A Diretoria Regional de Saúde de Barretos (DRS-V) é a única do Estado de São Paulo em que o diagnóstico do câncer bucal em estadiamento inicial ultrapassa o feito em estadiamento avançado. Isso é o que mostra um boletim da Fundação Oncocentro de São Paulo – FOSP, publicado neste semestre e que analisou os dados do Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo – RHC/SP no período de 2000 a 2020.
O câncer de boca, também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, é um tumor maligno que pode afetar os lábios e/ou as estruturas da boca, como gengivas, bochechas, palato (céu da boca), língua e o assoalho da boca (região embaixo da língua). Por ano, são previstos 15.100 novos casos da doença no Brasil, de acordo com a estimativa para o triênio 2023-2025 do Instituto Nacional de Câncer (INCA), sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres.
Apesar de ter ido de 5º para 8º lugar entre os tipos de câncer mais prevalentes no país, quando comparado a estimativa anterior, a doença ainda preocupa pela alta taxa de diagnóstico tardio, que reduz consideravelmente as chances de cura, além de tornar necessário a intervenção com tratamentos mais complexos e de alto custo.
Pensando nisso, há 10 anos o Hospital de Amor conta com um programa ativo de rastreamento de câncer de boca, com foco na população de alto risco. Implantado incialmente em toda DRS-V, regional que compreende 18 municípios, incluindo Barretos (SP), cidade que abriga a sede da instituição. O programa possui uma taxa 56,3% de diagnóstico em estadiamento precoce, taxa que é de apenas 26,9% no âmbito nacional de acordo com o INCA e 34,6% no Estado de São Paulo, de acordo com a FOSP.
Só em 2023, o programa foi responsável pela realização de mais de 21 mil exames bucais, onde 806 biópsias foram necessárias, resultando em 223 diagnósticos. De acordo com o coordenador do departamento de odontologia do HA, Dr. Fábio Luiz Coracin, o sucesso desse modelo é composto por diversos fatores, entre eles a parceria e integração sólida entre as atenções primárias, secundárias e terciárias de saúde; e a busca ativa voltada para população de alto risco, que possui resistência ao rastreamento espontâneo.
É importante ressaltar também que a taxa de sobrevida global do câncer de boca possui relação direta com estadiamento clínico do diagnóstico. Ainda de acordo com o boletim da FOSP, a taxa de sobrevida em 5 anos dos pacientes diagnosticados em estádios iniciais é de 57%, enquanto os de pacientes diagnosticados já com a doença avançada é de apenas 21%.
Os dados mostram que o Programa de Rastreamento do Câncer de Boca do Hospital de Amor, responsável por colocar a cidade de Barretos e toda a região como uma exceção em comparação às outras Diretorias Regionais de Saúde, pode servir de exemplo para estratégias mais amplas de prevenção e assistência que unam as estruturas de atenção primária e secundária, sobretudo na saúde pública.
Flashes de luz – este foi o primeiro sinal que levou a pedagoga Luciane Francisca de Paula e Silva, de 50 anos, a investigar a saúde da sua visão ocular. Ela conta que iniciou exames de rotina no oftalmologista em 2016, mas por conta da pandemia, acabou postergando a prevenção, e foi aí que os sintomas começaram a aparecer. Em setembro de 2023 ela procurou um oftalmologista, que durante uma avaliação clínica a diagnosticou com um melanoma de coroide, também conhecido como melanoma uveal.
“Marquei uma consulta com o oftalmologista, em Lagoa Formosa (MG), e expliquei o porquê estava ali. Ele examinou os dois olhos e voltou para o olho direito. Ele respirou fundo e me disse que eu estava com um melanoma de coroide no olho direito, e que precisaríamos ter certeza se era primário ou secundário”, comentou Luciane. Ela foi encaminhada para o Hospital de Amor, em novembro de 2023, quando iniciou o seu tratamento.
Luciane conta que foram dois meses de angústia até conseguir ser encaminhada para o HA. “A espera até a marcação da primeira consulta me deixou apreensiva, mas depois do primeiro contato com os médicos (anjos) do HA, foi reconfortante. Dr. Leonardo Lando, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto e Dr. Roque Lima de Souza, trio fantástico! Dr. Leonardo me informou sobre como seria o tratamento oferecido em Barretos (SP), me explicou que o tipo de tratamento que era oferecido era a enucleação (remoção cirúrgica de um olho), os prós e contras, e me ofereceu também um encaminhamento para tentar esse tratamento em outro hospital. Mas decidi ali mesmo, naquela hora, que faria a enucleação”, contou.
Catarata, o glaucoma e as doenças da retina, como a retinopatia diabética e a degeneração muscular relacionada à idade podem levar a cegueira, além do câncer ocular. Porém, alguns casos poderiam ser prevenidos, como afirmou o médico oftalmologista do Hospital de Amor, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
“Em adultos, o tipo mais comum de câncer intraocular é o melanoma uveal. Ele surge a partir de células produtoras de pigmentos de uma parte interna do olho, chamada úvea. Essa doença pode ser também chamada de melanoma de coroide, de íris ou de corpo ciliar, a depender de qual porção da úvea está afetada. Já o câncer mais comum da superfície ocular é o carcinoma de conjuntiva, e em crianças, o de maior incidência é o retinoblastoma”, comentou Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
O câncer ocular dificilmente apresenta sintomas em seu estágio inicial. Pessoas diagnosticadas com câncer, na maioria das vezes, descobrem a doença quando o estágio já está mais avançado e acaba apresentando perda de visão como principal sintoma, como explicou o Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto. “Os sintomas mais comuns do melanoma uveal são a piora da visão, a perda de campo visual, frequentemente progressiva, e a percepção de flashes ou moscas volantes. Pode ocorrer a perda parcial ou completa da visão. Sintomas menos comuns são dor e vermelhidão persistentes, bem como a presença de vasos dilatados na superfície do olho. Quando o melanoma afeta a íris, é possível que os pacientes percebam o crescimento de uma pinta ou mancha escura na parte colorida do olho, ou mudança na forma da pupila. O carcinoma de conjuntiva surge como uma lesão ou ferida na superfície do olho, com crescimento progressivo. Ele pode dar sintomas como dor e irritação ocular”.
Fatores de risco
Não existe um fator único para uma pessoa ser acometida pelo câncer ocular, mas existem alguns fatores que podem contribuir e potencializar o surgimento da doença:
– Tumores de conjuntiva: os principais fatores são a exposição solar crônica, tabagismo e deficiências imunológicas/infecção pelo HIV.
O tratamento cirúrgico mais comum é a enucleação, que é mais utilizada nos casos de tumores grandes. Na enucleação, o olho afetado é removido, a cavidade é reconstruída e uma prótese ocular é adaptada.
Mas você deve estar se perguntando sobre a quimioterapia e imunoterapia, certo? Dr. Tomás destacou que para casos do tumor limitando o globo ocular, esses dois tratamentos não são eficazes. “A quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia não são bons tratamentos, quando o câncer está limitado ao globo ocular. Elas podem ser utilizadas quando a doença se espalhou para outros locais do corpo. Nesses casos, o fígado é o local mais comumente afetado”, contou o médico oftalmologista.
“Uma das principais barreiras no diagnóstico e tratamento dos tumores oculares é o acesso aos especialistas. Por isso, novas técnicas de diagnóstico precoce têm sido buscadas, especialmente aquelas que não envolvam o exame ocular direto. Algumas delas envolvem a análise do sangue no paciente em busca de marcadores que podem estar elevados nos casos da doença”. O médico contou ainda que quando o melanoma uveal se espalha para outros órgãos, “ainda não possui formas muito efetivas de tratamento, e o desenvolvimento de novas drogas e terapias é um dos principais alvos para a melhora da sobrevida dos pacientes. Recentemente novas drogas têm sido lançadas e novos estudos estão sendo conduzidos, aumentando a esperança do desenvolvimento de terapias mais eficazes”.
O Hospital de Amor Jales comemora um marco significativo, celebrando 14 anos de dedicação ao tratamento de câncer e cuidados de saúde de alta qualidade na região. Este aniversário especial é marcado não apenas por conquistas passadas, mas também por um olhar para o futuro com novos projetos que prometem fortalecer ainda mais sua missão.
Ao longo dos anos, o hospital expandiu suas instalações e serviços, buscando sempre inovações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar suas chances de recuperação. Isso inclui não apenas tratamentos clínicos e cirúrgicos, mas também programas de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos.
Fundado com o objetivo claro de oferecer tratamento de qualidade e humanizado a pacientes com câncer, o HA Jales rapidamente se tornou um ponto de referência na região. A instituição não só oferece tratamento médico avançado, mas também promove um ambiente acolhedor e de apoio emocional para pacientes e seus familiares.
A comunidade de Jales (SP) e áreas vizinhas se beneficiam enormemente da presença do Hospital de Amor, que além de oferecer atendimento médico de ponta, promove a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer. Assim, o Hospital de Amor Jales se destaca como um importante centro de saúde especializado no tratamento oncológico, mantendo o compromisso de cuidar e acolher seus pacientes com dedicação e excelência médica.
“Neste aniversário de 14 anos, refletimos com gratidão sobre o caminho que percorremos e celebramos as vidas que tocamos e os avanços que alcançamos”, afirma a gerente administrativa da unidade, Jéssica Donini. “Continuaremos trabalhando incansavelmente para oferecer o melhor atendimento possível e proporcionarmos sempre o melhor aos nossos pacientes.”
Um dos pontos altos desta celebração é a continuação do projeto de construção da nova cozinha e dos novos leitos do hospital. Essas novas instalações são projetadas não apenas para modernizar a infraestrutura do hospital, mas também para melhorar significativamente o conforto e a qualidade do atendimento aos pacientes. A nova cozinha e refeitório serão equipados para proporcionar refeições nutritivas e essenciais para a recuperação dos pacientes, e o bem-estar dos acompanhantes e equipe de colaboradores.
Além disso, a expansão dos leitos permitirá ao Hospital de Amor Jales aumentar sua capacidade de atendimento. Isso não apenas beneficiará os pacientes, mas também reforçará o compromisso da instituição em proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para todos que buscam tratamento.
Estes projetos só são possíveis com a contribuição e doações de instituições, e “pessoas de amor”. Somos infinitamente gratos por toda ajuda recebida, graças a ela podemos aprimorar ainda mais nosso desempenho no tratamento de nossos pacientes.
A conclusão do projeto da nova cozinha e dos novos leitos da unidade será um passo significativo para garantir que a instituição continue a oferecer cuidados de saúde de excelência e a expandir seu impacto na comunidade.
“Quando eu tive o diagnóstico foi muito triste, porque eu nunca pensei que teria câncer de mama tão jovem”. Renata Lima (empresária), foi diagnosticada com câncer de mama aos 35 anos, após perceber uma fissura no mamilo direito.
“O sintoma que eu percebi foi que meu mamilo abriu uma ‘rachadurinha’. Eu achava que fosse alergia de algum amaciante de roupas. Eu fui em uma médica, ela falou que poderia ser uma mastite e me passou uma pomada e com o tempo cicatrizou. Após três meses, abriu novamente essa ‘rachadurinha’ e eu procurei uma outra ginecologista, e fazendo o exame físico, ela apalpou minha mama e com muito custo, ela encontrou um nódulo”, comentou.
Renata começou a investigar e foi diagnosticada com câncer de mama, Her2+, que é quando apresenta níveis elevados da proteína (Her2), localizada na membrana das células mamárias, promovendo o crescimento das células cancerosas. Natural de Barretos (SP), Renata iniciou o tratamento no Hospital de Amor há um pouco mais de um ano, e atualmente, além de realizar as consultas de manutenção, faz acompanhamento no departamento de Oncogenética do HA.
Câncer de início precoce
A formação do câncer no organismo de um indivíduo pode estar associada a diferentes fatores. A idade sempre foi um dos principais. Pessoas com mais de 50 anos estão há mais tempo sobre exposições ambientais que podem gerar mutações em suas células e causar o surgimento da doença. Porém, um levantamento publicado em 2023, na revista científica BMJ Oncology, vem preocupando especialistas.
Segundo o estudo, casos globais de câncer em pessoas com menos de 50 anos, aumentaram 79% nos últimos 30 anos. Outro fator preocupante, é o aumento da mortalidade pela doença, cerca de 27%, mais de 1 milhão de pessoas jovens morrendo devido ao câncer no mundo.
A conclusão do estudo foi que casos de cânceres no mundo aumentaram de 1,82 milhões em 1990, para 3,26 milhões em 2019, sendo o tumor de mama de maior incidência, seguido pelos tumores de intestino, próstata e esôfago.
Há aproximadamente três anos, Pedro L. Miguel Esposito (auxiliar de almoxarifado), de 23 anos, é paciente do HA. Pedro foi diagnosticado com câncer de intestino e o primeiro sintoma que ele sentiu foi dor na região do abdômen. “Meus primeiros sintomas foram dor, o intestino já não estava funcionando tão bem e apareceu tipo um abcesso na barriga, perto ao umbigo. Eu passei em um gastroenterologista que me pediu uma colonoscopia, e foi onde que deu o diagnóstico”, explicou Pedro.
Após diagnóstico, Pedro passou por uma cirurgia em sua cidade, São José do Rio Pardo (SP), e após dois meses de cirurgia, foi encaminhado para o HA. “Quando eu descobri o tumor no intestino e que eu tirei, eu não sabia que a situação estava tão delicada. Quando fui encaminhado ao Hospital de Amor, eu vi que eu estava com um carcinoma peritoneal, eu fiquei um pouco apavorado”, comentou Pedro sobre o seu diagnóstico.
Há mais de um ano, Pedro finalizou as quimioterapias, e passou a realizar acompanhamento nas consultas e por meio de exames de imagem.
Fatores responsáveis pelo aumento do câncer de início precoce
Mas como explicar a incidência da doença em pessoas com menos de 50 anos?
Para o médico oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches, esse aumento está associado a diversos fatores. “Atribuo o aumento da incidência de câncer em indivíduos com menos de 50 anos a diversos fatores, pois não há somente uma causa. Mudanças na dieta, estilo de vida e fatores ambientais, desde a virada do século XX, vem resultando no aumento das taxas de obesidade, sedentarismo, dietas ocidentalizadas e poluição do meio ambiente podem ter afetado a incidência de câncer de início precoce. Além disso, álcool e tabaco podem também contribuir”, explicou o médico.
Como prevenir o câncer?
Alimentação saudável, prática de exercícios físicos, evitar bebida alcoólica, não se expor ao sol sem proteção solar e não fumar são algumas práticas que contribuem para a prevenção do câncer. Além disso, algumas medidas clínicas, como a vacina do HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), são ações de prevenção contra o câncer, como explica Dr. Gustavo Sanches.
“Medidas clínicas como a vacinação contra o HPV, hepatite B e realizar o tratamento da hepatite B e C (para os portadores), além da prevenção secundária, que é a tentativa de detectar a doença em um estágio inicial em indivíduos assintomáticos. No Brasil, há diretrizes e recomendações do Ministério da Saúde de rastreamento para alguns tipos de cânceres, como por exemplo: câncer de mama, câncer de intestino e câncer de colo de útero”, destacou o oncologista clínico.
Câncer de mama
O risco de desenvolver câncer de mama, também está associado a idade, sendo maior a partir dos 50 anos, porém os índices aumentaram em mulheres com menos de 50 anos, como publicado na revista científica BMJ Oncology.
No Brasil, não se tem um dado específico sobre a incidência de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos, o que se tem, são dados gerais da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para o país, até 2025, é de 704 mil casos novos de câncer, sendo o de pele não melanoma o mais incidente, com 220 mil casos novos (31,3%), seguido pelo câncer de mama, com 74 mil (10,5%).
Para o médico mastologista do HA, Dr. Idam de Oliveira Junior, a primeira medida para controle do câncer de mama é a “conscientização da população sobre esse importante e crescente problema de saúde pública, bem como as suas medidas preventivas”. Além disso, o médico mastologista destaca as medidas preventivas como primárias e secundárias.
“A prevenção primária, por meio de hábitos de vida saudáveis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode reduzir em até 30% as chances de se desenvolver a doença. Como prevenção secundária, o exame de mamografia consiste na melhor metodologia de diagnóstico precoce, capaz de detectar na fase assintomática, de forma a reduzir substancialmente a mortalidade causada pelo diagnóstico tardio. Neste sentido, o Hospital de Amor recomenda que o exame anualmente para mulheres entre 40 e 49 anos, e a cada dois anos para aquelas na faixa etária de 50 a 69 anos de idade”, explicou Dr. Idam.
Além da prevenção, em termos de tratamento, o HA apresentou significativos avanços nos últimos anos. “Nos últimos anos apresentamos significativos avanços tecnológicos nessas áreas, como a diversidade de formas para a reconstrução mamária, a melhoria nos equipamentos de radioterapia que tornaram o tratamento mais efetivo, com menores doses de radiação e menor frequência das aplicações e as novas drogas para o tratamento sistêmico – como a imunoterapia para o câncer de mama triplo negativo, os inibidores de ciclina para o tratamento dos tumores luminais (com receptores de hormônios) e as terapias-alvo para os tumores HER2+”, concluiu o especialista.
O Hospital de Amor é cheio de histórias bonitas de fé, superação e finais felizes! Em seus mais de 60 anos, o HA já transformou, reescreveu e salvou a vida de milhares de pessoas. E dentre inúmeros motivos, este é um dos que justifica tanto amor.
A história do João Borges da Silva Junior, o querido Johny Barreto, tem tudo isso e algo a mais: o sentimento de gratidão! Seu primeiro contato com a instituição se deu em 2002 e surgiu pela admiração. O locutor foi convidado para apresentar uma das edições do Leilão ‘Direito de Viver’ em Palmeira D’Oeste (SP), em prol do HA e, como grande admirador da causa, aceitou. “Aquele evento foi um sucesso, e ele foi só o primeiro. Depois disso, desde 2007, comecei a narrar rodeios por todo Brasil e a apresentar diversos ‘Desafios do Bem’ – ação de arrecadação do HA”.
Atuando como locutor desde 1997, o barretense (que traz no coração o orgulho de possuir no ‘quintal de casa’ um hospital que é referência em oncologia), teve anos depois um envolvimento mais profundo com a instituição: como paciente.
Johny paciente
No final do ano de 2017, uma reviravolta mudou o rumo e os planos de Johny. Após sentir fortes dores abdominais e passar por uma consulta com especialista, o locutor foi encaminhado ao Instituto de Prevenção do HA para fazer exames preventivos. “Fiz o exame e, quando acordei da anestesia, a médica me disse que havia feito uma cirurgia para retirar um pequeno tumor do meu intestino. Dali 30 dias saiu a biópsia e o resultado me assustou”, contou.
Apesar do tumor de Johny não ser considerado invasivo, ele sentiu medo ao se ver do outro lado – agora como paciente. “Senti muito medo, principalmente ao esperar pelo resultado da biopsia, mas sempre tive uma sensação de paz, de que Deus estava comigo. Fiz os procedimentos necessários, acompanhei por alguns anos e, graças a Deus, o tumor sumiu”, explicou.
Johny acompanhante
Seis anos depois, no início de 2023, o caminho de Johny se cruzou novamente com o do Hospital de Amor! Desta vez, ele precisou que a instituição cuidasse do seu pai, João Borges da Silva, de 92 anos. “Meu pai tinha uma ferida bem grande na cabeça. Ele dizia que tinha machucado, porém era uma lesão que não cicatrizava. Após a consulta com o médico, foi feita uma biopsia e, mais uma vez o medo tomou conta de mim, pois ela recebeu o diagnóstico de câncer”.
De acordo com o locutor, a princípio o tumor aparentava ser na pele, mas após realizar vários exames constatou-se que a doença tinha atingido os ossos da cabeça. Também no HA, o senhor João realizou todo o tratamento na instituição e sabe quem foi seu acompanhante? O filho, Johny Barreto.
“O meu carinho e admiração já existiam pelo Hospital, mas durante os dias que meu pai ficou internado e que eu fiquei o tempo todo com ele, pude acompanhar a enfermeira passando de manhã dando os medicamentos; a fonoaudióloga ajudando ele a mastigar; a nutricionista; os médicos que passavam e conversavam todas as manhãs; os fisioterapeutas; o pessoal da limpeza; sem contar a alimentação que era muito boa, tanto para o paciente quanto para mim, que era o acompanhante. Ali eu pude perceber com mais detalhes o quanto é caro manter o Hospital de portas abertas, e o quanto seria difícil para uma pessoa, não só pobre, mas também de classe média, conseguir pagar um tratamento de combate ao câncer. A partir daí, minha vontade de ajudar o HA aumentou e cresceu dentro de mim”, afirmou Johny.
O senhor João finalizou todo o tratamento e segue bem, firme e forte ao lado da família.
Johny voluntário
O desejo virou realidade! Virou ação! Virou locução! Com um dom nato, Johny – que há 27 anos atua profissionalmente em locuções de rodeios e já fazia trabalhos em prol do HA – tornou-se voluntário em um dos eventos mais especiais promovidos pela instituição: o “Rodeio Pela Vida”.
Realizado em Barretos (SP), o evento, que neste ano chegou em sua quarta edição sendo recorde de público e de solidariedade, contou com a voz, narração e talento de Johny durante as competições desde o primeiro ano. “Eu fico muito feliz em dar uma pequena contribuição para o Hospital de Amor e espero participar desses eventos como voluntário por muito tempo”.
E depois de conhecermos e contarmos uma história tão bonita quanto essa, quer saber o que deixa nosso coração mais feliz ainda?
– Johny, depois de ser paciente, filho de paciente e voluntário, o que você tem a dizer sobre o HA?
R.: O Hospital de Amor é uma instituição muito séria, onde todos os funcionários tratam os pacientes e familiares com muito amor e carinho. O profissionalismo é impressionante, os equipamentos são de última geração. Posso dizer que já presenciei tudo ali dentro e, com base nisto, peço que as pessoas façam suas doações! A despesa ali é muito grande, mas o que os pacientes recebem não tem preço. Se hoje você não tem dinheiro para doação, doe uma parte de seu tempo em algum projeto para ajudar, seja voluntário de alguma forma, convide amigos, familiares, pessoas a sua volta, e ajude o Hospital de Amor.
Se o Johny falou, tá falado!
Doe!
Quer ajudar o Hospital de Amor a continuar salvando vidas? Então, faça a sua doação! Existem diversas formas de contribuir com a instituição, dentre elas, três que são rápidas, fáceis e seguras:
• pela página de doação (ha.com.vc/doar)
• pelo PIX (chave: doar@hospitaldeamor.com.br)
• pela Central de Relacionamento (17 3321-6607)
Independente de onde estiver, basta ter seu celular em mãos e doar qualquer quantia para ajudar o maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina. Faça parte dessa missão que salva milhares de vidas.
Fã de futebol, da Seleção Brasileira e do camisa 9, Richarlison, cujo autógrafo está tatuado na pele! Mateus Afonso Máximo, mineiro de Montes Claros (MG), teve a oportunidade de conhecer um dos seus ídolos do esporte, quando Richarlison visitou o Hospital de Amor, em junho de 2023. Na ocasião, Richarlison fez seu autógrafo no braço de Mateus que, sem pensar duas vezes, foi em um estúdio de tatuagem no mesmo dia, deixando o momento eternizado para sempre na sua memória e na sua pele!
Mateus é paciente do HA, desde 2019, e um dos momentos mais marcantes nesses quase seis anos em Barretos (SP), sem dúvidas foi esse, onde ele pode conhecer de perto um dos seus ídolos. “Essa tatuagem significa muita coisa, eu sempre tive um sonho de ser jogador de futebol, mas infelizmente não deu certo, então essa tatuagem significa muito para mim, significa algo realizado, de poder ter conhecido o Richarlison”, declara Mateus.
Infelizmente, o sonho de ser jogador de futebol foi adiado. Em 2019, com 14 anos, Mateus precisou se mudar para Barretos, para iniciar o tratamento de um osteossarcoma no Hospital de Amor, que foi descoberto após uma lesão do tornozelo esquerdo, durante uma partida de futebol. “Com 14 anos, eu gostava muito de jogar bola, sempre fui ativo, andava de bicicleta e fazia todo tipo de esporte. Aí, um dia eu estava jogando bola e machuquei o pé, o tornozelo esquerdo. A gente não sabia o que era, achava que era um lance de bola mesmo”, conta Mateus.
Mas, com o passar do tempo, o tornozelo continuo com um inchaço. Após retornar de uma viagem à Belo Horizonte, a mãe de Mateus o levou ao médico para ser examinado. “Eu voltei para a minha cidade, fiz um raio x e no exame deu que tinha alguma coisa lá, mas o médico não sabia o que era. Aí, ele encaminhou a gente para um especialista na área para saber. O especialista falou que poderia ser algumas coisas pelo exame de imagem como uma inflamação, alguma coisinha básica ou até mesmo um câncer, um tumor, né? E aí assim, com a fé que a gente tem em Deus, a gente colocou que poderia ser alguma coisa básica”, comentou Mateus.
Mateus foi submetido a uma biópsia e infelizmente o resultado foi positivo para um osteossarcoma na fíbula. Em Montes Claros (MG) não havia especialista para realizar a cirurgia do Mateus, foi onde ele conseguiu encaminhamento para o HA.
Osteossarcoma
O osteossarcoma é um tumor ósseo que acomete, principalmente, ossos longos como fêmur, tíbia e região proximal do úmero (osso do braço). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o osteossarcoma é a neoplasia óssea mais prevalente na população infantojuvenil, correspondendo de 3% a 5% de todas as neoplasias nesta faixa etária.
O tumor apresenta um pico de maior incidência em adolescentes (entre 10 e 19 anos), como comenta a médica oncologista pediátrica do HA Infantojuvenil, Dra. Erica Boldrini. “Apesar de raro, o osteossarcoma é o tipo de câncer ósseo mais comum, ocorrendo principalmente na adolescência, em jovens entre 10 e 19 anos. Esse tumor atinge principalmente os ossos longos, especialmente na região do joelho, e os sintomas variam de um jovem para o outro, mas geralmente, os primeiros sintomas são dor e inchaço, como no caso do Mateus”, explica a médica.
As formas de tratamento do osteossarcoma incluem a quimioterapia e cirurgia. O objetivo da quimioterapia é diminuir o tamanho do tumor e não deixar evoluir para metástase, e a cirurgia tem como principal função a ressecção.
Em alguns casos, é possível preservar o membro e utilizar uma endoprótese (prótese não convencional, utilizada para substituição de grandes ressecções articulares oncológicas). Em casos mais avançados, é realizado a amputação do membro. “Mateus passou por duas cirurgias, onde a primeira foi realizada a ressecção do osso atingido, a fíbula, sem necessidade de substituição (endoprótese), mas infelizmente, a doenças recidivou e foi necessário fazer a amputação, levando a perda de uma parte do membro inferior esquerdo”, explica Dra. Erica Boldrini.
“Na primeira cirurgia, eu não precisei amputar a perna, só fiz para conservar, aí conservei, curei, passei um ano curado, um ano e meio mais ou menos. Depois o tumor voltou um pouco mais para cima, foi onde eu precisei amputar, isso em 2022”, comenta Mateus.
Reabilitação
Após a cirurgia de amputação, Mateus realizou o tratamento de reabilitação no Centro de Reabilitação do HA. Passou por seções de fisioterapia, preparando o coto para receber a prótese. Mateus conta que no começo da reabilitação foi um processo difícil, mas que conseguiu desenvolver bem. “Assim, no começo é um processo meio difícil, não vou negar que foi difícil. Antes dessa prótese que eu estou hoje, eu peguei outras três, e os encaixes não deram certo. A tíbia estava um pouco grande ainda, e doía demais. Depois de um tempo na reabilitação, consegui colocar a prótese e andar”, explica o paciente.
Em 2023, Mateus pegou a prótese que utiliza hoje, e o sentimento foi de alívio, como ele comenta. “Quando eu peguei a prótese, foi um sentimento de alívio, antes eu não podia ser independente, tinha muita coisa que eu queria fazer e meus pais precisavam me ajudar, não podia sair sozinho, sempre precisava alguém para me acompanhar.
Então quando consegui usar a prótese, foi um momento bom, de alívio, pois eu estava precisando dessa liberdade.”
Mateus teve alta das sessões de fisioterapia e atualmente realiza a reabilitação na academia do HA, para fortalecer, ganhar massa muscular, funcionalidade e equilíbrio, como explica o profissional de educação física do HA, Daniel Gottardo de Souza. “O Mateus chegou aqui para ganhar força, funcionalidade e equilíbrio. Primeiro a gente restabeleceu os parâmetros de força e, combinado a isso, a gente começou a entrar com exercícios de estabilização e equilíbrio com a prótese. Agora nesse bloco de reabilitação, além de trabalhar a força e o equilíbrio, estamos trabalhando a funcionalidade também, para ele ter uma independência com a prótese, para fazer as atividades de vida diária e aumentar a qualidade de vida dele”, destaca Souza.
Oficina Ortopédica
A Oficina Ortopédica é uma extensão do projeto Bella Vita, que visa reabilitar e ampliar a assistência aos pacientes, amenizando e recuperando-os das sequelas geradas pelo câncer e seu tratamento.
O Hospital de Amor conta com três unidades da Oficina Ortopédica: em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO), e confecciona órteses e prótese para pacientes oncológicos e não oncológicos. Em média, durante o mês, o HA confecciona nas três unidades da Oficina Ortopédica 30 próteses e 90 órteses. “A Oficina Ortopédica é parte integrante do processo de reabilitação e exerce uma função primordial durante todo esse processo. Nas unidades são fabricadas soluções, como órteses e próteses, que auxiliam no dia a dia de cada paciente, fazendo com que a reabilitação seja feita de modo otimizado e personalizado para cada um”, destaca o diretor de reabilitação do HA, Daniel Marconi.
Descobrir que um novo coraçãozinho está batendo dentro de si, promove uma emoção que inunda o peito de toda mãe. Saber que em breve um novo ser irá depender de você para tudo é algo incrível e, até mesmo, assustador. A jornada de ser mãe é algo transformador e libertador para a maioria das mulheres.
Uma mãe sabe que nunca mais estará sozinha, pois ela tem seu filho e seu filho a tem. Raquel Azevedo de Moraes recebeu esta emoção em dobro ao saber que sua gestação era de gêmeos.
Dois! Não era apenas um coraçãozinho, eram dois.
Logo foi decidido que as crianças se chamariam Maria e José, quase como uma singela homenagem ao casal mais conhecido do Cristianismo. O milagre do nascimento já permeava a vida desta família antes mesmo da chegada dos bebês. Mas, esta jornada que já traz tanto brilho se viu diante de um inesperado desafio para a família nordestina, natural de Recife, capital de Pernambuco. É que durante um ultrassom de rotina, a gêmea Maria Oliveira recebeu o diagnóstico intrauterino; ela tinha teratoma sacrococcigiana na região do cóccix. “Com 20 semanas de gestão eu soube sobre este tumor. A confirmação para saber se era um teratoma benigno seria feito após o parto depois cirurgia de ressecção, e em seguida a biópsia seria realizada”, explica Raquel.
Não bastasse a dificuldade de uma criança receber o diagnóstico de um tumor ainda no útero, a gravidez que já é considerada de risco por ser gemelar, tinha que receber mais cuidado, mas, a família acompanhou o crescimento de Maria e José para evitar um mal maior. “Não tinha como fazer nenhum procedimento intraútero por conta da gemelaridade, pois podia atrapalhar o outro bebê. Eles nasceram de 36 semanas, de parto cesariana, no qual Maria nasceu primeiro.
Raquel revela que José nasceu com um pouco de dificuldade respiratória por conta da prematuridade, mas nada grave. Com apenas dois dias de vida, a primogênita realizou a cirurgia de ressecção do tumor para tratar o teratoma sacrococcigiana benigno. O que foi um alívio para a família Moraes que acreditou que o tratamento estava concluído.
Raquel relata que após o procedimento foi necessário realizar acompanhamento durante 3 meses, por meio de exames de imagem e de sangue, e estava tudo bem. No entanto, quando a criança completou seis meses de vida, começou apresentar sinais de irritação e choro. “Pensamos que poderia ser alguma enfermidade relacionada à alergia ou algo gástrico. Foi quando nós começamos a investigação para identificar o que estava ocorrendo. Durante um banho, apalpei a região operada e senti uma massa, um tumor, foi quando fizemos um ultrassom de emergência e detectamos uma recidiva, quando fizemos a ressonância em 2023. Infelizmente, foi detectado um tumor do seio endodérmico – tipo de tumor germinativo, já estava com metástase na coluna, na região T10”, revela a mãe de Maria.
Como o tumor já estava em estágio avançado, ele já tinha crescido a ponto de comprimir a bexiga, e estava atrapalhando Maria fazer xixi e defecar, além das dores que a criança aparentava estar sentindo. “O crescimento estava muito rápido. Os médicos disseram que não era algo comum. Quando soubemos foi um grande baque, pois achávamos que o problema estava solucionado e a tempestade já tinha acabado quando foi feita a ressecção do tumor. Acreditávamos que o pior já tinha passado, foi tudo muito arriscado por ser uma cirurgia em uma recém-nascida. Quando senti este novo tumor, o chão se abriu novamente”, Raquel conta com um pesar na voz.
Quem conhece a pequena Maria rapidamente se encanta com seus lindos olhos, semelhantes a duas doces jabuticabas. Um sorriso fofo que contagia todos a sua volta. Esse bebê tão especial precisava receber tratamento e solucionar seu problema o quanto antes. “Eu não conhecia o Hospital de Amor. Eu nunca tinha ouvido falar sobre a instituição antes. Mas, quando a gente recebe o diagnóstico de um filho, meio que a gente se torna especialista na área, pois a gente passa a buscar tudo sobre a doença”, explica a mãe da garotinha.
A própria equipe médica do Hospital de Recife, achou melhor levar o caso até o diretor geral da unidade infantojuvenil do Hospital de Amor, Dr. Luiz Fernando Lopes, especialista no assunto. “A equipe médica acreditou que a minha filha iria se beneficiar do transplante, foi quando fomos encaminhados para iniciar o tratamento em Barretos (SP).
A luta pela vida
Apenas na unidade infantojuvenil do HA, em Barretos, por ano, em média, 300 crianças são diagnosticadas com câncer infantojuvenil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantojuvenil já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Os tipos mais comuns no início da vida são em dois contextos: os intraúteros e os lactentes – quando o câncer se desenvolve em crianças recém-nascidas, sendo a leucemia o tipo mais comum nestes casos.
No caso do câncer intraútero, os tipos mais frequentes são na região da cabeça e pescoço ou região sacral, como o caso da Maria. Segundo Dr. Luiz Fernando Lopes, as células germinativas primordiais na quarta semana da gravidez deve migrar do cérebro até as gônadas, porém, por mecanismos ainda não totalmente identificados, podem parar sua migração e sofrer alteração genética, ocasionando assim células germinativas que ocorrem intraútero, infância ou na adolescência.
Uma nova chance de tratamento
Maria precisou ficar sete meses em Barretos para realizar seu tratamento. Inicialmente, a garotinha precisou realizar o transplante autólogo (aquele qual as células precursoras da medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). Ou seja, as células da medula ou do sangue periférico do próprio paciente são coletadas e congeladas para uso posterior.
“Fiquei admirada e impressionada com o tratamento oferecido pelo Hospital de Amor, e por ser um centro de referência em pesquisa. Além do acolhimento de toda equipe e a estrutura da instituição, fiquei impressionada por ser um serviço público. Eu recomendo o Hospital de Amor”, relata Raquel.
A jornada de Maria é similar à de muitas crianças que precisam deixar as suas casas e viajar milhares de quilômetros em busca do tratamento oncológico. Felizmente, ela teve tempo realizar todos os procedimentos necessários, o que tranquilizou o coração desta destemida mãe. “Ser mãe da Maria é um grande presente e um desafio. Me aproximou de Deus. Pois o paciente oncológico não é só ele. Toda família fica envolvida neste desafio. Além disso, tem seu irmão gêmeo. Embora eu precisei me afastar dos meus outros filhos, agradeço à minha rede de apoio que me ajudou”, Raquel abre seu coração.
Quando questionada se ela tem algum conselho para famílias que acabaram de receber diagnóstico similar, ela não hesita e logo responde: “Tenha fé e se aproxime mais de Deus. O câncer nos mostra que nós não temos como controlar o que acontece em nossas vidas. Por isso, tenha fé, busque uma rede de apoio, acredite nos médicos e em Deus; creia que o melhor será feito. Aprendi que nem sempre o melhor é a cura. O que importa é que nossos filhos estejam livres da dor e sofrimento, seja aqui na terra ou em outro plano. Como profissional de saúde, achamos que a doença nunca vai chegar em nossas vidas. Foi bem difícil e tudo tomou uma proporção muito maior. Mas eu recebi todo acolhimento necessário. O hospital entende que a única coisa que a gente pode garantir para as pessoas aqui na terra é o amor, o resto a gente entrega nas mãos de Deus”.
Após o transplante, Maria precisou receber ao menos 20 transfusões, dentre hemácias e plaquetas. Além do desafio de ficar distante de toda sua família e amigos. Atualmente, a garotinha segue em acompanhamento médico, fora de tratamento, em casa.
São mais de 2.400 km que separam a residência de Maria do local onde ela recebeu uma nova oportunidade, mas o amor que a família deixou em Barretos e a gratidão que eles levaram para Recife não conhece a palavra distância. E como uma boa recifense, essa garotinha cheia de energia está dando um ‘cheiro’ em mãinha e em toda família, todos os dias.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil. Esses números representam a quantidade de pessoas diagnosticadas com essa condição a cada ano.
A soma de vários fatores contribui para o aumento deste tipo de câncer. O Hospital de Amor conversou com o médico do departamento de oncologia clínica do HA, em Barretos (SP), Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, para esclarecer dúvidas frequentes e explicar melhor o desenvolvimento da doença.
R: O câncer de esôfago é o oitavo câncer mais comum ao redor do mundo e a sexta causa de morte por câncer no mundo. No Brasil, é a sexta causa de câncer em homens e a quinta de morte por este tipo de tumor. É importante entendermos que no esôfago podemos ter “02 doenças” (ou 02 histologias) que chamamos de “câncer de esôfago”: o carcinoma espinocelular (CEC), que geralmente surge na parte superior e média do esôfago, e o adenocarcinoma, que geralmente surge na parte inferior (perto do estômago) do esôfago. Eles são diferentes não só no que se refere à localização mais frequente, mas também em termos de distribuição geográfica, fatores de risco, biologia e comportamento.
R: Para o CEC de esôfago, os principais fatores de risco são: cigarro e álcool (os principais), acalasia (distúrbio raro que dificulta ou impede que o esôfago direcione os alimentos para o estômago), infecção por HPV (Papilomavírus humano), lesão cáustica (por ingestão de soda cáustica por exemplo) previa e baixa ingestão de frutas e vegetais. Já para o adenocarcinoma de esôfago, os principais fatores de risco são: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), esôfago de Barret (metaplasia do esôfago causada pelo refluxo), obesidade e tabagismo.
R: Não existem testes validados para a prevenção do câncer de esôfago. Devemos considerar endoscopia (EDA) periódica para pessoas que têm um risco aumentado de desenvolver essa condição, são elas:
– Doença do refluxo gastroesofágico sintomática;
– Pessoas que já possuem o diagnóstico de ‘Esôfago de Barret’;
– Pessoas que têm acalasia, ingestão de soda cáustica.
R: Sim, a baixa ingestão de frutas e vegetais é um fator de risco para o câncer de esôfago. Além disso, a obesidade é um dos principais fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago.
R: O tratamento depende de qual tipo de câncer de esôfago o paciente tem (CEC ou adenocarcinoma), depende do estágio em que a doença se encontra e das condições clínicas dele. Mas é primordial uma abordagem multidisciplinar. No Hospital de Amor, os casos de câncer de esôfago são discutidos em reunião multidisciplinar com a participação de médicos oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas e radiologistas. Além da equipe médica, é muito importante um acompanhamento com a enfermeira da especialidade, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo. O tratamento pode variar desde uma simples retirada do tumor por via endoscópica, até quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Lembre-se sempre de consultar um médico especialista e adotar um estilo de vida mais saudável. Estes são passos importantes para proteger sua saúde.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira, Elaine da Silva Santos e Mário Fontainha, o que eles têm em comum? Todos eles receberam os primeiros aparelhos auditivos dispensados pelas unidades de reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP) e Porto Velho (RO)!
As unidades de reabilitação do HA realizaram, no mês de março e abril, as primeiras entregas de aparelhos auditivos para pacientes oncológicos e não oncológicos. Foram dispensados mais de 30 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais) para as pessoas que já estavam na fila do SUS (Sistema Único de Saúde), aguardando os dispositivos.
Perda auditiva
A perda auditiva nada mais é do que a redução da capacidade de ouvir sons, podendo ser temporária ou permanente. Elas podem ocorrer por diversos fatores, como infecções, idade, lesões, exposição e ruídos. Além disso, também existe a possibilidade de pessoas que realizaram tratamento oncológico perderem a audição, como destacou o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.
“Esses pacientes tiveram perda de audição (muitas vezes esperada), devido ao tratamento oncológico e, após o sucesso no tratamento, vem a segunda parte: que é a reabilitação. Além dos pacientes oncológicos, nós temos pacientes não oncológicos, como crianças – que possuem alterações congênitas que vem de um histórico familiar; e adultos – que acabam manifestando a perda auditiva um pouco mais tarde por conta de fatores como idade e excesso de exposição ao ruído”, explicou o médico.
Dispensação de aparelhos auditivos
“O que importa é eu estar ouvindo bem”, declarou Elaine da Silva Santos (46), de Barretos (SP), paciente do HA desde 2019 – quando foi diagnosticada com meningioma na cabeça e teve perda de audição. “Em 2019 eu fui diagnosticada com um meningioma na cabeça e iniciei meu tratamento no Hospital de Amor. Precisei passar por cirurgia, onde fiquei 21 dias em coma, e tive algumas sequelas. Fiquei sem andar, precisei fazer traqueostomia, tenho dificuldade na fala, tive perda de audição. Fui encaminhada para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde fiz todo o tratamento para conseguir voltar a ter uma vida normal. Tive alta da reabilitação da parte física e motora, e iniciei um novo processo, dessa vez a auditiva”, comentou a paciente.
No mês de março, Elaine recebeu dois aparelhos auditivos e, durante a entrega, a felicidade e a surpresa em seu rosto eram visíveis, pois quando os dispositivos foram ligados, ela começou a escutar sons que ela já não escutava há muito tempo, como os passos de pessoas andando no corredor do HA.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira nasceu com hidrocefalia e, com 12 anos, foi diagnosticado com meduloblastoma. Ele iniciou o tratamento oncológico na sua cidade natal, Machadinho do Oeste (RO), e posteriormente, quando o Hospital de Amor Amazônia foi inaugurado, conseguiu transferência. Atualmente com 19 anos, Dhionatan finalizou o tratamento e, a cada seis meses, passa por consultas e realiza exames de acompanhamento.
Além disso, ele também realiza sessões na unidade de reabilitação do HA em Porto Velho (RO), o ‘DREAM Amazônia’. Porém, há dois anos, a família de Dhionatan percebeu que ele não estava ouvindo direito. “Sempre quando a gente conversava, a gente via que ele perguntava muito: ‘O que foi, pai?’ O que foi, mãe? Não estou escutando direito.’ E sempre que ele ia fazer os exames no hospital, a médica ia notando esse problema também. Foi aí que ela pediu o exame e o diagnostico aconteceu: perda de audição”, contou o pai de Dhionatan, Leucimar Nunes Teixeira.
Assim como Elaine, Dhionatan recebeu os aparelhos auditivos! “Eu me sinto muito feliz, a sensação de ouvir novamente é incrível”, comentou.
Em 2007, com oito anos, Mário Fontainha foi diagnosticado com meduloblastoma com hidrocefalia. Ele veio de Ji-Paraná (RO) para realizar o tratamento no HA, em Barretos (SP), e há mais de 15 anos teve alta, realizando o acompanhamento anual. Atualmente, com 25 anos, Mário reside na cidade de Valentim Gentil (SP) e, de uns anos para cá, percebeu uma perda significativa na audição.
Ele também foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde passou por consultas com a equipe multidisciplinar (com otorrinolaringologista e fonoaudiologia) e realizou diversos exames para se ter um diagnóstico. No resultado foi constatada a perda auditiva, e o tratamento de reabilitação indicado para o Mário foram os aparelhos auditivos.
“Receber os aparelhos está sendo um verdadeiro presente. Com os aparelhos minha vida vai mudar muito, tanto pessoal quanto profissionalmente. Sem o aparelho eu sofria muito, principalmente no meu emprego, pois eu trabalho virado de costas para a equipe e, toda vez que uma pessoa precisa falar comigo, eu não conseguia escutar eles chamarem, era necessário que eles viessem até mim.”
A importância do diagnóstico
Ao dar entrada nas unidades de reabilitação do HA, os pacientes passam por avaliações e uma série de exames. Com o diagnóstico, é possível identificar como a perda vai evoluir com o passar dos anos e qual o tratamento é indicado para o paciente. “Quando eu tenho um diagnóstico, eu sei como essa perda vai evoluir, eu sei quais as dificuldades que o paciente vai ter no processo de reabilitação e, sabendo também o nível da perda de audição, eu consigo entender a dificuldade do paciente no dia a dia. É muito importante eu caracterizar e saber o grau e o porquê o paciente teve aquela perda de audição, para ser tratado de maneira adequada. Nem todo caso é de aparelho auditivo, nós temos casos em que é possível corrigir com cirurgia ou com tratamento clínico. Nós temos um leque de opções a partir de cada perda, mas, na maioria das vezes, o aparelho auditivo é o recurso que irá beneficiar esse paciente”, explicou Dr. Baston.
A perda da audição influencia diretamente na vida de uma pessoa, sendo o primeiro ponto o isolamento social. Indo mais além, a surdez interfere diretamente no desenvolvimento de doenças nos adultos e no atraso de aprendizagem em crianças, como destaca o médico otorrinolaringologista. “A privação sensorial está relacionada, por exemplo, em um adulto, diretamente com o desenvolvimento de doenças da cognição, como Alzheimer e demência, então nós sabemos que realizando a reabilitação desses pacientes, é possível frear ou até barrar esse processo. E falando de crianças, quando elas são submetidas ao tratamento oncológico e tem algum grau de acometimento auditivo, elas precisam ser reabilitadas o quanto antes, de uma maneira eficiente e muito bem-feita, pois isso influencia na escola, no nível de aprendizagem, no desenvolvimento cognitivo e nas relações sociais”, comentou o médico.
Unidades de reabilitação
Acolher com humanização, tratar com dignidade, salvar vidas e reabilitar! Estas são algumas das maiores diretrizes do Hospital de Amor. Em mais de 60 anos de história, a instituição vai muito além do tratamento oncológico: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor conta com três unidades de reabilitação – em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO) – com foco na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais de pacientes oncológicos e não oncológicos.
O Centro Especializado em Reabilitação de Araguaína (TO) realiza, desde novembro de 2022, a reabilitação auditiva de pacientes. A unidade já fez a dispensação de mais de 441 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais), para 234 pacientes (aproximadamente).
Muito se ouve sobre desnutrição, principalmente sobre desnutrição hospitalar, mas você sabia que de 15% a 40% deste problema tem prevalência no diagnóstico de câncer? Dados da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) informam que a desnutrição hospitalar está associada diretamente ao aumento significativo de morbidade e mortalidade, com taxas que variam entre 20% e 60% em adultos hospitalizados – condição que piora, progressivamente, em idosos e pacientes críticos durante a hospitalização.
Este estado de deficiência nutricional – que pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções – é um problema de saúde pública que requer atenção. O cenário se torna ainda mais preocupante quando a desnutrição está relacionada a pacientes em tratamento de câncer, devido à uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao próprio tratamento.
De acordo com uma pesquisa da ESPEN Fact-Sheet (The European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), a incidência de desnutrição aumenta de 40% a 80% durante tratamentos oncológicos. E mais do que isso: alguns tipos específicos de câncer, como pâncreas, pulmão e digestivo, estão associados a um maior risco.
Para você entender melhor o assunto, o médico intensivista do Hospital de Amor, Dr. Luís Henrique Simões Covello, esclareceu as principais dúvidas sobre o tema. Confira a entrevista completa, cuide da sua saúde e da saúde de seus familiares!
1) O que é desnutrição e o que causa este distúrbio no paciente oncológico?
R: A desnutrição é um estado patológico resultante da ingestão insuficiente de calorias, proteínas e outros nutrientes. Este estado de deficiência nutricional pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções. Em pacientes oncológicos, a desnutrição é comum devido a uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao seu tratamento.
2) Quando ela é identificada?
R: A desnutrição é normalmente identificada pelo índice de massa corporal (IMC) reduzido. No entanto, é necessária uma avaliação mais ampla envolvendo a história clínica e alimentar dos pacientes, principalmente os oncológicos.
3) É um quadro preocupante? Por quê?
R: A desnutrição é particularmente preocupante em pacientes oncológicos devido a razões relacionadas ao impacto negativo tanto no tratamento, quanto nos resultados de saúde gerais. Ela causa:
– Comprometimento da função imunológica;
– Redução da tolerância ao tratamento;
– Piora na qualidade de vida;
– Atraso na recuperação e cicatrização;
– Aumento da toxicidade do tratamento;
– Impacto na efetividade do tratamento;
– Aumento da mortalidade.
4) Em quais tipos de câncer a incidência de desnutrição é maior?
R: A incidência de desnutrição é particularmente alta em certos tipos de câncer, especialmente aqueles que afetam o trato gastrointestinal ou aqueles que são metabólica e fisicamente mais agressivos, como por exemplo os cânceres de pâncreas, pulmão e cabeça e pescoço.
5) Existe alguma diferença deste distúrbio entre homens e mulheres?
R: Dados mostram que, dos pacientes desnutridos, 60% são homens e 40% são mulheres.
6) Durante o tratamento oncológico, como a desnutrição pode ser evitada?
R: Algumas estratégias podem ser utilizadas para prevenção e cuidado com a desnutrição nos pacientes oncológicos em qualquer fase do seu tratamento. São elas:
7) A família pode contribuir neste caso? Como?
R: O apoio da família é crucial no manejo da desnutrição em pacientes oncológicos, ajudando não só a preservar o estado nutricional do paciente, mas também a melhorar sua qualidade de vida durante um período desafiador. Aqui estão algumas formas como a família pode contribuir efetivamente:
A Diretoria Regional de Saúde de Barretos (DRS-V) é a única do Estado de São Paulo em que o diagnóstico do câncer bucal em estadiamento inicial ultrapassa o feito em estadiamento avançado. Isso é o que mostra um boletim da Fundação Oncocentro de São Paulo – FOSP, publicado neste semestre e que analisou os dados do Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo – RHC/SP no período de 2000 a 2020.
O câncer de boca, também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, é um tumor maligno que pode afetar os lábios e/ou as estruturas da boca, como gengivas, bochechas, palato (céu da boca), língua e o assoalho da boca (região embaixo da língua). Por ano, são previstos 15.100 novos casos da doença no Brasil, de acordo com a estimativa para o triênio 2023-2025 do Instituto Nacional de Câncer (INCA), sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres.
Apesar de ter ido de 5º para 8º lugar entre os tipos de câncer mais prevalentes no país, quando comparado a estimativa anterior, a doença ainda preocupa pela alta taxa de diagnóstico tardio, que reduz consideravelmente as chances de cura, além de tornar necessário a intervenção com tratamentos mais complexos e de alto custo.
Pensando nisso, há 10 anos o Hospital de Amor conta com um programa ativo de rastreamento de câncer de boca, com foco na população de alto risco. Implantado incialmente em toda DRS-V, regional que compreende 18 municípios, incluindo Barretos (SP), cidade que abriga a sede da instituição. O programa possui uma taxa 56,3% de diagnóstico em estadiamento precoce, taxa que é de apenas 26,9% no âmbito nacional de acordo com o INCA e 34,6% no Estado de São Paulo, de acordo com a FOSP.
Só em 2023, o programa foi responsável pela realização de mais de 21 mil exames bucais, onde 806 biópsias foram necessárias, resultando em 223 diagnósticos. De acordo com o coordenador do departamento de odontologia do HA, Dr. Fábio Luiz Coracin, o sucesso desse modelo é composto por diversos fatores, entre eles a parceria e integração sólida entre as atenções primárias, secundárias e terciárias de saúde; e a busca ativa voltada para população de alto risco, que possui resistência ao rastreamento espontâneo.
É importante ressaltar também que a taxa de sobrevida global do câncer de boca possui relação direta com estadiamento clínico do diagnóstico. Ainda de acordo com o boletim da FOSP, a taxa de sobrevida em 5 anos dos pacientes diagnosticados em estádios iniciais é de 57%, enquanto os de pacientes diagnosticados já com a doença avançada é de apenas 21%.
Os dados mostram que o Programa de Rastreamento do Câncer de Boca do Hospital de Amor, responsável por colocar a cidade de Barretos e toda a região como uma exceção em comparação às outras Diretorias Regionais de Saúde, pode servir de exemplo para estratégias mais amplas de prevenção e assistência que unam as estruturas de atenção primária e secundária, sobretudo na saúde pública.
Flashes de luz – este foi o primeiro sinal que levou a pedagoga Luciane Francisca de Paula e Silva, de 50 anos, a investigar a saúde da sua visão ocular. Ela conta que iniciou exames de rotina no oftalmologista em 2016, mas por conta da pandemia, acabou postergando a prevenção, e foi aí que os sintomas começaram a aparecer. Em setembro de 2023 ela procurou um oftalmologista, que durante uma avaliação clínica a diagnosticou com um melanoma de coroide, também conhecido como melanoma uveal.
“Marquei uma consulta com o oftalmologista, em Lagoa Formosa (MG), e expliquei o porquê estava ali. Ele examinou os dois olhos e voltou para o olho direito. Ele respirou fundo e me disse que eu estava com um melanoma de coroide no olho direito, e que precisaríamos ter certeza se era primário ou secundário”, comentou Luciane. Ela foi encaminhada para o Hospital de Amor, em novembro de 2023, quando iniciou o seu tratamento.
Luciane conta que foram dois meses de angústia até conseguir ser encaminhada para o HA. “A espera até a marcação da primeira consulta me deixou apreensiva, mas depois do primeiro contato com os médicos (anjos) do HA, foi reconfortante. Dr. Leonardo Lando, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto e Dr. Roque Lima de Souza, trio fantástico! Dr. Leonardo me informou sobre como seria o tratamento oferecido em Barretos (SP), me explicou que o tipo de tratamento que era oferecido era a enucleação (remoção cirúrgica de um olho), os prós e contras, e me ofereceu também um encaminhamento para tentar esse tratamento em outro hospital. Mas decidi ali mesmo, naquela hora, que faria a enucleação”, contou.
Catarata, o glaucoma e as doenças da retina, como a retinopatia diabética e a degeneração muscular relacionada à idade podem levar a cegueira, além do câncer ocular. Porém, alguns casos poderiam ser prevenidos, como afirmou o médico oftalmologista do Hospital de Amor, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
“Em adultos, o tipo mais comum de câncer intraocular é o melanoma uveal. Ele surge a partir de células produtoras de pigmentos de uma parte interna do olho, chamada úvea. Essa doença pode ser também chamada de melanoma de coroide, de íris ou de corpo ciliar, a depender de qual porção da úvea está afetada. Já o câncer mais comum da superfície ocular é o carcinoma de conjuntiva, e em crianças, o de maior incidência é o retinoblastoma”, comentou Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
O câncer ocular dificilmente apresenta sintomas em seu estágio inicial. Pessoas diagnosticadas com câncer, na maioria das vezes, descobrem a doença quando o estágio já está mais avançado e acaba apresentando perda de visão como principal sintoma, como explicou o Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto. “Os sintomas mais comuns do melanoma uveal são a piora da visão, a perda de campo visual, frequentemente progressiva, e a percepção de flashes ou moscas volantes. Pode ocorrer a perda parcial ou completa da visão. Sintomas menos comuns são dor e vermelhidão persistentes, bem como a presença de vasos dilatados na superfície do olho. Quando o melanoma afeta a íris, é possível que os pacientes percebam o crescimento de uma pinta ou mancha escura na parte colorida do olho, ou mudança na forma da pupila. O carcinoma de conjuntiva surge como uma lesão ou ferida na superfície do olho, com crescimento progressivo. Ele pode dar sintomas como dor e irritação ocular”.
Fatores de risco
Não existe um fator único para uma pessoa ser acometida pelo câncer ocular, mas existem alguns fatores que podem contribuir e potencializar o surgimento da doença:
– Tumores de conjuntiva: os principais fatores são a exposição solar crônica, tabagismo e deficiências imunológicas/infecção pelo HIV.
O tratamento cirúrgico mais comum é a enucleação, que é mais utilizada nos casos de tumores grandes. Na enucleação, o olho afetado é removido, a cavidade é reconstruída e uma prótese ocular é adaptada.
Mas você deve estar se perguntando sobre a quimioterapia e imunoterapia, certo? Dr. Tomás destacou que para casos do tumor limitando o globo ocular, esses dois tratamentos não são eficazes. “A quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia não são bons tratamentos, quando o câncer está limitado ao globo ocular. Elas podem ser utilizadas quando a doença se espalhou para outros locais do corpo. Nesses casos, o fígado é o local mais comumente afetado”, contou o médico oftalmologista.
“Uma das principais barreiras no diagnóstico e tratamento dos tumores oculares é o acesso aos especialistas. Por isso, novas técnicas de diagnóstico precoce têm sido buscadas, especialmente aquelas que não envolvam o exame ocular direto. Algumas delas envolvem a análise do sangue no paciente em busca de marcadores que podem estar elevados nos casos da doença”. O médico contou ainda que quando o melanoma uveal se espalha para outros órgãos, “ainda não possui formas muito efetivas de tratamento, e o desenvolvimento de novas drogas e terapias é um dos principais alvos para a melhora da sobrevida dos pacientes. Recentemente novas drogas têm sido lançadas e novos estudos estão sendo conduzidos, aumentando a esperança do desenvolvimento de terapias mais eficazes”.
O Hospital de Amor Jales comemora um marco significativo, celebrando 14 anos de dedicação ao tratamento de câncer e cuidados de saúde de alta qualidade na região. Este aniversário especial é marcado não apenas por conquistas passadas, mas também por um olhar para o futuro com novos projetos que prometem fortalecer ainda mais sua missão.
Ao longo dos anos, o hospital expandiu suas instalações e serviços, buscando sempre inovações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar suas chances de recuperação. Isso inclui não apenas tratamentos clínicos e cirúrgicos, mas também programas de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos.
Fundado com o objetivo claro de oferecer tratamento de qualidade e humanizado a pacientes com câncer, o HA Jales rapidamente se tornou um ponto de referência na região. A instituição não só oferece tratamento médico avançado, mas também promove um ambiente acolhedor e de apoio emocional para pacientes e seus familiares.
A comunidade de Jales (SP) e áreas vizinhas se beneficiam enormemente da presença do Hospital de Amor, que além de oferecer atendimento médico de ponta, promove a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer. Assim, o Hospital de Amor Jales se destaca como um importante centro de saúde especializado no tratamento oncológico, mantendo o compromisso de cuidar e acolher seus pacientes com dedicação e excelência médica.
“Neste aniversário de 14 anos, refletimos com gratidão sobre o caminho que percorremos e celebramos as vidas que tocamos e os avanços que alcançamos”, afirma a gerente administrativa da unidade, Jéssica Donini. “Continuaremos trabalhando incansavelmente para oferecer o melhor atendimento possível e proporcionarmos sempre o melhor aos nossos pacientes.”
Um dos pontos altos desta celebração é a continuação do projeto de construção da nova cozinha e dos novos leitos do hospital. Essas novas instalações são projetadas não apenas para modernizar a infraestrutura do hospital, mas também para melhorar significativamente o conforto e a qualidade do atendimento aos pacientes. A nova cozinha e refeitório serão equipados para proporcionar refeições nutritivas e essenciais para a recuperação dos pacientes, e o bem-estar dos acompanhantes e equipe de colaboradores.
Além disso, a expansão dos leitos permitirá ao Hospital de Amor Jales aumentar sua capacidade de atendimento. Isso não apenas beneficiará os pacientes, mas também reforçará o compromisso da instituição em proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para todos que buscam tratamento.
Estes projetos só são possíveis com a contribuição e doações de instituições, e “pessoas de amor”. Somos infinitamente gratos por toda ajuda recebida, graças a ela podemos aprimorar ainda mais nosso desempenho no tratamento de nossos pacientes.
A conclusão do projeto da nova cozinha e dos novos leitos da unidade será um passo significativo para garantir que a instituição continue a oferecer cuidados de saúde de excelência e a expandir seu impacto na comunidade.
“Quando eu tive o diagnóstico foi muito triste, porque eu nunca pensei que teria câncer de mama tão jovem”. Renata Lima (empresária), foi diagnosticada com câncer de mama aos 35 anos, após perceber uma fissura no mamilo direito.
“O sintoma que eu percebi foi que meu mamilo abriu uma ‘rachadurinha’. Eu achava que fosse alergia de algum amaciante de roupas. Eu fui em uma médica, ela falou que poderia ser uma mastite e me passou uma pomada e com o tempo cicatrizou. Após três meses, abriu novamente essa ‘rachadurinha’ e eu procurei uma outra ginecologista, e fazendo o exame físico, ela apalpou minha mama e com muito custo, ela encontrou um nódulo”, comentou.
Renata começou a investigar e foi diagnosticada com câncer de mama, Her2+, que é quando apresenta níveis elevados da proteína (Her2), localizada na membrana das células mamárias, promovendo o crescimento das células cancerosas. Natural de Barretos (SP), Renata iniciou o tratamento no Hospital de Amor há um pouco mais de um ano, e atualmente, além de realizar as consultas de manutenção, faz acompanhamento no departamento de Oncogenética do HA.
Câncer de início precoce
A formação do câncer no organismo de um indivíduo pode estar associada a diferentes fatores. A idade sempre foi um dos principais. Pessoas com mais de 50 anos estão há mais tempo sobre exposições ambientais que podem gerar mutações em suas células e causar o surgimento da doença. Porém, um levantamento publicado em 2023, na revista científica BMJ Oncology, vem preocupando especialistas.
Segundo o estudo, casos globais de câncer em pessoas com menos de 50 anos, aumentaram 79% nos últimos 30 anos. Outro fator preocupante, é o aumento da mortalidade pela doença, cerca de 27%, mais de 1 milhão de pessoas jovens morrendo devido ao câncer no mundo.
A conclusão do estudo foi que casos de cânceres no mundo aumentaram de 1,82 milhões em 1990, para 3,26 milhões em 2019, sendo o tumor de mama de maior incidência, seguido pelos tumores de intestino, próstata e esôfago.
Há aproximadamente três anos, Pedro L. Miguel Esposito (auxiliar de almoxarifado), de 23 anos, é paciente do HA. Pedro foi diagnosticado com câncer de intestino e o primeiro sintoma que ele sentiu foi dor na região do abdômen. “Meus primeiros sintomas foram dor, o intestino já não estava funcionando tão bem e apareceu tipo um abcesso na barriga, perto ao umbigo. Eu passei em um gastroenterologista que me pediu uma colonoscopia, e foi onde que deu o diagnóstico”, explicou Pedro.
Após diagnóstico, Pedro passou por uma cirurgia em sua cidade, São José do Rio Pardo (SP), e após dois meses de cirurgia, foi encaminhado para o HA. “Quando eu descobri o tumor no intestino e que eu tirei, eu não sabia que a situação estava tão delicada. Quando fui encaminhado ao Hospital de Amor, eu vi que eu estava com um carcinoma peritoneal, eu fiquei um pouco apavorado”, comentou Pedro sobre o seu diagnóstico.
Há mais de um ano, Pedro finalizou as quimioterapias, e passou a realizar acompanhamento nas consultas e por meio de exames de imagem.
Fatores responsáveis pelo aumento do câncer de início precoce
Mas como explicar a incidência da doença em pessoas com menos de 50 anos?
Para o médico oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches, esse aumento está associado a diversos fatores. “Atribuo o aumento da incidência de câncer em indivíduos com menos de 50 anos a diversos fatores, pois não há somente uma causa. Mudanças na dieta, estilo de vida e fatores ambientais, desde a virada do século XX, vem resultando no aumento das taxas de obesidade, sedentarismo, dietas ocidentalizadas e poluição do meio ambiente podem ter afetado a incidência de câncer de início precoce. Além disso, álcool e tabaco podem também contribuir”, explicou o médico.
Como prevenir o câncer?
Alimentação saudável, prática de exercícios físicos, evitar bebida alcoólica, não se expor ao sol sem proteção solar e não fumar são algumas práticas que contribuem para a prevenção do câncer. Além disso, algumas medidas clínicas, como a vacina do HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), são ações de prevenção contra o câncer, como explica Dr. Gustavo Sanches.
“Medidas clínicas como a vacinação contra o HPV, hepatite B e realizar o tratamento da hepatite B e C (para os portadores), além da prevenção secundária, que é a tentativa de detectar a doença em um estágio inicial em indivíduos assintomáticos. No Brasil, há diretrizes e recomendações do Ministério da Saúde de rastreamento para alguns tipos de cânceres, como por exemplo: câncer de mama, câncer de intestino e câncer de colo de útero”, destacou o oncologista clínico.
Câncer de mama
O risco de desenvolver câncer de mama, também está associado a idade, sendo maior a partir dos 50 anos, porém os índices aumentaram em mulheres com menos de 50 anos, como publicado na revista científica BMJ Oncology.
No Brasil, não se tem um dado específico sobre a incidência de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos, o que se tem, são dados gerais da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa para o país, até 2025, é de 704 mil casos novos de câncer, sendo o de pele não melanoma o mais incidente, com 220 mil casos novos (31,3%), seguido pelo câncer de mama, com 74 mil (10,5%).
Para o médico mastologista do HA, Dr. Idam de Oliveira Junior, a primeira medida para controle do câncer de mama é a “conscientização da população sobre esse importante e crescente problema de saúde pública, bem como as suas medidas preventivas”. Além disso, o médico mastologista destaca as medidas preventivas como primárias e secundárias.
“A prevenção primária, por meio de hábitos de vida saudáveis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode reduzir em até 30% as chances de se desenvolver a doença. Como prevenção secundária, o exame de mamografia consiste na melhor metodologia de diagnóstico precoce, capaz de detectar na fase assintomática, de forma a reduzir substancialmente a mortalidade causada pelo diagnóstico tardio. Neste sentido, o Hospital de Amor recomenda que o exame anualmente para mulheres entre 40 e 49 anos, e a cada dois anos para aquelas na faixa etária de 50 a 69 anos de idade”, explicou Dr. Idam.
Além da prevenção, em termos de tratamento, o HA apresentou significativos avanços nos últimos anos. “Nos últimos anos apresentamos significativos avanços tecnológicos nessas áreas, como a diversidade de formas para a reconstrução mamária, a melhoria nos equipamentos de radioterapia que tornaram o tratamento mais efetivo, com menores doses de radiação e menor frequência das aplicações e as novas drogas para o tratamento sistêmico – como a imunoterapia para o câncer de mama triplo negativo, os inibidores de ciclina para o tratamento dos tumores luminais (com receptores de hormônios) e as terapias-alvo para os tumores HER2+”, concluiu o especialista.
O Hospital de Amor é cheio de histórias bonitas de fé, superação e finais felizes! Em seus mais de 60 anos, o HA já transformou, reescreveu e salvou a vida de milhares de pessoas. E dentre inúmeros motivos, este é um dos que justifica tanto amor.
A história do João Borges da Silva Junior, o querido Johny Barreto, tem tudo isso e algo a mais: o sentimento de gratidão! Seu primeiro contato com a instituição se deu em 2002 e surgiu pela admiração. O locutor foi convidado para apresentar uma das edições do Leilão ‘Direito de Viver’ em Palmeira D’Oeste (SP), em prol do HA e, como grande admirador da causa, aceitou. “Aquele evento foi um sucesso, e ele foi só o primeiro. Depois disso, desde 2007, comecei a narrar rodeios por todo Brasil e a apresentar diversos ‘Desafios do Bem’ – ação de arrecadação do HA”.
Atuando como locutor desde 1997, o barretense (que traz no coração o orgulho de possuir no ‘quintal de casa’ um hospital que é referência em oncologia), teve anos depois um envolvimento mais profundo com a instituição: como paciente.
Johny paciente
No final do ano de 2017, uma reviravolta mudou o rumo e os planos de Johny. Após sentir fortes dores abdominais e passar por uma consulta com especialista, o locutor foi encaminhado ao Instituto de Prevenção do HA para fazer exames preventivos. “Fiz o exame e, quando acordei da anestesia, a médica me disse que havia feito uma cirurgia para retirar um pequeno tumor do meu intestino. Dali 30 dias saiu a biópsia e o resultado me assustou”, contou.
Apesar do tumor de Johny não ser considerado invasivo, ele sentiu medo ao se ver do outro lado – agora como paciente. “Senti muito medo, principalmente ao esperar pelo resultado da biopsia, mas sempre tive uma sensação de paz, de que Deus estava comigo. Fiz os procedimentos necessários, acompanhei por alguns anos e, graças a Deus, o tumor sumiu”, explicou.
Johny acompanhante
Seis anos depois, no início de 2023, o caminho de Johny se cruzou novamente com o do Hospital de Amor! Desta vez, ele precisou que a instituição cuidasse do seu pai, João Borges da Silva, de 92 anos. “Meu pai tinha uma ferida bem grande na cabeça. Ele dizia que tinha machucado, porém era uma lesão que não cicatrizava. Após a consulta com o médico, foi feita uma biopsia e, mais uma vez o medo tomou conta de mim, pois ela recebeu o diagnóstico de câncer”.
De acordo com o locutor, a princípio o tumor aparentava ser na pele, mas após realizar vários exames constatou-se que a doença tinha atingido os ossos da cabeça. Também no HA, o senhor João realizou todo o tratamento na instituição e sabe quem foi seu acompanhante? O filho, Johny Barreto.
“O meu carinho e admiração já existiam pelo Hospital, mas durante os dias que meu pai ficou internado e que eu fiquei o tempo todo com ele, pude acompanhar a enfermeira passando de manhã dando os medicamentos; a fonoaudióloga ajudando ele a mastigar; a nutricionista; os médicos que passavam e conversavam todas as manhãs; os fisioterapeutas; o pessoal da limpeza; sem contar a alimentação que era muito boa, tanto para o paciente quanto para mim, que era o acompanhante. Ali eu pude perceber com mais detalhes o quanto é caro manter o Hospital de portas abertas, e o quanto seria difícil para uma pessoa, não só pobre, mas também de classe média, conseguir pagar um tratamento de combate ao câncer. A partir daí, minha vontade de ajudar o HA aumentou e cresceu dentro de mim”, afirmou Johny.
O senhor João finalizou todo o tratamento e segue bem, firme e forte ao lado da família.
Johny voluntário
O desejo virou realidade! Virou ação! Virou locução! Com um dom nato, Johny – que há 27 anos atua profissionalmente em locuções de rodeios e já fazia trabalhos em prol do HA – tornou-se voluntário em um dos eventos mais especiais promovidos pela instituição: o “Rodeio Pela Vida”.
Realizado em Barretos (SP), o evento, que neste ano chegou em sua quarta edição sendo recorde de público e de solidariedade, contou com a voz, narração e talento de Johny durante as competições desde o primeiro ano. “Eu fico muito feliz em dar uma pequena contribuição para o Hospital de Amor e espero participar desses eventos como voluntário por muito tempo”.
E depois de conhecermos e contarmos uma história tão bonita quanto essa, quer saber o que deixa nosso coração mais feliz ainda?
– Johny, depois de ser paciente, filho de paciente e voluntário, o que você tem a dizer sobre o HA?
R.: O Hospital de Amor é uma instituição muito séria, onde todos os funcionários tratam os pacientes e familiares com muito amor e carinho. O profissionalismo é impressionante, os equipamentos são de última geração. Posso dizer que já presenciei tudo ali dentro e, com base nisto, peço que as pessoas façam suas doações! A despesa ali é muito grande, mas o que os pacientes recebem não tem preço. Se hoje você não tem dinheiro para doação, doe uma parte de seu tempo em algum projeto para ajudar, seja voluntário de alguma forma, convide amigos, familiares, pessoas a sua volta, e ajude o Hospital de Amor.
Se o Johny falou, tá falado!
Doe!
Quer ajudar o Hospital de Amor a continuar salvando vidas? Então, faça a sua doação! Existem diversas formas de contribuir com a instituição, dentre elas, três que são rápidas, fáceis e seguras:
• pela página de doação (ha.com.vc/doar)
• pelo PIX (chave: doar@hospitaldeamor.com.br)
• pela Central de Relacionamento (17 3321-6607)
Independente de onde estiver, basta ter seu celular em mãos e doar qualquer quantia para ajudar o maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina. Faça parte dessa missão que salva milhares de vidas.
Fã de futebol, da Seleção Brasileira e do camisa 9, Richarlison, cujo autógrafo está tatuado na pele! Mateus Afonso Máximo, mineiro de Montes Claros (MG), teve a oportunidade de conhecer um dos seus ídolos do esporte, quando Richarlison visitou o Hospital de Amor, em junho de 2023. Na ocasião, Richarlison fez seu autógrafo no braço de Mateus que, sem pensar duas vezes, foi em um estúdio de tatuagem no mesmo dia, deixando o momento eternizado para sempre na sua memória e na sua pele!
Mateus é paciente do HA, desde 2019, e um dos momentos mais marcantes nesses quase seis anos em Barretos (SP), sem dúvidas foi esse, onde ele pode conhecer de perto um dos seus ídolos. “Essa tatuagem significa muita coisa, eu sempre tive um sonho de ser jogador de futebol, mas infelizmente não deu certo, então essa tatuagem significa muito para mim, significa algo realizado, de poder ter conhecido o Richarlison”, declara Mateus.
Infelizmente, o sonho de ser jogador de futebol foi adiado. Em 2019, com 14 anos, Mateus precisou se mudar para Barretos, para iniciar o tratamento de um osteossarcoma no Hospital de Amor, que foi descoberto após uma lesão do tornozelo esquerdo, durante uma partida de futebol. “Com 14 anos, eu gostava muito de jogar bola, sempre fui ativo, andava de bicicleta e fazia todo tipo de esporte. Aí, um dia eu estava jogando bola e machuquei o pé, o tornozelo esquerdo. A gente não sabia o que era, achava que era um lance de bola mesmo”, conta Mateus.
Mas, com o passar do tempo, o tornozelo continuo com um inchaço. Após retornar de uma viagem à Belo Horizonte, a mãe de Mateus o levou ao médico para ser examinado. “Eu voltei para a minha cidade, fiz um raio x e no exame deu que tinha alguma coisa lá, mas o médico não sabia o que era. Aí, ele encaminhou a gente para um especialista na área para saber. O especialista falou que poderia ser algumas coisas pelo exame de imagem como uma inflamação, alguma coisinha básica ou até mesmo um câncer, um tumor, né? E aí assim, com a fé que a gente tem em Deus, a gente colocou que poderia ser alguma coisa básica”, comentou Mateus.
Mateus foi submetido a uma biópsia e infelizmente o resultado foi positivo para um osteossarcoma na fíbula. Em Montes Claros (MG) não havia especialista para realizar a cirurgia do Mateus, foi onde ele conseguiu encaminhamento para o HA.
Osteossarcoma
O osteossarcoma é um tumor ósseo que acomete, principalmente, ossos longos como fêmur, tíbia e região proximal do úmero (osso do braço). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o osteossarcoma é a neoplasia óssea mais prevalente na população infantojuvenil, correspondendo de 3% a 5% de todas as neoplasias nesta faixa etária.
O tumor apresenta um pico de maior incidência em adolescentes (entre 10 e 19 anos), como comenta a médica oncologista pediátrica do HA Infantojuvenil, Dra. Erica Boldrini. “Apesar de raro, o osteossarcoma é o tipo de câncer ósseo mais comum, ocorrendo principalmente na adolescência, em jovens entre 10 e 19 anos. Esse tumor atinge principalmente os ossos longos, especialmente na região do joelho, e os sintomas variam de um jovem para o outro, mas geralmente, os primeiros sintomas são dor e inchaço, como no caso do Mateus”, explica a médica.
As formas de tratamento do osteossarcoma incluem a quimioterapia e cirurgia. O objetivo da quimioterapia é diminuir o tamanho do tumor e não deixar evoluir para metástase, e a cirurgia tem como principal função a ressecção.
Em alguns casos, é possível preservar o membro e utilizar uma endoprótese (prótese não convencional, utilizada para substituição de grandes ressecções articulares oncológicas). Em casos mais avançados, é realizado a amputação do membro. “Mateus passou por duas cirurgias, onde a primeira foi realizada a ressecção do osso atingido, a fíbula, sem necessidade de substituição (endoprótese), mas infelizmente, a doenças recidivou e foi necessário fazer a amputação, levando a perda de uma parte do membro inferior esquerdo”, explica Dra. Erica Boldrini.
“Na primeira cirurgia, eu não precisei amputar a perna, só fiz para conservar, aí conservei, curei, passei um ano curado, um ano e meio mais ou menos. Depois o tumor voltou um pouco mais para cima, foi onde eu precisei amputar, isso em 2022”, comenta Mateus.
Reabilitação
Após a cirurgia de amputação, Mateus realizou o tratamento de reabilitação no Centro de Reabilitação do HA. Passou por seções de fisioterapia, preparando o coto para receber a prótese. Mateus conta que no começo da reabilitação foi um processo difícil, mas que conseguiu desenvolver bem. “Assim, no começo é um processo meio difícil, não vou negar que foi difícil. Antes dessa prótese que eu estou hoje, eu peguei outras três, e os encaixes não deram certo. A tíbia estava um pouco grande ainda, e doía demais. Depois de um tempo na reabilitação, consegui colocar a prótese e andar”, explica o paciente.
Em 2023, Mateus pegou a prótese que utiliza hoje, e o sentimento foi de alívio, como ele comenta. “Quando eu peguei a prótese, foi um sentimento de alívio, antes eu não podia ser independente, tinha muita coisa que eu queria fazer e meus pais precisavam me ajudar, não podia sair sozinho, sempre precisava alguém para me acompanhar.
Então quando consegui usar a prótese, foi um momento bom, de alívio, pois eu estava precisando dessa liberdade.”
Mateus teve alta das sessões de fisioterapia e atualmente realiza a reabilitação na academia do HA, para fortalecer, ganhar massa muscular, funcionalidade e equilíbrio, como explica o profissional de educação física do HA, Daniel Gottardo de Souza. “O Mateus chegou aqui para ganhar força, funcionalidade e equilíbrio. Primeiro a gente restabeleceu os parâmetros de força e, combinado a isso, a gente começou a entrar com exercícios de estabilização e equilíbrio com a prótese. Agora nesse bloco de reabilitação, além de trabalhar a força e o equilíbrio, estamos trabalhando a funcionalidade também, para ele ter uma independência com a prótese, para fazer as atividades de vida diária e aumentar a qualidade de vida dele”, destaca Souza.
Oficina Ortopédica
A Oficina Ortopédica é uma extensão do projeto Bella Vita, que visa reabilitar e ampliar a assistência aos pacientes, amenizando e recuperando-os das sequelas geradas pelo câncer e seu tratamento.
O Hospital de Amor conta com três unidades da Oficina Ortopédica: em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO), e confecciona órteses e prótese para pacientes oncológicos e não oncológicos. Em média, durante o mês, o HA confecciona nas três unidades da Oficina Ortopédica 30 próteses e 90 órteses. “A Oficina Ortopédica é parte integrante do processo de reabilitação e exerce uma função primordial durante todo esse processo. Nas unidades são fabricadas soluções, como órteses e próteses, que auxiliam no dia a dia de cada paciente, fazendo com que a reabilitação seja feita de modo otimizado e personalizado para cada um”, destaca o diretor de reabilitação do HA, Daniel Marconi.
Descobrir que um novo coraçãozinho está batendo dentro de si, promove uma emoção que inunda o peito de toda mãe. Saber que em breve um novo ser irá depender de você para tudo é algo incrível e, até mesmo, assustador. A jornada de ser mãe é algo transformador e libertador para a maioria das mulheres.
Uma mãe sabe que nunca mais estará sozinha, pois ela tem seu filho e seu filho a tem. Raquel Azevedo de Moraes recebeu esta emoção em dobro ao saber que sua gestação era de gêmeos.
Dois! Não era apenas um coraçãozinho, eram dois.
Logo foi decidido que as crianças se chamariam Maria e José, quase como uma singela homenagem ao casal mais conhecido do Cristianismo. O milagre do nascimento já permeava a vida desta família antes mesmo da chegada dos bebês. Mas, esta jornada que já traz tanto brilho se viu diante de um inesperado desafio para a família nordestina, natural de Recife, capital de Pernambuco. É que durante um ultrassom de rotina, a gêmea Maria Oliveira recebeu o diagnóstico intrauterino; ela tinha teratoma sacrococcigiana na região do cóccix. “Com 20 semanas de gestão eu soube sobre este tumor. A confirmação para saber se era um teratoma benigno seria feito após o parto depois cirurgia de ressecção, e em seguida a biópsia seria realizada”, explica Raquel.
Não bastasse a dificuldade de uma criança receber o diagnóstico de um tumor ainda no útero, a gravidez que já é considerada de risco por ser gemelar, tinha que receber mais cuidado, mas, a família acompanhou o crescimento de Maria e José para evitar um mal maior. “Não tinha como fazer nenhum procedimento intraútero por conta da gemelaridade, pois podia atrapalhar o outro bebê. Eles nasceram de 36 semanas, de parto cesariana, no qual Maria nasceu primeiro.
Raquel revela que José nasceu com um pouco de dificuldade respiratória por conta da prematuridade, mas nada grave. Com apenas dois dias de vida, a primogênita realizou a cirurgia de ressecção do tumor para tratar o teratoma sacrococcigiana benigno. O que foi um alívio para a família Moraes que acreditou que o tratamento estava concluído.
Raquel relata que após o procedimento foi necessário realizar acompanhamento durante 3 meses, por meio de exames de imagem e de sangue, e estava tudo bem. No entanto, quando a criança completou seis meses de vida, começou apresentar sinais de irritação e choro. “Pensamos que poderia ser alguma enfermidade relacionada à alergia ou algo gástrico. Foi quando nós começamos a investigação para identificar o que estava ocorrendo. Durante um banho, apalpei a região operada e senti uma massa, um tumor, foi quando fizemos um ultrassom de emergência e detectamos uma recidiva, quando fizemos a ressonância em 2023. Infelizmente, foi detectado um tumor do seio endodérmico – tipo de tumor germinativo, já estava com metástase na coluna, na região T10”, revela a mãe de Maria.
Como o tumor já estava em estágio avançado, ele já tinha crescido a ponto de comprimir a bexiga, e estava atrapalhando Maria fazer xixi e defecar, além das dores que a criança aparentava estar sentindo. “O crescimento estava muito rápido. Os médicos disseram que não era algo comum. Quando soubemos foi um grande baque, pois achávamos que o problema estava solucionado e a tempestade já tinha acabado quando foi feita a ressecção do tumor. Acreditávamos que o pior já tinha passado, foi tudo muito arriscado por ser uma cirurgia em uma recém-nascida. Quando senti este novo tumor, o chão se abriu novamente”, Raquel conta com um pesar na voz.
Quem conhece a pequena Maria rapidamente se encanta com seus lindos olhos, semelhantes a duas doces jabuticabas. Um sorriso fofo que contagia todos a sua volta. Esse bebê tão especial precisava receber tratamento e solucionar seu problema o quanto antes. “Eu não conhecia o Hospital de Amor. Eu nunca tinha ouvido falar sobre a instituição antes. Mas, quando a gente recebe o diagnóstico de um filho, meio que a gente se torna especialista na área, pois a gente passa a buscar tudo sobre a doença”, explica a mãe da garotinha.
A própria equipe médica do Hospital de Recife, achou melhor levar o caso até o diretor geral da unidade infantojuvenil do Hospital de Amor, Dr. Luiz Fernando Lopes, especialista no assunto. “A equipe médica acreditou que a minha filha iria se beneficiar do transplante, foi quando fomos encaminhados para iniciar o tratamento em Barretos (SP).
A luta pela vida
Apenas na unidade infantojuvenil do HA, em Barretos, por ano, em média, 300 crianças são diagnosticadas com câncer infantojuvenil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantojuvenil já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Os tipos mais comuns no início da vida são em dois contextos: os intraúteros e os lactentes – quando o câncer se desenvolve em crianças recém-nascidas, sendo a leucemia o tipo mais comum nestes casos.
No caso do câncer intraútero, os tipos mais frequentes são na região da cabeça e pescoço ou região sacral, como o caso da Maria. Segundo Dr. Luiz Fernando Lopes, as células germinativas primordiais na quarta semana da gravidez deve migrar do cérebro até as gônadas, porém, por mecanismos ainda não totalmente identificados, podem parar sua migração e sofrer alteração genética, ocasionando assim células germinativas que ocorrem intraútero, infância ou na adolescência.
Uma nova chance de tratamento
Maria precisou ficar sete meses em Barretos para realizar seu tratamento. Inicialmente, a garotinha precisou realizar o transplante autólogo (aquele qual as células precursoras da medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). Ou seja, as células da medula ou do sangue periférico do próprio paciente são coletadas e congeladas para uso posterior.
“Fiquei admirada e impressionada com o tratamento oferecido pelo Hospital de Amor, e por ser um centro de referência em pesquisa. Além do acolhimento de toda equipe e a estrutura da instituição, fiquei impressionada por ser um serviço público. Eu recomendo o Hospital de Amor”, relata Raquel.
A jornada de Maria é similar à de muitas crianças que precisam deixar as suas casas e viajar milhares de quilômetros em busca do tratamento oncológico. Felizmente, ela teve tempo realizar todos os procedimentos necessários, o que tranquilizou o coração desta destemida mãe. “Ser mãe da Maria é um grande presente e um desafio. Me aproximou de Deus. Pois o paciente oncológico não é só ele. Toda família fica envolvida neste desafio. Além disso, tem seu irmão gêmeo. Embora eu precisei me afastar dos meus outros filhos, agradeço à minha rede de apoio que me ajudou”, Raquel abre seu coração.
Quando questionada se ela tem algum conselho para famílias que acabaram de receber diagnóstico similar, ela não hesita e logo responde: “Tenha fé e se aproxime mais de Deus. O câncer nos mostra que nós não temos como controlar o que acontece em nossas vidas. Por isso, tenha fé, busque uma rede de apoio, acredite nos médicos e em Deus; creia que o melhor será feito. Aprendi que nem sempre o melhor é a cura. O que importa é que nossos filhos estejam livres da dor e sofrimento, seja aqui na terra ou em outro plano. Como profissional de saúde, achamos que a doença nunca vai chegar em nossas vidas. Foi bem difícil e tudo tomou uma proporção muito maior. Mas eu recebi todo acolhimento necessário. O hospital entende que a única coisa que a gente pode garantir para as pessoas aqui na terra é o amor, o resto a gente entrega nas mãos de Deus”.
Após o transplante, Maria precisou receber ao menos 20 transfusões, dentre hemácias e plaquetas. Além do desafio de ficar distante de toda sua família e amigos. Atualmente, a garotinha segue em acompanhamento médico, fora de tratamento, em casa.
São mais de 2.400 km que separam a residência de Maria do local onde ela recebeu uma nova oportunidade, mas o amor que a família deixou em Barretos e a gratidão que eles levaram para Recife não conhece a palavra distância. E como uma boa recifense, essa garotinha cheia de energia está dando um ‘cheiro’ em mãinha e em toda família, todos os dias.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil. Esses números representam a quantidade de pessoas diagnosticadas com essa condição a cada ano.
A soma de vários fatores contribui para o aumento deste tipo de câncer. O Hospital de Amor conversou com o médico do departamento de oncologia clínica do HA, em Barretos (SP), Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, para esclarecer dúvidas frequentes e explicar melhor o desenvolvimento da doença.
R: O câncer de esôfago é o oitavo câncer mais comum ao redor do mundo e a sexta causa de morte por câncer no mundo. No Brasil, é a sexta causa de câncer em homens e a quinta de morte por este tipo de tumor. É importante entendermos que no esôfago podemos ter “02 doenças” (ou 02 histologias) que chamamos de “câncer de esôfago”: o carcinoma espinocelular (CEC), que geralmente surge na parte superior e média do esôfago, e o adenocarcinoma, que geralmente surge na parte inferior (perto do estômago) do esôfago. Eles são diferentes não só no que se refere à localização mais frequente, mas também em termos de distribuição geográfica, fatores de risco, biologia e comportamento.
R: Para o CEC de esôfago, os principais fatores de risco são: cigarro e álcool (os principais), acalasia (distúrbio raro que dificulta ou impede que o esôfago direcione os alimentos para o estômago), infecção por HPV (Papilomavírus humano), lesão cáustica (por ingestão de soda cáustica por exemplo) previa e baixa ingestão de frutas e vegetais. Já para o adenocarcinoma de esôfago, os principais fatores de risco são: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), esôfago de Barret (metaplasia do esôfago causada pelo refluxo), obesidade e tabagismo.
R: Não existem testes validados para a prevenção do câncer de esôfago. Devemos considerar endoscopia (EDA) periódica para pessoas que têm um risco aumentado de desenvolver essa condição, são elas:
– Doença do refluxo gastroesofágico sintomática;
– Pessoas que já possuem o diagnóstico de ‘Esôfago de Barret’;
– Pessoas que têm acalasia, ingestão de soda cáustica.
R: Sim, a baixa ingestão de frutas e vegetais é um fator de risco para o câncer de esôfago. Além disso, a obesidade é um dos principais fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago.
R: O tratamento depende de qual tipo de câncer de esôfago o paciente tem (CEC ou adenocarcinoma), depende do estágio em que a doença se encontra e das condições clínicas dele. Mas é primordial uma abordagem multidisciplinar. No Hospital de Amor, os casos de câncer de esôfago são discutidos em reunião multidisciplinar com a participação de médicos oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas e radiologistas. Além da equipe médica, é muito importante um acompanhamento com a enfermeira da especialidade, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo. O tratamento pode variar desde uma simples retirada do tumor por via endoscópica, até quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Lembre-se sempre de consultar um médico especialista e adotar um estilo de vida mais saudável. Estes são passos importantes para proteger sua saúde.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira, Elaine da Silva Santos e Mário Fontainha, o que eles têm em comum? Todos eles receberam os primeiros aparelhos auditivos dispensados pelas unidades de reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP) e Porto Velho (RO)!
As unidades de reabilitação do HA realizaram, no mês de março e abril, as primeiras entregas de aparelhos auditivos para pacientes oncológicos e não oncológicos. Foram dispensados mais de 30 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais) para as pessoas que já estavam na fila do SUS (Sistema Único de Saúde), aguardando os dispositivos.
Perda auditiva
A perda auditiva nada mais é do que a redução da capacidade de ouvir sons, podendo ser temporária ou permanente. Elas podem ocorrer por diversos fatores, como infecções, idade, lesões, exposição e ruídos. Além disso, também existe a possibilidade de pessoas que realizaram tratamento oncológico perderem a audição, como destacou o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.
“Esses pacientes tiveram perda de audição (muitas vezes esperada), devido ao tratamento oncológico e, após o sucesso no tratamento, vem a segunda parte: que é a reabilitação. Além dos pacientes oncológicos, nós temos pacientes não oncológicos, como crianças – que possuem alterações congênitas que vem de um histórico familiar; e adultos – que acabam manifestando a perda auditiva um pouco mais tarde por conta de fatores como idade e excesso de exposição ao ruído”, explicou o médico.
Dispensação de aparelhos auditivos
“O que importa é eu estar ouvindo bem”, declarou Elaine da Silva Santos (46), de Barretos (SP), paciente do HA desde 2019 – quando foi diagnosticada com meningioma na cabeça e teve perda de audição. “Em 2019 eu fui diagnosticada com um meningioma na cabeça e iniciei meu tratamento no Hospital de Amor. Precisei passar por cirurgia, onde fiquei 21 dias em coma, e tive algumas sequelas. Fiquei sem andar, precisei fazer traqueostomia, tenho dificuldade na fala, tive perda de audição. Fui encaminhada para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde fiz todo o tratamento para conseguir voltar a ter uma vida normal. Tive alta da reabilitação da parte física e motora, e iniciei um novo processo, dessa vez a auditiva”, comentou a paciente.
No mês de março, Elaine recebeu dois aparelhos auditivos e, durante a entrega, a felicidade e a surpresa em seu rosto eram visíveis, pois quando os dispositivos foram ligados, ela começou a escutar sons que ela já não escutava há muito tempo, como os passos de pessoas andando no corredor do HA.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira nasceu com hidrocefalia e, com 12 anos, foi diagnosticado com meduloblastoma. Ele iniciou o tratamento oncológico na sua cidade natal, Machadinho do Oeste (RO), e posteriormente, quando o Hospital de Amor Amazônia foi inaugurado, conseguiu transferência. Atualmente com 19 anos, Dhionatan finalizou o tratamento e, a cada seis meses, passa por consultas e realiza exames de acompanhamento.
Além disso, ele também realiza sessões na unidade de reabilitação do HA em Porto Velho (RO), o ‘DREAM Amazônia’. Porém, há dois anos, a família de Dhionatan percebeu que ele não estava ouvindo direito. “Sempre quando a gente conversava, a gente via que ele perguntava muito: ‘O que foi, pai?’ O que foi, mãe? Não estou escutando direito.’ E sempre que ele ia fazer os exames no hospital, a médica ia notando esse problema também. Foi aí que ela pediu o exame e o diagnostico aconteceu: perda de audição”, contou o pai de Dhionatan, Leucimar Nunes Teixeira.
Assim como Elaine, Dhionatan recebeu os aparelhos auditivos! “Eu me sinto muito feliz, a sensação de ouvir novamente é incrível”, comentou.
Em 2007, com oito anos, Mário Fontainha foi diagnosticado com meduloblastoma com hidrocefalia. Ele veio de Ji-Paraná (RO) para realizar o tratamento no HA, em Barretos (SP), e há mais de 15 anos teve alta, realizando o acompanhamento anual. Atualmente, com 25 anos, Mário reside na cidade de Valentim Gentil (SP) e, de uns anos para cá, percebeu uma perda significativa na audição.
Ele também foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde passou por consultas com a equipe multidisciplinar (com otorrinolaringologista e fonoaudiologia) e realizou diversos exames para se ter um diagnóstico. No resultado foi constatada a perda auditiva, e o tratamento de reabilitação indicado para o Mário foram os aparelhos auditivos.
“Receber os aparelhos está sendo um verdadeiro presente. Com os aparelhos minha vida vai mudar muito, tanto pessoal quanto profissionalmente. Sem o aparelho eu sofria muito, principalmente no meu emprego, pois eu trabalho virado de costas para a equipe e, toda vez que uma pessoa precisa falar comigo, eu não conseguia escutar eles chamarem, era necessário que eles viessem até mim.”
A importância do diagnóstico
Ao dar entrada nas unidades de reabilitação do HA, os pacientes passam por avaliações e uma série de exames. Com o diagnóstico, é possível identificar como a perda vai evoluir com o passar dos anos e qual o tratamento é indicado para o paciente. “Quando eu tenho um diagnóstico, eu sei como essa perda vai evoluir, eu sei quais as dificuldades que o paciente vai ter no processo de reabilitação e, sabendo também o nível da perda de audição, eu consigo entender a dificuldade do paciente no dia a dia. É muito importante eu caracterizar e saber o grau e o porquê o paciente teve aquela perda de audição, para ser tratado de maneira adequada. Nem todo caso é de aparelho auditivo, nós temos casos em que é possível corrigir com cirurgia ou com tratamento clínico. Nós temos um leque de opções a partir de cada perda, mas, na maioria das vezes, o aparelho auditivo é o recurso que irá beneficiar esse paciente”, explicou Dr. Baston.
A perda da audição influencia diretamente na vida de uma pessoa, sendo o primeiro ponto o isolamento social. Indo mais além, a surdez interfere diretamente no desenvolvimento de doenças nos adultos e no atraso de aprendizagem em crianças, como destaca o médico otorrinolaringologista. “A privação sensorial está relacionada, por exemplo, em um adulto, diretamente com o desenvolvimento de doenças da cognição, como Alzheimer e demência, então nós sabemos que realizando a reabilitação desses pacientes, é possível frear ou até barrar esse processo. E falando de crianças, quando elas são submetidas ao tratamento oncológico e tem algum grau de acometimento auditivo, elas precisam ser reabilitadas o quanto antes, de uma maneira eficiente e muito bem-feita, pois isso influencia na escola, no nível de aprendizagem, no desenvolvimento cognitivo e nas relações sociais”, comentou o médico.
Unidades de reabilitação
Acolher com humanização, tratar com dignidade, salvar vidas e reabilitar! Estas são algumas das maiores diretrizes do Hospital de Amor. Em mais de 60 anos de história, a instituição vai muito além do tratamento oncológico: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor conta com três unidades de reabilitação – em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO) – com foco na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais de pacientes oncológicos e não oncológicos.
O Centro Especializado em Reabilitação de Araguaína (TO) realiza, desde novembro de 2022, a reabilitação auditiva de pacientes. A unidade já fez a dispensação de mais de 441 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais), para 234 pacientes (aproximadamente).
Muito se ouve sobre desnutrição, principalmente sobre desnutrição hospitalar, mas você sabia que de 15% a 40% deste problema tem prevalência no diagnóstico de câncer? Dados da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) informam que a desnutrição hospitalar está associada diretamente ao aumento significativo de morbidade e mortalidade, com taxas que variam entre 20% e 60% em adultos hospitalizados – condição que piora, progressivamente, em idosos e pacientes críticos durante a hospitalização.
Este estado de deficiência nutricional – que pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções – é um problema de saúde pública que requer atenção. O cenário se torna ainda mais preocupante quando a desnutrição está relacionada a pacientes em tratamento de câncer, devido à uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao próprio tratamento.
De acordo com uma pesquisa da ESPEN Fact-Sheet (The European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), a incidência de desnutrição aumenta de 40% a 80% durante tratamentos oncológicos. E mais do que isso: alguns tipos específicos de câncer, como pâncreas, pulmão e digestivo, estão associados a um maior risco.
Para você entender melhor o assunto, o médico intensivista do Hospital de Amor, Dr. Luís Henrique Simões Covello, esclareceu as principais dúvidas sobre o tema. Confira a entrevista completa, cuide da sua saúde e da saúde de seus familiares!
1) O que é desnutrição e o que causa este distúrbio no paciente oncológico?
R: A desnutrição é um estado patológico resultante da ingestão insuficiente de calorias, proteínas e outros nutrientes. Este estado de deficiência nutricional pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções. Em pacientes oncológicos, a desnutrição é comum devido a uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao seu tratamento.
2) Quando ela é identificada?
R: A desnutrição é normalmente identificada pelo índice de massa corporal (IMC) reduzido. No entanto, é necessária uma avaliação mais ampla envolvendo a história clínica e alimentar dos pacientes, principalmente os oncológicos.
3) É um quadro preocupante? Por quê?
R: A desnutrição é particularmente preocupante em pacientes oncológicos devido a razões relacionadas ao impacto negativo tanto no tratamento, quanto nos resultados de saúde gerais. Ela causa:
– Comprometimento da função imunológica;
– Redução da tolerância ao tratamento;
– Piora na qualidade de vida;
– Atraso na recuperação e cicatrização;
– Aumento da toxicidade do tratamento;
– Impacto na efetividade do tratamento;
– Aumento da mortalidade.
4) Em quais tipos de câncer a incidência de desnutrição é maior?
R: A incidência de desnutrição é particularmente alta em certos tipos de câncer, especialmente aqueles que afetam o trato gastrointestinal ou aqueles que são metabólica e fisicamente mais agressivos, como por exemplo os cânceres de pâncreas, pulmão e cabeça e pescoço.
5) Existe alguma diferença deste distúrbio entre homens e mulheres?
R: Dados mostram que, dos pacientes desnutridos, 60% são homens e 40% são mulheres.
6) Durante o tratamento oncológico, como a desnutrição pode ser evitada?
R: Algumas estratégias podem ser utilizadas para prevenção e cuidado com a desnutrição nos pacientes oncológicos em qualquer fase do seu tratamento. São elas:
7) A família pode contribuir neste caso? Como?
R: O apoio da família é crucial no manejo da desnutrição em pacientes oncológicos, ajudando não só a preservar o estado nutricional do paciente, mas também a melhorar sua qualidade de vida durante um período desafiador. Aqui estão algumas formas como a família pode contribuir efetivamente: