Recentemente, a cantora Preta Gil assustou seus fãs devido as suas internações causadas por causa do seu tratamento de câncer colorretal. O caso de Preta se assemelha a diversas pessoas abaixo de 50 anos que receberam o diagnóstico da doença, cada vez mais comum no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025, serão diagnosticados 45.630 novos casos de câncer colorretal.
Segundo a médica endoscopista do Hospital de Amor Lagarto, Dra. Kelly Menezio Giardina, “o câncer do intestino se refere às neoplasias (cânceres) que ocorrem no intestino grosso (o cólon) e o reto. A profissional explica que, inicialmente, câncer se refere a uma célula que tem um crescimento (e multiplicação) desordenada, e sem fatores de contenção. Dividindo-se rapidamente, estas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos e órgãos vizinhos, até distantes da origem do tumor (metástases). Pode acontecer em qualquer órgão do corpo humano. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente (quando ainda não se espalhou para outros órgãos).
Câncer colorretal: um mal que vem crescendo
Dados da Globocan, de 2022, revelam que a Ásia (531 mil novos casos) foi o primeiro continente em estimativas de novos casos de câncer colorretal, seguido da Europa, a seguir América do Norte e, enfim, América Latina (96 mil novos casos). O Brasil foi responsável por 41.000 novos casos para o mesmo ano. A maioria dos casos de câncer são diagnosticados em fase avançada, quando o índice de cura é mais baixo. Em estados mais carentes, a doença é diagnosticada quando os sintomas são de obstrução de cólon ou por sintomas das metástases, ou seja, com a possibilidade de cura mais ainda reduzida.
Dra. Kelly reforça que é importante saber que, em estágios iniciais, a doença pode ser silenciosa e assintomática. Os primeiros sintomas, que já não são mais precoces, são alterações recorrentes no hábito intestinal, fraqueza e perda de peso sem causa aparente. Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, são importantes sinais de alerta.
Segundo a médica, este tipo de câncer é um dos principais tumores que existe realmente prevenção. “Prevenir é diagnosticar uma lesão que ainda não é câncer, e tratá-la (ressecar) antes que se desenvolva em câncer avançado. Isso significa fazer diagnóstico precoce”. Kelly reforça que o diagnóstico precoce é um dos maiores aliados, não só contra o câncer colorretal, mas contra muitas outras doenças.
Pessoas entre 45 e 75 anos (sem outros fatores de risco) devem realizar anualmente o exame de Pesquisa Imunológica de Sangue Oculto nas Fezes (FIT) e, a cada 10 anos, a colonoscopia. “Já quem tem histórico familiar de câncer colorretal ou polipose adenomatosa deve ser acompanhado em rastreamento sistemático, por colonoscopia,10 anos antes da idade na qual foi acometido o familiar”, diz a especialista.
Maus hábitos e a genética podem ser fatores de risco
De acordo com a especialista, a incidência do câncer colorretal está relacionada ao índice de desenvolvimento humano (IDH) mais alto como o de países da Europa, América do Norte, Nova Zelândia, onde é observado que o comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool, tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, aumentam o risco e exposição a fatores oncogênicos (fatores que desenvolvem o câncer). “No Brasil, temos diferentes índices (IDH) e quanto mais baixos, como da região Norte (Acre, Amapá, Roraima), essa doença cai para a quarta posição. Outros fatores de risco estão associados às condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica, histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações.
Uma doença que vem ganhando ‘holofotes’
“Estamos vendo um claro aumento do câncer colorretal em pessoas mais jovens. Assim como a ocidentalização dos hábitos alimentares e estilos de vida têm exposto homens e mulheres a fatores carcinogênicos (que desenvolvem câncer)”, explica a médica. Embora o câncer colorretal ainda seja mais comum em pessoas com 60 anos ou mais, o câncer é mais agressivo em pessoas mais jovens. Por isso, segundo Dra. Kelly, os protocolos americanos (e é uma tendência mundial) recomendam que exames de prevenção (colonoscopia) sejam realizados a partir dos 45 anos.
Hospital de Amor é pioneiro no rastreamento
Para Kelly, “Barretos é pioneiro em pesquisas sobre câncer e estudos realizados que mostram que a incidência e mortalidade em Barretos e no interior de São Paulo, está aumentando, em especial, câncer colorretal e de mama, bastante relacionados a estilo de vida (obesidade, tabagismo e sedentarismo).
Ela diz que os estudos do HA tentam apontar quais são só fatores mais próximos à nossa população, que seriam indicativos de riscos aumentados a desenvolver esse câncer, e como é possível identificar precocemente (rastrear), por meio de exames clínicos pouco invasivos (detecção de fatores encontrados nas fezes), indicando a necessidades desses pacientes de serem submetidos a exames mais invasivos, como a colonoscopia. “Dentre exames mais invasivos, o hospital oferece uma rede complexa e ampla deles, assim como de tratamento, tanto por meio de procedimentos minimamente invasivos como até de cirurgias robóticas, para tratar a doença já instalada”, finaliza Kelly.
Para o médico cirurgião e diretor científico do IRCAD América Latina, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, quando uma pessoa famosa divulga o diagnóstico de câncer por meio das redes sociais, o fato é muito noticiado, o que contribui para divulgar mais sobre a importância da prevenção. “Interessante destacar que os principais motivos que nos levam a ter esse tipo de câncer, seriam hábitos alimentares errados”, reforçou.
Tratamento e uso da bolsa de colostomia
Segundo Romagnolo, o Hospital de Amor se destaca por oferecer todos os possíveis tratamentos para este tipo de câncer, desde radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “No caso de radioterapia, é utilizado aparelhos que tratam especificamente o local da doença com planejamento específico; na quimioterapia, temos a possibilidade de várias linhas de tratamento, até imunoterapia. Já na cirurgia, desde tratamentos convencionais, mas na grande maioria (no caso, 85%), com técnicas minimamente invasivas, incluído a plataforma robótica com mais de 300 casos operados por ano. E com isso, temos uma recuperação mais rápida e retorno das atividades mais precoces dos pacientes.” diz o especialista.
No caso da necessidade de remoção de parte do intestino devido à doença, alguns pacientes precisam utilizar a bolsa de colostomia. Dr. Romagnolo explica que “a bolsa é uma parte do intestino – que pode ser o intestino grosso (colostomia) ou o intestino delgado (ileostomia) – que em alguns casos é necessária para realizar um desvio do trânsito intestinal e ela fica acoplada, ou melhor, fixada na pele do abdome. Assim, as fezes saem através dele e o paciente utiliza uma bolsa coletora colada. Como se fosse um cano que fica exposto e tem uma bolsa coletora colada para reservar o material”.
“Todo paciente que for realizar um procedimento que envolve o colón ou o reto deve ser orientado sobre a possibilidade de usar a bolsa de colostomia, entretanto, têm aqueles casos em que o paciente necessariamente precisa dessa indicação. Deve-se conversar muito com o cirurgião sobre a indicação precisa”, diz Dr. Luís, que esclarece que a bolsa pode ser utilizada em casos de urgências em que envolve lesão no intestino, como traumas, perfurações, infeções etc.
Romagnolo revela que há casos em que depois da confecção da bolsa não é mais possível realizar a junção do intestino, ou porque o paciente não tem condições clínicas de um novo procedimento – porque qualquer procedimento tem seus riscos – ou também pelo fato de não ter mais condições de junção devido ao fato de não existir mais aquele tecido de junção que foi retirado. “Nos casos em que tem que ser realizado a amputação do ânus, não é possível realizar a reconstrução, e nesses casos a bolsa é definitiva”, diz o médico cirurgião.
Cuidados com a bolsa
Os riscos de ter a bolsa são os de cuidados pós-operatórios, como a necessidade de realizar limpeza e manter a higiene, em casos de ileostomia, desidratação e dermatite na pele, segundo o Dr. Luís. “Nos casos dos benefícios, são aqueles em que o paciente necessita ter colocada a bolsa na obstrução intestinal e, nesses casos, a confecção da bolsa salva a vida do paciente. Os cuidados que os pacientes precisam ter são os básicos de higiene, limpeza e acoplamento da bolsa para evitar dermatite”, diz Dr. Luís, que explica que atualmente existem vários tipos de bolsa para cada tipo de abdome.
Segundo o Dr. Luís, existem muitas pesquisas e inovações sendo realizadas, desde novos medicamentos, como a imunoterapia, como também o uso das plataformas robóticas para o tratamento. “O Hospital de Amor está sempre em busca de novos tratamentos com o intuito de dar o melhor aos seus pacientes”, finaliza.
Reconhecido como o maior centro oncológico da América Latina, o Hospital de Amor fortalece ainda mais o seu papel pioneiro no cenário médico do país. Ao unir humanização e tecnologia, a instituição reforça seus pilares diante de uma nova conquista: a disponibilização de cirurgias torácicas com auxílio de robôs aos seus pacientes, gratuitamente.
Desde 2014, o HA já oferece cirurgia minimamente invasiva robótica, quando foi o primeiro centro do interior de SP a disponibilizar este tipo de procedimento via Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o médico cirurgião do hospital, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, esse tipo de procedimento é uma melhor opção para o paciente. “Com essa tecnologia, conseguimos contribuir com um melhor resultado estético, menos dor e desconforto durante o pós-operatório, menos riscos de infecções na ferida operatória e menos chances de hérnias incisionais a curto e médio prazo”, afirmou.
A iniciativa inovadora foi idealizada pelo grupo de cirurgiões do departamento de cirurgia torácica oncológica do HA, formado pelos médicos Dr. Wilson Chubassi de Aveiro, Dr. Maurício Cusmanich, Dr. Rachid Eduardo Noleto da Nóbrega Oliveira e o chefe do departamento, Dr. José Elias Abrão Miziara.
Neste mês de agosto, a instituição completou 1.500 cirurgias robóticas, algo expressivo, considerando que todos os procedimentos são gratuitos. Segundo Romagnolo, os pacientes que realizam tratamento de neoplasia no pulmão poderão ser beneficiados com o procedimento. “A data do lançamento da cirurgia torácica no Hospital de Amor ocorreu em agosto por ser o mês de conscientização e prevenção do câncer de pulmão, doença que na maior parte das vezes é silenciosa e que pode ser fatal. As cirurgias serão executadas exclusivamente nos pacientes que tratam neoplasias de pulmão na instituição”, finalizou.
Câncer de pulmão
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre homens e o quarto entre as mulheres no país, com a estimativa de mais de 30 mil novos casos por ano. O estudo epidemiológico intitulado “Neoplasias malignas nas 18 cidades pertencentes à regional de saúde de Barretos, São Paulo: A importância de um Registro de Câncer de Base Populacional”, realizado pelo HA, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), avaliou a incidência, mortalidade e sobrevida dos indivíduos com câncer de pulmão em Barretos (SP) e em 17 cidades pertencentes à sua regional de saúde ao longo de 15 anos (2002-2016). Durante o período, foram diagnosticados 1.116 novos casos deste tipo de tumor, dos quais, 695 foram em homens e 421 em mulheres, apresentando uma taxa de incidência de 15,1 para cada 100.00 mil habitantes. De acordo com o mesmo estudo, a taxa de mortalidade foi de 13,6 para cada 100,00 mil habitantes, contabilizando 1.016 mortes pela doença, sendo 634 em homens e 382 em mulheres. O trabalho mostrou também que a taxa de sobrevida para câncer de pulmão em 5 anos foi de 5,8%.
Referência mundial em oncologia, o Hospital de Amor dá mais um passo de pioneirismo ao lançar sua própria iniciativa de fomento e conexão de projetos inovadores, voltados à saúde pública: o hub Harena Inovação. O intuito do projeto é viabilizar conexões entre os diversos agentes dos setores relacionados à área. O Harena, que já conta com o apoio do InovaBra, do banco Bradesco, possibilitará facilidade e agilidade nas ações estratégicas de empreendedorismo, ao conectar ideias, pessoas, startups e instituições.
De acordo com o diretor de desenvolvimento institucional do Hospital de Amor, Dr. Henrique Moraes Prata, esse movimento será um marco transformador na área de saúde do país. “Além do Bradesco, já estão firmadas outras importantes parcerias institucionais, que poderão contribuir neste ecossistema de forma ativa ao prospectar e desenvolver a criação e doação de projetos e soluções próprias, ou mesmo de colaboração, como a do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae/SP (um dos principais agentes atuantes no incentivo e mapeamento do empreendedorismo no país); o SmartAmor (laboratório de inovação do Hospital de Amor, focado em projetos no âmbito institucional); e o IRCAD América Latina (maior centro de treinamento em cirurgia minimamente invasiva do continente, gerido pelo HA, que conta uma estrutura de ponta)”, afirma.
Segundo o diretor do departamento de inovação do HA e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, contar com estes apoios será essencial para o sucesso do projeto. “Em nossa região, não tínhamos nenhum hub com foco em saúde pública. Agora, poderemos oferecer essa inovação para o Brasil”, comemora.
Para a diretora administrativa do Harena, Gabriela Pacheco, o Harena abrirá as portas da instituição para todo o Ecossistema de Inovação, posicionando definitivamente o Hospital e o sistema de saúde de frente para o futuro. “Através de parcerias e cooperações, o hub tem por objetivo proporcionar soluções inovadoras que possam ser aplicadas diretamente no sistema de saúde, considerando a ampla atuação da Fundação Pio XII no cenário. As startups conectadas ao Harena Inovação poderão se relacionar a grande rede de parceiros do Hospital”, contou.
A iniciativa também incluirá o programa Healthtech Barretos para startups, realizado pelo escritório regional do Sebrae, em Barretos/SP, que já está com inscrições abertas através do site contato.sebraesp.com.br/healthtech/. Essa parceria só foi possível graças ao envolvimento e o apoio de pessoas como o diretor-superintendente do SEBRAE/SP, Wilson Poit; a prefeita do município, Paula Lemos; e O Líder de Soluções Digitais de GE Healthcare para América Latina, Leonardo Gross.
Compartilhando espaços e ideias
Além da possibilidade de integração de projetos, o Harena Inovação traz também um outro diferencial: um espaço para coworking (localizado nas instalações do IRCAD América Latina, em Barretos/SP), para os profissionais que representam os mais variados segmentos, possibilitando diversas trocas de experiências e expansão de redes de contatos, além de mentorias nas esferas de comunicação, contabilidade e jurídica. A nova área também terá integrada em si um setor estratégico para o Hospital de Amor, responsável pela gestão de eventos e viagens corporativas.
Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.
Recentemente, a cantora Preta Gil assustou seus fãs devido as suas internações causadas por causa do seu tratamento de câncer colorretal. O caso de Preta se assemelha a diversas pessoas abaixo de 50 anos que receberam o diagnóstico da doença, cada vez mais comum no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025, serão diagnosticados 45.630 novos casos de câncer colorretal.
Segundo a médica endoscopista do Hospital de Amor Lagarto, Dra. Kelly Menezio Giardina, “o câncer do intestino se refere às neoplasias (cânceres) que ocorrem no intestino grosso (o cólon) e o reto. A profissional explica que, inicialmente, câncer se refere a uma célula que tem um crescimento (e multiplicação) desordenada, e sem fatores de contenção. Dividindo-se rapidamente, estas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos e órgãos vizinhos, até distantes da origem do tumor (metástases). Pode acontecer em qualquer órgão do corpo humano. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente (quando ainda não se espalhou para outros órgãos).
Câncer colorretal: um mal que vem crescendo
Dados da Globocan, de 2022, revelam que a Ásia (531 mil novos casos) foi o primeiro continente em estimativas de novos casos de câncer colorretal, seguido da Europa, a seguir América do Norte e, enfim, América Latina (96 mil novos casos). O Brasil foi responsável por 41.000 novos casos para o mesmo ano. A maioria dos casos de câncer são diagnosticados em fase avançada, quando o índice de cura é mais baixo. Em estados mais carentes, a doença é diagnosticada quando os sintomas são de obstrução de cólon ou por sintomas das metástases, ou seja, com a possibilidade de cura mais ainda reduzida.
Dra. Kelly reforça que é importante saber que, em estágios iniciais, a doença pode ser silenciosa e assintomática. Os primeiros sintomas, que já não são mais precoces, são alterações recorrentes no hábito intestinal, fraqueza e perda de peso sem causa aparente. Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, são importantes sinais de alerta.
Segundo a médica, este tipo de câncer é um dos principais tumores que existe realmente prevenção. “Prevenir é diagnosticar uma lesão que ainda não é câncer, e tratá-la (ressecar) antes que se desenvolva em câncer avançado. Isso significa fazer diagnóstico precoce”. Kelly reforça que o diagnóstico precoce é um dos maiores aliados, não só contra o câncer colorretal, mas contra muitas outras doenças.
Pessoas entre 45 e 75 anos (sem outros fatores de risco) devem realizar anualmente o exame de Pesquisa Imunológica de Sangue Oculto nas Fezes (FIT) e, a cada 10 anos, a colonoscopia. “Já quem tem histórico familiar de câncer colorretal ou polipose adenomatosa deve ser acompanhado em rastreamento sistemático, por colonoscopia,10 anos antes da idade na qual foi acometido o familiar”, diz a especialista.
Maus hábitos e a genética podem ser fatores de risco
De acordo com a especialista, a incidência do câncer colorretal está relacionada ao índice de desenvolvimento humano (IDH) mais alto como o de países da Europa, América do Norte, Nova Zelândia, onde é observado que o comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool, tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, aumentam o risco e exposição a fatores oncogênicos (fatores que desenvolvem o câncer). “No Brasil, temos diferentes índices (IDH) e quanto mais baixos, como da região Norte (Acre, Amapá, Roraima), essa doença cai para a quarta posição. Outros fatores de risco estão associados às condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica, histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações.
Uma doença que vem ganhando ‘holofotes’
“Estamos vendo um claro aumento do câncer colorretal em pessoas mais jovens. Assim como a ocidentalização dos hábitos alimentares e estilos de vida têm exposto homens e mulheres a fatores carcinogênicos (que desenvolvem câncer)”, explica a médica. Embora o câncer colorretal ainda seja mais comum em pessoas com 60 anos ou mais, o câncer é mais agressivo em pessoas mais jovens. Por isso, segundo Dra. Kelly, os protocolos americanos (e é uma tendência mundial) recomendam que exames de prevenção (colonoscopia) sejam realizados a partir dos 45 anos.
Hospital de Amor é pioneiro no rastreamento
Para Kelly, “Barretos é pioneiro em pesquisas sobre câncer e estudos realizados que mostram que a incidência e mortalidade em Barretos e no interior de São Paulo, está aumentando, em especial, câncer colorretal e de mama, bastante relacionados a estilo de vida (obesidade, tabagismo e sedentarismo).
Ela diz que os estudos do HA tentam apontar quais são só fatores mais próximos à nossa população, que seriam indicativos de riscos aumentados a desenvolver esse câncer, e como é possível identificar precocemente (rastrear), por meio de exames clínicos pouco invasivos (detecção de fatores encontrados nas fezes), indicando a necessidades desses pacientes de serem submetidos a exames mais invasivos, como a colonoscopia. “Dentre exames mais invasivos, o hospital oferece uma rede complexa e ampla deles, assim como de tratamento, tanto por meio de procedimentos minimamente invasivos como até de cirurgias robóticas, para tratar a doença já instalada”, finaliza Kelly.
Para o médico cirurgião e diretor científico do IRCAD América Latina, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, quando uma pessoa famosa divulga o diagnóstico de câncer por meio das redes sociais, o fato é muito noticiado, o que contribui para divulgar mais sobre a importância da prevenção. “Interessante destacar que os principais motivos que nos levam a ter esse tipo de câncer, seriam hábitos alimentares errados”, reforçou.
Tratamento e uso da bolsa de colostomia
Segundo Romagnolo, o Hospital de Amor se destaca por oferecer todos os possíveis tratamentos para este tipo de câncer, desde radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “No caso de radioterapia, é utilizado aparelhos que tratam especificamente o local da doença com planejamento específico; na quimioterapia, temos a possibilidade de várias linhas de tratamento, até imunoterapia. Já na cirurgia, desde tratamentos convencionais, mas na grande maioria (no caso, 85%), com técnicas minimamente invasivas, incluído a plataforma robótica com mais de 300 casos operados por ano. E com isso, temos uma recuperação mais rápida e retorno das atividades mais precoces dos pacientes.” diz o especialista.
No caso da necessidade de remoção de parte do intestino devido à doença, alguns pacientes precisam utilizar a bolsa de colostomia. Dr. Romagnolo explica que “a bolsa é uma parte do intestino – que pode ser o intestino grosso (colostomia) ou o intestino delgado (ileostomia) – que em alguns casos é necessária para realizar um desvio do trânsito intestinal e ela fica acoplada, ou melhor, fixada na pele do abdome. Assim, as fezes saem através dele e o paciente utiliza uma bolsa coletora colada. Como se fosse um cano que fica exposto e tem uma bolsa coletora colada para reservar o material”.
“Todo paciente que for realizar um procedimento que envolve o colón ou o reto deve ser orientado sobre a possibilidade de usar a bolsa de colostomia, entretanto, têm aqueles casos em que o paciente necessariamente precisa dessa indicação. Deve-se conversar muito com o cirurgião sobre a indicação precisa”, diz Dr. Luís, que esclarece que a bolsa pode ser utilizada em casos de urgências em que envolve lesão no intestino, como traumas, perfurações, infeções etc.
Romagnolo revela que há casos em que depois da confecção da bolsa não é mais possível realizar a junção do intestino, ou porque o paciente não tem condições clínicas de um novo procedimento – porque qualquer procedimento tem seus riscos – ou também pelo fato de não ter mais condições de junção devido ao fato de não existir mais aquele tecido de junção que foi retirado. “Nos casos em que tem que ser realizado a amputação do ânus, não é possível realizar a reconstrução, e nesses casos a bolsa é definitiva”, diz o médico cirurgião.
Cuidados com a bolsa
Os riscos de ter a bolsa são os de cuidados pós-operatórios, como a necessidade de realizar limpeza e manter a higiene, em casos de ileostomia, desidratação e dermatite na pele, segundo o Dr. Luís. “Nos casos dos benefícios, são aqueles em que o paciente necessita ter colocada a bolsa na obstrução intestinal e, nesses casos, a confecção da bolsa salva a vida do paciente. Os cuidados que os pacientes precisam ter são os básicos de higiene, limpeza e acoplamento da bolsa para evitar dermatite”, diz Dr. Luís, que explica que atualmente existem vários tipos de bolsa para cada tipo de abdome.
Segundo o Dr. Luís, existem muitas pesquisas e inovações sendo realizadas, desde novos medicamentos, como a imunoterapia, como também o uso das plataformas robóticas para o tratamento. “O Hospital de Amor está sempre em busca de novos tratamentos com o intuito de dar o melhor aos seus pacientes”, finaliza.
Reconhecido como o maior centro oncológico da América Latina, o Hospital de Amor fortalece ainda mais o seu papel pioneiro no cenário médico do país. Ao unir humanização e tecnologia, a instituição reforça seus pilares diante de uma nova conquista: a disponibilização de cirurgias torácicas com auxílio de robôs aos seus pacientes, gratuitamente.
Desde 2014, o HA já oferece cirurgia minimamente invasiva robótica, quando foi o primeiro centro do interior de SP a disponibilizar este tipo de procedimento via Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o médico cirurgião do hospital, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, esse tipo de procedimento é uma melhor opção para o paciente. “Com essa tecnologia, conseguimos contribuir com um melhor resultado estético, menos dor e desconforto durante o pós-operatório, menos riscos de infecções na ferida operatória e menos chances de hérnias incisionais a curto e médio prazo”, afirmou.
A iniciativa inovadora foi idealizada pelo grupo de cirurgiões do departamento de cirurgia torácica oncológica do HA, formado pelos médicos Dr. Wilson Chubassi de Aveiro, Dr. Maurício Cusmanich, Dr. Rachid Eduardo Noleto da Nóbrega Oliveira e o chefe do departamento, Dr. José Elias Abrão Miziara.
Neste mês de agosto, a instituição completou 1.500 cirurgias robóticas, algo expressivo, considerando que todos os procedimentos são gratuitos. Segundo Romagnolo, os pacientes que realizam tratamento de neoplasia no pulmão poderão ser beneficiados com o procedimento. “A data do lançamento da cirurgia torácica no Hospital de Amor ocorreu em agosto por ser o mês de conscientização e prevenção do câncer de pulmão, doença que na maior parte das vezes é silenciosa e que pode ser fatal. As cirurgias serão executadas exclusivamente nos pacientes que tratam neoplasias de pulmão na instituição”, finalizou.
Câncer de pulmão
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre homens e o quarto entre as mulheres no país, com a estimativa de mais de 30 mil novos casos por ano. O estudo epidemiológico intitulado “Neoplasias malignas nas 18 cidades pertencentes à regional de saúde de Barretos, São Paulo: A importância de um Registro de Câncer de Base Populacional”, realizado pelo HA, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), avaliou a incidência, mortalidade e sobrevida dos indivíduos com câncer de pulmão em Barretos (SP) e em 17 cidades pertencentes à sua regional de saúde ao longo de 15 anos (2002-2016). Durante o período, foram diagnosticados 1.116 novos casos deste tipo de tumor, dos quais, 695 foram em homens e 421 em mulheres, apresentando uma taxa de incidência de 15,1 para cada 100.00 mil habitantes. De acordo com o mesmo estudo, a taxa de mortalidade foi de 13,6 para cada 100,00 mil habitantes, contabilizando 1.016 mortes pela doença, sendo 634 em homens e 382 em mulheres. O trabalho mostrou também que a taxa de sobrevida para câncer de pulmão em 5 anos foi de 5,8%.
Referência mundial em oncologia, o Hospital de Amor dá mais um passo de pioneirismo ao lançar sua própria iniciativa de fomento e conexão de projetos inovadores, voltados à saúde pública: o hub Harena Inovação. O intuito do projeto é viabilizar conexões entre os diversos agentes dos setores relacionados à área. O Harena, que já conta com o apoio do InovaBra, do banco Bradesco, possibilitará facilidade e agilidade nas ações estratégicas de empreendedorismo, ao conectar ideias, pessoas, startups e instituições.
De acordo com o diretor de desenvolvimento institucional do Hospital de Amor, Dr. Henrique Moraes Prata, esse movimento será um marco transformador na área de saúde do país. “Além do Bradesco, já estão firmadas outras importantes parcerias institucionais, que poderão contribuir neste ecossistema de forma ativa ao prospectar e desenvolver a criação e doação de projetos e soluções próprias, ou mesmo de colaboração, como a do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae/SP (um dos principais agentes atuantes no incentivo e mapeamento do empreendedorismo no país); o SmartAmor (laboratório de inovação do Hospital de Amor, focado em projetos no âmbito institucional); e o IRCAD América Latina (maior centro de treinamento em cirurgia minimamente invasiva do continente, gerido pelo HA, que conta uma estrutura de ponta)”, afirma.
Segundo o diretor do departamento de inovação do HA e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, contar com estes apoios será essencial para o sucesso do projeto. “Em nossa região, não tínhamos nenhum hub com foco em saúde pública. Agora, poderemos oferecer essa inovação para o Brasil”, comemora.
Para a diretora administrativa do Harena, Gabriela Pacheco, o Harena abrirá as portas da instituição para todo o Ecossistema de Inovação, posicionando definitivamente o Hospital e o sistema de saúde de frente para o futuro. “Através de parcerias e cooperações, o hub tem por objetivo proporcionar soluções inovadoras que possam ser aplicadas diretamente no sistema de saúde, considerando a ampla atuação da Fundação Pio XII no cenário. As startups conectadas ao Harena Inovação poderão se relacionar a grande rede de parceiros do Hospital”, contou.
A iniciativa também incluirá o programa Healthtech Barretos para startups, realizado pelo escritório regional do Sebrae, em Barretos/SP, que já está com inscrições abertas através do site contato.sebraesp.com.br/healthtech/. Essa parceria só foi possível graças ao envolvimento e o apoio de pessoas como o diretor-superintendente do SEBRAE/SP, Wilson Poit; a prefeita do município, Paula Lemos; e O Líder de Soluções Digitais de GE Healthcare para América Latina, Leonardo Gross.
Compartilhando espaços e ideias
Além da possibilidade de integração de projetos, o Harena Inovação traz também um outro diferencial: um espaço para coworking (localizado nas instalações do IRCAD América Latina, em Barretos/SP), para os profissionais que representam os mais variados segmentos, possibilitando diversas trocas de experiências e expansão de redes de contatos, além de mentorias nas esferas de comunicação, contabilidade e jurídica. A nova área também terá integrada em si um setor estratégico para o Hospital de Amor, responsável pela gestão de eventos e viagens corporativas.
Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.