Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde emitido no início da semana, o Brasil ultrapassou os 700 mil casos possíveis de dengue apenas em 2024, uma alta superior a 300% em comparação ao mesmo período de 2023. Os dados mostram, ainda, que o número supera o total de casos registrados nos anos de 2017, 2018 e 2021.
São informações que acendem um importante alerta, principalmente, para pacientes em tratamento oncológico.
O médico infectologista do Hospital de Amor, Dr. José Carlos Ignácio Jr., explica que a dengue, a zika ou a chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, assim como qualquer outra infecção, atrapalham o tratamento oncológico porque podem atrasar, adiar ou interromper temporariamente a quimioterapia e/ou a radioterapia. Além disso, o paciente com câncer tem um risco maior de ter dengue grave. “Esse risco é maior nos pacientes com câncer acima de 60 anos, que também apresentam comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatia, doença renal ou pulmonar crônica”, destaca.
Para alguns tipos de câncer, o quadro também pode exigir cuidados extras. Pacientes adultos com leucemia, linfoma, mieloma e tumor de fígado apresentam maior risco de complicações hemorrágicas pela dengue e, assim, um maior risco de evoluir com dengue grave, necessidade de internação e maior risco de óbito. Já entre as crianças, as leucemias e os linfomas são de maior risco para dengue grave, assim como o tratamento de alguns tumores sólidos que são tratados com altas doses de quimioterapia.
O infectologista do HA frisa que, caso um paciente oncológico apresente sintomas típicos da infecção por dengue, é importante procurar imediatamente o centro de referência no qual o tratamento está sendo realizado, para avaliação médica e laboratorial, com seguimento para que se evite o agravamento da doença.
Vacina
Recentemente o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS), colocando o Brasil como pioneiro em todo o mundo a disponibilizar o imunizante no sistema público de saúde. A vacina, conhecida como Qdenga, que possui indicação para prevenção da doença causada por qualquer sorotipo do vírus e foi aprovada pela Anvisa para a faixa etária de 4 anos a 60 anos de idade, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante afirmou ter uma capacidade restrita para o fornecimento de doses. Por isso, a vacinação ainda será focada em público e regiões prioritárias, conforme definição do órgão.
Apesar de ser um grande e importante avanço para esse problema de saúde pública, o Dr. José Ignácio explica que essa vacina é composta por vírus vivo atenuado, sendo assim, ela possui contraindicação de ser administrada em pacientes com imunidade comprometida, que é o caso dos pacientes em tratamento oncológico em uso de quimioterapia e/ou radioterapia. “A contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Dessa forma, orienta-se que os pacientes oncológicos consultem seu médico para avaliar se podem receber a vacina contra dengue, quando ela estiver disponível”.
Prevenção
Para prevenção da dengue, além das medidas já conhecidas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar um possível criadouro, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas, o uso de repelente é um importante aliado.
Os repelentes com icaridina são recomendados por comprovação de eficácia e proteção, havendo diversas marcas disponíveis no mercado. Porém, caso não sejam tolerados, também podem ser aqueles à base de DEET, IR3535 e óleo de citronela. Segundo os especialistas, os repelentes caseiros não devem ser utilizados.
Algumas regras para a aplicação correta do repelente:
• Cuidado para não passar o repelente na região dos olhos, mucosas e áreas com feridas;
• O repelente spray deve ser aplicado sobre a roupa e não na pele que será coberta. Exemplo: se for colocar uma calça, vista essa peça de roupa e somente depois aplique o repelente sobre a calça. Nas áreas que não serão cobertas pelas roupas, basta aplicar o repelente sobre a pele descoberta;
• Raramente o uso de repelente causa alergia, mas pode acontecer. Caso apresente prurido (coceira) e urticária (placas vermelhas pelo corpo), suspenda o uso do repelente e fale com o seu médico.
Além do uso do repelente outras medidas podem auxiliar:
• Roupas: sempre usar camisas/blusas de mangas longas, calças longas, dar preferência para cores claras;
• Se possível colocar telas nas portas e janelas;
• Sempre permitir a entrada na casa do pessoal do controle de vetores, a fim de avaliar a existência de possíveis criadouros e orientações de prevenção.
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde emitido no início da semana, o Brasil ultrapassou os 700 mil casos possíveis de dengue apenas em 2024, uma alta superior a 300% em comparação ao mesmo período de 2023. Os dados mostram, ainda, que o número supera o total de casos registrados nos anos de 2017, 2018 e 2021.
São informações que acendem um importante alerta, principalmente, para pacientes em tratamento oncológico.
O médico infectologista do Hospital de Amor, Dr. José Carlos Ignácio Jr., explica que a dengue, a zika ou a chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, assim como qualquer outra infecção, atrapalham o tratamento oncológico porque podem atrasar, adiar ou interromper temporariamente a quimioterapia e/ou a radioterapia. Além disso, o paciente com câncer tem um risco maior de ter dengue grave. “Esse risco é maior nos pacientes com câncer acima de 60 anos, que também apresentam comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatia, doença renal ou pulmonar crônica”, destaca.
Para alguns tipos de câncer, o quadro também pode exigir cuidados extras. Pacientes adultos com leucemia, linfoma, mieloma e tumor de fígado apresentam maior risco de complicações hemorrágicas pela dengue e, assim, um maior risco de evoluir com dengue grave, necessidade de internação e maior risco de óbito. Já entre as crianças, as leucemias e os linfomas são de maior risco para dengue grave, assim como o tratamento de alguns tumores sólidos que são tratados com altas doses de quimioterapia.
O infectologista do HA frisa que, caso um paciente oncológico apresente sintomas típicos da infecção por dengue, é importante procurar imediatamente o centro de referência no qual o tratamento está sendo realizado, para avaliação médica e laboratorial, com seguimento para que se evite o agravamento da doença.
Vacina
Recentemente o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS), colocando o Brasil como pioneiro em todo o mundo a disponibilizar o imunizante no sistema público de saúde. A vacina, conhecida como Qdenga, que possui indicação para prevenção da doença causada por qualquer sorotipo do vírus e foi aprovada pela Anvisa para a faixa etária de 4 anos a 60 anos de idade, não será utilizada em larga escala em um primeiro momento, já que o laboratório fabricante afirmou ter uma capacidade restrita para o fornecimento de doses. Por isso, a vacinação ainda será focada em público e regiões prioritárias, conforme definição do órgão.
Apesar de ser um grande e importante avanço para esse problema de saúde pública, o Dr. José Ignácio explica que essa vacina é composta por vírus vivo atenuado, sendo assim, ela possui contraindicação de ser administrada em pacientes com imunidade comprometida, que é o caso dos pacientes em tratamento oncológico em uso de quimioterapia e/ou radioterapia. “A contraindicação vai até 6 meses após o término da quimioterapia e/ou radioterapia. Dessa forma, orienta-se que os pacientes oncológicos consultem seu médico para avaliar se podem receber a vacina contra dengue, quando ela estiver disponível”.
Prevenção
Para prevenção da dengue, além das medidas já conhecidas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar um possível criadouro, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas, o uso de repelente é um importante aliado.
Os repelentes com icaridina são recomendados por comprovação de eficácia e proteção, havendo diversas marcas disponíveis no mercado. Porém, caso não sejam tolerados, também podem ser aqueles à base de DEET, IR3535 e óleo de citronela. Segundo os especialistas, os repelentes caseiros não devem ser utilizados.
Algumas regras para a aplicação correta do repelente:
• Cuidado para não passar o repelente na região dos olhos, mucosas e áreas com feridas;
• O repelente spray deve ser aplicado sobre a roupa e não na pele que será coberta. Exemplo: se for colocar uma calça, vista essa peça de roupa e somente depois aplique o repelente sobre a calça. Nas áreas que não serão cobertas pelas roupas, basta aplicar o repelente sobre a pele descoberta;
• Raramente o uso de repelente causa alergia, mas pode acontecer. Caso apresente prurido (coceira) e urticária (placas vermelhas pelo corpo), suspenda o uso do repelente e fale com o seu médico.
Além do uso do repelente outras medidas podem auxiliar:
• Roupas: sempre usar camisas/blusas de mangas longas, calças longas, dar preferência para cores claras;
• Se possível colocar telas nas portas e janelas;
• Sempre permitir a entrada na casa do pessoal do controle de vetores, a fim de avaliar a existência de possíveis criadouros e orientações de prevenção.