No caminho havia rios, estradas de chão e uma floresta que deixa qualquer um perplexo pela sua imensidão e importância. Foram esses os caminhos que a segunda edição da “Expedição HA Amazônia” percorreu para levar prevenção do câncer de pele, colo do útero e próstata, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas da região amazônica.
O trabalho de prevenção do Hospital de Amor começou há cerca de 30 anos e, a cada ano, vem reforçando o compromisso de cuidar e proporcionar atendimento humanizado e de qualidade à população, com atendimento 100% gratuito, via SUS.
Prevenção salva vidas! Mesmo com todas as dificuldades de logística, pelo segundo ano consecutivo, o HA, levou prevenção para 15 cidades, seis distritos e uma aldeia indígena, dos estados do Amazonas e Pará. Foram 46 dias de muito trabalho e 8.560 km rodados para a realização de 612 Papanicolauos, 490 PSA, 621 avaliações de pele e 57 cirurgias de pele para a retirada de lesões de câncer de pele não melanoma. Neste ano, o projeto contou com patrocínio exclusivo do grupo varejista Gazin.
O Brasil, segundo o INCA, até 2025, deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer ao ano, sendo o mais incidente, o câncer de pele não melanoma, com estimativa de mais de 220 mil novos casos. A região norte, possui o segundo maior índice de casos de câncer de colo do útero, sendo 20,48 a cada 100 mil mulheres, e o quinto maior índice em câncer de próstata, sendo 28,40 a cada 100 mil homens.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do município de Óbidos (PA), que recebeu a “Expedição HA Amazônia” neste ano, foram realizados mais de 1.000 coletas de Papanicolaous, entre janeiro e setembro de 2024, em que cerda de 74 coletas tiveram alteração, sendo 14 diagnosticadas como câncer, principalmente em mulheres com menos de 30 anos.
“O que mais nos espanta, é que estamos encontrando lesões de alto grau em mulheres com menos de 30 anos, o que não é a realidade, não é o que o Ministério da Saúde propõe. Nós temos, inclusive, mulheres com menos de 25 anos com lesão de alto grau, então realmente é uma necessidade, e a carreta do Hospital de Amor vem somar forças ao que o município já faz na tentativa na detecção precoce, para que a gente tente melhorar a expectativa e qualidade de vida da mulher, não só da mulher, mas do homem, e na população como um todo”, destaca a enfermeira e responsável pelo Departamento de Atenção Primária à Saúde do município, Herbene Belicha.
Um outro dado preocupante, é em relação ao câncer de pele não melanoma. A maior parte da região amazônica e dos municípios em que a “Expedição HA Amazônia” realizou os atendimentos, tem como sua principal fonte de trabalho a pesca e a lavoura.
A região norte do Brasil é considerada uma das mais quentes e a população que trabalha ao ar livre precisa buscar horários alternativos, como explica a trabalhadora rural e residente do município de Oriximiná (PA), Noeme Macaxeira de Moura. “A maioria das vezes, a gente não usa protetor solar, veste uma camisa e calça comprida, coloca um chapéu na cabeça, e mantém o controle. Entra cedo no trabalho, quando é 10h30 saí, e volta às 14h30, é a gente mesmo que tem que estabelecer um horário, para que a gente não fique muito exposto ao sol muito forte. Para nós foi maravilhoso a carreta da Expedição estar aqui em Oriximiná (PA), porque o atendimento foi muito bom, e vai poder beneficiar muitas pessoas com essa ação”, destaca Noeme.
Isaías Alves da Chagas, trabalhador rural no município de Alenquer (PA), nunca tinha realizado uma consulta preventiva de câncer de pele. “Eu nunca fiz um exame de prevenção de câncer de pele. Apareceu um sinal no meu rosto, e eu aproveitei a vinda da carreta para poder ver”, conta.
O município de Santarém (PA), foi uma das cidades onde se teve o maior índice de lesões cancerígenas de pele. Foram retiradas 25 lesões de câncer de pele não melanoma, e isso faz um alerta em relação aos cuidados e prevenção da doença. “Aqui na nossa cidade, é um lugar muito quente, o sol maltrata muito a pele, e durante os atendimentos foi perceptível a quantidade de pacientes com lesões de pele na nossa região. Então, isso abre essa necessidade, a gente não tem especialista oncológico na área. Nós somos limitados, não sei se é devido estar na Amazônia, então quando nós temos a carreta de Barretos (SP) aqui, nós só temos a agradecer. Obrigada por virem até Santarém (PA), oferecer a nossa população um tratamento digno, que quem só sabe, é quem vive em um lugar que tem as suas limitações”, declara Narjara Dantas de Oliveira, psicóloga e coordenadora voluntária do HA, em Santarém (PA).
Durante a “Expedição HA Amazônia”, foi possível notar as dificuldades em que a população encontra em relação ao atendimento de algumas especialidades. Em alguns municípios, a população não consegue consultas com dermatologistas e ginecologistas, por exemplo, precisando se deslocar até outro centro para poder passar pelos especialistas, como conta Gladiana Lira Seixas, profissional autônoma, residente na cidade de Óbidos (PA). “A gente tem em outra cidade, se der exame alterado, nós temos que pegar um barco, e ir para outra cidade, como Santarém (PA). Às vezes vem ginecologista particular ou pelo SUS, mas, é mais em outra cidade, a gente precisa se locomover para ser atendida e para procurar outros recursos, porque aqui, ainda a gente não disponibiliza disso. Foi uma oportunidade muito boa a vinda da carreta, por ser de um hospital bem conhecido, a gente agradece muito, porque existem pessoas que se preocupam com à saúde da população e com a gente que é mais carente”, afirma Gladiana.
O médico do Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira, que esteve também na primeira “Expedição HA Amazônia”, contou suas impressões sobre a dificuldade do acesso à saúde nos munícipios por onde o projeto passou. “Não só a parte de prevenção oncológica. Essa primeira impressão que a gente teve, é muito carente, não só em oncologia, mas todo o sistema de saúde. Então, a população tem um déficit de assistência à saúde. São cidades de difícil acesso, então chegar em um centro maior, o acesso é muito difícil, e nas capitais, a assistência ainda é insuficientes”, destaca o médico.
Durante a Expedição, os profissionais conhecem muitas pessoas, muitas histórias, e o que mais marcou para a enfermeira do HA, Amanda Queiroz de Paula, foram mulheres mais velhas que nunca haviam realizado o exame de preventivo. “Durante a Expedição temos contato com várias pessoas, principalmente mulheres. No meu caso, que realizo o exame de Papanicolaou, uma das coisas que mais me marcou foi que muitas mulheres bem mais velhas, nunca tinham colhido o preventivo, elas nunca tiveram acesso à essa prevenção na vida, e com a carreta tiveram essa oportunidade”, comenta Amanda.
Fernanda Arraes, psicóloga e madrinha da campanha “Passos Que Salvam” em Alenquer (PA), falou da importância da carreta da “Expedição HA Amazônia”, no município. “Para nós, que estamos muito distantes da realidade lá do Sul, do Sudeste e Centro Oeste, é muito importante; Infelizmente, não foi possível realizar o exame de mamografia devido à logística, porque as pessoas que não conhecem a Amazônia de fato, não tem noção de como é chegar aqui. Nós não temos médicos especialistas, quando você quer fazer algo com especialista, você tem que ir para outra cidade, então a carreta vir para o nosso município é de suma importância, para aquele cidadão que não tem acesso nenhum, não tem conhecimento nenhum, não consegue nem chegar até Santarém (PA), que é a cidade mais próxima”, destaca.
As cidades que receberam a carreta da “Expedição HA Amazônia”, em sua maioria, possuem estradas de chão, como uma boa parte da BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, são margeadas por rios, como o Madeira, Tapajós e Amazonas, e o acesso se torna um desafio, principalmente porque os meios de locomoção mais viáveis são aquáticos, como balsas e barcos.
Só na Rodovia Transamazônica, de Humaitá (PA) até Altamira (PA), foram percorridos 1.534 km de estrada de chão. Em um dos trechos, a equipe da “Expedição HA Amazônia” enfrentou mais de nove horas de balsa, para poder chegar no município de Oriximiná (PA), e não é qualquer balsa que carrega uma carreta de 25 toneladas. “Não são todas as balsas que comportam a carreta, e não são todos os dias que têm balsas que conseguem transportar essa carreta. Então, a gente tem que saber o dia e a hora exata que essa balsa vai sair, se essa balsa comporta a carreta, então tudo isso, a gente tem que trabalhar muito tempo antes, porque, nesse caso especificamente, no transporte fluvial, a gente não pode errar”, explica Charles Gallindo, analista de captação de recursos do HA.
A segunda edição da “Expedição HA Amazônia”, além de atender mais três municípios, que não estavam no cronograma do ano passado (2023), também realizou os atendimentos na Aldeia Indígena Tenharim Marmelos (AM). “Este ano nós tivemos o atendimento na tribo indígena, foi bem interessante conhecer o sistema de saúde deles, a equipe de saúde que mora na aldeia. Conseguimos fazer exames de prevenção, onde tivemos total acesso. Conseguimos encontrar e retirar lesões de pele cancerígenas nos índios”, comenta Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira.
Cíntia C. de Souza Ribeiro Teixeira, técnica de enfermagem do HA que trabalha há 10 anos viajando com a carreta de prevenção, teve pela primeira vez a experiência de realizar o atendimento na aldeia indígena. “Eu achava que íamos encontrar pessoas bravas, difíceis de lidar, mas fomos super bem recepcionados, cantaram para gente, nos receberam super bem. Pudemos conhecer um pouco da cultura deles e, o mais importante, conseguimos realizar todos os atendimentos.”
Há 30 anos, quando se iniciaram os primeiros trabalhos de prevenção Hospital de Amor, havia um propósito: salvar vidas! E esse propósito continua enraizado, cada vez mais, na instituição. “O sentimento é de dever cumprido, porque realmente nós estamos cumprindo o nosso propósito de levar a prevenção do câncer para as pessoas que mais necessitam”, destaca o analista de captação de recursos do HA.
“Enquanto prevenção, infelizmente o município de Oriximiná (PA) não conta com esse serviço de prevenção do câncer. Quando a gente descobre, infelizmente é quando a doença já está avançada, como foi no meu caso, que descobri um câncer de intestino. A gente achou muito importante a vinda da carreta da prevenção, por isso que entramos de cabeça nesse projeto, justamente por entender que a prevenção é muito importante, coisa que infelizmente a gente não tem na região”, comenta o professor Miguel Ângelo de Oliveira Campos.
“Para nós é muito gratificante poder prestar uma assistência médica de qualidade para uma população que não tem acesso ao sistema de saúde, pacientes que estão há anos esperando pequenos procedimentos, às vezes, procedimentos simples e não conseguem entrar no sistema de saúde”, ressalta o médico do Instituto de Prevenção do HA.
Prevenção salva vidas e a missão do Hospital de Amor é expandir cada vez mais esse acesso à saúde de qualidade para todos os cantos do Brasil, para as populações mais carentes e afastadas dos grandes centros.
O Hospital de Amor recebeu da população de Ariranha (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 2.000 unidades de gelatina. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu do Cantinho do Jorge, do município de Viradouro (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 9 fardos de açúcar cristal. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu da empresa Massas Daiana, do município de Franca (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 7 caixas de pão de queijo. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu do doador Genesis Fibra, do município de Monte Aprazível (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 400 litros de leite. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
Laços são vínculos que unem pessoas e representam conexões emocionais. Laços sanguíneos, laços familiares e laços de amizade sustentam Wéllida Sodré Barros e Renata Sodré Ximenes, mãe e filha, pacientes do Hospital de Amor Amazônia. Wéllida foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017, aos 49 anos, e, após seis anos, está realizando o tratamento novamente. Renata foi diagnosticada em 2023, aos 26 anos. Mãe e filha enfrentam juntas os desafios do tratamento oncológico.
O diagnóstico de câncer na família de Wéllida e Renata começou há cerca de 30 anos, quando a mãe de Wéllida teve um tumor na mama. “Eu perdi a minha mãe para essa doença há 30 anos. Ela tinha 48 anos quando faleceu. Foi na mama esquerda e, naquela época, não havia como tratar. Nenhum hospital aqui tinha. Fomos para fora”, relata a paciente.
Primeiro diagnóstico
Em 2017, Wéllida foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda. A descoberta do nódulo ocorreu por meio de um exame de mamografia que ela fez na Carreta de Prevenção do HA, que estava em Porto Velho (RO). “Eu sempre fazia exames regulares e já tinha feito naquele ano. Minha irmã chegou em casa e disse que a carreta do Hospital de Amor estava no nosso bairro e a Renata insistiu para que eu fosse fazer o exame novamente. Eu falei que não tinha necessidade, mas ela insistiu e eu fui”, conta Wéllida.
Após 45 dias, o resultado da mamografia saiu: havia um nódulo na mama esquerda. Wéllida foi encaminhada para o Hospital de Amor Amazônia, em Porto Velho (RO), onde foi realizada a biópsia. “Wéllida teve o diagnóstico aos 49 anos. Inicialmente, era uma doença in situ, que foi descoberta pela mamografia de rastreio. É uma lesão que não se palpa, não se vê a olho nu e nem no ultrassom, somente na mamografia”, explica a coordenadora do departamento de mastologia do HA Amazônia, Dra. Betânia Mota de Brito.
“Receber o primeiro diagnóstico foi horrível. Eu vi todo o sofrimento da minha mãe; ela lutou, mas não conseguiu. Quando a médica falou, eu chorei muito, gritava, me desesperei. Foi a pior notícia que recebi na minha vida, depois da morte da minha mãe. A gente pensa que está sentenciada à morte. Foi muito difícil! O que me ajudou foi Deus; você tem que ter Deus e depois a minha família”, declara Wéllida.
Após realizar a quadrantectomia da mama esquerda, Wéllida optou pela retirada completa da mama, uma mastectomia com reconstrução com prótese de silicone. “Fiz dois quadrantes e, na terceira, a médica me deu duas opções: realizar um terceiro quadrante ou retirar a mama. Eu disse que queria retirar a mama, porque no fundo queria ficar boa”, conta Wéllida.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso…”
Após seis anos do diagnóstico de sua mãe, Renata descobriu um nódulo na mama aos 26 anos. “Estava tomando banho e, ao levantar o braço, acabei sentindo um caroço na mama. Achei estranho e chamei a mamãe para dar uma olhada também. Então, conversamos com a médica e ela já pediu um ultrassom”, conta Renata.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso; meu mundo caiu, desabou. Eu estava em casa quando ela chegou e disse: ‘Mãe, e se der positivo? O que a senhora acha que vai dar?’. Eu respondi que achava que não ia dar nada, mas se desse positivo, a gente trataria, mas isso com o coração. Foi quando ela olhou para mim e disse que o resultado tinha dado positivo”, declara Wéllida.
Renata foi encaminhada para o HA Amazônia em dezembro de 2023. A doença já estava localmente avançada, com um nódulo na mama esquerda maior do que cinco centímetros e comprometendo a axila. “O HA Amazônia significa a minha cura! Foi aqui que consegui todo meu tratamento, com profissionais capacitados, todos os médicos, meu mastologista, oncologista, fisioterapeuta, nutricionista; graças a Deus e a esses profissionais”, conta Renata.
O tratamento de Renata foi diferente do de sua mãe. Wéllida fez a cirurgia e não precisou passar por quimioterapia nem radioterapia. “Quando o médico analisou clinicamente, tocou na axila, fez todos os exames, ele disse que eu precisaria fazer quimioterapia, porque os linfonodos estavam comprometidos. Nesse momento, meu mundo acabou; eu chorei muito. A primeira coisa que perguntei foi: ‘Vou ficar careca?’. Eu pensava na careca, no meu visual; isso me preocupava, porque na minha cabeça eu faria a cirurgia igual a minha mãe e estaria livre”, conta Renata.
Renata teve uma boa resposta à lesão com a quimioterapia. Ela foi submetida à mastectomia poupadora de pele, reconstrução com prótese e esvaziamento da axila.
“Eu e você, você e eu”
Wéllida teve seu segundo diagnóstico de câncer de mama em meados de outubro de 2023. Antes de Renata ser diagnosticada, ela já estava investigando um nódulo que havia aparecido sete anos após sua cirurgia da mama esquerda.
“Em 2023, Wéllida apresentou alteração na mamografia. Foram encontrados 11 nódulos na mama direita e foi realizada a biópsia, resultando em uma doença invasiva mais agressiva, já com comprometimento da axila do lado direito. Então, foi proposto que ela iniciasse o tratamento com quimioterapia”, explica Dra. Betânia.
Uma ajuda à outra, uma dá força para a outra, uma cuida da outra!
“Eu fiquei muito mal na primeira quimioterapia; vomitei muito e vim para o CIA (Centro de Intercorrência Ambulatorial). Todo o meu processo foi antes do da minha mãe. Eu tentava não demonstrar que estava doendo, tentava não mostrar que meu corpo não conseguia reagir. Não foi um processo fácil pensar que minha mãe passaria por tudo, que ela estaria daquele jeito daqui a um tempo”, declara Renata.
“Você quer a dor do seu filho para você. Então, para mim, é muito difícil o tratamento por esse lado. Como o nódulo dela estava grande e pela idade, os médicos adiantaram o tratamento dela dois meses e meio em relação ao meu. Então, tudo o que ela passou, eu já sabia que iria passar. Eu pude cuidar dela nas quimioterapias; acompanhei durante os exames e nas consultas. Quando chegou a minha vez de iniciar o tratamento, ela cuidou de mim. Teve um dia em que ela falou: ‘Xuxu, eu e você, você e eu’. Então, a gente vai se cuidando, trocando experiências, vendo o que pode ser melhor”, relata Wéllida.
Câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres.
Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o de maior incidência no Brasil, em todos os estados. É uma doença rara em mulheres jovens; segundo o INCA, ocorre com maior incidência a partir dos 50 anos.
No caso de Wéllida e Renata, o diagnóstico de câncer de mama provavelmente teve influência genética, por conta do histórico familiar, como explica Dra. Betânia. “Muito provavelmente, houve alguma influência genética, talvez de algum gene que desconhecemos. Isso ocorre raramente, com uma história familiar importante e teste genético negativo. Acredito que ainda faltam estudos para que possamos descobrir quais outros genes estão envolvidos no surgimento do câncer de mama, mas acreditamos que há uma herança familiar”, esclarece a médica.
E como prevenir o câncer de mama?
Alimentação saudável, prática de atividade física, controle do peso, evitar o consumo de bebida alcoólica, não fumar e ter hábitos mais saudáveis podem ajudar na prevenção da doença.
Outro ponto importante a destacar na prevenção do câncer de mama é o exame de rastreio, como explica Dra. Betânia: “A mamografia é comprovadamente um exame que reduz a mortalidade por câncer de mama; é o único exame classificado dessa forma. Portanto, a mamografia está indicada para pacientes acima de 40 anos, independentemente de sentirem algo nas mamas ou não; é de extrema importância fazer o exame de rastreio.”
O Hospital de Amor recebeu do Flavio Ferreira de Oliveira presidente da empresa Rotary Club de Frutal Sul, do município de Frutal (MG).
A instituição foi presenteada com 3 cadeiras de rodas para obesos. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu da Greice Duz, do município de Porto Ferreira (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com vários litros de leite. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu do Renato Bergamo, do município de Lobato (PR), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 1 cesta básica. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
População: 6.919 habitantes – Atendimentos: 473
O 12º Leilão “Direito de Viver” de Novo São Joaquim (MT), realizado nos dias 28 e 29/9/2024, sob a coordenação de Jorge Luciano Lopes, contou com cabeças de gados, prendas, Doações e Almoços, arrecadando R$208.870,00.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
Como curiosidade, foi feito uma corrente do bem, onde uma bezerra foi leiloada arrecadando R$ 25.500,00, ajudando a pagar as despesas.
No caminho havia rios, estradas de chão e uma floresta que deixa qualquer um perplexo pela sua imensidão e importância. Foram esses os caminhos que a segunda edição da “Expedição HA Amazônia” percorreu para levar prevenção do câncer de pele, colo do útero e próstata, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas da região amazônica.
O trabalho de prevenção do Hospital de Amor começou há cerca de 30 anos e, a cada ano, vem reforçando o compromisso de cuidar e proporcionar atendimento humanizado e de qualidade à população, com atendimento 100% gratuito, via SUS.
Prevenção salva vidas! Mesmo com todas as dificuldades de logística, pelo segundo ano consecutivo, o HA, levou prevenção para 15 cidades, seis distritos e uma aldeia indígena, dos estados do Amazonas e Pará. Foram 46 dias de muito trabalho e 8.560 km rodados para a realização de 612 Papanicolauos, 490 PSA, 621 avaliações de pele e 57 cirurgias de pele para a retirada de lesões de câncer de pele não melanoma. Neste ano, o projeto contou com patrocínio exclusivo do grupo varejista Gazin.
O Brasil, segundo o INCA, até 2025, deve registrar mais de 704 mil novos casos de câncer ao ano, sendo o mais incidente, o câncer de pele não melanoma, com estimativa de mais de 220 mil novos casos. A região norte, possui o segundo maior índice de casos de câncer de colo do útero, sendo 20,48 a cada 100 mil mulheres, e o quinto maior índice em câncer de próstata, sendo 28,40 a cada 100 mil homens.
Segundo dados da Secretaria de Saúde do município de Óbidos (PA), que recebeu a “Expedição HA Amazônia” neste ano, foram realizados mais de 1.000 coletas de Papanicolaous, entre janeiro e setembro de 2024, em que cerda de 74 coletas tiveram alteração, sendo 14 diagnosticadas como câncer, principalmente em mulheres com menos de 30 anos.
“O que mais nos espanta, é que estamos encontrando lesões de alto grau em mulheres com menos de 30 anos, o que não é a realidade, não é o que o Ministério da Saúde propõe. Nós temos, inclusive, mulheres com menos de 25 anos com lesão de alto grau, então realmente é uma necessidade, e a carreta do Hospital de Amor vem somar forças ao que o município já faz na tentativa na detecção precoce, para que a gente tente melhorar a expectativa e qualidade de vida da mulher, não só da mulher, mas do homem, e na população como um todo”, destaca a enfermeira e responsável pelo Departamento de Atenção Primária à Saúde do município, Herbene Belicha.
Um outro dado preocupante, é em relação ao câncer de pele não melanoma. A maior parte da região amazônica e dos municípios em que a “Expedição HA Amazônia” realizou os atendimentos, tem como sua principal fonte de trabalho a pesca e a lavoura.
A região norte do Brasil é considerada uma das mais quentes e a população que trabalha ao ar livre precisa buscar horários alternativos, como explica a trabalhadora rural e residente do município de Oriximiná (PA), Noeme Macaxeira de Moura. “A maioria das vezes, a gente não usa protetor solar, veste uma camisa e calça comprida, coloca um chapéu na cabeça, e mantém o controle. Entra cedo no trabalho, quando é 10h30 saí, e volta às 14h30, é a gente mesmo que tem que estabelecer um horário, para que a gente não fique muito exposto ao sol muito forte. Para nós foi maravilhoso a carreta da Expedição estar aqui em Oriximiná (PA), porque o atendimento foi muito bom, e vai poder beneficiar muitas pessoas com essa ação”, destaca Noeme.
Isaías Alves da Chagas, trabalhador rural no município de Alenquer (PA), nunca tinha realizado uma consulta preventiva de câncer de pele. “Eu nunca fiz um exame de prevenção de câncer de pele. Apareceu um sinal no meu rosto, e eu aproveitei a vinda da carreta para poder ver”, conta.
O município de Santarém (PA), foi uma das cidades onde se teve o maior índice de lesões cancerígenas de pele. Foram retiradas 25 lesões de câncer de pele não melanoma, e isso faz um alerta em relação aos cuidados e prevenção da doença. “Aqui na nossa cidade, é um lugar muito quente, o sol maltrata muito a pele, e durante os atendimentos foi perceptível a quantidade de pacientes com lesões de pele na nossa região. Então, isso abre essa necessidade, a gente não tem especialista oncológico na área. Nós somos limitados, não sei se é devido estar na Amazônia, então quando nós temos a carreta de Barretos (SP) aqui, nós só temos a agradecer. Obrigada por virem até Santarém (PA), oferecer a nossa população um tratamento digno, que quem só sabe, é quem vive em um lugar que tem as suas limitações”, declara Narjara Dantas de Oliveira, psicóloga e coordenadora voluntária do HA, em Santarém (PA).
Durante a “Expedição HA Amazônia”, foi possível notar as dificuldades em que a população encontra em relação ao atendimento de algumas especialidades. Em alguns municípios, a população não consegue consultas com dermatologistas e ginecologistas, por exemplo, precisando se deslocar até outro centro para poder passar pelos especialistas, como conta Gladiana Lira Seixas, profissional autônoma, residente na cidade de Óbidos (PA). “A gente tem em outra cidade, se der exame alterado, nós temos que pegar um barco, e ir para outra cidade, como Santarém (PA). Às vezes vem ginecologista particular ou pelo SUS, mas, é mais em outra cidade, a gente precisa se locomover para ser atendida e para procurar outros recursos, porque aqui, ainda a gente não disponibiliza disso. Foi uma oportunidade muito boa a vinda da carreta, por ser de um hospital bem conhecido, a gente agradece muito, porque existem pessoas que se preocupam com à saúde da população e com a gente que é mais carente”, afirma Gladiana.
O médico do Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira, que esteve também na primeira “Expedição HA Amazônia”, contou suas impressões sobre a dificuldade do acesso à saúde nos munícipios por onde o projeto passou. “Não só a parte de prevenção oncológica. Essa primeira impressão que a gente teve, é muito carente, não só em oncologia, mas todo o sistema de saúde. Então, a população tem um déficit de assistência à saúde. São cidades de difícil acesso, então chegar em um centro maior, o acesso é muito difícil, e nas capitais, a assistência ainda é insuficientes”, destaca o médico.
Durante a Expedição, os profissionais conhecem muitas pessoas, muitas histórias, e o que mais marcou para a enfermeira do HA, Amanda Queiroz de Paula, foram mulheres mais velhas que nunca haviam realizado o exame de preventivo. “Durante a Expedição temos contato com várias pessoas, principalmente mulheres. No meu caso, que realizo o exame de Papanicolaou, uma das coisas que mais me marcou foi que muitas mulheres bem mais velhas, nunca tinham colhido o preventivo, elas nunca tiveram acesso à essa prevenção na vida, e com a carreta tiveram essa oportunidade”, comenta Amanda.
Fernanda Arraes, psicóloga e madrinha da campanha “Passos Que Salvam” em Alenquer (PA), falou da importância da carreta da “Expedição HA Amazônia”, no município. “Para nós, que estamos muito distantes da realidade lá do Sul, do Sudeste e Centro Oeste, é muito importante; Infelizmente, não foi possível realizar o exame de mamografia devido à logística, porque as pessoas que não conhecem a Amazônia de fato, não tem noção de como é chegar aqui. Nós não temos médicos especialistas, quando você quer fazer algo com especialista, você tem que ir para outra cidade, então a carreta vir para o nosso município é de suma importância, para aquele cidadão que não tem acesso nenhum, não tem conhecimento nenhum, não consegue nem chegar até Santarém (PA), que é a cidade mais próxima”, destaca.
As cidades que receberam a carreta da “Expedição HA Amazônia”, em sua maioria, possuem estradas de chão, como uma boa parte da BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, são margeadas por rios, como o Madeira, Tapajós e Amazonas, e o acesso se torna um desafio, principalmente porque os meios de locomoção mais viáveis são aquáticos, como balsas e barcos.
Só na Rodovia Transamazônica, de Humaitá (PA) até Altamira (PA), foram percorridos 1.534 km de estrada de chão. Em um dos trechos, a equipe da “Expedição HA Amazônia” enfrentou mais de nove horas de balsa, para poder chegar no município de Oriximiná (PA), e não é qualquer balsa que carrega uma carreta de 25 toneladas. “Não são todas as balsas que comportam a carreta, e não são todos os dias que têm balsas que conseguem transportar essa carreta. Então, a gente tem que saber o dia e a hora exata que essa balsa vai sair, se essa balsa comporta a carreta, então tudo isso, a gente tem que trabalhar muito tempo antes, porque, nesse caso especificamente, no transporte fluvial, a gente não pode errar”, explica Charles Gallindo, analista de captação de recursos do HA.
A segunda edição da “Expedição HA Amazônia”, além de atender mais três municípios, que não estavam no cronograma do ano passado (2023), também realizou os atendimentos na Aldeia Indígena Tenharim Marmelos (AM). “Este ano nós tivemos o atendimento na tribo indígena, foi bem interessante conhecer o sistema de saúde deles, a equipe de saúde que mora na aldeia. Conseguimos fazer exames de prevenção, onde tivemos total acesso. Conseguimos encontrar e retirar lesões de pele cancerígenas nos índios”, comenta Dr. Carlos Eduardo Goulart Silveira.
Cíntia C. de Souza Ribeiro Teixeira, técnica de enfermagem do HA que trabalha há 10 anos viajando com a carreta de prevenção, teve pela primeira vez a experiência de realizar o atendimento na aldeia indígena. “Eu achava que íamos encontrar pessoas bravas, difíceis de lidar, mas fomos super bem recepcionados, cantaram para gente, nos receberam super bem. Pudemos conhecer um pouco da cultura deles e, o mais importante, conseguimos realizar todos os atendimentos.”
Há 30 anos, quando se iniciaram os primeiros trabalhos de prevenção Hospital de Amor, havia um propósito: salvar vidas! E esse propósito continua enraizado, cada vez mais, na instituição. “O sentimento é de dever cumprido, porque realmente nós estamos cumprindo o nosso propósito de levar a prevenção do câncer para as pessoas que mais necessitam”, destaca o analista de captação de recursos do HA.
“Enquanto prevenção, infelizmente o município de Oriximiná (PA) não conta com esse serviço de prevenção do câncer. Quando a gente descobre, infelizmente é quando a doença já está avançada, como foi no meu caso, que descobri um câncer de intestino. A gente achou muito importante a vinda da carreta da prevenção, por isso que entramos de cabeça nesse projeto, justamente por entender que a prevenção é muito importante, coisa que infelizmente a gente não tem na região”, comenta o professor Miguel Ângelo de Oliveira Campos.
“Para nós é muito gratificante poder prestar uma assistência médica de qualidade para uma população que não tem acesso ao sistema de saúde, pacientes que estão há anos esperando pequenos procedimentos, às vezes, procedimentos simples e não conseguem entrar no sistema de saúde”, ressalta o médico do Instituto de Prevenção do HA.
Prevenção salva vidas e a missão do Hospital de Amor é expandir cada vez mais esse acesso à saúde de qualidade para todos os cantos do Brasil, para as populações mais carentes e afastadas dos grandes centros.
O Hospital de Amor recebeu da população de Ariranha (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 2.000 unidades de gelatina. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu do Cantinho do Jorge, do município de Viradouro (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 9 fardos de açúcar cristal. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu da empresa Massas Daiana, do município de Franca (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 7 caixas de pão de queijo. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu do doador Genesis Fibra, do município de Monte Aprazível (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 400 litros de leite. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
Laços são vínculos que unem pessoas e representam conexões emocionais. Laços sanguíneos, laços familiares e laços de amizade sustentam Wéllida Sodré Barros e Renata Sodré Ximenes, mãe e filha, pacientes do Hospital de Amor Amazônia. Wéllida foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017, aos 49 anos, e, após seis anos, está realizando o tratamento novamente. Renata foi diagnosticada em 2023, aos 26 anos. Mãe e filha enfrentam juntas os desafios do tratamento oncológico.
O diagnóstico de câncer na família de Wéllida e Renata começou há cerca de 30 anos, quando a mãe de Wéllida teve um tumor na mama. “Eu perdi a minha mãe para essa doença há 30 anos. Ela tinha 48 anos quando faleceu. Foi na mama esquerda e, naquela época, não havia como tratar. Nenhum hospital aqui tinha. Fomos para fora”, relata a paciente.
Primeiro diagnóstico
Em 2017, Wéllida foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda. A descoberta do nódulo ocorreu por meio de um exame de mamografia que ela fez na Carreta de Prevenção do HA, que estava em Porto Velho (RO). “Eu sempre fazia exames regulares e já tinha feito naquele ano. Minha irmã chegou em casa e disse que a carreta do Hospital de Amor estava no nosso bairro e a Renata insistiu para que eu fosse fazer o exame novamente. Eu falei que não tinha necessidade, mas ela insistiu e eu fui”, conta Wéllida.
Após 45 dias, o resultado da mamografia saiu: havia um nódulo na mama esquerda. Wéllida foi encaminhada para o Hospital de Amor Amazônia, em Porto Velho (RO), onde foi realizada a biópsia. “Wéllida teve o diagnóstico aos 49 anos. Inicialmente, era uma doença in situ, que foi descoberta pela mamografia de rastreio. É uma lesão que não se palpa, não se vê a olho nu e nem no ultrassom, somente na mamografia”, explica a coordenadora do departamento de mastologia do HA Amazônia, Dra. Betânia Mota de Brito.
“Receber o primeiro diagnóstico foi horrível. Eu vi todo o sofrimento da minha mãe; ela lutou, mas não conseguiu. Quando a médica falou, eu chorei muito, gritava, me desesperei. Foi a pior notícia que recebi na minha vida, depois da morte da minha mãe. A gente pensa que está sentenciada à morte. Foi muito difícil! O que me ajudou foi Deus; você tem que ter Deus e depois a minha família”, declara Wéllida.
Após realizar a quadrantectomia da mama esquerda, Wéllida optou pela retirada completa da mama, uma mastectomia com reconstrução com prótese de silicone. “Fiz dois quadrantes e, na terceira, a médica me deu duas opções: realizar um terceiro quadrante ou retirar a mama. Eu disse que queria retirar a mama, porque no fundo queria ficar boa”, conta Wéllida.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso…”
Após seis anos do diagnóstico de sua mãe, Renata descobriu um nódulo na mama aos 26 anos. “Estava tomando banho e, ao levantar o braço, acabei sentindo um caroço na mama. Achei estranho e chamei a mamãe para dar uma olhada também. Então, conversamos com a médica e ela já pediu um ultrassom”, conta Renata.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso; meu mundo caiu, desabou. Eu estava em casa quando ela chegou e disse: ‘Mãe, e se der positivo? O que a senhora acha que vai dar?’. Eu respondi que achava que não ia dar nada, mas se desse positivo, a gente trataria, mas isso com o coração. Foi quando ela olhou para mim e disse que o resultado tinha dado positivo”, declara Wéllida.
Renata foi encaminhada para o HA Amazônia em dezembro de 2023. A doença já estava localmente avançada, com um nódulo na mama esquerda maior do que cinco centímetros e comprometendo a axila. “O HA Amazônia significa a minha cura! Foi aqui que consegui todo meu tratamento, com profissionais capacitados, todos os médicos, meu mastologista, oncologista, fisioterapeuta, nutricionista; graças a Deus e a esses profissionais”, conta Renata.
O tratamento de Renata foi diferente do de sua mãe. Wéllida fez a cirurgia e não precisou passar por quimioterapia nem radioterapia. “Quando o médico analisou clinicamente, tocou na axila, fez todos os exames, ele disse que eu precisaria fazer quimioterapia, porque os linfonodos estavam comprometidos. Nesse momento, meu mundo acabou; eu chorei muito. A primeira coisa que perguntei foi: ‘Vou ficar careca?’. Eu pensava na careca, no meu visual; isso me preocupava, porque na minha cabeça eu faria a cirurgia igual a minha mãe e estaria livre”, conta Renata.
Renata teve uma boa resposta à lesão com a quimioterapia. Ela foi submetida à mastectomia poupadora de pele, reconstrução com prótese e esvaziamento da axila.
“Eu e você, você e eu”
Wéllida teve seu segundo diagnóstico de câncer de mama em meados de outubro de 2023. Antes de Renata ser diagnosticada, ela já estava investigando um nódulo que havia aparecido sete anos após sua cirurgia da mama esquerda.
“Em 2023, Wéllida apresentou alteração na mamografia. Foram encontrados 11 nódulos na mama direita e foi realizada a biópsia, resultando em uma doença invasiva mais agressiva, já com comprometimento da axila do lado direito. Então, foi proposto que ela iniciasse o tratamento com quimioterapia”, explica Dra. Betânia.
Uma ajuda à outra, uma dá força para a outra, uma cuida da outra!
“Eu fiquei muito mal na primeira quimioterapia; vomitei muito e vim para o CIA (Centro de Intercorrência Ambulatorial). Todo o meu processo foi antes do da minha mãe. Eu tentava não demonstrar que estava doendo, tentava não mostrar que meu corpo não conseguia reagir. Não foi um processo fácil pensar que minha mãe passaria por tudo, que ela estaria daquele jeito daqui a um tempo”, declara Renata.
“Você quer a dor do seu filho para você. Então, para mim, é muito difícil o tratamento por esse lado. Como o nódulo dela estava grande e pela idade, os médicos adiantaram o tratamento dela dois meses e meio em relação ao meu. Então, tudo o que ela passou, eu já sabia que iria passar. Eu pude cuidar dela nas quimioterapias; acompanhei durante os exames e nas consultas. Quando chegou a minha vez de iniciar o tratamento, ela cuidou de mim. Teve um dia em que ela falou: ‘Xuxu, eu e você, você e eu’. Então, a gente vai se cuidando, trocando experiências, vendo o que pode ser melhor”, relata Wéllida.
Câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres.
Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o de maior incidência no Brasil, em todos os estados. É uma doença rara em mulheres jovens; segundo o INCA, ocorre com maior incidência a partir dos 50 anos.
No caso de Wéllida e Renata, o diagnóstico de câncer de mama provavelmente teve influência genética, por conta do histórico familiar, como explica Dra. Betânia. “Muito provavelmente, houve alguma influência genética, talvez de algum gene que desconhecemos. Isso ocorre raramente, com uma história familiar importante e teste genético negativo. Acredito que ainda faltam estudos para que possamos descobrir quais outros genes estão envolvidos no surgimento do câncer de mama, mas acreditamos que há uma herança familiar”, esclarece a médica.
E como prevenir o câncer de mama?
Alimentação saudável, prática de atividade física, controle do peso, evitar o consumo de bebida alcoólica, não fumar e ter hábitos mais saudáveis podem ajudar na prevenção da doença.
Outro ponto importante a destacar na prevenção do câncer de mama é o exame de rastreio, como explica Dra. Betânia: “A mamografia é comprovadamente um exame que reduz a mortalidade por câncer de mama; é o único exame classificado dessa forma. Portanto, a mamografia está indicada para pacientes acima de 40 anos, independentemente de sentirem algo nas mamas ou não; é de extrema importância fazer o exame de rastreio.”
O Hospital de Amor recebeu do Flavio Ferreira de Oliveira presidente da empresa Rotary Club de Frutal Sul, do município de Frutal (MG).
A instituição foi presenteada com 3 cadeiras de rodas para obesos. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu da Greice Duz, do município de Porto Ferreira (SP), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com vários litros de leite. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
O Hospital de Amor recebeu do Renato Bergamo, do município de Lobato (PR), uma entrega de produtos alimentícios.
A instituição foi presenteada com 1 cesta básica. Essa doação especial é de extrema importância para o HA.
Agradecemos a generosidade de todos os envolvidos e o carinho com o Hospital!
População: 6.919 habitantes – Atendimentos: 473
O 12º Leilão “Direito de Viver” de Novo São Joaquim (MT), realizado nos dias 28 e 29/9/2024, sob a coordenação de Jorge Luciano Lopes, contou com cabeças de gados, prendas, Doações e Almoços, arrecadando R$208.870,00.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
Como curiosidade, foi feito uma corrente do bem, onde uma bezerra foi leiloada arrecadando R$ 25.500,00, ajudando a pagar as despesas.