza maior nas pernas e dar os primeiros passos com o auxílio de um andador. “Ele deu uma melhorada boa, ele não firmava o pé no chão, ele precisava ser levantado da cama. Depois que ele começou a fazer a fisioterapia, ele foi firmando mais, andando mudando os passos, para pelo menos, se sentar em uma cadeira de roda, cadeira de banho, e hoje ele faz isso”, conta dona Ana.
“A fisioterapia foi um grande avanço, porque agora ele consegue gesticular, antes ele só falava com os olhos, não tinha expressão, acho que a atividade ajudou um pouco ele a desenvolver essa parte”, explica a neta Nayara.
E quais os próximos passos na reabilitação do senhor Edson? A fisioterapeuta Julia explica que os próximos passos são trabalhar as atividades diárias. “Os próximos passos do tratamento seria trabalhar as atividades de vida diária, como o levantar e se sentar sem apoio, treino de marcha com dispositivos de auxílio, iniciando com o andador e futuramente com a bengala de 4 pontas, com o objetivo de proporcionar o máximo de autonomia possível ao paciente”, explica a fisioterapeuta.
Andago
O Hospital de Amor possui um dos maiores parques tecnológicos do país, todo voltado para prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes, e algumas dessas tecnologias são utilizadas nas unidades de Reabilitação do HA, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO).
Um desses equipamentos é o Andago – uma tecnologia robótica usado na reabilitação de pessoas que apresentam alterações no andar (chamado de marcha) e no equilíbrio corporal, como no caso do senhor Edson.
A principal característica do Andago, é que ele é um facilitador da marcha, como diferencial de retirar 50% do peso corporal do paciente, através do seu mecanismo de suspensão, oferecendo total segurança para o paciente. Além do treinamento de marcha, o aparelho é versátil, podendo ser utilizado para outras funções, como explica o médico fisiatra do HA, Dr. Henrique Fernandes Buosi.
“A principal função do Andago é o treino de equilíbrio e marcha, mas pode ser usado para outras funções, como treinamento de autopercepção corporal (propriocepção), mobilidade dos membros inferiores e até dos membros superiores, quando é necessário trabalhar múltiplas funções simultâneas”, esclarece o médico.
O equipamento é indicado em todas as fases de reabilitação, porém é imprescindível que o usuário tenha determinado nível de controle do tronco e movimentação dos membros inferiores. A indicação do uso é dinâmica e revista constantemente em conjunto entre equipe e paciente.
“A própria patologia e os tratamentos oncológicos, podem trazer diversos impactos que alterem a função de sustentar o próprio corpo e ser capaz de equilibrar-se e trocar passos. Essas alterações podem ser oriundas de lesões neurológicas, musculares ou amputações. O Andago atua diretamente nas terapias que focam nestas alterações, e é um dos equipamentos mais usados no Centro de Reabilitação, pois permite um treino de andar seguro e com menor sobrecarga física do terapeuta”, complementa Dr. Henrique.
Além do trabalho do equilíbrio e da marcha, o Andago também ajuda que o paciente tenha uma interação social durante a terapia, pois ele não é um equipamento que fica fixo em um local, permitindo que o usuário ande no ginásio e nos corredores do Centro de Reabilitação.
Importante ressaltar que, quando o paciente não possui marcha, é utilizado outras terapias, como a convencional ou o Lokomat, tonando o aparelho e o tratamento personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. “A tecnologia robótica é uma complementação vital das terapias tradicionais, porém não a substitui. Um bom terapeuta é a chave para uma reabilitação adequada e um paciente participante e entendedor do processo, é tão importante quanto. Aliado esses fatores, certamente a qualidade de vida dos usuários serão atingidas de maneira mais assertiva. Quando se luta por uma terapia com alta tecnologia, estamos lutando para garantir que todo o processo seja mais ágil e, desta forma, mais pessoas sejam beneficiadas”, destaca o médico fisiatra.
Oferecer tratamento oncológico de qualidade e de maneira humanizada é rotina no Hospital de Amor! Para cada diagnóstico de câncer, há um protocolo diferente e personalizado de intervenção, mas em todos eles, há humanização para garantir o bem-estar do paciente. E dentre tantas possibilidades de tratamento, a quimioterapia (apesar de temida por conta de seus efeitos colaterais) ainda é um dos mais eficazes para diversos tipos de tumor.
Trata-se de um procedimento em que se utilizam medicamentos – que se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo – para destruir as células doentes que estão formando o tumor, impedindo também que se espalhem. Quando esta aplicação é intravenosa, ou seja, aplicada na veia ou por meio de cateter, ela pode causar alguns desconfortos nos pacientes que a recebem. E é aí que, mais uma vez, o HA se destaca!
Projeto inovador
Com o objetivo de minimizar os riscos de cardiotoxicidade e os efeitos colaterais induzidos pela quimioterapia, a equipe do departamento de fisioterapia da instituição, por meio do ‘Programa de Fisioterapia na Atenção ao Câncer’, desenvolveu um projeto de pesquisa inovador, que busca elaborar um plano de exercícios de baixa à média intensidade para realização durante a infusão de quimioterapia.
O estudo, idealizado pela coordenadora do departamento de fisioterapia do Hospital de Amo, Dra. Carla Elaine Laurienzo da Cunha Andrade, junto a fisioterapeuta, Simara Cristina Pereira da Silva, e a residente de fisioterapia, Brenda Taynara Macedo da Costa, foi implementado em outubro deste ano na instituição e já atendeu mais de 20 pacientes.
“Com este protocolo poderemos comprovar que a realização de exercícios físicos (de baixa à média intensidade), durante a infusão de quimioterapia, promove a melhora da funcionalidade, fadiga, neuropatia e, principalmente, o bem-estar dos pacientes do estudo, quando comparados aos pacientes que não realizam nenhuma atividade física durante o momento da infusão”, explica Dra. Carla.
Neste primeiro momento, o estudo está sendo realizado em mulheres com diagnóstico de câncer de mama, que tenham entre 18 e 60 anos e aceitem participar do protocolo. Porém, a prática de aliar quimioterapia a exercício físico é indicada para todos os tipos de câncer, podendo beneficiar todos os pacientes do HA que passam por tratamento quimioterápico.
“Há evidências na literatura que indicam que o exercício realizado durante a infusão de quimioterapia, promove aumento da perfusão que pode melhorar a administração do medicamento e atenuar alguns efeitos colaterais dele. Então, além dos benefícios relacionados a própria quimioterapia, o projeto poderá influenciar também no hábito da prática de atividade física, promovendo uma maior adesão e entendimento para os pacientes sobre a importância de se manterem ativos durante o tratamento oncológico e as vantagens dos exercícios para sua saúde física e emocional”, afirma a coordenadora.
Como funciona?
A paciente que se encaixa em todos os requisitos exigidos pelo estudo e aceita participar do projeto, é direcionada para o Centro Infusional do HA, em Barretos (SP), nas salas comuns de infusão. Durante a sessão de quimioterapia, uma fisioterapeuta com especialização em oncologia leva o ‘kit de exercícios’, inclusive uma minibicicleta ergométrica e um fone de ouvido, e inicia as atividades. “Para a realização dos exercícios, a paciente escolhe a playlist que desejam ouvir durante o procedimento e escuta a seleção de músicas em fones de ouvido. Além da humanização, esse tipo de intervenção também é uma forma de diminuir o tédio durante as horas de infusão em que as pacientes ficam nas poltronas, tornando este momento um pouco mais leve na jornada do seu tratamento”, declarou Dra. Carla.
A paciente Fernanda Barbosa, de 43 anos, consegue identificar todos esses benefícios! Em tratamento no HA contra um câncer de mama, a mineira de Araxá, que sempre praticou atividades físicas e necessitou parar por conta dos efeitos colaterais decorrentes dos procedimentos, sentiu diferença pós receber a quimioterapia associada aos exercícios. “Em poucos minutos realizando as atividades, senti que minha ansiedade foi embora, eu fiquei muito mais disposta e a tremedeira melhorou. Vale muito a pena”, conta.
De acordo com a coordenadora do departamento de fisioterapia do HA, ainda são poucas as instituições oncológicas do país que realizam este tipo procedimento. “Estudos nessa área também são escassos, ou seja, o Hospital de Amor está sendo pioneiro e inovador!”, finalizou.
“Aqui se vive exclusivamente do amor”. Este é o sentimento do Carlos Eduardo Lima Ferraz, paciente do Hospital de Amor, ao falar de sua história com o câncer de próstata. Mesmo em tratamento, o senhor Carlos entende a importância da prevenção da doença e faz questão de ressaltar o sentimento de gratidão com o HA. O mesmo sentimento de gratidão o fez entender que, a corrida contra o tempo, inclui a corrida para se prevenir.
Números do câncer de próstata
71.730: este é o número de casos de câncer de próstata no Brasil, em 2023. A taxa estimada de incidência é de 47 casos para cada 100 mil homens, somente no estado de São Paulo.
Ele é o tumor sólido mais comum entre os homens maiores de 50 anos. No geral, estima-se que para cada 8 homens, 1 deles terá a doença durante a sua vida. No entanto, a taxa de mortalidade pela doença é baixa, cerca de 1 óbito para cada 41 casos diagnosticados.
Segundo a GLOBOCAN 2022: (Base de dados da Web IARC / WHO – Agência Internacional para Pesquisa em Câncer /Organização Mundial de Saúde, que engloba mais de 185 países no mundo), a incidência do câncer de próstata ficou em 4º lugar no ranking mundial, com 1.467.854 casos. Enquanto a taxa de mortalidade geral ficou em 8º lugar, com 397.430 mil mortes relacionadas a doença, somente para o ano de 2022.
A próstata
A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
Sintomas
O câncer de próstata, especialmente em estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. Quando os sintomas aparecem, eles geralmente estão relacionados ao impacto deste tipo de tumor e nas estruturas próximas. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
1. Dificuldade para urinar
A necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite.
Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga.
Jato de urina fraco ou interrompido.
Dor ou ardência ao urinar.
2. Sangue na urina ou no sêmen
Pode haver sangue visível na urina (hematúria) ou no sêmen.
3. Dor na região pélvica ou lombar
Dor persistente nas costas, quadris ou pelve pode ser um sinal de que o câncer se espalhou para ossos próximos.
4. Disfunção erétil
Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ocorrer devido à presença do câncer ou ao tratamento (como a remoção da próstata).
5. Dor ao ejacular
Dor ou desconforto durante a ejaculação pode ser um sintoma relacionado ao câncer de próstata.
6. Perda de peso inexplicada e cansaço
Em estágios mais avançados, o câncer pode causar perda de peso sem explicação aparente, além de fadiga e cansaço excessivo.
7. Dor óssea
Se o câncer se espalhar para os ossos, pode causar dor óssea, principalmente nas costas, quadris ou coxas.
O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens de pele negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
“O sangue é insubstituível”, foi com esta frase que a enfermeira Lívia Oliveira, responsável pelo hemonúcleo do Hospital de Amor, em Barretos (SP), chamou a atenção dos voluntários que contribuem para a captação de sangue. Segundo o Ministério da Saúde, menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente.
Para agradecer e prestar contas dos números de doações, a equipe do hemonúcleo do HA realizou o ‘1º Encontro de Captadores de Doação de Sangue’, no dia 2 de novembro. Foi um momento de descontração e de muitos agradecimentos.
Se para cada mil brasileiros, apenas 14 são doadores, dona Luiza Ferreira, professora aposentada, de 77 anos, se destaca pelo seu empenho em conseguir voluntários para doar sangue. Ela e seus amigos viajam 109 km de Ituverava (SP) até Barretos, três vezes por ano. “A importância de conseguir mais doadores de sangue é poder estar ajudando a salvar vidas, pois uma bolsa, segundo os especialistas, salva até 4 vidas. Deus primeiro e amor ao próximo, sempre”, explica a doadora.
De acordo com a coordenadora de captação de doadores de sangue do hemonúcleo do HA, Ana Paula Borges, o intuito do evento foi mostrar aos coordenadores o quanto as campanhas são importantes e, por meio deles, quantas vidas podem ser salvas. A ação contou com voluntários de várias cidades da região, como as mineiras: Planura e Frutal, e outras do estado de São Paulo, como Guaíra, Taquaritinga, Igarapava, Ituverava, entre outras. A turma de 60 pessoas também visitou a unidade infantojuvenil do HA, onde ficaram encantados com a estrutura e o trabalho realizado pela equipe do Hospital de Amor.
Já a voluntária barretense, Ana Cláudia de Souza, 49 anos, que coordena o Grupo da Saúde da Igreja Universal de Barretos, atua na captação de doadores de sangue desde 2017. “É um prazer estar aqui, fiquei muito feliz de ter sido convidada para este evento. Percebo que em todas as campanhas que a gente agenda, tem gente que tem muito medo de doar, pois muitos acabam acreditando em ‘fake news’, então a minha missão é conscientizá-los sobre a importância da doação e que é indolor. Me senti muito valorizada hoje”, fala Ana com um belo sorriso no rosto.
O dia ficou mais divertido com a participação especial do grupo dos ‘Palhaços da Alegria’ do Instituto Sociocultural, que cantaram uma paródia relacionada à importância da doação de sangue, bem como conversaram com o público e entreteram a todos. Para finalizar este dia especial, Lívia Machado, de 38 anos, mãe da pequena paciente Alice, que realiza tratamento de síndrome mielodisplásica (grupo de doenças que se caracteriza pela produção de células sanguíneas anormais na medula óssea) no HA desde 2021, de São Bernardo do Campo (SP), doou a medula para sua filha realizar transplante e após isso passou a doar sangue assiduamente. Ela falou sobre a sua experiência como mãe de uma paciente no HA para os voluntários.
“Eu não tenho nem como dizer o tamanho da importância da doação de sangue, porque minha filha passou pelo transplante de medula óssea e no pós-transplante eles precisam muito, principalmente plaquetas. Acho que é muito importante esta prestação de contas que houve hoje, porque ao mostrar os números das doações e demandas, acaba incentivando outras pessoas”, relata Lívia.
Para doar sangue, os voluntários precisam ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg, estar bem de saúde e ir ao hemonúcleo mais próximo de casa. Um gesto simples que pode mudar a histórias de muitas vidas!
No caminho havia rios, estradas de chão e uma floresta que deixa qualquer um perplexo pela sua imensidão e importância. Foram esses os caminhos que a segunda edição da “Expedição HA Amazônia” percorreu para levar prevenção do câncer de pele, colo do útero e próstata, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas da região amazônica.
O trabalho de prevenção do Hospital de Amor começou há cerca de 30 anos e, a cada ano, vem reforçando o compromisso de cuidar e proporcionar atendimento humanizado e de qualidade à população, com atendimento 100% gratuito, via SUS.
Prevenção salva vidas! Mesmo com todas as dificuldades de logística, pelo segundo ano consecutivo, o HA, levou prevenção para 15 cidades, seis distritos e uma aldeia indígena, dos estados do Amazonas e Pará. Foram 46 dias de muito trabalho e 8.560 km rodados para a realização de 612 Papanicolauos, 490 PSA, 621 avaliações de pele e 57 cirurgias de pele para a retirada de lesões de câncer de pele não melanoma. Neste ano, o projeto contou com patrocínio exclusivo do grupo varejista Gazin.
O Brasil, segundo o INCA, até 2025, deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer ao ano, sendo o mais incidente, o câncer de pele não melanoma, com estimativa de mais de 220 mil novos casos. A região norte, possui o segundo maior índice de casos de câncer de colo do útero, sendo 20,48 a cada 100 mil mulheres, e o quinto maior índice em câncer de próstata, sendo 28,40 a cada 100 mil homens.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do município de Óbidos (PA), que recebeu a “Expedição HA Amazônia” neste ano, foram realizados mais de 1.000 coletas de Papanicolaous, entre janeiro e setembro de 2024, em que cerda de 74 coletas tiveram alteração, sendo 14 diagnosticadas como câncer, principalmente em mulheres com menos de 30 anos.
“O que mais nos espanta, é que estamos encontrando lesões de alto grau em mulheres com menos de 30 anos, o que não é a realidade, não é o que o Ministério da Saúde propõe. Nós temos, inclusive, mulheres com menos de 25 anos com lesão de alto grau, então realmente é uma necessidade, e a carreta do Hospital de Amor vem somar forças ao que o município já faz na tentativa na detecção precoce, para que a gente tente melhorar a expectativa e qualidade de vida da mulher, não só da mulher, mas do homem, e na população como um todo”, destaca a enfermeira e responsável pelo Departamento de Atenção Primária à Saúde do município, Herbene Belicha.
Um outro dado preocupante, é em relação ao câncer de pele não melanoma. A maior parte da região amazônica e dos municípios em que a “Expedição HA Amazônia” realizou os atendimentos, tem como sua principal fonte de trabalho a pesca e a lavoura.
A região norte do Brasil é considerada uma das mais quentes e a população que trabalha ao ar livre precisa buscar horários alternativos, como explica a trabalhadora rural e residente do município de Oriximiná (PA), Noeme Macaxeira de Moura. “A maioria das vezes, a gente não usa protetor solar, veste uma camisa e calça comprida, coloca um chapéu na cabeça, e mantém o controle. Entra cedo no trabalho, quando é 10h30 saí, e volta às 14h30, é a gente mesmo que tem que estabelecer um horário, para que a gente não fique muito exposto ao sol muito forte. Para nós foi maravilhoso a carreta da Expedição estar aqui em Oriximiná (PA), porque o atendimento foi muito bom, e vai poder beneficiar muitas pessoas com essa ação”, destaca Noeme.
Isaías Alves da Chagas, trabalhador rural no município de Alenquer (PA), nunca tinha realizado uma consulta preventiva de câncer de pele. “Eu nunca fiz um exame de prevenção de câncer de pele. Apareceu um sinal no meu rosto, e eu aproveitei a vinda da carreta para poder ver”, conta.
O município de Santarém (PA), foi uma das cidades onde se teve o maior índice de lesões cancerígenas de pele. Foram retiradas 25 lesões de câncer de pele não melanoma, e isso faz um alerta em relação aos cuidados e prevenção da doença. “Aqui na nossa cidade, é um lugar muito quente, o sol maltrata muito a pele, e durante os atendimentos foi perceptível a quantidade de pacientes com lesões de pele na nossa região. Então, isso abre essa necessidade, a gente não tem especialista oncológico na área. Nós somos limitados, não sei se é devido estar na Amazônia, então quando nós temos a carreta de Barretos (SP) aqui, nós só temos a agradecer. Obrigada por virem até Santarém (PA), oferecer a nossa população um tratamento digno, que quem só sabe, é quem vive em um lugar que tem as suas limitações”, declara Narjara Dantas de Oliveira, psicóloga e coordenadora voluntária do HA, em Santarém (PA).
Durante a “Expedição HA Amazônia”, foi possível notar as dificuldades em que a população encontra em relação ao atendimento de algumas especialidades. Em alguns municípios, a população não consegue consultas com dermatologistas e ginecologistas, por exemplo, precisando se deslocar até outro centro para poder passar pelos especialistas, como conta Gladiana Lira Seixas, profissional autônoma, residente na cidade de Óbidos (PA). “A gente tem em outra cidade, se der exame alterado, nós temos que pegar um barco, e ir para outra cidade, como Santarém (PA). Às vezes vem ginecologista particular ou pelo SUS, mas, é mais em outra cidade, a gente precisa se locomover para ser atendida e para procurar outros recursos, porque aqui, ainda a gente não disponibiliza disso. Foi uma oportunidade muito boa a vinda da carreta, por ser de um hospital bem conhecido, a gente agradece muito, porque existem pessoas que se preocupam com à saúde da população e com a gente que é mais carente”, afirma Gladiana.
O médico do Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira, que esteve também na primeira “Expedição HA Amazônia”, contou suas impressões sobre a dificuldade do acesso à saúde nos munícipios por onde o projeto passou. “Não só a parte de prevenção oncológica. Essa primeira impressão que a gente teve, é muito carente, não só em oncologia, mas todo o sistema de saúde. Então, a população tem um déficit de assistência à saúde. São cidades de difícil acesso, então chegar em um centro maior, o acesso é muito difícil, e nas capitais, a assistência ainda é insuficientes”, destaca o médico.
Durante a Expedição, os profissionais conhecem muitas pessoas, muitas histórias, e o que mais marcou para a enfermeira do HA, Amanda Queiroz de Paula, foram mulheres mais velhas que nunca haviam realizado o exame de preventivo. “Durante a Expedição temos contato com várias pessoas, principalmente mulheres. No meu caso, que realizo o exame de Papanicolaou, uma das coisas que mais me marcou foi que muitas mulheres bem mais velhas, nunca tinham colhido o preventivo, elas nunca tiveram acesso à essa prevenção na vida, e com a carreta tiveram essa oportunidade”, comenta Amanda.
Fernanda Arraes, psicóloga e madrinha da campanha “Passos Que Salvam” em Alenquer (PA), falou da importância da carreta da “Expedição HA Amazônia”, no município. “Para nós, que estamos muito distantes da realidade lá do Sul, do Sudeste e Centro Oeste, é muito importante; Infelizmente, não foi possível realizar o exame de mamografia devido à logística, porque as pessoas que não conhecem a Amazônia de fato, não tem noção de como é chegar aqui. Nós não temos médicos especialistas, quando você quer fazer algo com especialista, você tem que ir para outra cidade, então a carreta vir para o nosso município é de suma importância, para aquele cidadão que não tem acesso nenhum, não tem conhecimento nenhum, não consegue nem chegar até Santarém (PA), que é a cidade mais próxima”, destaca.
As cidades que receberam a carreta da “Expedição HA Amazônia”, em sua maioria, possuem estradas de chão, como uma boa parte da BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, são margeadas por rios, como o Madeira, Tapajós e Amazonas, e o acesso se torna um desafio, principalmente porque os meios de locomoção mais viáveis são aquáticos, como balsas e barcos.
Só na Rodovia Transamazônica, de Humaitá (PA) até Altamira (PA), foram percorridos 1.534 km de estrada de chão. Em um dos trechos, a equipe da “Expedição HA Amazônia” enfrentou mais de nove horas de balsa, para poder chegar no município de Oriximiná (PA), e não é qualquer balsa que carrega uma carreta de 25 toneladas. “Não são todas as balsas que comportam a carreta, e não são todos os dias que têm balsas que conseguem transportar essa carreta. Então, a gente tem que saber o dia e a hora exata que essa balsa vai sair, se essa balsa comporta a carreta, então tudo isso, a gente tem que trabalhar muito tempo antes, porque, nesse caso especificamente, no transporte fluvial, a gente não pode errar”, explica Charles Gallindo, analista de captação de recursos do HA.
A segunda edição da “Expedição HA Amazônia”, além de atender mais três municípios, que não estavam no cronograma do ano passado (2023), também realizou os atendimentos na Aldeia Indígena Tenharim Marmelos (AM). “Este ano nós tivemos o atendimento na tribo indígena, foi bem interessante conhecer o sistema de saúde deles, a equipe de saúde que mora na aldeia. Conseguimos fazer exames de prevenção, onde tivemos total acesso. Conseguimos encontrar e retirar lesões de pele cancerígenas nos índios”, comenta Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira.
Cíntia C. de Souza Ribeiro Teixeira, técnica de enfermagem do HA que trabalha há 10 anos viajando com a carreta de prevenção, teve pela primeira vez a experiência de realizar o atendimento na aldeia indígena. “Eu achava que íamos encontrar pessoas bravas, difíceis de lidar, mas fomos super bem recepcionados, cantaram para gente, nos receberam super bem. Pudemos conhecer um pouco da cultura deles e, o mais importante, conseguimos realizar todos os atendimentos.”
Há 30 anos, quando se iniciaram os primeiros trabalhos de prevenção Hospital de Amor, havia um propósito: salvar vidas! E esse propósito continua enraizado, cada vez mais, na instituição. “O sentimento é de dever cumprido, porque realmente nós estamos cumprindo o nosso propósito de levar a prevenção do câncer para as pessoas que mais necessitam”, destaca o analista de captação de recursos do HA.
“Enquanto prevenção, infelizmente o município de Oriximiná (PA) não conta com esse serviço de prevenção do câncer. Quando a gente descobre, infelizmente é quando a doença já está avançada, como foi no meu caso, que descobri um câncer de intestino. A gente achou muito importante a vinda da carreta da prevenção, por isso que entramos de cabeça nesse projeto, justamente por entender que a prevenção é muito importante, coisa que infelizmente a gente não tem na região”, comenta o professor Miguel Ângelo de Oliveira Campos.
“Para nós é muito gratificante poder prestar uma assistência médica de qualidade para uma população que não tem acesso ao sistema de saúde, pacientes que estão há anos esperando pequenos procedimentos, às vezes, procedimentos simples e não conseguem entrar no sistema de saúde”, ressalta o médico do Instituto de Prevenção do HA.
Prevenção salva vidas e a missão do Hospital de Amor é expandir cada vez mais esse acesso à saúde de qualidade para todos os cantos do Brasil, para as populações mais carentes e afastadas dos grandes centros.
Laços são vínculos que unem pessoas e representam conexões emocionais. Laços sanguíneos, laços familiares e laços de amizade sustentam Wéllida Sodré Barros e Renata Sodré Ximenes, mãe e filha, pacientes do Hospital de Amor Amazônia. Wéllida foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017, aos 49 anos, e, após seis anos, está realizando o tratamento novamente. Renata foi diagnosticada em 2023, aos 26 anos. Mãe e filha enfrentam juntas os desafios do tratamento oncológico.
O diagnóstico de câncer na família de Wéllida e Renata começou há cerca de 30 anos, quando a mãe de Wéllida teve um tumor na mama. “Eu perdi a minha mãe para essa doença há 30 anos. Ela tinha 48 anos quando faleceu. Foi na mama esquerda e, naquela época, não havia como tratar. Nenhum hospital aqui tinha. Fomos para fora”, relata a paciente.
Primeiro diagnóstico
Em 2017, Wéllida foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda. A descoberta do nódulo ocorreu por meio de um exame de mamografia que ela fez na Carreta de Prevenção do HA, que estava em Porto Velho (RO). “Eu sempre fazia exames regulares e já tinha feito naquele ano. Minha irmã chegou em casa e disse que a carreta do Hospital de Amor estava no nosso bairro e a Renata insistiu para que eu fosse fazer o exame novamente. Eu falei que não tinha necessidade, mas ela insistiu e eu fui”, conta Wéllida.
Após 45 dias, o resultado da mamografia saiu: havia um nódulo na mama esquerda. Wéllida foi encaminhada para o Hospital de Amor Amazônia, em Porto Velho (RO), onde foi realizada a biópsia. “Wéllida teve o diagnóstico aos 49 anos. Inicialmente, era uma doença in situ, que foi descoberta pela mamografia de rastreio. É uma lesão que não se palpa, não se vê a olho nu e nem no ultrassom, somente na mamografia”, explica a coordenadora do departamento de mastologia do HA Amazônia, Dra. Betânia Mota de Brito.
“Receber o primeiro diagnóstico foi horrível. Eu vi todo o sofrimento da minha mãe; ela lutou, mas não conseguiu. Quando a médica falou, eu chorei muito, gritava, me desesperei. Foi a pior notícia que recebi na minha vida, depois da morte da minha mãe. A gente pensa que está sentenciada à morte. Foi muito difícil! O que me ajudou foi Deus; você tem que ter Deus e depois a minha família”, declara Wéllida.
Após realizar a quadrantectomia da mama esquerda, Wéllida optou pela retirada completa da mama, uma mastectomia com reconstrução com prótese de silicone. “Fiz dois quadrantes e, na terceira, a médica me deu duas opções: realizar um terceiro quadrante ou retirar a mama. Eu disse que queria retirar a mama, porque no fundo queria ficar boa”, conta Wéllida.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso…”
Após seis anos do diagnóstico de sua mãe, Renata descobriu um nódulo na mama aos 26 anos. “Estava tomando banho e, ao levantar o braço, acabei sentindo um caroço na mama. Achei estranho e chamei a mamãe para dar uma olhada também. Então, conversamos com a médica e ela já pediu um ultrassom”, conta Renata.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso; meu mundo caiu, desabou. Eu estava em casa quando ela chegou e disse: ‘Mãe, e se der positivo? O que a senhora acha que vai dar?’. Eu respondi que achava que não ia dar nada, mas se desse positivo, a gente trataria, mas isso com o coração. Foi quando ela olhou para mim e disse que o resultado tinha dado positivo”, declara Wéllida.
Renata foi encaminhada para o HA Amazônia em dezembro de 2023. A doença já estava localmente avançada, com um nódulo na mama esquerda maior do que cinco centímetros e comprometendo a axila. “O HA Amazônia significa a minha cura! Foi aqui que consegui todo meu tratamento, com profissionais capacitados, todos os médicos, meu mastologista, oncologista, fisioterapeuta, nutricionista; graças a Deus e a esses profissionais”, conta Renata.
O tratamento de Renata foi diferente do de sua mãe. Wéllida fez a cirurgia e não precisou passar por quimioterapia nem radioterapia. “Quando o médico analisou clinicamente, tocou na axila, fez todos os exames, ele disse que eu precisaria fazer quimioterapia, porque os linfonodos estavam comprometidos. Nesse momento, meu mundo acabou; eu chorei muito. A primeira coisa que perguntei foi: ‘Vou ficar careca?’. Eu pensava na careca, no meu visual; isso me preocupava, porque na minha cabeça eu faria a cirurgia igual a minha mãe e estaria livre”, conta Renata.
Renata teve uma boa resposta à lesão com a quimioterapia. Ela foi submetida à mastectomia poupadora de pele, reconstrução com prótese e esvaziamento da axila.
“Eu e você, você e eu”
Wéllida teve seu segundo diagnóstico de câncer de mama em meados de outubro de 2023. Antes de Renata ser diagnosticada, ela já estava investigando um nódulo que havia aparecido sete anos após sua cirurgia da mama esquerda.
“Em 2023, Wéllida apresentou alteração na mamografia. Foram encontrados 11 nódulos na mama direita e foi realizada a biópsia, resultando em uma doença invasiva mais agressiva, já com comprometimento da axila do lado direito. Então, foi proposto que ela iniciasse o tratamento com quimioterapia”, explica Dra. Betânia.
Uma ajuda à outra, uma dá força para a outra, uma cuida da outra!
“Eu fiquei muito mal na primeira quimioterapia; vomitei muito e vim para o CIA (Centro de Intercorrência Ambulatorial). Todo o meu processo foi antes do da minha mãe. Eu tentava não demonstrar que estava doendo, tentava não mostrar que meu corpo não conseguia reagir. Não foi um processo fácil pensar que minha mãe passaria por tudo, que ela estaria daquele jeito daqui a um tempo”, declara Renata.
“Você quer a dor do seu filho para você. Então, para mim, é muito difícil o tratamento por esse lado. Como o nódulo dela estava grande e pela idade, os médicos adiantaram o tratamento dela dois meses e meio em relação ao meu. Então, tudo o que ela passou, eu já sabia que iria passar. Eu pude cuidar dela nas quimioterapias; acompanhei durante os exames e nas consultas. Quando chegou a minha vez de iniciar o tratamento, ela cuidou de mim. Teve um dia em que ela falou: ‘Xuxu, eu e você, você e eu’. Então, a gente vai se cuidando, trocando experiências, vendo o que pode ser melhor”, relata Wéllida.
Câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres.
Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o de maior incidência no Brasil, em todos os estados. É uma doença rara em mulheres jovens; segundo o INCA, ocorre com maior incidência a partir dos 50 anos.
No caso de Wéllida e Renata, o diagnóstico de câncer de mama provavelmente teve influência genética, por conta do histórico familiar, como explica Dra. Betânia. “Muito provavelmente, houve alguma influência genética, talvez de algum gene que desconhecemos. Isso ocorre raramente, com uma história familiar importante e teste genético negativo. Acredito que ainda faltam estudos para que possamos descobrir quais outros genes estão envolvidos no surgimento do câncer de mama, mas acreditamos que há uma herança familiar”, esclarece a médica.
E como prevenir o câncer de mama?
Alimentação saudável, prática de atividade física, controle do peso, evitar o consumo de bebida alcoólica, não fumar e ter hábitos mais saudáveis podem ajudar na prevenção da doença.
Outro ponto importante a destacar na prevenção do câncer de mama é o exame de rastreio, como explica Dra. Betânia: “A mamografia é comprovadamente um exame que reduz a mortalidade por câncer de mama; é o único exame classificado dessa forma. Portanto, a mamografia está indicada para pacientes acima de 40 anos, independentemente de sentirem algo nas mamas ou não; é de extrema importância fazer o exame de rastreio.”
Visando aumentar o número do diagnóstico precoce do câncer de mama, o Hospital de Amor e o Departamento Regional de Saúde (DRS V) – responsáveis por coordenar as atividades da Secretaria de Saúde no âmbito regional – se uniram, no dia 8 de outubro, para promover o “I Fórum Outubro Rosa DRS V”. O evento, que teve como objetivo capacitar e atualizar os profissionais de saúde dos 18 municípios da regional de saúde de Barretos (SP), alertando sobre o impacto em saúde pública que o câncer de mama tem e suas formas de prevenção, contou com, aproximadamente, 200 participantes e superou as expectativas!
De acordo com o mastologista do HA, Dr. Idam Jr., um projeto de rastreamento, para o pleno funcionamento, necessita da interligação entre comunidade e gestores, para que as barreiras possam ser identificadas e, em conjunto, superadas. “Esse é um projeto único no Brasil, que após os resultados de sucesso encontrados aqui, o HA, expandiu para outras regiões do país, beneficiado milhares de mulheres. Assim, o encontro reuniu gestores e profissionais de saúde da respectiva regional de saúde, além dos profissionais de saúde das 27 unidades fixas de prevenção da instituição”, afirmou.
O fórum buscou unir três pilares:
1) sistema de saúde (representado pela Secretaria Estadual de Saúde, coordenação do DRS V e Hospital de Amor);
2) profissionais de saúde;
3) e população (representada pelas equipes de saúde da família dos 18 municípios do DRS V).
Com isso, as estratégias de prevenção ao câncer de mama, em benefício das mulheres da região de Barretos (SP), foram reforçadas. “O rastreamento do câncer de mama é baseado em um sistema de saúde que fornece a mamografia, garante diagnóstico e tratamento em tempo oportuno. Além disso, é necessário profissionais capacitados e atualizados, bem como uma população orientada, educada e que tenha adesão ao programa de rastreamento”, explicou Dr. Idam.
Durante a programação do evento, os profissionais puderam discutir temas como: aspectos gerais sobre a realidade do câncer de mama no Brasil e na região; formas de prevenção da doença; questões técnicas do diagnóstico e tratamento das mais diversas doenças que podem acometer as mamas, inclusive o câncer; estratégias para aumento da cobertura mamográfica na região, e o diagnóstico precoce. “Cada munícipio pôde expor a sua realidade e assim, traçar um plano de individualização para cada localidade”, declarou o mastologista.
Para o médico, o maior desafio continua sendo identificar as barreiras para a realização da mamografia. “Mesmo nesse longo tempo realizando o programa de rastreamento no DRS V, ainda encontramos mulheres resistentes para a realização do exame. Deste modo, esse encontro entre gestores e profissionais de saúde da atenção básica favorece o maior conhecimento sobre a comunidade, para que novas estratégias possam ser desenhadas na finalidade de garantir que mais mulheres realizem o exame de mamografia. Com isso, aumentaremos a cobertura mamográfica na nossa região, favorecendo o diagnóstico precoce do câncer de mama”, finalizou.
Segundo a enfermeira coordenadora do Instituto de Prevenção do HA, Paula Ribeiro, o evento foi um sucesso! “Todos os profissionais participaram ativamente das discussões e se mostraram muito engajados e motivados a implementar a divulgação da prevenção em suas rotinas. Com certeza, iremos realizar outras edições, com a ampliação dos temas e das abordagens, tanto no outubro rosa quanto em outras campanhas de prevenção”, declarou.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.
Anualmente, no mês de outubro, toda a atenção se volta para a saúde da mulher, especialmente para a saúde mamária. Isso porque, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum na população feminina mundial, com cerca de 74 mil novos casos/ano e uma incidência crescente ao longo dos anos. Apesar dos números serem alarmantes, fatores associados ao não conhecimento da doença e suas formas de prevenção resultam em um diagnóstico cada vez mais tardio, em fase avançada.
Para conscientizar, educar e promover saúde não apenas às mulheres, mas a todas as pessoas, além de mudar os desfechos dos casos de câncer de mama no país, criou-se a campanha internacionalmente conhecida: ‘Outubro Rosa’. “Infelizmente, boa parte das pacientes (40%) são diagnosticadas em fase avançada da doença, o que implica em tratamentos de maior morbidade e mortalidade”, afirma o mastologista do Hospital de Amor, Dr. Idam Jr.
De acordo com o médico, o fator preponderante para transformar o câncer de mama de incurável para curável, é o diagnóstico precoce. “Isso faz com que a paciente tenha um tratamento menos complexo e mais ágil, o que favorece o retorno dela o mais rápido para as suas atividades habituais, como: trabalho, família e amigos”, explica Dr. Idam.
A eficácia da mamografia
Por meio dos exames preventivos, é possível realizar o diagnóstico da doença em uma fase assintomática, ou seja, quando a mulher não sente nenhuma alteração nas mamas. E aí vem a pergunta: qual deles é mais o eficaz?
Há muito tempo, diversos estudos vêm sendo realizados na tentativa de investigar o melhor exame para a detecção precoce do câncer de mama. Assim, a mamografia foi consagrada como o método que consegue diagnosticar este tipo de tumor em fases iniciais, permitindo maiores taxas de cura. Dados atuais mostram que, quando realizada de forma regular, a mamografia pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em até 30%.
“Para a mamografia de rastreamento, ou seja, em mulheres assintomáticas, a indicação é a partir dos 40 anos de idade. Porém, há situações em que o exame pode ser indicado antes, principalmente em mulheres com alterações genéticas que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Assim como qualquer outro exame, ela possui limitações que podem diminuir a sua eficácia na detecção do câncer de mama – seja pela qualidade do exame, seja pela experiência do médico que lauda, ou seja por fatores da própria paciente, como as que possuem mamas densas, por exemplo, em que há uma maior concentração de glândula mamária. De qualquer maneira é importante lembrar que: a mamografia não faz nenhum diagnóstico, ela seleciona as pacientes que precisam ou não de uma investigação por meio da biópsia”, alerta o mastologista.
Transformando o câncer de mama no país
Sempre conscientes de que ‘prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência – possui o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Atualmente, a instituição conta com 27 unidades fixas de prevenção e 52 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do Brasil.
Em mais de 60 anos de história, sendo mais de 30 deles dedicados a realização de um projeto incrível de rastreamento mamográfico e busca ativa (o maior da América Latina), que visam reduzir as desigualdades de acesso à saúde e salvar milhares de vidas, a instituição vem transformando a realidade do câncer de mama no país. “Somos a única instituição do Brasil que desenvolve um projeto de rastreamento com todo o seguimento horizontal, ou seja: se a paciente tem alguma alteração na mamografia, todo o processo de diagnóstico e tratamento do câncer de mama é conduzido da melhor forma dentro do próprio HA. Além disso, por meio das unidades móveis, conseguimos garantir o acesso de milhares de mulheres ao exame, o que pode mudar a vida delas. Da mesma forma, ao expandir as unidades para a região norte e nordeste do país, estamos levando a possibilidade de diagnóstico precoce para essas regiões, que apresentam números reduzidos de mamógrafos disponíveis”, conta o Dr. Idam.
A jornada da mulher na prevenção do HA
No Hospital de Amor – e em todas as suas unidades de prevenção espalhadas pelo país – não há a necessidade de pedido médico para a realização do exame de mamografia (desde que a paciente possua os critérios para a realização dele). O processo é simples:
1) A mulher faz a mamografia.
2) Caso o exame não evidencie alterações, a paciente recebe o resultado e as recomendações para a próxima realização.
Caso seja identificado alguma alteração, a paciente é convocada para retornar à unidade e prosseguir com a complementação, seja ela uma nova mamografia ou uma ultrassonografia.
3) Se confirmada a alteração, a paciente passa em consulta com o mastologista, que a orienta sobre a necessidade ou não de uma biópsia.
4) Confirmado o câncer por meio da biópsia, a paciente é orientada sobre a individualização e personalização do tratamento, pois, apesar de ter nome único “câncer de mama”, nenhum caso se comporta igual ao outro.
Nesse processo de individualização, os profissionais avaliam o estadiamento da doença (tamanho e acometimento dos linfonodos), idade da paciente, status menopausal, subtipo do câncer de mama (tumores com receptores hormonais, tumores HER2+ e triplo negativo), outras doenças da paciente e suas preferências.
5) Com isso, a equipe desenhada a estratégia do melhor tratamento, seja iniciar com a cirurgia ou, em alguns casos, com a quimioterapia.
O trabalho de rastreamento do Hospital de Amor tem início com a educação, destinada ao público feminino e aos profissionais de saúde das mais diversas cidades atendidas pela instituição. Além disso, em algumas localidades, a equipe do HA faz visita as mulheres resistentes à realização do exame, para esclarecer sobre os seus benefícios e aumentar a adesão. “Em todas as fases da jornada da mulher na prevenção, o Hospital de Amor oferece o que há de melhor e mais moderno, assegurando que, ao realizar um exame de mamografia, ela esteja com o melhor mamógrafo disponível, as técnicas de radiologia mais atualizadas e os médicos mais especializados. Todos dedicados para garantir que essa mulher tenha um diagnóstico precoce”, declara o mastologista.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.
Eles são responsáveis por tratar, analisar e estudar a mente humana, seus processos e comportamentos. Dentro de uma instituição oncológica, eles desempenham um papel fundamental junto ao paciente e seu familiar, cuidando da saúde mental de cada um, trazendo acolhimento e suporte para promover a melhora no enfrentamento da doença. Estamos falando sobre a atuação dos psicólogos!
Como neste mês celebra-se o ‘Setembro Amarelo’ – campanha de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, que surgiu com o objetivo de quebrar tabus, reduzir estigmas, estimular que as pessoas busquem e ofereçam ajuda – o Hospital de Amor ressalta a importância do acompanhamento psicológico no tratamento de câncer.
Por ano, mais de 300 crianças são diagnosticadas com câncer apenas no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP) – centro de referência no tratamento oncológico na América Latina. Foi pensando neste cenário que o diretor médico da unidade do HA, Dr. Luiz Fernando Lopes, idealizou um projeto junto ao St. Jude Children´s Research Hospital: o programa ‘Aliança Amarte’.
Para apresentar os resultados desta união científica, que há quatro anos busca as melhores estratégias para diagnóstico precoce e tratamento para pacientes infantojuvenis com câncer do mundo todo, aconteceu nos últimos dias 29 e 30 de agosto, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata – FACISB – em Barretos (SP), o ‘IV Encontro Aliança Amarte’, com os representantes dos 30 centros participantes. “Nós começamos a Aliança em 2020 com 13 centros. Dois anos depois, passamos a contar com 25 centros e agora estamos finalizamos o biênio com esses mesmos 25 centros, mas já sabemos que a partir deste mês de setembro serão 33 centros começando a trabalhar junto conosco!”, afirmou o diretor.
O encontro contou com a presença de representantes do St. Jude Children’s Research Hospital – instituição localizada em Memphis (estado do Tennessee, nos Estados Unidos), referência mundial no tratamento de câncer infantojuvenil – além de profissionais de outros centros oncológicos e de pesquisa importantes do país.
De acordo com Dr. Luiz Fernando Lopes, o termo ‘Amarte’ significa: Apoio Maior, Aumentando Recursos e Treinamento Especializado. “O projeto representa a tentativa de aumentar a sobrevida de todas as crianças dos centros que estão envolvidos na Aliança, padronizando os protocolos de tratamento e diagnóstico de todas as entidades. Trata-se de um trabalho colaborativo entre vários segmentos, com profissionais de todas as áreas de saúde, que fazem reuniões para desenvolver as melhorias”, afirmou Dr. Luiz Fernando Lopes.
Para Paola Friedrich (membro do St. Jude Global), o apoio e a colaboração da instituição americana junto ao Hospital de Amor são fundamentais. “Essa colaboração é uma forma de transmitir tudo o que ensinamos e aprendemos. Podemos ler em um livro, em um artigo ou por meio de uma informação médica, mas se não conseguirmos ver na prática, se não conversamos e entendemos como tudo isso se aplica, não podemos realmente atender bem o paciente. E é isso que registramos com esse encontro, compartilhando ideias, aprendendo e ensinando para o melhor cuidado com o paciente”, declarou.
O oncologista pediátrico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Lauro Gregianin, esteve pelo segundo ano consecutivo no encontro Amarte. “Estou participando do meu segundo encontro Amarte, com a satisfação de poder dividir e compartilhar experiências com as maiores instituições em oncologia pediátrica do Brasil. Isso objetiva aumentar as chances de cura das nossas crianças com câncer”, explicou.
A estimativa é de que mais de 2 mil pacientes infantojuvenis possam receber a oportunidade de chegar a um destes centros precocemente, oferecendo exames mais sofisticados, criando registros de dados e aumentando as chances de cura.
Aliança Amarte
Dentre os pilares da ‘Aliança Amarte’, estão:
• Equalizar diagnósticos: disseminando, de forma colaborativa, as melhores práticas com base nas evidências científicas, para aprimorar a atenção em saúde de crianças e adolescentes com câncer mediante padronização de critérios diagnósticos; compartilhando tecnologias, processos, serviços e produtos que possam contribuir para a equalização do diagnóstico.
• Padronizar tratamento: ao desenvolver ações que levem inovação do modelo de gestão assistencial, visando a construção de diretrizes e protocolos clínicos baseados na melhor evidência científica disponível, aprimorando a qualidade da assistência e a segurança do paciente; além de desenvolver ações de formação, aprimoramento e capacitação de pessoal especializado na atenção pediátrica oncológica.
• Estudos epidemiológicos e de sobrevida: mantendo um banco de dados que permita o rastreamento do paciente com indicadores demográficos, de diagnóstico, estadiamento, tratamento e acompanhamento, entre outros, que possam mensurar a qualidade da assistência.
• Desenvolvimento científico e inovação: incentivando e/ou promovendo o desenvolvimento de pesquisa, visando a geração de novos conhecimentos e a transição para a assistência.
Aliança Global
Em setembro de 2021, o Hospital de Amor Infantojuvenil inaugurou um espaço exclusivo para os profissionais que atuam no centro de treinamento, ensino e pesquisa, em parceira com o Hospital St. Jude. O programa ‘Aliança Global’ é composto por sete regionais (México, América Sul, América Central, Eurásia, Oriente Médio, China e África) em prol da mesma causa: salvar vidas.
O espaço possui vários anfiteatros de diferentes tamanhos, salas para estudo, salas para reuniões (com a possibilidade de que todos visualizem as imagens obtidas nos microscópios) e salas de treinamentos – com microscopia anexada e bonecos simulando bebês e crianças em diferentes idades. O departamento também conta com uma enfermaria simulada para que enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e outros profissionais possam ser treinados com situações que possivelmente acontecerão na prática.
“O nosso centro de treinamento foi construído para se tornar um centro de excelência! Ali, a gente consegue oferecer treinamento para enfermeiros; treinamento para médicos da terapia intensiva; enfermaria simulada, onde nós temos bonecos que simulam pacientes graves; treinamento e morfologia com microscópio de 10 cabeças; e um auditório para dar ensino e capacitações”, finalizou o diretor médico da unidade infantojuvenil do HA.