De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.
Em 2020, o Brasil registrou 6.650 novos casos de câncer de ovário, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres no país. Mas, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), no triênio que contempla o período de 2023 a 2025, o número previsto já é superior, ultrapassando os 7 mil novos casos por ano. Ainda segundo a instituição, a região com maior incidência é a Sudeste.
A doença ocupa o sétimo lugar no ranking nacional de mortalidade entre as brasileiras, isso porque o câncer de ovário ainda é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, diminuindo as possibilidades de tratamentos com fins curativos e a taxa de sobrevida. No mundo, dados mostram que apenas 45% das mulheres diagnosticadas possuem uma taxa de sobrevida de cinco anos, uma taxa que é de 89% nos casos de mulheres com câncer de mama.
Por isso, o cirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Carlos Andrade, ressalta a importância da observação de alguns sinais e sintomas da doença. “Os sintomas do câncer de ovário em estádios iniciais são muito fracos e podem facilmente serem confundidos com uma má digestão, dor muscular ou sintomas urinários. É importante alertar que mulheres com sintomas urinários ou intestinais que persistem por mais de uma semana, e que não tenham nenhum diagnóstico que justifique, devem ser investigadas para câncer de ovário. Pode ser uma sensação de empachamento, uma constipação, um aumento do volume abdominal ou um aumento da frequência urinária”.
Fatores de risco
Segundo a World Ovarian Cancer Coalition, uma organização global sem fins lucrativos focada não apenas na conscientização, mas no avanço de pesquisas e novos tratamentos da doença, ainda não há um teste simples ou exame de rotina preciso para o diagnóstico precoce, mas alguns fatores de risco devem ser levados em consideração no acompanhamento clínico padrão.
Idade: a maioria dos casos de câncer de ovário ocorre em mulheres com mais de 55 anos, pois a doença também está relacionada ao grau de atividade hormonal feminina. Mas alguns tipos de câncer de ovário podem aparecer em mulheres jovens;
Genética: mulheres portadoras de mutações genéticas nos genes BRCA1 ou BRCA2 (genes que ajudam a reparar os danos nas células), também relacionadas ao surgimento do câncer de mama, estão mais propensas ao desenvolvimento da doença. As portadoras de mutações no primeiro gene apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida, enquanto mutações no segundo gene oferecem risco de 25%.
Histórico familiar: dados mostram que as mulheres com maior o risco de desenvolverem câncer de ovário são as que possuem dois ou mais parentes que tiveram câncer de ovário, da mama, do cólon ou do útero, independente da ascendência de origem materna ou paterna. Cerca de 15% dos casos de câncer de ovário têm antecedentes familiares.
Outros fatores: por ser uma doença ligada à atividade hormonal, especialistas destacam que o risco de desenvolvimento do câncer de ovário é maior nas mulheres que não tiveram filhos, que nunca tomaram a pílula anticoncepcional, que iniciaram o período menstrual muito cedo ou cuja menopausa começou mais tarde do que a média e em mulheres que já tiveram endometriose.
Prevenção
– Conheça seu corpo: esteja atenta a qualquer mudança incomum;
– Consultas médicas regulares: realize exames ginecológicos regularmente;
– Histórico familiar: se houver casos de câncer de ovário na família, informe seu médico;
– Uso de anticoncepcionais: alguns estudos sugerem que o uso prolongado de anticoncepcionais pode reduzir o risco, porém, o uso do anticoncepcional também pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer de mama. Assim, é de extrema importância a consulta com o médico especialista para avaliação e indicação caso a caso.
Diagnóstico
A ecografia pélvica transvaginal e transabdominal são exames que permitem o diagnóstico e a avaliação em casos suspeitos de tumores nos ovários, mas o acompanhamento clínico é imprescindível para resultados positivos quando o assunto é diagnóstico precoce! Atualmente, a medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 também tem sido uma ferramenta importante, visto que cerca de 80% das mulheres com câncer de ovário possuem esse marcador elevado.
Tratamento
Em casos aonde há suspeita de tumor de ovário, a cirurgia exploratória é recomendada para avaliação e definição de estadiamento da doença, podendo acontecer apenas a remoção do tumor ou ainda a necessidade da retirada do útero e dos ovários. A depender do estágio, tratamentos adjuvantes de quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo podem ser utilizados.
Lembre-se sempre de consultar seu médico e seguir as orientações para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. A prevenção e a conscientização são essenciais na luta contra o câncer de ovário.
Tratamento humanizado associado à tecnologia! Atualmente, o Hospital de Amor conta com três unidades especializadas em Reabilitação: em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO), com equipamentos altamente tecnológicos, que auxiliam pacientes oncológicos e não oncológicos na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais.
Imagina um videogame com uma tela grande, projetada na parede da sua casa, onde você consegue movimentar coisas apenas com um toque? Essa tecnologia é chamada de realidade virtual, que está presente no NIRVANA, equipamento utilizado nos atendimentos de pacientes dos Centros de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos e em Araguaína.
Trata-se de um dispositivo que auxilia na reabilitação motora e cognitiva de pacientes que tiveram suas funções perdidas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento oncológico) ou diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia e deficiência intelectual. Além disso, o NIRVANA proporciona ao usuário uma experiência imersiva, por meio do seu sistema, criando um ambiente realista de acordo com o que ele vive, possibilitando trabalhar coordenação motora, equilíbrio, destreza manual, amplitude de movimento, estimulação cognitiva e baixa visão.
Uma das principais funções do equipamento é a estimulação neurossensorial, como destaca a educadora intelectual e psicopedagoga do Centro de Reabilitação do HA, Maria Laura de Barros Pedro. “Após uma avaliação do paciente, é realizado um estudo e traçado um plano de tratamento, onde já iniciamos a reabilitação com o NIRVANA. Todos os nossos pacientes, sejam eles oncológicos ou não, passam pelo dispositivo, pois além de acelerar o processo de recuperação e desenvolvimento, é possível trabalhar estimulação, comunicação e cognição através dos exercícios”, explica Maria Laura.
Os exercícios são todos adaptados, o que possibilita atender pacientes de diferentes faixas etárias, condições físicas, motoras e intelectuais. “Durante o processo de reabilitação, aproximadamente 30 pacientes passam por dia no NIRVANA e nós conseguimos adaptar os exercícios em tempo real, aproximando ao máximo da realidade em que o paciente está inserido, seja em sua casa, escola e trabalho. Conforme sua evolução, o próprio sistema vai ajustando os níveis de dificuldade”, destaca a psicopedagoga.
A reabilitação com o NIRVANA, associado a outras estratégias de tratamento, faz com que o paciente seja proativo na realização das tarefas, se tornando cada vez mais independente.
Parceria com Alok
O equipamento está sendo utilizado na reabilitação de pacientes do HA desde 2022, e foi adquirido por meio de uma doação realizada pelo Instituto Alok. O artista doou o cachê de um show realizado durante a Festa do Peão de Americana.
No dia 24 de agosto de 2022, em uma visita ao Hospital de Amor Barretos, o DJ conheceu de perto o dispositivo. Na ocasião, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu o artista e o homenageou com uma placa em seu nome. Em 2023, Alok repetiu o gesto de amor e solidariedade, e doou novamente seu cachê para a instituição, dessa vez o do show realizado durante a Festa do Peão de Barretos.
Você sabia que agentes infecciosos como bactérias e vírus podem causar câncer? Segundo o médico coordenador do departamento de Cabeça e Pescoço e Pesquisador do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, de 15 a 17% de todos os tumores malignos possuem relação com esses agentes, incluindo o câncer de colo uterino, predominantemente ocasionado pelo papiloma vírus humano (HPV), com incidência de mais de 17 mil novos casos por ano apenas no Brasil.
O médico conta que já ficou também evidenciada cientificamente uma relação entre o HPV e o câncer de orofaringe ou garganta. “Um estudo desenvolvido no HA, em Barretos (SP), mostrou que cerca de 20% dos pacientes com câncer de garganta tiveram sua doença associada com a infecção crônica pelo HPV. Em outros países, como os Estados Unidos, o HPV chega a ser responsável por 90% dos tumores de garganta. Além do câncer de colo do útero e da garganta, existem outros diretamente relacionados ao HPV, como o de ânus, pênis, vagina e vulva e todos de transmissão sexual”, explica Gama.
Mas o especialista revela que a infecção pelo HPV não é a única vilã, existem evidências que também comprovam que o câncer de estômago está associado com a infecção pela bactéria conhecida como Helicobacter pilory; assim como o vírus HIV (da AIDS) pode ser fator de risco para alguns tipos de câncer do sistema linfático, como o linfoma; enquanto o vírus de Epstein-Barr (EBV) pode ter relação com o carcinoma nasofaríngeo indiferenciado, o câncer gástrico e o linfoma.
Como pacientes oncológicos devem prevenir infecções
Segundo o infectologista, para o tratamento do câncer o paciente pode precisar de cirurgia que, muitas vezes, são cirurgias de grande porte, quimioterapia ou radioterapia. “A depender do tipo de câncer, estes três tipos de tratamento podem ser associados. Tanto a quimioterapia como a radioterapia diminuem as defesas do paciente e isso coloca o paciente em risco de adquirir infecções”, explica Tarso.
Para os pacientes que irão iniciar o tratamento oncológico, uma das principais medidas para prevenção de infecção é a atualização da carteira de vacinação conforme a faixa etária/idade. Pelo Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, as seguintes vacinas são recomendadas para os pacientes que irão fazer quimioterapia e/ou radioterapia: difteria acelular, coqueluche, tétano, Haemophilus influenza b (conjugada), hepatite B, poliomielite (inativada), sarampo, caxumba, rubéola, zoster, febre amarela, influenza, COVID-19, meningite C, HPV, pneumocócica (VPC13 e VPC23). Todas elas estão disponíveis pelo SUS, entretanto vacinas com vírus vivos ou atenuadas (febre amarela, zoster, sarampo, caxumba, rubéola, pólio oral) são contraindicadas para pacientes em quimioterapia e/ou radioterapia.
“Ressalto que essa contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Infelizmente, devido a urgência do tratamento oncológico, o paciente não tem tempo de atualizar sua carteira de vacinação antes do início da quimioterapia e/ou da radioterapia”, enfatiza o Dr. Paulo, que reforça também a necessidade de os familiares estarem com as seguintes vacinas em dia: influenza (gripe), sarampo, rubéola, caxumba e COVID-19.
Cuidados que o paciente oncológico deve ter
É importante que os pacientes que estão em tratamento oncológico evitem contato com pessoas que estejam com infecções transmissíveis, como gripe, resfriado, COVID-19, pneumonia e indivíduos com diarreia, por exemplo. Além disso, os pacientes também devem evitar lugares aglomerados e com pouca ventilação. “Se não for possível evitar tais lugares, eles deverão fazer uso de máscara cobrindo a boca e o nariz enquanto permanecerem nesses locais. Outra medida importante é em relação à alimentação (cuidados alimentares para pacientes oncológicos). Deve-se ter cuidado especial no preparo dos alimentos, como higienizar adequadamente as verduras e legumes, e dar preferência para aqueles que sejam cozidos. As frutas também devem ser higienizadas antes de serem ingeridas e deve-se dar preferência para as que sejam descascadas para serem ingeridas”, detalha o especialista.
Preparação correta
De acordo com o médico, as verduras, frutas e legumes além de serem lavadas em água corrente, também poderão ser submetidas à desinfecção com água sanitária. “Para fazer a solução na proporção correta, use 8ml (uma colher de sopa cheia) de água sanitária para cada litro de água potável. Frutas, legumes e verduras podem ficar de molho na solução de água potável e água sanitária por cerca de 15 minutos. No caso das folhosas, este tempo pode ser reduzido para 10 minutos. Após a imersão, enxaguar bem o alimento em água filtrada ou água corrente tratada com cloro”, explica.
O infectologista também reforça que as carnes (aves, carne bovina e peixes) e os ovos devem estar bem cozidos, ou seja, evitar o consumo de carnes ou ovos malpassados. “Uma outra regra básica e fácil para evitar a contaminação dos alimentos após o preparo, é consumir os pratos quentes antes que eles esfriem e os gelados antes que eles esquentem. Quando são preparadas para servir mais de uma refeição, deve-se refrigerar em geladeira quando ainda não estiverem totalmente frios, ou seja, eles devem ir para geladeira com a temperatura um pouco menor do que chamamos de morno (nem quente e nem completamente frio)”.
Também existem outras recomendações importantes, como não ingerir água que não seja clorada, como água de mina, fontes, cisternas, etc. Além da higiene das mãos, que é uma importante medida de prevenção de infecções, devendo ser realizada antes de se alimentar, antes de preparar os alimentos, após o uso do banheiro, após tocar superfícies que muitas pessoas tocam, com por exemplo maçanetas de banheiro público/coletivo, antes de colocar a mão na boca, nos olhos ou nas narinas.
Dengue, Zika e Chikungunya
Nesta semana, diversos portais de notícias divulgaram que o ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira (de 80 anos), foi diagnosticado com Linfoma de Hodking – tipo de câncer que se origina no sistema linfático e apresenta alto índice de cura. Segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o treinador foi diagnosticado há quatro meses, está fazendo quimioterapia e evoluindo positivamente no tratamento.
A doença, que tem incidência de três casos por 100 mil habitantes no Brasil, também já acometeu outros famosos. Em setembro de 2021, o comentarista esportivo Caio Ribeiro anunciou nas redes sociais que estava com este tipo de tumor. “A boa notícia é que ele tem 95% de (chance de) cura e meu corpo está respondendo muito bem ao tratamento”, declarou.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre os anos de 2010 e 2019 foram registrados 48.839 óbitos por linfomas, com média de 4.884 mortes por ano. Entretanto, a incidência de novos casos permaneceu estável nas últimas cinco décadas e a mortalidade reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970, graças aos avanços nos tratamentos da doença. Atualmente, a maioria dos pacientes com Linfoma de Hodgkin pode ser curados com os procedimentos disponíveis.
O Hospital de Amor conversou com a médica e coordenadora do departamento de hematologia da instituição, Dra. Isabela Assis de Siqueira, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, informe-se e cuide da sua saúde!
– O que é Linfoma de Hodgkin?
R.: Linfoma ou doença de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático – conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células por meio do corpo. Trata-se de uma doença que acomete mais comumente adultos jovens, entre 15 e 35 anos, porém há um segundo pico de incidência entre 75 e 80 anos. No Brasil, de acordo com dados do INCA, a estimativa de novos casos é de 3.080, sendo 1.500 homens e 1.580 mulheres.
– O que causa Linfoma?
R.: O linfoma se desenvolve quando ocorre uma desregulação na proliferação das células de defesa, os linfócitos. O motivo que desencadeia essa modificação ainda é desconhecido. Sabe-se que há maior risco de se desenvolver o Linfoma de Hodgkin:
– Pessoas imunocomprometidas (infecção pelo HIV e uso de drogas imunossupressoras, por exemplo).
– Membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas tiveram diagnóstico da doença.
– Infecção por vírus ‘Epstein-Baar’.
– Exposição à agrotóxicos e solventes.
– Quais são os principais sinais e sintomas desse tipo de tumor?
R.: Os sintomas relacionados ao Linfoma de Hodgkin podem variar dependendo de sua localização. Em geral, se caracteriza por percepção de aumento progressivo de nódulos (ínguas) indolores em regiões cervical, axilar e/ou virilha; febre vespertina diária; perda de peso; sudorese noturna; se localizada em região torácica, pode apresentar falta de ar, tosse ou dor torácica. Coceira generalizada e dor em linfonodos imediatamente após a ingestão de bebida alcoólica também podem ocorrer.
– Como detectar o Linfoma de Hodgkin?
R.: O diagnóstico do Linfoma de Hodgkin é feito com a realização da biópsia por retirada de algum gânglio para análise anatomopatológica e estudo imunohistoquímico. Exames de imagem, como Tomografias ou PET CT, são importantes para o estadiamento, ou seja, sabermos quais os locais do corpo estão comprometidos pela doença. Além disso, exames de sangue, como hemograma, função hepática e renal, são necessários para avaliação inicial e seguimento.
Patologicamente, o Linfoma de Hodgkin é dividido em
• Linfoma de Hodgkin clássico – que compreende 95% dos casos, que por sua vez é subdividida em: Esclerose Nodular (60 a 80%), Celularidade Mista (20 a 30%), Rico em linfócitos e Depleção linfocitária.
• Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocítico nodal – que responde por 5% dos casos e, além de ser patologicamente diferente, o curso clínico é mais indolente (sem dor) e o tratamento diferente dos demais subtipos.
– Como ocorre a prevenção do Linfoma de Hodgkin?
R.: Ainda não há indicação de exames de rastreamento para linfomas, porém, reduzir a exposição à fatores de risco podem diminuir as chances de desenvolvimento da doença.
Atualmente, a difusão da informação sobre sinais e sintomas é a principal medida para o diagnóstico em estágios mais precoces da doença, o que possibilita melhores resultados no tratamento.
– Quais são os tipos de tratamento para este tipo de linfoma? E quais são os índices de cura?
R.: Nos últimos 40 anos, um importante progresso foi obtido no tratamento do linfoma de Hodgkin. Aproximadamente 70-80% dos pacientes são curados, atualmente, com os esquemas quimioterápicos disponíveis. E, mesmo nos pacientes com doença em estágio avançado, a cura pode ser obtida em mais de 50% dos casos.
O tratamento adequado para a doença vai depender do subtipo do Linfoma de Hodgkin e do seu estadiamento, podendo compreender quimioterapia e/ou radioterapia.
– O padrão ouro para tratamento do Linfoma de Hodgkin clássico, em âmbito SUS, é a quimioterapia ABVD (adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina). A duração do tratamento e a associação de radioterapia vai depender do estadiamento da doença.
– Já para os pacientes com Linfoma de Hodgkin recaídos ou refratários ao tratamento inicial, o indicado é o tratamento com quimioterapia de resgate e transplante de medula óssea (TMO) autólogo.
– Atualmente, temos ainda a imunoterapia para tratamento de Linfoma de Hodgkin refratário/recidivado.
– No Hospital de Amor existe algum protocolo específico de tratamento ou alguma pesquisa na área?
R.: No Hospital de Amor, em Barretos (SP), além de tratamento via SUS com ABVD e radioterapia em primeira linha, quimioterapia de resgate e transplante autólogo de medula óssea para casos refratários/recidivados, há também uma Unidade de Pesquisa Clínica com protocolos de pesquisa que oferecem aos pacientes do HA e de outras instituições a possibilidade de acesso às novas linhas de tratamento. Atualmente, existem dois protocolos de pesquisa em andamento, com diferentes medicações para pacientes com doença refratária/recidivada.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Em 2004, o cofundador da Apple, Steve Jobs, foi diagnosticado com câncer de pâncreas. Oito anos depois, com o tumor em estado metastático (ou seja, espalhado por outros órgãos) e algumas complicações, ele faleceu. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença representa 2% do total de casos diagnosticados no país e 4% das mortes. Isso porque possui difícil detecção e por ter comportamento agressivo, o que limita as opções de tratamento.
No Brasil – sem contar os tumores de pele não melanoma – o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo considerado por especialistas como uma das formas mais letais de tumor maligno (ele costuma matar 95% dos pacientes em cinco anos). Em números absolutos, o INCA calcula que em 2020 essa doença matou 5.882 homens e 6.011 mulheres, tornando-se o sétimo tumor mais mortal para eles e o quinto para elas.
Diversas personalidades foram vítimas do câncer de pâncreas (ainda pouco divulgado), entre elas o ator americano Patrick Swayze, o tenor italiano Luciano Pavarotti e o ator brasileiro Raul Cortez. Afinal: quem nunca teve um parente ou amigo próximo com câncer de pâncreas?
O Hospital de Amor conversou com coordenador do departamento de cirurgia digestiva alta da instituição, Dr. Fernando Ernesto Cruz Felippe, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Doar medula óssea é um gesto de solidariedade que pode ajudar pacientes que têm o transplante como a única chance de cura. E você sabia que, em função das características genéticas do sistema HLA (Human Leucocyte Antigen: que significa Antígeno Leucocitário Humano), esta chance é de 30% entre irmãos e muito menor quando buscamos doadores não-aparentados?
Por este motivo, existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 38 milhões de doadores no mundo. Dentre eles está o REDOME – terceiro maior registro, responsável pela manutenção das informações de todos os doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e pela identificação de possíveis doadores. Atualmente, ele tem suas atividades coordenadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e representa, para os pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador não-aparentado.
Mas afinal, como se tornar um doador voluntário de medula óssea? Entenda o assunto e saiba como você pode salvar vidas!
O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Nela, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é recomendado a pacientes com doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias, por exemplo, e também para os casos de anemia aplástica, linfomas, entre outras.
O transplante é a substituição da medula óssea doente por uma saudável. Com isso, o organismo do paciente transplantado passa a produzir novas células da medula óssea e do sangue.
Quem pode doar?
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade;
– Estar em bom estado de saúde;
– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite);
– Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Se você estiver dentro de todos esses requisitos, basta fazer um cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
Como funciona o cadastramento?
Para fazer o cadastro, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante e para identificar suas características
genéticas. Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
A partir disso, todas as informações genéticas do doador e dos pacientes são cruzadas. Uma vez identificado um potencial doador compatível, ele é contatado e convidado a realizar novos testes de compatibilidade e uma avaliação clínica e laboratorial. Confirmada a compatibilidade com o paciente e o bom estado-de-saúde do doador, a doação é agendada. Este processo costuma levar 60 dias e não é necessária nenhuma mudança de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.
Como é feita a doação?
A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde. Existem duas formas de doar (por punção ou aférese) e a decisão do procedimento mais adequado é feita pelo médico.
1) No primeiro caso, o doador é anestesiado em centro cirúrgico e requer internação de 24 horas. Uma porção da medula é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções com agulhas, com duração de cerca de 90 minutos. O doador retorna às suas atividades habituais uma semana após a doação.
2) No segundo procedimento, chamado aférese, o doador toma um medicamento por cinco dias, que faz com que as células da medula óssea circulem na corrente sanguínea. Estas células são retiradas diretamente pelas veias do braço do doador, com uso da máquina de aférese, com duração de cerca de 3 a 4 horas.
• Nos dois casos, a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
Como fica o paciente pós transplante?
Depois de um tratamento que destrói sua própria medula óssea com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente receberá a nova medula por meio de uma transfusão. Em três semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.
Onde é possível fazer o cadastro para ser um doador voluntário de medula?
O cadastro de doadores voluntários no REDOME é realizado nos hemocentros de todo o país, portanto, procure o mais próximo de você para obter mais informações. Em Barretos (SP), vá até o Hemonúcleo do Hospital de Amor e nos ajude nessa missão!
• Vale lembrar que: o cadastro permanecerá ativo no REDOME até a pessoa completar 60 anos de idade, ou seja, ela poderá ser selecionada para um paciente ao longo de toda a sua vida. Por este motivo, é muito importante que o doador mantenha seus dados pessoais atualizados – o que pode ser feito por meio do site do próprio REDOME.
Informações:
Em caso de dúvidas, entre em contato com o hemonúcleo do HA pelo telefone: (17) 3321-6600 (ramal: 6941 ou 6753).
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O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, sendo uma das principais causas de morte entre adultos, jovens e crianças. E os números seguem uma crescente por motivos diversos, incluindo fatores hereditários e ambientais.
Números estimados
O número de casos novos de câncer infantojuvenil estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.930, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. Estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino. Esses valores correspondem a um risco estimado de 140,50 casos novos por milhão de crianças do sexo masculino e de 128,87 por milhão do sexo feminino. O câncer infantojuvenil no sexo masculino será mais frequente na Região Sul (153,29 por milhão), seguido pelas regiões Sudeste (145,61 por milhão), Centro-oeste (143,89 por milhão), Nordeste (138,10 por milhão) e Norte (111,10 por milhão). Para o sexo feminino, a Região Sul (151,19 por milhão) tem a maior incidência, seguida pelas Regiões Sudeste (144,11 por milhão), Centro-oeste (128,19 por milhão), Nordeste (114,23 por milhão) e Norte (87,56 por milhão).
Mortalidade
O câncer já é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, representando 8% do total de óbitos nessa faixa etária.
Desafios
A descoberta tardia da doença e a dificuldade de acesso a centros especializados são obstáculos significativos. Além disso, o diagnóstico preciso e as novas terapias são áreas que precisam de atenção contínua.
Diagnóstico precoce, uma janela de esperança
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas. Segundo o Dr. Luiz Fernando Lopes, diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, o diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança. “A maioria dos tumores pediátricos iniciam-se com sinais muito parecidos com sinais de outras doenças que são comuns na criança e com isso podem muitas vezes confundir os pais. Se estes pais forem alertados, assim como os professores nas escolas e toda comunidade, aumenta a chance de alguma pessoa perceber algo na criança.” e ressalta, “A chegada tardia a um centro especializado pode tirar da criança a chance de cura ou diminuir bastante essa chance”.
Sintomas
Fique atento a sinais como perda de peso inexplicada, dores persistentes, febre prolongada, manchas na pele, inchaços e sangramentos anormais.
Papel dos pais e profissionais de saúde
Os pais devem estar atentos aos sintomas e buscar assistência médica imediatamente. Os profissionais de saúde têm um papel crucial na identificação precoce e encaminhamento para tratamento especializado.
Tipos de câncer infantojuvenil
O câncer na criança e no adolescente (entre 0 e 19 anos), ou câncer infantojuvenil, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o infantojuvenil é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Um dos tipos mais comuns de câncer infantojuvenil e que é o mais tratado na unidade do Hospital de Amor em Barretos (SP), é o cerebral, com taxas de curas acima da média nacional, ainda segundo o Dr. Luiz Fernando.
“Embora leucemias agudas sejam as mais prevalentes em quase todos os países e os tumores cerebrais os que estão em segundo lugar, em Barretos temos mais tumores cerebrais que chegam em aqui para tratamento. Estes tumores exigem sofisticação técnica para trata-los: equipe especializada que analisa em laboratório o componente genético (e o tratamento adequado depende destes estudos), exige neurocirurgiões habilitados em tumores cerebrais pediátricos, médicos e enfermeiros que cuidam exclusivamente destes tumores). As taxas de cura dos tumores cerebrais em Barretos é maior do que a média nacional”.
• Leucemia
A leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea e impedindo que as células normais sejam produzidas, provocando infecções, palidez, sangramentos, dor nos ossos e articulações, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso.
• Tumores do sistema nervoso central
Os tumores do sistema nervoso central, cérebro e cerebelo são os tumores sólidos mais frequentes na infância e representam aproximadamente 20% dos cânceres infantis. Podem causar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos. O diagnóstico do tipo exato de tumor é feito durante a cirurgia. Entretanto, imagens feitas com ressonância magnética podem sugerir os diferentes tipos de tumores nestas regiões do sistema nervoso central.
• Linfoma não Hodgkin
Conhecido como câncer do sistema linfático, pode estar presente em qualquer parte do corpo, principalmente no tórax e abdômen. Na barriga, pode causar parada de evacuações e dor na região. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. Ao ser diagnosticado precocemente, o índice de cura é de 80%.
• Doença de Hodgkin
É um tumor que acomete gânglios e baço, sendo mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos se inicia com adenomegalias, que são ínguas com crescimento progressivo. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do linfoma é feito por meio de biópsia de um gânglio aumentado. O tratamento é realizado com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas, 85 ficam completamente curadas.
• Neuroblastoma
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumor de Wilms
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumores ósseos
Os tipos mais comuns são Sarcoma de Ewing e Osteossarcoma. O local mais frequente é acima ou abaixo do joelho. Provocam dor óssea, que piora à noite ou com atividade e inchaço na área ao redor do osso. A pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver inchaço no local. Podem ser confundidos principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-los, é necessário realizar raio X do local doloroso e biópsia com agulha sem cortar a pele. O tratamento é realizado com cirurgia e quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura para até 70%.
• Retinoblastoma
No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando esta é exposta à luz. Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido. Alguns retinoblastomas são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente a partir do nascimento, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.
“Passos que Salvam”
A campanha Passos que Salvam tem como objetivo conscientizar a população de mais de 300 cidades em todo o Brasil, sobre a importância do diagnóstico precoce dos vários tipos de câncer infantojuvenil. Trata-se da maior mobilização simultânea de conscientização sobre o câncer do Brasil. A caminhada acontece anualmente no mês de novembro.
Mais informações
Para orientações sobre agendamento e atendimento na unidade Infantojuvenil no Hospital de Amor, entre em contato pelo WhatsApp: (17) 3321-5403.
No último dia 13 de dezembro, médicos especialistas em radiologia do Hospital de Amor e demais centros oncológicos do Brasil que executam a técnica de ‘Ablação’ via SUS (Sistema Único de Saúde), promoveram o ‘Dia da Conscientização da Cirurgia Sem Cortes: Ablação’. Com dois objetivos principais, que é: (1) fazer com que a população conheça a ablação de tumores, suas indicações, vantagens e disponibilidade em alguns centros na saúde pública; e (2) divulgar às autoridades de saúde sobre o procedimento, a fim de ampliar sua disponibilidade e financiamento no SUS – a data foi escolhida para se tornar referência nacional.
De acordo o médico radiologista do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Henrique Hypolitti, a radiologia intervencionista é uma especialidade médica que utiliza técnicas minimamente invasivas para diagnóstico e tratamento de doenças. Guiados por equipamentos de imagem (tomografia computadorizada, ultrassonografia e fluoroscopia), é possível introduzir agulhas e cateteres através da pele, permitindo realização de biópsias, drenagens, controle de sangramentos, tratamento de tumores e até quimioterapias diretamente nos tumores, oferecendo uma rápida recuperação ao paciente e evitando procedimentos cirúrgicos mais agressivos.
O especialista do HA explica que “A ablação tumoral é uma técnica em que uma agulha é inserida através da pele e posicionada no interior da lesão, utilizando-se os aparelhos de imagem (mais comumente tomografia computadorizada e ultrassom) como guia para o posicionamento do dispositivo ser realizado com segurança. Após o posicionamento correto, geralmente a extremidade da agulha localizada no tumor é capaz de produzir altas temperaturas (quente ou frio, a depender da técnica) e estas temperaturas irão gerar a destruição das células cancerígenas”.
Os tumores que frequentemente são tratados por meio do procedimento são: do fígado, rim, pulmão, osso, tireoide e adrenal, podendo ser utilizado em outras regiões – a depender da localização da lesão. A equipe do Hospital de Amor realiza a técnica há mais de 10 anos, sendo 12 realizações por mês, todas gratuitas.
Segundo o radiologista intervencionista do HA, Dr. Henrique Durante, geralmente o procedimento é realizado em regime de internação curta (24-36h) e na maioria dos casos se utiliza anestesia geral ou sedação. “As salas cirúrgicas são equipadas com os aparelhos de imagem necessários e suporte para anestesia. O exame radiológico é executado, definindo a localização do tumor e o melhor local para inserção da agulha. Após inserção da agulha no interior da lesão, inicia-se a destruição das células tumorais. É realizado um novo exame de imagem ainda dentro da sala confirmando a destruição da lesão. O paciente é encaminhado para o quarto para observação e, geralmente, tem alta hospitalar no dia seguinte ao tratamento (em alguns casos até no mesmo dia)”, afirma.
Mais qualidade de vida para o paciente
A jovem estudante paulista, Larissa Freire Mariano, de 24 anos, de Tupã (SP), recebeu o difícil diagnóstico de tumor de cólon esquerdo com metástase hepática grau IV, em 2021. “Descobri o tumor primário no intestino devido a uma colonoscopia e as lesões do fígado por meio de tomografias. Realizei os exames pois eu estava sentindo fortes dores abdominais e sangramento nas fezes”, revela Larissa.
A paciente conta que realizou o procedimento de ablação em outubro deste ano e que foi algo tranquilo. “Não senti dores, nem houve hematomas, meus únicos sintomas pós-operatório foram náuseas e vômitos”.
Larissa explica que sempre foi bem acolhida no Hospital de Amor e que considera a equipe médica fantástica. “Atualmente me sinto muito bem, ao longo desses quase 3 anos de tratamento passei por momentos muitos difíceis com as sessões de quimioterapia, as três cirurgias e todos os efeitos colaterais, mas graças a Deus e a todos os cuidados, sinto como se não houvesse mais nada em meu corpo”, finaliza a jovem.
A iniciativa do ‘Ablation Day’ conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular e outras instituições, como a UNIFESP, Universidade Federal de Campina Grande, Albert Einstein Centro de Medicina Intervencionista, entre outros.
Março Marinho, Julho Verde, Outubro Rosa, Novembro Azul e, agora: “Dezembro Laranja”. Sempre consciente de que a prevenção salva vidas, o Hospital de Amor começa o último mês do ano com o ‘pé direito’, celebrando e apoiando mais esta importante campanha, que visa conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, em homens e mulheres, com taxas altíssimas em mulheres das regiões Sul e Sudeste. Só em 2022, foram mais de 66 mil novos casos.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados.
Neste “Dezembro Laranja”, o HA conversou com a dermatologista da instituição, Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a campanha ‘Dezembro Laranja’ e qual é a importância dela?
R.: O ‘Dezembro Laranja’ é a campanha de prevenção e detecção precoce do câncer de pele. A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposto são raios ultravioletas. Esse dano vai se acumulando ao longo da nossa vida e pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Esses raios ultravioletas são mais fortes no verão e é uma época do ano que mais pessoas têm queimadura solar – o que também pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Por isso essa campanha inicia no começo do verão: para conscientizar todas as pessoas a se protegerem do sol usando protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, lembrar de repassa-lo a cada 3 horas, evitar de ficar no sol das 9 às 15h, usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
– O que é câncer de pele?
R.: Na nossa pele temos células, que podem sofrer transformações e que podem levar a formação do câncer. Existem alguns fatores que aumentam as chances do aparecimento da doença, como:
– quem já teve câncer de pele tem uma chance maior de ter outro câncer de pele;
– quem tem um parente que teve um câncer de pele;
– pessoas que trabalham expostas ao sol;
– pessoas que já tiveram, pelo menos, uma queimadura solar;
– pessoas de pele que queima fácil quando fica no sol;
– pessoas de cabelo claro e olho claro;
– pessoas com mais de 50 pintas.
– Qual é a incidência da doença?
R.: 34% dos cânceres. Ou seja, é o câncer mais frequente no Brasil em homens e em mulheres.
– Quais são os sinais e sintomas do câncer de pele?
R.: Existem dois tipos principais de câncer de pele: os carcinomas e os melanomas.
No carcinoma, os sintomas são:
– machucado que não cicatriza, sangra com facilidade;
– bolinha rosa na pele de aspecto brilhante, que não some e sangra fácil;
– bolinha rosa que a superfície é áspera com casca seca, que sangra quando a casca vai e não melhora, não cicatriza;
No melanoma, os sintomas são:
– pinta ou mancha marrom ou preta;
– pinta com duas ou três cores, como marrom escuro/marrom claro e preto;
– pinta com crescimento rápido;
– pinta com mudança de formato ou cor;
– lesão assimétrica (bordas e cores em formatos diferentes, de um lado e do outro).
– Quais sãos os tipos de câncer de pele?
R.: Câncer de pele melanoma (mais grave, pois tem mais chance de dar metástase) e câncer de pele não melanoma.
– Quais são os tipos mais graves da doença?
R.: Existem dois tipos de câncer de pele (melanoma e não melanoma). O mais grave é o melanoma, pois ele tem grande chance de se espalhar e dar metástase.
– Quais são os índices de cura?
R.: Se o câncer de pele for diagnosticado com lesão pequena, inicialmente, a chance de cura é de 100%. Se o melanoma é diagnosticado já em estágio avançado, a chance de cura é baixa, cerca de 22%.
– Como ocorre a prevenção?
R.: Usar protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, e lembrar de repassar o protetor a cada 3 horas. Lembre-se: o fator de proteção de quem tem pele mais sensível ao sol, ou quem trabalha exposto ao sol, deve ser 50 ou maior.
Evitar ficar no sol das 9 às 15hs.
Usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
Evitar queimadura solar.
– Qual é a importância de ações de prevenção do câncer de pele?
R.: O câncer de pele aparece, geralmente, após os 50 anos de idade, porém ele tem relação com o sol da nossa vida toda. Por isso, precisamos nos conscientizar e nos proteger desde novos, por toda a nossa vida. O câncer de pele está aumentado ano a ano. Precisamos nos prevenir e as campanhas são grandes fontes de informação para isso!
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: hospitaldeamor.com.br/dezembrolaranja.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.
Em 2020, o Brasil registrou 6.650 novos casos de câncer de ovário, o que representa 3% das neoplasias detectadas em mulheres no país. Mas, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional do Câncer), no triênio que contempla o período de 2023 a 2025, o número previsto já é superior, ultrapassando os 7 mil novos casos por ano. Ainda segundo a instituição, a região com maior incidência é a Sudeste.
A doença ocupa o sétimo lugar no ranking nacional de mortalidade entre as brasileiras, isso porque o câncer de ovário ainda é frequentemente diagnosticado em estágios avançados, diminuindo as possibilidades de tratamentos com fins curativos e a taxa de sobrevida. No mundo, dados mostram que apenas 45% das mulheres diagnosticadas possuem uma taxa de sobrevida de cinco anos, uma taxa que é de 89% nos casos de mulheres com câncer de mama.
Por isso, o cirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Carlos Andrade, ressalta a importância da observação de alguns sinais e sintomas da doença. “Os sintomas do câncer de ovário em estádios iniciais são muito fracos e podem facilmente serem confundidos com uma má digestão, dor muscular ou sintomas urinários. É importante alertar que mulheres com sintomas urinários ou intestinais que persistem por mais de uma semana, e que não tenham nenhum diagnóstico que justifique, devem ser investigadas para câncer de ovário. Pode ser uma sensação de empachamento, uma constipação, um aumento do volume abdominal ou um aumento da frequência urinária”.
Fatores de risco
Segundo a World Ovarian Cancer Coalition, uma organização global sem fins lucrativos focada não apenas na conscientização, mas no avanço de pesquisas e novos tratamentos da doença, ainda não há um teste simples ou exame de rotina preciso para o diagnóstico precoce, mas alguns fatores de risco devem ser levados em consideração no acompanhamento clínico padrão.
Idade: a maioria dos casos de câncer de ovário ocorre em mulheres com mais de 55 anos, pois a doença também está relacionada ao grau de atividade hormonal feminina. Mas alguns tipos de câncer de ovário podem aparecer em mulheres jovens;
Genética: mulheres portadoras de mutações genéticas nos genes BRCA1 ou BRCA2 (genes que ajudam a reparar os danos nas células), também relacionadas ao surgimento do câncer de mama, estão mais propensas ao desenvolvimento da doença. As portadoras de mutações no primeiro gene apresentam 45% de possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer durante a vida, enquanto mutações no segundo gene oferecem risco de 25%.
Histórico familiar: dados mostram que as mulheres com maior o risco de desenvolverem câncer de ovário são as que possuem dois ou mais parentes que tiveram câncer de ovário, da mama, do cólon ou do útero, independente da ascendência de origem materna ou paterna. Cerca de 15% dos casos de câncer de ovário têm antecedentes familiares.
Outros fatores: por ser uma doença ligada à atividade hormonal, especialistas destacam que o risco de desenvolvimento do câncer de ovário é maior nas mulheres que não tiveram filhos, que nunca tomaram a pílula anticoncepcional, que iniciaram o período menstrual muito cedo ou cuja menopausa começou mais tarde do que a média e em mulheres que já tiveram endometriose.
Prevenção
– Conheça seu corpo: esteja atenta a qualquer mudança incomum;
– Consultas médicas regulares: realize exames ginecológicos regularmente;
– Histórico familiar: se houver casos de câncer de ovário na família, informe seu médico;
– Uso de anticoncepcionais: alguns estudos sugerem que o uso prolongado de anticoncepcionais pode reduzir o risco, porém, o uso do anticoncepcional também pode ser um fator de risco para o surgimento do câncer de mama. Assim, é de extrema importância a consulta com o médico especialista para avaliação e indicação caso a caso.
Diagnóstico
A ecografia pélvica transvaginal e transabdominal são exames que permitem o diagnóstico e a avaliação em casos suspeitos de tumores nos ovários, mas o acompanhamento clínico é imprescindível para resultados positivos quando o assunto é diagnóstico precoce! Atualmente, a medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125 também tem sido uma ferramenta importante, visto que cerca de 80% das mulheres com câncer de ovário possuem esse marcador elevado.
Tratamento
Em casos aonde há suspeita de tumor de ovário, a cirurgia exploratória é recomendada para avaliação e definição de estadiamento da doença, podendo acontecer apenas a remoção do tumor ou ainda a necessidade da retirada do útero e dos ovários. A depender do estágio, tratamentos adjuvantes de quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo podem ser utilizados.
Lembre-se sempre de consultar seu médico e seguir as orientações para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. A prevenção e a conscientização são essenciais na luta contra o câncer de ovário.
Tratamento humanizado associado à tecnologia! Atualmente, o Hospital de Amor conta com três unidades especializadas em Reabilitação: em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO), com equipamentos altamente tecnológicos, que auxiliam pacientes oncológicos e não oncológicos na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais.
Imagina um videogame com uma tela grande, projetada na parede da sua casa, onde você consegue movimentar coisas apenas com um toque? Essa tecnologia é chamada de realidade virtual, que está presente no NIRVANA, equipamento utilizado nos atendimentos de pacientes dos Centros de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos e em Araguaína.
Trata-se de um dispositivo que auxilia na reabilitação motora e cognitiva de pacientes que tiveram suas funções perdidas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento oncológico) ou diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), dislexia e deficiência intelectual. Além disso, o NIRVANA proporciona ao usuário uma experiência imersiva, por meio do seu sistema, criando um ambiente realista de acordo com o que ele vive, possibilitando trabalhar coordenação motora, equilíbrio, destreza manual, amplitude de movimento, estimulação cognitiva e baixa visão.
Uma das principais funções do equipamento é a estimulação neurossensorial, como destaca a educadora intelectual e psicopedagoga do Centro de Reabilitação do HA, Maria Laura de Barros Pedro. “Após uma avaliação do paciente, é realizado um estudo e traçado um plano de tratamento, onde já iniciamos a reabilitação com o NIRVANA. Todos os nossos pacientes, sejam eles oncológicos ou não, passam pelo dispositivo, pois além de acelerar o processo de recuperação e desenvolvimento, é possível trabalhar estimulação, comunicação e cognição através dos exercícios”, explica Maria Laura.
Os exercícios são todos adaptados, o que possibilita atender pacientes de diferentes faixas etárias, condições físicas, motoras e intelectuais. “Durante o processo de reabilitação, aproximadamente 30 pacientes passam por dia no NIRVANA e nós conseguimos adaptar os exercícios em tempo real, aproximando ao máximo da realidade em que o paciente está inserido, seja em sua casa, escola e trabalho. Conforme sua evolução, o próprio sistema vai ajustando os níveis de dificuldade”, destaca a psicopedagoga.
A reabilitação com o NIRVANA, associado a outras estratégias de tratamento, faz com que o paciente seja proativo na realização das tarefas, se tornando cada vez mais independente.
Parceria com Alok
O equipamento está sendo utilizado na reabilitação de pacientes do HA desde 2022, e foi adquirido por meio de uma doação realizada pelo Instituto Alok. O artista doou o cachê de um show realizado durante a Festa do Peão de Americana.
No dia 24 de agosto de 2022, em uma visita ao Hospital de Amor Barretos, o DJ conheceu de perto o dispositivo. Na ocasião, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu o artista e o homenageou com uma placa em seu nome. Em 2023, Alok repetiu o gesto de amor e solidariedade, e doou novamente seu cachê para a instituição, dessa vez o do show realizado durante a Festa do Peão de Barretos.
Você sabia que agentes infecciosos como bactérias e vírus podem causar câncer? Segundo o médico coordenador do departamento de Cabeça e Pescoço e Pesquisador do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, de 15 a 17% de todos os tumores malignos possuem relação com esses agentes, incluindo o câncer de colo uterino, predominantemente ocasionado pelo papiloma vírus humano (HPV), com incidência de mais de 17 mil novos casos por ano apenas no Brasil.
O médico conta que já ficou também evidenciada cientificamente uma relação entre o HPV e o câncer de orofaringe ou garganta. “Um estudo desenvolvido no HA, em Barretos (SP), mostrou que cerca de 20% dos pacientes com câncer de garganta tiveram sua doença associada com a infecção crônica pelo HPV. Em outros países, como os Estados Unidos, o HPV chega a ser responsável por 90% dos tumores de garganta. Além do câncer de colo do útero e da garganta, existem outros diretamente relacionados ao HPV, como o de ânus, pênis, vagina e vulva e todos de transmissão sexual”, explica Gama.
Mas o especialista revela que a infecção pelo HPV não é a única vilã, existem evidências que também comprovam que o câncer de estômago está associado com a infecção pela bactéria conhecida como Helicobacter pilory; assim como o vírus HIV (da AIDS) pode ser fator de risco para alguns tipos de câncer do sistema linfático, como o linfoma; enquanto o vírus de Epstein-Barr (EBV) pode ter relação com o carcinoma nasofaríngeo indiferenciado, o câncer gástrico e o linfoma.
Como pacientes oncológicos devem prevenir infecções
Segundo o infectologista, para o tratamento do câncer o paciente pode precisar de cirurgia que, muitas vezes, são cirurgias de grande porte, quimioterapia ou radioterapia. “A depender do tipo de câncer, estes três tipos de tratamento podem ser associados. Tanto a quimioterapia como a radioterapia diminuem as defesas do paciente e isso coloca o paciente em risco de adquirir infecções”, explica Tarso.
Para os pacientes que irão iniciar o tratamento oncológico, uma das principais medidas para prevenção de infecção é a atualização da carteira de vacinação conforme a faixa etária/idade. Pelo Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, as seguintes vacinas são recomendadas para os pacientes que irão fazer quimioterapia e/ou radioterapia: difteria acelular, coqueluche, tétano, Haemophilus influenza b (conjugada), hepatite B, poliomielite (inativada), sarampo, caxumba, rubéola, zoster, febre amarela, influenza, COVID-19, meningite C, HPV, pneumocócica (VPC13 e VPC23). Todas elas estão disponíveis pelo SUS, entretanto vacinas com vírus vivos ou atenuadas (febre amarela, zoster, sarampo, caxumba, rubéola, pólio oral) são contraindicadas para pacientes em quimioterapia e/ou radioterapia.
“Ressalto que essa contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Infelizmente, devido a urgência do tratamento oncológico, o paciente não tem tempo de atualizar sua carteira de vacinação antes do início da quimioterapia e/ou da radioterapia”, enfatiza o Dr. Paulo, que reforça também a necessidade de os familiares estarem com as seguintes vacinas em dia: influenza (gripe), sarampo, rubéola, caxumba e COVID-19.
Cuidados que o paciente oncológico deve ter
É importante que os pacientes que estão em tratamento oncológico evitem contato com pessoas que estejam com infecções transmissíveis, como gripe, resfriado, COVID-19, pneumonia e indivíduos com diarreia, por exemplo. Além disso, os pacientes também devem evitar lugares aglomerados e com pouca ventilação. “Se não for possível evitar tais lugares, eles deverão fazer uso de máscara cobrindo a boca e o nariz enquanto permanecerem nesses locais. Outra medida importante é em relação à alimentação (cuidados alimentares para pacientes oncológicos). Deve-se ter cuidado especial no preparo dos alimentos, como higienizar adequadamente as verduras e legumes, e dar preferência para aqueles que sejam cozidos. As frutas também devem ser higienizadas antes de serem ingeridas e deve-se dar preferência para as que sejam descascadas para serem ingeridas”, detalha o especialista.
Preparação correta
De acordo com o médico, as verduras, frutas e legumes além de serem lavadas em água corrente, também poderão ser submetidas à desinfecção com água sanitária. “Para fazer a solução na proporção correta, use 8ml (uma colher de sopa cheia) de água sanitária para cada litro de água potável. Frutas, legumes e verduras podem ficar de molho na solução de água potável e água sanitária por cerca de 15 minutos. No caso das folhosas, este tempo pode ser reduzido para 10 minutos. Após a imersão, enxaguar bem o alimento em água filtrada ou água corrente tratada com cloro”, explica.
O infectologista também reforça que as carnes (aves, carne bovina e peixes) e os ovos devem estar bem cozidos, ou seja, evitar o consumo de carnes ou ovos malpassados. “Uma outra regra básica e fácil para evitar a contaminação dos alimentos após o preparo, é consumir os pratos quentes antes que eles esfriem e os gelados antes que eles esquentem. Quando são preparadas para servir mais de uma refeição, deve-se refrigerar em geladeira quando ainda não estiverem totalmente frios, ou seja, eles devem ir para geladeira com a temperatura um pouco menor do que chamamos de morno (nem quente e nem completamente frio)”.
Também existem outras recomendações importantes, como não ingerir água que não seja clorada, como água de mina, fontes, cisternas, etc. Além da higiene das mãos, que é uma importante medida de prevenção de infecções, devendo ser realizada antes de se alimentar, antes de preparar os alimentos, após o uso do banheiro, após tocar superfícies que muitas pessoas tocam, com por exemplo maçanetas de banheiro público/coletivo, antes de colocar a mão na boca, nos olhos ou nas narinas.
Dengue, Zika e Chikungunya
Nesta semana, diversos portais de notícias divulgaram que o ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira (de 80 anos), foi diagnosticado com Linfoma de Hodking – tipo de câncer que se origina no sistema linfático e apresenta alto índice de cura. Segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o treinador foi diagnosticado há quatro meses, está fazendo quimioterapia e evoluindo positivamente no tratamento.
A doença, que tem incidência de três casos por 100 mil habitantes no Brasil, também já acometeu outros famosos. Em setembro de 2021, o comentarista esportivo Caio Ribeiro anunciou nas redes sociais que estava com este tipo de tumor. “A boa notícia é que ele tem 95% de (chance de) cura e meu corpo está respondendo muito bem ao tratamento”, declarou.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre os anos de 2010 e 2019 foram registrados 48.839 óbitos por linfomas, com média de 4.884 mortes por ano. Entretanto, a incidência de novos casos permaneceu estável nas últimas cinco décadas e a mortalidade reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970, graças aos avanços nos tratamentos da doença. Atualmente, a maioria dos pacientes com Linfoma de Hodgkin pode ser curados com os procedimentos disponíveis.
O Hospital de Amor conversou com a médica e coordenadora do departamento de hematologia da instituição, Dra. Isabela Assis de Siqueira, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, informe-se e cuide da sua saúde!
– O que é Linfoma de Hodgkin?
R.: Linfoma ou doença de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático – conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células por meio do corpo. Trata-se de uma doença que acomete mais comumente adultos jovens, entre 15 e 35 anos, porém há um segundo pico de incidência entre 75 e 80 anos. No Brasil, de acordo com dados do INCA, a estimativa de novos casos é de 3.080, sendo 1.500 homens e 1.580 mulheres.
– O que causa Linfoma?
R.: O linfoma se desenvolve quando ocorre uma desregulação na proliferação das células de defesa, os linfócitos. O motivo que desencadeia essa modificação ainda é desconhecido. Sabe-se que há maior risco de se desenvolver o Linfoma de Hodgkin:
– Pessoas imunocomprometidas (infecção pelo HIV e uso de drogas imunossupressoras, por exemplo).
– Membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas tiveram diagnóstico da doença.
– Infecção por vírus ‘Epstein-Baar’.
– Exposição à agrotóxicos e solventes.
– Quais são os principais sinais e sintomas desse tipo de tumor?
R.: Os sintomas relacionados ao Linfoma de Hodgkin podem variar dependendo de sua localização. Em geral, se caracteriza por percepção de aumento progressivo de nódulos (ínguas) indolores em regiões cervical, axilar e/ou virilha; febre vespertina diária; perda de peso; sudorese noturna; se localizada em região torácica, pode apresentar falta de ar, tosse ou dor torácica. Coceira generalizada e dor em linfonodos imediatamente após a ingestão de bebida alcoólica também podem ocorrer.
– Como detectar o Linfoma de Hodgkin?
R.: O diagnóstico do Linfoma de Hodgkin é feito com a realização da biópsia por retirada de algum gânglio para análise anatomopatológica e estudo imunohistoquímico. Exames de imagem, como Tomografias ou PET CT, são importantes para o estadiamento, ou seja, sabermos quais os locais do corpo estão comprometidos pela doença. Além disso, exames de sangue, como hemograma, função hepática e renal, são necessários para avaliação inicial e seguimento.
Patologicamente, o Linfoma de Hodgkin é dividido em
• Linfoma de Hodgkin clássico – que compreende 95% dos casos, que por sua vez é subdividida em: Esclerose Nodular (60 a 80%), Celularidade Mista (20 a 30%), Rico em linfócitos e Depleção linfocitária.
• Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocítico nodal – que responde por 5% dos casos e, além de ser patologicamente diferente, o curso clínico é mais indolente (sem dor) e o tratamento diferente dos demais subtipos.
– Como ocorre a prevenção do Linfoma de Hodgkin?
R.: Ainda não há indicação de exames de rastreamento para linfomas, porém, reduzir a exposição à fatores de risco podem diminuir as chances de desenvolvimento da doença.
Atualmente, a difusão da informação sobre sinais e sintomas é a principal medida para o diagnóstico em estágios mais precoces da doença, o que possibilita melhores resultados no tratamento.
– Quais são os tipos de tratamento para este tipo de linfoma? E quais são os índices de cura?
R.: Nos últimos 40 anos, um importante progresso foi obtido no tratamento do linfoma de Hodgkin. Aproximadamente 70-80% dos pacientes são curados, atualmente, com os esquemas quimioterápicos disponíveis. E, mesmo nos pacientes com doença em estágio avançado, a cura pode ser obtida em mais de 50% dos casos.
O tratamento adequado para a doença vai depender do subtipo do Linfoma de Hodgkin e do seu estadiamento, podendo compreender quimioterapia e/ou radioterapia.
– O padrão ouro para tratamento do Linfoma de Hodgkin clássico, em âmbito SUS, é a quimioterapia ABVD (adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina). A duração do tratamento e a associação de radioterapia vai depender do estadiamento da doença.
– Já para os pacientes com Linfoma de Hodgkin recaídos ou refratários ao tratamento inicial, o indicado é o tratamento com quimioterapia de resgate e transplante de medula óssea (TMO) autólogo.
– Atualmente, temos ainda a imunoterapia para tratamento de Linfoma de Hodgkin refratário/recidivado.
– No Hospital de Amor existe algum protocolo específico de tratamento ou alguma pesquisa na área?
R.: No Hospital de Amor, em Barretos (SP), além de tratamento via SUS com ABVD e radioterapia em primeira linha, quimioterapia de resgate e transplante autólogo de medula óssea para casos refratários/recidivados, há também uma Unidade de Pesquisa Clínica com protocolos de pesquisa que oferecem aos pacientes do HA e de outras instituições a possibilidade de acesso às novas linhas de tratamento. Atualmente, existem dois protocolos de pesquisa em andamento, com diferentes medicações para pacientes com doença refratária/recidivada.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Em 2004, o cofundador da Apple, Steve Jobs, foi diagnosticado com câncer de pâncreas. Oito anos depois, com o tumor em estado metastático (ou seja, espalhado por outros órgãos) e algumas complicações, ele faleceu. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença representa 2% do total de casos diagnosticados no país e 4% das mortes. Isso porque possui difícil detecção e por ter comportamento agressivo, o que limita as opções de tratamento.
No Brasil – sem contar os tumores de pele não melanoma – o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo considerado por especialistas como uma das formas mais letais de tumor maligno (ele costuma matar 95% dos pacientes em cinco anos). Em números absolutos, o INCA calcula que em 2020 essa doença matou 5.882 homens e 6.011 mulheres, tornando-se o sétimo tumor mais mortal para eles e o quinto para elas.
Diversas personalidades foram vítimas do câncer de pâncreas (ainda pouco divulgado), entre elas o ator americano Patrick Swayze, o tenor italiano Luciano Pavarotti e o ator brasileiro Raul Cortez. Afinal: quem nunca teve um parente ou amigo próximo com câncer de pâncreas?
O Hospital de Amor conversou com coordenador do departamento de cirurgia digestiva alta da instituição, Dr. Fernando Ernesto Cruz Felippe, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Doar medula óssea é um gesto de solidariedade que pode ajudar pacientes que têm o transplante como a única chance de cura. E você sabia que, em função das características genéticas do sistema HLA (Human Leucocyte Antigen: que significa Antígeno Leucocitário Humano), esta chance é de 30% entre irmãos e muito menor quando buscamos doadores não-aparentados?
Por este motivo, existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 38 milhões de doadores no mundo. Dentre eles está o REDOME – terceiro maior registro, responsável pela manutenção das informações de todos os doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e pela identificação de possíveis doadores. Atualmente, ele tem suas atividades coordenadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e representa, para os pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador não-aparentado.
Mas afinal, como se tornar um doador voluntário de medula óssea? Entenda o assunto e saiba como você pode salvar vidas!
O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Nela, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é recomendado a pacientes com doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias, por exemplo, e também para os casos de anemia aplástica, linfomas, entre outras.
O transplante é a substituição da medula óssea doente por uma saudável. Com isso, o organismo do paciente transplantado passa a produzir novas células da medula óssea e do sangue.
Quem pode doar?
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade;
– Estar em bom estado de saúde;
– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite);
– Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Se você estiver dentro de todos esses requisitos, basta fazer um cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
Como funciona o cadastramento?
Para fazer o cadastro, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante e para identificar suas características
genéticas. Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
A partir disso, todas as informações genéticas do doador e dos pacientes são cruzadas. Uma vez identificado um potencial doador compatível, ele é contatado e convidado a realizar novos testes de compatibilidade e uma avaliação clínica e laboratorial. Confirmada a compatibilidade com o paciente e o bom estado-de-saúde do doador, a doação é agendada. Este processo costuma levar 60 dias e não é necessária nenhuma mudança de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.
Como é feita a doação?
A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde. Existem duas formas de doar (por punção ou aférese) e a decisão do procedimento mais adequado é feita pelo médico.
1) No primeiro caso, o doador é anestesiado em centro cirúrgico e requer internação de 24 horas. Uma porção da medula é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções com agulhas, com duração de cerca de 90 minutos. O doador retorna às suas atividades habituais uma semana após a doação.
2) No segundo procedimento, chamado aférese, o doador toma um medicamento por cinco dias, que faz com que as células da medula óssea circulem na corrente sanguínea. Estas células são retiradas diretamente pelas veias do braço do doador, com uso da máquina de aférese, com duração de cerca de 3 a 4 horas.
• Nos dois casos, a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
Como fica o paciente pós transplante?
Depois de um tratamento que destrói sua própria medula óssea com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente receberá a nova medula por meio de uma transfusão. Em três semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.
Onde é possível fazer o cadastro para ser um doador voluntário de medula?
O cadastro de doadores voluntários no REDOME é realizado nos hemocentros de todo o país, portanto, procure o mais próximo de você para obter mais informações. Em Barretos (SP), vá até o Hemonúcleo do Hospital de Amor e nos ajude nessa missão!
• Vale lembrar que: o cadastro permanecerá ativo no REDOME até a pessoa completar 60 anos de idade, ou seja, ela poderá ser selecionada para um paciente ao longo de toda a sua vida. Por este motivo, é muito importante que o doador mantenha seus dados pessoais atualizados – o que pode ser feito por meio do site do próprio REDOME.
Informações:
Em caso de dúvidas, entre em contato com o hemonúcleo do HA pelo telefone: (17) 3321-6600 (ramal: 6941 ou 6753).
Com a sua ajuda podemos aumentar as chances de encontrar doadores compatíveis com nossos pacientes. Seja o herói de alguém! Cadastre-se e seja doador de medula óssea!
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, sendo uma das principais causas de morte entre adultos, jovens e crianças. E os números seguem uma crescente por motivos diversos, incluindo fatores hereditários e ambientais.
Números estimados
O número de casos novos de câncer infantojuvenil estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.930, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. Estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino. Esses valores correspondem a um risco estimado de 140,50 casos novos por milhão de crianças do sexo masculino e de 128,87 por milhão do sexo feminino. O câncer infantojuvenil no sexo masculino será mais frequente na Região Sul (153,29 por milhão), seguido pelas regiões Sudeste (145,61 por milhão), Centro-oeste (143,89 por milhão), Nordeste (138,10 por milhão) e Norte (111,10 por milhão). Para o sexo feminino, a Região Sul (151,19 por milhão) tem a maior incidência, seguida pelas Regiões Sudeste (144,11 por milhão), Centro-oeste (128,19 por milhão), Nordeste (114,23 por milhão) e Norte (87,56 por milhão).
Mortalidade
O câncer já é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, representando 8% do total de óbitos nessa faixa etária.
Desafios
A descoberta tardia da doença e a dificuldade de acesso a centros especializados são obstáculos significativos. Além disso, o diagnóstico preciso e as novas terapias são áreas que precisam de atenção contínua.
Diagnóstico precoce, uma janela de esperança
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas. Segundo o Dr. Luiz Fernando Lopes, diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, o diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança. “A maioria dos tumores pediátricos iniciam-se com sinais muito parecidos com sinais de outras doenças que são comuns na criança e com isso podem muitas vezes confundir os pais. Se estes pais forem alertados, assim como os professores nas escolas e toda comunidade, aumenta a chance de alguma pessoa perceber algo na criança.” e ressalta, “A chegada tardia a um centro especializado pode tirar da criança a chance de cura ou diminuir bastante essa chance”.
Sintomas
Fique atento a sinais como perda de peso inexplicada, dores persistentes, febre prolongada, manchas na pele, inchaços e sangramentos anormais.
Papel dos pais e profissionais de saúde
Os pais devem estar atentos aos sintomas e buscar assistência médica imediatamente. Os profissionais de saúde têm um papel crucial na identificação precoce e encaminhamento para tratamento especializado.
Tipos de câncer infantojuvenil
O câncer na criança e no adolescente (entre 0 e 19 anos), ou câncer infantojuvenil, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o infantojuvenil é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Um dos tipos mais comuns de câncer infantojuvenil e que é o mais tratado na unidade do Hospital de Amor em Barretos (SP), é o cerebral, com taxas de curas acima da média nacional, ainda segundo o Dr. Luiz Fernando.
“Embora leucemias agudas sejam as mais prevalentes em quase todos os países e os tumores cerebrais os que estão em segundo lugar, em Barretos temos mais tumores cerebrais que chegam em aqui para tratamento. Estes tumores exigem sofisticação técnica para trata-los: equipe especializada que analisa em laboratório o componente genético (e o tratamento adequado depende destes estudos), exige neurocirurgiões habilitados em tumores cerebrais pediátricos, médicos e enfermeiros que cuidam exclusivamente destes tumores). As taxas de cura dos tumores cerebrais em Barretos é maior do que a média nacional”.
• Leucemia
A leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea e impedindo que as células normais sejam produzidas, provocando infecções, palidez, sangramentos, dor nos ossos e articulações, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso.
• Tumores do sistema nervoso central
Os tumores do sistema nervoso central, cérebro e cerebelo são os tumores sólidos mais frequentes na infância e representam aproximadamente 20% dos cânceres infantis. Podem causar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos. O diagnóstico do tipo exato de tumor é feito durante a cirurgia. Entretanto, imagens feitas com ressonância magnética podem sugerir os diferentes tipos de tumores nestas regiões do sistema nervoso central.
• Linfoma não Hodgkin
Conhecido como câncer do sistema linfático, pode estar presente em qualquer parte do corpo, principalmente no tórax e abdômen. Na barriga, pode causar parada de evacuações e dor na região. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. Ao ser diagnosticado precocemente, o índice de cura é de 80%.
• Doença de Hodgkin
É um tumor que acomete gânglios e baço, sendo mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos se inicia com adenomegalias, que são ínguas com crescimento progressivo. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do linfoma é feito por meio de biópsia de um gânglio aumentado. O tratamento é realizado com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas, 85 ficam completamente curadas.
• Neuroblastoma
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumor de Wilms
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumores ósseos
Os tipos mais comuns são Sarcoma de Ewing e Osteossarcoma. O local mais frequente é acima ou abaixo do joelho. Provocam dor óssea, que piora à noite ou com atividade e inchaço na área ao redor do osso. A pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver inchaço no local. Podem ser confundidos principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-los, é necessário realizar raio X do local doloroso e biópsia com agulha sem cortar a pele. O tratamento é realizado com cirurgia e quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura para até 70%.
• Retinoblastoma
No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando esta é exposta à luz. Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido. Alguns retinoblastomas são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente a partir do nascimento, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.
“Passos que Salvam”
A campanha Passos que Salvam tem como objetivo conscientizar a população de mais de 300 cidades em todo o Brasil, sobre a importância do diagnóstico precoce dos vários tipos de câncer infantojuvenil. Trata-se da maior mobilização simultânea de conscientização sobre o câncer do Brasil. A caminhada acontece anualmente no mês de novembro.
Mais informações
Para orientações sobre agendamento e atendimento na unidade Infantojuvenil no Hospital de Amor, entre em contato pelo WhatsApp: (17) 3321-5403.
No último dia 13 de dezembro, médicos especialistas em radiologia do Hospital de Amor e demais centros oncológicos do Brasil que executam a técnica de ‘Ablação’ via SUS (Sistema Único de Saúde), promoveram o ‘Dia da Conscientização da Cirurgia Sem Cortes: Ablação’. Com dois objetivos principais, que é: (1) fazer com que a população conheça a ablação de tumores, suas indicações, vantagens e disponibilidade em alguns centros na saúde pública; e (2) divulgar às autoridades de saúde sobre o procedimento, a fim de ampliar sua disponibilidade e financiamento no SUS – a data foi escolhida para se tornar referência nacional.
De acordo o médico radiologista do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Henrique Hypolitti, a radiologia intervencionista é uma especialidade médica que utiliza técnicas minimamente invasivas para diagnóstico e tratamento de doenças. Guiados por equipamentos de imagem (tomografia computadorizada, ultrassonografia e fluoroscopia), é possível introduzir agulhas e cateteres através da pele, permitindo realização de biópsias, drenagens, controle de sangramentos, tratamento de tumores e até quimioterapias diretamente nos tumores, oferecendo uma rápida recuperação ao paciente e evitando procedimentos cirúrgicos mais agressivos.
O especialista do HA explica que “A ablação tumoral é uma técnica em que uma agulha é inserida através da pele e posicionada no interior da lesão, utilizando-se os aparelhos de imagem (mais comumente tomografia computadorizada e ultrassom) como guia para o posicionamento do dispositivo ser realizado com segurança. Após o posicionamento correto, geralmente a extremidade da agulha localizada no tumor é capaz de produzir altas temperaturas (quente ou frio, a depender da técnica) e estas temperaturas irão gerar a destruição das células cancerígenas”.
Os tumores que frequentemente são tratados por meio do procedimento são: do fígado, rim, pulmão, osso, tireoide e adrenal, podendo ser utilizado em outras regiões – a depender da localização da lesão. A equipe do Hospital de Amor realiza a técnica há mais de 10 anos, sendo 12 realizações por mês, todas gratuitas.
Segundo o radiologista intervencionista do HA, Dr. Henrique Durante, geralmente o procedimento é realizado em regime de internação curta (24-36h) e na maioria dos casos se utiliza anestesia geral ou sedação. “As salas cirúrgicas são equipadas com os aparelhos de imagem necessários e suporte para anestesia. O exame radiológico é executado, definindo a localização do tumor e o melhor local para inserção da agulha. Após inserção da agulha no interior da lesão, inicia-se a destruição das células tumorais. É realizado um novo exame de imagem ainda dentro da sala confirmando a destruição da lesão. O paciente é encaminhado para o quarto para observação e, geralmente, tem alta hospitalar no dia seguinte ao tratamento (em alguns casos até no mesmo dia)”, afirma.
Mais qualidade de vida para o paciente
A jovem estudante paulista, Larissa Freire Mariano, de 24 anos, de Tupã (SP), recebeu o difícil diagnóstico de tumor de cólon esquerdo com metástase hepática grau IV, em 2021. “Descobri o tumor primário no intestino devido a uma colonoscopia e as lesões do fígado por meio de tomografias. Realizei os exames pois eu estava sentindo fortes dores abdominais e sangramento nas fezes”, revela Larissa.
A paciente conta que realizou o procedimento de ablação em outubro deste ano e que foi algo tranquilo. “Não senti dores, nem houve hematomas, meus únicos sintomas pós-operatório foram náuseas e vômitos”.
Larissa explica que sempre foi bem acolhida no Hospital de Amor e que considera a equipe médica fantástica. “Atualmente me sinto muito bem, ao longo desses quase 3 anos de tratamento passei por momentos muitos difíceis com as sessões de quimioterapia, as três cirurgias e todos os efeitos colaterais, mas graças a Deus e a todos os cuidados, sinto como se não houvesse mais nada em meu corpo”, finaliza a jovem.
A iniciativa do ‘Ablation Day’ conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular e outras instituições, como a UNIFESP, Universidade Federal de Campina Grande, Albert Einstein Centro de Medicina Intervencionista, entre outros.
Março Marinho, Julho Verde, Outubro Rosa, Novembro Azul e, agora: “Dezembro Laranja”. Sempre consciente de que a prevenção salva vidas, o Hospital de Amor começa o último mês do ano com o ‘pé direito’, celebrando e apoiando mais esta importante campanha, que visa conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, em homens e mulheres, com taxas altíssimas em mulheres das regiões Sul e Sudeste. Só em 2022, foram mais de 66 mil novos casos.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados.
Neste “Dezembro Laranja”, o HA conversou com a dermatologista da instituição, Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a campanha ‘Dezembro Laranja’ e qual é a importância dela?
R.: O ‘Dezembro Laranja’ é a campanha de prevenção e detecção precoce do câncer de pele. A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposto são raios ultravioletas. Esse dano vai se acumulando ao longo da nossa vida e pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Esses raios ultravioletas são mais fortes no verão e é uma época do ano que mais pessoas têm queimadura solar – o que também pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Por isso essa campanha inicia no começo do verão: para conscientizar todas as pessoas a se protegerem do sol usando protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, lembrar de repassa-lo a cada 3 horas, evitar de ficar no sol das 9 às 15h, usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
– O que é câncer de pele?
R.: Na nossa pele temos células, que podem sofrer transformações e que podem levar a formação do câncer. Existem alguns fatores que aumentam as chances do aparecimento da doença, como:
– quem já teve câncer de pele tem uma chance maior de ter outro câncer de pele;
– quem tem um parente que teve um câncer de pele;
– pessoas que trabalham expostas ao sol;
– pessoas que já tiveram, pelo menos, uma queimadura solar;
– pessoas de pele que queima fácil quando fica no sol;
– pessoas de cabelo claro e olho claro;
– pessoas com mais de 50 pintas.
– Qual é a incidência da doença?
R.: 34% dos cânceres. Ou seja, é o câncer mais frequente no Brasil em homens e em mulheres.
– Quais são os sinais e sintomas do câncer de pele?
R.: Existem dois tipos principais de câncer de pele: os carcinomas e os melanomas.
No carcinoma, os sintomas são:
– machucado que não cicatriza, sangra com facilidade;
– bolinha rosa na pele de aspecto brilhante, que não some e sangra fácil;
– bolinha rosa que a superfície é áspera com casca seca, que sangra quando a casca vai e não melhora, não cicatriza;
No melanoma, os sintomas são:
– pinta ou mancha marrom ou preta;
– pinta com duas ou três cores, como marrom escuro/marrom claro e preto;
– pinta com crescimento rápido;
– pinta com mudança de formato ou cor;
– lesão assimétrica (bordas e cores em formatos diferentes, de um lado e do outro).
– Quais sãos os tipos de câncer de pele?
R.: Câncer de pele melanoma (mais grave, pois tem mais chance de dar metástase) e câncer de pele não melanoma.
– Quais são os tipos mais graves da doença?
R.: Existem dois tipos de câncer de pele (melanoma e não melanoma). O mais grave é o melanoma, pois ele tem grande chance de se espalhar e dar metástase.
– Quais são os índices de cura?
R.: Se o câncer de pele for diagnosticado com lesão pequena, inicialmente, a chance de cura é de 100%. Se o melanoma é diagnosticado já em estágio avançado, a chance de cura é baixa, cerca de 22%.
– Como ocorre a prevenção?
R.: Usar protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, e lembrar de repassar o protetor a cada 3 horas. Lembre-se: o fator de proteção de quem tem pele mais sensível ao sol, ou quem trabalha exposto ao sol, deve ser 50 ou maior.
Evitar ficar no sol das 9 às 15hs.
Usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
Evitar queimadura solar.
– Qual é a importância de ações de prevenção do câncer de pele?
R.: O câncer de pele aparece, geralmente, após os 50 anos de idade, porém ele tem relação com o sol da nossa vida toda. Por isso, precisamos nos conscientizar e nos proteger desde novos, por toda a nossa vida. O câncer de pele está aumentado ano a ano. Precisamos nos prevenir e as campanhas são grandes fontes de informação para isso!
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: hospitaldeamor.com.br/dezembrolaranja.