“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, acreditava o ilustre e respeitado educador brasileiro Paulo Freire. Assim como ele, o Hospital de Amor também acredita que a educação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer pessoa, independentemente de estar enfrentado um tratamento duro com o câncer.
Em meio aos desafios da doença, um refrigério de conhecimento e afeto floresce dentro do Hospital de Amor, em Barretos. É na classe hospitalar, localizada no Lar de Amor (alojamento do HA) que a educação se encontra com a humanização, oferecendo a crianças e jovens em tratamento oncológico a oportunidade de sonhar e aprender, longe das quatro paredes de um quarto de hospital. Na liderança desta iniciativa está Leane Carvalho Oliveira, uma educadora dedicada que há 10 anos atua como professora nessa missão tão especial.
Com 54 anos e uma rica formação que inclui graduações em História e Geografia, e pós-graduações em Pedagogia Hospitalar e Psicopedagogia, Leane é a prova viva de que a paixão por ensinar pode mover montanhas. “Atuar como professora na classe hospitalar do HA tem sido uma experiência transformadora”, revela a experiente professora. “Estou feliz e me sinto realizada com um propósito que vai além do simples ato de ensinar”, fala Leane.
A ‘escola do Lar de Amor’, como é carinhosamente chamada, conta com três classes que abrangem desde o Ensino Inicial (1º ao 5º ano) até os anos finais e Ensino Médio (6º ano ao 3º EM). Atualmente, 30 alunos estudam nesse espaço que também é considerado um refúgio para eles, diante de uma rotina de exames e tratamentos, a escola acalenta, já que são intercaladas por aulas dinâmicas e repletas de carinho e diversão.
Leane, ao lado das professoras Zilda Reducino e Tania Serapião, forma uma equipe que se dedica a oferecer um currículo completo, adaptado às necessidades de cada estudante que também é paciente oncológico. A professora Leane ensina todas as disciplinas para os alunos do 6º ano ao Ensino Médio, enquanto Zilda se dedica aos estudantes do 3º ao 5º ano, e Tania, aos pequenos do 1º e 2º ano. “Seguimos o plano de ação do estado, com sala do futuro, Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP), apostilas usando aplicativos, robótica e tecnologia”, explica Leane, destacando a modernidade da abordagem. A colaboração de voluntários, como a professora Rosalinda em Matemática, e parceiros como o Instituto Federal, que oferece aulas de Química, Física e Biologia com laboratório, complementa o aprendizado e enriquece a experiência dos alunos.
A grande diferença da classe hospitalar em relação a uma escola convencional é o fato de haver atendimento humanizado e individualizado. “Nossos alunos com suas devidas especificidades recebem atividades adaptadas a cada um”, ressalta Leane. Além do currículo tradicional, os alunos participam de atividades especiais, como aulas de jornalismo com a jornalista Glaucia Chiarelli, onde desenvolvem reportagens para o “jornalzinho HA”, que é um grande sucesso.
A jornada de Leane na classe hospitalar é cheia de histórias que marcam a alma. “Em cada encontro com meus alunos, vivi momentos de intensa alegria, aprendizado e afeto genuíno”, compartilha. Entre tantas lembranças, a história de Éder é a que mais toca seu coração. “Incentivá-lo a estudar, a manter a esperança acesa e a não desistir do sonho de se tornar médico foi uma missão que abracei com amor e dedicação”, recorda Leane. A partida precoce de Éder deixou uma lacuna, mas também a certeza de que a educação, quando feita com amor, tem o poder de inspirar e dar propósito, mesmo diante das maiores dificuldades.
Tia Leane como também é conhecida pelos alunos, se orgulha de ter ajudado no processo de ensino de pacientes indígenas que recebem tratamento no Hospital de Amor. Para ela, a vocação de educadora na classe hospitalar vai muito além do ensino de matérias. É um gesto de amor, esperança e humanidade. É a certeza de que, mesmo em tempos difíceis, o conhecimento pode ser uma ferramenta de transformação e um caminho para a realização de sonhos, por mais distantes que eles pareçam.
O câncer de cabeça e pescoço é o sétimo mais comum no mundo e o quinto em homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 40 mil novos casos por ano no país, sendo os mais frequentes o câncer de boca, laringe e orofaringe.
O tabagismo e consumo de álcool são os principais fatores de risco, mas outros, como higiene bucal inadequada e infecção pelo HPV, também contribuir para o aumento das chances de desenvolvimento da doença. Dados do Instituto Vencer o Câncer mostram que este tipo de câncer corresponde a 3% de todos os cânceres, e sua taxa de cura pode chegar a 90% quando diagnosticado e tratado precocemente.
Por este motivo e com o objetivo de promover a conscientização, prevenção e informação sobre o câncer de cabeça e pescoço, além de alertar a população sobre os fatores de risco da doença, o Hospital de Amor promoveu, no dia 11 de julho, o “III Fórum de Prevenção e Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos (FACISB).
“Como médica e cirurgiã, vejo esse evento como essencial para romper barreiras de desinformação e medo. Muitos pacientes chegam ao consultório já em estágios avançados, por falta de conhecimento ou acesso à informação. O ‘Fórum Julho Verde’ cumpre um papel transformador — aproxima o tema da sociedade, educa e promove saúde com empatia e responsabilidade”, afirma a cirurgiã do departamento de cabeça e pescoço do HA, Dra. Mayza Bueno.
De acordo com a médica, o evento foi criado e destinado a profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, técnicos em enfermagem, odontologistas) e alunos de cursos que compõem a equipe multidisciplinar do HA, além de gestores públicos e presidentes de associações de ligas da sociedade civil relacionadas com câncer de cabeça e pescoço. “Tivemos a honra de contar com a participação de profissionais renomados, gestores de saúde, educadores e a sociedade civil, todos unidos com o propósito de discutir estratégias eficazes para reduzir a incidência dessa doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, criando uma ponte entre o conhecimento técnico e a informação acessível, com linguagem clara e didática”, explicou.
Temas importantes, discussões sobre o cenário atual de acesso ao tratamento oncológico e políticas públicas fizeram parte da programação do III Fórum. Foram eles:
– Fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço;
– Sintomas e sinais de alerta;
– Importância do diagnóstico precoce;
– Avanços no tratamento e reabilitação;
– Cuidados multidisciplinares;
– Impacto psicológico e social do diagnóstico;
– Importância dos cuidados paliativos.
“Esses temas são essenciais para mudar o cenário do câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Muitas vezes, o diagnóstico é feito em estágio avançado, o que reduz as chances de cura. Informar a população e capacitar os profissionais ajuda a detectar os casos mais cedo e a salvar vidas”, contou Dra. Maysa.
Para a médica, a realização de um evento com esta dimensão impacta direta e positivamente na saúde pública, especialmente, nos casos de câncer de cabeça e pescoço. “O evento contribui para a redução do tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico; a maior procura por exames preventivos; o estímulo ao abandono do tabagismo e outras práticas de risco; o fortalecimento de campanhas públicas; e a melhoria no acolhimento e tratamento dos pacientes”.
Julho Verde e o câncer de cabeça e pescoço
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço.
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Tratamento
Dra. Maysa explica que o tratamento para este tipo de tumor pode incluir: cirurgia (dependendo da localização e estágio do tumor), radioterapia e/ou quimioterapia; e apoio multidisciplinar com odontologia, fonoaudiologia, enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia. Entretanto, o sucesso do tratamento está diretamente ligado ao diagnóstico precoce!
Recomendação
“Meu alerta é simples e direto: não ignore sinais persistentes no pescoço, boca ou garganta. Se algo estiver fora do normal por mais de 15 dias, procure um profissional da saúde. E mais: cuidar da saúde é um ato de amor-próprio. Prevenção e informação salvam vidas. Participe do ‘Julho Verde’ e ajude a espalhar essa mensagem!”, finalizou Dra. Maysa.
O que você faz que o transporta para um lugar mágico e especial? O sociólogo italiano Domenico De Masi defendia a tese do “ócio criativo”, um tempo para “fazer nada” que, na verdade, deveria estimular a criatividade futura. Um filme, um livro, uma música, quando bem apreciados, não seriam apenas um singelo passatempo. Mas já imaginou ser impulsionado por um novo desafio proposto pela vida?
Certa vez, o pintor holandês Vincent Van Gogh disse: “A arte é consolar aqueles que são quebrados pela vida”. De certa forma, ele não estava errado. Poder se expressar por meio do dom artístico vai muito além de um hobby; pode ser terapêutico e até mesmo contribuir para o processo de tratamento oncológico, por exemplo.
A jovem professora Amanda Furtado, de 35 anos, além de ser encantada pelos números que a levaram a cursar Matemática, também se apaixonou pelas cores e pelos traços, mais especificamente pela arte da pintura. Paulista de Franca, cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, conhecida como a capital do calçado e um dos pontos com maior incidência solar no Brasil, não imaginou que um dia encontraria um novo desafio em Barretos (SP), onde, em alguns momentos, a vida pareceria mais nublada do que ensolarada.
“Me recordo que, em outubro do ano passado, eu apalpei um nódulo na minha mama. Decidi procurar meu médico. Ele comentou que, pela minha idade, seria pouco provável que fosse câncer, mas solicitou uma ultrassonografia. O resultado foi um laudo BIRADS 0 na mama — isso significa que o exame de imagem é inconclusivo ou incompleto, exigindo exames adicionais para uma avaliação mais precisa. Após isso, o médico pediu uma ressonância magnética, que identificou mais dois nódulos, estes não palpáveis”, explica Amanda.
Depois de realizar o exame, a jovem procurou atendimento no Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, em Barretos, onde diz ter recebido muito carinho e acolhimento. “No dia do diagnóstico de câncer de mama, fui amparada com muita sensibilidade, tanto pelos profissionais quanto pela minha família. Senti medo. Mas o apoio dos meus familiares foi essencial para me fortalecer e enfrentar esse momento difícil”, diz ela.
Ao ser questionada sobre a importância do Hospital de Amor em sua vida, a paciente rapidamente responde: “O hospital me trouxe esperança. Desde o início, senti acolhimento e confiança nos profissionais que cuidaram de mim com tanto carinho. Não poderia me sentir mais amparada. Além do acompanhamento médico, o suporte psicológico fez toda a diferença”, fala Amanda, que achou que o tratamento seria mais difícil por estar com muito medo. No entanto, com o apoio da sua fé e o acolhimento do hospital, tudo ficou mais leve.
A pintura como um refúgio
Era uma consulta comum, ou seria, até o momento em que a paciente Amanda, cheia de gratidão, presenteou seu médico mastologista, Dr. Idam Junior, com um lindo quadro. A surpresa foi tamanha que fez com que o especialista publicasse a imagem em suas redes sociais. Na tela, a paciente pintou aquele que é motivo de sua fé: Jesus andando sobre as águas.
“Comecei a pintar há 10 anos, como um hobby, no ateliê da minha amiga Aime. Depois, precisei parar por causa da rotina. Retomei há cerca de 3 anos, num momento em que comecei a me amar mais e a separar tempo para mim. Faço pintura a óleo com o estilo impressionista”, conta Amanda.
A professora revela que gosta de pintar casarões e elementos que remetam a momentos marcantes. “Todas as minhas telas têm um significado especial. Após o diagnóstico de câncer, passei a pintar pelo menos três vezes por semana. Quando estou pintando, minha mente fica como uma tela em branco. É um momento de leveza, de paz interior. Pintar me acalma”, explica a paciente emocionada.
O olhar da psicologia
Segundo a psicóloga do Hospital de Amor, Eliza Guimarães Ribeiro, atividades como a pintura funcionam como formas de expressão emocional e enfrentamento no contexto oncológico. “Elas ajudam o paciente a elaborar sentimentos difíceis, reduzem a ansiedade e resgatam um senso de identidade e autonomia durante o tratamento. Além disso, promovem bem-estar e podem fortalecer o vínculo com a equipe e com o próprio processo de cuidado”.
Quando questionada sobre a importância de o paciente oncológico ter um hobby em meio ao processo do tratamento, Eliza explica: “Primeiro, acolheria a pausa como algo natural no processo de tratamento, validando o cansaço e as emoções envolvidas. Em seguida, incentivaria o paciente a retomar a atividade com gentileza, sem cobrança, lembrando dos benefícios que ela já trouxe e propondo que ele experimente aos poucos — mesmo que por alguns minutos. Pequenos retornos podem reabrir esse espaço de prazer, identidade e expressão pessoal”, finaliza.
Para a profissional, não existe uma fórmula; cada pessoa se conecta com diferentes formas de prazer. “Eu costumo incentivar atividades como pintura, escrita, ouvir música, leitura ou até jogos simples. O mais importante é que faça sentido para o paciente e respeite seus limites naquele momento”, conta Eliza.
Para a paciente Amanda, a pintura ajuda a enfrentar o tratamento e a doença. “Não consigo imaginar como teria sido para mim sem a pintura em minha vida. E não é só sobre pintar, é sobre estar no ateliê com as amigas, tomar um bom café da tarde, conversar e relaxar. É um momento em que posso me expressar, distrair a mente e me conectar com outras pessoas de forma leve”, diz a educadora, que também tem uma veia artística.
A professora fica emocionada quando responde o motivo pelo qual escolheu o Dr. Idam para receber o seu quadro: “Passei por um momento muito difícil e recebi a atenção e o apoio do Dr. Idam e Dr. Toni de uma forma que não consigo explicar. Eles estiveram ao meu lado o tempo todo, como amigos, me fortalecendo”. Amanda conta que, com a entrega deste presente, quis expressar toda a sua gratidão da maneira que ela sabe, por meio da arte.
A jovem explica que, quando inicia a pintura, ela coloca toda sua fé e pede a Deus que abençoe os médicos do hospital, tanto fisicamente quanto espiritualmente. “Acredito que, no enfrentamento do câncer, a verdadeira mudança precisa vir de dentro para fora. Também pedi a Deus que envie ao mundo mais profissionais como eles”, conta Amanda.
“A arte é um caminho poderoso para o autoconhecimento, alívio da ansiedade e conexão com outras pessoas. Proporciona momentos de leveza, amizade e alegria em meio a um processo tão delicado. A vida é preciosa, e cada dia é um presente. Descobri que o propósito da nossa existência está nas pequenas coisas: na fé, na esperança, no amor e no cuidado com quem está ao nosso lado”, Amanda diz emocionada.
Como a maioria dos pacientes que recebem o diagnóstico de câncer e passam pelo tratamento, a educadora relata que esta jornada a transformou: “A arte me resgatou, me deu forças e me ensinou que é possível encontrar beleza até nos momentos mais desafiadores. Agradeço a Deus, meu marido Jeferson, à minha família, aos amigos, aos médicos e ao Hospital de Amor por fazerem parte dessa história. Posso dizer que aprendi a valorizar o tempo e compreendi, ainda mais, a importância da minha família e meu relacionamento com Deus”, finaliza.
A psicóloga da instituição também reforça que, se o paciente nunca teve o hábito de praticar atividades de lazer, a equipe pode convidá-lo a experimentar algo novo de forma leve e sem pressão. “O lazer pode ser uma ferramenta de enfrentamento; ele ajuda a aliviar o sofrimento, manter a motivação e resgatar o prazer em meio a um momento difícil. O importante é que faça sentido para ele(a), respeitando seu tempo e vontade. Me recordo do caso de uma paciente que, após o adoecimento, focou ainda mais nas aulas de violão, usando a música como terapia neste momento”.
Todo paciente oncológico precisa ser acolhido, pois, segundo Eliza, é necessário acolher a tristeza como algo legítimo diante do que está sendo vivido no momento. “Diria que é normal se sentir assim durante o tratamento, e que ele não está sozinho. Depois, estimularia pequenos passos: retomar uma atividade leve, conversar com alguém de confiança ou até permitir-se descansar sem culpa. E reforçaria que buscar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo mesmo”, conclui a profissional.
Respeitar o seu próprio tempo e fazer uma atividade que estimule alegria pode contribuir para enfrentar os desafios que a vida apresenta, independentemente do diagnóstico recebido. Sempre é possível colorir a vida com sonhos e paixões! E você, realiza algo que ama apenas por hobby ou anda se cobrando demais?
Cuidados intensivos e de alta complexidade, monitoração contínua e condições clínicas críticas são algumas situações que levam a uma pessoa a ser encaminhada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O Hospital de Amor, conhecido internacionalmente pela sua atuação na área oncológica, também age em outras frentes na área da saúde como reabilitação, hospital cardiológico e na gestão de hospitais municipais e estaduais, e um dos destaques nessa rede que faz parte do HA é o trabalho realizado nas Unidades de Terapia Intensiva.
Atualmente, a rede de UTIs do Hospital de Amor é composta pelas UTIs Adulto – localizadas nas unidades oncológicas de Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), bem como nas instituições parceiras de atenção geral, como a Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP) e o Hospital Regional de Bebedouro (SP), além da especialidade cardiológica, no Hospital Nossa Senhora, em Barretos (SP).
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Epimed Solutions realizam, anualmente, a certificação que reconhece as Unidades de Terapia Intensiva com melhor desempenho no Brasil. Em 2024, foram avaliados 800 hospitais no país, e em março deste ano, a AMIB e a Epimed divulgaram as listas: 304 hospitais entre privados e públicos foram certificados, sendo 82 com o selo “UTI Eficiente” e 164 com o selo “UTI Top Performer”.
As UTIs do HA Amazônia, em Porto Velho (RO), e da Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP) foram certificadas com o selo “UTI Eficiente”; do HA Jales, em Jales (SP), foi certificada com o selo “UTI Top Performer”, e do Hospital Nossa Senhora, em Barretos (SP), recebeu o selo de “UTI Cardiológica Top Performer”.
“As certificações conferidas pela AMIB e pelo sistema Epimed representam o reconhecimento formal da qualidade assistencial, do compromisso com a segurança do paciente e da maturidade nos processos de monitoramento e melhoria contínua. Tais selos são concedidos a partir de critérios rigorosos que avaliam a estrutura, os processos e os resultados clínicos da UTI. Trata-se, portanto, de uma chancela técnica que reflete o trabalho consistente de uma equipe multiprofissional comprometida com a excelência e com a prática baseada em evidências”, destaca a diretora médica e intensivista do Hospital de Amor, Dra. Cristina Prata Amendola.
Para receber a certificação, são analisados diversos critérios que medem o desempenho de cada UTI, de acordo com o perfil dos pacientes. Dois desses critérios são utilizados como parâmetros principais: a Taxa de Mortalidade Padronizada (TMP) e a Taxa de Utilização de Recursos Padronizada (TURP).
Rede de UTIs do HA
Ao todo, são disponibilizados 89 leitos de terapia intensiva, integrando uma rede assistencial que contempla diferentes perfis epidemiológicos e níveis de complexidade. “Embora os processos assistenciais nas unidades de terapia intensiva sigam etapas estruturadas e semelhantes, os protocolos clínicos e operacionais são adaptados de acordo com o perfil epidemiológico de cada UTI. Por exemplo, unidades com foco oncológico, cardiológico ou de atenção geral apresentam diferenças substanciais nas condutas clínicas, nos fluxos de atendimento e na definição das prioridades terapêuticas. Dessa forma, ainda que o arcabouço técnico seja compartilhado, as rotinas tornam-se significativamente distintas conforme a especialidade e a complexidade assistencial predominante”, explica Dra. Cristina.
A diretora médica e intensivista destaca também que os principais norteadores do trabalho executado na rede de UTIs do HA são a segurança e a humanização, e que isso não seria possível ser alcançado sem ter uma equipe altamente comprometida e qualificada.
“A excelência assistencial em terapia intensiva depende, de forma indissociável, da competência técnica e do engajamento das equipes multiprofissionais. No contexto da rede do HA, o cuidado é centrado no paciente, considerando não apenas sua condição clínica, mas também sua dignidade e singularidade. A segurança do paciente e a humanização do atendimento são princípios norteadores. Assim, as UTIs da rede buscam permanentemente a qualificação baseada em evidências científicas, ao mesmo tempo em que promovem práticas que respeitam a individualidade de cada paciente. O protagonismo dos profissionais de saúde, aliados a um ambiente colaborativo, é o principal diferencial na obtenção de resultados clínicos expressivos”, destaca a médica.
O Hospital de Amor deu um passo histórico nesta terça-feira (1/7) ao receber oficialmente a certificação de ‘Acreditação Qmentum International’ para o seu serviço de Telessaúde. A cerimônia de entrega aconteceu na sede da instituição, em Barretos (SP), e contou com a presença do CEO da QGA (Quality Global Alliance), Dr. Rubens Covello, além de lideranças, colaboradores e convidados.
Com este marco, o Hospital de Amor se torna o primeiro serviço de Telessaúde oncológico do Sistema Único de Saúde (SUS) a conquistar uma acreditação internacional deste porte. O certificado é resultado de uma avaliação rigorosa, baseada na metodologia desenvolvida pela Health Standards Organization/Accreditation Canada e aplicada no Brasil pela QGA desde 2006.
A acreditação reforça o compromisso do Hospital de Amor com a excelência, a segurança do paciente e a promoção de um atendimento humanizado. A iniciativa demonstra que é possível integrar tecnologia, ampliar o alcance populacional e, ao mesmo tempo, manter padrões internacionais de qualidade, contribuindo para transformar realidades e salvar vidas em todo o país.
“Esta conquista é um reconhecimento ao trabalho contínuo de inovação responsável e dedicação de toda a equipe. Levar cuidado especializado a quem mais precisa, de forma segura e eficaz, sempre foi o nosso maior objetivo”, destacou André Pinto, gerente do departamento de Saúde Digital do HA.
O serviço de Telessaúde oncológico do Hospital de Amor tem como foco ampliar o acesso ao cuidado, à orientação e ao acompanhamento de pacientes em diferentes regiões do Brasil, especialmente em áreas remotas ou com pouca oferta de especialistas.
Apenas em 2024, o serviço de Telessaúde do Hospital de Amor realizou mais de 83 mil atendimentos para 33 mil pacientes, residentes em 1.500 municípios dos 27 estados brasileiros. Por meio do atendimento remoto, estima-se que os pacientes tenham evitado cerca de 3,3 milhões de quilômetros em deslocamentos por mês, o que representa não apenas uma economia significativa de tempo e recursos, mas também uma redução de 3,7 toneladas de emissões de carbono por ano. A certificação internacional consagra essa trajetória, consolidando o serviço como referência nacional em qualidade, inovação e impacto social.
‘Não pode segurar xixi porque faz mal à saúde’ ou ‘Já bebeu água hoje?’. Quais destas frases ligadas à saúde dos seus rins você já ouviu? Provavelmente as duas, certo?
Embora seja comum existir uma certa preocupação com o bem-estar dos órgãos, cujas principais funções no corpo são filtrar o sangue a fim de remover toxinas e resíduos metabólicos, como ureia, creatinina e ácido úrico, por meio da produção e eliminação da urina, ainda se fala pouco sobre o câncer renal.
Segundo a médica oncologista clínica do Hospital de Amor Jales, Dra. Fernanda de Oliveira Bombarda, o câncer de rim ocorre quando as células que compõem o órgão começam a crescer de forma anormal e desordenada, formando um tumor.
A especialista explica que este tipo de câncer é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário e representa aproximadamente 3% das doenças malignas do adulto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 11 a 12 mil novos casos de câncer renal por ano. Somando as unidades do HA Jales e Barretos, são cerca de 150 casos diagnosticados por ano com esta neoplasia “A incidência de câncer renal tem mostrado um aparente aumento, possivelmente devido ao uso mais frequente de exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A doença surge com mais frequência nos homens do que nas mulheres e, geralmente, acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade”, diz Fernanda.
O caminho de Maria: fé e resiliência diante de algo inesperado
“Meu nome é Maria Bezerra da Silva, tenho 65 anos, sou dona de casa e moro em Nova Andradina (MS). Há dois anos, um pequeno caroço me trouxe um incômodo que logo se transformaria em um diagnóstico de câncer. Me recordo bem da sensação, da surpresa e da necessidade de entender o que estava acontecendo.
Como viúva, encarei esse desafio com a força de quem já superou outras batalhas na vida, contando sempre com o apoio dos meus filhos e demais familiares. Eu não sentia nenhum sintoma antes de descobrir o caroço, o que me fez procurar ajuda médica.
Após consulta e exames, recebi o diagnóstico de câncer renal e desde então, o Hospital de Amor tem sido essencial na minha vida. Sempre digo que a importância do hospital é a de nos devolver a saúde, de nos dar a chance de continuar vivendo. O tratamento que recebo é simplesmente excelente. A dedicação dos funcionários e a qualidade dos cuidados me dão a certeza de que estou no lugar certo. Atualmente, estou na fase da quimioterapia, e cada passo é dado com muita esperança.
Essa jornada tem me transformado profundamente. Percebo mudanças em mim e, principalmente, nos meus hábitos de vida. Hoje, valorizo ainda mais a importância de cuidar do corpo e da mente.
Se eu pudesse dar um conselho para alguém que acabou de receber um diagnóstico de câncer, diria para não guardar raiva e para respeitar os alimentos. É um processo desafiador, mas com fé, apoio e os cuidados certos, é possível encontrar forças para seguir em frente”, conta a simpática dona Maria, paciente do HA que trata de câncer renal com muita coragem e uma grande vontade de viver.
Neste mês de junho, dedicado à conscientização sobre o câncer de rim, a Dra. Fernanda Bombarda esclarece as principais dúvidas sobre o tema. Confira:
1) Existem tipos diferentes de câncer renal? Quais são os mais comuns?
R.: Existem diferentes tipos de câncer de rim. O mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados. Outros tipos incluem: carcinoma papilífero (o segundo tipo mais comum, representando cerca de 10% dos casos) e carcinoma cromófobo (que corresponde a cerca de 5% dos casos).
2) Quais são os principais sintomas?
R.: A neoplasia renal é inicialmente assintomática, mas pode se manifestar com dor no flanco (dor nas costas, de lado, na altura da cintura), hematúria (presença de sangue na urina) e massa abdominal palpável.
3) Quando, ‘normalmente’, este tipo de câncer é detectado? E como é feito o diagnóstico?
R.: A forma mais comum de obter o diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia ou tomografia do abdômen. O diagnóstico é realizado por meio de exames como ultrassom, tomografia ou ressonância nuclear magnética de abdômen. A biópsia renal pré-operatória, normalmente, não é realizada e só é necessária em situações excepcionais, a fim de diferenciar lesões malignas de benignas, as quais não necessitariam de tratamento.
4) Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim?
R.: Os principais fatores de risco são: tabagismo, obesidade, hipertensão, idade avançada, doença renal crônica e diálise, história familiar e algumas síndromes genéticas (Doença de Von Hippel-Lindau).
5) Existem medidas preventivas para o câncer renal?
R.: As medidas preventivas para o câncer renal são: evitar o tabagismo, manter um peso saudável e controlar a pressão arterial por meio de uma dieta equilibrada e atividade física regular e, se necessário, medicação, sob orientação médica. Manter-se bem hidratado — beber água suficiente ajuda os rins a eliminarem toxinas e a funcionar adequadamente.
6) Este tipo de câncer costuma aparecer em qual fase (inicial/avançado)?
R.: Cerca de metade dos tumores renais diagnosticados atualmente estão restritos ao rim, enquanto aproximadamente 20% já mostram invasão local, com comprometimento dos linfonodos. O restante apresenta metástases à distância, sendo os locais mais frequentemente atingidos: pulmão, fígado e ossos.
7) Quais são os tipos de tratamento?
R.: Os tipos de tratamento disponíveis são as terapias sistêmicas, que agem em todo o corpo para combater as células cancerígenas, como imunoterapia (que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas), a terapia-alvo (medicamentos que atuam bloqueando vias moleculares específicas) e quimioterapia (o câncer de rim é relativamente resistente à quimioterapia tradicional, por isso, ela raramente é a primeira escolha).
A radioterapia pode ser utilizada em sua forma convencional com fins paliativos para aliviar sintomas como dor em casos de metástases ósseas. Já a radiocirurgia (técnica de radioterapia de alta precisão que administra altas doses de radiação em poucas sessões) tem se mostrado promissora para tratar tumores primários em pacientes não cirúrgicos e para controlar metástases em locais específicos, como ossos e pulmões.
8) A remoção do rim é um tipo de tratamento?
R.: A cirurgia é o tratamento inicial de escolha para a maioria dos carcinomas renais. É o único tratamento curativo definitivo para esse tipo de câncer.
9) O que é nefrectomia parcial/radical?
R.: Nefrectomia total: remoção total do rim.
Nefrectomia parcial: remoção apenas de uma parte do rim ou de uma região onde o nódulo/massa se encontra, preservando o restante do parênquima renal. É mais comumente utilizada em tumores menores.
10) Há chance de transplante no lugar do rim doente?
R.: Um transplante renal é considerado para pacientes que desenvolvem insuficiência renal crônica em estágio terminal, ou seja, quando os rins não conseguem mais cumprir suas funções adequadamente. No caso de um paciente que teve um rim removido devido ao câncer, a necessidade de um transplante surgiria se o rim remanescente também falhasse ou já estivesse com sua função comprometida antes da cirurgia. Em pacientes com câncer renal ativo, o transplante não é recomendado. A principal razão é que o uso de medicamentos imunossupressores após o transplante pode estimular o crescimento de células cancerígenas remanescentes, aumentando o risco de recidiva do câncer.
11) Quais são os avanços da medicina para tratar este tipo de câncer?
R.: Os avanços para tratar esse tipo de câncer são a combinação de terapias sistêmicas, como imunoterapia e terapia-alvo, aumentando as taxas de resposta e a sobrevida dos pacientes. O uso de terapia neoadjuvante: a imunoterapia também está sendo estudada para ser realizada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção, ou até mesmo possibilitar cirurgias menos invasivas. Cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia e robótica): permite que cirurgiões realizem a nefrectomia com maior precisão, menor perda de sangue, menos dor pós-operatória e um tempo de recuperação mais rápido para o paciente. Isso é especialmente benéfico para a preservação da função renal. Terapias Ablativas: novas técnicas de ablação estão sendo estudadas e utilizadas para destruir tumores menores, oferecendo alternativas menos invasivas para pacientes que não são candidatos à cirurgia ou que possuem tumores em locais desafiadores.
12) Quais são as principais consequências para o paciente durante o tratamento e após ele?
R.: Devido à nefrectomia (retirada do rim, seja parcial ou total), existe a possibilidade de alteração da função renal. Outras consequências estão relacionadas a possíveis efeitos colaterais do tratamento sistêmico: náusea, vômito, fadiga, diarreia e perda de apetite.
13) Quais são os maiores desafios enfrentados pelo paciente durante o tratamento? (Não pode comer algum alimento, líquido)?
R.: Não há restrição alimentar. Os maiores desafios são a dificuldade de acesso a medicamentos, especialmente terapias de alto custo ou não disponíveis no sistema público de saúde.
14) O paciente precisa de diálise depois do tratamento?
R.: Não necessariamente. A maioria dos pacientes submetidos à nefrectomia (retirada do rim) para tratamento de câncer renal não precisa de diálise após a cirurgia. A necessidade de diálise após a remoção de um rim depende da função do rim remanescente.
15) Qual é a taxa de cura e de mortalidade deste câncer?
R.: A taxa de sobrevida em 5 anos depende de cada estágio da doença:
– Estágio clínico I (tumor localizado no rim): 80%
– Estágio II (tumor maior, mas ainda restrito ao rim): 73%
– Estágio III (tumor que se espalhou para linfonodos próximos): 53%
– Estágio IV (metástases para outros órgãos): 8%
16) Quantas pessoas são diagnosticadas com esta doença por ano no Brasil?
R.: Estima-se que, por ano, no Brasil, sejam diagnosticados cerca de 12.000 pacientes com esta doença.
17) Existe rastreamento para o câncer renal?
R.: Atualmente, não existem programas de rastreamento populacional para o câncer renal. Não é recomendada a realização de exames de rotina para detectar precocemente essa doença em pessoas assintomáticas, devido à sua baixa incidência e à falta de evidências que comprovem benefícios significativos para a população em geral.
Caso conheça alguém que esteja tratando de câncer renal ou com alguns dos sintomas apresentados neste conteúdo, compartilhe esta matéria. Lembre-se de evitar o cigarro, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e manter a pressão arterial controlada.
O cuidado que começa antes mesmo do tratamento
Num hospital onde o nome já anuncia a essência, o cuidado vai muito além do atendimento médico. No Hospital de Amor, a atenção integral ao paciente passa, todos os dias, pelas mãos de uma equipe que trabalha nos bastidores com escuta, empatia e compromisso social: os(as) assistentes sociais. São eles(as) que recebem, orientam, acolhem e articulam soluções para que o tratamento oncológico não esbarre em barreiras econômicas, sociais ou emocionais.
Em meio à rotina intensa de consultas, exames, cirurgias e internações, o Serviço Social cumpre um papel silencioso, mas fundamental: garantir que o paciente tenha seus direitos respeitados, suas angústias ouvidas e suas necessidades atendidas de forma integral.
Escuta, acolhimento e articulação de direitos
Seja ajudando a obter benefícios sociais, encaminhando para serviços públicos, acompanhando famílias em situação de vulnerabilidade ou mediando soluções para questões delicadas como abandono, luto e conflitos familiares, os profissionais da área estão sempre atentos — e presentes.
A atuação é ampla e vai desde o primeiro acolhimento até o suporte nas situações mais complexas durante e após o tratamento. O atendimento começa com a escuta. Com tempo, paciência e sensibilidade, os assistentes sociais se colocam à disposição para ouvir histórias, entender contextos e acolher dores que, muitas vezes, não são visíveis ou acabam não sendo a prioridade entre as equipes de saúde.
A partir desse primeiro contato, constroem caminhos: orientam sobre benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), aposentadoria por invalidez, passe livre para transporte, isenção de impostos, medicação de alto custo, auxílio-doença, FGTS, entre outros direitos previsto em lei, mas que são desconhecidos de grande parte da população. Em muitos casos, fazem todo o acompanhamento do processo, desde o cadastro no INSS até a confirmação do benefício — como aconteceu com um paciente de 65 anos, sem qualquer histórico de contribuição previdenciária, que teve o benefício concedido após a mediação da equipe. “Essa foi a única renda da família naquele momento de extrema fragilidade”, contou a coordenadora Lucia Roque, emocionada com a dimensão daquilo que parecia apenas mais um atendimento.
Cuidado que vai além dos muros do hospital
Mas o trabalho vai além do aspecto burocrático. No Hospital de Amor, a coordenadora explica que o Serviço Social também atua como um elo entre os pacientes e os diversos setores da rede pública e filantrópica. Isso inclui contato com CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), UBSs (Unidades Básicas de Saúde), casas de apoio, organizações sociais, ONGs, grupos de voluntariado e instituições de justiça. A articulação com essas redes permite que o cuidado não se interrompa na saída do hospital, garantindo continuidade, segurança e acolhimento mesmo nos territórios mais distantes.
Situações de alta complexidade também fazem parte da rotina. “Recentemente, uma paciente estrangeira faleceu na unidade de cuidados paliativos, acompanhada apenas do filho menor de idade, de 17 anos. Os familiares que viviam em outro país não conseguiram chegar a tempo, e o Conselho Tutelar precisou ser acionado. Em um gesto comovente, uma conterrânea da paciente, que estava na cidade, se ofereceu para acolher o menino até a chegada dos parentes. O corpo da paciente permaneceu no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) até que toda a documentação fosse finalizada. O caso mobilizou emocionalmente a equipe”, lembra Lucia — um retrato da complexidade humana com que lidam diariamente.
Profissionais que enxergam o paciente como um todo
Essas situações exigem preparo técnico, sim, mas também exigem vocação. Por isso, a equipe do Serviço Social é formada por profissionais capacitados, com formação em Serviço Social e registro no CRESS, distribuídos por diferentes unidades, incluindo as unidades hospitalares e as casas de apoio geridas pelo HA, como o Lar de Amor e o alojamento Santa Madre Paulina, em Barretos (SP).
Eles participam de discussões de caso com médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas; acompanham visitas multiprofissionais; elaboram relatórios sociais; colaboram na construção de planos terapêuticos e atuam em comissões de ética, óbito e humanização.
Mesmo com uma estrutura sólida, os desafios são muitos. A vulnerabilidade social de grande parte dos pacientes impõe obstáculos que ultrapassam a alçada hospitalar. Há quem chegue sem condições mínimas de seguir o tratamento: sem renda, sem casa, sem comida. É nesse momento que a sensibilidade da equipe entra em cena, articulando parcerias locais e criando soluções que ultrapassam a técnica.
Humanização, aliás, é a palavra que define o modo como o Serviço Social do Hospital de Amor atua. Chamar o paciente pelo nome, garantir um ambiente acolhedor, respeitar a diversidade, oferecer tempo de qualidade e presença real em momentos delicados. Tudo isso faz parte de um cuidado que também é emocional, subjetivo e profundamente humano.
Conhecimento que empodera e fortalece vínculos
A atuação também inclui a entrega da Cartilha de Direitos do Paciente em Tratamento Oncológico, um material que orienta e empodera, tornando acessíveis informações que, muitas vezes, são desconhecidas ou difíceis de compreender.
Em paralelo, os profissionais conduzem atendimentos individuais, em grupo e com as famílias, com foco no fortalecimento de vínculos, no apoio emocional e na promoção da autonomia. Também acompanham todo o processo de internação, tratamento, retorno ao domicílio e, quando necessário, cuidados paliativos e luto.
No HA, o Serviço Social é mais que uma área técnica. É um espaço de afeto, de luta por justiça social e de reconstrução da dignidade. Cada atendimento é uma oportunidade de dizer, com ações concretas, que o paciente não está só. E que, sim, é possível cuidar com amor — mesmo em meio à dor.
A dor de cabeça é uma queixa comum que afeta grande parte da população em algum momento da vida. Afinal, quem nunca teve dor de cabeça? No entanto, para muitas pessoas, a intensidade ou persistência da dor pode gerar ansiedade ou até mesmo o medo de ser algo mais grave, como um câncer, por exemplo. Para desmistificar essa preocupação e esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, o neurocirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Ismael Lombardi, respondeu algumas perguntas. Confira:
1) O que pode ser considerado dor de cabeça?
R.: A dor de cabeça, ou cefaleia, é qualquer tipo de dor que aparece na região da cabeça, seja na parte da frente, dos lados, atrás ou no topo. Pode ser uma dor leve, forte, latejante, em pressão ou fisgada.
2) Existem diferentes tipos de dor de cabeça? Quais são os mais comuns?
R.: Sim! Existem muitos tipos, divididos em dois grupos principais:
Primárias: são as mais comuns, representando cerca de 90% dos casos. Não são causadas por outros problemas de saúde, mas sim por fatores como genética, ambiente, hormônios, alterações no sono ou alimentação. Os tipos mais frequentes são:
• Enxaqueca: dor forte, geralmente em um lado da cabeça, podendo vir acompanhada de náuseas e sensibilidade à luz e ao barulho.
• Tensional: sensação de pressão ou ‘aperto’ na cabeça, frequentemente ligada a estresse, cansaço ou ansiedade.
• Cefaleia em Salvas: dor intensa, geralmente atrás do olho, que ocorre em crises curtas, porém muito fortes.
As cefaleias secundárias são aquelas causadas por outras doenças. Ou seja, uma dor de cabeça secundária em geral é uma queixa, um sintoma de outro problema de saúde e comumente está acompanhada de outros sintomas ou sinais físicos.
3) Quando pode surgir dor de cabeça? E quando ela é considerada ‘comum’?
R.: Dr. Ismael aponta que dores de cabeça podem surgir por motivos simples do cotidiano, como estresse, má qualidade do sono, longos períodos sem se alimentar, uso excessivo de telas (celular, computador) e desidratação (beber pouca água). Essas dores são consideradas comuns, especialmente quando melhoram com descanso, hidratação, alimentação adequada e, às vezes, com analgésicos simples.
4) Existe dor de cabeça aguda e crônica? Qual é a diferença?
R.: Sim. O médico também diferencia a dor de cabeça em aguda e crônica:
– Aguda: é aquela dor que parece de repente, dura pouco tempo e desaparece. Pode ser causada por fatores como estresse, gripe, sinusite ou uma noite mal dormida.
– Crônica: este tipo de dor já ocorre por mais de 15 dias no mês, durante pelo menos três meses consecutivos. Geralmente está associada à enxaqueca, tensão ou uso exagerado de medicamentos para dor.
5) Mulheres são mais propensas?
R.: Sim, as mulheres tendem a sofrer mais com dores de cabeça, principalmente com enxaqueca. Isso acontece por vários motivos, incluindo fatores hormonais, como variações durante o ciclo menstrual, que contribuem para essa maior prevalência.
6) Quando é necessário procurar um médico?
R.: Deve-se procurar um médico quando: A dor de cabeça é muito diferente do que costuma sentir; a dor vem muito forte de repente, como uma “pancada”; está acompanhada de outros sinais, como fraqueza, formigamento, dificuldade para falar, perda de equilíbrio ou visão dupla; a dor não melhora com os remédios que sempre funcionaram; quando a dor é frequente, ocorrendo muitos dias no mês.
Câncer e dor de cabeça
7) Dor de cabeça pode ser sinal de câncer?
R.: Sim, a dor de cabeça pode ser secundária a um câncer ou mesmo a tumores benignos. No entanto, essa não é a queixa mais comum em pacientes oncológicos e é muito menos frequente do que as cefaleias primárias. Sinais que podem indicar uma dor de cabeça secundária a um tumor:
Fraqueza em um lado do corpo;
Perda de equilíbrio ou audição;
Alterações na visão;
Dificuldade para falar;
Convulsões.
A dor nesses casos costuma ser mais intensa, mais frequente, pode piorar ao deitar-se e costuma não melhorar com remédios comuns.
8) Quais tipos de câncer podem causar dor de cabeça?
R.: • Tumores no cérebro, sejam eles primários (que nascem no cérebro) ou metástases (câncer que começou em outro órgão e foi para o cérebro).
• Câncer na região da cabeça e pescoço, como nos seios da face (sinusite crônica associada a tumor, por exemplo).
• Em casos mais raros, leucemias e linfomas também podem provocar dor de cabeça, geralmente associada a outros sintomas, como febre, cansaço extremo ou perda de peso.
9) Segundo o Google Trends, o termo ‘dor de cabeça’ é mais pesquisado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, qual é a prevalência dos casos de câncer cerebral nestas regiões?
R.: O câncer cerebral é considerado uma doença rara em qualquer região do Brasil e do mundo. Ele representa cerca de 2% dos tumores em adultos e é um pouco mais frequente em crianças, onde chega a ser o segundo tipo de câncer mais comum na infância, depois da leucemia. Nas regiões Norte e Nordeste, a prevalência é parecida com o restante do país. Porém, nessas regiões pode haver mais dificuldade no acesso rápido ao diagnóstico e tratamento especializado, o que gera mais preocupação e buscas na internet.
10) O câncer cerebral costuma ser mais benigno ou maligno?
R.: Os tumores do sistema nervoso central podem ser benignos ou malignos. Entretanto, os tumores mais comuns são benignos. Ainda assim, tumores benignos, assim como os malignos, podem causar aumento da pressão dentro do crânio, sendo a dor de cabeça secundária ao aumento dessa pressão uma queixa comum nestas situações.
11) Quais são as perspectivas de cura e possíveis sequelas?
R.: A chance de cura varia significativamente dependendo do tipo, localização e estágio do tumor. Tumores benignos localizados podem ter cura com cirurgia. Tumores malignos podem ser controlados com cirurgia, radioterapia, quimioterapia e, hoje, com terapias mais modernas, mas nem sempre são curáveis. Quando se trata de metástases no cérebro, o objetivo pode ser controle da doença e melhora da qualidade de vida. As sequelas também dependem da localização do tumor no cérebro, podendo incluir fraqueza em algum lugar do corpo, dificuldades na fala, memória ou visão, alterações de equilíbrio e convulsões. Algumas pessoas podem ter poucas ou nenhuma sequela, especialmente se o tumor estiver em áreas de menor risco.
12) Pode ocorrer metástase cerebral em pacientes com histórico de câncer?
R.: Sim, pacientes com histórico de câncer em outros órgãos (pulmão, mama, rim, intestino ou melanoma) têm maior risco de desenvolver metástases cerebrais. Isso ocorre porque as células cancerosas podem se disseminar pela corrente sanguínea e atingir outros órgãos, inclusive o cérebro.
13) Como é feito o diagnóstico e o tratamento do câncer cerebral?
R.: O diagnóstico é feito principalmente por meio de exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, além da avaliação clínica dos sintomas. Em alguns casos, é necessário realizar uma biópsia para saber exatamente o tipo do tumor.
O tratamento pode incluir: cirurgia (sempre que possível), radioterapia, quimioterapia, terapias mais modernas, como imunoterapia e radiocirurgia, dependendo do caso.
14) Existem tratamentos inovadores? Quais?
R.: Sim! A neurocirurgia tem evoluído muito. Hoje usamos:
• Neuronavegação, que funciona como um GPS do cérebro durante a cirurgia;
• Cirurgia com monitorização de áreas nobres, para preservar fala, movimento e visão;
• Radiocirurgia, que é um tipo de radioterapia super precisa, sem cortes;
• Cirurgia com fluorescência, que permite ao cirurgião enxergar melhor o tumor;
• Pesquisas avançam também em imunoterapia e terapia-alvo, dependendo do tipo de tumor.
15) Como o Hospital de Amor se destaca no Brasil no tratamento de tumores cerebrais?
R.: O Hospital de Amor se destaca pelo modelo de atendimento 100% gratuito, humanizado e com tecnologia de ponta, comparável a grandes centros do mundo. Temos neurocirurgia de alta complexidade, com neuronavegação, microscopia avançada e monitorização intraoperatória. Além de oferecermos tratamentos como radiocirurgia, radioterapia de precisão e acesso a pesquisas clínicas. Tudo isso com um olhar voltado para o acolhimento dos pacientes e suas famílias.
16) Quais são as estimativas de cura?
R.: Tumores benignos localizados podem ter uma taxa de cura acima de 90% com cirurgia. Tumores malignos primários do cérebro, como o glioblastoma, têm tratamento que busca controlar a doença e melhorar a qualidade de vida, mas nem sempre são curáveis. Já no caso de metástases cerebrais, muitos pacientes conseguem controlar bem a doença, especialmente quando o câncer de origem também está controlado. Cada caso é muito individual e depende de tipo, localização e saúde geral do paciente.
É muito importante reforçar que dor de cabeça, na imensa maioria das vezes, não significa câncer. A maior parte das dores de cabeça está ligada ao estresse, ansiedade, sono ruim ou problemas simples do dia a dia. Mas é fundamental que as pessoas não deixem de procurar um médico quando a dor for diferente, persistente ou vier acompanhada de outros sintomas, conforme já foi explicado acima. O diagnóstico precoce, seja para câncer ou qualquer outra doença, salva vidas.
Já imaginou ter que andar sobre uma ponte instável rodeada por água e manter o equilíbrio e a concentração para não cair? Ou poder visitar uma cidade ou país que deseja conhecer e andar pelas ruas sem sair do seu local de origem? Escalar o Everest por meio de uma tela?
Essa é a evolução da gamificação, que teve início na década de 1940, quando os cientistas Alan Turing e Thomas T. Goldsmith Jr. começaram a imaginar uma forma de entretenimento eletrônico para os computadores da época, utilizados para cálculos científicos. Outro visionário, o físico William Higinbotham, criou em 1958 o primeiro jogo eletrônico interativo, chamado “Tennis for Two”, em que dois jogadores podiam controlar a trajetória da bola e competir entre si em um jogo de tênis simplificado.
Mas você deve estar se perguntando: “O que videogames e games digitais, que surgiram no século passado, têm a ver com saúde?” A resposta é simples: os videogames e suas evoluções tornaram-se mais do que produtos de entretenimento. Eles passaram a integrar terapias que auxiliam no tratamento de diversas doenças, como o câncer.
Com o avanço tecnológico, o surgimento da inteligência artificial, da realidade virtual e de outras inovações agregaram muito à saúde — especialmente na reabilitação de pacientes. “Se a gente parar para pensar, a reabilitação vem passando por grandes transformações, e a tecnologia tem contribuído significativamente para melhorar a qualidade do atendimento e a atuação do terapeuta. O interessante dessas novas tecnologias é que elas fornecem parâmetros objetivos ao profissional — algo que, na reabilitação, muitas vezes, é subjetivo. Por meio da gamificação, IA e realidade virtual, é possível mensurar os resultados e proporcionar uma terapia mais eficaz e interativa ao paciente”, explica o fisiatra e coordenador médico do Centro Especializado em Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP), Dr. Henrique Buosi.
Do obstáculo com pedras no chão à bexiga projetada na parede…
AMADEO, ARMEO, C-MILL e NIRVANA são dispositivos utilizados na reabilitação de pacientes oncológicos e não oncológicos nas unidades de Reabilitação do Hospital de Amor. Cada aparelho tem uma função específica, mas todos têm algo em comum: a gamificação! Esses dispositivos utilizam a gameterapia na reabilitação dos pacientes.
Um dos dispositivos que faz sucesso entre os pacientes do HA é o C-MILL, uma ferramenta que fornece avaliação objetiva e detalhada do equilíbrio e da marcha dos pacientes. Equipado com placa de força, realidade aumentada e realidade virtual, ele torna o processo de reabilitação mais eficiente.
Durante a sessão, o paciente interage com um game indicado para sua fase de tratamento. A partir dessa interação, é possível analisar diversos parâmetros, como explica o fisioterapeuta e coordenador da equipe multiprofissional do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), Thiago Felício.
“O C-MILL é uma esteira interativa, cuja base é uma plataforma de força. Com ela, trabalhamos a marcha por meio de jogos que aparecem tanto na tela quanto na esteira. Cada passo do paciente é registrado, e, conforme ele supera os obstáculos do jogo, recebe feedbacks positivos ou negativos. O C-MILL permite trabalhar diversas áreas. No setor de fisioterapia, é usado para melhorar a marcha, o equilíbrio (estático e dinâmico), a descarga de peso nos membros — especialmente em casos em que os pacientes não conseguem distribuir o peso igualmente entre as pernas —, além de treinar a coordenação motora.”
Outro dispositivo bastante popular, especialmente entre as crianças, é o NIRVANA, que auxilia na reabilitação motora e cognitiva de pacientes que perderam funções em decorrência do tratamento oncológico, ou que foram diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia e deficiência intelectual.
Além disso, o NIRVANA proporciona uma experiência imersiva ao usuário, criando ambientes realistas que o ajudam a trabalhar coordenação motora, equilíbrio, destreza manual, amplitude de movimento, estímulo cognitivo e visão subnormal.
O NIRVANA é um dos recursos utilizados pelos terapeutas, que complementam a reabilitação com outras atividades lúdicas, explica Juliane Vilela Muniz, fonoaudióloga do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “Utilizamos diversos materiais pedagógicos e robóticos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Inicialmente, fazemos uso do NIRVANA, e, à medida que o paciente evolui, avançamos para a ‘casa de atividades da vida prática’, onde realizamos tarefas com recursos reais, como cozinhar ou lavar roupa, encerrando assim o ciclo até a alta do setor.”
Um mundo virtual por meio dos olhos
Uma experiência imersiva, interativa e tridimensional, que simula ambientes e obstáculos virtuais, melhora o humor, a disposição, mantém a capacidade física e reduz a ansiedade — tudo isso com o auxílio de óculos de realidade virtual. Essa é uma das terapias utilizadas no HA.
Pacientes que passam por transplante de medula óssea frequentemente enfrentam longos períodos de internação, tornando a reabilitação mais desafiadora. Levar leveza a esse momento é essencial, como explica Simara Cristina Pereira Silva, fisioterapeuta do setor de Transplante de Medula Óssea da unidade adulta do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
“Quando o paciente apresenta baixa adesão à fisioterapia e à terapia ocupacional devida à internação prolongada, ou possui quadro de pancitopenia persistente (anemia e baixa de plaquetas), com contraindicação à reabilitação convencional, utilizamos os óculos de realidade virtual. O paciente é imerso em um ambiente virtual que associa dupla tarefa, promovendo uma reabilitação mais dinâmica e aliviando a rotina hospitalar.”
Há pouco mais de um ano, a equipe de fisioterapia e terapia ocupacional do TMO da unidade adulta do HA sentiu a necessidade de inovar o atendimento. Desde então, mais de 30 pacientes utilizaram os óculos de realidade virtual. Com a ferramenta, é possível analisar critérios como a escala de fadiga, permitindo que a equipe multidisciplinar ajuste as atividades e, se necessário, aumente o nível na próxima sessão com os óculos VR.
Realidade virtual no tratamento do câncer infantojuvenil
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos de câncer infantojuvenil no Brasil, para cada ano do triênio 2023–2025, é de 7.930 casos. O Hospital de Amor Infantojuvenil diagnostica, aproximadamente, 300 novos casos por ano.
Oferecer tratamento humanizado e de qualidade é rotina no Hospital de Amor, principalmente porque é comum o aumento da ansiedade antes e durante procedimentos médicos — especialmente em crianças e adolescentes. Para proporcionar mais conforto a esses pacientes, o HA Infantojuvenil firmou uma parceria com o estúdio Goblin, sob a liderança do médico cirurgião pediátrico Dr. Wilson Oliveira Junior, para desenvolver o projeto “O Chamado do Herói”.
Segundo o médico, crianças com câncer, por passarem por inúmeros procedimentos invasivos que exigem anestesia, tendem a apresentar níveis de ansiedade elevados. Sabe-se que atividades lúdicas ajudam a criança a compreender os procedimentos a que será submetida, auxiliando-a no processamento de emoções e preocupações de forma mais acessível e menos assustadora.
“’O Chamado do Herói’ tem como objetivo transformar a criança na protagonista da própria aventura. Ao ser submetida a um procedimento desconfortável, ela é transportada para um mundo de fantasia 3D, por meio dos óculos VR. A união entre realidade virtual e elementos táteis proporciona uma experiência imersiva, ajudando a reduzir os níveis de estresse e ansiedade relacionados à doença e ao tratamento. Como consequência, também beneficia o círculo familiar mais próximo”, destaca o médico cirurgião do HA Infantojuvenil.
No dia 4 de maio de 2025, o Hospital de Amor fez história mais uma vez. Com o objetivo de promover ações que visam o resgate da cultura tropeira, o HA – por meio do Rodeio Pela Vida – e o Instituto Sociocultural realizaram eventos que reuniram diversas pessoas com um único propósito: salvar vidas.
No último dia 4 de abril, o Instituto Sociocultural do Hospital de Amor, por meio do Ministério da Cultura, realizou, pela primeira vez no município de Barretos (SP), o “Desfile da Cultura Tropeira”.
Com o objetivo de resgatar as tradições do interior, homenagear aspectos da cultura tropeira, sertaneja e rural, e destacar a importância do campo para a construção da identidade regional, o ISHA trouxe para as ruas barretenses 10 carros alegóricos, que foram confeccionados pelo decorador Mauricio Valente.
As alegorias foram nomeadas da seguinte forma: Cultura Tropeira, Rainhas do Rodeio, Os Independentes (70 anos), Queima do Alho, Berranteiro, Agronegócio, Catira, Viola, Rodeio e Boi Soberano. Em cada carro, havia convidados especiais, que, além de serem parceiros do HA, também são grandes apoiadores da cultura local.
Para abrir o desfile, o evento também contou com a participação especial da Banda Marcial Municipal de Promissão, que percorreu as ruas da cidade realizando uma performance com coreografias belíssimas e participação de todos os seus músicos, além do apoio do Grupo de Escoteiros de Barretos, Chão Preto.
Antes da entrada dos carros alegóricos, a comissão de frente do desfile foi composta pelo presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, que carregava a bandeira do Brasil; pelo integrante da comissão do Rodeio Pela Vida, Renato Junqueira, que levou a bandeira do Estado de São Paulo; pelo prefeito do município, Odair Silva, que carregou a bandeira do município de Barretos; e pelo Dr. Sérgio Serrano – médico do HA – e Raimundo Neto – colaborador do departamento de equoterapia do HA – que carregaram a bandeira da instituição.
Coordenado pelo turismólogo e locutor Paulo Cesar Lopes, o desfile saiu do Recinto Paulo de Lima Corrêa, às 9h, e percorreu as ruas de Barretos (SP) até a Praça Francisco Barreto, onde foram montadas arquibancadas para o público, uma área exclusiva para pessoas com deficiência (PCD) e um palco para autoridades e convidados. Para falar sobre as informações de cada carro, foi convidado o carnavalesco e parceiro do HA, Patrício Augusto.
Para Paulo Lopes, conhecido carinhosamente como ‘Paulinho 1001’, o evento é uma oportunidade de conectar as novas gerações às raízes culturais da região. “A cultura rural é a base da nossa identidade no interior. Resgatar essa tradição, por meio do desfile, é fundamental para que nossos jovens conheçam e valorizem a história que nos trouxe até aqui. É um momento de celebração e aprendizado”, destacou ele.
Um dos objetivos do Instituto Sociocultural é preservar o legado cultural e afirmar seu compromisso perante a sociedade. Para a coordenadora do ISHA, Aline Dias, é muito importante trazer a nossa cultura. “É gratificante saber que o Instituto Sociocultural contribui com isso. Nosso papel é trazer cultura, não apenas para o Hospital de Amor, mas também para a sociedade”, relatou ela.
O evento, que foi realizado por meio do Ministério da Cultura, contou com a participação de convidados especiais. Além disso, teve distribuição de água, acessibilidade, guarda civil, intérprete de libras, banheiro químico, bombeiros, seguranças e ambulâncias à disposição do público.
No mesmo dia, 4 de maio, também foi realizada a 4ª Cavalgada Pela Vida – evento que faz parte da grade de atividades do Rodeio Pela Vida – em prol ao Hospital de Amor.
Para Osmar Marchi – integrante da comissão organizadora do Rodeio Pela Vida – este evento é o encontro de gerações. “Não podemos esquecer as nossas raízes e de onde tudo surgiu. Nós estamos resgatando tradições porque tudo o que temos hoje – antes de vir os maquinários – foi construído com pessoas montadas em cima de cavalos, burros ou de um carro de boi, então, a cavalgada traz isso. O Desfile da Cultura Tropeira também nos ajuda a relembrar das nossas origens, por meio da catira e das tradições que tínhamos fortemente em décadas passadas”, destaca ele.
A cavalgada, que também foi comandada pelo locutor Paulinho 1001, teve um percurso de aproximadamente 7km. Iniciada no Recinto Paulo de Lima Corrêa, ela percorreu os pontos turísticos do município, até chegar ao Centro de Eventos Dr. Paulo Prata, onde aconteceu a tradicional Queima do Alho.
Para deixar o evento ainda mais gostoso, 14 comitivas se reuniram no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata para realizar a tradicional Queima do Alho. O evento, marcado pelas comidas típicas dos peões de boiadeiro, também contou com a apresentação da Banda Marcial Municipal de Promissão e do grupo Espora de Prata, que dançou catira. Além disso, o público presente pôde ouvir o tradicional toque do berrante e apreciar modas de viola.
Para Sérgio Ribeiro – integrante da comissão organizadora do Rodeio Pela Vida – a Queima do Alho é um marco para a sociedade. “O objetivo de realizarmos a Queima do Alho no lançamento do 5º Rodeio Pela Vida é resgatar as tradições sertanejas, que vêm perdendo espaço ao longo dos anos. Antigamente, os tropeiros iam buscar boi em diferentes estados do Brasil e, quando voltavam, precisavam se alimentar. Os carros-chefe dessas refeições eram: arroz carreteiro, feijão gordo e feijão tropeiro. Uma das tradições era levar um frango durante essas viagens e, como elas duravam muitos meses, o frango se tornava um galo, e os tropeiros acabavam se apegando ao animal. Por isso, nesta edição da Queima do Alho, vimos muitas comitivas com um galo, representando essa tradição”, relatou ele.
Ao ser questionado sobre as perspectivas para as próximas edições, ele afirmou que haverá muita festa e ainda mais tradição. “Para 2026, queremos trazer mais comitivas para este encontro, para continuarmos resgatando as tradições e, ao mesmo tempo, trocando experiências, preservando assim o legado da nossa história”, destacou Sérgio Ribeiro.
A 4ª Cavalgada pela Vida e a Queima do Alho marcaram, oficialmente, o lançamento da 5ª edição do Rodeio Pela Vida.
O Hospital de Amor – referência em oncologia, que acolhe pacientes de todo o país – realizará, entre os dias 5 e 7 de junho, a 5ª edição do “Rodeio pela Vida”, na cidade de Barretos (SP). O evento, que acontece no Recinto Paulo de Lima Corrêa em prol do HA, contará com atrações musicais, rodeio em touro e cavalo (sela americana, bareback e cutiano), breakaway roping e Três Tambores.
Priorizando a qualidade do rodeio, a comissão organizadora firmou parceria com a ACR – Associação dos Campeões de Rodeio – para a seleção dos competidores do rodeio em touro, enquanto a ProHorse será a responsável pela organização do rodeio em cavalos. Nas provas cronometradas, a modalidade Três Tambores será em parceria com a ANTT – Associação Nacional dos Três Tambores.
Além das provas, o evento contará com o apoio de cantores parceiros da instituição. No primeiro dia, Murilo Huff fará o primeiro show da 5ª edição. Já no segundo dia, as apresentações ficarão por conta do grupo Traia Véia e da dupla Bruninho & Davi. Por fim, no último dia, para encerrar a festa com chave de ouro, Felipe Araújo finaliza as atrações musicais desta ação solidária. Acesse o site e compre seu ingresso.
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, acreditava o ilustre e respeitado educador brasileiro Paulo Freire. Assim como ele, o Hospital de Amor também acredita que a educação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer pessoa, independentemente de estar enfrentado um tratamento duro com o câncer.
Em meio aos desafios da doença, um refrigério de conhecimento e afeto floresce dentro do Hospital de Amor, em Barretos. É na classe hospitalar, localizada no Lar de Amor (alojamento do HA) que a educação se encontra com a humanização, oferecendo a crianças e jovens em tratamento oncológico a oportunidade de sonhar e aprender, longe das quatro paredes de um quarto de hospital. Na liderança desta iniciativa está Leane Carvalho Oliveira, uma educadora dedicada que há 10 anos atua como professora nessa missão tão especial.
Com 54 anos e uma rica formação que inclui graduações em História e Geografia, e pós-graduações em Pedagogia Hospitalar e Psicopedagogia, Leane é a prova viva de que a paixão por ensinar pode mover montanhas. “Atuar como professora na classe hospitalar do HA tem sido uma experiência transformadora”, revela a experiente professora. “Estou feliz e me sinto realizada com um propósito que vai além do simples ato de ensinar”, fala Leane.
A ‘escola do Lar de Amor’, como é carinhosamente chamada, conta com três classes que abrangem desde o Ensino Inicial (1º ao 5º ano) até os anos finais e Ensino Médio (6º ano ao 3º EM). Atualmente, 30 alunos estudam nesse espaço que também é considerado um refúgio para eles, diante de uma rotina de exames e tratamentos, a escola acalenta, já que são intercaladas por aulas dinâmicas e repletas de carinho e diversão.
Leane, ao lado das professoras Zilda Reducino e Tania Serapião, forma uma equipe que se dedica a oferecer um currículo completo, adaptado às necessidades de cada estudante que também é paciente oncológico. A professora Leane ensina todas as disciplinas para os alunos do 6º ano ao Ensino Médio, enquanto Zilda se dedica aos estudantes do 3º ao 5º ano, e Tania, aos pequenos do 1º e 2º ano. “Seguimos o plano de ação do estado, com sala do futuro, Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP), apostilas usando aplicativos, robótica e tecnologia”, explica Leane, destacando a modernidade da abordagem. A colaboração de voluntários, como a professora Rosalinda em Matemática, e parceiros como o Instituto Federal, que oferece aulas de Química, Física e Biologia com laboratório, complementa o aprendizado e enriquece a experiência dos alunos.
A grande diferença da classe hospitalar em relação a uma escola convencional é o fato de haver atendimento humanizado e individualizado. “Nossos alunos com suas devidas especificidades recebem atividades adaptadas a cada um”, ressalta Leane. Além do currículo tradicional, os alunos participam de atividades especiais, como aulas de jornalismo com a jornalista Glaucia Chiarelli, onde desenvolvem reportagens para o “jornalzinho HA”, que é um grande sucesso.
A jornada de Leane na classe hospitalar é cheia de histórias que marcam a alma. “Em cada encontro com meus alunos, vivi momentos de intensa alegria, aprendizado e afeto genuíno”, compartilha. Entre tantas lembranças, a história de Éder é a que mais toca seu coração. “Incentivá-lo a estudar, a manter a esperança acesa e a não desistir do sonho de se tornar médico foi uma missão que abracei com amor e dedicação”, recorda Leane. A partida precoce de Éder deixou uma lacuna, mas também a certeza de que a educação, quando feita com amor, tem o poder de inspirar e dar propósito, mesmo diante das maiores dificuldades.
Tia Leane como também é conhecida pelos alunos, se orgulha de ter ajudado no processo de ensino de pacientes indígenas que recebem tratamento no Hospital de Amor. Para ela, a vocação de educadora na classe hospitalar vai muito além do ensino de matérias. É um gesto de amor, esperança e humanidade. É a certeza de que, mesmo em tempos difíceis, o conhecimento pode ser uma ferramenta de transformação e um caminho para a realização de sonhos, por mais distantes que eles pareçam.
O câncer de cabeça e pescoço é o sétimo mais comum no mundo e o quinto em homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 40 mil novos casos por ano no país, sendo os mais frequentes o câncer de boca, laringe e orofaringe.
O tabagismo e consumo de álcool são os principais fatores de risco, mas outros, como higiene bucal inadequada e infecção pelo HPV, também contribuir para o aumento das chances de desenvolvimento da doença. Dados do Instituto Vencer o Câncer mostram que este tipo de câncer corresponde a 3% de todos os cânceres, e sua taxa de cura pode chegar a 90% quando diagnosticado e tratado precocemente.
Por este motivo e com o objetivo de promover a conscientização, prevenção e informação sobre o câncer de cabeça e pescoço, além de alertar a população sobre os fatores de risco da doença, o Hospital de Amor promoveu, no dia 11 de julho, o “III Fórum de Prevenção e Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos (FACISB).
“Como médica e cirurgiã, vejo esse evento como essencial para romper barreiras de desinformação e medo. Muitos pacientes chegam ao consultório já em estágios avançados, por falta de conhecimento ou acesso à informação. O ‘Fórum Julho Verde’ cumpre um papel transformador — aproxima o tema da sociedade, educa e promove saúde com empatia e responsabilidade”, afirma a cirurgiã do departamento de cabeça e pescoço do HA, Dra. Mayza Bueno.
De acordo com a médica, o evento foi criado e destinado a profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, técnicos em enfermagem, odontologistas) e alunos de cursos que compõem a equipe multidisciplinar do HA, além de gestores públicos e presidentes de associações de ligas da sociedade civil relacionadas com câncer de cabeça e pescoço. “Tivemos a honra de contar com a participação de profissionais renomados, gestores de saúde, educadores e a sociedade civil, todos unidos com o propósito de discutir estratégias eficazes para reduzir a incidência dessa doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, criando uma ponte entre o conhecimento técnico e a informação acessível, com linguagem clara e didática”, explicou.
Temas importantes, discussões sobre o cenário atual de acesso ao tratamento oncológico e políticas públicas fizeram parte da programação do III Fórum. Foram eles:
– Fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço;
– Sintomas e sinais de alerta;
– Importância do diagnóstico precoce;
– Avanços no tratamento e reabilitação;
– Cuidados multidisciplinares;
– Impacto psicológico e social do diagnóstico;
– Importância dos cuidados paliativos.
“Esses temas são essenciais para mudar o cenário do câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Muitas vezes, o diagnóstico é feito em estágio avançado, o que reduz as chances de cura. Informar a população e capacitar os profissionais ajuda a detectar os casos mais cedo e a salvar vidas”, contou Dra. Maysa.
Para a médica, a realização de um evento com esta dimensão impacta direta e positivamente na saúde pública, especialmente, nos casos de câncer de cabeça e pescoço. “O evento contribui para a redução do tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico; a maior procura por exames preventivos; o estímulo ao abandono do tabagismo e outras práticas de risco; o fortalecimento de campanhas públicas; e a melhoria no acolhimento e tratamento dos pacientes”.
Julho Verde e o câncer de cabeça e pescoço
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço.
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Tratamento
Dra. Maysa explica que o tratamento para este tipo de tumor pode incluir: cirurgia (dependendo da localização e estágio do tumor), radioterapia e/ou quimioterapia; e apoio multidisciplinar com odontologia, fonoaudiologia, enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia. Entretanto, o sucesso do tratamento está diretamente ligado ao diagnóstico precoce!
Recomendação
“Meu alerta é simples e direto: não ignore sinais persistentes no pescoço, boca ou garganta. Se algo estiver fora do normal por mais de 15 dias, procure um profissional da saúde. E mais: cuidar da saúde é um ato de amor-próprio. Prevenção e informação salvam vidas. Participe do ‘Julho Verde’ e ajude a espalhar essa mensagem!”, finalizou Dra. Maysa.
O que você faz que o transporta para um lugar mágico e especial? O sociólogo italiano Domenico De Masi defendia a tese do “ócio criativo”, um tempo para “fazer nada” que, na verdade, deveria estimular a criatividade futura. Um filme, um livro, uma música, quando bem apreciados, não seriam apenas um singelo passatempo. Mas já imaginou ser impulsionado por um novo desafio proposto pela vida?
Certa vez, o pintor holandês Vincent Van Gogh disse: “A arte é consolar aqueles que são quebrados pela vida”. De certa forma, ele não estava errado. Poder se expressar por meio do dom artístico vai muito além de um hobby; pode ser terapêutico e até mesmo contribuir para o processo de tratamento oncológico, por exemplo.
A jovem professora Amanda Furtado, de 35 anos, além de ser encantada pelos números que a levaram a cursar Matemática, também se apaixonou pelas cores e pelos traços, mais especificamente pela arte da pintura. Paulista de Franca, cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, conhecida como a capital do calçado e um dos pontos com maior incidência solar no Brasil, não imaginou que um dia encontraria um novo desafio em Barretos (SP), onde, em alguns momentos, a vida pareceria mais nublada do que ensolarada.
“Me recordo que, em outubro do ano passado, eu apalpei um nódulo na minha mama. Decidi procurar meu médico. Ele comentou que, pela minha idade, seria pouco provável que fosse câncer, mas solicitou uma ultrassonografia. O resultado foi um laudo BIRADS 0 na mama — isso significa que o exame de imagem é inconclusivo ou incompleto, exigindo exames adicionais para uma avaliação mais precisa. Após isso, o médico pediu uma ressonância magnética, que identificou mais dois nódulos, estes não palpáveis”, explica Amanda.
Depois de realizar o exame, a jovem procurou atendimento no Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, em Barretos, onde diz ter recebido muito carinho e acolhimento. “No dia do diagnóstico de câncer de mama, fui amparada com muita sensibilidade, tanto pelos profissionais quanto pela minha família. Senti medo. Mas o apoio dos meus familiares foi essencial para me fortalecer e enfrentar esse momento difícil”, diz ela.
Ao ser questionada sobre a importância do Hospital de Amor em sua vida, a paciente rapidamente responde: “O hospital me trouxe esperança. Desde o início, senti acolhimento e confiança nos profissionais que cuidaram de mim com tanto carinho. Não poderia me sentir mais amparada. Além do acompanhamento médico, o suporte psicológico fez toda a diferença”, fala Amanda, que achou que o tratamento seria mais difícil por estar com muito medo. No entanto, com o apoio da sua fé e o acolhimento do hospital, tudo ficou mais leve.
A pintura como um refúgio
Era uma consulta comum, ou seria, até o momento em que a paciente Amanda, cheia de gratidão, presenteou seu médico mastologista, Dr. Idam Junior, com um lindo quadro. A surpresa foi tamanha que fez com que o especialista publicasse a imagem em suas redes sociais. Na tela, a paciente pintou aquele que é motivo de sua fé: Jesus andando sobre as águas.
“Comecei a pintar há 10 anos, como um hobby, no ateliê da minha amiga Aime. Depois, precisei parar por causa da rotina. Retomei há cerca de 3 anos, num momento em que comecei a me amar mais e a separar tempo para mim. Faço pintura a óleo com o estilo impressionista”, conta Amanda.
A professora revela que gosta de pintar casarões e elementos que remetam a momentos marcantes. “Todas as minhas telas têm um significado especial. Após o diagnóstico de câncer, passei a pintar pelo menos três vezes por semana. Quando estou pintando, minha mente fica como uma tela em branco. É um momento de leveza, de paz interior. Pintar me acalma”, explica a paciente emocionada.
O olhar da psicologia
Segundo a psicóloga do Hospital de Amor, Eliza Guimarães Ribeiro, atividades como a pintura funcionam como formas de expressão emocional e enfrentamento no contexto oncológico. “Elas ajudam o paciente a elaborar sentimentos difíceis, reduzem a ansiedade e resgatam um senso de identidade e autonomia durante o tratamento. Além disso, promovem bem-estar e podem fortalecer o vínculo com a equipe e com o próprio processo de cuidado”.
Quando questionada sobre a importância de o paciente oncológico ter um hobby em meio ao processo do tratamento, Eliza explica: “Primeiro, acolheria a pausa como algo natural no processo de tratamento, validando o cansaço e as emoções envolvidas. Em seguida, incentivaria o paciente a retomar a atividade com gentileza, sem cobrança, lembrando dos benefícios que ela já trouxe e propondo que ele experimente aos poucos — mesmo que por alguns minutos. Pequenos retornos podem reabrir esse espaço de prazer, identidade e expressão pessoal”, finaliza.
Para a profissional, não existe uma fórmula; cada pessoa se conecta com diferentes formas de prazer. “Eu costumo incentivar atividades como pintura, escrita, ouvir música, leitura ou até jogos simples. O mais importante é que faça sentido para o paciente e respeite seus limites naquele momento”, conta Eliza.
Para a paciente Amanda, a pintura ajuda a enfrentar o tratamento e a doença. “Não consigo imaginar como teria sido para mim sem a pintura em minha vida. E não é só sobre pintar, é sobre estar no ateliê com as amigas, tomar um bom café da tarde, conversar e relaxar. É um momento em que posso me expressar, distrair a mente e me conectar com outras pessoas de forma leve”, diz a educadora, que também tem uma veia artística.
A professora fica emocionada quando responde o motivo pelo qual escolheu o Dr. Idam para receber o seu quadro: “Passei por um momento muito difícil e recebi a atenção e o apoio do Dr. Idam e Dr. Toni de uma forma que não consigo explicar. Eles estiveram ao meu lado o tempo todo, como amigos, me fortalecendo”. Amanda conta que, com a entrega deste presente, quis expressar toda a sua gratidão da maneira que ela sabe, por meio da arte.
A jovem explica que, quando inicia a pintura, ela coloca toda sua fé e pede a Deus que abençoe os médicos do hospital, tanto fisicamente quanto espiritualmente. “Acredito que, no enfrentamento do câncer, a verdadeira mudança precisa vir de dentro para fora. Também pedi a Deus que envie ao mundo mais profissionais como eles”, conta Amanda.
“A arte é um caminho poderoso para o autoconhecimento, alívio da ansiedade e conexão com outras pessoas. Proporciona momentos de leveza, amizade e alegria em meio a um processo tão delicado. A vida é preciosa, e cada dia é um presente. Descobri que o propósito da nossa existência está nas pequenas coisas: na fé, na esperança, no amor e no cuidado com quem está ao nosso lado”, Amanda diz emocionada.
Como a maioria dos pacientes que recebem o diagnóstico de câncer e passam pelo tratamento, a educadora relata que esta jornada a transformou: “A arte me resgatou, me deu forças e me ensinou que é possível encontrar beleza até nos momentos mais desafiadores. Agradeço a Deus, meu marido Jeferson, à minha família, aos amigos, aos médicos e ao Hospital de Amor por fazerem parte dessa história. Posso dizer que aprendi a valorizar o tempo e compreendi, ainda mais, a importância da minha família e meu relacionamento com Deus”, finaliza.
A psicóloga da instituição também reforça que, se o paciente nunca teve o hábito de praticar atividades de lazer, a equipe pode convidá-lo a experimentar algo novo de forma leve e sem pressão. “O lazer pode ser uma ferramenta de enfrentamento; ele ajuda a aliviar o sofrimento, manter a motivação e resgatar o prazer em meio a um momento difícil. O importante é que faça sentido para ele(a), respeitando seu tempo e vontade. Me recordo do caso de uma paciente que, após o adoecimento, focou ainda mais nas aulas de violão, usando a música como terapia neste momento”.
Todo paciente oncológico precisa ser acolhido, pois, segundo Eliza, é necessário acolher a tristeza como algo legítimo diante do que está sendo vivido no momento. “Diria que é normal se sentir assim durante o tratamento, e que ele não está sozinho. Depois, estimularia pequenos passos: retomar uma atividade leve, conversar com alguém de confiança ou até permitir-se descansar sem culpa. E reforçaria que buscar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo mesmo”, conclui a profissional.
Respeitar o seu próprio tempo e fazer uma atividade que estimule alegria pode contribuir para enfrentar os desafios que a vida apresenta, independentemente do diagnóstico recebido. Sempre é possível colorir a vida com sonhos e paixões! E você, realiza algo que ama apenas por hobby ou anda se cobrando demais?
Cuidados intensivos e de alta complexidade, monitoração contínua e condições clínicas críticas são algumas situações que levam a uma pessoa a ser encaminhada para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O Hospital de Amor, conhecido internacionalmente pela sua atuação na área oncológica, também age em outras frentes na área da saúde como reabilitação, hospital cardiológico e na gestão de hospitais municipais e estaduais, e um dos destaques nessa rede que faz parte do HA é o trabalho realizado nas Unidades de Terapia Intensiva.
Atualmente, a rede de UTIs do Hospital de Amor é composta pelas UTIs Adulto – localizadas nas unidades oncológicas de Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), bem como nas instituições parceiras de atenção geral, como a Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP) e o Hospital Regional de Bebedouro (SP), além da especialidade cardiológica, no Hospital Nossa Senhora, em Barretos (SP).
A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Epimed Solutions realizam, anualmente, a certificação que reconhece as Unidades de Terapia Intensiva com melhor desempenho no Brasil. Em 2024, foram avaliados 800 hospitais no país, e em março deste ano, a AMIB e a Epimed divulgaram as listas: 304 hospitais entre privados e públicos foram certificados, sendo 82 com o selo “UTI Eficiente” e 164 com o selo “UTI Top Performer”.
As UTIs do HA Amazônia, em Porto Velho (RO), e da Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP) foram certificadas com o selo “UTI Eficiente”; do HA Jales, em Jales (SP), foi certificada com o selo “UTI Top Performer”, e do Hospital Nossa Senhora, em Barretos (SP), recebeu o selo de “UTI Cardiológica Top Performer”.
“As certificações conferidas pela AMIB e pelo sistema Epimed representam o reconhecimento formal da qualidade assistencial, do compromisso com a segurança do paciente e da maturidade nos processos de monitoramento e melhoria contínua. Tais selos são concedidos a partir de critérios rigorosos que avaliam a estrutura, os processos e os resultados clínicos da UTI. Trata-se, portanto, de uma chancela técnica que reflete o trabalho consistente de uma equipe multiprofissional comprometida com a excelência e com a prática baseada em evidências”, destaca a diretora médica e intensivista do Hospital de Amor, Dra. Cristina Prata Amendola.
Para receber a certificação, são analisados diversos critérios que medem o desempenho de cada UTI, de acordo com o perfil dos pacientes. Dois desses critérios são utilizados como parâmetros principais: a Taxa de Mortalidade Padronizada (TMP) e a Taxa de Utilização de Recursos Padronizada (TURP).
Rede de UTIs do HA
Ao todo, são disponibilizados 89 leitos de terapia intensiva, integrando uma rede assistencial que contempla diferentes perfis epidemiológicos e níveis de complexidade. “Embora os processos assistenciais nas unidades de terapia intensiva sigam etapas estruturadas e semelhantes, os protocolos clínicos e operacionais são adaptados de acordo com o perfil epidemiológico de cada UTI. Por exemplo, unidades com foco oncológico, cardiológico ou de atenção geral apresentam diferenças substanciais nas condutas clínicas, nos fluxos de atendimento e na definição das prioridades terapêuticas. Dessa forma, ainda que o arcabouço técnico seja compartilhado, as rotinas tornam-se significativamente distintas conforme a especialidade e a complexidade assistencial predominante”, explica Dra. Cristina.
A diretora médica e intensivista destaca também que os principais norteadores do trabalho executado na rede de UTIs do HA são a segurança e a humanização, e que isso não seria possível ser alcançado sem ter uma equipe altamente comprometida e qualificada.
“A excelência assistencial em terapia intensiva depende, de forma indissociável, da competência técnica e do engajamento das equipes multiprofissionais. No contexto da rede do HA, o cuidado é centrado no paciente, considerando não apenas sua condição clínica, mas também sua dignidade e singularidade. A segurança do paciente e a humanização do atendimento são princípios norteadores. Assim, as UTIs da rede buscam permanentemente a qualificação baseada em evidências científicas, ao mesmo tempo em que promovem práticas que respeitam a individualidade de cada paciente. O protagonismo dos profissionais de saúde, aliados a um ambiente colaborativo, é o principal diferencial na obtenção de resultados clínicos expressivos”, destaca a médica.
O Hospital de Amor deu um passo histórico nesta terça-feira (1/7) ao receber oficialmente a certificação de ‘Acreditação Qmentum International’ para o seu serviço de Telessaúde. A cerimônia de entrega aconteceu na sede da instituição, em Barretos (SP), e contou com a presença do CEO da QGA (Quality Global Alliance), Dr. Rubens Covello, além de lideranças, colaboradores e convidados.
Com este marco, o Hospital de Amor se torna o primeiro serviço de Telessaúde oncológico do Sistema Único de Saúde (SUS) a conquistar uma acreditação internacional deste porte. O certificado é resultado de uma avaliação rigorosa, baseada na metodologia desenvolvida pela Health Standards Organization/Accreditation Canada e aplicada no Brasil pela QGA desde 2006.
A acreditação reforça o compromisso do Hospital de Amor com a excelência, a segurança do paciente e a promoção de um atendimento humanizado. A iniciativa demonstra que é possível integrar tecnologia, ampliar o alcance populacional e, ao mesmo tempo, manter padrões internacionais de qualidade, contribuindo para transformar realidades e salvar vidas em todo o país.
“Esta conquista é um reconhecimento ao trabalho contínuo de inovação responsável e dedicação de toda a equipe. Levar cuidado especializado a quem mais precisa, de forma segura e eficaz, sempre foi o nosso maior objetivo”, destacou André Pinto, gerente do departamento de Saúde Digital do HA.
O serviço de Telessaúde oncológico do Hospital de Amor tem como foco ampliar o acesso ao cuidado, à orientação e ao acompanhamento de pacientes em diferentes regiões do Brasil, especialmente em áreas remotas ou com pouca oferta de especialistas.
Apenas em 2024, o serviço de Telessaúde do Hospital de Amor realizou mais de 83 mil atendimentos para 33 mil pacientes, residentes em 1.500 municípios dos 27 estados brasileiros. Por meio do atendimento remoto, estima-se que os pacientes tenham evitado cerca de 3,3 milhões de quilômetros em deslocamentos por mês, o que representa não apenas uma economia significativa de tempo e recursos, mas também uma redução de 3,7 toneladas de emissões de carbono por ano. A certificação internacional consagra essa trajetória, consolidando o serviço como referência nacional em qualidade, inovação e impacto social.
‘Não pode segurar xixi porque faz mal à saúde’ ou ‘Já bebeu água hoje?’. Quais destas frases ligadas à saúde dos seus rins você já ouviu? Provavelmente as duas, certo?
Embora seja comum existir uma certa preocupação com o bem-estar dos órgãos, cujas principais funções no corpo são filtrar o sangue a fim de remover toxinas e resíduos metabólicos, como ureia, creatinina e ácido úrico, por meio da produção e eliminação da urina, ainda se fala pouco sobre o câncer renal.
Segundo a médica oncologista clínica do Hospital de Amor Jales, Dra. Fernanda de Oliveira Bombarda, o câncer de rim ocorre quando as células que compõem o órgão começam a crescer de forma anormal e desordenada, formando um tumor.
A especialista explica que este tipo de câncer é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário e representa aproximadamente 3% das doenças malignas do adulto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 11 a 12 mil novos casos de câncer renal por ano. Somando as unidades do HA Jales e Barretos, são cerca de 150 casos diagnosticados por ano com esta neoplasia “A incidência de câncer renal tem mostrado um aparente aumento, possivelmente devido ao uso mais frequente de exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A doença surge com mais frequência nos homens do que nas mulheres e, geralmente, acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade”, diz Fernanda.
O caminho de Maria: fé e resiliência diante de algo inesperado
“Meu nome é Maria Bezerra da Silva, tenho 65 anos, sou dona de casa e moro em Nova Andradina (MS). Há dois anos, um pequeno caroço me trouxe um incômodo que logo se transformaria em um diagnóstico de câncer. Me recordo bem da sensação, da surpresa e da necessidade de entender o que estava acontecendo.
Como viúva, encarei esse desafio com a força de quem já superou outras batalhas na vida, contando sempre com o apoio dos meus filhos e demais familiares. Eu não sentia nenhum sintoma antes de descobrir o caroço, o que me fez procurar ajuda médica.
Após consulta e exames, recebi o diagnóstico de câncer renal e desde então, o Hospital de Amor tem sido essencial na minha vida. Sempre digo que a importância do hospital é a de nos devolver a saúde, de nos dar a chance de continuar vivendo. O tratamento que recebo é simplesmente excelente. A dedicação dos funcionários e a qualidade dos cuidados me dão a certeza de que estou no lugar certo. Atualmente, estou na fase da quimioterapia, e cada passo é dado com muita esperança.
Essa jornada tem me transformado profundamente. Percebo mudanças em mim e, principalmente, nos meus hábitos de vida. Hoje, valorizo ainda mais a importância de cuidar do corpo e da mente.
Se eu pudesse dar um conselho para alguém que acabou de receber um diagnóstico de câncer, diria para não guardar raiva e para respeitar os alimentos. É um processo desafiador, mas com fé, apoio e os cuidados certos, é possível encontrar forças para seguir em frente”, conta a simpática dona Maria, paciente do HA que trata de câncer renal com muita coragem e uma grande vontade de viver.
Neste mês de junho, dedicado à conscientização sobre o câncer de rim, a Dra. Fernanda Bombarda esclarece as principais dúvidas sobre o tema. Confira:
1) Existem tipos diferentes de câncer renal? Quais são os mais comuns?
R.: Existem diferentes tipos de câncer de rim. O mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados. Outros tipos incluem: carcinoma papilífero (o segundo tipo mais comum, representando cerca de 10% dos casos) e carcinoma cromófobo (que corresponde a cerca de 5% dos casos).
2) Quais são os principais sintomas?
R.: A neoplasia renal é inicialmente assintomática, mas pode se manifestar com dor no flanco (dor nas costas, de lado, na altura da cintura), hematúria (presença de sangue na urina) e massa abdominal palpável.
3) Quando, ‘normalmente’, este tipo de câncer é detectado? E como é feito o diagnóstico?
R.: A forma mais comum de obter o diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia ou tomografia do abdômen. O diagnóstico é realizado por meio de exames como ultrassom, tomografia ou ressonância nuclear magnética de abdômen. A biópsia renal pré-operatória, normalmente, não é realizada e só é necessária em situações excepcionais, a fim de diferenciar lesões malignas de benignas, as quais não necessitariam de tratamento.
4) Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim?
R.: Os principais fatores de risco são: tabagismo, obesidade, hipertensão, idade avançada, doença renal crônica e diálise, história familiar e algumas síndromes genéticas (Doença de Von Hippel-Lindau).
5) Existem medidas preventivas para o câncer renal?
R.: As medidas preventivas para o câncer renal são: evitar o tabagismo, manter um peso saudável e controlar a pressão arterial por meio de uma dieta equilibrada e atividade física regular e, se necessário, medicação, sob orientação médica. Manter-se bem hidratado — beber água suficiente ajuda os rins a eliminarem toxinas e a funcionar adequadamente.
6) Este tipo de câncer costuma aparecer em qual fase (inicial/avançado)?
R.: Cerca de metade dos tumores renais diagnosticados atualmente estão restritos ao rim, enquanto aproximadamente 20% já mostram invasão local, com comprometimento dos linfonodos. O restante apresenta metástases à distância, sendo os locais mais frequentemente atingidos: pulmão, fígado e ossos.
7) Quais são os tipos de tratamento?
R.: Os tipos de tratamento disponíveis são as terapias sistêmicas, que agem em todo o corpo para combater as células cancerígenas, como imunoterapia (que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas), a terapia-alvo (medicamentos que atuam bloqueando vias moleculares específicas) e quimioterapia (o câncer de rim é relativamente resistente à quimioterapia tradicional, por isso, ela raramente é a primeira escolha).
A radioterapia pode ser utilizada em sua forma convencional com fins paliativos para aliviar sintomas como dor em casos de metástases ósseas. Já a radiocirurgia (técnica de radioterapia de alta precisão que administra altas doses de radiação em poucas sessões) tem se mostrado promissora para tratar tumores primários em pacientes não cirúrgicos e para controlar metástases em locais específicos, como ossos e pulmões.
8) A remoção do rim é um tipo de tratamento?
R.: A cirurgia é o tratamento inicial de escolha para a maioria dos carcinomas renais. É o único tratamento curativo definitivo para esse tipo de câncer.
9) O que é nefrectomia parcial/radical?
R.: Nefrectomia total: remoção total do rim.
Nefrectomia parcial: remoção apenas de uma parte do rim ou de uma região onde o nódulo/massa se encontra, preservando o restante do parênquima renal. É mais comumente utilizada em tumores menores.
10) Há chance de transplante no lugar do rim doente?
R.: Um transplante renal é considerado para pacientes que desenvolvem insuficiência renal crônica em estágio terminal, ou seja, quando os rins não conseguem mais cumprir suas funções adequadamente. No caso de um paciente que teve um rim removido devido ao câncer, a necessidade de um transplante surgiria se o rim remanescente também falhasse ou já estivesse com sua função comprometida antes da cirurgia. Em pacientes com câncer renal ativo, o transplante não é recomendado. A principal razão é que o uso de medicamentos imunossupressores após o transplante pode estimular o crescimento de células cancerígenas remanescentes, aumentando o risco de recidiva do câncer.
11) Quais são os avanços da medicina para tratar este tipo de câncer?
R.: Os avanços para tratar esse tipo de câncer são a combinação de terapias sistêmicas, como imunoterapia e terapia-alvo, aumentando as taxas de resposta e a sobrevida dos pacientes. O uso de terapia neoadjuvante: a imunoterapia também está sendo estudada para ser realizada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção, ou até mesmo possibilitar cirurgias menos invasivas. Cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia e robótica): permite que cirurgiões realizem a nefrectomia com maior precisão, menor perda de sangue, menos dor pós-operatória e um tempo de recuperação mais rápido para o paciente. Isso é especialmente benéfico para a preservação da função renal. Terapias Ablativas: novas técnicas de ablação estão sendo estudadas e utilizadas para destruir tumores menores, oferecendo alternativas menos invasivas para pacientes que não são candidatos à cirurgia ou que possuem tumores em locais desafiadores.
12) Quais são as principais consequências para o paciente durante o tratamento e após ele?
R.: Devido à nefrectomia (retirada do rim, seja parcial ou total), existe a possibilidade de alteração da função renal. Outras consequências estão relacionadas a possíveis efeitos colaterais do tratamento sistêmico: náusea, vômito, fadiga, diarreia e perda de apetite.
13) Quais são os maiores desafios enfrentados pelo paciente durante o tratamento? (Não pode comer algum alimento, líquido)?
R.: Não há restrição alimentar. Os maiores desafios são a dificuldade de acesso a medicamentos, especialmente terapias de alto custo ou não disponíveis no sistema público de saúde.
14) O paciente precisa de diálise depois do tratamento?
R.: Não necessariamente. A maioria dos pacientes submetidos à nefrectomia (retirada do rim) para tratamento de câncer renal não precisa de diálise após a cirurgia. A necessidade de diálise após a remoção de um rim depende da função do rim remanescente.
15) Qual é a taxa de cura e de mortalidade deste câncer?
R.: A taxa de sobrevida em 5 anos depende de cada estágio da doença:
– Estágio clínico I (tumor localizado no rim): 80%
– Estágio II (tumor maior, mas ainda restrito ao rim): 73%
– Estágio III (tumor que se espalhou para linfonodos próximos): 53%
– Estágio IV (metástases para outros órgãos): 8%
16) Quantas pessoas são diagnosticadas com esta doença por ano no Brasil?
R.: Estima-se que, por ano, no Brasil, sejam diagnosticados cerca de 12.000 pacientes com esta doença.
17) Existe rastreamento para o câncer renal?
R.: Atualmente, não existem programas de rastreamento populacional para o câncer renal. Não é recomendada a realização de exames de rotina para detectar precocemente essa doença em pessoas assintomáticas, devido à sua baixa incidência e à falta de evidências que comprovem benefícios significativos para a população em geral.
Caso conheça alguém que esteja tratando de câncer renal ou com alguns dos sintomas apresentados neste conteúdo, compartilhe esta matéria. Lembre-se de evitar o cigarro, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e manter a pressão arterial controlada.
O cuidado que começa antes mesmo do tratamento
Num hospital onde o nome já anuncia a essência, o cuidado vai muito além do atendimento médico. No Hospital de Amor, a atenção integral ao paciente passa, todos os dias, pelas mãos de uma equipe que trabalha nos bastidores com escuta, empatia e compromisso social: os(as) assistentes sociais. São eles(as) que recebem, orientam, acolhem e articulam soluções para que o tratamento oncológico não esbarre em barreiras econômicas, sociais ou emocionais.
Em meio à rotina intensa de consultas, exames, cirurgias e internações, o Serviço Social cumpre um papel silencioso, mas fundamental: garantir que o paciente tenha seus direitos respeitados, suas angústias ouvidas e suas necessidades atendidas de forma integral.
Escuta, acolhimento e articulação de direitos
Seja ajudando a obter benefícios sociais, encaminhando para serviços públicos, acompanhando famílias em situação de vulnerabilidade ou mediando soluções para questões delicadas como abandono, luto e conflitos familiares, os profissionais da área estão sempre atentos — e presentes.
A atuação é ampla e vai desde o primeiro acolhimento até o suporte nas situações mais complexas durante e após o tratamento. O atendimento começa com a escuta. Com tempo, paciência e sensibilidade, os assistentes sociais se colocam à disposição para ouvir histórias, entender contextos e acolher dores que, muitas vezes, não são visíveis ou acabam não sendo a prioridade entre as equipes de saúde.
A partir desse primeiro contato, constroem caminhos: orientam sobre benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), aposentadoria por invalidez, passe livre para transporte, isenção de impostos, medicação de alto custo, auxílio-doença, FGTS, entre outros direitos previsto em lei, mas que são desconhecidos de grande parte da população. Em muitos casos, fazem todo o acompanhamento do processo, desde o cadastro no INSS até a confirmação do benefício — como aconteceu com um paciente de 65 anos, sem qualquer histórico de contribuição previdenciária, que teve o benefício concedido após a mediação da equipe. “Essa foi a única renda da família naquele momento de extrema fragilidade”, contou a coordenadora Lucia Roque, emocionada com a dimensão daquilo que parecia apenas mais um atendimento.
Cuidado que vai além dos muros do hospital
Mas o trabalho vai além do aspecto burocrático. No Hospital de Amor, a coordenadora explica que o Serviço Social também atua como um elo entre os pacientes e os diversos setores da rede pública e filantrópica. Isso inclui contato com CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), UBSs (Unidades Básicas de Saúde), casas de apoio, organizações sociais, ONGs, grupos de voluntariado e instituições de justiça. A articulação com essas redes permite que o cuidado não se interrompa na saída do hospital, garantindo continuidade, segurança e acolhimento mesmo nos territórios mais distantes.
Situações de alta complexidade também fazem parte da rotina. “Recentemente, uma paciente estrangeira faleceu na unidade de cuidados paliativos, acompanhada apenas do filho menor de idade, de 17 anos. Os familiares que viviam em outro país não conseguiram chegar a tempo, e o Conselho Tutelar precisou ser acionado. Em um gesto comovente, uma conterrânea da paciente, que estava na cidade, se ofereceu para acolher o menino até a chegada dos parentes. O corpo da paciente permaneceu no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) até que toda a documentação fosse finalizada. O caso mobilizou emocionalmente a equipe”, lembra Lucia — um retrato da complexidade humana com que lidam diariamente.
Profissionais que enxergam o paciente como um todo
Essas situações exigem preparo técnico, sim, mas também exigem vocação. Por isso, a equipe do Serviço Social é formada por profissionais capacitados, com formação em Serviço Social e registro no CRESS, distribuídos por diferentes unidades, incluindo as unidades hospitalares e as casas de apoio geridas pelo HA, como o Lar de Amor e o alojamento Santa Madre Paulina, em Barretos (SP).
Eles participam de discussões de caso com médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas; acompanham visitas multiprofissionais; elaboram relatórios sociais; colaboram na construção de planos terapêuticos e atuam em comissões de ética, óbito e humanização.
Mesmo com uma estrutura sólida, os desafios são muitos. A vulnerabilidade social de grande parte dos pacientes impõe obstáculos que ultrapassam a alçada hospitalar. Há quem chegue sem condições mínimas de seguir o tratamento: sem renda, sem casa, sem comida. É nesse momento que a sensibilidade da equipe entra em cena, articulando parcerias locais e criando soluções que ultrapassam a técnica.
Humanização, aliás, é a palavra que define o modo como o Serviço Social do Hospital de Amor atua. Chamar o paciente pelo nome, garantir um ambiente acolhedor, respeitar a diversidade, oferecer tempo de qualidade e presença real em momentos delicados. Tudo isso faz parte de um cuidado que também é emocional, subjetivo e profundamente humano.
Conhecimento que empodera e fortalece vínculos
A atuação também inclui a entrega da Cartilha de Direitos do Paciente em Tratamento Oncológico, um material que orienta e empodera, tornando acessíveis informações que, muitas vezes, são desconhecidas ou difíceis de compreender.
Em paralelo, os profissionais conduzem atendimentos individuais, em grupo e com as famílias, com foco no fortalecimento de vínculos, no apoio emocional e na promoção da autonomia. Também acompanham todo o processo de internação, tratamento, retorno ao domicílio e, quando necessário, cuidados paliativos e luto.
No HA, o Serviço Social é mais que uma área técnica. É um espaço de afeto, de luta por justiça social e de reconstrução da dignidade. Cada atendimento é uma oportunidade de dizer, com ações concretas, que o paciente não está só. E que, sim, é possível cuidar com amor — mesmo em meio à dor.
A dor de cabeça é uma queixa comum que afeta grande parte da população em algum momento da vida. Afinal, quem nunca teve dor de cabeça? No entanto, para muitas pessoas, a intensidade ou persistência da dor pode gerar ansiedade ou até mesmo o medo de ser algo mais grave, como um câncer, por exemplo. Para desmistificar essa preocupação e esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, o neurocirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Ismael Lombardi, respondeu algumas perguntas. Confira:
1) O que pode ser considerado dor de cabeça?
R.: A dor de cabeça, ou cefaleia, é qualquer tipo de dor que aparece na região da cabeça, seja na parte da frente, dos lados, atrás ou no topo. Pode ser uma dor leve, forte, latejante, em pressão ou fisgada.
2) Existem diferentes tipos de dor de cabeça? Quais são os mais comuns?
R.: Sim! Existem muitos tipos, divididos em dois grupos principais:
Primárias: são as mais comuns, representando cerca de 90% dos casos. Não são causadas por outros problemas de saúde, mas sim por fatores como genética, ambiente, hormônios, alterações no sono ou alimentação. Os tipos mais frequentes são:
• Enxaqueca: dor forte, geralmente em um lado da cabeça, podendo vir acompanhada de náuseas e sensibilidade à luz e ao barulho.
• Tensional: sensação de pressão ou ‘aperto’ na cabeça, frequentemente ligada a estresse, cansaço ou ansiedade.
• Cefaleia em Salvas: dor intensa, geralmente atrás do olho, que ocorre em crises curtas, porém muito fortes.
As cefaleias secundárias são aquelas causadas por outras doenças. Ou seja, uma dor de cabeça secundária em geral é uma queixa, um sintoma de outro problema de saúde e comumente está acompanhada de outros sintomas ou sinais físicos.
3) Quando pode surgir dor de cabeça? E quando ela é considerada ‘comum’?
R.: Dr. Ismael aponta que dores de cabeça podem surgir por motivos simples do cotidiano, como estresse, má qualidade do sono, longos períodos sem se alimentar, uso excessivo de telas (celular, computador) e desidratação (beber pouca água). Essas dores são consideradas comuns, especialmente quando melhoram com descanso, hidratação, alimentação adequada e, às vezes, com analgésicos simples.
4) Existe dor de cabeça aguda e crônica? Qual é a diferença?
R.: Sim. O médico também diferencia a dor de cabeça em aguda e crônica:
– Aguda: é aquela dor que parece de repente, dura pouco tempo e desaparece. Pode ser causada por fatores como estresse, gripe, sinusite ou uma noite mal dormida.
– Crônica: este tipo de dor já ocorre por mais de 15 dias no mês, durante pelo menos três meses consecutivos. Geralmente está associada à enxaqueca, tensão ou uso exagerado de medicamentos para dor.
5) Mulheres são mais propensas?
R.: Sim, as mulheres tendem a sofrer mais com dores de cabeça, principalmente com enxaqueca. Isso acontece por vários motivos, incluindo fatores hormonais, como variações durante o ciclo menstrual, que contribuem para essa maior prevalência.
6) Quando é necessário procurar um médico?
R.: Deve-se procurar um médico quando: A dor de cabeça é muito diferente do que costuma sentir; a dor vem muito forte de repente, como uma “pancada”; está acompanhada de outros sinais, como fraqueza, formigamento, dificuldade para falar, perda de equilíbrio ou visão dupla; a dor não melhora com os remédios que sempre funcionaram; quando a dor é frequente, ocorrendo muitos dias no mês.
Câncer e dor de cabeça
7) Dor de cabeça pode ser sinal de câncer?
R.: Sim, a dor de cabeça pode ser secundária a um câncer ou mesmo a tumores benignos. No entanto, essa não é a queixa mais comum em pacientes oncológicos e é muito menos frequente do que as cefaleias primárias. Sinais que podem indicar uma dor de cabeça secundária a um tumor:
Fraqueza em um lado do corpo;
Perda de equilíbrio ou audição;
Alterações na visão;
Dificuldade para falar;
Convulsões.
A dor nesses casos costuma ser mais intensa, mais frequente, pode piorar ao deitar-se e costuma não melhorar com remédios comuns.
8) Quais tipos de câncer podem causar dor de cabeça?
R.: • Tumores no cérebro, sejam eles primários (que nascem no cérebro) ou metástases (câncer que começou em outro órgão e foi para o cérebro).
• Câncer na região da cabeça e pescoço, como nos seios da face (sinusite crônica associada a tumor, por exemplo).
• Em casos mais raros, leucemias e linfomas também podem provocar dor de cabeça, geralmente associada a outros sintomas, como febre, cansaço extremo ou perda de peso.
9) Segundo o Google Trends, o termo ‘dor de cabeça’ é mais pesquisado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, qual é a prevalência dos casos de câncer cerebral nestas regiões?
R.: O câncer cerebral é considerado uma doença rara em qualquer região do Brasil e do mundo. Ele representa cerca de 2% dos tumores em adultos e é um pouco mais frequente em crianças, onde chega a ser o segundo tipo de câncer mais comum na infância, depois da leucemia. Nas regiões Norte e Nordeste, a prevalência é parecida com o restante do país. Porém, nessas regiões pode haver mais dificuldade no acesso rápido ao diagnóstico e tratamento especializado, o que gera mais preocupação e buscas na internet.
10) O câncer cerebral costuma ser mais benigno ou maligno?
R.: Os tumores do sistema nervoso central podem ser benignos ou malignos. Entretanto, os tumores mais comuns são benignos. Ainda assim, tumores benignos, assim como os malignos, podem causar aumento da pressão dentro do crânio, sendo a dor de cabeça secundária ao aumento dessa pressão uma queixa comum nestas situações.
11) Quais são as perspectivas de cura e possíveis sequelas?
R.: A chance de cura varia significativamente dependendo do tipo, localização e estágio do tumor. Tumores benignos localizados podem ter cura com cirurgia. Tumores malignos podem ser controlados com cirurgia, radioterapia, quimioterapia e, hoje, com terapias mais modernas, mas nem sempre são curáveis. Quando se trata de metástases no cérebro, o objetivo pode ser controle da doença e melhora da qualidade de vida. As sequelas também dependem da localização do tumor no cérebro, podendo incluir fraqueza em algum lugar do corpo, dificuldades na fala, memória ou visão, alterações de equilíbrio e convulsões. Algumas pessoas podem ter poucas ou nenhuma sequela, especialmente se o tumor estiver em áreas de menor risco.
12) Pode ocorrer metástase cerebral em pacientes com histórico de câncer?
R.: Sim, pacientes com histórico de câncer em outros órgãos (pulmão, mama, rim, intestino ou melanoma) têm maior risco de desenvolver metástases cerebrais. Isso ocorre porque as células cancerosas podem se disseminar pela corrente sanguínea e atingir outros órgãos, inclusive o cérebro.
13) Como é feito o diagnóstico e o tratamento do câncer cerebral?
R.: O diagnóstico é feito principalmente por meio de exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, além da avaliação clínica dos sintomas. Em alguns casos, é necessário realizar uma biópsia para saber exatamente o tipo do tumor.
O tratamento pode incluir: cirurgia (sempre que possível), radioterapia, quimioterapia, terapias mais modernas, como imunoterapia e radiocirurgia, dependendo do caso.
14) Existem tratamentos inovadores? Quais?
R.: Sim! A neurocirurgia tem evoluído muito. Hoje usamos:
• Neuronavegação, que funciona como um GPS do cérebro durante a cirurgia;
• Cirurgia com monitorização de áreas nobres, para preservar fala, movimento e visão;
• Radiocirurgia, que é um tipo de radioterapia super precisa, sem cortes;
• Cirurgia com fluorescência, que permite ao cirurgião enxergar melhor o tumor;
• Pesquisas avançam também em imunoterapia e terapia-alvo, dependendo do tipo de tumor.
15) Como o Hospital de Amor se destaca no Brasil no tratamento de tumores cerebrais?
R.: O Hospital de Amor se destaca pelo modelo de atendimento 100% gratuito, humanizado e com tecnologia de ponta, comparável a grandes centros do mundo. Temos neurocirurgia de alta complexidade, com neuronavegação, microscopia avançada e monitorização intraoperatória. Além de oferecermos tratamentos como radiocirurgia, radioterapia de precisão e acesso a pesquisas clínicas. Tudo isso com um olhar voltado para o acolhimento dos pacientes e suas famílias.
16) Quais são as estimativas de cura?
R.: Tumores benignos localizados podem ter uma taxa de cura acima de 90% com cirurgia. Tumores malignos primários do cérebro, como o glioblastoma, têm tratamento que busca controlar a doença e melhorar a qualidade de vida, mas nem sempre são curáveis. Já no caso de metástases cerebrais, muitos pacientes conseguem controlar bem a doença, especialmente quando o câncer de origem também está controlado. Cada caso é muito individual e depende de tipo, localização e saúde geral do paciente.
É muito importante reforçar que dor de cabeça, na imensa maioria das vezes, não significa câncer. A maior parte das dores de cabeça está ligada ao estresse, ansiedade, sono ruim ou problemas simples do dia a dia. Mas é fundamental que as pessoas não deixem de procurar um médico quando a dor for diferente, persistente ou vier acompanhada de outros sintomas, conforme já foi explicado acima. O diagnóstico precoce, seja para câncer ou qualquer outra doença, salva vidas.
Já imaginou ter que andar sobre uma ponte instável rodeada por água e manter o equilíbrio e a concentração para não cair? Ou poder visitar uma cidade ou país que deseja conhecer e andar pelas ruas sem sair do seu local de origem? Escalar o Everest por meio de uma tela?
Essa é a evolução da gamificação, que teve início na década de 1940, quando os cientistas Alan Turing e Thomas T. Goldsmith Jr. começaram a imaginar uma forma de entretenimento eletrônico para os computadores da época, utilizados para cálculos científicos. Outro visionário, o físico William Higinbotham, criou em 1958 o primeiro jogo eletrônico interativo, chamado “Tennis for Two”, em que dois jogadores podiam controlar a trajetória da bola e competir entre si em um jogo de tênis simplificado.
Mas você deve estar se perguntando: “O que videogames e games digitais, que surgiram no século passado, têm a ver com saúde?” A resposta é simples: os videogames e suas evoluções tornaram-se mais do que produtos de entretenimento. Eles passaram a integrar terapias que auxiliam no tratamento de diversas doenças, como o câncer.
Com o avanço tecnológico, o surgimento da inteligência artificial, da realidade virtual e de outras inovações agregaram muito à saúde — especialmente na reabilitação de pacientes. “Se a gente parar para pensar, a reabilitação vem passando por grandes transformações, e a tecnologia tem contribuído significativamente para melhorar a qualidade do atendimento e a atuação do terapeuta. O interessante dessas novas tecnologias é que elas fornecem parâmetros objetivos ao profissional — algo que, na reabilitação, muitas vezes, é subjetivo. Por meio da gamificação, IA e realidade virtual, é possível mensurar os resultados e proporcionar uma terapia mais eficaz e interativa ao paciente”, explica o fisiatra e coordenador médico do Centro Especializado em Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP), Dr. Henrique Buosi.
Do obstáculo com pedras no chão à bexiga projetada na parede…
AMADEO, ARMEO, C-MILL e NIRVANA são dispositivos utilizados na reabilitação de pacientes oncológicos e não oncológicos nas unidades de Reabilitação do Hospital de Amor. Cada aparelho tem uma função específica, mas todos têm algo em comum: a gamificação! Esses dispositivos utilizam a gameterapia na reabilitação dos pacientes.
Um dos dispositivos que faz sucesso entre os pacientes do HA é o C-MILL, uma ferramenta que fornece avaliação objetiva e detalhada do equilíbrio e da marcha dos pacientes. Equipado com placa de força, realidade aumentada e realidade virtual, ele torna o processo de reabilitação mais eficiente.
Durante a sessão, o paciente interage com um game indicado para sua fase de tratamento. A partir dessa interação, é possível analisar diversos parâmetros, como explica o fisioterapeuta e coordenador da equipe multiprofissional do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), Thiago Felício.
“O C-MILL é uma esteira interativa, cuja base é uma plataforma de força. Com ela, trabalhamos a marcha por meio de jogos que aparecem tanto na tela quanto na esteira. Cada passo do paciente é registrado, e, conforme ele supera os obstáculos do jogo, recebe feedbacks positivos ou negativos. O C-MILL permite trabalhar diversas áreas. No setor de fisioterapia, é usado para melhorar a marcha, o equilíbrio (estático e dinâmico), a descarga de peso nos membros — especialmente em casos em que os pacientes não conseguem distribuir o peso igualmente entre as pernas —, além de treinar a coordenação motora.”
Outro dispositivo bastante popular, especialmente entre as crianças, é o NIRVANA, que auxilia na reabilitação motora e cognitiva de pacientes que perderam funções em decorrência do tratamento oncológico, ou que foram diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia e deficiência intelectual.
Além disso, o NIRVANA proporciona uma experiência imersiva ao usuário, criando ambientes realistas que o ajudam a trabalhar coordenação motora, equilíbrio, destreza manual, amplitude de movimento, estímulo cognitivo e visão subnormal.
O NIRVANA é um dos recursos utilizados pelos terapeutas, que complementam a reabilitação com outras atividades lúdicas, explica Juliane Vilela Muniz, fonoaudióloga do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “Utilizamos diversos materiais pedagógicos e robóticos para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Inicialmente, fazemos uso do NIRVANA, e, à medida que o paciente evolui, avançamos para a ‘casa de atividades da vida prática’, onde realizamos tarefas com recursos reais, como cozinhar ou lavar roupa, encerrando assim o ciclo até a alta do setor.”
Um mundo virtual por meio dos olhos
Uma experiência imersiva, interativa e tridimensional, que simula ambientes e obstáculos virtuais, melhora o humor, a disposição, mantém a capacidade física e reduz a ansiedade — tudo isso com o auxílio de óculos de realidade virtual. Essa é uma das terapias utilizadas no HA.
Pacientes que passam por transplante de medula óssea frequentemente enfrentam longos períodos de internação, tornando a reabilitação mais desafiadora. Levar leveza a esse momento é essencial, como explica Simara Cristina Pereira Silva, fisioterapeuta do setor de Transplante de Medula Óssea da unidade adulta do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
“Quando o paciente apresenta baixa adesão à fisioterapia e à terapia ocupacional devida à internação prolongada, ou possui quadro de pancitopenia persistente (anemia e baixa de plaquetas), com contraindicação à reabilitação convencional, utilizamos os óculos de realidade virtual. O paciente é imerso em um ambiente virtual que associa dupla tarefa, promovendo uma reabilitação mais dinâmica e aliviando a rotina hospitalar.”
Há pouco mais de um ano, a equipe de fisioterapia e terapia ocupacional do TMO da unidade adulta do HA sentiu a necessidade de inovar o atendimento. Desde então, mais de 30 pacientes utilizaram os óculos de realidade virtual. Com a ferramenta, é possível analisar critérios como a escala de fadiga, permitindo que a equipe multidisciplinar ajuste as atividades e, se necessário, aumente o nível na próxima sessão com os óculos VR.
Realidade virtual no tratamento do câncer infantojuvenil
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos de câncer infantojuvenil no Brasil, para cada ano do triênio 2023–2025, é de 7.930 casos. O Hospital de Amor Infantojuvenil diagnostica, aproximadamente, 300 novos casos por ano.
Oferecer tratamento humanizado e de qualidade é rotina no Hospital de Amor, principalmente porque é comum o aumento da ansiedade antes e durante procedimentos médicos — especialmente em crianças e adolescentes. Para proporcionar mais conforto a esses pacientes, o HA Infantojuvenil firmou uma parceria com o estúdio Goblin, sob a liderança do médico cirurgião pediátrico Dr. Wilson Oliveira Junior, para desenvolver o projeto “O Chamado do Herói”.
Segundo o médico, crianças com câncer, por passarem por inúmeros procedimentos invasivos que exigem anestesia, tendem a apresentar níveis de ansiedade elevados. Sabe-se que atividades lúdicas ajudam a criança a compreender os procedimentos a que será submetida, auxiliando-a no processamento de emoções e preocupações de forma mais acessível e menos assustadora.
“’O Chamado do Herói’ tem como objetivo transformar a criança na protagonista da própria aventura. Ao ser submetida a um procedimento desconfortável, ela é transportada para um mundo de fantasia 3D, por meio dos óculos VR. A união entre realidade virtual e elementos táteis proporciona uma experiência imersiva, ajudando a reduzir os níveis de estresse e ansiedade relacionados à doença e ao tratamento. Como consequência, também beneficia o círculo familiar mais próximo”, destaca o médico cirurgião do HA Infantojuvenil.
No dia 4 de maio de 2025, o Hospital de Amor fez história mais uma vez. Com o objetivo de promover ações que visam o resgate da cultura tropeira, o HA – por meio do Rodeio Pela Vida – e o Instituto Sociocultural realizaram eventos que reuniram diversas pessoas com um único propósito: salvar vidas.
No último dia 4 de abril, o Instituto Sociocultural do Hospital de Amor, por meio do Ministério da Cultura, realizou, pela primeira vez no município de Barretos (SP), o “Desfile da Cultura Tropeira”.
Com o objetivo de resgatar as tradições do interior, homenagear aspectos da cultura tropeira, sertaneja e rural, e destacar a importância do campo para a construção da identidade regional, o ISHA trouxe para as ruas barretenses 10 carros alegóricos, que foram confeccionados pelo decorador Mauricio Valente.
As alegorias foram nomeadas da seguinte forma: Cultura Tropeira, Rainhas do Rodeio, Os Independentes (70 anos), Queima do Alho, Berranteiro, Agronegócio, Catira, Viola, Rodeio e Boi Soberano. Em cada carro, havia convidados especiais, que, além de serem parceiros do HA, também são grandes apoiadores da cultura local.
Para abrir o desfile, o evento também contou com a participação especial da Banda Marcial Municipal de Promissão, que percorreu as ruas da cidade realizando uma performance com coreografias belíssimas e participação de todos os seus músicos, além do apoio do Grupo de Escoteiros de Barretos, Chão Preto.
Antes da entrada dos carros alegóricos, a comissão de frente do desfile foi composta pelo presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, que carregava a bandeira do Brasil; pelo integrante da comissão do Rodeio Pela Vida, Renato Junqueira, que levou a bandeira do Estado de São Paulo; pelo prefeito do município, Odair Silva, que carregou a bandeira do município de Barretos; e pelo Dr. Sérgio Serrano – médico do HA – e Raimundo Neto – colaborador do departamento de equoterapia do HA – que carregaram a bandeira da instituição.
Coordenado pelo turismólogo e locutor Paulo Cesar Lopes, o desfile saiu do Recinto Paulo de Lima Corrêa, às 9h, e percorreu as ruas de Barretos (SP) até a Praça Francisco Barreto, onde foram montadas arquibancadas para o público, uma área exclusiva para pessoas com deficiência (PCD) e um palco para autoridades e convidados. Para falar sobre as informações de cada carro, foi convidado o carnavalesco e parceiro do HA, Patrício Augusto.
Para Paulo Lopes, conhecido carinhosamente como ‘Paulinho 1001’, o evento é uma oportunidade de conectar as novas gerações às raízes culturais da região. “A cultura rural é a base da nossa identidade no interior. Resgatar essa tradição, por meio do desfile, é fundamental para que nossos jovens conheçam e valorizem a história que nos trouxe até aqui. É um momento de celebração e aprendizado”, destacou ele.
Um dos objetivos do Instituto Sociocultural é preservar o legado cultural e afirmar seu compromisso perante a sociedade. Para a coordenadora do ISHA, Aline Dias, é muito importante trazer a nossa cultura. “É gratificante saber que o Instituto Sociocultural contribui com isso. Nosso papel é trazer cultura, não apenas para o Hospital de Amor, mas também para a sociedade”, relatou ela.
O evento, que foi realizado por meio do Ministério da Cultura, contou com a participação de convidados especiais. Além disso, teve distribuição de água, acessibilidade, guarda civil, intérprete de libras, banheiro químico, bombeiros, seguranças e ambulâncias à disposição do público.
No mesmo dia, 4 de maio, também foi realizada a 4ª Cavalgada Pela Vida – evento que faz parte da grade de atividades do Rodeio Pela Vida – em prol ao Hospital de Amor.
Para Osmar Marchi – integrante da comissão organizadora do Rodeio Pela Vida – este evento é o encontro de gerações. “Não podemos esquecer as nossas raízes e de onde tudo surgiu. Nós estamos resgatando tradições porque tudo o que temos hoje – antes de vir os maquinários – foi construído com pessoas montadas em cima de cavalos, burros ou de um carro de boi, então, a cavalgada traz isso. O Desfile da Cultura Tropeira também nos ajuda a relembrar das nossas origens, por meio da catira e das tradições que tínhamos fortemente em décadas passadas”, destaca ele.
A cavalgada, que também foi comandada pelo locutor Paulinho 1001, teve um percurso de aproximadamente 7km. Iniciada no Recinto Paulo de Lima Corrêa, ela percorreu os pontos turísticos do município, até chegar ao Centro de Eventos Dr. Paulo Prata, onde aconteceu a tradicional Queima do Alho.
Para deixar o evento ainda mais gostoso, 14 comitivas se reuniram no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata para realizar a tradicional Queima do Alho. O evento, marcado pelas comidas típicas dos peões de boiadeiro, também contou com a apresentação da Banda Marcial Municipal de Promissão e do grupo Espora de Prata, que dançou catira. Além disso, o público presente pôde ouvir o tradicional toque do berrante e apreciar modas de viola.
Para Sérgio Ribeiro – integrante da comissão organizadora do Rodeio Pela Vida – a Queima do Alho é um marco para a sociedade. “O objetivo de realizarmos a Queima do Alho no lançamento do 5º Rodeio Pela Vida é resgatar as tradições sertanejas, que vêm perdendo espaço ao longo dos anos. Antigamente, os tropeiros iam buscar boi em diferentes estados do Brasil e, quando voltavam, precisavam se alimentar. Os carros-chefe dessas refeições eram: arroz carreteiro, feijão gordo e feijão tropeiro. Uma das tradições era levar um frango durante essas viagens e, como elas duravam muitos meses, o frango se tornava um galo, e os tropeiros acabavam se apegando ao animal. Por isso, nesta edição da Queima do Alho, vimos muitas comitivas com um galo, representando essa tradição”, relatou ele.
Ao ser questionado sobre as perspectivas para as próximas edições, ele afirmou que haverá muita festa e ainda mais tradição. “Para 2026, queremos trazer mais comitivas para este encontro, para continuarmos resgatando as tradições e, ao mesmo tempo, trocando experiências, preservando assim o legado da nossa história”, destacou Sérgio Ribeiro.
A 4ª Cavalgada pela Vida e a Queima do Alho marcaram, oficialmente, o lançamento da 5ª edição do Rodeio Pela Vida.
O Hospital de Amor – referência em oncologia, que acolhe pacientes de todo o país – realizará, entre os dias 5 e 7 de junho, a 5ª edição do “Rodeio pela Vida”, na cidade de Barretos (SP). O evento, que acontece no Recinto Paulo de Lima Corrêa em prol do HA, contará com atrações musicais, rodeio em touro e cavalo (sela americana, bareback e cutiano), breakaway roping e Três Tambores.
Priorizando a qualidade do rodeio, a comissão organizadora firmou parceria com a ACR – Associação dos Campeões de Rodeio – para a seleção dos competidores do rodeio em touro, enquanto a ProHorse será a responsável pela organização do rodeio em cavalos. Nas provas cronometradas, a modalidade Três Tambores será em parceria com a ANTT – Associação Nacional dos Três Tambores.
Além das provas, o evento contará com o apoio de cantores parceiros da instituição. No primeiro dia, Murilo Huff fará o primeiro show da 5ª edição. Já no segundo dia, as apresentações ficarão por conta do grupo Traia Véia e da dupla Bruninho & Davi. Por fim, no último dia, para encerrar a festa com chave de ouro, Felipe Araújo finaliza as atrações musicais desta ação solidária. Acesse o site e compre seu ingresso.