De acordo com o Ministério de Saúde, são estimados cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo de útero de 2023 a 2025, no Brasil. Ao menos 6 mil brasileiras perderam a vida, apenas em 2020, em decurso da doença, um problema que desperta cada vez mais o interesse de pesquisadores na busca por melhores tratamentos. De modo assustador, até 30-40% dos recursos investidos no tratamento do câncer são perdidos devido à ineficiência de alguns processos desnecessários, segundo a startup Hi!
O Harena, como centro de inovação do Hospital de Amor, busca atuar no apoio de desenvolvimento e otimização de empreendimentos que focam em resolução de problemas da área da saúde, como o aumento de tipos de câncer. De acordo como coordenador de projetos do Harena Inovação, Mateus Frederico de Paula, “Nossa equipe vem desempenhando um papel muito importante no apoio de diversas startups, dentre elas, a ‘Hi! Healthcare Intelligence’ – plataforma de Health Analytics que auxilia sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Nós também oferecemos acesso a recursos, conhecimentos e infraestrutura do Hospital de Amor. Dessa forma, é facilitado o desenvolvimento de networking, parcerias estratégicas, aconselhamento e mentoria”, explica.
Mateus revela otimismo ao participar de modo efetivo no projeto desta startup, principalmente, porque ela foi contemplada com o valor de R$ 350 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), a fim de desenvolver seu projeto em parceria com o time de oncologia ginecológica no Hospital de Amor, em Barretos (SP).
A cooperação entre a Hi! e o HA visa proporcionar decisões baseadas em oferecer análises de dados que orientam médicos e gestores em escolhas informadas, levando em consideração tanto os resultados clínicos quanto os custos associados. Além disso, também busca gerar a redução de desperdícios, identificando e eliminando processos desnecessários. Ou seja, o projeto é interdisciplinar, pois é desenvolvido por uma equipe formada por médicos, gestores, pesquisadores e especialistas.
Segundo Mateus, “Isso proporciona uma gestão mais eficiente, reduzindo custos e melhorando a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes do Hospital de Amor. Além do mais, a plataforma contribui para o avanço da pesquisa em oncologia, fortalecendo a posição do HA como uma instituição líder no tratamento do câncer”, finaliza.
Após a validação deste projeto, há expectativa de ambas as partes sobre uma possível expansão para a segunda fase, quando poderá ser implementado em todos os setores do Hospital, com aporte de fomento de até R$ 1,5 milhão. Ou seja, a plataforma possibilitará o fornecimento de dados valiosos sobre o custo-benefício de diferentes tratamentos, linhas de cuidado e procedimentos em pacientes oncológicos, otimizando ainda mais o tratamento para os pacientes do HA, que recebem o que há de melhor em tecnologia, gratuitamente.
O projeto e sua aplicabilidade para a saúde
O coordenador do Harena explica que a iniciativa é de suma importância para a saúde pública no país, pois visa otimizar o valor entregue aos pacientes nos tratamentos de câncer, que é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. “Ao desenvolver uma plataforma de coleta de desfechos clínicos, avaliações econômicas e gestão de desperdícios para tratamentos de alto custo, o projeto busca melhorar a eficiência operacional dos serviços de saúde, garantindo uma utilização mais efetiva dos recursos disponíveis. Isso pode resultar em uma redução significativa dos custos associados ao tratamento do câncer, tornando-o mais acessível para a população e, consequentemente, melhorando os resultados de saúde e a qualidade de vida dos pacientes”, conta Mateus.
Além disso, ao promover uma abordagem baseada em valor e evidências, o projeto da Hi! contribui para o avanço da prática clínica e para a tomada de decisões mais informadas e assertivas pelos profissionais de saúde. Deste modo, o impacto positivo desta iniciativa pode se estender além do âmbito da saúde, influenciando políticas públicas, diretrizes clínicas e o sistema de saúde como um todo.
A importância de startups no apoio da saúde pública
Fundada em 2019, em São José dos Campos (SP), a Hi! é uma plataforma de Health Analytics que ajuda sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Uma plataforma que, além de coletar desfechos em saúde (PROMs e PREMs), também é capaz de realizar diagnósticos de desperdício, custo-efetividade e gerar algoritmos personalizados para o desenvolvimento de estratégias para prevenção e predição de novos eventos de alto custo. Ou seja, visa empoderar a estratégia, times de gestão e liderança de sistemas de saúde na gestão baseada em dados relevantes de acordo com a jornada do tratamento de alto custo.
Mateus diz se sentir privilegiado por poder fazer parte de projetos de alto impacto como este, pois maior eficiência pode ser traduzida em maior acesso da população. “É sobre salvar mais vidas!”.
A história do Hospital de Amor é feita por histórias. Em quase 62 anos de vida (celebrados no próximo dia 24 de março), milhares e milhares de capítulos foram escritos, vividos e relembrados, seja por seus colaboradores, seja por seus pacientes. A cada nova tecnologia aplicada, estudo descoberto e procedimento realizado, vidas são marcadas e salvas, diariamente. E poder contar um pouquinho desses relatos repletos de esperança e gratidão, é o que nos move!
Hoje o HA te convida a conhecer o Bruno Felipe – o body piercing (técnica de perfuração utilizadas para a inserção de piercings no corpo) de Guaxupé (MG) que transformou seus dias de tratamento na instituição, em arte! Aliás, foi justamente esse talento peculiar que nos levou até ele! Suas fotos, sempre tiradas durante sua passagem pelos setores e corredores da instituição (e respeitando, é claro, as normas impostas pelo hospital), exaltam o que o Hospital de Amor faz de verdade: trata com amor e por amor, todas as pessoas!
De Guaxupé para Barretos
Apesar de já conhecer o nome ‘Hospital de Amor’, principalmente conhecer guaxupeanos que foram tratados e curados na instituição, foi em meados de fevereiro de 2022 que ele pôde ver de perto o trabalho realizado no HA.
Naquele ano, durante umas férias ao lado de amigos no Rio de Janeiro, Bruno sentiu um desconforto perto da região lombar, impossibilitando-o de curtir a viagem. “Achei que fosse problema de rim, mas esse desconforto se perdurou durante mais 30 dias. Foi aí que eu percebi que alguma coisa estava errada. Voltando, fiz um exame de imagem e descobri uma massa”, conta.
Ali, ele começou uma investigação e também a sua trajetória em busca de um diagnóstico preciso. “O meu diagnóstico foi dado no Centro de Oncologia de Alfenas/MG (cidade próxima a Guaxupé). Fui informado de que eu tinha um tumor de células germinativas na região retroperitônio (espaço localizado atrás da cavidade abdominal denominado peritônio, ou seja, a membrana que reveste a parede abdominal). E mesmo passando por várias sessões de quimioterapia, não tive sucesso, pois o tumor regredia e progredia após as sessões. Além disso, os profissionais deste hospital oncológico diziam que este tipo de tumor era inoperável, que o único tratamento possível seria um transplante de medula óssea, e que poucas instituições realizam este procedimento”, explica Bruno.
A boa notícia desta história é que dentre estas instituições está o HA, maior centro oncológico da América Latina com atendimento 100% gratuito e referência em transplante de medula óssea. Ao lado de seu pai e grande parceiro de vida, Bruno chegou a Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento no HA. E você se lembra daquele tumor ‘impossível de ser operado”? No Hospital de Amor a realidade foi outra! “Chegando aqui comecei uma nova jornada em busca pela minha cura”, ele relembra.
Ao todo, foram 40 sessões de quimioterapia, uma cirurgia para ressecção do tumor, uma recidiva da doença, quase um ano entre idas e vindas e, finalmente, o tão aguardado Transplante de Medula Óssea, em novembro do ano passado. “Nessa minha caminhada eu conheci muitas pessoas incríveis que infelizmente nos deixaram, pessoas mais velhas, pessoas novas, pessoas que perderam pessoas queridas. Conheci pessoas que levarei em meu coração para sempre!”, ele declara.
Com carisma de sobra, Bruno fez muitas amizades, fez fotos durante suas passagens pela instituição e fez sucesso em seu perfil no Instagram. “Uma das formas que eu usei e uso pra enfrentar tudo isso é por meio da arte! A fotografia é uma das artes que eu consegui trazer pra junto de mim no hospital, onde eu vejo um milhão de formas de me expressar como paciente, de demostrar meu sentimento de gratidão, medo e fé, transbordado em cada canto dessa instituição”.
O reencontro com a esperança
Ao se deparar com a notícia de que era necessário procurar uma outra instituição e dec que seu tumor era considerado inoperável, Bruno perdeu as esperanças. “Depois de vir para o HA, logo no primeiro dia como paciente, eu já percebi que algo extraordinário acontecia aqui. A estrutura, a tecnologia, todos os relatos de cura e também o atendimento oferecido, que ultrapassa as barreiras de ser um atendimento humanizado, tudo é perfeito! Eu sempre brinco que o atendimento é angelical, pois todos os funcionários, desde faxineiras, cozinheiras, enfermeiras, até os médicos são como anjos pra gente”.
Quem é o Bruno depois do HA?
“Depois de conhecer o HA o Bruno é uma pessoa com muito mais esperança na cura, fé na medicina e nas pessoas”, ele declara. O mineiro segue fazendo acompanhamento no hospital, exames de rotina e voltando as atividades que mais ama aos poucos. “Meu tratamento agora está numa parte bem flexível, já vejo meu cabelo e meu bigode crescer. Sem dúvidas, sou um dos maiores fãs da família Prata”, conta Bruno.
E finaliza: “Eu acho que TODAS as pessoas deveriam conhecer o HA para enxergar a vida com outra ótica. O mundo seria mais relevante, as pessoas dariam mais valor às coisas que realmente importam. Com certeza as pessoas teriam mais fé e esperança nesse mundo tão caótico de interesses fúteis”. Tem como não concordar com ele?
De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.
Em 2020, o Brasil registrou 6.650 novos casos de câncer de ovário, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres no país. Mas, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), no triênio que contempla o período de 2023 a 2025, o número previsto já é superior, ultrapassando os 7 mil novos casos por ano. Ainda segundo a instituição, a região com maior incidência é a Sudeste.
A doença ocupa o sétimo lugar no ranking nacional de mortalidade entre as brasileiras, isso porque o câncer de ovário ainda é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, diminuindo as possibilidades de tratamentos com fins curativos e a taxa de sobrevida. No mundo, dados mostram que apenas 45% das mulheres diagnosticadas possuem uma taxa de sobrevida de cinco anos, uma taxa que é de 89% nos casos de mulheres com câncer de mama.
Por isso, o cirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Carlos Andrade, ressalta a importância da observação de alguns sinais e sintomas da doença. “Os sintomas do câncer de ovário em estádios iniciais são muito fracos e podem facilmente serem confundidos com uma má digestão, dor muscular ou sintomas urinários. É importante alertar que mulheres com sintomas urinários ou intestinais que persistem por mais de uma semana, e que não tenham nenhum diagnóstico que justifique, devem ser investigadas para câncer de ovário. Pode ser uma sensação de empachamento, uma constipação, um aumento do volume abdominal ou um aumento da frequência urinária”.
Fatores de risco
Segundo a World Ovarian Cancer Coalition, uma organização global sem fins lucrativos focada não apenas na conscientização, mas no avanço de pesquisas e novos tratamentos da doença, ainda não há um teste simples ou exame de rotina preciso para o diagnóstico precoce, mas alguns fatores de risco devem ser levados em consideração no acompanhamento clínico padrão.
Idade: a maioria dos casos de câncer de ovário ocorre em mulheres com mais de 55 anos, pois a doença também está relacionada ao grau de atividade hormonal feminina. Mas alguns tipos de câncer de ovário podem aparecer em mulheres jovens;
Genética: mulheres portadoras de mutações genéticas nos genes BRCA1 ou BRCA2 (genes que ajudam a reparar os danos nas células), também relacionadas ao surgimento do câncer de mama, estão mais propensas ao desenvolvimento da doença. As portadoras de mutações no primeiro gene apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida, enquanto mutações no segundo gene oferecem risco de 25%.
Histórico familiar: dados mostram que as mulheres com maior o risco de desenvolverem câncer de ovário são as que possuem dois ou mais parentes que tiveram câncer de ovário, da mama, do cólon ou do útero, independente da ascendência de origem materna ou paterna. Cerca de 15% dos casos de câncer de ovário têm antecedentes familiares.
Outros fatores: por ser uma doença ligada à atividade hormonal, especialistas destacam que o risco de desenvolvimento do câncer de ovário é maior nas mulheres que não tiveram filhos, que nunca tomaram a pílula anticoncepcional, que iniciaram o período menstrual muito cedo ou cuja menopausa começou mais tarde do que a média e em mulheres que já tiveram endometriose.
Prevenção
– Conheça seu corpo: esteja atenta a qualquer mudança incomum;
– Consultas médicas regulares: realize exames ginecológicos regularmente;
– Histórico familiar: se houver casos de câncer de ovário na família, informe seu médico;
– Uso de anticoncepcionais: alguns estudos sugerem que o uso prolongado de anticoncepcionais pode reduzir o risco, porém, o uso do anticoncepcional também pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer de mama. Assim, é de extrema importância a consulta com o médico especialista para avaliação e indicação caso a caso.
Diagnóstico
A ecografia pélvica transvaginal e transabdominal são exames que permitem o diagnóstico e a avaliação em casos suspeitos de tumores nos ovários, mas o acompanhamento clínico é imprescindível para resultados positivos quando o assunto é diagnóstico precoce! Atualmente, a medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 também tem sido uma ferramenta importante, visto que cerca de 80% das mulheres com câncer de ovário possuem esse marcador elevado.
Tratamento
Em casos aonde há suspeita de tumor de ovário, a cirurgia exploratória é recomendada para avaliação e definição de estadiamento da doença, podendo acontecer apenas a remoção do tumor ou ainda a necessidade da retirada do útero e dos ovários. A depender do estágio, tratamentos adjuvantes de quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo podem ser utilizados.
Lembre-se sempre de consultar seu médico e seguir as orientações para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. A prevenção e a conscientização são essenciais na luta contra o câncer de ovário.
Tratamento humanizado associado à tecnologia! Atualmente, o Hospital de Amor conta com três unidades especializadas em Reabilitação: em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO), com equipamentos altamente tecnológicos, que auxiliam pacientes oncológicos e não oncológicos na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais.
Imagina um videogame com uma tela grande, projetada na parede da sua casa, onde você consegue movimentar coisas apenas com um toque? Essa tecnologia é chamada de realidade virtual, que está presente no NIRVANA, equipamento utilizado nos atendimentos de pacientes dos Centros de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos e em Araguaína.
Trata-se de um dispositivo que auxilia na reabilitação motora e cognitiva de pacientes que tiveram suas funções perdidas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento oncológico) ou diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia e deficiência intelectual. Além disso, o NIRVANA proporciona ao usuário uma experiência imersiva, por meio do seu sistema, criando um ambiente realista de acordo com o que ele vive, possibilitando trabalhar coordenação motora, equilíbrio, destreza manual, amplitude de movimento, estimulação cognitiva e baixa visão.
Uma das principais funções do equipamento é a estimulação neurossensorial, como destaca a educadora intelectual e psicopedagoga do Centro de Reabilitação do HA, Maria Laura de Barros Pedro. “Após uma avaliação do paciente, é realizado um estudo e traçado um plano de tratamento, onde já iniciamos a reabilitação com o NIRVANA. Todos os nossos pacientes, sejam eles oncológicos ou não, passam pelo dispositivo, pois além de acelerar o processo de recuperação e desenvolvimento, é possível trabalhar estimulação, comunicação e cognição através dos exercícios”, explica Maria Laura.
Os exercícios são todos adaptados, o que possibilita atender pacientes de diferentes faixas etárias, condições físicas, motoras e intelectuais. “Durante o processo de reabilitação, aproximadamente 30 pacientes passam por dia no NIRVANA e nós conseguimos adaptar os exercícios em tempo real, aproximando ao máximo da realidade em que o paciente está inserido, seja em sua casa, escola e trabalho. Conforme sua evolução, o próprio sistema vai ajustando os níveis de dificuldade”, destaca a psicopedagoga.
A reabilitação com o NIRVANA, associado a outras estratégias de tratamento, faz com que o paciente seja proativo na realização das tarefas, se tornando cada vez mais independente.
Parceria com Alok
O equipamento está sendo utilizado na reabilitação de pacientes do HA desde 2022, e foi adquirido por meio de uma doação realizada pelo Instituto Alok. O artista doou o cachê de um show realizado durante a Festa do Peão de Americana.
No dia 24 de agosto de 2022, em uma visita ao Hospital de Amor Barretos, o DJ conheceu de perto o dispositivo. Na ocasião, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu o artista e o homenageou com uma placa em seu nome. Em 2023, Alok repetiu o gesto de amor e solidariedade, e doou novamente seu cachê para a instituição, dessa vez o do show realizado durante a Festa do Peão de Barretos.
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde emitido no início da semana, o Brasil ultrapassou os 700 mil casos possíveis de dengue apenas em 2024, uma alta superior a 300% em comparação ao mesmo período de 2023. Os dados mostram, ainda, que o número supera o total de casos registrados nos anos de 2017, 2018 e 2021.
São informações que acendem um importante alerta, principalmente, para pacientes em tratamento oncológico.
O médico infectologista do Hospital de Amor, Dr. José Carlos Ignácio Jr., explica que a dengue, a zika ou a chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, assim como qualquer outra infecção, atrapalham o tratamento oncológico porque podem atrasar, adiar ou interromper temporariamente a quimioterapia e/ou a radioterapia. Além disso, o paciente com câncer tem um risco maior de ter dengue grave. “Esse risco é maior nos pacientes com câncer acima de 60 anos, que também apresentam comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatia, doença renal ou pulmonar crônica”, destaca.
Para alguns tipos de câncer, o quadro também pode exigir cuidados extras. Pacientes adultos com leucemia, linfoma, mieloma e tumor de fígado apresentam maior risco de complicações hemorrágicas pela dengue e, assim, um maior risco de evoluir com dengue grave, necessidade de internação e maior risco de óbito. Já entre as crianças, as leucemias e os linfomas são de maior risco para dengue grave, assim como o tratamento de alguns tumores sólidos que são tratados com altas doses de quimioterapia.
O infectologista do HA frisa que, caso um paciente oncológico apresente sintomas típicos da infecção por dengue, é importante procurar imediatamente o centro de referência no qual o tratamento está sendo realizado, para avaliação médica e laboratorial, com seguimento para que se evite o agravamento da doença.
Vacina
Recentemente o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS), colocando o Brasil como pioneiro em todo o mundo a disponibilizar o imunizante no sistema público de saúde. A vacina, conhecida como Qdenga, que possui indicação para prevenção da doença causada por qualquer sorotipo do vírus e foi aprovada pela Anvisa para a faixa etária de 4 anos a 60 anos de idade, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante afirmou ter uma capacidade restrita para o fornecimento de doses. Por isso, a vacinação ainda será focada em público e regiões prioritárias, conforme definição do órgão.
Apesar de ser um grande e importante avanço para esse problema de saúde pública, o Dr. José Ignácio explica que essa vacina é composta por vírus vivo atenuado, sendo assim, ela possui contraindicação de ser administrada em pacientes com imunidade comprometida, que é o caso dos pacientes em tratamento oncológico em uso de quimioterapia e/ou radioterapia. “A contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Dessa forma, orienta-se que os pacientes oncológicos consultem seu médico para avaliar se podem receber a vacina contra dengue, quando ela estiver disponível”.
Prevenção
Para prevenção da dengue, além das medidas já conhecidas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar um possível criadouro, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas, o uso de repelente é um importante aliado.
Os repelentes com icaridina são recomendados por comprovação de eficácia e proteção, havendo diversas marcas disponíveis no mercado. Porém, caso não sejam tolerados, também podem ser aqueles à base de DEET, IR3535 e óleo de citronela. Segundo os especialistas, os repelentes caseiros não devem ser utilizados.
Algumas regras para a aplicação correta do repelente:
• Cuidado para não passar o repelente na região dos olhos, mucosas e áreas com feridas;
• O repelente spray deve ser aplicado sobre a roupa e não na pele que será coberta. Exemplo: se for colocar uma calça, vista essa peça de roupa e somente depois aplique o repelente sobre a calça. Nas áreas que não serão cobertas pelas roupas, basta aplicar o repelente sobre a pele descoberta;
• Raramente o uso de repelente causa alergia, mas pode acontecer. Caso apresente prurido (coceira) e urticária (placas vermelhas pelo corpo), suspenda o uso do repelente e fale com o seu médico.
Além do uso do repelente outras medidas podem auxiliar:
• Roupas: sempre usar camisas/blusas de mangas longas, calças longas, dar preferência para cores claras;
• Se possível colocar telas nas portas e janelas;
• Sempre permitir a entrada na casa do pessoal do controle de vetores, a fim de avaliar a existência de possíveis criadouros e orientações de prevenção.
Você sabia que agentes infecciosos como bactérias e vírus podem causar câncer? Segundo o médico coordenador do departamento de Cabeça e Pescoço e Pesquisador do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, de 15 a 17% de todos os tumores malignos possuem relação com esses agentes, incluindo o câncer de colo uterino, predominantemente ocasionado pelo papiloma vírus humano (HPV), com incidência de mais de 17 mil novos casos por ano apenas no Brasil.
O médico conta que já ficou também evidenciada cientificamente uma relação entre o HPV e o câncer de orofaringe ou garganta. “Um estudo desenvolvido no HA, em Barretos (SP), mostrou que cerca de 20% dos pacientes com câncer de garganta tiveram sua doença associada com a infecção crônica pelo HPV. Em outros países, como os Estados Unidos, o HPV chega a ser responsável por 90% dos tumores de garganta. Além do câncer de colo do útero e da garganta, existem outros diretamente relacionados ao HPV, como o de ânus, pênis, vagina e vulva e todos de transmissão sexual”, explica Gama.
Mas o especialista revela que a infecção pelo HPV não é a única vilã, existem evidências que também comprovam que o câncer de estômago está associado com a infecção pela bactéria conhecida como Helicobacter pilory; assim como o vírus HIV (da AIDS) pode ser fator de risco para alguns tipos de câncer do sistema linfático, como o linfoma; enquanto o vírus de Epstein-Barr (EBV) pode ter relação com o carcinoma nasofaríngeo indiferenciado, o câncer gástrico e o linfoma.
Como pacientes oncológicos devem prevenir infecções
Segundo o infectologista, para o tratamento do câncer o paciente pode precisar de cirurgia que, muitas vezes, são cirurgias de grande porte, quimioterapia ou radioterapia. “A depender do tipo de câncer, estes três tipos de tratamento podem ser associados. Tanto a quimioterapia como a radioterapia diminuem as defesas do paciente e isso coloca o paciente em risco de adquirir infecções”, explica Tarso.
Para os pacientes que irão iniciar o tratamento oncológico, uma das principais medidas para prevenção de infecção é a atualização da carteira de vacinação conforme a faixa etária/idade. Pelo Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, as seguintes vacinas são recomendadas para os pacientes que irão fazer quimioterapia e/ou radioterapia: difteria acelular, coqueluche, tétano, Haemophilus influenza b (conjugada), hepatite B, poliomielite (inativada), sarampo, caxumba, rubéola, zoster, febre amarela, influenza, COVID-19, meningite C, HPV, pneumocócica (VPC13 e VPC23). Todas elas estão disponíveis pelo SUS, entretanto vacinas com vírus vivos ou atenuadas (febre amarela, zoster, sarampo, caxumba, rubéola, pólio oral) são contraindicadas para pacientes em quimioterapia e/ou radioterapia.
“Ressalto que essa contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Infelizmente, devido a urgência do tratamento oncológico, o paciente não tem tempo de atualizar sua carteira de vacinação antes do início da quimioterapia e/ou da radioterapia”, enfatiza o Dr. Paulo, que reforça também a necessidade de os familiares estarem com as seguintes vacinas em dia: influenza (gripe), sarampo, rubéola, caxumba e COVID-19.
Cuidados que o paciente oncológico deve ter
É importante que os pacientes que estão em tratamento oncológico evitem contato com pessoas que estejam com infecções transmissíveis, como gripe, resfriado, COVID-19, pneumonia e indivíduos com diarreia, por exemplo. Além disso, os pacientes também devem evitar lugares aglomerados e com pouca ventilação. “Se não for possível evitar tais lugares, eles deverão fazer uso de máscara cobrindo a boca e o nariz enquanto permanecerem nesses locais. Outra medida importante é em relação à alimentação (cuidados alimentares para pacientes oncológicos). Deve-se ter cuidado especial no preparo dos alimentos, como higienizar adequadamente as verduras e legumes, e dar preferência para aqueles que sejam cozidos. As frutas também devem ser higienizadas antes de serem ingeridas e deve-se dar preferência para as que sejam descascadas para serem ingeridas”, detalha o especialista.
Preparação correta
De acordo com o médico, as verduras, frutas e legumes além de serem lavadas em água corrente, também poderão ser submetidas à desinfecção com água sanitária. “Para fazer a solução na proporção correta, use 8ml (uma colher de sopa cheia) de água sanitária para cada litro de água potável. Frutas, legumes e verduras podem ficar de molho na solução de água potável e água sanitária por cerca de 15 minutos. No caso das folhosas, este tempo pode ser reduzido para 10 minutos. Após a imersão, enxaguar bem o alimento em água filtrada ou água corrente tratada com cloro”, explica.
O infectologista também reforça que as carnes (aves, carne bovina e peixes) e os ovos devem estar bem cozidos, ou seja, evitar o consumo de carnes ou ovos malpassados. “Uma outra regra básica e fácil para evitar a contaminação dos alimentos após o preparo, é consumir os pratos quentes antes que eles esfriem e os gelados antes que eles esquentem. Quando são preparadas para servir mais de uma refeição, deve-se refrigerar em geladeira quando ainda não estiverem totalmente frios, ou seja, eles devem ir para geladeira com a temperatura um pouco menor do que chamamos de morno (nem quente e nem completamente frio)”.
Também existem outras recomendações importantes, como não ingerir água que não seja clorada, como água de mina, fontes, cisternas, etc. Além da higiene das mãos, que é uma importante medida de prevenção de infecções, devendo ser realizada antes de se alimentar, antes de preparar os alimentos, após o uso do banheiro, após tocar superfícies que muitas pessoas tocam, com por exemplo maçanetas de banheiro público/coletivo, antes de colocar a mão na boca, nos olhos ou nas narinas.
Dengue, Zika e Chikungunya
Sabe aquele famoso: beber socialmente? Pois bem, quando o assunto é câncer até essa prática pode ser perigosa! Isso porque o álcool é, comprovadamente, um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos da doença. De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a recomendação é evitar-se completamente a ingestão de bebida alcoólica. E engana-se quem pensa que é por conta do ‘tipo de bebida’, mas sim pela quantidade consumida.
O oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, explica que as pessoas que escolhem ingerir álcool devem limitar o consumo a não mais do que: um drinque por dia para mulheres (não gestantes) e dois drinques por dia para homens. “Um drinque padrão de álcool é definido como uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado com 40% de álcool (por exemplo: vodka, whisky, gin, rum etc.). Transformando isso em gramas de álcool, gira em torno de 14 gramas! Ou seja: uma lata de cerveja comum no Brasil, a 4,5% de álcool, tem 12,5 gramas de álcool; uma dose de whisky, a 40% de álcool, tem 14 gramas de álcool. Isso quer dizer que consumir álcool acima de 14 g/dia, torna-se preocupante”, afirma.
Mas afinal, a bebida alcoólica traz algum tipo de benefício para o corpo? O HA fez uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico para entender melhor o assunto e alertar todas as pessoas sobre a relação entre álcool e câncer. Confira e cuide da sua saúde!
– A bebida alcoólica é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer?
R.: Com certeza! O consumo de álcool é uma causa estabelecida de vários tipos de câncer (pelo menos sete), sendo o uso excessivo de álcool associado ao maior risco.
– Quais são os principais tipos de câncer associados ao consumo?
R.: Câncer de mama, vários tipos de câncer do trato gastrointestinal (esôfago, gástrico, colorretal, pâncreas, fígado e trato biliar) e cânceres de cabeça e pescoço (cavidade oral, orofaringe e laringe).
– Com que frequência o consumo de bebida alcoólica pode ser preocupante?
R.: Se estivermos falando de prevenção contra o câncer, o ideal é não beber álcool! De acordo com dados da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, consumir acima de 14 gramas de álcool por dia, é preocupante!
– Algum tipo de bebida alcoólica é pior? Neste caso, o teor alcoólico influencia?
R.: Não é o ‘tipo de bebida’, mas sim a quantidade ingerida de álcool. Na prática, uma lata de cerveja comum no Brasil a 4,5% de álcool, tem aproximadamente 12,5 gramas de álcool. Enquanto isso, uma dose de whisky a 40% de álcool tem 14 gramas de álcool.
– Existe algum benefício que o álcool traz para o corpo?
R.: Benefícios não! As diretrizes dietéticas Americanas de 2020 a 2025 aconselham não mais do que dois drinques por dia para homens e um drinque por dia para mulheres (não gestantes). Já outras diretrizes e especialistas desafiam essa visão de que exista alguma dose segura e recomendam evitar-se completamente o álcool.
– Paciente oncológico pode consumir álcool, mesmo que moderadamente?
R.: Não! Mesmo entre consumidores leves e moderados, alguns estudos indicam uma tendência para um aumento do risco de câncer, independente de outros fatores. Além disso, pacientes que estão em tratamento oncológico devem compartilhar todas as medicações, hábitos e vícios com seu médico, para que não haja fatores de confusão e as decisões sejam compartilhadas.
– Cirrose causada pelo excesso de álcool pode se desenvolver para um câncer?
R.: Com certeza! Cirrose de qualquer causa aumenta o risco de câncer de fígado. E esse risco varia de acordo com a idade, o sexo do paciente, a causa da cirrose e o grau de comprometimento hepático.
– Existe diferença entre o consumo de álcool de bebidas caseiras (o licor, por exemplo) e de bebidas industriais para o desenvolvimento de câncer?
R.: Não. O que importa, de fato, é o teor alcoólico, que deve ser inferior a 14 gramas por dia.
– Podemos afirmar que o álcool potencializa o surgimento e desenvolvimento de câncer?
R.: Sim! Estima-se que o consumo de álcool é responsável por, aproximadamente, 6% de todos os casos de câncer e 6% das mortes resultantes de câncer globalmente. Isso significa que quanto maior a ingestão, maior o risco. Além disso, existe também uma associação com o tabagismo: para algumas malignidades que estão ligadas tanto ao tabagismo quanto ao consumo de álcool, interações sinérgicas foram estabelecidas entre essas duas causas de câncer.
– O Hospital de Amor oferece algum tipo de apoio para o paciente oncológico que consome álcool?
R.: O HA possui uma equipe de psicologia ampla e experiente, que atua em todos os departamentos da instituição. O consumo de álcool pode ser um problema para a aderência e tolerância ao tratamento oncológico, portanto, se um paciente precisar de ajuda para abandonar o uso do álcool, nós temos os psicólogos ao nosso lado e, principalmente, ao lado dos pacientes nesse sentido.
– Nessa época de Carnaval, qual o seu recado para os foliões em relação ao consumo de álcool?
R.: Se for beber, beba com moderação, saiba os seus limites e, principalmente, não dirija. Divirta-se com responsabilidade! Aproveite o carnaval e mantenha-se hidratado. Vá de Uber/Táxi ou escolha alguém da turma para não beber. Priorize sua segurança e a do próximo. Celebre o carnaval com alegria, mas sempre com consciência!
É comum ocorrer uma mudança na rotina alimentar e no paladar do paciente oncológico. Sabe-se que a nutrição é um fator crucial para que o paciente realize um bom tratamento ao longo de sua jornada. De acordo com uma pesquisa da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), estudos apontam que mais de 50% dos pacientes oncológicos apresentaram alterações de paladar, e 35% a 87% apresentaram alterações de olfato, decorrentes do tratamento de quimioterapia.
De acordo com a nutricionista do Hospital de Amor, Alice Prado, é comum o surgimento de relatos de casos de distúrbios gastrointestinais em pacientes, como hiporexia, náuseas, vômitos, disgeusia (alteração do paladar), xerostomia (boca seca), mucosite, diarreia e constipação intestinal.
A profissional explica que a alimentação pode contribuir para o alívio dos sintomas causados pelo tratamento e auxiliar na manutenção do adequado estado nutricional para favorecer uma melhor resposta às terapias antineoplásicas. “Não há alimentos que devem ser restritos, mas é recomendado evitar o consumo excessivo de embutidos, enlatados, alimentos muito açucarados e gordurosos, e ultraprocessados”, revela Alice.
Para todos os pacientes oncológicos, é recomendada uma alimentação saudável, com consumo adequado de frutas, legumes e verduras, cereais, leguminosas, carnes e ovos, leite e derivados. Vale ressaltar a importância da ingestão hídrica adequada. A nutricionista explica que chás de camomila, erva-cidreira, erva-doce, chá mate, hortelã e capim-santo (ou capim-limão) podem ser consumidos com moderação e não devem ser utilizados como substitutos da água mineral. Ela também alerta os pacientes para não consumirem chás desconhecidos e sempre consultar o médico ou o nutricionista.
Alimentos e suas recomendações
Alice ressalta que todas as pessoas, incluindo pacientes oncológicos, devem evitar o consumo de gordura trans, pois é prejudicial à saúde, como margarinas, salgadinhos, pipocas de micro-ondas, biscoitos recheados, etc. Mas engana-se quem pensa que na lista de recomendação da profissional há apenas alimentos que devem ser evitados. Ela esclarece que chá de gengibre, água ou gelo com limão, picolé de frutas, alimentos secos (por exemplo, biscoito de polvilho, bolacha água e sal) e preparações geladas ajudam a diminuir o surgimento de possíveis náuseas.
A profissional também revela que alimentos gordurosos, com excesso de temperos, açucarados, caldos, preparações quentes e de odor forte podem contribuir para o desenvolvimento de náuseas nos pacientes que realizam algum tratamento oncológico.
É comum alguns pacientes que fazem o uso de corticoide ganharem peso; a especialista explica que um meio possível de ajustar a alimentação e impedir que isso ocorra é aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, aumentar o fracionamento alimentar, reduzir o consumo de carboidratos simples (açúcar de adição, pães e massas feitos com farinha branca) e reduzir o consumo de gordura e sal.
Pacientes que praticam atividades físicas devem manter uma alimentação saudável, com o consumo adequado de todos os grupos alimentares. “É importante que cada paciente seja avaliado de maneira individualizada”, enfatiza Alice.
Em relação ao consumo de suplementos, não existem recomendações para o uso rotineiro de suplementos alimentares de vitaminas e minerais, sendo a reposição indicada apenas após a avaliação de profissional habilitado (seja médico ou nutricionista), quando o paciente é diagnosticado com deficiências nutricionais. “Não somente o paciente oncológico, mas todas as pessoas devem utilizar qualquer tipo de suplementação apenas após indicação do nutricionista”, diz a profissional do HA.
É importante ressaltar que durante todo o tratamento do câncer, é comum a imunidade do paciente sofrer alterações, o que pode gerar dificuldades no combate de infecções, por exemplo. Por isso, é fundamental que o paciente tenha a garantia de que todo alimento ingerido tem origem segura, reduzindo riscos de doenças. O guia ‘Food Safety During Cancer Treatment’ enfatiza a necessidade do paciente sempre se manter hidratado, e os exemplos apresentados no manual são diversos, como sopas (caldos, canjas), bebidas (água, sucos de frutas e vegetais, chás, leites, etc.) e refrescos (picolés, sorvetes, iogurtes e gelados italianos).
Um dos diferenciais do Hospital de Amor é o trabalho sinérgico que ocorre entre a equipe multiprofissional da instituição. “O empenho de todos é muito importante para auxiliar no cuidado integral do paciente, principalmente na tomada de condutas durante todas as fases do tratamento, compartilhando conhecimentos e aprimorando os serviços prestados. Por exemplo, trabalhamos com médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas”, explica Alice.
*Conteúdo desenvolvido com a colaboração da equipe de nutrição do HA. Profisionais envolvidos: Ana Carolina, Tiago Queiroz, Alice Oliveira Prado, Isabela Laurencio Schiavoni, Laís Ávila e Silva e Jhonatan Antônio Lodo.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é um tumor maligno que surge na região inferior do útero (ou seja, no colo do órgão), e está quase sempre relacionado à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). É considerado o terceiro tipo mais frequente entre população feminina do país, com estimativa, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), de 17 mil novas ocorrências em 2023 – atrás apenas do câncer de mama e do câncer de cólon e reto.
Os números impressionam! Mas, outro fator chama ainda mais atenção: segundo o INCA, os novos casos e as mortes por este tipo de câncer ocorrem de maneira desigual entre as regiões do Brasil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero ocupa a 2ª posição nas regiões Norte e Nordeste e a 5ª entre os cânceres mais incidentes em mulheres na região Sudeste do país. Outra informação preocupante trazida pela instituição é que, observando a série histórica das taxas de mortalidade do Brasil e regiões, a região Norte é a que traz as maiores taxas de mortalidade pela doença.
Esses dados mostram que, no cenário brasileiro, a falta de rastreamento para o diagnóstico precoce e a dificuldade de acesso a saúde básica de qualidade, são os principais motivos da diferença de números entre as regiões e refletem um grande problema de saúde pública. É aí que o Hospital de Amor se destaca! Em 1994, o HA deu início ao trabalho de busca ativa para a prevenção do câncer do colo uterino na periferia de Barretos (SP) e, posteriormente, em cidades que compõe a Diretoria Regional de Saúde V (DRS V). Um projeto pioneiro que, 30 anos depois, colocaria a região como líder em detecção precoce da doença em todo o Estado de São Paulo.
De acordo com um levantamento da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), 72% do diagnóstico do câncer do colo do útero da DRS V acontece no estadiamento in situ. “Isso significa que de cada 10 mulheres com biópsias alteradas, sete serão tratadas com procedimentos simples dentro do próprio ambulatório, o que reduz quase a zero o risco de desenvolver o câncer do colo do útero nas próximas décadas de vida. Os dados mostram que estratégias de prevenção, com a ampliação na cobertura dos testes de rastreio (Papanicolaou), a priorização da faixa etária exposta a maior risco e o seguimento contínuo dos casos suspeitos com tratamento adequado dos positivos, resultaram em maiores taxas de detecção precoce”, destaca o coordenador médico do programa de rastreamento populacional de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio César Possati Resende.
O relatório disponibilizado pela FOSP provém de uma avaliação do período entre 2000 e 2019, e evidencia a eficiência das ações estruturadas do Hospital, que acontecem em parceria com a própria Diretoria da Regional de Saúde e as secretarias municipais de saúde dos 18 municípios (Altair, Barretos, Bebedouro, Cajobi, Colina, Colômbia, Guaíra, Guaraci, Jaborandi, Monte Azul Paulista, Olímpia, Severínia, Taiaçu, Taiúva, Taquaral, Terra Roxa, Viradouro, Vista Alegre do Alto) que a compõe.
Com a premissa de que ‘Prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o HA pretende expandir essa realidade para outras localidades. A instituição conta, atualmente, com mais de 25 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do país. “Baseado no exemplo e resultados do programa de prevenção instituído na região de Barretos, o Hospital de Amor tem ampliado sua atuação nos últimos 10 anos para outras regiões. Apenas em 2023, foram realizados 213.525 exames de Papanicolaou, 15.452 exames diagnósticos de colposcopia e 963 pequenas cirurgias (exérese da zona de transformação do colo do útero) para tratamento de lesões precursoras de câncer”, afirma o coordenador.
Prevenção é o melhor remédio
Os especialistas ressaltam que, dentre todos os tipos de câncer, o do colo do útero é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, isso porque é quase sempre causado pela infecção genital persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos), um vírus sexualmente transmissível, muito frequente na população e de contágio facilmente evitável com o uso de preservativos. Na maioria das vezes a infecção não causa doença, mas em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir ao longo dos anos para o câncer.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde 2014, vacinas contra o HPV gratuitamente, para pessoas de 9 a 14 anos, de ambos os sexos. A vacina é uma importante medida de prevenção, mas não é eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes, por isso o uso de preservativos durante relações sexuais e o exame preventivo Papanicolaou é imprescindível na detecção precoce da doença e muitas vezes até na fase pré-câncer.
Pesquisa
Desde 2010, o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Amor conta com um grupo de pesquisa em HPV, que tem como objetivo realizar estudos sobre a avaliação dos mecanismos de infecção e persistência do HPV e sua relação com a transformação maligna, além do potencial de métodos do rastreamento de lesões relacionadas a essas infeções.
O grupo vem contribuindo de forma relevante para avanços científicos importantes e inovadores no campo do vírus HPV e suas repercussões, apresentando também colaborações internacionais de grande impacto. Acesse e conheça mais: iep.hospitaldeamor.com.br
Compartilhando experiência
O Hospital de Amor realiza no início de fevereiro, em Barretos (SP), o 16º Encontro de Gestores do Programa de Prevenção ao Câncer do Colo Uterino, que a instituição mantém em parceria com 90 municípios dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
No encontro anual, serão debatidos os processos, fluxos e estratégias com prefeitos, secretários de saúde e profissionais de saúde, ressaltando a importância da parceria com a atenção primária e secundária. Durante o evento haverá o detalhamento do programa, com amostragem e discussão de indicadores.
De acordo com o Ministério de Saúde, são estimados cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo de útero de 2023 a 2025, no Brasil. Ao menos 6 mil brasileiras perderam a vida, apenas em 2020, em decurso da doença, um problema que desperta cada vez mais o interesse de pesquisadores na busca por melhores tratamentos. De modo assustador, até 30-40% dos recursos investidos no tratamento do câncer são perdidos devido à ineficiência de alguns processos desnecessários, segundo a startup Hi!
O Harena, como centro de inovação do Hospital de Amor, busca atuar no apoio de desenvolvimento e otimização de empreendimentos que focam em resolução de problemas da área da saúde, como o aumento de tipos de câncer. De acordo como coordenador de projetos do Harena Inovação, Mateus Frederico de Paula, “Nossa equipe vem desempenhando um papel muito importante no apoio de diversas startups, dentre elas, a ‘Hi! Healthcare Intelligence’ – plataforma de Health Analytics que auxilia sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Nós também oferecemos acesso a recursos, conhecimentos e infraestrutura do Hospital de Amor. Dessa forma, é facilitado o desenvolvimento de networking, parcerias estratégicas, aconselhamento e mentoria”, explica.
Mateus revela otimismo ao participar de modo efetivo no projeto desta startup, principalmente, porque ela foi contemplada com o valor de R$ 350 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), a fim de desenvolver seu projeto em parceria com o time de oncologia ginecológica no Hospital de Amor, em Barretos (SP).
A cooperação entre a Hi! e o HA visa proporcionar decisões baseadas em oferecer análises de dados que orientam médicos e gestores em escolhas informadas, levando em consideração tanto os resultados clínicos quanto os custos associados. Além disso, também busca gerar a redução de desperdícios, identificando e eliminando processos desnecessários. Ou seja, o projeto é interdisciplinar, pois é desenvolvido por uma equipe formada por médicos, gestores, pesquisadores e especialistas.
Segundo Mateus, “Isso proporciona uma gestão mais eficiente, reduzindo custos e melhorando a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes do Hospital de Amor. Além do mais, a plataforma contribui para o avanço da pesquisa em oncologia, fortalecendo a posição do HA como uma instituição líder no tratamento do câncer”, finaliza.
Após a validação deste projeto, há expectativa de ambas as partes sobre uma possível expansão para a segunda fase, quando poderá ser implementado em todos os setores do Hospital, com aporte de fomento de até R$ 1,5 milhão. Ou seja, a plataforma possibilitará o fornecimento de dados valiosos sobre o custo-benefício de diferentes tratamentos, linhas de cuidado e procedimentos em pacientes oncológicos, otimizando ainda mais o tratamento para os pacientes do HA, que recebem o que há de melhor em tecnologia, gratuitamente.
O projeto e sua aplicabilidade para a saúde
O coordenador do Harena explica que a iniciativa é de suma importância para a saúde pública no país, pois visa otimizar o valor entregue aos pacientes nos tratamentos de câncer, que é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. “Ao desenvolver uma plataforma de coleta de desfechos clínicos, avaliações econômicas e gestão de desperdícios para tratamentos de alto custo, o projeto busca melhorar a eficiência operacional dos serviços de saúde, garantindo uma utilização mais efetiva dos recursos disponíveis. Isso pode resultar em uma redução significativa dos custos associados ao tratamento do câncer, tornando-o mais acessível para a população e, consequentemente, melhorando os resultados de saúde e a qualidade de vida dos pacientes”, conta Mateus.
Além disso, ao promover uma abordagem baseada em valor e evidências, o projeto da Hi! contribui para o avanço da prática clínica e para a tomada de decisões mais informadas e assertivas pelos profissionais de saúde. Deste modo, o impacto positivo desta iniciativa pode se estender além do âmbito da saúde, influenciando políticas públicas, diretrizes clínicas e o sistema de saúde como um todo.
A importância de startups no apoio da saúde pública
Fundada em 2019, em São José dos Campos (SP), a Hi! é uma plataforma de Health Analytics que ajuda sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Uma plataforma que, além de coletar desfechos em saúde (PROMs e PREMs), também é capaz de realizar diagnósticos de desperdício, custo-efetividade e gerar algoritmos personalizados para o desenvolvimento de estratégias para prevenção e predição de novos eventos de alto custo. Ou seja, visa empoderar a estratégia, times de gestão e liderança de sistemas de saúde na gestão baseada em dados relevantes de acordo com a jornada do tratamento de alto custo.
Mateus diz se sentir privilegiado por poder fazer parte de projetos de alto impacto como este, pois maior eficiência pode ser traduzida em maior acesso da população. “É sobre salvar mais vidas!”.
A história do Hospital de Amor é feita por histórias. Em quase 62 anos de vida (celebrados no próximo dia 24 de março), milhares e milhares de capítulos foram escritos, vividos e relembrados, seja por seus colaboradores, seja por seus pacientes. A cada nova tecnologia aplicada, estudo descoberto e procedimento realizado, vidas são marcadas e salvas, diariamente. E poder contar um pouquinho desses relatos repletos de esperança e gratidão, é o que nos move!
Hoje o HA te convida a conhecer o Bruno Felipe – o body piercing (técnica de perfuração utilizadas para a inserção de piercings no corpo) de Guaxupé (MG) que transformou seus dias de tratamento na instituição, em arte! Aliás, foi justamente esse talento peculiar que nos levou até ele! Suas fotos, sempre tiradas durante sua passagem pelos setores e corredores da instituição (e respeitando, é claro, as normas impostas pelo hospital), exaltam o que o Hospital de Amor faz de verdade: trata com amor e por amor, todas as pessoas!
De Guaxupé para Barretos
Apesar de já conhecer o nome ‘Hospital de Amor’, principalmente conhecer guaxupeanos que foram tratados e curados na instituição, foi em meados de fevereiro de 2022 que ele pôde ver de perto o trabalho realizado no HA.
Naquele ano, durante umas férias ao lado de amigos no Rio de Janeiro, Bruno sentiu um desconforto perto da região lombar, impossibilitando-o de curtir a viagem. “Achei que fosse problema de rim, mas esse desconforto se perdurou durante mais 30 dias. Foi aí que eu percebi que alguma coisa estava errada. Voltando, fiz um exame de imagem e descobri uma massa”, conta.
Ali, ele começou uma investigação e também a sua trajetória em busca de um diagnóstico preciso. “O meu diagnóstico foi dado no Centro de Oncologia de Alfenas/MG (cidade próxima a Guaxupé). Fui informado de que eu tinha um tumor de células germinativas na região retroperitônio (espaço localizado atrás da cavidade abdominal denominado peritônio, ou seja, a membrana que reveste a parede abdominal). E mesmo passando por várias sessões de quimioterapia, não tive sucesso, pois o tumor regredia e progredia após as sessões. Além disso, os profissionais deste hospital oncológico diziam que este tipo de tumor era inoperável, que o único tratamento possível seria um transplante de medula óssea, e que poucas instituições realizam este procedimento”, explica Bruno.
A boa notícia desta história é que dentre estas instituições está o HA, maior centro oncológico da América Latina com atendimento 100% gratuito e referência em transplante de medula óssea. Ao lado de seu pai e grande parceiro de vida, Bruno chegou a Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento no HA. E você se lembra daquele tumor ‘impossível de ser operado”? No Hospital de Amor a realidade foi outra! “Chegando aqui comecei uma nova jornada em busca pela minha cura”, ele relembra.
Ao todo, foram 40 sessões de quimioterapia, uma cirurgia para ressecção do tumor, uma recidiva da doença, quase um ano entre idas e vindas e, finalmente, o tão aguardado Transplante de Medula Óssea, em novembro do ano passado. “Nessa minha caminhada eu conheci muitas pessoas incríveis que infelizmente nos deixaram, pessoas mais velhas, pessoas novas, pessoas que perderam pessoas queridas. Conheci pessoas que levarei em meu coração para sempre!”, ele declara.
Com carisma de sobra, Bruno fez muitas amizades, fez fotos durante suas passagens pela instituição e fez sucesso em seu perfil no Instagram. “Uma das formas que eu usei e uso pra enfrentar tudo isso é por meio da arte! A fotografia é uma das artes que eu consegui trazer pra junto de mim no hospital, onde eu vejo um milhão de formas de me expressar como paciente, de demostrar meu sentimento de gratidão, medo e fé, transbordado em cada canto dessa instituição”.
O reencontro com a esperança
Ao se deparar com a notícia de que era necessário procurar uma outra instituição e dec que seu tumor era considerado inoperável, Bruno perdeu as esperanças. “Depois de vir para o HA, logo no primeiro dia como paciente, eu já percebi que algo extraordinário acontecia aqui. A estrutura, a tecnologia, todos os relatos de cura e também o atendimento oferecido, que ultrapassa as barreiras de ser um atendimento humanizado, tudo é perfeito! Eu sempre brinco que o atendimento é angelical, pois todos os funcionários, desde faxineiras, cozinheiras, enfermeiras, até os médicos são como anjos pra gente”.
Quem é o Bruno depois do HA?
“Depois de conhecer o HA o Bruno é uma pessoa com muito mais esperança na cura, fé na medicina e nas pessoas”, ele declara. O mineiro segue fazendo acompanhamento no hospital, exames de rotina e voltando as atividades que mais ama aos poucos. “Meu tratamento agora está numa parte bem flexível, já vejo meu cabelo e meu bigode crescer. Sem dúvidas, sou um dos maiores fãs da família Prata”, conta Bruno.
E finaliza: “Eu acho que TODAS as pessoas deveriam conhecer o HA para enxergar a vida com outra ótica. O mundo seria mais relevante, as pessoas dariam mais valor às coisas que realmente importam. Com certeza as pessoas teriam mais fé e esperança nesse mundo tão caótico de interesses fúteis”. Tem como não concordar com ele?
De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.
Em 2020, o Brasil registrou 6.650 novos casos de câncer de ovário, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres no país. Mas, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), no triênio que contempla o período de 2023 a 2025, o número previsto já é superior, ultrapassando os 7 mil novos casos por ano. Ainda segundo a instituição, a região com maior incidência é a Sudeste.
A doença ocupa o sétimo lugar no ranking nacional de mortalidade entre as brasileiras, isso porque o câncer de ovário ainda é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, diminuindo as possibilidades de tratamentos com fins curativos e a taxa de sobrevida. No mundo, dados mostram que apenas 45% das mulheres diagnosticadas possuem uma taxa de sobrevida de cinco anos, uma taxa que é de 89% nos casos de mulheres com câncer de mama.
Por isso, o cirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Carlos Andrade, ressalta a importância da observação de alguns sinais e sintomas da doença. “Os sintomas do câncer de ovário em estádios iniciais são muito fracos e podem facilmente serem confundidos com uma má digestão, dor muscular ou sintomas urinários. É importante alertar que mulheres com sintomas urinários ou intestinais que persistem por mais de uma semana, e que não tenham nenhum diagnóstico que justifique, devem ser investigadas para câncer de ovário. Pode ser uma sensação de empachamento, uma constipação, um aumento do volume abdominal ou um aumento da frequência urinária”.
Fatores de risco
Segundo a World Ovarian Cancer Coalition, uma organização global sem fins lucrativos focada não apenas na conscientização, mas no avanço de pesquisas e novos tratamentos da doença, ainda não há um teste simples ou exame de rotina preciso para o diagnóstico precoce, mas alguns fatores de risco devem ser levados em consideração no acompanhamento clínico padrão.
Idade: a maioria dos casos de câncer de ovário ocorre em mulheres com mais de 55 anos, pois a doença também está relacionada ao grau de atividade hormonal feminina. Mas alguns tipos de câncer de ovário podem aparecer em mulheres jovens;
Genética: mulheres portadoras de mutações genéticas nos genes BRCA1 ou BRCA2 (genes que ajudam a reparar os danos nas células), também relacionadas ao surgimento do câncer de mama, estão mais propensas ao desenvolvimento da doença. As portadoras de mutações no primeiro gene apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida, enquanto mutações no segundo gene oferecem risco de 25%.
Histórico familiar: dados mostram que as mulheres com maior o risco de desenvolverem câncer de ovário são as que possuem dois ou mais parentes que tiveram câncer de ovário, da mama, do cólon ou do útero, independente da ascendência de origem materna ou paterna. Cerca de 15% dos casos de câncer de ovário têm antecedentes familiares.
Outros fatores: por ser uma doença ligada à atividade hormonal, especialistas destacam que o risco de desenvolvimento do câncer de ovário é maior nas mulheres que não tiveram filhos, que nunca tomaram a pílula anticoncepcional, que iniciaram o período menstrual muito cedo ou cuja menopausa começou mais tarde do que a média e em mulheres que já tiveram endometriose.
Prevenção
– Conheça seu corpo: esteja atenta a qualquer mudança incomum;
– Consultas médicas regulares: realize exames ginecológicos regularmente;
– Histórico familiar: se houver casos de câncer de ovário na família, informe seu médico;
– Uso de anticoncepcionais: alguns estudos sugerem que o uso prolongado de anticoncepcionais pode reduzir o risco, porém, o uso do anticoncepcional também pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer de mama. Assim, é de extrema importância a consulta com o médico especialista para avaliação e indicação caso a caso.
Diagnóstico
A ecografia pélvica transvaginal e transabdominal são exames que permitem o diagnóstico e a avaliação em casos suspeitos de tumores nos ovários, mas o acompanhamento clínico é imprescindível para resultados positivos quando o assunto é diagnóstico precoce! Atualmente, a medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 também tem sido uma ferramenta importante, visto que cerca de 80% das mulheres com câncer de ovário possuem esse marcador elevado.
Tratamento
Em casos aonde há suspeita de tumor de ovário, a cirurgia exploratória é recomendada para avaliação e definição de estadiamento da doença, podendo acontecer apenas a remoção do tumor ou ainda a necessidade da retirada do útero e dos ovários. A depender do estágio, tratamentos adjuvantes de quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo podem ser utilizados.
Lembre-se sempre de consultar seu médico e seguir as orientações para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. A prevenção e a conscientização são essenciais na luta contra o câncer de ovário.
Tratamento humanizado associado à tecnologia! Atualmente, o Hospital de Amor conta com três unidades especializadas em Reabilitação: em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO), com equipamentos altamente tecnológicos, que auxiliam pacientes oncológicos e não oncológicos na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais.
Imagina um videogame com uma tela grande, projetada na parede da sua casa, onde você consegue movimentar coisas apenas com um toque? Essa tecnologia é chamada de realidade virtual, que está presente no NIRVANA, equipamento utilizado nos atendimentos de pacientes dos Centros de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos e em Araguaína.
Trata-se de um dispositivo que auxilia na reabilitação motora e cognitiva de pacientes que tiveram suas funções perdidas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento oncológico) ou diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia e deficiência intelectual. Além disso, o NIRVANA proporciona ao usuário uma experiência imersiva, por meio do seu sistema, criando um ambiente realista de acordo com o que ele vive, possibilitando trabalhar coordenação motora, equilíbrio, destreza manual, amplitude de movimento, estimulação cognitiva e baixa visão.
Uma das principais funções do equipamento é a estimulação neurossensorial, como destaca a educadora intelectual e psicopedagoga do Centro de Reabilitação do HA, Maria Laura de Barros Pedro. “Após uma avaliação do paciente, é realizado um estudo e traçado um plano de tratamento, onde já iniciamos a reabilitação com o NIRVANA. Todos os nossos pacientes, sejam eles oncológicos ou não, passam pelo dispositivo, pois além de acelerar o processo de recuperação e desenvolvimento, é possível trabalhar estimulação, comunicação e cognição através dos exercícios”, explica Maria Laura.
Os exercícios são todos adaptados, o que possibilita atender pacientes de diferentes faixas etárias, condições físicas, motoras e intelectuais. “Durante o processo de reabilitação, aproximadamente 30 pacientes passam por dia no NIRVANA e nós conseguimos adaptar os exercícios em tempo real, aproximando ao máximo da realidade em que o paciente está inserido, seja em sua casa, escola e trabalho. Conforme sua evolução, o próprio sistema vai ajustando os níveis de dificuldade”, destaca a psicopedagoga.
A reabilitação com o NIRVANA, associado a outras estratégias de tratamento, faz com que o paciente seja proativo na realização das tarefas, se tornando cada vez mais independente.
Parceria com Alok
O equipamento está sendo utilizado na reabilitação de pacientes do HA desde 2022, e foi adquirido por meio de uma doação realizada pelo Instituto Alok. O artista doou o cachê de um show realizado durante a Festa do Peão de Americana.
No dia 24 de agosto de 2022, em uma visita ao Hospital de Amor Barretos, o DJ conheceu de perto o dispositivo. Na ocasião, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu o artista e o homenageou com uma placa em seu nome. Em 2023, Alok repetiu o gesto de amor e solidariedade, e doou novamente seu cachê para a instituição, dessa vez o do show realizado durante a Festa do Peão de Barretos.
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde emitido no início da semana, o Brasil ultrapassou os 700 mil casos possíveis de dengue apenas em 2024, uma alta superior a 300% em comparação ao mesmo período de 2023. Os dados mostram, ainda, que o número supera o total de casos registrados nos anos de 2017, 2018 e 2021.
São informações que acendem um importante alerta, principalmente, para pacientes em tratamento oncológico.
O médico infectologista do Hospital de Amor, Dr. José Carlos Ignácio Jr., explica que a dengue, a zika ou a chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, assim como qualquer outra infecção, atrapalham o tratamento oncológico porque podem atrasar, adiar ou interromper temporariamente a quimioterapia e/ou a radioterapia. Além disso, o paciente com câncer tem um risco maior de ter dengue grave. “Esse risco é maior nos pacientes com câncer acima de 60 anos, que também apresentam comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatia, doença renal ou pulmonar crônica”, destaca.
Para alguns tipos de câncer, o quadro também pode exigir cuidados extras. Pacientes adultos com leucemia, linfoma, mieloma e tumor de fígado apresentam maior risco de complicações hemorrágicas pela dengue e, assim, um maior risco de evoluir com dengue grave, necessidade de internação e maior risco de óbito. Já entre as crianças, as leucemias e os linfomas são de maior risco para dengue grave, assim como o tratamento de alguns tumores sólidos que são tratados com altas doses de quimioterapia.
O infectologista do HA frisa que, caso um paciente oncológico apresente sintomas típicos da infecção por dengue, é importante procurar imediatamente o centro de referência no qual o tratamento está sendo realizado, para avaliação médica e laboratorial, com seguimento para que se evite o agravamento da doença.
Vacina
Recentemente o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS), colocando o Brasil como pioneiro em todo o mundo a disponibilizar o imunizante no sistema público de saúde. A vacina, conhecida como Qdenga, que possui indicação para prevenção da doença causada por qualquer sorotipo do vírus e foi aprovada pela Anvisa para a faixa etária de 4 anos a 60 anos de idade, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante afirmou ter uma capacidade restrita para o fornecimento de doses. Por isso, a vacinação ainda será focada em público e regiões prioritárias, conforme definição do órgão.
Apesar de ser um grande e importante avanço para esse problema de saúde pública, o Dr. José Ignácio explica que essa vacina é composta por vírus vivo atenuado, sendo assim, ela possui contraindicação de ser administrada em pacientes com imunidade comprometida, que é o caso dos pacientes em tratamento oncológico em uso de quimioterapia e/ou radioterapia. “A contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Dessa forma, orienta-se que os pacientes oncológicos consultem seu médico para avaliar se podem receber a vacina contra dengue, quando ela estiver disponível”.
Prevenção
Para prevenção da dengue, além das medidas já conhecidas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar um possível criadouro, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas, o uso de repelente é um importante aliado.
Os repelentes com icaridina são recomendados por comprovação de eficácia e proteção, havendo diversas marcas disponíveis no mercado. Porém, caso não sejam tolerados, também podem ser aqueles à base de DEET, IR3535 e óleo de citronela. Segundo os especialistas, os repelentes caseiros não devem ser utilizados.
Algumas regras para a aplicação correta do repelente:
• Cuidado para não passar o repelente na região dos olhos, mucosas e áreas com feridas;
• O repelente spray deve ser aplicado sobre a roupa e não na pele que será coberta. Exemplo: se for colocar uma calça, vista essa peça de roupa e somente depois aplique o repelente sobre a calça. Nas áreas que não serão cobertas pelas roupas, basta aplicar o repelente sobre a pele descoberta;
• Raramente o uso de repelente causa alergia, mas pode acontecer. Caso apresente prurido (coceira) e urticária (placas vermelhas pelo corpo), suspenda o uso do repelente e fale com o seu médico.
Além do uso do repelente outras medidas podem auxiliar:
• Roupas: sempre usar camisas/blusas de mangas longas, calças longas, dar preferência para cores claras;
• Se possível colocar telas nas portas e janelas;
• Sempre permitir a entrada na casa do pessoal do controle de vetores, a fim de avaliar a existência de possíveis criadouros e orientações de prevenção.
Você sabia que agentes infecciosos como bactérias e vírus podem causar câncer? Segundo o médico coordenador do departamento de Cabeça e Pescoço e Pesquisador do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, de 15 a 17% de todos os tumores malignos possuem relação com esses agentes, incluindo o câncer de colo uterino, predominantemente ocasionado pelo papiloma vírus humano (HPV), com incidência de mais de 17 mil novos casos por ano apenas no Brasil.
O médico conta que já ficou também evidenciada cientificamente uma relação entre o HPV e o câncer de orofaringe ou garganta. “Um estudo desenvolvido no HA, em Barretos (SP), mostrou que cerca de 20% dos pacientes com câncer de garganta tiveram sua doença associada com a infecção crônica pelo HPV. Em outros países, como os Estados Unidos, o HPV chega a ser responsável por 90% dos tumores de garganta. Além do câncer de colo do útero e da garganta, existem outros diretamente relacionados ao HPV, como o de ânus, pênis, vagina e vulva e todos de transmissão sexual”, explica Gama.
Mas o especialista revela que a infecção pelo HPV não é a única vilã, existem evidências que também comprovam que o câncer de estômago está associado com a infecção pela bactéria conhecida como Helicobacter pilory; assim como o vírus HIV (da AIDS) pode ser fator de risco para alguns tipos de câncer do sistema linfático, como o linfoma; enquanto o vírus de Epstein-Barr (EBV) pode ter relação com o carcinoma nasofaríngeo indiferenciado, o câncer gástrico e o linfoma.
Como pacientes oncológicos devem prevenir infecções
Segundo o infectologista, para o tratamento do câncer o paciente pode precisar de cirurgia que, muitas vezes, são cirurgias de grande porte, quimioterapia ou radioterapia. “A depender do tipo de câncer, estes três tipos de tratamento podem ser associados. Tanto a quimioterapia como a radioterapia diminuem as defesas do paciente e isso coloca o paciente em risco de adquirir infecções”, explica Tarso.
Para os pacientes que irão iniciar o tratamento oncológico, uma das principais medidas para prevenção de infecção é a atualização da carteira de vacinação conforme a faixa etária/idade. Pelo Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, as seguintes vacinas são recomendadas para os pacientes que irão fazer quimioterapia e/ou radioterapia: difteria acelular, coqueluche, tétano, Haemophilus influenza b (conjugada), hepatite B, poliomielite (inativada), sarampo, caxumba, rubéola, zoster, febre amarela, influenza, COVID-19, meningite C, HPV, pneumocócica (VPC13 e VPC23). Todas elas estão disponíveis pelo SUS, entretanto vacinas com vírus vivos ou atenuadas (febre amarela, zoster, sarampo, caxumba, rubéola, pólio oral) são contraindicadas para pacientes em quimioterapia e/ou radioterapia.
“Ressalto que essa contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Infelizmente, devido a urgência do tratamento oncológico, o paciente não tem tempo de atualizar sua carteira de vacinação antes do início da quimioterapia e/ou da radioterapia”, enfatiza o Dr. Paulo, que reforça também a necessidade de os familiares estarem com as seguintes vacinas em dia: influenza (gripe), sarampo, rubéola, caxumba e COVID-19.
Cuidados que o paciente oncológico deve ter
É importante que os pacientes que estão em tratamento oncológico evitem contato com pessoas que estejam com infecções transmissíveis, como gripe, resfriado, COVID-19, pneumonia e indivíduos com diarreia, por exemplo. Além disso, os pacientes também devem evitar lugares aglomerados e com pouca ventilação. “Se não for possível evitar tais lugares, eles deverão fazer uso de máscara cobrindo a boca e o nariz enquanto permanecerem nesses locais. Outra medida importante é em relação à alimentação (cuidados alimentares para pacientes oncológicos). Deve-se ter cuidado especial no preparo dos alimentos, como higienizar adequadamente as verduras e legumes, e dar preferência para aqueles que sejam cozidos. As frutas também devem ser higienizadas antes de serem ingeridas e deve-se dar preferência para as que sejam descascadas para serem ingeridas”, detalha o especialista.
Preparação correta
De acordo com o médico, as verduras, frutas e legumes além de serem lavadas em água corrente, também poderão ser submetidas à desinfecção com água sanitária. “Para fazer a solução na proporção correta, use 8ml (uma colher de sopa cheia) de água sanitária para cada litro de água potável. Frutas, legumes e verduras podem ficar de molho na solução de água potável e água sanitária por cerca de 15 minutos. No caso das folhosas, este tempo pode ser reduzido para 10 minutos. Após a imersão, enxaguar bem o alimento em água filtrada ou água corrente tratada com cloro”, explica.
O infectologista também reforça que as carnes (aves, carne bovina e peixes) e os ovos devem estar bem cozidos, ou seja, evitar o consumo de carnes ou ovos malpassados. “Uma outra regra básica e fácil para evitar a contaminação dos alimentos após o preparo, é consumir os pratos quentes antes que eles esfriem e os gelados antes que eles esquentem. Quando são preparadas para servir mais de uma refeição, deve-se refrigerar em geladeira quando ainda não estiverem totalmente frios, ou seja, eles devem ir para geladeira com a temperatura um pouco menor do que chamamos de morno (nem quente e nem completamente frio)”.
Também existem outras recomendações importantes, como não ingerir água que não seja clorada, como água de mina, fontes, cisternas, etc. Além da higiene das mãos, que é uma importante medida de prevenção de infecções, devendo ser realizada antes de se alimentar, antes de preparar os alimentos, após o uso do banheiro, após tocar superfícies que muitas pessoas tocam, com por exemplo maçanetas de banheiro público/coletivo, antes de colocar a mão na boca, nos olhos ou nas narinas.
Dengue, Zika e Chikungunya
Sabe aquele famoso: beber socialmente? Pois bem, quando o assunto é câncer até essa prática pode ser perigosa! Isso porque o álcool é, comprovadamente, um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos da doença. De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a recomendação é evitar-se completamente a ingestão de bebida alcoólica. E engana-se quem pensa que é por conta do ‘tipo de bebida’, mas sim pela quantidade consumida.
O oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, explica que as pessoas que escolhem ingerir álcool devem limitar o consumo a não mais do que: um drinque por dia para mulheres (não gestantes) e dois drinques por dia para homens. “Um drinque padrão de álcool é definido como uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado com 40% de álcool (por exemplo: vodka, whisky, gin, rum etc.). Transformando isso em gramas de álcool, gira em torno de 14 gramas! Ou seja: uma lata de cerveja comum no Brasil, a 4,5% de álcool, tem 12,5 gramas de álcool; uma dose de whisky, a 40% de álcool, tem 14 gramas de álcool. Isso quer dizer que consumir álcool acima de 14 g/dia, torna-se preocupante”, afirma.
Mas afinal, a bebida alcoólica traz algum tipo de benefício para o corpo? O HA fez uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico para entender melhor o assunto e alertar todas as pessoas sobre a relação entre álcool e câncer. Confira e cuide da sua saúde!
– A bebida alcoólica é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer?
R.: Com certeza! O consumo de álcool é uma causa estabelecida de vários tipos de câncer (pelo menos sete), sendo o uso excessivo de álcool associado ao maior risco.
– Quais são os principais tipos de câncer associados ao consumo?
R.: Câncer de mama, vários tipos de câncer do trato gastrointestinal (esôfago, gástrico, colorretal, pâncreas, fígado e trato biliar) e cânceres de cabeça e pescoço (cavidade oral, orofaringe e laringe).
– Com que frequência o consumo de bebida alcoólica pode ser preocupante?
R.: Se estivermos falando de prevenção contra o câncer, o ideal é não beber álcool! De acordo com dados da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, consumir acima de 14 gramas de álcool por dia, é preocupante!
– Algum tipo de bebida alcoólica é pior? Neste caso, o teor alcoólico influencia?
R.: Não é o ‘tipo de bebida’, mas sim a quantidade ingerida de álcool. Na prática, uma lata de cerveja comum no Brasil a 4,5% de álcool, tem aproximadamente 12,5 gramas de álcool. Enquanto isso, uma dose de whisky a 40% de álcool tem 14 gramas de álcool.
– Existe algum benefício que o álcool traz para o corpo?
R.: Benefícios não! As diretrizes dietéticas Americanas de 2020 a 2025 aconselham não mais do que dois drinques por dia para homens e um drinque por dia para mulheres (não gestantes). Já outras diretrizes e especialistas desafiam essa visão de que exista alguma dose segura e recomendam evitar-se completamente o álcool.
– Paciente oncológico pode consumir álcool, mesmo que moderadamente?
R.: Não! Mesmo entre consumidores leves e moderados, alguns estudos indicam uma tendência para um aumento do risco de câncer, independente de outros fatores. Além disso, pacientes que estão em tratamento oncológico devem compartilhar todas as medicações, hábitos e vícios com seu médico, para que não haja fatores de confusão e as decisões sejam compartilhadas.
– Cirrose causada pelo excesso de álcool pode se desenvolver para um câncer?
R.: Com certeza! Cirrose de qualquer causa aumenta o risco de câncer de fígado. E esse risco varia de acordo com a idade, o sexo do paciente, a causa da cirrose e o grau de comprometimento hepático.
– Existe diferença entre o consumo de álcool de bebidas caseiras (o licor, por exemplo) e de bebidas industriais para o desenvolvimento de câncer?
R.: Não. O que importa, de fato, é o teor alcoólico, que deve ser inferior a 14 gramas por dia.
– Podemos afirmar que o álcool potencializa o surgimento e desenvolvimento de câncer?
R.: Sim! Estima-se que o consumo de álcool é responsável por, aproximadamente, 6% de todos os casos de câncer e 6% das mortes resultantes de câncer globalmente. Isso significa que quanto maior a ingestão, maior o risco. Além disso, existe também uma associação com o tabagismo: para algumas malignidades que estão ligadas tanto ao tabagismo quanto ao consumo de álcool, interações sinérgicas foram estabelecidas entre essas duas causas de câncer.
– O Hospital de Amor oferece algum tipo de apoio para o paciente oncológico que consome álcool?
R.: O HA possui uma equipe de psicologia ampla e experiente, que atua em todos os departamentos da instituição. O consumo de álcool pode ser um problema para a aderência e tolerância ao tratamento oncológico, portanto, se um paciente precisar de ajuda para abandonar o uso do álcool, nós temos os psicólogos ao nosso lado e, principalmente, ao lado dos pacientes nesse sentido.
– Nessa época de Carnaval, qual o seu recado para os foliões em relação ao consumo de álcool?
R.: Se for beber, beba com moderação, saiba os seus limites e, principalmente, não dirija. Divirta-se com responsabilidade! Aproveite o carnaval e mantenha-se hidratado. Vá de Uber/Táxi ou escolha alguém da turma para não beber. Priorize sua segurança e a do próximo. Celebre o carnaval com alegria, mas sempre com consciência!
É comum ocorrer uma mudança na rotina alimentar e no paladar do paciente oncológico. Sabe-se que a nutrição é um fator crucial para que o paciente realize um bom tratamento ao longo de sua jornada. De acordo com uma pesquisa da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), estudos apontam que mais de 50% dos pacientes oncológicos apresentaram alterações de paladar, e 35% a 87% apresentaram alterações de olfato, decorrentes do tratamento de quimioterapia.
De acordo com a nutricionista do Hospital de Amor, Alice Prado, é comum o surgimento de relatos de casos de distúrbios gastrointestinais em pacientes, como hiporexia, náuseas, vômitos, disgeusia (alteração do paladar), xerostomia (boca seca), mucosite, diarreia e constipação intestinal.
A profissional explica que a alimentação pode contribuir para o alívio dos sintomas causados pelo tratamento e auxiliar na manutenção do adequado estado nutricional para favorecer uma melhor resposta às terapias antineoplásicas. “Não há alimentos que devem ser restritos, mas é recomendado evitar o consumo excessivo de embutidos, enlatados, alimentos muito açucarados e gordurosos, e ultraprocessados”, revela Alice.
Para todos os pacientes oncológicos, é recomendada uma alimentação saudável, com consumo adequado de frutas, legumes e verduras, cereais, leguminosas, carnes e ovos, leite e derivados. Vale ressaltar a importância da ingestão hídrica adequada. A nutricionista explica que chás de camomila, erva-cidreira, erva-doce, chá mate, hortelã e capim-santo (ou capim-limão) podem ser consumidos com moderação e não devem ser utilizados como substitutos da água mineral. Ela também alerta os pacientes para não consumirem chás desconhecidos e sempre consultar o médico ou o nutricionista.
Alimentos e suas recomendações
Alice ressalta que todas as pessoas, incluindo pacientes oncológicos, devem evitar o consumo de gordura trans, pois é prejudicial à saúde, como margarinas, salgadinhos, pipocas de micro-ondas, biscoitos recheados, etc. Mas engana-se quem pensa que na lista de recomendação da profissional há apenas alimentos que devem ser evitados. Ela esclarece que chá de gengibre, água ou gelo com limão, picolé de frutas, alimentos secos (por exemplo, biscoito de polvilho, bolacha água e sal) e preparações geladas ajudam a diminuir o surgimento de possíveis náuseas.
A profissional também revela que alimentos gordurosos, com excesso de temperos, açucarados, caldos, preparações quentes e de odor forte podem contribuir para o desenvolvimento de náuseas nos pacientes que realizam algum tratamento oncológico.
É comum alguns pacientes que fazem o uso de corticoide ganharem peso; a especialista explica que um meio possível de ajustar a alimentação e impedir que isso ocorra é aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, aumentar o fracionamento alimentar, reduzir o consumo de carboidratos simples (açúcar de adição, pães e massas feitos com farinha branca) e reduzir o consumo de gordura e sal.
Pacientes que praticam atividades físicas devem manter uma alimentação saudável, com o consumo adequado de todos os grupos alimentares. “É importante que cada paciente seja avaliado de maneira individualizada”, enfatiza Alice.
Em relação ao consumo de suplementos, não existem recomendações para o uso rotineiro de suplementos alimentares de vitaminas e minerais, sendo a reposição indicada apenas após a avaliação de profissional habilitado (seja médico ou nutricionista), quando o paciente é diagnosticado com deficiências nutricionais. “Não somente o paciente oncológico, mas todas as pessoas devem utilizar qualquer tipo de suplementação apenas após indicação do nutricionista”, diz a profissional do HA.
É importante ressaltar que durante todo o tratamento do câncer, é comum a imunidade do paciente sofrer alterações, o que pode gerar dificuldades no combate de infecções, por exemplo. Por isso, é fundamental que o paciente tenha a garantia de que todo alimento ingerido tem origem segura, reduzindo riscos de doenças. O guia ‘Food Safety During Cancer Treatment’ enfatiza a necessidade do paciente sempre se manter hidratado, e os exemplos apresentados no manual são diversos, como sopas (caldos, canjas), bebidas (água, sucos de frutas e vegetais, chás, leites, etc.) e refrescos (picolés, sorvetes, iogurtes e gelados italianos).
Um dos diferenciais do Hospital de Amor é o trabalho sinérgico que ocorre entre a equipe multiprofissional da instituição. “O empenho de todos é muito importante para auxiliar no cuidado integral do paciente, principalmente na tomada de condutas durante todas as fases do tratamento, compartilhando conhecimentos e aprimorando os serviços prestados. Por exemplo, trabalhamos com médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas”, explica Alice.
*Conteúdo desenvolvido com a colaboração da equipe de nutrição do HA. Profisionais envolvidos: Ana Carolina, Tiago Queiroz, Alice Oliveira Prado, Isabela Laurencio Schiavoni, Laís Ávila e Silva e Jhonatan Antônio Lodo.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é um tumor maligno que surge na região inferior do útero (ou seja, no colo do órgão), e está quase sempre relacionado à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). É considerado o terceiro tipo mais frequente entre população feminina do país, com estimativa, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), de 17 mil novas ocorrências em 2023 – atrás apenas do câncer de mama e do câncer de cólon e reto.
Os números impressionam! Mas, outro fator chama ainda mais atenção: segundo o INCA, os novos casos e as mortes por este tipo de câncer ocorrem de maneira desigual entre as regiões do Brasil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero ocupa a 2ª posição nas regiões Norte e Nordeste e a 5ª entre os cânceres mais incidentes em mulheres na região Sudeste do país. Outra informação preocupante trazida pela instituição é que, observando a série histórica das taxas de mortalidade do Brasil e regiões, a região Norte é a que traz as maiores taxas de mortalidade pela doença.
Esses dados mostram que, no cenário brasileiro, a falta de rastreamento para o diagnóstico precoce e a dificuldade de acesso a saúde básica de qualidade, são os principais motivos da diferença de números entre as regiões e refletem um grande problema de saúde pública. É aí que o Hospital de Amor se destaca! Em 1994, o HA deu início ao trabalho de busca ativa para a prevenção do câncer do colo uterino na periferia de Barretos (SP) e, posteriormente, em cidades que compõe a Diretoria Regional de Saúde V (DRS V). Um projeto pioneiro que, 30 anos depois, colocaria a região como líder em detecção precoce da doença em todo o Estado de São Paulo.
De acordo com um levantamento da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), 72% do diagnóstico do câncer do colo do útero da DRS V acontece no estadiamento in situ. “Isso significa que de cada 10 mulheres com biópsias alteradas, sete serão tratadas com procedimentos simples dentro do próprio ambulatório, o que reduz quase a zero o risco de desenvolver o câncer do colo do útero nas próximas décadas de vida. Os dados mostram que estratégias de prevenção, com a ampliação na cobertura dos testes de rastreio (Papanicolaou), a priorização da faixa etária exposta a maior risco e o seguimento contínuo dos casos suspeitos com tratamento adequado dos positivos, resultaram em maiores taxas de detecção precoce”, destaca o coordenador médico do programa de rastreamento populacional de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio César Possati Resende.
O relatório disponibilizado pela FOSP provém de uma avaliação do período entre 2000 e 2019, e evidencia a eficiência das ações estruturadas do Hospital, que acontecem em parceria com a própria Diretoria da Regional de Saúde e as secretarias municipais de saúde dos 18 municípios (Altair, Barretos, Bebedouro, Cajobi, Colina, Colômbia, Guaíra, Guaraci, Jaborandi, Monte Azul Paulista, Olímpia, Severínia, Taiaçu, Taiúva, Taquaral, Terra Roxa, Viradouro, Vista Alegre do Alto) que a compõe.
Com a premissa de que ‘Prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o HA pretende expandir essa realidade para outras localidades. A instituição conta, atualmente, com mais de 25 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do país. “Baseado no exemplo e resultados do programa de prevenção instituído na região de Barretos, o Hospital de Amor tem ampliado sua atuação nos últimos 10 anos para outras regiões. Apenas em 2023, foram realizados 213.525 exames de Papanicolaou, 15.452 exames diagnósticos de colposcopia e 963 pequenas cirurgias (exérese da zona de transformação do colo do útero) para tratamento de lesões precursoras de câncer”, afirma o coordenador.
Prevenção é o melhor remédio
Os especialistas ressaltam que, dentre todos os tipos de câncer, o do colo do útero é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, isso porque é quase sempre causado pela infecção genital persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos), um vírus sexualmente transmissível, muito frequente na população e de contágio facilmente evitável com o uso de preservativos. Na maioria das vezes a infecção não causa doença, mas em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir ao longo dos anos para o câncer.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde 2014, vacinas contra o HPV gratuitamente, para pessoas de 9 a 14 anos, de ambos os sexos. A vacina é uma importante medida de prevenção, mas não é eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes, por isso o uso de preservativos durante relações sexuais e o exame preventivo Papanicolaou é imprescindível na detecção precoce da doença e muitas vezes até na fase pré-câncer.
Pesquisa
Desde 2010, o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Amor conta com um grupo de pesquisa em HPV, que tem como objetivo realizar estudos sobre a avaliação dos mecanismos de infecção e persistência do HPV e sua relação com a transformação maligna, além do potencial de métodos do rastreamento de lesões relacionadas a essas infeções.
O grupo vem contribuindo de forma relevante para avanços científicos importantes e inovadores no campo do vírus HPV e suas repercussões, apresentando também colaborações internacionais de grande impacto. Acesse e conheça mais: iep.hospitaldeamor.com.br
Compartilhando experiência
O Hospital de Amor realiza no início de fevereiro, em Barretos (SP), o 16º Encontro de Gestores do Programa de Prevenção ao Câncer do Colo Uterino, que a instituição mantém em parceria com 90 municípios dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
No encontro anual, serão debatidos os processos, fluxos e estratégias com prefeitos, secretários de saúde e profissionais de saúde, ressaltando a importância da parceria com a atenção primária e secundária. Durante o evento haverá o detalhamento do programa, com amostragem e discussão de indicadores.