De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil. Esses números representam a quantidade de pessoas diagnosticadas com essa condição a cada ano.
A soma de vários fatores contribui para o aumento deste tipo de câncer. O Hospital de Amor conversou com o médico do departamento de oncologia clínica do HA, em Barretos (SP), Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, para esclarecer dúvidas frequentes e explicar melhor o desenvolvimento da doença.
R: O câncer de esôfago é o oitavo câncer mais comum ao redor do mundo e a sexta causa de morte por câncer no mundo. No Brasil, é a sexta causa de câncer em homens e a quinta de morte por este tipo de tumor. É importante entendermos que no esôfago podemos ter “02 doenças” (ou 02 histologias) que chamamos de “câncer de esôfago”: o carcinoma espinocelular (CEC), que geralmente surge na parte superior e média do esôfago, e o adenocarcinoma, que geralmente surge na parte inferior (perto do estômago) do esôfago. Eles são diferentes não só no que se refere à localização mais frequente, mas também em termos de distribuição geográfica, fatores de risco, biologia e comportamento.
R: Para o CEC de esôfago, os principais fatores de risco são: cigarro e álcool (os principais), acalasia (distúrbio raro que dificulta ou impede que o esôfago direcione os alimentos para o estômago), infecção por HPV (Papilomavírus humano), lesão cáustica (por ingestão de soda cáustica por exemplo) previa e baixa ingestão de frutas e vegetais. Já para o adenocarcinoma de esôfago, os principais fatores de risco são: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), esôfago de Barret (metaplasia do esôfago causada pelo refluxo), obesidade e tabagismo.
R: Não existem testes validados para a prevenção do câncer de esôfago. Devemos considerar endoscopia (EDA) periódica para pessoas que têm um risco aumentado de desenvolver essa condição, são elas:
– Doença do refluxo gastroesofágico sintomática;
– Pessoas que já possuem o diagnóstico de ‘Esôfago de Barret’;
– Pessoas que têm acalasia, ingestão de soda cáustica.
R: Sim, a baixa ingestão de frutas e vegetais é um fator de risco para o câncer de esôfago. Além disso, a obesidade é um dos principais fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago.
R: O tratamento depende de qual tipo de câncer de esôfago o paciente tem (CEC ou adenocarcinoma), depende do estágio em que a doença se encontra e das condições clínicas dele. Mas é primordial uma abordagem multidisciplinar. No Hospital de Amor, os casos de câncer de esôfago são discutidos em reunião multidisciplinar com a participação de médicos oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas e radiologistas. Além da equipe médica, é muito importante um acompanhamento com a enfermeira da especialidade, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo. O tratamento pode variar desde uma simples retirada do tumor por via endoscópica, até quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Lembre-se sempre de consultar um médico especialista e adotar um estilo de vida mais saudável. Estes são passos importantes para proteger sua saúde.
Purple e Nick, a dupla perfeita! Os dois cavalos são fundamentais, juntamente com a equipe de equoterapia do Hospital de Amor composta pela fisioterapeuta, Dilene Nunes Brianez; a técnica de enfermagem, Sara Campusano Forte Silva; e o condutor, Raimundo José Nunes de Almeida Neto, que auxiliam na reabilitação de pacientes oncológicos e não oncológicos.
A equoterapia – ou terapia assistida por cavalos – é um método terapêutico que utiliza o cavalo, para promover um desenvolvimento biológico, psicológico e social dos pacientes pediátricos do Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). Durante as seções, os pacientes trabalham mobilidade, fortalecimento da pelve, coluna, tônus, controle da cabeça e tronco, além da interação sensorial, como explica a fisioterapeuta do HA, Dilene Nunes Brianez.
“A equoterapia trabalha o corpo como um todo, a gente fala que é um recurso terapêutico, que utiliza o cavalo para a melhora da parte física e emocional. Todos os pacientes oncológicos e não oncológicos pediátricos, que realizam tratamento no Centro de Reabilitação, passam por uma avaliação, e os pacientes que são encaminhados para a equoterapia, trabalhamos as necessidades de forma individualizada. No caso de um paciente oncológico, após uma cirurgia que perdeu o movimento e está com dificuldade ou uma fraqueza, a gente analisa o que precisa ser trabalhado e direciona a terapia específica para ele”, detalha.
Pedro Miguel Alves de Sousa, de 9 anos, é paciente do Hospital de Amor desde os quatro anos de idade, ele foi diagnosticado com glioma de tronco encefálico, um tumor que se desenvolve no sistema nervoso central, e em julho de 2023 iniciou a equoterapia. Sua mãe, End Michelle Sousa Santos, conta que ele é um paciente paliativo desde a descoberta do câncer, mas que é um exemplo de superação e de milagre. No ano passado, ele precisou colocar uma válvula para hidrocefalia, porém não se adaptou no início, o que gerou complicações e sequelas, como a perda do movimento das pernas. “Sou imensamente grata a toda equipe da reabilitação e da equoterapia, hoje meu filho faz todos os movimentos perfeitamente, só quem viu como Pedro ficou, sem reposta nenhuma de equilíbrio, de força e tantas outras coisas, e ver como ele está hoje, não acredita. Pois foi e é um verdadeiro milagre”, declarou a mãe.
A indicação da equoterapia para crianças e adolescentes é realizada por meio de uma avaliação, onde os terapeutas analisam ganham motor e independência dos pacientes durante as seções de fisioterapia. Através dessa análise, é possível identificar se os pacientes estão habilitados para começar a equoterapia.
Terapia complementar
A equoterapia não substitui a fisioterapia convencional, nem outras terapias, ela complementa o tratamento de reabilitação dos pacientes, como destaca o fisioterapeuta do HA, Thiago Felicio. “O cavalo proporciona um bem-estar para os pacientes, então vamos supor, um paciente que não anda, o cavalo realiza um movimento tridimensional, que é o mesmo movimento que a gente anda, então a criança em cima do cavalo, está realizando uma atividade de marcha adaptada. Na equoterapia é trabalhado o corpo como todo, conforme o cavalo realiza esse movimento tridimensional, o corpo precisa fazer vários ajustes tônicos”, explica.
Além dos pacientes oncológicos, o Centro de Reabilitação atende pacientes não oncológicos, e a equoterapia também é indicada para crianças e adolescentes que possuem transtorno do espectro autista (TEA), hiperatividade, transtorno de déficit de atenção (TDAH), transtorno opositor desafiador (TOD) e síndrome de Down, como destaca a neurologista infantil do HA, Drª Ana Paula S. Marques. “A equoterapia é uma terapia importantíssima para a reabilitação de crianças de várias modalidades. Pacientes com transtorno de espectro autista (TEA), a equoterapia auxilia na interação social da criança, com o animal, na interação com as outras crianças que participam da terapia, além de trabalhar a coordenação motora. A criança que tem paralisia cerebral, ela vai evoluir no controle motor, controle cervical e de tronco, que é um movimento coordenado do animal com o próprio controle do paciente. Além disso, auxilia no tratamento de pacientes com transtorno de déficit de atenção (TDAH), hiperatividade, transtorno opositor desafiador (TOD) e síndrome de Down”.
Matheus Henrique Freire de Ávila Lima, de 4 anos, foi diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA) com um 1 anos e 8 meses. Antes de ser encaminhado para o centro de Reabilitação do HA, há cerca de seis meses, ele realizava acompanhamento particular.
O primeiro passo para a reabilitação do Matheus foi a terapia de fonoaudiologia e há dois meses, ele realiza a equoterapia. Sua sua evolução já é visível, como conta sua mãe, Bruna Freire. “Desde quando ele iniciou a reabilitação, e um pouco mais de dois meses aqui na equoterapia, ele já evoluiu bastante. O desenvolvimento dele melhorou, ele está mais calmo, mais tranquilo, aos poucos estamos vendo mudanças significativas, principalmente na parte cognitiva. Com a equoterapia e o acompanhamento no Centro de Reabilitação com a fonoaudióloga e toda a equipe multidisciplinar, eu espero que ele consiga fazer as coisas sozinho, que ele tenha uma autonomia, acho que isso é um desejo de todas as mães para os seus filhos, espero que ele desenvolva o mais rápido possível”, comenta Bruna.
Equoterapia
O Centro Especializado em Reabilitação Equoterapia Barretos-SP iniciou em 2016, sendo integrado ao projeto Bella Vita, que tem como objetivo reabilitar e ampliar a assistência aos pacientes, amenizando e recuperando-os das sequelas geradas pela doença e seu tratamento.
O espaço onde é realizado as seções de equoterapia, foi uma doação do responsável técnico pelo Departamento de Oncologia Clínica do HA, Dr. Sérgio Vicente Serrano, que atua na instituição desde 2005. Dr. Serrano, sempre foi apaixonado por cavalos, ele adquiriu um sítio e fez um espaço para os cavalos e para montaria. A iniciativa de doar o espaço para o HA, surgiu a partir de uma conversa com o Dr. Daniel Marconi, que atualmente é diretor de Reabilitação do HA.
“Alguns anos atrás, eu e o Dr. Daniel Marconi estávamos no ambulatório do HA, e eu escutei uma conversa dele com outros colegas sobre cavalos. Me aproximei, ele me perguntou se eu sabia onde encontrava cavalo para equoterapia. Eu expliquei que não tinha um cavalo, uma raça específica, mas que precisava ser um cavalo fácil de lidar, um cavalo manso, que não fosse agressivo. Durante a conversa, ele foi me explicando qual era a ideia, foi onde eu falei que tinha um espaço com uma área coberta. O Dr. Marconi foi visitar o espaço e foi onde surgiu a equoterapia, que depois passou a integrar o projeto Bella Vita”, declara Dr. Serrano.
Durante o mês, são realizados mais de 50 atendimentos de equoterapia em crianças e jovens, e podemos dizer que acompanhando as sessões, o brilho no olhar dos pacientes e a felicidade de estarem em contato com os cavalos é nítido e emocionante. O sentimento, como Dr. Serrano comenta, é de gratidão. Gratidão em poder reabilitar os pacientes com qualidade e amor.
“O maior sentimento que tem é gratidão! Quem mais acaba se sentindo bem é a gente mesmo, porque está lá o espaço, é uma coisa que eu sempre quis, eu tenho bastante afinidade, com a natureza, com o cavalo, mas eu não fico lá, eu vou só a noite, então o espaço está parado, e se isso pode ser aproveitado, é muito gratificante. A gente agradece em poder ter a chance de oferecer alguma coisa desse tipo, inclusive essa área, eu fiz a doação para o hospital, porque um dia, às vezes, eu não vou estar aqui, mas eu acho que é uma coisa que não deve parar, então é um espaço que já pertence ao hospital. Independente deu estar presente ou não, é uma coisa que vai continuar, e é assim que eu desejo”, declarou Serrano.
O câncer de boca, também conhecido como câncer de cavidade oral, apesar de altamente prevenível, ainda é um dos 10 mais incidentes no Brasil, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o triênio 2023-2025, com 15,1 mil novos casos/ano, dos quais 72% em homens. Apesar de ter ido de 5º para 8º lugar, quando comparado a estimativa anterior, a doença preocupa pela alta taxa de diagnóstico tardio, que reduz consideravelmente as chances de cura, além de tornar necessário a intervenção com tratamentos mais complexos e de alto custo.
Este tipo de câncer diz respeito aos tumores que afetam: lábios, gengivas, bochechas (interior), céu da boca e língua; além de amídalas, palato mole e paredes da garganta. E, segundo a Organização Mundial de Saúde, pode ser prevenido com hábitos de vida saudáveis, ampliação do acesso aos serviços de saúde e diagnóstico precoce, visto que os principais fatores de risco são o tabagismo, consumo excessivo de bebida alcoólica, má higiene bucal, exposição à radiação solar (para casos de câncer nos lábios) e prática de sexo oral sem preservativo.
Neste cenário, desde 2014, o Hospital de Amor conta com um programa ativo de rastreamento de câncer de boca, com foco na população de alto risco. Implantado incialmente em toda DRS-V, regional que compreende 18 municípios, incluindo Barretos (SP), cidade que abriga a sede da instituição, o programa possui uma taxa 56,3% de diagnóstico em estadiamento precoce, taxa que é de apenas 26,9% no âmbito nacional de acordo com o INCA.
Só em 2023, foram 21.349 exames bucais realizados, onde 806 biópsias foram necessárias, resultando em 223 diagnósticos. De acordo com o Coordenador do Departamento de Odontologia do HA, Dr. Fábio Luiz Coracin, o sucesso desse modelo é composto por diversos fatores, entre eles a parceria e integração sólida entre as atenções primárias, secundárias e terciárias de saúde; e a busca ativa voltada para população de alto risco, que possui resistência ao rastreamento espontâneo. Além disso, outro ponto de destaque, é o baixo custo, que fica em torno de R$ 10,00 por paciente, considerando a estimativa de hora trabalhada de dois profissionais e material de consumo.
Atualmente, o programa conta com visitas anuais regulares em todos os municípios da DRS-V, além de ações pontuais que visam a ampliação da cobertura e efetividade. A instituição também já deu início à uma expansão do projeto para outras localidades, onde já estão instalados institutos de prevenção do HA, como as cidades de Rio Branco (AC) e Ji-Paraná (RO). A ampliação prevê, ainda, atividades conjuntas ao programa de rastreamento de câncer de pulmão da entidade, já que o público-alvo é semelhante.
Homens e mulheres a partir de 35 anos, que fumam e/ou bebem bebidas alcoólicas com frequência, ou que tenham deixado de fumar em até 20 anos.
– Feridas locais que não cicatrizam em 15 dias, mesmo que não apresentem dor;
– Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou escuras;
– Caroços no pescoço;
– Dor de ouvido;
– Dificuldade de falar e/ou engolir;
– Dores na boca e/ou pescoço.
Informações: WhatsApp (17) 3321-6626 | Telefone: (17) 3321-6600, ramais 7054, 7050 ou 7037.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira, Elaine da Silva Santos e Mário Fontainha, o que eles têm em comum? Todos eles receberam os primeiros aparelhos auditivos dispensados pelas unidades de reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP) e Porto Velho (RO)!
As unidades de reabilitação do HA realizaram, no mês de março e abril, as primeiras entregas de aparelhos auditivos para pacientes oncológicos e não oncológicos. Foram dispensados mais de 30 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais) para as pessoas que já estavam na fila do SUS (Sistema Único de Saúde), aguardando os dispositivos.
Perda auditiva
A perda auditiva nada mais é do que a redução da capacidade de ouvir sons, podendo ser temporária ou permanente. Elas podem ocorrer por diversos fatores, como infecções, idade, lesões, exposição e ruídos. Além disso, também existe a possibilidade de pessoas que realizaram tratamento oncológico perderem a audição, como destacou o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.
“Esses pacientes tiveram perda de audição (muitas vezes esperada), devido ao tratamento oncológico e, após o sucesso no tratamento, vem a segunda parte: que é a reabilitação. Além dos pacientes oncológicos, nós temos pacientes não oncológicos, como crianças – que possuem alterações congênitas que vem de um histórico familiar; e adultos – que acabam manifestando a perda auditiva um pouco mais tarde por conta de fatores como idade e excesso de exposição ao ruído”, explicou o médico.
Dispensação de aparelhos auditivos
“O que importa é eu estar ouvindo bem”, declarou Elaine da Silva Santos (46), de Barretos (SP), paciente do HA desde 2019 – quando foi diagnosticada com meningioma na cabeça e teve perda de audição. “Em 2019 eu fui diagnosticada com um meningioma na cabeça e iniciei meu tratamento no Hospital de Amor. Precisei passar por cirurgia, onde fiquei 21 dias em coma, e tive algumas sequelas. Fiquei sem andar, precisei fazer traqueostomia, tenho dificuldade na fala, tive perda de audição. Fui encaminhada para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde fiz todo o tratamento para conseguir voltar a ter uma vida normal. Tive alta da reabilitação da parte física e motora, e iniciei um novo processo, dessa vez a auditiva”, comentou a paciente.
No mês de março, Elaine recebeu dois aparelhos auditivos e, durante a entrega, a felicidade e a surpresa em seu rosto eram visíveis, pois quando os dispositivos foram ligados, ela começou a escutar sons que ela já não escutava há muito tempo, como os passos de pessoas andando no corredor do HA.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira nasceu com hidrocefalia e, com 12 anos, foi diagnosticado com meduloblastoma. Ele iniciou o tratamento oncológico na sua cidade natal, Machadinho do Oeste (RO), e posteriormente, quando o Hospital de Amor Amazônia foi inaugurado, conseguiu transferência. Atualmente com 19 anos, Dhionatan finalizou o tratamento e, a cada seis meses, passa por consultas e realiza exames de acompanhamento.
Além disso, ele também realiza sessões na unidade de reabilitação do HA em Porto Velho (RO), o ‘DREAM Amazônia’. Porém, há dois anos, a família de Dhionatan percebeu que ele não estava ouvindo direito. “Sempre quando a gente conversava, a gente via que ele perguntava muito: ‘O que foi, pai?’ O que foi, mãe? Não estou escutando direito.’ E sempre que ele ia fazer os exames no hospital, a médica ia notando esse problema também. Foi aí que ela pediu o exame e o diagnostico aconteceu: perda de audição”, contou o pai de Dhionatan, Leucimar Nunes Teixeira.
Assim como Elaine, Dhionatan recebeu os aparelhos auditivos! “Eu me sinto muito feliz, a sensação de ouvir novamente é incrível”, comentou.
Em 2007, com oito anos, Mário Fontainha foi diagnosticado com meduloblastoma com hidrocefalia. Ele veio de Ji-Paraná (RO) para realizar o tratamento no HA, em Barretos (SP), e há mais de 15 anos teve alta, realizando o acompanhamento anual. Atualmente, com 25 anos, Mário reside na cidade de Valentim Gentil (SP) e, de uns anos para cá, percebeu uma perda significativa na audição.
Ele também foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde passou por consultas com a equipe multidisciplinar (com otorrinolaringologista e fonoaudiologia) e realizou diversos exames para se ter um diagnóstico. No resultado foi constatada a perda auditiva, e o tratamento de reabilitação indicado para o Mário foram os aparelhos auditivos.
“Receber os aparelhos está sendo um verdadeiro presente. Com os aparelhos minha vida vai mudar muito, tanto pessoal quanto profissionalmente. Sem o aparelho eu sofria muito, principalmente no meu emprego, pois eu trabalho virado de costas para a equipe e, toda vez que uma pessoa precisa falar comigo, eu não conseguia escutar eles chamarem, era necessário que eles viessem até mim.”
A importância do diagnóstico
Ao dar entrada nas unidades de reabilitação do HA, os pacientes passam por avaliações e uma série de exames. Com o diagnóstico, é possível identificar como a perda vai evoluir com o passar dos anos e qual o tratamento é indicado para o paciente. “Quando eu tenho um diagnóstico, eu sei como essa perda vai evoluir, eu sei quais as dificuldades que o paciente vai ter no processo de reabilitação e, sabendo também o nível da perda de audição, eu consigo entender a dificuldade do paciente no dia a dia. É muito importante eu caracterizar e saber o grau e o porquê o paciente teve aquela perda de audição, para ser tratado de maneira adequada. Nem todo caso é de aparelho auditivo, nós temos casos em que é possível corrigir com cirurgia ou com tratamento clínico. Nós temos um leque de opções a partir de cada perda, mas, na maioria das vezes, o aparelho auditivo é o recurso que irá beneficiar esse paciente”, explicou Dr. Baston.
A perda da audição influencia diretamente na vida de uma pessoa, sendo o primeiro ponto o isolamento social. Indo mais além, a surdez interfere diretamente no desenvolvimento de doenças nos adultos e no atraso de aprendizagem em crianças, como destaca o médico otorrinolaringologista. “A privação sensorial está relacionada, por exemplo, em um adulto, diretamente com o desenvolvimento de doenças da cognição, como Alzheimer e demência, então nós sabemos que realizando a reabilitação desses pacientes, é possível frear ou até barrar esse processo. E falando de crianças, quando elas são submetidas ao tratamento oncológico e tem algum grau de acometimento auditivo, elas precisam ser reabilitadas o quanto antes, de uma maneira eficiente e muito bem-feita, pois isso influencia na escola, no nível de aprendizagem, no desenvolvimento cognitivo e nas relações sociais”, comentou o médico.
Unidades de reabilitação
Acolher com humanização, tratar com dignidade, salvar vidas e reabilitar! Estas são algumas das maiores diretrizes do Hospital de Amor. Em mais de 60 anos de história, a instituição vai muito além do tratamento oncológico: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor conta com três unidades de reabilitação – em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO) – com foco na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais de pacientes oncológicos e não oncológicos.
O Centro Especializado em Reabilitação de Araguaína (TO) realiza, desde novembro de 2022, a reabilitação auditiva de pacientes. A unidade já fez a dispensação de mais de 441 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais), para 234 pacientes (aproximadamente).
Muito se ouve sobre desnutrição, principalmente sobre desnutrição hospitalar, mas você sabia que de 15% a 40% deste problema tem prevalência no diagnóstico de câncer? Dados da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) informam que a desnutrição hospitalar está associada diretamente ao aumento significativo de morbidade e mortalidade, com taxas que variam entre 20% e 60% em adultos hospitalizados – condição que piora, progressivamente, em idosos e pacientes críticos durante a hospitalização.
Este estado de deficiência nutricional – que pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções – é um problema de saúde pública que requer atenção. O cenário se torna ainda mais preocupante quando a desnutrição está relacionada a pacientes em tratamento de câncer, devido à uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao próprio tratamento.
De acordo com uma pesquisa da ESPEN Fact-Sheet (The European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), a incidência de desnutrição aumenta de 40% a 80% durante tratamentos oncológicos. E mais do que isso: alguns tipos específicos de câncer, como pâncreas, pulmão e digestivo, estão associados a um maior risco.
Para você entender melhor o assunto, o médico intensivista do Hospital de Amor, Dr. Luís Henrique Simões Covello, esclareceu as principais dúvidas sobre o tema. Confira a entrevista completa, cuide da sua saúde e da saúde de seus familiares!
1) O que é desnutrição e o que causa este distúrbio no paciente oncológico?
R: A desnutrição é um estado patológico resultante da ingestão insuficiente de calorias, proteínas e outros nutrientes. Este estado de deficiência nutricional pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções. Em pacientes oncológicos, a desnutrição é comum devido a uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao seu tratamento.
2) Quando ela é identificada?
R: A desnutrição é normalmente identificada pelo índice de massa corporal (IMC) reduzido. No entanto, é necessária uma avaliação mais ampla envolvendo a história clínica e alimentar dos pacientes, principalmente os oncológicos.
3) É um quadro preocupante? Por quê?
R: A desnutrição é particularmente preocupante em pacientes oncológicos devido a razões relacionadas ao impacto negativo tanto no tratamento, quanto nos resultados de saúde gerais. Ela causa:
– Comprometimento da função imunológica;
– Redução da tolerância ao tratamento;
– Piora na qualidade de vida;
– Atraso na recuperação e cicatrização;
– Aumento da toxicidade do tratamento;
– Impacto na efetividade do tratamento;
– Aumento da mortalidade.
4) Em quais tipos de câncer a incidência de desnutrição é maior?
R: A incidência de desnutrição é particularmente alta em certos tipos de câncer, especialmente aqueles que afetam o trato gastrointestinal ou aqueles que são metabólica e fisicamente mais agressivos, como por exemplo os cânceres de pâncreas, pulmão e cabeça e pescoço.
5) Existe alguma diferença deste distúrbio entre homens e mulheres?
R: Dados mostram que, dos pacientes desnutridos, 60% são homens e 40% são mulheres.
6) Durante o tratamento oncológico, como a desnutrição pode ser evitada?
R: Algumas estratégias podem ser utilizadas para prevenção e cuidado com a desnutrição nos pacientes oncológicos em qualquer fase do seu tratamento. São elas:
7) A família pode contribuir neste caso? Como?
R: O apoio da família é crucial no manejo da desnutrição em pacientes oncológicos, ajudando não só a preservar o estado nutricional do paciente, mas também a melhorar sua qualidade de vida durante um período desafiador. Aqui estão algumas formas como a família pode contribuir efetivamente:
“Agraciada por Deus”, esse é um dos significados que encontramos para o nome Giovanna e podemos dizer que, a pessoa que carrega esse nome possui uma luz interna que encanta e deixa o dia mais feliz de todos os pacientes e profissionais que ela encontra nos corredores do Hospital de Amor, em Porto Velho (RO).
Quatro anos de pura simpatia, felicidade e carisma! Convidamos você para conhecer a história de Giovanna Silva Borba, mais conhecida como Gigi, uma linda menina que nasceu na cidade de Humaitá (AM) e se tornou paciente do HA em 2022, com dois anos de idade.
Gigi foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda B (LLA), um pouco antes de completar dois anos de idade, quando apresentou alguns sintomas como febre, manchas vermelhas e roxas pelo corpo, como conta sua mãe, Rosenilda da Silva. “Ela ia completar dois aninhos, quando descobrimos a leucemia, e ela começou a ter muita febre, algumas manchas vermelhas, e começaram a aparecer muitos roxos na pele. Eu levei no médico, fizeram exames e deu uma infecção no sangue, mas não sabiam falar o que era. Passaram antibiótico, mandaram a gente para casa, mas os sintomas não passaram”, explica Rosenilda.
Mesmo medicada, Gigi continuou com os sintomas e começou a perder o apetite. Foi onde sua mãe procurou um outro profissional. “A Gigi começou a perder o apetite, não estava 100%, então eu resolvi levar em outro médico, paguei uma consulta com uma pediatra.” Após os exames realizados, a pediatra deu a notícia que Gigi estava com LLA. “No fundo, eu também já sentia algo, por ela ter síndrome de Down, já tinha mais probabilidade”, destaca a mãe.
Gigi foi internada no hospital de Cacoal (RO), onde residia com sua família, e conseguiu o encaminhamento para o HA, em Porto Velho (RO), para realizar o tratamento oncológico. Após, quase dois anos e meio de tratamento, Gigi está prestes a finalizar as sessões de quimioterapia, como comenta a mãe. “Depois de quase dois anos e meio, estamos aguardando o final do tratamento e se Deus quiser, os exames apontarão a cura.”
Leucemia e síndrome de Down
Gigi nasceu com síndrome de Down, que é uma alteração genética caracterizada pela presença adicional de um cromossomo 21 nas células, totalizando um genótipo com 47 cromossomos ao invés de 46.
Segundo estudos, crianças com síndrome de Down possuem, aproximadamente, de 10 a 20 vezes mais risco de desenvolver Leucemia Linfóide Aguda ou Leucemia Mielóide Aguda, se comparadas com a população pediátrica em geral, sem síndrome de Down. “A trissomia do cromossoma 21 afeta a formação do sangue fetal, causando um aumento das células tronco hematopoiéticas, células que dão origem a todas as linhagens celulares do sangue, dos progenitores eritróides (células que dão origem as células vermelhas), megacariócitos (células que dão origem as plaquetas) e diminuição dos precursores das células B. Na Leucemia Mielóide Aguda da Síndrome de Down (LMSD), ocorre uma mutação do gene GATA1. O gene GATA1 codifica fatores que são fundamentais para o desenvolvimento das linhagens eritróides e megacariocíticas. Na Leucemia Linfóide Aguda da Síndrome de Down (LLASD), cerca de 50% dos pacientes superexpressam o gene CRLF2 e 20% apresentam mutações da proteína Janus Kinase (JAK2)”, explica a oncologista pediátrica do HA, Dra. Bianca Faustini.
Os sinais e sintomas tanto da LMASD, quanto da LLASD, são semelhantes aos da LLA e LMA em pacientes sem a trissomia do 21, ou seja, febre, aparecimento de hematomas e sangramentos, dor óssea ou articular, palidez cutâneo-mucosa, apatia e infecções de repetição são queixas frequentes nesses pacientes.
O diagnóstico é realizado por meio de uma boa investigação clínica, como explica a médica oncologista pediátrica. “Em um primeiro momento, a realização de um hemograma, que na maioria das vezes vai apresentar algum grau de alteração que nos faça pensar em uma leucemia aguda. A partir da suspeita, outros exames mais específicos serão realizados, tais como mielograma, imunofenotipagem (ou qualquer outro método para identificação da linhagem celular), citogenética convencional, biologia molecular e, em alguns casos, biópsia de medula óssea”, destaca Dra. Bianca.
Reabilitação
Além do tratamento oncológico, Gigi também se tornou paciente da unidade de reabilitação do HA, em Porto Velho (RO). Gigi possui algumas limitações, principalmente dificuldade na fala, por conta da síndrome de Down. Há um pouco mais de um ano e meio, ela vem realizando a reabilitação com a equipe multiprofissional do HA (psicólogo, terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia), e a sua evolução é perceptível.
“A Gigi realiza atendimento fonoaudiológico desde abril de 2023, e quando iniciou a reabilitação, ela apresentava ausência de oralidade, que na fonoaudiologia é considerada um Transtorno de Linguagem, ou seja, ela emitia balbucios (sons). Com a terapia, formos dando significância para cada balbucio e com treino articulatório, e ela teve uma ótima evolução, ela está realizando a produção de fala, às vezes ininteligível, porém com intensão comunicativa, e a família também tem desempenhado um papel muito participativo”, destaca a fonoaudióloga do HA, Joisilane dos Santos Ferreira.
O desenvolvimento da Gigi vem ocorrendo gradativamente e nesse ano de 2024, ela deu mais um importante passo: está indo à escola duas vezes na semana, como destaca a mãe, Rosenilda. “Ela evoluiu muito desde quando iniciou a reabilitação. A questão da fala, ela não conseguia nem se expressar, ela não sabia pedir, não sabia chamar. Às vezes, ela não sabe falar a palavra, mas ela faz o gesto, além disso, eu tenho um apoio muito grande da equipe, eles explicam e me orientam em tudo. A Gigi começou a ir à escola duas vezes na semana, e cada vez mais o desenvolvimento dela é visível.”
E não foi só na fala que Gigi vem se desenvolvendo. Quando iniciou o tratamento, ela também apresentava dificuldades na parte motora, como explica a fisioterapeuta do HA, Vitória Silva Souza. “A Gigi tinha bastante dificuldade no que a gente chama de marcha com base alargada, na rotação externa de quadril bilateral e tinha histórico de quedas recorrentes da própria altura. Com a reabilitação, o desempenho dela está sendo excelente, atingindo os objetivos terapêuticos que são otimizar marcha, melhorar equilíbrio, reduzir quedas, ajustar a postura e otimizar força muscular global”, destaca a fisioterapeuta.
Fica o alerta
A oncologista pediátrica do HA, Dra. Bianca Faustini, faz um alerta em relação a neonatos (recém-nascidos) com síndrome de Down.
Recém-nascidos com síndrome de Down podem apresentar Mielopoiese Anormal Transitória (TAM), que consiste na presença de megacarioblastos (células da medula óssea, responsáveis pela produção de plaquetas sanguíneas, necessárias para a coagulação normal do sangue) imaturos no sangue periférico e no fígado fetal, considerado uma condição pré-leucêmica – que é exclusiva de bebês com síndrome de Down ou trissomia do mosaico 21, e que geralmente se resolve espontaneamente.
“A TAM (Mielopoiese Anormal Transitória), geralmente, se manifesta com blastos (células) circulantes e costuma ser acompanhada de hepatomegalia (o fígado aumenta de tamanho e fica maior do que o normal), e algumas crianças também apresentam infiltração de blastos na pele ou em outros órgãos. Em uma minoria de casos, a fibrose/insuficiência hepática ou outra disfunção orgânica, causa morte precoce. Algumas crianças com TAM desenvolvem posteriormente, Leucemia Mieloide Aguda associada à síndrome de Down (LMADS) nos primeiros quatro anos de vida, dessa forma, tais pacientes requerem um monitoramento mais cuidadoso por parte do pediatra nesse período de maior risco. O TAM apresenta desafios diagnósticos e requer uma abordagem individualizada de manejo estratificada de acordo com o risco de morte precoce”, explica a médica oncologista pediátrica do HA.
O Hospital de Amor deu mais um importante passo no tratamento de reabilitação de pacientes oncológicos e não oncológicos. O HA colocou na estrada a sua primeira unidade móvel, com foco em reabilitação de pessoas com deficiências físicas, a “Oficina Ortopédica Itinerante Terrestre”. A nova carreta percorrerá 14 municípios do estado de Alagoas, realizando os serviços de ajustes, confecções, e dispensações de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção – OPM.
De maneira geral, a unidade móvel realizará manutenção simples de cadeiras de rodas e de banho, avaliação de equipamentos, moldes gessados e por scanner, além de todo atendimento para prova e ajustes dos equipamentos para os pacientes, que possuem limitações ao acesso a este tipo de serviço.
Com tratamento humanizado e tecnológico, a unidade móvel conta com o auxílio da mais alta tecnologia, para proporcionar maior qualidade de vida para pacientes que necessitam de reabilitação com órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção – OPM.
“As tecnologias que foram adquiridas pelo Hospital de Amor, notadamente o robô francês chamado Victor, que é um robô de sete eixos instalado na cidade de Barretos, permite à unidade móvel, que ela contenha um sistema muito enxuto de equipamentos, basicamente um scanner de alta resolução e um laptop. Desse modo, conseguimos escanear o corpo do paciente, para que as imagens sejam enviadas pela internet para a central de fabricação em Barretos (SP), onde o robô pode imprimir o molde para fabricação do produto final, que depois é enviado para a casa do paciente, através dessa unidade móvel”, ressalta o Dr. Marconi.
A projeção do HA é que sejam dispensadas por mês com a “Oficina Ortopédica Itinerante Terrestre”, aproximadamente, entre 5 e 10 próteses, e dispensados cerca de, 30 órteses e meios auxiliares de locomoção – OPM.
O diretor de Reabilitação do HA ressalta ainda a importância das unidades itinerantes para o sistema de saúde. “A ideia da unidade itinerante, que já é uma modalidade estabelecida aqui no Brasil, onde inclusive existe um recurso federal para isso, é justamente o fato dela poder ir até a casa do paciente ou em uma unidade de saúde mais próxima, e avaliar a necessidade de dispensação de uma órtese, prótese ou de um meio auxiliar de locomoção. Então, o fato dela se aproximar de um paciente que já tem como condição inerente à dificuldade de locomoção é uma benéfica muito grande dentro do nosso sistema de saúde”.
Unidades móveis de prevenção
Atualmente, o Hospital de Amor conta com 56 unidades móveis de prevenção, equipadas com a mais alta tecnologia, que rodam todo o Brasil, encurtando essa distância e proporcionando atendimento de boa qualidade, saúde e bem-estar para os pacientes.
Em 2023, foram realizados mais de 200 mil, entre atendimentos e procedimentos, nas unidades móveis de prevenção do HA como mamografia, Papanicolaou, consultas oncológicas e odontológicas, procedimentos de boca, teste FIT (este de imunoquímica fecal), entre outros.
Reabilitação
Buscando sempre o atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor além de promover saúde por meio de atendimento médico hospitalar qualificado em oncologia, de forma humanizada, em âmbito nacional para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), vem buscando cada vez mais integrar os seus atendimentos, principalmente com a reabilitação de seus pacientes oncológicos, e de pacientes não oncológicos.
O HA Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, com equipamentos e tecnologia de ponta, que visa recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento), mas vai muito além disso. Além da reabilitação motora, também trabalha a reabilitação física, auditiva, visual e cognitiva.
Além de Barretos, o HA conta com mais duas unidades especializadas em reabilitação (não apenas oncológica), em Araguaína (TO) e Porto Velho (RO).
De acordo com o Ministério de Saúde, são estimados cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo de útero de 2023 a 2025, no Brasil. Ao menos 6 mil brasileiras perderam a vida, apenas em 2020, em decurso da doença, um problema que desperta cada vez mais o interesse de pesquisadores na busca por melhores tratamentos. De modo assustador, até 30-40% dos recursos investidos no tratamento do câncer são perdidos devido à ineficiência de alguns processos desnecessários, segundo a startup Hi!
O Harena, como centro de inovação do Hospital de Amor, busca atuar no apoio de desenvolvimento e otimização de empreendimentos que focam em resolução de problemas da área da saúde, como o aumento de tipos de câncer. De acordo como coordenador de projetos do Harena Inovação, Mateus Frederico de Paula, “Nossa equipe vem desempenhando um papel muito importante no apoio de diversas startups, dentre elas, a ‘Hi! Healthcare Intelligence’ – plataforma de Health Analytics que auxilia sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Nós também oferecemos acesso a recursos, conhecimentos e infraestrutura do Hospital de Amor. Dessa forma, é facilitado o desenvolvimento de networking, parcerias estratégicas, aconselhamento e mentoria”, explica.
Mateus revela otimismo ao participar de modo efetivo no projeto desta startup, principalmente, porque ela foi contemplada com o valor de R$ 350 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), a fim de desenvolver seu projeto em parceria com o time de oncologia ginecológica no Hospital de Amor, em Barretos (SP).
A cooperação entre a Hi! e o HA visa proporcionar decisões baseadas em oferecer análises de dados que orientam médicos e gestores em escolhas informadas, levando em consideração tanto os resultados clínicos quanto os custos associados. Além disso, também busca gerar a redução de desperdícios, identificando e eliminando processos desnecessários. Ou seja, o projeto é interdisciplinar, pois é desenvolvido por uma equipe formada por médicos, gestores, pesquisadores e especialistas.
Segundo Mateus, “Isso proporciona uma gestão mais eficiente, reduzindo custos e melhorando a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes do Hospital de Amor. Além do mais, a plataforma contribui para o avanço da pesquisa em oncologia, fortalecendo a posição do HA como uma instituição líder no tratamento do câncer”, finaliza.
Após a validação deste projeto, há expectativa de ambas as partes sobre uma possível expansão para a segunda fase, quando poderá ser implementado em todos os setores do Hospital, com aporte de fomento de até R$ 1,5 milhão. Ou seja, a plataforma possibilitará o fornecimento de dados valiosos sobre o custo-benefício de diferentes tratamentos, linhas de cuidado e procedimentos em pacientes oncológicos, otimizando ainda mais o tratamento para os pacientes do HA, que recebem o que há de melhor em tecnologia, gratuitamente.
O projeto e sua aplicabilidade para a saúde
O coordenador do Harena explica que a iniciativa é de suma importância para a saúde pública no país, pois visa otimizar o valor entregue aos pacientes nos tratamentos de câncer, que é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. “Ao desenvolver uma plataforma de coleta de desfechos clínicos, avaliações econômicas e gestão de desperdícios para tratamentos de alto custo, o projeto busca melhorar a eficiência operacional dos serviços de saúde, garantindo uma utilização mais efetiva dos recursos disponíveis. Isso pode resultar em uma redução significativa dos custos associados ao tratamento do câncer, tornando-o mais acessível para a população e, consequentemente, melhorando os resultados de saúde e a qualidade de vida dos pacientes”, conta Mateus.
Além disso, ao promover uma abordagem baseada em valor e evidências, o projeto da Hi! contribui para o avanço da prática clínica e para a tomada de decisões mais informadas e assertivas pelos profissionais de saúde. Deste modo, o impacto positivo desta iniciativa pode se estender além do âmbito da saúde, influenciando políticas públicas, diretrizes clínicas e o sistema de saúde como um todo.
A importância de startups no apoio da saúde pública
Fundada em 2019, em São José dos Campos (SP), a Hi! é uma plataforma de Health Analytics que ajuda sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Uma plataforma que, além de coletar desfechos em saúde (PROMs e PREMs), também é capaz de realizar diagnósticos de desperdício, custo-efetividade e gerar algoritmos personalizados para o desenvolvimento de estratégias para prevenção e predição de novos eventos de alto custo. Ou seja, visa empoderar a estratégia, times de gestão e liderança de sistemas de saúde na gestão baseada em dados relevantes de acordo com a jornada do tratamento de alto custo.
Mateus diz se sentir privilegiado por poder fazer parte de projetos de alto impacto como este, pois maior eficiência pode ser traduzida em maior acesso da população. “É sobre salvar mais vidas!”.
A história do Hospital de Amor é feita por histórias. Em quase 62 anos de vida (celebrados no próximo dia 24 de março), milhares e milhares de capítulos foram escritos, vividos e relembrados, seja por seus colaboradores, seja por seus pacientes. A cada nova tecnologia aplicada, estudo descoberto e procedimento realizado, vidas são marcadas e salvas, diariamente. E poder contar um pouquinho desses relatos repletos de esperança e gratidão, é o que nos move!
Hoje o HA te convida a conhecer o Bruno Felipe – o body piercing (técnica de perfuração utilizadas para a inserção de piercings no corpo) de Guaxupé (MG) que transformou seus dias de tratamento na instituição, em arte! Aliás, foi justamente esse talento peculiar que nos levou até ele! Suas fotos, sempre tiradas durante sua passagem pelos setores e corredores da instituição (e respeitando, é claro, as normas impostas pelo hospital), exaltam o que o Hospital de Amor faz de verdade: trata com amor e por amor, todas as pessoas!
De Guaxupé para Barretos
Apesar de já conhecer o nome ‘Hospital de Amor’, principalmente conhecer guaxupeanos que foram tratados e curados na instituição, foi em meados de fevereiro de 2022 que ele pôde ver de perto o trabalho realizado no HA.
Naquele ano, durante umas férias ao lado de amigos no Rio de Janeiro, Bruno sentiu um desconforto perto da região lombar, impossibilitando-o de curtir a viagem. “Achei que fosse problema de rim, mas esse desconforto se perdurou durante mais 30 dias. Foi aí que eu percebi que alguma coisa estava errada. Voltando, fiz um exame de imagem e descobri uma massa”, conta.
Ali, ele começou uma investigação e também a sua trajetória em busca de um diagnóstico preciso. “O meu diagnóstico foi dado no Centro de Oncologia de Alfenas/MG (cidade próxima a Guaxupé). Fui informado de que eu tinha um tumor de células germinativas na região retroperitônio (espaço localizado atrás da cavidade abdominal denominado peritônio, ou seja, a membrana que reveste a parede abdominal). E mesmo passando por várias sessões de quimioterapia, não tive sucesso, pois o tumor regredia e progredia após as sessões. Além disso, os profissionais deste hospital oncológico diziam que este tipo de tumor era inoperável, que o único tratamento possível seria um transplante de medula óssea, e que poucas instituições realizam este procedimento”, explica Bruno.
A boa notícia desta história é que dentre estas instituições está o HA, maior centro oncológico da América Latina com atendimento 100% gratuito e referência em transplante de medula óssea. Ao lado de seu pai e grande parceiro de vida, Bruno chegou a Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento no HA. E você se lembra daquele tumor ‘impossível de ser operado”? No Hospital de Amor a realidade foi outra! “Chegando aqui comecei uma nova jornada em busca pela minha cura”, ele relembra.
Ao todo, foram 40 sessões de quimioterapia, uma cirurgia para ressecção do tumor, uma recidiva da doença, quase um ano entre idas e vindas e, finalmente, o tão aguardado Transplante de Medula Óssea, em novembro do ano passado. “Nessa minha caminhada eu conheci muitas pessoas incríveis que infelizmente nos deixaram, pessoas mais velhas, pessoas novas, pessoas que perderam pessoas queridas. Conheci pessoas que levarei em meu coração para sempre!”, ele declara.
Com carisma de sobra, Bruno fez muitas amizades, fez fotos durante suas passagens pela instituição e fez sucesso em seu perfil no Instagram. “Uma das formas que eu usei e uso pra enfrentar tudo isso é por meio da arte! A fotografia é uma das artes que eu consegui trazer pra junto de mim no hospital, onde eu vejo um milhão de formas de me expressar como paciente, de demostrar meu sentimento de gratidão, medo e fé, transbordado em cada canto dessa instituição”.
O reencontro com a esperança
Ao se deparar com a notícia de que era necessário procurar uma outra instituição e dec que seu tumor era considerado inoperável, Bruno perdeu as esperanças. “Depois de vir para o HA, logo no primeiro dia como paciente, eu já percebi que algo extraordinário acontecia aqui. A estrutura, a tecnologia, todos os relatos de cura e também o atendimento oferecido, que ultrapassa as barreiras de ser um atendimento humanizado, tudo é perfeito! Eu sempre brinco que o atendimento é angelical, pois todos os funcionários, desde faxineiras, cozinheiras, enfermeiras, até os médicos são como anjos pra gente”.
Quem é o Bruno depois do HA?
“Depois de conhecer o HA o Bruno é uma pessoa com muito mais esperança na cura, fé na medicina e nas pessoas”, ele declara. O mineiro segue fazendo acompanhamento no hospital, exames de rotina e voltando as atividades que mais ama aos poucos. “Meu tratamento agora está numa parte bem flexível, já vejo meu cabelo e meu bigode crescer. Sem dúvidas, sou um dos maiores fãs da família Prata”, conta Bruno.
E finaliza: “Eu acho que TODAS as pessoas deveriam conhecer o HA para enxergar a vida com outra ótica. O mundo seria mais relevante, as pessoas dariam mais valor às coisas que realmente importam. Com certeza as pessoas teriam mais fé e esperança nesse mundo tão caótico de interesses fúteis”. Tem como não concordar com ele?
De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil. Esses números representam a quantidade de pessoas diagnosticadas com essa condição a cada ano.
A soma de vários fatores contribui para o aumento deste tipo de câncer. O Hospital de Amor conversou com o médico do departamento de oncologia clínica do HA, em Barretos (SP), Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, para esclarecer dúvidas frequentes e explicar melhor o desenvolvimento da doença.
R: O câncer de esôfago é o oitavo câncer mais comum ao redor do mundo e a sexta causa de morte por câncer no mundo. No Brasil, é a sexta causa de câncer em homens e a quinta de morte por este tipo de tumor. É importante entendermos que no esôfago podemos ter “02 doenças” (ou 02 histologias) que chamamos de “câncer de esôfago”: o carcinoma espinocelular (CEC), que geralmente surge na parte superior e média do esôfago, e o adenocarcinoma, que geralmente surge na parte inferior (perto do estômago) do esôfago. Eles são diferentes não só no que se refere à localização mais frequente, mas também em termos de distribuição geográfica, fatores de risco, biologia e comportamento.
R: Para o CEC de esôfago, os principais fatores de risco são: cigarro e álcool (os principais), acalasia (distúrbio raro que dificulta ou impede que o esôfago direcione os alimentos para o estômago), infecção por HPV (Papilomavírus humano), lesão cáustica (por ingestão de soda cáustica por exemplo) previa e baixa ingestão de frutas e vegetais. Já para o adenocarcinoma de esôfago, os principais fatores de risco são: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), esôfago de Barret (metaplasia do esôfago causada pelo refluxo), obesidade e tabagismo.
R: Não existem testes validados para a prevenção do câncer de esôfago. Devemos considerar endoscopia (EDA) periódica para pessoas que têm um risco aumentado de desenvolver essa condição, são elas:
– Doença do refluxo gastroesofágico sintomática;
– Pessoas que já possuem o diagnóstico de ‘Esôfago de Barret’;
– Pessoas que têm acalasia, ingestão de soda cáustica.
R: Sim, a baixa ingestão de frutas e vegetais é um fator de risco para o câncer de esôfago. Além disso, a obesidade é um dos principais fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago.
R: O tratamento depende de qual tipo de câncer de esôfago o paciente tem (CEC ou adenocarcinoma), depende do estágio em que a doença se encontra e das condições clínicas dele. Mas é primordial uma abordagem multidisciplinar. No Hospital de Amor, os casos de câncer de esôfago são discutidos em reunião multidisciplinar com a participação de médicos oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas e radiologistas. Além da equipe médica, é muito importante um acompanhamento com a enfermeira da especialidade, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo. O tratamento pode variar desde uma simples retirada do tumor por via endoscópica, até quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Lembre-se sempre de consultar um médico especialista e adotar um estilo de vida mais saudável. Estes são passos importantes para proteger sua saúde.
Purple e Nick, a dupla perfeita! Os dois cavalos são fundamentais, juntamente com a equipe de equoterapia do Hospital de Amor composta pela fisioterapeuta, Dilene Nunes Brianez; a técnica de enfermagem, Sara Campusano Forte Silva; e o condutor, Raimundo José Nunes de Almeida Neto, que auxiliam na reabilitação de pacientes oncológicos e não oncológicos.
A equoterapia – ou terapia assistida por cavalos – é um método terapêutico que utiliza o cavalo, para promover um desenvolvimento biológico, psicológico e social dos pacientes pediátricos do Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). Durante as seções, os pacientes trabalham mobilidade, fortalecimento da pelve, coluna, tônus, controle da cabeça e tronco, além da interação sensorial, como explica a fisioterapeuta do HA, Dilene Nunes Brianez.
“A equoterapia trabalha o corpo como um todo, a gente fala que é um recurso terapêutico, que utiliza o cavalo para a melhora da parte física e emocional. Todos os pacientes oncológicos e não oncológicos pediátricos, que realizam tratamento no Centro de Reabilitação, passam por uma avaliação, e os pacientes que são encaminhados para a equoterapia, trabalhamos as necessidades de forma individualizada. No caso de um paciente oncológico, após uma cirurgia que perdeu o movimento e está com dificuldade ou uma fraqueza, a gente analisa o que precisa ser trabalhado e direciona a terapia específica para ele”, detalha.
Pedro Miguel Alves de Sousa, de 9 anos, é paciente do Hospital de Amor desde os quatro anos de idade, ele foi diagnosticado com glioma de tronco encefálico, um tumor que se desenvolve no sistema nervoso central, e em julho de 2023 iniciou a equoterapia. Sua mãe, End Michelle Sousa Santos, conta que ele é um paciente paliativo desde a descoberta do câncer, mas que é um exemplo de superação e de milagre. No ano passado, ele precisou colocar uma válvula para hidrocefalia, porém não se adaptou no início, o que gerou complicações e sequelas, como a perda do movimento das pernas. “Sou imensamente grata a toda equipe da reabilitação e da equoterapia, hoje meu filho faz todos os movimentos perfeitamente, só quem viu como Pedro ficou, sem reposta nenhuma de equilíbrio, de força e tantas outras coisas, e ver como ele está hoje, não acredita. Pois foi e é um verdadeiro milagre”, declarou a mãe.
A indicação da equoterapia para crianças e adolescentes é realizada por meio de uma avaliação, onde os terapeutas analisam ganham motor e independência dos pacientes durante as seções de fisioterapia. Através dessa análise, é possível identificar se os pacientes estão habilitados para começar a equoterapia.
Terapia complementar
A equoterapia não substitui a fisioterapia convencional, nem outras terapias, ela complementa o tratamento de reabilitação dos pacientes, como destaca o fisioterapeuta do HA, Thiago Felicio. “O cavalo proporciona um bem-estar para os pacientes, então vamos supor, um paciente que não anda, o cavalo realiza um movimento tridimensional, que é o mesmo movimento que a gente anda, então a criança em cima do cavalo, está realizando uma atividade de marcha adaptada. Na equoterapia é trabalhado o corpo como todo, conforme o cavalo realiza esse movimento tridimensional, o corpo precisa fazer vários ajustes tônicos”, explica.
Além dos pacientes oncológicos, o Centro de Reabilitação atende pacientes não oncológicos, e a equoterapia também é indicada para crianças e adolescentes que possuem transtorno do espectro autista (TEA), hiperatividade, transtorno de déficit de atenção (TDAH), transtorno opositor desafiador (TOD) e síndrome de Down, como destaca a neurologista infantil do HA, Drª Ana Paula S. Marques. “A equoterapia é uma terapia importantíssima para a reabilitação de crianças de várias modalidades. Pacientes com transtorno de espectro autista (TEA), a equoterapia auxilia na interação social da criança, com o animal, na interação com as outras crianças que participam da terapia, além de trabalhar a coordenação motora. A criança que tem paralisia cerebral, ela vai evoluir no controle motor, controle cervical e de tronco, que é um movimento coordenado do animal com o próprio controle do paciente. Além disso, auxilia no tratamento de pacientes com transtorno de déficit de atenção (TDAH), hiperatividade, transtorno opositor desafiador (TOD) e síndrome de Down”.
Matheus Henrique Freire de Ávila Lima, de 4 anos, foi diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA) com um 1 anos e 8 meses. Antes de ser encaminhado para o centro de Reabilitação do HA, há cerca de seis meses, ele realizava acompanhamento particular.
O primeiro passo para a reabilitação do Matheus foi a terapia de fonoaudiologia e há dois meses, ele realiza a equoterapia. Sua sua evolução já é visível, como conta sua mãe, Bruna Freire. “Desde quando ele iniciou a reabilitação, e um pouco mais de dois meses aqui na equoterapia, ele já evoluiu bastante. O desenvolvimento dele melhorou, ele está mais calmo, mais tranquilo, aos poucos estamos vendo mudanças significativas, principalmente na parte cognitiva. Com a equoterapia e o acompanhamento no Centro de Reabilitação com a fonoaudióloga e toda a equipe multidisciplinar, eu espero que ele consiga fazer as coisas sozinho, que ele tenha uma autonomia, acho que isso é um desejo de todas as mães para os seus filhos, espero que ele desenvolva o mais rápido possível”, comenta Bruna.
Equoterapia
O Centro Especializado em Reabilitação Equoterapia Barretos-SP iniciou em 2016, sendo integrado ao projeto Bella Vita, que tem como objetivo reabilitar e ampliar a assistência aos pacientes, amenizando e recuperando-os das sequelas geradas pela doença e seu tratamento.
O espaço onde é realizado as seções de equoterapia, foi uma doação do responsável técnico pelo Departamento de Oncologia Clínica do HA, Dr. Sérgio Vicente Serrano, que atua na instituição desde 2005. Dr. Serrano, sempre foi apaixonado por cavalos, ele adquiriu um sítio e fez um espaço para os cavalos e para montaria. A iniciativa de doar o espaço para o HA, surgiu a partir de uma conversa com o Dr. Daniel Marconi, que atualmente é diretor de Reabilitação do HA.
“Alguns anos atrás, eu e o Dr. Daniel Marconi estávamos no ambulatório do HA, e eu escutei uma conversa dele com outros colegas sobre cavalos. Me aproximei, ele me perguntou se eu sabia onde encontrava cavalo para equoterapia. Eu expliquei que não tinha um cavalo, uma raça específica, mas que precisava ser um cavalo fácil de lidar, um cavalo manso, que não fosse agressivo. Durante a conversa, ele foi me explicando qual era a ideia, foi onde eu falei que tinha um espaço com uma área coberta. O Dr. Marconi foi visitar o espaço e foi onde surgiu a equoterapia, que depois passou a integrar o projeto Bella Vita”, declara Dr. Serrano.
Durante o mês, são realizados mais de 50 atendimentos de equoterapia em crianças e jovens, e podemos dizer que acompanhando as sessões, o brilho no olhar dos pacientes e a felicidade de estarem em contato com os cavalos é nítido e emocionante. O sentimento, como Dr. Serrano comenta, é de gratidão. Gratidão em poder reabilitar os pacientes com qualidade e amor.
“O maior sentimento que tem é gratidão! Quem mais acaba se sentindo bem é a gente mesmo, porque está lá o espaço, é uma coisa que eu sempre quis, eu tenho bastante afinidade, com a natureza, com o cavalo, mas eu não fico lá, eu vou só a noite, então o espaço está parado, e se isso pode ser aproveitado, é muito gratificante. A gente agradece em poder ter a chance de oferecer alguma coisa desse tipo, inclusive essa área, eu fiz a doação para o hospital, porque um dia, às vezes, eu não vou estar aqui, mas eu acho que é uma coisa que não deve parar, então é um espaço que já pertence ao hospital. Independente deu estar presente ou não, é uma coisa que vai continuar, e é assim que eu desejo”, declarou Serrano.
O câncer de boca, também conhecido como câncer de cavidade oral, apesar de altamente prevenível, ainda é um dos 10 mais incidentes no Brasil, de acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para o triênio 2023-2025, com 15,1 mil novos casos/ano, dos quais 72% em homens. Apesar de ter ido de 5º para 8º lugar, quando comparado a estimativa anterior, a doença preocupa pela alta taxa de diagnóstico tardio, que reduz consideravelmente as chances de cura, além de tornar necessário a intervenção com tratamentos mais complexos e de alto custo.
Este tipo de câncer diz respeito aos tumores que afetam: lábios, gengivas, bochechas (interior), céu da boca e língua; além de amídalas, palato mole e paredes da garganta. E, segundo a Organização Mundial de Saúde, pode ser prevenido com hábitos de vida saudáveis, ampliação do acesso aos serviços de saúde e diagnóstico precoce, visto que os principais fatores de risco são o tabagismo, consumo excessivo de bebida alcoólica, má higiene bucal, exposição à radiação solar (para casos de câncer nos lábios) e prática de sexo oral sem preservativo.
Neste cenário, desde 2014, o Hospital de Amor conta com um programa ativo de rastreamento de câncer de boca, com foco na população de alto risco. Implantado incialmente em toda DRS-V, regional que compreende 18 municípios, incluindo Barretos (SP), cidade que abriga a sede da instituição, o programa possui uma taxa 56,3% de diagnóstico em estadiamento precoce, taxa que é de apenas 26,9% no âmbito nacional de acordo com o INCA.
Só em 2023, foram 21.349 exames bucais realizados, onde 806 biópsias foram necessárias, resultando em 223 diagnósticos. De acordo com o Coordenador do Departamento de Odontologia do HA, Dr. Fábio Luiz Coracin, o sucesso desse modelo é composto por diversos fatores, entre eles a parceria e integração sólida entre as atenções primárias, secundárias e terciárias de saúde; e a busca ativa voltada para população de alto risco, que possui resistência ao rastreamento espontâneo. Além disso, outro ponto de destaque, é o baixo custo, que fica em torno de R$ 10,00 por paciente, considerando a estimativa de hora trabalhada de dois profissionais e material de consumo.
Atualmente, o programa conta com visitas anuais regulares em todos os municípios da DRS-V, além de ações pontuais que visam a ampliação da cobertura e efetividade. A instituição também já deu início à uma expansão do projeto para outras localidades, onde já estão instalados institutos de prevenção do HA, como as cidades de Rio Branco (AC) e Ji-Paraná (RO). A ampliação prevê, ainda, atividades conjuntas ao programa de rastreamento de câncer de pulmão da entidade, já que o público-alvo é semelhante.
Homens e mulheres a partir de 35 anos, que fumam e/ou bebem bebidas alcoólicas com frequência, ou que tenham deixado de fumar em até 20 anos.
– Feridas locais que não cicatrizam em 15 dias, mesmo que não apresentem dor;
– Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou escuras;
– Caroços no pescoço;
– Dor de ouvido;
– Dificuldade de falar e/ou engolir;
– Dores na boca e/ou pescoço.
Informações: WhatsApp (17) 3321-6626 | Telefone: (17) 3321-6600, ramais 7054, 7050 ou 7037.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira, Elaine da Silva Santos e Mário Fontainha, o que eles têm em comum? Todos eles receberam os primeiros aparelhos auditivos dispensados pelas unidades de reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP) e Porto Velho (RO)!
As unidades de reabilitação do HA realizaram, no mês de março e abril, as primeiras entregas de aparelhos auditivos para pacientes oncológicos e não oncológicos. Foram dispensados mais de 30 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais) para as pessoas que já estavam na fila do SUS (Sistema Único de Saúde), aguardando os dispositivos.
Perda auditiva
A perda auditiva nada mais é do que a redução da capacidade de ouvir sons, podendo ser temporária ou permanente. Elas podem ocorrer por diversos fatores, como infecções, idade, lesões, exposição e ruídos. Além disso, também existe a possibilidade de pessoas que realizaram tratamento oncológico perderem a audição, como destacou o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.
“Esses pacientes tiveram perda de audição (muitas vezes esperada), devido ao tratamento oncológico e, após o sucesso no tratamento, vem a segunda parte: que é a reabilitação. Além dos pacientes oncológicos, nós temos pacientes não oncológicos, como crianças – que possuem alterações congênitas que vem de um histórico familiar; e adultos – que acabam manifestando a perda auditiva um pouco mais tarde por conta de fatores como idade e excesso de exposição ao ruído”, explicou o médico.
Dispensação de aparelhos auditivos
“O que importa é eu estar ouvindo bem”, declarou Elaine da Silva Santos (46), de Barretos (SP), paciente do HA desde 2019 – quando foi diagnosticada com meningioma na cabeça e teve perda de audição. “Em 2019 eu fui diagnosticada com um meningioma na cabeça e iniciei meu tratamento no Hospital de Amor. Precisei passar por cirurgia, onde fiquei 21 dias em coma, e tive algumas sequelas. Fiquei sem andar, precisei fazer traqueostomia, tenho dificuldade na fala, tive perda de audição. Fui encaminhada para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde fiz todo o tratamento para conseguir voltar a ter uma vida normal. Tive alta da reabilitação da parte física e motora, e iniciei um novo processo, dessa vez a auditiva”, comentou a paciente.
No mês de março, Elaine recebeu dois aparelhos auditivos e, durante a entrega, a felicidade e a surpresa em seu rosto eram visíveis, pois quando os dispositivos foram ligados, ela começou a escutar sons que ela já não escutava há muito tempo, como os passos de pessoas andando no corredor do HA.
Dhionatan Ferreira Nunes Teixeira nasceu com hidrocefalia e, com 12 anos, foi diagnosticado com meduloblastoma. Ele iniciou o tratamento oncológico na sua cidade natal, Machadinho do Oeste (RO), e posteriormente, quando o Hospital de Amor Amazônia foi inaugurado, conseguiu transferência. Atualmente com 19 anos, Dhionatan finalizou o tratamento e, a cada seis meses, passa por consultas e realiza exames de acompanhamento.
Além disso, ele também realiza sessões na unidade de reabilitação do HA em Porto Velho (RO), o ‘DREAM Amazônia’. Porém, há dois anos, a família de Dhionatan percebeu que ele não estava ouvindo direito. “Sempre quando a gente conversava, a gente via que ele perguntava muito: ‘O que foi, pai?’ O que foi, mãe? Não estou escutando direito.’ E sempre que ele ia fazer os exames no hospital, a médica ia notando esse problema também. Foi aí que ela pediu o exame e o diagnostico aconteceu: perda de audição”, contou o pai de Dhionatan, Leucimar Nunes Teixeira.
Assim como Elaine, Dhionatan recebeu os aparelhos auditivos! “Eu me sinto muito feliz, a sensação de ouvir novamente é incrível”, comentou.
Em 2007, com oito anos, Mário Fontainha foi diagnosticado com meduloblastoma com hidrocefalia. Ele veio de Ji-Paraná (RO) para realizar o tratamento no HA, em Barretos (SP), e há mais de 15 anos teve alta, realizando o acompanhamento anual. Atualmente, com 25 anos, Mário reside na cidade de Valentim Gentil (SP) e, de uns anos para cá, percebeu uma perda significativa na audição.
Ele também foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP), onde passou por consultas com a equipe multidisciplinar (com otorrinolaringologista e fonoaudiologia) e realizou diversos exames para se ter um diagnóstico. No resultado foi constatada a perda auditiva, e o tratamento de reabilitação indicado para o Mário foram os aparelhos auditivos.
“Receber os aparelhos está sendo um verdadeiro presente. Com os aparelhos minha vida vai mudar muito, tanto pessoal quanto profissionalmente. Sem o aparelho eu sofria muito, principalmente no meu emprego, pois eu trabalho virado de costas para a equipe e, toda vez que uma pessoa precisa falar comigo, eu não conseguia escutar eles chamarem, era necessário que eles viessem até mim.”
A importância do diagnóstico
Ao dar entrada nas unidades de reabilitação do HA, os pacientes passam por avaliações e uma série de exames. Com o diagnóstico, é possível identificar como a perda vai evoluir com o passar dos anos e qual o tratamento é indicado para o paciente. “Quando eu tenho um diagnóstico, eu sei como essa perda vai evoluir, eu sei quais as dificuldades que o paciente vai ter no processo de reabilitação e, sabendo também o nível da perda de audição, eu consigo entender a dificuldade do paciente no dia a dia. É muito importante eu caracterizar e saber o grau e o porquê o paciente teve aquela perda de audição, para ser tratado de maneira adequada. Nem todo caso é de aparelho auditivo, nós temos casos em que é possível corrigir com cirurgia ou com tratamento clínico. Nós temos um leque de opções a partir de cada perda, mas, na maioria das vezes, o aparelho auditivo é o recurso que irá beneficiar esse paciente”, explicou Dr. Baston.
A perda da audição influencia diretamente na vida de uma pessoa, sendo o primeiro ponto o isolamento social. Indo mais além, a surdez interfere diretamente no desenvolvimento de doenças nos adultos e no atraso de aprendizagem em crianças, como destaca o médico otorrinolaringologista. “A privação sensorial está relacionada, por exemplo, em um adulto, diretamente com o desenvolvimento de doenças da cognição, como Alzheimer e demência, então nós sabemos que realizando a reabilitação desses pacientes, é possível frear ou até barrar esse processo. E falando de crianças, quando elas são submetidas ao tratamento oncológico e tem algum grau de acometimento auditivo, elas precisam ser reabilitadas o quanto antes, de uma maneira eficiente e muito bem-feita, pois isso influencia na escola, no nível de aprendizagem, no desenvolvimento cognitivo e nas relações sociais”, comentou o médico.
Unidades de reabilitação
Acolher com humanização, tratar com dignidade, salvar vidas e reabilitar! Estas são algumas das maiores diretrizes do Hospital de Amor. Em mais de 60 anos de história, a instituição vai muito além do tratamento oncológico: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor conta com três unidades de reabilitação – em Barretos (SP), Araguaína (TO) e Porto Velho (RO) – com foco na recuperação das funções motoras, auditivas, intelectuais e visuais de pacientes oncológicos e não oncológicos.
O Centro Especializado em Reabilitação de Araguaína (TO) realiza, desde novembro de 2022, a reabilitação auditiva de pacientes. A unidade já fez a dispensação de mais de 441 aparelhos auditivos (unilaterais e bilaterais), para 234 pacientes (aproximadamente).
Muito se ouve sobre desnutrição, principalmente sobre desnutrição hospitalar, mas você sabia que de 15% a 40% deste problema tem prevalência no diagnóstico de câncer? Dados da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (BRASPEN) informam que a desnutrição hospitalar está associada diretamente ao aumento significativo de morbidade e mortalidade, com taxas que variam entre 20% e 60% em adultos hospitalizados – condição que piora, progressivamente, em idosos e pacientes críticos durante a hospitalização.
Este estado de deficiência nutricional – que pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções – é um problema de saúde pública que requer atenção. O cenário se torna ainda mais preocupante quando a desnutrição está relacionada a pacientes em tratamento de câncer, devido à uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao próprio tratamento.
De acordo com uma pesquisa da ESPEN Fact-Sheet (The European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), a incidência de desnutrição aumenta de 40% a 80% durante tratamentos oncológicos. E mais do que isso: alguns tipos específicos de câncer, como pâncreas, pulmão e digestivo, estão associados a um maior risco.
Para você entender melhor o assunto, o médico intensivista do Hospital de Amor, Dr. Luís Henrique Simões Covello, esclareceu as principais dúvidas sobre o tema. Confira a entrevista completa, cuide da sua saúde e da saúde de seus familiares!
1) O que é desnutrição e o que causa este distúrbio no paciente oncológico?
R: A desnutrição é um estado patológico resultante da ingestão insuficiente de calorias, proteínas e outros nutrientes. Este estado de deficiência nutricional pode afetar todas as funções do corpo humano, incluindo a força muscular, a capacidade de recuperação e a capacidade de resistir a infecções. Em pacientes oncológicos, a desnutrição é comum devido a uma combinação de fatores associados tanto à doença, quanto ao seu tratamento.
2) Quando ela é identificada?
R: A desnutrição é normalmente identificada pelo índice de massa corporal (IMC) reduzido. No entanto, é necessária uma avaliação mais ampla envolvendo a história clínica e alimentar dos pacientes, principalmente os oncológicos.
3) É um quadro preocupante? Por quê?
R: A desnutrição é particularmente preocupante em pacientes oncológicos devido a razões relacionadas ao impacto negativo tanto no tratamento, quanto nos resultados de saúde gerais. Ela causa:
– Comprometimento da função imunológica;
– Redução da tolerância ao tratamento;
– Piora na qualidade de vida;
– Atraso na recuperação e cicatrização;
– Aumento da toxicidade do tratamento;
– Impacto na efetividade do tratamento;
– Aumento da mortalidade.
4) Em quais tipos de câncer a incidência de desnutrição é maior?
R: A incidência de desnutrição é particularmente alta em certos tipos de câncer, especialmente aqueles que afetam o trato gastrointestinal ou aqueles que são metabólica e fisicamente mais agressivos, como por exemplo os cânceres de pâncreas, pulmão e cabeça e pescoço.
5) Existe alguma diferença deste distúrbio entre homens e mulheres?
R: Dados mostram que, dos pacientes desnutridos, 60% são homens e 40% são mulheres.
6) Durante o tratamento oncológico, como a desnutrição pode ser evitada?
R: Algumas estratégias podem ser utilizadas para prevenção e cuidado com a desnutrição nos pacientes oncológicos em qualquer fase do seu tratamento. São elas:
7) A família pode contribuir neste caso? Como?
R: O apoio da família é crucial no manejo da desnutrição em pacientes oncológicos, ajudando não só a preservar o estado nutricional do paciente, mas também a melhorar sua qualidade de vida durante um período desafiador. Aqui estão algumas formas como a família pode contribuir efetivamente:
“Agraciada por Deus”, esse é um dos significados que encontramos para o nome Giovanna e podemos dizer que, a pessoa que carrega esse nome possui uma luz interna que encanta e deixa o dia mais feliz de todos os pacientes e profissionais que ela encontra nos corredores do Hospital de Amor, em Porto Velho (RO).
Quatro anos de pura simpatia, felicidade e carisma! Convidamos você para conhecer a história de Giovanna Silva Borba, mais conhecida como Gigi, uma linda menina que nasceu na cidade de Humaitá (AM) e se tornou paciente do HA em 2022, com dois anos de idade.
Gigi foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda B (LLA), um pouco antes de completar dois anos de idade, quando apresentou alguns sintomas como febre, manchas vermelhas e roxas pelo corpo, como conta sua mãe, Rosenilda da Silva. “Ela ia completar dois aninhos, quando descobrimos a leucemia, e ela começou a ter muita febre, algumas manchas vermelhas, e começaram a aparecer muitos roxos na pele. Eu levei no médico, fizeram exames e deu uma infecção no sangue, mas não sabiam falar o que era. Passaram antibiótico, mandaram a gente para casa, mas os sintomas não passaram”, explica Rosenilda.
Mesmo medicada, Gigi continuou com os sintomas e começou a perder o apetite. Foi onde sua mãe procurou um outro profissional. “A Gigi começou a perder o apetite, não estava 100%, então eu resolvi levar em outro médico, paguei uma consulta com uma pediatra.” Após os exames realizados, a pediatra deu a notícia que Gigi estava com LLA. “No fundo, eu também já sentia algo, por ela ter síndrome de Down, já tinha mais probabilidade”, destaca a mãe.
Gigi foi internada no hospital de Cacoal (RO), onde residia com sua família, e conseguiu o encaminhamento para o HA, em Porto Velho (RO), para realizar o tratamento oncológico. Após, quase dois anos e meio de tratamento, Gigi está prestes a finalizar as sessões de quimioterapia, como comenta a mãe. “Depois de quase dois anos e meio, estamos aguardando o final do tratamento e se Deus quiser, os exames apontarão a cura.”
Leucemia e síndrome de Down
Gigi nasceu com síndrome de Down, que é uma alteração genética caracterizada pela presença adicional de um cromossomo 21 nas células, totalizando um genótipo com 47 cromossomos ao invés de 46.
Segundo estudos, crianças com síndrome de Down possuem, aproximadamente, de 10 a 20 vezes mais risco de desenvolver Leucemia Linfóide Aguda ou Leucemia Mielóide Aguda, se comparadas com a população pediátrica em geral, sem síndrome de Down. “A trissomia do cromossoma 21 afeta a formação do sangue fetal, causando um aumento das células tronco hematopoiéticas, células que dão origem a todas as linhagens celulares do sangue, dos progenitores eritróides (células que dão origem as células vermelhas), megacariócitos (células que dão origem as plaquetas) e diminuição dos precursores das células B. Na Leucemia Mielóide Aguda da Síndrome de Down (LMSD), ocorre uma mutação do gene GATA1. O gene GATA1 codifica fatores que são fundamentais para o desenvolvimento das linhagens eritróides e megacariocíticas. Na Leucemia Linfóide Aguda da Síndrome de Down (LLASD), cerca de 50% dos pacientes superexpressam o gene CRLF2 e 20% apresentam mutações da proteína Janus Kinase (JAK2)”, explica a oncologista pediátrica do HA, Dra. Bianca Faustini.
Os sinais e sintomas tanto da LMASD, quanto da LLASD, são semelhantes aos da LLA e LMA em pacientes sem a trissomia do 21, ou seja, febre, aparecimento de hematomas e sangramentos, dor óssea ou articular, palidez cutâneo-mucosa, apatia e infecções de repetição são queixas frequentes nesses pacientes.
O diagnóstico é realizado por meio de uma boa investigação clínica, como explica a médica oncologista pediátrica. “Em um primeiro momento, a realização de um hemograma, que na maioria das vezes vai apresentar algum grau de alteração que nos faça pensar em uma leucemia aguda. A partir da suspeita, outros exames mais específicos serão realizados, tais como mielograma, imunofenotipagem (ou qualquer outro método para identificação da linhagem celular), citogenética convencional, biologia molecular e, em alguns casos, biópsia de medula óssea”, destaca Dra. Bianca.
Reabilitação
Além do tratamento oncológico, Gigi também se tornou paciente da unidade de reabilitação do HA, em Porto Velho (RO). Gigi possui algumas limitações, principalmente dificuldade na fala, por conta da síndrome de Down. Há um pouco mais de um ano e meio, ela vem realizando a reabilitação com a equipe multiprofissional do HA (psicólogo, terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia), e a sua evolução é perceptível.
“A Gigi realiza atendimento fonoaudiológico desde abril de 2023, e quando iniciou a reabilitação, ela apresentava ausência de oralidade, que na fonoaudiologia é considerada um Transtorno de Linguagem, ou seja, ela emitia balbucios (sons). Com a terapia, formos dando significância para cada balbucio e com treino articulatório, e ela teve uma ótima evolução, ela está realizando a produção de fala, às vezes ininteligível, porém com intensão comunicativa, e a família também tem desempenhado um papel muito participativo”, destaca a fonoaudióloga do HA, Joisilane dos Santos Ferreira.
O desenvolvimento da Gigi vem ocorrendo gradativamente e nesse ano de 2024, ela deu mais um importante passo: está indo à escola duas vezes na semana, como destaca a mãe, Rosenilda. “Ela evoluiu muito desde quando iniciou a reabilitação. A questão da fala, ela não conseguia nem se expressar, ela não sabia pedir, não sabia chamar. Às vezes, ela não sabe falar a palavra, mas ela faz o gesto, além disso, eu tenho um apoio muito grande da equipe, eles explicam e me orientam em tudo. A Gigi começou a ir à escola duas vezes na semana, e cada vez mais o desenvolvimento dela é visível.”
E não foi só na fala que Gigi vem se desenvolvendo. Quando iniciou o tratamento, ela também apresentava dificuldades na parte motora, como explica a fisioterapeuta do HA, Vitória Silva Souza. “A Gigi tinha bastante dificuldade no que a gente chama de marcha com base alargada, na rotação externa de quadril bilateral e tinha histórico de quedas recorrentes da própria altura. Com a reabilitação, o desempenho dela está sendo excelente, atingindo os objetivos terapêuticos que são otimizar marcha, melhorar equilíbrio, reduzir quedas, ajustar a postura e otimizar força muscular global”, destaca a fisioterapeuta.
Fica o alerta
A oncologista pediátrica do HA, Dra. Bianca Faustini, faz um alerta em relação a neonatos (recém-nascidos) com síndrome de Down.
Recém-nascidos com síndrome de Down podem apresentar Mielopoiese Anormal Transitória (TAM), que consiste na presença de megacarioblastos (células da medula óssea, responsáveis pela produção de plaquetas sanguíneas, necessárias para a coagulação normal do sangue) imaturos no sangue periférico e no fígado fetal, considerado uma condição pré-leucêmica – que é exclusiva de bebês com síndrome de Down ou trissomia do mosaico 21, e que geralmente se resolve espontaneamente.
“A TAM (Mielopoiese Anormal Transitória), geralmente, se manifesta com blastos (células) circulantes e costuma ser acompanhada de hepatomegalia (o fígado aumenta de tamanho e fica maior do que o normal), e algumas crianças também apresentam infiltração de blastos na pele ou em outros órgãos. Em uma minoria de casos, a fibrose/insuficiência hepática ou outra disfunção orgânica, causa morte precoce. Algumas crianças com TAM desenvolvem posteriormente, Leucemia Mieloide Aguda associada à síndrome de Down (LMADS) nos primeiros quatro anos de vida, dessa forma, tais pacientes requerem um monitoramento mais cuidadoso por parte do pediatra nesse período de maior risco. O TAM apresenta desafios diagnósticos e requer uma abordagem individualizada de manejo estratificada de acordo com o risco de morte precoce”, explica a médica oncologista pediátrica do HA.
O Hospital de Amor deu mais um importante passo no tratamento de reabilitação de pacientes oncológicos e não oncológicos. O HA colocou na estrada a sua primeira unidade móvel, com foco em reabilitação de pessoas com deficiências físicas, a “Oficina Ortopédica Itinerante Terrestre”. A nova carreta percorrerá 14 municípios do estado de Alagoas, realizando os serviços de ajustes, confecções, e dispensações de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção – OPM.
De maneira geral, a unidade móvel realizará manutenção simples de cadeiras de rodas e de banho, avaliação de equipamentos, moldes gessados e por scanner, além de todo atendimento para prova e ajustes dos equipamentos para os pacientes, que possuem limitações ao acesso a este tipo de serviço.
Com tratamento humanizado e tecnológico, a unidade móvel conta com o auxílio da mais alta tecnologia, para proporcionar maior qualidade de vida para pacientes que necessitam de reabilitação com órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção – OPM.
“As tecnologias que foram adquiridas pelo Hospital de Amor, notadamente o robô francês chamado Victor, que é um robô de sete eixos instalado na cidade de Barretos, permite à unidade móvel, que ela contenha um sistema muito enxuto de equipamentos, basicamente um scanner de alta resolução e um laptop. Desse modo, conseguimos escanear o corpo do paciente, para que as imagens sejam enviadas pela internet para a central de fabricação em Barretos (SP), onde o robô pode imprimir o molde para fabricação do produto final, que depois é enviado para a casa do paciente, através dessa unidade móvel”, ressalta o Dr. Marconi.
A projeção do HA é que sejam dispensadas por mês com a “Oficina Ortopédica Itinerante Terrestre”, aproximadamente, entre 5 e 10 próteses, e dispensados cerca de, 30 órteses e meios auxiliares de locomoção – OPM.
O diretor de Reabilitação do HA ressalta ainda a importância das unidades itinerantes para o sistema de saúde. “A ideia da unidade itinerante, que já é uma modalidade estabelecida aqui no Brasil, onde inclusive existe um recurso federal para isso, é justamente o fato dela poder ir até a casa do paciente ou em uma unidade de saúde mais próxima, e avaliar a necessidade de dispensação de uma órtese, prótese ou de um meio auxiliar de locomoção. Então, o fato dela se aproximar de um paciente que já tem como condição inerente à dificuldade de locomoção é uma benéfica muito grande dentro do nosso sistema de saúde”.
Unidades móveis de prevenção
Atualmente, o Hospital de Amor conta com 56 unidades móveis de prevenção, equipadas com a mais alta tecnologia, que rodam todo o Brasil, encurtando essa distância e proporcionando atendimento de boa qualidade, saúde e bem-estar para os pacientes.
Em 2023, foram realizados mais de 200 mil, entre atendimentos e procedimentos, nas unidades móveis de prevenção do HA como mamografia, Papanicolaou, consultas oncológicas e odontológicas, procedimentos de boca, teste FIT (este de imunoquímica fecal), entre outros.
Reabilitação
Buscando sempre o atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor além de promover saúde por meio de atendimento médico hospitalar qualificado em oncologia, de forma humanizada, em âmbito nacional para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), vem buscando cada vez mais integrar os seus atendimentos, principalmente com a reabilitação de seus pacientes oncológicos, e de pacientes não oncológicos.
O HA Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, com equipamentos e tecnologia de ponta, que visa recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento), mas vai muito além disso. Além da reabilitação motora, também trabalha a reabilitação física, auditiva, visual e cognitiva.
Além de Barretos, o HA conta com mais duas unidades especializadas em reabilitação (não apenas oncológica), em Araguaína (TO) e Porto Velho (RO).
De acordo com o Ministério de Saúde, são estimados cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo de útero de 2023 a 2025, no Brasil. Ao menos 6 mil brasileiras perderam a vida, apenas em 2020, em decurso da doença, um problema que desperta cada vez mais o interesse de pesquisadores na busca por melhores tratamentos. De modo assustador, até 30-40% dos recursos investidos no tratamento do câncer são perdidos devido à ineficiência de alguns processos desnecessários, segundo a startup Hi!
O Harena, como centro de inovação do Hospital de Amor, busca atuar no apoio de desenvolvimento e otimização de empreendimentos que focam em resolução de problemas da área da saúde, como o aumento de tipos de câncer. De acordo como coordenador de projetos do Harena Inovação, Mateus Frederico de Paula, “Nossa equipe vem desempenhando um papel muito importante no apoio de diversas startups, dentre elas, a ‘Hi! Healthcare Intelligence’ – plataforma de Health Analytics que auxilia sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Nós também oferecemos acesso a recursos, conhecimentos e infraestrutura do Hospital de Amor. Dessa forma, é facilitado o desenvolvimento de networking, parcerias estratégicas, aconselhamento e mentoria”, explica.
Mateus revela otimismo ao participar de modo efetivo no projeto desta startup, principalmente, porque ela foi contemplada com o valor de R$ 350 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), a fim de desenvolver seu projeto em parceria com o time de oncologia ginecológica no Hospital de Amor, em Barretos (SP).
A cooperação entre a Hi! e o HA visa proporcionar decisões baseadas em oferecer análises de dados que orientam médicos e gestores em escolhas informadas, levando em consideração tanto os resultados clínicos quanto os custos associados. Além disso, também busca gerar a redução de desperdícios, identificando e eliminando processos desnecessários. Ou seja, o projeto é interdisciplinar, pois é desenvolvido por uma equipe formada por médicos, gestores, pesquisadores e especialistas.
Segundo Mateus, “Isso proporciona uma gestão mais eficiente, reduzindo custos e melhorando a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes do Hospital de Amor. Além do mais, a plataforma contribui para o avanço da pesquisa em oncologia, fortalecendo a posição do HA como uma instituição líder no tratamento do câncer”, finaliza.
Após a validação deste projeto, há expectativa de ambas as partes sobre uma possível expansão para a segunda fase, quando poderá ser implementado em todos os setores do Hospital, com aporte de fomento de até R$ 1,5 milhão. Ou seja, a plataforma possibilitará o fornecimento de dados valiosos sobre o custo-benefício de diferentes tratamentos, linhas de cuidado e procedimentos em pacientes oncológicos, otimizando ainda mais o tratamento para os pacientes do HA, que recebem o que há de melhor em tecnologia, gratuitamente.
O projeto e sua aplicabilidade para a saúde
O coordenador do Harena explica que a iniciativa é de suma importância para a saúde pública no país, pois visa otimizar o valor entregue aos pacientes nos tratamentos de câncer, que é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. “Ao desenvolver uma plataforma de coleta de desfechos clínicos, avaliações econômicas e gestão de desperdícios para tratamentos de alto custo, o projeto busca melhorar a eficiência operacional dos serviços de saúde, garantindo uma utilização mais efetiva dos recursos disponíveis. Isso pode resultar em uma redução significativa dos custos associados ao tratamento do câncer, tornando-o mais acessível para a população e, consequentemente, melhorando os resultados de saúde e a qualidade de vida dos pacientes”, conta Mateus.
Além disso, ao promover uma abordagem baseada em valor e evidências, o projeto da Hi! contribui para o avanço da prática clínica e para a tomada de decisões mais informadas e assertivas pelos profissionais de saúde. Deste modo, o impacto positivo desta iniciativa pode se estender além do âmbito da saúde, influenciando políticas públicas, diretrizes clínicas e o sistema de saúde como um todo.
A importância de startups no apoio da saúde pública
Fundada em 2019, em São José dos Campos (SP), a Hi! é uma plataforma de Health Analytics que ajuda sistemas de saúde na gestão de desperdícios de tratamentos de alto custo. Uma plataforma que, além de coletar desfechos em saúde (PROMs e PREMs), também é capaz de realizar diagnósticos de desperdício, custo-efetividade e gerar algoritmos personalizados para o desenvolvimento de estratégias para prevenção e predição de novos eventos de alto custo. Ou seja, visa empoderar a estratégia, times de gestão e liderança de sistemas de saúde na gestão baseada em dados relevantes de acordo com a jornada do tratamento de alto custo.
Mateus diz se sentir privilegiado por poder fazer parte de projetos de alto impacto como este, pois maior eficiência pode ser traduzida em maior acesso da população. “É sobre salvar mais vidas!”.
A história do Hospital de Amor é feita por histórias. Em quase 62 anos de vida (celebrados no próximo dia 24 de março), milhares e milhares de capítulos foram escritos, vividos e relembrados, seja por seus colaboradores, seja por seus pacientes. A cada nova tecnologia aplicada, estudo descoberto e procedimento realizado, vidas são marcadas e salvas, diariamente. E poder contar um pouquinho desses relatos repletos de esperança e gratidão, é o que nos move!
Hoje o HA te convida a conhecer o Bruno Felipe – o body piercing (técnica de perfuração utilizadas para a inserção de piercings no corpo) de Guaxupé (MG) que transformou seus dias de tratamento na instituição, em arte! Aliás, foi justamente esse talento peculiar que nos levou até ele! Suas fotos, sempre tiradas durante sua passagem pelos setores e corredores da instituição (e respeitando, é claro, as normas impostas pelo hospital), exaltam o que o Hospital de Amor faz de verdade: trata com amor e por amor, todas as pessoas!
De Guaxupé para Barretos
Apesar de já conhecer o nome ‘Hospital de Amor’, principalmente conhecer guaxupeanos que foram tratados e curados na instituição, foi em meados de fevereiro de 2022 que ele pôde ver de perto o trabalho realizado no HA.
Naquele ano, durante umas férias ao lado de amigos no Rio de Janeiro, Bruno sentiu um desconforto perto da região lombar, impossibilitando-o de curtir a viagem. “Achei que fosse problema de rim, mas esse desconforto se perdurou durante mais 30 dias. Foi aí que eu percebi que alguma coisa estava errada. Voltando, fiz um exame de imagem e descobri uma massa”, conta.
Ali, ele começou uma investigação e também a sua trajetória em busca de um diagnóstico preciso. “O meu diagnóstico foi dado no Centro de Oncologia de Alfenas/MG (cidade próxima a Guaxupé). Fui informado de que eu tinha um tumor de células germinativas na região retroperitônio (espaço localizado atrás da cavidade abdominal denominado peritônio, ou seja, a membrana que reveste a parede abdominal). E mesmo passando por várias sessões de quimioterapia, não tive sucesso, pois o tumor regredia e progredia após as sessões. Além disso, os profissionais deste hospital oncológico diziam que este tipo de tumor era inoperável, que o único tratamento possível seria um transplante de medula óssea, e que poucas instituições realizam este procedimento”, explica Bruno.
A boa notícia desta história é que dentre estas instituições está o HA, maior centro oncológico da América Latina com atendimento 100% gratuito e referência em transplante de medula óssea. Ao lado de seu pai e grande parceiro de vida, Bruno chegou a Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento no HA. E você se lembra daquele tumor ‘impossível de ser operado”? No Hospital de Amor a realidade foi outra! “Chegando aqui comecei uma nova jornada em busca pela minha cura”, ele relembra.
Ao todo, foram 40 sessões de quimioterapia, uma cirurgia para ressecção do tumor, uma recidiva da doença, quase um ano entre idas e vindas e, finalmente, o tão aguardado Transplante de Medula Óssea, em novembro do ano passado. “Nessa minha caminhada eu conheci muitas pessoas incríveis que infelizmente nos deixaram, pessoas mais velhas, pessoas novas, pessoas que perderam pessoas queridas. Conheci pessoas que levarei em meu coração para sempre!”, ele declara.
Com carisma de sobra, Bruno fez muitas amizades, fez fotos durante suas passagens pela instituição e fez sucesso em seu perfil no Instagram. “Uma das formas que eu usei e uso pra enfrentar tudo isso é por meio da arte! A fotografia é uma das artes que eu consegui trazer pra junto de mim no hospital, onde eu vejo um milhão de formas de me expressar como paciente, de demostrar meu sentimento de gratidão, medo e fé, transbordado em cada canto dessa instituição”.
O reencontro com a esperança
Ao se deparar com a notícia de que era necessário procurar uma outra instituição e dec que seu tumor era considerado inoperável, Bruno perdeu as esperanças. “Depois de vir para o HA, logo no primeiro dia como paciente, eu já percebi que algo extraordinário acontecia aqui. A estrutura, a tecnologia, todos os relatos de cura e também o atendimento oferecido, que ultrapassa as barreiras de ser um atendimento humanizado, tudo é perfeito! Eu sempre brinco que o atendimento é angelical, pois todos os funcionários, desde faxineiras, cozinheiras, enfermeiras, até os médicos são como anjos pra gente”.
Quem é o Bruno depois do HA?
“Depois de conhecer o HA o Bruno é uma pessoa com muito mais esperança na cura, fé na medicina e nas pessoas”, ele declara. O mineiro segue fazendo acompanhamento no hospital, exames de rotina e voltando as atividades que mais ama aos poucos. “Meu tratamento agora está numa parte bem flexível, já vejo meu cabelo e meu bigode crescer. Sem dúvidas, sou um dos maiores fãs da família Prata”, conta Bruno.
E finaliza: “Eu acho que TODAS as pessoas deveriam conhecer o HA para enxergar a vida com outra ótica. O mundo seria mais relevante, as pessoas dariam mais valor às coisas que realmente importam. Com certeza as pessoas teriam mais fé e esperança nesse mundo tão caótico de interesses fúteis”. Tem como não concordar com ele?
De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.