“Aqui se vive exclusivamente do amor”. Este é o sentimento do Carlos Eduardo Lima Ferraz, paciente do Hospital de Amor, ao falar de sua história com o câncer de próstata. Mesmo em tratamento, o senhor Carlos entende a importância da prevenção da doença e faz questão de ressaltar o sentimento de gratidão com o HA. O mesmo sentimento de gratidão o fez entender que, a corrida contra o tempo, inclui a corrida para se prevenir.
Números do câncer de próstata
71.730: este é o número de casos de câncer de próstata no Brasil, em 2023. A taxa estimada de incidência é de 47 casos para cada 100 mil homens, somente no estado de São Paulo.
Ele é o tumor sólido mais comum entre os homens maiores de 50 anos. No geral, estima-se que para cada 8 homens, 1 deles terá a doença durante a sua vida. No entanto, a taxa de mortalidade pela doença é baixa, cerca de 1 óbito para cada 41 casos diagnosticados.
Segundo a GLOBOCAN 2022: (Base de dados da Web IARC / WHO – Agência Internacional para Pesquisa em Câncer /Organização Mundial de Saúde, que engloba mais de 185 países no mundo), a incidência do câncer de próstata ficou em 4º lugar no ranking mundial, com 1.467.854 casos. Enquanto a taxa de mortalidade geral ficou em 8º lugar, com 397.430 mil mortes relacionadas a doença, somente para o ano de 2022.
A próstata
A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
Sintomas
O câncer de próstata, especialmente em estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. Quando os sintomas aparecem, eles geralmente estão relacionados ao impacto deste tipo de tumor e nas estruturas próximas. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
1. Dificuldade para urinar
A necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite.
Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga.
Jato de urina fraco ou interrompido.
Dor ou ardência ao urinar.
2. Sangue na urina ou no sêmen
Pode haver sangue visível na urina (hematúria) ou no sêmen.
3. Dor na região pélvica ou lombar
Dor persistente nas costas, quadris ou pelve pode ser um sinal de que o câncer se espalhou para ossos próximos.
4. Disfunção erétil
Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ocorrer devido à presença do câncer ou ao tratamento (como a remoção da próstata).
5. Dor ao ejacular
Dor ou desconforto durante a ejaculação pode ser um sintoma relacionado ao câncer de próstata.
6. Perda de peso inexplicada e cansaço
Em estágios mais avançados, o câncer pode causar perda de peso sem explicação aparente, além de fadiga e cansaço excessivo.
7. Dor óssea
Se o câncer se espalhar para os ossos, pode causar dor óssea, principalmente nas costas, quadris ou coxas.
O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens de pele negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Assim como acontece no décimo mês do ano, novembro também é mundialmente conhecido por sua campanha de prevenção. O “Novembro Azul” tem o objetivo de divulgar informações sobre a saúde do homem e, principalmente, fortalecer e conscientizar toda a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens (apenas atrás do câncer de pele não melanoma), e sua taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos. Apenas em 2021, foram registrados, por dia no país, 44 mortes em razão da doença. Por ser considerado um tipo de câncer da terceira idade – pois cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos – há um constante aumento de diagnóstico, uma vez que a melhoria da qualidade de vida impacta, diretamente, na expectativa de vida.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados. Neste mês em que celebramos o “Novembro Azul”, o HA conversou com o urologista da instituição, Dr. João Paulo Pretti Fantin, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a próstata?
R.: A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
– O que é o câncer de próstata e como detectá-lo?
R.: É uma doença silenciosa e geralmente assintomática em fases iniciais. Embora seja um tumor comum, infelizmente, muitos homens ainda relutam em fazer os exames preventivos. A melhor maneira de detectá-lo é por meio do exame de rastreamento (conhecido como exame de toque) e do PSA (Antígeno Prostático Específico – que pode ser avaliado por meio de exame de sangue simples). Estes dois exames juntos, possuem uma maior capacidade de detecção do tumor.
– Quais os fatores de risco para a doença?
R.: Além do rastreamento inicial é necessário levar em consideração outros fatores, como raça, estado de saúde e histórico familiar. Por exemplo: homens negros, pessoas que possuem homens na família que já foram diagnosticados e obesos são mais propensas para desenvolver câncer de próstata. Com base nisso, são realizados exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
– Quais sãos os principais sinais e sintomas deste tipo de tumor?
R.: Dificuldade ou demora para urinar;
Urina cortante;
Presença de sangue na urina;
Aumento da necessidade de urinar durante ou dia ou à noite;
Sensação de que a bexiga não foi esvaziada completamente;
Sensação de queimação ao urinar;
Disfunção erétil;
Cansaço;
Em casos avançados, o homem pode sentir dores nas costas/lombar.
– Qual é a importância da prevenção?
R.: Pelo fato de o câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são fundamentais. Como a doença surge em uma região da próstata, na maioria das vezes os pacientes não sentem dor, não possuem sangramentos na urina e não possuem dificuldades em urinar ou evacuar. Porém, enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem. Quanto antes acontecer o diagnóstico precoce, maior é a chance de cura (as de chances de cura podem chegar a 90% se o tumor for diagnosticado precocemente).
– Qual é a idade indicada para realização dos exames preventivos?
R.: O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens da raça negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: ha.com.vc/novembroazul.
No mês de novembro, entidades do mundo todo promovem a campanha ‘Novembro Azul’. A ação tem como intuito gerar mobilização e conscientização em relação à prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o coordenador da Divisão de Tumores do Trato Genitourinário do Hospital de Amor, Dr. João Neif Antonio Junior, trata-se de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, cujo nome era “Movember”, que é uma junção entre Mustache (‘bigode’ em inglês) e November (‘novembro’ no mesmo idioma ).
João também esclarece que “o mês foi escolhido em referência ao dia 17 de novembro, quando se comemora o ‘Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata’. Diante disso, de maneira simbólica, alguns participantes deixavam o bigode crescer em apoio à causa. E para esclarecer algumas dúvidas sobre este tipo de câncer, diagnóstico, tratamento e alguns mitos associados ao tema, o médico do HA respondeu diversas dúvidas. Confira e saiba mais sobre essa importante campanha de conscientização:
Atualmente, qual é a taxa de incidência de câncer de próstata no Brasil?
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum em homens em todo o mundo, com mais de 1,2 milhão de casos e 358.000 mortes anualmente. Conforme a previsão do INCA, são estimados, só no Brasil, cerca de 65.840 casos novos de câncer de próstata, para cada ano do triênio 2020-2022. Este valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, e a uma proporção de 29,2% de todos os casos de câncer nessa população masculina.
O câncer de próstata é mais comum em qual faixa etária?
O câncer de próstata é raramente diagnosticado antes dos 40 anos, mas a incidência aumenta rapidamente depois disso, atingindo o pico entre as idades de 65 e 74 anos.
Existem fatores de risco para o câncer de próstata? Quais?
Sim, existem fatores de risco relacionados, sendo o aumento da idade o mais importante. Além disso, alguns estudos epidemiológicos têm demostrado que o risco de câncer de próstata é maior em afro-americanos em comparação com outros grupos étnicos, algo que ocorre mais cedo. Fatores genéticos, especialmente mutações germinativas em genes de reparo de DNA, também parecem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de certos cânceres de próstata, e podem estar associados a uma doença de comportamento mais agressivo. Outros fatores, como dieta, níveis hormonais e obesidade, têm sido estudados com o objetivo de desenvolver estratégias para reduzir o risco de câncer de próstata.
Como prevenir este tipo de câncer?
Devido ao fato da causa exata do câncer de próstata não ser conhecida, não se torna possível impedir que o aparecimento da doença ocorra na maior parte dos casos. Além disso, alguns dos importantes fatores de risco tais como idade, raça e histórico familiar também não podem ser controlados. No entanto, existem recomendações extremamente válidas, tais como garantir o controle do peso através de uma dieta saudável (com grande variedade de vegetais e frutas diariamente), e ser fisicamente ativo, por meio de práticas adequadas e regulares de atividades físicas.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?
O câncer de próstata em estágio inicial pode não provocar sintomas. Entretanto, em situações em que a doença está aumentando podem surgir sintomas como alterações na frequência miccional (de urina); fluxo urinário fraco ou interrompido; vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria); presença de sangue na urina ou no sêmen e disfunção erétil.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
Estabelecer o diagnóstico em fase inicial permite tratamentos que proporcionem melhores resultados, o que contribui para maiores chances de cura da doença.
Quais são os exames preventivos mais eficazes?
Os exames preventivos mais eficazes são a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue associado a realização do toque retal.
O câncer de próstata tem cura?
Sim, o câncer de próstata tem cura, principalmente se o diagnóstico for realizado em fases mais iniciais da doença.
Qual é o tratamento indicado para o câncer de próstata detectado precocemente?
Os tratamentos que podem ser indicados em fases mais iniciais são principalmente a retirada cirúrgica da próstata doente; a radioterapia em suas diferentes modalidades e a hormonoterapia, que tem como objetivo diminuir temporariamente os níveis do hormônio testosterona.
Quais são os tipos de tratamentos possíveis nos diagnósticos tardios?
Em fases mais avançadas da doença, também há possibilidade do emprego de medicações de diferentes classes que objetivam a diminuição dos níveis de testosterona, além de outras abordagens terapêuticas, como a quimioterapia.
Devido à pandemia da COVID-19, já é possível perceber algum reflexo nos atendimentos?
Acredito que houve impacto no acesso dos indivíduos aos serviços de saúde, o que influenciou nas possibilidades de diagnóstico precoce e tratamento em fases iniciais das doenças oncológicas. Essa sobrecarga do sistema de saúde devido à pandemia, infelizmente, desalinhou a atenção e o cuidado com a saúde em muitas outras frentes. Aproveito para estimular com que os homens com mais de 50 anos sejam avaliados para o rastreamento do câncer de próstata e acimo de tudo, que todos priorizem a sua saúde, dando a devida importância à alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas e de lazer.
No último dia 30 de novembro, competidores e simpatizantes do esporte de diversas cidades participaram da 1ª “Corrida pela Vida”, promovida pelo Hospital de Amor Jales, em parceria com a TNV Sports e o atleta Jean Thiago. O evento, que aconteceu em apoio a campanha Novembro Azul, visou chamar a atenção para a prevenção do câncer de próstata, aliado a conscientização e prática esportiva.
Além de 5 km de corrida, o grupo que optou por caminhada percorreu 2,5 km. No total, participaram cerca de 70 pessoas nas duas modalidades e os vencedores da competição foram presenteados com troféus e medalhas.
O atleta amador, Ricardo de Souza, conquistou a primeira posição na categoria geral masculina, como tempo de 17 minutos. Já na categoria geral feminina, quem ficou em primeiro lugar foi a atleta amadora, Mara Célia Araújo, completando a prova em 29 minutos. Entre os competidores, Rafael Lazarini, atleta de 33 anos que já disputou as principais competições do atletismo paraolímpico brasileiro, como as Paralimpíada do Rio 2016, na modalidade atleta guia da competidora Terezinha Guilhermina (atleta cega mais rápida do mundo e campeã brasileira de corrida paraolímpica), também esteve presente na corrida. Apesar de não competir mais, Rafael reconhece a importância do esporte aliado à conscientização do câncer de próstata. “Para mim, todo incentivo ao esporte é válido, ainda mais aliado a uma causa tão importante. Cuidar da saúde é essencial, em todos os sentidos”, ressaltou.
Outro participante muito especial foi o pequeno Miguel Antoniassi, de 7 anos. Como não houve número suficiente para abrir uma disputa infantil, o garoto resolveu participar da competição com os adultos. Ele correu 5 km em 26 minutos, ao lado do pai Paulo Cesar, da mãe Alessandra e dos irmãos Raul e Paulo. No final, toda a família subiu ao pódio.
O evento foi realizado graças aos patrocinadores e apoiadores do Hospital: Unimed, Fernando Neto (personal trainer), Alimentare Produtos Alimentícios, Associação de Voluntários no Combate ao Câncer (AVCC), Casa Sport II, DX Sport, ETEC Jales, Leandro Bazam, Max Muscle, Mendonça Frutas, Radical Capacetes, Sabesp, New Corpus, Secretaria Municipal de Saúde, Radical Capacetes e Unijales.
“Esse evento foi um desafio para o hospital, pois nunca realizamos nada nesse formato. Ficamos felizes por receber muitos atletas e demais praticantes da modalidade como apoiadores da causa. Associar prevenção e esporte foi o grande objetivo dessa mobilização”, afirmou a gerente administrativa da unidade de Jales, Camila Venturini.
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
É muito comum se ouvir o termo ‘radioterapia’ durante um tratamento de câncer. O procedimento pode ser utilizado como um dos principais no combate à doença, agindo como adjuvante (após as cirurgias), como neoadjuvante (antes das cirurgias), como paliativo (para alívio de sintomas) e como tratamento de metástases. Nela, as radiações ionizantes (forma de radiação que tem energia suficiente para ionizar os átomos, retirando os elétrons mais próximos dos núcleos atômicos) destroem as células cancerígenas e as inibem de continuar crescendo. O número de aplicações necessárias pode variar de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos resultados dos exames e do estado de saúde do paciente. Dependendo do local onde a doença está, a radioterapia pode ser realizada através de outro método, conhecido como Braquiterapia.
O que é a braquiterapia?
A braquiterapia é um dos tipos de tratamento radioterápicos onde os aplicadores são colocados em contato muito próximo ao tumor, permitindo entregar altas doses de radiação em um curto intervalo de tempo. Segundo o médico rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Fábio de Lima Costa Faustino, entre os vários tipos de câncer que podem ser tratados por meio desta alternativa, destacam-se dois muito frequentes: tumores de próstata e ginecológicos. “Aquilo que geralmente é tratado em 39 sessões (radioterapia externa), pode ser feito, com segurança, em duas ou apenas uma sessão na braquiterapia, dependendo do tipo de tumor e das necessidades de cada paciente”, afirmou.
Desde 2014 sendo aplicada na instituição, mais de 100 pacientes já foram beneficiados com a técnica.
Todos os pacientes podem se beneficiar da braquiterapia?
Para usufruir desse procedimento, o paciente não pode ter restrição anestésica (anestesia raquidiana), apresentar doenças inflamatórias preexistentes ou qualquer alteração anatômica considerável. “A técnica de braquiterapia é muito utilizada nos casos de câncer de próstata, pois é possível dar uma alta dose de radiação num intervalo de tempo curto, protegendo os órgãos normais ao redor do tumor”, declarou o médico.
Além da redução do número de sessões e, consequentemente, da diminuição do tempo de tratamento, Dr. Fábio lista diversas outras vantagens que a técnica traz ao paciente oncológico: “a realização do procedimento de braquiterapia gira em torno de duas horas; o paciente é liberado no mesmo dia para ir para casa; os efeitos colaterais são minimizados; a exposição às doses de radiação é reduzida, quando comparada à radioterapia externa; e as chances de sequelas são muito menores”.
De acordo com Faustino, esse tipo de procedimento ainda é pouco utilizado no Brasil. “São poucos os serviços privados que contam com a braquiterapia. Acredito que através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital de Amor ainda é a única instituição oncológica a oferecer”.
Caso de sucesso
O sociólogo Orson Camargo, de 56 anos, realizou seu tratamento contra um câncer de próstata no Hospital de Amor, em 2015. Enquanto esteve na instituição e durante seus procedimentos, ele foi submetido à técnica de braquiterapia de alta taxa de dose e tornou-se um caso de sucesso!
Ao realizar um exame preventivo em meio à campanha ‘Novembro Azul’, foi diagnosticado com a doença, ainda em estágio inicial. Depois de algumas consultas e exames, os médicos decidiram que a braquiterapia era a melhor opção de tratamento para o Orson. “Ao agendar o procedimento, fui internado para preparação. No segundo dia, fizemos duas sessões de braquiterapia, e no terceiro, já estava em casa. Foi tudo muito rápido, indolor e eficaz”, contou Orson.
Para o sociólogo, o método utilizado em seu tratamento foi a melhor escolha, pois, além de deixá-lo tranquilo e confiante, ele também não sofreu com nenhuma reação física. “A sequela que tive após o tratamento, devido à ‘destruição’ da próstata, foi a redução praticamente total do líquido seminal produzido pelo órgão. O ‘estrangulamento’ da uretra causa certa dificuldade de urinar e, eventualmente, de manter a ereção no ato sexual. Porém, as duas últimas implicações foram totalmente resolvidas com remédios que são administrados diariamente”.
Atualmente, o sociólogo de Piracicaba (SP) realiza consultas no HA apenas para acompanhamento. “Por incrível que pareça, é sempre uma alegria ir ao Hospital de Amor ter minhas consultas de acompanhamento. Óbvio que isso se deve ao resultado positivo do procedimento de braquiterapia, mas o afeto e o carinho (principalmente daqueles que trabalharam diretamente na minha luta) são inigualáveis e sempre comemoramos o sucesso do tratamento, o respeito mútuo e a alegria de estarmos com saúde”, finalizou Orson.
O Hospital de Amor e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), por meio da assinatura de um convênio, acabam de firmar uma importante parceria, que tem como objetivo desenvolver um estudo clínico inédito na América Latina para tratamento de câncer de próstata metastático. Segundo o coordenador do departamento de medicina nuclear do Hospital de Amor, Dr. Wilson Furlan Alves, os protocolos em fase de teste serão direcionados aos pacientes com câncer de próstata com metástases, que já não respondem a terapia com hormônio ou quimioterapia.
Este estudo permitirá que um grupo de pacientes, que não apresentava mais alternativas de tratamento, tenha acesso a um novo tratamento, ainda não disponível no Brasil, mas que está apresentando excelentes resultados em países da Europa. O intuito é obter, posteriormente, o registro do radiofármaco na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ampliando a possibilidade de tratamento em todo o país.
Durante a parceria, o IPEN será responsável pelo fornecimento do radiofármaco chamado PSMA, marcado com lutécio-177, e o HA recrutará pacientes com características determinadas para receberem este tratamento. “O PSMA é uma molécula que se liga a receptores localizados nas células do câncer de próstata, enquanto o lutécio-177 é um radioisótopo – ou material radioativo – que emite uma radiação (beta) que destrói as células tumorais”, explicou Alves.
O médico nuclear do Hospital de Amor e também um dos principais facilitadores do convênio, Dr. Euclides Timoteo da Rocha, conta que este tratamento ainda é experimental em todos os países nos quais foi iniciado, como Estados Unidos e Austrália. “Ele surgiu há aproximadamente quatro anos na Alemanha e somos os primeiros a realizá-lo na America Latina, o que nos coloca em uma posição bem atualizada”.
Para o Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, a tecnologia nuclear, que inclui a medicina nuclear, está passando por um momento importante no Brasil, em que se discute não apenas a importância da infraestrutura, mas, principalmente, os meios pelos quais os avanços chegam até a população. “O IPEN, com a assinatura desse convênio, faz uma parte disso, tomando a iniciativa disponibilizar novos fármacos, mas sem parceria com instituições como o Hospital de Amor não haveria como colocá-los no mercado. Nós temos como produzir e como fornecer, mas é necessário este outro elo para que este produto volte em benefício para a população”, destacou.
Assim como acontece durante outros meses do ano, especialmente em outubro com as inúmeras mobilizações de conscientização a respeito do câncer de mama, em novembro, a sociedade também se reúne com o intuito de conscientizar os homens a respeito da prevenção do câncer de próstata – doença mais comum e a segunda com maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Além da prevenção, o mês também chama a atenção à saúde do homem como um todo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que são estimados 68.220 novos casos em 2018 no Brasil, sendo esse o tipo de câncer mais incidente nos homens (exceto o câncer de pele não melanoma), em todas as regiões do país. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (conhecido por Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Para falar mais sobre o assunto e esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, o Hospital de Amor fez uma entrevista especial com o especialista. Confira:
1 – Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?
R.: É realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso haja diagnóstico positivo, o paciente é encaminhando para iniciar o tratamento. Em caso negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
2 – Por que o homem não pode deixar de realizar os exames preventivos?
R.: Basicamente, pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintomas em fases iniciais. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor está crescendo na próstata desse homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, fazemos um diagnóstico tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, já extrapolou e deu metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, nós não conseguimos curar o paciente, mas sim paliativar os sintomas. A importância da detecção precoce é não esperar os sinais aparecerem para correr atrás do prejuízo. É de extrema importância que a doença não seja detectada quando estiver em estágios graves.
3 – Qual é o público-alvo da campanha?
R.: Homens, a partir dos 50 anos de idade, na população geral. E homens da raça negra ou que tenham histórico familiar de câncer de próstata, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
4 – Como é possível prevenir a doença?
R.: As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde será realizado, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
5 – Quais ações o HA irá realizar referentes ao Novembro Azul?
R.: O Instituto de Prevenção do HA já realiza um trabalho contínuo com as carretas que percorrem o país inteiro oferecendo exames de PSA e toque para esse público. O departamento de urologia também irá realizar palestras nas recepções da instituição, em clubes de serviços da cidade, como Rotary Club e Maçonarias, e divulgação em jornais e rádios locais, durante todo o mês de novembro. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de próstata.
6 – O público masculino está se preocupando com a saúde?
R.: Graças às mobilizações de campanhas como o Novembro Azul e aos programas de rastreamento, percebemos nitidamente uma diminuição da mortalidade do câncer de próstata. Atualmente, os homens estão mais preocupados com a saúde e em evitar doenças potencialmente mais graves (diferente do que víamos há 10 ou 15 anos, quando existia uma grande resistência e preconceito em relação ao exame de toque). É por isso que damos tanta importância às campanhas! Elas devem continuar e incentivar, cada vez mais, os homens.
“Aqui se vive exclusivamente do amor”. Este é o sentimento do Carlos Eduardo Lima Ferraz, paciente do Hospital de Amor, ao falar de sua história com o câncer de próstata. Mesmo em tratamento, o senhor Carlos entende a importância da prevenção da doença e faz questão de ressaltar o sentimento de gratidão com o HA. O mesmo sentimento de gratidão o fez entender que, a corrida contra o tempo, inclui a corrida para se prevenir.
Números do câncer de próstata
71.730: este é o número de casos de câncer de próstata no Brasil, em 2023. A taxa estimada de incidência é de 47 casos para cada 100 mil homens, somente no estado de São Paulo.
Ele é o tumor sólido mais comum entre os homens maiores de 50 anos. No geral, estima-se que para cada 8 homens, 1 deles terá a doença durante a sua vida. No entanto, a taxa de mortalidade pela doença é baixa, cerca de 1 óbito para cada 41 casos diagnosticados.
Segundo a GLOBOCAN 2022: (Base de dados da Web IARC / WHO – Agência Internacional para Pesquisa em Câncer /Organização Mundial de Saúde, que engloba mais de 185 países no mundo), a incidência do câncer de próstata ficou em 4º lugar no ranking mundial, com 1.467.854 casos. Enquanto a taxa de mortalidade geral ficou em 8º lugar, com 397.430 mil mortes relacionadas a doença, somente para o ano de 2022.
A próstata
A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
Sintomas
O câncer de próstata, especialmente em estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. Quando os sintomas aparecem, eles geralmente estão relacionados ao impacto deste tipo de tumor e nas estruturas próximas. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
1. Dificuldade para urinar
A necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite.
Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga.
Jato de urina fraco ou interrompido.
Dor ou ardência ao urinar.
2. Sangue na urina ou no sêmen
Pode haver sangue visível na urina (hematúria) ou no sêmen.
3. Dor na região pélvica ou lombar
Dor persistente nas costas, quadris ou pelve pode ser um sinal de que o câncer se espalhou para ossos próximos.
4. Disfunção erétil
Dificuldade em alcançar ou manter uma ereção pode ocorrer devido à presença do câncer ou ao tratamento (como a remoção da próstata).
5. Dor ao ejacular
Dor ou desconforto durante a ejaculação pode ser um sintoma relacionado ao câncer de próstata.
6. Perda de peso inexplicada e cansaço
Em estágios mais avançados, o câncer pode causar perda de peso sem explicação aparente, além de fadiga e cansaço excessivo.
7. Dor óssea
Se o câncer se espalhar para os ossos, pode causar dor óssea, principalmente nas costas, quadris ou coxas.
O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens de pele negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Assim como acontece no décimo mês do ano, novembro também é mundialmente conhecido por sua campanha de prevenção. O “Novembro Azul” tem o objetivo de divulgar informações sobre a saúde do homem e, principalmente, fortalecer e conscientizar toda a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata.
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens (apenas atrás do câncer de pele não melanoma), e sua taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos. Apenas em 2021, foram registrados, por dia no país, 44 mortes em razão da doença. Por ser considerado um tipo de câncer da terceira idade – pois cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos – há um constante aumento de diagnóstico, uma vez que a melhoria da qualidade de vida impacta, diretamente, na expectativa de vida.
Com dados alarmantes e números crescentes, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o maior serviço de prevenção de câncer do país, responsável por levar saúde de qualidade à população de todos os estados. Neste mês em que celebramos o “Novembro Azul”, o HA conversou com o urologista da instituição, Dr. João Paulo Pretti Fantin, e preparou uma matéria especial sobre o tema, esclarecendo as principais dúvidas sobre a doença, suas formas de prevenção, e sinais e sintomas.
Confira, se informe e esteja em dia com seus exames. Lembre-se: prevenção é o ano todo!
– O que é a próstata?
R.: A próstata é uma glândula que somente o homem possui e está localizada na parte inferior do abdômen. Trata-se de um órgão pequeno, cujo formato parece uma maçã e fica abaixo da bexiga, à frente do reto (parte final do intestino grosso). A função da próstata é produzir parte do sêmen (líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante a ejaculação).
– O que é o câncer de próstata e como detectá-lo?
R.: É uma doença silenciosa e geralmente assintomática em fases iniciais. Embora seja um tumor comum, infelizmente, muitos homens ainda relutam em fazer os exames preventivos. A melhor maneira de detectá-lo é por meio do exame de rastreamento (conhecido como exame de toque) e do PSA (Antígeno Prostático Específico – que pode ser avaliado por meio de exame de sangue simples). Estes dois exames juntos, possuem uma maior capacidade de detecção do tumor.
– Quais os fatores de risco para a doença?
R.: Além do rastreamento inicial é necessário levar em consideração outros fatores, como raça, estado de saúde e histórico familiar. Por exemplo: homens negros, pessoas que possuem homens na família que já foram diagnosticados e obesos são mais propensas para desenvolver câncer de próstata. Com base nisso, são realizados exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
– Quais sãos os principais sinais e sintomas deste tipo de tumor?
R.: Dificuldade ou demora para urinar;
Urina cortante;
Presença de sangue na urina;
Aumento da necessidade de urinar durante ou dia ou à noite;
Sensação de que a bexiga não foi esvaziada completamente;
Sensação de queimação ao urinar;
Disfunção erétil;
Cansaço;
Em casos avançados, o homem pode sentir dores nas costas/lombar.
– Qual é a importância da prevenção?
R.: Pelo fato de o câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são fundamentais. Como a doença surge em uma região da próstata, na maioria das vezes os pacientes não sentem dor, não possuem sangramentos na urina e não possuem dificuldades em urinar ou evacuar. Porém, enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem. Quanto antes acontecer o diagnóstico precoce, maior é a chance de cura (as de chances de cura podem chegar a 90% se o tumor for diagnosticado precocemente).
– Qual é a idade indicada para realização dos exames preventivos?
R.: O público-alvo são homens, a partir de 50 anos de idade. Já homens da raça negra ou que tenha histórico familiar da doença, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
Recomendação
Se você é homem e tem mais de 50 anos, procure um urologista de sua confiança para realizar os exames de toque e o PSA. Em Barretos (SP), os atendimentos acontecem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), com agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, por meio do telefone: 0800-779-0000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera.
Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde! Para saber mais, acesse: ha.com.vc/novembroazul.
No mês de novembro, entidades do mundo todo promovem a campanha ‘Novembro Azul’. A ação tem como intuito gerar mobilização e conscientização em relação à prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o coordenador da Divisão de Tumores do Trato Genitourinário do Hospital de Amor, Dr. João Neif Antonio Junior, trata-se de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, cujo nome era “Movember”, que é uma junção entre Mustache (‘bigode’ em inglês) e November (‘novembro’ no mesmo idioma ).
João também esclarece que “o mês foi escolhido em referência ao dia 17 de novembro, quando se comemora o ‘Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata’. Diante disso, de maneira simbólica, alguns participantes deixavam o bigode crescer em apoio à causa. E para esclarecer algumas dúvidas sobre este tipo de câncer, diagnóstico, tratamento e alguns mitos associados ao tema, o médico do HA respondeu diversas dúvidas. Confira e saiba mais sobre essa importante campanha de conscientização:
Atualmente, qual é a taxa de incidência de câncer de próstata no Brasil?
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum em homens em todo o mundo, com mais de 1,2 milhão de casos e 358.000 mortes anualmente. Conforme a previsão do INCA, são estimados, só no Brasil, cerca de 65.840 casos novos de câncer de próstata, para cada ano do triênio 2020-2022. Este valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, e a uma proporção de 29,2% de todos os casos de câncer nessa população masculina.
O câncer de próstata é mais comum em qual faixa etária?
O câncer de próstata é raramente diagnosticado antes dos 40 anos, mas a incidência aumenta rapidamente depois disso, atingindo o pico entre as idades de 65 e 74 anos.
Existem fatores de risco para o câncer de próstata? Quais?
Sim, existem fatores de risco relacionados, sendo o aumento da idade o mais importante. Além disso, alguns estudos epidemiológicos têm demostrado que o risco de câncer de próstata é maior em afro-americanos em comparação com outros grupos étnicos, algo que ocorre mais cedo. Fatores genéticos, especialmente mutações germinativas em genes de reparo de DNA, também parecem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de certos cânceres de próstata, e podem estar associados a uma doença de comportamento mais agressivo. Outros fatores, como dieta, níveis hormonais e obesidade, têm sido estudados com o objetivo de desenvolver estratégias para reduzir o risco de câncer de próstata.
Como prevenir este tipo de câncer?
Devido ao fato da causa exata do câncer de próstata não ser conhecida, não se torna possível impedir que o aparecimento da doença ocorra na maior parte dos casos. Além disso, alguns dos importantes fatores de risco tais como idade, raça e histórico familiar também não podem ser controlados. No entanto, existem recomendações extremamente válidas, tais como garantir o controle do peso através de uma dieta saudável (com grande variedade de vegetais e frutas diariamente), e ser fisicamente ativo, por meio de práticas adequadas e regulares de atividades físicas.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?
O câncer de próstata em estágio inicial pode não provocar sintomas. Entretanto, em situações em que a doença está aumentando podem surgir sintomas como alterações na frequência miccional (de urina); fluxo urinário fraco ou interrompido; vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria); presença de sangue na urina ou no sêmen e disfunção erétil.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
Estabelecer o diagnóstico em fase inicial permite tratamentos que proporcionem melhores resultados, o que contribui para maiores chances de cura da doença.
Quais são os exames preventivos mais eficazes?
Os exames preventivos mais eficazes são a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue associado a realização do toque retal.
O câncer de próstata tem cura?
Sim, o câncer de próstata tem cura, principalmente se o diagnóstico for realizado em fases mais iniciais da doença.
Qual é o tratamento indicado para o câncer de próstata detectado precocemente?
Os tratamentos que podem ser indicados em fases mais iniciais são principalmente a retirada cirúrgica da próstata doente; a radioterapia em suas diferentes modalidades e a hormonoterapia, que tem como objetivo diminuir temporariamente os níveis do hormônio testosterona.
Quais são os tipos de tratamentos possíveis nos diagnósticos tardios?
Em fases mais avançadas da doença, também há possibilidade do emprego de medicações de diferentes classes que objetivam a diminuição dos níveis de testosterona, além de outras abordagens terapêuticas, como a quimioterapia.
Devido à pandemia da COVID-19, já é possível perceber algum reflexo nos atendimentos?
Acredito que houve impacto no acesso dos indivíduos aos serviços de saúde, o que influenciou nas possibilidades de diagnóstico precoce e tratamento em fases iniciais das doenças oncológicas. Essa sobrecarga do sistema de saúde devido à pandemia, infelizmente, desalinhou a atenção e o cuidado com a saúde em muitas outras frentes. Aproveito para estimular com que os homens com mais de 50 anos sejam avaliados para o rastreamento do câncer de próstata e acimo de tudo, que todos priorizem a sua saúde, dando a devida importância à alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas e de lazer.
No último dia 30 de novembro, competidores e simpatizantes do esporte de diversas cidades participaram da 1ª “Corrida pela Vida”, promovida pelo Hospital de Amor Jales, em parceria com a TNV Sports e o atleta Jean Thiago. O evento, que aconteceu em apoio a campanha Novembro Azul, visou chamar a atenção para a prevenção do câncer de próstata, aliado a conscientização e prática esportiva.
Além de 5 km de corrida, o grupo que optou por caminhada percorreu 2,5 km. No total, participaram cerca de 70 pessoas nas duas modalidades e os vencedores da competição foram presenteados com troféus e medalhas.
O atleta amador, Ricardo de Souza, conquistou a primeira posição na categoria geral masculina, como tempo de 17 minutos. Já na categoria geral feminina, quem ficou em primeiro lugar foi a atleta amadora, Mara Célia Araújo, completando a prova em 29 minutos. Entre os competidores, Rafael Lazarini, atleta de 33 anos que já disputou as principais competições do atletismo paraolímpico brasileiro, como as Paralimpíada do Rio 2016, na modalidade atleta guia da competidora Terezinha Guilhermina (atleta cega mais rápida do mundo e campeã brasileira de corrida paraolímpica), também esteve presente na corrida. Apesar de não competir mais, Rafael reconhece a importância do esporte aliado à conscientização do câncer de próstata. “Para mim, todo incentivo ao esporte é válido, ainda mais aliado a uma causa tão importante. Cuidar da saúde é essencial, em todos os sentidos”, ressaltou.
Outro participante muito especial foi o pequeno Miguel Antoniassi, de 7 anos. Como não houve número suficiente para abrir uma disputa infantil, o garoto resolveu participar da competição com os adultos. Ele correu 5 km em 26 minutos, ao lado do pai Paulo Cesar, da mãe Alessandra e dos irmãos Raul e Paulo. No final, toda a família subiu ao pódio.
O evento foi realizado graças aos patrocinadores e apoiadores do Hospital: Unimed, Fernando Neto (personal trainer), Alimentare Produtos Alimentícios, Associação de Voluntários no Combate ao Câncer (AVCC), Casa Sport II, DX Sport, ETEC Jales, Leandro Bazam, Max Muscle, Mendonça Frutas, Radical Capacetes, Sabesp, New Corpus, Secretaria Municipal de Saúde, Radical Capacetes e Unijales.
“Esse evento foi um desafio para o hospital, pois nunca realizamos nada nesse formato. Ficamos felizes por receber muitos atletas e demais praticantes da modalidade como apoiadores da causa. Associar prevenção e esporte foi o grande objetivo dessa mobilização”, afirmou a gerente administrativa da unidade de Jales, Camila Venturini.
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
É muito comum se ouvir o termo ‘radioterapia’ durante um tratamento de câncer. O procedimento pode ser utilizado como um dos principais no combate à doença, agindo como adjuvante (após as cirurgias), como neoadjuvante (antes das cirurgias), como paliativo (para alívio de sintomas) e como tratamento de metástases. Nela, as radiações ionizantes (forma de radiação que tem energia suficiente para ionizar os átomos, retirando os elétrons mais próximos dos núcleos atômicos) destroem as células cancerígenas e as inibem de continuar crescendo. O número de aplicações necessárias pode variar de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos resultados dos exames e do estado de saúde do paciente. Dependendo do local onde a doença está, a radioterapia pode ser realizada através de outro método, conhecido como Braquiterapia.
O que é a braquiterapia?
A braquiterapia é um dos tipos de tratamento radioterápicos onde os aplicadores são colocados em contato muito próximo ao tumor, permitindo entregar altas doses de radiação em um curto intervalo de tempo. Segundo o médico rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Fábio de Lima Costa Faustino, entre os vários tipos de câncer que podem ser tratados por meio desta alternativa, destacam-se dois muito frequentes: tumores de próstata e ginecológicos. “Aquilo que geralmente é tratado em 39 sessões (radioterapia externa), pode ser feito, com segurança, em duas ou apenas uma sessão na braquiterapia, dependendo do tipo de tumor e das necessidades de cada paciente”, afirmou.
Desde 2014 sendo aplicada na instituição, mais de 100 pacientes já foram beneficiados com a técnica.
Todos os pacientes podem se beneficiar da braquiterapia?
Para usufruir desse procedimento, o paciente não pode ter restrição anestésica (anestesia raquidiana), apresentar doenças inflamatórias preexistentes ou qualquer alteração anatômica considerável. “A técnica de braquiterapia é muito utilizada nos casos de câncer de próstata, pois é possível dar uma alta dose de radiação num intervalo de tempo curto, protegendo os órgãos normais ao redor do tumor”, declarou o médico.
Além da redução do número de sessões e, consequentemente, da diminuição do tempo de tratamento, Dr. Fábio lista diversas outras vantagens que a técnica traz ao paciente oncológico: “a realização do procedimento de braquiterapia gira em torno de duas horas; o paciente é liberado no mesmo dia para ir para casa; os efeitos colaterais são minimizados; a exposição às doses de radiação é reduzida, quando comparada à radioterapia externa; e as chances de sequelas são muito menores”.
De acordo com Faustino, esse tipo de procedimento ainda é pouco utilizado no Brasil. “São poucos os serviços privados que contam com a braquiterapia. Acredito que através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital de Amor ainda é a única instituição oncológica a oferecer”.
Caso de sucesso
O sociólogo Orson Camargo, de 56 anos, realizou seu tratamento contra um câncer de próstata no Hospital de Amor, em 2015. Enquanto esteve na instituição e durante seus procedimentos, ele foi submetido à técnica de braquiterapia de alta taxa de dose e tornou-se um caso de sucesso!
Ao realizar um exame preventivo em meio à campanha ‘Novembro Azul’, foi diagnosticado com a doença, ainda em estágio inicial. Depois de algumas consultas e exames, os médicos decidiram que a braquiterapia era a melhor opção de tratamento para o Orson. “Ao agendar o procedimento, fui internado para preparação. No segundo dia, fizemos duas sessões de braquiterapia, e no terceiro, já estava em casa. Foi tudo muito rápido, indolor e eficaz”, contou Orson.
Para o sociólogo, o método utilizado em seu tratamento foi a melhor escolha, pois, além de deixá-lo tranquilo e confiante, ele também não sofreu com nenhuma reação física. “A sequela que tive após o tratamento, devido à ‘destruição’ da próstata, foi a redução praticamente total do líquido seminal produzido pelo órgão. O ‘estrangulamento’ da uretra causa certa dificuldade de urinar e, eventualmente, de manter a ereção no ato sexual. Porém, as duas últimas implicações foram totalmente resolvidas com remédios que são administrados diariamente”.
Atualmente, o sociólogo de Piracicaba (SP) realiza consultas no HA apenas para acompanhamento. “Por incrível que pareça, é sempre uma alegria ir ao Hospital de Amor ter minhas consultas de acompanhamento. Óbvio que isso se deve ao resultado positivo do procedimento de braquiterapia, mas o afeto e o carinho (principalmente daqueles que trabalharam diretamente na minha luta) são inigualáveis e sempre comemoramos o sucesso do tratamento, o respeito mútuo e a alegria de estarmos com saúde”, finalizou Orson.
O Hospital de Amor e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), por meio da assinatura de um convênio, acabam de firmar uma importante parceria, que tem como objetivo desenvolver um estudo clínico inédito na América Latina para tratamento de câncer de próstata metastático. Segundo o coordenador do departamento de medicina nuclear do Hospital de Amor, Dr. Wilson Furlan Alves, os protocolos em fase de teste serão direcionados aos pacientes com câncer de próstata com metástases, que já não respondem a terapia com hormônio ou quimioterapia.
Este estudo permitirá que um grupo de pacientes, que não apresentava mais alternativas de tratamento, tenha acesso a um novo tratamento, ainda não disponível no Brasil, mas que está apresentando excelentes resultados em países da Europa. O intuito é obter, posteriormente, o registro do radiofármaco na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ampliando a possibilidade de tratamento em todo o país.
Durante a parceria, o IPEN será responsável pelo fornecimento do radiofármaco chamado PSMA, marcado com lutécio-177, e o HA recrutará pacientes com características determinadas para receberem este tratamento. “O PSMA é uma molécula que se liga a receptores localizados nas células do câncer de próstata, enquanto o lutécio-177 é um radioisótopo – ou material radioativo – que emite uma radiação (beta) que destrói as células tumorais”, explicou Alves.
O médico nuclear do Hospital de Amor e também um dos principais facilitadores do convênio, Dr. Euclides Timoteo da Rocha, conta que este tratamento ainda é experimental em todos os países nos quais foi iniciado, como Estados Unidos e Austrália. “Ele surgiu há aproximadamente quatro anos na Alemanha e somos os primeiros a realizá-lo na America Latina, o que nos coloca em uma posição bem atualizada”.
Para o Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, a tecnologia nuclear, que inclui a medicina nuclear, está passando por um momento importante no Brasil, em que se discute não apenas a importância da infraestrutura, mas, principalmente, os meios pelos quais os avanços chegam até a população. “O IPEN, com a assinatura desse convênio, faz uma parte disso, tomando a iniciativa disponibilizar novos fármacos, mas sem parceria com instituições como o Hospital de Amor não haveria como colocá-los no mercado. Nós temos como produzir e como fornecer, mas é necessário este outro elo para que este produto volte em benefício para a população”, destacou.
Assim como acontece durante outros meses do ano, especialmente em outubro com as inúmeras mobilizações de conscientização a respeito do câncer de mama, em novembro, a sociedade também se reúne com o intuito de conscientizar os homens a respeito da prevenção do câncer de próstata – doença mais comum e a segunda com maior causa de óbito oncológico no sexo masculino. Além da prevenção, o mês também chama a atenção à saúde do homem como um todo.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que são estimados 68.220 novos casos em 2018 no Brasil, sendo esse o tipo de câncer mais incidente nos homens (exceto o câncer de pele não melanoma), em todas as regiões do país. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (conhecido por Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Para falar mais sobre o assunto e esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, o Hospital de Amor fez uma entrevista especial com o especialista. Confira:
1 – Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?
R.: É realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso haja diagnóstico positivo, o paciente é encaminhando para iniciar o tratamento. Em caso negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
2 – Por que o homem não pode deixar de realizar os exames preventivos?
R.: Basicamente, pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintomas em fases iniciais. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor está crescendo na próstata desse homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, fazemos um diagnóstico tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, já extrapolou e deu metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, nós não conseguimos curar o paciente, mas sim paliativar os sintomas. A importância da detecção precoce é não esperar os sinais aparecerem para correr atrás do prejuízo. É de extrema importância que a doença não seja detectada quando estiver em estágios graves.
3 – Qual é o público-alvo da campanha?
R.: Homens, a partir dos 50 anos de idade, na população geral. E homens da raça negra ou que tenham histórico familiar de câncer de próstata, devem realizar os exames a partir dos 45 anos.
4 – Como é possível prevenir a doença?
R.: As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde será realizado, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
5 – Quais ações o HA irá realizar referentes ao Novembro Azul?
R.: O Instituto de Prevenção do HA já realiza um trabalho contínuo com as carretas que percorrem o país inteiro oferecendo exames de PSA e toque para esse público. O departamento de urologia também irá realizar palestras nas recepções da instituição, em clubes de serviços da cidade, como Rotary Club e Maçonarias, e divulgação em jornais e rádios locais, durante todo o mês de novembro. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de próstata.
6 – O público masculino está se preocupando com a saúde?
R.: Graças às mobilizações de campanhas como o Novembro Azul e aos programas de rastreamento, percebemos nitidamente uma diminuição da mortalidade do câncer de próstata. Atualmente, os homens estão mais preocupados com a saúde e em evitar doenças potencialmente mais graves (diferente do que víamos há 10 ou 15 anos, quando existia uma grande resistência e preconceito em relação ao exame de toque). É por isso que damos tanta importância às campanhas! Elas devem continuar e incentivar, cada vez mais, os homens.