Sabe aquele famoso: beber socialmente? Pois bem, quando o assunto é câncer até essa prática pode ser perigosa! Isso porque o álcool é, comprovadamente, um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos da doença. De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a recomendação é evitar-se completamente a ingestão de bebida alcoólica. E engana-se quem pensa que é por conta do ‘tipo de bebida’, mas sim pela quantidade consumida.
O oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, explica que as pessoas que escolhem ingerir álcool devem limitar o consumo a não mais do que: um drinque por dia para mulheres (não gestantes) e dois drinques por dia para homens. “Um drinque padrão de álcool é definido como uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado com 40% de álcool (por exemplo: vodka, whisky, gin, rum etc.). Transformando isso em gramas de álcool, gira em torno de 14 gramas! Ou seja: uma lata de cerveja comum no Brasil, a 4,5% de álcool, tem 12,5 gramas de álcool; uma dose de whisky, a 40% de álcool, tem 14 gramas de álcool. Isso quer dizer que consumir álcool acima de 14 g/dia, torna-se preocupante”, afirma.
Mas afinal, a bebida alcoólica traz algum tipo de benefício para o corpo? O HA fez uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico para entender melhor o assunto e alertar todas as pessoas sobre a relação entre álcool e câncer. Confira e cuide da sua saúde!
– A bebida alcoólica é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer?
R.: Com certeza! O consumo de álcool é uma causa estabelecida de vários tipos de câncer (pelo menos sete), sendo o uso excessivo de álcool associado ao maior risco.
– Quais são os principais tipos de câncer associados ao consumo?
R.: Câncer de mama, vários tipos de câncer do trato gastrointestinal (esôfago, gástrico, colorretal, pâncreas, fígado e trato biliar) e cânceres de cabeça e pescoço (cavidade oral, orofaringe e laringe).
– Com que frequência o consumo de bebida alcoólica pode ser preocupante?
R.: Se estivermos falando de prevenção contra o câncer, o ideal é não beber álcool! De acordo com dados da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, consumir acima de 14 gramas de álcool por dia, é preocupante!
– Algum tipo de bebida alcoólica é pior? Neste caso, o teor alcoólico influencia?
R.: Não é o ‘tipo de bebida’, mas sim a quantidade ingerida de álcool. Na prática, uma lata de cerveja comum no Brasil a 4,5% de álcool, tem aproximadamente 12,5 gramas de álcool. Enquanto isso, uma dose de whisky a 40% de álcool tem 14 gramas de álcool.
– Existe algum benefício que o álcool traz para o corpo?
R.: Benefícios não! As diretrizes dietéticas Americanas de 2020 a 2025 aconselham não mais do que dois drinques por dia para homens e um drinque por dia para mulheres (não gestantes). Já outras diretrizes e especialistas desafiam essa visão de que exista alguma dose segura e recomendam evitar-se completamente o álcool.
– Paciente oncológico pode consumir álcool, mesmo que moderadamente?
R.: Não! Mesmo entre consumidores leves e moderados, alguns estudos indicam uma tendência para um aumento do risco de câncer, independente de outros fatores. Além disso, pacientes que estão em tratamento oncológico devem compartilhar todas as medicações, hábitos e vícios com seu médico, para que não haja fatores de confusão e as decisões sejam compartilhadas.
– Cirrose causada pelo excesso de álcool pode se desenvolver para um câncer?
R.: Com certeza! Cirrose de qualquer causa aumenta o risco de câncer de fígado. E esse risco varia de acordo com a idade, o sexo do paciente, a causa da cirrose e o grau de comprometimento hepático.
– Existe diferença entre o consumo de álcool de bebidas caseiras (o licor, por exemplo) e de bebidas industriais para o desenvolvimento de câncer?
R.: Não. O que importa, de fato, é o teor alcoólico, que deve ser inferior a 14 gramas por dia.
– Podemos afirmar que o álcool potencializa o surgimento e desenvolvimento de câncer?
R.: Sim! Estima-se que o consumo de álcool é responsável por, aproximadamente, 6% de todos os casos de câncer e 6% das mortes resultantes de câncer globalmente. Isso significa que quanto maior a ingestão, maior o risco. Além disso, existe também uma associação com o tabagismo: para algumas malignidades que estão ligadas tanto ao tabagismo quanto ao consumo de álcool, interações sinérgicas foram estabelecidas entre essas duas causas de câncer.
– O Hospital de Amor oferece algum tipo de apoio para o paciente oncológico que consome álcool?
R.: O HA possui uma equipe de psicologia ampla e experiente, que atua em todos os departamentos da instituição. O consumo de álcool pode ser um problema para a aderência e tolerância ao tratamento oncológico, portanto, se um paciente precisar de ajuda para abandonar o uso do álcool, nós temos os psicólogos ao nosso lado e, principalmente, ao lado dos pacientes nesse sentido.
– Nessa época de Carnaval, qual o seu recado para os foliões em relação ao consumo de álcool?
R.: Se for beber, beba com moderação, saiba os seus limites e, principalmente, não dirija. Divirta-se com responsabilidade! Aproveite o carnaval e mantenha-se hidratado. Vá de Uber/Táxi ou escolha alguém da turma para não beber. Priorize sua segurança e a do próximo. Celebre o carnaval com alegria, mas sempre com consciência!
É comum ocorrer uma mudança na rotina alimentar e no paladar do paciente oncológico. Sabe-se que a nutrição é um fator crucial para que o paciente realize um bom tratamento ao longo de sua jornada. De acordo com uma pesquisa da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), estudos apontam que mais de 50% dos pacientes oncológicos apresentaram alterações de paladar, e 35% a 87% apresentaram alterações de olfato, decorrentes do tratamento de quimioterapia.
De acordo com a nutricionista do Hospital de Amor, Alice Prado, é comum o surgimento de relatos de casos de distúrbios gastrointestinais em pacientes, como hiporexia, náuseas, vômitos, disgeusia (alteração do paladar), xerostomia (boca seca), mucosite, diarreia e constipação intestinal.
A profissional explica que a alimentação pode contribuir para o alívio dos sintomas causados pelo tratamento e auxiliar na manutenção do adequado estado nutricional para favorecer uma melhor resposta às terapias antineoplásicas. “Não há alimentos que devem ser restritos, mas é recomendado evitar o consumo excessivo de embutidos, enlatados, alimentos muito açucarados e gordurosos, e ultraprocessados”, revela Alice.
Para todos os pacientes oncológicos, é recomendada uma alimentação saudável, com consumo adequado de frutas, legumes e verduras, cereais, leguminosas, carnes e ovos, leite e derivados. Vale ressaltar a importância da ingestão hídrica adequada. A nutricionista explica que chás de camomila, erva-cidreira, erva-doce, chá mate, hortelã e capim-santo (ou capim-limão) podem ser consumidos com moderação e não devem ser utilizados como substitutos da água mineral. Ela também alerta os pacientes para não consumirem chás desconhecidos e sempre consultar o médico ou o nutricionista.
Alimentos e suas recomendações
Alice ressalta que todas as pessoas, incluindo pacientes oncológicos, devem evitar o consumo de gordura trans, pois é prejudicial à saúde, como margarinas, salgadinhos, pipocas de micro-ondas, biscoitos recheados, etc. Mas engana-se quem pensa que na lista de recomendação da profissional há apenas alimentos que devem ser evitados. Ela esclarece que chá de gengibre, água ou gelo com limão, picolé de frutas, alimentos secos (por exemplo, biscoito de polvilho, bolacha água e sal) e preparações geladas ajudam a diminuir o surgimento de possíveis náuseas.
A profissional também revela que alimentos gordurosos, com excesso de temperos, açucarados, caldos, preparações quentes e de odor forte podem contribuir para o desenvolvimento de náuseas nos pacientes que realizam algum tratamento oncológico.
É comum alguns pacientes que fazem o uso de corticoide ganharem peso; a especialista explica que um meio possível de ajustar a alimentação e impedir que isso ocorra é aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, aumentar o fracionamento alimentar, reduzir o consumo de carboidratos simples (açúcar de adição, pães e massas feitos com farinha branca) e reduzir o consumo de gordura e sal.
Pacientes que praticam atividades físicas devem manter uma alimentação saudável, com o consumo adequado de todos os grupos alimentares. “É importante que cada paciente seja avaliado de maneira individualizada”, enfatiza Alice.
Em relação ao consumo de suplementos, não existem recomendações para o uso rotineiro de suplementos alimentares de vitaminas e minerais, sendo a reposição indicada apenas após a avaliação de profissional habilitado (seja médico ou nutricionista), quando o paciente é diagnosticado com deficiências nutricionais. “Não somente o paciente oncológico, mas todas as pessoas devem utilizar qualquer tipo de suplementação apenas após indicação do nutricionista”, diz a profissional do HA.
É importante ressaltar que durante todo o tratamento do câncer, é comum a imunidade do paciente sofrer alterações, o que pode gerar dificuldades no combate de infecções, por exemplo. Por isso, é fundamental que o paciente tenha a garantia de que todo alimento ingerido tem origem segura, reduzindo riscos de doenças. O guia ‘Food Safety During Cancer Treatment’ enfatiza a necessidade do paciente sempre se manter hidratado, e os exemplos apresentados no manual são diversos, como sopas (caldos, canjas), bebidas (água, sucos de frutas e vegetais, chás, leites, etc.) e refrescos (picolés, sorvetes, iogurtes e gelados italianos).
Um dos diferenciais do Hospital de Amor é o trabalho sinérgico que ocorre entre a equipe multiprofissional da instituição. “O empenho de todos é muito importante para auxiliar no cuidado integral do paciente, principalmente na tomada de condutas durante todas as fases do tratamento, compartilhando conhecimentos e aprimorando os serviços prestados. Por exemplo, trabalhamos com médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas”, explica Alice.
*Conteúdo desenvolvido com a colaboração da equipe de nutrição do HA. Profisionais envolvidos: Ana Carolina, Tiago Queiroz, Alice Oliveira Prado, Isabela Laurencio Schiavoni, Laís Ávila e Silva e Jhonatan Antônio Lodo.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é um tumor maligno que surge na região inferior do útero (ou seja, no colo do órgão), e está quase sempre relacionado à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). É considerado o terceiro tipo mais frequente entre população feminina do país, com estimativa, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), de 17 mil novas ocorrências em 2023 – atrás apenas do câncer de mama e do câncer de cólon e reto.
Os números impressionam! Mas, outro fator chama ainda mais atenção: segundo o INCA, os novos casos e as mortes por este tipo de câncer ocorrem de maneira desigual entre as regiões do Brasil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero ocupa a 2ª posição nas regiões Norte e Nordeste e a 5ª entre os cânceres mais incidentes em mulheres na região Sudeste do país. Outra informação preocupante trazida pela instituição é que, observando a série histórica das taxas de mortalidade do Brasil e regiões, a região Norte é a que traz as maiores taxas de mortalidade pela doença.
Esses dados mostram que, no cenário brasileiro, a falta de rastreamento para o diagnóstico precoce e a dificuldade de acesso a saúde básica de qualidade, são os principais motivos da diferença de números entre as regiões e refletem um grande problema de saúde pública. É aí que o Hospital de Amor se destaca! Em 1994, o HA deu início ao trabalho de busca ativa para a prevenção do câncer do colo uterino na periferia de Barretos (SP) e, posteriormente, em cidades que compõe a Diretoria Regional de Saúde V (DRS V). Um projeto pioneiro que, 30 anos depois, colocaria a região como líder em detecção precoce da doença em todo o Estado de São Paulo.
De acordo com um levantamento da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), 72% do diagnóstico do câncer do colo do útero da DRS V acontece no estadiamento in situ. “Isso significa que de cada 10 mulheres com biópsias alteradas, sete serão tratadas com procedimentos simples dentro do próprio ambulatório, o que reduz quase a zero o risco de desenvolver o câncer do colo do útero nas próximas décadas de vida. Os dados mostram que estratégias de prevenção, com a ampliação na cobertura dos testes de rastreio (Papanicolaou), a priorização da faixa etária exposta a maior risco e o seguimento contínuo dos casos suspeitos com tratamento adequado dos positivos, resultaram em maiores taxas de detecção precoce”, destaca o coordenador médico do programa de rastreamento populacional de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio César Possati Resende.
O relatório disponibilizado pela FOSP provém de uma avaliação do período entre 2000 e 2019, e evidencia a eficiência das ações estruturadas do Hospital, que acontecem em parceria com a própria Diretoria da Regional de Saúde e as secretarias municipais de saúde dos 18 municípios (Altair, Barretos, Bebedouro, Cajobi, Colina, Colômbia, Guaíra, Guaraci, Jaborandi, Monte Azul Paulista, Olímpia, Severínia, Taiaçu, Taiúva, Taquaral, Terra Roxa, Viradouro, Vista Alegre do Alto) que a compõe.
Com a premissa de que ‘Prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o HA pretende expandir essa realidade para outras localidades. A instituição conta, atualmente, com mais de 25 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do país. “Baseado no exemplo e resultados do programa de prevenção instituído na região de Barretos, o Hospital de Amor tem ampliado sua atuação nos últimos 10 anos para outras regiões. Apenas em 2023, foram realizados 213.525 exames de Papanicolaou, 15.452 exames diagnósticos de colposcopia e 963 pequenas cirurgias (exérese da zona de transformação do colo do útero) para tratamento de lesões precursoras de câncer”, afirma o coordenador.
Prevenção é o melhor remédio
Os especialistas ressaltam que, dentre todos os tipos de câncer, o do colo do útero é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, isso porque é quase sempre causado pela infecção genital persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos), um vírus sexualmente transmissível, muito frequente na população e de contágio facilmente evitável com o uso de preservativos. Na maioria das vezes a infecção não causa doença, mas em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir ao longo dos anos para o câncer.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde 2014, vacinas contra o HPV gratuitamente, para pessoas de 9 a 14 anos, de ambos os sexos. A vacina é uma importante medida de prevenção, mas não é eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes, por isso o uso de preservativos durante relações sexuais e o exame preventivo Papanicolaou é imprescindível na detecção precoce da doença e muitas vezes até na fase pré-câncer.
Pesquisa
Desde 2010, o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Amor conta com um grupo de pesquisa em HPV, que tem como objetivo realizar estudos sobre a avaliação dos mecanismos de infecção e persistência do HPV e sua relação com a transformação maligna, além do potencial de métodos do rastreamento de lesões relacionadas a essas infeções.
O grupo vem contribuindo de forma relevante para avanços científicos importantes e inovadores no campo do vírus HPV e suas repercussões, apresentando também colaborações internacionais de grande impacto. Acesse e conheça mais: iep.hospitaldeamor.com.br
Compartilhando experiência
O Hospital de Amor realiza no início de fevereiro, em Barretos (SP), o 16º Encontro de Gestores do Programa de Prevenção ao Câncer do Colo Uterino, que a instituição mantém em parceria com 90 municípios dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
No encontro anual, serão debatidos os processos, fluxos e estratégias com prefeitos, secretários de saúde e profissionais de saúde, ressaltando a importância da parceria com a atenção primária e secundária. Durante o evento haverá o detalhamento do programa, com amostragem e discussão de indicadores.
Nesta semana, diversos portais de notícias divulgaram que o ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira (de 80 anos), foi diagnosticado com Linfoma de Hodking – tipo de câncer que se origina no sistema linfático e apresenta alto índice de cura. Segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o treinador foi diagnosticado há quatro meses, está fazendo quimioterapia e evoluindo positivamente no tratamento.
A doença, que tem incidência de três casos por 100 mil habitantes no Brasil, também já acometeu outros famosos. Em setembro de 2021, o comentarista esportivo Caio Ribeiro anunciou nas redes sociais que estava com este tipo de tumor. “A boa notícia é que ele tem 95% de (chance de) cura e meu corpo está respondendo muito bem ao tratamento”, declarou.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre os anos de 2010 e 2019 foram registrados 48.839 óbitos por linfomas, com média de 4.884 mortes por ano. Entretanto, a incidência de novos casos permaneceu estável nas últimas cinco décadas e a mortalidade reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970, graças aos avanços nos tratamentos da doença. Atualmente, a maioria dos pacientes com Linfoma de Hodgkin pode ser curados com os procedimentos disponíveis.
O Hospital de Amor conversou com a médica e coordenadora do departamento de hematologia da instituição, Dra. Isabela Assis de Siqueira, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, informe-se e cuide da sua saúde!
– O que é Linfoma de Hodgkin?
R.: Linfoma ou doença de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático – conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células por meio do corpo. Trata-se de uma doença que acomete mais comumente adultos jovens, entre 15 e 35 anos, porém há um segundo pico de incidência entre 75 e 80 anos. No Brasil, de acordo com dados do INCA, a estimativa de novos casos é de 3.080, sendo 1.500 homens e 1.580 mulheres.
– O que causa Linfoma?
R.: O linfoma se desenvolve quando ocorre uma desregulação na proliferação das células de defesa, os linfócitos. O motivo que desencadeia essa modificação ainda é desconhecido. Sabe-se que há maior risco de se desenvolver o Linfoma de Hodgkin:
– Pessoas imunocomprometidas (infecção pelo HIV e uso de drogas imunossupressoras, por exemplo).
– Membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas tiveram diagnóstico da doença.
– Infecção por vírus ‘Epstein-Baar’.
– Exposição à agrotóxicos e solventes.
– Quais são os principais sinais e sintomas desse tipo de tumor?
R.: Os sintomas relacionados ao Linfoma de Hodgkin podem variar dependendo de sua localização. Em geral, se caracteriza por percepção de aumento progressivo de nódulos (ínguas) indolores em regiões cervical, axilar e/ou virilha; febre vespertina diária; perda de peso; sudorese noturna; se localizada em região torácica, pode apresentar falta de ar, tosse ou dor torácica. Coceira generalizada e dor em linfonodos imediatamente após a ingestão de bebida alcoólica também podem ocorrer.
– Como detectar o Linfoma de Hodgkin?
R.: O diagnóstico do Linfoma de Hodgkin é feito com a realização da biópsia por retirada de algum gânglio para análise anatomopatológica e estudo imunohistoquímico. Exames de imagem, como Tomografias ou PET CT, são importantes para o estadiamento, ou seja, sabermos quais os locais do corpo estão comprometidos pela doença. Além disso, exames de sangue, como hemograma, função hepática e renal, são necessários para avaliação inicial e seguimento.
Patologicamente, o Linfoma de Hodgkin é dividido em
• Linfoma de Hodgkin clássico – que compreende 95% dos casos, que por sua vez é subdividida em: Esclerose Nodular (60 a 80%), Celularidade Mista (20 a 30%), Rico em linfócitos e Depleção linfocitária.
• Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocítico nodal – que responde por 5% dos casos e, além de ser patologicamente diferente, o curso clínico é mais indolente (sem dor) e o tratamento diferente dos demais subtipos.
– Como ocorre a prevenção do Linfoma de Hodgkin?
R.: Ainda não há indicação de exames de rastreamento para linfomas, porém, reduzir a exposição à fatores de risco podem diminuir as chances de desenvolvimento da doença.
Atualmente, a difusão da informação sobre sinais e sintomas é a principal medida para o diagnóstico em estágios mais precoces da doença, o que possibilita melhores resultados no tratamento.
– Quais são os tipos de tratamento para este tipo de linfoma? E quais são os índices de cura?
R.: Nos últimos 40 anos, um importante progresso foi obtido no tratamento do linfoma de Hodgkin. Aproximadamente 70-80% dos pacientes são curados, atualmente, com os esquemas quimioterápicos disponíveis. E, mesmo nos pacientes com doença em estágio avançado, a cura pode ser obtida em mais de 50% dos casos.
O tratamento adequado para a doença vai depender do subtipo do Linfoma de Hodgkin e do seu estadiamento, podendo compreender quimioterapia e/ou radioterapia.
– O padrão ouro para tratamento do Linfoma de Hodgkin clássico, em âmbito SUS, é a quimioterapia ABVD (adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina). A duração do tratamento e a associação de radioterapia vai depender do estadiamento da doença.
– Já para os pacientes com Linfoma de Hodgkin recaídos ou refratários ao tratamento inicial, o indicado é o tratamento com quimioterapia de resgate e transplante de medula óssea (TMO) autólogo.
– Atualmente, temos ainda a imunoterapia para tratamento de Linfoma de Hodgkin refratário/recidivado.
– No Hospital de Amor existe algum protocolo específico de tratamento ou alguma pesquisa na área?
R.: No Hospital de Amor, em Barretos (SP), além de tratamento via SUS com ABVD e radioterapia em primeira linha, quimioterapia de resgate e transplante autólogo de medula óssea para casos refratários/recidivados, há também uma Unidade de Pesquisa Clínica com protocolos de pesquisa que oferecem aos pacientes do HA e de outras instituições a possibilidade de acesso às novas linhas de tratamento. Atualmente, existem dois protocolos de pesquisa em andamento, com diferentes medicações para pacientes com doença refratária/recidivada.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Em 2004, o cofundador da Apple, Steve Jobs, foi diagnosticado com câncer de pâncreas. Oito anos depois, com o tumor em estado metastático (ou seja, espalhado por outros órgãos) e algumas complicações, ele faleceu. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença representa 2% do total de casos diagnosticados no país e 4% das mortes. Isso porque possui difícil detecção e por ter comportamento agressivo, o que limita as opções de tratamento.
No Brasil – sem contar os tumores de pele não melanoma – o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo considerado por especialistas como uma das formas mais letais de tumor maligno (ele costuma matar 95% dos pacientes em cinco anos). Em números absolutos, o INCA calcula que em 2020 essa doença matou 5.882 homens e 6.011 mulheres, tornando-se o sétimo tumor mais mortal para eles e o quinto para elas.
Diversas personalidades foram vítimas do câncer de pâncreas (ainda pouco divulgado), entre elas o ator americano Patrick Swayze, o tenor italiano Luciano Pavarotti e o ator brasileiro Raul Cortez. Afinal: quem nunca teve um parente ou amigo próximo com câncer de pâncreas?
O Hospital de Amor conversou com coordenador do departamento de cirurgia digestiva alta da instituição, Dr. Fernando Ernesto Cruz Felippe, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Doar medula óssea é um gesto de solidariedade que pode ajudar pacientes que têm o transplante como a única chance de cura. E você sabia que, em função das características genéticas do sistema HLA (Human Leucocyte Antigen: que significa Antígeno Leucocitário Humano), esta chance é de 30% entre irmãos e muito menor quando buscamos doadores não-aparentados?
Por este motivo, existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 38 milhões de doadores no mundo. Dentre eles está o REDOME – terceiro maior registro, responsável pela manutenção das informações de todos os doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e pela identificação de possíveis doadores. Atualmente, ele tem suas atividades coordenadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e representa, para os pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador não-aparentado.
Mas afinal, como se tornar um doador voluntário de medula óssea? Entenda o assunto e saiba como você pode salvar vidas!
O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Nela, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é recomendado a pacientes com doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias, por exemplo, e também para os casos de anemia aplástica, linfomas, entre outras.
O transplante é a substituição da medula óssea doente por uma saudável. Com isso, o organismo do paciente transplantado passa a produzir novas células da medula óssea e do sangue.
Quem pode doar?
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade;
– Estar em bom estado de saúde;
– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite);
– Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Se você estiver dentro de todos esses requisitos, basta fazer um cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
Como funciona o cadastramento?
Para fazer o cadastro, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante e para identificar suas características
genéticas. Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
A partir disso, todas as informações genéticas do doador e dos pacientes são cruzadas. Uma vez identificado um potencial doador compatível, ele é contatado e convidado a realizar novos testes de compatibilidade e uma avaliação clínica e laboratorial. Confirmada a compatibilidade com o paciente e o bom estado-de-saúde do doador, a doação é agendada. Este processo costuma levar 60 dias e não é necessária nenhuma mudança de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.
Como é feita a doação?
A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde. Existem duas formas de doar (por punção ou aférese) e a decisão do procedimento mais adequado é feita pelo médico.
1) No primeiro caso, o doador é anestesiado em centro cirúrgico e requer internação de 24 horas. Uma porção da medula é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções com agulhas, com duração de cerca de 90 minutos. O doador retorna às suas atividades habituais uma semana após a doação.
2) No segundo procedimento, chamado aférese, o doador toma um medicamento por cinco dias, que faz com que as células da medula óssea circulem na corrente sanguínea. Estas células são retiradas diretamente pelas veias do braço do doador, com uso da máquina de aférese, com duração de cerca de 3 a 4 horas.
• Nos dois casos, a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
Como fica o paciente pós transplante?
Depois de um tratamento que destrói sua própria medula óssea com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente receberá a nova medula por meio de uma transfusão. Em três semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.
Onde é possível fazer o cadastro para ser um doador voluntário de medula?
O cadastro de doadores voluntários no REDOME é realizado nos hemocentros de todo o país, portanto, procure o mais próximo de você para obter mais informações. Em Barretos (SP), vá até o Hemonúcleo do Hospital de Amor e nos ajude nessa missão!
• Vale lembrar que: o cadastro permanecerá ativo no REDOME até a pessoa completar 60 anos de idade, ou seja, ela poderá ser selecionada para um paciente ao longo de toda a sua vida. Por este motivo, é muito importante que o doador mantenha seus dados pessoais atualizados – o que pode ser feito por meio do site do próprio REDOME.
Informações:
Em caso de dúvidas, entre em contato com o hemonúcleo do HA pelo telefone: (17) 3321-6600 (ramal: 6941 ou 6753).
Com a sua ajuda podemos aumentar as chances de encontrar doadores compatíveis com nossos pacientes. Seja o herói de alguém! Cadastre-se e seja doador de medula óssea!
A inovação está no DNA do Hospital de Amor, por isso mesmo, a instituição tem seu próprio centro de inovação: o Harena, que vem fazendo a diferença no cenário da saúde pública desde o início de sua operação.
Nos dias 20 e 21 de dezembro, o time Harena promoveu a 6ª edição do Bootcamp Healthtech Barretos, no IRCAD América Latina, com o apoio do Sebrae-SP. O evento é uma imersão presencial que reúne especialistas em inovação em saúde para discutir oportunidades, desafios e boas práticas com as startups participantes. Durante a imersão, os empreendedores das startups se conectam com diversos líderes e gestores do HA, em Barretos (SP), para construir oportunidades de validação de soluções inovadoras e provas de conceito de tecnologia.
De acordo com o diretor de inovação do Harena, Dr. Luis Gustavo Romagnolo, esse evento é muito importante para cultivar networking e conhecimento junto à comunidade de inovação e saúde de toda região de Barretos e dos demais estados. “Ao longo dos dois dias, foram mais de 100 mentorias para os times das startups participantes do programa Healthtech Barretos. Essas conexões têm como objetivo trazer para o próprio empreendedor a real situação do negócio dele e dar soluções para os nossos pacientes da saúde pública”, afirma.
O médico e fundador da startup Presavi, Dr. Alberto Peron, explica que ele atua à frente da startup que é focada em acompanhar a jornada de prevenção do paciente. “Aproveitamos muito o Bootcamp, pois é o lugar certo para aumentar o networking e para agregar em conhecimento”. Já para a gerente de governança clínica do Hospital de Amor, Carla Carvalho, “é uma honra poder participar como mentora e poder realizar trocas de conhecimentos com várias startups do Brasil inteiro, com o mesmo objetivo: melhorar a saúde pública do país”. A pesquisadora do HA, Dra. Fabiana Vazquez, ressalta a importância da mentoria. “É incrível os contatos que fazemos no evento e espero ter dado soluções para as startups, pois nossa expectativa sempre é resolver os problemas dos nossos pacientes.”
Segundo o gerente de inovação do Harena, Guilherme Sanchez, a 6ª edição do Bootcamp foi um sucesso! “Nós tivemos painéis e uma verdadeira imersão dentro do Hospital de Amor; também houve diversas mentorias com especialistas do HA e convidados externos que falaram sobre fundraising (captação de recursos); e lei geral de proteção de dados; proporcionando essa conexão entre os desafios das startups e os especialistas da instituição e do nosso ecossistema para transformar a saúde pública do Brasil”, finaliza Guilherme.
Ao longo destas cinco edições anteriores, já foram mais de 120 Healthtechs participantes, mais de 310 mentorias individuais realizadas com especialistas, mais de 190 horas de conteúdo técnico avançado para startups e mais de 60 especialistas, mentores e speakers. Esta 6ª edição ficou marcada pelas apresentações de pitchs e muito networking.
Para mais informações, acesse: harena.com.br
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, sendo uma das principais causas de morte entre adultos, jovens e crianças. E os números seguem uma crescente por motivos diversos, incluindo fatores hereditários e ambientais.
Números estimados
O número de casos novos de câncer infantojuvenil estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.930, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. Estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino. Esses valores correspondem a um risco estimado de 140,50 casos novos por milhão de crianças do sexo masculino e de 128,87 por milhão do sexo feminino. O câncer infantojuvenil no sexo masculino será mais frequente na Região Sul (153,29 por milhão), seguido pelas regiões Sudeste (145,61 por milhão), Centro-oeste (143,89 por milhão), Nordeste (138,10 por milhão) e Norte (111,10 por milhão). Para o sexo feminino, a Região Sul (151,19 por milhão) tem a maior incidência, seguida pelas Regiões Sudeste (144,11 por milhão), Centro-oeste (128,19 por milhão), Nordeste (114,23 por milhão) e Norte (87,56 por milhão).
Mortalidade
O câncer já é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, representando 8% do total de óbitos nessa faixa etária.
Desafios
A descoberta tardia da doença e a dificuldade de acesso a centros especializados são obstáculos significativos. Além disso, o diagnóstico preciso e as novas terapias são áreas que precisam de atenção contínua.
Diagnóstico precoce, uma janela de esperança
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas. Segundo o Dr. Luiz Fernando Lopes, diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, o diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança. “A maioria dos tumores pediátricos iniciam-se com sinais muito parecidos com sinais de outras doenças que são comuns na criança e com isso podem muitas vezes confundir os pais. Se estes pais forem alertados, assim como os professores nas escolas e toda comunidade, aumenta a chance de alguma pessoa perceber algo na criança.” e ressalta, “A chegada tardia a um centro especializado pode tirar da criança a chance de cura ou diminuir bastante essa chance”.
Sintomas
Fique atento a sinais como perda de peso inexplicada, dores persistentes, febre prolongada, manchas na pele, inchaços e sangramentos anormais.
Papel dos pais e profissionais de saúde
Os pais devem estar atentos aos sintomas e buscar assistência médica imediatamente. Os profissionais de saúde têm um papel crucial na identificação precoce e encaminhamento para tratamento especializado.
Tipos de câncer infantojuvenil
O câncer na criança e no adolescente (entre 0 e 19 anos), ou câncer infantojuvenil, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o infantojuvenil é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Um dos tipos mais comuns de câncer infantojuvenil e que é o mais tratado na unidade do Hospital de Amor em Barretos (SP), é o cerebral, com taxas de curas acima da média nacional, ainda segundo o Dr. Luiz Fernando.
“Embora leucemias agudas sejam as mais prevalentes em quase todos os países e os tumores cerebrais os que estão em segundo lugar, em Barretos temos mais tumores cerebrais que chegam em aqui para tratamento. Estes tumores exigem sofisticação técnica para trata-los: equipe especializada que analisa em laboratório o componente genético (e o tratamento adequado depende destes estudos), exige neurocirurgiões habilitados em tumores cerebrais pediátricos, médicos e enfermeiros que cuidam exclusivamente destes tumores). As taxas de cura dos tumores cerebrais em Barretos é maior do que a média nacional”.
• Leucemia
A leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea e impedindo que as células normais sejam produzidas, provocando infecções, palidez, sangramentos, dor nos ossos e articulações, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso.
• Tumores do sistema nervoso central
Os tumores do sistema nervoso central, cérebro e cerebelo são os tumores sólidos mais frequentes na infância e representam aproximadamente 20% dos cânceres infantis. Podem causar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos. O diagnóstico do tipo exato de tumor é feito durante a cirurgia. Entretanto, imagens feitas com ressonância magnética podem sugerir os diferentes tipos de tumores nestas regiões do sistema nervoso central.
• Linfoma não Hodgkin
Conhecido como câncer do sistema linfático, pode estar presente em qualquer parte do corpo, principalmente no tórax e abdômen. Na barriga, pode causar parada de evacuações e dor na região. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. Ao ser diagnosticado precocemente, o índice de cura é de 80%.
• Doença de Hodgkin
É um tumor que acomete gânglios e baço, sendo mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos se inicia com adenomegalias, que são ínguas com crescimento progressivo. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do linfoma é feito por meio de biópsia de um gânglio aumentado. O tratamento é realizado com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas, 85 ficam completamente curadas.
• Neuroblastoma
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumor de Wilms
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumores ósseos
Os tipos mais comuns são Sarcoma de Ewing e Osteossarcoma. O local mais frequente é acima ou abaixo do joelho. Provocam dor óssea, que piora à noite ou com atividade e inchaço na área ao redor do osso. A pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver inchaço no local. Podem ser confundidos principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-los, é necessário realizar raio X do local doloroso e biópsia com agulha sem cortar a pele. O tratamento é realizado com cirurgia e quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura para até 70%.
• Retinoblastoma
No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando esta é exposta à luz. Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido. Alguns retinoblastomas são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente a partir do nascimento, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.
“Passos que Salvam”
A campanha Passos que Salvam tem como objetivo conscientizar a população de mais de 300 cidades em todo o Brasil, sobre a importância do diagnóstico precoce dos vários tipos de câncer infantojuvenil. Trata-se da maior mobilização simultânea de conscientização sobre o câncer do Brasil. A caminhada acontece anualmente no mês de novembro.
Mais informações
Para orientações sobre agendamento e atendimento na unidade Infantojuvenil no Hospital de Amor, entre em contato pelo WhatsApp: (17) 3321-5403.
No último dia 13 de dezembro, médicos especialistas em radiologia do Hospital de Amor e demais centros oncológicos do Brasil que executam a técnica de ‘Ablação’ via SUS (Sistema Único de Saúde), promoveram o ‘Dia da Conscientização da Cirurgia Sem Cortes: Ablação’. Com dois objetivos principais, que é: (1) fazer com que a população conheça a ablação de tumores, suas indicações, vantagens e disponibilidade em alguns centros na saúde pública; e (2) divulgar às autoridades de saúde sobre o procedimento, a fim de ampliar sua disponibilidade e financiamento no SUS – a data foi escolhida para se tornar referência nacional.
De acordo o médico radiologista do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Henrique Hypolitti, a radiologia intervencionista é uma especialidade médica que utiliza técnicas minimamente invasivas para diagnóstico e tratamento de doenças. Guiados por equipamentos de imagem (tomografia computadorizada, ultrassonografia e fluoroscopia), é possível introduzir agulhas e cateteres através da pele, permitindo realização de biópsias, drenagens, controle de sangramentos, tratamento de tumores e até quimioterapias diretamente nos tumores, oferecendo uma rápida recuperação ao paciente e evitando procedimentos cirúrgicos mais agressivos.
O especialista do HA explica que “A ablação tumoral é uma técnica em que uma agulha é inserida através da pele e posicionada no interior da lesão, utilizando-se os aparelhos de imagem (mais comumente tomografia computadorizada e ultrassom) como guia para o posicionamento do dispositivo ser realizado com segurança. Após o posicionamento correto, geralmente a extremidade da agulha localizada no tumor é capaz de produzir altas temperaturas (quente ou frio, a depender da técnica) e estas temperaturas irão gerar a destruição das células cancerígenas”.
Os tumores que frequentemente são tratados por meio do procedimento são: do fígado, rim, pulmão, osso, tireoide e adrenal, podendo ser utilizado em outras regiões – a depender da localização da lesão. A equipe do Hospital de Amor realiza a técnica há mais de 10 anos, sendo 12 realizações por mês, todas gratuitas.
Segundo o radiologista intervencionista do HA, Dr. Henrique Durante, geralmente o procedimento é realizado em regime de internação curta (24-36h) e na maioria dos casos se utiliza anestesia geral ou sedação. “As salas cirúrgicas são equipadas com os aparelhos de imagem necessários e suporte para anestesia. O exame radiológico é executado, definindo a localização do tumor e o melhor local para inserção da agulha. Após inserção da agulha no interior da lesão, inicia-se a destruição das células tumorais. É realizado um novo exame de imagem ainda dentro da sala confirmando a destruição da lesão. O paciente é encaminhado para o quarto para observação e, geralmente, tem alta hospitalar no dia seguinte ao tratamento (em alguns casos até no mesmo dia)”, afirma.
Mais qualidade de vida para o paciente
A jovem estudante paulista, Larissa Freire Mariano, de 24 anos, de Tupã (SP), recebeu o difícil diagnóstico de tumor de cólon esquerdo com metástase hepática grau IV, em 2021. “Descobri o tumor primário no intestino devido a uma colonoscopia e as lesões do fígado por meio de tomografias. Realizei os exames pois eu estava sentindo fortes dores abdominais e sangramento nas fezes”, revela Larissa.
A paciente conta que realizou o procedimento de ablação em outubro deste ano e que foi algo tranquilo. “Não senti dores, nem houve hematomas, meus únicos sintomas pós-operatório foram náuseas e vômitos”.
Larissa explica que sempre foi bem acolhida no Hospital de Amor e que considera a equipe médica fantástica. “Atualmente me sinto muito bem, ao longo desses quase 3 anos de tratamento passei por momentos muitos difíceis com as sessões de quimioterapia, as três cirurgias e todos os efeitos colaterais, mas graças a Deus e a todos os cuidados, sinto como se não houvesse mais nada em meu corpo”, finaliza a jovem.
A iniciativa do ‘Ablation Day’ conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular e outras instituições, como a UNIFESP, Universidade Federal de Campina Grande, Albert Einstein Centro de Medicina Intervencionista, entre outros.
Em sua sétima edição, o “Simpósio de Educação em Saúde” – evento promovido no último dia 23 de novembro pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor, em parceria com a USP Ribeirão Preto (SP) – abordou o tema “Future-se: precisamos falar sobre Inteligência Artificial na Saúde e na Educação!”.
O evento contou com palestrantes que abriram discussões sobre a importância da tecnologia na educação e na saúde, levando em consideração assuntos como: hábitos de vida, cultura do autocuidado, promoção de saúde e prevenção do câncer.
Foram realizadas palestras, debates dialéticos, mesas redondas, exposição de trabalhos de divulgação científica de instituições parceiras, além de apresentação e registros de trabalhos científicos. Todos os resumos e projetos são publicados nos Anais do Evento e registrados na Biblioteca Nacional. Esta foi mais uma oportunidade de falar sobre tecnologia de forma clara e objetiva, a respeito de um assunto complexo e novo, como a Inteligência Artificial.
O coordenador do NEC, Gerson Vieira, comentou sobre a importância da promoção deste tipo de discussão, em ambiente educacional e hospitalar. “Temos que estimular o diálogo sobre temáticas que versam os campos da Educação e da Saúde, visando a troca de experiências e a oportunidade de desenvolver estratégias que embasem os trabalhos e projetos aliados à inteligência artificial. De forma geral, ao mesmo tempo em que queremos fazer ciência com essa temática, queremos aproximar esses assuntos a todos da comunidade, seja para as instituições e estudantes, seja para entes da sociedade civil como um todo”.
Um dos palestrantes do simpósio, o gerente de inovação do Harena (centro de inovação do HA), Guilherme Sanches, falou sobre a Inteligência Artificial aplicada a saúde e comentou sobre o futuro da I.A no ambiente educacional e hospitalar. “Assim como foi com a internet, a inteligência artificial nestas áreas seguirá o mesmo caminho. Será usada de forma rotineira, claro, sempre visando o bem-estar de quem usa”. Sanches ainda ressalta a importância do simpósio. “Aqui, podemos discutir de forma aberta a aplicabilidade, desafios e barreiras a serem transpostas neste campo pelos profissionais da educação e saúde. O debate proporciona não somente conhecimento técnico para quem estava presente, mas, um conhecimento prático e aplicável nas rotinas de cada profissão”, finalizou.
Esse foi mais um simpósio de sucesso, que proporcionou um espaço valioso para a discussão e reflexão sobre como a IA está moldando o futuro da educação e da saúde. A colaboração entre estudantes, pesquisadores, professores, profissionais da saúde e profissionais da área de tecnologia foi fundamental para enriquecer o debate e promover avanços nesse campo tão promissor.
Sabe aquele famoso: beber socialmente? Pois bem, quando o assunto é câncer até essa prática pode ser perigosa! Isso porque o álcool é, comprovadamente, um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos da doença. De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a recomendação é evitar-se completamente a ingestão de bebida alcoólica. E engana-se quem pensa que é por conta do ‘tipo de bebida’, mas sim pela quantidade consumida.
O oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, explica que as pessoas que escolhem ingerir álcool devem limitar o consumo a não mais do que: um drinque por dia para mulheres (não gestantes) e dois drinques por dia para homens. “Um drinque padrão de álcool é definido como uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado com 40% de álcool (por exemplo: vodka, whisky, gin, rum etc.). Transformando isso em gramas de álcool, gira em torno de 14 gramas! Ou seja: uma lata de cerveja comum no Brasil, a 4,5% de álcool, tem 12,5 gramas de álcool; uma dose de whisky, a 40% de álcool, tem 14 gramas de álcool. Isso quer dizer que consumir álcool acima de 14 g/dia, torna-se preocupante”, afirma.
Mas afinal, a bebida alcoólica traz algum tipo de benefício para o corpo? O HA fez uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico para entender melhor o assunto e alertar todas as pessoas sobre a relação entre álcool e câncer. Confira e cuide da sua saúde!
– A bebida alcoólica é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer?
R.: Com certeza! O consumo de álcool é uma causa estabelecida de vários tipos de câncer (pelo menos sete), sendo o uso excessivo de álcool associado ao maior risco.
– Quais são os principais tipos de câncer associados ao consumo?
R.: Câncer de mama, vários tipos de câncer do trato gastrointestinal (esôfago, gástrico, colorretal, pâncreas, fígado e trato biliar) e cânceres de cabeça e pescoço (cavidade oral, orofaringe e laringe).
– Com que frequência o consumo de bebida alcoólica pode ser preocupante?
R.: Se estivermos falando de prevenção contra o câncer, o ideal é não beber álcool! De acordo com dados da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, consumir acima de 14 gramas de álcool por dia, é preocupante!
– Algum tipo de bebida alcoólica é pior? Neste caso, o teor alcoólico influencia?
R.: Não é o ‘tipo de bebida’, mas sim a quantidade ingerida de álcool. Na prática, uma lata de cerveja comum no Brasil a 4,5% de álcool, tem aproximadamente 12,5 gramas de álcool. Enquanto isso, uma dose de whisky a 40% de álcool tem 14 gramas de álcool.
– Existe algum benefício que o álcool traz para o corpo?
R.: Benefícios não! As diretrizes dietéticas Americanas de 2020 a 2025 aconselham não mais do que dois drinques por dia para homens e um drinque por dia para mulheres (não gestantes). Já outras diretrizes e especialistas desafiam essa visão de que exista alguma dose segura e recomendam evitar-se completamente o álcool.
– Paciente oncológico pode consumir álcool, mesmo que moderadamente?
R.: Não! Mesmo entre consumidores leves e moderados, alguns estudos indicam uma tendência para um aumento do risco de câncer, independente de outros fatores. Além disso, pacientes que estão em tratamento oncológico devem compartilhar todas as medicações, hábitos e vícios com seu médico, para que não haja fatores de confusão e as decisões sejam compartilhadas.
– Cirrose causada pelo excesso de álcool pode se desenvolver para um câncer?
R.: Com certeza! Cirrose de qualquer causa aumenta o risco de câncer de fígado. E esse risco varia de acordo com a idade, o sexo do paciente, a causa da cirrose e o grau de comprometimento hepático.
– Existe diferença entre o consumo de álcool de bebidas caseiras (o licor, por exemplo) e de bebidas industriais para o desenvolvimento de câncer?
R.: Não. O que importa, de fato, é o teor alcoólico, que deve ser inferior a 14 gramas por dia.
– Podemos afirmar que o álcool potencializa o surgimento e desenvolvimento de câncer?
R.: Sim! Estima-se que o consumo de álcool é responsável por, aproximadamente, 6% de todos os casos de câncer e 6% das mortes resultantes de câncer globalmente. Isso significa que quanto maior a ingestão, maior o risco. Além disso, existe também uma associação com o tabagismo: para algumas malignidades que estão ligadas tanto ao tabagismo quanto ao consumo de álcool, interações sinérgicas foram estabelecidas entre essas duas causas de câncer.
– O Hospital de Amor oferece algum tipo de apoio para o paciente oncológico que consome álcool?
R.: O HA possui uma equipe de psicologia ampla e experiente, que atua em todos os departamentos da instituição. O consumo de álcool pode ser um problema para a aderência e tolerância ao tratamento oncológico, portanto, se um paciente precisar de ajuda para abandonar o uso do álcool, nós temos os psicólogos ao nosso lado e, principalmente, ao lado dos pacientes nesse sentido.
– Nessa época de Carnaval, qual o seu recado para os foliões em relação ao consumo de álcool?
R.: Se for beber, beba com moderação, saiba os seus limites e, principalmente, não dirija. Divirta-se com responsabilidade! Aproveite o carnaval e mantenha-se hidratado. Vá de Uber/Táxi ou escolha alguém da turma para não beber. Priorize sua segurança e a do próximo. Celebre o carnaval com alegria, mas sempre com consciência!
É comum ocorrer uma mudança na rotina alimentar e no paladar do paciente oncológico. Sabe-se que a nutrição é um fator crucial para que o paciente realize um bom tratamento ao longo de sua jornada. De acordo com uma pesquisa da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), estudos apontam que mais de 50% dos pacientes oncológicos apresentaram alterações de paladar, e 35% a 87% apresentaram alterações de olfato, decorrentes do tratamento de quimioterapia.
De acordo com a nutricionista do Hospital de Amor, Alice Prado, é comum o surgimento de relatos de casos de distúrbios gastrointestinais em pacientes, como hiporexia, náuseas, vômitos, disgeusia (alteração do paladar), xerostomia (boca seca), mucosite, diarreia e constipação intestinal.
A profissional explica que a alimentação pode contribuir para o alívio dos sintomas causados pelo tratamento e auxiliar na manutenção do adequado estado nutricional para favorecer uma melhor resposta às terapias antineoplásicas. “Não há alimentos que devem ser restritos, mas é recomendado evitar o consumo excessivo de embutidos, enlatados, alimentos muito açucarados e gordurosos, e ultraprocessados”, revela Alice.
Para todos os pacientes oncológicos, é recomendada uma alimentação saudável, com consumo adequado de frutas, legumes e verduras, cereais, leguminosas, carnes e ovos, leite e derivados. Vale ressaltar a importância da ingestão hídrica adequada. A nutricionista explica que chás de camomila, erva-cidreira, erva-doce, chá mate, hortelã e capim-santo (ou capim-limão) podem ser consumidos com moderação e não devem ser utilizados como substitutos da água mineral. Ela também alerta os pacientes para não consumirem chás desconhecidos e sempre consultar o médico ou o nutricionista.
Alimentos e suas recomendações
Alice ressalta que todas as pessoas, incluindo pacientes oncológicos, devem evitar o consumo de gordura trans, pois é prejudicial à saúde, como margarinas, salgadinhos, pipocas de micro-ondas, biscoitos recheados, etc. Mas engana-se quem pensa que na lista de recomendação da profissional há apenas alimentos que devem ser evitados. Ela esclarece que chá de gengibre, água ou gelo com limão, picolé de frutas, alimentos secos (por exemplo, biscoito de polvilho, bolacha água e sal) e preparações geladas ajudam a diminuir o surgimento de possíveis náuseas.
A profissional também revela que alimentos gordurosos, com excesso de temperos, açucarados, caldos, preparações quentes e de odor forte podem contribuir para o desenvolvimento de náuseas nos pacientes que realizam algum tratamento oncológico.
É comum alguns pacientes que fazem o uso de corticoide ganharem peso; a especialista explica que um meio possível de ajustar a alimentação e impedir que isso ocorra é aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, aumentar o fracionamento alimentar, reduzir o consumo de carboidratos simples (açúcar de adição, pães e massas feitos com farinha branca) e reduzir o consumo de gordura e sal.
Pacientes que praticam atividades físicas devem manter uma alimentação saudável, com o consumo adequado de todos os grupos alimentares. “É importante que cada paciente seja avaliado de maneira individualizada”, enfatiza Alice.
Em relação ao consumo de suplementos, não existem recomendações para o uso rotineiro de suplementos alimentares de vitaminas e minerais, sendo a reposição indicada apenas após a avaliação de profissional habilitado (seja médico ou nutricionista), quando o paciente é diagnosticado com deficiências nutricionais. “Não somente o paciente oncológico, mas todas as pessoas devem utilizar qualquer tipo de suplementação apenas após indicação do nutricionista”, diz a profissional do HA.
É importante ressaltar que durante todo o tratamento do câncer, é comum a imunidade do paciente sofrer alterações, o que pode gerar dificuldades no combate de infecções, por exemplo. Por isso, é fundamental que o paciente tenha a garantia de que todo alimento ingerido tem origem segura, reduzindo riscos de doenças. O guia ‘Food Safety During Cancer Treatment’ enfatiza a necessidade do paciente sempre se manter hidratado, e os exemplos apresentados no manual são diversos, como sopas (caldos, canjas), bebidas (água, sucos de frutas e vegetais, chás, leites, etc.) e refrescos (picolés, sorvetes, iogurtes e gelados italianos).
Um dos diferenciais do Hospital de Amor é o trabalho sinérgico que ocorre entre a equipe multiprofissional da instituição. “O empenho de todos é muito importante para auxiliar no cuidado integral do paciente, principalmente na tomada de condutas durante todas as fases do tratamento, compartilhando conhecimentos e aprimorando os serviços prestados. Por exemplo, trabalhamos com médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas”, explica Alice.
*Conteúdo desenvolvido com a colaboração da equipe de nutrição do HA. Profisionais envolvidos: Ana Carolina, Tiago Queiroz, Alice Oliveira Prado, Isabela Laurencio Schiavoni, Laís Ávila e Silva e Jhonatan Antônio Lodo.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é um tumor maligno que surge na região inferior do útero (ou seja, no colo do órgão), e está quase sempre relacionado à infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). É considerado o terceiro tipo mais frequente entre população feminina do país, com estimativa, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), de 17 mil novas ocorrências em 2023 – atrás apenas do câncer de mama e do câncer de cólon e reto.
Os números impressionam! Mas, outro fator chama ainda mais atenção: segundo o INCA, os novos casos e as mortes por este tipo de câncer ocorrem de maneira desigual entre as regiões do Brasil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero ocupa a 2ª posição nas regiões Norte e Nordeste e a 5ª entre os cânceres mais incidentes em mulheres na região Sudeste do país. Outra informação preocupante trazida pela instituição é que, observando a série histórica das taxas de mortalidade do Brasil e regiões, a região Norte é a que traz as maiores taxas de mortalidade pela doença.
Esses dados mostram que, no cenário brasileiro, a falta de rastreamento para o diagnóstico precoce e a dificuldade de acesso a saúde básica de qualidade, são os principais motivos da diferença de números entre as regiões e refletem um grande problema de saúde pública. É aí que o Hospital de Amor se destaca! Em 1994, o HA deu início ao trabalho de busca ativa para a prevenção do câncer do colo uterino na periferia de Barretos (SP) e, posteriormente, em cidades que compõe a Diretoria Regional de Saúde V (DRS V). Um projeto pioneiro que, 30 anos depois, colocaria a região como líder em detecção precoce da doença em todo o Estado de São Paulo.
De acordo com um levantamento da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), 72% do diagnóstico do câncer do colo do útero da DRS V acontece no estadiamento in situ. “Isso significa que de cada 10 mulheres com biópsias alteradas, sete serão tratadas com procedimentos simples dentro do próprio ambulatório, o que reduz quase a zero o risco de desenvolver o câncer do colo do útero nas próximas décadas de vida. Os dados mostram que estratégias de prevenção, com a ampliação na cobertura dos testes de rastreio (Papanicolaou), a priorização da faixa etária exposta a maior risco e o seguimento contínuo dos casos suspeitos com tratamento adequado dos positivos, resultaram em maiores taxas de detecção precoce”, destaca o coordenador médico do programa de rastreamento populacional de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio César Possati Resende.
O relatório disponibilizado pela FOSP provém de uma avaliação do período entre 2000 e 2019, e evidencia a eficiência das ações estruturadas do Hospital, que acontecem em parceria com a própria Diretoria da Regional de Saúde e as secretarias municipais de saúde dos 18 municípios (Altair, Barretos, Bebedouro, Cajobi, Colina, Colômbia, Guaíra, Guaraci, Jaborandi, Monte Azul Paulista, Olímpia, Severínia, Taiaçu, Taiúva, Taquaral, Terra Roxa, Viradouro, Vista Alegre do Alto) que a compõe.
Com a premissa de que ‘Prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o HA pretende expandir essa realidade para outras localidades. A instituição conta, atualmente, com mais de 25 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do país. “Baseado no exemplo e resultados do programa de prevenção instituído na região de Barretos, o Hospital de Amor tem ampliado sua atuação nos últimos 10 anos para outras regiões. Apenas em 2023, foram realizados 213.525 exames de Papanicolaou, 15.452 exames diagnósticos de colposcopia e 963 pequenas cirurgias (exérese da zona de transformação do colo do útero) para tratamento de lesões precursoras de câncer”, afirma o coordenador.
Prevenção é o melhor remédio
Os especialistas ressaltam que, dentre todos os tipos de câncer, o do colo do útero é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, isso porque é quase sempre causado pela infecção genital persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos), um vírus sexualmente transmissível, muito frequente na população e de contágio facilmente evitável com o uso de preservativos. Na maioria das vezes a infecção não causa doença, mas em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir ao longo dos anos para o câncer.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, desde 2014, vacinas contra o HPV gratuitamente, para pessoas de 9 a 14 anos, de ambos os sexos. A vacina é uma importante medida de prevenção, mas não é eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes, por isso o uso de preservativos durante relações sexuais e o exame preventivo Papanicolaou é imprescindível na detecção precoce da doença e muitas vezes até na fase pré-câncer.
Pesquisa
Desde 2010, o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Amor conta com um grupo de pesquisa em HPV, que tem como objetivo realizar estudos sobre a avaliação dos mecanismos de infecção e persistência do HPV e sua relação com a transformação maligna, além do potencial de métodos do rastreamento de lesões relacionadas a essas infeções.
O grupo vem contribuindo de forma relevante para avanços científicos importantes e inovadores no campo do vírus HPV e suas repercussões, apresentando também colaborações internacionais de grande impacto. Acesse e conheça mais: iep.hospitaldeamor.com.br
Compartilhando experiência
O Hospital de Amor realiza no início de fevereiro, em Barretos (SP), o 16º Encontro de Gestores do Programa de Prevenção ao Câncer do Colo Uterino, que a instituição mantém em parceria com 90 municípios dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
No encontro anual, serão debatidos os processos, fluxos e estratégias com prefeitos, secretários de saúde e profissionais de saúde, ressaltando a importância da parceria com a atenção primária e secundária. Durante o evento haverá o detalhamento do programa, com amostragem e discussão de indicadores.
Nesta semana, diversos portais de notícias divulgaram que o ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira (de 80 anos), foi diagnosticado com Linfoma de Hodking – tipo de câncer que se origina no sistema linfático e apresenta alto índice de cura. Segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o treinador foi diagnosticado há quatro meses, está fazendo quimioterapia e evoluindo positivamente no tratamento.
A doença, que tem incidência de três casos por 100 mil habitantes no Brasil, também já acometeu outros famosos. Em setembro de 2021, o comentarista esportivo Caio Ribeiro anunciou nas redes sociais que estava com este tipo de tumor. “A boa notícia é que ele tem 95% de (chance de) cura e meu corpo está respondendo muito bem ao tratamento”, declarou.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre os anos de 2010 e 2019 foram registrados 48.839 óbitos por linfomas, com média de 4.884 mortes por ano. Entretanto, a incidência de novos casos permaneceu estável nas últimas cinco décadas e a mortalidade reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970, graças aos avanços nos tratamentos da doença. Atualmente, a maioria dos pacientes com Linfoma de Hodgkin pode ser curados com os procedimentos disponíveis.
O Hospital de Amor conversou com a médica e coordenadora do departamento de hematologia da instituição, Dra. Isabela Assis de Siqueira, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, informe-se e cuide da sua saúde!
– O que é Linfoma de Hodgkin?
R.: Linfoma ou doença de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático – conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células por meio do corpo. Trata-se de uma doença que acomete mais comumente adultos jovens, entre 15 e 35 anos, porém há um segundo pico de incidência entre 75 e 80 anos. No Brasil, de acordo com dados do INCA, a estimativa de novos casos é de 3.080, sendo 1.500 homens e 1.580 mulheres.
– O que causa Linfoma?
R.: O linfoma se desenvolve quando ocorre uma desregulação na proliferação das células de defesa, os linfócitos. O motivo que desencadeia essa modificação ainda é desconhecido. Sabe-se que há maior risco de se desenvolver o Linfoma de Hodgkin:
– Pessoas imunocomprometidas (infecção pelo HIV e uso de drogas imunossupressoras, por exemplo).
– Membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas tiveram diagnóstico da doença.
– Infecção por vírus ‘Epstein-Baar’.
– Exposição à agrotóxicos e solventes.
– Quais são os principais sinais e sintomas desse tipo de tumor?
R.: Os sintomas relacionados ao Linfoma de Hodgkin podem variar dependendo de sua localização. Em geral, se caracteriza por percepção de aumento progressivo de nódulos (ínguas) indolores em regiões cervical, axilar e/ou virilha; febre vespertina diária; perda de peso; sudorese noturna; se localizada em região torácica, pode apresentar falta de ar, tosse ou dor torácica. Coceira generalizada e dor em linfonodos imediatamente após a ingestão de bebida alcoólica também podem ocorrer.
– Como detectar o Linfoma de Hodgkin?
R.: O diagnóstico do Linfoma de Hodgkin é feito com a realização da biópsia por retirada de algum gânglio para análise anatomopatológica e estudo imunohistoquímico. Exames de imagem, como Tomografias ou PET CT, são importantes para o estadiamento, ou seja, sabermos quais os locais do corpo estão comprometidos pela doença. Além disso, exames de sangue, como hemograma, função hepática e renal, são necessários para avaliação inicial e seguimento.
Patologicamente, o Linfoma de Hodgkin é dividido em
• Linfoma de Hodgkin clássico – que compreende 95% dos casos, que por sua vez é subdividida em: Esclerose Nodular (60 a 80%), Celularidade Mista (20 a 30%), Rico em linfócitos e Depleção linfocitária.
• Linfoma de Hodgkin com predomínio linfocítico nodal – que responde por 5% dos casos e, além de ser patologicamente diferente, o curso clínico é mais indolente (sem dor) e o tratamento diferente dos demais subtipos.
– Como ocorre a prevenção do Linfoma de Hodgkin?
R.: Ainda não há indicação de exames de rastreamento para linfomas, porém, reduzir a exposição à fatores de risco podem diminuir as chances de desenvolvimento da doença.
Atualmente, a difusão da informação sobre sinais e sintomas é a principal medida para o diagnóstico em estágios mais precoces da doença, o que possibilita melhores resultados no tratamento.
– Quais são os tipos de tratamento para este tipo de linfoma? E quais são os índices de cura?
R.: Nos últimos 40 anos, um importante progresso foi obtido no tratamento do linfoma de Hodgkin. Aproximadamente 70-80% dos pacientes são curados, atualmente, com os esquemas quimioterápicos disponíveis. E, mesmo nos pacientes com doença em estágio avançado, a cura pode ser obtida em mais de 50% dos casos.
O tratamento adequado para a doença vai depender do subtipo do Linfoma de Hodgkin e do seu estadiamento, podendo compreender quimioterapia e/ou radioterapia.
– O padrão ouro para tratamento do Linfoma de Hodgkin clássico, em âmbito SUS, é a quimioterapia ABVD (adriamicina, bleomicina, vimblastina e dacarbazina). A duração do tratamento e a associação de radioterapia vai depender do estadiamento da doença.
– Já para os pacientes com Linfoma de Hodgkin recaídos ou refratários ao tratamento inicial, o indicado é o tratamento com quimioterapia de resgate e transplante de medula óssea (TMO) autólogo.
– Atualmente, temos ainda a imunoterapia para tratamento de Linfoma de Hodgkin refratário/recidivado.
– No Hospital de Amor existe algum protocolo específico de tratamento ou alguma pesquisa na área?
R.: No Hospital de Amor, em Barretos (SP), além de tratamento via SUS com ABVD e radioterapia em primeira linha, quimioterapia de resgate e transplante autólogo de medula óssea para casos refratários/recidivados, há também uma Unidade de Pesquisa Clínica com protocolos de pesquisa que oferecem aos pacientes do HA e de outras instituições a possibilidade de acesso às novas linhas de tratamento. Atualmente, existem dois protocolos de pesquisa em andamento, com diferentes medicações para pacientes com doença refratária/recidivada.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Em 2004, o cofundador da Apple, Steve Jobs, foi diagnosticado com câncer de pâncreas. Oito anos depois, com o tumor em estado metastático (ou seja, espalhado por outros órgãos) e algumas complicações, ele faleceu. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença representa 2% do total de casos diagnosticados no país e 4% das mortes. Isso porque possui difícil detecção e por ter comportamento agressivo, o que limita as opções de tratamento.
No Brasil – sem contar os tumores de pele não melanoma – o câncer de pâncreas ocupa a 14ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo considerado por especialistas como uma das formas mais letais de tumor maligno (ele costuma matar 95% dos pacientes em cinco anos). Em números absolutos, o INCA calcula que em 2020 essa doença matou 5.882 homens e 6.011 mulheres, tornando-se o sétimo tumor mais mortal para eles e o quinto para elas.
Diversas personalidades foram vítimas do câncer de pâncreas (ainda pouco divulgado), entre elas o ator americano Patrick Swayze, o tenor italiano Luciano Pavarotti e o ator brasileiro Raul Cortez. Afinal: quem nunca teve um parente ou amigo próximo com câncer de pâncreas?
O Hospital de Amor conversou com coordenador do departamento de cirurgia digestiva alta da instituição, Dr. Fernando Ernesto Cruz Felippe, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Doar medula óssea é um gesto de solidariedade que pode ajudar pacientes que têm o transplante como a única chance de cura. E você sabia que, em função das características genéticas do sistema HLA (Human Leucocyte Antigen: que significa Antígeno Leucocitário Humano), esta chance é de 30% entre irmãos e muito menor quando buscamos doadores não-aparentados?
Por este motivo, existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 38 milhões de doadores no mundo. Dentre eles está o REDOME – terceiro maior registro, responsável pela manutenção das informações de todos os doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e pela identificação de possíveis doadores. Atualmente, ele tem suas atividades coordenadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e representa, para os pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador não-aparentado.
Mas afinal, como se tornar um doador voluntário de medula óssea? Entenda o assunto e saiba como você pode salvar vidas!
O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Nela, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é recomendado a pacientes com doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias, por exemplo, e também para os casos de anemia aplástica, linfomas, entre outras.
O transplante é a substituição da medula óssea doente por uma saudável. Com isso, o organismo do paciente transplantado passa a produzir novas células da medula óssea e do sangue.
Quem pode doar?
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade;
– Estar em bom estado de saúde;
– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite);
– Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Se você estiver dentro de todos esses requisitos, basta fazer um cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
Como funciona o cadastramento?
Para fazer o cadastro, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante e para identificar suas características
genéticas. Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
A partir disso, todas as informações genéticas do doador e dos pacientes são cruzadas. Uma vez identificado um potencial doador compatível, ele é contatado e convidado a realizar novos testes de compatibilidade e uma avaliação clínica e laboratorial. Confirmada a compatibilidade com o paciente e o bom estado-de-saúde do doador, a doação é agendada. Este processo costuma levar 60 dias e não é necessária nenhuma mudança de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.
Como é feita a doação?
A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde. Existem duas formas de doar (por punção ou aférese) e a decisão do procedimento mais adequado é feita pelo médico.
1) No primeiro caso, o doador é anestesiado em centro cirúrgico e requer internação de 24 horas. Uma porção da medula é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções com agulhas, com duração de cerca de 90 minutos. O doador retorna às suas atividades habituais uma semana após a doação.
2) No segundo procedimento, chamado aférese, o doador toma um medicamento por cinco dias, que faz com que as células da medula óssea circulem na corrente sanguínea. Estas células são retiradas diretamente pelas veias do braço do doador, com uso da máquina de aférese, com duração de cerca de 3 a 4 horas.
• Nos dois casos, a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
Como fica o paciente pós transplante?
Depois de um tratamento que destrói sua própria medula óssea com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente receberá a nova medula por meio de uma transfusão. Em três semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.
Onde é possível fazer o cadastro para ser um doador voluntário de medula?
O cadastro de doadores voluntários no REDOME é realizado nos hemocentros de todo o país, portanto, procure o mais próximo de você para obter mais informações. Em Barretos (SP), vá até o Hemonúcleo do Hospital de Amor e nos ajude nessa missão!
• Vale lembrar que: o cadastro permanecerá ativo no REDOME até a pessoa completar 60 anos de idade, ou seja, ela poderá ser selecionada para um paciente ao longo de toda a sua vida. Por este motivo, é muito importante que o doador mantenha seus dados pessoais atualizados – o que pode ser feito por meio do site do próprio REDOME.
Informações:
Em caso de dúvidas, entre em contato com o hemonúcleo do HA pelo telefone: (17) 3321-6600 (ramal: 6941 ou 6753).
Com a sua ajuda podemos aumentar as chances de encontrar doadores compatíveis com nossos pacientes. Seja o herói de alguém! Cadastre-se e seja doador de medula óssea!
A inovação está no DNA do Hospital de Amor, por isso mesmo, a instituição tem seu próprio centro de inovação: o Harena, que vem fazendo a diferença no cenário da saúde pública desde o início de sua operação.
Nos dias 20 e 21 de dezembro, o time Harena promoveu a 6ª edição do Bootcamp Healthtech Barretos, no IRCAD América Latina, com o apoio do Sebrae-SP. O evento é uma imersão presencial que reúne especialistas em inovação em saúde para discutir oportunidades, desafios e boas práticas com as startups participantes. Durante a imersão, os empreendedores das startups se conectam com diversos líderes e gestores do HA, em Barretos (SP), para construir oportunidades de validação de soluções inovadoras e provas de conceito de tecnologia.
De acordo com o diretor de inovação do Harena, Dr. Luis Gustavo Romagnolo, esse evento é muito importante para cultivar networking e conhecimento junto à comunidade de inovação e saúde de toda região de Barretos e dos demais estados. “Ao longo dos dois dias, foram mais de 100 mentorias para os times das startups participantes do programa Healthtech Barretos. Essas conexões têm como objetivo trazer para o próprio empreendedor a real situação do negócio dele e dar soluções para os nossos pacientes da saúde pública”, afirma.
O médico e fundador da startup Presavi, Dr. Alberto Peron, explica que ele atua à frente da startup que é focada em acompanhar a jornada de prevenção do paciente. “Aproveitamos muito o Bootcamp, pois é o lugar certo para aumentar o networking e para agregar em conhecimento”. Já para a gerente de governança clínica do Hospital de Amor, Carla Carvalho, “é uma honra poder participar como mentora e poder realizar trocas de conhecimentos com várias startups do Brasil inteiro, com o mesmo objetivo: melhorar a saúde pública do país”. A pesquisadora do HA, Dra. Fabiana Vazquez, ressalta a importância da mentoria. “É incrível os contatos que fazemos no evento e espero ter dado soluções para as startups, pois nossa expectativa sempre é resolver os problemas dos nossos pacientes.”
Segundo o gerente de inovação do Harena, Guilherme Sanchez, a 6ª edição do Bootcamp foi um sucesso! “Nós tivemos painéis e uma verdadeira imersão dentro do Hospital de Amor; também houve diversas mentorias com especialistas do HA e convidados externos que falaram sobre fundraising (captação de recursos); e lei geral de proteção de dados; proporcionando essa conexão entre os desafios das startups e os especialistas da instituição e do nosso ecossistema para transformar a saúde pública do Brasil”, finaliza Guilherme.
Ao longo destas cinco edições anteriores, já foram mais de 120 Healthtechs participantes, mais de 310 mentorias individuais realizadas com especialistas, mais de 190 horas de conteúdo técnico avançado para startups e mais de 60 especialistas, mentores e speakers. Esta 6ª edição ficou marcada pelas apresentações de pitchs e muito networking.
Para mais informações, acesse: harena.com.br
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, sendo uma das principais causas de morte entre adultos, jovens e crianças. E os números seguem uma crescente por motivos diversos, incluindo fatores hereditários e ambientais.
Números estimados
O número de casos novos de câncer infantojuvenil estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.930, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes. Estimam-se 4.230 casos novos no sexo masculino e de 3.700 no sexo feminino. Esses valores correspondem a um risco estimado de 140,50 casos novos por milhão de crianças do sexo masculino e de 128,87 por milhão do sexo feminino. O câncer infantojuvenil no sexo masculino será mais frequente na Região Sul (153,29 por milhão), seguido pelas regiões Sudeste (145,61 por milhão), Centro-oeste (143,89 por milhão), Nordeste (138,10 por milhão) e Norte (111,10 por milhão). Para o sexo feminino, a Região Sul (151,19 por milhão) tem a maior incidência, seguida pelas Regiões Sudeste (144,11 por milhão), Centro-oeste (128,19 por milhão), Nordeste (114,23 por milhão) e Norte (87,56 por milhão).
Mortalidade
O câncer já é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, representando 8% do total de óbitos nessa faixa etária.
Desafios
A descoberta tardia da doença e a dificuldade de acesso a centros especializados são obstáculos significativos. Além disso, o diagnóstico preciso e as novas terapias são áreas que precisam de atenção contínua.
Diagnóstico precoce, uma janela de esperança
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas. Segundo o Dr. Luiz Fernando Lopes, diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, o diagnóstico precoce pode salvar a vida da criança. “A maioria dos tumores pediátricos iniciam-se com sinais muito parecidos com sinais de outras doenças que são comuns na criança e com isso podem muitas vezes confundir os pais. Se estes pais forem alertados, assim como os professores nas escolas e toda comunidade, aumenta a chance de alguma pessoa perceber algo na criança.” e ressalta, “A chegada tardia a um centro especializado pode tirar da criança a chance de cura ou diminuir bastante essa chance”.
Sintomas
Fique atento a sinais como perda de peso inexplicada, dores persistentes, febre prolongada, manchas na pele, inchaços e sangramentos anormais.
Papel dos pais e profissionais de saúde
Os pais devem estar atentos aos sintomas e buscar assistência médica imediatamente. Os profissionais de saúde têm um papel crucial na identificação precoce e encaminhamento para tratamento especializado.
Tipos de câncer infantojuvenil
O câncer na criança e no adolescente (entre 0 e 19 anos), ou câncer infantojuvenil, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o infantojuvenil é predominantemente de natureza embrionária e, geralmente, afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Um dos tipos mais comuns de câncer infantojuvenil e que é o mais tratado na unidade do Hospital de Amor em Barretos (SP), é o cerebral, com taxas de curas acima da média nacional, ainda segundo o Dr. Luiz Fernando.
“Embora leucemias agudas sejam as mais prevalentes em quase todos os países e os tumores cerebrais os que estão em segundo lugar, em Barretos temos mais tumores cerebrais que chegam em aqui para tratamento. Estes tumores exigem sofisticação técnica para trata-los: equipe especializada que analisa em laboratório o componente genético (e o tratamento adequado depende destes estudos), exige neurocirurgiões habilitados em tumores cerebrais pediátricos, médicos e enfermeiros que cuidam exclusivamente destes tumores). As taxas de cura dos tumores cerebrais em Barretos é maior do que a média nacional”.
• Leucemia
A leucemia é caracterizada pela produção excessiva de células brancas anormais, superpovoando a medula óssea e impedindo que as células normais sejam produzidas, provocando infecções, palidez, sangramentos, dor nos ossos e articulações, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso.
• Tumores do sistema nervoso central
Os tumores do sistema nervoso central, cérebro e cerebelo são os tumores sólidos mais frequentes na infância e representam aproximadamente 20% dos cânceres infantis. Podem causar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos. O diagnóstico do tipo exato de tumor é feito durante a cirurgia. Entretanto, imagens feitas com ressonância magnética podem sugerir os diferentes tipos de tumores nestas regiões do sistema nervoso central.
• Linfoma não Hodgkin
Conhecido como câncer do sistema linfático, pode estar presente em qualquer parte do corpo, principalmente no tórax e abdômen. Na barriga, pode causar parada de evacuações e dor na região. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. Ao ser diagnosticado precocemente, o índice de cura é de 80%.
• Doença de Hodgkin
É um tumor que acomete gânglios e baço, sendo mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos se inicia com adenomegalias, que são ínguas com crescimento progressivo. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico do linfoma é feito por meio de biópsia de um gânglio aumentado. O tratamento é realizado com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas, 85 ficam completamente curadas.
• Neuroblastoma
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumor de Wilms
Na maioria dos casos, acomete lactentes (crianças que ainda se alimentam do leite materno) e menores de 10 anos. O tumor pode se iniciar em qualquer lugar, mas geralmente aparece na barriga, tórax, pescoço ou próximo à coluna vertebral. É notado como inchaço, podendo também causar dor óssea e febre. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina. Todos os tumores do abdômen podem ser confundidos com verminose. Os neuroblastomas são tratados com cirurgia e quimioterapia. Em alguns casos, indica-se radioterapia e transplante de medula.
• Tumores ósseos
Os tipos mais comuns são Sarcoma de Ewing e Osteossarcoma. O local mais frequente é acima ou abaixo do joelho. Provocam dor óssea, que piora à noite ou com atividade e inchaço na área ao redor do osso. A pele pode ficar vermelha e quente e, quando o tumor cresce, é possível ver inchaço no local. Podem ser confundidos principalmente com infecções ou dores de crescimento. Para diagnosticá-los, é necessário realizar raio X do local doloroso e biópsia com agulha sem cortar a pele. O tratamento é realizado com cirurgia e quimioterapia. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura para até 70%.
• Retinoblastoma
No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando esta é exposta à luz. Geralmente, acomete crianças antes dos 3 anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido. Alguns retinoblastomas são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente a partir do nascimento, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.
“Passos que Salvam”
A campanha Passos que Salvam tem como objetivo conscientizar a população de mais de 300 cidades em todo o Brasil, sobre a importância do diagnóstico precoce dos vários tipos de câncer infantojuvenil. Trata-se da maior mobilização simultânea de conscientização sobre o câncer do Brasil. A caminhada acontece anualmente no mês de novembro.
Mais informações
Para orientações sobre agendamento e atendimento na unidade Infantojuvenil no Hospital de Amor, entre em contato pelo WhatsApp: (17) 3321-5403.
No último dia 13 de dezembro, médicos especialistas em radiologia do Hospital de Amor e demais centros oncológicos do Brasil que executam a técnica de ‘Ablação’ via SUS (Sistema Único de Saúde), promoveram o ‘Dia da Conscientização da Cirurgia Sem Cortes: Ablação’. Com dois objetivos principais, que é: (1) fazer com que a população conheça a ablação de tumores, suas indicações, vantagens e disponibilidade em alguns centros na saúde pública; e (2) divulgar às autoridades de saúde sobre o procedimento, a fim de ampliar sua disponibilidade e financiamento no SUS – a data foi escolhida para se tornar referência nacional.
De acordo o médico radiologista do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Henrique Hypolitti, a radiologia intervencionista é uma especialidade médica que utiliza técnicas minimamente invasivas para diagnóstico e tratamento de doenças. Guiados por equipamentos de imagem (tomografia computadorizada, ultrassonografia e fluoroscopia), é possível introduzir agulhas e cateteres através da pele, permitindo realização de biópsias, drenagens, controle de sangramentos, tratamento de tumores e até quimioterapias diretamente nos tumores, oferecendo uma rápida recuperação ao paciente e evitando procedimentos cirúrgicos mais agressivos.
O especialista do HA explica que “A ablação tumoral é uma técnica em que uma agulha é inserida através da pele e posicionada no interior da lesão, utilizando-se os aparelhos de imagem (mais comumente tomografia computadorizada e ultrassom) como guia para o posicionamento do dispositivo ser realizado com segurança. Após o posicionamento correto, geralmente a extremidade da agulha localizada no tumor é capaz de produzir altas temperaturas (quente ou frio, a depender da técnica) e estas temperaturas irão gerar a destruição das células cancerígenas”.
Os tumores que frequentemente são tratados por meio do procedimento são: do fígado, rim, pulmão, osso, tireoide e adrenal, podendo ser utilizado em outras regiões – a depender da localização da lesão. A equipe do Hospital de Amor realiza a técnica há mais de 10 anos, sendo 12 realizações por mês, todas gratuitas.
Segundo o radiologista intervencionista do HA, Dr. Henrique Durante, geralmente o procedimento é realizado em regime de internação curta (24-36h) e na maioria dos casos se utiliza anestesia geral ou sedação. “As salas cirúrgicas são equipadas com os aparelhos de imagem necessários e suporte para anestesia. O exame radiológico é executado, definindo a localização do tumor e o melhor local para inserção da agulha. Após inserção da agulha no interior da lesão, inicia-se a destruição das células tumorais. É realizado um novo exame de imagem ainda dentro da sala confirmando a destruição da lesão. O paciente é encaminhado para o quarto para observação e, geralmente, tem alta hospitalar no dia seguinte ao tratamento (em alguns casos até no mesmo dia)”, afirma.
Mais qualidade de vida para o paciente
A jovem estudante paulista, Larissa Freire Mariano, de 24 anos, de Tupã (SP), recebeu o difícil diagnóstico de tumor de cólon esquerdo com metástase hepática grau IV, em 2021. “Descobri o tumor primário no intestino devido a uma colonoscopia e as lesões do fígado por meio de tomografias. Realizei os exames pois eu estava sentindo fortes dores abdominais e sangramento nas fezes”, revela Larissa.
A paciente conta que realizou o procedimento de ablação em outubro deste ano e que foi algo tranquilo. “Não senti dores, nem houve hematomas, meus únicos sintomas pós-operatório foram náuseas e vômitos”.
Larissa explica que sempre foi bem acolhida no Hospital de Amor e que considera a equipe médica fantástica. “Atualmente me sinto muito bem, ao longo desses quase 3 anos de tratamento passei por momentos muitos difíceis com as sessões de quimioterapia, as três cirurgias e todos os efeitos colaterais, mas graças a Deus e a todos os cuidados, sinto como se não houvesse mais nada em meu corpo”, finaliza a jovem.
A iniciativa do ‘Ablation Day’ conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular e outras instituições, como a UNIFESP, Universidade Federal de Campina Grande, Albert Einstein Centro de Medicina Intervencionista, entre outros.
Em sua sétima edição, o “Simpósio de Educação em Saúde” – evento promovido no último dia 23 de novembro pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor, em parceria com a USP Ribeirão Preto (SP) – abordou o tema “Future-se: precisamos falar sobre Inteligência Artificial na Saúde e na Educação!”.
O evento contou com palestrantes que abriram discussões sobre a importância da tecnologia na educação e na saúde, levando em consideração assuntos como: hábitos de vida, cultura do autocuidado, promoção de saúde e prevenção do câncer.
Foram realizadas palestras, debates dialéticos, mesas redondas, exposição de trabalhos de divulgação científica de instituições parceiras, além de apresentação e registros de trabalhos científicos. Todos os resumos e projetos são publicados nos Anais do Evento e registrados na Biblioteca Nacional. Esta foi mais uma oportunidade de falar sobre tecnologia de forma clara e objetiva, a respeito de um assunto complexo e novo, como a Inteligência Artificial.
O coordenador do NEC, Gerson Vieira, comentou sobre a importância da promoção deste tipo de discussão, em ambiente educacional e hospitalar. “Temos que estimular o diálogo sobre temáticas que versam os campos da Educação e da Saúde, visando a troca de experiências e a oportunidade de desenvolver estratégias que embasem os trabalhos e projetos aliados à inteligência artificial. De forma geral, ao mesmo tempo em que queremos fazer ciência com essa temática, queremos aproximar esses assuntos a todos da comunidade, seja para as instituições e estudantes, seja para entes da sociedade civil como um todo”.
Um dos palestrantes do simpósio, o gerente de inovação do Harena (centro de inovação do HA), Guilherme Sanches, falou sobre a Inteligência Artificial aplicada a saúde e comentou sobre o futuro da I.A no ambiente educacional e hospitalar. “Assim como foi com a internet, a inteligência artificial nestas áreas seguirá o mesmo caminho. Será usada de forma rotineira, claro, sempre visando o bem-estar de quem usa”. Sanches ainda ressalta a importância do simpósio. “Aqui, podemos discutir de forma aberta a aplicabilidade, desafios e barreiras a serem transpostas neste campo pelos profissionais da educação e saúde. O debate proporciona não somente conhecimento técnico para quem estava presente, mas, um conhecimento prático e aplicável nas rotinas de cada profissão”, finalizou.
Esse foi mais um simpósio de sucesso, que proporcionou um espaço valioso para a discussão e reflexão sobre como a IA está moldando o futuro da educação e da saúde. A colaboração entre estudantes, pesquisadores, professores, profissionais da saúde e profissionais da área de tecnologia foi fundamental para enriquecer o debate e promover avanços nesse campo tão promissor.