Já é tradição e faz parte do calendário do Hospital de Amor a realização do “Encontro Nacional de Coordenadores”. A 21ª edição do evento, que aconteceu dia 27 de outubro, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata, em Barretos (SP), reuniu mais de 1.100 pessoas que desempenham um trabalho árduo em seus municípios, de maneira gratuita, por uma única causa: ajudar o HA a salvar vidas!
Esse é um dos momentos mais esperados pelos “coordenadores voluntários de eventos”. Neste encontro, que visa integrar os voluntários de todo o Brasil que realizam ações em prol da entidade, eles têm a oportunidade de comemorar as conquistas alcançadas ao longo do ano, além de compartilhar metas e desafios para 2019.
O evento contou com palestras ministradas pelo presidente da instituição, Henrique Prata, e pelo gerente de captação de recursos, Luiz Antônio Zardini. Os dois ressaltaram a importância do trabalho desenvolvido pelos coordenadores, na tentativa de diminuir o alto déficit mensal do hospital e melhorar, ainda mais, os atendimentos de excelência oferecidos aos pacientes. Os participantes também ganharam espaço para expor suas dúvidas e ideias, além de partilhar as dificuldades e alegrias.
De acordo com o gerente de captação de recursos, o Encontro Nacional de Coordenadores é uma forma de agradecer todas essas pessoas que atuam unicamente por amor ao próximo. “Eles são responsáveis por 2/3 de todas as receitas do Hospital. É um trabalho fundamental e muito amoroso. É gratificante ver a cumplicidade deles com a instituição e, sem dúvidas, é isso que mantém as portas abertas, oferecendo assistência e tratamento de qualidade”, afirmou Zardini.
Exemplos de solidariedade
Há 28 anos, a tocantinense Nilar Martins perdeu o pai por conta de um câncer. Sem conhecer o HA e impossibilitada de oferecer a ele um tratamento digno e de qualidade, ela decidiu abraçar a causa e ajudar outras pessoas. Há 3 anos, tornou-se coordenadora voluntária de Araguaína (TO) e passou a desenvolver um trabalho maravilhoso em prol da instituição. Nem os milhares de quilômetros de distância a impediram de participar do encontro.
“O primeiro motivo para me tornar coordenadora voluntária foi a oportunidade de ajudar pessoas. O segundo foi o fato de eu ter perdido meu pai por conta dessa doença que ainda mata tanta gente. E o terceiro é porque se trata de uma obra abençoada, que nos gratifica muito, enriquece a alma e transmite paz. É muito importante participar desse evento, afinal, como eu vou transmitir essa mensagem à população do meu estado, sem conhecer o trabalho desenvolvido pelo Hospital, me reciclar e acompanhar as novidades? Esses 1.700 km não são nada perto do conhecimento que eu estou levando para o meu Tocantins. É muito especial ser voluntária!”, declarou.
Otávio Fernandes também conheceu o Hospital de Amor por conta do pai. Após acompanhar seu tratamento e cura do câncer de próstata, ele sentiu que devia fazer algo para retribuir. “Eu pensei: o que eu posso fazer para agradecer esse hospital pelo atendimento oferecido ao meu pai. Hoje, já são 8 anos nessa estrada, trabalhando voluntariamente por amor. E eu não me canso! Comecei sozinho e agora conto com uma equipe de mais de 100 pessoas. É uma honra muito grande poder trabalhar em favor desse lugar abençoado”, finalizou o coordenador voluntário de eventos de Onda Verde (SP).
Os interessados em se tornar ‘coordenadores voluntários de eventos’ do Hospital de Amor podem encaminhar um e-mail para zardini@hcancerbarretos.com.br ou através do telefone (17) 3321-6607.
Assim como acontece durante outros meses do ano, especialmente em outubro com as inúmeras mobilizações de conscientização a respeito do câncer de mama, em novembro, a sociedade também se reúne com o intuito de conscientizar os homens a respeito da prevenção do câncer de próstata – doença mais comum e a segunda com maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Além da prevenção, o mês também chama a atenção à saúde do homem como um todo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que são estimados 68.220 novos casos em 2018 no Brasil, sendo esse o tipo de câncer mais incidente nos homens (exceto o câncer de pele não melanoma), em todas as regiões do país. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (conhecido por Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Para falar mais sobre o assunto e esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, o Hospital de Amor fez uma entrevista especial com o especialista. Confira:
1 – Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?
R.: É realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso haja diagnóstico positivo, o paciente é encaminhando para iniciar o tratamento. Em caso negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
2 – Por que o homem não pode deixar de realizar os exames preventivos?
R.: Basicamente, pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintomas em fases iniciais. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor está crescendo na próstata desse homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, fazemos um diagnóstico tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, já extrapolou e deu metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, nós não conseguimos curar o paciente, mas sim paliativar os sintomas. A importância da detecção precoce é não esperar os sinais aparecerem para correr atrás do prejuízo. É de extrema importância que a doença não seja detectada quando estiver em estágios graves.
3 – Qual é o público-alvo da campanha?
R.: Homens, a partir dos 50 anos de idade, na população geral. E homens da raça negra ou que tenham histórico familiar de câncer de próstata, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
4 – Como é possível prevenir a doença?
R.: As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde será realizado, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
5 – Quais ações o HA irá realizar referentes ao Novembro Azul?
R.: O Instituto de Prevenção do HA já realiza um trabalho contínuo com as carretas que percorrem o país inteiro oferecendo exames de PSA e toque para esse público. O departamento de urologia também irá realizar palestras nas recepções da instituição, em clubes de serviços da cidade, como Rotary Club e Maçonarias, e divulgação em jornais e rádios locais, durante todo o mês de novembro. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de próstata.
6 – O público masculino está se preocupando com a saúde?
R.: Graças às mobilizações de campanhas como o Novembro Azul e aos programas de rastreamento, percebemos nitidamente uma diminuição da mortalidade do câncer de próstata. Atualmente, os homens estão mais preocupados com a saúde e em evitar doenças potencialmente mais graves (diferente do que víamos há 10 ou 15 anos, quando existia uma grande resistência e preconceito em relação ao exame de toque). É por isso que damos tanta importância às campanhas! Elas devem continuar e incentivar, cada vez mais, os homens.
Desde maio de 2017, o Instituto de Prevenção do Hospital de Amor vem desenvolvendo um estudo que identifica o DNA do papilomavírus humano, o HPV – apontado como a principal causa do câncer de colo de útero.
De acordo com o ginecologista do Instituto de Prevenção do HA, Dr. Júlio César Possati Resende, embora o exame molecular seja conhecido no meio médico, mesmo não sendo aplicado em larga escala no Sistema Único de Saúde (SUS), o que motivou a equipe do HA iniciar o projeto é o fato do câncer de colo de útero ainda estar entre os mais frequentes entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro que mais atinge mulheres no país.
Ao utilizar a pesquisa de base populacional, o objetivo principal do estudo é comprovar a eficiência do exame, avaliando o novo modelo de rastreamento para o câncer de colo de útero, utilizando testes moleculares para detecção de infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Ou seja, o propósito é realizar o diagnóstico precoce de lesões que tenham potencial de se transformarem em câncer do colo uterino no futuro.
O projeto também está levantando indicadores que medirão o custo efetivo desse modelo de rastreamento, atualmente adotado entre toda população brasileira, o que poderá contribuir para melhorias e a otimização desse rastreamento. “Nós vamos avaliar a questão de custo e efetividade e o impacto orçamentário que isso pode ter, caso ele seja implementado pelo Ministério da Saúde”, afirma o especialista.
Segundo Possati, como o exame Papanicolaou (citologia cervical) é utilizado como teste para a realização de triagem de casos de risco câncer, pode apresentar algumas limitações. O exame molecular pode contribuir significativamente com um diagnóstico mais funcional, já que apresenta uma eficácia de até 90% (na citologia cervical, é de 60%). “O importante é fazer a detecção das lesões precursoras em que se consegue, após um simples tratamento, evitar que essas mulheres desenvolvam o câncer depois de um período de 10 a 15 anos de evolução, além de proporcionar mais agilidade nos processos laboratoriais e reprodutibilidade dos resultados que são automatizados”, ressalta o médico.
A auxiliar de limpeza, Renata Cristina Luis, de 33 anos, relata que sempre realizou seus exames preventivos com regularidade, principalmente, porque possui histórico de câncer na família. Ao fazer seu exame de rotina, Renata foi convidada pela equipe do HA para participar do projeto e fazer o exame molecular, o que contribuiu para a descoberta de feridas em seu útero. “Participar deste projeto foi muito importante. Já era tarde quando a minha irmã descobriu o câncer e, infelizmente, ela perdeu a mama. Se eu não tivesse descoberto a ferida com a ajuda desse exame, provavelmente, eu corria o risco de perder o útero”.
Mesmo sentindo dores, a paciente nunca desconfiou que pudesse haver algo de errado. De acordo com o Dr. Possati, o exame molecular foi fundamental para a descoberta da ferida no útero de Renata, já que a pequena lesão poderia contribuir para o surgimento da doença em um período de 10 anos. Após o diagnóstico, Renata passou pelo procedimento cirúrgico de remoção da ferida. A técnica adotada foi um sucesso.
Até o momento, mais de 5 mil pessoas participaram da pesquisa que visa examinar 27 mil mulheres de todo o país, até maio de 2022.
De acordo como ginecologista do Hospital de Amor, de 7 a 8% das mulheres testadas, com idade superior a 30 anos, apresentaram infecção pelo HPV. Todas são convidadas para os exames complementares mais detalhados. O rastreamento ocorre graças aos recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas (SP), que também apoia outros projetos da instituição.
Exame molecular
A enfermeira e pesquisadora do HA, Livia Loami de Paula, esclarece que independentemente da mulher ter uma vida sexual ativa ou não, ela sempre deve realizar exames preventivos. “As células estão em constante renovação. Durante esse processo, se há algum problema com a renovação das células, há o risco do câncer ocorrer”, ressalta Lívia.
A pesquisadora também esclarece que o exame molecular não pode ser realizado por todas as mulheres. Para participar do projeto, alguns critérios são exigidos e alguns pontos devem ser considerados:
– Mulheres grávidas ou sem útero NÃO podem participar da pesquisa.
– Mulheres com idade entre 25 e 30 anos também não devem fazem o exame . Abaixo dos 30, a chance é maior de se ter o vírus. No entanto, o sistema imune consegue combatê-lo, como um vírus de gripe, por exemplo.
– O Ministério da Saúde preconiza a realização do exame de Papanicolaou, portanto, mulheres com idade entre 25 a 64 anos devem sempre realizar o exame.
– Ainda não há exames para identificar o vírus nos homens, embora, eles possam passar a vida toda com o vírus sem saber do mesmo. No caso deles, podem surgir verrugas nos órgãos sexuais. Caso isso ocorra, é importante sempre visitar um médico especialista para investigar o aparecimento das mesmas, pois outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) também podem surgir.
HPV – A importância da prevenção
De acordo com a pesquisadora e bioquímica do Hospital de Amor, Cristina Mendes de Oliveira, dos 200 tipos de HPV já descobertos, cerca de 40 deles infectam a região anogenital e 12 são classificados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), como de alto risco oncogênico.
A pesquisadora afirma ainda que o HPV pode contribuir para o aparecimento de alguns tumores malignos, sendo o responsável pelo desenvolvimento de quase 100% dos tumores no colo uterino, além de contribuir para o surgimento dos casos de carcinomas de cabeça e pescoço, vulva, vagina, ânus e pênis, e para a evolução de lesões benignas, como verrugas cutâneas e genitais.
Embora o HPV seja um vírus com alto potencial para desenvolver algumas doenças, a maioria das infecções ocasionadas pelo vírus são assintomáticas e acabam sendo resolvidas pelo sistema imune. Caso ocorra a persistência da infecção no indivíduo, o mesmo corre o risco de desenvolver câncer.
A transmissão do vírus HPV ocorre através de relações sexuais. Vale ressaltar que o HPV não é transmitido ao compartilhar banheiro público, piscina ou roupas. O vírus fica “escondido” e não há sintomas aparentes que podem alarmar a mulher, já que na maioria das vezes não há dor ou corrimento. Caso o vírus já tenha causado lesões, podem haver cólicas e sangramentos.
O vírus não é identificado por exame de sangue e também não tem cura, somente acompanhamento médico. Por esse motivo, o exame molecular é muito importante para evitar a possibilidade do surgimento do câncer, já que o mesmo consegue detectá-lo. O procedimento de coleta deste exame é semelhante à coleta do Papanicolaou.
Atualmente, duas vacinas estão disponíveis para impedir a infecção pelo HPV. O conteúdo é constituído por partículas que se assemelham às partículas virais e são formadas por uma proteína do papilomavírus humano, sendo consideradas seguras pelo fato de não serem infecciosas. O Programa Nacional de Imunizações do Governo Federal incluiu a vacina contra o HPV em seu calendário de vacinação. O objetivo é vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos contra o vírus, supondo que jovens dessa faixa etária ainda não tenham iniciado atividades sexuais. Para que a imunização ocorra, são necessárias duas doses da vacina, sendo que a segunda dose deve ocorrer 6 meses após a primeira aplicação.
Viver o processo de alguma perda torna-se menos difícil quando é possível encontrar apoio e conforto. O luto é o tempo necessário para a mente entender o sentimento de perda que o coração já sente e, na medida em que é compartilhado, passa a ser uma fase mais leve, menos dolorida. Foi o que as pessoas que perderam algum ente querido nos últimos 12 meses encontraram no dia 29 de setembro, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata. A 3ª edição do “Outono em Cores”, evento realizado pelo Hospital São Judas Tadeu – a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor – reuniu mais de 80 pessoas, que tiveram a oportunidade de participar de dinâmicas e de um bate-papo com os profissionais da instituição.
O projeto, que surgiu em 2014 com o objetivo de reunir familiares na tentativa de gerar a troca de experiências entre eles, reforçando os vínculos durante o processo de luto, nasceu a partir de uma conversa entre a equipe do hospital, que identificou a necessidade de oferecer atenção às famílias que sofriam com as perdas. “Esse é um momento em que as pessoas se sentem muito solitárias e, quando elas se encontram com outras que estão passando ou que passaram pelo mesmo sentimento, elas compartilham essa dor, tornando a caminhada menos dolorida. Aqui, eles encontram tanto acolhimento que acabam se sentindo à vontade. Cria-se uma rede de ajuda para o enfrentamento desse processo tão doloroso, mas que faz parte da vida”, afirmou a médica assistente da unidade e uma das idealizadoras do projeto, Dra. Michelle Uchida.
Durante o emocionante encontro, os participantes se dividiram em 11 grupos separados por cores. No centro das rodas, haviam flores coloridas: à medida em que as pessoas iam contando suas experiências, expondo suas dores e dividindo suas angústias, elas as seguravam. No final, entregavam a outro participante que viveu uma situação semelhante, para que ele também tivesse espaço de expor esses sentimentos. Enquanto isso, os colaboradores do Hospital São Judas Tadeu participavam da dinâmica, ouvindo as histórias e dando apoio a essas famílias.
“A intenção é compartilhar dor e carinho! Queremos que essas pessoas se abram para a vida e sigam com esse ente querido dentro de seus corações. Convidamos essas pessoas para ver se elas estão bem e para que saiam daqui refletindo que estão passando por uma fase delicada, mas que devem olhar significativamente para essa dor, pois ela precisa ser vivida”, contou a psicóloga do Hospital de Amor, Mariana Paschoal.
Ao final do evento, foi impossível não se emocionar: as famílias soltaram balões coloridos com mensagens repletas de saudade, na tentativa de “liberar” aquela angústia vivida e trazer um novo ciclo para suas vidas. “Mais um ano nós estamos muito contentes com a aceitação das famílias, pois nós fazemos o convite para o evento e, sem receios, eles percorrem longas distâncias para estarem aqui e viver esses momentos junto a nós”, declarou Dra. Michelle.
Para Fábio Marques, de Matão (SP), participar do “Outono em Cores” vai além de dividir dores e encontrar carinho. É uma forma de gratidão pelo tratamento que o sogro recebeu nos quase 30 dias em que esteve no Hospital. “Eu não podia deixar de vir e agradecer ao Hospital por tudo o que fizeram pelo meu sogro no pouco tempo em que ele ficou por lá. O evento é uma iniciativa maravilhosa, pois é um momento em que a gente vê que a nossa dor não é maior do que a do outro, pois ele também sofre pela falta de alguém. A gente enxerga que não estamos sozinhos nessa caminhada dolorosa”, relatou.
A advogada Ivanielda Castro, de Itumbiara (GO), sentiu-se lisonjeada ao receber o convite do Hospital e percebeu a necessidade de participar. “Esse encontro é como uma terapia em grupo: você expõe seus sentimentos e parece que vai aceitando melhor o luto. Fiquei maravilhada com cada história que ouvi. Foi importante perceber que existem perdas tão dolorosas quanto a nossa”, finalizou.
Outono em Cores
O nome do evento foi escolhido para fazer alusão ao tempo em que os familiares demoram para progredir em relação à dor da perda, uma vez que, após a estação do outono, a primavera traz uma nova energia, através da chegada das flores e suas cores.
Levar a conscientização sobre o diagnóstico precoce e sobre a importância do exame de mamografia é o principal objetivo da campanha “Outubro Rosa” – movimento que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. A mobilização, que teve início nos Estados Unidos, na década de 1990, com algumas ações isoladas, chegou ao congresso americano e conquistou a aprovação de uma lei que tornaria outubro como o mês nacional de prevenção à doença.
Atualmente, a ação acontece em vários países ao redor do mundo e, para despertar a atenção das pessoas, em especial, das mulheres, monumentos (como Torre Eiffel e Cristo Redentor), praças públicas, igrejas e estabelecimentos comerciais são iluminados por luzes rosas.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tumor maligno mais frequente entre as mulheres no mundo. Para o Brasil, estimam-se 59.700 novos casos de câncer de mama para cada ano do biênio 2018/2019. Além disso, a cada semana, um novo caso de câncer será descoberto em uma mulher que não sente absolutamente nada. Está aí a grande importância de se atentar aos exames preventivos.
Para falar sobre o assunto e esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, o Hospital de Amor entrevistou a médica radiologista do Instituto de Prevenção, Dra. Silvia Sabino. Confira:
1 – Quais são os números atuais do câncer de mama no Brasil?
R.: De acordo com dados do INCA, o câncer de mama é o principal tipo de tumor que atinge as mulheres em todas as regiões brasileiras, exceto no Norte, que é o segundo lugar, ficando atrás apenas do câncer de colo de útero. É também a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres. No ano de 2012, mais de 1.600.000 mulheres escutaram a frase “você tem câncer de mama”, em todo o mundo.
2 – Qual é a maneira correta de se identificar a doença precocemente?
R.: A recomendação do Ministério da Saúde é a participação das mulheres nas ações de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama, através da realização da mamografia para as mulheres na faixa etária de 40 a 69 anos, devendo permanecer alertas para os sinais e sintomas suspeitos, como nódulos nas mamas, saída de secreção transparente ou sanguinolenta pelos mamilos ou qualquer modificação de formato ou na pele das mamas.
3 – Quais exames as mulheres devem fazer?
R.: A mamografia é o principal exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Em situações especiais e sob indicação médica, ela poderá ser complementada com ultrassonografia ou ressonância magnética.
4 – Como funciona esse exame?
R.: O mamógrafo é um aparelho de raios-x modificado para realizar o exame das mamas. Durante o procedimento, são realizadas 4 imagens (uma de cada vez) com as mamas comprimidas entre placas. A compressão das mamas é importante para separar o tecido mamário normal de um eventual câncer, já que ambos possuem características semelhantes. Se alguma alteração for observada, imagens adicionais podem ser necessárias. O exame de mamografia pode ser complementado com ultrassonografia e, em alguns casos, por ressonância magnética.
5 – De quanto em quanto tempo é necessário realizar esse exame? Por quê?
R.: As diretrizes de sociedades médicas orientam a realização do exame de mamografia anualmente, a partir dos 40 anos. Porém, o preconizado pelo Ministério da Saúde é a realização a cada 2 anos, dos 50 anos até os 69.
As faixas etárias estão relacionadas às maiores incidências de câncer de mama na população feminina e a periodicidade visa garantir que uma lesão que começar a se desenvolver, possa ser identificada e tratada rapidamente.
6 – Caso algo seja detectado, qual o próximo passo?
R.: Se alguma alteração for detectada e confirmada pelos exames, será necessária a obtenção de uma amostra da lesão. Este procedimento é denominado de biópsia e pode ser realizado através de agulha (biópsia percutânea) ou através de cirurgia (biópsia cirúrgica). Estatisticamente, a cada 4 biópsias mamárias, 1 acaba por revelar um câncer.
7 – Quando o câncer de mama é detectado precocemente, quais são as chances de cura?
R.: Tumores de mama descobertos com menos de 1 cm ou que ainda estejam restritos ao ducto mamário – estrutura que carrega o leite durante a amamentação – apresentam cerca de 95% de chance de cura.
8 – Quais são os tratamentos mais utilizados para o câncer de mama? Como funcionam esses tratamentos?
R.: Atualmente, os tratamentos para o câncer de mama são personalizados e baseados no tipo e extensão tumoral, podendo incluir: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia e, mais recentemente, terapia alvo e imunoterapia.
• A cirurgia é o tratamento mais comum para o câncer de mama, sendo seu principal objetivo retirar o máximo possível do tumor com uma margem de segurança. A definição do tipo de cirurgia mamária – se conservadora (quando apenas a região acometida da mama é retirada) ou não – dependerá do tamanho do tumor e dos benefícios para a paciente.
• A radioterapia é a segunda principal modalidade de tratamento, usando radiação para destruir células anormais que formam um tumor. Pode ser instituída como o tratamento principal do câncer; tratamento adjuvante (quando realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as células tumorais remanescentes, diminuindo a incidência de recidiva e metástases à distância); tratamento paliativo (sem finalidade curativa, sendo utilizada para melhorar a qualidade da sobrevida da paciente); para alívio de sintomas da doença, como dor ou sangramento; e para o tratamento de metástases ou, mais modernamente, como tratamento neoadjuvante (o que ocorre antes do tratamento cirúrgico em tumores muito iniciais).
• O tratamento quimioterápico utiliza medicamentos para destruir de maneira sistêmica as células tumorais. A medicação pode ser injetada ou ingerida e também pode ser utilizada no esquema neoadjuvante, adjuvante ou paliativo.
• Muitos tumores de mama apresentam, em sua superfície, receptores de hormônio (estrógeno, progesterona e andrógeno) e podem, assim, utilizar os próprios hormônios da mulher para seu crescimento. A hormonoterapia é uma opção terapêutica sistêmica, que tem como objetivo bloquear a ação destes hormônios em células sensíveis, podendo ser usada de forma isolada ou em combinação com outras formas terapêuticas.
• Outra modalidade de tratamento sistêmico é a terapia alvo, que utiliza medicamentos que atacam especificamente elementos encontrados na superfície ou no interior das células do tumor de mama.
• Finalmente, a imunoterapia é um tratamento biológico sistêmico que potencializa o sistema imunológico, utilizando anticorpos produzidos pela própria paciente ou em laboratório, estimulando a ação das células de defesa do nosso organismo para que o tumor seja reconhecido como um agente agressor.
9 – Por que a mamografia, na maioria das vezes, é desconfortável?
R.: As mamas são extremamente sensíveis e um exame que necessita comprimir as glândulas mamárias pode provocar desconforto, que varia de mínimo a intenso, dependendo da sensibilidade da mulher e, sobretudo, da fase do período menstrual em que está sendo realizado.
10 – O que a mulher pode fazer para tornar a mamografia mais confortável? Quais dicas práticas poderia dar?
R.: A principal dica para tornar o exame menos desconfortável é realizá-lo na primeira semana após o final da menstruação. Após a menstruação, as glândulas mamárias estão menos edemaciadas (inchadas) e sua compressão será menos dolorosa.
Outra dica, nem sempre fácil, é tentar relaxar durante o posicionamento das mamas no equipamento. As mamas são unidas ao tórax através da musculatura peitoral. Quando ficamos tensas, contraímos estes músculos e, consequentemente, endurecemos a mama. Se deixarmos o corpo e, sobretudo, os braços relaxados, as mamas serão comprimidas com mais facilidade e sem tanto desconforto. Avisar a técnica de radiologia que as suas mamas são ou estão sensíveis, também traz melhores resultados em relação à percepção de desconforto do exame.
11 – Por que é interessante avisar a técnica sobre a prótese de silicone?
R.: A mamografia em mulheres que possuam implantes mamários pode e deve ser realizada, porém, exige cuidados e posicionamentos específicos da mama para tentar retirar a sobreposição do silicone. Normalmente, serão realizadas de 6 a 8 imagens das mamas. Paciência e colaboração é tudo para um exame rápido e de sucesso!
12 – Quais são os principais fatores de risco do câncer de mama?
R.: Idade da primeira menstruação menor do que 12 anos; menopausa após os 55 anos; mulheres que nunca engravidaram ou nunca tiveram filhos; primeira gravidez após os 30 anos; uso de alguns anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa, especialmente se por tempo prolongado; exposição à radiação ionizante; consumo de bebidas alcoólicas; dietas hipercalóricas; sedentarismo; e predisposição genética (pelas mutações em determinados genes transmitidos na herança genética familiar – principalmente por dois genes de alto risco, BRCA1 e BRCA2), são os principais fatores de risco do câncer de mama.
Mitos x Verdades
– O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres?
Verdade. Inclusive, ele responde por 29,5% dos casos novos a cada ano e a prevenção deve ser feita através da realização de mamografia e hábitos de vida saudáveis.
– O exame de mamografia auxilia na detecção precoce do câncer de mama?
Verdade. O exame ainda é o método mais eficaz de diagnóstico para detecção da doença. Quanto mais precoce a descoberta e remoção do tumor em sua fase inicial, maiores são as chances de cura, podendo ultrapassar 95%.
– O autoexame de mama substitui a realização da mamografia?
Mito. Apenas a mamografia é capaz de detectar nódulos menores que 1cm e imperceptíveis ao autoexame.
– O câncer de mama tem cura?
Verdade. Se detectado em estágios inicias, as chances de cura chegam a 95%.
– A amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama?
Verdade. A amamentação pode reduzir o risco da mulher de contrair a doença, mas isso não significa que a mulher que amamentou não terá câncer de mama.
– As mulheres que têm prótese de silicone nas mamas não podem realizar mamografia?
Mito. Podem e devem realizar o exame. Uma mamografia realizada corretamente não traz nenhum dano às próteses. É sempre bom avisar o técnico sobre a presença do silicone para que ele possa aplicar menos pressão.
– Homens podem ter câncer de mama?
Verdade. Porém, são mais raros, correspondendo a cerca de 1% dos casos.
– O uso de desodorante antitranspirante pode causar câncer de mama?
Mito. Não existem pesquisas que evidenciem relação direta entre o uso desse tipo de produto e o desenvolvimento da doença.
– Sintomas como nódulo palpável, presença de secreção aquosa, com aspecto transparente ou sangue pelo mamilo e alterações na pele podem ser sinais de câncer de mama?
Verdade. Se você perceber algum desses sinais, fique alerta e procure um médico de sua confiança para ser avaliada.
– O câncer de mama pode ser causado por um trauma, como bater a mama na maçaneta da porta ou outros locais, por exemplo?
Mito. O que pode ocorrer nesses casos é que, após o trauma, a mulher passa a se observar e/ou se tocais mais e descubra um nódulo que já estava presente.
– A radiação emitida pelo aparelho de mamografia é prejudicial à saúde?
Mito. A quantidade de radiação emitida durante o exame é relativamente baixa e o risco associado à exposição é mínimo.
– O sutiã pode aumentar o risco de câncer de mama?
Mito. Não existem estudos que evidenciem relação direta entre o uso do sutiã e o desenvolvimento da doença.
Referência no tratamento oncológico, o Hospital de Amor realiza, há mais de 20 anos, um trabalho pioneiro de prevenção. Sabendo da importância do diagnóstico precoce do câncer, a instituição desenvolve diversos projetos na tentativa de oferecer um atendimento qualificado e humanizado na realização de exames preventivos à população.
Desde 2017, o Instituto de Prevenção do HA vem realizando um projeto de busca ativa no combate ao câncer bucal, com o objetivo de diagnosticar precocemente a doença e lesões potencialmente malignas, além de levar informações à população sobre o câncer de boca e hábitos nocivos. O trabalho abrange o Departamento Regional de Saúde (DRS V), ou seja, os 18 municípios da região de Barretos (SP).
Através da van odontológica (unidade móvel equipada com cadeira e aparelhos odontológicos), uma equipe de dentistas e enfermeiros do hospital visita as Unidades Básicas de Saúde (UBS), domicílios, indústrias, usinas, áreas rurais, alojamentos e outros locais propícios onde encontram-se os pacientes com fatores de risco: homens e mulheres acima de 40 anos, etilistas (viciados em bebidas alcoólicas) ou tabagistas – que tenham abandonado o hábito em até 20 anos – e pessoas de qualquer idade que apresente lesões orais.
Foi graças ao programa de rastreamento, que o serralheiro Osvaldo Carvalho, de 58 anos, conseguiu diagnosticar a doença e salvar sua vida! O barretense estava em um bar, localizado em um bairro periférico da cidade, quando os profissionais do Hospital de Amor chegaram com a van para iniciar a busca ativa. “ Eu estava em um boteco, comendo uma coxinha, quando a equipe chegou e examinou minha boca. Após fazerem uma análise, eles solicitaram para eu comparecer imediatamente ao Instituto de Prevenção, pois seria necessário fazer uma biópsia. Em dois dias, eu já tinha recebido o atendimento necessário”, contou Osvaldo.
Menos de um mês depois, ele recebeu o resultado de seu exame: foi diagnosticado com câncer na úvula e no assoalho da boca. A partir daí, Osvaldo iniciou seu tratamento na instituição. Fumante desde os 14 anos de idade, foi necessária a utilização de adesivos que auxiliam no tratamento da dependência. Em junho deste ano, o serralheiro realizou a remoção do tumor e passou por sessões de radioterapia. Hoje, o paciente segue em acompanhamento no HA e encontra-se em ótimo estado de saúde. “A agilidade no meu atendimento foi muito importante para iniciar os procedimentos e ter sucesso no meu tratamento”, declarou.
Segundo a dentista e coordenadora do projeto, Kenya Firmino, a expetativa é de que a conscientização aumente para que seja possível diagnosticar precocemente a doença ainda mais, diminuindo suas taxas de mortalidade. “Quando detectado em estágios iniciais, a chance de cura desse tipo de tumor chega a ser maior que 80%. Em estágios avançados, a sobrevida pode ser menor do que 5 anos”, afirmou Kenya.
Câncer de Boca
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 14.700 novos casos de câncer de boca ainda neste ano, sendo 11.200 em homens e 3.500 em mulheres. Estes tumores são formados por células que se multiplicam rápida e descontroladamente, destruindo órgãos e se espalhando para os linfonodos do pescoço (conhecidos como ínguas), afetando lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca, é importante observar gengivas, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca) e língua (principalmente as bordas e o assoalho – região de baixo).
Uma das principais causas desse tipo de tumor é o tabagismo. Cigarro, charuto, cachimbo, narguilé e maconha estão diretamente relacionados ao câncer de boca. As bebidas alcoólicas, em especial, as destiladas, quando associadas ao uso do cigarro, podem aumentar em até quatro vezes o risco de se desenvolver a doença. Outras causas estão relacionadas às más condições de higiene bucal, alimentação carente de frutas e verduras frescas, além de fatores genéticos.
Na maioria dos casos, o câncer de boca apresenta-se como uma área endurecida ou uma ferida que sangra, podendo causar dor durante a fala e alimentação. O aumento dos linfonodos no pescoço, dor de ouvido, dor de garganta e dentes amolecidos são outros sinais de alerta.
Hábitos saudáveis, não fumar, não beber, cuidar da higiene bucal e fazer visitas regularmente ao dentista, são atitudes que contribuem para a saúde adequada da boca e, consequentemente, previnem o câncer de boca.
Quem deve fazer o exame de prevenção?
Pessoas com feridas na boca que não cicatrizam há mais de 15 dias, fumantes (ou não fumantes em até 20 anos) e consumidores de bebida alcoólica devem fazer o exame preventivo.
Qual a criança que não sonha em conhecer o local de trabalho dos pais? Pensando nisso, o Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor promoveu no último sábado (20), a 4ª edição do “Meus Filhos, Meu Trabalho”. O evento, que visa valorizar ainda mais a humanização do trabalho desenvolvido pela instituição, buscou gerar uma interação dos filhos dos colaboradores com o ambiente de trabalho de seus pais, sensibilizando-os sobre a importância da atuação deles dentro do hospital e também sobre a qualidade de vida e promoção de saúde.
Durante a ação, cerca de 70 crianças e adolescentes passaram uma manhã diferente e divertida! A garotada conheceu mais sobre os 56 anos de história do Hospital, além de participar das várias atividades, jogos e até sessões de cinema.
Para o coordenador do NEC, Gerson Vieira, a intenção do evento é aproveitar a presença das crianças e não só apresentar a infraestrutura do centro oncológico, como também mostrar a importância do trabalho dos pais em cada departamento. “A participação dos pais com os seus filhos nas atividades propostas foi o nosso desafio. Alguns colaboradores já nos sinalizaram sobre a alegria dos seus filhos em ter participado e já até perguntaram que dia poderiam voltar”, afirmou.
Cronograma
A movimentação teve início no Hospital de Amor às 08h30, quando as crianças foram convidadas a participar de alongamentos e brincadeiras de boas-vindas. Logo em seguida, tomaram um delicioso café da manhã e seguiram para suas atividades: os pequenos foram direcionados a salas de computadores para brincar com o “Crianças como Parceiras” – plataforma online desenvolvida pelo próprio NEC, em parceria com escolas estaduais e municipais, que visa orientar as crianças sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer. Ao final, puderam curtir um cineminha com o filme “Missão Cegonha” e andar pelos corredores da instituição.
Já os adolescentes puderam viver uma experiência imersiva de maneira lúdica na carreta educativa “Missão Gênese”, onde aprenderam, por meio de jogos e desafios, que hábitos saudáveis e escolhas inteligentes trazem enormes benefícios e diminuem muito os riscos de se desenvolver câncer ao longo da vida. Na sessão de cinema, eles curtiram o filme “Hotel Transilvânia 2”.
“Ver no rostinho dessa garotada a alegria de conhecer o ambiente de trabalho dos pais, foi muito gratificante. É um evento de grande valia, pois os filhos reconhecem a importância do trabalho de seus pais para a comunidade e, principalmente, sobre a relação de amor deles nos cuidados de outras pessoas”, declarou o coordenador do NEC.
Meus Filhos, Meus Trabalho 2019
O sucesso do evento foi tão grande que a 5ª edição do “Meus Filhos, Meu Trabalho” já está confirmada. “Não podemos estragar as surpresas, mas estamos repletos de ideias para o próximo ano”, finalizou.
O Hospital São Judas Tadeu – a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor – realizou no dia 6 de outubro, a 4ª edição da “Caminhada Lado a Lado com o Idoso”. A ação, que ocorreu na Região dos Lagos, em Barretos (SP), tem como objetivo promover o bem-estar do público idoso, através de atividades físicas e interação entre os participantes.
Mais de 500 participantes se reuniram no evento, superando as expectativas dos anos anteriores. Voltado para o público com idade acima de 60 anos e inscrições gratuitas, o percurso teve 900 metros de caminhada. Segundo a enfermeira da unidade de cuidados paliativos do HA, Verônica Faustino, profissionais de diversas áreas, entre eles educadores físicos, estão envolvidos na organização da ação para garantir conforto e prezar pelo bem-estar dos idosos. “Nossa intenção é que eles não sintam dor ou cansaço, mas que sintam prazer em estar participando. Durante todo o percurso, eles encontram água. Quando eles terminam, são recepcionados com massagem relaxadora, aferição de pressão, testes e um delicioso café da manhã com frutas e sucos”, contou.
De acordo com a fisioterapeuta do Hospital São Judas Tadeu, Adriana Ferreira, a caminhada é um exercício muito importante, não só para o público da terceira idade, mas também para a melhora da qualidade de vida de todas as pessoas. “Escolhemos a caminhada por que ela é responsável por promover o fortalecimento muscular, a destreza, evitar quedas, entre outras qualidades. É uma atividade muito benéfica”, afirmou.
E você sabe qual outro benefício que a atividade física traz para os maiores de 60 anos? Vitalidade! “É a prova de que eles são capazes. Por isso, é tão importante praticar exercícios na terceira idade”, comentou Verônica.
O contador barretense, Daniel Bampa Netto, de 79 anos, e sua esposa, Zaira, foram escolhidos para apadrinhar a Caminhada “Lado a Lado com o Idoso” deste ano. O casal, exemplo a ser seguido, tem a atividade física em sua rotina há mais de 12 anos e garante: idosos que se exercitam, vão longe! “Para nós, grandes incentivadores de exercícios físicos, participar de um evento como este é um orgulho e uma energia única. Não apenas pela caminhada em si, mas pela amizade que se cria, o companheirismo, o bate-papo. Isso vale muito a pena e é uma bela maneira de passar a vida! Como padrinho desta ação, eu espero servir de inspiração para muitas pessoas. O recado que fica é: vamos nos exercitar para podemos acompanhar o tempo que ainda nos falta”, comentou empolgado.
Vencedor
Com 70 anos e uma energia de causar inveja, o pedreiro Archimedes Damas apertou o passo e foi o vencedor da caminhada. Satisfeito com o evento e feliz com seu troféu de primeiro colocado, ele se considera um grande incentivador para os outros idosos. “Em qualquer disputa que a gente entra, a intenção é vencer. Por isso, eu estou muito contente por ter conquistado o primeiro lugar. Agradeço a todas as pessoas que organizam essa ação e zelam pela nossa saúde. Eu me sinto disposto e com ótima aparência física e, hoje, eu comprovei isso”, declarou.
A 5ª edição da Caminhada “Lado a Lado com o Idoso” já está confirmada e a expectativa é de que 700 inscrições sejam realizadas.
Selo “Hospital Amigo do Idoso”
Esta mobilização reforça a participação do Hospital de Amor na sociedade, demonstrando, assim, a importância da existência do selo “Hospital Amigo do Idoso”, que a unidade de cuidados paliativos conquistou.
A instituição recebeu a visita de uma comissão de auditores do Estado de São Paulo e foi chancelada com o selo, que é uma iniciativa do governo paulista e tem como intuito estimular e apoiar a qualificação geronto-geriátrica dos hospitais.
De acordo com a fisioterapeuta Adriana Ferreira, para obter o selo, o hospital deve cumprir 25 critérios que são divididos em níveis: inicial, intermediário e pleno, sendo este último o nível máximo exigido pelos auditores. Dentre as adequações solicitadas estão as acomodações do ambiente físico do prédio (como a inserção de barras no banheiro, elevação do vaso sanitário, antiderrapante e adequação do espaço utilizado pelo idoso). Segundo Adriana, 45% dos pacientes do Hospital São Judas Tadeu são idosos, porém, os outros pacientes em tratamento no centro também são contemplados com os benefícios.
Há muitos anos, o Hospital de Amor conta com uma parceria importante com a Rice University – respeitável centro acadêmico localizado em Houston, nos Estados Unidos. Durante todo esse período, a universidade vem contribuído significativamente com a instituição, através do desenvolvimento de projetos nas áreas de Prevenção, Cuidados Paliativos, Saúde Primária e Secundária, e Medicina Nuclear, além de apresentar ideias inovadoras e ações.
De 8 a 11 de outubro, o HA recebeu a visita da diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, e três alunos: Annie Graff, Sylvie Kalikoff e Kevin Smith, que atuaram em projetos de prevenção e cuidados paliativos (ClaroScope e PalliAssist). O objetivo foi buscar soluções diante dos problemas clínicos enfrentados diariamente pelo hospital, seja na criação de softwares e equipamentos ou na adequação de protocolos já existentes. Além disso, eles aproveitaram a oportunidade para conhecer o departamento de ortopedia e discutir possíveis novas ações e seus desdobramentos.
Anualmente, estudantes de graduação e pós-graduação realizam intercâmbio na instituição na tentativa de trazer ideias inovadoras para o desenvolvimento de diversos projetos, buscando enriquecer suas experiências acadêmicas. Ao todo, 22 pessoas, entre alunos e diretores, já passaram pelo HA em missões de intercâmbio.
De acordo com o oncologista e diretor de extensão do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, a interação entre áreas diversas, como por exemplo, tecnologia, biologia ou ciências da vida, é muito rica e capaz de produzir conhecimentos novos. “Imaginamos que esta parceria possa resultar em avanços importantes, tanto na criação de aprendizado, quanto na aplicação prática. O convívio com alunos de outra formação e cultura também é enriquecedor, com a internacionalização do nosso centro de pesquisa e ampliação dos horizontes dos nossos estudantes e profissionais. Além disso, o HA ganha visibilidade e, principalmente, a possibilidade de conquistar parcerias em projetos, como psicologia comportamental e ciências tecnológicas, cuja expertise nós não possuímos”, afirmou.
Graças à relação com o centro acadêmico norte-americano, muitos projetos foram desenvolvidos e estão em execução. Para a diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, a grande expectativa é que o relacionamento entre o Hospital de Amor e a Rice University cresça ainda mais, para que outros estudantes e profissionais possam conhecer a estrutura da instituição e contribuir com a solução de problemas mais complexos relacionados à saúde. “Essa relação entre as duas entidades é muito importante. Eu já tinha visitado outras instituições no Brasil, mas o Hospital de Amor foi a que mais me impressionou! A qualidade do tratamento e das instalações é igual e, muitas vezes, até melhor do que hospitais nos Estados Unidos”, relatou Sarah.
Experiência
Os estudantes de bioengenharia da faculdade texana estiveram pela primeira vez no Brasil e ficaram impressionados com Hospital de Amor. Após passarem uma semana conhecendo o trabalho desenvolvido pela instituição e disponibilizando seus conhecimentos em diversos setores, os alunos partiram satisfeitos com a oportunidade. “Eu escolhi vir para cá, porque sei que o HA oferece um tratamento de qualidade para todos que precisam, e não apenas para quem pode pagar por ele. Nosso desejo é que essa parceria com a Rice continue. Todos aqui são muito amigáveis, gentis e hospitaleiros, por isso, estamos muito empolgados em nos envolver com nesse trabalho, que é tão importante e único”, relatou Kevin Smith, de 22 anos.
Outubro é conhecido mundialmente como o mês da prevenção do câncer de mama. Como parte das ações do Hospital de Amor (HA), o Núcleo de Educação em Câncer (NEC), em parceria com o Instituto de Prevenção da instituição, realiza, anualmente, atividades dentro desta temática por meio do projeto Talento Rosa. Neste ano, o lançamento oficial aconteceu no dia 27 de setembro, na Facisb (Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata), e reuniu 130 representantes, entre eles supervisores, diretores, coordenadores e professores, de escolas estaduais, municipais e particulares de Barretos (SP) e região.
O projeto de formação visa incentivar a cultura do autocuidado e qualidade de vida, além de ampliar o conhecimento sobre prevenção entre alunos das mais diversas faixas etárias e seus familiares. Para isto, docentes de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio receberam um breve treinamento com informações e técnicas de aplicabilidade das atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula e que resultem na produção de cartazes, desenhos, frases e vídeos sobre a temática.
De acordo com o coordenador do NEC, Gerson Vieira, o principal objetivo do evento é orientar esses profissionais quanto a importância da campanha “Outubro Rosa” para que o assunto seja discutido em sala de aula, desenvolvendo com os alunos diversos trabalhos sobre o tema. “O combate ao câncer de mama é um desafio muito grande, mas, realizar esse feito em parceria com as crianças e adolescentes por meio das escolas se torna mais plausível. A proposta do Talento Rosa é gerar a produção de trabalhos que deem visibilidade à temática, através de cartazes, desenhos, frases, paródias e vídeos. Todo esse cenário dentro da escola é para fazer com que essa garotada se torne multiplicadora da informação para as mulheres de seu convívio, afinal, o apelo de um filho ou de um ente querido é muito mais forte”, afirmou.
No último ano, a ação alcançou 20 mil alunos. A expectativa é que a quinta edição do projeto atinja cerca de 30 mil estudantes de toda a região. Ao final do mês de outubro, os trabalhos realizados pelos alunos serão encaminhados ao NEC, que será responsável pela exposição deles nos ambulatórios e site do Hospital de Amor.
Para a secretária de educação de Barretos, Valéria Recco, essa iniciativa é muito importante para todas as pessoas que estão envolvidas com a educação, sejam elas profissionais ou estudantes. “Esse trabalho não é realizado apenas nesse período, ele acontece durante todo ano nas escolas do nosso município. Através dele, foi possível detectar vários casos de câncer de mama em professores, e os alunos conseguiram levar informações para dentro de suas casas, fazendo com que suas mães realizassem o exame de mamografia”, relatou Valéria.
#TalentoRosa2018
Durante o evento, a equipe do NEC realizou uma ação, incentivando os professores participantes a estimularem seus alunos e colegas a publicar a hashtag #TalentoRosa no dia 19 de outubro, data em que se celebra o “Dia Internacional Contra o Câncer de Mama”, a fim de gerar uma o envolvimento nas redes com o tema.
Sobre o NEC
O Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor desenvolve ações e projetos para diferentes tipos de público com o objetivo de favorecer o diagnóstico precoce de câncer, estimular mudanças nos hábitos de vida, popularizar a ciência e informar a população sobre a doença.
Já é tradição e faz parte do calendário do Hospital de Amor a realização do “Encontro Nacional de Coordenadores”. A 21ª edição do evento, que aconteceu dia 27 de outubro, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata, em Barretos (SP), reuniu mais de 1.100 pessoas que desempenham um trabalho árduo em seus municípios, de maneira gratuita, por uma única causa: ajudar o HA a salvar vidas!
Esse é um dos momentos mais esperados pelos “coordenadores voluntários de eventos”. Neste encontro, que visa integrar os voluntários de todo o Brasil que realizam ações em prol da entidade, eles têm a oportunidade de comemorar as conquistas alcançadas ao longo do ano, além de compartilhar metas e desafios para 2019.
O evento contou com palestras ministradas pelo presidente da instituição, Henrique Prata, e pelo gerente de captação de recursos, Luiz Antônio Zardini. Os dois ressaltaram a importância do trabalho desenvolvido pelos coordenadores, na tentativa de diminuir o alto déficit mensal do hospital e melhorar, ainda mais, os atendimentos de excelência oferecidos aos pacientes. Os participantes também ganharam espaço para expor suas dúvidas e ideias, além de partilhar as dificuldades e alegrias.
De acordo com o gerente de captação de recursos, o Encontro Nacional de Coordenadores é uma forma de agradecer todas essas pessoas que atuam unicamente por amor ao próximo. “Eles são responsáveis por 2/3 de todas as receitas do Hospital. É um trabalho fundamental e muito amoroso. É gratificante ver a cumplicidade deles com a instituição e, sem dúvidas, é isso que mantém as portas abertas, oferecendo assistência e tratamento de qualidade”, afirmou Zardini.
Exemplos de solidariedade
Há 28 anos, a tocantinense Nilar Martins perdeu o pai por conta de um câncer. Sem conhecer o HA e impossibilitada de oferecer a ele um tratamento digno e de qualidade, ela decidiu abraçar a causa e ajudar outras pessoas. Há 3 anos, tornou-se coordenadora voluntária de Araguaína (TO) e passou a desenvolver um trabalho maravilhoso em prol da instituição. Nem os milhares de quilômetros de distância a impediram de participar do encontro.
“O primeiro motivo para me tornar coordenadora voluntária foi a oportunidade de ajudar pessoas. O segundo foi o fato de eu ter perdido meu pai por conta dessa doença que ainda mata tanta gente. E o terceiro é porque se trata de uma obra abençoada, que nos gratifica muito, enriquece a alma e transmite paz. É muito importante participar desse evento, afinal, como eu vou transmitir essa mensagem à população do meu estado, sem conhecer o trabalho desenvolvido pelo Hospital, me reciclar e acompanhar as novidades? Esses 1.700 km não são nada perto do conhecimento que eu estou levando para o meu Tocantins. É muito especial ser voluntária!”, declarou.
Otávio Fernandes também conheceu o Hospital de Amor por conta do pai. Após acompanhar seu tratamento e cura do câncer de próstata, ele sentiu que devia fazer algo para retribuir. “Eu pensei: o que eu posso fazer para agradecer esse hospital pelo atendimento oferecido ao meu pai. Hoje, já são 8 anos nessa estrada, trabalhando voluntariamente por amor. E eu não me canso! Comecei sozinho e agora conto com uma equipe de mais de 100 pessoas. É uma honra muito grande poder trabalhar em favor desse lugar abençoado”, finalizou o coordenador voluntário de eventos de Onda Verde (SP).
Os interessados em se tornar ‘coordenadores voluntários de eventos’ do Hospital de Amor podem encaminhar um e-mail para zardini@hcancerbarretos.com.br ou através do telefone (17) 3321-6607.
Assim como acontece durante outros meses do ano, especialmente em outubro com as inúmeras mobilizações de conscientização a respeito do câncer de mama, em novembro, a sociedade também se reúne com o intuito de conscientizar os homens a respeito da prevenção do câncer de próstata – doença mais comum e a segunda com maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Além da prevenção, o mês também chama a atenção à saúde do homem como um todo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que são estimados 68.220 novos casos em 2018 no Brasil, sendo esse o tipo de câncer mais incidente nos homens (exceto o câncer de pele não melanoma), em todas as regiões do país. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (conhecido por Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Para falar mais sobre o assunto e esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, o Hospital de Amor fez uma entrevista especial com o especialista. Confira:
1 – Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?
R.: É realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso haja diagnóstico positivo, o paciente é encaminhando para iniciar o tratamento. Em caso negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
2 – Por que o homem não pode deixar de realizar os exames preventivos?
R.: Basicamente, pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintomas em fases iniciais. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor está crescendo na próstata desse homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, fazemos um diagnóstico tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, já extrapolou e deu metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, nós não conseguimos curar o paciente, mas sim paliativar os sintomas. A importância da detecção precoce é não esperar os sinais aparecerem para correr atrás do prejuízo. É de extrema importância que a doença não seja detectada quando estiver em estágios graves.
3 – Qual é o público-alvo da campanha?
R.: Homens, a partir dos 50 anos de idade, na população geral. E homens da raça negra ou que tenham histórico familiar de câncer de próstata, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
4 – Como é possível prevenir a doença?
R.: As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde será realizado, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
5 – Quais ações o HA irá realizar referentes ao Novembro Azul?
R.: O Instituto de Prevenção do HA já realiza um trabalho contínuo com as carretas que percorrem o país inteiro oferecendo exames de PSA e toque para esse público. O departamento de urologia também irá realizar palestras nas recepções da instituição, em clubes de serviços da cidade, como Rotary Club e Maçonarias, e divulgação em jornais e rádios locais, durante todo o mês de novembro. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de próstata.
6 – O público masculino está se preocupando com a saúde?
R.: Graças às mobilizações de campanhas como o Novembro Azul e aos programas de rastreamento, percebemos nitidamente uma diminuição da mortalidade do câncer de próstata. Atualmente, os homens estão mais preocupados com a saúde e em evitar doenças potencialmente mais graves (diferente do que víamos há 10 ou 15 anos, quando existia uma grande resistência e preconceito em relação ao exame de toque). É por isso que damos tanta importância às campanhas! Elas devem continuar e incentivar, cada vez mais, os homens.
Desde maio de 2017, o Instituto de Prevenção do Hospital de Amor vem desenvolvendo um estudo que identifica o DNA do papilomavírus humano, o HPV – apontado como a principal causa do câncer de colo de útero.
De acordo com o ginecologista do Instituto de Prevenção do HA, Dr. Júlio César Possati Resende, embora o exame molecular seja conhecido no meio médico, mesmo não sendo aplicado em larga escala no Sistema Único de Saúde (SUS), o que motivou a equipe do HA iniciar o projeto é o fato do câncer de colo de útero ainda estar entre os mais frequentes entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro que mais atinge mulheres no país.
Ao utilizar a pesquisa de base populacional, o objetivo principal do estudo é comprovar a eficiência do exame, avaliando o novo modelo de rastreamento para o câncer de colo de útero, utilizando testes moleculares para detecção de infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Ou seja, o propósito é realizar o diagnóstico precoce de lesões que tenham potencial de se transformarem em câncer do colo uterino no futuro.
O projeto também está levantando indicadores que medirão o custo efetivo desse modelo de rastreamento, atualmente adotado entre toda população brasileira, o que poderá contribuir para melhorias e a otimização desse rastreamento. “Nós vamos avaliar a questão de custo e efetividade e o impacto orçamentário que isso pode ter, caso ele seja implementado pelo Ministério da Saúde”, afirma o especialista.
Segundo Possati, como o exame Papanicolaou (citologia cervical) é utilizado como teste para a realização de triagem de casos de risco câncer, pode apresentar algumas limitações. O exame molecular pode contribuir significativamente com um diagnóstico mais funcional, já que apresenta uma eficácia de até 90% (na citologia cervical, é de 60%). “O importante é fazer a detecção das lesões precursoras em que se consegue, após um simples tratamento, evitar que essas mulheres desenvolvam o câncer depois de um período de 10 a 15 anos de evolução, além de proporcionar mais agilidade nos processos laboratoriais e reprodutibilidade dos resultados que são automatizados”, ressalta o médico.
A auxiliar de limpeza, Renata Cristina Luis, de 33 anos, relata que sempre realizou seus exames preventivos com regularidade, principalmente, porque possui histórico de câncer na família. Ao fazer seu exame de rotina, Renata foi convidada pela equipe do HA para participar do projeto e fazer o exame molecular, o que contribuiu para a descoberta de feridas em seu útero. “Participar deste projeto foi muito importante. Já era tarde quando a minha irmã descobriu o câncer e, infelizmente, ela perdeu a mama. Se eu não tivesse descoberto a ferida com a ajuda desse exame, provavelmente, eu corria o risco de perder o útero”.
Mesmo sentindo dores, a paciente nunca desconfiou que pudesse haver algo de errado. De acordo com o Dr. Possati, o exame molecular foi fundamental para a descoberta da ferida no útero de Renata, já que a pequena lesão poderia contribuir para o surgimento da doença em um período de 10 anos. Após o diagnóstico, Renata passou pelo procedimento cirúrgico de remoção da ferida. A técnica adotada foi um sucesso.
Até o momento, mais de 5 mil pessoas participaram da pesquisa que visa examinar 27 mil mulheres de todo o país, até maio de 2022.
De acordo como ginecologista do Hospital de Amor, de 7 a 8% das mulheres testadas, com idade superior a 30 anos, apresentaram infecção pelo HPV. Todas são convidadas para os exames complementares mais detalhados. O rastreamento ocorre graças aos recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas (SP), que também apoia outros projetos da instituição.
Exame molecular
A enfermeira e pesquisadora do HA, Livia Loami de Paula, esclarece que independentemente da mulher ter uma vida sexual ativa ou não, ela sempre deve realizar exames preventivos. “As células estão em constante renovação. Durante esse processo, se há algum problema com a renovação das células, há o risco do câncer ocorrer”, ressalta Lívia.
A pesquisadora também esclarece que o exame molecular não pode ser realizado por todas as mulheres. Para participar do projeto, alguns critérios são exigidos e alguns pontos devem ser considerados:
– Mulheres grávidas ou sem útero NÃO podem participar da pesquisa.
– Mulheres com idade entre 25 e 30 anos também não devem fazem o exame . Abaixo dos 30, a chance é maior de se ter o vírus. No entanto, o sistema imune consegue combatê-lo, como um vírus de gripe, por exemplo.
– O Ministério da Saúde preconiza a realização do exame de Papanicolaou, portanto, mulheres com idade entre 25 a 64 anos devem sempre realizar o exame.
– Ainda não há exames para identificar o vírus nos homens, embora, eles possam passar a vida toda com o vírus sem saber do mesmo. No caso deles, podem surgir verrugas nos órgãos sexuais. Caso isso ocorra, é importante sempre visitar um médico especialista para investigar o aparecimento das mesmas, pois outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) também podem surgir.
HPV – A importância da prevenção
De acordo com a pesquisadora e bioquímica do Hospital de Amor, Cristina Mendes de Oliveira, dos 200 tipos de HPV já descobertos, cerca de 40 deles infectam a região anogenital e 12 são classificados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), como de alto risco oncogênico.
A pesquisadora afirma ainda que o HPV pode contribuir para o aparecimento de alguns tumores malignos, sendo o responsável pelo desenvolvimento de quase 100% dos tumores no colo uterino, além de contribuir para o surgimento dos casos de carcinomas de cabeça e pescoço, vulva, vagina, ânus e pênis, e para a evolução de lesões benignas, como verrugas cutâneas e genitais.
Embora o HPV seja um vírus com alto potencial para desenvolver algumas doenças, a maioria das infecções ocasionadas pelo vírus são assintomáticas e acabam sendo resolvidas pelo sistema imune. Caso ocorra a persistência da infecção no indivíduo, o mesmo corre o risco de desenvolver câncer.
A transmissão do vírus HPV ocorre através de relações sexuais. Vale ressaltar que o HPV não é transmitido ao compartilhar banheiro público, piscina ou roupas. O vírus fica “escondido” e não há sintomas aparentes que podem alarmar a mulher, já que na maioria das vezes não há dor ou corrimento. Caso o vírus já tenha causado lesões, podem haver cólicas e sangramentos.
O vírus não é identificado por exame de sangue e também não tem cura, somente acompanhamento médico. Por esse motivo, o exame molecular é muito importante para evitar a possibilidade do surgimento do câncer, já que o mesmo consegue detectá-lo. O procedimento de coleta deste exame é semelhante à coleta do Papanicolaou.
Atualmente, duas vacinas estão disponíveis para impedir a infecção pelo HPV. O conteúdo é constituído por partículas que se assemelham às partículas virais e são formadas por uma proteína do papilomavírus humano, sendo consideradas seguras pelo fato de não serem infecciosas. O Programa Nacional de Imunizações do Governo Federal incluiu a vacina contra o HPV em seu calendário de vacinação. O objetivo é vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos contra o vírus, supondo que jovens dessa faixa etária ainda não tenham iniciado atividades sexuais. Para que a imunização ocorra, são necessárias duas doses da vacina, sendo que a segunda dose deve ocorrer 6 meses após a primeira aplicação.
Viver o processo de alguma perda torna-se menos difícil quando é possível encontrar apoio e conforto. O luto é o tempo necessário para a mente entender o sentimento de perda que o coração já sente e, na medida em que é compartilhado, passa a ser uma fase mais leve, menos dolorida. Foi o que as pessoas que perderam algum ente querido nos últimos 12 meses encontraram no dia 29 de setembro, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata. A 3ª edição do “Outono em Cores”, evento realizado pelo Hospital São Judas Tadeu – a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor – reuniu mais de 80 pessoas, que tiveram a oportunidade de participar de dinâmicas e de um bate-papo com os profissionais da instituição.
O projeto, que surgiu em 2014 com o objetivo de reunir familiares na tentativa de gerar a troca de experiências entre eles, reforçando os vínculos durante o processo de luto, nasceu a partir de uma conversa entre a equipe do hospital, que identificou a necessidade de oferecer atenção às famílias que sofriam com as perdas. “Esse é um momento em que as pessoas se sentem muito solitárias e, quando elas se encontram com outras que estão passando ou que passaram pelo mesmo sentimento, elas compartilham essa dor, tornando a caminhada menos dolorida. Aqui, eles encontram tanto acolhimento que acabam se sentindo à vontade. Cria-se uma rede de ajuda para o enfrentamento desse processo tão doloroso, mas que faz parte da vida”, afirmou a médica assistente da unidade e uma das idealizadoras do projeto, Dra. Michelle Uchida.
Durante o emocionante encontro, os participantes se dividiram em 11 grupos separados por cores. No centro das rodas, haviam flores coloridas: à medida em que as pessoas iam contando suas experiências, expondo suas dores e dividindo suas angústias, elas as seguravam. No final, entregavam a outro participante que viveu uma situação semelhante, para que ele também tivesse espaço de expor esses sentimentos. Enquanto isso, os colaboradores do Hospital São Judas Tadeu participavam da dinâmica, ouvindo as histórias e dando apoio a essas famílias.
“A intenção é compartilhar dor e carinho! Queremos que essas pessoas se abram para a vida e sigam com esse ente querido dentro de seus corações. Convidamos essas pessoas para ver se elas estão bem e para que saiam daqui refletindo que estão passando por uma fase delicada, mas que devem olhar significativamente para essa dor, pois ela precisa ser vivida”, contou a psicóloga do Hospital de Amor, Mariana Paschoal.
Ao final do evento, foi impossível não se emocionar: as famílias soltaram balões coloridos com mensagens repletas de saudade, na tentativa de “liberar” aquela angústia vivida e trazer um novo ciclo para suas vidas. “Mais um ano nós estamos muito contentes com a aceitação das famílias, pois nós fazemos o convite para o evento e, sem receios, eles percorrem longas distâncias para estarem aqui e viver esses momentos junto a nós”, declarou Dra. Michelle.
Para Fábio Marques, de Matão (SP), participar do “Outono em Cores” vai além de dividir dores e encontrar carinho. É uma forma de gratidão pelo tratamento que o sogro recebeu nos quase 30 dias em que esteve no Hospital. “Eu não podia deixar de vir e agradecer ao Hospital por tudo o que fizeram pelo meu sogro no pouco tempo em que ele ficou por lá. O evento é uma iniciativa maravilhosa, pois é um momento em que a gente vê que a nossa dor não é maior do que a do outro, pois ele também sofre pela falta de alguém. A gente enxerga que não estamos sozinhos nessa caminhada dolorosa”, relatou.
A advogada Ivanielda Castro, de Itumbiara (GO), sentiu-se lisonjeada ao receber o convite do Hospital e percebeu a necessidade de participar. “Esse encontro é como uma terapia em grupo: você expõe seus sentimentos e parece que vai aceitando melhor o luto. Fiquei maravilhada com cada história que ouvi. Foi importante perceber que existem perdas tão dolorosas quanto a nossa”, finalizou.
Outono em Cores
O nome do evento foi escolhido para fazer alusão ao tempo em que os familiares demoram para progredir em relação à dor da perda, uma vez que, após a estação do outono, a primavera traz uma nova energia, através da chegada das flores e suas cores.
Levar a conscientização sobre o diagnóstico precoce e sobre a importância do exame de mamografia é o principal objetivo da campanha “Outubro Rosa” – movimento que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. A mobilização, que teve início nos Estados Unidos, na década de 1990, com algumas ações isoladas, chegou ao congresso americano e conquistou a aprovação de uma lei que tornaria outubro como o mês nacional de prevenção à doença.
Atualmente, a ação acontece em vários países ao redor do mundo e, para despertar a atenção das pessoas, em especial, das mulheres, monumentos (como Torre Eiffel e Cristo Redentor), praças públicas, igrejas e estabelecimentos comerciais são iluminados por luzes rosas.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tumor maligno mais frequente entre as mulheres no mundo. Para o Brasil, estimam-se 59.700 novos casos de câncer de mama para cada ano do biênio 2018/2019. Além disso, a cada semana, um novo caso de câncer será descoberto em uma mulher que não sente absolutamente nada. Está aí a grande importância de se atentar aos exames preventivos.
Para falar sobre o assunto e esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, o Hospital de Amor entrevistou a médica radiologista do Instituto de Prevenção, Dra. Silvia Sabino. Confira:
1 – Quais são os números atuais do câncer de mama no Brasil?
R.: De acordo com dados do INCA, o câncer de mama é o principal tipo de tumor que atinge as mulheres em todas as regiões brasileiras, exceto no Norte, que é o segundo lugar, ficando atrás apenas do câncer de colo de útero. É também a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres. No ano de 2012, mais de 1.600.000 mulheres escutaram a frase “você tem câncer de mama”, em todo o mundo.
2 – Qual é a maneira correta de se identificar a doença precocemente?
R.: A recomendação do Ministério da Saúde é a participação das mulheres nas ações de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama, através da realização da mamografia para as mulheres na faixa etária de 40 a 69 anos, devendo permanecer alertas para os sinais e sintomas suspeitos, como nódulos nas mamas, saída de secreção transparente ou sanguinolenta pelos mamilos ou qualquer modificação de formato ou na pele das mamas.
3 – Quais exames as mulheres devem fazer?
R.: A mamografia é o principal exame para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Em situações especiais e sob indicação médica, ela poderá ser complementada com ultrassonografia ou ressonância magnética.
4 – Como funciona esse exame?
R.: O mamógrafo é um aparelho de raios-x modificado para realizar o exame das mamas. Durante o procedimento, são realizadas 4 imagens (uma de cada vez) com as mamas comprimidas entre placas. A compressão das mamas é importante para separar o tecido mamário normal de um eventual câncer, já que ambos possuem características semelhantes. Se alguma alteração for observada, imagens adicionais podem ser necessárias. O exame de mamografia pode ser complementado com ultrassonografia e, em alguns casos, por ressonância magnética.
5 – De quanto em quanto tempo é necessário realizar esse exame? Por quê?
R.: As diretrizes de sociedades médicas orientam a realização do exame de mamografia anualmente, a partir dos 40 anos. Porém, o preconizado pelo Ministério da Saúde é a realização a cada 2 anos, dos 50 anos até os 69.
As faixas etárias estão relacionadas às maiores incidências de câncer de mama na população feminina e a periodicidade visa garantir que uma lesão que começar a se desenvolver, possa ser identificada e tratada rapidamente.
6 – Caso algo seja detectado, qual o próximo passo?
R.: Se alguma alteração for detectada e confirmada pelos exames, será necessária a obtenção de uma amostra da lesão. Este procedimento é denominado de biópsia e pode ser realizado através de agulha (biópsia percutânea) ou através de cirurgia (biópsia cirúrgica). Estatisticamente, a cada 4 biópsias mamárias, 1 acaba por revelar um câncer.
7 – Quando o câncer de mama é detectado precocemente, quais são as chances de cura?
R.: Tumores de mama descobertos com menos de 1 cm ou que ainda estejam restritos ao ducto mamário – estrutura que carrega o leite durante a amamentação – apresentam cerca de 95% de chance de cura.
8 – Quais são os tratamentos mais utilizados para o câncer de mama? Como funcionam esses tratamentos?
R.: Atualmente, os tratamentos para o câncer de mama são personalizados e baseados no tipo e extensão tumoral, podendo incluir: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonoterapia e, mais recentemente, terapia alvo e imunoterapia.
• A cirurgia é o tratamento mais comum para o câncer de mama, sendo seu principal objetivo retirar o máximo possível do tumor com uma margem de segurança. A definição do tipo de cirurgia mamária – se conservadora (quando apenas a região acometida da mama é retirada) ou não – dependerá do tamanho do tumor e dos benefícios para a paciente.
• A radioterapia é a segunda principal modalidade de tratamento, usando radiação para destruir células anormais que formam um tumor. Pode ser instituída como o tratamento principal do câncer; tratamento adjuvante (quando realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as células tumorais remanescentes, diminuindo a incidência de recidiva e metástases à distância); tratamento paliativo (sem finalidade curativa, sendo utilizada para melhorar a qualidade da sobrevida da paciente); para alívio de sintomas da doença, como dor ou sangramento; e para o tratamento de metástases ou, mais modernamente, como tratamento neoadjuvante (o que ocorre antes do tratamento cirúrgico em tumores muito iniciais).
• O tratamento quimioterápico utiliza medicamentos para destruir de maneira sistêmica as células tumorais. A medicação pode ser injetada ou ingerida e também pode ser utilizada no esquema neoadjuvante, adjuvante ou paliativo.
• Muitos tumores de mama apresentam, em sua superfície, receptores de hormônio (estrógeno, progesterona e andrógeno) e podem, assim, utilizar os próprios hormônios da mulher para seu crescimento. A hormonoterapia é uma opção terapêutica sistêmica, que tem como objetivo bloquear a ação destes hormônios em células sensíveis, podendo ser usada de forma isolada ou em combinação com outras formas terapêuticas.
• Outra modalidade de tratamento sistêmico é a terapia alvo, que utiliza medicamentos que atacam especificamente elementos encontrados na superfície ou no interior das células do tumor de mama.
• Finalmente, a imunoterapia é um tratamento biológico sistêmico que potencializa o sistema imunológico, utilizando anticorpos produzidos pela própria paciente ou em laboratório, estimulando a ação das células de defesa do nosso organismo para que o tumor seja reconhecido como um agente agressor.
9 – Por que a mamografia, na maioria das vezes, é desconfortável?
R.: As mamas são extremamente sensíveis e um exame que necessita comprimir as glândulas mamárias pode provocar desconforto, que varia de mínimo a intenso, dependendo da sensibilidade da mulher e, sobretudo, da fase do período menstrual em que está sendo realizado.
10 – O que a mulher pode fazer para tornar a mamografia mais confortável? Quais dicas práticas poderia dar?
R.: A principal dica para tornar o exame menos desconfortável é realizá-lo na primeira semana após o final da menstruação. Após a menstruação, as glândulas mamárias estão menos edemaciadas (inchadas) e sua compressão será menos dolorosa.
Outra dica, nem sempre fácil, é tentar relaxar durante o posicionamento das mamas no equipamento. As mamas são unidas ao tórax através da musculatura peitoral. Quando ficamos tensas, contraímos estes músculos e, consequentemente, endurecemos a mama. Se deixarmos o corpo e, sobretudo, os braços relaxados, as mamas serão comprimidas com mais facilidade e sem tanto desconforto. Avisar a técnica de radiologia que as suas mamas são ou estão sensíveis, também traz melhores resultados em relação à percepção de desconforto do exame.
11 – Por que é interessante avisar a técnica sobre a prótese de silicone?
R.: A mamografia em mulheres que possuam implantes mamários pode e deve ser realizada, porém, exige cuidados e posicionamentos específicos da mama para tentar retirar a sobreposição do silicone. Normalmente, serão realizadas de 6 a 8 imagens das mamas. Paciência e colaboração é tudo para um exame rápido e de sucesso!
12 – Quais são os principais fatores de risco do câncer de mama?
R.: Idade da primeira menstruação menor do que 12 anos; menopausa após os 55 anos; mulheres que nunca engravidaram ou nunca tiveram filhos; primeira gravidez após os 30 anos; uso de alguns anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal (TRH) na menopausa, especialmente se por tempo prolongado; exposição à radiação ionizante; consumo de bebidas alcoólicas; dietas hipercalóricas; sedentarismo; e predisposição genética (pelas mutações em determinados genes transmitidos na herança genética familiar – principalmente por dois genes de alto risco, BRCA1 e BRCA2), são os principais fatores de risco do câncer de mama.
Mitos x Verdades
– O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres?
Verdade. Inclusive, ele responde por 29,5% dos casos novos a cada ano e a prevenção deve ser feita através da realização de mamografia e hábitos de vida saudáveis.
– O exame de mamografia auxilia na detecção precoce do câncer de mama?
Verdade. O exame ainda é o método mais eficaz de diagnóstico para detecção da doença. Quanto mais precoce a descoberta e remoção do tumor em sua fase inicial, maiores são as chances de cura, podendo ultrapassar 95%.
– O autoexame de mama substitui a realização da mamografia?
Mito. Apenas a mamografia é capaz de detectar nódulos menores que 1cm e imperceptíveis ao autoexame.
– O câncer de mama tem cura?
Verdade. Se detectado em estágios inicias, as chances de cura chegam a 95%.
– A amamentação ajuda a prevenir o câncer de mama?
Verdade. A amamentação pode reduzir o risco da mulher de contrair a doença, mas isso não significa que a mulher que amamentou não terá câncer de mama.
– As mulheres que têm prótese de silicone nas mamas não podem realizar mamografia?
Mito. Podem e devem realizar o exame. Uma mamografia realizada corretamente não traz nenhum dano às próteses. É sempre bom avisar o técnico sobre a presença do silicone para que ele possa aplicar menos pressão.
– Homens podem ter câncer de mama?
Verdade. Porém, são mais raros, correspondendo a cerca de 1% dos casos.
– O uso de desodorante antitranspirante pode causar câncer de mama?
Mito. Não existem pesquisas que evidenciem relação direta entre o uso desse tipo de produto e o desenvolvimento da doença.
– Sintomas como nódulo palpável, presença de secreção aquosa, com aspecto transparente ou sangue pelo mamilo e alterações na pele podem ser sinais de câncer de mama?
Verdade. Se você perceber algum desses sinais, fique alerta e procure um médico de sua confiança para ser avaliada.
– O câncer de mama pode ser causado por um trauma, como bater a mama na maçaneta da porta ou outros locais, por exemplo?
Mito. O que pode ocorrer nesses casos é que, após o trauma, a mulher passa a se observar e/ou se tocais mais e descubra um nódulo que já estava presente.
– A radiação emitida pelo aparelho de mamografia é prejudicial à saúde?
Mito. A quantidade de radiação emitida durante o exame é relativamente baixa e o risco associado à exposição é mínimo.
– O sutiã pode aumentar o risco de câncer de mama?
Mito. Não existem estudos que evidenciem relação direta entre o uso do sutiã e o desenvolvimento da doença.
Referência no tratamento oncológico, o Hospital de Amor realiza, há mais de 20 anos, um trabalho pioneiro de prevenção. Sabendo da importância do diagnóstico precoce do câncer, a instituição desenvolve diversos projetos na tentativa de oferecer um atendimento qualificado e humanizado na realização de exames preventivos à população.
Desde 2017, o Instituto de Prevenção do HA vem realizando um projeto de busca ativa no combate ao câncer bucal, com o objetivo de diagnosticar precocemente a doença e lesões potencialmente malignas, além de levar informações à população sobre o câncer de boca e hábitos nocivos. O trabalho abrange o Departamento Regional de Saúde (DRS V), ou seja, os 18 municípios da região de Barretos (SP).
Através da van odontológica (unidade móvel equipada com cadeira e aparelhos odontológicos), uma equipe de dentistas e enfermeiros do hospital visita as Unidades Básicas de Saúde (UBS), domicílios, indústrias, usinas, áreas rurais, alojamentos e outros locais propícios onde encontram-se os pacientes com fatores de risco: homens e mulheres acima de 40 anos, etilistas (viciados em bebidas alcoólicas) ou tabagistas – que tenham abandonado o hábito em até 20 anos – e pessoas de qualquer idade que apresente lesões orais.
Foi graças ao programa de rastreamento, que o serralheiro Osvaldo Carvalho, de 58 anos, conseguiu diagnosticar a doença e salvar sua vida! O barretense estava em um bar, localizado em um bairro periférico da cidade, quando os profissionais do Hospital de Amor chegaram com a van para iniciar a busca ativa. “ Eu estava em um boteco, comendo uma coxinha, quando a equipe chegou e examinou minha boca. Após fazerem uma análise, eles solicitaram para eu comparecer imediatamente ao Instituto de Prevenção, pois seria necessário fazer uma biópsia. Em dois dias, eu já tinha recebido o atendimento necessário”, contou Osvaldo.
Menos de um mês depois, ele recebeu o resultado de seu exame: foi diagnosticado com câncer na úvula e no assoalho da boca. A partir daí, Osvaldo iniciou seu tratamento na instituição. Fumante desde os 14 anos de idade, foi necessária a utilização de adesivos que auxiliam no tratamento da dependência. Em junho deste ano, o serralheiro realizou a remoção do tumor e passou por sessões de radioterapia. Hoje, o paciente segue em acompanhamento no HA e encontra-se em ótimo estado de saúde. “A agilidade no meu atendimento foi muito importante para iniciar os procedimentos e ter sucesso no meu tratamento”, declarou.
Segundo a dentista e coordenadora do projeto, Kenya Firmino, a expetativa é de que a conscientização aumente para que seja possível diagnosticar precocemente a doença ainda mais, diminuindo suas taxas de mortalidade. “Quando detectado em estágios iniciais, a chance de cura desse tipo de tumor chega a ser maior que 80%. Em estágios avançados, a sobrevida pode ser menor do que 5 anos”, afirmou Kenya.
Câncer de Boca
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 14.700 novos casos de câncer de boca ainda neste ano, sendo 11.200 em homens e 3.500 em mulheres. Estes tumores são formados por células que se multiplicam rápida e descontroladamente, destruindo órgãos e se espalhando para os linfonodos do pescoço (conhecidos como ínguas), afetando lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca, é importante observar gengivas, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca) e língua (principalmente as bordas e o assoalho – região de baixo).
Uma das principais causas desse tipo de tumor é o tabagismo. Cigarro, charuto, cachimbo, narguilé e maconha estão diretamente relacionados ao câncer de boca. As bebidas alcoólicas, em especial, as destiladas, quando associadas ao uso do cigarro, podem aumentar em até quatro vezes o risco de se desenvolver a doença. Outras causas estão relacionadas às más condições de higiene bucal, alimentação carente de frutas e verduras frescas, além de fatores genéticos.
Na maioria dos casos, o câncer de boca apresenta-se como uma área endurecida ou uma ferida que sangra, podendo causar dor durante a fala e alimentação. O aumento dos linfonodos no pescoço, dor de ouvido, dor de garganta e dentes amolecidos são outros sinais de alerta.
Hábitos saudáveis, não fumar, não beber, cuidar da higiene bucal e fazer visitas regularmente ao dentista, são atitudes que contribuem para a saúde adequada da boca e, consequentemente, previnem o câncer de boca.
Quem deve fazer o exame de prevenção?
Pessoas com feridas na boca que não cicatrizam há mais de 15 dias, fumantes (ou não fumantes em até 20 anos) e consumidores de bebida alcoólica devem fazer o exame preventivo.
Qual a criança que não sonha em conhecer o local de trabalho dos pais? Pensando nisso, o Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor promoveu no último sábado (20), a 4ª edição do “Meus Filhos, Meu Trabalho”. O evento, que visa valorizar ainda mais a humanização do trabalho desenvolvido pela instituição, buscou gerar uma interação dos filhos dos colaboradores com o ambiente de trabalho de seus pais, sensibilizando-os sobre a importância da atuação deles dentro do hospital e também sobre a qualidade de vida e promoção de saúde.
Durante a ação, cerca de 70 crianças e adolescentes passaram uma manhã diferente e divertida! A garotada conheceu mais sobre os 56 anos de história do Hospital, além de participar das várias atividades, jogos e até sessões de cinema.
Para o coordenador do NEC, Gerson Vieira, a intenção do evento é aproveitar a presença das crianças e não só apresentar a infraestrutura do centro oncológico, como também mostrar a importância do trabalho dos pais em cada departamento. “A participação dos pais com os seus filhos nas atividades propostas foi o nosso desafio. Alguns colaboradores já nos sinalizaram sobre a alegria dos seus filhos em ter participado e já até perguntaram que dia poderiam voltar”, afirmou.
Cronograma
A movimentação teve início no Hospital de Amor às 08h30, quando as crianças foram convidadas a participar de alongamentos e brincadeiras de boas-vindas. Logo em seguida, tomaram um delicioso café da manhã e seguiram para suas atividades: os pequenos foram direcionados a salas de computadores para brincar com o “Crianças como Parceiras” – plataforma online desenvolvida pelo próprio NEC, em parceria com escolas estaduais e municipais, que visa orientar as crianças sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer. Ao final, puderam curtir um cineminha com o filme “Missão Cegonha” e andar pelos corredores da instituição.
Já os adolescentes puderam viver uma experiência imersiva de maneira lúdica na carreta educativa “Missão Gênese”, onde aprenderam, por meio de jogos e desafios, que hábitos saudáveis e escolhas inteligentes trazem enormes benefícios e diminuem muito os riscos de se desenvolver câncer ao longo da vida. Na sessão de cinema, eles curtiram o filme “Hotel Transilvânia 2”.
“Ver no rostinho dessa garotada a alegria de conhecer o ambiente de trabalho dos pais, foi muito gratificante. É um evento de grande valia, pois os filhos reconhecem a importância do trabalho de seus pais para a comunidade e, principalmente, sobre a relação de amor deles nos cuidados de outras pessoas”, declarou o coordenador do NEC.
Meus Filhos, Meus Trabalho 2019
O sucesso do evento foi tão grande que a 5ª edição do “Meus Filhos, Meu Trabalho” já está confirmada. “Não podemos estragar as surpresas, mas estamos repletos de ideias para o próximo ano”, finalizou.
O Hospital São Judas Tadeu – a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor – realizou no dia 6 de outubro, a 4ª edição da “Caminhada Lado a Lado com o Idoso”. A ação, que ocorreu na Região dos Lagos, em Barretos (SP), tem como objetivo promover o bem-estar do público idoso, através de atividades físicas e interação entre os participantes.
Mais de 500 participantes se reuniram no evento, superando as expectativas dos anos anteriores. Voltado para o público com idade acima de 60 anos e inscrições gratuitas, o percurso teve 900 metros de caminhada. Segundo a enfermeira da unidade de cuidados paliativos do HA, Verônica Faustino, profissionais de diversas áreas, entre eles educadores físicos, estão envolvidos na organização da ação para garantir conforto e prezar pelo bem-estar dos idosos. “Nossa intenção é que eles não sintam dor ou cansaço, mas que sintam prazer em estar participando. Durante todo o percurso, eles encontram água. Quando eles terminam, são recepcionados com massagem relaxadora, aferição de pressão, testes e um delicioso café da manhã com frutas e sucos”, contou.
De acordo com a fisioterapeuta do Hospital São Judas Tadeu, Adriana Ferreira, a caminhada é um exercício muito importante, não só para o público da terceira idade, mas também para a melhora da qualidade de vida de todas as pessoas. “Escolhemos a caminhada por que ela é responsável por promover o fortalecimento muscular, a destreza, evitar quedas, entre outras qualidades. É uma atividade muito benéfica”, afirmou.
E você sabe qual outro benefício que a atividade física traz para os maiores de 60 anos? Vitalidade! “É a prova de que eles são capazes. Por isso, é tão importante praticar exercícios na terceira idade”, comentou Verônica.
O contador barretense, Daniel Bampa Netto, de 79 anos, e sua esposa, Zaira, foram escolhidos para apadrinhar a Caminhada “Lado a Lado com o Idoso” deste ano. O casal, exemplo a ser seguido, tem a atividade física em sua rotina há mais de 12 anos e garante: idosos que se exercitam, vão longe! “Para nós, grandes incentivadores de exercícios físicos, participar de um evento como este é um orgulho e uma energia única. Não apenas pela caminhada em si, mas pela amizade que se cria, o companheirismo, o bate-papo. Isso vale muito a pena e é uma bela maneira de passar a vida! Como padrinho desta ação, eu espero servir de inspiração para muitas pessoas. O recado que fica é: vamos nos exercitar para podemos acompanhar o tempo que ainda nos falta”, comentou empolgado.
Vencedor
Com 70 anos e uma energia de causar inveja, o pedreiro Archimedes Damas apertou o passo e foi o vencedor da caminhada. Satisfeito com o evento e feliz com seu troféu de primeiro colocado, ele se considera um grande incentivador para os outros idosos. “Em qualquer disputa que a gente entra, a intenção é vencer. Por isso, eu estou muito contente por ter conquistado o primeiro lugar. Agradeço a todas as pessoas que organizam essa ação e zelam pela nossa saúde. Eu me sinto disposto e com ótima aparência física e, hoje, eu comprovei isso”, declarou.
A 5ª edição da Caminhada “Lado a Lado com o Idoso” já está confirmada e a expectativa é de que 700 inscrições sejam realizadas.
Selo “Hospital Amigo do Idoso”
Esta mobilização reforça a participação do Hospital de Amor na sociedade, demonstrando, assim, a importância da existência do selo “Hospital Amigo do Idoso”, que a unidade de cuidados paliativos conquistou.
A instituição recebeu a visita de uma comissão de auditores do Estado de São Paulo e foi chancelada com o selo, que é uma iniciativa do governo paulista e tem como intuito estimular e apoiar a qualificação geronto-geriátrica dos hospitais.
De acordo com a fisioterapeuta Adriana Ferreira, para obter o selo, o hospital deve cumprir 25 critérios que são divididos em níveis: inicial, intermediário e pleno, sendo este último o nível máximo exigido pelos auditores. Dentre as adequações solicitadas estão as acomodações do ambiente físico do prédio (como a inserção de barras no banheiro, elevação do vaso sanitário, antiderrapante e adequação do espaço utilizado pelo idoso). Segundo Adriana, 45% dos pacientes do Hospital São Judas Tadeu são idosos, porém, os outros pacientes em tratamento no centro também são contemplados com os benefícios.
Há muitos anos, o Hospital de Amor conta com uma parceria importante com a Rice University – respeitável centro acadêmico localizado em Houston, nos Estados Unidos. Durante todo esse período, a universidade vem contribuído significativamente com a instituição, através do desenvolvimento de projetos nas áreas de Prevenção, Cuidados Paliativos, Saúde Primária e Secundária, e Medicina Nuclear, além de apresentar ideias inovadoras e ações.
De 8 a 11 de outubro, o HA recebeu a visita da diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, e três alunos: Annie Graff, Sylvie Kalikoff e Kevin Smith, que atuaram em projetos de prevenção e cuidados paliativos (ClaroScope e PalliAssist). O objetivo foi buscar soluções diante dos problemas clínicos enfrentados diariamente pelo hospital, seja na criação de softwares e equipamentos ou na adequação de protocolos já existentes. Além disso, eles aproveitaram a oportunidade para conhecer o departamento de ortopedia e discutir possíveis novas ações e seus desdobramentos.
Anualmente, estudantes de graduação e pós-graduação realizam intercâmbio na instituição na tentativa de trazer ideias inovadoras para o desenvolvimento de diversos projetos, buscando enriquecer suas experiências acadêmicas. Ao todo, 22 pessoas, entre alunos e diretores, já passaram pelo HA em missões de intercâmbio.
De acordo com o oncologista e diretor de extensão do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, a interação entre áreas diversas, como por exemplo, tecnologia, biologia ou ciências da vida, é muito rica e capaz de produzir conhecimentos novos. “Imaginamos que esta parceria possa resultar em avanços importantes, tanto na criação de aprendizado, quanto na aplicação prática. O convívio com alunos de outra formação e cultura também é enriquecedor, com a internacionalização do nosso centro de pesquisa e ampliação dos horizontes dos nossos estudantes e profissionais. Além disso, o HA ganha visibilidade e, principalmente, a possibilidade de conquistar parcerias em projetos, como psicologia comportamental e ciências tecnológicas, cuja expertise nós não possuímos”, afirmou.
Graças à relação com o centro acadêmico norte-americano, muitos projetos foram desenvolvidos e estão em execução. Para a diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, a grande expectativa é que o relacionamento entre o Hospital de Amor e a Rice University cresça ainda mais, para que outros estudantes e profissionais possam conhecer a estrutura da instituição e contribuir com a solução de problemas mais complexos relacionados à saúde. “Essa relação entre as duas entidades é muito importante. Eu já tinha visitado outras instituições no Brasil, mas o Hospital de Amor foi a que mais me impressionou! A qualidade do tratamento e das instalações é igual e, muitas vezes, até melhor do que hospitais nos Estados Unidos”, relatou Sarah.
Experiência
Os estudantes de bioengenharia da faculdade texana estiveram pela primeira vez no Brasil e ficaram impressionados com Hospital de Amor. Após passarem uma semana conhecendo o trabalho desenvolvido pela instituição e disponibilizando seus conhecimentos em diversos setores, os alunos partiram satisfeitos com a oportunidade. “Eu escolhi vir para cá, porque sei que o HA oferece um tratamento de qualidade para todos que precisam, e não apenas para quem pode pagar por ele. Nosso desejo é que essa parceria com a Rice continue. Todos aqui são muito amigáveis, gentis e hospitaleiros, por isso, estamos muito empolgados em nos envolver com nesse trabalho, que é tão importante e único”, relatou Kevin Smith, de 22 anos.
Outubro é conhecido mundialmente como o mês da prevenção do câncer de mama. Como parte das ações do Hospital de Amor (HA), o Núcleo de Educação em Câncer (NEC), em parceria com o Instituto de Prevenção da instituição, realiza, anualmente, atividades dentro desta temática por meio do projeto Talento Rosa. Neste ano, o lançamento oficial aconteceu no dia 27 de setembro, na Facisb (Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata), e reuniu 130 representantes, entre eles supervisores, diretores, coordenadores e professores, de escolas estaduais, municipais e particulares de Barretos (SP) e região.
O projeto de formação visa incentivar a cultura do autocuidado e qualidade de vida, além de ampliar o conhecimento sobre prevenção entre alunos das mais diversas faixas etárias e seus familiares. Para isto, docentes de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio receberam um breve treinamento com informações e técnicas de aplicabilidade das atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula e que resultem na produção de cartazes, desenhos, frases e vídeos sobre a temática.
De acordo com o coordenador do NEC, Gerson Vieira, o principal objetivo do evento é orientar esses profissionais quanto a importância da campanha “Outubro Rosa” para que o assunto seja discutido em sala de aula, desenvolvendo com os alunos diversos trabalhos sobre o tema. “O combate ao câncer de mama é um desafio muito grande, mas, realizar esse feito em parceria com as crianças e adolescentes por meio das escolas se torna mais plausível. A proposta do Talento Rosa é gerar a produção de trabalhos que deem visibilidade à temática, através de cartazes, desenhos, frases, paródias e vídeos. Todo esse cenário dentro da escola é para fazer com que essa garotada se torne multiplicadora da informação para as mulheres de seu convívio, afinal, o apelo de um filho ou de um ente querido é muito mais forte”, afirmou.
No último ano, a ação alcançou 20 mil alunos. A expectativa é que a quinta edição do projeto atinja cerca de 30 mil estudantes de toda a região. Ao final do mês de outubro, os trabalhos realizados pelos alunos serão encaminhados ao NEC, que será responsável pela exposição deles nos ambulatórios e site do Hospital de Amor.
Para a secretária de educação de Barretos, Valéria Recco, essa iniciativa é muito importante para todas as pessoas que estão envolvidas com a educação, sejam elas profissionais ou estudantes. “Esse trabalho não é realizado apenas nesse período, ele acontece durante todo ano nas escolas do nosso município. Através dele, foi possível detectar vários casos de câncer de mama em professores, e os alunos conseguiram levar informações para dentro de suas casas, fazendo com que suas mães realizassem o exame de mamografia”, relatou Valéria.
#TalentoRosa2018
Durante o evento, a equipe do NEC realizou uma ação, incentivando os professores participantes a estimularem seus alunos e colegas a publicar a hashtag #TalentoRosa no dia 19 de outubro, data em que se celebra o “Dia Internacional Contra o Câncer de Mama”, a fim de gerar uma o envolvimento nas redes com o tema.
Sobre o NEC
O Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor desenvolve ações e projetos para diferentes tipos de público com o objetivo de favorecer o diagnóstico precoce de câncer, estimular mudanças nos hábitos de vida, popularizar a ciência e informar a população sobre a doença.