“Minha filha falou para os médicos: ‘Meu pai vai viver’.” Esse texto é sobre uma história de fé e superação do senhor Josafá de Oliveira Lima, 47 anos, natural de Conceição da Feira (Bahia).
Senhor Josafá deu entrada no Hospital de Amor, em Barretos (SP), em setembro de 2024, quando, ainda em sua cidade natal, descobriu nódulos no fígado e no intestino. Após se sentir mal, ele realizou alguns exames e foi constatado ‘Helicobacter pylori’, mais conhecida como ‘H. pylori’ – uma bactéria que pode causar gastrite, úlceras e câncer de estômago.
“Comecei a sentir umas dores e fiz um exame de ‘H. pylori’, que deu positivo para a bactéria e foi feita a biópsia, que não deu nada. Mas, ‘H. pylori’ não deixa você fraco. Comecei a sentir umas dores e fraquezas. Fiz alguns exames de rotina e ninguém descobria nada, a hemoglobina estava baixíssima. Fiz outros exames e na ressonância magnética foram constatados uns nódulos no fígado e intestino”, explica Josafá.
Encaminhado para o Hospital de Amor, Barretos (SP), em setembro de 2024, senhor Josafá foi internado para realizar exames e uma possível cirurgia para a retirada dos tumores. Porém, quando realizou o exame de colonoscopia, os médicos identificaram que o tumor estava maior do que o esperado e mudaram a conduta do tratamento.
Foi indicado para o senhor Josafá fazer seis sessões de quimioterapia para diminuir o tumor, mas após a terceira sessão, ele teve uma intercorrência e precisou ser operado. “Na terceira quimioterapia que eu tomei, em novembro de 2024, o tumor estourou dentro do meu intestino. Deu choque séptico anafilático agudo. Já fui entubado, entrei em coma induzido e passei por cinco cirurgias, coloquei dreno, precisei de traqueostomia. Minha situação era muito complicada, os médicos chamaram minha filha e falaram: ‘Nós não temos como resgatá-lo, o caso dele é grave e não temos como fazer mais nada, está nas mãos de Deus’, conta.
Senhor Josafá ficou 38 dias internado, sendo 25 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desses 25, 15 dias em coma induzido e 13 dias na internação. “Minha filha falou para os médicos: ‘O meu pai vai viver’. Minha filha foi buscar a palavra na igreja e Deus falou com ela: ‘Estou entrando lá agora na UTI e dando vida para quem você ama.’ Foi Deus falando lá e eu vivendo aqui”, declara senhor Josafá.
Recuperação
Buscando sempre o atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor, além de promover saúde por meio de atendimento médico hospitalar qualificado em oncologia, de forma humanizada, em âmbito nacional para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição se dedica para integrar seus atendimentos, principalmente, com a reabilitação de seus pacientes oncológicos e de pacientes não oncológicos.
“O fato de o hospital oncológico contar com um centro especializado em Reabilitação traz celeridade ao processo de recuperação do paciente, além da possibilidade de diagnóstico e intervenção precoce nas sequelas oriundas do câncer ou do seu tratamento. O suporte psicológico, nutricional e, de um modo geral, multidisciplinar, traz conforto ao paciente e propicia uma recuperação rápida e completa. A possibilidade de intervenção precoce (as chamadas fases de pré-habilitação e habilitação) também proporciona um ganho imensurável no tratamento e na gravidade das sequelas”, comenta o coordenador das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor, Dr. Daniel Marconi.
Por conta da doença, dos cinco procedimentos cirúrgicos e do tempo de internação, senhor Josafá teve a FAUTI – fraqueza muscular adquirida na UTI, como explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza. “Senhor Josafá teve a FAUTI, a fraqueza muscular adquirida na UTI, por conta do imobilismo. Ele passou 25 dias na UTI, não se movia, e com isso, perdeu massa muscular, o que ocasiona a perda da força e do peso”, explica a fisioterapeuta.
“Até então, na minha cabeça eu tinha passado por algo simples. Eu estava dormindo, depois fui entender o que tinha acontecido. Eu saí da UTI na cadeira de rodas, eu não me levantava, eu não conseguia ajoelhar para orar”, explica senhor Josafá.
Encaminhado para o Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), ele passou pela primeira consulta com a fisioterapeuta Julia Garcia Souza, e ela já o orientou a realizar alguns movimentos de fortalecimento em casa. “Entrei na reabilitação, passei pela avaliação e a Julia já me indicou para fazer alguns exercícios em casa. Na segunda vez que vim, entrei com andador e, na terceira sessão, já entrei andando. A Julia tomou até um susto, então aqui reabilita mesmo”, conta.
O primeiro objetivo do tratamento de reabilitação do senhor Josafá era o fortalecimento global, a recuperação do equilíbrio e da marcha. Julia explica que ele já alcançou esses objetivos e que agora a reabilitação é para prepará-lo para que possa continuar com o tratamento oncológico. “A próxima etapa no tratamento de reabilitação do senhor Josafá é trabalhar mais essa performance cardiopulmonar com exercícios aeróbicos, o powerbreathe (exercitador respiratório), para ajudar no fortalecimento da musculatura respiratória e para dar condições para ele continuar com o tratamento oncológico”, ressalta Julia.
Reabilitação
Reabilitar a saúde física, mental, intelectual, auditiva e visual, promover qualidade de vida e autonomia são os principais objetivos das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor. O sucesso do resultado da reabilitação é devido à utilização da tecnologia, mas principalmente à expertise, o amor e o carinho que os profissionais têm com os pacientes.
“Sem dúvida alguma, a existência de um corpo clínico nas áreas médica e multidisciplinar é o segredo de um atendimento de excelência e humanizado. Terá a possibilidade de agregar a esse time um aparato tecnológico de última geração, o que traz um incomensurável benefício terapêutico: rapidez, precisão, qualidade técnica e confiança na obtenção e interpretação dos dados evolutivos. Essa combinação poderosa resulta em um processo de reabilitação de sucesso. A inclusão social se torna completa na medida em que também oferecemos esporte adaptado e profissionalização às pessoas com deficiência”, declara Dr. Daniel Marconi.
“Quando eu iniciei a reabilitação, já comecei a fazer os testes de equilíbrio e de força, e comecei a me sentir melhor, tanto que hoje eu faço esteira e bicicleta, e me sinto muito bem. Aqui é um centro de reabilitação mesmo e ajuda muito nós, pacientes. Antes, eu não conseguia fazer nada; hoje, ando normal, fui pescar, ganhei mais peso, ganhei músculo. A reabilitação transformou a minha vida, me ajudou muito e tudo isso graças ao Hospital de Amor, onde me senti abraçado”, declara senhor Josafá.
Ele foi um dos 1.107 pacientes do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), que tiveram, em 2024, a oportunidade de transformar suas vidas por meio da reabilitação, seja após o tratamento oncológico ou por conta de outro tipo de comorbidade.
Se somar os atendimentos médicos como neuropediatra, oftalmologista, fisiatra, pediatra, entre outras especialidades com a equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutrição, entre outras), nas três unidades de Reabilitação do Hospital de Amor: em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), foram realizados 116.195 atendimentos em 2024.
Além dos atendimentos médicos e com a equipe multidisciplinar, foram confeccionados e dispensados 3.861 dispositivos (órteses e próteses), somando os números nas três unidades: 1.616 dispensados pela unidade de Araguaína (TO), 1.765 dispositivos dispensados pela unidade de Barretos (SP) e 480 dispensados pela unidade de Porto Velho (RO).
“Há uma década, o Hospital de Amor possui essas estruturas conjugadas: oncologia e reabilitação, e essa experiência foi tão exitosa que se traduziu em uma política pública na nova ‘Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer’, publicada em fevereiro de 2025 (https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-6.590-de-3-de-fevereiro-de-2025-611094415), o que significa que todas as instituições oncológicas ficam agora respaldadas por força de lei a contarem com o centro de reabilitação ou estarem conveniadas com algum já existente”, esclarece Dr. Daniel Marconi.
Em quase 63 anos de história, construídos com muito comprometimento, respeito, compaixão, solidariedade e, acima de tudo, amor, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o apoio de pessoas que vestem a camisa da instituição, abraçam a causa e realizam um trabalho árduo, de maneira gratuita e durante todo o ano, com um único objetivo: ajudar o HA a salvar vidas!
E foi assim, com o objetivo de suprir as necessidades dos pacientes em tratamento oncológico no HA, que nasceu (em 8 de março de 1997) a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC), de Barretos (SP). Atualmente presidida por João Carlos da Silva, o ‘Johny’, a entidade (que já possui mais de 60 unidades espalhadas pelo país) está à procura de mais voluntários para dar continuidade a este importante trabalho. “É preciso coragem para se doar em tempos em que a maioria só pensa em receber. Nossos voluntários são nosso maior e mais importante patrimônio”, afirma Johny.
De acordo com a membro da AVCC Barretos, Marcela Dorval, as atividades voluntárias disponíveis são definidas conforme as demandas do próprio Hospital de Amor. “Existem diversas formas de servir: seja no apoio emocional aos pacientes, nas atividades recreativas, ou até mesmo no auxílio administrativo e organizacional. Mas, antes de qualquer coisa, o voluntário precisa ter amor ao próximo. Ele precisa estar ciente de que a nossa missão é levar carinho e atenção aos pacientes”, explica.
Além de atuar diretamente em prol das necessidades emocionais dos pacientes em tratamento no HA, a AVCC realiza ações e campanhas para arrecadar recursos, para conseguir atender todas as demandas físicas deles também. “A AVCC desenvolve campanhas, como a de tampinhas e lacres, por exemplo, faz bazares de roupas e calçados, entre outros”, conta Marcela.
Como se tornar voluntário na AVCC?
Para se tornar voluntário, a pessoa deve ir à sede da AVCC, em Barretos, preencher uma ficha de inscrição e passar por um teste psicológico. As regras e requisitos são:
• comparecer ao trabalho duas vezes por semana em período integral ou meio período;
• não ser paciente do HA;
• não ser acompanhante de paciente do HA.
“A AVCC precisa de voluntários! Caso você tenha o desejo de levar tempo, atenção, amor e carinho a quem precisa, venha conhecer a nossa sede e o nosso trabalho junto ao Hospital de Amor”, declara Marcela.
Como doar para a AVCC?
A AVCC também recebe doções e todas elas são muito bem-vindas! “Tampinhas, lacres, fraldas, leites, alimentos para cesta básica, produtos de higiene, roupas, calçados, qualquer tipo de material que possamos utilizar em nosso bazar e mechas de cabelo para confecção de perucas. Utilizamos tudo, exceto blister de remédio”, finalizou Marcela.
A AVCC está localizada na avenida Paulo de Matos Leandro, número 1357 – Bairro Dr. Paulo prata – Barretos (SP). Entre em contato pelos telefones: (17) 3324-4519 ou (17) 98842-2214, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Sobre a AVCC
A AVCC foi fundada em 8 de março de 1997 por um grupo de voluntárias da Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer de São Paulo, tendo como objetivo prestar serviços voluntários gratuitos à pacientes diagnosticados com câncer no Hospital, nos alojamentos e nas residências particulares.
A entidade não tem fins lucrativos, credo religioso ou cunho político-partidário. A única exigência é de que seus membros se doem gratuitamente. Esses voluntários atuam diretamente com o paciente, auxiliando no que for possível para manter a qualidade e o bem-estar dele.
Praticar atividades físicas, ter uma boa alimentação e manter uma rotina saudável, tem sido o objetivo de muitos brasileiros. Mas, na maioria das vezes, esses hábitos veem acompanhados de mais: uma variedade de suplementos esportivos que prometem melhorar a performance, aumentar o ganho de músculos, queimar mais calorias e dar um gás extra nos treinos.
Whey protein, creatina, cafeína, taurina, gel de carboidrato, são inúmeras as opções no mundo do esporte. Mas afinal, esses suplementos são mesmo bons aliados quando o assunto é saúde?
A relação entre suplementos esportivos e o risco de câncer tem sido alvo de diversas investigações científicas. De acordo com o especialista em terapia nutricional do Hospital de Amor, de Barretos (SP), Dr. Luís Henrique Covello, até o momento não há evidências consistentes de que o consumo de whey protein, creatina, cafeína, taurina ou gel de carboidrato, por exemplo, aumente a incidência de câncer. “Pelo contrário, alguns estudos indicam possíveis benefícios em determinados contextos”, afirma.
Para que você entenda os benefícios e malefícios de cada um destes itens e a relação deles com a doença, o HA conversou com o Dr. Covello. Confira, se informe e cuide da sua saúde!
Whey Protein
A proteína do soro do leite (whey protein) tem sido amplamente estudada e demonstrou, em modelos animais, reduzir a incidência de tumores, especialmente no cólon e na mama. Esse efeito é atribuído, em parte, ao aumento dos níveis de glutationa – um antioxidante que auxilia na proteção celular contra danos oxidativos e na eliminação de substâncias potencialmente cancerígenas. “Além disso, a proteína do soro de leite possui propriedades anti-inflamatórias e pode estimular mecanismos de defesa celular, como a apoptose, dificultando a proliferação de células tumorais. No entanto, a maior parte dessas evidências vem de estudos experimentais, sendo necessário um maior número de ensaios clínicos em humanos para confirmar esses efeitos”, explica.
Creatina
A creatina tem uma relação mais controversa com o câncer. Alguns estudos sugerem que sua suplementação pode estar envolvida em processos que influenciam a progressão tumoral em modelos animais, mas não há evidências diretas de que aumente o risco de câncer em humanos. Além disso, a creatina não demonstrou promover a formação de compostos carcinogênicos, como as aminas heterocíclicas, que podem ser produzidas em processos metabólicos específicos.
Cafeína
A cafeína também é um dos suplementos que tem sido amplamente investigado, principalmente por seus possíveis efeitos na prevenção do câncer. “Alguns estudos sugerem que seu consumo pode estar associado a um menor risco de certos tipos de câncer, como o de pele, por exemplo. Mas sua relação com outros tipos ainda não está bem estabelecida. Já a taurina e os suplementos pré-treino não apresentam evidências científicas concretas ligando seu consumo ao aumento do risco da doença. No entanto, alguns termogênicos contendo substâncias estimulantes podem apresentar efeitos genotóxicos em testes laboratoriais, o que sugere a necessidade de cautela no uso prolongado desses produtos”, declara Dr. Covello.
Gel de Carboidrato
O uso de gel de carboidrato também não está associado ao aumento da incidência de câncer. Estudos que investigam a relação entre consumo de carboidratos e risco de câncer consideram, principalmente, dietas com alto índice glicêmico e carga glicêmica elevada. No entanto, a quantidade consumida por atletas durante o exercício dificilmente teria um impacto relevante na promoção tumoral.
Atividade Física continua sendo a melhor opção!
Segundo o nutrólogo, embora a relação entre suplementação esportiva e câncer ainda precise de mais estudos, há um consenso bem estabelecido sobre os benefícios do exercício físico regular na redução do risco de câncer. “A prática de atividade física está associada a uma menor incidência de diversos tipos de câncer, incluindo os de mama, cólon, endométrio, rim e bexiga. Além disso, o exercício pode melhorar o prognóstico de pacientes diagnosticados, reduzindo taxas de recorrência tumoral e melhorando a resposta ao tratamento. Esses efeitos protetores ocorrem por meio de diferentes mecanismos, como a redução da adiposidade visceral e a melhora da função imunológica”, conta.
Dr. Covello ainda finaliza: “Não há evidências concretas de que os principais suplementos esportivos estejam associados a um aumento do risco de câncer, e alguns podem até apresentar potenciais benefícios. Por outro lado, o exercício físico se mantém como uma das estratégias mais eficazes tanto na prevenção, quanto no manejo do câncer, reforçando a importância de um estilo de vida ativo para a saúde global”.
Um menino e mil sonhos, mas o principal deles: ser jogador profissional de futebol. Mateus Afonso Máximo, 19 anos, natural de Montes Claros (MG), foi diagnosticado com osteossarcoma aos 14 anos e precisou fazer a amputação da perna direita.
“Com 14 anos, eu gostava muito de jogar bola, sempre fui ativo, andava de bicicleta e fazia todo tipo de esporte. Aí, um dia eu estava jogando bola e machuquei o pé, o tornozelo esquerdo. A gente não sabia o que era, achava que era um lance de bola mesmo”, conta Mateus. Mas, com o passar do tempo, o tornozelo continuo com um inchaço. Após retornar de uma viagem à Belo Horizonte, a mãe de Mateus o levou ao médico para ser examinado. “Eu voltei para a minha cidade, fiz um raio-x e no exame deu que tinha alguma coisa lá, mas o médico não sabia o que era. Aí, ele encaminhou a gente para um especialista na área para saber”, relatou o paciente.
Mateus foi submetido a uma biópsia e infelizmente o resultado foi positivo para um osteossarcoma na fíbula. Em Montes Claros (MG) não havia especialista para realizar a cirurgia de amputação do Mateus, foi onde ele conseguiu encaminhamento para o Hospital de Amor, em Barretos (SP), e colocou uma prótese.
Em tratamento paliativo desde 2024, Mateus ressignificou o seu maior sonho e definiu um novo propósito para a vida: levar leveza para as pessoas que estão em tratamento oncológico por meio da risada.
Numa consulta de rotina com a psicóloga da unidade infantojuvenil do HA, Jéssica Estay, durante um exercício que aflora os sentimentos, o paciente contou que gostava de fazer as pessoas sorrirem. Pensando nisso e na importância de realizar sonhos, a profissional entrou em contato com o Instituto Sociocultural e fez uma proposta: uma imersão de dois dias com os Palhaços da Alegria. O pedido foi atendido e assim aconteceu!
Ao questionar a profissional sobre a importância de realizar esses atos, ela destaca que se dispõe a ajudar todos os pacientes, de maneira individual e humanizada. “Eu busco, no meu trabalho, proporcionar memórias afetivas para os pacientes para que eles não tenham somente lembranças de momentos difíceis, procedimentos e internações”, relatou Jéssica.
De acordo com o coordenador do projeto ‘Palhaços da Alegria’ e idealizador do Palhaço ‘Figuerino’, Guilherme Figueiredo, foi a primeira vez que essa imersão com o paciente aconteceu. “Nós temos uma relação legal com a equipe do infantojuvenil e isso faz com que possamos tornar possível algumas ações que visam beneficiar o paciente”.
Mateus, realizou a imersão em dois dias. No primeiro dia, ele aprendeu sobre as técnicas, no segundo, ele fez uma interação na unidade infantojuvenil com o time dos Palhaços da Alegria. “O Mateus sempre se colocou disponível, então, no primeiro dia nós fizemos uma roda de apresentação e falamos para ele a importância de se conhecer para realizarmos os trabalhos em dupla e criar uma confiança com o parceiro de cena”, destacou o coordenador.
Nesse dia, o paciente também aprendeu as experiências da palhaçaria, incluindo a ‘palhaçaria hospitalar’. Nessa dinâmica, Guilherme Figueiredo e os demais participantes do grupo explicaram ao Mateus o que era permitido no meio hospitalar e quais brincadeiras e técnicas eles utilizavam antes de iniciar a interação com os pacientes. Além disso, eles fizeram testes de figurinos, ensaiaram cenas e músicas, e criaram um nome para o novo bobologista do dia: ‘Dr. Teteu’.
No segundo dia, Mateus, acompanhado dos doutores bobologistas – Dr. Figuerino, Dra. Alavanka e Dr. Grilo – fez a intervenção na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor. Para isso, eles levaram o figurino que o Dr. Teteu escolheu e, juntos, fizeram as cenas ensaiadas, além de uma música exclusiva para o paciente.
Para que a experiência da intervenção ficasse ainda mais especial, Mateus escolheu alguns lugares, que marcam a sua trajetória na unidade infantojuvenil, para visitar, brincar e se sentir mais à vontade e acolhido.
Ao relembrar a sua trajetória no HA e falar a respeito do seu interesse pela palhaçaria, Mateus Afonso, defende que aprendeu muita coisa desde quando chegou na instituição. “Independentemente da situação que a gente está, acho que a gente nunca pode perder a nossa essência e isso foi uma coisa que me marcou muito e vem me marcando até hoje, porque todo mundo que me vê bem, fala: “nem parece que você está doente, você vive sorrindo”. Então, acho que o motivo é esse. Eu procuro brincar para sair um pouco do clima, né? Sair um pouco do contexto do hospital, porque, querendo ou não, a gente sabe que é uma coisa muito difícil de lidar. Acredito que a essência é o essencial, a gente não pode perder a essência porque isso é o que a gente é”, declara o paciente.
Para o coordenador do projeto Palhaços da Alegria, essa imersão foi um acontecimento especial. “Passa um filme na minha cabeça, então, a sensação que me vem ao acompanhar este desejo é de nostalgia. Quando eu vejo alguém se interessando pela palhaçaria, eu me vejo nessa pessoa porque eu lembro de como foi o meu processo de inicialização nessa arte. A palhaçaria faz a gente se conectar com as pessoas, traz empatia e um olhar cuidadoso. A arte mudou a forma como eu vejo o mundo e ver alguém desejando ter essa experiência, é inspirador. Então, é um sentimento de gratidão”, destaca Guilherme.
Essa imersão não foi apenas uma experiência para o paciente. Essa ação, fez com que Mateus visse novos sentidos na vida e reformulasse o seu propósito. “Eu sou para frente, sempre assim, de cabeça erguida. Nunca sou de abaixar a cabeça. Então, acho que o meu legado é continuar sendo feliz, sorridente e brincalhão. Acredito que o meu propósito seja fazer as pessoas sorrirem”, completa Mateus.
“Deus falou comigo, e Ele disse que o meu tumor era benigno”. Esse texto é sobre a história de fé, superação e recomeço de Paulo Aguiar Ferreira, pastor de missões, com 64 anos e paciente do Hospital de Amor, que conseguiu, através do tratamento e reabilitação, voltar a escutar e a ter qualidade de vida.
Em 2021, a família do senhor Paulo começou a perceber os primeiros sinais de que havia algo errado com sua saúde. De uma semana para outra, ele perdeu a audição e o equilíbrio das pernas, não conseguindo ficar em pé.
Residente em Caldas Novas (GO), Paulo começou a investigar e foi encaminhado para o HA, em Barretos (SP). Passou pela consulta, realizou exames e foi encaminhado para uma cirurgia, para a retirada de lâminas do material que foram encaminhadas para a biópsia. “Eu, sentado na porta da minha casa, em uma cadeira de balanço, já estava surdo, e Jesus falou comigo. Se eu falar que escutei, estou mentindo, mas Ele falou no meu espírito: ‘Ei?! Ei?! É benigno’. Chegou no dia da operação, antes de entrar na sala de cirurgia, falei com o doutor, que era benigno”, conta emocionado o paciente.
“O Paulo foi submetido à cirurgia e encaminhado para a biópsia. Foram quatro lâminas encaminhadas para três laboratórios diferentes para descobrir o problema dele”, conta sua esposa, dona Delma França Ferreira.
Paulo foi diagnosticado com um meningioma intracraniano, um tumor benigno que se desenvolve nas meninges, as membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. O tratamento indicado para o caso de seu Paulo foi com medicamentos via oral, devido à localização do tumor.
Reabilitação
Além da perda da visão e da fraqueza, seu Paulo ainda passou por um processo de depressão, pois não aceitava a condição em que estava vivendo. Ele foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP), onde passou por todo o tratamento com a equipe multidisciplinar, como conta sua esposa.
“Aqui na reabilitação, encontramos a força para ele conseguir ter qualidade de vida e voltar a fazer tudo o que fazia antes. Toda a parte de reabilitação, como fisioterapia, nutricionista, psicólogo e até mesmo psiquiatra, foi fundamental, porque a situação era muito crítica. Ele não aceitava as condições em que estava vivendo. Foi muito esforço e dedicação para conseguirmos vencer essa luta, que não foi fácil. Deus abençoou através do hospital e da reabilitação, para que Paulo pudesse voltar a ter uma vida normal”, explica dona Delma.
A perda auditiva foi um fator muito significativo para o desencadeamento da depressão. Senhor Paulo perdeu 100% da audição, o que fez com que ele tivesse muita dificuldade em se comunicar com outras pessoas. “No caso do seu Paulo, ele passou por um extenso tratamento devido à lesão cerebral e, após ter superado essa etapa, infelizmente a audição ficou muito comprometida. Ele foi encaminhado para a reabilitação com muita dificuldade na comunicação.
Após toda a avaliação auditiva, concluímos que os aparelhos auditivos convencionais não poderiam ajudá-lo. Assim, discutimos a possibilidade de encaminhá-lo para a realização da cirurgia, o que foi muito bem aceito por ele e pelos familiares”, explica o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.
Implante coclear
A reabilitação auditiva indicada para o caso do senhor Paulo foi a inserção de um implante coclear, um dispositivo eletrônico conhecido como “ouvido biônico”, colocado cirurgicamente nos ouvidos. Esse dispositivo permite que pessoas com perda auditiva severa ou profunda percebam os sons.
O aparelho capta os sons do ambiente, converte-os em sinais elétricos e os transmite diretamente ao nervo auditivo, contornando a parte danificada do ouvido interno. “O sistema é composto por duas partes principais: uma parte externa que inclui um microfone que capta o som, um processador de fala que converte os sons em sinais digitais e uma antena que envia esses sinais para a parte interna. A parte interna consiste em um receptor implantado sob a pele e um feixe de eletrodos inserido na cóclea. Esses eletrodos estimulam diretamente o nervo auditivo, permitindo que o cérebro interprete os sons”, explica o médico otorrinolaringologista.
Senhor Paulo foi o primeiro paciente do Centro de Reabilitação do HA indicado para esse tratamento. Ele foi encaminhado para o Hospital de Base, em São José do Rio Preto (SP), para realizar a cirurgia da inserção do implante coclear. Após a cirurgia, ele realiza todo o acompanhamento e reabilitação auditiva no Hospital de Amor.
“Inicialmente, senhor Paulo precisou se acostumar com os novos sons que o implante proporciona, pois a percepção auditiva, por meio do implante coclear, é diferente da audição natural. No entanto, ele tem mostrado um progresso notável. Como ele é pastor e tem um contato constante com a comunicação verbal, isso tem sido muito importante para sua integração social e profissional. A evolução tem sido excelente, e ele vem relatando que está muito satisfeito, principalmente em relação à sua habilidade de se comunicar novamente com clareza”, declara Dr. Rafael Baston.
“É um processo que, depois da operação, você vai fazendo. Quanto mais você usa o aparelho, mais você vai escutando. Os médicos disseram que eu ia escutar de 90% a 100%, mas eu não sei qual a porcentagem que estou escutando hoje, mas estou aprendendo a escutar novamente. Eu não tenho pressa, porque o que eu passei, o sofrimento que eu tive, eu tive. Hoje, estou restaurado na presença de Deus. Eu escuto e me comunico, porque o que eu fazia antes, estou fazendo novamente: comunicar e voltar a falar do amor de Deus. Isso para mim não tem preço! Hoje, posso dizer que sou um milagre de Deus, porque quem me viu há três anos, me vê hoje do jeito que estou. Só Deus na minha vida”, declara o paciente.
Reabilitação auditiva
Prevenir, tratar e reabilitar, esses são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Receber o diagnóstico de câncer é um momento difícil para o paciente e seus familiares, e o HA procura amenizar ao máximo, por meio de tratamento humanizado e amor.
A reabilitação é uma importante etapa do processo para ajudar o paciente a retomar sua autonomia e qualidade de vida. O HA possui três unidades de reabilitação, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), e os atendimentos são realizados tanto para pacientes oncológicos quanto não oncológicos, e a reabilitação auditiva é um dos serviços oferecidos pelas unidades.
“Aqui, dispomos de um amplo arsenal de exames auditivos, com equipamentos de alta qualidade e equipe especializada, o que nos permite realizar avaliações auditivas mais assertivas em pacientes de todas as idades. Na grande maioria dos casos, os pacientes com perda auditiva obtêm ótimos benefícios com o tratamento oferecido por meio de aparelhos auditivos convencionais. No entanto, em casos de perda auditiva de grau mais avançado, como o do senhor Paulo, quando os aparelhos auditivos convencionais não são suficientes, existe a possibilidade de indicarmos tratamentos com aparelhos auditivos cirurgicamente implantáveis, entre eles, o implante coclear. Essa indicação vem sempre após uma série de testes audiológicos e uma avaliação conjunta com a equipe multiprofissional, para garantir o tratamento mais adequado para cada paciente”, explica o médico.
Qual o valor de um abraço? Para a enfermeira Nayara Sartori, esse gesto passou a ter muito mais significado depois de ficar um bom tempo sem receber um abraço do seu avô. Após dois meses de fisioterapia, ela recebeu o tão aguardado abraço do homem que ela considera como pai. “É muito amor! Para mim, o meu avô é um pai. Ai que a gente percebe um valor de um abraço, então é muita gratidão, à Deus primeiramente e a todo o suporte que a gente tem aqui”, declara Nayara.
Senhor Edson Sartori descobriu um tumor na laringe no início de 2024, mas antes da descoberta do câncer, ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que o deixou debilitado, como conta sua esposa, Ana Sartori. “A gente sabia que ele tinha ficado com uma das cordas vocais paralisadas após o AVC, e a gente sempre achando que era isso, pois ele se engasgava muito. Foi feito uma tomografia e foi descoberto um tumor na laringe. Esse tumor estava impedindo a passagem do ar e, por isso, ele estava se engasgando bastante, não conseguia falar. Logo em seguida, ele já começou a utilizar a traqueostomia, para ajudar na passagem do ar”, conta dona Ana.
Eles haviam se mudado para Barretos (SP) para tratar o AVC e com a descoberta do tumor, foi encaminhado para o Hospital de Amor. Após todos os exames, o tratamento indicado para o caso do senhor Edson foi a cirurgia de laringectomia total, procedimento que consiste na retirada completa da laringe, incluindo as cordas vocais.
A cirurgia foi realizada em setembro de 2024, e o senhor Edson passou um período de, aproximadamente, 30 dias internado. “A última vez que eu vim aqui, ele estava internado. Por conta do meu trabalho, para eu conseguir uma folga é difícil, então agora que eu vim, fiquei admirada. Na última vez, ele nem conseguia reconhecer a gente”, conta Nayara.
Reabilitação
Após a recuperação da cirurgia e liberação médica, senhor Edson iniciou o tratamento de reabilitação, no Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “O senhor Edson para mim, foi uma verdadeira surpresa, pois ele já tinha um antecedente prévio, que foi o AVC. Além disso, na avaliação (momento em que temos o primeiro contato com o paciente), ele estava bem retraído, não conseguia criar um vínculo efetivo. Acho que em razão da cirurgia e a angústia de não conseguir se expressar através da linguagem verbal. E ele sempre estava de olhos fechados, e senti que essa atitude era como se ele não quisesse interação com o meio. Durante as sessões, conseguimos criar um vínculo, os olhares foram se abrindo cada vez mais, e os sorrisos eram cada vez mais frequentes. Após a terapia convencional (fortalecimento de membros inferiores, treino de marcha e equilíbrio), percebi que o Andago poderia ser uma excelente ferramenta para auxiliar na interação social com outras pessoas e profissionais, além de oferecer diversos benefícios para o corpo”, explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza.
Aproximadamente, dois meses realizando as sessões de fisioterapia, senhor Edson já teve grandes avanços, como ter uma firmeza maior nas pernas e dar os primeiros passos com o auxílio de um andador. “Ele deu uma melhorada boa, ele não firmava o pé no chão, ele precisava ser levantado da cama. Depois que ele começou a fazer a fisioterapia, ele foi firmando mais, andando mudando os passos, para pelo menos, se sentar em uma cadeira de roda, cadeira de banho, e hoje ele faz isso”, conta dona Ana.
“A fisioterapia foi um grande avanço, porque agora ele consegue gesticular, antes ele só falava com os olhos, não tinha expressão, acho que a atividade ajudou um pouco ele a desenvolver essa parte”, explica a neta Nayara.
E quais os próximos passos na reabilitação do senhor Edson? A fisioterapeuta Julia explica que os próximos passos são trabalhar as atividades diárias. “Os próximos passos do tratamento seria trabalhar as atividades de vida diária, como o levantar e se sentar sem apoio, treino de marcha com dispositivos de auxílio, iniciando com o andador e futuramente com a bengala de 4 pontas, com o objetivo de proporcionar o máximo de autonomia possível ao paciente”, explica a fisioterapeuta.
Andago
O Hospital de Amor possui um dos maiores parques tecnológicos do país, todo voltado para prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes, e algumas dessas tecnologias são utilizadas nas unidades de Reabilitação do HA, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO).
Um desses equipamentos é o Andago – uma tecnologia robótica usado na reabilitação de pessoas que apresentam alterações no andar (chamado de marcha) e no equilíbrio corporal, como no caso do senhor Edson.
A principal característica do Andago, é que ele é um facilitador da marcha, como diferencial de retirar 50% do peso corporal do paciente, através do seu mecanismo de suspensão, oferecendo total segurança para o paciente. Além do treinamento de marcha, o aparelho é versátil, podendo ser utilizado para outras funções, como explica o médico fisiatra do HA, Dr. Henrique Fernandes Buosi.
“A principal função do Andago é o treino de equilíbrio e marcha, mas pode ser usado para outras funções, como treinamento de autopercepção corporal (propriocepção), mobilidade dos membros inferiores e até dos membros superiores, quando é necessário trabalhar múltiplas funções simultâneas”, esclarece o médico.
O equipamento é indicado em todas as fases de reabilitação, porém é imprescindível que o usuário tenha determinado nível de controle do tronco e movimentação dos membros inferiores. A indicação do uso é dinâmica e revista constantemente em conjunto entre equipe e paciente.
“A própria patologia e os tratamentos oncológicos, podem trazer diversos impactos que alterem a função de sustentar o próprio corpo e ser capaz de equilibrar-se e trocar passos. Essas alterações podem ser oriundas de lesões neurológicas, musculares ou amputações. O Andago atua diretamente nas terapias que focam nestas alterações, e é um dos equipamentos mais usados no Centro de Reabilitação, pois permite um treino de andar seguro e com menor sobrecarga física do terapeuta”, complementa Dr. Henrique.
Além do trabalho do equilíbrio e da marcha, o Andago também ajuda que o paciente tenha uma interação social durante a terapia, pois ele não é um equipamento que fica fixo em um local, permitindo que o usuário ande no ginásio e nos corredores do Centro de Reabilitação.
Importante ressaltar que, quando o paciente não possui marcha, é utilizado outras terapias, como a convencional ou o Lokomat, tonando o aparelho e o tratamento personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. “A tecnologia robótica é uma complementação vital das terapias tradicionais, porém não a substitui. Um bom terapeuta é a chave para uma reabilitação adequada e um paciente participante e entendedor do processo, é tão importante quanto. Aliado esses fatores, certamente a qualidade de vida dos usuários serão atingidas de maneira mais assertiva. Quando se luta por uma terapia com alta tecnologia, estamos lutando para garantir que todo o processo seja mais ágil e, desta forma, mais pessoas sejam beneficiadas”, destaca o médico fisiatra.
Oferecer tratamento oncológico de qualidade e de maneira humanizada é rotina no Hospital de Amor! Para cada diagnóstico de câncer, há um protocolo diferente e personalizado de intervenção, mas em todos eles, há humanização para garantir o bem-estar do paciente. E dentre tantas possibilidades de tratamento, a quimioterapia (apesar de temida por conta de seus efeitos colaterais) ainda é um dos mais eficazes para diversos tipos de tumor.
Trata-se de um procedimento em que se utilizam medicamentos – que se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo – para destruir as células doentes que estão formando o tumor, impedindo também que se espalhem. Quando esta aplicação é intravenosa, ou seja, aplicada na veia ou por meio de cateter, ela pode causar alguns desconfortos nos pacientes que a recebem. E é aí que, mais uma vez, o HA se destaca!
Projeto inovador
Com o objetivo de minimizar os riscos de cardiotoxicidade e os efeitos colaterais induzidos pela quimioterapia, a equipe do departamento de fisioterapia da instituição, por meio do ‘Programa de Fisioterapia na Atenção ao Câncer’, desenvolveu um projeto de pesquisa inovador, que busca elaborar um plano de exercícios de baixa à média intensidade para realização durante a infusão de quimioterapia.
O estudo, idealizado pela coordenadora do departamento de fisioterapia do Hospital de Amo, Dra. Carla Elaine Laurienzo da Cunha Andrade, junto a fisioterapeuta, Simara Cristina Pereira da Silva, e a residente de fisioterapia, Brenda Taynara Macedo da Costa, foi implementado em outubro deste ano na instituição e já atendeu mais de 20 pacientes.
“Com este protocolo poderemos comprovar que a realização de exercícios físicos (de baixa à média intensidade), durante a infusão de quimioterapia, promove a melhora da funcionalidade, fadiga, neuropatia e, principalmente, o bem-estar dos pacientes do estudo, quando comparados aos pacientes que não realizam nenhuma atividade física durante o momento da infusão”, explica Dra. Carla.
Neste primeiro momento, o estudo está sendo realizado em mulheres com diagnóstico de câncer de mama, que tenham entre 18 e 60 anos e aceitem participar do protocolo. Porém, a prática de aliar quimioterapia a exercício físico é indicada para todos os tipos de câncer, podendo beneficiar todos os pacientes do HA que passam por tratamento quimioterápico.
“Há evidências na literatura que indicam que o exercício realizado durante a infusão de quimioterapia, promove aumento da perfusão que pode melhorar a administração do medicamento e atenuar alguns efeitos colaterais dele. Então, além dos benefícios relacionados a própria quimioterapia, o projeto poderá influenciar também no hábito da prática de atividade física, promovendo uma maior adesão e entendimento para os pacientes sobre a importância de se manterem ativos durante o tratamento oncológico e as vantagens dos exercícios para sua saúde física e emocional”, afirma a coordenadora.
Como funciona?
A paciente que se encaixa em todos os requisitos exigidos pelo estudo e aceita participar do projeto, é direcionada para o Centro Infusional do HA, em Barretos (SP), nas salas comuns de infusão. Durante a sessão de quimioterapia, uma fisioterapeuta com especialização em oncologia leva o ‘kit de exercícios’, inclusive uma minibicicleta ergométrica e um fone de ouvido, e inicia as atividades. “Para a realização dos exercícios, a paciente escolhe a playlist que desejam ouvir durante o procedimento e escuta a seleção de músicas em fones de ouvido. Além da humanização, esse tipo de intervenção também é uma forma de diminuir o tédio durante as horas de infusão em que as pacientes ficam nas poltronas, tornando este momento um pouco mais leve na jornada do seu tratamento”, declarou Dra. Carla.
A paciente Fernanda Barbosa, de 43 anos, consegue identificar todos esses benefícios! Em tratamento no HA contra um câncer de mama, a mineira de Araxá, que sempre praticou atividades físicas e necessitou parar por conta dos efeitos colaterais decorrentes dos procedimentos, sentiu diferença pós receber a quimioterapia associada aos exercícios. “Em poucos minutos realizando as atividades, senti que minha ansiedade foi embora, eu fiquei muito mais disposta e a tremedeira melhorou. Vale muito a pena”, conta.
De acordo com a coordenadora do departamento de fisioterapia do HA, ainda são poucas as instituições oncológicas do país que realizam este tipo procedimento. “Estudos nessa área também são escassos, ou seja, o Hospital de Amor está sendo pioneiro e inovador!”, finalizou.
“Aqui se vive exclusivamente do amor”. Este é o sentimento do Carlos Eduardo Lima Ferraz, paciente do Hospital de Amor, ao falar de sua história com o câncer de próstata. Mesmo em tratamento, o senhor Carlos entende a importância da prevenção da doença e faz questão de ressaltar o sentimento de gratidão com o HA. O mesmo sentimento de gratidão o fez entender que, a corrida contra o tempo, inclui a corrida para se prevenir.
Números do câncer de próstata
71.730: este é o número de casos de câncer de próstata no Brasil, em 2023. A taxa estimada de incidência é de 47 casos para cada 100 mil homens, somente no estado de São Paulo.
Ele é o tumor sólido mais comum entre os homens maiores de 50 anos. No geral, estima-se que para cada 8 homens, 1 deles terá a doença durante a sua vida. No entanto, a taxa de mortalidade pela doença é baixa, cerca de 1 óbito para cada 41 casos diagnosticados.
Segundo a GLOBOCAN 2022: (Base de dados da Web IARC / WHO – Agência Internacional para Pesquisa em Câncer /Organização Mundial de Saúde, que engloba mais de 185 países no mundo), a incidência do câncer de próstata ficou em 4º lugar no ranking mundial, com 1.467.854 casos. Enquanto a taxa de mortalidade geral ficou em 8º lugar, com 397.430 mil mortes relacionadas a doença, somente para o ano de 2022.
A próstata
A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
Sintomas
O câncer de próstata, especialmente em estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. Quando os sintomas aparecem, eles geralmente estão relacionados ao impacto deste tipo de tumor e nas estruturas próximas. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
1. Dificuldade para urinar
A necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite.
Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga.
Jato de urina fraco ou interrompido.
Dor ou ardência ao urinar.
2. Sangue na urina ou no sêmen
Pode haver sangue visível na urina (hematúria) ou no sêmen.
3. Dor na região pélvica ou lombar
Dor persistente nas costas, quadris ou pelve pode ser um sinal de que o câncer se espalhou para ossos próximos.
4. Disfunção erétil
Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ocorrer devido à presença do câncer ou ao tratamento (como a remoção da próstata).
5. Dor ao ejacular
Dor ou desconforto durante a ejaculação pode ser um sintoma relacionado ao câncer de próstata.
6. Perda de peso inexplicada e cansaço
Em estágios mais avançados, o câncer pode causar perda de peso sem explicação aparente, além de fadiga e cansaço excessivo.
7. Dor óssea
Se o câncer se espalhar para os ossos, pode causar dor óssea, principalmente nas costas, quadris ou coxas.
O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens de pele negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
“O sangue é insubstituível”, foi com esta frase que a enfermeira Lívia Oliveira, responsável pelo hemonúcleo do Hospital de Amor, em Barretos (SP), chamou a atenção dos voluntários que contribuem para a captação de sangue. Segundo o Ministério da Saúde, menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente.
Para agradecer e prestar contas dos números de doações, a equipe do hemonúcleo do HA realizou o ‘1º Encontro de Captadores de Doação de Sangue’, no dia 2 de novembro. Foi um momento de descontração e de muitos agradecimentos.
Se para cada mil brasileiros, apenas 14 são doadores, dona Luiza Ferreira, professora aposentada, de 77 anos, se destaca pelo seu empenho em conseguir voluntários para doar sangue. Ela e seus amigos viajam 109 km de Ituverava (SP) até Barretos, três vezes por ano. “A importância de conseguir mais doadores de sangue é poder estar ajudando a salvar vidas, pois uma bolsa, segundo os especialistas, salva até 4 vidas. Deus primeiro e amor ao próximo, sempre”, explica a doadora.
De acordo com a coordenadora de captação de doadores de sangue do hemonúcleo do HA, Ana Paula Borges, o intuito do evento foi mostrar aos coordenadores o quanto as campanhas são importantes e, por meio deles, quantas vidas podem ser salvas. A ação contou com voluntários de várias cidades da região, como as mineiras: Planura e Frutal, e outras do estado de São Paulo, como Guaíra, Taquaritinga, Igarapava, Ituverava, entre outras. A turma de 60 pessoas também visitou a unidade infantojuvenil do HA, onde ficaram encantados com a estrutura e o trabalho realizado pela equipe do Hospital de Amor.
Já a voluntária barretense, Ana Cláudia de Souza, 49 anos, que coordena o Grupo da Saúde da Igreja Universal de Barretos, atua na captação de doadores de sangue desde 2017. “É um prazer estar aqui, fiquei muito feliz de ter sido convidada para este evento. Percebo que em todas as campanhas que a gente agenda, tem gente que tem muito medo de doar, pois muitos acabam acreditando em ‘fake news’, então a minha missão é conscientizá-los sobre a importância da doação e que é indolor. Me senti muito valorizada hoje”, fala Ana com um belo sorriso no rosto.
O dia ficou mais divertido com a participação especial do grupo dos ‘Palhaços da Alegria’ do Instituto Sociocultural, que cantaram uma paródia relacionada à importância da doação de sangue, bem como conversaram com o público e entreteram a todos. Para finalizar este dia especial, Lívia Machado, de 38 anos, mãe da pequena paciente Alice, que realiza tratamento de síndrome mielodisplásica (grupo de doenças que se caracteriza pela produção de células sanguíneas anormais na medula óssea) no HA desde 2021, de São Bernardo do Campo (SP), doou a medula para sua filha realizar transplante e após isso passou a doar sangue assiduamente. Ela falou sobre a sua experiência como mãe de uma paciente no HA para os voluntários.
“Eu não tenho nem como dizer o tamanho da importância da doação de sangue, porque minha filha passou pelo transplante de medula óssea e no pós-transplante eles precisam muito, principalmente plaquetas. Acho que é muito importante esta prestação de contas que houve hoje, porque ao mostrar os números das doações e demandas, acaba incentivando outras pessoas”, relata Lívia.
Para doar sangue, os voluntários precisam ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg, estar bem de saúde e ir ao hemonúcleo mais próximo de casa. Um gesto simples que pode mudar a histórias de muitas vidas!
No caminho havia rios, estradas de chão e uma floresta que deixa qualquer um perplexo pela sua imensidão e importância. Foram esses os caminhos que a segunda edição da “Expedição HA Amazônia” percorreu para levar prevenção do câncer de pele, colo do útero e próstata, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas da região amazônica.
O trabalho de prevenção do Hospital de Amor começou há cerca de 30 anos e, a cada ano, vem reforçando o compromisso de cuidar e proporcionar atendimento humanizado e de qualidade à população, com atendimento 100% gratuito, via SUS.
Prevenção salva vidas! Mesmo com todas as dificuldades de logística, pelo segundo ano consecutivo, o HA, levou prevenção para 15 cidades, seis distritos e uma aldeia indígena, dos estados do Amazonas e Pará. Foram 46 dias de muito trabalho e 8.560 km rodados para a realização de 612 Papanicolauos, 490 PSA, 621 avaliações de pele e 57 cirurgias de pele para a retirada de lesões de câncer de pele não melanoma. Neste ano, o projeto contou com patrocínio exclusivo do grupo varejista Gazin.
O Brasil, segundo o INCA, até 2025, deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer ao ano, sendo o mais incidente, o câncer de pele não melanoma, com estimativa de mais de 220 mil novos casos. A região norte, possui o segundo maior índice de casos de câncer de colo do útero, sendo 20,48 a cada 100 mil mulheres, e o quinto maior índice em câncer de próstata, sendo 28,40 a cada 100 mil homens.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do município de Óbidos (PA), que recebeu a “Expedição HA Amazônia” neste ano, foram realizados mais de 1.000 coletas de Papanicolaous, entre janeiro e setembro de 2024, em que cerda de 74 coletas tiveram alteração, sendo 14 diagnosticadas como câncer, principalmente em mulheres com menos de 30 anos.
“O que mais nos espanta, é que estamos encontrando lesões de alto grau em mulheres com menos de 30 anos, o que não é a realidade, não é o que o Ministério da Saúde propõe. Nós temos, inclusive, mulheres com menos de 25 anos com lesão de alto grau, então realmente é uma necessidade, e a carreta do Hospital de Amor vem somar forças ao que o município já faz na tentativa na detecção precoce, para que a gente tente melhorar a expectativa e qualidade de vida da mulher, não só da mulher, mas do homem, e na população como um todo”, destaca a enfermeira e responsável pelo Departamento de Atenção Primária à Saúde do município, Herbene Belicha.
Um outro dado preocupante, é em relação ao câncer de pele não melanoma. A maior parte da região amazônica e dos municípios em que a “Expedição HA Amazônia” realizou os atendimentos, tem como sua principal fonte de trabalho a pesca e a lavoura.
A região norte do Brasil é considerada uma das mais quentes e a população que trabalha ao ar livre precisa buscar horários alternativos, como explica a trabalhadora rural e residente do município de Oriximiná (PA), Noeme Macaxeira de Moura. “A maioria das vezes, a gente não usa protetor solar, veste uma camisa e calça comprida, coloca um chapéu na cabeça, e mantém o controle. Entra cedo no trabalho, quando é 10h30 saí, e volta às 14h30, é a gente mesmo que tem que estabelecer um horário, para que a gente não fique muito exposto ao sol muito forte. Para nós foi maravilhoso a carreta da Expedição estar aqui em Oriximiná (PA), porque o atendimento foi muito bom, e vai poder beneficiar muitas pessoas com essa ação”, destaca Noeme.
Isaías Alves da Chagas, trabalhador rural no município de Alenquer (PA), nunca tinha realizado uma consulta preventiva de câncer de pele. “Eu nunca fiz um exame de prevenção de câncer de pele. Apareceu um sinal no meu rosto, e eu aproveitei a vinda da carreta para poder ver”, conta.
O município de Santarém (PA), foi uma das cidades onde se teve o maior índice de lesões cancerígenas de pele. Foram retiradas 25 lesões de câncer de pele não melanoma, e isso faz um alerta em relação aos cuidados e prevenção da doença. “Aqui na nossa cidade, é um lugar muito quente, o sol maltrata muito a pele, e durante os atendimentos foi perceptível a quantidade de pacientes com lesões de pele na nossa região. Então, isso abre essa necessidade, a gente não tem especialista oncológico na área. Nós somos limitados, não sei se é devido estar na Amazônia, então quando nós temos a carreta de Barretos (SP) aqui, nós só temos a agradecer. Obrigada por virem até Santarém (PA), oferecer a nossa população um tratamento digno, que quem só sabe, é quem vive em um lugar que tem as suas limitações”, declara Narjara Dantas de Oliveira, psicóloga e coordenadora voluntária do HA, em Santarém (PA).
Durante a “Expedição HA Amazônia”, foi possível notar as dificuldades em que a população encontra em relação ao atendimento de algumas especialidades. Em alguns municípios, a população não consegue consultas com dermatologistas e ginecologistas, por exemplo, precisando se deslocar até outro centro para poder passar pelos especialistas, como conta Gladiana Lira Seixas, profissional autônoma, residente na cidade de Óbidos (PA). “A gente tem em outra cidade, se der exame alterado, nós temos que pegar um barco, e ir para outra cidade, como Santarém (PA). Às vezes vem ginecologista particular ou pelo SUS, mas, é mais em outra cidade, a gente precisa se locomover para ser atendida e para procurar outros recursos, porque aqui, ainda a gente não disponibiliza disso. Foi uma oportunidade muito boa a vinda da carreta, por ser de um hospital bem conhecido, a gente agradece muito, porque existem pessoas que se preocupam com à saúde da população e com a gente que é mais carente”, afirma Gladiana.
O médico do Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira, que esteve também na primeira “Expedição HA Amazônia”, contou suas impressões sobre a dificuldade do acesso à saúde nos munícipios por onde o projeto passou. “Não só a parte de prevenção oncológica. Essa primeira impressão que a gente teve, é muito carente, não só em oncologia, mas todo o sistema de saúde. Então, a população tem um déficit de assistência à saúde. São cidades de difícil acesso, então chegar em um centro maior, o acesso é muito difícil, e nas capitais, a assistência ainda é insuficientes”, destaca o médico.
Durante a Expedição, os profissionais conhecem muitas pessoas, muitas histórias, e o que mais marcou para a enfermeira do HA, Amanda Queiroz de Paula, foram mulheres mais velhas que nunca haviam realizado o exame de preventivo. “Durante a Expedição temos contato com várias pessoas, principalmente mulheres. No meu caso, que realizo o exame de Papanicolaou, uma das coisas que mais me marcou foi que muitas mulheres bem mais velhas, nunca tinham colhido o preventivo, elas nunca tiveram acesso à essa prevenção na vida, e com a carreta tiveram essa oportunidade”, comenta Amanda.
Fernanda Arraes, psicóloga e madrinha da campanha “Passos Que Salvam” em Alenquer (PA), falou da importância da carreta da “Expedição HA Amazônia”, no município. “Para nós, que estamos muito distantes da realidade lá do Sul, do Sudeste e Centro Oeste, é muito importante; Infelizmente, não foi possível realizar o exame de mamografia devido à logística, porque as pessoas que não conhecem a Amazônia de fato, não tem noção de como é chegar aqui. Nós não temos médicos especialistas, quando você quer fazer algo com especialista, você tem que ir para outra cidade, então a carreta vir para o nosso município é de suma importância, para aquele cidadão que não tem acesso nenhum, não tem conhecimento nenhum, não consegue nem chegar até Santarém (PA), que é a cidade mais próxima”, destaca.
As cidades que receberam a carreta da “Expedição HA Amazônia”, em sua maioria, possuem estradas de chão, como uma boa parte da BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, são margeadas por rios, como o Madeira, Tapajós e Amazonas, e o acesso se torna um desafio, principalmente porque os meios de locomoção mais viáveis são aquáticos, como balsas e barcos.
Só na Rodovia Transamazônica, de Humaitá (PA) até Altamira (PA), foram percorridos 1.534 km de estrada de chão. Em um dos trechos, a equipe da “Expedição HA Amazônia” enfrentou mais de nove horas de balsa, para poder chegar no município de Oriximiná (PA), e não é qualquer balsa que carrega uma carreta de 25 toneladas. “Não são todas as balsas que comportam a carreta, e não são todos os dias que têm balsas que conseguem transportar essa carreta. Então, a gente tem que saber o dia e a hora exata que essa balsa vai sair, se essa balsa comporta a carreta, então tudo isso, a gente tem que trabalhar muito tempo antes, porque, nesse caso especificamente, no transporte fluvial, a gente não pode errar”, explica Charles Gallindo, analista de captação de recursos do HA.
A segunda edição da “Expedição HA Amazônia”, além de atender mais três municípios, que não estavam no cronograma do ano passado (2023), também realizou os atendimentos na Aldeia Indígena Tenharim Marmelos (AM). “Este ano nós tivemos o atendimento na tribo indígena, foi bem interessante conhecer o sistema de saúde deles, a equipe de saúde que mora na aldeia. Conseguimos fazer exames de prevenção, onde tivemos total acesso. Conseguimos encontrar e retirar lesões de pele cancerígenas nos índios”, comenta Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira.
Cíntia C. de Souza Ribeiro Teixeira, técnica de enfermagem do HA que trabalha há 10 anos viajando com a carreta de prevenção, teve pela primeira vez a experiência de realizar o atendimento na aldeia indígena. “Eu achava que íamos encontrar pessoas bravas, difíceis de lidar, mas fomos super bem recepcionados, cantaram para gente, nos receberam super bem. Pudemos conhecer um pouco da cultura deles e, o mais importante, conseguimos realizar todos os atendimentos.”
Há 30 anos, quando se iniciaram os primeiros trabalhos de prevenção Hospital de Amor, havia um propósito: salvar vidas! E esse propósito continua enraizado, cada vez mais, na instituição. “O sentimento é de dever cumprido, porque realmente nós estamos cumprindo o nosso propósito de levar a prevenção do câncer para as pessoas que mais necessitam”, destaca o analista de captação de recursos do HA.
“Enquanto prevenção, infelizmente o município de Oriximiná (PA) não conta com esse serviço de prevenção do câncer. Quando a gente descobre, infelizmente é quando a doença já está avançada, como foi no meu caso, que descobri um câncer de intestino. A gente achou muito importante a vinda da carreta da prevenção, por isso que entramos de cabeça nesse projeto, justamente por entender que a prevenção é muito importante, coisa que infelizmente a gente não tem na região”, comenta o professor Miguel Ângelo de Oliveira Campos.
“Para nós é muito gratificante poder prestar uma assistência médica de qualidade para uma população que não tem acesso ao sistema de saúde, pacientes que estão há anos esperando pequenos procedimentos, às vezes, procedimentos simples e não conseguem entrar no sistema de saúde”, ressalta o médico do Instituto de Prevenção do HA.
Prevenção salva vidas e a missão do Hospital de Amor é expandir cada vez mais esse acesso à saúde de qualidade para todos os cantos do Brasil, para as populações mais carentes e afastadas dos grandes centros.
“Minha filha falou para os médicos: ‘Meu pai vai viver’.” Esse texto é sobre uma história de fé e superação do senhor Josafá de Oliveira Lima, 47 anos, natural de Conceição da Feira (Bahia).
Senhor Josafá deu entrada no Hospital de Amor, em Barretos (SP), em setembro de 2024, quando, ainda em sua cidade natal, descobriu nódulos no fígado e no intestino. Após se sentir mal, ele realizou alguns exames e foi constatado ‘Helicobacter pylori’, mais conhecida como ‘H. pylori’ – uma bactéria que pode causar gastrite, úlceras e câncer de estômago.
“Comecei a sentir umas dores e fiz um exame de ‘H. pylori’, que deu positivo para a bactéria e foi feita a biópsia, que não deu nada. Mas, ‘H. pylori’ não deixa você fraco. Comecei a sentir umas dores e fraquezas. Fiz alguns exames de rotina e ninguém descobria nada, a hemoglobina estava baixíssima. Fiz outros exames e na ressonância magnética foram constatados uns nódulos no fígado e intestino”, explica Josafá.
Encaminhado para o Hospital de Amor, Barretos (SP), em setembro de 2024, senhor Josafá foi internado para realizar exames e uma possível cirurgia para a retirada dos tumores. Porém, quando realizou o exame de colonoscopia, os médicos identificaram que o tumor estava maior do que o esperado e mudaram a conduta do tratamento.
Foi indicado para o senhor Josafá fazer seis sessões de quimioterapia para diminuir o tumor, mas após a terceira sessão, ele teve uma intercorrência e precisou ser operado. “Na terceira quimioterapia que eu tomei, em novembro de 2024, o tumor estourou dentro do meu intestino. Deu choque séptico anafilático agudo. Já fui entubado, entrei em coma induzido e passei por cinco cirurgias, coloquei dreno, precisei de traqueostomia. Minha situação era muito complicada, os médicos chamaram minha filha e falaram: ‘Nós não temos como resgatá-lo, o caso dele é grave e não temos como fazer mais nada, está nas mãos de Deus’, conta.
Senhor Josafá ficou 38 dias internado, sendo 25 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desses 25, 15 dias em coma induzido e 13 dias na internação. “Minha filha falou para os médicos: ‘O meu pai vai viver’. Minha filha foi buscar a palavra na igreja e Deus falou com ela: ‘Estou entrando lá agora na UTI e dando vida para quem você ama.’ Foi Deus falando lá e eu vivendo aqui”, declara senhor Josafá.
Recuperação
Buscando sempre o atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor, além de promover saúde por meio de atendimento médico hospitalar qualificado em oncologia, de forma humanizada, em âmbito nacional para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição se dedica para integrar seus atendimentos, principalmente, com a reabilitação de seus pacientes oncológicos e de pacientes não oncológicos.
“O fato de o hospital oncológico contar com um centro especializado em Reabilitação traz celeridade ao processo de recuperação do paciente, além da possibilidade de diagnóstico e intervenção precoce nas sequelas oriundas do câncer ou do seu tratamento. O suporte psicológico, nutricional e, de um modo geral, multidisciplinar, traz conforto ao paciente e propicia uma recuperação rápida e completa. A possibilidade de intervenção precoce (as chamadas fases de pré-habilitação e habilitação) também proporciona um ganho imensurável no tratamento e na gravidade das sequelas”, comenta o coordenador das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor, Dr. Daniel Marconi.
Por conta da doença, dos cinco procedimentos cirúrgicos e do tempo de internação, senhor Josafá teve a FAUTI – fraqueza muscular adquirida na UTI, como explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza. “Senhor Josafá teve a FAUTI, a fraqueza muscular adquirida na UTI, por conta do imobilismo. Ele passou 25 dias na UTI, não se movia, e com isso, perdeu massa muscular, o que ocasiona a perda da força e do peso”, explica a fisioterapeuta.
“Até então, na minha cabeça eu tinha passado por algo simples. Eu estava dormindo, depois fui entender o que tinha acontecido. Eu saí da UTI na cadeira de rodas, eu não me levantava, eu não conseguia ajoelhar para orar”, explica senhor Josafá.
Encaminhado para o Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), ele passou pela primeira consulta com a fisioterapeuta Julia Garcia Souza, e ela já o orientou a realizar alguns movimentos de fortalecimento em casa. “Entrei na reabilitação, passei pela avaliação e a Julia já me indicou para fazer alguns exercícios em casa. Na segunda vez que vim, entrei com andador e, na terceira sessão, já entrei andando. A Julia tomou até um susto, então aqui reabilita mesmo”, conta.
O primeiro objetivo do tratamento de reabilitação do senhor Josafá era o fortalecimento global, a recuperação do equilíbrio e da marcha. Julia explica que ele já alcançou esses objetivos e que agora a reabilitação é para prepará-lo para que possa continuar com o tratamento oncológico. “A próxima etapa no tratamento de reabilitação do senhor Josafá é trabalhar mais essa performance cardiopulmonar com exercícios aeróbicos, o powerbreathe (exercitador respiratório), para ajudar no fortalecimento da musculatura respiratória e para dar condições para ele continuar com o tratamento oncológico”, ressalta Julia.
Reabilitação
Reabilitar a saúde física, mental, intelectual, auditiva e visual, promover qualidade de vida e autonomia são os principais objetivos das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor. O sucesso do resultado da reabilitação é devido à utilização da tecnologia, mas principalmente à expertise, o amor e o carinho que os profissionais têm com os pacientes.
“Sem dúvida alguma, a existência de um corpo clínico nas áreas médica e multidisciplinar é o segredo de um atendimento de excelência e humanizado. Terá a possibilidade de agregar a esse time um aparato tecnológico de última geração, o que traz um incomensurável benefício terapêutico: rapidez, precisão, qualidade técnica e confiança na obtenção e interpretação dos dados evolutivos. Essa combinação poderosa resulta em um processo de reabilitação de sucesso. A inclusão social se torna completa na medida em que também oferecemos esporte adaptado e profissionalização às pessoas com deficiência”, declara Dr. Daniel Marconi.
“Quando eu iniciei a reabilitação, já comecei a fazer os testes de equilíbrio e de força, e comecei a me sentir melhor, tanto que hoje eu faço esteira e bicicleta, e me sinto muito bem. Aqui é um centro de reabilitação mesmo e ajuda muito nós, pacientes. Antes, eu não conseguia fazer nada; hoje, ando normal, fui pescar, ganhei mais peso, ganhei músculo. A reabilitação transformou a minha vida, me ajudou muito e tudo isso graças ao Hospital de Amor, onde me senti abraçado”, declara senhor Josafá.
Ele foi um dos 1.107 pacientes do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), que tiveram, em 2024, a oportunidade de transformar suas vidas por meio da reabilitação, seja após o tratamento oncológico ou por conta de outro tipo de comorbidade.
Se somar os atendimentos médicos como neuropediatra, oftalmologista, fisiatra, pediatra, entre outras especialidades com a equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutrição, entre outras), nas três unidades de Reabilitação do Hospital de Amor: em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), foram realizados 116.195 atendimentos em 2024.
Além dos atendimentos médicos e com a equipe multidisciplinar, foram confeccionados e dispensados 3.861 dispositivos (órteses e próteses), somando os números nas três unidades: 1.616 dispensados pela unidade de Araguaína (TO), 1.765 dispositivos dispensados pela unidade de Barretos (SP) e 480 dispensados pela unidade de Porto Velho (RO).
“Há uma década, o Hospital de Amor possui essas estruturas conjugadas: oncologia e reabilitação, e essa experiência foi tão exitosa que se traduziu em uma política pública na nova ‘Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer’, publicada em fevereiro de 2025 (https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-6.590-de-3-de-fevereiro-de-2025-611094415), o que significa que todas as instituições oncológicas ficam agora respaldadas por força de lei a contarem com o centro de reabilitação ou estarem conveniadas com algum já existente”, esclarece Dr. Daniel Marconi.
Em quase 63 anos de história, construídos com muito comprometimento, respeito, compaixão, solidariedade e, acima de tudo, amor, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o apoio de pessoas que vestem a camisa da instituição, abraçam a causa e realizam um trabalho árduo, de maneira gratuita e durante todo o ano, com um único objetivo: ajudar o HA a salvar vidas!
E foi assim, com o objetivo de suprir as necessidades dos pacientes em tratamento oncológico no HA, que nasceu (em 8 de março de 1997) a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC), de Barretos (SP). Atualmente presidida por João Carlos da Silva, o ‘Johny’, a entidade (que já possui mais de 60 unidades espalhadas pelo país) está à procura de mais voluntários para dar continuidade a este importante trabalho. “É preciso coragem para se doar em tempos em que a maioria só pensa em receber. Nossos voluntários são nosso maior e mais importante patrimônio”, afirma Johny.
De acordo com a membro da AVCC Barretos, Marcela Dorval, as atividades voluntárias disponíveis são definidas conforme as demandas do próprio Hospital de Amor. “Existem diversas formas de servir: seja no apoio emocional aos pacientes, nas atividades recreativas, ou até mesmo no auxílio administrativo e organizacional. Mas, antes de qualquer coisa, o voluntário precisa ter amor ao próximo. Ele precisa estar ciente de que a nossa missão é levar carinho e atenção aos pacientes”, explica.
Além de atuar diretamente em prol das necessidades emocionais dos pacientes em tratamento no HA, a AVCC realiza ações e campanhas para arrecadar recursos, para conseguir atender todas as demandas físicas deles também. “A AVCC desenvolve campanhas, como a de tampinhas e lacres, por exemplo, faz bazares de roupas e calçados, entre outros”, conta Marcela.
Como se tornar voluntário na AVCC?
Para se tornar voluntário, a pessoa deve ir à sede da AVCC, em Barretos, preencher uma ficha de inscrição e passar por um teste psicológico. As regras e requisitos são:
• comparecer ao trabalho duas vezes por semana em período integral ou meio período;
• não ser paciente do HA;
• não ser acompanhante de paciente do HA.
“A AVCC precisa de voluntários! Caso você tenha o desejo de levar tempo, atenção, amor e carinho a quem precisa, venha conhecer a nossa sede e o nosso trabalho junto ao Hospital de Amor”, declara Marcela.
Como doar para a AVCC?
A AVCC também recebe doções e todas elas são muito bem-vindas! “Tampinhas, lacres, fraldas, leites, alimentos para cesta básica, produtos de higiene, roupas, calçados, qualquer tipo de material que possamos utilizar em nosso bazar e mechas de cabelo para confecção de perucas. Utilizamos tudo, exceto blister de remédio”, finalizou Marcela.
A AVCC está localizada na avenida Paulo de Matos Leandro, número 1357 – Bairro Dr. Paulo prata – Barretos (SP). Entre em contato pelos telefones: (17) 3324-4519 ou (17) 98842-2214, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Sobre a AVCC
A AVCC foi fundada em 8 de março de 1997 por um grupo de voluntárias da Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer de São Paulo, tendo como objetivo prestar serviços voluntários gratuitos à pacientes diagnosticados com câncer no Hospital, nos alojamentos e nas residências particulares.
A entidade não tem fins lucrativos, credo religioso ou cunho político-partidário. A única exigência é de que seus membros se doem gratuitamente. Esses voluntários atuam diretamente com o paciente, auxiliando no que for possível para manter a qualidade e o bem-estar dele.
Praticar atividades físicas, ter uma boa alimentação e manter uma rotina saudável, tem sido o objetivo de muitos brasileiros. Mas, na maioria das vezes, esses hábitos veem acompanhados de mais: uma variedade de suplementos esportivos que prometem melhorar a performance, aumentar o ganho de músculos, queimar mais calorias e dar um gás extra nos treinos.
Whey protein, creatina, cafeína, taurina, gel de carboidrato, são inúmeras as opções no mundo do esporte. Mas afinal, esses suplementos são mesmo bons aliados quando o assunto é saúde?
A relação entre suplementos esportivos e o risco de câncer tem sido alvo de diversas investigações científicas. De acordo com o especialista em terapia nutricional do Hospital de Amor, de Barretos (SP), Dr. Luís Henrique Covello, até o momento não há evidências consistentes de que o consumo de whey protein, creatina, cafeína, taurina ou gel de carboidrato, por exemplo, aumente a incidência de câncer. “Pelo contrário, alguns estudos indicam possíveis benefícios em determinados contextos”, afirma.
Para que você entenda os benefícios e malefícios de cada um destes itens e a relação deles com a doença, o HA conversou com o Dr. Covello. Confira, se informe e cuide da sua saúde!
Whey Protein
A proteína do soro do leite (whey protein) tem sido amplamente estudada e demonstrou, em modelos animais, reduzir a incidência de tumores, especialmente no cólon e na mama. Esse efeito é atribuído, em parte, ao aumento dos níveis de glutationa – um antioxidante que auxilia na proteção celular contra danos oxidativos e na eliminação de substâncias potencialmente cancerígenas. “Além disso, a proteína do soro de leite possui propriedades anti-inflamatórias e pode estimular mecanismos de defesa celular, como a apoptose, dificultando a proliferação de células tumorais. No entanto, a maior parte dessas evidências vem de estudos experimentais, sendo necessário um maior número de ensaios clínicos em humanos para confirmar esses efeitos”, explica.
Creatina
A creatina tem uma relação mais controversa com o câncer. Alguns estudos sugerem que sua suplementação pode estar envolvida em processos que influenciam a progressão tumoral em modelos animais, mas não há evidências diretas de que aumente o risco de câncer em humanos. Além disso, a creatina não demonstrou promover a formação de compostos carcinogênicos, como as aminas heterocíclicas, que podem ser produzidas em processos metabólicos específicos.
Cafeína
A cafeína também é um dos suplementos que tem sido amplamente investigado, principalmente por seus possíveis efeitos na prevenção do câncer. “Alguns estudos sugerem que seu consumo pode estar associado a um menor risco de certos tipos de câncer, como o de pele, por exemplo. Mas sua relação com outros tipos ainda não está bem estabelecida. Já a taurina e os suplementos pré-treino não apresentam evidências científicas concretas ligando seu consumo ao aumento do risco da doença. No entanto, alguns termogênicos contendo substâncias estimulantes podem apresentar efeitos genotóxicos em testes laboratoriais, o que sugere a necessidade de cautela no uso prolongado desses produtos”, declara Dr. Covello.
Gel de Carboidrato
O uso de gel de carboidrato também não está associado ao aumento da incidência de câncer. Estudos que investigam a relação entre consumo de carboidratos e risco de câncer consideram, principalmente, dietas com alto índice glicêmico e carga glicêmica elevada. No entanto, a quantidade consumida por atletas durante o exercício dificilmente teria um impacto relevante na promoção tumoral.
Atividade Física continua sendo a melhor opção!
Segundo o nutrólogo, embora a relação entre suplementação esportiva e câncer ainda precise de mais estudos, há um consenso bem estabelecido sobre os benefícios do exercício físico regular na redução do risco de câncer. “A prática de atividade física está associada a uma menor incidência de diversos tipos de câncer, incluindo os de mama, cólon, endométrio, rim e bexiga. Além disso, o exercício pode melhorar o prognóstico de pacientes diagnosticados, reduzindo taxas de recorrência tumoral e melhorando a resposta ao tratamento. Esses efeitos protetores ocorrem por meio de diferentes mecanismos, como a redução da adiposidade visceral e a melhora da função imunológica”, conta.
Dr. Covello ainda finaliza: “Não há evidências concretas de que os principais suplementos esportivos estejam associados a um aumento do risco de câncer, e alguns podem até apresentar potenciais benefícios. Por outro lado, o exercício físico se mantém como uma das estratégias mais eficazes tanto na prevenção, quanto no manejo do câncer, reforçando a importância de um estilo de vida ativo para a saúde global”.
Um menino e mil sonhos, mas o principal deles: ser jogador profissional de futebol. Mateus Afonso Máximo, 19 anos, natural de Montes Claros (MG), foi diagnosticado com osteossarcoma aos 14 anos e precisou fazer a amputação da perna direita.
“Com 14 anos, eu gostava muito de jogar bola, sempre fui ativo, andava de bicicleta e fazia todo tipo de esporte. Aí, um dia eu estava jogando bola e machuquei o pé, o tornozelo esquerdo. A gente não sabia o que era, achava que era um lance de bola mesmo”, conta Mateus. Mas, com o passar do tempo, o tornozelo continuo com um inchaço. Após retornar de uma viagem à Belo Horizonte, a mãe de Mateus o levou ao médico para ser examinado. “Eu voltei para a minha cidade, fiz um raio-x e no exame deu que tinha alguma coisa lá, mas o médico não sabia o que era. Aí, ele encaminhou a gente para um especialista na área para saber”, relatou o paciente.
Mateus foi submetido a uma biópsia e infelizmente o resultado foi positivo para um osteossarcoma na fíbula. Em Montes Claros (MG) não havia especialista para realizar a cirurgia de amputação do Mateus, foi onde ele conseguiu encaminhamento para o Hospital de Amor, em Barretos (SP), e colocou uma prótese.
Em tratamento paliativo desde 2024, Mateus ressignificou o seu maior sonho e definiu um novo propósito para a vida: levar leveza para as pessoas que estão em tratamento oncológico por meio da risada.
Numa consulta de rotina com a psicóloga da unidade infantojuvenil do HA, Jéssica Estay, durante um exercício que aflora os sentimentos, o paciente contou que gostava de fazer as pessoas sorrirem. Pensando nisso e na importância de realizar sonhos, a profissional entrou em contato com o Instituto Sociocultural e fez uma proposta: uma imersão de dois dias com os Palhaços da Alegria. O pedido foi atendido e assim aconteceu!
Ao questionar a profissional sobre a importância de realizar esses atos, ela destaca que se dispõe a ajudar todos os pacientes, de maneira individual e humanizada. “Eu busco, no meu trabalho, proporcionar memórias afetivas para os pacientes para que eles não tenham somente lembranças de momentos difíceis, procedimentos e internações”, relatou Jéssica.
De acordo com o coordenador do projeto ‘Palhaços da Alegria’ e idealizador do Palhaço ‘Figuerino’, Guilherme Figueiredo, foi a primeira vez que essa imersão com o paciente aconteceu. “Nós temos uma relação legal com a equipe do infantojuvenil e isso faz com que possamos tornar possível algumas ações que visam beneficiar o paciente”.
Mateus, realizou a imersão em dois dias. No primeiro dia, ele aprendeu sobre as técnicas, no segundo, ele fez uma interação na unidade infantojuvenil com o time dos Palhaços da Alegria. “O Mateus sempre se colocou disponível, então, no primeiro dia nós fizemos uma roda de apresentação e falamos para ele a importância de se conhecer para realizarmos os trabalhos em dupla e criar uma confiança com o parceiro de cena”, destacou o coordenador.
Nesse dia, o paciente também aprendeu as experiências da palhaçaria, incluindo a ‘palhaçaria hospitalar’. Nessa dinâmica, Guilherme Figueiredo e os demais participantes do grupo explicaram ao Mateus o que era permitido no meio hospitalar e quais brincadeiras e técnicas eles utilizavam antes de iniciar a interação com os pacientes. Além disso, eles fizeram testes de figurinos, ensaiaram cenas e músicas, e criaram um nome para o novo bobologista do dia: ‘Dr. Teteu’.
No segundo dia, Mateus, acompanhado dos doutores bobologistas – Dr. Figuerino, Dra. Alavanka e Dr. Grilo – fez a intervenção na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor. Para isso, eles levaram o figurino que o Dr. Teteu escolheu e, juntos, fizeram as cenas ensaiadas, além de uma música exclusiva para o paciente.
Para que a experiência da intervenção ficasse ainda mais especial, Mateus escolheu alguns lugares, que marcam a sua trajetória na unidade infantojuvenil, para visitar, brincar e se sentir mais à vontade e acolhido.
Ao relembrar a sua trajetória no HA e falar a respeito do seu interesse pela palhaçaria, Mateus Afonso, defende que aprendeu muita coisa desde quando chegou na instituição. “Independentemente da situação que a gente está, acho que a gente nunca pode perder a nossa essência e isso foi uma coisa que me marcou muito e vem me marcando até hoje, porque todo mundo que me vê bem, fala: “nem parece que você está doente, você vive sorrindo”. Então, acho que o motivo é esse. Eu procuro brincar para sair um pouco do clima, né? Sair um pouco do contexto do hospital, porque, querendo ou não, a gente sabe que é uma coisa muito difícil de lidar. Acredito que a essência é o essencial, a gente não pode perder a essência porque isso é o que a gente é”, declara o paciente.
Para o coordenador do projeto Palhaços da Alegria, essa imersão foi um acontecimento especial. “Passa um filme na minha cabeça, então, a sensação que me vem ao acompanhar este desejo é de nostalgia. Quando eu vejo alguém se interessando pela palhaçaria, eu me vejo nessa pessoa porque eu lembro de como foi o meu processo de inicialização nessa arte. A palhaçaria faz a gente se conectar com as pessoas, traz empatia e um olhar cuidadoso. A arte mudou a forma como eu vejo o mundo e ver alguém desejando ter essa experiência, é inspirador. Então, é um sentimento de gratidão”, destaca Guilherme.
Essa imersão não foi apenas uma experiência para o paciente. Essa ação, fez com que Mateus visse novos sentidos na vida e reformulasse o seu propósito. “Eu sou para frente, sempre assim, de cabeça erguida. Nunca sou de abaixar a cabeça. Então, acho que o meu legado é continuar sendo feliz, sorridente e brincalhão. Acredito que o meu propósito seja fazer as pessoas sorrirem”, completa Mateus.
“Deus falou comigo, e Ele disse que o meu tumor era benigno”. Esse texto é sobre a história de fé, superação e recomeço de Paulo Aguiar Ferreira, pastor de missões, com 64 anos e paciente do Hospital de Amor, que conseguiu, através do tratamento e reabilitação, voltar a escutar e a ter qualidade de vida.
Em 2021, a família do senhor Paulo começou a perceber os primeiros sinais de que havia algo errado com sua saúde. De uma semana para outra, ele perdeu a audição e o equilíbrio das pernas, não conseguindo ficar em pé.
Residente em Caldas Novas (GO), Paulo começou a investigar e foi encaminhado para o HA, em Barretos (SP). Passou pela consulta, realizou exames e foi encaminhado para uma cirurgia, para a retirada de lâminas do material que foram encaminhadas para a biópsia. “Eu, sentado na porta da minha casa, em uma cadeira de balanço, já estava surdo, e Jesus falou comigo. Se eu falar que escutei, estou mentindo, mas Ele falou no meu espírito: ‘Ei?! Ei?! É benigno’. Chegou no dia da operação, antes de entrar na sala de cirurgia, falei com o doutor, que era benigno”, conta emocionado o paciente.
“O Paulo foi submetido à cirurgia e encaminhado para a biópsia. Foram quatro lâminas encaminhadas para três laboratórios diferentes para descobrir o problema dele”, conta sua esposa, dona Delma França Ferreira.
Paulo foi diagnosticado com um meningioma intracraniano, um tumor benigno que se desenvolve nas meninges, as membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. O tratamento indicado para o caso de seu Paulo foi com medicamentos via oral, devido à localização do tumor.
Reabilitação
Além da perda da visão e da fraqueza, seu Paulo ainda passou por um processo de depressão, pois não aceitava a condição em que estava vivendo. Ele foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP), onde passou por todo o tratamento com a equipe multidisciplinar, como conta sua esposa.
“Aqui na reabilitação, encontramos a força para ele conseguir ter qualidade de vida e voltar a fazer tudo o que fazia antes. Toda a parte de reabilitação, como fisioterapia, nutricionista, psicólogo e até mesmo psiquiatra, foi fundamental, porque a situação era muito crítica. Ele não aceitava as condições em que estava vivendo. Foi muito esforço e dedicação para conseguirmos vencer essa luta, que não foi fácil. Deus abençoou através do hospital e da reabilitação, para que Paulo pudesse voltar a ter uma vida normal”, explica dona Delma.
A perda auditiva foi um fator muito significativo para o desencadeamento da depressão. Senhor Paulo perdeu 100% da audição, o que fez com que ele tivesse muita dificuldade em se comunicar com outras pessoas. “No caso do seu Paulo, ele passou por um extenso tratamento devido à lesão cerebral e, após ter superado essa etapa, infelizmente a audição ficou muito comprometida. Ele foi encaminhado para a reabilitação com muita dificuldade na comunicação.
Após toda a avaliação auditiva, concluímos que os aparelhos auditivos convencionais não poderiam ajudá-lo. Assim, discutimos a possibilidade de encaminhá-lo para a realização da cirurgia, o que foi muito bem aceito por ele e pelos familiares”, explica o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.
Implante coclear
A reabilitação auditiva indicada para o caso do senhor Paulo foi a inserção de um implante coclear, um dispositivo eletrônico conhecido como “ouvido biônico”, colocado cirurgicamente nos ouvidos. Esse dispositivo permite que pessoas com perda auditiva severa ou profunda percebam os sons.
O aparelho capta os sons do ambiente, converte-os em sinais elétricos e os transmite diretamente ao nervo auditivo, contornando a parte danificada do ouvido interno. “O sistema é composto por duas partes principais: uma parte externa que inclui um microfone que capta o som, um processador de fala que converte os sons em sinais digitais e uma antena que envia esses sinais para a parte interna. A parte interna consiste em um receptor implantado sob a pele e um feixe de eletrodos inserido na cóclea. Esses eletrodos estimulam diretamente o nervo auditivo, permitindo que o cérebro interprete os sons”, explica o médico otorrinolaringologista.
Senhor Paulo foi o primeiro paciente do Centro de Reabilitação do HA indicado para esse tratamento. Ele foi encaminhado para o Hospital de Base, em São José do Rio Preto (SP), para realizar a cirurgia da inserção do implante coclear. Após a cirurgia, ele realiza todo o acompanhamento e reabilitação auditiva no Hospital de Amor.
“Inicialmente, senhor Paulo precisou se acostumar com os novos sons que o implante proporciona, pois a percepção auditiva, por meio do implante coclear, é diferente da audição natural. No entanto, ele tem mostrado um progresso notável. Como ele é pastor e tem um contato constante com a comunicação verbal, isso tem sido muito importante para sua integração social e profissional. A evolução tem sido excelente, e ele vem relatando que está muito satisfeito, principalmente em relação à sua habilidade de se comunicar novamente com clareza”, declara Dr. Rafael Baston.
“É um processo que, depois da operação, você vai fazendo. Quanto mais você usa o aparelho, mais você vai escutando. Os médicos disseram que eu ia escutar de 90% a 100%, mas eu não sei qual a porcentagem que estou escutando hoje, mas estou aprendendo a escutar novamente. Eu não tenho pressa, porque o que eu passei, o sofrimento que eu tive, eu tive. Hoje, estou restaurado na presença de Deus. Eu escuto e me comunico, porque o que eu fazia antes, estou fazendo novamente: comunicar e voltar a falar do amor de Deus. Isso para mim não tem preço! Hoje, posso dizer que sou um milagre de Deus, porque quem me viu há três anos, me vê hoje do jeito que estou. Só Deus na minha vida”, declara o paciente.
Reabilitação auditiva
Prevenir, tratar e reabilitar, esses são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Receber o diagnóstico de câncer é um momento difícil para o paciente e seus familiares, e o HA procura amenizar ao máximo, por meio de tratamento humanizado e amor.
A reabilitação é uma importante etapa do processo para ajudar o paciente a retomar sua autonomia e qualidade de vida. O HA possui três unidades de reabilitação, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), e os atendimentos são realizados tanto para pacientes oncológicos quanto não oncológicos, e a reabilitação auditiva é um dos serviços oferecidos pelas unidades.
“Aqui, dispomos de um amplo arsenal de exames auditivos, com equipamentos de alta qualidade e equipe especializada, o que nos permite realizar avaliações auditivas mais assertivas em pacientes de todas as idades. Na grande maioria dos casos, os pacientes com perda auditiva obtêm ótimos benefícios com o tratamento oferecido por meio de aparelhos auditivos convencionais. No entanto, em casos de perda auditiva de grau mais avançado, como o do senhor Paulo, quando os aparelhos auditivos convencionais não são suficientes, existe a possibilidade de indicarmos tratamentos com aparelhos auditivos cirurgicamente implantáveis, entre eles, o implante coclear. Essa indicação vem sempre após uma série de testes audiológicos e uma avaliação conjunta com a equipe multiprofissional, para garantir o tratamento mais adequado para cada paciente”, explica o médico.
Qual o valor de um abraço? Para a enfermeira Nayara Sartori, esse gesto passou a ter muito mais significado depois de ficar um bom tempo sem receber um abraço do seu avô. Após dois meses de fisioterapia, ela recebeu o tão aguardado abraço do homem que ela considera como pai. “É muito amor! Para mim, o meu avô é um pai. Ai que a gente percebe um valor de um abraço, então é muita gratidão, à Deus primeiramente e a todo o suporte que a gente tem aqui”, declara Nayara.
Senhor Edson Sartori descobriu um tumor na laringe no início de 2024, mas antes da descoberta do câncer, ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que o deixou debilitado, como conta sua esposa, Ana Sartori. “A gente sabia que ele tinha ficado com uma das cordas vocais paralisadas após o AVC, e a gente sempre achando que era isso, pois ele se engasgava muito. Foi feito uma tomografia e foi descoberto um tumor na laringe. Esse tumor estava impedindo a passagem do ar e, por isso, ele estava se engasgando bastante, não conseguia falar. Logo em seguida, ele já começou a utilizar a traqueostomia, para ajudar na passagem do ar”, conta dona Ana.
Eles haviam se mudado para Barretos (SP) para tratar o AVC e com a descoberta do tumor, foi encaminhado para o Hospital de Amor. Após todos os exames, o tratamento indicado para o caso do senhor Edson foi a cirurgia de laringectomia total, procedimento que consiste na retirada completa da laringe, incluindo as cordas vocais.
A cirurgia foi realizada em setembro de 2024, e o senhor Edson passou um período de, aproximadamente, 30 dias internado. “A última vez que eu vim aqui, ele estava internado. Por conta do meu trabalho, para eu conseguir uma folga é difícil, então agora que eu vim, fiquei admirada. Na última vez, ele nem conseguia reconhecer a gente”, conta Nayara.
Reabilitação
Após a recuperação da cirurgia e liberação médica, senhor Edson iniciou o tratamento de reabilitação, no Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “O senhor Edson para mim, foi uma verdadeira surpresa, pois ele já tinha um antecedente prévio, que foi o AVC. Além disso, na avaliação (momento em que temos o primeiro contato com o paciente), ele estava bem retraído, não conseguia criar um vínculo efetivo. Acho que em razão da cirurgia e a angústia de não conseguir se expressar através da linguagem verbal. E ele sempre estava de olhos fechados, e senti que essa atitude era como se ele não quisesse interação com o meio. Durante as sessões, conseguimos criar um vínculo, os olhares foram se abrindo cada vez mais, e os sorrisos eram cada vez mais frequentes. Após a terapia convencional (fortalecimento de membros inferiores, treino de marcha e equilíbrio), percebi que o Andago poderia ser uma excelente ferramenta para auxiliar na interação social com outras pessoas e profissionais, além de oferecer diversos benefícios para o corpo”, explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza.
Aproximadamente, dois meses realizando as sessões de fisioterapia, senhor Edson já teve grandes avanços, como ter uma firmeza maior nas pernas e dar os primeiros passos com o auxílio de um andador. “Ele deu uma melhorada boa, ele não firmava o pé no chão, ele precisava ser levantado da cama. Depois que ele começou a fazer a fisioterapia, ele foi firmando mais, andando mudando os passos, para pelo menos, se sentar em uma cadeira de roda, cadeira de banho, e hoje ele faz isso”, conta dona Ana.
“A fisioterapia foi um grande avanço, porque agora ele consegue gesticular, antes ele só falava com os olhos, não tinha expressão, acho que a atividade ajudou um pouco ele a desenvolver essa parte”, explica a neta Nayara.
E quais os próximos passos na reabilitação do senhor Edson? A fisioterapeuta Julia explica que os próximos passos são trabalhar as atividades diárias. “Os próximos passos do tratamento seria trabalhar as atividades de vida diária, como o levantar e se sentar sem apoio, treino de marcha com dispositivos de auxílio, iniciando com o andador e futuramente com a bengala de 4 pontas, com o objetivo de proporcionar o máximo de autonomia possível ao paciente”, explica a fisioterapeuta.
Andago
O Hospital de Amor possui um dos maiores parques tecnológicos do país, todo voltado para prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes, e algumas dessas tecnologias são utilizadas nas unidades de Reabilitação do HA, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO).
Um desses equipamentos é o Andago – uma tecnologia robótica usado na reabilitação de pessoas que apresentam alterações no andar (chamado de marcha) e no equilíbrio corporal, como no caso do senhor Edson.
A principal característica do Andago, é que ele é um facilitador da marcha, como diferencial de retirar 50% do peso corporal do paciente, através do seu mecanismo de suspensão, oferecendo total segurança para o paciente. Além do treinamento de marcha, o aparelho é versátil, podendo ser utilizado para outras funções, como explica o médico fisiatra do HA, Dr. Henrique Fernandes Buosi.
“A principal função do Andago é o treino de equilíbrio e marcha, mas pode ser usado para outras funções, como treinamento de autopercepção corporal (propriocepção), mobilidade dos membros inferiores e até dos membros superiores, quando é necessário trabalhar múltiplas funções simultâneas”, esclarece o médico.
O equipamento é indicado em todas as fases de reabilitação, porém é imprescindível que o usuário tenha determinado nível de controle do tronco e movimentação dos membros inferiores. A indicação do uso é dinâmica e revista constantemente em conjunto entre equipe e paciente.
“A própria patologia e os tratamentos oncológicos, podem trazer diversos impactos que alterem a função de sustentar o próprio corpo e ser capaz de equilibrar-se e trocar passos. Essas alterações podem ser oriundas de lesões neurológicas, musculares ou amputações. O Andago atua diretamente nas terapias que focam nestas alterações, e é um dos equipamentos mais usados no Centro de Reabilitação, pois permite um treino de andar seguro e com menor sobrecarga física do terapeuta”, complementa Dr. Henrique.
Além do trabalho do equilíbrio e da marcha, o Andago também ajuda que o paciente tenha uma interação social durante a terapia, pois ele não é um equipamento que fica fixo em um local, permitindo que o usuário ande no ginásio e nos corredores do Centro de Reabilitação.
Importante ressaltar que, quando o paciente não possui marcha, é utilizado outras terapias, como a convencional ou o Lokomat, tonando o aparelho e o tratamento personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. “A tecnologia robótica é uma complementação vital das terapias tradicionais, porém não a substitui. Um bom terapeuta é a chave para uma reabilitação adequada e um paciente participante e entendedor do processo, é tão importante quanto. Aliado esses fatores, certamente a qualidade de vida dos usuários serão atingidas de maneira mais assertiva. Quando se luta por uma terapia com alta tecnologia, estamos lutando para garantir que todo o processo seja mais ágil e, desta forma, mais pessoas sejam beneficiadas”, destaca o médico fisiatra.
Oferecer tratamento oncológico de qualidade e de maneira humanizada é rotina no Hospital de Amor! Para cada diagnóstico de câncer, há um protocolo diferente e personalizado de intervenção, mas em todos eles, há humanização para garantir o bem-estar do paciente. E dentre tantas possibilidades de tratamento, a quimioterapia (apesar de temida por conta de seus efeitos colaterais) ainda é um dos mais eficazes para diversos tipos de tumor.
Trata-se de um procedimento em que se utilizam medicamentos – que se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo – para destruir as células doentes que estão formando o tumor, impedindo também que se espalhem. Quando esta aplicação é intravenosa, ou seja, aplicada na veia ou por meio de cateter, ela pode causar alguns desconfortos nos pacientes que a recebem. E é aí que, mais uma vez, o HA se destaca!
Projeto inovador
Com o objetivo de minimizar os riscos de cardiotoxicidade e os efeitos colaterais induzidos pela quimioterapia, a equipe do departamento de fisioterapia da instituição, por meio do ‘Programa de Fisioterapia na Atenção ao Câncer’, desenvolveu um projeto de pesquisa inovador, que busca elaborar um plano de exercícios de baixa à média intensidade para realização durante a infusão de quimioterapia.
O estudo, idealizado pela coordenadora do departamento de fisioterapia do Hospital de Amo, Dra. Carla Elaine Laurienzo da Cunha Andrade, junto a fisioterapeuta, Simara Cristina Pereira da Silva, e a residente de fisioterapia, Brenda Taynara Macedo da Costa, foi implementado em outubro deste ano na instituição e já atendeu mais de 20 pacientes.
“Com este protocolo poderemos comprovar que a realização de exercícios físicos (de baixa à média intensidade), durante a infusão de quimioterapia, promove a melhora da funcionalidade, fadiga, neuropatia e, principalmente, o bem-estar dos pacientes do estudo, quando comparados aos pacientes que não realizam nenhuma atividade física durante o momento da infusão”, explica Dra. Carla.
Neste primeiro momento, o estudo está sendo realizado em mulheres com diagnóstico de câncer de mama, que tenham entre 18 e 60 anos e aceitem participar do protocolo. Porém, a prática de aliar quimioterapia a exercício físico é indicada para todos os tipos de câncer, podendo beneficiar todos os pacientes do HA que passam por tratamento quimioterápico.
“Há evidências na literatura que indicam que o exercício realizado durante a infusão de quimioterapia, promove aumento da perfusão que pode melhorar a administração do medicamento e atenuar alguns efeitos colaterais dele. Então, além dos benefícios relacionados a própria quimioterapia, o projeto poderá influenciar também no hábito da prática de atividade física, promovendo uma maior adesão e entendimento para os pacientes sobre a importância de se manterem ativos durante o tratamento oncológico e as vantagens dos exercícios para sua saúde física e emocional”, afirma a coordenadora.
Como funciona?
A paciente que se encaixa em todos os requisitos exigidos pelo estudo e aceita participar do projeto, é direcionada para o Centro Infusional do HA, em Barretos (SP), nas salas comuns de infusão. Durante a sessão de quimioterapia, uma fisioterapeuta com especialização em oncologia leva o ‘kit de exercícios’, inclusive uma minibicicleta ergométrica e um fone de ouvido, e inicia as atividades. “Para a realização dos exercícios, a paciente escolhe a playlist que desejam ouvir durante o procedimento e escuta a seleção de músicas em fones de ouvido. Além da humanização, esse tipo de intervenção também é uma forma de diminuir o tédio durante as horas de infusão em que as pacientes ficam nas poltronas, tornando este momento um pouco mais leve na jornada do seu tratamento”, declarou Dra. Carla.
A paciente Fernanda Barbosa, de 43 anos, consegue identificar todos esses benefícios! Em tratamento no HA contra um câncer de mama, a mineira de Araxá, que sempre praticou atividades físicas e necessitou parar por conta dos efeitos colaterais decorrentes dos procedimentos, sentiu diferença pós receber a quimioterapia associada aos exercícios. “Em poucos minutos realizando as atividades, senti que minha ansiedade foi embora, eu fiquei muito mais disposta e a tremedeira melhorou. Vale muito a pena”, conta.
De acordo com a coordenadora do departamento de fisioterapia do HA, ainda são poucas as instituições oncológicas do país que realizam este tipo procedimento. “Estudos nessa área também são escassos, ou seja, o Hospital de Amor está sendo pioneiro e inovador!”, finalizou.
“Aqui se vive exclusivamente do amor”. Este é o sentimento do Carlos Eduardo Lima Ferraz, paciente do Hospital de Amor, ao falar de sua história com o câncer de próstata. Mesmo em tratamento, o senhor Carlos entende a importância da prevenção da doença e faz questão de ressaltar o sentimento de gratidão com o HA. O mesmo sentimento de gratidão o fez entender que, a corrida contra o tempo, inclui a corrida para se prevenir.
Números do câncer de próstata
71.730: este é o número de casos de câncer de próstata no Brasil, em 2023. A taxa estimada de incidência é de 47 casos para cada 100 mil homens, somente no estado de São Paulo.
Ele é o tumor sólido mais comum entre os homens maiores de 50 anos. No geral, estima-se que para cada 8 homens, 1 deles terá a doença durante a sua vida. No entanto, a taxa de mortalidade pela doença é baixa, cerca de 1 óbito para cada 41 casos diagnosticados.
Segundo a GLOBOCAN 2022: (Base de dados da Web IARC / WHO – Agência Internacional para Pesquisa em Câncer /Organização Mundial de Saúde, que engloba mais de 185 países no mundo), a incidência do câncer de próstata ficou em 4º lugar no ranking mundial, com 1.467.854 casos. Enquanto a taxa de mortalidade geral ficou em 8º lugar, com 397.430 mil mortes relacionadas a doença, somente para o ano de 2022.
A próstata
A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
Sintomas
O câncer de próstata, especialmente em estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. Quando os sintomas aparecem, eles geralmente estão relacionados ao impacto deste tipo de tumor e nas estruturas próximas. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
1. Dificuldade para urinar
A necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite.
Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga.
Jato de urina fraco ou interrompido.
Dor ou ardência ao urinar.
2. Sangue na urina ou no sêmen
Pode haver sangue visível na urina (hematúria) ou no sêmen.
3. Dor na região pélvica ou lombar
Dor persistente nas costas, quadris ou pelve pode ser um sinal de que o câncer se espalhou para ossos próximos.
4. Disfunção erétil
Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ocorrer devido à presença do câncer ou ao tratamento (como a remoção da próstata).
5. Dor ao ejacular
Dor ou desconforto durante a ejaculação pode ser um sintoma relacionado ao câncer de próstata.
6. Perda de peso inexplicada e cansaço
Em estágios mais avançados, o câncer pode causar perda de peso sem explicação aparente, além de fadiga e cansaço excessivo.
7. Dor óssea
Se o câncer se espalhar para os ossos, pode causar dor óssea, principalmente nas costas, quadris ou coxas.
O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens de pele negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
“O sangue é insubstituível”, foi com esta frase que a enfermeira Lívia Oliveira, responsável pelo hemonúcleo do Hospital de Amor, em Barretos (SP), chamou a atenção dos voluntários que contribuem para a captação de sangue. Segundo o Ministério da Saúde, menos de 2% da população brasileira doa sangue regularmente.
Para agradecer e prestar contas dos números de doações, a equipe do hemonúcleo do HA realizou o ‘1º Encontro de Captadores de Doação de Sangue’, no dia 2 de novembro. Foi um momento de descontração e de muitos agradecimentos.
Se para cada mil brasileiros, apenas 14 são doadores, dona Luiza Ferreira, professora aposentada, de 77 anos, se destaca pelo seu empenho em conseguir voluntários para doar sangue. Ela e seus amigos viajam 109 km de Ituverava (SP) até Barretos, três vezes por ano. “A importância de conseguir mais doadores de sangue é poder estar ajudando a salvar vidas, pois uma bolsa, segundo os especialistas, salva até 4 vidas. Deus primeiro e amor ao próximo, sempre”, explica a doadora.
De acordo com a coordenadora de captação de doadores de sangue do hemonúcleo do HA, Ana Paula Borges, o intuito do evento foi mostrar aos coordenadores o quanto as campanhas são importantes e, por meio deles, quantas vidas podem ser salvas. A ação contou com voluntários de várias cidades da região, como as mineiras: Planura e Frutal, e outras do estado de São Paulo, como Guaíra, Taquaritinga, Igarapava, Ituverava, entre outras. A turma de 60 pessoas também visitou a unidade infantojuvenil do HA, onde ficaram encantados com a estrutura e o trabalho realizado pela equipe do Hospital de Amor.
Já a voluntária barretense, Ana Cláudia de Souza, 49 anos, que coordena o Grupo da Saúde da Igreja Universal de Barretos, atua na captação de doadores de sangue desde 2017. “É um prazer estar aqui, fiquei muito feliz de ter sido convidada para este evento. Percebo que em todas as campanhas que a gente agenda, tem gente que tem muito medo de doar, pois muitos acabam acreditando em ‘fake news’, então a minha missão é conscientizá-los sobre a importância da doação e que é indolor. Me senti muito valorizada hoje”, fala Ana com um belo sorriso no rosto.
O dia ficou mais divertido com a participação especial do grupo dos ‘Palhaços da Alegria’ do Instituto Sociocultural, que cantaram uma paródia relacionada à importância da doação de sangue, bem como conversaram com o público e entreteram a todos. Para finalizar este dia especial, Lívia Machado, de 38 anos, mãe da pequena paciente Alice, que realiza tratamento de síndrome mielodisplásica (grupo de doenças que se caracteriza pela produção de células sanguíneas anormais na medula óssea) no HA desde 2021, de São Bernardo do Campo (SP), doou a medula para sua filha realizar transplante e após isso passou a doar sangue assiduamente. Ela falou sobre a sua experiência como mãe de uma paciente no HA para os voluntários.
“Eu não tenho nem como dizer o tamanho da importância da doação de sangue, porque minha filha passou pelo transplante de medula óssea e no pós-transplante eles precisam muito, principalmente plaquetas. Acho que é muito importante esta prestação de contas que houve hoje, porque ao mostrar os números das doações e demandas, acaba incentivando outras pessoas”, relata Lívia.
Para doar sangue, os voluntários precisam ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg, estar bem de saúde e ir ao hemonúcleo mais próximo de casa. Um gesto simples que pode mudar a histórias de muitas vidas!
No caminho havia rios, estradas de chão e uma floresta que deixa qualquer um perplexo pela sua imensidão e importância. Foram esses os caminhos que a segunda edição da “Expedição HA Amazônia” percorreu para levar prevenção do câncer de pele, colo do útero e próstata, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas da região amazônica.
O trabalho de prevenção do Hospital de Amor começou há cerca de 30 anos e, a cada ano, vem reforçando o compromisso de cuidar e proporcionar atendimento humanizado e de qualidade à população, com atendimento 100% gratuito, via SUS.
Prevenção salva vidas! Mesmo com todas as dificuldades de logística, pelo segundo ano consecutivo, o HA, levou prevenção para 15 cidades, seis distritos e uma aldeia indígena, dos estados do Amazonas e Pará. Foram 46 dias de muito trabalho e 8.560 km rodados para a realização de 612 Papanicolauos, 490 PSA, 621 avaliações de pele e 57 cirurgias de pele para a retirada de lesões de câncer de pele não melanoma. Neste ano, o projeto contou com patrocínio exclusivo do grupo varejista Gazin.
O Brasil, segundo o INCA, até 2025, deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer ao ano, sendo o mais incidente, o câncer de pele não melanoma, com estimativa de mais de 220 mil novos casos. A região norte, possui o segundo maior índice de casos de câncer de colo do útero, sendo 20,48 a cada 100 mil mulheres, e o quinto maior índice em câncer de próstata, sendo 28,40 a cada 100 mil homens.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do município de Óbidos (PA), que recebeu a “Expedição HA Amazônia” neste ano, foram realizados mais de 1.000 coletas de Papanicolaous, entre janeiro e setembro de 2024, em que cerda de 74 coletas tiveram alteração, sendo 14 diagnosticadas como câncer, principalmente em mulheres com menos de 30 anos.
“O que mais nos espanta, é que estamos encontrando lesões de alto grau em mulheres com menos de 30 anos, o que não é a realidade, não é o que o Ministério da Saúde propõe. Nós temos, inclusive, mulheres com menos de 25 anos com lesão de alto grau, então realmente é uma necessidade, e a carreta do Hospital de Amor vem somar forças ao que o município já faz na tentativa na detecção precoce, para que a gente tente melhorar a expectativa e qualidade de vida da mulher, não só da mulher, mas do homem, e na população como um todo”, destaca a enfermeira e responsável pelo Departamento de Atenção Primária à Saúde do município, Herbene Belicha.
Um outro dado preocupante, é em relação ao câncer de pele não melanoma. A maior parte da região amazônica e dos municípios em que a “Expedição HA Amazônia” realizou os atendimentos, tem como sua principal fonte de trabalho a pesca e a lavoura.
A região norte do Brasil é considerada uma das mais quentes e a população que trabalha ao ar livre precisa buscar horários alternativos, como explica a trabalhadora rural e residente do município de Oriximiná (PA), Noeme Macaxeira de Moura. “A maioria das vezes, a gente não usa protetor solar, veste uma camisa e calça comprida, coloca um chapéu na cabeça, e mantém o controle. Entra cedo no trabalho, quando é 10h30 saí, e volta às 14h30, é a gente mesmo que tem que estabelecer um horário, para que a gente não fique muito exposto ao sol muito forte. Para nós foi maravilhoso a carreta da Expedição estar aqui em Oriximiná (PA), porque o atendimento foi muito bom, e vai poder beneficiar muitas pessoas com essa ação”, destaca Noeme.
Isaías Alves da Chagas, trabalhador rural no município de Alenquer (PA), nunca tinha realizado uma consulta preventiva de câncer de pele. “Eu nunca fiz um exame de prevenção de câncer de pele. Apareceu um sinal no meu rosto, e eu aproveitei a vinda da carreta para poder ver”, conta.
O município de Santarém (PA), foi uma das cidades onde se teve o maior índice de lesões cancerígenas de pele. Foram retiradas 25 lesões de câncer de pele não melanoma, e isso faz um alerta em relação aos cuidados e prevenção da doença. “Aqui na nossa cidade, é um lugar muito quente, o sol maltrata muito a pele, e durante os atendimentos foi perceptível a quantidade de pacientes com lesões de pele na nossa região. Então, isso abre essa necessidade, a gente não tem especialista oncológico na área. Nós somos limitados, não sei se é devido estar na Amazônia, então quando nós temos a carreta de Barretos (SP) aqui, nós só temos a agradecer. Obrigada por virem até Santarém (PA), oferecer a nossa população um tratamento digno, que quem só sabe, é quem vive em um lugar que tem as suas limitações”, declara Narjara Dantas de Oliveira, psicóloga e coordenadora voluntária do HA, em Santarém (PA).
Durante a “Expedição HA Amazônia”, foi possível notar as dificuldades em que a população encontra em relação ao atendimento de algumas especialidades. Em alguns municípios, a população não consegue consultas com dermatologistas e ginecologistas, por exemplo, precisando se deslocar até outro centro para poder passar pelos especialistas, como conta Gladiana Lira Seixas, profissional autônoma, residente na cidade de Óbidos (PA). “A gente tem em outra cidade, se der exame alterado, nós temos que pegar um barco, e ir para outra cidade, como Santarém (PA). Às vezes vem ginecologista particular ou pelo SUS, mas, é mais em outra cidade, a gente precisa se locomover para ser atendida e para procurar outros recursos, porque aqui, ainda a gente não disponibiliza disso. Foi uma oportunidade muito boa a vinda da carreta, por ser de um hospital bem conhecido, a gente agradece muito, porque existem pessoas que se preocupam com à saúde da população e com a gente que é mais carente”, afirma Gladiana.
O médico do Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira, que esteve também na primeira “Expedição HA Amazônia”, contou suas impressões sobre a dificuldade do acesso à saúde nos munícipios por onde o projeto passou. “Não só a parte de prevenção oncológica. Essa primeira impressão que a gente teve, é muito carente, não só em oncologia, mas todo o sistema de saúde. Então, a população tem um déficit de assistência à saúde. São cidades de difícil acesso, então chegar em um centro maior, o acesso é muito difícil, e nas capitais, a assistência ainda é insuficientes”, destaca o médico.
Durante a Expedição, os profissionais conhecem muitas pessoas, muitas histórias, e o que mais marcou para a enfermeira do HA, Amanda Queiroz de Paula, foram mulheres mais velhas que nunca haviam realizado o exame de preventivo. “Durante a Expedição temos contato com várias pessoas, principalmente mulheres. No meu caso, que realizo o exame de Papanicolaou, uma das coisas que mais me marcou foi que muitas mulheres bem mais velhas, nunca tinham colhido o preventivo, elas nunca tiveram acesso à essa prevenção na vida, e com a carreta tiveram essa oportunidade”, comenta Amanda.
Fernanda Arraes, psicóloga e madrinha da campanha “Passos Que Salvam” em Alenquer (PA), falou da importância da carreta da “Expedição HA Amazônia”, no município. “Para nós, que estamos muito distantes da realidade lá do Sul, do Sudeste e Centro Oeste, é muito importante; Infelizmente, não foi possível realizar o exame de mamografia devido à logística, porque as pessoas que não conhecem a Amazônia de fato, não tem noção de como é chegar aqui. Nós não temos médicos especialistas, quando você quer fazer algo com especialista, você tem que ir para outra cidade, então a carreta vir para o nosso município é de suma importância, para aquele cidadão que não tem acesso nenhum, não tem conhecimento nenhum, não consegue nem chegar até Santarém (PA), que é a cidade mais próxima”, destaca.
As cidades que receberam a carreta da “Expedição HA Amazônia”, em sua maioria, possuem estradas de chão, como uma boa parte da BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, são margeadas por rios, como o Madeira, Tapajós e Amazonas, e o acesso se torna um desafio, principalmente porque os meios de locomoção mais viáveis são aquáticos, como balsas e barcos.
Só na Rodovia Transamazônica, de Humaitá (PA) até Altamira (PA), foram percorridos 1.534 km de estrada de chão. Em um dos trechos, a equipe da “Expedição HA Amazônia” enfrentou mais de nove horas de balsa, para poder chegar no município de Oriximiná (PA), e não é qualquer balsa que carrega uma carreta de 25 toneladas. “Não são todas as balsas que comportam a carreta, e não são todos os dias que têm balsas que conseguem transportar essa carreta. Então, a gente tem que saber o dia e a hora exata que essa balsa vai sair, se essa balsa comporta a carreta, então tudo isso, a gente tem que trabalhar muito tempo antes, porque, nesse caso especificamente, no transporte fluvial, a gente não pode errar”, explica Charles Gallindo, analista de captação de recursos do HA.
A segunda edição da “Expedição HA Amazônia”, além de atender mais três municípios, que não estavam no cronograma do ano passado (2023), também realizou os atendimentos na Aldeia Indígena Tenharim Marmelos (AM). “Este ano nós tivemos o atendimento na tribo indígena, foi bem interessante conhecer o sistema de saúde deles, a equipe de saúde que mora na aldeia. Conseguimos fazer exames de prevenção, onde tivemos total acesso. Conseguimos encontrar e retirar lesões de pele cancerígenas nos índios”, comenta Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira.
Cíntia C. de Souza Ribeiro Teixeira, técnica de enfermagem do HA que trabalha há 10 anos viajando com a carreta de prevenção, teve pela primeira vez a experiência de realizar o atendimento na aldeia indígena. “Eu achava que íamos encontrar pessoas bravas, difíceis de lidar, mas fomos super bem recepcionados, cantaram para gente, nos receberam super bem. Pudemos conhecer um pouco da cultura deles e, o mais importante, conseguimos realizar todos os atendimentos.”
Há 30 anos, quando se iniciaram os primeiros trabalhos de prevenção Hospital de Amor, havia um propósito: salvar vidas! E esse propósito continua enraizado, cada vez mais, na instituição. “O sentimento é de dever cumprido, porque realmente nós estamos cumprindo o nosso propósito de levar a prevenção do câncer para as pessoas que mais necessitam”, destaca o analista de captação de recursos do HA.
“Enquanto prevenção, infelizmente o município de Oriximiná (PA) não conta com esse serviço de prevenção do câncer. Quando a gente descobre, infelizmente é quando a doença já está avançada, como foi no meu caso, que descobri um câncer de intestino. A gente achou muito importante a vinda da carreta da prevenção, por isso que entramos de cabeça nesse projeto, justamente por entender que a prevenção é muito importante, coisa que infelizmente a gente não tem na região”, comenta o professor Miguel Ângelo de Oliveira Campos.
“Para nós é muito gratificante poder prestar uma assistência médica de qualidade para uma população que não tem acesso ao sistema de saúde, pacientes que estão há anos esperando pequenos procedimentos, às vezes, procedimentos simples e não conseguem entrar no sistema de saúde”, ressalta o médico do Instituto de Prevenção do HA.
Prevenção salva vidas e a missão do Hospital de Amor é expandir cada vez mais esse acesso à saúde de qualidade para todos os cantos do Brasil, para as populações mais carentes e afastadas dos grandes centros.