Por ano, em média, 300 crianças são diagnosticadas com câncer apenas no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP) – centro de referência em tratamento oncológico na América Latina. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantojuvenil já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Porém, o câncer também pode ser desenvolvido na fase inicial da vida. Nestes casos, há dois cenários: tumores em bebês intraúteros e tumores em bebês lactentes. Os intraúteros ocorrem quando a mulher está gravida e o bebê está com um tumor; já os lactentes acontecem quando o câncer se desenvolve em crianças recém-nascidas, sendo a leucemia o tipo mais comum nesses casos.
Quando se pensa em câncer, logo se pensa em prevenção também, mas em casos de câncer infantojuvenil, este é um assunto delicado. Em relação aos tumores intraúteros e em lactentes, existem fatores de risco que podem estar associados à exposição da mãe ou do pai a agentes cancerígenos, ou a alimentos ingeridos na gravidez que estejam associados à carcinogênese. Há também tumores que derivam de alterações que acontecem durante a embriogênese e não estão relacionados às exposições parentais, como por exemplo, os tumores de células germinativas – frequentes em intraúteros na região sacral ou de cabeça e pescoço.
De acordo com o diretor médico da unidade infantojuvenil do HA, Dr. Luiz Fernando Lopes, as células germinativas primordiais na quarta semana da gravidez devem migrar do cérebro até às gônadas, mas, por mecanismos ainda não totalmente identificados, podem parar sua migração e sofrer alteração genética, dando origem aos tumores de células germinativas que acontecem intraútero, na infância ou na adolescência.
De acordo com o Journal SAGE, os teratomas sacrococcígeos são os tumores de células germinativas mais comum em neonatos (crianças recém-nascidas), ocorrendo em, aproximadamente, 1 em 27.000 nascidos vivos, com prevalência no sexo feminino. Ao nascer, a grande maioria dos teratomas são benignos, porém, ele é capaz de manifestar degeneração maligna (e isso pode ocorrer em crianças com idade avançada também).
No caso das leucemias, mais comum entre os lactentes, o exame de sangue em recém-nascidos ou até 18 meses pode identificar facilmente as alterações; e o exame do mielograma irá confirmar se trata-se de um caso de leucemia de lactente.
No caso dos teratomas, o tratamento é cirúrgico. Importante destacar a necessidade do procedimento ser realizado por um cirurgião oncológico especialista, já que a retirada total do tumor e acompanhamento do paciente são essenciais. Isso porque poucos teratomas possuem componentes malignos, mas se os profissionais não conseguirem removê-lo completamente, há uma grande probabilidade de o tumor voltar maligno após um tempo.
Levar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil é a principal missão da “Caminhada Passos que Salvam” – a maior mobilização promovida pelo Hospital de Amor, simultaneamente, em centenas de cidades de todo o país.
A 7ª edição da campanha, realizada dia 25 de novembro, foi um sucesso: movimentou mais de 650 municípios, em 20 estados do Brasil. A grande novidade dessa edição é que a caminhada também foi realizada por um grupo de brasileiros residente em Londres, no Reino Unido. A ação acontece, todos os anos, durante o último domingo do mês, já que a escolha da data está relacionada à proximidade com o “Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil”, celebrado em 23 de novembro.
Em Barretos, cerca de 500 pessoas se uniram para participar da campanha, que teve início às 8h, na unidade infantojuvenil, e seguiu até o North Shopping, levando conscientização e muita diversão à toda população.
Sinais e Sintomas
Entre os sinais e sintomas mais comuns da doença, estão manchas roxas pelo corpo, dores de cabeça, vômito, perda de peso, fraqueza e dores nos ossos, sintomas que parecem comuns na infância e podem ser confundidos com doenças que acometem crianças e adolescentes, mas também podem ser o primeiro sinal de que há algo errado acontecendo.
De acordo com o diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Luiz Fernando Lopes, a unidade infantojuvenil do HA tem todas as condições de tratar as crianças com a mesma qualidade dos países com alto nível de desenvolvimento (especialistas experientes, medicamentos adequados e uma excelente estrutura), mas nada disso impacta na vida das crianças se elas não chegarem precocemente para o tratamento. “Ainda há uma quantidade significativa de crianças chegando tardiamente em nossa instituição. O que falta é a conscientização de médicos, enfermeiros e familiares, e essa campanha é uma das melhores formas que encontramos para sensibilizar essas pessoas. Nós só alcançaremos níveis internacionais de cura se tivermos esse cenário favorável”, declarou.
Para a coordenadora da ação, Naima Kathib, o objetivo da Caminhada é trazer à discussão a importância dessa conscientização, de maneira lúdica, envolvendo assim toda a sociedade, de modo que permita com que mais diagnósticos precoces aconteçam, consequentemente, haverá maior chances de cura, sendo ampliadas para até 95%.
O escrevente técnico judiciário de Barretos, Fernando de Souza Teixeira, é voluntário no evento há 4 anos e o que o motiva a continuar apoiando a causa, é a importância da conscientização que ela leva a todas as pessoas e o quanto isso impacta, positivamente, na vida e na saúde de todas a crianças e adolescentes. “Eu me sinto responsável e impulsionado a dar uma força a quem está trabalhando em prol da comunidade. Todos os anos eu reservo essa data e, na próxima, podem contar comigo, pois minha presença é garantida”.
Outra presença marcante em todas as edições da caminhada é o vice-diretor médico da unidade infantojuvenil do HA, Dr. Robson Coelho. Ele, que sabe como ninguém o quanto é essencial que as crianças cheguem precocemente para tratamento no Hospital, agradeceu o trabalho da equipe organizadora da ação. “A caminhada serve para alertar a população sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil. Quanto mais rápido forem diagnosticados pelo pediatra ou pelo clínico geral, mais rápido a criança chega para o tratamento e maiores são as chances de cura. Então, qualquer campanha dessa que seja realizada, no Brasil e no mundo, na tentativa de conscientizar a população, é de grande valia. Precisamos agradecer ao HA e, principalmente, a equipe responsável pela organização do evento, por reunirem tantas cidades para abraçar a causa e participar”, ressaltou.
Números
Em 2012, primeiro ano em que ocorreu a mobilização, 19 municípios do Estado de São Paulo e dois de Rondônia caminharam, levando a população, empresas e entidades para participar do evento. Já no ano seguinte, o número quase quadruplicou: 80 municípios participaram da caminhada em oito estados. A terceira edição foi ainda melhor: 201 cidades em 11 estados brasileiros caminharam juntas, no mesmo dia e horário, levando mais de 150 mil pessoas às ruas. Em 2015, foram 306 cidades de 12 estados que caminharam, comprometidos na luta contra o câncer infantojuvenil. No ano passado, a “Passos que Salvam” mobilizou 300 mil pessoas em cerca de 500 municípios de todo o Brasil.
Captação de Recursos
Além de disseminar essas importantes informações, a “Caminhada Passos que Salvam” também possui uma ação para arrecadar fundos para o tratamento dos pacientes no Hospital de Amor Infantojuvenil. Ao adquirir um kit com camiseta, boné e ‘sacochila’, cada participante contribuiu com o valor de R$ 35,00, que será direcionado à instituição.
Para obter mais informações e saber se sua cidade já aderiu a esse movimento, acesse: www.hcancerbarretos.com.br/passosquesalvam.
Por ano, em média, 300 crianças são diagnosticadas com câncer apenas no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP) – centro de referência em tratamento oncológico na América Latina. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer infantojuvenil já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Porém, o câncer também pode ser desenvolvido na fase inicial da vida. Nestes casos, há dois cenários: tumores em bebês intraúteros e tumores em bebês lactentes. Os intraúteros ocorrem quando a mulher está gravida e o bebê está com um tumor; já os lactentes acontecem quando o câncer se desenvolve em crianças recém-nascidas, sendo a leucemia o tipo mais comum nesses casos.
Quando se pensa em câncer, logo se pensa em prevenção também, mas em casos de câncer infantojuvenil, este é um assunto delicado. Em relação aos tumores intraúteros e em lactentes, existem fatores de risco que podem estar associados à exposição da mãe ou do pai a agentes cancerígenos, ou a alimentos ingeridos na gravidez que estejam associados à carcinogênese. Há também tumores que derivam de alterações que acontecem durante a embriogênese e não estão relacionados às exposições parentais, como por exemplo, os tumores de células germinativas – frequentes em intraúteros na região sacral ou de cabeça e pescoço.
De acordo com o diretor médico da unidade infantojuvenil do HA, Dr. Luiz Fernando Lopes, as células germinativas primordiais na quarta semana da gravidez devem migrar do cérebro até às gônadas, mas, por mecanismos ainda não totalmente identificados, podem parar sua migração e sofrer alteração genética, dando origem aos tumores de células germinativas que acontecem intraútero, na infância ou na adolescência.
De acordo com o Journal SAGE, os teratomas sacrococcígeos são os tumores de células germinativas mais comum em neonatos (crianças recém-nascidas), ocorrendo em, aproximadamente, 1 em 27.000 nascidos vivos, com prevalência no sexo feminino. Ao nascer, a grande maioria dos teratomas são benignos, porém, ele é capaz de manifestar degeneração maligna (e isso pode ocorrer em crianças com idade avançada também).
No caso das leucemias, mais comum entre os lactentes, o exame de sangue em recém-nascidos ou até 18 meses pode identificar facilmente as alterações; e o exame do mielograma irá confirmar se trata-se de um caso de leucemia de lactente.
No caso dos teratomas, o tratamento é cirúrgico. Importante destacar a necessidade do procedimento ser realizado por um cirurgião oncológico especialista, já que a retirada total do tumor e acompanhamento do paciente são essenciais. Isso porque poucos teratomas possuem componentes malignos, mas se os profissionais não conseguirem removê-lo completamente, há uma grande probabilidade de o tumor voltar maligno após um tempo.
Levar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil é a principal missão da “Caminhada Passos que Salvam” – a maior mobilização promovida pelo Hospital de Amor, simultaneamente, em centenas de cidades de todo o país.
A 7ª edição da campanha, realizada dia 25 de novembro, foi um sucesso: movimentou mais de 650 municípios, em 20 estados do Brasil. A grande novidade dessa edição é que a caminhada também foi realizada por um grupo de brasileiros residente em Londres, no Reino Unido. A ação acontece, todos os anos, durante o último domingo do mês, já que a escolha da data está relacionada à proximidade com o “Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil”, celebrado em 23 de novembro.
Em Barretos, cerca de 500 pessoas se uniram para participar da campanha, que teve início às 8h, na unidade infantojuvenil, e seguiu até o North Shopping, levando conscientização e muita diversão à toda população.
Sinais e Sintomas
Entre os sinais e sintomas mais comuns da doença, estão manchas roxas pelo corpo, dores de cabeça, vômito, perda de peso, fraqueza e dores nos ossos, sintomas que parecem comuns na infância e podem ser confundidos com doenças que acometem crianças e adolescentes, mas também podem ser o primeiro sinal de que há algo errado acontecendo.
De acordo com o diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Luiz Fernando Lopes, a unidade infantojuvenil do HA tem todas as condições de tratar as crianças com a mesma qualidade dos países com alto nível de desenvolvimento (especialistas experientes, medicamentos adequados e uma excelente estrutura), mas nada disso impacta na vida das crianças se elas não chegarem precocemente para o tratamento. “Ainda há uma quantidade significativa de crianças chegando tardiamente em nossa instituição. O que falta é a conscientização de médicos, enfermeiros e familiares, e essa campanha é uma das melhores formas que encontramos para sensibilizar essas pessoas. Nós só alcançaremos níveis internacionais de cura se tivermos esse cenário favorável”, declarou.
Para a coordenadora da ação, Naima Kathib, o objetivo da Caminhada é trazer à discussão a importância dessa conscientização, de maneira lúdica, envolvendo assim toda a sociedade, de modo que permita com que mais diagnósticos precoces aconteçam, consequentemente, haverá maior chances de cura, sendo ampliadas para até 95%.
O escrevente técnico judiciário de Barretos, Fernando de Souza Teixeira, é voluntário no evento há 4 anos e o que o motiva a continuar apoiando a causa, é a importância da conscientização que ela leva a todas as pessoas e o quanto isso impacta, positivamente, na vida e na saúde de todas a crianças e adolescentes. “Eu me sinto responsável e impulsionado a dar uma força a quem está trabalhando em prol da comunidade. Todos os anos eu reservo essa data e, na próxima, podem contar comigo, pois minha presença é garantida”.
Outra presença marcante em todas as edições da caminhada é o vice-diretor médico da unidade infantojuvenil do HA, Dr. Robson Coelho. Ele, que sabe como ninguém o quanto é essencial que as crianças cheguem precocemente para tratamento no Hospital, agradeceu o trabalho da equipe organizadora da ação. “A caminhada serve para alertar a população sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil. Quanto mais rápido forem diagnosticados pelo pediatra ou pelo clínico geral, mais rápido a criança chega para o tratamento e maiores são as chances de cura. Então, qualquer campanha dessa que seja realizada, no Brasil e no mundo, na tentativa de conscientizar a população, é de grande valia. Precisamos agradecer ao HA e, principalmente, a equipe responsável pela organização do evento, por reunirem tantas cidades para abraçar a causa e participar”, ressaltou.
Números
Em 2012, primeiro ano em que ocorreu a mobilização, 19 municípios do Estado de São Paulo e dois de Rondônia caminharam, levando a população, empresas e entidades para participar do evento. Já no ano seguinte, o número quase quadruplicou: 80 municípios participaram da caminhada em oito estados. A terceira edição foi ainda melhor: 201 cidades em 11 estados brasileiros caminharam juntas, no mesmo dia e horário, levando mais de 150 mil pessoas às ruas. Em 2015, foram 306 cidades de 12 estados que caminharam, comprometidos na luta contra o câncer infantojuvenil. No ano passado, a “Passos que Salvam” mobilizou 300 mil pessoas em cerca de 500 municípios de todo o Brasil.
Captação de Recursos
Além de disseminar essas importantes informações, a “Caminhada Passos que Salvam” também possui uma ação para arrecadar fundos para o tratamento dos pacientes no Hospital de Amor Infantojuvenil. Ao adquirir um kit com camiseta, boné e ‘sacochila’, cada participante contribuiu com o valor de R$ 35,00, que será direcionado à instituição.
Para obter mais informações e saber se sua cidade já aderiu a esse movimento, acesse: www.hcancerbarretos.com.br/passosquesalvam.