O cuidado que começa antes mesmo do tratamento
Num hospital onde o nome já anuncia a essência, o cuidado vai muito além do atendimento médico. No Hospital de Amor, a atenção integral ao paciente passa, todos os dias, pelas mãos de uma equipe que trabalha nos bastidores com escuta, empatia e compromisso social: os(as) assistentes sociais. São eles(as) que recebem, orientam, acolhem e articulam soluções para que o tratamento oncológico não esbarre em barreiras econômicas, sociais ou emocionais.
Em meio à rotina intensa de consultas, exames, cirurgias e internações, o Serviço Social cumpre um papel silencioso, mas fundamental: garantir que o paciente tenha seus direitos respeitados, suas angústias ouvidas e suas necessidades atendidas de forma integral.
Escuta, acolhimento e articulação de direitos
Seja ajudando a obter benefícios sociais, encaminhando para serviços públicos, acompanhando famílias em situação de vulnerabilidade ou mediando soluções para questões delicadas como abandono, luto e conflitos familiares, os profissionais da área estão sempre atentos — e presentes.
A atuação é ampla e vai desde o primeiro acolhimento até o suporte nas situações mais complexas durante e após o tratamento. O atendimento começa com a escuta. Com tempo, paciência e sensibilidade, os assistentes sociais se colocam à disposição para ouvir histórias, entender contextos e acolher dores que, muitas vezes, não são visíveis ou acabam não sendo a prioridade entre as equipes de saúde.
A partir desse primeiro contato, constroem caminhos: orientam sobre benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), aposentadoria por invalidez, passe livre para transporte, isenção de impostos, medicação de alto custo, auxílio-doença, FGTS, entre outros direitos previsto em lei, mas que são desconhecidos de grande parte da população. Em muitos casos, fazem todo o acompanhamento do processo, desde o cadastro no INSS até a confirmação do benefício — como aconteceu com um paciente de 65 anos, sem qualquer histórico de contribuição previdenciária, que teve o benefício concedido após a mediação da equipe. “Essa foi a única renda da família naquele momento de extrema fragilidade”, contou a coordenadora Lucia Roque, emocionada com a dimensão daquilo que parecia apenas mais um atendimento.
Cuidado que vai além dos muros do hospital
Mas o trabalho vai além do aspecto burocrático. No Hospital de Amor, a coordenadora explica que o Serviço Social também atua como um elo entre os pacientes e os diversos setores da rede pública e filantrópica. Isso inclui contato com CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), UBSs (Unidades Básicas de Saúde), casas de apoio, organizações sociais, ONGs, grupos de voluntariado e instituições de justiça. A articulação com essas redes permite que o cuidado não se interrompa na saída do hospital, garantindo continuidade, segurança e acolhimento mesmo nos territórios mais distantes.
Situações de alta complexidade também fazem parte da rotina. “Recentemente, uma paciente estrangeira faleceu na unidade de cuidados paliativos, acompanhada apenas do filho menor de idade, de 17 anos. Os familiares que viviam em outro país não conseguiram chegar a tempo, e o Conselho Tutelar precisou ser acionado. Em um gesto comovente, uma conterrânea da paciente, que estava na cidade, se ofereceu para acolher o menino até a chegada dos parentes. O corpo da paciente permaneceu no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) até que toda a documentação fosse finalizada. O caso mobilizou emocionalmente a equipe”, lembra Lucia — um retrato da complexidade humana com que lidam diariamente.
Profissionais que enxergam o paciente como um todo
Essas situações exigem preparo técnico, sim, mas também exigem vocação. Por isso, a equipe do Serviço Social é formada por profissionais capacitados, com formação em Serviço Social e registro no CRESS, distribuídos por diferentes unidades, incluindo as unidades hospitalares e as casas de apoio geridas pelo HA, como o Lar de Amor e o alojamento Santa Madre Paulina, em Barretos (SP).
Eles participam de discussões de caso com médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas; acompanham visitas multiprofissionais; elaboram relatórios sociais; colaboram na construção de planos terapêuticos e atuam em comissões de ética, óbito e humanização.
Mesmo com uma estrutura sólida, os desafios são muitos. A vulnerabilidade social de grande parte dos pacientes impõe obstáculos que ultrapassam a alçada hospitalar. Há quem chegue sem condições mínimas de seguir o tratamento: sem renda, sem casa, sem comida. É nesse momento que a sensibilidade da equipe entra em cena, articulando parcerias locais e criando soluções que ultrapassam a técnica.
Humanização, aliás, é a palavra que define o modo como o Serviço Social do Hospital de Amor atua. Chamar o paciente pelo nome, garantir um ambiente acolhedor, respeitar a diversidade, oferecer tempo de qualidade e presença real em momentos delicados. Tudo isso faz parte de um cuidado que também é emocional, subjetivo e profundamente humano.
Conhecimento que empodera e fortalece vínculos
A atuação também inclui a entrega da Cartilha de Direitos do Paciente em Tratamento Oncológico, um material que orienta e empodera, tornando acessíveis informações que, muitas vezes, são desconhecidas ou difíceis de compreender.
Em paralelo, os profissionais conduzem atendimentos individuais, em grupo e com as famílias, com foco no fortalecimento de vínculos, no apoio emocional e na promoção da autonomia. Também acompanham todo o processo de internação, tratamento, retorno ao domicílio e, quando necessário, cuidados paliativos e luto.
No HA, o Serviço Social é mais que uma área técnica. É um espaço de afeto, de luta por justiça social e de reconstrução da dignidade. Cada atendimento é uma oportunidade de dizer, com ações concretas, que o paciente não está só. E que, sim, é possível cuidar com amor — mesmo em meio à dor.
Você sabia que as bactérias nos protegem de algumas doenças graves, como o câncer, a obesidade e doenças autoimunes? Nós convivemos com bactérias desde quando nascemos. De maneira geral, elas são extremamente importantes para a saúde humana e estão presentes em todo o nosso corpo, mas existem outras que podem ser muito prejudiciais.
Maio é um mês importante para a higiene e o controle de infecções, isso porque no dia 5 de maio é celebrado o Dia Mundial da Higiene das Mãos, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância dessa prática como uma medida essencial de saúde pública. Já no dia 15 de maio, comemora-se o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, instituído pela Lei Federal nº 11.723/2008. O objetivo dessa data é conscientizar sobre a importância do controle das infecções para toda a sociedade.
De acordo com a Anvisa, “a higienização das mãos (HM) é reconhecida mundialmente como uma medida primária, mas muito importante no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Por esse motivo, tem sido considerada como um dos pilares da prevenção de infecções nos serviços de saúde”.
Pensando na importância deste tema para a sociedade, o Hospital de Amor convidou o médico infectologista do HA, Dr. Paulo de Tarso Oliveira e Castro, para responder algumas dúvidas sobre a importância da higiene das mãos.
Porque convivemos com bactérias fora e dentro do hospital. Nosso corpo abriga bactérias que, na maioria das vezes, fazem bem à saúde.
Nós temos dois tipos de bactérias:
Para evitar a contaminação de ferimentos ou a proliferação de vírus e bactérias, é essencial manter a higienização das mãos. Por isso, é importante adotar bons hábitos, como: lavar as mãos antes de se alimentar; após usar o banheiro; ao tocar em secreções como urina, saliva, sangue, etc; ao manusear dinheiro em papel; ao ter contato com pessoas que estão resfriadas; entre outras ocasiões, como maçanetas e corrimões que várias pessoas tocam com as mãos contaminadas.
Contudo, a importância da higiene das mãos começa no dia a dia, para evitar possíveis infecções.
As bactérias presentes em ambientes hospitalares são diferentes das que encontramos fora. Dentro do hospital, muitas bactérias podem causar doenças e são frequentemente expostas a antibióticos, o que favorece o desenvolvimento de resistência, dificultando o tratamento.
Durante procedimentos como colocação de cateteres, coleta de sangue ou inserção de sondas, há risco de introdução dessas bactérias, o que pode causar o que conhecemos como infecções hospitalares. Por isso, é fundamental que os profissionais de saúde façam a higienização das mãos corretamente e nos momentos adequados, evitando a transmissão de infecções relacionadas à assistência.
Os pacientes oncológicos, especialmente os que estão em tratamento com quimioterapia, têm o sistema imunológico comprometido. A medicação afeta tanto células malignas quanto as saudáveis, resultando em queda da imunidade.
Com isso, é comum que apresentem feridas na boca e no intestino, por onde as bactérias podem entrar na corrente sanguínea e causar infecções.
No Hospital de Amor, os pacientes de maior risco são os da hematologia, da UTI e os que passaram por transplante de medula óssea. Nessas áreas, ocorrem as infecções mais graves, exigindo cuidados redobrados.
Os profissionais de saúde têm contato direto com o paciente e, em todo lugar, dentro do hospital, há bactérias. Sempre que há contato físico ou manuseio de dispositivos (sondas e cateteres) médicos, pode haver contaminação. Por isso, é necessário higienizar corretamente as mãos.
De acordo com o Organização Mundial da Saúde, é necessário higienizar as mãos:
Hoje, nós temos definido pela Organização Mundial da Saúde cinco momentos importantes para fazermos a higiene das mãos. Em 90% das vezes, recomenda-se o uso de álcool em gel. Já água e sabão são indicados em cerca de 10% das situações, especialmente quando há sujeira visível nas mãos.
O álcool em gel é melhor do que a água e sabão porque, ele mata mais bactérias, e de forma mais rápida. Para fazer a higiene das mãos com álcool em gel, a profissional gasta em torno de 30 segundos, já com água e sabão, ele levará de dois a três minutos para fazer a limpeza de forma correta.
Além disso, o uso excessivo de água e sabão pode remover a camada protetora da pele, causando ressecamento, inflamações e pequenas lesões, que facilitam a entrada de bactérias.
Felizmente, aqui no Hospital de Amor, nós utilizamos mais o álcool em gel. No HA, o uso do álcool em gel é monitorado, assim como a quantidade de produto utilizado, garantindo a segurança de pacientes e profissionais. Também são feitas estimativas com base nos números de infecções hospitalares.
Sabemos que infecções hospitalares têm múltiplas causas, e a higienização das mãos é apenas uma das medidas. Por isso, é necessário seguir uma série de medidas protetivas para não colocar o paciente e o profissional em risco.
Contudo, um dos indicadores para medirmos o nível de higiene dentro do ambiente hospitalar, é pela transmissão de bactérias. Então, se identificamos uma determinada bactéria em um paciente e, depois de um tempo, identificamos em outro, e assim sucessivamente, é porque essas bactérias estão sendo transmitidas.
Quando os profissionais fazem a admissão no hospital, eles realizam uma integração e são treinados. Eles não fazem apenas um treinamento sobre a importância da higiene das mãos, mas também, de boas práticas para evitar as infecções, de uma maneira geral. Para reforçarmos ainda mais essa importância, é necessário que todos estejam engajados, pois não é fácil lembrar de todos os momentos adequados para higienização. Por isso, é importante que um profissional lembre ou alerte o outro.
Além disso, para que o profissional tenha condições de fazer a higienização das mãos, é muito importante que o estabelecimento forneça condições adequadas para ele. Então, é necessário um álcool em gel de boa qualidade e que esteja disponível facilmente; um sabonete de boa qualidade; uma pia próxima ao atendimento do paciente; um papel toalha que seja bom; e outros tipos de insumo que são importantes para o atendimento ao paciente.
Os pacientes, por estarem em situação de vulnerabilidade, muitas vezes sentem-se inseguros ao pedir que um profissional higienize as mãos.
Por isso, é importante envolvê-los, junto com os familiares, nesse cuidado. Para isso, são utilizadas as seguintes estratégias: cartazes que chamem a atenção; disponibilização do álcool em gel; e orientações antes das visitas.
Além disso, acompanhantes com sintomas de doenças transmissíveis são orientados a evitar a visita ao hospital, prevenindo riscos aos pacientes.
Na minha opinião, o principal aprendizado da pandemia de COVID-19 foi perceber que não estamos preparados para enfrentar outra situação dessa magnitude.
Atualmente, estamos enfrentando uma epidemia de influenza, a gripe. Estamos tendo caso de pacientes internados com gripe; casos de óbitos e, em outros casos, pacientes indo para ventilação mecânica; e quando vamos ver, esses pacientes não foram vacinados, apesar da campanha realizada pelo Ministério da Saúde. O objetivo era vacinar 90% da população em risco, que inclui os pacientes com câncer, talvez a gente não tenha vacinado 60%.
Infelizmente, a COVID-19 deixou pouco legado para as pessoas, em termos de prevenção, higienização e consciência sobre os riscos de transmissão. Os hospitais também não estão preparados, se tivermos outra pandemia, vai ser um caos novamente.
Então, infelizmente, não acredito que a pandemia da COVID-19 tenha deixado um legado duradouro e positivo nesse aspecto.
Na unidade Infantojuvenil do Hospital de Amor, a conscientização sobre a importância da higienização das mãos, com álcool em gel e sabão (nos momentos apropriados), aconteceu por meio de brincadeiras e dinâmicas. Influenciada pelo Aliança Amarte – projeto idealizado pelo Hospital de Amor junto ao St. Jude Children´s Research Hospital – a médica infectologista do HA Infantojuvenil, em Barretos (SP), Dra. Seila Prado, desenvolveu, junto à equipe multidisciplinar da instituição e ao Instituto Sociocultural do HA, ações lúdicas para trabalhar essa atividade com os pacientes e acompanhantes.
Envolver os pacientes e seus familiares no processo de educação é uma estratégia que vem ganhando reconhecimento nos últimos anos. De acordo com a Dra. Seila Prado, “ao convidarmos as crianças para participarem da campanha da higienização das mãos, esperamos que elas estimulem os profissionais de saúde a higienizarem cada vez mais as mãos, para que assim consigamos reduzir as taxas de infecção relacionadas à assistência à saúde”, relata ela.
Na ocasião, o professor da oficina de desenho do Instituto Sociocultural, Bruno Freire, foi convidado a desenvolver um livro sobre a higiene das mãos para os pacientes e acompanhantes. Intitulado Clube das Mãos Limpas, o livro traz desenhos para colorir, caça-palavras e outras brincadeiras educativas. Essa atividade foi viabilizada pela Lei Rouanet – PRONAC e desenvolvida pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Sociocultural do Hospital de Amor.
Para o professor de desenho, contribuir com esse projeto foi uma oportunidade incrível. “No começo, fiquei pensando como iria ser essa história e como eu iria criá-la, mas acho que o resultado ficou bem satisfatório. As crianças têm essa consciência de questionar, às vezes até o próprio médico, se ele está com as mãos limpas e, depois desse trabalho, comecei a levar essa informação para as crianças durante as aulas, que é algo muito importante mesmo”, destacou o professor de desenho.
Além disso, também foi desenvolvido um concurso de desenho com o tema “Higiene das Mãos”. Os participantes foram divididos em três categorias:
A escolha das crianças vencedoras foi feita por meio de votação dos colaboradores do HA. E, para deixar essa atividade ainda mais especial, os desenhos mais votados receberam presentes especiais como forma de reconhecimento e incentivo.
Assim, todos entendemos que a maneira mais importante para prevenirmos infecções hospitalares ou a transmissão de vírus é começando pela medida mais simples: higienizando as mãos.
O que é o amor para você? Para os pacientes paliativos do Hospital de Amor é o respeito, o carinho, o cuidado, a atenção e outros afetos que, juntos, se resumem em humanização, um dos pilares mais importantes da instituição.
“A vida é linda e precisa ser vivida da melhor forma possível. Se entregue, tenha fé e coragem, ame tudo o que está a sua volta e agradeça sempre a Deus, porque a vida é maravilhosa.” Esse foi o conselho dado por Georgina Miranda, de 73 anos, no último dia 30 de junho, após um delicioso almoço no Pesqueiro Recanto do Peixe, em Barretos (SP).
Ela é natural de Três Corações (MG) e descobriu um tumor aos 68 anos, após alguns dias com dores e pontadas na região pélvica. Desde então, a mineira faz fazendo tratamento no HA e, assim como outros pacientes, nos mostra que conviver com quem está em cuidado paliativo, é levar para a vida diversos ensinamentos.
Antes da sua aposentadoria, Georgina trabalhou em comércio e teve dois filhos. Aos 56 anos, ficou viúva e, de acordo com ela, “despirocou”. O seu marido nunca gostou de tatuagens e ela sempre respeitou, porém, após o falecimento do companheiro, ela resolveu fazer coisas novas e uma dessas foi se tatuar. Ela se tornou ‘cobaia’ do filho, que virou tatuador e, a partir daí, começou a se apaixonar pelas tatuagens. Hoje, ela carrega mais de 40 desenhos pelo corpo e uma bagagem de lições da vida.
No Hospital São Judas Tadeu, a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA, os aprendizados são diários. É um lugar onde as pessoas aprendem a ser mais humanas, amorosas, carinhosas e gratas! Após dois anos de pandemia, as atividades ao ar livre da unidade retornaram e o destino escolhido foi o Pesqueiro Recanto do Peixe. Além das atividades recreativas, houve também muita música com o musicista terapeuta da unidade, lanches, bebidas, pescaria e muitas risadas.
O proprietário do pesqueiro, João Luiz dos Santos, afirma que fica contente ao contribuir com esses momentos únicos, além disso, relata que “é bom proporcionar um dia mais feliz para as pessoas, pois ajudar o próximo faz bem para a alma e para o coração.” O estabelecimento já tem uma parceria com a instituição há seis anos e ambos acreditam na mesma causa: o amor, a humanização e o carinho com o outro.
O objetivo da unidade de cuidados paliativos da HA é dar vida aos dias dos pacientes, é acolher e cuidar, não só do paciente, mas de toda a família. É devolver sorrisos, criar histórias, proporcionar novos momentos, aprender e ensinar todos os dias o verdadeiro sentido de amar. Para a médica especialista em tratamento paliativo, Dra. Alice de Paula, o passeio tem um grande impacto na qualidade do tratamento e no controle de sintomas do paciente, além de ajudar na ansiedade dos familiares. “É um momento não só de prazer e relaxamento, mas também da diminuição da angústia e do medo. Essas são ocasiões que possibilitam os pacientes e os familiares a esquecerem o momento que estão lidando”, finalizou.
O cuidado que começa antes mesmo do tratamento
Num hospital onde o nome já anuncia a essência, o cuidado vai muito além do atendimento médico. No Hospital de Amor, a atenção integral ao paciente passa, todos os dias, pelas mãos de uma equipe que trabalha nos bastidores com escuta, empatia e compromisso social: os(as) assistentes sociais. São eles(as) que recebem, orientam, acolhem e articulam soluções para que o tratamento oncológico não esbarre em barreiras econômicas, sociais ou emocionais.
Em meio à rotina intensa de consultas, exames, cirurgias e internações, o Serviço Social cumpre um papel silencioso, mas fundamental: garantir que o paciente tenha seus direitos respeitados, suas angústias ouvidas e suas necessidades atendidas de forma integral.
Escuta, acolhimento e articulação de direitos
Seja ajudando a obter benefícios sociais, encaminhando para serviços públicos, acompanhando famílias em situação de vulnerabilidade ou mediando soluções para questões delicadas como abandono, luto e conflitos familiares, os profissionais da área estão sempre atentos — e presentes.
A atuação é ampla e vai desde o primeiro acolhimento até o suporte nas situações mais complexas durante e após o tratamento. O atendimento começa com a escuta. Com tempo, paciência e sensibilidade, os assistentes sociais se colocam à disposição para ouvir histórias, entender contextos e acolher dores que, muitas vezes, não são visíveis ou acabam não sendo a prioridade entre as equipes de saúde.
A partir desse primeiro contato, constroem caminhos: orientam sobre benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), aposentadoria por invalidez, passe livre para transporte, isenção de impostos, medicação de alto custo, auxílio-doença, FGTS, entre outros direitos previsto em lei, mas que são desconhecidos de grande parte da população. Em muitos casos, fazem todo o acompanhamento do processo, desde o cadastro no INSS até a confirmação do benefício — como aconteceu com um paciente de 65 anos, sem qualquer histórico de contribuição previdenciária, que teve o benefício concedido após a mediação da equipe. “Essa foi a única renda da família naquele momento de extrema fragilidade”, contou a coordenadora Lucia Roque, emocionada com a dimensão daquilo que parecia apenas mais um atendimento.
Cuidado que vai além dos muros do hospital
Mas o trabalho vai além do aspecto burocrático. No Hospital de Amor, a coordenadora explica que o Serviço Social também atua como um elo entre os pacientes e os diversos setores da rede pública e filantrópica. Isso inclui contato com CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), UBSs (Unidades Básicas de Saúde), casas de apoio, organizações sociais, ONGs, grupos de voluntariado e instituições de justiça. A articulação com essas redes permite que o cuidado não se interrompa na saída do hospital, garantindo continuidade, segurança e acolhimento mesmo nos territórios mais distantes.
Situações de alta complexidade também fazem parte da rotina. “Recentemente, uma paciente estrangeira faleceu na unidade de cuidados paliativos, acompanhada apenas do filho menor de idade, de 17 anos. Os familiares que viviam em outro país não conseguiram chegar a tempo, e o Conselho Tutelar precisou ser acionado. Em um gesto comovente, uma conterrânea da paciente, que estava na cidade, se ofereceu para acolher o menino até a chegada dos parentes. O corpo da paciente permaneceu no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) até que toda a documentação fosse finalizada. O caso mobilizou emocionalmente a equipe”, lembra Lucia — um retrato da complexidade humana com que lidam diariamente.
Profissionais que enxergam o paciente como um todo
Essas situações exigem preparo técnico, sim, mas também exigem vocação. Por isso, a equipe do Serviço Social é formada por profissionais capacitados, com formação em Serviço Social e registro no CRESS, distribuídos por diferentes unidades, incluindo as unidades hospitalares e as casas de apoio geridas pelo HA, como o Lar de Amor e o alojamento Santa Madre Paulina, em Barretos (SP).
Eles participam de discussões de caso com médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e nutricionistas; acompanham visitas multiprofissionais; elaboram relatórios sociais; colaboram na construção de planos terapêuticos e atuam em comissões de ética, óbito e humanização.
Mesmo com uma estrutura sólida, os desafios são muitos. A vulnerabilidade social de grande parte dos pacientes impõe obstáculos que ultrapassam a alçada hospitalar. Há quem chegue sem condições mínimas de seguir o tratamento: sem renda, sem casa, sem comida. É nesse momento que a sensibilidade da equipe entra em cena, articulando parcerias locais e criando soluções que ultrapassam a técnica.
Humanização, aliás, é a palavra que define o modo como o Serviço Social do Hospital de Amor atua. Chamar o paciente pelo nome, garantir um ambiente acolhedor, respeitar a diversidade, oferecer tempo de qualidade e presença real em momentos delicados. Tudo isso faz parte de um cuidado que também é emocional, subjetivo e profundamente humano.
Conhecimento que empodera e fortalece vínculos
A atuação também inclui a entrega da Cartilha de Direitos do Paciente em Tratamento Oncológico, um material que orienta e empodera, tornando acessíveis informações que, muitas vezes, são desconhecidas ou difíceis de compreender.
Em paralelo, os profissionais conduzem atendimentos individuais, em grupo e com as famílias, com foco no fortalecimento de vínculos, no apoio emocional e na promoção da autonomia. Também acompanham todo o processo de internação, tratamento, retorno ao domicílio e, quando necessário, cuidados paliativos e luto.
No HA, o Serviço Social é mais que uma área técnica. É um espaço de afeto, de luta por justiça social e de reconstrução da dignidade. Cada atendimento é uma oportunidade de dizer, com ações concretas, que o paciente não está só. E que, sim, é possível cuidar com amor — mesmo em meio à dor.
Você sabia que as bactérias nos protegem de algumas doenças graves, como o câncer, a obesidade e doenças autoimunes? Nós convivemos com bactérias desde quando nascemos. De maneira geral, elas são extremamente importantes para a saúde humana e estão presentes em todo o nosso corpo, mas existem outras que podem ser muito prejudiciais.
Maio é um mês importante para a higiene e o controle de infecções, isso porque no dia 5 de maio é celebrado o Dia Mundial da Higiene das Mãos, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância dessa prática como uma medida essencial de saúde pública. Já no dia 15 de maio, comemora-se o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, instituído pela Lei Federal nº 11.723/2008. O objetivo dessa data é conscientizar sobre a importância do controle das infecções para toda a sociedade.
De acordo com a Anvisa, “a higienização das mãos (HM) é reconhecida mundialmente como uma medida primária, mas muito importante no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Por esse motivo, tem sido considerada como um dos pilares da prevenção de infecções nos serviços de saúde”.
Pensando na importância deste tema para a sociedade, o Hospital de Amor convidou o médico infectologista do HA, Dr. Paulo de Tarso Oliveira e Castro, para responder algumas dúvidas sobre a importância da higiene das mãos.
Porque convivemos com bactérias fora e dentro do hospital. Nosso corpo abriga bactérias que, na maioria das vezes, fazem bem à saúde.
Nós temos dois tipos de bactérias:
Para evitar a contaminação de ferimentos ou a proliferação de vírus e bactérias, é essencial manter a higienização das mãos. Por isso, é importante adotar bons hábitos, como: lavar as mãos antes de se alimentar; após usar o banheiro; ao tocar em secreções como urina, saliva, sangue, etc; ao manusear dinheiro em papel; ao ter contato com pessoas que estão resfriadas; entre outras ocasiões, como maçanetas e corrimões que várias pessoas tocam com as mãos contaminadas.
Contudo, a importância da higiene das mãos começa no dia a dia, para evitar possíveis infecções.
As bactérias presentes em ambientes hospitalares são diferentes das que encontramos fora. Dentro do hospital, muitas bactérias podem causar doenças e são frequentemente expostas a antibióticos, o que favorece o desenvolvimento de resistência, dificultando o tratamento.
Durante procedimentos como colocação de cateteres, coleta de sangue ou inserção de sondas, há risco de introdução dessas bactérias, o que pode causar o que conhecemos como infecções hospitalares. Por isso, é fundamental que os profissionais de saúde façam a higienização das mãos corretamente e nos momentos adequados, evitando a transmissão de infecções relacionadas à assistência.
Os pacientes oncológicos, especialmente os que estão em tratamento com quimioterapia, têm o sistema imunológico comprometido. A medicação afeta tanto células malignas quanto as saudáveis, resultando em queda da imunidade.
Com isso, é comum que apresentem feridas na boca e no intestino, por onde as bactérias podem entrar na corrente sanguínea e causar infecções.
No Hospital de Amor, os pacientes de maior risco são os da hematologia, da UTI e os que passaram por transplante de medula óssea. Nessas áreas, ocorrem as infecções mais graves, exigindo cuidados redobrados.
Os profissionais de saúde têm contato direto com o paciente e, em todo lugar, dentro do hospital, há bactérias. Sempre que há contato físico ou manuseio de dispositivos (sondas e cateteres) médicos, pode haver contaminação. Por isso, é necessário higienizar corretamente as mãos.
De acordo com o Organização Mundial da Saúde, é necessário higienizar as mãos:
Hoje, nós temos definido pela Organização Mundial da Saúde cinco momentos importantes para fazermos a higiene das mãos. Em 90% das vezes, recomenda-se o uso de álcool em gel. Já água e sabão são indicados em cerca de 10% das situações, especialmente quando há sujeira visível nas mãos.
O álcool em gel é melhor do que a água e sabão porque, ele mata mais bactérias, e de forma mais rápida. Para fazer a higiene das mãos com álcool em gel, a profissional gasta em torno de 30 segundos, já com água e sabão, ele levará de dois a três minutos para fazer a limpeza de forma correta.
Além disso, o uso excessivo de água e sabão pode remover a camada protetora da pele, causando ressecamento, inflamações e pequenas lesões, que facilitam a entrada de bactérias.
Felizmente, aqui no Hospital de Amor, nós utilizamos mais o álcool em gel. No HA, o uso do álcool em gel é monitorado, assim como a quantidade de produto utilizado, garantindo a segurança de pacientes e profissionais. Também são feitas estimativas com base nos números de infecções hospitalares.
Sabemos que infecções hospitalares têm múltiplas causas, e a higienização das mãos é apenas uma das medidas. Por isso, é necessário seguir uma série de medidas protetivas para não colocar o paciente e o profissional em risco.
Contudo, um dos indicadores para medirmos o nível de higiene dentro do ambiente hospitalar, é pela transmissão de bactérias. Então, se identificamos uma determinada bactéria em um paciente e, depois de um tempo, identificamos em outro, e assim sucessivamente, é porque essas bactérias estão sendo transmitidas.
Quando os profissionais fazem a admissão no hospital, eles realizam uma integração e são treinados. Eles não fazem apenas um treinamento sobre a importância da higiene das mãos, mas também, de boas práticas para evitar as infecções, de uma maneira geral. Para reforçarmos ainda mais essa importância, é necessário que todos estejam engajados, pois não é fácil lembrar de todos os momentos adequados para higienização. Por isso, é importante que um profissional lembre ou alerte o outro.
Além disso, para que o profissional tenha condições de fazer a higienização das mãos, é muito importante que o estabelecimento forneça condições adequadas para ele. Então, é necessário um álcool em gel de boa qualidade e que esteja disponível facilmente; um sabonete de boa qualidade; uma pia próxima ao atendimento do paciente; um papel toalha que seja bom; e outros tipos de insumo que são importantes para o atendimento ao paciente.
Os pacientes, por estarem em situação de vulnerabilidade, muitas vezes sentem-se inseguros ao pedir que um profissional higienize as mãos.
Por isso, é importante envolvê-los, junto com os familiares, nesse cuidado. Para isso, são utilizadas as seguintes estratégias: cartazes que chamem a atenção; disponibilização do álcool em gel; e orientações antes das visitas.
Além disso, acompanhantes com sintomas de doenças transmissíveis são orientados a evitar a visita ao hospital, prevenindo riscos aos pacientes.
Na minha opinião, o principal aprendizado da pandemia de COVID-19 foi perceber que não estamos preparados para enfrentar outra situação dessa magnitude.
Atualmente, estamos enfrentando uma epidemia de influenza, a gripe. Estamos tendo caso de pacientes internados com gripe; casos de óbitos e, em outros casos, pacientes indo para ventilação mecânica; e quando vamos ver, esses pacientes não foram vacinados, apesar da campanha realizada pelo Ministério da Saúde. O objetivo era vacinar 90% da população em risco, que inclui os pacientes com câncer, talvez a gente não tenha vacinado 60%.
Infelizmente, a COVID-19 deixou pouco legado para as pessoas, em termos de prevenção, higienização e consciência sobre os riscos de transmissão. Os hospitais também não estão preparados, se tivermos outra pandemia, vai ser um caos novamente.
Então, infelizmente, não acredito que a pandemia da COVID-19 tenha deixado um legado duradouro e positivo nesse aspecto.
Na unidade Infantojuvenil do Hospital de Amor, a conscientização sobre a importância da higienização das mãos, com álcool em gel e sabão (nos momentos apropriados), aconteceu por meio de brincadeiras e dinâmicas. Influenciada pelo Aliança Amarte – projeto idealizado pelo Hospital de Amor junto ao St. Jude Children´s Research Hospital – a médica infectologista do HA Infantojuvenil, em Barretos (SP), Dra. Seila Prado, desenvolveu, junto à equipe multidisciplinar da instituição e ao Instituto Sociocultural do HA, ações lúdicas para trabalhar essa atividade com os pacientes e acompanhantes.
Envolver os pacientes e seus familiares no processo de educação é uma estratégia que vem ganhando reconhecimento nos últimos anos. De acordo com a Dra. Seila Prado, “ao convidarmos as crianças para participarem da campanha da higienização das mãos, esperamos que elas estimulem os profissionais de saúde a higienizarem cada vez mais as mãos, para que assim consigamos reduzir as taxas de infecção relacionadas à assistência à saúde”, relata ela.
Na ocasião, o professor da oficina de desenho do Instituto Sociocultural, Bruno Freire, foi convidado a desenvolver um livro sobre a higiene das mãos para os pacientes e acompanhantes. Intitulado Clube das Mãos Limpas, o livro traz desenhos para colorir, caça-palavras e outras brincadeiras educativas. Essa atividade foi viabilizada pela Lei Rouanet – PRONAC e desenvolvida pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Sociocultural do Hospital de Amor.
Para o professor de desenho, contribuir com esse projeto foi uma oportunidade incrível. “No começo, fiquei pensando como iria ser essa história e como eu iria criá-la, mas acho que o resultado ficou bem satisfatório. As crianças têm essa consciência de questionar, às vezes até o próprio médico, se ele está com as mãos limpas e, depois desse trabalho, comecei a levar essa informação para as crianças durante as aulas, que é algo muito importante mesmo”, destacou o professor de desenho.
Além disso, também foi desenvolvido um concurso de desenho com o tema “Higiene das Mãos”. Os participantes foram divididos em três categorias:
A escolha das crianças vencedoras foi feita por meio de votação dos colaboradores do HA. E, para deixar essa atividade ainda mais especial, os desenhos mais votados receberam presentes especiais como forma de reconhecimento e incentivo.
Assim, todos entendemos que a maneira mais importante para prevenirmos infecções hospitalares ou a transmissão de vírus é começando pela medida mais simples: higienizando as mãos.
O que é o amor para você? Para os pacientes paliativos do Hospital de Amor é o respeito, o carinho, o cuidado, a atenção e outros afetos que, juntos, se resumem em humanização, um dos pilares mais importantes da instituição.
“A vida é linda e precisa ser vivida da melhor forma possível. Se entregue, tenha fé e coragem, ame tudo o que está a sua volta e agradeça sempre a Deus, porque a vida é maravilhosa.” Esse foi o conselho dado por Georgina Miranda, de 73 anos, no último dia 30 de junho, após um delicioso almoço no Pesqueiro Recanto do Peixe, em Barretos (SP).
Ela é natural de Três Corações (MG) e descobriu um tumor aos 68 anos, após alguns dias com dores e pontadas na região pélvica. Desde então, a mineira faz fazendo tratamento no HA e, assim como outros pacientes, nos mostra que conviver com quem está em cuidado paliativo, é levar para a vida diversos ensinamentos.
Antes da sua aposentadoria, Georgina trabalhou em comércio e teve dois filhos. Aos 56 anos, ficou viúva e, de acordo com ela, “despirocou”. O seu marido nunca gostou de tatuagens e ela sempre respeitou, porém, após o falecimento do companheiro, ela resolveu fazer coisas novas e uma dessas foi se tatuar. Ela se tornou ‘cobaia’ do filho, que virou tatuador e, a partir daí, começou a se apaixonar pelas tatuagens. Hoje, ela carrega mais de 40 desenhos pelo corpo e uma bagagem de lições da vida.
No Hospital São Judas Tadeu, a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA, os aprendizados são diários. É um lugar onde as pessoas aprendem a ser mais humanas, amorosas, carinhosas e gratas! Após dois anos de pandemia, as atividades ao ar livre da unidade retornaram e o destino escolhido foi o Pesqueiro Recanto do Peixe. Além das atividades recreativas, houve também muita música com o musicista terapeuta da unidade, lanches, bebidas, pescaria e muitas risadas.
O proprietário do pesqueiro, João Luiz dos Santos, afirma que fica contente ao contribuir com esses momentos únicos, além disso, relata que “é bom proporcionar um dia mais feliz para as pessoas, pois ajudar o próximo faz bem para a alma e para o coração.” O estabelecimento já tem uma parceria com a instituição há seis anos e ambos acreditam na mesma causa: o amor, a humanização e o carinho com o outro.
O objetivo da unidade de cuidados paliativos da HA é dar vida aos dias dos pacientes, é acolher e cuidar, não só do paciente, mas de toda a família. É devolver sorrisos, criar histórias, proporcionar novos momentos, aprender e ensinar todos os dias o verdadeiro sentido de amar. Para a médica especialista em tratamento paliativo, Dra. Alice de Paula, o passeio tem um grande impacto na qualidade do tratamento e no controle de sintomas do paciente, além de ajudar na ansiedade dos familiares. “É um momento não só de prazer e relaxamento, mas também da diminuição da angústia e do medo. Essas são ocasiões que possibilitam os pacientes e os familiares a esquecerem o momento que estão lidando”, finalizou.