Março Marinho, Julho Verde, Outubro Rosa, Novembro Azul e, agora: “Dezembro Laranja”. Sempre consciente de que a prevenção salva vidas, o Hospital de Amor começa o último mês do ano com o ‘pé direito’, celebrando e apoiando mais esta importante campanha, que visa conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, em homens e mulheres, com taxas altíssimas em mulheres das regiões Sul e Sudeste. Só em 2022, foram mais de 66 mil novos casos.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados.
Neste “Dezembro Laranja”, o HA conversou com a dermatologista da instituição, Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a campanha ‘Dezembro Laranja’ e qual é a importância dela?
R.: O ‘Dezembro Laranja’ é a campanha de prevenção e detecção precoce do câncer de pele. A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposto são raios ultravioletas. Esse dano vai se acumulando ao longo da nossa vida e pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Esses raios ultravioletas são mais fortes no verão e é uma época do ano que mais pessoas têm queimadura solar – o que também pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Por isso essa campanha inicia no começo do verão: para conscientizar todas as pessoas a se protegerem do sol usando protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, lembrar de repassa-lo a cada 3 horas, evitar de ficar no sol das 9 às 15h, usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
– O que é câncer de pele?
R.: Na nossa pele temos células, que podem sofrer transformações e que podem levar a formação do câncer. Existem alguns fatores que aumentam as chances do aparecimento da doença, como:
– quem já teve câncer de pele tem uma chance maior de ter outro câncer de pele;
– quem tem um parente que teve um câncer de pele;
– pessoas que trabalham expostas ao sol;
– pessoas que já tiveram, pelo menos, uma queimadura solar;
– pessoas de pele que queima fácil quando fica no sol;
– pessoas de cabelo claro e olho claro;
– pessoas com mais de 50 pintas.
– Qual é a incidência da doença?
R.: 34% dos cânceres. Ou seja, é o câncer mais frequente no Brasil em homens e em mulheres.
– Quais são os sinais e sintomas do câncer de pele?
R.: Existem dois tipos principais de câncer de pele: os carcinomas e os melanomas.
No carcinoma, os sintomas são:
– machucado que não cicatriza, sangra com facilidade;
– bolinha rosa na pele de aspecto brilhante, que não some e sangra fácil;
– bolinha rosa que a superfície é áspera com casca seca, que sangra quando a casca vai e não melhora, não cicatriza;
No melanoma, os sintomas são:
– pinta ou mancha marrom ou preta;
– pinta com duas ou três cores, como marrom escuro/marrom claro e preto;
– pinta com crescimento rápido;
– pinta com mudança de formato ou cor;
– lesão assimétrica (bordas e cores em formatos diferentes, de um lado e do outro).
– Quais sãos os tipos de câncer de pele?
R.: Câncer de pele melanoma (mais grave, pois tem mais chance de dar metástase) e câncer de pele não melanoma.
– Quais são os tipos mais graves da doença?
R.: Existem dois tipos de câncer de pele (melanoma e não melanoma). O mais grave é o melanoma, pois ele tem grande chance de se espalhar e dar metástase.
– Quais são os índices de cura?
R.: Se o câncer de pele for diagnosticado com lesão pequena, inicialmente, a chance de cura é de 100%. Se o melanoma é diagnosticado já em estágio avançado, a chance de cura é baixa, cerca de 22%.
– Como ocorre a prevenção?
R.: Usar protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, e lembrar de repassar o protetor a cada 3 horas. Lembre-se: o fator de proteção de quem tem pele mais sensível ao sol, ou quem trabalha exposto ao sol, deve ser 50 ou maior.
Evitar ficar no sol das 9 às 15hs.
Usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
Evitar queimadura solar.
– Qual é a importância de ações de prevenção do câncer de pele?
R.: O câncer de pele aparece, geralmente, após os 50 anos de idade, porém ele tem relação com o sol da nossa vida toda. Por isso, precisamos nos conscientizar e nos proteger desde novos, por toda a nossa vida. O câncer de pele está aumentado ano a ano. Precisamos nos prevenir e as campanhas são grandes fontes de informação para isso!
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: hospitaldeamor.com.br/dezembrolaranja.
Passar pelo processo de uma amputação não é fácil. Em alguns casos, pacientes oncológicos precisam realizar a remoção de algum membro, o que pode acarretar possíveis consequências. Mas seria algo psicológico? Teria alguma explicação neurocientífica?
A síndrome do membro fantasma, também conhecida como ‘dor fantasma’, é uma sensação de dor, formigamento ou queimação, percebida em uma parte do corpo que foi amputada ou não funciona mais, ocorrendo em até 80% dos pacientes submetidos a amputações. É como se a parte do corpo ainda estivesse presente, mesmo que tenha sido removida ou danificada.
De acordo com o médico ortopedista e coordenador do departamento de Oncologia Ortopédica do Hospital de Amor, Dr. Sylvio Cesar Sargentini, a dor fantasma é real e pode ser muito intensa, afetando a qualidade de vida do paciente. O especialista explica que a causa exata não é completamente compreendida, mas é frequentemente atribuída a uma combinação de fatores, incluindo alterações neurológicas e a maneira como o cérebro ainda interpreta sinais de dor da área amputada:
• Alterações na atividade cerebral: após a amputação, o cérebro pode continuar a enviar sinais para o membro que não existe mais. Esses sinais podem ser interpretados como dor.
• Danos aos nervos: a amputação pode causar danos aos nervos, o que pode levar a dor.
Segundo o Dr. Sargentini, a duração da dor fantasma varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas experimentam dor fantasma por um curto período, enquanto outras podem vivenciá-la por um longo tempo, até mesmo por anos. O médico explica que para aliviar a dor fantasma, o paciente pode fazer o uso medicação, fisioterapia, estimulação nervosa ou outras terapias. Às vezes, simples técnicas de distração também podem ajudar a aliviar a sensação de dor, tais como:
• Medicamentos: os analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser usados para aliviar a dor fantasma.
• Terapia: a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar o paciente a aprender a lidar com a dor fantasma.
• Estimuladores: os estimuladores cerebrais profundos podem ser usados para interromper os sinais de dor que são enviados ao cérebro.
Uma sensação real
É comum muitas pessoas pensarem que a dor em um membro inexistente é algo puramente psicológica, no entanto, o médico afirma que a sensação fantasma é uma sensação de que o membro amputado ainda existe. “A pessoa pode sentir o membro doendo, coçando, formigando ou até mesmo se movendo. Ela é mais comum e costuma ocorrer em todos os pacientes amputados, assim como a dor residual do membro amputado, que ocorre devido a própria intervenção cirúrgica que ocorreu (cicatrização, corte, etc.)”, ressalta o ortopedista.
Quando questionado se a dor afeta mais homens ou mulheres, o especialista do HA explica que esta síndrome não parece estar ligada ao gênero e pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres. “E sua prevalência depende da condição médica subjacente que causou a amputação ou perda da função da parte do corpo”, revela Sylvio.
A dor não para os sonhos
O paciente do HA Infantojuvenil, Ian Barbosa, que precisou passar pelo processo de amputação após ser diagnosticado com um tumor ósseo (osteossarcoma), revela que sentiu a síndrome da dor fantasma. “Quando eu recebi a notícia da amputação, eu fiquei triste pois eu jogava futebol, mas poder viver falou mais alto e fiquei tranquilo em conseguir ter uma nova chance e uma nova vida. Após a amputação, eu comecei a sentir a dor fantasma. Eu sentia uma sensação estranha, pois eu não saiba onde eu iria coçar, se era nas canelas, nos pés, não conseguia contrair as pernas, enfim. Foi estranho conviver com isso”, diz Ian, que sonha em se tornar um atleta paraolímpico e representar o Brasil algum dia.
O jovem de Manaus (AM), revela ter feito uso de remédios para ajudá-lo com a dor. “Parar de sentir essa dor foi uma das melhores coisas que aconteceu comigo. Atualmente, eu não tenho muita sensibilidade e consigo viver tranquilamente. Posso dizer que estou bem acostumado com a prótese e consigo fazer todas as minhas atividades, sem limitações. Então sim, eu consigo viver de modo tranquilo”, finaliza o paciente, que faz reabilitação e treina na academia do Hospital de Amor, focando no seu grande sonho: ganhar uma medalha Paralímpica.
Certa vez, o conhecido medalhista olímpico brasileiro, Lars Grael, que sobreviveu a um grave acidente no mar (após uma lancha pilotada por um homem alcoolizado invadir a área de uma regata e colidir com o barco do atleta), teve sua perna direita amputada em 1998, e relatou: “Sinto a perna perdida 24 horas por dia, quase sempre como manifestação de dor, que varia de tipo e intensidade, se estou estressado é pior”. Mesmo após ter o sonho de sua carreira interrompida, Lars criou um projeto de incentivo para desenvolver novos velejadores – esporte que a cada ano ganha mais espaço nos corações dos brasileiros, principalmente pelo pioneirismo e garra dele; o que demonstra que é possível seguir a vida mesmo com a presença da dor.
Ambos os exemplos são a prova de que a perseverança e o sonhos são os maiores incentivadores para ajudar a vencer os desafios que o destino apresenta durante a jornada da vida.
Outubro ainda nem chegou, mas as ações em celebração ao ‘Outubro Rosa’ – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – já se iniciaram no Hospital de Amor. Sempre consciente de que a maior arma no combate à doença é a prevenção, a instituição desenvolve projetos (durante todo o ano, mas especialmente neste período) que visam oferecer informações, orientações, além de excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos à população. Uma dessas iniciativas é o “Talento Rosa”!
Promovida pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, a capacitação, que é destinada aos professores representantes das Escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio de Barretos (SP) e região, tem o intuito de motivar crianças e adolescentes em ambientes escolares, de forma lúdica (artística), a refletirem sobre o câncer e suas formas de prevenção, por meio da produção desenhos e poesias, além de conscientizar as mulheres do convívio destes alunos sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
Em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Diretorias de Ensino e Rede de Ensino Privado de Barretos e Região, o evento – que neste ano aconteceu no último dia 26 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FASCIB), reuniu 170 profissionais, dentre eles o Dirigente de Ensino da D.E. da Regional de Barretos (SP), Bruno Henrique Bertin, e a Dirigente Regional de Ensino de São José do Rio Preto (SP), Luana da Silva Garcia.
“Com essa mobilização, nós buscamos unir todo o ambiente e a comunidade escolar, para que esses alunos possam se envolver com o Outubro Rosa e levar para suas mulheres de convívio, a importância da prevenção do câncer de mama, pois a prevenção salva vidas!”, afirmou a coordenadora do projeto, Rosa Cunha.
Para a mastologista do HA, Dra. Talita Mendes, começar a educação em saúde dentro das escolas – principalmente em relação a prevenção do câncer de mama (o tumor mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, exceto os pele não melanoma) – é fundamental. “Nada melhor do que começar esse trabalho, informando, orientando e conscientizando aqueles que educam”, declarou.
O evento
Durante o evento, os participantes puderam ouvir palestras sobre os temas:
• Câncer de Mama no Brasil e no Mundo – com os mastologistas do HA, Dr. Idam de Olivera Jr. e Dra. Talita Mendes; com a gerente administrativa da atenção primária e unidade de pronto atendimento (UPA) do HA, Marcela de Oliveira Santos; e com a gerente do Instituto de Prevenção do HA, Paula Carvalho Ribeiro.
• Os impactos da participação das escolas na Prevenção do Câncer de Mama – com a coordenadora de projetos do NEC do HA, Rosa Cunha; com a supervisora geral do Centro de Formação dos Profissionais de Educação (CEFORPE) de Barretos (SP), Ana Carolina Policarpo; com a supervisora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Olímpia (SP), Iracema Bassetto; e com a coordenadora de gestão pedagógica geral da Escola Estadual Professor Aymoré do Brasil, Paula Silva.
Para encerrar a ação com chave de ouro, um ‘show’ repleto de ânimo, incentivo e alegria com Leila Navarro. Com o tema: Motivação além do rosa: engajando equipes e promovendo conscientização, a palestrante motivacional (autora de mais de 15 livros, que integra o ranking dos 20 mais notáveis palestrantes brasileiros, segundo a revista VEJA em 2020), falou sobre amor-próprio, autoestima, autocuidado, qualidade de vida, empatia e o principal: sobre prevenção.
“Prevenção é empatia… empatia consigo mesma. Por isso, se você tem seios, cuide, sinta, respeite eles. Nosso corpo é nosso lar e ter consciência disso é o que nos salva! Cuidamos tanto da parte de fora, precisamos cuidar da parte de dentro também”, finalizou Leila.
Ao som da música ‘Soul de Verão’, de Sandra de Sá, Leila cantou, dançou e encantou todos os participantes do “Talento Rosa”.
O projeto
De acordo com a coordenadora do projeto, Rosa Cunha, a ação inicia-se pela capacitação dos profissionais da educação, abordando a prevenção do câncer de mama e as orientações sobre como essa temática deve ser desenvolvida em sala de aula. Após a produção dos desenhos e poesias, os estudantes são conduzidos pelo professor em uma roda de conversa a eleger um que melhor representa a reflexão realizada pela classe. “Uma cópia de cada trabalho selecionado é enviada para o Hospital de Amor e sugere-se que os originais, se possível, sejam expostos nas escolas ou unidades de saúde de suas respectivas cidades, de forma presencial ou on-line. Fotos dos ambientes escolares decorados também são enviadas ao HA e expostas na exposição digital da instituição”, completou Rosa.
No último ano, o ‘Talento Rosa’ capacitou 127 escolas, 1.337 professores e 22.106 estudantes, com 34.200 produções artísticas. Para mais informações sobre o ‘Talento Rosa’, acesse: ha.com.vc/talentorosa.
Prevenção
Há mais de 30 anos, o Hospital de Amor ultrapassa fronteiras e barreiras percorrendo o país para levar saúde de qualidade, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo Brasil, desenvolvendo um trabalho completo em rastreamento, diagnóstico e tratamento, e o mais importante: salvando milhares de vidas!
Acolher com humanização, tratar com dignidade e salvar vidas! Estas poderiam ser as diretrizes do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Entretanto, em mais de 60 anos de história a instituição vai muito além: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento (por vezes, difícil) para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, equipado e altamente tecnológico, visando recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento). E entre inúmeros equipamentos e utensílios disponíveis ali, está o C-MILL!
De acordo com representante da Hocoma (empresa responsável pelo aparelho), Emerson Miranda, trata-se de uma ferramenta que fornece uma avaliação objetiva e profunda do equilíbrio e da marcha do paciente, sendo equipada com uma placa de força, realidade aumentada e virtual, o que torna o processo de reabilitação mais eficiente. “O C-MILL pode ser utilizado para várias finalidades, como um ajuste de prótese ou adaptação do paciente com a mesma; como um exercitador em final de tratamento; como treino de equilíbrio cognitivo e, mais importante, como reabilitação de marcha para pacientes que necessitam recuperar os movimentos mais finos e coordenados”, afirmou.
Pioneiro em várias frentes, o Hospital de Amor é o primeiro centro oncológico a disponibilizar essa ferramenta na reabilitação de pacientes do sistema único de saúde. Com capacidade para trabalhar 24 horas, sete dias na semana e até dez anos, o C-MILL atende no HA, em média, oito pacientes por dia.
Segundo o fisioterapeuta do hospital, Thiago Felício, este sistema de reabilitação é indicado para os pacientes que apresentam dificuldades para andar, que fazem uso de prótese de membros inferiores, que possuem déficit de equilíbrio, dificuldades de marcha ou necessitam de realizar a marcha com auxiliadores, como muletas e andadores. “O C-MILL proporciona uma aprendizagem muito importante ao paciente, onde ele cria estratégias de adaptabilidade da marcha, por meio de exercícios adaptados de equilíbrio, velocidade, força e resistência, sempre dentro de um ambiente totalmente seguro, direcionado e controlado”, explicou.
E como o HA não apenas oferece o melhor e mais humanizado tratamento oncológico aos seus pacientes, como reafirma a importância da inclusão social e qualidade de vida de todas as pessoas, o acesso ao C-MILL também é destinado aos tratamentos não oncológicos, ou seja, a aqueles que realizam a deambulação (dificuldades na marcha) e necessitam de reabilitação.
“Não podemos especificar, por exemplo, um período para o paciente voltar a andar normalmente com a utilização do C-MILL, mas, por se tratar de um equipamento seguro, totalmente sensorizado e com reconhecimento de movimentos (sendo possível identificar pequenos ajustes quando necessários), podemos afirmar que o impacto e os resultados positivos na vida do paciente são imensuráveis”, declarou o fisioterapeuta.
Mais um grande diferencial do HA em prol de seus milhares de pacientes. Mais um grande motivo de orgulho!
Assim como acontece em outros meses do ano, setembro também conta com uma importante campanha de conscientização: a do retinoblastoma – o câncer dos olhos mais comum na infância. O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
A iniciativa ganhou força e uma visibilidade ainda maior! Após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), além de outras entidades médicas, promoveram a mobilização “De olho nos olhinhos”. E o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país – é uma das instituições que apoia esta grande ação.
Confira!
– O que é retinoblastoma?
R.: O retinoblastoma é o câncer dos olhos mais comum na infância e representa cerca de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas.
– Qual é a incidência deste câncer?
R.: O retinoblastoma é um tumor raro, com cerca de 400 casos novos por ano no Brasil. Trata-se de uma doença da primeira infância, com maior incidência nas crianças abaixo de 5 anos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos – entre 60% e 75% – é unilateral (quando afeta um olho). Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral (quando os dois olhos são afetados), são quase sempre casos hereditários.
– Quais são os principais sintomas de retinoblastoma?
Outros sintomas que podem aparecer são: vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações e dor ocular.
– Quais sãos os perigos da doença quando se trata de perder a visão?
Nos casos bilaterais, frequentemente apenas um dos olhos tem uma doença avançada, que evolui com sequelas visuais mais importantes. Nesses casos, o olho com doença menos avançada costuma ter um ótimo resultado visual e permite que a criança realize a maioria das atividades diárias normalmente, inclusive participar de esportes e dirigir na vida adulta.
– Existe prevenção ou cura para a doença?
Todas as crianças devem passar por uma primeira avaliação oftalmológica completa, que inclua o exame de fundo de olho com a pupila dilatada, entre 6 meses e 1 ano de vida. Por ser uma doença que frequentemente envolve mutações genéticas herdadas em famílias com casos de retinoblastoma, as crianças devem ser avaliadas e acompanhadas desde o nascimento.
– Quais são os tipos de tratamento para o retinoblastoma?
Já em casos de doença avançada, pode ser necessário fazer a remoção do globo ocular afetado, com reconstrução da órbita e adaptação de uma prótese para um bom resultado estético.
– E como funciona a quimioterapia intra-arterial?
R.: A quimioterapia intra-arterial é um procedimento multidisciplinar de alta complexidade. Envolve o radiologista intervencionista, oncologista pediátrico, anestesista, oftalmologista, farmacêutico e uma grande equipe de suporte. Nela, um micro cateter é introduzido desde a artéria femoral até a artéria oftálmica, responsável pela nutrição do globo ocular.
– Qual é o grande diferencial deste tipo de tratamento em relação as quimioterapias convencionais?
Mas é importante lembrar que: o tratamento do retinoblastoma é feito de forma personalizada, ou seja, cada caso é um caso e necessita de avaliação médica.
– O Hospital de Amor oferece, gratuitamente, o que há de mais avançado aos pacientes, inclusive nos tratamentos de retinoblastoma?
Ação “De olho nos olhinhos”
Além de publicações semanais nos perfis oficiais da instituição durante todo o mês de setembro, trazendo conteúdos informativos sobre o tema, o Hospital de Amor também realiza uma ação especial para a população de Barretos (SP) e região. Nos dias 15 e 16/9, uma equipe de profissionais da unidade infantojuvenil do HA estará no North Shopping Barretos alertando, informando e conscientizando as pessoas para a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma. Cartazes e cartilhas serão entregues em todas as unidades de saúde administradas pela rede HA. Prestigie, apoie esta campanha e nos ajude nessa missão!
E se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
Conforto, acolhimento, amor e qualidade de vida! Esses são alguns dos propósitos do Programa “Espaço da Família Ronald McDonald” Hospital de Amor. O espaço foi reinaugurado no dia 17 de agosto, na unidade infantojuvenil do HA, em Barretos (SP), com uma cerimônia para marcar a celebração.
O projeto – fundado pelo Instituto Ronald McDonald, em parceria com o Hospital de Amor – visa proporcionar uma experiência menos desgastante e mais humanizada dentro dos hospitais, contribuindo com a adesão ao tratamento do câncer. Com brinquedoteca, salas de atividades infantil e juvenil, cineminha, área de alimentação com copa, sanitários, fraldário e guarda volumes, o ambiente, muitas vezes, transforma a experiência de crianças, adolescentes e seus familiares.
“Nos sentimos honrados e muito felizes em poder reabrir esse espaço em Barretos, que é referência no tratamento oncológico no Brasil. Reconhecemos a dificuldade de enfrentamento de um câncer e, por isso, trabalhamos diariamente com o propósito de impulsionar e promover um amanhã mais saudável e com maiores oportunidades para todos. Nosso objetivo é oferecer uma realidade mais leve, onde crianças em tratamento de câncer e outras patologias, que vivenciam uma rotina de muitas horas em hospitais, se sintam acolhidas e bem cuidadas, com infraestrutura e atividades que tornam o tratamento e tempo de espera menos desgastante”, destacou a CEO do Instituto Ronald McDonald, Bianca Provedel.
Reabertura
Ao final de 2019, o “Espaço da Família” entrou em reforma geral para renovar o ambiente e mobiliário, que contemplou a renovação do revestimento de piso e parede, mobiliário e equipamentos. No período em que estava sendo concluído, foi decretada a pandemia da COVID-19 e somente agora, em 2023, foi possível a finalização para a reabertura da área.
“É uma imensa alegria e gratidão a celebração da reabertura do tão aguardado ‘Espaço da Família Ronald McDonald’ em nosso hospital, um local que sempre esteve em nosso coração e faz parte de nossa missão de cuidar das crianças e jovens em momentos desafiadores de suas vidas. Não há palavras suficientes para expressar o quanto esta realização significa para todos nós. A jornada até aqui foi repleta de esforço, dedicação e cooperação de cada membro desta equipe incansável. Desde o início, mantivemos em mente o propósito essencial desse espaço: que é proporcionar conforto, acolhimento e um ambiente de esperança não apenas para nossos jovens pacientes, mas também para suas famílias”, explicou a Diretora Administrativa do Hospital de Amor Infantojuvenil, Daniela Santana.
Antes de ser fechado, o ‘Espaço da Família Hospital de Amor’ (que teve suas operações iniciadas em 2012) contou com o investimento de R$ 459.158,73 para implementação, sendo 100% apoiado pelo Instituto Ronald McDonald, através da campanha do McDia Feliz, e contava com cerca de 905 visitas mensais ao local.
“Com recursos do McDia Feliz conseguimos auxiliar em mais de 54% do investimento total do ‘Espaço da Família’, somando mais de R$ 108.810,75. Temos muito orgulho de poder proporcionar o atendimento de 60 pessoas simultaneamente no espaço que tem 120 m², e muita infraestrutura para as famílias, como brinquedoteca, banheiros privativos com chuveiro, sala de computadores com internet e cinema!”, destacou a CEO da organização. O total da obra foi de R$ 243.053,42 que contou com apoio de outros parceiros fundamentais para a realização.
Cerimônia
A cerimônia de reabertura do “Espaço Família” no HA contou com a presença de membros do Instituto Ronald McDonald, colaboradores da unidade infantojuvenil do hospital, diretores, médicos, pacientes e seus familiares.
Depois de cortar a fita inaugural e descerrar a placa, todos foram convidados a visitar as novas instalações e celebrar o evento com um delicioso café da manhã. “Se hoje estamos aqui celebrando essa reinauguração, é graças a todos da equipe do HA, a Daniela Cherfen (arquiteta que projetou e colocou em prática esse sonho), e todos os parceiros que ela trouxe para apoiar o projeto. O Instituto Ronald McDonald se orgulha em fazer parte da história do HA, pois nossos objetivos se convergem em muitos sentidos, buscando dar a todas as famílias acolhimento e estrutura, além de semear a esperança de um futuro diferente!”, finalizou a Gerente de Programas, Inovação & Advogacy do Instituto Ronaldo McDonald, Danielle Basto.
Oito unidades no Brasil
Atualmente, o Programa “Espaço da Família” está presente em outras 8 instituições nos estados de São Paulo, Brasília, Mato Grosso e Paraná, sendo elas: Hospital GRAACC (SP), Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (DF), Hospital Erasto Gaertner (PR), Hospital de Câncer de Mato Grosso (MT), Hospital de Amor (Barretos), Hospital GPACI (SP), Hospital do Itaci (SP) e Hospital Dr. Jesser Amarante (Joinville).
Em 2021, o Programa Espaço da Família Ronald McDonald celebrou 10 anos de atividade no Brasil. Apenas no último ano, o programa acolheu mais de 10 mil pessoas e foram servidos cerca de 3 mil lanches. Ao todo, o instituto investiu cerca de R$600 mil na operação das unidades pelo país.
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
Sabe o que Clodoaldo Silva, Daniel Dias e Evelyn de Oliveira têm em comum? Todos eles representaram o Brasil em alguma Paralimpíada – evento esportivo dedicado aos atletas com algum tipo de deficiência. A competição ocorre a cada quatro anos no país que sedia as Olimpíadas, a maior competição esportiva do mundo.
O interesse por esta modalidade vem crescendo cada vez mais, principalmente porque nas últimas Olímpiadas, em Tóquio, o Brasil teve sua maior delegação Paralímpica: ao todo, 260 atletas representaram nosso verde e amarelo na terra do sol nascente e fizeram bonito, trazendo para casa 72 medalhas, sendo 22 de ouro. Grande parte dos participantes dão aula de superação ao mostrar seu processo de reabilitação, já que muitos deles se tornam paratletas após algum desafio que transformou suas condições físicas. O simpático jovem manauara, Ian Barbosa, de 21 anos, se inspira nesses grandes atletas.
Em 2018, o jovem foi diagnosticado com um tumor ósseo (osteossarcoma) e precisou iniciar seu tratamento no Hospital de Amor. “Assim que descobri, fiquei em choque, pois para mim, câncer era uma doença que dava somente em pessoas mais velhas e saber que eu, aos 16 anos, estava com câncer, me deixou muito abalado. Naquele momento passou um filme na minha cabeça. E o médico disse que eu só teria 3 meses de vida, pois já tinha dado metástase no pulmão.”
Reabilitação
Após o tratamento oncológico, por vezes difícil, é preciso oferecer qualidade de vida ao paciente, capacitá-lo para que ele volte para sua rotina com dignidade. E é aí que entra a reabilitação – que tem um papel fundamental neste processo, visando recuperar as funções perdidas e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento).
Com o Ian não foi diferente! Por conta do osteosarcoma (um tipo de tumor altamente agressivo, que atinge principalmente, crianças e adolescentes e resulta na necessidade de amputação em cerca de 30% dos casos), ele teve uma de suas pernas amputadas. “Minha reabilitação foi excelente. É claro que nem tudo são flores, pois exige adaptação e novos aprendizados, mas eu consegui reaprender a andar e trabalhar bem meu psicológico, principalmente para não desistir em meio a tantas dores no membro amputado”, ele contou.
O sonho da Paralimpíada
Como quase todo jovem, Ian também tem seus sonhos. E o maior deles foi descoberto, apoiado e incentivado pelo educador físico do HA, Leandro Sarti. Ao ver o paciente realizando seus treinos na academia do próprio hospital, ele percebeu o grande potencial que ele tinha. “O nosso papel aqui no Hospital de Amor é sempre o de levar esperança aos nossos pacientes. Quando eu percebi que ele tinha tudo para se tornar um medalhista triatleta, encorajei, incentivei e passei a acompanhá-lo nos treinos”, relata Leandro.
Assim como Ian, outros pacientes da instituição (amputados e não amputados) passam por reabilitação e são atraídos para os treinos da academia. Mas, o sonho de se tornar o futuro medalhista paralímpico do Brasil – e o 1º paciente triatleta do HA – está explicito nele. “O meu processo pra ser um atleta em reabilitação está muito ligado aonde eu quero chegar. Treinar e buscar a minha melhor versão física, faz parte da minha rotina de superação. É claro que, além das orientações do Leandro, o meu treinador, eu sigo também as ordens das minhas médicas, faço tudo dentro do que o meu tratamento me possibilita”, contou.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Promover bem-estar, atendimento de qualidade e humanização, são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Por isso, de acordo com o médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato Capuzzo, há 3 anos a instituição vem desenhando um projeto em parceria com o ‘Mais Identidade’ (IMI) – uma organização sem fins lucrativos, que conta com doações para seguir com sua missão de promover, gratuitamente, a reabilitação bucomaxilofacial de pacientes que tiveram sua imagem facial afetada por conta de traumas, câncer ou doenças congênitas, possibilitando assim maior bem-estar a todos eles.
No dia 22 de maio, um paciente que realiza tratamento oncológico no Hospital de Amor foi beneficiado por esta importante parceria. O médico explica que o tratamento cirúrgico deste paciente envolveu diversas etapas. “Ele já havia sido operado em outro serviço e chegou até nós com uma condição bastante complicada, pois tratava-se de um câncer de pele muito extenso na face, com exposição óssea e tecido desvitalizados. O paciente foi submetido a ressecção do tumor pela equipe de cirurgia de cabeça e pescoço e neurocirurgia, em 2012, e reconstruído no mesmo momento com retalho microcirúrgico (transplante) pela equipe de cirurgia plástica”, conta Capuzzo.
O paciente é o Sr. José, de 61 anos, reabilitado inicialmente no HA pela equipe de odontologia, que confeccionou uma prótese esculpida manualmente para ele. O cirurgião revela que ele perdeu grande parte de seu rosto e apresenta uma deformidade que a grande maioria das pessoas não tem coragem de encarar. “A doença fez com que ele se desconectasse de sua família e seu trabalho prévio”. O médico também afirma que é importante perceber que este paciente não teria chance de cura ou reabilitação se não fosse no Hospital de Amor.
Sr. José foi submetido a uma cirurgia extremamente complexa realizada em raríssimos centros no Brasil, e recebeu o que existe de mais moderno e tecnológico em termos de reconstrução e reabilitação protética existente atualmente. “Isto em alguém que se tornou um morador de rua, que agora tem a possibilidade de retomar sua identidade, voltar a trabalhar e, possivelmente, voltar a conversar com sua família distante, que sempre foi o sonho relatado por ele”, afirma Capuzzo.
De acordo com o médico, poucos locais oferecem o procedimento de anaplastologia (que o Sr. José recebeu) via SUS. O especialista conta que a primeira prótese permaneceu com o paciente durante muitos anos, mas foi se degradando com o tempo e, devido ele viver em situação vulnerável, não conseguiu a manutenção ideal para conservação. Para a implementação desta nova prótese, o paciente foi submetido a colocação de implantes osteointegrados – que são como parafusos colocados nos ossos da face que servirão de apoio para a sustentação da prótese.
Segundo Capuzzo, uma sequela ou deformidade na face não é fácil de se esconder ou disfarçar. “O Hospital de Amor, frequentemente, recebe casos muito avançados de câncer de pele que, muitas vezes, já foram tratados em outros serviços ou que não conseguem ser tratados em outras instituições devido à alta complexidade necessária para todo tratamento oncológico. A grande inovação deste caso é que a parceria com o ‘Instituto Mais Identidade’ permitiu associar o que existe de mais moderno em tecnologia para confeccionar a prótese, utilizando imagens 3D de tomografias e escaneamento facial, com tecnologias que eles mesmo desenvolveram e aperfeiçoaram, permitindo um altíssimo nível de detalhamento e acurácia”.
De acordo com o Dr. Luciano Dib, presidente do Instituto Mais Identidade, essa parceria é de grande importância para os pacientes e para as próprias instituições, pois permite ao HA ampliar a excelência do atendimento prestado, agregando uma tecnologia de última geração e que é realizada em poucos lugares do mundo. Muitas vezes, somente após a reabilitação é que os pacientes se sentem de fato curados, pois passam a conviver na sociedade de forma natural, deixando de serem excluídos dos ambientes profissionais e familiares.
“Para o Instituto Mais Identidade é motivo de grande orgulho associar-se ao Hospital de Amor, pois reforça a sua competência e amplia sobremaneira o seu espectro de ação, atuando de forma transdisciplinar, em conjunto com as especialidades de cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, odontologia, entre outros. Ampliar as possibilidades de reabilitação em parceria com o HA vai ao encontro das missões do Instituto, de assistência, divulgação das técnicas e reinserção social dos pacientes com deficiências”, finaliza Luciano. Para Dr. Capuzzo, estas tecnologias permitem um conforto maior ao paciente no processo de moldagem e adaptação das próteses e acabam por produzir próteses com um nível de detalhamento muito superior ao processo convencional.
Segundo a psicóloga do hospital, Andréa Schenten, a cirurgia contribui para resgatar autoestima e a autoimagem do paciente, devolvendo para ele a sua identidade para uma qualidade de vida melhor. “Para o paciente, a autoestima é a recuperação de sua identidade. Enquanto estava em tratamento, o paciente tinha esperança e a crença espiritual como recursos de enfrentamento. O seu apoio aqui em Barretos é apenas de um amigo, que se responsabiliza por trazê-lo ao hospital em dias de consulta. Os funcionários da instituição também o tratam com empatia, respeito e carinho, para que o processo seja suportável, algo que tem feito muita diferença em sua vida”, declara.
Março Marinho, Julho Verde, Outubro Rosa, Novembro Azul e, agora: “Dezembro Laranja”. Sempre consciente de que a prevenção salva vidas, o Hospital de Amor começa o último mês do ano com o ‘pé direito’, celebrando e apoiando mais esta importante campanha, que visa conscientizar a população sobre o diagnóstico precoce do câncer de pele.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais frequente no Brasil, em homens e mulheres, com taxas altíssimas em mulheres das regiões Sul e Sudeste. Só em 2022, foram mais de 66 mil novos casos.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados.
Neste “Dezembro Laranja”, o HA conversou com a dermatologista da instituição, Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a campanha ‘Dezembro Laranja’ e qual é a importância dela?
R.: O ‘Dezembro Laranja’ é a campanha de prevenção e detecção precoce do câncer de pele. A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposto são raios ultravioletas. Esse dano vai se acumulando ao longo da nossa vida e pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Esses raios ultravioletas são mais fortes no verão e é uma época do ano que mais pessoas têm queimadura solar – o que também pode levar ao aparecimento do câncer de pele. Por isso essa campanha inicia no começo do verão: para conscientizar todas as pessoas a se protegerem do sol usando protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, lembrar de repassa-lo a cada 3 horas, evitar de ficar no sol das 9 às 15h, usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
– O que é câncer de pele?
R.: Na nossa pele temos células, que podem sofrer transformações e que podem levar a formação do câncer. Existem alguns fatores que aumentam as chances do aparecimento da doença, como:
– quem já teve câncer de pele tem uma chance maior de ter outro câncer de pele;
– quem tem um parente que teve um câncer de pele;
– pessoas que trabalham expostas ao sol;
– pessoas que já tiveram, pelo menos, uma queimadura solar;
– pessoas de pele que queima fácil quando fica no sol;
– pessoas de cabelo claro e olho claro;
– pessoas com mais de 50 pintas.
– Qual é a incidência da doença?
R.: 34% dos cânceres. Ou seja, é o câncer mais frequente no Brasil em homens e em mulheres.
– Quais são os sinais e sintomas do câncer de pele?
R.: Existem dois tipos principais de câncer de pele: os carcinomas e os melanomas.
No carcinoma, os sintomas são:
– machucado que não cicatriza, sangra com facilidade;
– bolinha rosa na pele de aspecto brilhante, que não some e sangra fácil;
– bolinha rosa que a superfície é áspera com casca seca, que sangra quando a casca vai e não melhora, não cicatriza;
No melanoma, os sintomas são:
– pinta ou mancha marrom ou preta;
– pinta com duas ou três cores, como marrom escuro/marrom claro e preto;
– pinta com crescimento rápido;
– pinta com mudança de formato ou cor;
– lesão assimétrica (bordas e cores em formatos diferentes, de um lado e do outro).
– Quais sãos os tipos de câncer de pele?
R.: Câncer de pele melanoma (mais grave, pois tem mais chance de dar metástase) e câncer de pele não melanoma.
– Quais são os tipos mais graves da doença?
R.: Existem dois tipos de câncer de pele (melanoma e não melanoma). O mais grave é o melanoma, pois ele tem grande chance de se espalhar e dar metástase.
– Quais são os índices de cura?
R.: Se o câncer de pele for diagnosticado com lesão pequena, inicialmente, a chance de cura é de 100%. Se o melanoma é diagnosticado já em estágio avançado, a chance de cura é baixa, cerca de 22%.
– Como ocorre a prevenção?
R.: Usar protetor solar todos os dias, no mínimo fator 30, e lembrar de repassar o protetor a cada 3 horas. Lembre-se: o fator de proteção de quem tem pele mais sensível ao sol, ou quem trabalha exposto ao sol, deve ser 50 ou maior.
Evitar ficar no sol das 9 às 15hs.
Usar chapéu, boné, roupas com protetor UV, camisas de manga comprida e óculos escuro.
Evitar queimadura solar.
– Qual é a importância de ações de prevenção do câncer de pele?
R.: O câncer de pele aparece, geralmente, após os 50 anos de idade, porém ele tem relação com o sol da nossa vida toda. Por isso, precisamos nos conscientizar e nos proteger desde novos, por toda a nossa vida. O câncer de pele está aumentado ano a ano. Precisamos nos prevenir e as campanhas são grandes fontes de informação para isso!
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: hospitaldeamor.com.br/dezembrolaranja.
Passar pelo processo de uma amputação não é fácil. Em alguns casos, pacientes oncológicos precisam realizar a remoção de algum membro, o que pode acarretar possíveis consequências. Mas seria algo psicológico? Teria alguma explicação neurocientífica?
A síndrome do membro fantasma, também conhecida como ‘dor fantasma’, é uma sensação de dor, formigamento ou queimação, percebida em uma parte do corpo que foi amputada ou não funciona mais, ocorrendo em até 80% dos pacientes submetidos a amputações. É como se a parte do corpo ainda estivesse presente, mesmo que tenha sido removida ou danificada.
De acordo com o médico ortopedista e coordenador do departamento de Oncologia Ortopédica do Hospital de Amor, Dr. Sylvio Cesar Sargentini, a dor fantasma é real e pode ser muito intensa, afetando a qualidade de vida do paciente. O especialista explica que a causa exata não é completamente compreendida, mas é frequentemente atribuída a uma combinação de fatores, incluindo alterações neurológicas e a maneira como o cérebro ainda interpreta sinais de dor da área amputada:
• Alterações na atividade cerebral: após a amputação, o cérebro pode continuar a enviar sinais para o membro que não existe mais. Esses sinais podem ser interpretados como dor.
• Danos aos nervos: a amputação pode causar danos aos nervos, o que pode levar a dor.
Segundo o Dr. Sargentini, a duração da dor fantasma varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas experimentam dor fantasma por um curto período, enquanto outras podem vivenciá-la por um longo tempo, até mesmo por anos. O médico explica que para aliviar a dor fantasma, o paciente pode fazer o uso medicação, fisioterapia, estimulação nervosa ou outras terapias. Às vezes, simples técnicas de distração também podem ajudar a aliviar a sensação de dor, tais como:
• Medicamentos: os analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser usados para aliviar a dor fantasma.
• Terapia: a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar o paciente a aprender a lidar com a dor fantasma.
• Estimuladores: os estimuladores cerebrais profundos podem ser usados para interromper os sinais de dor que são enviados ao cérebro.
Uma sensação real
É comum muitas pessoas pensarem que a dor em um membro inexistente é algo puramente psicológica, no entanto, o médico afirma que a sensação fantasma é uma sensação de que o membro amputado ainda existe. “A pessoa pode sentir o membro doendo, coçando, formigando ou até mesmo se movendo. Ela é mais comum e costuma ocorrer em todos os pacientes amputados, assim como a dor residual do membro amputado, que ocorre devido a própria intervenção cirúrgica que ocorreu (cicatrização, corte, etc.)”, ressalta o ortopedista.
Quando questionado se a dor afeta mais homens ou mulheres, o especialista do HA explica que esta síndrome não parece estar ligada ao gênero e pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres. “E sua prevalência depende da condição médica subjacente que causou a amputação ou perda da função da parte do corpo”, revela Sylvio.
A dor não para os sonhos
O paciente do HA Infantojuvenil, Ian Barbosa, que precisou passar pelo processo de amputação após ser diagnosticado com um tumor ósseo (osteossarcoma), revela que sentiu a síndrome da dor fantasma. “Quando eu recebi a notícia da amputação, eu fiquei triste pois eu jogava futebol, mas poder viver falou mais alto e fiquei tranquilo em conseguir ter uma nova chance e uma nova vida. Após a amputação, eu comecei a sentir a dor fantasma. Eu sentia uma sensação estranha, pois eu não saiba onde eu iria coçar, se era nas canelas, nos pés, não conseguia contrair as pernas, enfim. Foi estranho conviver com isso”, diz Ian, que sonha em se tornar um atleta paraolímpico e representar o Brasil algum dia.
O jovem de Manaus (AM), revela ter feito uso de remédios para ajudá-lo com a dor. “Parar de sentir essa dor foi uma das melhores coisas que aconteceu comigo. Atualmente, eu não tenho muita sensibilidade e consigo viver tranquilamente. Posso dizer que estou bem acostumado com a prótese e consigo fazer todas as minhas atividades, sem limitações. Então sim, eu consigo viver de modo tranquilo”, finaliza o paciente, que faz reabilitação e treina na academia do Hospital de Amor, focando no seu grande sonho: ganhar uma medalha Paralímpica.
Certa vez, o conhecido medalhista olímpico brasileiro, Lars Grael, que sobreviveu a um grave acidente no mar (após uma lancha pilotada por um homem alcoolizado invadir a área de uma regata e colidir com o barco do atleta), teve sua perna direita amputada em 1998, e relatou: “Sinto a perna perdida 24 horas por dia, quase sempre como manifestação de dor, que varia de tipo e intensidade, se estou estressado é pior”. Mesmo após ter o sonho de sua carreira interrompida, Lars criou um projeto de incentivo para desenvolver novos velejadores – esporte que a cada ano ganha mais espaço nos corações dos brasileiros, principalmente pelo pioneirismo e garra dele; o que demonstra que é possível seguir a vida mesmo com a presença da dor.
Ambos os exemplos são a prova de que a perseverança e o sonhos são os maiores incentivadores para ajudar a vencer os desafios que o destino apresenta durante a jornada da vida.
Outubro ainda nem chegou, mas as ações em celebração ao ‘Outubro Rosa’ – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – já se iniciaram no Hospital de Amor. Sempre consciente de que a maior arma no combate à doença é a prevenção, a instituição desenvolve projetos (durante todo o ano, mas especialmente neste período) que visam oferecer informações, orientações, além de excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos à população. Uma dessas iniciativas é o “Talento Rosa”!
Promovida pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, a capacitação, que é destinada aos professores representantes das Escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio de Barretos (SP) e região, tem o intuito de motivar crianças e adolescentes em ambientes escolares, de forma lúdica (artística), a refletirem sobre o câncer e suas formas de prevenção, por meio da produção desenhos e poesias, além de conscientizar as mulheres do convívio destes alunos sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
Em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Diretorias de Ensino e Rede de Ensino Privado de Barretos e Região, o evento – que neste ano aconteceu no último dia 26 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FASCIB), reuniu 170 profissionais, dentre eles o Dirigente de Ensino da D.E. da Regional de Barretos (SP), Bruno Henrique Bertin, e a Dirigente Regional de Ensino de São José do Rio Preto (SP), Luana da Silva Garcia.
“Com essa mobilização, nós buscamos unir todo o ambiente e a comunidade escolar, para que esses alunos possam se envolver com o Outubro Rosa e levar para suas mulheres de convívio, a importância da prevenção do câncer de mama, pois a prevenção salva vidas!”, afirmou a coordenadora do projeto, Rosa Cunha.
Para a mastologista do HA, Dra. Talita Mendes, começar a educação em saúde dentro das escolas – principalmente em relação a prevenção do câncer de mama (o tumor mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, exceto os pele não melanoma) – é fundamental. “Nada melhor do que começar esse trabalho, informando, orientando e conscientizando aqueles que educam”, declarou.
O evento
Durante o evento, os participantes puderam ouvir palestras sobre os temas:
• Câncer de Mama no Brasil e no Mundo – com os mastologistas do HA, Dr. Idam de Olivera Jr. e Dra. Talita Mendes; com a gerente administrativa da atenção primária e unidade de pronto atendimento (UPA) do HA, Marcela de Oliveira Santos; e com a gerente do Instituto de Prevenção do HA, Paula Carvalho Ribeiro.
• Os impactos da participação das escolas na Prevenção do Câncer de Mama – com a coordenadora de projetos do NEC do HA, Rosa Cunha; com a supervisora geral do Centro de Formação dos Profissionais de Educação (CEFORPE) de Barretos (SP), Ana Carolina Policarpo; com a supervisora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Olímpia (SP), Iracema Bassetto; e com a coordenadora de gestão pedagógica geral da Escola Estadual Professor Aymoré do Brasil, Paula Silva.
Para encerrar a ação com chave de ouro, um ‘show’ repleto de ânimo, incentivo e alegria com Leila Navarro. Com o tema: Motivação além do rosa: engajando equipes e promovendo conscientização, a palestrante motivacional (autora de mais de 15 livros, que integra o ranking dos 20 mais notáveis palestrantes brasileiros, segundo a revista VEJA em 2020), falou sobre amor-próprio, autoestima, autocuidado, qualidade de vida, empatia e o principal: sobre prevenção.
“Prevenção é empatia… empatia consigo mesma. Por isso, se você tem seios, cuide, sinta, respeite eles. Nosso corpo é nosso lar e ter consciência disso é o que nos salva! Cuidamos tanto da parte de fora, precisamos cuidar da parte de dentro também”, finalizou Leila.
Ao som da música ‘Soul de Verão’, de Sandra de Sá, Leila cantou, dançou e encantou todos os participantes do “Talento Rosa”.
O projeto
De acordo com a coordenadora do projeto, Rosa Cunha, a ação inicia-se pela capacitação dos profissionais da educação, abordando a prevenção do câncer de mama e as orientações sobre como essa temática deve ser desenvolvida em sala de aula. Após a produção dos desenhos e poesias, os estudantes são conduzidos pelo professor em uma roda de conversa a eleger um que melhor representa a reflexão realizada pela classe. “Uma cópia de cada trabalho selecionado é enviada para o Hospital de Amor e sugere-se que os originais, se possível, sejam expostos nas escolas ou unidades de saúde de suas respectivas cidades, de forma presencial ou on-line. Fotos dos ambientes escolares decorados também são enviadas ao HA e expostas na exposição digital da instituição”, completou Rosa.
No último ano, o ‘Talento Rosa’ capacitou 127 escolas, 1.337 professores e 22.106 estudantes, com 34.200 produções artísticas. Para mais informações sobre o ‘Talento Rosa’, acesse: ha.com.vc/talentorosa.
Prevenção
Há mais de 30 anos, o Hospital de Amor ultrapassa fronteiras e barreiras percorrendo o país para levar saúde de qualidade, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo Brasil, desenvolvendo um trabalho completo em rastreamento, diagnóstico e tratamento, e o mais importante: salvando milhares de vidas!
Acolher com humanização, tratar com dignidade e salvar vidas! Estas poderiam ser as diretrizes do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Entretanto, em mais de 60 anos de história a instituição vai muito além: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento (por vezes, difícil) para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, equipado e altamente tecnológico, visando recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento). E entre inúmeros equipamentos e utensílios disponíveis ali, está o C-MILL!
De acordo com representante da Hocoma (empresa responsável pelo aparelho), Emerson Miranda, trata-se de uma ferramenta que fornece uma avaliação objetiva e profunda do equilíbrio e da marcha do paciente, sendo equipada com uma placa de força, realidade aumentada e virtual, o que torna o processo de reabilitação mais eficiente. “O C-MILL pode ser utilizado para várias finalidades, como um ajuste de prótese ou adaptação do paciente com a mesma; como um exercitador em final de tratamento; como treino de equilíbrio cognitivo e, mais importante, como reabilitação de marcha para pacientes que necessitam recuperar os movimentos mais finos e coordenados”, afirmou.
Pioneiro em várias frentes, o Hospital de Amor é o primeiro centro oncológico a disponibilizar essa ferramenta na reabilitação de pacientes do sistema único de saúde. Com capacidade para trabalhar 24 horas, sete dias na semana e até dez anos, o C-MILL atende no HA, em média, oito pacientes por dia.
Segundo o fisioterapeuta do hospital, Thiago Felício, este sistema de reabilitação é indicado para os pacientes que apresentam dificuldades para andar, que fazem uso de prótese de membros inferiores, que possuem déficit de equilíbrio, dificuldades de marcha ou necessitam de realizar a marcha com auxiliadores, como muletas e andadores. “O C-MILL proporciona uma aprendizagem muito importante ao paciente, onde ele cria estratégias de adaptabilidade da marcha, por meio de exercícios adaptados de equilíbrio, velocidade, força e resistência, sempre dentro de um ambiente totalmente seguro, direcionado e controlado”, explicou.
E como o HA não apenas oferece o melhor e mais humanizado tratamento oncológico aos seus pacientes, como reafirma a importância da inclusão social e qualidade de vida de todas as pessoas, o acesso ao C-MILL também é destinado aos tratamentos não oncológicos, ou seja, a aqueles que realizam a deambulação (dificuldades na marcha) e necessitam de reabilitação.
“Não podemos especificar, por exemplo, um período para o paciente voltar a andar normalmente com a utilização do C-MILL, mas, por se tratar de um equipamento seguro, totalmente sensorizado e com reconhecimento de movimentos (sendo possível identificar pequenos ajustes quando necessários), podemos afirmar que o impacto e os resultados positivos na vida do paciente são imensuráveis”, declarou o fisioterapeuta.
Mais um grande diferencial do HA em prol de seus milhares de pacientes. Mais um grande motivo de orgulho!
Assim como acontece em outros meses do ano, setembro também conta com uma importante campanha de conscientização: a do retinoblastoma – o câncer dos olhos mais comum na infância. O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
A iniciativa ganhou força e uma visibilidade ainda maior! Após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), além de outras entidades médicas, promoveram a mobilização “De olho nos olhinhos”. E o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país – é uma das instituições que apoia esta grande ação.
Confira!
– O que é retinoblastoma?
R.: O retinoblastoma é o câncer dos olhos mais comum na infância e representa cerca de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas.
– Qual é a incidência deste câncer?
R.: O retinoblastoma é um tumor raro, com cerca de 400 casos novos por ano no Brasil. Trata-se de uma doença da primeira infância, com maior incidência nas crianças abaixo de 5 anos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos – entre 60% e 75% – é unilateral (quando afeta um olho). Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral (quando os dois olhos são afetados), são quase sempre casos hereditários.
– Quais são os principais sintomas de retinoblastoma?
Outros sintomas que podem aparecer são: vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações e dor ocular.
– Quais sãos os perigos da doença quando se trata de perder a visão?
Nos casos bilaterais, frequentemente apenas um dos olhos tem uma doença avançada, que evolui com sequelas visuais mais importantes. Nesses casos, o olho com doença menos avançada costuma ter um ótimo resultado visual e permite que a criança realize a maioria das atividades diárias normalmente, inclusive participar de esportes e dirigir na vida adulta.
– Existe prevenção ou cura para a doença?
Todas as crianças devem passar por uma primeira avaliação oftalmológica completa, que inclua o exame de fundo de olho com a pupila dilatada, entre 6 meses e 1 ano de vida. Por ser uma doença que frequentemente envolve mutações genéticas herdadas em famílias com casos de retinoblastoma, as crianças devem ser avaliadas e acompanhadas desde o nascimento.
– Quais são os tipos de tratamento para o retinoblastoma?
Já em casos de doença avançada, pode ser necessário fazer a remoção do globo ocular afetado, com reconstrução da órbita e adaptação de uma prótese para um bom resultado estético.
– E como funciona a quimioterapia intra-arterial?
R.: A quimioterapia intra-arterial é um procedimento multidisciplinar de alta complexidade. Envolve o radiologista intervencionista, oncologista pediátrico, anestesista, oftalmologista, farmacêutico e uma grande equipe de suporte. Nela, um micro cateter é introduzido desde a artéria femoral até a artéria oftálmica, responsável pela nutrição do globo ocular.
– Qual é o grande diferencial deste tipo de tratamento em relação as quimioterapias convencionais?
Mas é importante lembrar que: o tratamento do retinoblastoma é feito de forma personalizada, ou seja, cada caso é um caso e necessita de avaliação médica.
– O Hospital de Amor oferece, gratuitamente, o que há de mais avançado aos pacientes, inclusive nos tratamentos de retinoblastoma?
Ação “De olho nos olhinhos”
Além de publicações semanais nos perfis oficiais da instituição durante todo o mês de setembro, trazendo conteúdos informativos sobre o tema, o Hospital de Amor também realiza uma ação especial para a população de Barretos (SP) e região. Nos dias 15 e 16/9, uma equipe de profissionais da unidade infantojuvenil do HA estará no North Shopping Barretos alertando, informando e conscientizando as pessoas para a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma. Cartazes e cartilhas serão entregues em todas as unidades de saúde administradas pela rede HA. Prestigie, apoie esta campanha e nos ajude nessa missão!
E se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
Conforto, acolhimento, amor e qualidade de vida! Esses são alguns dos propósitos do Programa “Espaço da Família Ronald McDonald” Hospital de Amor. O espaço foi reinaugurado no dia 17 de agosto, na unidade infantojuvenil do HA, em Barretos (SP), com uma cerimônia para marcar a celebração.
O projeto – fundado pelo Instituto Ronald McDonald, em parceria com o Hospital de Amor – visa proporcionar uma experiência menos desgastante e mais humanizada dentro dos hospitais, contribuindo com a adesão ao tratamento do câncer. Com brinquedoteca, salas de atividades infantil e juvenil, cineminha, área de alimentação com copa, sanitários, fraldário e guarda volumes, o ambiente, muitas vezes, transforma a experiência de crianças, adolescentes e seus familiares.
“Nos sentimos honrados e muito felizes em poder reabrir esse espaço em Barretos, que é referência no tratamento oncológico no Brasil. Reconhecemos a dificuldade de enfrentamento de um câncer e, por isso, trabalhamos diariamente com o propósito de impulsionar e promover um amanhã mais saudável e com maiores oportunidades para todos. Nosso objetivo é oferecer uma realidade mais leve, onde crianças em tratamento de câncer e outras patologias, que vivenciam uma rotina de muitas horas em hospitais, se sintam acolhidas e bem cuidadas, com infraestrutura e atividades que tornam o tratamento e tempo de espera menos desgastante”, destacou a CEO do Instituto Ronald McDonald, Bianca Provedel.
Reabertura
Ao final de 2019, o “Espaço da Família” entrou em reforma geral para renovar o ambiente e mobiliário, que contemplou a renovação do revestimento de piso e parede, mobiliário e equipamentos. No período em que estava sendo concluído, foi decretada a pandemia da COVID-19 e somente agora, em 2023, foi possível a finalização para a reabertura da área.
“É uma imensa alegria e gratidão a celebração da reabertura do tão aguardado ‘Espaço da Família Ronald McDonald’ em nosso hospital, um local que sempre esteve em nosso coração e faz parte de nossa missão de cuidar das crianças e jovens em momentos desafiadores de suas vidas. Não há palavras suficientes para expressar o quanto esta realização significa para todos nós. A jornada até aqui foi repleta de esforço, dedicação e cooperação de cada membro desta equipe incansável. Desde o início, mantivemos em mente o propósito essencial desse espaço: que é proporcionar conforto, acolhimento e um ambiente de esperança não apenas para nossos jovens pacientes, mas também para suas famílias”, explicou a Diretora Administrativa do Hospital de Amor Infantojuvenil, Daniela Santana.
Antes de ser fechado, o ‘Espaço da Família Hospital de Amor’ (que teve suas operações iniciadas em 2012) contou com o investimento de R$ 459.158,73 para implementação, sendo 100% apoiado pelo Instituto Ronald McDonald, através da campanha do McDia Feliz, e contava com cerca de 905 visitas mensais ao local.
“Com recursos do McDia Feliz conseguimos auxiliar em mais de 54% do investimento total do ‘Espaço da Família’, somando mais de R$ 108.810,75. Temos muito orgulho de poder proporcionar o atendimento de 60 pessoas simultaneamente no espaço que tem 120 m², e muita infraestrutura para as famílias, como brinquedoteca, banheiros privativos com chuveiro, sala de computadores com internet e cinema!”, destacou a CEO da organização. O total da obra foi de R$ 243.053,42 que contou com apoio de outros parceiros fundamentais para a realização.
Cerimônia
A cerimônia de reabertura do “Espaço Família” no HA contou com a presença de membros do Instituto Ronald McDonald, colaboradores da unidade infantojuvenil do hospital, diretores, médicos, pacientes e seus familiares.
Depois de cortar a fita inaugural e descerrar a placa, todos foram convidados a visitar as novas instalações e celebrar o evento com um delicioso café da manhã. “Se hoje estamos aqui celebrando essa reinauguração, é graças a todos da equipe do HA, a Daniela Cherfen (arquiteta que projetou e colocou em prática esse sonho), e todos os parceiros que ela trouxe para apoiar o projeto. O Instituto Ronald McDonald se orgulha em fazer parte da história do HA, pois nossos objetivos se convergem em muitos sentidos, buscando dar a todas as famílias acolhimento e estrutura, além de semear a esperança de um futuro diferente!”, finalizou a Gerente de Programas, Inovação & Advogacy do Instituto Ronaldo McDonald, Danielle Basto.
Oito unidades no Brasil
Atualmente, o Programa “Espaço da Família” está presente em outras 8 instituições nos estados de São Paulo, Brasília, Mato Grosso e Paraná, sendo elas: Hospital GRAACC (SP), Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (DF), Hospital Erasto Gaertner (PR), Hospital de Câncer de Mato Grosso (MT), Hospital de Amor (Barretos), Hospital GPACI (SP), Hospital do Itaci (SP) e Hospital Dr. Jesser Amarante (Joinville).
Em 2021, o Programa Espaço da Família Ronald McDonald celebrou 10 anos de atividade no Brasil. Apenas no último ano, o programa acolheu mais de 10 mil pessoas e foram servidos cerca de 3 mil lanches. Ao todo, o instituto investiu cerca de R$600 mil na operação das unidades pelo país.
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
Sabe o que Clodoaldo Silva, Daniel Dias e Evelyn de Oliveira têm em comum? Todos eles representaram o Brasil em alguma Paralimpíada – evento esportivo dedicado aos atletas com algum tipo de deficiência. A competição ocorre a cada quatro anos no país que sedia as Olimpíadas, a maior competição esportiva do mundo.
O interesse por esta modalidade vem crescendo cada vez mais, principalmente porque nas últimas Olímpiadas, em Tóquio, o Brasil teve sua maior delegação Paralímpica: ao todo, 260 atletas representaram nosso verde e amarelo na terra do sol nascente e fizeram bonito, trazendo para casa 72 medalhas, sendo 22 de ouro. Grande parte dos participantes dão aula de superação ao mostrar seu processo de reabilitação, já que muitos deles se tornam paratletas após algum desafio que transformou suas condições físicas. O simpático jovem manauara, Ian Barbosa, de 21 anos, se inspira nesses grandes atletas.
Em 2018, o jovem foi diagnosticado com um tumor ósseo (osteossarcoma) e precisou iniciar seu tratamento no Hospital de Amor. “Assim que descobri, fiquei em choque, pois para mim, câncer era uma doença que dava somente em pessoas mais velhas e saber que eu, aos 16 anos, estava com câncer, me deixou muito abalado. Naquele momento passou um filme na minha cabeça. E o médico disse que eu só teria 3 meses de vida, pois já tinha dado metástase no pulmão.”
Reabilitação
Após o tratamento oncológico, por vezes difícil, é preciso oferecer qualidade de vida ao paciente, capacitá-lo para que ele volte para sua rotina com dignidade. E é aí que entra a reabilitação – que tem um papel fundamental neste processo, visando recuperar as funções perdidas e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento).
Com o Ian não foi diferente! Por conta do osteosarcoma (um tipo de tumor altamente agressivo, que atinge principalmente, crianças e adolescentes e resulta na necessidade de amputação em cerca de 30% dos casos), ele teve uma de suas pernas amputadas. “Minha reabilitação foi excelente. É claro que nem tudo são flores, pois exige adaptação e novos aprendizados, mas eu consegui reaprender a andar e trabalhar bem meu psicológico, principalmente para não desistir em meio a tantas dores no membro amputado”, ele contou.
O sonho da Paralimpíada
Como quase todo jovem, Ian também tem seus sonhos. E o maior deles foi descoberto, apoiado e incentivado pelo educador físico do HA, Leandro Sarti. Ao ver o paciente realizando seus treinos na academia do próprio hospital, ele percebeu o grande potencial que ele tinha. “O nosso papel aqui no Hospital de Amor é sempre o de levar esperança aos nossos pacientes. Quando eu percebi que ele tinha tudo para se tornar um medalhista triatleta, encorajei, incentivei e passei a acompanhá-lo nos treinos”, relata Leandro.
Assim como Ian, outros pacientes da instituição (amputados e não amputados) passam por reabilitação e são atraídos para os treinos da academia. Mas, o sonho de se tornar o futuro medalhista paralímpico do Brasil – e o 1º paciente triatleta do HA – está explicito nele. “O meu processo pra ser um atleta em reabilitação está muito ligado aonde eu quero chegar. Treinar e buscar a minha melhor versão física, faz parte da minha rotina de superação. É claro que, além das orientações do Leandro, o meu treinador, eu sigo também as ordens das minhas médicas, faço tudo dentro do que o meu tratamento me possibilita”, contou.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Promover bem-estar, atendimento de qualidade e humanização, são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Por isso, de acordo com o médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato Capuzzo, há 3 anos a instituição vem desenhando um projeto em parceria com o ‘Mais Identidade’ (IMI) – uma organização sem fins lucrativos, que conta com doações para seguir com sua missão de promover, gratuitamente, a reabilitação bucomaxilofacial de pacientes que tiveram sua imagem facial afetada por conta de traumas, câncer ou doenças congênitas, possibilitando assim maior bem-estar a todos eles.
No dia 22 de maio, um paciente que realiza tratamento oncológico no Hospital de Amor foi beneficiado por esta importante parceria. O médico explica que o tratamento cirúrgico deste paciente envolveu diversas etapas. “Ele já havia sido operado em outro serviço e chegou até nós com uma condição bastante complicada, pois tratava-se de um câncer de pele muito extenso na face, com exposição óssea e tecido desvitalizados. O paciente foi submetido a ressecção do tumor pela equipe de cirurgia de cabeça e pescoço e neurocirurgia, em 2012, e reconstruído no mesmo momento com retalho microcirúrgico (transplante) pela equipe de cirurgia plástica”, conta Capuzzo.
O paciente é o Sr. José, de 61 anos, reabilitado inicialmente no HA pela equipe de odontologia, que confeccionou uma prótese esculpida manualmente para ele. O cirurgião revela que ele perdeu grande parte de seu rosto e apresenta uma deformidade que a grande maioria das pessoas não tem coragem de encarar. “A doença fez com que ele se desconectasse de sua família e seu trabalho prévio”. O médico também afirma que é importante perceber que este paciente não teria chance de cura ou reabilitação se não fosse no Hospital de Amor.
Sr. José foi submetido a uma cirurgia extremamente complexa realizada em raríssimos centros no Brasil, e recebeu o que existe de mais moderno e tecnológico em termos de reconstrução e reabilitação protética existente atualmente. “Isto em alguém que se tornou um morador de rua, que agora tem a possibilidade de retomar sua identidade, voltar a trabalhar e, possivelmente, voltar a conversar com sua família distante, que sempre foi o sonho relatado por ele”, afirma Capuzzo.
De acordo com o médico, poucos locais oferecem o procedimento de anaplastologia (que o Sr. José recebeu) via SUS. O especialista conta que a primeira prótese permaneceu com o paciente durante muitos anos, mas foi se degradando com o tempo e, devido ele viver em situação vulnerável, não conseguiu a manutenção ideal para conservação. Para a implementação desta nova prótese, o paciente foi submetido a colocação de implantes osteointegrados – que são como parafusos colocados nos ossos da face que servirão de apoio para a sustentação da prótese.
Segundo Capuzzo, uma sequela ou deformidade na face não é fácil de se esconder ou disfarçar. “O Hospital de Amor, frequentemente, recebe casos muito avançados de câncer de pele que, muitas vezes, já foram tratados em outros serviços ou que não conseguem ser tratados em outras instituições devido à alta complexidade necessária para todo tratamento oncológico. A grande inovação deste caso é que a parceria com o ‘Instituto Mais Identidade’ permitiu associar o que existe de mais moderno em tecnologia para confeccionar a prótese, utilizando imagens 3D de tomografias e escaneamento facial, com tecnologias que eles mesmo desenvolveram e aperfeiçoaram, permitindo um altíssimo nível de detalhamento e acurácia”.
De acordo com o Dr. Luciano Dib, presidente do Instituto Mais Identidade, essa parceria é de grande importância para os pacientes e para as próprias instituições, pois permite ao HA ampliar a excelência do atendimento prestado, agregando uma tecnologia de última geração e que é realizada em poucos lugares do mundo. Muitas vezes, somente após a reabilitação é que os pacientes se sentem de fato curados, pois passam a conviver na sociedade de forma natural, deixando de serem excluídos dos ambientes profissionais e familiares.
“Para o Instituto Mais Identidade é motivo de grande orgulho associar-se ao Hospital de Amor, pois reforça a sua competência e amplia sobremaneira o seu espectro de ação, atuando de forma transdisciplinar, em conjunto com as especialidades de cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, odontologia, entre outros. Ampliar as possibilidades de reabilitação em parceria com o HA vai ao encontro das missões do Instituto, de assistência, divulgação das técnicas e reinserção social dos pacientes com deficiências”, finaliza Luciano. Para Dr. Capuzzo, estas tecnologias permitem um conforto maior ao paciente no processo de moldagem e adaptação das próteses e acabam por produzir próteses com um nível de detalhamento muito superior ao processo convencional.
Segundo a psicóloga do hospital, Andréa Schenten, a cirurgia contribui para resgatar autoestima e a autoimagem do paciente, devolvendo para ele a sua identidade para uma qualidade de vida melhor. “Para o paciente, a autoestima é a recuperação de sua identidade. Enquanto estava em tratamento, o paciente tinha esperança e a crença espiritual como recursos de enfrentamento. O seu apoio aqui em Barretos é apenas de um amigo, que se responsabiliza por trazê-lo ao hospital em dias de consulta. Os funcionários da instituição também o tratam com empatia, respeito e carinho, para que o processo seja suportável, algo que tem feito muita diferença em sua vida”, declara.