Após um longo período de pandemia, restrições, distanciamento social e diversas crises enfrentadas no mundo todo, é preciso falar, refletir e, principalmente, cuidar da saúde mental! Há 8 anos, foi criada a campanha ‘Janeiro Branco’ – responsável por divulgar as questões relacionadas à saúde mental e conscientizar toda a população sobre o tema – e, desde então, esse assunto é bastante disseminado nos meios de comunicação e discutido pelos ambientes corporativos.
Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. Já são mais de 450 milhões de pessoas afetadas diretamente por transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento.
Sabendo disso, o Hospital de Amor (que também abraça e apoia o ‘Janeiro Branco’) teve uma conversa especial com o psicólogo do HA, Ray Roberto Andrade Nascimento. Confira!
– O que é ‘Janeiro Branco’?
R.: É uma campanha que ocorre no mês de janeiro, que tem por objetivo divulgar e chamar a atenção para as questões relacionadas à saúde mental, e levar as pessoas e/ou instituições a refletir sobre a importância da temática.
– Por que janeiro foi o mês escolhido para essa campanha?
R.: A campanha foi criada em 2014, por um grupo de profissionais de psicologia no estado de Minas Gerais, em Uberlândia. O mês foi escolhido devido ao que ele representa: um ano novo, uma nova vida. Dessa forma, podemos pensar em um momento em que as pessoas refletem e constroem resoluções e metas para o ano que está por vir.
– Por que é tão importante falar e conscientizar a sociedade sobre o cuidado com a saúde mental?
R.: É importante refletir e conscientizar a sociedade sobre a saúde mental devido ao impacto que ela possui sob a vida dos indivíduos. Em 2020, nos deparamos com um movimento que acometeu mais os adolescentes com quadro depressivos, onde eles eram desafiados a realizar uma série de ações autodestrutivas, até, infelizmente cometer o suicídio. Tal movimento, nos fez refletir sobre a importância de quebrar o tabu e começar a falar mais sobre a saúde mental com os jovens. No que diz respeito ao nosso país, sabe-se que o Brasil tem maior quadro de ansiedade em comparação a demais países. Então, falar sobre saúde mental, é divulgar dados, conscientizar e quebrar tabus sobre a temática.
– Qual é a melhor forma de cuidar da saúde mental? Existem hábitos preventivos?
R.: Acredito que da mesma forma que realizamos exames médicos, odontológicos e nutricionais preventivos, é de suma importância acrescentar o profissional de psicologia na lista. Uma forma de cuidar da saúde mental, é procurando um profissional de psicologia habilitado para avaliar o seu estado mental ou investigar possíveis demandas. Há escalas e teste psicológicos que são de uso exclusivo para estes profissionais, capazes de rastrear níveis de ansiedade, depressão, qualidade de vida, entre outros. No que diz respeito à hábitos preventivos, além das visitas de rotina a um profissional de psicologia, é essencial realizar ações que são importantes para a pessoa, como atividades físicas, boa alimentação, sono em dia e suporte social, são alguns índices para uma melhor qualidade de vida.
– Como identificar se uma pessoa está precisando de ajuda?
R.: Um momento chave é quando a pessoa não está se sentindo bem e logo não sabe dizer claramente o que é. Ou mesmo quando percebe que não está conseguindo dormir bem, sente-se desmotivado, muito ansioso a ponto de estar descompensando em algo, como na alimentação, preocupação demasiada ou mesmo percebendo uma importante insatisfação consigo mesmo. Essas são alguns indícios de que é necessário procurar conversar com um profissional.
– E quando identificado, como ajudá-la?
R.: Uma vez identificado que há uma possível demanda, é importante se engajar no processo terapêutico. Destaco que é um processo, que pode ser demorado ou não. Há várias formas de se fazer psicologia, várias correntes que buscam compreender e trabalhar o ser humano e vários profissionais no campo. É importante que a pessoa se sinta confortável e acolhida pelo profissional, e confiança também. Caso isso não aconteça, é importante não desistir, mas sim procurar um outro profissional que te faça sentir bem. Durante o processo terapêutico, o profissional irá utilizar um arsenal de estratégias, que são cientificamente comprovadas e reconhecidas, para trabalhar a demanda trazida pelo paciente (Beste Potenzmittel). Por exemplo, dentro da abordagem que sigo para exercer a minha profissão, a terapia cognitiva comportamental (TCC), trabalho com o paciente os pensamentos que geram a sua ansiedade, como também técnicas comportamentais (respiração diafragmática) para manejar os sintomas físicos gerado pela ansiedade.
– Quando falamos em saúde mental, quais doenças e problemas são abrangidos?
R.: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem vários tipos de transtornos mentais e cada um deles podem se apresentar de formas diferentes. Há alteração no padrão de: pensamento, percepção, emoção, comportamento e nos relacionamentos sociais. As principais doenças são os transtornos de humor, ansiedade, alimentação, personalidade, psicótico e de uso de substâncias.
– Qual é o impacto desse cuidado o tratamento oncológico?
R.: Durante o tratamento oncológico, é de suma importância trabalhar com o paciente em sua totalidade (biopsicossocial). No que diz respeito à saúde mental do paciente em si, embora o câncer seja uma doença de ordem biológica, sabe-se que há fatores psicossociais atrelados no tratamento. No que concerne o componente psicológico, podemos pensar no medo e/ou na preocupação, sentidos não somente pelo paciente, mas também pelo familiar ou mesmo pela equipe, e nos efeitos colaterais que o tratamento pode ter, como a perda do cabelo e a possível alteração da autoestima.
– Quais dicas você dá para quem quer cuidar da saúde mental?
R.: Eu sempre digo que cuidar da saúde mental é um dos melhores investimentos que a pessoa faz para si mesma. Mas eu sempre destaco: procure trabalhar com algum psicólogo que faz você se sentir acolhido e que seja capacitado para exercer a profissão. Caso você não se identifique com o profissional ou não se sinta confortável em falar sobre alguns assuntos, procure outro. Se você realmente deseja se cuidar, se prepare para momentos acolhedores.
Após um longo período de pandemia, restrições, distanciamento social e diversas crises enfrentadas no mundo todo, é preciso falar, refletir e, principalmente, cuidar da saúde mental! Há 8 anos, foi criada a campanha ‘Janeiro Branco’ – responsável por divulgar as questões relacionadas à saúde mental e conscientizar toda a população sobre o tema – e, desde então, esse assunto é bastante disseminado nos meios de comunicação e discutido pelos ambientes corporativos.
Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. Já são mais de 450 milhões de pessoas afetadas diretamente por transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento.
Sabendo disso, o Hospital de Amor (que também abraça e apoia o ‘Janeiro Branco’) teve uma conversa especial com o psicólogo do HA, Ray Roberto Andrade Nascimento. Confira!
– O que é ‘Janeiro Branco’?
R.: É uma campanha que ocorre no mês de janeiro, que tem por objetivo divulgar e chamar a atenção para as questões relacionadas à saúde mental, e levar as pessoas e/ou instituições a refletir sobre a importância da temática.
– Por que janeiro foi o mês escolhido para essa campanha?
R.: A campanha foi criada em 2014, por um grupo de profissionais de psicologia no estado de Minas Gerais, em Uberlândia. O mês foi escolhido devido ao que ele representa: um ano novo, uma nova vida. Dessa forma, podemos pensar em um momento em que as pessoas refletem e constroem resoluções e metas para o ano que está por vir.
– Por que é tão importante falar e conscientizar a sociedade sobre o cuidado com a saúde mental?
R.: É importante refletir e conscientizar a sociedade sobre a saúde mental devido ao impacto que ela possui sob a vida dos indivíduos. Em 2020, nos deparamos com um movimento que acometeu mais os adolescentes com quadro depressivos, onde eles eram desafiados a realizar uma série de ações autodestrutivas, até, infelizmente cometer o suicídio. Tal movimento, nos fez refletir sobre a importância de quebrar o tabu e começar a falar mais sobre a saúde mental com os jovens. No que diz respeito ao nosso país, sabe-se que o Brasil tem maior quadro de ansiedade em comparação a demais países. Então, falar sobre saúde mental, é divulgar dados, conscientizar e quebrar tabus sobre a temática.
– Qual é a melhor forma de cuidar da saúde mental? Existem hábitos preventivos?
R.: Acredito que da mesma forma que realizamos exames médicos, odontológicos e nutricionais preventivos, é de suma importância acrescentar o profissional de psicologia na lista. Uma forma de cuidar da saúde mental, é procurando um profissional de psicologia habilitado para avaliar o seu estado mental ou investigar possíveis demandas. Há escalas e teste psicológicos que são de uso exclusivo para estes profissionais, capazes de rastrear níveis de ansiedade, depressão, qualidade de vida, entre outros. No que diz respeito à hábitos preventivos, além das visitas de rotina a um profissional de psicologia, é essencial realizar ações que são importantes para a pessoa, como atividades físicas, boa alimentação, sono em dia e suporte social, são alguns índices para uma melhor qualidade de vida.
– Como identificar se uma pessoa está precisando de ajuda?
R.: Um momento chave é quando a pessoa não está se sentindo bem e logo não sabe dizer claramente o que é. Ou mesmo quando percebe que não está conseguindo dormir bem, sente-se desmotivado, muito ansioso a ponto de estar descompensando em algo, como na alimentação, preocupação demasiada ou mesmo percebendo uma importante insatisfação consigo mesmo. Essas são alguns indícios de que é necessário procurar conversar com um profissional.
– E quando identificado, como ajudá-la?
R.: Uma vez identificado que há uma possível demanda, é importante se engajar no processo terapêutico. Destaco que é um processo, que pode ser demorado ou não. Há várias formas de se fazer psicologia, várias correntes que buscam compreender e trabalhar o ser humano e vários profissionais no campo. É importante que a pessoa se sinta confortável e acolhida pelo profissional, e confiança também. Caso isso não aconteça, é importante não desistir, mas sim procurar um outro profissional que te faça sentir bem. Durante o processo terapêutico, o profissional irá utilizar um arsenal de estratégias, que são cientificamente comprovadas e reconhecidas, para trabalhar a demanda trazida pelo paciente (Beste Potenzmittel). Por exemplo, dentro da abordagem que sigo para exercer a minha profissão, a terapia cognitiva comportamental (TCC), trabalho com o paciente os pensamentos que geram a sua ansiedade, como também técnicas comportamentais (respiração diafragmática) para manejar os sintomas físicos gerado pela ansiedade.
– Quando falamos em saúde mental, quais doenças e problemas são abrangidos?
R.: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem vários tipos de transtornos mentais e cada um deles podem se apresentar de formas diferentes. Há alteração no padrão de: pensamento, percepção, emoção, comportamento e nos relacionamentos sociais. As principais doenças são os transtornos de humor, ansiedade, alimentação, personalidade, psicótico e de uso de substâncias.
– Qual é o impacto desse cuidado o tratamento oncológico?
R.: Durante o tratamento oncológico, é de suma importância trabalhar com o paciente em sua totalidade (biopsicossocial). No que diz respeito à saúde mental do paciente em si, embora o câncer seja uma doença de ordem biológica, sabe-se que há fatores psicossociais atrelados no tratamento. No que concerne o componente psicológico, podemos pensar no medo e/ou na preocupação, sentidos não somente pelo paciente, mas também pelo familiar ou mesmo pela equipe, e nos efeitos colaterais que o tratamento pode ter, como a perda do cabelo e a possível alteração da autoestima.
– Quais dicas você dá para quem quer cuidar da saúde mental?
R.: Eu sempre digo que cuidar da saúde mental é um dos melhores investimentos que a pessoa faz para si mesma. Mas eu sempre destaco: procure trabalhar com algum psicólogo que faz você se sentir acolhido e que seja capacitado para exercer a profissão. Caso você não se identifique com o profissional ou não se sinta confortável em falar sobre alguns assuntos, procure outro. Se você realmente deseja se cuidar, se prepare para momentos acolhedores.