O Hospital de Amor, referência em oncologia, está participando de um estudo de fase 3 multicêntrico sobre crioablação, uma técnica inovadora e minimamente invasiva para o tratamento do câncer de mama.
A crioablação consiste no uso de temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir as células tumorais, sem necessidade de retirada cirúrgica do tumor. O procedimento é guiado por imagem, realizado com anestesia local e apresenta vantagens como menor tempo de recuperação, menos efeitos colaterais, melhor resultado estético para as pacientes e retorno precoce às atividades diárias.
O estudo busca avaliar a eficácia e a segurança da crioablação em comparação aos métodos tradicionais, especialmente para mulheres com tumores iniciais, menores de 2cm, geralmente do subtipo mais comum de câncer de mama.
Para o mastologista do Hospital de Amor, Dr. Idam de Oliveira Junior, a participação no estudo reforça o compromisso da instituição com a ciência: “Estamos diante de uma possibilidade real de transformar o futuro do tratamento do câncer de mama. A crioablação pode trazer qualidade de vida e novas perspectivas para milhares de mulheres no Brasil e no mundo”, destaca.
É importante lembrar, que a técnica só é possível graças à prevenção e ao diagnóstico precoce. A prevenção salva vidas!
Perguntas e respostas sobre a Crioablação
1. O que é a crioablação?
A crioablação é uma técnica que utiliza temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir as células do câncer de mama. É feita de forma minimamente invasiva, com agulhas finas guiadas por imagem, sem necessidade de cirurgia extensa.
2. Quem pode se beneficiar desse tratamento?
No estudo atual, a crioablação é indicada para mulheres com tumores iniciais, menores de 2cm, que são os casos mais comuns de câncer de mama, e que possuam a indicação de cirurgia como primeiro tratamento. As pacientes interessadas podem entrar em contato com a equipe pelo e-mail: crioablacao@hospitaldeamor.com.br.
3. Quais são as vantagens da crioablação?
-Procedimento rápido e menos invasivo;
-Menos dor e efeitos colaterais;
-Recuperação mais curta;
-Preservação da mama com melhor resultado estético.
4. Já está disponível para todas as pacientes?
Ainda não. O Hospital de Amor participa de um estudo de fase 3 multicêntrico, que avalia segurança e eficácia da técnica. Isso significa que a crioablação ainda está em fase de pesquisa clínica antes de ser liberada como tratamento padrão.
5. É seguro?
Sim. Os estudos já realizados mostram que a crioablação é segura e eficaz para determinados grupos de pacientes. Agora, a fase 3 vai confirmar os resultados em larga escala.
6. Por que o Hospital de Amor está nesse estudo?
Porque o Hospital de Amor é referência mundial em oncologia e busca sempre trazer o que há de mais moderno e inovador para as pacientes no Brasil, garantindo ciência, cuidado e esperança.
Prevenção é o ano todo!
A maior arma o combate ao câncer de mama é a prevenção. No Brasil, a doença é um problema de saúde pública em ascensão, com cerca de 74 mil novos casos por ano e índices de mortalidade ainda crescentes.
Sabendo da importância do diagnostico precoce, há quase 30 anos, o Hospital de Amor desenvolve projetos que oferecem excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos a população. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo país, realizando um trabalho completo de rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença. Acesse: ha.com.vc/outubrorosa e saiba mais!
Recomendação
Se você é mulher, tem entre 40 e 74 anos, previna-se: faça sua mamografia e cuide da sua saúde!
De 12 de setembro a 12 de outubro, instituições de saúde de todo o país – incluindo o Hospital de Amor – se unem para apoiar mais uma edição de uma campanha muito especial: a “De Olho nos Olhinhos” – que tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce do retinoblastoma (fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento).
O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, ganhou força e uma visibilidade ainda maior após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, só no dia 13/9, mais de mil médicos, alunos de medicina, profissionais da saúde e voluntários por todo o Brasil organizaram eventos para conscientizar sobre a importância da saúde ocular na infância e explicar como identificar o retinoblastoma. Foram 53 eventos pelo Brasil que aconteceram em hospitais, parques, praças e shoppings. Os eventos contaram com totens, personagens, explicações sobre a doença, distribuição de cartilhas e brindes para as crianças.
No Hospital de Amor Infantojuvenil e no Centro Especializado em Reabilitação da unidade, mais de 30 crianças, de Barretos (SP) e cidades da região, estiveram na instituição para realizar o ‘teste do olhinho’ e passar por consultas oftalmológicas com os especialistas altamente capacitados do HA.
Foi graças a campanhas como esta, que a Cheyla de Souza, mãe do pequeno Heitor Miguel de Souza Galiano, percebeu, quando ele tinha apenas 3 meses de vida, um reflexo no olho dele após tirar uma foto. Naturais de Cuiabá (MT), ela ficou intrigada com aquilo e o levou a uma consulta com o pediatra. A profissional tranquilizou a mãe, afirmando que aquilo ‘não era nada significativo’. Ele foi crescendo, mas a mancha não desaparecia, ela ficava ainda mais evidente. E sabendo dos sinais específicos de retinoblastoma, ela não parou por aí: continuou sua busca por profissionais que diagnosticassem o que o filho realmente tinha.
A família veio para Barretos em busca de um diagnóstico preciso e de um tratamento de excelência. Aqui, no HA Infantojuvenil, a Cheyla e o Heitor encontraram muito mais do que isso: descobriram um diagnóstico de retinoblastoma bilateral, iniciaram tratamento na instituição e ainda receberam muito, muito, muito amor!
Sobre o retinoblastoma
O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum entre crianças de 0 a 5 anos. É um tumor maligno que se desenvolve na retina, a parte interna dos olhos. A doença pode se apresentar em um olho, o chamado retinoblastoma unilateral, ou nos dois olhos, retinoblastoma bilateral. Os sintomas mais comuns do retinoblastoma são a leucocoria, ou “olho de gato”, em que a pupila pode apresentar uma área branca e opaca no contato com o reflexo da luz, sendo visível em fotos tiradas com flash. Tremor nos olhos e alteração na posição dos olhos, como o desvio ocular (estrabismo) também são sinais que costumam aparecer.
Em todos esses casos, a recomendação dos médicos é que a criança seja levada ao oftalmologista para a realização de exames completos. A realização do Teste do Reflexo Vermelho (TRV), conhecido como o teste do olhinho, e as consultas oftalmológicas frequentes na primeira infância podem ajudar no diagnóstico da doença precocemente. O Hospital de Amor oferece tratamento e acompanhamento dos casos de retinoblastoma, de forma integral e 100% gratuita via Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar do grande alcance da campanha em 2024, Tiago e Daiana querem ir mais longe, uma vez que casos avançados seguem aparecendo nos centros de referência.
Esteja sempre “De Olho no Olhinhos”!
Se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
O câncer de pulmão continua sendo o tipo de câncer mais letal do mundo. Em 2022, foram registrados cerca de 2,48 milhões de novos casos e 1,8 milhão de mortes em todo o mundo, segundo o GLOBOCAN. No Brasil, estima-se que aproximadamente 32 mil pessoas recebam anualmente o diagnóstico da doença, que tem o tabagismo como o principal fator de risco, embora alguns estudos mostrem que até um quarto dos casos têm ocorrido em não fumantes, alertando que sua ocorrência também pode estar associada à poluição do ar e exposição a carcinógenos, que podem provocar mutações no DNA, conforme aponta pesquisa publicada recentemente na Nature.
No Hospital de Amor, uma das instituições de maior referência em oncologia na América Latina, cerca de 500 novos casos chegam por ano, sendo a maioria em estágio avançado. “O câncer de pulmão, na fase inicial, costuma ser silencioso. Por isso, 86% dos pacientes no Brasil recebem o diagnóstico tardiamente, quando a chance de cura já é reduzida”, explica o radiologista do HA, Dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano.
Diante desse cenário, a instituição deu um passo importante: o rastreamento ativo de câncer de pulmão em uma população de alto risco, como é o caso de fumantes e ex-fumantes. A iniciativa, que teve início oficialmente em 2019, traz de forma concreta a importância desse trabalho. “Nós já atendemos mais de 1.500 pessoas e conseguimos diagnosticar mais de 30 casos positivos, a maioria ainda em estágio inicial, uma condição que aumenta significativamente as chances de cura e sobrevida desses pacientes”, detalha o radiologista.
O exame utilizado é a tomografia computadorizada de baixa dose, capaz de detectar nódulos pulmonares muito antes de surgirem os primeiros sintomas. Tecnologia que já possui grandes estudos internacionais, como o NLST (National Lung Screening Trial, EUA) e o NELSON (Nederlands-Leuvens Longkanker Screenings Onderzoek, Europa), que comprovam a redução da mortalidade específica por câncer de pulmão em até 24% e reforçam a importância de um rastreamento organizado para a doença.
O público-alvo do programa pioneiro inclui fumantes e ex-fumantes que acumularam muitos anos de tabagismo, mesmo que tenham abandonado o hábito há tempo. Um ponto importante, segundo o Dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano, coordenador do projeto, é que não é necessário parar de fumar para participar. “Queremos aproximar essas pessoas do cuidado, sem julgamentos, e detectar o câncer antes que ele apareça. Rastrear já é uma forma de cuidar da saúde”, afirma.
Outro aspecto que diferencia a ação é que o SUS ainda não oferece rastreamento ativo para o câncer de pulmão, ao contrário do que ocorre com o câncer de mama, por exemplo. Isso torna o Hospital de Amor a primeira e uma das únicas instituições brasileira a oferecer, de forma gratuita e estruturada, um programa contínuo de detecção precoce da doença.
A meta agora é ampliar a visibilidade da iniciativa. Além dos números positivos já obtidos, a equipe quer alcançar mais pessoas do grupo de risco que vivem na região de Barretos. Para participar do programa, é preciso ter entre 50 e 80 anos, ser fumante ou ex-fumante, os interessados podem checar a elegibilidade para o rastreamento pelo site https://tcbd.hospitaldeamor.com.br/ e marcar a realização do exame pelo telefone (17) 3321-6600, ramais 7010 e 7080. O atendimento é gratuito e pode ser o primeiro passo para salvar uma vida.
Ciência que cruza fronteiras
O sucesso do programa rendeu ao HA um convite para integrar o International Lung Cancer Consortium (ILCCO), consórcio global de pesquisa sobre câncer de pulmão. Isso permitirá mapear características genéticas e biomoleculares da população brasileira, ampliando a precisão no diagnóstico e no tratamento.
Paralelamente, o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA mantém, desde 2018, o Grupo Translacional de Oncologia Pulmonar, certificado pelo CNPq. O grupo desenvolve novos painéis moleculares e investiga biomarcadores para auxiliar médicos na escolha do tratamento mais eficaz.
Tecnologia a serviço da vida
Desde 2022, o hospital realiza cirurgias torácicas com auxílio de robôs, oferecendo maior precisão, menos dor no pós-operatório e melhor resultado estético, tudo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa tecnologia é especialmente benéfica para pacientes com câncer de pulmão, que muitas vezes já têm um quadro de saúde fragilizado.
Outra frente inovadora é a radioterapia estereotáxica corporal (SBRT), capaz de atingir o tumor com alta precisão, poupando tecidos saudáveis e oferecendo taxas de controle semelhantes às da cirurgia. Publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas, um estudo do HA comprovou que a SBRT é mais custo-efetiva e proporciona mais anos de vida para determinados pacientes.
Um futuro mais promissor
Seja no rastreamento precoce, na cirurgia robótica, na radioterapia de ponta ou nas pesquisas de alcance internacional, o Hospital de Amor demonstra que é possível aliar tecnologia e humanização para enfrentar o câncer de pulmão. “Nosso foco é salvar vidas e oferecer o melhor cuidado possível, sempre com base em ciência de qualidade”, resume o radiologista.
Fazer uma cirurgia com implante mamário de silicone pode ser um desejo de muitas pessoas ou mesmo necessário, já que ele pode ser utilizado para fins estéticos ou em casos de reconstrução mamária devido à mastectomia. O Brasil se destaca como um dos países que mais realizam cirurgias de mamoplastias de aumento (implante de silicone), com um número elevado de cirurgiões reconhecidos internacionalmente pela qualidade no trabalho.
Neste mês, veio a público o primeiro caso raro de carcinoma espinocelular associado ao implante mamário de silicone no Brasil – tipo de câncer extremamente raro que se junta a pouco mais de 20 ocorrências em todo o mundo. A ocorrência foi documentada em um estudo de pesquisadores brasileiros liderado pelo mastologista do Hospital de Amor e sócio titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Dr. Idam de Oliveira Junior, em Barretos (SP), reforçando a necessidade de atenção, mas sem motivo para alarde, destaca o especialista.
O caso brasileiro foi publicado no renomado periódico científico Annals of Surgical Oncology (ASO) e o estudo se destaca por propor uma nova forma de classificar a doença, buscando padronizar o diagnóstico e o tratamento. “Nosso estudo reuniu todos os casos já publicados no mundo sobre esse tipo raro de câncer ligado ao implante de silicone e acrescentou o primeiro caso brasileiro,” explica o Dr. Idam de Oliveira Junior. “Percebemos que muitas pacientes tiveram um diagnóstico tardio ou passaram por cirurgias que, sem querer, espalharam células do tumor. O que propomos é um novo modelo de classificação que ajuda o médico a avaliar a gravidade da doença e padronizar a cirurgia mais adequada, aumentando as chances de controle.”
Entendendo o caso
O carcinoma de células escamosas associado ao implante mamário de silicone (BIA-SCC) é uma neoplasia rara, com o primeiro caso descrito na literatura médica em 1992. No caso brasileiro, o tumor foi diagnosticado em uma jovem de 38 anos que possuía implantes estéticos de longa data. Ela foi submetida a uma cirurgia para tratar um seroma, que é o acúmulo de líquido ao redor da prótese. A cápsula (tecido que se forma ao redor do implante) apresentava sinais incomuns e a biópsia revelou a malignidade.
O tumor é considerado agressivo e muitas vezes é diagnosticado tardiamente porque seus sintomas, como inchaço, dor ou nódulos podem ser confundidos com complicações comuns das próteses. A principal hipótese para o seu desenvolvimento é a de que a cápsula, com o passar dos anos, sofra um processo de inflamação crônica, que pode levar à formação do tumor. No entanto, os fatores de risco para o desenvolvimento do BIA-SCC ainda são desconhecidos.
Proporção e segurança
Apesar do crescimento no número de explantes (retirada do implante de silicone) no Brasil, muitas vezes por medo infundado, especialistas reforçam que o silicone continua sendo um material seguro para uso estético e reconstrutivo. Milhares de mulheres realizaram cirurgias com implantes de silicone e a ocorrência desse tipo de câncer é extremamente rara.
“Os procedimentos com implantes mamários de silicone são seguros e eficazes, e o caso brasileiro não é motivo para alarde. Trata-se de uma situação muito rara que, por sua raridade, requer atenção dos especialistas para um diagnóstico precoce e tratamento adequado”, reforça o especialista.
O mastologista refirma a importância de que mulheres com implantes, especialmente aqueles de longa data, fiquem atentas a sinais como inchaço repentino, dor ou presença de líquido ao redor da prótese. Sintomas que, mesmo anos após a cirurgia, devem ser investigados por um especialista.
De acordo com o médico do HA, um dos intuitos do estudo é propor um novo modelo de classificação que ajuda o médico a avaliar melhor a gravidade da doença e padronizar a cirurgia mais adequada, aumentando as chances de controle da doença. O trabalho também contou com a participação dos pesquisadores Marina Ignácio Gonzaga, Chrissie Casella Amirati, Natachia Moreira Vilela, Durval Renato Wohnrath e René Aloisio da Costa Vieira.
O câncer de cabeça e pescoço é o sétimo mais comum no mundo e o quinto em homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 40 mil novos casos por ano no país, sendo os mais frequentes o câncer de boca, laringe e orofaringe.
O tabagismo e consumo de álcool são os principais fatores de risco, mas outros, como higiene bucal inadequada e infecção pelo HPV, também contribuir para o aumento das chances de desenvolvimento da doença. Dados do Instituto Vencer o Câncer mostram que este tipo de câncer corresponde a 3% de todos os cânceres, e sua taxa de cura pode chegar a 90% quando diagnosticado e tratado precocemente.
Por este motivo e com o objetivo de promover a conscientização, prevenção e informação sobre o câncer de cabeça e pescoço, além de alertar a população sobre os fatores de risco da doença, o Hospital de Amor promoveu, no dia 11 de julho, o “III Fórum de Prevenção e Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos (FACISB).
“Como médica e cirurgiã, vejo esse evento como essencial para romper barreiras de desinformação e medo. Muitos pacientes chegam ao consultório já em estágios avançados, por falta de conhecimento ou acesso à informação. O ‘Fórum Julho Verde’ cumpre um papel transformador — aproxima o tema da sociedade, educa e promove saúde com empatia e responsabilidade”, afirma a cirurgiã do departamento de cabeça e pescoço do HA, Dra. Mayza Bueno.
De acordo com a médica, o evento foi criado e destinado a profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, técnicos em enfermagem, odontologistas) e alunos de cursos que compõem a equipe multidisciplinar do HA, além de gestores públicos e presidentes de associações de ligas da sociedade civil relacionadas com câncer de cabeça e pescoço. “Tivemos a honra de contar com a participação de profissionais renomados, gestores de saúde, educadores e a sociedade civil, todos unidos com o propósito de discutir estratégias eficazes para reduzir a incidência dessa doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, criando uma ponte entre o conhecimento técnico e a informação acessível, com linguagem clara e didática”, explicou.
Temas importantes, discussões sobre o cenário atual de acesso ao tratamento oncológico e políticas públicas fizeram parte da programação do III Fórum. Foram eles:
– Fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço;
– Sintomas e sinais de alerta;
– Importância do diagnóstico precoce;
– Avanços no tratamento e reabilitação;
– Cuidados multidisciplinares;
– Impacto psicológico e social do diagnóstico;
– Importância dos cuidados paliativos.
“Esses temas são essenciais para mudar o cenário do câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Muitas vezes, o diagnóstico é feito em estágio avançado, o que reduz as chances de cura. Informar a população e capacitar os profissionais ajuda a detectar os casos mais cedo e a salvar vidas”, contou Dra. Maysa.
Para a médica, a realização de um evento com esta dimensão impacta direta e positivamente na saúde pública, especialmente, nos casos de câncer de cabeça e pescoço. “O evento contribui para a redução do tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico; a maior procura por exames preventivos; o estímulo ao abandono do tabagismo e outras práticas de risco; o fortalecimento de campanhas públicas; e a melhoria no acolhimento e tratamento dos pacientes”.
Julho Verde e o câncer de cabeça e pescoço
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço.
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Tratamento
Dra. Maysa explica que o tratamento para este tipo de tumor pode incluir: cirurgia (dependendo da localização e estágio do tumor), radioterapia e/ou quimioterapia; e apoio multidisciplinar com odontologia, fonoaudiologia, enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia. Entretanto, o sucesso do tratamento está diretamente ligado ao diagnóstico precoce!
Recomendação
“Meu alerta é simples e direto: não ignore sinais persistentes no pescoço, boca ou garganta. Se algo estiver fora do normal por mais de 15 dias, procure um profissional da saúde. E mais: cuidar da saúde é um ato de amor-próprio. Prevenção e informação salvam vidas. Participe do ‘Julho Verde’ e ajude a espalhar essa mensagem!”, finalizou Dra. Maysa.
O que você faz que o transporta para um lugar mágico e especial? O sociólogo italiano Domenico De Masi defendia a tese do “ócio criativo”, um tempo para “fazer nada” que, na verdade, deveria estimular a criatividade futura. Um filme, um livro, uma música, quando bem apreciados, não seriam apenas um singelo passatempo. Mas já imaginou ser impulsionado por um novo desafio proposto pela vida?
Certa vez, o pintor holandês Vincent Van Gogh disse: “A arte é consolar aqueles que são quebrados pela vida”. De certa forma, ele não estava errado. Poder se expressar por meio do dom artístico vai muito além de um hobby; pode ser terapêutico e até mesmo contribuir para o processo de tratamento oncológico, por exemplo.
A jovem professora Amanda Furtado, de 35 anos, além de ser encantada pelos números que a levaram a cursar Matemática, também se apaixonou pelas cores e pelos traços, mais especificamente pela arte da pintura. Paulista de Franca, cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, conhecida como a capital do calçado e um dos pontos com maior incidência solar no Brasil, não imaginou que um dia encontraria um novo desafio em Barretos (SP), onde, em alguns momentos, a vida pareceria mais nublada do que ensolarada.
“Me recordo que, em outubro do ano passado, eu apalpei um nódulo na minha mama. Decidi procurar meu médico. Ele comentou que, pela minha idade, seria pouco provável que fosse câncer, mas solicitou uma ultrassonografia. O resultado foi um laudo BIRADS 0 na mama — isso significa que o exame de imagem é inconclusivo ou incompleto, exigindo exames adicionais para uma avaliação mais precisa. Após isso, o médico pediu uma ressonância magnética, que identificou mais dois nódulos, estes não palpáveis”, explica Amanda.
Depois de realizar o exame, a jovem procurou atendimento no Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, em Barretos, onde diz ter recebido muito carinho e acolhimento. “No dia do diagnóstico de câncer de mama, fui amparada com muita sensibilidade, tanto pelos profissionais quanto pela minha família. Senti medo. Mas o apoio dos meus familiares foi essencial para me fortalecer e enfrentar esse momento difícil”, diz ela.
Ao ser questionada sobre a importância do Hospital de Amor em sua vida, a paciente rapidamente responde: “O hospital me trouxe esperança. Desde o início, senti acolhimento e confiança nos profissionais que cuidaram de mim com tanto carinho. Não poderia me sentir mais amparada. Além do acompanhamento médico, o suporte psicológico fez toda a diferença”, fala Amanda, que achou que o tratamento seria mais difícil por estar com muito medo. No entanto, com o apoio da sua fé e o acolhimento do hospital, tudo ficou mais leve.
A pintura como um refúgio
Era uma consulta comum, ou seria, até o momento em que a paciente Amanda, cheia de gratidão, presenteou seu médico mastologista, Dr. Idam Junior, com um lindo quadro. A surpresa foi tamanha que fez com que o especialista publicasse a imagem em suas redes sociais. Na tela, a paciente pintou aquele que é motivo de sua fé: Jesus andando sobre as águas.
“Comecei a pintar há 10 anos, como um hobby, no ateliê da minha amiga Aime. Depois, precisei parar por causa da rotina. Retomei há cerca de 3 anos, num momento em que comecei a me amar mais e a separar tempo para mim. Faço pintura a óleo com o estilo impressionista”, conta Amanda.
A professora revela que gosta de pintar casarões e elementos que remetam a momentos marcantes. “Todas as minhas telas têm um significado especial. Após o diagnóstico de câncer, passei a pintar pelo menos três vezes por semana. Quando estou pintando, minha mente fica como uma tela em branco. É um momento de leveza, de paz interior. Pintar me acalma”, explica a paciente emocionada.
O olhar da psicologia
Segundo a psicóloga do Hospital de Amor, Eliza Guimarães Ribeiro, atividades como a pintura funcionam como formas de expressão emocional e enfrentamento no contexto oncológico. “Elas ajudam o paciente a elaborar sentimentos difíceis, reduzem a ansiedade e resgatam um senso de identidade e autonomia durante o tratamento. Além disso, promovem bem-estar e podem fortalecer o vínculo com a equipe e com o próprio processo de cuidado”.
Quando questionada sobre a importância de o paciente oncológico ter um hobby em meio ao processo do tratamento, Eliza explica: “Primeiro, acolheria a pausa como algo natural no processo de tratamento, validando o cansaço e as emoções envolvidas. Em seguida, incentivaria o paciente a retomar a atividade com gentileza, sem cobrança, lembrando dos benefícios que ela já trouxe e propondo que ele experimente aos poucos — mesmo que por alguns minutos. Pequenos retornos podem reabrir esse espaço de prazer, identidade e expressão pessoal”, finaliza.
Para a profissional, não existe uma fórmula; cada pessoa se conecta com diferentes formas de prazer. “Eu costumo incentivar atividades como pintura, escrita, ouvir música, leitura ou até jogos simples. O mais importante é que faça sentido para o paciente e respeite seus limites naquele momento”, conta Eliza.
Para a paciente Amanda, a pintura ajuda a enfrentar o tratamento e a doença. “Não consigo imaginar como teria sido para mim sem a pintura em minha vida. E não é só sobre pintar, é sobre estar no ateliê com as amigas, tomar um bom café da tarde, conversar e relaxar. É um momento em que posso me expressar, distrair a mente e me conectar com outras pessoas de forma leve”, diz a educadora, que também tem uma veia artística.
A professora fica emocionada quando responde o motivo pelo qual escolheu o Dr. Idam para receber o seu quadro: “Passei por um momento muito difícil e recebi a atenção e o apoio do Dr. Idam e Dr. Toni de uma forma que não consigo explicar. Eles estiveram ao meu lado o tempo todo, como amigos, me fortalecendo”. Amanda conta que, com a entrega deste presente, quis expressar toda a sua gratidão da maneira que ela sabe, por meio da arte.
A jovem explica que, quando inicia a pintura, ela coloca toda sua fé e pede a Deus que abençoe os médicos do hospital, tanto fisicamente quanto espiritualmente. “Acredito que, no enfrentamento do câncer, a verdadeira mudança precisa vir de dentro para fora. Também pedi a Deus que envie ao mundo mais profissionais como eles”, conta Amanda.
“A arte é um caminho poderoso para o autoconhecimento, alívio da ansiedade e conexão com outras pessoas. Proporciona momentos de leveza, amizade e alegria em meio a um processo tão delicado. A vida é preciosa, e cada dia é um presente. Descobri que o propósito da nossa existência está nas pequenas coisas: na fé, na esperança, no amor e no cuidado com quem está ao nosso lado”, Amanda diz emocionada.
Como a maioria dos pacientes que recebem o diagnóstico de câncer e passam pelo tratamento, a educadora relata que esta jornada a transformou: “A arte me resgatou, me deu forças e me ensinou que é possível encontrar beleza até nos momentos mais desafiadores. Agradeço a Deus, meu marido Jeferson, à minha família, aos amigos, aos médicos e ao Hospital de Amor por fazerem parte dessa história. Posso dizer que aprendi a valorizar o tempo e compreendi, ainda mais, a importância da minha família e meu relacionamento com Deus”, finaliza.
A psicóloga da instituição também reforça que, se o paciente nunca teve o hábito de praticar atividades de lazer, a equipe pode convidá-lo a experimentar algo novo de forma leve e sem pressão. “O lazer pode ser uma ferramenta de enfrentamento; ele ajuda a aliviar o sofrimento, manter a motivação e resgatar o prazer em meio a um momento difícil. O importante é que faça sentido para ele(a), respeitando seu tempo e vontade. Me recordo do caso de uma paciente que, após o adoecimento, focou ainda mais nas aulas de violão, usando a música como terapia neste momento”.
Todo paciente oncológico precisa ser acolhido, pois, segundo Eliza, é necessário acolher a tristeza como algo legítimo diante do que está sendo vivido no momento. “Diria que é normal se sentir assim durante o tratamento, e que ele não está sozinho. Depois, estimularia pequenos passos: retomar uma atividade leve, conversar com alguém de confiança ou até permitir-se descansar sem culpa. E reforçaria que buscar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo mesmo”, conclui a profissional.
Respeitar o seu próprio tempo e fazer uma atividade que estimule alegria pode contribuir para enfrentar os desafios que a vida apresenta, independentemente do diagnóstico recebido. Sempre é possível colorir a vida com sonhos e paixões! E você, realiza algo que ama apenas por hobby ou anda se cobrando demais?
‘Não pode segurar xixi porque faz mal à saúde’ ou ‘Já bebeu água hoje?’. Quais destas frases ligadas à saúde dos seus rins você já ouviu? Provavelmente as duas, certo?
Embora seja comum existir uma certa preocupação com o bem-estar dos órgãos, cujas principais funções no corpo são filtrar o sangue a fim de remover toxinas e resíduos metabólicos, como ureia, creatinina e ácido úrico, por meio da produção e eliminação da urina, ainda se fala pouco sobre o câncer renal.
Segundo a médica oncologista clínica do Hospital de Amor Jales, Dra. Fernanda de Oliveira Bombarda, o câncer de rim ocorre quando as células que compõem o órgão começam a crescer de forma anormal e desordenada, formando um tumor.
A especialista explica que este tipo de câncer é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário e representa aproximadamente 3% das doenças malignas do adulto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 11 a 12 mil novos casos de câncer renal por ano. Somando as unidades do HA Jales e Barretos, são cerca de 150 casos diagnosticados por ano com esta neoplasia “A incidência de câncer renal tem mostrado um aparente aumento, possivelmente devido ao uso mais frequente de exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A doença surge com mais frequência nos homens do que nas mulheres e, geralmente, acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade”, diz Fernanda.
O caminho de Maria: fé e resiliência diante de algo inesperado
“Meu nome é Maria Bezerra da Silva, tenho 65 anos, sou dona de casa e moro em Nova Andradina (MS). Há dois anos, um pequeno caroço me trouxe um incômodo que logo se transformaria em um diagnóstico de câncer. Me recordo bem da sensação, da surpresa e da necessidade de entender o que estava acontecendo.
Como viúva, encarei esse desafio com a força de quem já superou outras batalhas na vida, contando sempre com o apoio dos meus filhos e demais familiares. Eu não sentia nenhum sintoma antes de descobrir o caroço, o que me fez procurar ajuda médica.
Após consulta e exames, recebi o diagnóstico de câncer renal e desde então, o Hospital de Amor tem sido essencial na minha vida. Sempre digo que a importância do hospital é a de nos devolver a saúde, de nos dar a chance de continuar vivendo. O tratamento que recebo é simplesmente excelente. A dedicação dos funcionários e a qualidade dos cuidados me dão a certeza de que estou no lugar certo. Atualmente, estou na fase da quimioterapia, e cada passo é dado com muita esperança.
Essa jornada tem me transformado profundamente. Percebo mudanças em mim e, principalmente, nos meus hábitos de vida. Hoje, valorizo ainda mais a importância de cuidar do corpo e da mente.
Se eu pudesse dar um conselho para alguém que acabou de receber um diagnóstico de câncer, diria para não guardar raiva e para respeitar os alimentos. É um processo desafiador, mas com fé, apoio e os cuidados certos, é possível encontrar forças para seguir em frente”, conta a simpática dona Maria, paciente do HA que trata de câncer renal com muita coragem e uma grande vontade de viver.
Neste mês de junho, dedicado à conscientização sobre o câncer de rim, a Dra. Fernanda Bombarda esclarece as principais dúvidas sobre o tema. Confira:
1) Existem tipos diferentes de câncer renal? Quais são os mais comuns?
R.: Existem diferentes tipos de câncer de rim. O mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados. Outros tipos incluem: carcinoma papilífero (o segundo tipo mais comum, representando cerca de 10% dos casos) e carcinoma cromófobo (que corresponde a cerca de 5% dos casos).
2) Quais são os principais sintomas?
R.: A neoplasia renal é inicialmente assintomática, mas pode se manifestar com dor no flanco (dor nas costas, de lado, na altura da cintura), hematúria (presença de sangue na urina) e massa abdominal palpável.
3) Quando, ‘normalmente’, este tipo de câncer é detectado? E como é feito o diagnóstico?
R.: A forma mais comum de obter o diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia ou tomografia do abdômen. O diagnóstico é realizado por meio de exames como ultrassom, tomografia ou ressonância nuclear magnética de abdômen. A biópsia renal pré-operatória, normalmente, não é realizada e só é necessária em situações excepcionais, a fim de diferenciar lesões malignas de benignas, as quais não necessitariam de tratamento.
4) Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim?
R.: Os principais fatores de risco são: tabagismo, obesidade, hipertensão, idade avançada, doença renal crônica e diálise, história familiar e algumas síndromes genéticas (Doença de Von Hippel-Lindau).
5) Existem medidas preventivas para o câncer renal?
R.: As medidas preventivas para o câncer renal são: evitar o tabagismo, manter um peso saudável e controlar a pressão arterial por meio de uma dieta equilibrada e atividade física regular e, se necessário, medicação, sob orientação médica. Manter-se bem hidratado — beber água suficiente ajuda os rins a eliminarem toxinas e a funcionar adequadamente.
6) Este tipo de câncer costuma aparecer em qual fase (inicial/avançado)?
R.: Cerca de metade dos tumores renais diagnosticados atualmente estão restritos ao rim, enquanto aproximadamente 20% já mostram invasão local, com comprometimento dos linfonodos. O restante apresenta metástases à distância, sendo os locais mais frequentemente atingidos: pulmão, fígado e ossos.
7) Quais são os tipos de tratamento?
R.: Os tipos de tratamento disponíveis são as terapias sistêmicas, que agem em todo o corpo para combater as células cancerígenas, como imunoterapia (que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas), a terapia-alvo (medicamentos que atuam bloqueando vias moleculares específicas) e quimioterapia (o câncer de rim é relativamente resistente à quimioterapia tradicional, por isso, ela raramente é a primeira escolha).
A radioterapia pode ser utilizada em sua forma convencional com fins paliativos para aliviar sintomas como dor em casos de metástases ósseas. Já a radiocirurgia (técnica de radioterapia de alta precisão que administra altas doses de radiação em poucas sessões) tem se mostrado promissora para tratar tumores primários em pacientes não cirúrgicos e para controlar metástases em locais específicos, como ossos e pulmões.
8) A remoção do rim é um tipo de tratamento?
R.: A cirurgia é o tratamento inicial de escolha para a maioria dos carcinomas renais. É o único tratamento curativo definitivo para esse tipo de câncer.
9) O que é nefrectomia parcial/radical?
R.: Nefrectomia total: remoção total do rim.
Nefrectomia parcial: remoção apenas de uma parte do rim ou de uma região onde o nódulo/massa se encontra, preservando o restante do parênquima renal. É mais comumente utilizada em tumores menores.
10) Há chance de transplante no lugar do rim doente?
R.: Um transplante renal é considerado para pacientes que desenvolvem insuficiência renal crônica em estágio terminal, ou seja, quando os rins não conseguem mais cumprir suas funções adequadamente. No caso de um paciente que teve um rim removido devido ao câncer, a necessidade de um transplante surgiria se o rim remanescente também falhasse ou já estivesse com sua função comprometida antes da cirurgia. Em pacientes com câncer renal ativo, o transplante não é recomendado. A principal razão é que o uso de medicamentos imunossupressores após o transplante pode estimular o crescimento de células cancerígenas remanescentes, aumentando o risco de recidiva do câncer.
11) Quais são os avanços da medicina para tratar este tipo de câncer?
R.: Os avanços para tratar esse tipo de câncer são a combinação de terapias sistêmicas, como imunoterapia e terapia-alvo, aumentando as taxas de resposta e a sobrevida dos pacientes. O uso de terapia neoadjuvante: a imunoterapia também está sendo estudada para ser realizada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção, ou até mesmo possibilitar cirurgias menos invasivas. Cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia e robótica): permite que cirurgiões realizem a nefrectomia com maior precisão, menor perda de sangue, menos dor pós-operatória e um tempo de recuperação mais rápido para o paciente. Isso é especialmente benéfico para a preservação da função renal. Terapias Ablativas: novas técnicas de ablação estão sendo estudadas e utilizadas para destruir tumores menores, oferecendo alternativas menos invasivas para pacientes que não são candidatos à cirurgia ou que possuem tumores em locais desafiadores.
12) Quais são as principais consequências para o paciente durante o tratamento e após ele?
R.: Devido à nefrectomia (retirada do rim, seja parcial ou total), existe a possibilidade de alteração da função renal. Outras consequências estão relacionadas a possíveis efeitos colaterais do tratamento sistêmico: náusea, vômito, fadiga, diarreia e perda de apetite.
13) Quais são os maiores desafios enfrentados pelo paciente durante o tratamento? (Não pode comer algum alimento, líquido)?
R.: Não há restrição alimentar. Os maiores desafios são a dificuldade de acesso a medicamentos, especialmente terapias de alto custo ou não disponíveis no sistema público de saúde.
14) O paciente precisa de diálise depois do tratamento?
R.: Não necessariamente. A maioria dos pacientes submetidos à nefrectomia (retirada do rim) para tratamento de câncer renal não precisa de diálise após a cirurgia. A necessidade de diálise após a remoção de um rim depende da função do rim remanescente.
15) Qual é a taxa de cura e de mortalidade deste câncer?
R.: A taxa de sobrevida em 5 anos depende de cada estágio da doença:
– Estágio clínico I (tumor localizado no rim): 80%
– Estágio II (tumor maior, mas ainda restrito ao rim): 73%
– Estágio III (tumor que se espalhou para linfonodos próximos): 53%
– Estágio IV (metástases para outros órgãos): 8%
16) Quantas pessoas são diagnosticadas com esta doença por ano no Brasil?
R.: Estima-se que, por ano, no Brasil, sejam diagnosticados cerca de 12.000 pacientes com esta doença.
17) Existe rastreamento para o câncer renal?
R.: Atualmente, não existem programas de rastreamento populacional para o câncer renal. Não é recomendada a realização de exames de rotina para detectar precocemente essa doença em pessoas assintomáticas, devido à sua baixa incidência e à falta de evidências que comprovem benefícios significativos para a população em geral.
Caso conheça alguém que esteja tratando de câncer renal ou com alguns dos sintomas apresentados neste conteúdo, compartilhe esta matéria. Lembre-se de evitar o cigarro, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e manter a pressão arterial controlada.
Em julho de 2023, o Hospital de Amor deu início a um projeto promissor que tinha como ideia principal fazer uso da tecnologia para levar prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele – incluindo o melanoma – para o maior número de pessoas, de forma simples e rápida. Menos de dois anos após o seu início, o ‘Projeto Retrate’ apresenta resultados positivos: identificou cerca de 200 cânceres de pele, sendo 12 deles do tipo melanoma, que apesar de ser menos comum, merece atenção, pois é considerado um tipo mais grave da doença, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (que é disseminação do câncer para outros órgãos) e alto índice de mortalidade quando diagnosticado tardiamente.
Com fomento do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica – PRONON, implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da oncologia, em sua primeira etapa, o projeto instalou, em Barretos (SP), uma cabine fotográfica de autoatendimento, que ficou disponível para a população em tempo integral, de forma 100% gratuita e em local de grande circulação. Além disponibilizar um aplicativo para dispositivos móveis, também de forma gratuita, que possibilita acesso de onde o paciente estiver, com mais privacidade.
Segundo a doutora em Oncologia e uma das pesquisadoras do ‘Projeto Retrate’, a iniciativa representa um avanço concreto para o SUS ao ampliar o acesso da população a consultas especializadas em dermatologia, com agilidade no diagnóstico e início rápido do tratamento. “Iniciativas como essa mostram como a tecnologia e a inovação podem ser aliadas para garantir atendimento de qualidade, especialmente para quem mais precisa. No câncer de pele, em especial para o melanoma, o tempo é decisivo, e oferecer esse cuidado de forma acessível e eficiente pode significar salvar vidas”, ressalta.
Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil foram registrados 28.354 atendimentos relacionados ao câncer de pele do tipo melanoma entre janeiro de 2023 e julho de 2024. O mesmo período registrou mais de 110 mil atendimentos relacionados ao câncer de pele não melanoma, o tipo mais comum de câncer no mundo.
A cabine
A cabine, atualmente instalada no North Shopping Barretos, é composta por diferentes experiências de usuário diferentes, que incluem também levar conhecimento e conscientização de forma autônoma para quem passa pelo local. O lado A tem como objetivo educar a população sobre câncer de pele, fatores de risco, prevenção e como identificá-lo por meio de atividades lúdicas e explicativas com vídeos lúdicos em linguagem de fácil compreensão. O lado B permite que as pessoas usem uma câmera UV para ver como protetor solar funciona e por que é importante, fornecendo amostra de filtro solar e gerando fotos de antes e depois do uso. Na frente, há uma estação com telas sensíveis ao toque e uma câmera de alta resolução onde as pessoas podem preencher um formulário de inscrição, assinar um termo de consentimento informado, responder algumas perguntas e enviar fotos das lesões de pele para serem avaliadas por teledermatologia no Hospital de Amor.
O ‘Projeto Retrate’ conquistou o Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica 2023, na categoria Tecnologias Diagnósticas. Este reconhecimento destaca a contribuição significativa do projeto para o diagnóstico precoce do câncer de pele.
Um trabalho que salva vidas!
Um dos beneficiados pelo projeto do HA, que une pesquisa, inovação e prevenção, é o pequeno Arthur Dourado, de 8 anos. Segundo sua mãe, Juçara Dourado, 44 anos, funcionária pública, de Colina (SP), em julho de 2024, quando ambos estavam realizando um passeio no shopping, em Barretos, ela viu uma oportunidade de sanar uma dúvida que ela estava, pois havia surgido uma pinta que crescia de maneira desproporcional em seu filho.
Juçara tirou uma foto da mancha e enviou via cabine. Após receber o conteúdo, a equipe responsável do Hospital convocou o garoto para exames detalhados, que apontaram o diagnóstico de câncer de pele tipo melanoma, que foi removido um mês depois. “O tratamento, a agilidade em todos os procedimentos me surpreenderam, foram muito rápidos e muito atenciosos com meu filho, e por esse motivo, graças a Deus meu filho está bem. A equipe do hospital que pegou o caso foi fantástica e só tenho a agradecer a Deus por estar no shopping no dia e hora certa, pois caso contrário as coisas não fluiriam tão bem”, conta Juçara.
Prevenção e acesso
A fim de ampliar sua cobertura, o ‘Retrate’ incluiu em suas atividades o oferecimento de capacitações para todos os profissionais de saúde da atenção básica de Barretos (SP), que lidam de forma rotineira com a população. Hoje, as 18 UBS de Barretos contam com profissionais capacitados e equipamentos para realização de exames dermatológicos e envio de fotos de lesões de pele suspeitas para a instituição.
O HA oferece, ainda, a capacitação para profissionais que atuam na área da estética e cuidado corporal do município, entre esteticistas, manicures, podólogos, cabelereiros e tatuadores. Até o momento, cerca de 145 profissionais já foram treinados.
Além dessas abordagens, estão inclusas no escopo a realização de campanhas de busca ativa direcionadas para populações de risco, como comunidades rurais e trabalhadores expostos ao sol da região.
O cirurgião oncológico do HA e pesquisador principal do projeto, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, destaca que a importância primordial do projeto está na educação e no acesso. “Desenvolvemos uma estrutura de ação que nos permite educar a população sobre hábitos saudáveis em relação à exposição solar, além de ensinarmos sobre os sinais e sintomas do câncer de pele, em especial o melanoma. Tudo isso de forma leve e sem a necessidade de deslocamento até uma unidade de saúde especializada, em um primeiro momento”.
Recentemente, a cantora Preta Gil assustou seus fãs devido as suas internações causadas por causa do seu tratamento de câncer colorretal. O caso de Preta se assemelha a diversas pessoas abaixo de 50 anos que receberam o diagnóstico da doença, cada vez mais comum no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025, serão diagnosticados 45.630 novos casos de câncer colorretal.
Segundo a médica endoscopista do Hospital de Amor Lagarto, Dra. Kelly Menezio Giardina, “o câncer do intestino se refere às neoplasias (cânceres) que ocorrem no intestino grosso (o cólon) e o reto. A profissional explica que, inicialmente, câncer se refere a uma célula que tem um crescimento (e multiplicação) desordenada, e sem fatores de contenção. Dividindo-se rapidamente, estas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos e órgãos vizinhos, até distantes da origem do tumor (metástases). Pode acontecer em qualquer órgão do corpo humano. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente (quando ainda não se espalhou para outros órgãos).
Câncer colorretal: um mal que vem crescendo
Dados da Globocan, de 2022, revelam que a Ásia (531 mil novos casos) foi o primeiro continente em estimativas de novos casos de câncer colorretal, seguido da Europa, a seguir América do Norte e, enfim, América Latina (96 mil novos casos). O Brasil foi responsável por 41.000 novos casos para o mesmo ano. A maioria dos casos de câncer são diagnosticados em fase avançada, quando o índice de cura é mais baixo. Em estados mais carentes, a doença é diagnosticada quando os sintomas são de obstrução de cólon ou por sintomas das metástases, ou seja, com a possibilidade de cura mais ainda reduzida.
Dra. Kelly reforça que é importante saber que, em estágios iniciais, a doença pode ser silenciosa e assintomática. Os primeiros sintomas, que já não são mais precoces, são alterações recorrentes no hábito intestinal, fraqueza e perda de peso sem causa aparente. Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, são importantes sinais de alerta.
Segundo a médica, este tipo de câncer é um dos principais tumores que existe realmente prevenção. “Prevenir é diagnosticar uma lesão que ainda não é câncer, e tratá-la (ressecar) antes que se desenvolva em câncer avançado. Isso significa fazer diagnóstico precoce”. Kelly reforça que o diagnóstico precoce é um dos maiores aliados, não só contra o câncer colorretal, mas contra muitas outras doenças.
Pessoas entre 45 e 75 anos (sem outros fatores de risco) devem realizar anualmente o exame de Pesquisa Imunológica de Sangue Oculto nas Fezes (FIT) e, a cada 10 anos, a colonoscopia. “Já quem tem histórico familiar de câncer colorretal ou polipose adenomatosa deve ser acompanhado em rastreamento sistemático, por colonoscopia,10 anos antes da idade na qual foi acometido o familiar”, diz a especialista.
Maus hábitos e a genética podem ser fatores de risco
De acordo com a especialista, a incidência do câncer colorretal está relacionada ao índice de desenvolvimento humano (IDH) mais alto como o de países da Europa, América do Norte, Nova Zelândia, onde é observado que o comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool, tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, aumentam o risco e exposição a fatores oncogênicos (fatores que desenvolvem o câncer). “No Brasil, temos diferentes índices (IDH) e quanto mais baixos, como da região Norte (Acre, Amapá, Roraima), essa doença cai para a quarta posição. Outros fatores de risco estão associados às condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica, histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações.
Uma doença que vem ganhando ‘holofotes’
“Estamos vendo um claro aumento do câncer colorretal em pessoas mais jovens. Assim como a ocidentalização dos hábitos alimentares e estilos de vida têm exposto homens e mulheres a fatores carcinogênicos (que desenvolvem câncer)”, explica a médica. Embora o câncer colorretal ainda seja mais comum em pessoas com 60 anos ou mais, o câncer é mais agressivo em pessoas mais jovens. Por isso, segundo Dra. Kelly, os protocolos americanos (e é uma tendência mundial) recomendam que exames de prevenção (colonoscopia) sejam realizados a partir dos 45 anos.
Hospital de Amor é pioneiro no rastreamento
Para Kelly, “Barretos é pioneiro em pesquisas sobre câncer e estudos realizados que mostram que a incidência e mortalidade em Barretos e no interior de São Paulo, está aumentando, em especial, câncer colorretal e de mama, bastante relacionados a estilo de vida (obesidade, tabagismo e sedentarismo).
Ela diz que os estudos do HA tentam apontar quais são só fatores mais próximos à nossa população, que seriam indicativos de riscos aumentados a desenvolver esse câncer, e como é possível identificar precocemente (rastrear), por meio de exames clínicos pouco invasivos (detecção de fatores encontrados nas fezes), indicando a necessidades desses pacientes de serem submetidos a exames mais invasivos, como a colonoscopia. “Dentre exames mais invasivos, o hospital oferece uma rede complexa e ampla deles, assim como de tratamento, tanto por meio de procedimentos minimamente invasivos como até de cirurgias robóticas, para tratar a doença já instalada”, finaliza Kelly.
Para o médico cirurgião e diretor científico do IRCAD América Latina, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, quando uma pessoa famosa divulga o diagnóstico de câncer por meio das redes sociais, o fato é muito noticiado, o que contribui para divulgar mais sobre a importância da prevenção. “Interessante destacar que os principais motivos que nos levam a ter esse tipo de câncer, seriam hábitos alimentares errados”, reforçou.
Tratamento e uso da bolsa de colostomia
Segundo Romagnolo, o Hospital de Amor se destaca por oferecer todos os possíveis tratamentos para este tipo de câncer, desde radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “No caso de radioterapia, é utilizado aparelhos que tratam especificamente o local da doença com planejamento específico; na quimioterapia, temos a possibilidade de várias linhas de tratamento, até imunoterapia. Já na cirurgia, desde tratamentos convencionais, mas na grande maioria (no caso, 85%), com técnicas minimamente invasivas, incluído a plataforma robótica com mais de 300 casos operados por ano. E com isso, temos uma recuperação mais rápida e retorno das atividades mais precoces dos pacientes.” diz o especialista.
No caso da necessidade de remoção de parte do intestino devido à doença, alguns pacientes precisam utilizar a bolsa de colostomia. Dr. Romagnolo explica que “a bolsa é uma parte do intestino – que pode ser o intestino grosso (colostomia) ou o intestino delgado (ileostomia) – que em alguns casos é necessária para realizar um desvio do trânsito intestinal e ela fica acoplada, ou melhor, fixada na pele do abdome. Assim, as fezes saem através dele e o paciente utiliza uma bolsa coletora colada. Como se fosse um cano que fica exposto e tem uma bolsa coletora colada para reservar o material”.
“Todo paciente que for realizar um procedimento que envolve o colón ou o reto deve ser orientado sobre a possibilidade de usar a bolsa de colostomia, entretanto, têm aqueles casos em que o paciente necessariamente precisa dessa indicação. Deve-se conversar muito com o cirurgião sobre a indicação precisa”, diz Dr. Luís, que esclarece que a bolsa pode ser utilizada em casos de urgências em que envolve lesão no intestino, como traumas, perfurações, infeções etc.
Romagnolo revela que há casos em que depois da confecção da bolsa não é mais possível realizar a junção do intestino, ou porque o paciente não tem condições clínicas de um novo procedimento – porque qualquer procedimento tem seus riscos – ou também pelo fato de não ter mais condições de junção devido ao fato de não existir mais aquele tecido de junção que foi retirado. “Nos casos em que tem que ser realizado a amputação do ânus, não é possível realizar a reconstrução, e nesses casos a bolsa é definitiva”, diz o médico cirurgião.
Cuidados com a bolsa
Os riscos de ter a bolsa são os de cuidados pós-operatórios, como a necessidade de realizar limpeza e manter a higiene, em casos de ileostomia, desidratação e dermatite na pele, segundo o Dr. Luís. “Nos casos dos benefícios, são aqueles em que o paciente necessita ter colocada a bolsa na obstrução intestinal e, nesses casos, a confecção da bolsa salva a vida do paciente. Os cuidados que os pacientes precisam ter são os básicos de higiene, limpeza e acoplamento da bolsa para evitar dermatite”, diz Dr. Luís, que explica que atualmente existem vários tipos de bolsa para cada tipo de abdome.
Segundo o Dr. Luís, existem muitas pesquisas e inovações sendo realizadas, desde novos medicamentos, como a imunoterapia, como também o uso das plataformas robóticas para o tratamento. “O Hospital de Amor está sempre em busca de novos tratamentos com o intuito de dar o melhor aos seus pacientes”, finaliza.
Neste mês em que celebramos o “Dia Internacional da Mulher” (8 de março) e o “Março Lilás” – campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer do colo do útero – o Hospital de Amor tem a honra de homenagear todas as ‘suas mulheres’, que cuidam, acolhem, amparam, ensinam e, acima de tudo, amam! Que tratam – com todo respeito e carinho do mundo – milhares de pacientes. Que fazem o Hospital, ser de Amor!
E por falar em mulher que faz a diferença, o HA não pode deixar de homenagear uma de suas preferidas, motivo de muito orgulho para todos, especialmente para os colaboradores e pacientes da instituição: Dra. Scylla Duarte Prata – a médica ginecologista que sempre esteve à frente do seu tempo. Ela não só criou uma das maiores obras de amor ao próximo da América Latina, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa), como também foi pioneira na prevenção do câncer ginecológico.
Scylla especializou-se em ginecologia por influência de sua principal referência na medicina, o professor Domingos Delascio. Ele era professor universitário, ginecologista conceituado, autor de obras científicas e referência na tradicional Maternidade Matarazzo, Santa Casa de São Paulo e outras instituições da capital, sendo pioneiro em diversas frentes da saúde da mulher.
Enquanto aluna da USP, Delascio foi seu professor e depois de formada se tornou “médica estagiária” da equipe dele. Era considerada uma residente brilhante, muito dedicada e por isso manteve com seu mestre uma relação de amizade, respeito, reciprocidade e gratidão por toda a vida.
Em São Paulo, Scylla atuou como médica do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários de Santos. Trabalhou na Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina, e fez cursos como de aperfeiçoamento de clínica ginecológica, propedêutica obstétrica, patologia obstétrica, pós-graduação de tumores malignos do aparelho genital e participou de congressos.
Para além da obstetrícia e já tendo contato com os estudos do câncer ginecológico, como assistente do Dr. Domingos Delascio, ela aplicava em suas pacientes exames preventivos de lesões cancerígenas, como a colposcopia, a diatermocoagulação e o Papanicolaou. Junto ao professor, ela fazia estudos científicos sobre o câncer uterino e especialmente o câncer de endométrio, sendo pioneira na difusão do exame no interior de São Paulo.
Scylla se especializou ainda mais no câncer ginecológico e, em 1994, com a contribuição de seu marido – que dizia que “a prevenção é o melhor remédio”, ela foi uma professora para a enfermeira Creuza Saure, responsável por colher exames de Papanicolaou em 92% da população barretense com uma bicicleta e uma mesa ginecológica. Juntas, elas agiram por décadas, por idealismo e confiança no projeto do hospital.
Graças à expertise da médica, o HA salva, ainda hoje, milhares de vidas! São quase 63 anos de história e mais de 30 deles realizando um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, que leva saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. Atualmente, a instituição possui 27 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis que rodam o Brasil, na tentativa de reduzir as desigualdades de acesso à saúde e oferecer tratamentos mais efetivos.
Esse tipo câncer é considerado o que apresenta condições mais promissoras para prevenção e controle, com possibilidades, inclusive, de eliminação. Fazem parte do arsenal de enfrentamento, a vacinação contra o vírus HPV (Papilomavírus Humano), cuja infecção persistente é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, outra estratégia, é a detecção precoce de lesões do colo uterino, classificadas como precursoras do câncer e que podem ser tratadas com procedimento simples e alcançar altas taxas de cura.
“Hoje nós temos instrumentos e possibilidades, tanto relacionados à prevenção primária, quanto à prevenção secundária. Eu estou dizendo sobre vacina contra o vírus HPV, que é o vírus que iminentemente causa o câncer do colo uterino entre as mulheres. E em segundo, a prevenção primária, que são os testes que fazem o diagnóstico e o rastreamento, sendo o mais conhecido, o exame de Papanicolaou”, destaca o coordenador médico do programa de prevenção de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio Possati.
• Pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2 anos de idade.
De acordo com o Ministério da Saúde, o exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau, é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Ele ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer do colo do útero e suas lesões precursoras. Quando essas alterações, que antecedem o câncer, são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame regularmente.
Outra medida importante na prevenção do HPV, são os preservativos internos ou externos. Informações do Ministério de Saúde mostram que, “embora seja eficaz na redução do risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST), seu uso não elimina completamente a possibilidade de transmissão do HPV. Isso ocorre porque as lesões podem estar presentes em áreas não cobertas pela camisinha, como a vulva, região pubiana, perineal e bolsa escrotal”. Apesar disso, o uso é extremamente importante parra prevenir possíveis doenças.
Em relação à distribuição geográfica, ele é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (20,48 por 100 mil) e Nordeste (17,59 por 100 mil). Na Região Centro-oeste (16,66 por 100 mil) ocupa a terceira posição; na Região Sul (14,55 por 100 mil), a quarta; e na Região Sudeste (12,93 por 100 mil), a quinta posição.
O caso de sucesso
Ela explica que conheceu o HA quando foi convidada, junto a outras influenciadoras locais, para o lançamento de uma campanha de prevenção em Porto Velho, em 2019. “Fomos para este evento, que foi no Hospital de Amor, no qual a equipe do hospital apresentou dados alarmantes das mulheres da região Norte. Eu lembro que foi bem legal, saiu na mídia, nos jornais, etc. Durante o evento, foi feito uma dinâmica incentivando a gente a levar o maior número de mulheres para fazerem o exame de mamografia, quem levasse mais mulheres se tornaria uma das embaixadoras da unidade. Em seguida, veio a pandemia”, explicou.
O Hospital de Amor, referência em oncologia, está participando de um estudo de fase 3 multicêntrico sobre crioablação, uma técnica inovadora e minimamente invasiva para o tratamento do câncer de mama.
A crioablação consiste no uso de temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir as células tumorais, sem necessidade de retirada cirúrgica do tumor. O procedimento é guiado por imagem, realizado com anestesia local e apresenta vantagens como menor tempo de recuperação, menos efeitos colaterais, melhor resultado estético para as pacientes e retorno precoce às atividades diárias.
O estudo busca avaliar a eficácia e a segurança da crioablação em comparação aos métodos tradicionais, especialmente para mulheres com tumores iniciais, menores de 2cm, geralmente do subtipo mais comum de câncer de mama.
Para o mastologista do Hospital de Amor, Dr. Idam de Oliveira Junior, a participação no estudo reforça o compromisso da instituição com a ciência: “Estamos diante de uma possibilidade real de transformar o futuro do tratamento do câncer de mama. A crioablação pode trazer qualidade de vida e novas perspectivas para milhares de mulheres no Brasil e no mundo”, destaca.
É importante lembrar, que a técnica só é possível graças à prevenção e ao diagnóstico precoce. A prevenção salva vidas!
Perguntas e respostas sobre a Crioablação
1. O que é a crioablação?
A crioablação é uma técnica que utiliza temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir as células do câncer de mama. É feita de forma minimamente invasiva, com agulhas finas guiadas por imagem, sem necessidade de cirurgia extensa.
2. Quem pode se beneficiar desse tratamento?
No estudo atual, a crioablação é indicada para mulheres com tumores iniciais, menores de 2cm, que são os casos mais comuns de câncer de mama, e que possuam a indicação de cirurgia como primeiro tratamento. As pacientes interessadas podem entrar em contato com a equipe pelo e-mail: crioablacao@hospitaldeamor.com.br.
3. Quais são as vantagens da crioablação?
-Procedimento rápido e menos invasivo;
-Menos dor e efeitos colaterais;
-Recuperação mais curta;
-Preservação da mama com melhor resultado estético.
4. Já está disponível para todas as pacientes?
Ainda não. O Hospital de Amor participa de um estudo de fase 3 multicêntrico, que avalia segurança e eficácia da técnica. Isso significa que a crioablação ainda está em fase de pesquisa clínica antes de ser liberada como tratamento padrão.
5. É seguro?
Sim. Os estudos já realizados mostram que a crioablação é segura e eficaz para determinados grupos de pacientes. Agora, a fase 3 vai confirmar os resultados em larga escala.
6. Por que o Hospital de Amor está nesse estudo?
Porque o Hospital de Amor é referência mundial em oncologia e busca sempre trazer o que há de mais moderno e inovador para as pacientes no Brasil, garantindo ciência, cuidado e esperança.
Prevenção é o ano todo!
A maior arma o combate ao câncer de mama é a prevenção. No Brasil, a doença é um problema de saúde pública em ascensão, com cerca de 74 mil novos casos por ano e índices de mortalidade ainda crescentes.
Sabendo da importância do diagnostico precoce, há quase 30 anos, o Hospital de Amor desenvolve projetos que oferecem excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos a população. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo país, realizando um trabalho completo de rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença. Acesse: ha.com.vc/outubrorosa e saiba mais!
Recomendação
Se você é mulher, tem entre 40 e 74 anos, previna-se: faça sua mamografia e cuide da sua saúde!
De 12 de setembro a 12 de outubro, instituições de saúde de todo o país – incluindo o Hospital de Amor – se unem para apoiar mais uma edição de uma campanha muito especial: a “De Olho nos Olhinhos” – que tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce do retinoblastoma (fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento).
O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, ganhou força e uma visibilidade ainda maior após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, só no dia 13/9, mais de mil médicos, alunos de medicina, profissionais da saúde e voluntários por todo o Brasil organizaram eventos para conscientizar sobre a importância da saúde ocular na infância e explicar como identificar o retinoblastoma. Foram 53 eventos pelo Brasil que aconteceram em hospitais, parques, praças e shoppings. Os eventos contaram com totens, personagens, explicações sobre a doença, distribuição de cartilhas e brindes para as crianças.
No Hospital de Amor Infantojuvenil e no Centro Especializado em Reabilitação da unidade, mais de 30 crianças, de Barretos (SP) e cidades da região, estiveram na instituição para realizar o ‘teste do olhinho’ e passar por consultas oftalmológicas com os especialistas altamente capacitados do HA.
Foi graças a campanhas como esta, que a Cheyla de Souza, mãe do pequeno Heitor Miguel de Souza Galiano, percebeu, quando ele tinha apenas 3 meses de vida, um reflexo no olho dele após tirar uma foto. Naturais de Cuiabá (MT), ela ficou intrigada com aquilo e o levou a uma consulta com o pediatra. A profissional tranquilizou a mãe, afirmando que aquilo ‘não era nada significativo’. Ele foi crescendo, mas a mancha não desaparecia, ela ficava ainda mais evidente. E sabendo dos sinais específicos de retinoblastoma, ela não parou por aí: continuou sua busca por profissionais que diagnosticassem o que o filho realmente tinha.
A família veio para Barretos em busca de um diagnóstico preciso e de um tratamento de excelência. Aqui, no HA Infantojuvenil, a Cheyla e o Heitor encontraram muito mais do que isso: descobriram um diagnóstico de retinoblastoma bilateral, iniciaram tratamento na instituição e ainda receberam muito, muito, muito amor!
Sobre o retinoblastoma
O retinoblastoma é o câncer ocular mais comum entre crianças de 0 a 5 anos. É um tumor maligno que se desenvolve na retina, a parte interna dos olhos. A doença pode se apresentar em um olho, o chamado retinoblastoma unilateral, ou nos dois olhos, retinoblastoma bilateral. Os sintomas mais comuns do retinoblastoma são a leucocoria, ou “olho de gato”, em que a pupila pode apresentar uma área branca e opaca no contato com o reflexo da luz, sendo visível em fotos tiradas com flash. Tremor nos olhos e alteração na posição dos olhos, como o desvio ocular (estrabismo) também são sinais que costumam aparecer.
Em todos esses casos, a recomendação dos médicos é que a criança seja levada ao oftalmologista para a realização de exames completos. A realização do Teste do Reflexo Vermelho (TRV), conhecido como o teste do olhinho, e as consultas oftalmológicas frequentes na primeira infância podem ajudar no diagnóstico da doença precocemente. O Hospital de Amor oferece tratamento e acompanhamento dos casos de retinoblastoma, de forma integral e 100% gratuita via Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar do grande alcance da campanha em 2024, Tiago e Daiana querem ir mais longe, uma vez que casos avançados seguem aparecendo nos centros de referência.
Esteja sempre “De Olho no Olhinhos”!
Se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
O câncer de pulmão continua sendo o tipo de câncer mais letal do mundo. Em 2022, foram registrados cerca de 2,48 milhões de novos casos e 1,8 milhão de mortes em todo o mundo, segundo o GLOBOCAN. No Brasil, estima-se que aproximadamente 32 mil pessoas recebam anualmente o diagnóstico da doença, que tem o tabagismo como o principal fator de risco, embora alguns estudos mostrem que até um quarto dos casos têm ocorrido em não fumantes, alertando que sua ocorrência também pode estar associada à poluição do ar e exposição a carcinógenos, que podem provocar mutações no DNA, conforme aponta pesquisa publicada recentemente na Nature.
No Hospital de Amor, uma das instituições de maior referência em oncologia na América Latina, cerca de 500 novos casos chegam por ano, sendo a maioria em estágio avançado. “O câncer de pulmão, na fase inicial, costuma ser silencioso. Por isso, 86% dos pacientes no Brasil recebem o diagnóstico tardiamente, quando a chance de cura já é reduzida”, explica o radiologista do HA, Dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano.
Diante desse cenário, a instituição deu um passo importante: o rastreamento ativo de câncer de pulmão em uma população de alto risco, como é o caso de fumantes e ex-fumantes. A iniciativa, que teve início oficialmente em 2019, traz de forma concreta a importância desse trabalho. “Nós já atendemos mais de 1.500 pessoas e conseguimos diagnosticar mais de 30 casos positivos, a maioria ainda em estágio inicial, uma condição que aumenta significativamente as chances de cura e sobrevida desses pacientes”, detalha o radiologista.
O exame utilizado é a tomografia computadorizada de baixa dose, capaz de detectar nódulos pulmonares muito antes de surgirem os primeiros sintomas. Tecnologia que já possui grandes estudos internacionais, como o NLST (National Lung Screening Trial, EUA) e o NELSON (Nederlands-Leuvens Longkanker Screenings Onderzoek, Europa), que comprovam a redução da mortalidade específica por câncer de pulmão em até 24% e reforçam a importância de um rastreamento organizado para a doença.
O público-alvo do programa pioneiro inclui fumantes e ex-fumantes que acumularam muitos anos de tabagismo, mesmo que tenham abandonado o hábito há tempo. Um ponto importante, segundo o Dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano, coordenador do projeto, é que não é necessário parar de fumar para participar. “Queremos aproximar essas pessoas do cuidado, sem julgamentos, e detectar o câncer antes que ele apareça. Rastrear já é uma forma de cuidar da saúde”, afirma.
Outro aspecto que diferencia a ação é que o SUS ainda não oferece rastreamento ativo para o câncer de pulmão, ao contrário do que ocorre com o câncer de mama, por exemplo. Isso torna o Hospital de Amor a primeira e uma das únicas instituições brasileira a oferecer, de forma gratuita e estruturada, um programa contínuo de detecção precoce da doença.
A meta agora é ampliar a visibilidade da iniciativa. Além dos números positivos já obtidos, a equipe quer alcançar mais pessoas do grupo de risco que vivem na região de Barretos. Para participar do programa, é preciso ter entre 50 e 80 anos, ser fumante ou ex-fumante, os interessados podem checar a elegibilidade para o rastreamento pelo site https://tcbd.hospitaldeamor.com.br/ e marcar a realização do exame pelo telefone (17) 3321-6600, ramais 7010 e 7080. O atendimento é gratuito e pode ser o primeiro passo para salvar uma vida.
Ciência que cruza fronteiras
O sucesso do programa rendeu ao HA um convite para integrar o International Lung Cancer Consortium (ILCCO), consórcio global de pesquisa sobre câncer de pulmão. Isso permitirá mapear características genéticas e biomoleculares da população brasileira, ampliando a precisão no diagnóstico e no tratamento.
Paralelamente, o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA mantém, desde 2018, o Grupo Translacional de Oncologia Pulmonar, certificado pelo CNPq. O grupo desenvolve novos painéis moleculares e investiga biomarcadores para auxiliar médicos na escolha do tratamento mais eficaz.
Tecnologia a serviço da vida
Desde 2022, o hospital realiza cirurgias torácicas com auxílio de robôs, oferecendo maior precisão, menos dor no pós-operatório e melhor resultado estético, tudo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa tecnologia é especialmente benéfica para pacientes com câncer de pulmão, que muitas vezes já têm um quadro de saúde fragilizado.
Outra frente inovadora é a radioterapia estereotáxica corporal (SBRT), capaz de atingir o tumor com alta precisão, poupando tecidos saudáveis e oferecendo taxas de controle semelhantes às da cirurgia. Publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas, um estudo do HA comprovou que a SBRT é mais custo-efetiva e proporciona mais anos de vida para determinados pacientes.
Um futuro mais promissor
Seja no rastreamento precoce, na cirurgia robótica, na radioterapia de ponta ou nas pesquisas de alcance internacional, o Hospital de Amor demonstra que é possível aliar tecnologia e humanização para enfrentar o câncer de pulmão. “Nosso foco é salvar vidas e oferecer o melhor cuidado possível, sempre com base em ciência de qualidade”, resume o radiologista.
Fazer uma cirurgia com implante mamário de silicone pode ser um desejo de muitas pessoas ou mesmo necessário, já que ele pode ser utilizado para fins estéticos ou em casos de reconstrução mamária devido à mastectomia. O Brasil se destaca como um dos países que mais realizam cirurgias de mamoplastias de aumento (implante de silicone), com um número elevado de cirurgiões reconhecidos internacionalmente pela qualidade no trabalho.
Neste mês, veio a público o primeiro caso raro de carcinoma espinocelular associado ao implante mamário de silicone no Brasil – tipo de câncer extremamente raro que se junta a pouco mais de 20 ocorrências em todo o mundo. A ocorrência foi documentada em um estudo de pesquisadores brasileiros liderado pelo mastologista do Hospital de Amor e sócio titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Dr. Idam de Oliveira Junior, em Barretos (SP), reforçando a necessidade de atenção, mas sem motivo para alarde, destaca o especialista.
O caso brasileiro foi publicado no renomado periódico científico Annals of Surgical Oncology (ASO) e o estudo se destaca por propor uma nova forma de classificar a doença, buscando padronizar o diagnóstico e o tratamento. “Nosso estudo reuniu todos os casos já publicados no mundo sobre esse tipo raro de câncer ligado ao implante de silicone e acrescentou o primeiro caso brasileiro,” explica o Dr. Idam de Oliveira Junior. “Percebemos que muitas pacientes tiveram um diagnóstico tardio ou passaram por cirurgias que, sem querer, espalharam células do tumor. O que propomos é um novo modelo de classificação que ajuda o médico a avaliar a gravidade da doença e padronizar a cirurgia mais adequada, aumentando as chances de controle.”
Entendendo o caso
O carcinoma de células escamosas associado ao implante mamário de silicone (BIA-SCC) é uma neoplasia rara, com o primeiro caso descrito na literatura médica em 1992. No caso brasileiro, o tumor foi diagnosticado em uma jovem de 38 anos que possuía implantes estéticos de longa data. Ela foi submetida a uma cirurgia para tratar um seroma, que é o acúmulo de líquido ao redor da prótese. A cápsula (tecido que se forma ao redor do implante) apresentava sinais incomuns e a biópsia revelou a malignidade.
O tumor é considerado agressivo e muitas vezes é diagnosticado tardiamente porque seus sintomas, como inchaço, dor ou nódulos podem ser confundidos com complicações comuns das próteses. A principal hipótese para o seu desenvolvimento é a de que a cápsula, com o passar dos anos, sofra um processo de inflamação crônica, que pode levar à formação do tumor. No entanto, os fatores de risco para o desenvolvimento do BIA-SCC ainda são desconhecidos.
Proporção e segurança
Apesar do crescimento no número de explantes (retirada do implante de silicone) no Brasil, muitas vezes por medo infundado, especialistas reforçam que o silicone continua sendo um material seguro para uso estético e reconstrutivo. Milhares de mulheres realizaram cirurgias com implantes de silicone e a ocorrência desse tipo de câncer é extremamente rara.
“Os procedimentos com implantes mamários de silicone são seguros e eficazes, e o caso brasileiro não é motivo para alarde. Trata-se de uma situação muito rara que, por sua raridade, requer atenção dos especialistas para um diagnóstico precoce e tratamento adequado”, reforça o especialista.
O mastologista refirma a importância de que mulheres com implantes, especialmente aqueles de longa data, fiquem atentas a sinais como inchaço repentino, dor ou presença de líquido ao redor da prótese. Sintomas que, mesmo anos após a cirurgia, devem ser investigados por um especialista.
De acordo com o médico do HA, um dos intuitos do estudo é propor um novo modelo de classificação que ajuda o médico a avaliar melhor a gravidade da doença e padronizar a cirurgia mais adequada, aumentando as chances de controle da doença. O trabalho também contou com a participação dos pesquisadores Marina Ignácio Gonzaga, Chrissie Casella Amirati, Natachia Moreira Vilela, Durval Renato Wohnrath e René Aloisio da Costa Vieira.
O câncer de cabeça e pescoço é o sétimo mais comum no mundo e o quinto em homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados mais de 40 mil novos casos por ano no país, sendo os mais frequentes o câncer de boca, laringe e orofaringe.
O tabagismo e consumo de álcool são os principais fatores de risco, mas outros, como higiene bucal inadequada e infecção pelo HPV, também contribuir para o aumento das chances de desenvolvimento da doença. Dados do Instituto Vencer o Câncer mostram que este tipo de câncer corresponde a 3% de todos os cânceres, e sua taxa de cura pode chegar a 90% quando diagnosticado e tratado precocemente.
Por este motivo e com o objetivo de promover a conscientização, prevenção e informação sobre o câncer de cabeça e pescoço, além de alertar a população sobre os fatores de risco da doença, o Hospital de Amor promoveu, no dia 11 de julho, o “III Fórum de Prevenção e Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos (FACISB).
“Como médica e cirurgiã, vejo esse evento como essencial para romper barreiras de desinformação e medo. Muitos pacientes chegam ao consultório já em estágios avançados, por falta de conhecimento ou acesso à informação. O ‘Fórum Julho Verde’ cumpre um papel transformador — aproxima o tema da sociedade, educa e promove saúde com empatia e responsabilidade”, afirma a cirurgiã do departamento de cabeça e pescoço do HA, Dra. Mayza Bueno.
De acordo com a médica, o evento foi criado e destinado a profissionais da área de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, fonoaudiólogos, psicólogos, técnicos em enfermagem, odontologistas) e alunos de cursos que compõem a equipe multidisciplinar do HA, além de gestores públicos e presidentes de associações de ligas da sociedade civil relacionadas com câncer de cabeça e pescoço. “Tivemos a honra de contar com a participação de profissionais renomados, gestores de saúde, educadores e a sociedade civil, todos unidos com o propósito de discutir estratégias eficazes para reduzir a incidência dessa doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, criando uma ponte entre o conhecimento técnico e a informação acessível, com linguagem clara e didática”, explicou.
Temas importantes, discussões sobre o cenário atual de acesso ao tratamento oncológico e políticas públicas fizeram parte da programação do III Fórum. Foram eles:
– Fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço;
– Sintomas e sinais de alerta;
– Importância do diagnóstico precoce;
– Avanços no tratamento e reabilitação;
– Cuidados multidisciplinares;
– Impacto psicológico e social do diagnóstico;
– Importância dos cuidados paliativos.
“Esses temas são essenciais para mudar o cenário do câncer de cabeça e pescoço no Brasil. Muitas vezes, o diagnóstico é feito em estágio avançado, o que reduz as chances de cura. Informar a população e capacitar os profissionais ajuda a detectar os casos mais cedo e a salvar vidas”, contou Dra. Maysa.
Para a médica, a realização de um evento com esta dimensão impacta direta e positivamente na saúde pública, especialmente, nos casos de câncer de cabeça e pescoço. “O evento contribui para a redução do tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico; a maior procura por exames preventivos; o estímulo ao abandono do tabagismo e outras práticas de risco; o fortalecimento de campanhas públicas; e a melhoria no acolhimento e tratamento dos pacientes”.
Julho Verde e o câncer de cabeça e pescoço
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço.
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Tratamento
Dra. Maysa explica que o tratamento para este tipo de tumor pode incluir: cirurgia (dependendo da localização e estágio do tumor), radioterapia e/ou quimioterapia; e apoio multidisciplinar com odontologia, fonoaudiologia, enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia. Entretanto, o sucesso do tratamento está diretamente ligado ao diagnóstico precoce!
Recomendação
“Meu alerta é simples e direto: não ignore sinais persistentes no pescoço, boca ou garganta. Se algo estiver fora do normal por mais de 15 dias, procure um profissional da saúde. E mais: cuidar da saúde é um ato de amor-próprio. Prevenção e informação salvam vidas. Participe do ‘Julho Verde’ e ajude a espalhar essa mensagem!”, finalizou Dra. Maysa.
O que você faz que o transporta para um lugar mágico e especial? O sociólogo italiano Domenico De Masi defendia a tese do “ócio criativo”, um tempo para “fazer nada” que, na verdade, deveria estimular a criatividade futura. Um filme, um livro, uma música, quando bem apreciados, não seriam apenas um singelo passatempo. Mas já imaginou ser impulsionado por um novo desafio proposto pela vida?
Certa vez, o pintor holandês Vincent Van Gogh disse: “A arte é consolar aqueles que são quebrados pela vida”. De certa forma, ele não estava errado. Poder se expressar por meio do dom artístico vai muito além de um hobby; pode ser terapêutico e até mesmo contribuir para o processo de tratamento oncológico, por exemplo.
A jovem professora Amanda Furtado, de 35 anos, além de ser encantada pelos números que a levaram a cursar Matemática, também se apaixonou pelas cores e pelos traços, mais especificamente pela arte da pintura. Paulista de Franca, cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, conhecida como a capital do calçado e um dos pontos com maior incidência solar no Brasil, não imaginou que um dia encontraria um novo desafio em Barretos (SP), onde, em alguns momentos, a vida pareceria mais nublada do que ensolarada.
“Me recordo que, em outubro do ano passado, eu apalpei um nódulo na minha mama. Decidi procurar meu médico. Ele comentou que, pela minha idade, seria pouco provável que fosse câncer, mas solicitou uma ultrassonografia. O resultado foi um laudo BIRADS 0 na mama — isso significa que o exame de imagem é inconclusivo ou incompleto, exigindo exames adicionais para uma avaliação mais precisa. Após isso, o médico pediu uma ressonância magnética, que identificou mais dois nódulos, estes não palpáveis”, explica Amanda.
Depois de realizar o exame, a jovem procurou atendimento no Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, em Barretos, onde diz ter recebido muito carinho e acolhimento. “No dia do diagnóstico de câncer de mama, fui amparada com muita sensibilidade, tanto pelos profissionais quanto pela minha família. Senti medo. Mas o apoio dos meus familiares foi essencial para me fortalecer e enfrentar esse momento difícil”, diz ela.
Ao ser questionada sobre a importância do Hospital de Amor em sua vida, a paciente rapidamente responde: “O hospital me trouxe esperança. Desde o início, senti acolhimento e confiança nos profissionais que cuidaram de mim com tanto carinho. Não poderia me sentir mais amparada. Além do acompanhamento médico, o suporte psicológico fez toda a diferença”, fala Amanda, que achou que o tratamento seria mais difícil por estar com muito medo. No entanto, com o apoio da sua fé e o acolhimento do hospital, tudo ficou mais leve.
A pintura como um refúgio
Era uma consulta comum, ou seria, até o momento em que a paciente Amanda, cheia de gratidão, presenteou seu médico mastologista, Dr. Idam Junior, com um lindo quadro. A surpresa foi tamanha que fez com que o especialista publicasse a imagem em suas redes sociais. Na tela, a paciente pintou aquele que é motivo de sua fé: Jesus andando sobre as águas.
“Comecei a pintar há 10 anos, como um hobby, no ateliê da minha amiga Aime. Depois, precisei parar por causa da rotina. Retomei há cerca de 3 anos, num momento em que comecei a me amar mais e a separar tempo para mim. Faço pintura a óleo com o estilo impressionista”, conta Amanda.
A professora revela que gosta de pintar casarões e elementos que remetam a momentos marcantes. “Todas as minhas telas têm um significado especial. Após o diagnóstico de câncer, passei a pintar pelo menos três vezes por semana. Quando estou pintando, minha mente fica como uma tela em branco. É um momento de leveza, de paz interior. Pintar me acalma”, explica a paciente emocionada.
O olhar da psicologia
Segundo a psicóloga do Hospital de Amor, Eliza Guimarães Ribeiro, atividades como a pintura funcionam como formas de expressão emocional e enfrentamento no contexto oncológico. “Elas ajudam o paciente a elaborar sentimentos difíceis, reduzem a ansiedade e resgatam um senso de identidade e autonomia durante o tratamento. Além disso, promovem bem-estar e podem fortalecer o vínculo com a equipe e com o próprio processo de cuidado”.
Quando questionada sobre a importância de o paciente oncológico ter um hobby em meio ao processo do tratamento, Eliza explica: “Primeiro, acolheria a pausa como algo natural no processo de tratamento, validando o cansaço e as emoções envolvidas. Em seguida, incentivaria o paciente a retomar a atividade com gentileza, sem cobrança, lembrando dos benefícios que ela já trouxe e propondo que ele experimente aos poucos — mesmo que por alguns minutos. Pequenos retornos podem reabrir esse espaço de prazer, identidade e expressão pessoal”, finaliza.
Para a profissional, não existe uma fórmula; cada pessoa se conecta com diferentes formas de prazer. “Eu costumo incentivar atividades como pintura, escrita, ouvir música, leitura ou até jogos simples. O mais importante é que faça sentido para o paciente e respeite seus limites naquele momento”, conta Eliza.
Para a paciente Amanda, a pintura ajuda a enfrentar o tratamento e a doença. “Não consigo imaginar como teria sido para mim sem a pintura em minha vida. E não é só sobre pintar, é sobre estar no ateliê com as amigas, tomar um bom café da tarde, conversar e relaxar. É um momento em que posso me expressar, distrair a mente e me conectar com outras pessoas de forma leve”, diz a educadora, que também tem uma veia artística.
A professora fica emocionada quando responde o motivo pelo qual escolheu o Dr. Idam para receber o seu quadro: “Passei por um momento muito difícil e recebi a atenção e o apoio do Dr. Idam e Dr. Toni de uma forma que não consigo explicar. Eles estiveram ao meu lado o tempo todo, como amigos, me fortalecendo”. Amanda conta que, com a entrega deste presente, quis expressar toda a sua gratidão da maneira que ela sabe, por meio da arte.
A jovem explica que, quando inicia a pintura, ela coloca toda sua fé e pede a Deus que abençoe os médicos do hospital, tanto fisicamente quanto espiritualmente. “Acredito que, no enfrentamento do câncer, a verdadeira mudança precisa vir de dentro para fora. Também pedi a Deus que envie ao mundo mais profissionais como eles”, conta Amanda.
“A arte é um caminho poderoso para o autoconhecimento, alívio da ansiedade e conexão com outras pessoas. Proporciona momentos de leveza, amizade e alegria em meio a um processo tão delicado. A vida é preciosa, e cada dia é um presente. Descobri que o propósito da nossa existência está nas pequenas coisas: na fé, na esperança, no amor e no cuidado com quem está ao nosso lado”, Amanda diz emocionada.
Como a maioria dos pacientes que recebem o diagnóstico de câncer e passam pelo tratamento, a educadora relata que esta jornada a transformou: “A arte me resgatou, me deu forças e me ensinou que é possível encontrar beleza até nos momentos mais desafiadores. Agradeço a Deus, meu marido Jeferson, à minha família, aos amigos, aos médicos e ao Hospital de Amor por fazerem parte dessa história. Posso dizer que aprendi a valorizar o tempo e compreendi, ainda mais, a importância da minha família e meu relacionamento com Deus”, finaliza.
A psicóloga da instituição também reforça que, se o paciente nunca teve o hábito de praticar atividades de lazer, a equipe pode convidá-lo a experimentar algo novo de forma leve e sem pressão. “O lazer pode ser uma ferramenta de enfrentamento; ele ajuda a aliviar o sofrimento, manter a motivação e resgatar o prazer em meio a um momento difícil. O importante é que faça sentido para ele(a), respeitando seu tempo e vontade. Me recordo do caso de uma paciente que, após o adoecimento, focou ainda mais nas aulas de violão, usando a música como terapia neste momento”.
Todo paciente oncológico precisa ser acolhido, pois, segundo Eliza, é necessário acolher a tristeza como algo legítimo diante do que está sendo vivido no momento. “Diria que é normal se sentir assim durante o tratamento, e que ele não está sozinho. Depois, estimularia pequenos passos: retomar uma atividade leve, conversar com alguém de confiança ou até permitir-se descansar sem culpa. E reforçaria que buscar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo mesmo”, conclui a profissional.
Respeitar o seu próprio tempo e fazer uma atividade que estimule alegria pode contribuir para enfrentar os desafios que a vida apresenta, independentemente do diagnóstico recebido. Sempre é possível colorir a vida com sonhos e paixões! E você, realiza algo que ama apenas por hobby ou anda se cobrando demais?
‘Não pode segurar xixi porque faz mal à saúde’ ou ‘Já bebeu água hoje?’. Quais destas frases ligadas à saúde dos seus rins você já ouviu? Provavelmente as duas, certo?
Embora seja comum existir uma certa preocupação com o bem-estar dos órgãos, cujas principais funções no corpo são filtrar o sangue a fim de remover toxinas e resíduos metabólicos, como ureia, creatinina e ácido úrico, por meio da produção e eliminação da urina, ainda se fala pouco sobre o câncer renal.
Segundo a médica oncologista clínica do Hospital de Amor Jales, Dra. Fernanda de Oliveira Bombarda, o câncer de rim ocorre quando as células que compõem o órgão começam a crescer de forma anormal e desordenada, formando um tumor.
A especialista explica que este tipo de câncer é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário e representa aproximadamente 3% das doenças malignas do adulto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 11 a 12 mil novos casos de câncer renal por ano. Somando as unidades do HA Jales e Barretos, são cerca de 150 casos diagnosticados por ano com esta neoplasia “A incidência de câncer renal tem mostrado um aparente aumento, possivelmente devido ao uso mais frequente de exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A doença surge com mais frequência nos homens do que nas mulheres e, geralmente, acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade”, diz Fernanda.
O caminho de Maria: fé e resiliência diante de algo inesperado
“Meu nome é Maria Bezerra da Silva, tenho 65 anos, sou dona de casa e moro em Nova Andradina (MS). Há dois anos, um pequeno caroço me trouxe um incômodo que logo se transformaria em um diagnóstico de câncer. Me recordo bem da sensação, da surpresa e da necessidade de entender o que estava acontecendo.
Como viúva, encarei esse desafio com a força de quem já superou outras batalhas na vida, contando sempre com o apoio dos meus filhos e demais familiares. Eu não sentia nenhum sintoma antes de descobrir o caroço, o que me fez procurar ajuda médica.
Após consulta e exames, recebi o diagnóstico de câncer renal e desde então, o Hospital de Amor tem sido essencial na minha vida. Sempre digo que a importância do hospital é a de nos devolver a saúde, de nos dar a chance de continuar vivendo. O tratamento que recebo é simplesmente excelente. A dedicação dos funcionários e a qualidade dos cuidados me dão a certeza de que estou no lugar certo. Atualmente, estou na fase da quimioterapia, e cada passo é dado com muita esperança.
Essa jornada tem me transformado profundamente. Percebo mudanças em mim e, principalmente, nos meus hábitos de vida. Hoje, valorizo ainda mais a importância de cuidar do corpo e da mente.
Se eu pudesse dar um conselho para alguém que acabou de receber um diagnóstico de câncer, diria para não guardar raiva e para respeitar os alimentos. É um processo desafiador, mas com fé, apoio e os cuidados certos, é possível encontrar forças para seguir em frente”, conta a simpática dona Maria, paciente do HA que trata de câncer renal com muita coragem e uma grande vontade de viver.
Neste mês de junho, dedicado à conscientização sobre o câncer de rim, a Dra. Fernanda Bombarda esclarece as principais dúvidas sobre o tema. Confira:
1) Existem tipos diferentes de câncer renal? Quais são os mais comuns?
R.: Existem diferentes tipos de câncer de rim. O mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados. Outros tipos incluem: carcinoma papilífero (o segundo tipo mais comum, representando cerca de 10% dos casos) e carcinoma cromófobo (que corresponde a cerca de 5% dos casos).
2) Quais são os principais sintomas?
R.: A neoplasia renal é inicialmente assintomática, mas pode se manifestar com dor no flanco (dor nas costas, de lado, na altura da cintura), hematúria (presença de sangue na urina) e massa abdominal palpável.
3) Quando, ‘normalmente’, este tipo de câncer é detectado? E como é feito o diagnóstico?
R.: A forma mais comum de obter o diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia ou tomografia do abdômen. O diagnóstico é realizado por meio de exames como ultrassom, tomografia ou ressonância nuclear magnética de abdômen. A biópsia renal pré-operatória, normalmente, não é realizada e só é necessária em situações excepcionais, a fim de diferenciar lesões malignas de benignas, as quais não necessitariam de tratamento.
4) Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim?
R.: Os principais fatores de risco são: tabagismo, obesidade, hipertensão, idade avançada, doença renal crônica e diálise, história familiar e algumas síndromes genéticas (Doença de Von Hippel-Lindau).
5) Existem medidas preventivas para o câncer renal?
R.: As medidas preventivas para o câncer renal são: evitar o tabagismo, manter um peso saudável e controlar a pressão arterial por meio de uma dieta equilibrada e atividade física regular e, se necessário, medicação, sob orientação médica. Manter-se bem hidratado — beber água suficiente ajuda os rins a eliminarem toxinas e a funcionar adequadamente.
6) Este tipo de câncer costuma aparecer em qual fase (inicial/avançado)?
R.: Cerca de metade dos tumores renais diagnosticados atualmente estão restritos ao rim, enquanto aproximadamente 20% já mostram invasão local, com comprometimento dos linfonodos. O restante apresenta metástases à distância, sendo os locais mais frequentemente atingidos: pulmão, fígado e ossos.
7) Quais são os tipos de tratamento?
R.: Os tipos de tratamento disponíveis são as terapias sistêmicas, que agem em todo o corpo para combater as células cancerígenas, como imunoterapia (que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas), a terapia-alvo (medicamentos que atuam bloqueando vias moleculares específicas) e quimioterapia (o câncer de rim é relativamente resistente à quimioterapia tradicional, por isso, ela raramente é a primeira escolha).
A radioterapia pode ser utilizada em sua forma convencional com fins paliativos para aliviar sintomas como dor em casos de metástases ósseas. Já a radiocirurgia (técnica de radioterapia de alta precisão que administra altas doses de radiação em poucas sessões) tem se mostrado promissora para tratar tumores primários em pacientes não cirúrgicos e para controlar metástases em locais específicos, como ossos e pulmões.
8) A remoção do rim é um tipo de tratamento?
R.: A cirurgia é o tratamento inicial de escolha para a maioria dos carcinomas renais. É o único tratamento curativo definitivo para esse tipo de câncer.
9) O que é nefrectomia parcial/radical?
R.: Nefrectomia total: remoção total do rim.
Nefrectomia parcial: remoção apenas de uma parte do rim ou de uma região onde o nódulo/massa se encontra, preservando o restante do parênquima renal. É mais comumente utilizada em tumores menores.
10) Há chance de transplante no lugar do rim doente?
R.: Um transplante renal é considerado para pacientes que desenvolvem insuficiência renal crônica em estágio terminal, ou seja, quando os rins não conseguem mais cumprir suas funções adequadamente. No caso de um paciente que teve um rim removido devido ao câncer, a necessidade de um transplante surgiria se o rim remanescente também falhasse ou já estivesse com sua função comprometida antes da cirurgia. Em pacientes com câncer renal ativo, o transplante não é recomendado. A principal razão é que o uso de medicamentos imunossupressores após o transplante pode estimular o crescimento de células cancerígenas remanescentes, aumentando o risco de recidiva do câncer.
11) Quais são os avanços da medicina para tratar este tipo de câncer?
R.: Os avanços para tratar esse tipo de câncer são a combinação de terapias sistêmicas, como imunoterapia e terapia-alvo, aumentando as taxas de resposta e a sobrevida dos pacientes. O uso de terapia neoadjuvante: a imunoterapia também está sendo estudada para ser realizada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção, ou até mesmo possibilitar cirurgias menos invasivas. Cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia e robótica): permite que cirurgiões realizem a nefrectomia com maior precisão, menor perda de sangue, menos dor pós-operatória e um tempo de recuperação mais rápido para o paciente. Isso é especialmente benéfico para a preservação da função renal. Terapias Ablativas: novas técnicas de ablação estão sendo estudadas e utilizadas para destruir tumores menores, oferecendo alternativas menos invasivas para pacientes que não são candidatos à cirurgia ou que possuem tumores em locais desafiadores.
12) Quais são as principais consequências para o paciente durante o tratamento e após ele?
R.: Devido à nefrectomia (retirada do rim, seja parcial ou total), existe a possibilidade de alteração da função renal. Outras consequências estão relacionadas a possíveis efeitos colaterais do tratamento sistêmico: náusea, vômito, fadiga, diarreia e perda de apetite.
13) Quais são os maiores desafios enfrentados pelo paciente durante o tratamento? (Não pode comer algum alimento, líquido)?
R.: Não há restrição alimentar. Os maiores desafios são a dificuldade de acesso a medicamentos, especialmente terapias de alto custo ou não disponíveis no sistema público de saúde.
14) O paciente precisa de diálise depois do tratamento?
R.: Não necessariamente. A maioria dos pacientes submetidos à nefrectomia (retirada do rim) para tratamento de câncer renal não precisa de diálise após a cirurgia. A necessidade de diálise após a remoção de um rim depende da função do rim remanescente.
15) Qual é a taxa de cura e de mortalidade deste câncer?
R.: A taxa de sobrevida em 5 anos depende de cada estágio da doença:
– Estágio clínico I (tumor localizado no rim): 80%
– Estágio II (tumor maior, mas ainda restrito ao rim): 73%
– Estágio III (tumor que se espalhou para linfonodos próximos): 53%
– Estágio IV (metástases para outros órgãos): 8%
16) Quantas pessoas são diagnosticadas com esta doença por ano no Brasil?
R.: Estima-se que, por ano, no Brasil, sejam diagnosticados cerca de 12.000 pacientes com esta doença.
17) Existe rastreamento para o câncer renal?
R.: Atualmente, não existem programas de rastreamento populacional para o câncer renal. Não é recomendada a realização de exames de rotina para detectar precocemente essa doença em pessoas assintomáticas, devido à sua baixa incidência e à falta de evidências que comprovem benefícios significativos para a população em geral.
Caso conheça alguém que esteja tratando de câncer renal ou com alguns dos sintomas apresentados neste conteúdo, compartilhe esta matéria. Lembre-se de evitar o cigarro, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e manter a pressão arterial controlada.
Em julho de 2023, o Hospital de Amor deu início a um projeto promissor que tinha como ideia principal fazer uso da tecnologia para levar prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele – incluindo o melanoma – para o maior número de pessoas, de forma simples e rápida. Menos de dois anos após o seu início, o ‘Projeto Retrate’ apresenta resultados positivos: identificou cerca de 200 cânceres de pele, sendo 12 deles do tipo melanoma, que apesar de ser menos comum, merece atenção, pois é considerado um tipo mais grave da doença, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (que é disseminação do câncer para outros órgãos) e alto índice de mortalidade quando diagnosticado tardiamente.
Com fomento do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica – PRONON, implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da oncologia, em sua primeira etapa, o projeto instalou, em Barretos (SP), uma cabine fotográfica de autoatendimento, que ficou disponível para a população em tempo integral, de forma 100% gratuita e em local de grande circulação. Além disponibilizar um aplicativo para dispositivos móveis, também de forma gratuita, que possibilita acesso de onde o paciente estiver, com mais privacidade.
Segundo a doutora em Oncologia e uma das pesquisadoras do ‘Projeto Retrate’, a iniciativa representa um avanço concreto para o SUS ao ampliar o acesso da população a consultas especializadas em dermatologia, com agilidade no diagnóstico e início rápido do tratamento. “Iniciativas como essa mostram como a tecnologia e a inovação podem ser aliadas para garantir atendimento de qualidade, especialmente para quem mais precisa. No câncer de pele, em especial para o melanoma, o tempo é decisivo, e oferecer esse cuidado de forma acessível e eficiente pode significar salvar vidas”, ressalta.
Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil foram registrados 28.354 atendimentos relacionados ao câncer de pele do tipo melanoma entre janeiro de 2023 e julho de 2024. O mesmo período registrou mais de 110 mil atendimentos relacionados ao câncer de pele não melanoma, o tipo mais comum de câncer no mundo.
A cabine
A cabine, atualmente instalada no North Shopping Barretos, é composta por diferentes experiências de usuário diferentes, que incluem também levar conhecimento e conscientização de forma autônoma para quem passa pelo local. O lado A tem como objetivo educar a população sobre câncer de pele, fatores de risco, prevenção e como identificá-lo por meio de atividades lúdicas e explicativas com vídeos lúdicos em linguagem de fácil compreensão. O lado B permite que as pessoas usem uma câmera UV para ver como protetor solar funciona e por que é importante, fornecendo amostra de filtro solar e gerando fotos de antes e depois do uso. Na frente, há uma estação com telas sensíveis ao toque e uma câmera de alta resolução onde as pessoas podem preencher um formulário de inscrição, assinar um termo de consentimento informado, responder algumas perguntas e enviar fotos das lesões de pele para serem avaliadas por teledermatologia no Hospital de Amor.
O ‘Projeto Retrate’ conquistou o Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica 2023, na categoria Tecnologias Diagnósticas. Este reconhecimento destaca a contribuição significativa do projeto para o diagnóstico precoce do câncer de pele.
Um trabalho que salva vidas!
Um dos beneficiados pelo projeto do HA, que une pesquisa, inovação e prevenção, é o pequeno Arthur Dourado, de 8 anos. Segundo sua mãe, Juçara Dourado, 44 anos, funcionária pública, de Colina (SP), em julho de 2024, quando ambos estavam realizando um passeio no shopping, em Barretos, ela viu uma oportunidade de sanar uma dúvida que ela estava, pois havia surgido uma pinta que crescia de maneira desproporcional em seu filho.
Juçara tirou uma foto da mancha e enviou via cabine. Após receber o conteúdo, a equipe responsável do Hospital convocou o garoto para exames detalhados, que apontaram o diagnóstico de câncer de pele tipo melanoma, que foi removido um mês depois. “O tratamento, a agilidade em todos os procedimentos me surpreenderam, foram muito rápidos e muito atenciosos com meu filho, e por esse motivo, graças a Deus meu filho está bem. A equipe do hospital que pegou o caso foi fantástica e só tenho a agradecer a Deus por estar no shopping no dia e hora certa, pois caso contrário as coisas não fluiriam tão bem”, conta Juçara.
Prevenção e acesso
A fim de ampliar sua cobertura, o ‘Retrate’ incluiu em suas atividades o oferecimento de capacitações para todos os profissionais de saúde da atenção básica de Barretos (SP), que lidam de forma rotineira com a população. Hoje, as 18 UBS de Barretos contam com profissionais capacitados e equipamentos para realização de exames dermatológicos e envio de fotos de lesões de pele suspeitas para a instituição.
O HA oferece, ainda, a capacitação para profissionais que atuam na área da estética e cuidado corporal do município, entre esteticistas, manicures, podólogos, cabelereiros e tatuadores. Até o momento, cerca de 145 profissionais já foram treinados.
Além dessas abordagens, estão inclusas no escopo a realização de campanhas de busca ativa direcionadas para populações de risco, como comunidades rurais e trabalhadores expostos ao sol da região.
O cirurgião oncológico do HA e pesquisador principal do projeto, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, destaca que a importância primordial do projeto está na educação e no acesso. “Desenvolvemos uma estrutura de ação que nos permite educar a população sobre hábitos saudáveis em relação à exposição solar, além de ensinarmos sobre os sinais e sintomas do câncer de pele, em especial o melanoma. Tudo isso de forma leve e sem a necessidade de deslocamento até uma unidade de saúde especializada, em um primeiro momento”.
Recentemente, a cantora Preta Gil assustou seus fãs devido as suas internações causadas por causa do seu tratamento de câncer colorretal. O caso de Preta se assemelha a diversas pessoas abaixo de 50 anos que receberam o diagnóstico da doença, cada vez mais comum no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025, serão diagnosticados 45.630 novos casos de câncer colorretal.
Segundo a médica endoscopista do Hospital de Amor Lagarto, Dra. Kelly Menezio Giardina, “o câncer do intestino se refere às neoplasias (cânceres) que ocorrem no intestino grosso (o cólon) e o reto. A profissional explica que, inicialmente, câncer se refere a uma célula que tem um crescimento (e multiplicação) desordenada, e sem fatores de contenção. Dividindo-se rapidamente, estas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos e órgãos vizinhos, até distantes da origem do tumor (metástases). Pode acontecer em qualquer órgão do corpo humano. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente (quando ainda não se espalhou para outros órgãos).
Câncer colorretal: um mal que vem crescendo
Dados da Globocan, de 2022, revelam que a Ásia (531 mil novos casos) foi o primeiro continente em estimativas de novos casos de câncer colorretal, seguido da Europa, a seguir América do Norte e, enfim, América Latina (96 mil novos casos). O Brasil foi responsável por 41.000 novos casos para o mesmo ano. A maioria dos casos de câncer são diagnosticados em fase avançada, quando o índice de cura é mais baixo. Em estados mais carentes, a doença é diagnosticada quando os sintomas são de obstrução de cólon ou por sintomas das metástases, ou seja, com a possibilidade de cura mais ainda reduzida.
Dra. Kelly reforça que é importante saber que, em estágios iniciais, a doença pode ser silenciosa e assintomática. Os primeiros sintomas, que já não são mais precoces, são alterações recorrentes no hábito intestinal, fraqueza e perda de peso sem causa aparente. Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, são importantes sinais de alerta.
Segundo a médica, este tipo de câncer é um dos principais tumores que existe realmente prevenção. “Prevenir é diagnosticar uma lesão que ainda não é câncer, e tratá-la (ressecar) antes que se desenvolva em câncer avançado. Isso significa fazer diagnóstico precoce”. Kelly reforça que o diagnóstico precoce é um dos maiores aliados, não só contra o câncer colorretal, mas contra muitas outras doenças.
Pessoas entre 45 e 75 anos (sem outros fatores de risco) devem realizar anualmente o exame de Pesquisa Imunológica de Sangue Oculto nas Fezes (FIT) e, a cada 10 anos, a colonoscopia. “Já quem tem histórico familiar de câncer colorretal ou polipose adenomatosa deve ser acompanhado em rastreamento sistemático, por colonoscopia,10 anos antes da idade na qual foi acometido o familiar”, diz a especialista.
Maus hábitos e a genética podem ser fatores de risco
De acordo com a especialista, a incidência do câncer colorretal está relacionada ao índice de desenvolvimento humano (IDH) mais alto como o de países da Europa, América do Norte, Nova Zelândia, onde é observado que o comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool, tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, aumentam o risco e exposição a fatores oncogênicos (fatores que desenvolvem o câncer). “No Brasil, temos diferentes índices (IDH) e quanto mais baixos, como da região Norte (Acre, Amapá, Roraima), essa doença cai para a quarta posição. Outros fatores de risco estão associados às condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica, histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações.
Uma doença que vem ganhando ‘holofotes’
“Estamos vendo um claro aumento do câncer colorretal em pessoas mais jovens. Assim como a ocidentalização dos hábitos alimentares e estilos de vida têm exposto homens e mulheres a fatores carcinogênicos (que desenvolvem câncer)”, explica a médica. Embora o câncer colorretal ainda seja mais comum em pessoas com 60 anos ou mais, o câncer é mais agressivo em pessoas mais jovens. Por isso, segundo Dra. Kelly, os protocolos americanos (e é uma tendência mundial) recomendam que exames de prevenção (colonoscopia) sejam realizados a partir dos 45 anos.
Hospital de Amor é pioneiro no rastreamento
Para Kelly, “Barretos é pioneiro em pesquisas sobre câncer e estudos realizados que mostram que a incidência e mortalidade em Barretos e no interior de São Paulo, está aumentando, em especial, câncer colorretal e de mama, bastante relacionados a estilo de vida (obesidade, tabagismo e sedentarismo).
Ela diz que os estudos do HA tentam apontar quais são só fatores mais próximos à nossa população, que seriam indicativos de riscos aumentados a desenvolver esse câncer, e como é possível identificar precocemente (rastrear), por meio de exames clínicos pouco invasivos (detecção de fatores encontrados nas fezes), indicando a necessidades desses pacientes de serem submetidos a exames mais invasivos, como a colonoscopia. “Dentre exames mais invasivos, o hospital oferece uma rede complexa e ampla deles, assim como de tratamento, tanto por meio de procedimentos minimamente invasivos como até de cirurgias robóticas, para tratar a doença já instalada”, finaliza Kelly.
Para o médico cirurgião e diretor científico do IRCAD América Latina, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, quando uma pessoa famosa divulga o diagnóstico de câncer por meio das redes sociais, o fato é muito noticiado, o que contribui para divulgar mais sobre a importância da prevenção. “Interessante destacar que os principais motivos que nos levam a ter esse tipo de câncer, seriam hábitos alimentares errados”, reforçou.
Tratamento e uso da bolsa de colostomia
Segundo Romagnolo, o Hospital de Amor se destaca por oferecer todos os possíveis tratamentos para este tipo de câncer, desde radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “No caso de radioterapia, é utilizado aparelhos que tratam especificamente o local da doença com planejamento específico; na quimioterapia, temos a possibilidade de várias linhas de tratamento, até imunoterapia. Já na cirurgia, desde tratamentos convencionais, mas na grande maioria (no caso, 85%), com técnicas minimamente invasivas, incluído a plataforma robótica com mais de 300 casos operados por ano. E com isso, temos uma recuperação mais rápida e retorno das atividades mais precoces dos pacientes.” diz o especialista.
No caso da necessidade de remoção de parte do intestino devido à doença, alguns pacientes precisam utilizar a bolsa de colostomia. Dr. Romagnolo explica que “a bolsa é uma parte do intestino – que pode ser o intestino grosso (colostomia) ou o intestino delgado (ileostomia) – que em alguns casos é necessária para realizar um desvio do trânsito intestinal e ela fica acoplada, ou melhor, fixada na pele do abdome. Assim, as fezes saem através dele e o paciente utiliza uma bolsa coletora colada. Como se fosse um cano que fica exposto e tem uma bolsa coletora colada para reservar o material”.
“Todo paciente que for realizar um procedimento que envolve o colón ou o reto deve ser orientado sobre a possibilidade de usar a bolsa de colostomia, entretanto, têm aqueles casos em que o paciente necessariamente precisa dessa indicação. Deve-se conversar muito com o cirurgião sobre a indicação precisa”, diz Dr. Luís, que esclarece que a bolsa pode ser utilizada em casos de urgências em que envolve lesão no intestino, como traumas, perfurações, infeções etc.
Romagnolo revela que há casos em que depois da confecção da bolsa não é mais possível realizar a junção do intestino, ou porque o paciente não tem condições clínicas de um novo procedimento – porque qualquer procedimento tem seus riscos – ou também pelo fato de não ter mais condições de junção devido ao fato de não existir mais aquele tecido de junção que foi retirado. “Nos casos em que tem que ser realizado a amputação do ânus, não é possível realizar a reconstrução, e nesses casos a bolsa é definitiva”, diz o médico cirurgião.
Cuidados com a bolsa
Os riscos de ter a bolsa são os de cuidados pós-operatórios, como a necessidade de realizar limpeza e manter a higiene, em casos de ileostomia, desidratação e dermatite na pele, segundo o Dr. Luís. “Nos casos dos benefícios, são aqueles em que o paciente necessita ter colocada a bolsa na obstrução intestinal e, nesses casos, a confecção da bolsa salva a vida do paciente. Os cuidados que os pacientes precisam ter são os básicos de higiene, limpeza e acoplamento da bolsa para evitar dermatite”, diz Dr. Luís, que explica que atualmente existem vários tipos de bolsa para cada tipo de abdome.
Segundo o Dr. Luís, existem muitas pesquisas e inovações sendo realizadas, desde novos medicamentos, como a imunoterapia, como também o uso das plataformas robóticas para o tratamento. “O Hospital de Amor está sempre em busca de novos tratamentos com o intuito de dar o melhor aos seus pacientes”, finaliza.
Neste mês em que celebramos o “Dia Internacional da Mulher” (8 de março) e o “Março Lilás” – campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer do colo do útero – o Hospital de Amor tem a honra de homenagear todas as ‘suas mulheres’, que cuidam, acolhem, amparam, ensinam e, acima de tudo, amam! Que tratam – com todo respeito e carinho do mundo – milhares de pacientes. Que fazem o Hospital, ser de Amor!
E por falar em mulher que faz a diferença, o HA não pode deixar de homenagear uma de suas preferidas, motivo de muito orgulho para todos, especialmente para os colaboradores e pacientes da instituição: Dra. Scylla Duarte Prata – a médica ginecologista que sempre esteve à frente do seu tempo. Ela não só criou uma das maiores obras de amor ao próximo da América Latina, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa), como também foi pioneira na prevenção do câncer ginecológico.
Scylla especializou-se em ginecologia por influência de sua principal referência na medicina, o professor Domingos Delascio. Ele era professor universitário, ginecologista conceituado, autor de obras científicas e referência na tradicional Maternidade Matarazzo, Santa Casa de São Paulo e outras instituições da capital, sendo pioneiro em diversas frentes da saúde da mulher.
Enquanto aluna da USP, Delascio foi seu professor e depois de formada se tornou “médica estagiária” da equipe dele. Era considerada uma residente brilhante, muito dedicada e por isso manteve com seu mestre uma relação de amizade, respeito, reciprocidade e gratidão por toda a vida.
Em São Paulo, Scylla atuou como médica do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários de Santos. Trabalhou na Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina, e fez cursos como de aperfeiçoamento de clínica ginecológica, propedêutica obstétrica, patologia obstétrica, pós-graduação de tumores malignos do aparelho genital e participou de congressos.
Para além da obstetrícia e já tendo contato com os estudos do câncer ginecológico, como assistente do Dr. Domingos Delascio, ela aplicava em suas pacientes exames preventivos de lesões cancerígenas, como a colposcopia, a diatermocoagulação e o Papanicolaou. Junto ao professor, ela fazia estudos científicos sobre o câncer uterino e especialmente o câncer de endométrio, sendo pioneira na difusão do exame no interior de São Paulo.
Scylla se especializou ainda mais no câncer ginecológico e, em 1994, com a contribuição de seu marido – que dizia que “a prevenção é o melhor remédio”, ela foi uma professora para a enfermeira Creuza Saure, responsável por colher exames de Papanicolaou em 92% da população barretense com uma bicicleta e uma mesa ginecológica. Juntas, elas agiram por décadas, por idealismo e confiança no projeto do hospital.
Graças à expertise da médica, o HA salva, ainda hoje, milhares de vidas! São quase 63 anos de história e mais de 30 deles realizando um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, que leva saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. Atualmente, a instituição possui 27 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis que rodam o Brasil, na tentativa de reduzir as desigualdades de acesso à saúde e oferecer tratamentos mais efetivos.
Esse tipo câncer é considerado o que apresenta condições mais promissoras para prevenção e controle, com possibilidades, inclusive, de eliminação. Fazem parte do arsenal de enfrentamento, a vacinação contra o vírus HPV (Papilomavírus Humano), cuja infecção persistente é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, outra estratégia, é a detecção precoce de lesões do colo uterino, classificadas como precursoras do câncer e que podem ser tratadas com procedimento simples e alcançar altas taxas de cura.
“Hoje nós temos instrumentos e possibilidades, tanto relacionados à prevenção primária, quanto à prevenção secundária. Eu estou dizendo sobre vacina contra o vírus HPV, que é o vírus que iminentemente causa o câncer do colo uterino entre as mulheres. E em segundo, a prevenção primária, que são os testes que fazem o diagnóstico e o rastreamento, sendo o mais conhecido, o exame de Papanicolaou”, destaca o coordenador médico do programa de prevenção de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio Possati.
• Pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2 anos de idade.
De acordo com o Ministério da Saúde, o exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau, é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Ele ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer do colo do útero e suas lesões precursoras. Quando essas alterações, que antecedem o câncer, são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame regularmente.
Outra medida importante na prevenção do HPV, são os preservativos internos ou externos. Informações do Ministério de Saúde mostram que, “embora seja eficaz na redução do risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST), seu uso não elimina completamente a possibilidade de transmissão do HPV. Isso ocorre porque as lesões podem estar presentes em áreas não cobertas pela camisinha, como a vulva, região pubiana, perineal e bolsa escrotal”. Apesar disso, o uso é extremamente importante parra prevenir possíveis doenças.
Em relação à distribuição geográfica, ele é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (20,48 por 100 mil) e Nordeste (17,59 por 100 mil). Na Região Centro-oeste (16,66 por 100 mil) ocupa a terceira posição; na Região Sul (14,55 por 100 mil), a quarta; e na Região Sudeste (12,93 por 100 mil), a quinta posição.
O caso de sucesso
Ela explica que conheceu o HA quando foi convidada, junto a outras influenciadoras locais, para o lançamento de uma campanha de prevenção em Porto Velho, em 2019. “Fomos para este evento, que foi no Hospital de Amor, no qual a equipe do hospital apresentou dados alarmantes das mulheres da região Norte. Eu lembro que foi bem legal, saiu na mídia, nos jornais, etc. Durante o evento, foi feito uma dinâmica incentivando a gente a levar o maior número de mulheres para fazerem o exame de mamografia, quem levasse mais mulheres se tornaria uma das embaixadoras da unidade. Em seguida, veio a pandemia”, explicou.