No mês conhecido como ‘Julho Verde’ – período em que é realizada a campanha nacional de prevenção contra o câncer de cabeça e pescoço, que visa conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor tem orgulho em compartilhar uma grande conquista! Em 59 anos de história, o HA é reconhecido por sua excelência no tratamento oncológico, oferecendo, gratuitamente, assistência a milhares de pacientes vindos de todas as partes do país. Recentemente, a instituição deu um grande passo ao realizar uma cirurgia de altíssimo grau de complexidade, tecnologia de ponta e envolvimento multidisciplinar – procedimento jamais visto no Sistema Único de Saúde (SUS) – em paciente com câncer considerado ‘inoperável’.
A Ressecção Craniofacial de Exenteração de Órbita Ampliada para a Base do Crânio contou com três meses de planejamento e 22 horas de execução, envolvendo as áreas de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, neurocirurgia, cirurgia crânio maxilo facial, odontologia, oncologia clínica, enfermagem e radioterapia. De acordo com cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato de Castro Capuzzo, essa não foi a primeira vez que o HA realizou esse tipo de cirurgia, mas foi a mais complexa em planejamento e execução. “Esse tipo procedimento só foi possível, porque o hospital permite essa integração multidisciplinar, o que é muito difícil de ser visto em outras instituições, inclusive nas privadas. Utilizamos recursos para tratamento oncológico que são extremamente difíceis de serem executados no SUS, tanto por disponibilidade quanto por questões lógicas”, afirmou.
O jovem paciente Gustavo Henrique de Moraes Porto, de 19 anos, morador de Passos de Minas (MG), está tratando um sarcoma (tumor que começa nos tecidos moles do corpo, como músculos e gordura) e, antes de chegar ao Hospital de Amor, já havia sido submetido a alguns procedimentos em sua cidade. “O tumor deste paciente já tinha sido considerado inoperável em outros hospitais oncológicos. O grande diferencial desta cirurgia foi permitir que uníssemos tantas tecnologias e técnicas complexas em um único caso, para aumentar as chances de cura e minimizar as sequelas ocasionadas por um tratamento tão difícil. Esperamos que este paciente tenha um ótimo progresso e nos auxilie a ajudar muitos outros”, declarou o médico cirurgião plástico e microcirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Cleyton Dias Souza.
Além da remoção do tumor, a cirurgia também trouxe outros benefícios para o paciente. “O objetivo é que ele apresente uma melhora considerável e que a reabilitação permita ele de ter uma vida normal com sua família, sem os estigmas que um tratamento de câncer no rosto acarreta”, finalizou Dr. Capuzzo.
Para Gustavo, a realização da cirurgia foi um marco em sua vida, motivo de alegria e esperança. Atualmente, ele encontra-se em boa evolução pós-operatória e foi liberado para retornar ao seu município, enquanto aguarda para continuar com o tratamento adjuvante (um complemento após o procedimento principal) com radioterapia.
Saiba mais
Assista o programa “Acima de Tudo o Amor”, exibido no último dia 11 de julho, e confira os detalhes dessa cirurgia de sucesso. Acesse o nosso canal do YouTube: youtube.com/hospitaldeamor.
Com o intuito de promover reflexões sobre a temática dos cuidados paliativos e da morte, além de desmistificar os tabus desses assuntos existentes na sociedade, o Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor – que tem o ensino como um dos seus pilares – em parceria com o Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso), realizaram o 7º “Festival Cuidar”.
O evento, que foi encerrado no último dia 30 de junho e aconteceu de maneira totalmente virtual, respeitando as normas de segurança, contou com a participação de 205 estudantes, 50 professores e 10 coordenadores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio das redes escolares pública e privada de Barretos e região. “Diante da realidade que estamos vivendo, trabalhar esse tema com adolescentes nas escolas públicas é uma oportunidade ímpar”, afirmou o coordenador do NEC, Gerson Vieira.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo Cuidados Paliativos é definido como a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, que requer a avaliação e identificação precoce para o tratamento impecável da dor e de outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.
Mesmo com a necessidade da realização em formato digital, a edição foi completa:
• 1ª fase: os estudantes responderam um quiz com 30 questões sobre o tema, divido em três níveis (básico, intermediário e avançado).
• 2ª fase: os estudantes elaboraram vídeos, apresentando o tema de maneira científica, com base no que aprenderam com as questões do quiz e com o material de apoio disponível no ambiente virtual de aprendizagem.
As produções passaram por uma banca avaliadora composta por pesquisadores e especialistas da instituição. De acordo com o diretor de extensão do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, Dr. Vinicius Vazquez, o Festival Cuidar é um momento importante para ensinar e partilhar empatia entre os jovens estudantes, e abrir os olhos sobre o adoecer e o morrer. “Com certeza, o evento é uma oportunidade muito rica e gratificante para todos os participantes”, declarou.
Vencedores
As escolas com equipes vencedoras foram: 1º lugar – E.E. Profª Paulina Nunes de Moraes; 2º lugar – E.M Profº Giuseppe Carmíneo; e 3º lugar – E.E.E.I. Profª Dalva Lellis Garcia Prado. “Foram três escolas premiadas, mas todos ganharam, principalmente a comunidade de Barretos (SP) e região. Tenho certeza de que a mensagem que gostaríamos de passar foi entendida por todos que participaram!”, finalizou o médico paliativista do Hospital São Judas Tadeu, Dr. Luís Fernando Rodrigues.
Os três primeiros colocados foram presenteados com troféu, certificado de participação, ecobag do HA, canetas e um boné. Todos os outros participantes também ganharam certificado.
Confira os vídeos produzidos pelos três vencedores do Festival Cuidar:
O fumo passivo pode aumentar em 30% as chances de desenvolvimento de câncer de pulmão em adultos que nunca fumaram
O dia 31 de maio foi escolhido, em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o “Dia Mundial sem Tabaco”, com objetivo principal de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. E que fumar não faz bem à saúde, não é segredo para ninguém, mas o que muitas pessoas desconhecem, são os prejuízos causados pelo tabagismo passivo. Assim como os fumantes, os indivíduos que convivem regularmente com quem fuma possui mais riscos de desenvolver diversos tipos de cânceres, principalmente o de pulmão, além de doenças respiratórias – contribuindo, inclusive, para o agravamento da COVID-19.
A OMS aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de expostos ao fumo passivo, ou seja, com a inalação de fumaça de derivados do tabaco e/ou as substâncias tóxicas liberadas pelo cigarro. A entidade também afirma que o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, atrás apenas do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
O fumo passivo pode aumentar em 30% as chances de desenvolvimento de câncer de pulmão em adultos que nunca fumaram e, assim como acontece com o fumo ativo, quanto mais longa a duração e maior o nível de exposição a fumaça, maior o risco de desenvolvê-lo, segundo dados da Centers For Disease Controls And Prevention (CDCP). Além das doenças respiratórias, o fumante passivo também se expõe ao risco de ter problemas cardiovasculares, câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero, enfisema pulmonar e bronquite crônica.
Para o médico cirurgião especialista em cabeça e pescoço do Hospital de Amor – Jales, Dr. Filipe Minzon, o tabagismo passivo é fator de risco para todos os tipos de cânceres. Segundo o médico, durante a primeira exposição ao tabaco, o fumante passivo pode apresentar alguns sintomas como irritação na região dos olhos, tosse e sintomas de alergia respiratória. Já a médio e longo prazo, corre-se o risco de desenvolver as mesmas complicações que o fumante de fato, principalmente quando são submetidos a fumaça em locais fechados.
Outra orientação é ficar atento às outras formas de consumo de tabaco, como charutos, cigarros eletrônicos, cachimbos e narguilés, que segundo o médico, são até mais nocivas do que próprio cigarro, pois não possuem filtro. “Fumar narguilé por uma hora, por exemplo, equivale a cerca de 100 cigarros”, afirmou o médico.
Dados do Globocan – Global Cancer Observatory, também apontam que o câncer bucal é considerado um importante problema de saúde pública em todo o mundo. O câncer de lábio, cavidade oral e orofaringe agrupados, foram responsáveis por uma estimativa de 447.751 novos casos e 228.389 mortes por ano.
Para Dr. Filipe, a melhor forma de prevenir o fumo passivo é adotar algumas políticas para ficar longe da fumaça, como por exemplo, pedir para que moradores e visitas fumem apenas do lado de fora, longe de janelas ou portas abertas; remover os cinzeiros de casa; não frequentar lugares onde tenham fumantes e, o mais importante, que encoraje seus familiares próximos para que abandonem o hábito de fumar.
Com a chegada do verão, milhares de pessoas buscam alternativas para se divertirem nas praias, piscinas, parques e outros locais que ficam mais agradáveis quando o dia está bem ensolarado. Isso não é problema, desde que exista prevenção e muito cuidado com a pele, que também deve receber uma atenção especial durante as demais estações.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais frequente da doença no mundo e, no Brasil, onde a instituto estima 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens; e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Ou seja, estes números correspondem a um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.
Diante disso, desde 2012, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove uma campanha nacional voltada ao combate do câncer da pele denominada de “Dezembro Laranja”. De acordo com a médica dermatologista do Hospital de Amor, Dra. Cristiane Botelho Cárcano, “O objetivo desta campanha é incentivar o diagnóstico precoce do câncer de pele e orientar a população quanto as medidas necessárias para evitar este perfil de câncer, enfatizando a importância das medidas de prevenção ao câncer de pele”, esclarece a especialista.
Segundo Cristiane, apenas no Brasil, são cerca de 180 mil novos casos ao ano. E no Hospital de Amor, por ano, cerca de 3.000 pacientes são diagnosticados com câncer de pele. “Além disso, muitos pacientes apresentam vários cânceres de pele e a maioria vai necessitar de seguimento regular com equipe especializada para prevenção de novos tumores, e tratamento precoce dos que surgirem ao longo do tempo”, relata a médica.
A especialista explica que há diversas formas de câncer de pele; os mais comuns são: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Este último é mais raro, porém costuma ter um pior prognóstico, pois é um tipo de câncer que pode ser mais agressivo se não for detectado em estágio inicial. Entretanto, as chances de cura do melanoma são de mais de 90%, quando o diagnóstico é feito em uma fase precoce, antes do surgimento de metástases. Já os cânceres de pele não melanoma, os carcinomas basocelulares e os carcinomas espinocelulares, possuem letalidade baixa, porém, são muito frequentes. Apesar da mortalidade ser baixa, são tumores que podem gerar impacto psicossocial importante e influenciar de forma negativa na qualidade de vida dos pacientes, devido à presença de cicatrizes produzidas em virtude do tratamento.
A dermatologista também esclarece que o câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, por se tratar de um país tropical, com índices de radiação ultravioleta moderado a elevado em várias regiões, o que ocorre praticamente quase o ano todo. “Os gastos com o tratamento do câncer de pele são muito elevados e isto representa um grande problema de saúde pública. Infelizmente, temos observado um aumento do número de casos de câncer de pele a cada ano. Precisamos de políticas de saúde pública voltadas para a prevenção do câncer de pele, focada na educação da população, incluindo crianças e adolescentes, em relação aos hábitos seguros de exposição ao sol”, enfatiza Cristiane, que demonstra uma preocupação com a ausência de ações para evitar este câncer.
Sinais e sintomas
Segundo Cristiane, os sinais e sintomas dos tumores cutâneos são muito variáveis, pois existem diversas tipos de cânceres relacionados à pele. Porém, de uma maneira geral, alguns sinais de alerta para o câncer de pele são: a mudança na aparência de manchas de nascença, o crescimento rápido de alguma pinta ou de uma lesão de pele nova, a mudança na coloração ou na textura de um sinal ou de uma pinta. Além de feridas que sangram e que não cicatrizam também podem ocorrer no câncer de pele. A especialista também esclarece que a radiação ultravioleta presente na luz do sol é a principal causa do câncer de pele. Portanto, evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação ultravioleta são as melhores estratégias para prevenir essa doença. De acordo com a médica, os grupos de maior risco para desenvolver o câncer de pele são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros, ruivos, com olhos claros, as pessoas que trabalham expostas ao sol e aqueles com história familiar de câncer de pele.
Cristiane diz que indivíduos com histórico de queimaduras solares e aquelas que possuem muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados. Ela também enfatiza sobre as principais medidas de proteção: usar chapéus, camisetas, óculos escuros, cobrir as áreas expostas ao sol com roupas apropriadas; evitar a exposição solar entre 10 e 16 horas; usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão.
A profissional esclarece sobre a necessidade de utilizar um protetor solar para proteger contra radiação UVA e UVB, e que tenha um fator de proteção solar (FPS) maior ou igual a 30. “Reaplicar o protetor solar a cada 2 horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Sempre aplique quantidades generosas do filtro solar. Observar regularmente a própria pele à procura de pintas ou sinais suspeitos; manter bebês e crianças protegidos do sol. Os filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses de idade. Sempre procure um médico se você observar qualquer sinal estranho em sua pele (uma ferida que não cicatriza, uma pinta que cresceu, mudou de cor ou de textura, uma ferida que está aumentando de tamanho ou que sangra com muita facilidade)”, diz Cristiane.
Diagnóstico e tratamento
A doutora explica que o exame completo da pele realizado por um médico experiente no diagnóstico do câncer de pele, possibilita a suspeita da doença. Diante disso, o profissional pode fazer este exame usando técnicas de diagnóstico baseadas na avaliação clínica das lesões cutâneas, podendo associar alguns dispositivos para auxiliar neste diagnóstico, como lupas dermatológicas e o dermatoscópio (um aparelho que avalia as estruturas e cores presentes nas camadas da pele de uma determinada lesão). Uma vez que o médico suspeite que câncer de pele, uma biópsia de uma parte da lesão ou da lesão inteira deve ser feita para confirmar o diagnóstico. “Há diversas opções de métodos para o tratamento do câncer de pele. A modalidade escolhida vai variar em virtude de inúmeros fatores, como o perfil de câncer, a extensão da doença, a localização do tumor e as condições clínicas do paciente. Algumas opções de tratamento são a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia, o uso de medicações orais e em forma de cremes. Se diagnosticado e tratado precocemente, o câncer de pele é curável e tem baixa letalidade”, afirma a dermatologista.
Quando questionada sobre uma possível reincidência da doença e o risco à vida, a médica explica que, se o câncer de pele for adequadamente tratado, é raro haver recidiva. “O mais comum é o surgimento de novos cânceres de pele. Uma pessoa que teve um câncer de pele tem uma chance mais elevada de ter outro câncer de pele. E, embora a maioria dos cânceres de pele são curados se diagnosticados e tratados precocemente. Porém, alguns cânceres de pele possuem um comportamento mais agressivo e podem gerar metástases (comprometimento de outros órgãos pelo tumor, além da pele), podendo causar a morte”, finaliza Cristiane.
A pandemia e a necessidade de manter o cuidado
Devido à pandemia da COVID-19, várias consultas foram adiadas e os cuidados com a saúde foram afetados no mundo inteiro. Cristiane explica que “com a pandemia, tivemos que adaptar nosso modelo de assistência médica. Passamos por várias fases. Nos momentos mais críticos, optamos por realizar uma triagem para priorizar os casos que não podiam aguardar, seguindo todas as normas de segurança preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e pela direção do Hospital de Amor. Com o relaxamento das regras de isolamento social, começamos a atender normalmente, mantendo as normas de segurança”.
A médica também declara que houve uma necessidade dos profissionais se capacitarem para melhor atender os pacientes, sempre com muita segurança. “Houve um estímulo ao uso da telemedicina, ou seja, poder fornecer atendimento médico, orientações aos pacientes ou até mesmo monitorar o estado de saúde deles de forma remota. Isso é possível devido ao uso da internet e de plataformas seguras na captação de dados, imagens e vídeos. Criar formas de fornecer assistência médica com qualidade e segurança é o maior desafio atual. Certamente, a telemedicina será uma modalidade de atendimento médico que ganhará cada vez mais destaque daqui para frente. Em relação ao câncer de pele, nós desenvolvemos programas de rastreamento usando a ‘Teledermatologia’. O lado bom da pandemia é que frente às dificuldades, sempre podemos aprender algo novo. Inovação e tecnologia juntas para enfrentar as dificuldades em prol da saúde dos nossos pacientes”, conclui a profissional.
No mês de novembro, entidades do mundo todo promovem a campanha ‘Novembro Azul’. A ação tem como intuito gerar mobilização e conscientização em relação à prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o coordenador da Divisão de Tumores do Trato Genitourinário do Hospital de Amor, Dr. João Neif Antonio Junior, trata-se de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, cujo nome era “Movember”, que é uma junção entre Mustache (‘bigode’ em inglês) e November (‘novembro’ no mesmo idioma ).
João também esclarece que “o mês foi escolhido em referência ao dia 17 de novembro, quando se comemora o ‘Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata’. Diante disso, de maneira simbólica, alguns participantes deixavam o bigode crescer em apoio à causa. E para esclarecer algumas dúvidas sobre este tipo de câncer, diagnóstico, tratamento e alguns mitos associados ao tema, o médico do HA respondeu diversas dúvidas. Confira e saiba mais sobre essa importante campanha de conscientização:
Atualmente, qual é a taxa de incidência de câncer de próstata no Brasil?
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum em homens em todo o mundo, com mais de 1,2 milhão de casos e 358.000 mortes anualmente. Conforme a previsão do INCA, são estimados, só no Brasil, cerca de 65.840 casos novos de câncer de próstata, para cada ano do triênio 2020-2022. Este valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, e a uma proporção de 29,2% de todos os casos de câncer nessa população masculina.
O câncer de próstata é mais comum em qual faixa etária?
O câncer de próstata é raramente diagnosticado antes dos 40 anos, mas a incidência aumenta rapidamente depois disso, atingindo o pico entre as idades de 65 e 74 anos.
Existem fatores de risco para o câncer de próstata? Quais?
Sim, existem fatores de risco relacionados, sendo o aumento da idade o mais importante. Além disso, alguns estudos epidemiológicos têm demostrado que o risco de câncer de próstata é maior em afro-americanos em comparação com outros grupos étnicos, algo que ocorre mais cedo. Fatores genéticos, especialmente mutações germinativas em genes de reparo de DNA, também parecem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de certos cânceres de próstata, e podem estar associados a uma doença de comportamento mais agressivo. Outros fatores, como dieta, níveis hormonais e obesidade, têm sido estudados com o objetivo de desenvolver estratégias para reduzir o risco de câncer de próstata.
Como prevenir este tipo de câncer?
Devido ao fato da causa exata do câncer de próstata não ser conhecida, não se torna possível impedir que o aparecimento da doença ocorra na maior parte dos casos. Além disso, alguns dos importantes fatores de risco tais como idade, raça e histórico familiar também não podem ser controlados. No entanto, existem recomendações extremamente válidas, tais como garantir o controle do peso através de uma dieta saudável (com grande variedade de vegetais e frutas diariamente), e ser fisicamente ativo, por meio de práticas adequadas e regulares de atividades físicas.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?
O câncer de próstata em estágio inicial pode não provocar sintomas. Entretanto, em situações em que a doença está aumentando podem surgir sintomas como alterações na frequência miccional (de urina); fluxo urinário fraco ou interrompido; vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria); presença de sangue na urina ou no sêmen e disfunção erétil.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
Estabelecer o diagnóstico em fase inicial permite tratamentos que proporcionem melhores resultados, o que contribui para maiores chances de cura da doença.
Quais são os exames preventivos mais eficazes?
Os exames preventivos mais eficazes são a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue associado a realização do toque retal.
O câncer de próstata tem cura?
Sim, o câncer de próstata tem cura, principalmente se o diagnóstico for realizado em fases mais iniciais da doença.
Qual é o tratamento indicado para o câncer de próstata detectado precocemente?
Os tratamentos que podem ser indicados em fases mais iniciais são principalmente a retirada cirúrgica da próstata doente; a radioterapia em suas diferentes modalidades e a hormonoterapia, que tem como objetivo diminuir temporariamente os níveis do hormônio testosterona.
Quais são os tipos de tratamentos possíveis nos diagnósticos tardios?
Em fases mais avançadas da doença, também há possibilidade do emprego de medicações de diferentes classes que objetivam a diminuição dos níveis de testosterona, além de outras abordagens terapêuticas, como a quimioterapia.
Devido à pandemia da COVID-19, já é possível perceber algum reflexo nos atendimentos?
Acredito que houve impacto no acesso dos indivíduos aos serviços de saúde, o que influenciou nas possibilidades de diagnóstico precoce e tratamento em fases iniciais das doenças oncológicas. Essa sobrecarga do sistema de saúde devido à pandemia, infelizmente, desalinhou a atenção e o cuidado com a saúde em muitas outras frentes. Aproveito para estimular com que os homens com mais de 50 anos sejam avaliados para o rastreamento do câncer de próstata e acimo de tudo, que todos priorizem a sua saúde, dando a devida importância à alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas e de lazer.
Referência no tratamento oncológico e atuante no trabalho de prevenção do câncer, o Hospital de Amor realiza uma nova conquista: integrar o projeto e implantar a ferramenta SmartDR. A iniciativa é promovida pela startup norte-americana Aquila Med, com sócios brasileiros, Fernando Peixoto e Rodrigo Greco, e tem como objetivo maximizar a produtividade e qualidade do trabalho realizado pela equipe do HA, por meio da ‘dupla leitura’ de 100% dos exames de mamografia, utilizando inteligência artificial (IA) como ferramenta de auxílio. Atingindo mais de 98% de confiança na predição dos resultados benignos de um exame mamográfico, a tecnologia está ancorada em rastreamento por mapa de cor de sensibilidade e especificidade em relação às lesões observadas na imagem, auxiliando no processo de dupla leitura permitindo agilidade na arbitragem dos casos discrepantes entre a leitura humana e da máquina, criação e priorização de filas de trabalho.
Segundo a médica radiologista da instituição, Dra. Silvia Sabino, ‘o termo dupla leitura’ significa que a mamografia é revista por 2 radiologistas de forma independente ou interpretada em conjunto. É uma prática padrão na Europa e obrigatória dentro dos programas de rastreamento mamográficos.
O software SmartDR está em fase de validação no Brasil, nos EUA e na Argentina. Além do HA, existem mais duas instituições no Brasil fazendo uso da plataforma. O Departamento de Prevenção, junto ao Programa de Qualidade Total em Mamografia, coordenado pela Dra. Silvia Sabino, vem ajudando o time da Aquila Med a desenvolver a ferramenta já há mais de ano.
A tecnologia em favor da vida
Dra. Silvia enaltece a grande conquista da instituição, uma vez que esse triunfo pode contribuir para salvar mais vidas, já que antes da implantação da ferramenta, apenas uma fração dos exames realizados tinha a possibilidade de ser revisto, devido à grande demanda. “Atualmente, 100% da produção de mamografias está automaticamente passando pela ferramenta de Inteligência Artificial (IA), promovendo, assim, um aumento de produtividade e qualidade de diagnóstico e redução de carga de trabalho”.
A especialista reforça que o cenário ideal de realização de mamografias de rastreamento, fora o período da pandemia, em média, chegaria a 2.000 mulheres beneficiadas por dia com este novo protocolo. “A AI maximiza a eficiência e qualidade de diagnóstico, agregando valor em cada parte do processo da realização da mamografia”, comenta Rodrigo Greco, CEO da Aquila Med.
A radiologista que atende mulheres vindas de milhares de cidades do Brasil, não contém a emoção ao falar sobre êxito de poder estar à frente de um projeto tão inovador. “As ferramentas de Inteligência Artificial que pareciam uma realidade distante, hoje fazem cada vez mais parte das nossas vidas e rotinas de trabalho, agregando eficiência, agilidade e segurança na tomada de decisão. O que no passado era humanamente impossível de ser realizado, no caso a releitura da totalidade dos nossos exames realizados, dado ao grande volume, hoje, consegue ser feito em ⅓ do tempo permitindo garantir a excelência cada vez maior do serviço prestado pela Fundação Pio XII”, declara Dra. Silvia.
O projeto Conexão Azul Rosa beneficia pacientes com câncer de mama e acompanhantes desde 2017 e, ainda neste ano, alcançará mais 15 mulheres.
Desde 2017, a companhia aérea abraçou a causa do HA e vem desenvolvendo ações que auxiliam as pacientes da instituição e permitem mais qualidade e humanização para o tratamento. Conheça essas ações:
Projeto Conexão Azul Rosa
Por meio dessa iniciativa, a Azul transporta mulheres em qualquer etapa do tratamento de câncer de mama, junto de seus acompanhantes, de qualquer lugar do Brasil, para uma das unidades do Hospital de Amor ou instituições hospitalares mais próximas de onde elas residem. Ao longo de quatro anos de existência, o projeto já beneficiou 105 mulheres com a doação de passagens para que elas, sempre junto de seus acompanhantes, possam se deslocar para realizar as cirurgias e procedimentos com mais conforto, rapidez e carinho nesse momento tão delicado da vida. Para este ano, ainda estão previstas a inclusão de mais 15 mulheres na ação.
TudoAzul no Hospital de Amor
Após o sucesso da ação que acarretou a doação de cerca de 10 milhões de pontos TudoAzul para o Hospital de Amor em 2019, a partir deste ano a instituição passa a fazer parte do programa de fidelidade da Azul como parceiro social.
“Com isso, os Clientes poderão reverter seus pontos, a partir do mês de outubro, em prol do projeto Conexão Azul Rosa, para que mais mulheres com câncer de mama possam voar e realizar seus tratamentos com conforto e tranquilidade”, afirma Camila Almeida, diretora de pessoas da Azul.
Você também pode doar seus pontos para o Hospital de Amor, acessando o link: bit.ly/azulpontos ou escaneando este QR Code.
Concurso de cartas inspiradoras: viagens como prêmios
Neste ano, acontecerá a terceira edição do concurso de cartas para estimular que mulheres em fase de final de tratamento no Hospital de Amor ou que venceram o câncer de mama compartilhem palavras de apoio e incentivo àquelas que iniciaram recentemente o tratamento da doença. As três melhores serão premiadas com pacotes de viagem domésticos da Azul Viagens, a operadora de turismo da Azul, com direito à acompanhante.
Azul mais Rosa
Durante todo o mês de outubro, a Azul será Rosa por meio de várias outras ações. Uma delas, inédita para a campanha e especial para celebrar os 10 anos de engajamento da empresa na luta contra o câncer de mama, é a reversão de parte da receita acumulada na venda do Espaço Azul, algumas fileiras com mais espaço para as pernas na dianteira da aeronave, em créditos para o Projeto Conexão Azul Rosa, incentivando ainda mais o aumento do número de mulheres transportadas para realizarem seus tratamentos nas unidades do Hospital de Amor.
Para a diretora de Pessoas da Azul, Camila Almeida, o balanço positivo de 10 anos da campanha do Outubro Rosa da empresa mostra o empenho da companhia em avançar cada vez mais no trabalho de levar informação sobre a doença. “Chegar a esse marco de uma década contando com grandes parceiros, ações relevantes que impactam nossas tripulantes e clientes, mostram nosso compromisso cada vez maior com a causa. A cada ano, incrementamos mais ações e alçamos um voo ainda maior nessa luta contra o câncer de mama junto com a sociedade”.
Já para a médica radiologista do Instituto de Prevenção e coordenadora do Programa de Qualidade Total em Mamografia, Dra. Silvia Sabino, a parceria entre o Hospital de Amor e a Azul está sendo essencial para que o HA possa oferecer o que há de melhor para as pacientes com câncer de mama. “Estamos propiciando acesso ao melhor tratamento com conforto, humanização e amor em todos os momentos, e encurtando as distancias entre suas casas e os centros que oferecem toda a infraestrutura necessária. Para algumas mulheres, o projeto Conexão Azul Rosa significou uma mudança completa da história natural do câncer de mama, propiciando a dignidade no tratamento e até mesmo a cura”.
Unir o bem-estar e a prevenção foi uma das propostas do Hospital de Amor para a campanha do Outubro Rosa deste ano. Com a pandemia da COVID-19, muitas das palestras e eventos que seriam realizados neste período do ano, foram cancelados. Com isso, por iniciativa das unidades de Fernandópolis (SP) e Jales (SP), o HA abraçou a ideia de uma ação virtual de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama aliada à prática de atividade física, um fator importante para prevenção da doença.
COMO SE CONECTAR
A participação na ação é muito fácil: a pessoa precisa vestir uma camiseta rosa, publicar nos seus stories do Instagram algum momento realizando uma atividade física, dentro ou fora de casa, e marcar o perfil ‘@hospitaldeamor’. O post poderá aparecer nos stories da instituição.
É importante fazer a marcação do perfil corretamente e marcar apenas o perfil oficial. Para que o hospital consiga ver o Story, é necessário que o seu perfil esteja público quando você compartilhar. Outra dica: é importante respeitar as orientações de distanciamento social e uso de máscara se estiver em lugares de maior circulação.
MADRINHA
Para representar a mobilização, o Hospital convidou uma pessoa muito especial. A atleta e enfermeira, Juliana Petini, que tem tudo a ver com esta ação. Ela já sentiu na pele a angústia de descobrir e passar pelo tratamento do câncer de mama. Seu diagnóstico foi realizado no Instituto de Prevenção do HA, em Fernandópolis (SP), cidade onde reside, e seu tratamento foi realizado na unidade de Jales (SP) da instituição. “Quando recebi o convite para ser madrinha desta ação, eu fiquei muito feliz, porque é algo que eu realmente acredito e que transformou minha vida. Se você tem a oportunidade de ter uma vida mais saudável e de se cuidar enquanto é tempo, então faça, não deixe o tempo passar…”, relatou.
Atualmente, Juliana segue em acompanhamento e se diz muito grata pela oportunidade de receber o tratamento que recebeu.
ATIVIDADE FÍSICA E O CÂNCER DE MAMA
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diversos os fatores causadores de câncer de mama. Entre eles, está o sedentarismo, ou seja, a inatividade física. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como: praticar atividade física, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
O cirurgião oncológico responsável da HA Jales, Dr. André Silveira, reforça que o exercício físico atua na prevenção do câncer de diversas formas. “Os principais fatores que contribuem para esse resultado positivo são: redução da gordura corporal, melhora no sistema imunológico, controle dos níveis de insulina e redução do quadro inflamatório”, explica.
PREVENÇÃO
A prevenção do câncer de mama não deve acontecer só em outubro. Segundo a responsável técnica da unidade de Fernandópolis, Tânia Lourenço, mulheres com idade de 40 a 69 anos, devem procurar o posto de saúde mais próximo de sua casa para realizar seu exame de mamografia. “Mulheres, com a faixa etária de 40 a 49 anos, devem realizar a mamografia com periodicidade de 12 meses; e as de 50 a 69 anos, no período de 24 meses”, explicou a enfermeira.
NÚMEROS DO CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas do Globocan (2018), foram estimados 2,1 milhões de casos novos de câncer e 626 mil óbitos pela doença.
No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2020 são de 66.280 casos novos, o que representa 29,7% dos cânceres em mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Em 2018, ocorreram 17.763 mortes, sendo 17.572 mulheres e 189 homens por câncer de mama no país.
O Hospital de Amor, que há quase quatro meses precisou interromper as atividades de 15 das suas 18 unidades voltadas para prevenção de câncer em todo o país, por conta da pandemia do novo coronavírus, acaba de criar um protocolo para retomada gradual dos atendimentos, respeitando não apenas a necessidade no retorno dos exames preventivos oferecidos, mas também garantindo a segurança de pacientes e profissionais de saúde a partir dos cenários locais frente à pandemia.
De acordo com a médica radiologista do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Sílvia Sabino, o protocolo é resultado de uma ação conjunta de profissionais de diversos setores da instituição e da Dra. Selma Bauab, da Clínica MamaImagem, com o suporte do Colégio Brasileiro de Radiologia e do instituto holandês The Dutch Nacional Expert and Training Center for Breast Cancer Screening (LRCB), além da participação de profissionais parceiros do Canadá e Reino Unido que disponibilizaram suas próprias orientações de retomada.
A médica explica que a urgência em reabrir as unidades leva em consideração o volume de exames realizados por mês pelo HA antes da pandemia, que chegava a 20 mil no total, e o tempo que pode demorar para acomodar a fila de pacientes que se formou com a paralisação, um número estimado, até o momento, em 80 mil pessoas. “Nós temos um problema muito grande, pois, com certeza, teremos um atraso em termos de diagnóstico”, ressalta.
O protocolo do HA ditará regras de biossegurança para todas as unidades e irá se basear no risco de desenvolvimento de câncer dos pacientes para organizar a prioridade no atendimento, acolhendo, em um primeiro momento, pacientes com resultados de exames anteriores com alto risco de câncer e pacientes com mutação genética; depois, pacientes com risco intermediário e, por último, os indivíduos para realização de rastreamento em geral. Para nortear as ações e processos necessários, foram criados vários documentos e materiais de orientação, incluindo um vídeo, folders, banners e guias rápidos, a fim de reforçar as informações e minimizar o risco de contaminação, garantindo a segurança de todos os envolvidos.
Com unidades espalhadas por diversas regiões do Brasil, houve também a preocupação com as realidades locais frente à pandemia. “Então, criamos uma ferramenta, que está dentro da plataforma RedCap (utilizada para gestão de dados na instituição), a qual todas as unidades têm acesso por meio de um profissional responsável cadastrado; por lá, são inseridos alguns dados da situação local, como o número de casos diagnosticados internados, números de leitos de UTI e enfermaria ocupados e disponíveis, além da capacidade de atendimento que a unidade tinha antes da pandemia”, detalha Dra. Silvia. Segundo ela, automaticamente a ferramenta calcula em que fase da pandemia a unidade está, qual o risco de contaminação e qual é a porcentagem de funcionamento com que a unidade pode trabalhar, determinando, inclusive, o número máximo de atendimentos permitidos por dia.
Futuramente, quando forem retomados os atendimentos de rastreamento populacional de baixo risco, uma nova ferramenta será incorporada ao protocolo. Resultado de uma parceria com o Massachusetts General Hospital de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Instituto Protea, o dispositivo utilizará inteligência artificial para estabelecer a prioridade no atendimento, a fim de reduzir o impacto que poderia ser causado por diagnósticos tardios.
Um consórcio científico internacional, que contou com a participação do Hospital de Amor e outras instituições brasileiras, americanas e europeias, apresentou os resultados de uma pesquisa que mostra a descoberta de uma mutação genética que pode explicar o porquê de alguns indivíduos terem um risco maior de desenvolver câncer.
O estudo inédito, publicado na Science Advances – uma das revistas científicas mais conceituadas de todo o mundo – que tem como primeira autora a bióloga e pesquisadora brasileira do St. Jude Children’s Research Hospital, Dra. Emilia Modolo Pinto, mostra que pessoas com a mutação R337H no gene TP53, já associada ao desenvolvimento de alguns tumores, podem apresentar uma outra mutação em um segundo gene, denominado XAF1, também transmitida hereditariamente. A pesquisa mostra também que é a presença ou não dessa segunda mutação que define o risco de câncer entre os portadores da R337H.
A pesquisa partiu do intrigante cenário brasileiro, onde portadores da mutação R337H no gene TP53 podem passar a vida sem desenvolver nenhum tumor; outros, apresentando uma forma de câncer; ou, ainda, existindo a associação a casos de uma mesma família com muitos indivíduos com câncer. “Essa variabilidade de apresentação clínica não poderia ser explicada apenas pela R337H. Outro fator genético ou ambiental (ou ambos) deveria estar presente. Então, nesse estudo foi determinado que 69% dos indivíduos que nascem com a mutação R337H do gene TP53 também nascem com a variante E134* no gene XAF1”, conta a pesquisadora.
Em um esforço colaborativo e multidisciplinar, diversas instituições brasileiras enviaram DNA genômico de pacientes com câncer e membros familiares com a mutação R337H. No total, foram estudadas 203 famílias com pelo menos um caso de câncer, das quais 53 fazem o acompanhamento oncogenético no Hospital de Amor, em Barretos (SP). O trabalho também incluiu estudos de laboratório com uso de tecnologias de ponta. “Nesse estudo, estamos mostrando que a presença da mutação R337H, associada à mutação do XAF1 (portanto, mutações em dois genes supressores tumorais), está aumentada nos pacientes com câncer, em particular, nos que apresentavam sarcoma ou naqueles pacientes que tiveram mais de um tumor”, explica.
Até o momento, a presença de duas mutações tão próximas, modulando o risco de câncer nunca havia sido reportada. Segundo a Dra. Emilia Modolo Pinto, a R337H acomete um em cada 300 indivíduos do Sul e do Sudeste do Brasil, mas já é observada com certa relevância em outras regiões do país e até em outros países, por conta do deslocamento natural dessas pessoas. “Nesse trabalho, estamos mostrando que o risco de câncer é maior para quem herda as duas mutações, se comparado com indivíduos que são portadores apenas da R337H”. A pesquisadora explica também que, na prática clínica, ainda é muito cedo para mudanças de protocolo e manejo, mas o rastreamento para as duas mutações deve ser incorporado enquanto se aprofunda o conhecimento sobre o papel dessas duas mutações no acometimento de câncer.
Para o médico geneticista do departamento de oncogenética do HA, que participou do estudo, Dr. Henrique Galvão, esta descoberta contribui para um rastreamento mais preciso entre os portadores da R337H. “Com os resultados do estudo, vamos continuar o trabalho de acompanhamento e incluir o gene XAF1 na prática clínica, com impacto financeiro mínimo para a entidade”. O Hospital de Amor é a única instituição no Brasil que faz o acompanhamento oncogenético de forma gratuita a pacientes e seus familiares. Segundo o geneticista, com os resultados, há a possibilidade de avanço em outros estudos para definir protocolos diferenciados, para os pacientes com e sem a mutação no gene XAF1.
Além do Dr. Henrique Galvão, também contribuíram para o estudo a Dra. Edenir Inez Palmero, docente do programa de pós-graduação em oncologia do hospital, e as discentes do programa de pós-graduação em nível de doutorado da instituição, Cíntia Regina Niederauer Ramos e Sahlua Miguel Volc.
No mês conhecido como ‘Julho Verde’ – período em que é realizada a campanha nacional de prevenção contra o câncer de cabeça e pescoço, que visa conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor tem orgulho em compartilhar uma grande conquista! Em 59 anos de história, o HA é reconhecido por sua excelência no tratamento oncológico, oferecendo, gratuitamente, assistência a milhares de pacientes vindos de todas as partes do país. Recentemente, a instituição deu um grande passo ao realizar uma cirurgia de altíssimo grau de complexidade, tecnologia de ponta e envolvimento multidisciplinar – procedimento jamais visto no Sistema Único de Saúde (SUS) – em paciente com câncer considerado ‘inoperável’.
A Ressecção Craniofacial de Exenteração de Órbita Ampliada para a Base do Crânio contou com três meses de planejamento e 22 horas de execução, envolvendo as áreas de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, neurocirurgia, cirurgia crânio maxilo facial, odontologia, oncologia clínica, enfermagem e radioterapia. De acordo com cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato de Castro Capuzzo, essa não foi a primeira vez que o HA realizou esse tipo de cirurgia, mas foi a mais complexa em planejamento e execução. “Esse tipo procedimento só foi possível, porque o hospital permite essa integração multidisciplinar, o que é muito difícil de ser visto em outras instituições, inclusive nas privadas. Utilizamos recursos para tratamento oncológico que são extremamente difíceis de serem executados no SUS, tanto por disponibilidade quanto por questões lógicas”, afirmou.
O jovem paciente Gustavo Henrique de Moraes Porto, de 19 anos, morador de Passos de Minas (MG), está tratando um sarcoma (tumor que começa nos tecidos moles do corpo, como músculos e gordura) e, antes de chegar ao Hospital de Amor, já havia sido submetido a alguns procedimentos em sua cidade. “O tumor deste paciente já tinha sido considerado inoperável em outros hospitais oncológicos. O grande diferencial desta cirurgia foi permitir que uníssemos tantas tecnologias e técnicas complexas em um único caso, para aumentar as chances de cura e minimizar as sequelas ocasionadas por um tratamento tão difícil. Esperamos que este paciente tenha um ótimo progresso e nos auxilie a ajudar muitos outros”, declarou o médico cirurgião plástico e microcirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Cleyton Dias Souza.
Além da remoção do tumor, a cirurgia também trouxe outros benefícios para o paciente. “O objetivo é que ele apresente uma melhora considerável e que a reabilitação permita ele de ter uma vida normal com sua família, sem os estigmas que um tratamento de câncer no rosto acarreta”, finalizou Dr. Capuzzo.
Para Gustavo, a realização da cirurgia foi um marco em sua vida, motivo de alegria e esperança. Atualmente, ele encontra-se em boa evolução pós-operatória e foi liberado para retornar ao seu município, enquanto aguarda para continuar com o tratamento adjuvante (um complemento após o procedimento principal) com radioterapia.
Saiba mais
Assista o programa “Acima de Tudo o Amor”, exibido no último dia 11 de julho, e confira os detalhes dessa cirurgia de sucesso. Acesse o nosso canal do YouTube: youtube.com/hospitaldeamor.
Com o intuito de promover reflexões sobre a temática dos cuidados paliativos e da morte, além de desmistificar os tabus desses assuntos existentes na sociedade, o Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor – que tem o ensino como um dos seus pilares – em parceria com o Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso), realizaram o 7º “Festival Cuidar”.
O evento, que foi encerrado no último dia 30 de junho e aconteceu de maneira totalmente virtual, respeitando as normas de segurança, contou com a participação de 205 estudantes, 50 professores e 10 coordenadores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio das redes escolares pública e privada de Barretos e região. “Diante da realidade que estamos vivendo, trabalhar esse tema com adolescentes nas escolas públicas é uma oportunidade ímpar”, afirmou o coordenador do NEC, Gerson Vieira.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo Cuidados Paliativos é definido como a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, que requer a avaliação e identificação precoce para o tratamento impecável da dor e de outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.
Mesmo com a necessidade da realização em formato digital, a edição foi completa:
• 1ª fase: os estudantes responderam um quiz com 30 questões sobre o tema, divido em três níveis (básico, intermediário e avançado).
• 2ª fase: os estudantes elaboraram vídeos, apresentando o tema de maneira científica, com base no que aprenderam com as questões do quiz e com o material de apoio disponível no ambiente virtual de aprendizagem.
As produções passaram por uma banca avaliadora composta por pesquisadores e especialistas da instituição. De acordo com o diretor de extensão do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, Dr. Vinicius Vazquez, o Festival Cuidar é um momento importante para ensinar e partilhar empatia entre os jovens estudantes, e abrir os olhos sobre o adoecer e o morrer. “Com certeza, o evento é uma oportunidade muito rica e gratificante para todos os participantes”, declarou.
Vencedores
As escolas com equipes vencedoras foram: 1º lugar – E.E. Profª Paulina Nunes de Moraes; 2º lugar – E.M Profº Giuseppe Carmíneo; e 3º lugar – E.E.E.I. Profª Dalva Lellis Garcia Prado. “Foram três escolas premiadas, mas todos ganharam, principalmente a comunidade de Barretos (SP) e região. Tenho certeza de que a mensagem que gostaríamos de passar foi entendida por todos que participaram!”, finalizou o médico paliativista do Hospital São Judas Tadeu, Dr. Luís Fernando Rodrigues.
Os três primeiros colocados foram presenteados com troféu, certificado de participação, ecobag do HA, canetas e um boné. Todos os outros participantes também ganharam certificado.
Confira os vídeos produzidos pelos três vencedores do Festival Cuidar:
O fumo passivo pode aumentar em 30% as chances de desenvolvimento de câncer de pulmão em adultos que nunca fumaram
O dia 31 de maio foi escolhido, em 1987, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como o “Dia Mundial sem Tabaco”, com objetivo principal de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. E que fumar não faz bem à saúde, não é segredo para ninguém, mas o que muitas pessoas desconhecem, são os prejuízos causados pelo tabagismo passivo. Assim como os fumantes, os indivíduos que convivem regularmente com quem fuma possui mais riscos de desenvolver diversos tipos de cânceres, principalmente o de pulmão, além de doenças respiratórias – contribuindo, inclusive, para o agravamento da COVID-19.
A OMS aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de expostos ao fumo passivo, ou seja, com a inalação de fumaça de derivados do tabaco e/ou as substâncias tóxicas liberadas pelo cigarro. A entidade também afirma que o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, atrás apenas do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
O fumo passivo pode aumentar em 30% as chances de desenvolvimento de câncer de pulmão em adultos que nunca fumaram e, assim como acontece com o fumo ativo, quanto mais longa a duração e maior o nível de exposição a fumaça, maior o risco de desenvolvê-lo, segundo dados da Centers For Disease Controls And Prevention (CDCP). Além das doenças respiratórias, o fumante passivo também se expõe ao risco de ter problemas cardiovasculares, câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero, enfisema pulmonar e bronquite crônica.
Para o médico cirurgião especialista em cabeça e pescoço do Hospital de Amor – Jales, Dr. Filipe Minzon, o tabagismo passivo é fator de risco para todos os tipos de cânceres. Segundo o médico, durante a primeira exposição ao tabaco, o fumante passivo pode apresentar alguns sintomas como irritação na região dos olhos, tosse e sintomas de alergia respiratória. Já a médio e longo prazo, corre-se o risco de desenvolver as mesmas complicações que o fumante de fato, principalmente quando são submetidos a fumaça em locais fechados.
Outra orientação é ficar atento às outras formas de consumo de tabaco, como charutos, cigarros eletrônicos, cachimbos e narguilés, que segundo o médico, são até mais nocivas do que próprio cigarro, pois não possuem filtro. “Fumar narguilé por uma hora, por exemplo, equivale a cerca de 100 cigarros”, afirmou o médico.
Dados do Globocan – Global Cancer Observatory, também apontam que o câncer bucal é considerado um importante problema de saúde pública em todo o mundo. O câncer de lábio, cavidade oral e orofaringe agrupados, foram responsáveis por uma estimativa de 447.751 novos casos e 228.389 mortes por ano.
Para Dr. Filipe, a melhor forma de prevenir o fumo passivo é adotar algumas políticas para ficar longe da fumaça, como por exemplo, pedir para que moradores e visitas fumem apenas do lado de fora, longe de janelas ou portas abertas; remover os cinzeiros de casa; não frequentar lugares onde tenham fumantes e, o mais importante, que encoraje seus familiares próximos para que abandonem o hábito de fumar.
Com a chegada do verão, milhares de pessoas buscam alternativas para se divertirem nas praias, piscinas, parques e outros locais que ficam mais agradáveis quando o dia está bem ensolarado. Isso não é problema, desde que exista prevenção e muito cuidado com a pele, que também deve receber uma atenção especial durante as demais estações.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais frequente da doença no mundo e, no Brasil, onde a instituto estima 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens; e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Ou seja, estes números correspondem a um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.
Diante disso, desde 2012, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove uma campanha nacional voltada ao combate do câncer da pele denominada de “Dezembro Laranja”. De acordo com a médica dermatologista do Hospital de Amor, Dra. Cristiane Botelho Cárcano, “O objetivo desta campanha é incentivar o diagnóstico precoce do câncer de pele e orientar a população quanto as medidas necessárias para evitar este perfil de câncer, enfatizando a importância das medidas de prevenção ao câncer de pele”, esclarece a especialista.
Segundo Cristiane, apenas no Brasil, são cerca de 180 mil novos casos ao ano. E no Hospital de Amor, por ano, cerca de 3.000 pacientes são diagnosticados com câncer de pele. “Além disso, muitos pacientes apresentam vários cânceres de pele e a maioria vai necessitar de seguimento regular com equipe especializada para prevenção de novos tumores, e tratamento precoce dos que surgirem ao longo do tempo”, relata a médica.
A especialista explica que há diversas formas de câncer de pele; os mais comuns são: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Este último é mais raro, porém costuma ter um pior prognóstico, pois é um tipo de câncer que pode ser mais agressivo se não for detectado em estágio inicial. Entretanto, as chances de cura do melanoma são de mais de 90%, quando o diagnóstico é feito em uma fase precoce, antes do surgimento de metástases. Já os cânceres de pele não melanoma, os carcinomas basocelulares e os carcinomas espinocelulares, possuem letalidade baixa, porém, são muito frequentes. Apesar da mortalidade ser baixa, são tumores que podem gerar impacto psicossocial importante e influenciar de forma negativa na qualidade de vida dos pacientes, devido à presença de cicatrizes produzidas em virtude do tratamento.
A dermatologista também esclarece que o câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, por se tratar de um país tropical, com índices de radiação ultravioleta moderado a elevado em várias regiões, o que ocorre praticamente quase o ano todo. “Os gastos com o tratamento do câncer de pele são muito elevados e isto representa um grande problema de saúde pública. Infelizmente, temos observado um aumento do número de casos de câncer de pele a cada ano. Precisamos de políticas de saúde pública voltadas para a prevenção do câncer de pele, focada na educação da população, incluindo crianças e adolescentes, em relação aos hábitos seguros de exposição ao sol”, enfatiza Cristiane, que demonstra uma preocupação com a ausência de ações para evitar este câncer.
Sinais e sintomas
Segundo Cristiane, os sinais e sintomas dos tumores cutâneos são muito variáveis, pois existem diversas tipos de cânceres relacionados à pele. Porém, de uma maneira geral, alguns sinais de alerta para o câncer de pele são: a mudança na aparência de manchas de nascença, o crescimento rápido de alguma pinta ou de uma lesão de pele nova, a mudança na coloração ou na textura de um sinal ou de uma pinta. Além de feridas que sangram e que não cicatrizam também podem ocorrer no câncer de pele. A especialista também esclarece que a radiação ultravioleta presente na luz do sol é a principal causa do câncer de pele. Portanto, evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação ultravioleta são as melhores estratégias para prevenir essa doença. De acordo com a médica, os grupos de maior risco para desenvolver o câncer de pele são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros, ruivos, com olhos claros, as pessoas que trabalham expostas ao sol e aqueles com história familiar de câncer de pele.
Cristiane diz que indivíduos com histórico de queimaduras solares e aquelas que possuem muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados. Ela também enfatiza sobre as principais medidas de proteção: usar chapéus, camisetas, óculos escuros, cobrir as áreas expostas ao sol com roupas apropriadas; evitar a exposição solar entre 10 e 16 horas; usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão.
A profissional esclarece sobre a necessidade de utilizar um protetor solar para proteger contra radiação UVA e UVB, e que tenha um fator de proteção solar (FPS) maior ou igual a 30. “Reaplicar o protetor solar a cada 2 horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Sempre aplique quantidades generosas do filtro solar. Observar regularmente a própria pele à procura de pintas ou sinais suspeitos; manter bebês e crianças protegidos do sol. Os filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses de idade. Sempre procure um médico se você observar qualquer sinal estranho em sua pele (uma ferida que não cicatriza, uma pinta que cresceu, mudou de cor ou de textura, uma ferida que está aumentando de tamanho ou que sangra com muita facilidade)”, diz Cristiane.
Diagnóstico e tratamento
A doutora explica que o exame completo da pele realizado por um médico experiente no diagnóstico do câncer de pele, possibilita a suspeita da doença. Diante disso, o profissional pode fazer este exame usando técnicas de diagnóstico baseadas na avaliação clínica das lesões cutâneas, podendo associar alguns dispositivos para auxiliar neste diagnóstico, como lupas dermatológicas e o dermatoscópio (um aparelho que avalia as estruturas e cores presentes nas camadas da pele de uma determinada lesão). Uma vez que o médico suspeite que câncer de pele, uma biópsia de uma parte da lesão ou da lesão inteira deve ser feita para confirmar o diagnóstico. “Há diversas opções de métodos para o tratamento do câncer de pele. A modalidade escolhida vai variar em virtude de inúmeros fatores, como o perfil de câncer, a extensão da doença, a localização do tumor e as condições clínicas do paciente. Algumas opções de tratamento são a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia, o uso de medicações orais e em forma de cremes. Se diagnosticado e tratado precocemente, o câncer de pele é curável e tem baixa letalidade”, afirma a dermatologista.
Quando questionada sobre uma possível reincidência da doença e o risco à vida, a médica explica que, se o câncer de pele for adequadamente tratado, é raro haver recidiva. “O mais comum é o surgimento de novos cânceres de pele. Uma pessoa que teve um câncer de pele tem uma chance mais elevada de ter outro câncer de pele. E, embora a maioria dos cânceres de pele são curados se diagnosticados e tratados precocemente. Porém, alguns cânceres de pele possuem um comportamento mais agressivo e podem gerar metástases (comprometimento de outros órgãos pelo tumor, além da pele), podendo causar a morte”, finaliza Cristiane.
A pandemia e a necessidade de manter o cuidado
Devido à pandemia da COVID-19, várias consultas foram adiadas e os cuidados com a saúde foram afetados no mundo inteiro. Cristiane explica que “com a pandemia, tivemos que adaptar nosso modelo de assistência médica. Passamos por várias fases. Nos momentos mais críticos, optamos por realizar uma triagem para priorizar os casos que não podiam aguardar, seguindo todas as normas de segurança preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e pela direção do Hospital de Amor. Com o relaxamento das regras de isolamento social, começamos a atender normalmente, mantendo as normas de segurança”.
A médica também declara que houve uma necessidade dos profissionais se capacitarem para melhor atender os pacientes, sempre com muita segurança. “Houve um estímulo ao uso da telemedicina, ou seja, poder fornecer atendimento médico, orientações aos pacientes ou até mesmo monitorar o estado de saúde deles de forma remota. Isso é possível devido ao uso da internet e de plataformas seguras na captação de dados, imagens e vídeos. Criar formas de fornecer assistência médica com qualidade e segurança é o maior desafio atual. Certamente, a telemedicina será uma modalidade de atendimento médico que ganhará cada vez mais destaque daqui para frente. Em relação ao câncer de pele, nós desenvolvemos programas de rastreamento usando a ‘Teledermatologia’. O lado bom da pandemia é que frente às dificuldades, sempre podemos aprender algo novo. Inovação e tecnologia juntas para enfrentar as dificuldades em prol da saúde dos nossos pacientes”, conclui a profissional.
No mês de novembro, entidades do mundo todo promovem a campanha ‘Novembro Azul’. A ação tem como intuito gerar mobilização e conscientização em relação à prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o coordenador da Divisão de Tumores do Trato Genitourinário do Hospital de Amor, Dr. João Neif Antonio Junior, trata-se de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, cujo nome era “Movember”, que é uma junção entre Mustache (‘bigode’ em inglês) e November (‘novembro’ no mesmo idioma ).
João também esclarece que “o mês foi escolhido em referência ao dia 17 de novembro, quando se comemora o ‘Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata’. Diante disso, de maneira simbólica, alguns participantes deixavam o bigode crescer em apoio à causa. E para esclarecer algumas dúvidas sobre este tipo de câncer, diagnóstico, tratamento e alguns mitos associados ao tema, o médico do HA respondeu diversas dúvidas. Confira e saiba mais sobre essa importante campanha de conscientização:
Atualmente, qual é a taxa de incidência de câncer de próstata no Brasil?
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum em homens em todo o mundo, com mais de 1,2 milhão de casos e 358.000 mortes anualmente. Conforme a previsão do INCA, são estimados, só no Brasil, cerca de 65.840 casos novos de câncer de próstata, para cada ano do triênio 2020-2022. Este valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, e a uma proporção de 29,2% de todos os casos de câncer nessa população masculina.
O câncer de próstata é mais comum em qual faixa etária?
O câncer de próstata é raramente diagnosticado antes dos 40 anos, mas a incidência aumenta rapidamente depois disso, atingindo o pico entre as idades de 65 e 74 anos.
Existem fatores de risco para o câncer de próstata? Quais?
Sim, existem fatores de risco relacionados, sendo o aumento da idade o mais importante. Além disso, alguns estudos epidemiológicos têm demostrado que o risco de câncer de próstata é maior em afro-americanos em comparação com outros grupos étnicos, algo que ocorre mais cedo. Fatores genéticos, especialmente mutações germinativas em genes de reparo de DNA, também parecem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de certos cânceres de próstata, e podem estar associados a uma doença de comportamento mais agressivo. Outros fatores, como dieta, níveis hormonais e obesidade, têm sido estudados com o objetivo de desenvolver estratégias para reduzir o risco de câncer de próstata.
Como prevenir este tipo de câncer?
Devido ao fato da causa exata do câncer de próstata não ser conhecida, não se torna possível impedir que o aparecimento da doença ocorra na maior parte dos casos. Além disso, alguns dos importantes fatores de risco tais como idade, raça e histórico familiar também não podem ser controlados. No entanto, existem recomendações extremamente válidas, tais como garantir o controle do peso através de uma dieta saudável (com grande variedade de vegetais e frutas diariamente), e ser fisicamente ativo, por meio de práticas adequadas e regulares de atividades físicas.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?
O câncer de próstata em estágio inicial pode não provocar sintomas. Entretanto, em situações em que a doença está aumentando podem surgir sintomas como alterações na frequência miccional (de urina); fluxo urinário fraco ou interrompido; vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria); presença de sangue na urina ou no sêmen e disfunção erétil.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
Estabelecer o diagnóstico em fase inicial permite tratamentos que proporcionem melhores resultados, o que contribui para maiores chances de cura da doença.
Quais são os exames preventivos mais eficazes?
Os exames preventivos mais eficazes são a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue associado a realização do toque retal.
O câncer de próstata tem cura?
Sim, o câncer de próstata tem cura, principalmente se o diagnóstico for realizado em fases mais iniciais da doença.
Qual é o tratamento indicado para o câncer de próstata detectado precocemente?
Os tratamentos que podem ser indicados em fases mais iniciais são principalmente a retirada cirúrgica da próstata doente; a radioterapia em suas diferentes modalidades e a hormonoterapia, que tem como objetivo diminuir temporariamente os níveis do hormônio testosterona.
Quais são os tipos de tratamentos possíveis nos diagnósticos tardios?
Em fases mais avançadas da doença, também há possibilidade do emprego de medicações de diferentes classes que objetivam a diminuição dos níveis de testosterona, além de outras abordagens terapêuticas, como a quimioterapia.
Devido à pandemia da COVID-19, já é possível perceber algum reflexo nos atendimentos?
Acredito que houve impacto no acesso dos indivíduos aos serviços de saúde, o que influenciou nas possibilidades de diagnóstico precoce e tratamento em fases iniciais das doenças oncológicas. Essa sobrecarga do sistema de saúde devido à pandemia, infelizmente, desalinhou a atenção e o cuidado com a saúde em muitas outras frentes. Aproveito para estimular com que os homens com mais de 50 anos sejam avaliados para o rastreamento do câncer de próstata e acimo de tudo, que todos priorizem a sua saúde, dando a devida importância à alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas e de lazer.
Referência no tratamento oncológico e atuante no trabalho de prevenção do câncer, o Hospital de Amor realiza uma nova conquista: integrar o projeto e implantar a ferramenta SmartDR. A iniciativa é promovida pela startup norte-americana Aquila Med, com sócios brasileiros, Fernando Peixoto e Rodrigo Greco, e tem como objetivo maximizar a produtividade e qualidade do trabalho realizado pela equipe do HA, por meio da ‘dupla leitura’ de 100% dos exames de mamografia, utilizando inteligência artificial (IA) como ferramenta de auxílio. Atingindo mais de 98% de confiança na predição dos resultados benignos de um exame mamográfico, a tecnologia está ancorada em rastreamento por mapa de cor de sensibilidade e especificidade em relação às lesões observadas na imagem, auxiliando no processo de dupla leitura permitindo agilidade na arbitragem dos casos discrepantes entre a leitura humana e da máquina, criação e priorização de filas de trabalho.
Segundo a médica radiologista da instituição, Dra. Silvia Sabino, ‘o termo dupla leitura’ significa que a mamografia é revista por 2 radiologistas de forma independente ou interpretada em conjunto. É uma prática padrão na Europa e obrigatória dentro dos programas de rastreamento mamográficos.
O software SmartDR está em fase de validação no Brasil, nos EUA e na Argentina. Além do HA, existem mais duas instituições no Brasil fazendo uso da plataforma. O Departamento de Prevenção, junto ao Programa de Qualidade Total em Mamografia, coordenado pela Dra. Silvia Sabino, vem ajudando o time da Aquila Med a desenvolver a ferramenta já há mais de ano.
A tecnologia em favor da vida
Dra. Silvia enaltece a grande conquista da instituição, uma vez que esse triunfo pode contribuir para salvar mais vidas, já que antes da implantação da ferramenta, apenas uma fração dos exames realizados tinha a possibilidade de ser revisto, devido à grande demanda. “Atualmente, 100% da produção de mamografias está automaticamente passando pela ferramenta de Inteligência Artificial (IA), promovendo, assim, um aumento de produtividade e qualidade de diagnóstico e redução de carga de trabalho”.
A especialista reforça que o cenário ideal de realização de mamografias de rastreamento, fora o período da pandemia, em média, chegaria a 2.000 mulheres beneficiadas por dia com este novo protocolo. “A AI maximiza a eficiência e qualidade de diagnóstico, agregando valor em cada parte do processo da realização da mamografia”, comenta Rodrigo Greco, CEO da Aquila Med.
A radiologista que atende mulheres vindas de milhares de cidades do Brasil, não contém a emoção ao falar sobre êxito de poder estar à frente de um projeto tão inovador. “As ferramentas de Inteligência Artificial que pareciam uma realidade distante, hoje fazem cada vez mais parte das nossas vidas e rotinas de trabalho, agregando eficiência, agilidade e segurança na tomada de decisão. O que no passado era humanamente impossível de ser realizado, no caso a releitura da totalidade dos nossos exames realizados, dado ao grande volume, hoje, consegue ser feito em ⅓ do tempo permitindo garantir a excelência cada vez maior do serviço prestado pela Fundação Pio XII”, declara Dra. Silvia.
O projeto Conexão Azul Rosa beneficia pacientes com câncer de mama e acompanhantes desde 2017 e, ainda neste ano, alcançará mais 15 mulheres.
Desde 2017, a companhia aérea abraçou a causa do HA e vem desenvolvendo ações que auxiliam as pacientes da instituição e permitem mais qualidade e humanização para o tratamento. Conheça essas ações:
Projeto Conexão Azul Rosa
Por meio dessa iniciativa, a Azul transporta mulheres em qualquer etapa do tratamento de câncer de mama, junto de seus acompanhantes, de qualquer lugar do Brasil, para uma das unidades do Hospital de Amor ou instituições hospitalares mais próximas de onde elas residem. Ao longo de quatro anos de existência, o projeto já beneficiou 105 mulheres com a doação de passagens para que elas, sempre junto de seus acompanhantes, possam se deslocar para realizar as cirurgias e procedimentos com mais conforto, rapidez e carinho nesse momento tão delicado da vida. Para este ano, ainda estão previstas a inclusão de mais 15 mulheres na ação.
TudoAzul no Hospital de Amor
Após o sucesso da ação que acarretou a doação de cerca de 10 milhões de pontos TudoAzul para o Hospital de Amor em 2019, a partir deste ano a instituição passa a fazer parte do programa de fidelidade da Azul como parceiro social.
“Com isso, os Clientes poderão reverter seus pontos, a partir do mês de outubro, em prol do projeto Conexão Azul Rosa, para que mais mulheres com câncer de mama possam voar e realizar seus tratamentos com conforto e tranquilidade”, afirma Camila Almeida, diretora de pessoas da Azul.
Você também pode doar seus pontos para o Hospital de Amor, acessando o link: bit.ly/azulpontos ou escaneando este QR Code.
Concurso de cartas inspiradoras: viagens como prêmios
Neste ano, acontecerá a terceira edição do concurso de cartas para estimular que mulheres em fase de final de tratamento no Hospital de Amor ou que venceram o câncer de mama compartilhem palavras de apoio e incentivo àquelas que iniciaram recentemente o tratamento da doença. As três melhores serão premiadas com pacotes de viagem domésticos da Azul Viagens, a operadora de turismo da Azul, com direito à acompanhante.
Azul mais Rosa
Durante todo o mês de outubro, a Azul será Rosa por meio de várias outras ações. Uma delas, inédita para a campanha e especial para celebrar os 10 anos de engajamento da empresa na luta contra o câncer de mama, é a reversão de parte da receita acumulada na venda do Espaço Azul, algumas fileiras com mais espaço para as pernas na dianteira da aeronave, em créditos para o Projeto Conexão Azul Rosa, incentivando ainda mais o aumento do número de mulheres transportadas para realizarem seus tratamentos nas unidades do Hospital de Amor.
Para a diretora de Pessoas da Azul, Camila Almeida, o balanço positivo de 10 anos da campanha do Outubro Rosa da empresa mostra o empenho da companhia em avançar cada vez mais no trabalho de levar informação sobre a doença. “Chegar a esse marco de uma década contando com grandes parceiros, ações relevantes que impactam nossas tripulantes e clientes, mostram nosso compromisso cada vez maior com a causa. A cada ano, incrementamos mais ações e alçamos um voo ainda maior nessa luta contra o câncer de mama junto com a sociedade”.
Já para a médica radiologista do Instituto de Prevenção e coordenadora do Programa de Qualidade Total em Mamografia, Dra. Silvia Sabino, a parceria entre o Hospital de Amor e a Azul está sendo essencial para que o HA possa oferecer o que há de melhor para as pacientes com câncer de mama. “Estamos propiciando acesso ao melhor tratamento com conforto, humanização e amor em todos os momentos, e encurtando as distancias entre suas casas e os centros que oferecem toda a infraestrutura necessária. Para algumas mulheres, o projeto Conexão Azul Rosa significou uma mudança completa da história natural do câncer de mama, propiciando a dignidade no tratamento e até mesmo a cura”.
Unir o bem-estar e a prevenção foi uma das propostas do Hospital de Amor para a campanha do Outubro Rosa deste ano. Com a pandemia da COVID-19, muitas das palestras e eventos que seriam realizados neste período do ano, foram cancelados. Com isso, por iniciativa das unidades de Fernandópolis (SP) e Jales (SP), o HA abraçou a ideia de uma ação virtual de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama aliada à prática de atividade física, um fator importante para prevenção da doença.
COMO SE CONECTAR
A participação na ação é muito fácil: a pessoa precisa vestir uma camiseta rosa, publicar nos seus stories do Instagram algum momento realizando uma atividade física, dentro ou fora de casa, e marcar o perfil ‘@hospitaldeamor’. O post poderá aparecer nos stories da instituição.
É importante fazer a marcação do perfil corretamente e marcar apenas o perfil oficial. Para que o hospital consiga ver o Story, é necessário que o seu perfil esteja público quando você compartilhar. Outra dica: é importante respeitar as orientações de distanciamento social e uso de máscara se estiver em lugares de maior circulação.
MADRINHA
Para representar a mobilização, o Hospital convidou uma pessoa muito especial. A atleta e enfermeira, Juliana Petini, que tem tudo a ver com esta ação. Ela já sentiu na pele a angústia de descobrir e passar pelo tratamento do câncer de mama. Seu diagnóstico foi realizado no Instituto de Prevenção do HA, em Fernandópolis (SP), cidade onde reside, e seu tratamento foi realizado na unidade de Jales (SP) da instituição. “Quando recebi o convite para ser madrinha desta ação, eu fiquei muito feliz, porque é algo que eu realmente acredito e que transformou minha vida. Se você tem a oportunidade de ter uma vida mais saudável e de se cuidar enquanto é tempo, então faça, não deixe o tempo passar…”, relatou.
Atualmente, Juliana segue em acompanhamento e se diz muito grata pela oportunidade de receber o tratamento que recebeu.
ATIVIDADE FÍSICA E O CÂNCER DE MAMA
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diversos os fatores causadores de câncer de mama. Entre eles, está o sedentarismo, ou seja, a inatividade física. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como: praticar atividade física, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
O cirurgião oncológico responsável da HA Jales, Dr. André Silveira, reforça que o exercício físico atua na prevenção do câncer de diversas formas. “Os principais fatores que contribuem para esse resultado positivo são: redução da gordura corporal, melhora no sistema imunológico, controle dos níveis de insulina e redução do quadro inflamatório”, explica.
PREVENÇÃO
A prevenção do câncer de mama não deve acontecer só em outubro. Segundo a responsável técnica da unidade de Fernandópolis, Tânia Lourenço, mulheres com idade de 40 a 69 anos, devem procurar o posto de saúde mais próximo de sua casa para realizar seu exame de mamografia. “Mulheres, com a faixa etária de 40 a 49 anos, devem realizar a mamografia com periodicidade de 12 meses; e as de 50 a 69 anos, no período de 24 meses”, explicou a enfermeira.
NÚMEROS DO CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas do Globocan (2018), foram estimados 2,1 milhões de casos novos de câncer e 626 mil óbitos pela doença.
No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2020 são de 66.280 casos novos, o que representa 29,7% dos cânceres em mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Em 2018, ocorreram 17.763 mortes, sendo 17.572 mulheres e 189 homens por câncer de mama no país.
O Hospital de Amor, que há quase quatro meses precisou interromper as atividades de 15 das suas 18 unidades voltadas para prevenção de câncer em todo o país, por conta da pandemia do novo coronavírus, acaba de criar um protocolo para retomada gradual dos atendimentos, respeitando não apenas a necessidade no retorno dos exames preventivos oferecidos, mas também garantindo a segurança de pacientes e profissionais de saúde a partir dos cenários locais frente à pandemia.
De acordo com a médica radiologista do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Sílvia Sabino, o protocolo é resultado de uma ação conjunta de profissionais de diversos setores da instituição e da Dra. Selma Bauab, da Clínica MamaImagem, com o suporte do Colégio Brasileiro de Radiologia e do instituto holandês The Dutch Nacional Expert and Training Center for Breast Cancer Screening (LRCB), além da participação de profissionais parceiros do Canadá e Reino Unido que disponibilizaram suas próprias orientações de retomada.
A médica explica que a urgência em reabrir as unidades leva em consideração o volume de exames realizados por mês pelo HA antes da pandemia, que chegava a 20 mil no total, e o tempo que pode demorar para acomodar a fila de pacientes que se formou com a paralisação, um número estimado, até o momento, em 80 mil pessoas. “Nós temos um problema muito grande, pois, com certeza, teremos um atraso em termos de diagnóstico”, ressalta.
O protocolo do HA ditará regras de biossegurança para todas as unidades e irá se basear no risco de desenvolvimento de câncer dos pacientes para organizar a prioridade no atendimento, acolhendo, em um primeiro momento, pacientes com resultados de exames anteriores com alto risco de câncer e pacientes com mutação genética; depois, pacientes com risco intermediário e, por último, os indivíduos para realização de rastreamento em geral. Para nortear as ações e processos necessários, foram criados vários documentos e materiais de orientação, incluindo um vídeo, folders, banners e guias rápidos, a fim de reforçar as informações e minimizar o risco de contaminação, garantindo a segurança de todos os envolvidos.
Com unidades espalhadas por diversas regiões do Brasil, houve também a preocupação com as realidades locais frente à pandemia. “Então, criamos uma ferramenta, que está dentro da plataforma RedCap (utilizada para gestão de dados na instituição), a qual todas as unidades têm acesso por meio de um profissional responsável cadastrado; por lá, são inseridos alguns dados da situação local, como o número de casos diagnosticados internados, números de leitos de UTI e enfermaria ocupados e disponíveis, além da capacidade de atendimento que a unidade tinha antes da pandemia”, detalha Dra. Silvia. Segundo ela, automaticamente a ferramenta calcula em que fase da pandemia a unidade está, qual o risco de contaminação e qual é a porcentagem de funcionamento com que a unidade pode trabalhar, determinando, inclusive, o número máximo de atendimentos permitidos por dia.
Futuramente, quando forem retomados os atendimentos de rastreamento populacional de baixo risco, uma nova ferramenta será incorporada ao protocolo. Resultado de uma parceria com o Massachusetts General Hospital de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Instituto Protea, o dispositivo utilizará inteligência artificial para estabelecer a prioridade no atendimento, a fim de reduzir o impacto que poderia ser causado por diagnósticos tardios.
Um consórcio científico internacional, que contou com a participação do Hospital de Amor e outras instituições brasileiras, americanas e europeias, apresentou os resultados de uma pesquisa que mostra a descoberta de uma mutação genética que pode explicar o porquê de alguns indivíduos terem um risco maior de desenvolver câncer.
O estudo inédito, publicado na Science Advances – uma das revistas científicas mais conceituadas de todo o mundo – que tem como primeira autora a bióloga e pesquisadora brasileira do St. Jude Children’s Research Hospital, Dra. Emilia Modolo Pinto, mostra que pessoas com a mutação R337H no gene TP53, já associada ao desenvolvimento de alguns tumores, podem apresentar uma outra mutação em um segundo gene, denominado XAF1, também transmitida hereditariamente. A pesquisa mostra também que é a presença ou não dessa segunda mutação que define o risco de câncer entre os portadores da R337H.
A pesquisa partiu do intrigante cenário brasileiro, onde portadores da mutação R337H no gene TP53 podem passar a vida sem desenvolver nenhum tumor; outros, apresentando uma forma de câncer; ou, ainda, existindo a associação a casos de uma mesma família com muitos indivíduos com câncer. “Essa variabilidade de apresentação clínica não poderia ser explicada apenas pela R337H. Outro fator genético ou ambiental (ou ambos) deveria estar presente. Então, nesse estudo foi determinado que 69% dos indivíduos que nascem com a mutação R337H do gene TP53 também nascem com a variante E134* no gene XAF1”, conta a pesquisadora.
Em um esforço colaborativo e multidisciplinar, diversas instituições brasileiras enviaram DNA genômico de pacientes com câncer e membros familiares com a mutação R337H. No total, foram estudadas 203 famílias com pelo menos um caso de câncer, das quais 53 fazem o acompanhamento oncogenético no Hospital de Amor, em Barretos (SP). O trabalho também incluiu estudos de laboratório com uso de tecnologias de ponta. “Nesse estudo, estamos mostrando que a presença da mutação R337H, associada à mutação do XAF1 (portanto, mutações em dois genes supressores tumorais), está aumentada nos pacientes com câncer, em particular, nos que apresentavam sarcoma ou naqueles pacientes que tiveram mais de um tumor”, explica.
Até o momento, a presença de duas mutações tão próximas, modulando o risco de câncer nunca havia sido reportada. Segundo a Dra. Emilia Modolo Pinto, a R337H acomete um em cada 300 indivíduos do Sul e do Sudeste do Brasil, mas já é observada com certa relevância em outras regiões do país e até em outros países, por conta do deslocamento natural dessas pessoas. “Nesse trabalho, estamos mostrando que o risco de câncer é maior para quem herda as duas mutações, se comparado com indivíduos que são portadores apenas da R337H”. A pesquisadora explica também que, na prática clínica, ainda é muito cedo para mudanças de protocolo e manejo, mas o rastreamento para as duas mutações deve ser incorporado enquanto se aprofunda o conhecimento sobre o papel dessas duas mutações no acometimento de câncer.
Para o médico geneticista do departamento de oncogenética do HA, que participou do estudo, Dr. Henrique Galvão, esta descoberta contribui para um rastreamento mais preciso entre os portadores da R337H. “Com os resultados do estudo, vamos continuar o trabalho de acompanhamento e incluir o gene XAF1 na prática clínica, com impacto financeiro mínimo para a entidade”. O Hospital de Amor é a única instituição no Brasil que faz o acompanhamento oncogenético de forma gratuita a pacientes e seus familiares. Segundo o geneticista, com os resultados, há a possibilidade de avanço em outros estudos para definir protocolos diferenciados, para os pacientes com e sem a mutação no gene XAF1.
Além do Dr. Henrique Galvão, também contribuíram para o estudo a Dra. Edenir Inez Palmero, docente do programa de pós-graduação em oncologia do hospital, e as discentes do programa de pós-graduação em nível de doutorado da instituição, Cíntia Regina Niederauer Ramos e Sahlua Miguel Volc.