Dez anos após sua primeira experiência pelo Caminho de Santigo de Compostela, que resultou também em sua primeira jornada como escritor, com o livro ‘Acima de Tudo o Amor’, o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, retornou ao caminho sagrado na certeza de que teria o momento de introspecção e concentração necessário para dar vida ao seu novo livro: “O Parque dos Lobos – A medicina privada do dinheiro limitando a prática da saúde pública”, que denuncia, esclarece e convoca toda a sociedade para o enfrentamento dos entraves que dificultam a existência de uma saúde pública de qualidade no Brasil.
Mas afinal, quem são as pessoas que mandam na saúde do país? Para Prata, muitas dessas pessoas são verdadeiros lobos em pele de cordeiro! Sem medo de citar fatos e nomes, o presidente do HA, em seu novo livro, mostra os valores invertidos que encontrou durante mais de três décadas de gestão na área oncológica no SUS, além de expor a realidade de um sistema que parece se fechar, especialmente quando pessoas mais necessitadas precisam dele, explorando os vulneráveis para poder lucrar mais.
“Em meu primeiro livro, ‘Acima de Tudo o Amor’, abordo a fé e a solidariedade como fatores essenciais na construção do maior polo de referência nacional na luta contra o câncer. No livro, ‘A Providência’, falei sobre os milagres que levam a filosofia do Hospital de Amor para todo o país. Agora, com base em minha experiência de gestor de saúde, trago relatos que mostram as enormes dificuldades encontradas ao longo dos anos. Elas são reflexo das falhas que limitam a saúde pública no Brasil, e eu aponto suas origens para conscientizar a sociedade”, declara o autor.
De acordo com Prata, a obra traz relatos crus desta sua inspiradora trajetória repleta de inconformismo, frente a maior rede de atendimento oncológico 100% gratuito da América Latina. “Quero colocar luz sob os valores invertidos que percebo tanto na política, quanto na medicina, para que todos possam compreender como este país tem sido desonesto com muitos dos seus cidadãos”, finaliza.
Lançamento
O lançamento oficial do “O Parque dos Lobos” aconteceu no último dia 29 de junho, no IRCAD América Latina, em Barretos (SP). O evento contou com a presença de familiares e amigos de Henrique Prata, colaboradores do Hospital de Amor, autoridades locais e representantes, veículos de comunicação, além de membros da sociedade.
Ao adquirir a obra você também contribui com o HA, pois toda renda obtida com a venda do livro será destinada à instituição. Acesse: ha.com.vc/oparquedoslobos e garanta o seu!
Sobre o Hospital de Amor
Excelência em oncologia, o Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, fechou o ano de 2022 com 1.673.441 atendimentos realizados a 540.730 pacientes vindos de 2.531 municípios – isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.4% das cidades do país. O HA possui diferenciais de destaque, sobretudo dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, como uma filial do maior centro de treinamento de cirurgia minimamente invasiva do mundo – o IRCAD; um dos maiores serviços de prevenção em câncer do Brasil, com o maior número de unidades móveis para rastreamento e detecção precoce do mundo; e um Instituto de Ensino e Pesquisa focado em oncologia, incluindo um Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, que proporciona não apenas a possibilidade de grandes avanços em pesquisa científica na área e a formação de profissionais extremamente qualificados, mas também um tratamento mais personalizado e assertivo aos pacientes da instituição. Fruto de toda essa estrutura, desde 2018, a instituição se destaca como o primeiro hospital da América Latina no ranking da SCImago Institutions Rankings (SIR), um levantamento de reconhecimento internacional, que avalia a qualidade de instituições (públicas ou privadas) em todo o mundo, considerando os critérios: pesquisa, inovação e impacto social.
Promover bem-estar, atendimento de qualidade e humanização, são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Por isso, de acordo com o médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato Capuzzo, há 3 anos a instituição vem desenhando um projeto em parceria com o ‘Mais Identidade’ (IMI) – uma organização sem fins lucrativos, que conta com doações para seguir com sua missão de promover, gratuitamente, a reabilitação bucomaxilofacial de pacientes que tiveram sua imagem facial afetada por conta de traumas, câncer ou doenças congênitas, possibilitando assim maior bem-estar a todos eles.
No dia 22 de maio, um paciente que realiza tratamento oncológico no Hospital de Amor foi beneficiado por esta importante parceria. O médico explica que o tratamento cirúrgico deste paciente envolveu diversas etapas. “Ele já havia sido operado em outro serviço e chegou até nós com uma condição bastante complicada, pois tratava-se de um câncer de pele muito extenso na face, com exposição óssea e tecido desvitalizados. O paciente foi submetido a ressecção do tumor pela equipe de cirurgia de cabeça e pescoço e neurocirurgia, em 2012, e reconstruído no mesmo momento com retalho microcirúrgico (transplante) pela equipe de cirurgia plástica”, conta Capuzzo.
O paciente é o Sr. José, de 61 anos, reabilitado inicialmente no HA pela equipe de odontologia, que confeccionou uma prótese esculpida manualmente para ele. O cirurgião revela que ele perdeu grande parte de seu rosto e apresenta uma deformidade que a grande maioria das pessoas não tem coragem de encarar. “A doença fez com que ele se desconectasse de sua família e seu trabalho prévio”. O médico também afirma que é importante perceber que este paciente não teria chance de cura ou reabilitação se não fosse no Hospital de Amor.
Sr. José foi submetido a uma cirurgia extremamente complexa realizada em raríssimos centros no Brasil, e recebeu o que existe de mais moderno e tecnológico em termos de reconstrução e reabilitação protética existente atualmente. “Isto em alguém que se tornou um morador de rua, que agora tem a possibilidade de retomar sua identidade, voltar a trabalhar e, possivelmente, voltar a conversar com sua família distante, que sempre foi o sonho relatado por ele”, afirma Capuzzo.
De acordo com o médico, poucos locais oferecem o procedimento de anaplastologia (que o Sr. José recebeu) via SUS. O especialista conta que a primeira prótese permaneceu com o paciente durante muitos anos, mas foi se degradando com o tempo e, devido ele viver em situação vulnerável, não conseguiu a manutenção ideal para conservação. Para a implementação desta nova prótese, o paciente foi submetido a colocação de implantes osteointegrados – que são como parafusos colocados nos ossos da face que servirão de apoio para a sustentação da prótese.
Segundo Capuzzo, uma sequela ou deformidade na face não é fácil de se esconder ou disfarçar. “O Hospital de Amor, frequentemente, recebe casos muito avançados de câncer de pele que, muitas vezes, já foram tratados em outros serviços ou que não conseguem ser tratados em outras instituições devido à alta complexidade necessária para todo tratamento oncológico. A grande inovação deste caso é que a parceria com o ‘Instituto Mais Identidade’ permitiu associar o que existe de mais moderno em tecnologia para confeccionar a prótese, utilizando imagens 3D de tomografias e escaneamento facial, com tecnologias que eles mesmo desenvolveram e aperfeiçoaram, permitindo um altíssimo nível de detalhamento e acurácia”.
De acordo com o Dr. Luciano Dib, presidente do Instituto Mais Identidade, essa parceria é de grande importância para os pacientes e para as próprias instituições, pois permite ao HA ampliar a excelência do atendimento prestado, agregando uma tecnologia de última geração e que é realizada em poucos lugares do mundo. Muitas vezes, somente após a reabilitação é que os pacientes se sentem de fato curados, pois passam a conviver na sociedade de forma natural, deixando de serem excluídos dos ambientes profissionais e familiares.
“Para o Instituto Mais Identidade é motivo de grande orgulho associar-se ao Hospital de Amor, pois reforça a sua competência e amplia sobremaneira o seu espectro de ação, atuando de forma transdisciplinar, em conjunto com as especialidades de cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, odontologia, entre outros. Ampliar as possibilidades de reabilitação em parceria com o HA vai ao encontro das missões do Instituto, de assistência, divulgação das técnicas e reinserção social dos pacientes com deficiências”, finaliza Luciano. Para Dr. Capuzzo, estas tecnologias permitem um conforto maior ao paciente no processo de moldagem e adaptação das próteses e acabam por produzir próteses com um nível de detalhamento muito superior ao processo convencional.
Segundo a psicóloga do hospital, Andréa Schenten, a cirurgia contribui para resgatar autoestima e a autoimagem do paciente, devolvendo para ele a sua identidade para uma qualidade de vida melhor. “Para o paciente, a autoestima é a recuperação de sua identidade. Enquanto estava em tratamento, o paciente tinha esperança e a crença espiritual como recursos de enfrentamento. O seu apoio aqui em Barretos é apenas de um amigo, que se responsabiliza por trazê-lo ao hospital em dias de consulta. Os funcionários da instituição também o tratam com empatia, respeito e carinho, para que o processo seja suportável, algo que tem feito muita diferença em sua vida”, declara.
Por ano, em média, 300 crianças são diagnosticadas com câncer apenas no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP) – centro de referência em tratamento oncológico na América Latina. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantojuvenil já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Porém, o câncer também pode ser desenvolvido na fase inicial da vida. Nestes casos, há dois cenários: tumores em bebês intraúteros e tumores em bebês lactentes. Os intraúteros ocorrem quando a mulher está gravida e o bebê está com um tumor; já os lactentes acontecem quando o câncer se desenvolve em crianças recém-nascidas, sendo a leucemia o tipo mais comum nesses casos.
Quando se pensa em câncer, logo se pensa em prevenção também, mas em casos de câncer infantojuvenil, este é um assunto delicado. Em relação aos tumores intraúteros e em lactentes, existem fatores de risco que podem estar associados à exposição da mãe ou do pai a agentes cancerígenos, ou a alimentos ingeridos na gravidez que estejam associados à carcinogênese. Há também tumores que derivam de alterações que acontecem durante a embriogênese e não estão relacionados às exposições parentais, como por exemplo, os tumores de células germinativas – frequentes em intraúteros na região sacral ou de cabeça e pescoço.
De acordo com o diretor médico da unidade infantojuvenil do HA, Dr. Luiz Fernando Lopes, as células germinativas primordiais na quarta semana da gravidez devem migrar do cérebro até às gônadas, mas, por mecanismos ainda não totalmente identificados, podem parar sua migração e sofrer alteração genética, dando origem aos tumores de células germinativas que acontecem intraútero, na infância ou na adolescência.
De acordo com o Journal SAGE, os teratomas sacrococcígeos são os tumores de células germinativas mais comum em neonatos (crianças recém-nascidas), ocorrendo em, aproximadamente, 1 em 27.000 nascidos vivos, com prevalência no sexo feminino. Ao nascer, a grande maioria dos teratomas são benignos, porém, ele é capaz de manifestar degeneração maligna (e isso pode ocorrer em crianças com idade avançada também).
No caso das leucemias, mais comum entre os lactentes, o exame de sangue em recém-nascidos ou até 18 meses pode identificar facilmente as alterações; e o exame do mielograma irá confirmar se trata-se de um caso de leucemia de lactente.
No caso dos teratomas, o tratamento é cirúrgico. Importante destacar a necessidade do procedimento ser realizado por um cirurgião oncológico especialista, já que a retirada total do tumor e acompanhamento do paciente são essenciais. Isso porque poucos teratomas possuem componentes malignos, mas se os profissionais não conseguirem removê-lo completamente, há uma grande probabilidade de o tumor voltar maligno após um tempo.
Desfilar na passarela, atrair muitos olhares, brilhar e ser protagonista dos holofotes faz parte do sonho de muitas jovens. Com a Ingrid Assis não é diferente! Natural do Amapá (AP), a adolescente de 15 anos parece ser uma jovem comum, mas apenas parece, pois tem algo de realeza nesta história de superação. Cheia de sonhos, desenvolta e muito vaidosa, ela precisou se mudar para Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento de osteossarcoma na tíbia direita, em março de 2022.
Elenita de Oliveira Silva, mãe da Ingrid e técnica em enfermagem, revela que a filha começou a apresentar dores no joelho. Após perceber que havia algo de errado com a jovem, ela então a levou para fazer exames e investigar o caso, foi quando receberam o diagnóstico de um tumor. Ao não ter recursos para um bom tratamento na sua cidade de origem e após receber o apoio de um parente que atua como médico ortopedista em Sorocaba (SP), e que conhece o HA, ele a ajudou nos tramites; foi quando a família da jovem decidiu se mudar para o interior de São Paulo.
“Eu conheci o HA por meio de um primo que me falou que o Hospital de Amor é um ótimo hospital e que tem um dos melhores tratamentos do Brasil. Vim para o estado de São Paulo ano passado e, na época, eu ainda não tinha certeza de que eu estava com câncer”, conta a jovem. Inicialmente, a esperança da família da garota é de que o tumor fosse benigno, mas infelizmente, a biópsia resultou em algo oposto ao desejo deles.“Na minha cabeça, era vir a Barretos, tirar o tumor e voltar para casa, achei que seria algo rápido, nada que mudasse a minha vida”, revela a adolescente. No entanto, após os exames foi constatado que o tumor era maligno e deste modo, a garota precisou passar pelo tratamento durante 31 semanas.
Ingrid explica que precisou fazer quimioterapia e que sofreu com a queda de cabelo e com tudo que os procedimentos oncológicos trazem aos pacientes. No meio desta jornada, a jovem precisou realizar uma operação na unidade infantojuvenil do HA. Ela fez a cirurgia, porém, devido à uma infecção, houve a necessidade da amputação da perna dela. “As pessoas aqui do hospital são muito acolhedoras e os médicos são atenciosos. No dia da minha amputação, meu pai me disse que o meu cirurgião quase chorou pela minha situação. Me sinto muito abraçada no Hospital de Amor”, relata a macapaense, sempre com um belo sorriso no rosto.
“Hoje ela é uma vencedora, graças a Deus e a este hospital. Eu estou muito feliz de ver como ela está e com a reabilitação dela. A fisioterapia aqui é maravilhosa. São processos e fases que ela tem vivido. Participar do concurso do rodeio trouxe mais ânimo e alegria para ela. Eu só tenho que agradecer a este local que nos acolheu tão bem”, conta Elenita ao ver a evolução de ver sua filha com a prótese.
Recomeço de uma nova história
Em abril deste ano, a jovem iniciou seu processo de reabilitação no HA, foi quando ela recebeu sua primeira prótese para poder voltar andar normalmente. A paciente conta com o apoio de uma equipe multiprofissional e da ‘Tia Deise’, como é carinhosamente conhecida a fisioterapeuta do HA, Deiseane Bonatelli. “A gente procura oferecer todo suporte necessário para que ela tenha uma maior independência na vida dela, para que ela possa fazer todas as necessidades possíveis”, conta Deise.
A profissional também revela a alegria de poder ajudar a garota a participar de um grande desafio. “Eu me sinto muito feliz de ver ela rainha do Rodeio pela Vida. Quando ela disse que iria entrar no concurso, eu combinei com ela para voltar aqui e treinar para andar bem bonito no dia da competição. Ela voltou, nós treinamos e ela venceu. Eu me sinto muito feliz por ela”, explica com os olhos marejados a ‘Tia’ que é muito querida por todos os pacientes, desde crianças, adultos e idosos.
Quando perguntada sobre o processo de aprendizado de voltar a andar, Ingrid, de imediato responde com um lindo sorriso no rosto: “Não tem limite. O seu limite é você mesmo, mas a prótese não te limita. Eu conheço um homem, pela internet, que escala com prótese”.
Mas engana-se quem pensa que Ingrid não tinha pisado em solo barretense antes de seu tratamento. “Eu vim a Barretos em 2019, para participar de um evento da igreja no qual congrego e nunca imaginei que eu voltaria para cá por outro motivo. É difícil, mas quando a gente entrega tudo nas mãos de Deus, tudo fica mais leve. Eu não sei até hoje porque eu perdi a minha perna, mas eu confio em Deus e sei que tudo tem um propósito”.
A competição e seu reinado
No início do ano, o HA abriu as inscrições para a 3ª edição do Rodeio Pela Vida 2023 – evento que acontece em Barretos (SP) e é organizado pela instituição, com renda 100% em prol do Hospital de Amor. Incentivada pela ‘Tia Lili’, uma das organizadoras do evento ‘Fadas Madrinhas’, Ingrid tomou coragem e fez sua inscrição.
Inicialmente, ela disse acreditar que no máximo ficaria no 3º lugar, pois o páreo parecia duro. Ao ser revelado seu nome como a rainha do rodeio, ela não escondeu a surpresa e ficou em êxtase. “Estou muito feliz de ter sido eleita a rainha, se puder, eu quero muito conhecer o padre Fábio de Mello e dar um abraço nele”, explica a garota entusiasmada.
Ao lado de Ingrid, o concurso elegeu a princesa, Jamily Yasmin Peres do Nascimento, e a madrinha Raquel Galvão de Oliveira. A 3ª edição do “Rodeio Pela Vida” teve início no dia 7 de junho e termina no dia 11 de junho, no Recinto Paulo de Lima Correa. Quando questionada sobre um conselho que a rainha daria para pessoas que estão passando pelo mesmo enfrentamento que recentemente ela concluiu, ela não titubeia e logo responde: “Se você está passando por um problema, confie em Deus que vai dar tudo certo.”
O Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, com o apoio da Fundação BB, dá mais um passo em direção ao atendimento integral em saúde ao criar o Diretório de Reabilitação Moderna (DREAM), em Barretos (SP). Para celebrar essa parceria, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu na manhã do dia 01 de junho, o diretor executivo da Fundação BB, Rogério Bressan Biruel, além de outros membros da entidade para mostrar as obras do complexo de cerca de 7.500 m² de área construída, com previsão de ser inaugurado em 2024. “O que o BB está fazendo ainda é muito pouco perto de tudo que o HA faz em prol das pessoas e da saúde pública desse país. Poder contribuir com um trabalho tão importante e grandioso como este, é muito gratificante! Estamos felizes!”, afirmou Biruel.
Durante a cerimônia, os convidados se emocionaram com a apresentação do Coral “Papo Furado” – composto por pacientes laringectomizados da instituição, ou seja, que tiveram a retirada total da laringe por causa do câncer, e ouviram os agradecimentos especiais do presidente do HA. “Hoje é um dia muito especial e marcante para o Hospital de Amor. Hoje, nós pudemos comprovar que o DNA do BB é o mesmo do HA, completamente pautado pelo amor. Deus escolhe as pessoas certas para fazer o bem e o que é certo e, a partir de hoje, somos uma única família!”, declarou Prata.
De acordo com o diretor de Reabilitação do HA, Dr. Daniel Marconi, o DREAM, que visa promover a inclusão social, reabilitação física e funcional de pessoas com deficiência, seja ela intelectual, visual, auditiva ou física, engloba a construção e aparelhamento de um grande e moderno centro focado, voltado a atender pessoas com todos os tipos de deficiência, ultrapassando, inclusive, o cuidado com o paciente oncológico. O projeto inclui a estruturação de uma ampla área com ginásio polidesportivo, casa adaptada para terapia com atividades diárias, centro hípico para ecoterapia, esportes adaptados para pessoas com deficiência e profissionalização, tudo isso com o suporte de equipamento de alta tecnologia. “Esse projeto possui muitos diferenciais e veio para complementar um tratamento de altíssima qualidade e totalmente humanizado que sempre foi oferecido pela instituição, entre eles também haverá uma parte de internação, onde poderá ser realizada a reabilitação intensiva em tempo integral, encurtando o tempo de tratamento e melhorando os resultados clínicos dessa reabilitação”, destacou.
Estima-se que 200 profissionais devam integrar, inicialmente, o projeto, a fim de atender cerca de 1 mil pacientes por mês. Além dos próprios pacientes oncológicos atendidos pelo HA, que podem ter algum tipo de sequela oriunda do tratamento como exemplo amputações, perda auditiva ou visual e dificuldade de locomoção, pessoas com deficiência de qualquer origem, seja crônica, adquirida ou transitória, estão previstas no escopo de assistência do DREAM. “Olhando todos os elos da cadeia para inclusão social eu acredito que seja realmente um grande marco para reabilitação do Brasil e um motivo de grande comemoração de pessoas com deficiência de todo nosso país”, afirmou Marconi.
Reabilitação: inclusão social e qualidade de vida
Para reafirmar a importância da reabilitação no tratamento oncológico (e não oncológico também) e na qualidade de vida dos pacientes do HA, o simpático Ian Barbosa – que teve uma de suas pernas amputadas durante o tratamento da doença, passou por todos os processos de reabilitação e hoje, já protetizado, está se preparando para compor o time de paratletas de Triathlon olímpicos do país, encerrou a celebração com um depoimento emocionante. “O que acontece na reabilitação do Hospital de Amor, todos os dias, são milagres! Quando eu amputei a minha perna, meu único desejo era voltar a andar. Eu não só consegui, como pude melhorar tudo em minha vida. As pessoas que ajudam essa instituição, como a Fundação BB está fazendo, nem imaginam, mas estão realizando sonhos. Eu sou a prova! Graças a vocês a gente pode voltar a viver. Muito obrigada!”, finalizou.
Visita especial
A celebração dessa parceria de sucesso contou ainda com uma participação muito especial! Durante uma visita a cidade de Barretos (SP) e ao Hospital de Amor, o atacante da Seleção Brasileira, Richarlison, visitou as obras do DREAM, conheceu a estrutura de alguns departamentos do HA e ofereceu muito carinho aos pacientes e colaboradores da instituição. “Fico muito feliz de estar aqui visitando esse Hospital tão importante! É um momento único na minha vida e poder dar um abraço em cada um enche meu coração de gratidão!”.
A história do Hospital de Amor foi construída e é feita, diariamente, por quem faz do cuidar sua principal missão! É o caso dos mais de 2 mil profissionais de enfermagem que estão distribuídos em todas as unidades da instituição.
Por isso, neste ano, para celebrar o ‘Dia Internacional da Enfermagem’, comemorado no dia 12 de maio, o HA convidou cinco colaboradores para contar as suas experiências de vida e resumir, em um breve relato, a importância da enfermagem e o amor que eles sentem pela profissão. Leia e se emocione:
Luciana Rodrigues dos Reis, 50 anos, enfermeira.
“É uma dádiva, Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas”.
“Escolhi a enfermagem devido a um fato que aconteceu comigo na adolescência. Quando tinha 18 anos, minha vizinha foi até minha casa pedir ajuda porque o pai dela estava se sentindo muito mal. Ao chegar lá, vi que ele estava ao chão e não responsivo. Então, chamamos ajuda e ao chegar na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), ele havia infartado e ido a óbito. Após este episódio, eu disse para minha mãe, Maria Mercedes, que iria estudar enfermagem para ajudar as pessoas.
Com o passar do tempo, conheci o Marcelo, meu esposo, e por meio dele conheci a minha sogra, dona Conceição dos Reis, que atuava na Santa Casa, na área de enfermagem. Ela nos direcionou e começamos a cursar enfermagem. Em 1997, entrei no ambulatório do Hospital de Amor, no departamento de enfermagem.
Um dia, quando estava na recepção ajudando nos agendamentos, veio uma mulher até mim e eu conversei com ela. Ela me entregou um presente e disse: “trouxe este presente para te acompanhar em sua trajetória, vejo você em seu atendimento e me emociono de ver o quanto é prestativa e educada, vejo amor em você”. Agradeci ela e ao abrir o presente, voltei meus olhos para agradecer novamente e ela não estava mais lá. Procurei por ela na recepção toda e não a encontrei. Lembro de ter comentado com as minhas colegas de trabalho que foi Deus quem enviou ela para mim.
O presente era uma imagem da Nossa Senhora das Graças e, desde então, sou devota dela, carrego a sua imagem comigo e em minhas orações peço proteção.
Eu trabalho há 28 anos na área e para mim, trabalhar com a enfermagem é ter um aprendizado todos os dias, então, procuro dar o melhor de mim. É uma dádiva Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas.”
Marcela de Oliveira Santos, 40 anos, enfermeira.
“Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um eu te amo ou um adeus”.
“Meu sonho era cursar medicina até conhecer a enfermagem. Eu encontrei minha verdadeira vocação quando comecei a trabalhar como auxiliar de enfermagem, em 2003, na UTI adulta do Hospital de Amor. Neste momento, eu descobri o amor e conheci pessoas que me ajudaram a ser quem sou hoje.
Quando conclui a faculdade de enfermagem, em 2008, continuei na UTI, onde me realizei como profissional até ser convidada a trabalhar com a equipe cirúrgica do digestivo alto.
O período na UTI marcou muito minha vida, porque eu aprendi a deixar de lado os problemas pequenos e entendi que cada minuto com quem amamos vale muito mais. Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um “eu te amo” ou um “adeus”.
Após alguns anos, eu fui para ‘Atenção Primária’ e aprendi muito sobre um mundo ainda desconhecido. Eu vi pessoas machucadas, observei que a fome muitas vezes é maior que a dor de uma doença e percebi que com amor podemos mudar um pouco este mundo.
No HA, eu encontrei profissionais que trabalham com amor e dedicação, que fazem todo o sofrimento se tornar uma esperança de um final feliz. Em cada lugar que passei, eu aprendi o valor de cada sorriso e de cada olhar.
Além disso, durante a minha jornada no Hospital de Amor, a minha vida pessoal também foi transformada. Em 2010, o amor se tornou palpável para mim, eu tive a minha primeira filha, a Maria Luísa. Desde então, nasceu a ‘Marcela mãe’. Mas a felicidade não parou por aí, o Miguel veio depois de um tempo e completou a nossa família.
Hoje, me sinto parte desta instituição como se fosse minha família. Aqui, temos pessoas que nos apoiam e investem em sonhos e ações, para que assim, consigamos ajudar o próximo”.
Marilene Oliveira Simeão, 48 anos, enfermeira.
“Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente”.
“Eu escolhi a enfermagem porque desde criança eu sonhava em poder fazer algo pelo próximo. Queria, de alguma forma, mudar a vida de alguém, aliviar a dor, diminuir o sofrimento, mas, principalmente, cuidar com amor e dignidade porque quando a nossa saúde está ameaçada, é quando nos sentimos mais frágeis e amedrontados.
Para realizar este sonho, a caminhada foi longa. Eu vim de uma família negra e de baixa renda. A minha mãe era analfabeta e o meu pai tinha pouco estudo, mas, é uma família cheia de amor. Eu fui a primeira a ter a oportunidade de frequentar uma faculdade, mas antes de iniciar o curso, eu fui auxiliar de enfermagem, depois me tornei técnica e só aos 35 anos consegui concluir a minha graduação.
Eu tive vários momentos marcantes em minha carreira, mas teve um episódio que é especial, talvez por ter sido no início da carreia: Eu estava de plantão e o Pedro (9) estava em tratamento oncológico, internado no Hospital Base, com cuidados paliativos. Sua mãe e ele me abraçaram e me agradeceram por eu estar ao lado deles nesta caminhada e aquele abraço me fortaleceu.
Eu acredito que são os pacientes que salvam as nossas vidas diariamente, porque eles nos proporcionam a oportunidade de sermos melhores, de evoluirmos e de crescermos espiritualmente. Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente.
Esta é uma profissão em que todos os dias alguém reza por você, além de ser uma dádiva de Deus.”
Franciele de Nogueira Gomes, 33 anos, enfermeira.
“Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família”.
“Desde criança eu sabia que eu queria fazer enfermagem, nunca pensei em outra opção. Quando pequena, eu convivia muito com os meus avós e eles já tinham mais de 70 anos e eu ia muito com o meu pai levá-los ao médico.
Eu lembro que aconteceu um episódio quando eu era bem novinha: Meu avô estava internado, meu pai foi visitar ele e eu fiquei com a minha avó sentada lá fora. Eu perguntei para ela o que era aquela placa que estava na nossa frente, ela disse que era da faculdade e eu disse: “Vô, um dia eu vou estudar aí!”, e acabou que eu realmente passei no curso de enfermagem da FAMERP, em São José do Rio Preto (SP), e me formei lá.
Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família. Eu passei por uma experiência recente de perder o meu pai em um hospital em São José de Rio Preto (SP) e eu percebi como o atendimento é diferente e como o que a gente faz aqui, no Hospital de Amor, muda muito, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Então, eu sempre tento ser o mais clara possível e sempre tento trazer, tanto o paciente quanto o acompanhante, para perto de mim.
Logo que eu entrei aqui, tinha uma paciente que tinha mais ou menos a minha idade. Ela tinha uma irmã que tinha a idade da minha e nós conversávamos muito, ela até me apresentou a família. Infelizmente, ela foi a óbito e quando a gente acompanha as progressões e o quanto a família sofre, a gente acaba sofrendo junto.
Para lidar com pacientes oncológicos e com as fragilidades deles você tem que ser frágil também. Já é difícil dimensionar tudo que eles passam, então, eu acho que se você não for sensível, você não consegue dar o tratamento que eles precisam porque não é só o tratamento físico, tem todo um tratamento por trás disso.
Antigamente, eu era uma pessoa muito fechada, então, eu tive que me moldar completamente porque eu lido com pacientes. Eu preciso puxar assunto com eles, ser empática e eu tento não deixar o momento em que o paciente está aqui triste, porque a gente sabe que estar dentro do hospital já é.
Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que pretendem fazer enfermagem, eu diria: busque conhecimento sempre, faça com carinho e reflita sobre as pessoas que você vai atender, isso é muito importante”.
Célio Aparecido Silva, 62 anos, enfermeiro.
“A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: Respeito, paciência e humildade”.
“Eu trabalho no Hospital de Amor há 30 anos, mas minha jornada de trabalho se iniciou quando eu tinha 15. Eu comecei trabalhando na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), com serviços gerais. Quando eu estava com 18 anos, acredito que alguém tenha visto algo em mim, porque eu fui convidado para fazer parte da equipe de enfermagem. A princípio, eu comecei como atendente, depois, fiz um curso de auxiliar de enfermagem e continuo na área até hoje. Na época, eu trabalhava 36 por 12 horas e fiz essa rotina por 16 anos.
Quando terminei meu curso, entrei no Hospital São Judas Tadeu – unidade de cuidados paliativos e atenção primária ao idoso –, mas começou a rodar turno e eu já trabalhava a noite, então, pedi demissão. Depois de dois dias, a Dra. Scylla Prata (fundadora da instituição) me procurou, disse que o meu trabalho era importante e me ofereceu uma vaga na quimioterapia, para trabalhar no período da tarde. Eu aceitei e estou aqui até hoje. Se fosse preciso, eu faria isso novamente, porque eu amo o que eu faço.
Um dia, tinha uma paciente aqui na QT que estava muito irritada e chorando, porque não estavam conseguindo pegar a veia dela. Eu fui até ela, conversei, acalmei ela e consegui pegar a veia. Ela me disse que eu tinha uma áurea diferente, mas não sabia explicar muito bem, e isso me marcou muito.
A enfermagem muda a gente, nós passamos a ser mais atenciosos, nós tratamos as pessoas melhores. Mesmo aposentado eu continuo trabalhando, porque eu gosto do que faço e isso faz bem para a minha mente.
A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: respeito, paciência e humildade.”
Pela primeira vez, o Hospital de Amor Jales realizou um procedimento cirúrgico utilizando recursos de Medicina Nuclear. A cirurgia, em uma paciente de 58 anos, empregou uma tecnologia que possibilitou maior precisão e menores sequelas.
O método de pesquisa de linfonodo sentinela foi aplicado em um caso de tumor de pele melanoma, como explica o cirurgião oncológico, Dr. Sávio Costa de Paula. “Esse tipo de tumor é mais agressivo e com alta possibilidade de metástase, atingindo os linfonodos. Com essa técnica avançada, conseguimos identificar com maior exatidão os gânglios afetados. Apesar de ser a primeiro, certamente o procedimento será expandido para outras áreas.”
O procedimento teve início na unidade do HA em Barretos (SP), com a aplicação do radiotraçador. “Um dia antes da cirurgia propriamente dita, foram aplicados no paciente radiofármacos que transitam pela via linfática, sendo que no momento do procedimento aqui em Jales (SP), utilizamos equipamentos de alta tecnologia para que o cirurgião pudesse identificar local do linfonodo”, detalhou a médica nuclear Dra. Emanuela Borges Oliveira.
“Na maioria das vezes quando realizamos procedimento de Medicina Nuclear, ainda não há a evidência de doenças. Com esse método conseguimos remover com exatidão, fazendo com que o procedimento seja menos invasivo e evitando realizar o esvaziamento linfonodal desnecessário, preservando o paciente das sequelas”, complementou Dr. Sávio.
Ainda em liberação junto aos órgãos competentes para a utilização total de suas funcionalidades, o departamento de Medicina Nuclear do HA Jales já está em fase avançada de implementação, com a maior parte dos equipamentos já instalados e toda a infraestrutura pronta, inclusive com todo mobiliário adquirido com o apoio da Associação de Voluntários de Combate ao Câncer da Região de Jales.
“Com o pleno funcionamento, poderemos atender a todos nossos pacientes com essas tecnologias aqui na unidade, sem precisar que ele se desloque para Barretos ou outros poucos centros que utilizam esta tecnologia, já que possui um custo elevado. Além do melanoma, casos como o de câncer de mama também serão beneficiados, ressaltou a Dra. Emanuela.
A Inovação faz parte do DNA do Hospital de Amor, desde a sua inauguração, em 1962. Com o aumento e aplicação da tecnologia cada vez mais presente na rotina da instituição, foi necessário desenvolver seu próprio centro de inovação. Por isso, em 2021, o HA se colocou mais uma vez na vanguarda da saúde pública, ao criar o Harena Inovação, a fim de promover aceleração de ideias e promoção da ciência e da tecnologia, que teve seu espaço físico inaugurado no último dia 25 de abril. A cerimônia de ontem contou com a presença do coordenador de ambientes inovadores e startups do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Freitas; da Diretora técnica da coordenadoria de desenvolvimento regional e territorial do estado de São Paulo, representando o Governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, Eneida Gama; da Prefeita de Barretos (SP), Paula Lemos; do Head Sebrae for startups, Michel Porcino; da Assessora e representante do Senador Rodrigo Cunha, Maria Isabel Góes; do capelão do HA, Padre Tulio Gambarato; do Presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata; e do Diretor de Inovação do HA e do Harena, Dr. Luis Romagnolo. O evento surpreendeu a todos com uma dinâmica ‘futurista’ e divertida liderada por Marcelo Marcon.
Para o presidente do HA, Henrique Prata, todos os colaboradores compartilham o sonho de salvar vidas e fazer a diferença todos os dias. Até o momento, mais de 90 healthtechs estão conectadas ao ecossistema de inovação da instituição, sendo 45 delas participantes dos programas de aceleração, apenas em 2022. São 17 projetos de inovação executadas em parceria com startups para realização de provas de conceito de tecnologia e validação de novos produtos, mais de 500 pessoas impactadas e relevantes parcerias institucionais, como o Sebrae, o InovaBra Startups, a Associação Brasileira de Startups, o Instituto Federal de São Paulo e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo federal.
Para o diretor de inovação do Harena, Dr. Luis Romagnolo, “Desde 2021, nós estamos conectando pessoas e empresas capazes de impactar positivamente a vida dos pacientes da saúde pública do Brasil, dá muito orgulho em poder fazer parte desta revolução”, afirma o profissional.
Dentre alguns segmentos que fazem parte do portfólio de inovação, estão: gestão hospitalar, saúde digital, prevenção e acesso, diagnóstico inteligente, pesquisa científica, dispositivos médicos e humanização e qualidade de vida. Além de desenvolver iniciativas estruturadas em 3 estados brasileiros: Acre, Alagoas e São Paulo.
Com o novo espaço físico, além de proporcionar estrutura de trabalho para os parceiros e startups aceleradas, o Harena também ampliará a capacidade de atendimento com um novo programa em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e o Instituto Federal de São Paulo, o ConectaHealth. Nos próximos 2 anos, serão mais 120 healthtechs atendidas com o programa, que oferecerá capacitação empreendedora gratuita, mentorias especializadas e conexão com o ecossistema de inovação do Hospital de Amor, em Barretos.
O termo japonês ‘ikigai’ significa “uma razão para existir”. A palavra é composta pelo termo iki, que significa ‘vida’, e gai, que traduzido seria ‘efeito’. O caminho Ikigai, seria uma ferramenta de autoconhecimento que explana diversas áreas e intersecções da vida pessoal e profissional. Ou seja: ao encontrar algo que você ama, te pague bem, você realiza com esmero e faz a diferença no mundo, aí então, você terá alcançado o seu Ikigai, ao unir missão, paixão, profissão e vocação.
A freira Rita de Cassia de Jesus, de 40 anos, natural de Mogi das Cruzes (SP), faz parte da Congregação das Irmãs Pequenas Missionárias de Maria Imaculada há 24 anos. “Deus me chamou para a vida religiosa para ser amor na vida dos doentes e dos mais necessitados. Escolhi servir a Deus no amor e na alegria de me doar”, conta Rita, sempre com um sorriso no rosto.
Há pouco mais de um ano, a irmã começou a trabalhar no alojamento Madre Paulina, em Barretos (SP) – o primeiro alojamento do Hospital de Amor. De acordo com a freira, trabalhar nesta casa assistencial é um privilégio, pois é possível conhecer um pouco de várias partes do Brasil e se aprofundar na arte de acolher e amar realidades, ao adentar na intimidade das pessoas no momento da fragilidade da dor, doença física e espiritual. “Penso que a missão do HA é o testemunho mais vivo e concreto de que é possível atender a saúde humana com dignidade e nobreza de espírito, sem distinção de cor, classe social, raça ou religião, atendendo assim, a pessoa humana como um todo”, afirma Rita.
Amor e dedicação pela causa onde trabalha, Rita tem de sobra, mas para dar conta de administrar o local que abriga 257 pessoas, a freira conta com algo que no início começou mais como recomendação, mas agora já vem ganhando gosto: praticar exercícios físicos na academia. “Começamos a treinar, pois sentíamos necessidade de fazer uma atividade para o bem-estar físico e psíquico, porque nossa rotina requer muito equilíbrio e disponibilidade de tempo”, explica a freira que treina com suas colegas de trabalho, as também freiras, irmã Raymunda, de 77 anos, e irmã Adriana, de 43 anos.
Vestida com seu fiel ‘hábito’ e um par de tênis, Rita recebe o auxílio do educador físico da academia do Hospital de Amor (exclusiva para os colaboradores da instituição), Gilmar Júnior, que revela que elas sãos as primeiras religiosas que ele ajuda a treinar. “O senhor Henrique Prata é adepto à atividade física, então, todos aqueles próximos a ele, nesse caso, os padres e as freiras, ele pede sempre para virem praticar a musculação comigo. Com isso eu já atendi o Pe. Constante, Pe. Túlio e outros padres que passaram pela cidade estudando e também vieram treinar na academia”, conta Juninho – como é conhecido pelos funcionários da instituição.
Gilmar explica que o treino é um meio de exercitar o corpo para gerar o bom funcionamento corporal e aumentar a resistência física para o trabalho tão árduo como o de cuidar de outras pessoas, algo este realizado pelas freiras. “Gosto muito de fazer os exercícios interagindo com todos os colaboradores que ali treinam, além de escutar no celular algumas orações e reflexões bíblicas para aproveitar bem o tempo”, revela o educador.
Júnior também conta que o maior desafio dos treinos é manter a frequência e a disposição, pois tem dias que o tempo é bem escasso e o cansaço dos atendimentos aos pacientes são bem intensos. Segundo a irmã Rita, as atividades físicas são importantes, já que viver harmoniosamente num local onde residem mais de 200 pessoas de várias situações, culturas e regiões, é um verdadeiro milagre do amor.
Irmã Rita também tem disposição para organizar eventos culturais no alojamento, inclusive, ela realiza até apresentações de dança, contribui com as atividades diárias no local, faz suas orações, doa sangue e está sempre pronta para ajudar a todos.
Mas engana-se quem pensa que malhar não é algo comum das freiras. Madonna Budder é uma famosa religiosa americana, de 92 anos, que já realizou mais de 400 provas de triatlo, sendo 50 delas na modalidade Ironman (uma das competições mais difíceis do mundo), no qual é necessário nadar 3,8 km, pedalar 180 km e finalizar com 42 km de corrida. Sister Madona, com é conhecida na América, teve seu primeiro contato com triatlo aos 48 anos, e aos 70 anos participou do Ironman pela primeira vez. Ela já alcançou o recorde mundial de mulher mais velha a finalizar a competição aos 82 anos. Isso prova que nunca é tarde para iniciar uma atividade física e mudar de hábito!
Praticar atividades físicas contribui para diversos benefícios, tais como: ajuda no combate ao excesso de peso, reduz a pressão arterial, ajuda a controlar a glicemia, fortalece ossos e articulações, aumenta a força e a resistência muscular, diminui o estresse, promove a sensação de bem-estar, aumenta a disposição, combate a ansiedade e a depressão, fortalece o sistema imunológico, além de contribuir para uma melhora da memória e da capacidade de aprendizado.
Atender, cuidar e sempre estar à disposição de milhares de pacientes diariamente, com carinho e bom humor, é uma função que exige muita dedicação, amor pelo que faz e a certeza de saber que seu trabalho está fazendo a diferença no mundo, sendo assim, podemos dizer que a irmã Rita encontrou o seu Ikigai.
Em abril de 2012, a colaboradora do Hospital de Amor Barretos (SP), Deize de Oliveira (43 anos), descobriu que estava com mais de mil pólipos no intestino (alterações que podem aparecer no intestino devido à proliferação excessiva de células presentes na mucosa no intestino grosso). Apesar do número impactar, a história dela e de sua família é muito mais impressionante!
Tudo começou quando Deize tinha apenas dois anos e seu pai foi diagnosticado com câncer colorretal. Ele não resistiu ao tratamento, mas a família não sabia que a doença tinha grandes chances de ser hereditária. Quando ela completou 31 anos, uma nova preocupação surgiu: seu irmão começou a sentir fortes dores na barriga e a ter sangramento nas fezes. Ao realizar alguns procedimentos, foi diagnosticado com câncer de intestino – o mesmo tipo que levou seu pai. E ele também não resistiu. Foi aí que uma médica do departamento de Oncogenética do HA orientou Deize a fazer exames preventivos, pois as chances dela também se tornar paciente oncológica eram altas.
Ainda que sem sintomas, ela cedeu ao rastreamento e, após uma colonoscopia, foram detectados mais de mil pólipos intestinais. “O caso era cirúrgico, mas o meu maior medo era precisar utilizar a bolsa de colostomia. Depois da cirurgia, na sala de recuperação, escutei a voz do médico me dando a notícia de que o procedimento tinha sido um sucesso e não seria necessário colocar bolsa”, afirmou.
Todo esse processo, tanto da Deize, quanto do irmão, foi realizado no Hospital de Amor. Na época, ela atuava no departamento de nutrição e, após o afastamento por conta da cirurgia, foi promovida a auxiliar no setor de radiologia. Animada com o sucesso do tratamento e com a promoção, ela começou um curso na área. “Graças a Deus e ao HA, hoje eu sou técnica em radiologia e estou viva”.
Ao ressaltar a importância da prevenção, ela se emociona! “É extremamente importante estar em dia com os exames preventivos. Se tivéssemos ido ao médico antes, meu irmão estaria aqui comigo hoje. Minha dica é: se você está sentindo qualquer sintoma, procure um médico de sua confiança. E se você tem casos de câncer na família, recorra ao setor de oncogenética, pois a doença pode ser hereditária”, declarou.
Atualmente, Deize atua como técnica de radiologia no Hospital de Amor e faz acompanhamento anual para ressecar os pólipos. Seus três filhos são saudáveis, porém, por conta do histórico familiar, o mais velho, Eduardo (24 anos), também já deu início aos exames preventivos na instituição.
Oncogenética no Hospital de Amor
A Oncogenética é a uma área médica que acompanha pacientes que possuem um maior risco de desenvolvimento de câncer por conta de fatores hereditários. Esse tipo de acompanhamento só é indicado em casos específicos e, nessas situações, pode ser um grande aliado para identificar a predisposição, a fim de realizar a detecção precoce de alguns tipos de tumores.
O Hospital de Amor oferece este tipo de acompanhamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), graças à sua estrutura voltada para pesquisa científica em oncologia. De acordo com o médico oncogeneticista da instituição, Augusto Antoniazzi, quando há a identificação de que a doença seja hereditária em um paciente da instituição, inicia-se também a investigação com seus familiares. “Por meio do paciente, nós conseguimos também identificar familiares com risco aumentado de câncer e propor estratégias de prevenção e redução de risco para eles”. Então, caso a equipe identifique um familiar saudável, sem o diagnóstico para câncer, é capaz fazer um programa de prevenção para ele. Com isso, é possível evitar que o câncer seja diagnosticado em estágios mais tardios, aumentando consideravelmente as chances de cura.
Em alguns tipos de tumores da doença é possível realizar um tratamento baseado na mutação genética, com medicações específicas que melhoram seu desfecho. Para a maioria dos genes que pré-dispõem ao câncer, o teste genético é realizado já na idade adulta. Mas, existem casos onde ele pode ser feito ainda infância.
Dez anos após sua primeira experiência pelo Caminho de Santigo de Compostela, que resultou também em sua primeira jornada como escritor, com o livro ‘Acima de Tudo o Amor’, o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, retornou ao caminho sagrado na certeza de que teria o momento de introspecção e concentração necessário para dar vida ao seu novo livro: “O Parque dos Lobos – A medicina privada do dinheiro limitando a prática da saúde pública”, que denuncia, esclarece e convoca toda a sociedade para o enfrentamento dos entraves que dificultam a existência de uma saúde pública de qualidade no Brasil.
Mas afinal, quem são as pessoas que mandam na saúde do país? Para Prata, muitas dessas pessoas são verdadeiros lobos em pele de cordeiro! Sem medo de citar fatos e nomes, o presidente do HA, em seu novo livro, mostra os valores invertidos que encontrou durante mais de três décadas de gestão na área oncológica no SUS, além de expor a realidade de um sistema que parece se fechar, especialmente quando pessoas mais necessitadas precisam dele, explorando os vulneráveis para poder lucrar mais.
“Em meu primeiro livro, ‘Acima de Tudo o Amor’, abordo a fé e a solidariedade como fatores essenciais na construção do maior polo de referência nacional na luta contra o câncer. No livro, ‘A Providência’, falei sobre os milagres que levam a filosofia do Hospital de Amor para todo o país. Agora, com base em minha experiência de gestor de saúde, trago relatos que mostram as enormes dificuldades encontradas ao longo dos anos. Elas são reflexo das falhas que limitam a saúde pública no Brasil, e eu aponto suas origens para conscientizar a sociedade”, declara o autor.
De acordo com Prata, a obra traz relatos crus desta sua inspiradora trajetória repleta de inconformismo, frente a maior rede de atendimento oncológico 100% gratuito da América Latina. “Quero colocar luz sob os valores invertidos que percebo tanto na política, quanto na medicina, para que todos possam compreender como este país tem sido desonesto com muitos dos seus cidadãos”, finaliza.
Lançamento
O lançamento oficial do “O Parque dos Lobos” aconteceu no último dia 29 de junho, no IRCAD América Latina, em Barretos (SP). O evento contou com a presença de familiares e amigos de Henrique Prata, colaboradores do Hospital de Amor, autoridades locais e representantes, veículos de comunicação, além de membros da sociedade.
Ao adquirir a obra você também contribui com o HA, pois toda renda obtida com a venda do livro será destinada à instituição. Acesse: ha.com.vc/oparquedoslobos e garanta o seu!
Sobre o Hospital de Amor
Excelência em oncologia, o Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, fechou o ano de 2022 com 1.673.441 atendimentos realizados a 540.730 pacientes vindos de 2.531 municípios – isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.4% das cidades do país. O HA possui diferenciais de destaque, sobretudo dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, como uma filial do maior centro de treinamento de cirurgia minimamente invasiva do mundo – o IRCAD; um dos maiores serviços de prevenção em câncer do Brasil, com o maior número de unidades móveis para rastreamento e detecção precoce do mundo; e um Instituto de Ensino e Pesquisa focado em oncologia, incluindo um Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, que proporciona não apenas a possibilidade de grandes avanços em pesquisa científica na área e a formação de profissionais extremamente qualificados, mas também um tratamento mais personalizado e assertivo aos pacientes da instituição. Fruto de toda essa estrutura, desde 2018, a instituição se destaca como o primeiro hospital da América Latina no ranking da SCImago Institutions Rankings (SIR), um levantamento de reconhecimento internacional, que avalia a qualidade de instituições (públicas ou privadas) em todo o mundo, considerando os critérios: pesquisa, inovação e impacto social.
Promover bem-estar, atendimento de qualidade e humanização, são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Por isso, de acordo com o médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato Capuzzo, há 3 anos a instituição vem desenhando um projeto em parceria com o ‘Mais Identidade’ (IMI) – uma organização sem fins lucrativos, que conta com doações para seguir com sua missão de promover, gratuitamente, a reabilitação bucomaxilofacial de pacientes que tiveram sua imagem facial afetada por conta de traumas, câncer ou doenças congênitas, possibilitando assim maior bem-estar a todos eles.
No dia 22 de maio, um paciente que realiza tratamento oncológico no Hospital de Amor foi beneficiado por esta importante parceria. O médico explica que o tratamento cirúrgico deste paciente envolveu diversas etapas. “Ele já havia sido operado em outro serviço e chegou até nós com uma condição bastante complicada, pois tratava-se de um câncer de pele muito extenso na face, com exposição óssea e tecido desvitalizados. O paciente foi submetido a ressecção do tumor pela equipe de cirurgia de cabeça e pescoço e neurocirurgia, em 2012, e reconstruído no mesmo momento com retalho microcirúrgico (transplante) pela equipe de cirurgia plástica”, conta Capuzzo.
O paciente é o Sr. José, de 61 anos, reabilitado inicialmente no HA pela equipe de odontologia, que confeccionou uma prótese esculpida manualmente para ele. O cirurgião revela que ele perdeu grande parte de seu rosto e apresenta uma deformidade que a grande maioria das pessoas não tem coragem de encarar. “A doença fez com que ele se desconectasse de sua família e seu trabalho prévio”. O médico também afirma que é importante perceber que este paciente não teria chance de cura ou reabilitação se não fosse no Hospital de Amor.
Sr. José foi submetido a uma cirurgia extremamente complexa realizada em raríssimos centros no Brasil, e recebeu o que existe de mais moderno e tecnológico em termos de reconstrução e reabilitação protética existente atualmente. “Isto em alguém que se tornou um morador de rua, que agora tem a possibilidade de retomar sua identidade, voltar a trabalhar e, possivelmente, voltar a conversar com sua família distante, que sempre foi o sonho relatado por ele”, afirma Capuzzo.
De acordo com o médico, poucos locais oferecem o procedimento de anaplastologia (que o Sr. José recebeu) via SUS. O especialista conta que a primeira prótese permaneceu com o paciente durante muitos anos, mas foi se degradando com o tempo e, devido ele viver em situação vulnerável, não conseguiu a manutenção ideal para conservação. Para a implementação desta nova prótese, o paciente foi submetido a colocação de implantes osteointegrados – que são como parafusos colocados nos ossos da face que servirão de apoio para a sustentação da prótese.
Segundo Capuzzo, uma sequela ou deformidade na face não é fácil de se esconder ou disfarçar. “O Hospital de Amor, frequentemente, recebe casos muito avançados de câncer de pele que, muitas vezes, já foram tratados em outros serviços ou que não conseguem ser tratados em outras instituições devido à alta complexidade necessária para todo tratamento oncológico. A grande inovação deste caso é que a parceria com o ‘Instituto Mais Identidade’ permitiu associar o que existe de mais moderno em tecnologia para confeccionar a prótese, utilizando imagens 3D de tomografias e escaneamento facial, com tecnologias que eles mesmo desenvolveram e aperfeiçoaram, permitindo um altíssimo nível de detalhamento e acurácia”.
De acordo com o Dr. Luciano Dib, presidente do Instituto Mais Identidade, essa parceria é de grande importância para os pacientes e para as próprias instituições, pois permite ao HA ampliar a excelência do atendimento prestado, agregando uma tecnologia de última geração e que é realizada em poucos lugares do mundo. Muitas vezes, somente após a reabilitação é que os pacientes se sentem de fato curados, pois passam a conviver na sociedade de forma natural, deixando de serem excluídos dos ambientes profissionais e familiares.
“Para o Instituto Mais Identidade é motivo de grande orgulho associar-se ao Hospital de Amor, pois reforça a sua competência e amplia sobremaneira o seu espectro de ação, atuando de forma transdisciplinar, em conjunto com as especialidades de cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, odontologia, entre outros. Ampliar as possibilidades de reabilitação em parceria com o HA vai ao encontro das missões do Instituto, de assistência, divulgação das técnicas e reinserção social dos pacientes com deficiências”, finaliza Luciano. Para Dr. Capuzzo, estas tecnologias permitem um conforto maior ao paciente no processo de moldagem e adaptação das próteses e acabam por produzir próteses com um nível de detalhamento muito superior ao processo convencional.
Segundo a psicóloga do hospital, Andréa Schenten, a cirurgia contribui para resgatar autoestima e a autoimagem do paciente, devolvendo para ele a sua identidade para uma qualidade de vida melhor. “Para o paciente, a autoestima é a recuperação de sua identidade. Enquanto estava em tratamento, o paciente tinha esperança e a crença espiritual como recursos de enfrentamento. O seu apoio aqui em Barretos é apenas de um amigo, que se responsabiliza por trazê-lo ao hospital em dias de consulta. Os funcionários da instituição também o tratam com empatia, respeito e carinho, para que o processo seja suportável, algo que tem feito muita diferença em sua vida”, declara.
Por ano, em média, 300 crianças são diagnosticadas com câncer apenas no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP) – centro de referência em tratamento oncológico na América Latina. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantojuvenil já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Porém, o câncer também pode ser desenvolvido na fase inicial da vida. Nestes casos, há dois cenários: tumores em bebês intraúteros e tumores em bebês lactentes. Os intraúteros ocorrem quando a mulher está gravida e o bebê está com um tumor; já os lactentes acontecem quando o câncer se desenvolve em crianças recém-nascidas, sendo a leucemia o tipo mais comum nesses casos.
Quando se pensa em câncer, logo se pensa em prevenção também, mas em casos de câncer infantojuvenil, este é um assunto delicado. Em relação aos tumores intraúteros e em lactentes, existem fatores de risco que podem estar associados à exposição da mãe ou do pai a agentes cancerígenos, ou a alimentos ingeridos na gravidez que estejam associados à carcinogênese. Há também tumores que derivam de alterações que acontecem durante a embriogênese e não estão relacionados às exposições parentais, como por exemplo, os tumores de células germinativas – frequentes em intraúteros na região sacral ou de cabeça e pescoço.
De acordo com o diretor médico da unidade infantojuvenil do HA, Dr. Luiz Fernando Lopes, as células germinativas primordiais na quarta semana da gravidez devem migrar do cérebro até às gônadas, mas, por mecanismos ainda não totalmente identificados, podem parar sua migração e sofrer alteração genética, dando origem aos tumores de células germinativas que acontecem intraútero, na infância ou na adolescência.
De acordo com o Journal SAGE, os teratomas sacrococcígeos são os tumores de células germinativas mais comum em neonatos (crianças recém-nascidas), ocorrendo em, aproximadamente, 1 em 27.000 nascidos vivos, com prevalência no sexo feminino. Ao nascer, a grande maioria dos teratomas são benignos, porém, ele é capaz de manifestar degeneração maligna (e isso pode ocorrer em crianças com idade avançada também).
No caso das leucemias, mais comum entre os lactentes, o exame de sangue em recém-nascidos ou até 18 meses pode identificar facilmente as alterações; e o exame do mielograma irá confirmar se trata-se de um caso de leucemia de lactente.
No caso dos teratomas, o tratamento é cirúrgico. Importante destacar a necessidade do procedimento ser realizado por um cirurgião oncológico especialista, já que a retirada total do tumor e acompanhamento do paciente são essenciais. Isso porque poucos teratomas possuem componentes malignos, mas se os profissionais não conseguirem removê-lo completamente, há uma grande probabilidade de o tumor voltar maligno após um tempo.
Desfilar na passarela, atrair muitos olhares, brilhar e ser protagonista dos holofotes faz parte do sonho de muitas jovens. Com a Ingrid Assis não é diferente! Natural do Amapá (AP), a adolescente de 15 anos parece ser uma jovem comum, mas apenas parece, pois tem algo de realeza nesta história de superação. Cheia de sonhos, desenvolta e muito vaidosa, ela precisou se mudar para Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento de osteossarcoma na tíbia direita, em março de 2022.
Elenita de Oliveira Silva, mãe da Ingrid e técnica em enfermagem, revela que a filha começou a apresentar dores no joelho. Após perceber que havia algo de errado com a jovem, ela então a levou para fazer exames e investigar o caso, foi quando receberam o diagnóstico de um tumor. Ao não ter recursos para um bom tratamento na sua cidade de origem e após receber o apoio de um parente que atua como médico ortopedista em Sorocaba (SP), e que conhece o HA, ele a ajudou nos tramites; foi quando a família da jovem decidiu se mudar para o interior de São Paulo.
“Eu conheci o HA por meio de um primo que me falou que o Hospital de Amor é um ótimo hospital e que tem um dos melhores tratamentos do Brasil. Vim para o estado de São Paulo ano passado e, na época, eu ainda não tinha certeza de que eu estava com câncer”, conta a jovem. Inicialmente, a esperança da família da garota é de que o tumor fosse benigno, mas infelizmente, a biópsia resultou em algo oposto ao desejo deles.“Na minha cabeça, era vir a Barretos, tirar o tumor e voltar para casa, achei que seria algo rápido, nada que mudasse a minha vida”, revela a adolescente. No entanto, após os exames foi constatado que o tumor era maligno e deste modo, a garota precisou passar pelo tratamento durante 31 semanas.
Ingrid explica que precisou fazer quimioterapia e que sofreu com a queda de cabelo e com tudo que os procedimentos oncológicos trazem aos pacientes. No meio desta jornada, a jovem precisou realizar uma operação na unidade infantojuvenil do HA. Ela fez a cirurgia, porém, devido à uma infecção, houve a necessidade da amputação da perna dela. “As pessoas aqui do hospital são muito acolhedoras e os médicos são atenciosos. No dia da minha amputação, meu pai me disse que o meu cirurgião quase chorou pela minha situação. Me sinto muito abraçada no Hospital de Amor”, relata a macapaense, sempre com um belo sorriso no rosto.
“Hoje ela é uma vencedora, graças a Deus e a este hospital. Eu estou muito feliz de ver como ela está e com a reabilitação dela. A fisioterapia aqui é maravilhosa. São processos e fases que ela tem vivido. Participar do concurso do rodeio trouxe mais ânimo e alegria para ela. Eu só tenho que agradecer a este local que nos acolheu tão bem”, conta Elenita ao ver a evolução de ver sua filha com a prótese.
Recomeço de uma nova história
Em abril deste ano, a jovem iniciou seu processo de reabilitação no HA, foi quando ela recebeu sua primeira prótese para poder voltar andar normalmente. A paciente conta com o apoio de uma equipe multiprofissional e da ‘Tia Deise’, como é carinhosamente conhecida a fisioterapeuta do HA, Deiseane Bonatelli. “A gente procura oferecer todo suporte necessário para que ela tenha uma maior independência na vida dela, para que ela possa fazer todas as necessidades possíveis”, conta Deise.
A profissional também revela a alegria de poder ajudar a garota a participar de um grande desafio. “Eu me sinto muito feliz de ver ela rainha do Rodeio pela Vida. Quando ela disse que iria entrar no concurso, eu combinei com ela para voltar aqui e treinar para andar bem bonito no dia da competição. Ela voltou, nós treinamos e ela venceu. Eu me sinto muito feliz por ela”, explica com os olhos marejados a ‘Tia’ que é muito querida por todos os pacientes, desde crianças, adultos e idosos.
Quando perguntada sobre o processo de aprendizado de voltar a andar, Ingrid, de imediato responde com um lindo sorriso no rosto: “Não tem limite. O seu limite é você mesmo, mas a prótese não te limita. Eu conheço um homem, pela internet, que escala com prótese”.
Mas engana-se quem pensa que Ingrid não tinha pisado em solo barretense antes de seu tratamento. “Eu vim a Barretos em 2019, para participar de um evento da igreja no qual congrego e nunca imaginei que eu voltaria para cá por outro motivo. É difícil, mas quando a gente entrega tudo nas mãos de Deus, tudo fica mais leve. Eu não sei até hoje porque eu perdi a minha perna, mas eu confio em Deus e sei que tudo tem um propósito”.
A competição e seu reinado
No início do ano, o HA abriu as inscrições para a 3ª edição do Rodeio Pela Vida 2023 – evento que acontece em Barretos (SP) e é organizado pela instituição, com renda 100% em prol do Hospital de Amor. Incentivada pela ‘Tia Lili’, uma das organizadoras do evento ‘Fadas Madrinhas’, Ingrid tomou coragem e fez sua inscrição.
Inicialmente, ela disse acreditar que no máximo ficaria no 3º lugar, pois o páreo parecia duro. Ao ser revelado seu nome como a rainha do rodeio, ela não escondeu a surpresa e ficou em êxtase. “Estou muito feliz de ter sido eleita a rainha, se puder, eu quero muito conhecer o padre Fábio de Mello e dar um abraço nele”, explica a garota entusiasmada.
Ao lado de Ingrid, o concurso elegeu a princesa, Jamily Yasmin Peres do Nascimento, e a madrinha Raquel Galvão de Oliveira. A 3ª edição do “Rodeio Pela Vida” teve início no dia 7 de junho e termina no dia 11 de junho, no Recinto Paulo de Lima Correa. Quando questionada sobre um conselho que a rainha daria para pessoas que estão passando pelo mesmo enfrentamento que recentemente ela concluiu, ela não titubeia e logo responde: “Se você está passando por um problema, confie em Deus que vai dar tudo certo.”
O Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, com o apoio da Fundação BB, dá mais um passo em direção ao atendimento integral em saúde ao criar o Diretório de Reabilitação Moderna (DREAM), em Barretos (SP). Para celebrar essa parceria, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu na manhã do dia 01 de junho, o diretor executivo da Fundação BB, Rogério Bressan Biruel, além de outros membros da entidade para mostrar as obras do complexo de cerca de 7.500 m² de área construída, com previsão de ser inaugurado em 2024. “O que o BB está fazendo ainda é muito pouco perto de tudo que o HA faz em prol das pessoas e da saúde pública desse país. Poder contribuir com um trabalho tão importante e grandioso como este, é muito gratificante! Estamos felizes!”, afirmou Biruel.
Durante a cerimônia, os convidados se emocionaram com a apresentação do Coral “Papo Furado” – composto por pacientes laringectomizados da instituição, ou seja, que tiveram a retirada total da laringe por causa do câncer, e ouviram os agradecimentos especiais do presidente do HA. “Hoje é um dia muito especial e marcante para o Hospital de Amor. Hoje, nós pudemos comprovar que o DNA do BB é o mesmo do HA, completamente pautado pelo amor. Deus escolhe as pessoas certas para fazer o bem e o que é certo e, a partir de hoje, somos uma única família!”, declarou Prata.
De acordo com o diretor de Reabilitação do HA, Dr. Daniel Marconi, o DREAM, que visa promover a inclusão social, reabilitação física e funcional de pessoas com deficiência, seja ela intelectual, visual, auditiva ou física, engloba a construção e aparelhamento de um grande e moderno centro focado, voltado a atender pessoas com todos os tipos de deficiência, ultrapassando, inclusive, o cuidado com o paciente oncológico. O projeto inclui a estruturação de uma ampla área com ginásio polidesportivo, casa adaptada para terapia com atividades diárias, centro hípico para ecoterapia, esportes adaptados para pessoas com deficiência e profissionalização, tudo isso com o suporte de equipamento de alta tecnologia. “Esse projeto possui muitos diferenciais e veio para complementar um tratamento de altíssima qualidade e totalmente humanizado que sempre foi oferecido pela instituição, entre eles também haverá uma parte de internação, onde poderá ser realizada a reabilitação intensiva em tempo integral, encurtando o tempo de tratamento e melhorando os resultados clínicos dessa reabilitação”, destacou.
Estima-se que 200 profissionais devam integrar, inicialmente, o projeto, a fim de atender cerca de 1 mil pacientes por mês. Além dos próprios pacientes oncológicos atendidos pelo HA, que podem ter algum tipo de sequela oriunda do tratamento como exemplo amputações, perda auditiva ou visual e dificuldade de locomoção, pessoas com deficiência de qualquer origem, seja crônica, adquirida ou transitória, estão previstas no escopo de assistência do DREAM. “Olhando todos os elos da cadeia para inclusão social eu acredito que seja realmente um grande marco para reabilitação do Brasil e um motivo de grande comemoração de pessoas com deficiência de todo nosso país”, afirmou Marconi.
Reabilitação: inclusão social e qualidade de vida
Para reafirmar a importância da reabilitação no tratamento oncológico (e não oncológico também) e na qualidade de vida dos pacientes do HA, o simpático Ian Barbosa – que teve uma de suas pernas amputadas durante o tratamento da doença, passou por todos os processos de reabilitação e hoje, já protetizado, está se preparando para compor o time de paratletas de Triathlon olímpicos do país, encerrou a celebração com um depoimento emocionante. “O que acontece na reabilitação do Hospital de Amor, todos os dias, são milagres! Quando eu amputei a minha perna, meu único desejo era voltar a andar. Eu não só consegui, como pude melhorar tudo em minha vida. As pessoas que ajudam essa instituição, como a Fundação BB está fazendo, nem imaginam, mas estão realizando sonhos. Eu sou a prova! Graças a vocês a gente pode voltar a viver. Muito obrigada!”, finalizou.
Visita especial
A celebração dessa parceria de sucesso contou ainda com uma participação muito especial! Durante uma visita a cidade de Barretos (SP) e ao Hospital de Amor, o atacante da Seleção Brasileira, Richarlison, visitou as obras do DREAM, conheceu a estrutura de alguns departamentos do HA e ofereceu muito carinho aos pacientes e colaboradores da instituição. “Fico muito feliz de estar aqui visitando esse Hospital tão importante! É um momento único na minha vida e poder dar um abraço em cada um enche meu coração de gratidão!”.
A história do Hospital de Amor foi construída e é feita, diariamente, por quem faz do cuidar sua principal missão! É o caso dos mais de 2 mil profissionais de enfermagem que estão distribuídos em todas as unidades da instituição.
Por isso, neste ano, para celebrar o ‘Dia Internacional da Enfermagem’, comemorado no dia 12 de maio, o HA convidou cinco colaboradores para contar as suas experiências de vida e resumir, em um breve relato, a importância da enfermagem e o amor que eles sentem pela profissão. Leia e se emocione:
Luciana Rodrigues dos Reis, 50 anos, enfermeira.
“É uma dádiva, Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas”.
“Escolhi a enfermagem devido a um fato que aconteceu comigo na adolescência. Quando tinha 18 anos, minha vizinha foi até minha casa pedir ajuda porque o pai dela estava se sentindo muito mal. Ao chegar lá, vi que ele estava ao chão e não responsivo. Então, chamamos ajuda e ao chegar na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), ele havia infartado e ido a óbito. Após este episódio, eu disse para minha mãe, Maria Mercedes, que iria estudar enfermagem para ajudar as pessoas.
Com o passar do tempo, conheci o Marcelo, meu esposo, e por meio dele conheci a minha sogra, dona Conceição dos Reis, que atuava na Santa Casa, na área de enfermagem. Ela nos direcionou e começamos a cursar enfermagem. Em 1997, entrei no ambulatório do Hospital de Amor, no departamento de enfermagem.
Um dia, quando estava na recepção ajudando nos agendamentos, veio uma mulher até mim e eu conversei com ela. Ela me entregou um presente e disse: “trouxe este presente para te acompanhar em sua trajetória, vejo você em seu atendimento e me emociono de ver o quanto é prestativa e educada, vejo amor em você”. Agradeci ela e ao abrir o presente, voltei meus olhos para agradecer novamente e ela não estava mais lá. Procurei por ela na recepção toda e não a encontrei. Lembro de ter comentado com as minhas colegas de trabalho que foi Deus quem enviou ela para mim.
O presente era uma imagem da Nossa Senhora das Graças e, desde então, sou devota dela, carrego a sua imagem comigo e em minhas orações peço proteção.
Eu trabalho há 28 anos na área e para mim, trabalhar com a enfermagem é ter um aprendizado todos os dias, então, procuro dar o melhor de mim. É uma dádiva Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas.”
Marcela de Oliveira Santos, 40 anos, enfermeira.
“Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um eu te amo ou um adeus”.
“Meu sonho era cursar medicina até conhecer a enfermagem. Eu encontrei minha verdadeira vocação quando comecei a trabalhar como auxiliar de enfermagem, em 2003, na UTI adulta do Hospital de Amor. Neste momento, eu descobri o amor e conheci pessoas que me ajudaram a ser quem sou hoje.
Quando conclui a faculdade de enfermagem, em 2008, continuei na UTI, onde me realizei como profissional até ser convidada a trabalhar com a equipe cirúrgica do digestivo alto.
O período na UTI marcou muito minha vida, porque eu aprendi a deixar de lado os problemas pequenos e entendi que cada minuto com quem amamos vale muito mais. Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um “eu te amo” ou um “adeus”.
Após alguns anos, eu fui para ‘Atenção Primária’ e aprendi muito sobre um mundo ainda desconhecido. Eu vi pessoas machucadas, observei que a fome muitas vezes é maior que a dor de uma doença e percebi que com amor podemos mudar um pouco este mundo.
No HA, eu encontrei profissionais que trabalham com amor e dedicação, que fazem todo o sofrimento se tornar uma esperança de um final feliz. Em cada lugar que passei, eu aprendi o valor de cada sorriso e de cada olhar.
Além disso, durante a minha jornada no Hospital de Amor, a minha vida pessoal também foi transformada. Em 2010, o amor se tornou palpável para mim, eu tive a minha primeira filha, a Maria Luísa. Desde então, nasceu a ‘Marcela mãe’. Mas a felicidade não parou por aí, o Miguel veio depois de um tempo e completou a nossa família.
Hoje, me sinto parte desta instituição como se fosse minha família. Aqui, temos pessoas que nos apoiam e investem em sonhos e ações, para que assim, consigamos ajudar o próximo”.
Marilene Oliveira Simeão, 48 anos, enfermeira.
“Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente”.
“Eu escolhi a enfermagem porque desde criança eu sonhava em poder fazer algo pelo próximo. Queria, de alguma forma, mudar a vida de alguém, aliviar a dor, diminuir o sofrimento, mas, principalmente, cuidar com amor e dignidade porque quando a nossa saúde está ameaçada, é quando nos sentimos mais frágeis e amedrontados.
Para realizar este sonho, a caminhada foi longa. Eu vim de uma família negra e de baixa renda. A minha mãe era analfabeta e o meu pai tinha pouco estudo, mas, é uma família cheia de amor. Eu fui a primeira a ter a oportunidade de frequentar uma faculdade, mas antes de iniciar o curso, eu fui auxiliar de enfermagem, depois me tornei técnica e só aos 35 anos consegui concluir a minha graduação.
Eu tive vários momentos marcantes em minha carreira, mas teve um episódio que é especial, talvez por ter sido no início da carreia: Eu estava de plantão e o Pedro (9) estava em tratamento oncológico, internado no Hospital Base, com cuidados paliativos. Sua mãe e ele me abraçaram e me agradeceram por eu estar ao lado deles nesta caminhada e aquele abraço me fortaleceu.
Eu acredito que são os pacientes que salvam as nossas vidas diariamente, porque eles nos proporcionam a oportunidade de sermos melhores, de evoluirmos e de crescermos espiritualmente. Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente.
Esta é uma profissão em que todos os dias alguém reza por você, além de ser uma dádiva de Deus.”
Franciele de Nogueira Gomes, 33 anos, enfermeira.
“Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família”.
“Desde criança eu sabia que eu queria fazer enfermagem, nunca pensei em outra opção. Quando pequena, eu convivia muito com os meus avós e eles já tinham mais de 70 anos e eu ia muito com o meu pai levá-los ao médico.
Eu lembro que aconteceu um episódio quando eu era bem novinha: Meu avô estava internado, meu pai foi visitar ele e eu fiquei com a minha avó sentada lá fora. Eu perguntei para ela o que era aquela placa que estava na nossa frente, ela disse que era da faculdade e eu disse: “Vô, um dia eu vou estudar aí!”, e acabou que eu realmente passei no curso de enfermagem da FAMERP, em São José do Rio Preto (SP), e me formei lá.
Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família. Eu passei por uma experiência recente de perder o meu pai em um hospital em São José de Rio Preto (SP) e eu percebi como o atendimento é diferente e como o que a gente faz aqui, no Hospital de Amor, muda muito, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Então, eu sempre tento ser o mais clara possível e sempre tento trazer, tanto o paciente quanto o acompanhante, para perto de mim.
Logo que eu entrei aqui, tinha uma paciente que tinha mais ou menos a minha idade. Ela tinha uma irmã que tinha a idade da minha e nós conversávamos muito, ela até me apresentou a família. Infelizmente, ela foi a óbito e quando a gente acompanha as progressões e o quanto a família sofre, a gente acaba sofrendo junto.
Para lidar com pacientes oncológicos e com as fragilidades deles você tem que ser frágil também. Já é difícil dimensionar tudo que eles passam, então, eu acho que se você não for sensível, você não consegue dar o tratamento que eles precisam porque não é só o tratamento físico, tem todo um tratamento por trás disso.
Antigamente, eu era uma pessoa muito fechada, então, eu tive que me moldar completamente porque eu lido com pacientes. Eu preciso puxar assunto com eles, ser empática e eu tento não deixar o momento em que o paciente está aqui triste, porque a gente sabe que estar dentro do hospital já é.
Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que pretendem fazer enfermagem, eu diria: busque conhecimento sempre, faça com carinho e reflita sobre as pessoas que você vai atender, isso é muito importante”.
Célio Aparecido Silva, 62 anos, enfermeiro.
“A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: Respeito, paciência e humildade”.
“Eu trabalho no Hospital de Amor há 30 anos, mas minha jornada de trabalho se iniciou quando eu tinha 15. Eu comecei trabalhando na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), com serviços gerais. Quando eu estava com 18 anos, acredito que alguém tenha visto algo em mim, porque eu fui convidado para fazer parte da equipe de enfermagem. A princípio, eu comecei como atendente, depois, fiz um curso de auxiliar de enfermagem e continuo na área até hoje. Na época, eu trabalhava 36 por 12 horas e fiz essa rotina por 16 anos.
Quando terminei meu curso, entrei no Hospital São Judas Tadeu – unidade de cuidados paliativos e atenção primária ao idoso –, mas começou a rodar turno e eu já trabalhava a noite, então, pedi demissão. Depois de dois dias, a Dra. Scylla Prata (fundadora da instituição) me procurou, disse que o meu trabalho era importante e me ofereceu uma vaga na quimioterapia, para trabalhar no período da tarde. Eu aceitei e estou aqui até hoje. Se fosse preciso, eu faria isso novamente, porque eu amo o que eu faço.
Um dia, tinha uma paciente aqui na QT que estava muito irritada e chorando, porque não estavam conseguindo pegar a veia dela. Eu fui até ela, conversei, acalmei ela e consegui pegar a veia. Ela me disse que eu tinha uma áurea diferente, mas não sabia explicar muito bem, e isso me marcou muito.
A enfermagem muda a gente, nós passamos a ser mais atenciosos, nós tratamos as pessoas melhores. Mesmo aposentado eu continuo trabalhando, porque eu gosto do que faço e isso faz bem para a minha mente.
A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: respeito, paciência e humildade.”
Pela primeira vez, o Hospital de Amor Jales realizou um procedimento cirúrgico utilizando recursos de Medicina Nuclear. A cirurgia, em uma paciente de 58 anos, empregou uma tecnologia que possibilitou maior precisão e menores sequelas.
O método de pesquisa de linfonodo sentinela foi aplicado em um caso de tumor de pele melanoma, como explica o cirurgião oncológico, Dr. Sávio Costa de Paula. “Esse tipo de tumor é mais agressivo e com alta possibilidade de metástase, atingindo os linfonodos. Com essa técnica avançada, conseguimos identificar com maior exatidão os gânglios afetados. Apesar de ser a primeiro, certamente o procedimento será expandido para outras áreas.”
O procedimento teve início na unidade do HA em Barretos (SP), com a aplicação do radiotraçador. “Um dia antes da cirurgia propriamente dita, foram aplicados no paciente radiofármacos que transitam pela via linfática, sendo que no momento do procedimento aqui em Jales (SP), utilizamos equipamentos de alta tecnologia para que o cirurgião pudesse identificar local do linfonodo”, detalhou a médica nuclear Dra. Emanuela Borges Oliveira.
“Na maioria das vezes quando realizamos procedimento de Medicina Nuclear, ainda não há a evidência de doenças. Com esse método conseguimos remover com exatidão, fazendo com que o procedimento seja menos invasivo e evitando realizar o esvaziamento linfonodal desnecessário, preservando o paciente das sequelas”, complementou Dr. Sávio.
Ainda em liberação junto aos órgãos competentes para a utilização total de suas funcionalidades, o departamento de Medicina Nuclear do HA Jales já está em fase avançada de implementação, com a maior parte dos equipamentos já instalados e toda a infraestrutura pronta, inclusive com todo mobiliário adquirido com o apoio da Associação de Voluntários de Combate ao Câncer da Região de Jales.
“Com o pleno funcionamento, poderemos atender a todos nossos pacientes com essas tecnologias aqui na unidade, sem precisar que ele se desloque para Barretos ou outros poucos centros que utilizam esta tecnologia, já que possui um custo elevado. Além do melanoma, casos como o de câncer de mama também serão beneficiados, ressaltou a Dra. Emanuela.
A Inovação faz parte do DNA do Hospital de Amor, desde a sua inauguração, em 1962. Com o aumento e aplicação da tecnologia cada vez mais presente na rotina da instituição, foi necessário desenvolver seu próprio centro de inovação. Por isso, em 2021, o HA se colocou mais uma vez na vanguarda da saúde pública, ao criar o Harena Inovação, a fim de promover aceleração de ideias e promoção da ciência e da tecnologia, que teve seu espaço físico inaugurado no último dia 25 de abril. A cerimônia de ontem contou com a presença do coordenador de ambientes inovadores e startups do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Freitas; da Diretora técnica da coordenadoria de desenvolvimento regional e territorial do estado de São Paulo, representando o Governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, Eneida Gama; da Prefeita de Barretos (SP), Paula Lemos; do Head Sebrae for startups, Michel Porcino; da Assessora e representante do Senador Rodrigo Cunha, Maria Isabel Góes; do capelão do HA, Padre Tulio Gambarato; do Presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata; e do Diretor de Inovação do HA e do Harena, Dr. Luis Romagnolo. O evento surpreendeu a todos com uma dinâmica ‘futurista’ e divertida liderada por Marcelo Marcon.
Para o presidente do HA, Henrique Prata, todos os colaboradores compartilham o sonho de salvar vidas e fazer a diferença todos os dias. Até o momento, mais de 90 healthtechs estão conectadas ao ecossistema de inovação da instituição, sendo 45 delas participantes dos programas de aceleração, apenas em 2022. São 17 projetos de inovação executadas em parceria com startups para realização de provas de conceito de tecnologia e validação de novos produtos, mais de 500 pessoas impactadas e relevantes parcerias institucionais, como o Sebrae, o InovaBra Startups, a Associação Brasileira de Startups, o Instituto Federal de São Paulo e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo federal.
Para o diretor de inovação do Harena, Dr. Luis Romagnolo, “Desde 2021, nós estamos conectando pessoas e empresas capazes de impactar positivamente a vida dos pacientes da saúde pública do Brasil, dá muito orgulho em poder fazer parte desta revolução”, afirma o profissional.
Dentre alguns segmentos que fazem parte do portfólio de inovação, estão: gestão hospitalar, saúde digital, prevenção e acesso, diagnóstico inteligente, pesquisa científica, dispositivos médicos e humanização e qualidade de vida. Além de desenvolver iniciativas estruturadas em 3 estados brasileiros: Acre, Alagoas e São Paulo.
Com o novo espaço físico, além de proporcionar estrutura de trabalho para os parceiros e startups aceleradas, o Harena também ampliará a capacidade de atendimento com um novo programa em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e o Instituto Federal de São Paulo, o ConectaHealth. Nos próximos 2 anos, serão mais 120 healthtechs atendidas com o programa, que oferecerá capacitação empreendedora gratuita, mentorias especializadas e conexão com o ecossistema de inovação do Hospital de Amor, em Barretos.
O termo japonês ‘ikigai’ significa “uma razão para existir”. A palavra é composta pelo termo iki, que significa ‘vida’, e gai, que traduzido seria ‘efeito’. O caminho Ikigai, seria uma ferramenta de autoconhecimento que explana diversas áreas e intersecções da vida pessoal e profissional. Ou seja: ao encontrar algo que você ama, te pague bem, você realiza com esmero e faz a diferença no mundo, aí então, você terá alcançado o seu Ikigai, ao unir missão, paixão, profissão e vocação.
A freira Rita de Cassia de Jesus, de 40 anos, natural de Mogi das Cruzes (SP), faz parte da Congregação das Irmãs Pequenas Missionárias de Maria Imaculada há 24 anos. “Deus me chamou para a vida religiosa para ser amor na vida dos doentes e dos mais necessitados. Escolhi servir a Deus no amor e na alegria de me doar”, conta Rita, sempre com um sorriso no rosto.
Há pouco mais de um ano, a irmã começou a trabalhar no alojamento Madre Paulina, em Barretos (SP) – o primeiro alojamento do Hospital de Amor. De acordo com a freira, trabalhar nesta casa assistencial é um privilégio, pois é possível conhecer um pouco de várias partes do Brasil e se aprofundar na arte de acolher e amar realidades, ao adentar na intimidade das pessoas no momento da fragilidade da dor, doença física e espiritual. “Penso que a missão do HA é o testemunho mais vivo e concreto de que é possível atender a saúde humana com dignidade e nobreza de espírito, sem distinção de cor, classe social, raça ou religião, atendendo assim, a pessoa humana como um todo”, afirma Rita.
Amor e dedicação pela causa onde trabalha, Rita tem de sobra, mas para dar conta de administrar o local que abriga 257 pessoas, a freira conta com algo que no início começou mais como recomendação, mas agora já vem ganhando gosto: praticar exercícios físicos na academia. “Começamos a treinar, pois sentíamos necessidade de fazer uma atividade para o bem-estar físico e psíquico, porque nossa rotina requer muito equilíbrio e disponibilidade de tempo”, explica a freira que treina com suas colegas de trabalho, as também freiras, irmã Raymunda, de 77 anos, e irmã Adriana, de 43 anos.
Vestida com seu fiel ‘hábito’ e um par de tênis, Rita recebe o auxílio do educador físico da academia do Hospital de Amor (exclusiva para os colaboradores da instituição), Gilmar Júnior, que revela que elas sãos as primeiras religiosas que ele ajuda a treinar. “O senhor Henrique Prata é adepto à atividade física, então, todos aqueles próximos a ele, nesse caso, os padres e as freiras, ele pede sempre para virem praticar a musculação comigo. Com isso eu já atendi o Pe. Constante, Pe. Túlio e outros padres que passaram pela cidade estudando e também vieram treinar na academia”, conta Juninho – como é conhecido pelos funcionários da instituição.
Gilmar explica que o treino é um meio de exercitar o corpo para gerar o bom funcionamento corporal e aumentar a resistência física para o trabalho tão árduo como o de cuidar de outras pessoas, algo este realizado pelas freiras. “Gosto muito de fazer os exercícios interagindo com todos os colaboradores que ali treinam, além de escutar no celular algumas orações e reflexões bíblicas para aproveitar bem o tempo”, revela o educador.
Júnior também conta que o maior desafio dos treinos é manter a frequência e a disposição, pois tem dias que o tempo é bem escasso e o cansaço dos atendimentos aos pacientes são bem intensos. Segundo a irmã Rita, as atividades físicas são importantes, já que viver harmoniosamente num local onde residem mais de 200 pessoas de várias situações, culturas e regiões, é um verdadeiro milagre do amor.
Irmã Rita também tem disposição para organizar eventos culturais no alojamento, inclusive, ela realiza até apresentações de dança, contribui com as atividades diárias no local, faz suas orações, doa sangue e está sempre pronta para ajudar a todos.
Mas engana-se quem pensa que malhar não é algo comum das freiras. Madonna Budder é uma famosa religiosa americana, de 92 anos, que já realizou mais de 400 provas de triatlo, sendo 50 delas na modalidade Ironman (uma das competições mais difíceis do mundo), no qual é necessário nadar 3,8 km, pedalar 180 km e finalizar com 42 km de corrida. Sister Madona, com é conhecida na América, teve seu primeiro contato com triatlo aos 48 anos, e aos 70 anos participou do Ironman pela primeira vez. Ela já alcançou o recorde mundial de mulher mais velha a finalizar a competição aos 82 anos. Isso prova que nunca é tarde para iniciar uma atividade física e mudar de hábito!
Praticar atividades físicas contribui para diversos benefícios, tais como: ajuda no combate ao excesso de peso, reduz a pressão arterial, ajuda a controlar a glicemia, fortalece ossos e articulações, aumenta a força e a resistência muscular, diminui o estresse, promove a sensação de bem-estar, aumenta a disposição, combate a ansiedade e a depressão, fortalece o sistema imunológico, além de contribuir para uma melhora da memória e da capacidade de aprendizado.
Atender, cuidar e sempre estar à disposição de milhares de pacientes diariamente, com carinho e bom humor, é uma função que exige muita dedicação, amor pelo que faz e a certeza de saber que seu trabalho está fazendo a diferença no mundo, sendo assim, podemos dizer que a irmã Rita encontrou o seu Ikigai.
Em abril de 2012, a colaboradora do Hospital de Amor Barretos (SP), Deize de Oliveira (43 anos), descobriu que estava com mais de mil pólipos no intestino (alterações que podem aparecer no intestino devido à proliferação excessiva de células presentes na mucosa no intestino grosso). Apesar do número impactar, a história dela e de sua família é muito mais impressionante!
Tudo começou quando Deize tinha apenas dois anos e seu pai foi diagnosticado com câncer colorretal. Ele não resistiu ao tratamento, mas a família não sabia que a doença tinha grandes chances de ser hereditária. Quando ela completou 31 anos, uma nova preocupação surgiu: seu irmão começou a sentir fortes dores na barriga e a ter sangramento nas fezes. Ao realizar alguns procedimentos, foi diagnosticado com câncer de intestino – o mesmo tipo que levou seu pai. E ele também não resistiu. Foi aí que uma médica do departamento de Oncogenética do HA orientou Deize a fazer exames preventivos, pois as chances dela também se tornar paciente oncológica eram altas.
Ainda que sem sintomas, ela cedeu ao rastreamento e, após uma colonoscopia, foram detectados mais de mil pólipos intestinais. “O caso era cirúrgico, mas o meu maior medo era precisar utilizar a bolsa de colostomia. Depois da cirurgia, na sala de recuperação, escutei a voz do médico me dando a notícia de que o procedimento tinha sido um sucesso e não seria necessário colocar bolsa”, afirmou.
Todo esse processo, tanto da Deize, quanto do irmão, foi realizado no Hospital de Amor. Na época, ela atuava no departamento de nutrição e, após o afastamento por conta da cirurgia, foi promovida a auxiliar no setor de radiologia. Animada com o sucesso do tratamento e com a promoção, ela começou um curso na área. “Graças a Deus e ao HA, hoje eu sou técnica em radiologia e estou viva”.
Ao ressaltar a importância da prevenção, ela se emociona! “É extremamente importante estar em dia com os exames preventivos. Se tivéssemos ido ao médico antes, meu irmão estaria aqui comigo hoje. Minha dica é: se você está sentindo qualquer sintoma, procure um médico de sua confiança. E se você tem casos de câncer na família, recorra ao setor de oncogenética, pois a doença pode ser hereditária”, declarou.
Atualmente, Deize atua como técnica de radiologia no Hospital de Amor e faz acompanhamento anual para ressecar os pólipos. Seus três filhos são saudáveis, porém, por conta do histórico familiar, o mais velho, Eduardo (24 anos), também já deu início aos exames preventivos na instituição.
Oncogenética no Hospital de Amor
A Oncogenética é a uma área médica que acompanha pacientes que possuem um maior risco de desenvolvimento de câncer por conta de fatores hereditários. Esse tipo de acompanhamento só é indicado em casos específicos e, nessas situações, pode ser um grande aliado para identificar a predisposição, a fim de realizar a detecção precoce de alguns tipos de tumores.
O Hospital de Amor oferece este tipo de acompanhamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), graças à sua estrutura voltada para pesquisa científica em oncologia. De acordo com o médico oncogeneticista da instituição, Augusto Antoniazzi, quando há a identificação de que a doença seja hereditária em um paciente da instituição, inicia-se também a investigação com seus familiares. “Por meio do paciente, nós conseguimos também identificar familiares com risco aumentado de câncer e propor estratégias de prevenção e redução de risco para eles”. Então, caso a equipe identifique um familiar saudável, sem o diagnóstico para câncer, é capaz fazer um programa de prevenção para ele. Com isso, é possível evitar que o câncer seja diagnosticado em estágios mais tardios, aumentando consideravelmente as chances de cura.
Em alguns tipos de tumores da doença é possível realizar um tratamento baseado na mutação genética, com medicações específicas que melhoram seu desfecho. Para a maioria dos genes que pré-dispõem ao câncer, o teste genético é realizado já na idade adulta. Mas, existem casos onde ele pode ser feito ainda infância.