É comum ocorrer uma mudança na rotina alimentar e no paladar do paciente oncológico. Sabe-se que a nutrição é um fator crucial para que o paciente realize um bom tratamento ao longo de sua jornada. De acordo com uma pesquisa da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), estudos apontam que mais de 50% dos pacientes oncológicos apresentaram alterações de paladar, e 35% a 87% apresentaram alterações de olfato, decorrentes do tratamento de quimioterapia.
De acordo com a nutricionista do Hospital de Amor, Alice Prado, é comum o surgimento de relatos de casos de distúrbios gastrointestinais em pacientes, como hiporexia, náuseas, vômitos, disgeusia (alteração do paladar), xerostomia (boca seca), mucosite, diarreia e constipação intestinal.
A profissional explica que a alimentação pode contribuir para o alívio dos sintomas causados pelo tratamento e auxiliar na manutenção do adequado estado nutricional para favorecer uma melhor resposta às terapias antineoplásicas. “Não há alimentos que devem ser restritos, mas é recomendado evitar o consumo excessivo de embutidos, enlatados, alimentos muito açucarados e gordurosos, e ultraprocessados”, revela Alice.
Para todos os pacientes oncológicos, é recomendada uma alimentação saudável, com consumo adequado de frutas, legumes e verduras, cereais, leguminosas, carnes e ovos, leite e derivados. Vale ressaltar a importância da ingestão hídrica adequada. A nutricionista explica que chás de camomila, erva-cidreira, erva-doce, chá mate, hortelã e capim-santo (ou capim-limão) podem ser consumidos com moderação e não devem ser utilizados como substitutos da água mineral. Ela também alerta os pacientes para não consumirem chás desconhecidos e sempre consultar o médico ou o nutricionista.
Alimentos e suas recomendações
Alice ressalta que todas as pessoas, incluindo pacientes oncológicos, devem evitar o consumo de gordura trans, pois é prejudicial à saúde, como margarinas, salgadinhos, pipocas de micro-ondas, biscoitos recheados, etc. Mas engana-se quem pensa que na lista de recomendação da profissional há apenas alimentos que devem ser evitados. Ela esclarece que chá de gengibre, água ou gelo com limão, picolé de frutas, alimentos secos (por exemplo, biscoito de polvilho, bolacha água e sal) e preparações geladas ajudam a diminuir o surgimento de possíveis náuseas.
A profissional também revela que alimentos gordurosos, com excesso de temperos, açucarados, caldos, preparações quentes e de odor forte podem contribuir para o desenvolvimento de náuseas nos pacientes que realizam algum tratamento oncológico.
É comum alguns pacientes que fazem o uso de corticoide ganharem peso; a especialista explica que um meio possível de ajustar a alimentação e impedir que isso ocorra é aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, aumentar o fracionamento alimentar, reduzir o consumo de carboidratos simples (açúcar de adição, pães e massas feitos com farinha branca) e reduzir o consumo de gordura e sal.
Pacientes que praticam atividades físicas devem manter uma alimentação saudável, com o consumo adequado de todos os grupos alimentares. “É importante que cada paciente seja avaliado de maneira individualizada”, enfatiza Alice.
Em relação ao consumo de suplementos, não existem recomendações para o uso rotineiro de suplementos alimentares de vitaminas e minerais, sendo a reposição indicada apenas após a avaliação de profissional habilitado (seja médico ou nutricionista), quando o paciente é diagnosticado com deficiências nutricionais. “Não somente o paciente oncológico, mas todas as pessoas devem utilizar qualquer tipo de suplementação apenas após indicação do nutricionista”, diz a profissional do HA.
É importante ressaltar que durante todo o tratamento do câncer, é comum a imunidade do paciente sofrer alterações, o que pode gerar dificuldades no combate de infecções, por exemplo. Por isso, é fundamental que o paciente tenha a garantia de que todo alimento ingerido tem origem segura, reduzindo riscos de doenças. O guia ‘Food Safety During Cancer Treatment’ enfatiza a necessidade do paciente sempre se manter hidratado, e os exemplos apresentados no manual são diversos, como sopas (caldos, canjas), bebidas (água, sucos de frutas e vegetais, chás, leites, etc.) e refrescos (picolés, sorvetes, iogurtes e gelados italianos).
Um dos diferenciais do Hospital de Amor é o trabalho sinérgico que ocorre entre a equipe multiprofissional da instituição. “O empenho de todos é muito importante para auxiliar no cuidado integral do paciente, principalmente na tomada de condutas durante todas as fases do tratamento, compartilhando conhecimentos e aprimorando os serviços prestados. Por exemplo, trabalhamos com médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas”, explica Alice.
*Conteúdo desenvolvido com a colaboração da equipe de nutrição do HA. Profisionais envolvidos: Ana Carolina, Tiago Queiroz, Alice Oliveira Prado, Isabela Laurencio Schiavoni, Laís Ávila e Silva e Jhonatan Antônio Lodo.
É comum ocorrer uma mudança na rotina alimentar e no paladar do paciente oncológico. Sabe-se que a nutrição é um fator crucial para que o paciente realize um bom tratamento ao longo de sua jornada. De acordo com uma pesquisa da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), estudos apontam que mais de 50% dos pacientes oncológicos apresentaram alterações de paladar, e 35% a 87% apresentaram alterações de olfato, decorrentes do tratamento de quimioterapia.
De acordo com a nutricionista do Hospital de Amor, Alice Prado, é comum o surgimento de relatos de casos de distúrbios gastrointestinais em pacientes, como hiporexia, náuseas, vômitos, disgeusia (alteração do paladar), xerostomia (boca seca), mucosite, diarreia e constipação intestinal.
A profissional explica que a alimentação pode contribuir para o alívio dos sintomas causados pelo tratamento e auxiliar na manutenção do adequado estado nutricional para favorecer uma melhor resposta às terapias antineoplásicas. “Não há alimentos que devem ser restritos, mas é recomendado evitar o consumo excessivo de embutidos, enlatados, alimentos muito açucarados e gordurosos, e ultraprocessados”, revela Alice.
Para todos os pacientes oncológicos, é recomendada uma alimentação saudável, com consumo adequado de frutas, legumes e verduras, cereais, leguminosas, carnes e ovos, leite e derivados. Vale ressaltar a importância da ingestão hídrica adequada. A nutricionista explica que chás de camomila, erva-cidreira, erva-doce, chá mate, hortelã e capim-santo (ou capim-limão) podem ser consumidos com moderação e não devem ser utilizados como substitutos da água mineral. Ela também alerta os pacientes para não consumirem chás desconhecidos e sempre consultar o médico ou o nutricionista.
Alimentos e suas recomendações
Alice ressalta que todas as pessoas, incluindo pacientes oncológicos, devem evitar o consumo de gordura trans, pois é prejudicial à saúde, como margarinas, salgadinhos, pipocas de micro-ondas, biscoitos recheados, etc. Mas engana-se quem pensa que na lista de recomendação da profissional há apenas alimentos que devem ser evitados. Ela esclarece que chá de gengibre, água ou gelo com limão, picolé de frutas, alimentos secos (por exemplo, biscoito de polvilho, bolacha água e sal) e preparações geladas ajudam a diminuir o surgimento de possíveis náuseas.
A profissional também revela que alimentos gordurosos, com excesso de temperos, açucarados, caldos, preparações quentes e de odor forte podem contribuir para o desenvolvimento de náuseas nos pacientes que realizam algum tratamento oncológico.
É comum alguns pacientes que fazem o uso de corticoide ganharem peso; a especialista explica que um meio possível de ajustar a alimentação e impedir que isso ocorra é aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, aumentar o fracionamento alimentar, reduzir o consumo de carboidratos simples (açúcar de adição, pães e massas feitos com farinha branca) e reduzir o consumo de gordura e sal.
Pacientes que praticam atividades físicas devem manter uma alimentação saudável, com o consumo adequado de todos os grupos alimentares. “É importante que cada paciente seja avaliado de maneira individualizada”, enfatiza Alice.
Em relação ao consumo de suplementos, não existem recomendações para o uso rotineiro de suplementos alimentares de vitaminas e minerais, sendo a reposição indicada apenas após a avaliação de profissional habilitado (seja médico ou nutricionista), quando o paciente é diagnosticado com deficiências nutricionais. “Não somente o paciente oncológico, mas todas as pessoas devem utilizar qualquer tipo de suplementação apenas após indicação do nutricionista”, diz a profissional do HA.
É importante ressaltar que durante todo o tratamento do câncer, é comum a imunidade do paciente sofrer alterações, o que pode gerar dificuldades no combate de infecções, por exemplo. Por isso, é fundamental que o paciente tenha a garantia de que todo alimento ingerido tem origem segura, reduzindo riscos de doenças. O guia ‘Food Safety During Cancer Treatment’ enfatiza a necessidade do paciente sempre se manter hidratado, e os exemplos apresentados no manual são diversos, como sopas (caldos, canjas), bebidas (água, sucos de frutas e vegetais, chás, leites, etc.) e refrescos (picolés, sorvetes, iogurtes e gelados italianos).
Um dos diferenciais do Hospital de Amor é o trabalho sinérgico que ocorre entre a equipe multiprofissional da instituição. “O empenho de todos é muito importante para auxiliar no cuidado integral do paciente, principalmente na tomada de condutas durante todas as fases do tratamento, compartilhando conhecimentos e aprimorando os serviços prestados. Por exemplo, trabalhamos com médicos, nutricionistas, fonoaudiólogos e fisioterapeutas”, explica Alice.
*Conteúdo desenvolvido com a colaboração da equipe de nutrição do HA. Profisionais envolvidos: Ana Carolina, Tiago Queiroz, Alice Oliveira Prado, Isabela Laurencio Schiavoni, Laís Ávila e Silva e Jhonatan Antônio Lodo.