O que você faz que o transporta para um lugar mágico e especial? O sociólogo italiano Domenico De Masi defendia a tese do “ócio criativo”, um tempo para “fazer nada” que, na verdade, deveria estimular a criatividade futura. Um filme, um livro, uma música, quando bem apreciados, não seriam apenas um singelo passatempo. Mas já imaginou ser impulsionado por um novo desafio proposto pela vida?
Certa vez, o pintor holandês Vincent Van Gogh disse: “A arte é consolar aqueles que são quebrados pela vida”. De certa forma, ele não estava errado. Poder se expressar por meio do dom artístico vai muito além de um hobby; pode ser terapêutico e até mesmo contribuir para o processo de tratamento oncológico, por exemplo.
A jovem professora Amanda Furtado, de 35 anos, além de ser encantada pelos números que a levaram a cursar Matemática, também se apaixonou pelas cores e pelos traços, mais especificamente pela arte da pintura. Paulista de Franca, cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, conhecida como a capital do calçado e um dos pontos com maior incidência solar no Brasil, não imaginou que um dia encontraria um novo desafio em Barretos (SP), onde, em alguns momentos, a vida pareceria mais nublada do que ensolarada.
“Me recordo que, em outubro do ano passado, eu apalpei um nódulo na minha mama. Decidi procurar meu médico. Ele comentou que, pela minha idade, seria pouco provável que fosse câncer, mas solicitou uma ultrassonografia. O resultado foi um laudo BIRADS 0 na mama — isso significa que o exame de imagem é inconclusivo ou incompleto, exigindo exames adicionais para uma avaliação mais precisa. Após isso, o médico pediu uma ressonância magnética, que identificou mais dois nódulos, estes não palpáveis”, explica Amanda.
Depois de realizar o exame, a jovem procurou atendimento no Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, em Barretos, onde diz ter recebido muito carinho e acolhimento. “No dia do diagnóstico de câncer de mama, fui amparada com muita sensibilidade, tanto pelos profissionais quanto pela minha família. Senti medo. Mas o apoio dos meus familiares foi essencial para me fortalecer e enfrentar esse momento difícil”, diz ela.
Ao ser questionada sobre a importância do Hospital de Amor em sua vida, a paciente rapidamente responde: “O hospital me trouxe esperança. Desde o início, senti acolhimento e confiança nos profissionais que cuidaram de mim com tanto carinho. Não poderia me sentir mais amparada. Além do acompanhamento médico, o suporte psicológico fez toda a diferença”, fala Amanda, que achou que o tratamento seria mais difícil por estar com muito medo. No entanto, com o apoio da sua fé e o acolhimento do hospital, tudo ficou mais leve.
A pintura como um refúgio
Era uma consulta comum, ou seria, até o momento em que a paciente Amanda, cheia de gratidão, presenteou seu médico mastologista, Dr. Idam Junior, com um lindo quadro. A surpresa foi tamanha que fez com que o especialista publicasse a imagem em suas redes sociais. Na tela, a paciente pintou aquele que é motivo de sua fé: Jesus andando sobre as águas.
“Comecei a pintar há 10 anos, como um hobby, no ateliê da minha amiga Aime. Depois, precisei parar por causa da rotina. Retomei há cerca de 3 anos, num momento em que comecei a me amar mais e a separar tempo para mim. Faço pintura a óleo com o estilo impressionista”, conta Amanda.
A professora revela que gosta de pintar casarões e elementos que remetam a momentos marcantes. “Todas as minhas telas têm um significado especial. Após o diagnóstico de câncer, passei a pintar pelo menos três vezes por semana. Quando estou pintando, minha mente fica como uma tela em branco. É um momento de leveza, de paz interior. Pintar me acalma”, explica a paciente emocionada.
O olhar da psicologia
Segundo a psicóloga do Hospital de Amor, Eliza Guimarães Ribeiro, atividades como a pintura funcionam como formas de expressão emocional e enfrentamento no contexto oncológico. “Elas ajudam o paciente a elaborar sentimentos difíceis, reduzem a ansiedade e resgatam um senso de identidade e autonomia durante o tratamento. Além disso, promovem bem-estar e podem fortalecer o vínculo com a equipe e com o próprio processo de cuidado”.
Quando questionada sobre a importância de o paciente oncológico ter um hobby em meio ao processo do tratamento, Eliza explica: “Primeiro, acolheria a pausa como algo natural no processo de tratamento, validando o cansaço e as emoções envolvidas. Em seguida, incentivaria o paciente a retomar a atividade com gentileza, sem cobrança, lembrando dos benefícios que ela já trouxe e propondo que ele experimente aos poucos — mesmo que por alguns minutos. Pequenos retornos podem reabrir esse espaço de prazer, identidade e expressão pessoal”, finaliza.
Para a profissional, não existe uma fórmula; cada pessoa se conecta com diferentes formas de prazer. “Eu costumo incentivar atividades como pintura, escrita, ouvir música, leitura ou até jogos simples. O mais importante é que faça sentido para o paciente e respeite seus limites naquele momento”, conta Eliza.
Para a paciente Amanda, a pintura ajuda a enfrentar o tratamento e a doença. “Não consigo imaginar como teria sido para mim sem a pintura em minha vida. E não é só sobre pintar, é sobre estar no ateliê com as amigas, tomar um bom café da tarde, conversar e relaxar. É um momento em que posso me expressar, distrair a mente e me conectar com outras pessoas de forma leve”, diz a educadora, que também tem uma veia artística.
A professora fica emocionada quando responde o motivo pelo qual escolheu o Dr. Idam para receber o seu quadro: “Passei por um momento muito difícil e recebi a atenção e o apoio do Dr. Idam e Dr. Toni de uma forma que não consigo explicar. Eles estiveram ao meu lado o tempo todo, como amigos, me fortalecendo”. Amanda conta que, com a entrega deste presente, quis expressar toda a sua gratidão da maneira que ela sabe, por meio da arte.
A jovem explica que, quando inicia a pintura, ela coloca toda sua fé e pede a Deus que abençoe os médicos do hospital, tanto fisicamente quanto espiritualmente. “Acredito que, no enfrentamento do câncer, a verdadeira mudança precisa vir de dentro para fora. Também pedi a Deus que envie ao mundo mais profissionais como eles”, conta Amanda.
“A arte é um caminho poderoso para o autoconhecimento, alívio da ansiedade e conexão com outras pessoas. Proporciona momentos de leveza, amizade e alegria em meio a um processo tão delicado. A vida é preciosa, e cada dia é um presente. Descobri que o propósito da nossa existência está nas pequenas coisas: na fé, na esperança, no amor e no cuidado com quem está ao nosso lado”, Amanda diz emocionada.
Como a maioria dos pacientes que recebem o diagnóstico de câncer e passam pelo tratamento, a educadora relata que esta jornada a transformou: “A arte me resgatou, me deu forças e me ensinou que é possível encontrar beleza até nos momentos mais desafiadores. Agradeço a Deus, meu marido Jeferson, à minha família, aos amigos, aos médicos e ao Hospital de Amor por fazerem parte dessa história. Posso dizer que aprendi a valorizar o tempo e compreendi, ainda mais, a importância da minha família e meu relacionamento com Deus”, finaliza.
A psicóloga da instituição também reforça que, se o paciente nunca teve o hábito de praticar atividades de lazer, a equipe pode convidá-lo a experimentar algo novo de forma leve e sem pressão. “O lazer pode ser uma ferramenta de enfrentamento; ele ajuda a aliviar o sofrimento, manter a motivação e resgatar o prazer em meio a um momento difícil. O importante é que faça sentido para ele(a), respeitando seu tempo e vontade. Me recordo do caso de uma paciente que, após o adoecimento, focou ainda mais nas aulas de violão, usando a música como terapia neste momento”.
Todo paciente oncológico precisa ser acolhido, pois, segundo Eliza, é necessário acolher a tristeza como algo legítimo diante do que está sendo vivido no momento. “Diria que é normal se sentir assim durante o tratamento, e que ele não está sozinho. Depois, estimularia pequenos passos: retomar uma atividade leve, conversar com alguém de confiança ou até permitir-se descansar sem culpa. E reforçaria que buscar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo mesmo”, conclui a profissional.
Respeitar o seu próprio tempo e fazer uma atividade que estimule alegria pode contribuir para enfrentar os desafios que a vida apresenta, independentemente do diagnóstico recebido. Sempre é possível colorir a vida com sonhos e paixões! E você, realiza algo que ama apenas por hobby ou anda se cobrando demais?
A humanização já é marca registrada no Hospital de Amor! Em todas as suas unidades espalhadas pelo país e também nas ações desenvolvidas por cada um de seus profissionais, é possível encontrar carinho, dedicação e amor ao próximo. E para que essa prática fosse aprimorada, os colaboradores do HA e da Santa Casa de Misericórdia de Barretos participaram, no último dia 11 de abril, do 1º módulo do programa de treinamento “Arte Despertar”, com o objetivo de estimular habilidades e competências em liderança, comunicação, trabalho em equipe e motivação, para fortalecer, ainda mais, o atendimento humanizado aos pacientes.
Vivências envolvendo música e narração de histórias foram os destaques da capacitação, que contou com a parceria entre o HA, a Arte Despertar, e o apoio do laboratório Merck Sharp and Dohme (MSD).
De acordo com a gerente de recursos humanos da instituição, Fernanda Vieira Zabeu, a iniciativa gerou momentos de reflexão entre os participantes. “O projeto trará a possibilidade de desenvolvimento de ações pelos colaboradores, que transformará o ambiente de trabalho”, afirmou. Para a gerente de recursos humanos da Santa Casa, Renata Paschoal, o programa de treinamento vai ao encontro dos valores do hospital. “Os propósitos oferecidos pelo Arte Despertar são excelentes para que os funcionários vivenciem um cuidado diferenciado aos pacientes. Trata-se de um projeto muito bonito e sério. Estamos felizes com a parceria”, explicou Renata.
Segundo a diretora executiva do programa, Rosana Junqueira Morales, o maior beneficiado com essa aliança entre as três entidades será o próprio paciente, que passará a receber um atendimento ainda mais qualificado. “Quando o profissional da saúde percebe que está sendo cuidado com carinho, ele vai refletir isso em seu atendimento aos pacientes e na melhoria de todo o ambiente hospitalar. O Hospital de Amor já é reconhecido por essa atenção aos detalhes e, para nós, é uma honra e responsabilidade muito grande receber a missão de contribuir com essa forte política de humanização”, declarou.
O treinamento
Os treinamentos foram divididos em duas turmas, de cada instituição, e contaram com 25 até 30 profissionais de equipes multidisciplinares em cada uma delas. De acordo com a atriz, arte-educadora e narradora de histórias do projeto, Cristiana Ceschi, o ponto principal do trabalho é a arte, praticada para despertar qualidades, aptidões e sentimentos que expandem o consciente do ser humano. “Todo indivíduo tem uma história, então, nesse trabalho ocorre a tomada de consciência. Por isso, nós utilizamos as narrativas – que dá sentido e valor a existência humana. É preciso se reconhecer, olhar para frente e seguir a diante, através de um percurso que é feito com a arte”, explicou.
Segundo a psicologia do Arte Despertar, Soraya Dacal, o primeiro módulo do treinamento foi sobre o ‘autoconhecimento’, que veio alinhado a teoria “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman. “Nossa ideia é que as pessoas reflitam, vivenciem e resgatem suas emoções. A partir do momento em que as pessoas reconhecem suas emoções, elas podem controla-las e isso será muito importante no contato com o paciente, gerando empatia e refletindo na recuperação dele. O colaborador aprende a levar o coração consigo nos atendimentos”, declarou Soraya.
Neste primeiro momento, cerca de 140 profissionais, das duas instituições, receberam a capacitação. Os próximos módulos, que abordarão temas como: comunicação, empatia e trabalho em equipe, serão realizados nos dias 9 de maio, 13 de junho e 11 de julho, no Hospital de Amor Barretos, Hospital de Amor Infantojuvenil, Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor), Hospital de Amor Jales, Hospital de Amor Nossa Senhora e na Santa Casa de Misericórdia de Barretos.
Momentos de reflexão
Para a enfermeira do Hospital de Amor São Judas Tadeu, Rubia Maira Skavronki Rodrigues, o treinamento trouxe um momento de descontração e de muita reflexão. “Durante esse tempo eu pude pensar sobre as coisas no qual eu devo valorizar, como o meu trabalho, o meu paciente, minha família e a minha vida pessoal. Tudo o que foi dito me fez pensar se eu estou dando o melhor de mim”, afirmou a enfermeira.
De acordo com o coordenador de enfermagem do HA, Hudson Menezes Taveira, participar do treinamento foi muito gratificante e um bom momento para reunir os colaboradores dos mais diversos departamentos. “A gente pôde trabalhar as memórias e as nossas emoções, já que às vezes nós não temos tempo, devido às atividades do dia a dia no trabalho. Foi um momento para resgatar as nossas emoções. O treinamento superou muito as minhas expectativas”, finalizou Taveira, animado para participar do próximo módulo.
Sobre a Arte Despertar
Há mais de 21 anos, a Arte Despertar contribui para a humanização dos hospitais a partir de uma metodologia própria que usa a narração de histórias e a música para despertar nos pacientes aquilo que está saudável e contribuir para a elevação da sua autoestima, ressiginificando o momento vivido no ambiente hospitalar.
Desde o início, a Arte Despertar preocupou-se também em levar essa experiência aos profissionais da saúde. Para isso, criou seu próprio método de treinamento para desenvolver e fortalecer competências relacionadas ao autoconhecimento, empatia, comunicação, relacionamento interpessoal, dentre outras.
Na tentativa de levar aos pacientes em tratamento na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor o envolvimento com os mais diversos tipos de arte, como teatro, desenho, fotografia, leitura e música, contribuindo terapeuticamente para diminuir os impactos causados pela luta contra o câncer, o Instituto Sociocultural do HA, em parceria com Ministério da Cultura, promoveu a exposição do “Projeto Arte para a Vida”.
De acordo com a coordenadora do Instituto Sociocultural, Marcella Marchioreto, as artes são capazes de transmitir emoções e oferecer recordações para a vida toda, eternizando momentos que ficam nos corações. “Foi por isso, e também para marcar uma fase tão importante dessas crianças e adolescentes, que essa iniciativa de cunho cultural foi idealizada. Nossa ideia era potencializar o efeito terapêutico no ambiente intra e extra hospitalar, oportunizando o conhecimento de novas culturas relacionadas aos temas e abrindo caminhos de expressão das emoções de cada um dos participantes”, afirmou.
As oficinas foram realizadas durante o ano todo no Hospital de Amor Infantojuvenil, para proporcionar momentos de recreação e bem-estar aos pacientes, além de contribuir com o sucesso do tratamento. Apresentadas de forma lúdica, as aulas contaram com práticas que envolviam desenhos, análises de fotos, brincadeiras, além de apresentar uma visão técnica e artística adaptada para crianças, estimulando a criatividade, a memória e ampliando a percepção de mundo.
Para encerrar esse importante período de aprendizagem e homenagear todos os envolvidos, entre eles, os profissionais que se dedicaram com tanto amor e os ‘pequenos artistas’, a exposição do “Projeto Arte para a Vida” foi criada. A cerimônia de lançamento aconteceu dia 12 de dezembro, no North Shopping Barretos (local onde a mostra ficará disponível para visitação do público até o dia 2 de janeiro de 2019, com entrada gratuita) e contou com a presença de cerca de 100 pessoas. Até o momento, já passaram por lá mais de 600 visitantes, mas, a expectativa, é que a exposição receba mais de 5 mil visitantes.
“A exposição é resultado de um ano de oficina com as crianças do Hospital de Amor Infantojuvenil, um ano de dedicação, aprendizado e muito carinho. Ver o resultado e conseguir passar para o público um pouco da emoção que nos envolvia todos os dias de aula, é muito gratificante. Queremos também que essa exposição mostre o quanto a arte faz bem na vida das crianças e dos adolescentes”, declarou Marcella.
A confirmação disso vem em forma de agradecimento. A mãe da paciente Ana Laura, de 11 anos e natural de Rio Verde (GO), afirma que as oficinas foram um divisor de águas no tratamento da filha. Devido às várias sessões de quimio e radioterapia, a menina ficou reclusa, sem energia e distante. A partir do momento em que começou a participar das aulas, ela renasceu, podendo exercitar suas facetas, externar seus sentimentos e libertar-se. “Como mãe, ver minha menina tão feliz, significou tudo! Participar das aulas, quase que diárias, tornou-se um imenso prazer, uma das muitas alegrias vividas no Hospital. Agradecemos primeiramente a Deus, e depois a cada colaborador do HA, a cada professor, a cada integrante do Instituto Sociocultural e às nossas famílias. Foi uma honra imensa, e nós só temos que agradecer”, comentou a mãe da Ana Laura, Rafaela Santiago.
Oficina de Fotografia
Mediada pelos fotógrafos Izabella Pivotto Abe e Edson Abe, a oficina de fotografia aconteceu todas as terças-feiras, das 14h às 16h, no espaço da brinquedoteca do hospital. A fotografia é uma das artes que fascinam todas as pessoas, de diferentes épocas e idades. Ela registra emoções e é capaz de oferecer recordações para todas as pessoas. “O ‘Projeto Arte para a Vida’ nos possibilitou compartilhar, de forma lúdica, conhecimento, experiências e arte com as crianças. Uma parte importante das nossas oficinas apresentou a elas que a fotografia contém histórias a serem contadas, emoções a serem vividas e recordações. Na vivência desses encontros, o nosso maior presente foi ver a expressão de cada criança ao segurar a câmera fotográfica pela primeira vez, o sorriso ao conseguir fazer uma foto e a alegria ao interagir com os colegas e colaboradores do Hospital”, relatou o professor Edson Abe.
Oficina de Literatura
Mediada pelas professoras Isabel Cristina Ferreira Borges e Yara Regina Alfano Callado, as oficinas de literatura foram divididas em dois setores da unidade:
– Na brinquedoteca, com a professora Isabel, todas às segundas-feiras, das 14h, às 16h, onde foram trabalhadas diversas linguagens literárias, como: cantigas de roda, leitura de prosas e poesias.
– No centro infusional (local onde as crianças são submetidas às sessões de quimioterapias), com a professora Yara, todas às quartas-feiras, das 9h às 11h, oferecendo espaço para os pacientes darem asas à imaginação através de contos e exercícios de práticas gramaticais.
“Durante o ano de 2018, as tardes na brinquedoteca do HA foram agraciadas com um arco-íris de arte. Como mediadora de leitura, o desafio constante foi criar pontes entre a palavra escrita e os leitores, pacientes e acompanhantes vindos de todas as regiões do Brasil. O exercício do afeto, acolhida e amorosidade é essencial para a humanização no tratamento hospitalar, cujo o tema ‘Superação’ foi o norteador de ações, tendo como referência o projeto a leitura do livro “Pássaro Sem Cor”. Gratidão a Deus e a todos que me proporcionaram um aprendizado ímpar”, declarou Cristina.
Oficina de Música
“Se a música é o alimento do amor, não parem de tocar”. – William Shakespeare.
Desenvolvida no alojamento “Lar de Amor” todas as segundas-feiras, das 14h às 17h, a oficina de música contemplou a união de vários instrumentos de percussão, piano, violino, violão e viola caipira. “Me envolvi com o ‘Projeto Arte para a Vida’ antes mesmo de me tornar professor. Senti a necessidade de colaborar, participar e contribuir com aquela ideia de que tanto era fã. Quando recebi o convite, assumi a missão. Desde então, transformar a vida dessas crianças, mesmo que em pequena medida, não era tarefa apenas de profissionais da saúde, cabia também a nós. Cabia a mim”, disse o professor de piano e violino, Gustavo Manfrim.
Oficina de Desenho
Desenvolvida todas as quartas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pelo professor de desenho, Silas de Olinda, a oficina ofereceu às crianças a oportunidade de ter contato com as práticas técnicas do desenho. Também ofereceu espaço lúdico para as expressões e sentimentos através dos contornos. “O convite para integrar esse projeto foi um presente maravilhoso. À cada semana fomos surpreendidos com uma nova descoberta, neles e em nós. Os olhos brilhando a cada novo traço, a superação dos seus próprios limites é a força que impulsiona a vida”, contou Silas.
Oficina de Teatro
Desenvolvida todas as quintas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pela professora Wanderly Borges, a oficina buscou o envolvimento com o teatro através de técnicas e jogos teatrais, proporcionando aos participantes compreender como é uma apresentação, desde sua elaboração, criação de cena, figurinos e cenários. Com o objetivo de envolver as crianças em um ambiente lúdico e imaginação criativa, o teatro possibilitou que, através de brincadeiras e interpretações, os pacientes pudessem externar sentimentos adquiridos no processo de tratamento, auxiliando na melhora da saúde mental e emocional. “Ter sido convidada para o projeto foi um presente maravilhoso. Desde 2015, quando perdi meu pai para o câncer, meu coração arde por fazer algo para o HA. No entanto, quem deu um novo significado para a minha vida foi essa iniciativa e essas crianças. Saio transformada todas as vezes que nos encontramos”, finalizou Wanderly.
Apoiadores
A concretização do “Projeto Arte para a Vida” só foi possível graças ao patrocínio das empresas Cutrale, Garen e JBT e o apoio do North Shopping Barretos.
Quer conhecer mais sobre o Instituto Sociocultural do Hospital de Amor? Acesse: www.institutosocialhcb.com.br.
O que você faz que o transporta para um lugar mágico e especial? O sociólogo italiano Domenico De Masi defendia a tese do “ócio criativo”, um tempo para “fazer nada” que, na verdade, deveria estimular a criatividade futura. Um filme, um livro, uma música, quando bem apreciados, não seriam apenas um singelo passatempo. Mas já imaginou ser impulsionado por um novo desafio proposto pela vida?
Certa vez, o pintor holandês Vincent Van Gogh disse: “A arte é consolar aqueles que são quebrados pela vida”. De certa forma, ele não estava errado. Poder se expressar por meio do dom artístico vai muito além de um hobby; pode ser terapêutico e até mesmo contribuir para o processo de tratamento oncológico, por exemplo.
A jovem professora Amanda Furtado, de 35 anos, além de ser encantada pelos números que a levaram a cursar Matemática, também se apaixonou pelas cores e pelos traços, mais especificamente pela arte da pintura. Paulista de Franca, cidade localizada no nordeste do estado de São Paulo, conhecida como a capital do calçado e um dos pontos com maior incidência solar no Brasil, não imaginou que um dia encontraria um novo desafio em Barretos (SP), onde, em alguns momentos, a vida pareceria mais nublada do que ensolarada.
“Me recordo que, em outubro do ano passado, eu apalpei um nódulo na minha mama. Decidi procurar meu médico. Ele comentou que, pela minha idade, seria pouco provável que fosse câncer, mas solicitou uma ultrassonografia. O resultado foi um laudo BIRADS 0 na mama — isso significa que o exame de imagem é inconclusivo ou incompleto, exigindo exames adicionais para uma avaliação mais precisa. Após isso, o médico pediu uma ressonância magnética, que identificou mais dois nódulos, estes não palpáveis”, explica Amanda.
Depois de realizar o exame, a jovem procurou atendimento no Instituto de Prevenção do Hospital de Amor, em Barretos, onde diz ter recebido muito carinho e acolhimento. “No dia do diagnóstico de câncer de mama, fui amparada com muita sensibilidade, tanto pelos profissionais quanto pela minha família. Senti medo. Mas o apoio dos meus familiares foi essencial para me fortalecer e enfrentar esse momento difícil”, diz ela.
Ao ser questionada sobre a importância do Hospital de Amor em sua vida, a paciente rapidamente responde: “O hospital me trouxe esperança. Desde o início, senti acolhimento e confiança nos profissionais que cuidaram de mim com tanto carinho. Não poderia me sentir mais amparada. Além do acompanhamento médico, o suporte psicológico fez toda a diferença”, fala Amanda, que achou que o tratamento seria mais difícil por estar com muito medo. No entanto, com o apoio da sua fé e o acolhimento do hospital, tudo ficou mais leve.
A pintura como um refúgio
Era uma consulta comum, ou seria, até o momento em que a paciente Amanda, cheia de gratidão, presenteou seu médico mastologista, Dr. Idam Junior, com um lindo quadro. A surpresa foi tamanha que fez com que o especialista publicasse a imagem em suas redes sociais. Na tela, a paciente pintou aquele que é motivo de sua fé: Jesus andando sobre as águas.
“Comecei a pintar há 10 anos, como um hobby, no ateliê da minha amiga Aime. Depois, precisei parar por causa da rotina. Retomei há cerca de 3 anos, num momento em que comecei a me amar mais e a separar tempo para mim. Faço pintura a óleo com o estilo impressionista”, conta Amanda.
A professora revela que gosta de pintar casarões e elementos que remetam a momentos marcantes. “Todas as minhas telas têm um significado especial. Após o diagnóstico de câncer, passei a pintar pelo menos três vezes por semana. Quando estou pintando, minha mente fica como uma tela em branco. É um momento de leveza, de paz interior. Pintar me acalma”, explica a paciente emocionada.
O olhar da psicologia
Segundo a psicóloga do Hospital de Amor, Eliza Guimarães Ribeiro, atividades como a pintura funcionam como formas de expressão emocional e enfrentamento no contexto oncológico. “Elas ajudam o paciente a elaborar sentimentos difíceis, reduzem a ansiedade e resgatam um senso de identidade e autonomia durante o tratamento. Além disso, promovem bem-estar e podem fortalecer o vínculo com a equipe e com o próprio processo de cuidado”.
Quando questionada sobre a importância de o paciente oncológico ter um hobby em meio ao processo do tratamento, Eliza explica: “Primeiro, acolheria a pausa como algo natural no processo de tratamento, validando o cansaço e as emoções envolvidas. Em seguida, incentivaria o paciente a retomar a atividade com gentileza, sem cobrança, lembrando dos benefícios que ela já trouxe e propondo que ele experimente aos poucos — mesmo que por alguns minutos. Pequenos retornos podem reabrir esse espaço de prazer, identidade e expressão pessoal”, finaliza.
Para a profissional, não existe uma fórmula; cada pessoa se conecta com diferentes formas de prazer. “Eu costumo incentivar atividades como pintura, escrita, ouvir música, leitura ou até jogos simples. O mais importante é que faça sentido para o paciente e respeite seus limites naquele momento”, conta Eliza.
Para a paciente Amanda, a pintura ajuda a enfrentar o tratamento e a doença. “Não consigo imaginar como teria sido para mim sem a pintura em minha vida. E não é só sobre pintar, é sobre estar no ateliê com as amigas, tomar um bom café da tarde, conversar e relaxar. É um momento em que posso me expressar, distrair a mente e me conectar com outras pessoas de forma leve”, diz a educadora, que também tem uma veia artística.
A professora fica emocionada quando responde o motivo pelo qual escolheu o Dr. Idam para receber o seu quadro: “Passei por um momento muito difícil e recebi a atenção e o apoio do Dr. Idam e Dr. Toni de uma forma que não consigo explicar. Eles estiveram ao meu lado o tempo todo, como amigos, me fortalecendo”. Amanda conta que, com a entrega deste presente, quis expressar toda a sua gratidão da maneira que ela sabe, por meio da arte.
A jovem explica que, quando inicia a pintura, ela coloca toda sua fé e pede a Deus que abençoe os médicos do hospital, tanto fisicamente quanto espiritualmente. “Acredito que, no enfrentamento do câncer, a verdadeira mudança precisa vir de dentro para fora. Também pedi a Deus que envie ao mundo mais profissionais como eles”, conta Amanda.
“A arte é um caminho poderoso para o autoconhecimento, alívio da ansiedade e conexão com outras pessoas. Proporciona momentos de leveza, amizade e alegria em meio a um processo tão delicado. A vida é preciosa, e cada dia é um presente. Descobri que o propósito da nossa existência está nas pequenas coisas: na fé, na esperança, no amor e no cuidado com quem está ao nosso lado”, Amanda diz emocionada.
Como a maioria dos pacientes que recebem o diagnóstico de câncer e passam pelo tratamento, a educadora relata que esta jornada a transformou: “A arte me resgatou, me deu forças e me ensinou que é possível encontrar beleza até nos momentos mais desafiadores. Agradeço a Deus, meu marido Jeferson, à minha família, aos amigos, aos médicos e ao Hospital de Amor por fazerem parte dessa história. Posso dizer que aprendi a valorizar o tempo e compreendi, ainda mais, a importância da minha família e meu relacionamento com Deus”, finaliza.
A psicóloga da instituição também reforça que, se o paciente nunca teve o hábito de praticar atividades de lazer, a equipe pode convidá-lo a experimentar algo novo de forma leve e sem pressão. “O lazer pode ser uma ferramenta de enfrentamento; ele ajuda a aliviar o sofrimento, manter a motivação e resgatar o prazer em meio a um momento difícil. O importante é que faça sentido para ele(a), respeitando seu tempo e vontade. Me recordo do caso de uma paciente que, após o adoecimento, focou ainda mais nas aulas de violão, usando a música como terapia neste momento”.
Todo paciente oncológico precisa ser acolhido, pois, segundo Eliza, é necessário acolher a tristeza como algo legítimo diante do que está sendo vivido no momento. “Diria que é normal se sentir assim durante o tratamento, e que ele não está sozinho. Depois, estimularia pequenos passos: retomar uma atividade leve, conversar com alguém de confiança ou até permitir-se descansar sem culpa. E reforçaria que buscar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de cuidado consigo mesmo”, conclui a profissional.
Respeitar o seu próprio tempo e fazer uma atividade que estimule alegria pode contribuir para enfrentar os desafios que a vida apresenta, independentemente do diagnóstico recebido. Sempre é possível colorir a vida com sonhos e paixões! E você, realiza algo que ama apenas por hobby ou anda se cobrando demais?
A humanização já é marca registrada no Hospital de Amor! Em todas as suas unidades espalhadas pelo país e também nas ações desenvolvidas por cada um de seus profissionais, é possível encontrar carinho, dedicação e amor ao próximo. E para que essa prática fosse aprimorada, os colaboradores do HA e da Santa Casa de Misericórdia de Barretos participaram, no último dia 11 de abril, do 1º módulo do programa de treinamento “Arte Despertar”, com o objetivo de estimular habilidades e competências em liderança, comunicação, trabalho em equipe e motivação, para fortalecer, ainda mais, o atendimento humanizado aos pacientes.
Vivências envolvendo música e narração de histórias foram os destaques da capacitação, que contou com a parceria entre o HA, a Arte Despertar, e o apoio do laboratório Merck Sharp and Dohme (MSD).
De acordo com a gerente de recursos humanos da instituição, Fernanda Vieira Zabeu, a iniciativa gerou momentos de reflexão entre os participantes. “O projeto trará a possibilidade de desenvolvimento de ações pelos colaboradores, que transformará o ambiente de trabalho”, afirmou. Para a gerente de recursos humanos da Santa Casa, Renata Paschoal, o programa de treinamento vai ao encontro dos valores do hospital. “Os propósitos oferecidos pelo Arte Despertar são excelentes para que os funcionários vivenciem um cuidado diferenciado aos pacientes. Trata-se de um projeto muito bonito e sério. Estamos felizes com a parceria”, explicou Renata.
Segundo a diretora executiva do programa, Rosana Junqueira Morales, o maior beneficiado com essa aliança entre as três entidades será o próprio paciente, que passará a receber um atendimento ainda mais qualificado. “Quando o profissional da saúde percebe que está sendo cuidado com carinho, ele vai refletir isso em seu atendimento aos pacientes e na melhoria de todo o ambiente hospitalar. O Hospital de Amor já é reconhecido por essa atenção aos detalhes e, para nós, é uma honra e responsabilidade muito grande receber a missão de contribuir com essa forte política de humanização”, declarou.
O treinamento
Os treinamentos foram divididos em duas turmas, de cada instituição, e contaram com 25 até 30 profissionais de equipes multidisciplinares em cada uma delas. De acordo com a atriz, arte-educadora e narradora de histórias do projeto, Cristiana Ceschi, o ponto principal do trabalho é a arte, praticada para despertar qualidades, aptidões e sentimentos que expandem o consciente do ser humano. “Todo indivíduo tem uma história, então, nesse trabalho ocorre a tomada de consciência. Por isso, nós utilizamos as narrativas – que dá sentido e valor a existência humana. É preciso se reconhecer, olhar para frente e seguir a diante, através de um percurso que é feito com a arte”, explicou.
Segundo a psicologia do Arte Despertar, Soraya Dacal, o primeiro módulo do treinamento foi sobre o ‘autoconhecimento’, que veio alinhado a teoria “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman. “Nossa ideia é que as pessoas reflitam, vivenciem e resgatem suas emoções. A partir do momento em que as pessoas reconhecem suas emoções, elas podem controla-las e isso será muito importante no contato com o paciente, gerando empatia e refletindo na recuperação dele. O colaborador aprende a levar o coração consigo nos atendimentos”, declarou Soraya.
Neste primeiro momento, cerca de 140 profissionais, das duas instituições, receberam a capacitação. Os próximos módulos, que abordarão temas como: comunicação, empatia e trabalho em equipe, serão realizados nos dias 9 de maio, 13 de junho e 11 de julho, no Hospital de Amor Barretos, Hospital de Amor Infantojuvenil, Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor), Hospital de Amor Jales, Hospital de Amor Nossa Senhora e na Santa Casa de Misericórdia de Barretos.
Momentos de reflexão
Para a enfermeira do Hospital de Amor São Judas Tadeu, Rubia Maira Skavronki Rodrigues, o treinamento trouxe um momento de descontração e de muita reflexão. “Durante esse tempo eu pude pensar sobre as coisas no qual eu devo valorizar, como o meu trabalho, o meu paciente, minha família e a minha vida pessoal. Tudo o que foi dito me fez pensar se eu estou dando o melhor de mim”, afirmou a enfermeira.
De acordo com o coordenador de enfermagem do HA, Hudson Menezes Taveira, participar do treinamento foi muito gratificante e um bom momento para reunir os colaboradores dos mais diversos departamentos. “A gente pôde trabalhar as memórias e as nossas emoções, já que às vezes nós não temos tempo, devido às atividades do dia a dia no trabalho. Foi um momento para resgatar as nossas emoções. O treinamento superou muito as minhas expectativas”, finalizou Taveira, animado para participar do próximo módulo.
Sobre a Arte Despertar
Há mais de 21 anos, a Arte Despertar contribui para a humanização dos hospitais a partir de uma metodologia própria que usa a narração de histórias e a música para despertar nos pacientes aquilo que está saudável e contribuir para a elevação da sua autoestima, ressiginificando o momento vivido no ambiente hospitalar.
Desde o início, a Arte Despertar preocupou-se também em levar essa experiência aos profissionais da saúde. Para isso, criou seu próprio método de treinamento para desenvolver e fortalecer competências relacionadas ao autoconhecimento, empatia, comunicação, relacionamento interpessoal, dentre outras.
Na tentativa de levar aos pacientes em tratamento na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor o envolvimento com os mais diversos tipos de arte, como teatro, desenho, fotografia, leitura e música, contribuindo terapeuticamente para diminuir os impactos causados pela luta contra o câncer, o Instituto Sociocultural do HA, em parceria com Ministério da Cultura, promoveu a exposição do “Projeto Arte para a Vida”.
De acordo com a coordenadora do Instituto Sociocultural, Marcella Marchioreto, as artes são capazes de transmitir emoções e oferecer recordações para a vida toda, eternizando momentos que ficam nos corações. “Foi por isso, e também para marcar uma fase tão importante dessas crianças e adolescentes, que essa iniciativa de cunho cultural foi idealizada. Nossa ideia era potencializar o efeito terapêutico no ambiente intra e extra hospitalar, oportunizando o conhecimento de novas culturas relacionadas aos temas e abrindo caminhos de expressão das emoções de cada um dos participantes”, afirmou.
As oficinas foram realizadas durante o ano todo no Hospital de Amor Infantojuvenil, para proporcionar momentos de recreação e bem-estar aos pacientes, além de contribuir com o sucesso do tratamento. Apresentadas de forma lúdica, as aulas contaram com práticas que envolviam desenhos, análises de fotos, brincadeiras, além de apresentar uma visão técnica e artística adaptada para crianças, estimulando a criatividade, a memória e ampliando a percepção de mundo.
Para encerrar esse importante período de aprendizagem e homenagear todos os envolvidos, entre eles, os profissionais que se dedicaram com tanto amor e os ‘pequenos artistas’, a exposição do “Projeto Arte para a Vida” foi criada. A cerimônia de lançamento aconteceu dia 12 de dezembro, no North Shopping Barretos (local onde a mostra ficará disponível para visitação do público até o dia 2 de janeiro de 2019, com entrada gratuita) e contou com a presença de cerca de 100 pessoas. Até o momento, já passaram por lá mais de 600 visitantes, mas, a expectativa, é que a exposição receba mais de 5 mil visitantes.
“A exposição é resultado de um ano de oficina com as crianças do Hospital de Amor Infantojuvenil, um ano de dedicação, aprendizado e muito carinho. Ver o resultado e conseguir passar para o público um pouco da emoção que nos envolvia todos os dias de aula, é muito gratificante. Queremos também que essa exposição mostre o quanto a arte faz bem na vida das crianças e dos adolescentes”, declarou Marcella.
A confirmação disso vem em forma de agradecimento. A mãe da paciente Ana Laura, de 11 anos e natural de Rio Verde (GO), afirma que as oficinas foram um divisor de águas no tratamento da filha. Devido às várias sessões de quimio e radioterapia, a menina ficou reclusa, sem energia e distante. A partir do momento em que começou a participar das aulas, ela renasceu, podendo exercitar suas facetas, externar seus sentimentos e libertar-se. “Como mãe, ver minha menina tão feliz, significou tudo! Participar das aulas, quase que diárias, tornou-se um imenso prazer, uma das muitas alegrias vividas no Hospital. Agradecemos primeiramente a Deus, e depois a cada colaborador do HA, a cada professor, a cada integrante do Instituto Sociocultural e às nossas famílias. Foi uma honra imensa, e nós só temos que agradecer”, comentou a mãe da Ana Laura, Rafaela Santiago.
Oficina de Fotografia
Mediada pelos fotógrafos Izabella Pivotto Abe e Edson Abe, a oficina de fotografia aconteceu todas as terças-feiras, das 14h às 16h, no espaço da brinquedoteca do hospital. A fotografia é uma das artes que fascinam todas as pessoas, de diferentes épocas e idades. Ela registra emoções e é capaz de oferecer recordações para todas as pessoas. “O ‘Projeto Arte para a Vida’ nos possibilitou compartilhar, de forma lúdica, conhecimento, experiências e arte com as crianças. Uma parte importante das nossas oficinas apresentou a elas que a fotografia contém histórias a serem contadas, emoções a serem vividas e recordações. Na vivência desses encontros, o nosso maior presente foi ver a expressão de cada criança ao segurar a câmera fotográfica pela primeira vez, o sorriso ao conseguir fazer uma foto e a alegria ao interagir com os colegas e colaboradores do Hospital”, relatou o professor Edson Abe.
Oficina de Literatura
Mediada pelas professoras Isabel Cristina Ferreira Borges e Yara Regina Alfano Callado, as oficinas de literatura foram divididas em dois setores da unidade:
– Na brinquedoteca, com a professora Isabel, todas às segundas-feiras, das 14h, às 16h, onde foram trabalhadas diversas linguagens literárias, como: cantigas de roda, leitura de prosas e poesias.
– No centro infusional (local onde as crianças são submetidas às sessões de quimioterapias), com a professora Yara, todas às quartas-feiras, das 9h às 11h, oferecendo espaço para os pacientes darem asas à imaginação através de contos e exercícios de práticas gramaticais.
“Durante o ano de 2018, as tardes na brinquedoteca do HA foram agraciadas com um arco-íris de arte. Como mediadora de leitura, o desafio constante foi criar pontes entre a palavra escrita e os leitores, pacientes e acompanhantes vindos de todas as regiões do Brasil. O exercício do afeto, acolhida e amorosidade é essencial para a humanização no tratamento hospitalar, cujo o tema ‘Superação’ foi o norteador de ações, tendo como referência o projeto a leitura do livro “Pássaro Sem Cor”. Gratidão a Deus e a todos que me proporcionaram um aprendizado ímpar”, declarou Cristina.
Oficina de Música
“Se a música é o alimento do amor, não parem de tocar”. – William Shakespeare.
Desenvolvida no alojamento “Lar de Amor” todas as segundas-feiras, das 14h às 17h, a oficina de música contemplou a união de vários instrumentos de percussão, piano, violino, violão e viola caipira. “Me envolvi com o ‘Projeto Arte para a Vida’ antes mesmo de me tornar professor. Senti a necessidade de colaborar, participar e contribuir com aquela ideia de que tanto era fã. Quando recebi o convite, assumi a missão. Desde então, transformar a vida dessas crianças, mesmo que em pequena medida, não era tarefa apenas de profissionais da saúde, cabia também a nós. Cabia a mim”, disse o professor de piano e violino, Gustavo Manfrim.
Oficina de Desenho
Desenvolvida todas as quartas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pelo professor de desenho, Silas de Olinda, a oficina ofereceu às crianças a oportunidade de ter contato com as práticas técnicas do desenho. Também ofereceu espaço lúdico para as expressões e sentimentos através dos contornos. “O convite para integrar esse projeto foi um presente maravilhoso. À cada semana fomos surpreendidos com uma nova descoberta, neles e em nós. Os olhos brilhando a cada novo traço, a superação dos seus próprios limites é a força que impulsiona a vida”, contou Silas.
Oficina de Teatro
Desenvolvida todas as quintas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pela professora Wanderly Borges, a oficina buscou o envolvimento com o teatro através de técnicas e jogos teatrais, proporcionando aos participantes compreender como é uma apresentação, desde sua elaboração, criação de cena, figurinos e cenários. Com o objetivo de envolver as crianças em um ambiente lúdico e imaginação criativa, o teatro possibilitou que, através de brincadeiras e interpretações, os pacientes pudessem externar sentimentos adquiridos no processo de tratamento, auxiliando na melhora da saúde mental e emocional. “Ter sido convidada para o projeto foi um presente maravilhoso. Desde 2015, quando perdi meu pai para o câncer, meu coração arde por fazer algo para o HA. No entanto, quem deu um novo significado para a minha vida foi essa iniciativa e essas crianças. Saio transformada todas as vezes que nos encontramos”, finalizou Wanderly.
Apoiadores
A concretização do “Projeto Arte para a Vida” só foi possível graças ao patrocínio das empresas Cutrale, Garen e JBT e o apoio do North Shopping Barretos.
Quer conhecer mais sobre o Instituto Sociocultural do Hospital de Amor? Acesse: www.institutosocialhcb.com.br.