“Perder um membro não é perder seu valor, é apenas trocar uma parte do seu corpo por uma nova chance de continuar”, declara Gabriele Cecília dos Santos, 14 anos, paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil.
Com esse depoimento, iniciamos este texto para falar sobre o mês de abril, considerado o “Mês da Conscientização da Amputação”, cujo objetivo é alertar a população sobre a prevenção e o tratamento da condição, além de promover a inclusão e o respeito às pessoas amputadas. Gabi, como é carinhosamente chamada, precisou amputar a perna esquerda após a descoberta de um osteossarcoma.
Aos 12 anos, enquanto jogava futebol na escola, Gabi machucou o joelho. Com o passar dos dias, o inchaço aumentava. Começou a investigar o problema em Araçatuba (SP), sua cidade natal, onde recebeu o diagnóstico de osteossarcoma. “Naquele momento em que descobri que estava com câncer, chorei e me senti muito angustiada. Mas, a partir do momento em que entendi que nada se resolveria chorando, criei forças para tudo que estava por vir”, conta Gabi.
Há um ano e meio, a jovem realiza tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP), e passou por uma cirurgia de amputação transfemoral – acima do joelho – que preserva a musculatura e protege o osso, proporcionando melhor sustentação da prótese.
Os tumores mais associados à necessidade de amputação são os sarcomas ósseos, especialmente o osteossarcoma, como no caso de Gabi, e o sarcoma de Ewing, que estão entre os mais prevalentes em crianças e adolescentes, conforme explica o coordenador do Departamento de Ortopedia do HA e ortopedista oncológico, Dr. Silvio Sargentini.
“Sem dúvidas, os tumores musculoesqueléticos são responsáveis por grande parte das amputações em crianças e adolescentes. Porém, o trauma – como acidentes de trânsito, queimaduras, choques elétricos, entre outros – ainda é a principal causa geral de amputações nessa faixa etária no Brasil”, afirma o médico. “Eu sei que câncer e amputação parecem palavras que arrancam partes da gente — e às vezes, elas arrancam mesmo: corpo, rotina, certezas… tudo balança. Mas o que elas nunca vão tirar é quem você é de verdade: sua força, sua luz, sua vontade de viver. Antes de me falarem que eu teria que amputar, Deus me visitou em sonhos, pegou em minhas mãos, me levou a cada canto do hospital para me mostrar que eu podia confiar nele. Isso me fez sentir forte e confiante de que tudo daria certo”, relata Gabi.
Reabilitação
Após 14 dias de cirurgia, Gabi recebeu a liberação para realizar a reabilitação no Centro Especializado em Reabilitação do Hospital de Amor. Após uma avaliação médica, foi estabelecido o plano terapêutico, que incluiu a fisioterapia como explica a fisioterapeuta do HA Infantojuvenil, Deiseane Bonatelli.
“Quando a Gabi iniciou a reabilitação, fizemos uma avaliação e traçamos um plano terapêutico pré-protetização. O foco nessa etapa do tratamento foi ganho de força, preparação do coto com enfaixamento e treino de marcha com muletas. Gabi respondeu muito bem a essa parte da reabilitação e foi encaminhada para a protetização”, explica a fisioterapeuta do HA Infantojuvenil.
Uma nova rotina, um novo método de vida, Gabi precisou se adaptar a nova condição, e a reabilitação, que no começo parecia “sem sentido”, como ela mesmo disse durante a entrevista, teve um papel fundamental para que ela atingisse o seu objetivo final: a protetização. “A reabilitação, no começo parecia uma sequência de exercícios sem sentido, mas com o tempo eu percebi que cada gota de suor era uma motivação para eu poder continuar, e colocar a prótese pela primeira vez foi uma sensação completamente inesquecível. Todas as inseguranças que eu tive eu perdi naquele momento, mas com tudo isso foi bom perceber que com a perna de metal eu continuava 100% sendo eu”, conta Gabi.
Após a protetização veio uma nova etapa na reabilitação. Gabi passou a treinar a marcha com e sem apoio, treino de equilíbrio com a prótese e treino de escada, até conseguir andar sozinha, sem o auxílio de muleta.
Osteosarcoma
Quando falamos de câncer infantojuvenil, estamos falando de uma doença rara. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em média, são registrados 300 mil novos casos ao ano de câncer infantojuvenil ao redor do mundo, sendo que 90% destes vivem em países de baixa e média renda (PBMR).
Segundo o INCA, no Brasil, são diagnosticados cerca de 8 mil casos de câncer ao ano. Ou seja, durante todos os dias do ano, a cada hora, uma criança ou adolescente é diagnosticado. Parece alarmante, no entanto, a incidência do câncer de 0-19 anos corresponde a apenas 3% do total de casos de câncer.
O Hospital de Amor Infantojuvenil diagnostica cerca de, 300 novos casos ao ano, em crianças e adolescentes. Nos últimos cinco anos, o HA Infantojuvenil diagnosticou, aproximadamente, 104 casos de osteosarcoma em crianças e adolescentes. “O osteossarcoma é um tipo de câncer ósseo primário que se origina nas células ósseas chamadas osteoblastos. É um tumor maligno que pode se desenvolver em qualquer osso do corpo, mas é mais comum nos ossos longos, como o fêmur e a tíbia, e é uma doença que acomete predominantemente pacientes na segunda etapa da vida, ou seja, entre 10 e 20 anos de idade”, explica a oncologista pediátrica do HA Infantojuvenil, Dra. Erica Boldrini.
Os principais sintomas para esse tipo de tumor são:
– Dor óssea: dor persistente e intensa em um osso específico, que pode piorar à noite ou com atividade física;
– Inchaço: inchaço ou edema na área afetada, que pode ser acompanhado de vermelhidão e calor;
– Limitação de movimento: dificuldade em mover a articulação ou o membro afetado devido à dor ou ao inchaço e
– Fratura: fratura óssea sem causa aparente ou com trauma mínimo.
Se esses sintomas são comuns em adolescentes, é importante fazer um acompanhamento médico, como explica Dra. Erica. “Se um adolescente apresentar algum desses sintomas, é fundamental procurar avaliação médica para determinar a causa subjacente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente as chances de cura e reduzir a morbidade associada ao osteossarcoma”, declara a oncologista pediátrica.
Os principais tratamentos para o osteosarcoma são a cirurgia, onde é realizada a remoção do tumor e do tecido ósseo afetado e quimioterapia, o uso de medicamentos para matar células cancerígenas. “A cirurgia de amputação é indicada quando não há possibilidade de manter o membro acometido pelo tumor ósseo após sua ressecção completa. Em outras palavras, quando preservar o membro significaria deixar para trás parte do tumor ou não atingir margens cirúrgicas seguras — o que comprometeria a chance de cura e diminuiria as taxas de sobrevida do paciente”, explica o médico ortopedista, Dr. Silvio Sargentini.
Como Gabi disse durante a entrevista, “o conselho que eu posso dar para quem está passando por esse processo de amputação é: não tenha medo de se reinventar, a amputação não é o fim”.
Oficina Ortopédica
O Hospital de Amor vai muito além do tratamento oncológico! A instituição foi pioneira em oferecer reabilitação física, mental, intelectual, auditiva e visual, promover qualidade de vida e autonomia para os pacientes.
Além das unidades de Reabilitação, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), o HA também conta com três unidades nessas localidades da Oficina Ortopédica, que é uma extensão do projeto Bella Vita, que visa reabilitar e ampliar a assistência aos pacientes, amenizando e recuperando-os das sequelas geradas pelo câncer e seu tratamento.
Em 2024, foram confeccionados e dispensados 3.861 dispositivos (órteses e próteses), somando os números nas três unidades: 1.616 dispensados pela unidade de Araguaína (TO), 1.765 dispositivos dispensados pela unidade de Barretos (SP) e 480 dispensados pela unidade de Porto Velho (RO).
As Oficinas Ortopédicas do HA, contam com vários diferenciais, principalmente com a utilização da tecnologia, como explica o coordenador das Oficinas Ortopédicas do HA, Alysson Alvim Campos. “Nós continuamos investindo muito em tecnologias que melhoram muito a manufatura da confecção das próteses. Podemos destacar o nosso robô, que por meio do sistema de digitalização do coto e usinagem robótica, a gente consegue uma maior velocidade na confecção da prótese, através de softwares, que fazem essa confecção, uma modelagem digital, em vez do técnico fazer no molde de gesso, ele faz com o computador, tornando o processo mais rápido e preciso”, explica Alysson.
Mas um fator que é o principal diferencial e que está enraizado no Hospital de Amor, é a humanização. “Eu, que venho de outras instituições, trabalhei em outros lugares, o que eu vejo nos profissionais do HA e das nossas Oficinas Ortopédicas, é diferente. Realmente, não dá para trabalhar nessa instituição se você não está alinhado com o propósito do HA. O que eu percebo com os profissionais, principalmente os das Oficinas Ortopédicas, que estão alinhados com o propósito de fazer essa assistência integral ao paciente. Eu vejo que a dedicação dos colaboradores no sentido de fazer um algo a mais para os pacientes, no que ele pode fazer a mais para contribuir com o paciente”, destaca Alysson.
Em julho de 2023, o Hospital de Amor deu início a um projeto promissor que tinha como ideia principal fazer uso da tecnologia para levar prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele – incluindo o melanoma – para o maior número de pessoas, de forma simples e rápida. Menos de dois anos após o seu início, o ‘Projeto Retrate’ apresenta resultados positivos: identificou cerca de 200 cânceres de pele, sendo 12 deles do tipo melanoma, que apesar de ser menos comum, merece atenção, pois é considerado um tipo mais grave da doença, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (que é disseminação do câncer para outros órgãos) e alto índice de mortalidade quando diagnosticado tardiamente.
Com fomento do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica – PRONON, implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da oncologia, em sua primeira etapa, o projeto instalou, em Barretos (SP), uma cabine fotográfica de autoatendimento, que ficou disponível para a população em tempo integral, de forma 100% gratuita e em local de grande circulação. Além disponibilizar um aplicativo para dispositivos móveis, também de forma gratuita, que possibilita acesso de onde o paciente estiver, com mais privacidade.
Segundo a doutora em Oncologia e uma das pesquisadoras do ‘Projeto Retrate’, a iniciativa representa um avanço concreto para o SUS ao ampliar o acesso da população a consultas especializadas em dermatologia, com agilidade no diagnóstico e início rápido do tratamento. “Iniciativas como essa mostram como a tecnologia e a inovação podem ser aliadas para garantir atendimento de qualidade, especialmente para quem mais precisa. No câncer de pele, em especial para o melanoma, o tempo é decisivo, e oferecer esse cuidado de forma acessível e eficiente pode significar salvar vidas”, ressalta.
Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil foram registrados 28.354 atendimentos relacionados ao câncer de pele do tipo melanoma entre janeiro de 2023 e julho de 2024. O mesmo período registrou mais de 110 mil atendimentos relacionados ao câncer de pele não melanoma, o tipo mais comum de câncer no mundo.
A cabine
A cabine, atualmente instalada no North Shopping Barretos, é composta por diferentes experiências de usuário diferentes, que incluem também levar conhecimento e conscientização de forma autônoma para quem passa pelo local. O lado A tem como objetivo educar a população sobre câncer de pele, fatores de risco, prevenção e como identificá-lo por meio de atividades lúdicas e explicativas com vídeos lúdicos em linguagem de fácil compreensão. O lado B permite que as pessoas usem uma câmera UV para ver como protetor solar funciona e por que é importante, fornecendo amostra de filtro solar e gerando fotos de antes e depois do uso. Na frente, há uma estação com telas sensíveis ao toque e uma câmera de alta resolução onde as pessoas podem preencher um formulário de inscrição, assinar um termo de consentimento informado, responder algumas perguntas e enviar fotos das lesões de pele para serem avaliadas por teledermatologia no Hospital de Amor.
O ‘Projeto Retrate’ conquistou o Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica 2023, na categoria Tecnologias Diagnósticas. Este reconhecimento destaca a contribuição significativa do projeto para o diagnóstico precoce do câncer de pele.
Um trabalho que salva vidas!
Um dos beneficiados pelo projeto do HA, que une pesquisa, inovação e prevenção, é o pequeno Arthur Dourado, de 8 anos. Segundo sua mãe, Juçara Dourado, 44 anos, funcionária pública, de Colina (SP), em julho de 2024, quando ambos estavam realizando um passeio no shopping, em Barretos, ela viu uma oportunidade de sanar uma dúvida que ela estava, pois havia surgido uma pinta que crescia de maneira desproporcional em seu filho.
Juçara tirou uma foto da mancha e enviou via cabine. Após receber o conteúdo, a equipe responsável do Hospital convocou o garoto para exames detalhados, que apontaram o diagnóstico de câncer de pele tipo melanoma, que foi removido um mês depois. “O tratamento, a agilidade em todos os procedimentos me surpreenderam, foram muito rápidos e muito atenciosos com meu filho, e por esse motivo, graças a Deus meu filho está bem. A equipe do hospital que pegou o caso foi fantástica e só tenho a agradecer a Deus por estar no shopping no dia e hora certa, pois caso contrário as coisas não fluiriam tão bem”, conta Juçara.
Prevenção e acesso
A fim de ampliar sua cobertura, o ‘Retrate’ incluiu em suas atividades o oferecimento de capacitações para todos os profissionais de saúde da atenção básica de Barretos (SP), que lidam de forma rotineira com a população. Hoje, as 18 UBS de Barretos contam com profissionais capacitados e equipamentos para realização de exames dermatológicos e envio de fotos de lesões de pele suspeitas para a instituição.
O HA oferece, ainda, a capacitação para profissionais que atuam na área da estética e cuidado corporal do município, entre esteticistas, manicures, podólogos, cabelereiros e tatuadores. Até o momento, cerca de 145 profissionais já foram treinados.
Além dessas abordagens, estão inclusas no escopo a realização de campanhas de busca ativa direcionadas para populações de risco, como comunidades rurais e trabalhadores expostos ao sol da região.
O cirurgião oncológico do HA e pesquisador principal do projeto, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, destaca que a importância primordial do projeto está na educação e no acesso. “Desenvolvemos uma estrutura de ação que nos permite educar a população sobre hábitos saudáveis em relação à exposição solar, além de ensinarmos sobre os sinais e sintomas do câncer de pele, em especial o melanoma. Tudo isso de forma leve e sem a necessidade de deslocamento até uma unidade de saúde especializada, em um primeiro momento”.
Recentemente, a cantora Preta Gil assustou seus fãs devido as suas internações causadas por causa do seu tratamento de câncer colorretal. O caso de Preta se assemelha a diversas pessoas abaixo de 50 anos que receberam o diagnóstico da doença, cada vez mais comum no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025, serão diagnosticados 45.630 novos casos de câncer colorretal.
Segundo a médica endoscopista do Hospital de Amor Lagarto, Dra. Kelly Menezio Giardina, “o câncer do intestino se refere às neoplasias (cânceres) que ocorrem no intestino grosso (o cólon) e o reto. A profissional explica que, inicialmente, câncer se refere a uma célula que tem um crescimento (e multiplicação) desordenada, e sem fatores de contenção. Dividindo-se rapidamente, estas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos e órgãos vizinhos, até distantes da origem do tumor (metástases). Pode acontecer em qualquer órgão do corpo humano. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente (quando ainda não se espalhou para outros órgãos).
Câncer colorretal: um mal que vem crescendo
Dados da Globocan, de 2022, revelam que a Ásia (531 mil novos casos) foi o primeiro continente em estimativas de novos casos de câncer colorretal, seguido da Europa, a seguir América do Norte e, enfim, América Latina (96 mil novos casos). O Brasil foi responsável por 41.000 novos casos para o mesmo ano. A maioria dos casos de câncer são diagnosticados em fase avançada, quando o índice de cura é mais baixo. Em estados mais carentes, a doença é diagnosticada quando os sintomas são de obstrução de cólon ou por sintomas das metástases, ou seja, com a possibilidade de cura mais ainda reduzida.
Dra. Kelly reforça que é importante saber que, em estágios iniciais, a doença pode ser silenciosa e assintomática. Os primeiros sintomas, que já não são mais precoces, são alterações recorrentes no hábito intestinal, fraqueza e perda de peso sem causa aparente. Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, são importantes sinais de alerta.
Segundo a médica, este tipo de câncer é um dos principais tumores que existe realmente prevenção. “Prevenir é diagnosticar uma lesão que ainda não é câncer, e tratá-la (ressecar) antes que se desenvolva em câncer avançado. Isso significa fazer diagnóstico precoce”. Kelly reforça que o diagnóstico precoce é um dos maiores aliados, não só contra o câncer colorretal, mas contra muitas outras doenças.
Pessoas entre 45 e 75 anos (sem outros fatores de risco) devem realizar anualmente o exame de Pesquisa Imunológica de Sangue Oculto nas Fezes (FIT) e, a cada 10 anos, a colonoscopia. “Já quem tem histórico familiar de câncer colorretal ou polipose adenomatosa deve ser acompanhado em rastreamento sistemático, por colonoscopia,10 anos antes da idade na qual foi acometido o familiar”, diz a especialista.
Maus hábitos e a genética podem ser fatores de risco
De acordo com a especialista, a incidência do câncer colorretal está relacionada ao índice de desenvolvimento humano (IDH) mais alto como o de países da Europa, América do Norte, Nova Zelândia, onde é observado que o comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool, tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, aumentam o risco e exposição a fatores oncogênicos (fatores que desenvolvem o câncer). “No Brasil, temos diferentes índices (IDH) e quanto mais baixos, como da região Norte (Acre, Amapá, Roraima), essa doença cai para a quarta posição. Outros fatores de risco estão associados às condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica, histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações.
Uma doença que vem ganhando ‘holofotes’
“Estamos vendo um claro aumento do câncer colorretal em pessoas mais jovens. Assim como a ocidentalização dos hábitos alimentares e estilos de vida têm exposto homens e mulheres a fatores carcinogênicos (que desenvolvem câncer)”, explica a médica. Embora o câncer colorretal ainda seja mais comum em pessoas com 60 anos ou mais, o câncer é mais agressivo em pessoas mais jovens. Por isso, segundo Dra. Kelly, os protocolos americanos (e é uma tendência mundial) recomendam que exames de prevenção (colonoscopia) sejam realizados a partir dos 45 anos.
Hospital de Amor é pioneiro no rastreamento
Para Kelly, “Barretos é pioneiro em pesquisas sobre câncer e estudos realizados que mostram que a incidência e mortalidade em Barretos e no interior de São Paulo, está aumentando, em especial, câncer colorretal e de mama, bastante relacionados a estilo de vida (obesidade, tabagismo e sedentarismo).
Ela diz que os estudos do HA tentam apontar quais são só fatores mais próximos à nossa população, que seriam indicativos de riscos aumentados a desenvolver esse câncer, e como é possível identificar precocemente (rastrear), por meio de exames clínicos pouco invasivos (detecção de fatores encontrados nas fezes), indicando a necessidades desses pacientes de serem submetidos a exames mais invasivos, como a colonoscopia. “Dentre exames mais invasivos, o hospital oferece uma rede complexa e ampla deles, assim como de tratamento, tanto por meio de procedimentos minimamente invasivos como até de cirurgias robóticas, para tratar a doença já instalada”, finaliza Kelly.
Para o médico cirurgião e diretor científico do IRCAD América Latina, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, quando uma pessoa famosa divulga o diagnóstico de câncer por meio das redes sociais, o fato é muito noticiado, o que contribui para divulgar mais sobre a importância da prevenção. “Interessante destacar que os principais motivos que nos levam a ter esse tipo de câncer, seriam hábitos alimentares errados”, reforçou.
Tratamento e uso da bolsa de colostomia
Segundo Romagnolo, o Hospital de Amor se destaca por oferecer todos os possíveis tratamentos para este tipo de câncer, desde radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “No caso de radioterapia, é utilizado aparelhos que tratam especificamente o local da doença com planejamento específico; na quimioterapia, temos a possibilidade de várias linhas de tratamento, até imunoterapia. Já na cirurgia, desde tratamentos convencionais, mas na grande maioria (no caso, 85%), com técnicas minimamente invasivas, incluído a plataforma robótica com mais de 300 casos operados por ano. E com isso, temos uma recuperação mais rápida e retorno das atividades mais precoces dos pacientes.” diz o especialista.
No caso da necessidade de remoção de parte do intestino devido à doença, alguns pacientes precisam utilizar a bolsa de colostomia. Dr. Romagnolo explica que “a bolsa é uma parte do intestino – que pode ser o intestino grosso (colostomia) ou o intestino delgado (ileostomia) – que em alguns casos é necessária para realizar um desvio do trânsito intestinal e ela fica acoplada, ou melhor, fixada na pele do abdome. Assim, as fezes saem através dele e o paciente utiliza uma bolsa coletora colada. Como se fosse um cano que fica exposto e tem uma bolsa coletora colada para reservar o material”.
“Todo paciente que for realizar um procedimento que envolve o colón ou o reto deve ser orientado sobre a possibilidade de usar a bolsa de colostomia, entretanto, têm aqueles casos em que o paciente necessariamente precisa dessa indicação. Deve-se conversar muito com o cirurgião sobre a indicação precisa”, diz Dr. Luís, que esclarece que a bolsa pode ser utilizada em casos de urgências em que envolve lesão no intestino, como traumas, perfurações, infeções etc.
Romagnolo revela que há casos em que depois da confecção da bolsa não é mais possível realizar a junção do intestino, ou porque o paciente não tem condições clínicas de um novo procedimento – porque qualquer procedimento tem seus riscos – ou também pelo fato de não ter mais condições de junção devido ao fato de não existir mais aquele tecido de junção que foi retirado. “Nos casos em que tem que ser realizado a amputação do ânus, não é possível realizar a reconstrução, e nesses casos a bolsa é definitiva”, diz o médico cirurgião.
Cuidados com a bolsa
Os riscos de ter a bolsa são os de cuidados pós-operatórios, como a necessidade de realizar limpeza e manter a higiene, em casos de ileostomia, desidratação e dermatite na pele, segundo o Dr. Luís. “Nos casos dos benefícios, são aqueles em que o paciente necessita ter colocada a bolsa na obstrução intestinal e, nesses casos, a confecção da bolsa salva a vida do paciente. Os cuidados que os pacientes precisam ter são os básicos de higiene, limpeza e acoplamento da bolsa para evitar dermatite”, diz Dr. Luís, que explica que atualmente existem vários tipos de bolsa para cada tipo de abdome.
Segundo o Dr. Luís, existem muitas pesquisas e inovações sendo realizadas, desde novos medicamentos, como a imunoterapia, como também o uso das plataformas robóticas para o tratamento. “O Hospital de Amor está sempre em busca de novos tratamentos com o intuito de dar o melhor aos seus pacientes”, finaliza.
Neste 24 de março, dia em que o Hospital de Amor completa 63 anos de atuação na área oncológica, com atendimento 100% gratuito a pacientes vindos de todos os estados brasileiros, a instituição comemora também uma outra grande conquista, que foi apresentada para o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no último dia 20 de março, em Brasília.
O DRG (do inglês, Diagnosis Related Groups) é uma metodologia validada internacionalmente que avalia os hospitais sobre a ótica da eficiência e da qualidade. “O DRG Brasil classificou o Hospital de Amor entre os hospitais líderes com alta qualidade e alta eficiência, tendo 2,5 vezes menos óbitos do que o esperado e uma eficiência de 100,7% na internação, o que significa melhor resultado com zero desperdício”, explica o cientista de dados da instituição, André Pinto.
Além disso, o DRG classificou o HA como o segundo hospital com casos mais complexos no Brasil, comparado com 598 hospitais com mais de 100 leitos (44% das instituições de grande porte). Apesar desse alto nível de complexidade, o HA se destaca como um dos líderes em eficiência e qualidade, reforçando seu compromisso com a excelência no cuidado aos pacientes. “Essa informação nos enche de orgulho e queremos dividir com todos vocês, para que possamos apresentar para a sociedade o que a ciência nos mostra por meio de dados, comparados com a medicina pública e privada. Esta qualidade é medida pelos valores da medicina internacional de primeiro mundo”, afirma o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Referência em tratamento, prevenção, ensino e pesquisa em câncer, o Hospital de Amor realizou em 2024 um total de 2.033.894 atendimentos (entre consultas, procedimentos e exames) em todas as suas unidades espalhadas pelo Brasil. Nesse período, foram atendidas 598.229 pessoas, oriundas de 2.540 municípios brasileiros. Isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.6% das cidades do país, de forma 100% gratuita.
Neste mês em que celebramos o “Dia Internacional da Mulher” (8 de março) e o “Março Lilás” – campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer do colo do útero – o Hospital de Amor tem a honra de homenagear todas as ‘suas mulheres’, que cuidam, acolhem, amparam, ensinam e, acima de tudo, amam! Que tratam – com todo respeito e carinho do mundo – milhares de pacientes. Que fazem o Hospital, ser de Amor!
E por falar em mulher que faz a diferença, o HA não pode deixar de homenagear uma de suas preferidas, motivo de muito orgulho para todos, especialmente para os colaboradores e pacientes da instituição: Dra. Scylla Duarte Prata – a médica ginecologista que sempre esteve à frente do seu tempo. Ela não só criou uma das maiores obras de amor ao próximo da América Latina, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa), como também foi pioneira na prevenção do câncer ginecológico.
Scylla especializou-se em ginecologia por influência de sua principal referência na medicina, o professor Domingos Delascio. Ele era professor universitário, ginecologista conceituado, autor de obras científicas e referência na tradicional Maternidade Matarazzo, Santa Casa de São Paulo e outras instituições da capital, sendo pioneiro em diversas frentes da saúde da mulher.
Enquanto aluna da USP, Delascio foi seu professor e depois de formada se tornou “médica estagiária” da equipe dele. Era considerada uma residente brilhante, muito dedicada e por isso manteve com seu mestre uma relação de amizade, respeito, reciprocidade e gratidão por toda a vida.
Em São Paulo, Scylla atuou como médica do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários de Santos. Trabalhou na Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina, e fez cursos como de aperfeiçoamento de clínica ginecológica, propedêutica obstétrica, patologia obstétrica, pós-graduação de tumores malignos do aparelho genital e participou de congressos.
Para além da obstetrícia e já tendo contato com os estudos do câncer ginecológico, como assistente do Dr. Domingos Delascio, ela aplicava em suas pacientes exames preventivos de lesões cancerígenas, como a colposcopia, a diatermocoagulação e o Papanicolaou. Junto ao professor, ela fazia estudos científicos sobre o câncer uterino e especialmente o câncer de endométrio, sendo pioneira na difusão do exame no interior de São Paulo.
Scylla se especializou ainda mais no câncer ginecológico e, em 1994, com a contribuição de seu marido – que dizia que “a prevenção é o melhor remédio”, ela foi uma professora para a enfermeira Creuza Saure, responsável por colher exames de Papanicolaou em 92% da população barretense com uma bicicleta e uma mesa ginecológica. Juntas, elas agiram por décadas, por idealismo e confiança no projeto do hospital.
Graças à expertise da médica, o HA salva, ainda hoje, milhares de vidas! São quase 63 anos de história e mais de 30 deles realizando um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, que leva saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. Atualmente, a instituição possui 27 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis que rodam o Brasil, na tentativa de reduzir as desigualdades de acesso à saúde e oferecer tratamentos mais efetivos.
Esse tipo câncer é considerado o que apresenta condições mais promissoras para prevenção e controle, com possibilidades, inclusive, de eliminação. Fazem parte do arsenal de enfrentamento, a vacinação contra o vírus HPV (Papilomavírus Humano), cuja infecção persistente é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, outra estratégia, é a detecção precoce de lesões do colo uterino, classificadas como precursoras do câncer e que podem ser tratadas com procedimento simples e alcançar altas taxas de cura.
“Hoje nós temos instrumentos e possibilidades, tanto relacionados à prevenção primária, quanto à prevenção secundária. Eu estou dizendo sobre vacina contra o vírus HPV, que é o vírus que iminentemente causa o câncer do colo uterino entre as mulheres. E em segundo, a prevenção primária, que são os testes que fazem o diagnóstico e o rastreamento, sendo o mais conhecido, o exame de Papanicolaou”, destaca o coordenador médico do programa de prevenção de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio Possati.
• Pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2 anos de idade.
De acordo com o Ministério da Saúde, o exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau, é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Ele ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer do colo do útero e suas lesões precursoras. Quando essas alterações, que antecedem o câncer, são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame regularmente.
Outra medida importante na prevenção do HPV, são os preservativos internos ou externos. Informações do Ministério de Saúde mostram que, “embora seja eficaz na redução do risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST), seu uso não elimina completamente a possibilidade de transmissão do HPV. Isso ocorre porque as lesões podem estar presentes em áreas não cobertas pela camisinha, como a vulva, região pubiana, perineal e bolsa escrotal”. Apesar disso, o uso é extremamente importante parra prevenir possíveis doenças.
Em relação à distribuição geográfica, ele é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (20,48 por 100 mil) e Nordeste (17,59 por 100 mil). Na Região Centro-oeste (16,66 por 100 mil) ocupa a terceira posição; na Região Sul (14,55 por 100 mil), a quarta; e na Região Sudeste (12,93 por 100 mil), a quinta posição.
O caso de sucesso
Ela explica que conheceu o HA quando foi convidada, junto a outras influenciadoras locais, para o lançamento de uma campanha de prevenção em Porto Velho, em 2019. “Fomos para este evento, que foi no Hospital de Amor, no qual a equipe do hospital apresentou dados alarmantes das mulheres da região Norte. Eu lembro que foi bem legal, saiu na mídia, nos jornais, etc. Durante o evento, foi feito uma dinâmica incentivando a gente a levar o maior número de mulheres para fazerem o exame de mamografia, quem levasse mais mulheres se tornaria uma das embaixadoras da unidade. Em seguida, veio a pandemia”, explicou.
População: 8.903 habitantes – Atendimentos: 3.129
O 19º Leilão e Quermesse “Direito de Viver” de Palmeira d’Oeste (SP), realizado nos dias 09/03/2025, sob a coordenação Sergio Ochi, contou com cabeças de gados e prendas, arrecadando R$ 252.913,00.
Curiosidade: Atração dos irmãos Pouver.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
População: 24.241 habitantes – Atendimentos: 1.395
O 15° festa show de prêmios e leilão “Direito de Viver” de Valparaiso (SP), realizado nos dias 08/09/2024, sob a coordenação Mary Sonia Akemi Eto Zacarin, contou com 30 cabeças de gados e prendas, arrecadando R$ 159,315.00.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
“Minha filha falou para os médicos: ‘Meu pai vai viver’.” Esse texto é sobre uma história de fé e superação do senhor Josafá de Oliveira Lima, 47 anos, natural de Conceição da Feira (Bahia).
Senhor Josafá deu entrada no Hospital de Amor, em Barretos (SP), em setembro de 2024, quando, ainda em sua cidade natal, descobriu nódulos no fígado e no intestino. Após se sentir mal, ele realizou alguns exames e foi constatado ‘Helicobacter pylori’, mais conhecida como ‘H. pylori’ – uma bactéria que pode causar gastrite, úlceras e câncer de estômago.
“Comecei a sentir umas dores e fiz um exame de ‘H. pylori’, que deu positivo para a bactéria e foi feita a biópsia, que não deu nada. Mas, ‘H. pylori’ não deixa você fraco. Comecei a sentir umas dores e fraquezas. Fiz alguns exames de rotina e ninguém descobria nada, a hemoglobina estava baixíssima. Fiz outros exames e na ressonância magnética foram constatados uns nódulos no fígado e intestino”, explica Josafá.
Encaminhado para o Hospital de Amor, Barretos (SP), em setembro de 2024, senhor Josafá foi internado para realizar exames e uma possível cirurgia para a retirada dos tumores. Porém, quando realizou o exame de colonoscopia, os médicos identificaram que o tumor estava maior do que o esperado e mudaram a conduta do tratamento.
Foi indicado para o senhor Josafá fazer seis sessões de quimioterapia para diminuir o tumor, mas após a terceira sessão, ele teve uma intercorrência e precisou ser operado. “Na terceira quimioterapia que eu tomei, em novembro de 2024, o tumor estourou dentro do meu intestino. Deu choque séptico anafilático agudo. Já fui entubado, entrei em coma induzido e passei por cinco cirurgias, coloquei dreno, precisei de traqueostomia. Minha situação era muito complicada, os médicos chamaram minha filha e falaram: ‘Nós não temos como resgatá-lo, o caso dele é grave e não temos como fazer mais nada, está nas mãos de Deus’, conta.
Senhor Josafá ficou 38 dias internado, sendo 25 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desses 25, 15 dias em coma induzido e 13 dias na internação. “Minha filha falou para os médicos: ‘O meu pai vai viver’. Minha filha foi buscar a palavra na igreja e Deus falou com ela: ‘Estou entrando lá agora na UTI e dando vida para quem você ama.’ Foi Deus falando lá e eu vivendo aqui”, declara senhor Josafá.
Recuperação
Buscando sempre o atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor, além de promover saúde por meio de atendimento médico hospitalar qualificado em oncologia, de forma humanizada, em âmbito nacional para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição se dedica para integrar seus atendimentos, principalmente, com a reabilitação de seus pacientes oncológicos e de pacientes não oncológicos.
“O fato de o hospital oncológico contar com um centro especializado em Reabilitação traz celeridade ao processo de recuperação do paciente, além da possibilidade de diagnóstico e intervenção precoce nas sequelas oriundas do câncer ou do seu tratamento. O suporte psicológico, nutricional e, de um modo geral, multidisciplinar, traz conforto ao paciente e propicia uma recuperação rápida e completa. A possibilidade de intervenção precoce (as chamadas fases de pré-habilitação e habilitação) também proporciona um ganho imensurável no tratamento e na gravidade das sequelas”, comenta o coordenador das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor, Dr. Daniel Marconi.
Por conta da doença, dos cinco procedimentos cirúrgicos e do tempo de internação, senhor Josafá teve a FAUTI – fraqueza muscular adquirida na UTI, como explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza. “Senhor Josafá teve a FAUTI, a fraqueza muscular adquirida na UTI, por conta do imobilismo. Ele passou 25 dias na UTI, não se movia, e com isso, perdeu massa muscular, o que ocasiona a perda da força e do peso”, explica a fisioterapeuta.
“Até então, na minha cabeça eu tinha passado por algo simples. Eu estava dormindo, depois fui entender o que tinha acontecido. Eu saí da UTI na cadeira de rodas, eu não me levantava, eu não conseguia ajoelhar para orar”, explica senhor Josafá.
Encaminhado para o Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), ele passou pela primeira consulta com a fisioterapeuta Julia Garcia Souza, e ela já o orientou a realizar alguns movimentos de fortalecimento em casa. “Entrei na reabilitação, passei pela avaliação e a Julia já me indicou para fazer alguns exercícios em casa. Na segunda vez que vim, entrei com andador e, na terceira sessão, já entrei andando. A Julia tomou até um susto, então aqui reabilita mesmo”, conta.
O primeiro objetivo do tratamento de reabilitação do senhor Josafá era o fortalecimento global, a recuperação do equilíbrio e da marcha. Julia explica que ele já alcançou esses objetivos e que agora a reabilitação é para prepará-lo para que possa continuar com o tratamento oncológico. “A próxima etapa no tratamento de reabilitação do senhor Josafá é trabalhar mais essa performance cardiopulmonar com exercícios aeróbicos, o powerbreathe (exercitador respiratório), para ajudar no fortalecimento da musculatura respiratória e para dar condições para ele continuar com o tratamento oncológico”, ressalta Julia.
Reabilitação
Reabilitar a saúde física, mental, intelectual, auditiva e visual, promover qualidade de vida e autonomia são os principais objetivos das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor. O sucesso do resultado da reabilitação é devido à utilização da tecnologia, mas principalmente à expertise, o amor e o carinho que os profissionais têm com os pacientes.
“Sem dúvida alguma, a existência de um corpo clínico nas áreas médica e multidisciplinar é o segredo de um atendimento de excelência e humanizado. Terá a possibilidade de agregar a esse time um aparato tecnológico de última geração, o que traz um incomensurável benefício terapêutico: rapidez, precisão, qualidade técnica e confiança na obtenção e interpretação dos dados evolutivos. Essa combinação poderosa resulta em um processo de reabilitação de sucesso. A inclusão social se torna completa na medida em que também oferecemos esporte adaptado e profissionalização às pessoas com deficiência”, declara Dr. Daniel Marconi.
“Quando eu iniciei a reabilitação, já comecei a fazer os testes de equilíbrio e de força, e comecei a me sentir melhor, tanto que hoje eu faço esteira e bicicleta, e me sinto muito bem. Aqui é um centro de reabilitação mesmo e ajuda muito nós, pacientes. Antes, eu não conseguia fazer nada; hoje, ando normal, fui pescar, ganhei mais peso, ganhei músculo. A reabilitação transformou a minha vida, me ajudou muito e tudo isso graças ao Hospital de Amor, onde me senti abraçado”, declara senhor Josafá.
Ele foi um dos 1.107 pacientes do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), que tiveram, em 2024, a oportunidade de transformar suas vidas por meio da reabilitação, seja após o tratamento oncológico ou por conta de outro tipo de comorbidade.
Se somar os atendimentos médicos como neuropediatra, oftalmologista, fisiatra, pediatra, entre outras especialidades com a equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutrição, entre outras), nas três unidades de Reabilitação do Hospital de Amor: em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), foram realizados 116.195 atendimentos em 2024.
Além dos atendimentos médicos e com a equipe multidisciplinar, foram confeccionados e dispensados 3.861 dispositivos (órteses e próteses), somando os números nas três unidades: 1.616 dispensados pela unidade de Araguaína (TO), 1.765 dispositivos dispensados pela unidade de Barretos (SP) e 480 dispensados pela unidade de Porto Velho (RO).
“Há uma década, o Hospital de Amor possui essas estruturas conjugadas: oncologia e reabilitação, e essa experiência foi tão exitosa que se traduziu em uma política pública na nova ‘Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer’, publicada em fevereiro de 2025 (https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-6.590-de-3-de-fevereiro-de-2025-611094415), o que significa que todas as instituições oncológicas ficam agora respaldadas por força de lei a contarem com o centro de reabilitação ou estarem conveniadas com algum já existente”, esclarece Dr. Daniel Marconi.
Em quase 63 anos de história, construídos com muito comprometimento, respeito, compaixão, solidariedade e, acima de tudo, amor, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o apoio de pessoas que vestem a camisa da instituição, abraçam a causa e realizam um trabalho árduo, de maneira gratuita e durante todo o ano, com um único objetivo: ajudar o HA a salvar vidas!
E foi assim, com o objetivo de suprir as necessidades dos pacientes em tratamento oncológico no HA, que nasceu (em 8 de março de 1997) a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC), de Barretos (SP). Atualmente presidida por João Carlos da Silva, o ‘Johny’, a entidade (que já possui mais de 60 unidades espalhadas pelo país) está à procura de mais voluntários para dar continuidade a este importante trabalho. “É preciso coragem para se doar em tempos em que a maioria só pensa em receber. Nossos voluntários são nosso maior e mais importante patrimônio”, afirma Johny.
De acordo com a membro da AVCC Barretos, Marcela Dorval, as atividades voluntárias disponíveis são definidas conforme as demandas do próprio Hospital de Amor. “Existem diversas formas de servir: seja no apoio emocional aos pacientes, nas atividades recreativas, ou até mesmo no auxílio administrativo e organizacional. Mas, antes de qualquer coisa, o voluntário precisa ter amor ao próximo. Ele precisa estar ciente de que a nossa missão é levar carinho e atenção aos pacientes”, explica.
Além de atuar diretamente em prol das necessidades emocionais dos pacientes em tratamento no HA, a AVCC realiza ações e campanhas para arrecadar recursos, para conseguir atender todas as demandas físicas deles também. “A AVCC desenvolve campanhas, como a de tampinhas e lacres, por exemplo, faz bazares de roupas e calçados, entre outros”, conta Marcela.
Como se tornar voluntário na AVCC?
Para se tornar voluntário, a pessoa deve ir à sede da AVCC, em Barretos, preencher uma ficha de inscrição e passar por um teste psicológico. As regras e requisitos são:
• comparecer ao trabalho duas vezes por semana em período integral ou meio período;
• não ser paciente do HA;
• não ser acompanhante de paciente do HA.
“A AVCC precisa de voluntários! Caso você tenha o desejo de levar tempo, atenção, amor e carinho a quem precisa, venha conhecer a nossa sede e o nosso trabalho junto ao Hospital de Amor”, declara Marcela.
Como doar para a AVCC?
A AVCC também recebe doções e todas elas são muito bem-vindas! “Tampinhas, lacres, fraldas, leites, alimentos para cesta básica, produtos de higiene, roupas, calçados, qualquer tipo de material que possamos utilizar em nosso bazar e mechas de cabelo para confecção de perucas. Utilizamos tudo, exceto blister de remédio”, finalizou Marcela.
A AVCC está localizada na avenida Paulo de Matos Leandro, número 1357 – Bairro Dr. Paulo prata – Barretos (SP). Entre em contato pelos telefones: (17) 3324-4519 ou (17) 98842-2214, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Sobre a AVCC
A AVCC foi fundada em 8 de março de 1997 por um grupo de voluntárias da Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer de São Paulo, tendo como objetivo prestar serviços voluntários gratuitos à pacientes diagnosticados com câncer no Hospital, nos alojamentos e nas residências particulares.
A entidade não tem fins lucrativos, credo religioso ou cunho político-partidário. A única exigência é de que seus membros se doem gratuitamente. Esses voluntários atuam diretamente com o paciente, auxiliando no que for possível para manter a qualidade e o bem-estar dele.
População: 4.000 habitantes – Atendimentos: 254
O 14° Leilão Regional de Buritizal (SP), realizado no dia 8 de dezembro de 2024, foi um grande sucesso, coordenado por Maria Silvania Ribeiro e com o apoio de 150 voluntários. Buritizal, uma cidade com cerca de 4 mil habitantes, viu seu evento arrecadar impressionantes R$ 990.547,21, com a venda de 253 cabeças de gado. Entre os momentos mais marcantes, destaca-se uma bezerra, que foi arrematada por R$ 41 mil, e um touro, que chamou atenção ao ser arrematado não uma, mas três vezes durante o mesmo leilão, arrecadando R$ 125 mil no total. Esse fato inusitado foi um dos grandes destaques da noite e reforçou ainda mais o sucesso do evento.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
“Perder um membro não é perder seu valor, é apenas trocar uma parte do seu corpo por uma nova chance de continuar”, declara Gabriele Cecília dos Santos, 14 anos, paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil.
Com esse depoimento, iniciamos este texto para falar sobre o mês de abril, considerado o “Mês da Conscientização da Amputação”, cujo objetivo é alertar a população sobre a prevenção e o tratamento da condição, além de promover a inclusão e o respeito às pessoas amputadas. Gabi, como é carinhosamente chamada, precisou amputar a perna esquerda após a descoberta de um osteossarcoma.
Aos 12 anos, enquanto jogava futebol na escola, Gabi machucou o joelho. Com o passar dos dias, o inchaço aumentava. Começou a investigar o problema em Araçatuba (SP), sua cidade natal, onde recebeu o diagnóstico de osteossarcoma. “Naquele momento em que descobri que estava com câncer, chorei e me senti muito angustiada. Mas, a partir do momento em que entendi que nada se resolveria chorando, criei forças para tudo que estava por vir”, conta Gabi.
Há um ano e meio, a jovem realiza tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP), e passou por uma cirurgia de amputação transfemoral – acima do joelho – que preserva a musculatura e protege o osso, proporcionando melhor sustentação da prótese.
Os tumores mais associados à necessidade de amputação são os sarcomas ósseos, especialmente o osteossarcoma, como no caso de Gabi, e o sarcoma de Ewing, que estão entre os mais prevalentes em crianças e adolescentes, conforme explica o coordenador do Departamento de Ortopedia do HA e ortopedista oncológico, Dr. Silvio Sargentini.
“Sem dúvidas, os tumores musculoesqueléticos são responsáveis por grande parte das amputações em crianças e adolescentes. Porém, o trauma – como acidentes de trânsito, queimaduras, choques elétricos, entre outros – ainda é a principal causa geral de amputações nessa faixa etária no Brasil”, afirma o médico. “Eu sei que câncer e amputação parecem palavras que arrancam partes da gente — e às vezes, elas arrancam mesmo: corpo, rotina, certezas… tudo balança. Mas o que elas nunca vão tirar é quem você é de verdade: sua força, sua luz, sua vontade de viver. Antes de me falarem que eu teria que amputar, Deus me visitou em sonhos, pegou em minhas mãos, me levou a cada canto do hospital para me mostrar que eu podia confiar nele. Isso me fez sentir forte e confiante de que tudo daria certo”, relata Gabi.
Reabilitação
Após 14 dias de cirurgia, Gabi recebeu a liberação para realizar a reabilitação no Centro Especializado em Reabilitação do Hospital de Amor. Após uma avaliação médica, foi estabelecido o plano terapêutico, que incluiu a fisioterapia como explica a fisioterapeuta do HA Infantojuvenil, Deiseane Bonatelli.
“Quando a Gabi iniciou a reabilitação, fizemos uma avaliação e traçamos um plano terapêutico pré-protetização. O foco nessa etapa do tratamento foi ganho de força, preparação do coto com enfaixamento e treino de marcha com muletas. Gabi respondeu muito bem a essa parte da reabilitação e foi encaminhada para a protetização”, explica a fisioterapeuta do HA Infantojuvenil.
Uma nova rotina, um novo método de vida, Gabi precisou se adaptar a nova condição, e a reabilitação, que no começo parecia “sem sentido”, como ela mesmo disse durante a entrevista, teve um papel fundamental para que ela atingisse o seu objetivo final: a protetização. “A reabilitação, no começo parecia uma sequência de exercícios sem sentido, mas com o tempo eu percebi que cada gota de suor era uma motivação para eu poder continuar, e colocar a prótese pela primeira vez foi uma sensação completamente inesquecível. Todas as inseguranças que eu tive eu perdi naquele momento, mas com tudo isso foi bom perceber que com a perna de metal eu continuava 100% sendo eu”, conta Gabi.
Após a protetização veio uma nova etapa na reabilitação. Gabi passou a treinar a marcha com e sem apoio, treino de equilíbrio com a prótese e treino de escada, até conseguir andar sozinha, sem o auxílio de muleta.
Osteosarcoma
Quando falamos de câncer infantojuvenil, estamos falando de uma doença rara. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em média, são registrados 300 mil novos casos ao ano de câncer infantojuvenil ao redor do mundo, sendo que 90% destes vivem em países de baixa e média renda (PBMR).
Segundo o INCA, no Brasil, são diagnosticados cerca de 8 mil casos de câncer ao ano. Ou seja, durante todos os dias do ano, a cada hora, uma criança ou adolescente é diagnosticado. Parece alarmante, no entanto, a incidência do câncer de 0-19 anos corresponde a apenas 3% do total de casos de câncer.
O Hospital de Amor Infantojuvenil diagnostica cerca de, 300 novos casos ao ano, em crianças e adolescentes. Nos últimos cinco anos, o HA Infantojuvenil diagnosticou, aproximadamente, 104 casos de osteosarcoma em crianças e adolescentes. “O osteossarcoma é um tipo de câncer ósseo primário que se origina nas células ósseas chamadas osteoblastos. É um tumor maligno que pode se desenvolver em qualquer osso do corpo, mas é mais comum nos ossos longos, como o fêmur e a tíbia, e é uma doença que acomete predominantemente pacientes na segunda etapa da vida, ou seja, entre 10 e 20 anos de idade”, explica a oncologista pediátrica do HA Infantojuvenil, Dra. Erica Boldrini.
Os principais sintomas para esse tipo de tumor são:
– Dor óssea: dor persistente e intensa em um osso específico, que pode piorar à noite ou com atividade física;
– Inchaço: inchaço ou edema na área afetada, que pode ser acompanhado de vermelhidão e calor;
– Limitação de movimento: dificuldade em mover a articulação ou o membro afetado devido à dor ou ao inchaço e
– Fratura: fratura óssea sem causa aparente ou com trauma mínimo.
Se esses sintomas são comuns em adolescentes, é importante fazer um acompanhamento médico, como explica Dra. Erica. “Se um adolescente apresentar algum desses sintomas, é fundamental procurar avaliação médica para determinar a causa subjacente. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente as chances de cura e reduzir a morbidade associada ao osteossarcoma”, declara a oncologista pediátrica.
Os principais tratamentos para o osteosarcoma são a cirurgia, onde é realizada a remoção do tumor e do tecido ósseo afetado e quimioterapia, o uso de medicamentos para matar células cancerígenas. “A cirurgia de amputação é indicada quando não há possibilidade de manter o membro acometido pelo tumor ósseo após sua ressecção completa. Em outras palavras, quando preservar o membro significaria deixar para trás parte do tumor ou não atingir margens cirúrgicas seguras — o que comprometeria a chance de cura e diminuiria as taxas de sobrevida do paciente”, explica o médico ortopedista, Dr. Silvio Sargentini.
Como Gabi disse durante a entrevista, “o conselho que eu posso dar para quem está passando por esse processo de amputação é: não tenha medo de se reinventar, a amputação não é o fim”.
Oficina Ortopédica
O Hospital de Amor vai muito além do tratamento oncológico! A instituição foi pioneira em oferecer reabilitação física, mental, intelectual, auditiva e visual, promover qualidade de vida e autonomia para os pacientes.
Além das unidades de Reabilitação, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), o HA também conta com três unidades nessas localidades da Oficina Ortopédica, que é uma extensão do projeto Bella Vita, que visa reabilitar e ampliar a assistência aos pacientes, amenizando e recuperando-os das sequelas geradas pelo câncer e seu tratamento.
Em 2024, foram confeccionados e dispensados 3.861 dispositivos (órteses e próteses), somando os números nas três unidades: 1.616 dispensados pela unidade de Araguaína (TO), 1.765 dispositivos dispensados pela unidade de Barretos (SP) e 480 dispensados pela unidade de Porto Velho (RO).
As Oficinas Ortopédicas do HA, contam com vários diferenciais, principalmente com a utilização da tecnologia, como explica o coordenador das Oficinas Ortopédicas do HA, Alysson Alvim Campos. “Nós continuamos investindo muito em tecnologias que melhoram muito a manufatura da confecção das próteses. Podemos destacar o nosso robô, que por meio do sistema de digitalização do coto e usinagem robótica, a gente consegue uma maior velocidade na confecção da prótese, através de softwares, que fazem essa confecção, uma modelagem digital, em vez do técnico fazer no molde de gesso, ele faz com o computador, tornando o processo mais rápido e preciso”, explica Alysson.
Mas um fator que é o principal diferencial e que está enraizado no Hospital de Amor, é a humanização. “Eu, que venho de outras instituições, trabalhei em outros lugares, o que eu vejo nos profissionais do HA e das nossas Oficinas Ortopédicas, é diferente. Realmente, não dá para trabalhar nessa instituição se você não está alinhado com o propósito do HA. O que eu percebo com os profissionais, principalmente os das Oficinas Ortopédicas, que estão alinhados com o propósito de fazer essa assistência integral ao paciente. Eu vejo que a dedicação dos colaboradores no sentido de fazer um algo a mais para os pacientes, no que ele pode fazer a mais para contribuir com o paciente”, destaca Alysson.
Em julho de 2023, o Hospital de Amor deu início a um projeto promissor que tinha como ideia principal fazer uso da tecnologia para levar prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele – incluindo o melanoma – para o maior número de pessoas, de forma simples e rápida. Menos de dois anos após o seu início, o ‘Projeto Retrate’ apresenta resultados positivos: identificou cerca de 200 cânceres de pele, sendo 12 deles do tipo melanoma, que apesar de ser menos comum, merece atenção, pois é considerado um tipo mais grave da doença, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (que é disseminação do câncer para outros órgãos) e alto índice de mortalidade quando diagnosticado tardiamente.
Com fomento do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica – PRONON, implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da oncologia, em sua primeira etapa, o projeto instalou, em Barretos (SP), uma cabine fotográfica de autoatendimento, que ficou disponível para a população em tempo integral, de forma 100% gratuita e em local de grande circulação. Além disponibilizar um aplicativo para dispositivos móveis, também de forma gratuita, que possibilita acesso de onde o paciente estiver, com mais privacidade.
Segundo a doutora em Oncologia e uma das pesquisadoras do ‘Projeto Retrate’, a iniciativa representa um avanço concreto para o SUS ao ampliar o acesso da população a consultas especializadas em dermatologia, com agilidade no diagnóstico e início rápido do tratamento. “Iniciativas como essa mostram como a tecnologia e a inovação podem ser aliadas para garantir atendimento de qualidade, especialmente para quem mais precisa. No câncer de pele, em especial para o melanoma, o tempo é decisivo, e oferecer esse cuidado de forma acessível e eficiente pode significar salvar vidas”, ressalta.
Segundo o Ministério da Saúde, em todo o Brasil foram registrados 28.354 atendimentos relacionados ao câncer de pele do tipo melanoma entre janeiro de 2023 e julho de 2024. O mesmo período registrou mais de 110 mil atendimentos relacionados ao câncer de pele não melanoma, o tipo mais comum de câncer no mundo.
A cabine
A cabine, atualmente instalada no North Shopping Barretos, é composta por diferentes experiências de usuário diferentes, que incluem também levar conhecimento e conscientização de forma autônoma para quem passa pelo local. O lado A tem como objetivo educar a população sobre câncer de pele, fatores de risco, prevenção e como identificá-lo por meio de atividades lúdicas e explicativas com vídeos lúdicos em linguagem de fácil compreensão. O lado B permite que as pessoas usem uma câmera UV para ver como protetor solar funciona e por que é importante, fornecendo amostra de filtro solar e gerando fotos de antes e depois do uso. Na frente, há uma estação com telas sensíveis ao toque e uma câmera de alta resolução onde as pessoas podem preencher um formulário de inscrição, assinar um termo de consentimento informado, responder algumas perguntas e enviar fotos das lesões de pele para serem avaliadas por teledermatologia no Hospital de Amor.
O ‘Projeto Retrate’ conquistou o Prêmio Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica 2023, na categoria Tecnologias Diagnósticas. Este reconhecimento destaca a contribuição significativa do projeto para o diagnóstico precoce do câncer de pele.
Um trabalho que salva vidas!
Um dos beneficiados pelo projeto do HA, que une pesquisa, inovação e prevenção, é o pequeno Arthur Dourado, de 8 anos. Segundo sua mãe, Juçara Dourado, 44 anos, funcionária pública, de Colina (SP), em julho de 2024, quando ambos estavam realizando um passeio no shopping, em Barretos, ela viu uma oportunidade de sanar uma dúvida que ela estava, pois havia surgido uma pinta que crescia de maneira desproporcional em seu filho.
Juçara tirou uma foto da mancha e enviou via cabine. Após receber o conteúdo, a equipe responsável do Hospital convocou o garoto para exames detalhados, que apontaram o diagnóstico de câncer de pele tipo melanoma, que foi removido um mês depois. “O tratamento, a agilidade em todos os procedimentos me surpreenderam, foram muito rápidos e muito atenciosos com meu filho, e por esse motivo, graças a Deus meu filho está bem. A equipe do hospital que pegou o caso foi fantástica e só tenho a agradecer a Deus por estar no shopping no dia e hora certa, pois caso contrário as coisas não fluiriam tão bem”, conta Juçara.
Prevenção e acesso
A fim de ampliar sua cobertura, o ‘Retrate’ incluiu em suas atividades o oferecimento de capacitações para todos os profissionais de saúde da atenção básica de Barretos (SP), que lidam de forma rotineira com a população. Hoje, as 18 UBS de Barretos contam com profissionais capacitados e equipamentos para realização de exames dermatológicos e envio de fotos de lesões de pele suspeitas para a instituição.
O HA oferece, ainda, a capacitação para profissionais que atuam na área da estética e cuidado corporal do município, entre esteticistas, manicures, podólogos, cabelereiros e tatuadores. Até o momento, cerca de 145 profissionais já foram treinados.
Além dessas abordagens, estão inclusas no escopo a realização de campanhas de busca ativa direcionadas para populações de risco, como comunidades rurais e trabalhadores expostos ao sol da região.
O cirurgião oncológico do HA e pesquisador principal do projeto, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, destaca que a importância primordial do projeto está na educação e no acesso. “Desenvolvemos uma estrutura de ação que nos permite educar a população sobre hábitos saudáveis em relação à exposição solar, além de ensinarmos sobre os sinais e sintomas do câncer de pele, em especial o melanoma. Tudo isso de forma leve e sem a necessidade de deslocamento até uma unidade de saúde especializada, em um primeiro momento”.
Recentemente, a cantora Preta Gil assustou seus fãs devido as suas internações causadas por causa do seu tratamento de câncer colorretal. O caso de Preta se assemelha a diversas pessoas abaixo de 50 anos que receberam o diagnóstico da doença, cada vez mais comum no mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que entre 2023 e 2025, serão diagnosticados 45.630 novos casos de câncer colorretal.
Segundo a médica endoscopista do Hospital de Amor Lagarto, Dra. Kelly Menezio Giardina, “o câncer do intestino se refere às neoplasias (cânceres) que ocorrem no intestino grosso (o cólon) e o reto. A profissional explica que, inicialmente, câncer se refere a uma célula que tem um crescimento (e multiplicação) desordenada, e sem fatores de contenção. Dividindo-se rapidamente, estas células agrupam-se formando tumores, que invadem tecidos e órgãos vizinhos, até distantes da origem do tumor (metástases). Pode acontecer em qualquer órgão do corpo humano. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente (quando ainda não se espalhou para outros órgãos).
Câncer colorretal: um mal que vem crescendo
Dados da Globocan, de 2022, revelam que a Ásia (531 mil novos casos) foi o primeiro continente em estimativas de novos casos de câncer colorretal, seguido da Europa, a seguir América do Norte e, enfim, América Latina (96 mil novos casos). O Brasil foi responsável por 41.000 novos casos para o mesmo ano. A maioria dos casos de câncer são diagnosticados em fase avançada, quando o índice de cura é mais baixo. Em estados mais carentes, a doença é diagnosticada quando os sintomas são de obstrução de cólon ou por sintomas das metástases, ou seja, com a possibilidade de cura mais ainda reduzida.
Dra. Kelly reforça que é importante saber que, em estágios iniciais, a doença pode ser silenciosa e assintomática. Os primeiros sintomas, que já não são mais precoces, são alterações recorrentes no hábito intestinal, fraqueza e perda de peso sem causa aparente. Mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação, são importantes sinais de alerta.
Segundo a médica, este tipo de câncer é um dos principais tumores que existe realmente prevenção. “Prevenir é diagnosticar uma lesão que ainda não é câncer, e tratá-la (ressecar) antes que se desenvolva em câncer avançado. Isso significa fazer diagnóstico precoce”. Kelly reforça que o diagnóstico precoce é um dos maiores aliados, não só contra o câncer colorretal, mas contra muitas outras doenças.
Pessoas entre 45 e 75 anos (sem outros fatores de risco) devem realizar anualmente o exame de Pesquisa Imunológica de Sangue Oculto nas Fezes (FIT) e, a cada 10 anos, a colonoscopia. “Já quem tem histórico familiar de câncer colorretal ou polipose adenomatosa deve ser acompanhado em rastreamento sistemático, por colonoscopia,10 anos antes da idade na qual foi acometido o familiar”, diz a especialista.
Maus hábitos e a genética podem ser fatores de risco
De acordo com a especialista, a incidência do câncer colorretal está relacionada ao índice de desenvolvimento humano (IDH) mais alto como o de países da Europa, América do Norte, Nova Zelândia, onde é observado que o comportamento, como sedentarismo, obesidade, consumo regular de álcool, tabaco e baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras, aumentam o risco e exposição a fatores oncogênicos (fatores que desenvolvem o câncer). “No Brasil, temos diferentes índices (IDH) e quanto mais baixos, como da região Norte (Acre, Amapá, Roraima), essa doença cai para a quarta posição. Outros fatores de risco estão associados às condições genéticas ou hereditárias, como doença inflamatória intestinal crônica, histórico pessoal ou familiar de adenoma ou câncer colorretal, e ocupacionais, como exposição a radiações.
Uma doença que vem ganhando ‘holofotes’
“Estamos vendo um claro aumento do câncer colorretal em pessoas mais jovens. Assim como a ocidentalização dos hábitos alimentares e estilos de vida têm exposto homens e mulheres a fatores carcinogênicos (que desenvolvem câncer)”, explica a médica. Embora o câncer colorretal ainda seja mais comum em pessoas com 60 anos ou mais, o câncer é mais agressivo em pessoas mais jovens. Por isso, segundo Dra. Kelly, os protocolos americanos (e é uma tendência mundial) recomendam que exames de prevenção (colonoscopia) sejam realizados a partir dos 45 anos.
Hospital de Amor é pioneiro no rastreamento
Para Kelly, “Barretos é pioneiro em pesquisas sobre câncer e estudos realizados que mostram que a incidência e mortalidade em Barretos e no interior de São Paulo, está aumentando, em especial, câncer colorretal e de mama, bastante relacionados a estilo de vida (obesidade, tabagismo e sedentarismo).
Ela diz que os estudos do HA tentam apontar quais são só fatores mais próximos à nossa população, que seriam indicativos de riscos aumentados a desenvolver esse câncer, e como é possível identificar precocemente (rastrear), por meio de exames clínicos pouco invasivos (detecção de fatores encontrados nas fezes), indicando a necessidades desses pacientes de serem submetidos a exames mais invasivos, como a colonoscopia. “Dentre exames mais invasivos, o hospital oferece uma rede complexa e ampla deles, assim como de tratamento, tanto por meio de procedimentos minimamente invasivos como até de cirurgias robóticas, para tratar a doença já instalada”, finaliza Kelly.
Para o médico cirurgião e diretor científico do IRCAD América Latina, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, quando uma pessoa famosa divulga o diagnóstico de câncer por meio das redes sociais, o fato é muito noticiado, o que contribui para divulgar mais sobre a importância da prevenção. “Interessante destacar que os principais motivos que nos levam a ter esse tipo de câncer, seriam hábitos alimentares errados”, reforçou.
Tratamento e uso da bolsa de colostomia
Segundo Romagnolo, o Hospital de Amor se destaca por oferecer todos os possíveis tratamentos para este tipo de câncer, desde radioterapia, quimioterapia e cirurgia. “No caso de radioterapia, é utilizado aparelhos que tratam especificamente o local da doença com planejamento específico; na quimioterapia, temos a possibilidade de várias linhas de tratamento, até imunoterapia. Já na cirurgia, desde tratamentos convencionais, mas na grande maioria (no caso, 85%), com técnicas minimamente invasivas, incluído a plataforma robótica com mais de 300 casos operados por ano. E com isso, temos uma recuperação mais rápida e retorno das atividades mais precoces dos pacientes.” diz o especialista.
No caso da necessidade de remoção de parte do intestino devido à doença, alguns pacientes precisam utilizar a bolsa de colostomia. Dr. Romagnolo explica que “a bolsa é uma parte do intestino – que pode ser o intestino grosso (colostomia) ou o intestino delgado (ileostomia) – que em alguns casos é necessária para realizar um desvio do trânsito intestinal e ela fica acoplada, ou melhor, fixada na pele do abdome. Assim, as fezes saem através dele e o paciente utiliza uma bolsa coletora colada. Como se fosse um cano que fica exposto e tem uma bolsa coletora colada para reservar o material”.
“Todo paciente que for realizar um procedimento que envolve o colón ou o reto deve ser orientado sobre a possibilidade de usar a bolsa de colostomia, entretanto, têm aqueles casos em que o paciente necessariamente precisa dessa indicação. Deve-se conversar muito com o cirurgião sobre a indicação precisa”, diz Dr. Luís, que esclarece que a bolsa pode ser utilizada em casos de urgências em que envolve lesão no intestino, como traumas, perfurações, infeções etc.
Romagnolo revela que há casos em que depois da confecção da bolsa não é mais possível realizar a junção do intestino, ou porque o paciente não tem condições clínicas de um novo procedimento – porque qualquer procedimento tem seus riscos – ou também pelo fato de não ter mais condições de junção devido ao fato de não existir mais aquele tecido de junção que foi retirado. “Nos casos em que tem que ser realizado a amputação do ânus, não é possível realizar a reconstrução, e nesses casos a bolsa é definitiva”, diz o médico cirurgião.
Cuidados com a bolsa
Os riscos de ter a bolsa são os de cuidados pós-operatórios, como a necessidade de realizar limpeza e manter a higiene, em casos de ileostomia, desidratação e dermatite na pele, segundo o Dr. Luís. “Nos casos dos benefícios, são aqueles em que o paciente necessita ter colocada a bolsa na obstrução intestinal e, nesses casos, a confecção da bolsa salva a vida do paciente. Os cuidados que os pacientes precisam ter são os básicos de higiene, limpeza e acoplamento da bolsa para evitar dermatite”, diz Dr. Luís, que explica que atualmente existem vários tipos de bolsa para cada tipo de abdome.
Segundo o Dr. Luís, existem muitas pesquisas e inovações sendo realizadas, desde novos medicamentos, como a imunoterapia, como também o uso das plataformas robóticas para o tratamento. “O Hospital de Amor está sempre em busca de novos tratamentos com o intuito de dar o melhor aos seus pacientes”, finaliza.
Neste 24 de março, dia em que o Hospital de Amor completa 63 anos de atuação na área oncológica, com atendimento 100% gratuito a pacientes vindos de todos os estados brasileiros, a instituição comemora também uma outra grande conquista, que foi apresentada para o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no último dia 20 de março, em Brasília.
O DRG (do inglês, Diagnosis Related Groups) é uma metodologia validada internacionalmente que avalia os hospitais sobre a ótica da eficiência e da qualidade. “O DRG Brasil classificou o Hospital de Amor entre os hospitais líderes com alta qualidade e alta eficiência, tendo 2,5 vezes menos óbitos do que o esperado e uma eficiência de 100,7% na internação, o que significa melhor resultado com zero desperdício”, explica o cientista de dados da instituição, André Pinto.
Além disso, o DRG classificou o HA como o segundo hospital com casos mais complexos no Brasil, comparado com 598 hospitais com mais de 100 leitos (44% das instituições de grande porte). Apesar desse alto nível de complexidade, o HA se destaca como um dos líderes em eficiência e qualidade, reforçando seu compromisso com a excelência no cuidado aos pacientes. “Essa informação nos enche de orgulho e queremos dividir com todos vocês, para que possamos apresentar para a sociedade o que a ciência nos mostra por meio de dados, comparados com a medicina pública e privada. Esta qualidade é medida pelos valores da medicina internacional de primeiro mundo”, afirma o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Referência em tratamento, prevenção, ensino e pesquisa em câncer, o Hospital de Amor realizou em 2024 um total de 2.033.894 atendimentos (entre consultas, procedimentos e exames) em todas as suas unidades espalhadas pelo Brasil. Nesse período, foram atendidas 598.229 pessoas, oriundas de 2.540 municípios brasileiros. Isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.6% das cidades do país, de forma 100% gratuita.
Neste mês em que celebramos o “Dia Internacional da Mulher” (8 de março) e o “Março Lilás” – campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer do colo do útero – o Hospital de Amor tem a honra de homenagear todas as ‘suas mulheres’, que cuidam, acolhem, amparam, ensinam e, acima de tudo, amam! Que tratam – com todo respeito e carinho do mundo – milhares de pacientes. Que fazem o Hospital, ser de Amor!
E por falar em mulher que faz a diferença, o HA não pode deixar de homenagear uma de suas preferidas, motivo de muito orgulho para todos, especialmente para os colaboradores e pacientes da instituição: Dra. Scylla Duarte Prata – a médica ginecologista que sempre esteve à frente do seu tempo. Ela não só criou uma das maiores obras de amor ao próximo da América Latina, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa), como também foi pioneira na prevenção do câncer ginecológico.
Scylla especializou-se em ginecologia por influência de sua principal referência na medicina, o professor Domingos Delascio. Ele era professor universitário, ginecologista conceituado, autor de obras científicas e referência na tradicional Maternidade Matarazzo, Santa Casa de São Paulo e outras instituições da capital, sendo pioneiro em diversas frentes da saúde da mulher.
Enquanto aluna da USP, Delascio foi seu professor e depois de formada se tornou “médica estagiária” da equipe dele. Era considerada uma residente brilhante, muito dedicada e por isso manteve com seu mestre uma relação de amizade, respeito, reciprocidade e gratidão por toda a vida.
Em São Paulo, Scylla atuou como médica do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários de Santos. Trabalhou na Clínica Ginecológica da Faculdade de Medicina, e fez cursos como de aperfeiçoamento de clínica ginecológica, propedêutica obstétrica, patologia obstétrica, pós-graduação de tumores malignos do aparelho genital e participou de congressos.
Para além da obstetrícia e já tendo contato com os estudos do câncer ginecológico, como assistente do Dr. Domingos Delascio, ela aplicava em suas pacientes exames preventivos de lesões cancerígenas, como a colposcopia, a diatermocoagulação e o Papanicolaou. Junto ao professor, ela fazia estudos científicos sobre o câncer uterino e especialmente o câncer de endométrio, sendo pioneira na difusão do exame no interior de São Paulo.
Scylla se especializou ainda mais no câncer ginecológico e, em 1994, com a contribuição de seu marido – que dizia que “a prevenção é o melhor remédio”, ela foi uma professora para a enfermeira Creuza Saure, responsável por colher exames de Papanicolaou em 92% da população barretense com uma bicicleta e uma mesa ginecológica. Juntas, elas agiram por décadas, por idealismo e confiança no projeto do hospital.
Graças à expertise da médica, o HA salva, ainda hoje, milhares de vidas! São quase 63 anos de história e mais de 30 deles realizando um trabalho incrível de rastreamento e busca ativa, que leva saúde de qualidade e exames preventivos de câncer, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. Atualmente, a instituição possui 27 unidades fixas de prevenção e mais de 50 unidades móveis que rodam o Brasil, na tentativa de reduzir as desigualdades de acesso à saúde e oferecer tratamentos mais efetivos.
Esse tipo câncer é considerado o que apresenta condições mais promissoras para prevenção e controle, com possibilidades, inclusive, de eliminação. Fazem parte do arsenal de enfrentamento, a vacinação contra o vírus HPV (Papilomavírus Humano), cuja infecção persistente é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, outra estratégia, é a detecção precoce de lesões do colo uterino, classificadas como precursoras do câncer e que podem ser tratadas com procedimento simples e alcançar altas taxas de cura.
“Hoje nós temos instrumentos e possibilidades, tanto relacionados à prevenção primária, quanto à prevenção secundária. Eu estou dizendo sobre vacina contra o vírus HPV, que é o vírus que iminentemente causa o câncer do colo uterino entre as mulheres. E em segundo, a prevenção primária, que são os testes que fazem o diagnóstico e o rastreamento, sendo o mais conhecido, o exame de Papanicolaou”, destaca o coordenador médico do programa de prevenção de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio Possati.
• Pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2 anos de idade.
De acordo com o Ministério da Saúde, o exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau, é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Ele ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer do colo do útero e suas lesões precursoras. Quando essas alterações, que antecedem o câncer, são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame regularmente.
Outra medida importante na prevenção do HPV, são os preservativos internos ou externos. Informações do Ministério de Saúde mostram que, “embora seja eficaz na redução do risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST), seu uso não elimina completamente a possibilidade de transmissão do HPV. Isso ocorre porque as lesões podem estar presentes em áreas não cobertas pela camisinha, como a vulva, região pubiana, perineal e bolsa escrotal”. Apesar disso, o uso é extremamente importante parra prevenir possíveis doenças.
Em relação à distribuição geográfica, ele é o segundo mais incidente nas Regiões Norte (20,48 por 100 mil) e Nordeste (17,59 por 100 mil). Na Região Centro-oeste (16,66 por 100 mil) ocupa a terceira posição; na Região Sul (14,55 por 100 mil), a quarta; e na Região Sudeste (12,93 por 100 mil), a quinta posição.
O caso de sucesso
Ela explica que conheceu o HA quando foi convidada, junto a outras influenciadoras locais, para o lançamento de uma campanha de prevenção em Porto Velho, em 2019. “Fomos para este evento, que foi no Hospital de Amor, no qual a equipe do hospital apresentou dados alarmantes das mulheres da região Norte. Eu lembro que foi bem legal, saiu na mídia, nos jornais, etc. Durante o evento, foi feito uma dinâmica incentivando a gente a levar o maior número de mulheres para fazerem o exame de mamografia, quem levasse mais mulheres se tornaria uma das embaixadoras da unidade. Em seguida, veio a pandemia”, explicou.
População: 8.903 habitantes – Atendimentos: 3.129
O 19º Leilão e Quermesse “Direito de Viver” de Palmeira d’Oeste (SP), realizado nos dias 09/03/2025, sob a coordenação Sergio Ochi, contou com cabeças de gados e prendas, arrecadando R$ 252.913,00.
Curiosidade: Atração dos irmãos Pouver.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
População: 24.241 habitantes – Atendimentos: 1.395
O 15° festa show de prêmios e leilão “Direito de Viver” de Valparaiso (SP), realizado nos dias 08/09/2024, sob a coordenação Mary Sonia Akemi Eto Zacarin, contou com 30 cabeças de gados e prendas, arrecadando R$ 159,315.00.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
“Minha filha falou para os médicos: ‘Meu pai vai viver’.” Esse texto é sobre uma história de fé e superação do senhor Josafá de Oliveira Lima, 47 anos, natural de Conceição da Feira (Bahia).
Senhor Josafá deu entrada no Hospital de Amor, em Barretos (SP), em setembro de 2024, quando, ainda em sua cidade natal, descobriu nódulos no fígado e no intestino. Após se sentir mal, ele realizou alguns exames e foi constatado ‘Helicobacter pylori’, mais conhecida como ‘H. pylori’ – uma bactéria que pode causar gastrite, úlceras e câncer de estômago.
“Comecei a sentir umas dores e fiz um exame de ‘H. pylori’, que deu positivo para a bactéria e foi feita a biópsia, que não deu nada. Mas, ‘H. pylori’ não deixa você fraco. Comecei a sentir umas dores e fraquezas. Fiz alguns exames de rotina e ninguém descobria nada, a hemoglobina estava baixíssima. Fiz outros exames e na ressonância magnética foram constatados uns nódulos no fígado e intestino”, explica Josafá.
Encaminhado para o Hospital de Amor, Barretos (SP), em setembro de 2024, senhor Josafá foi internado para realizar exames e uma possível cirurgia para a retirada dos tumores. Porém, quando realizou o exame de colonoscopia, os médicos identificaram que o tumor estava maior do que o esperado e mudaram a conduta do tratamento.
Foi indicado para o senhor Josafá fazer seis sessões de quimioterapia para diminuir o tumor, mas após a terceira sessão, ele teve uma intercorrência e precisou ser operado. “Na terceira quimioterapia que eu tomei, em novembro de 2024, o tumor estourou dentro do meu intestino. Deu choque séptico anafilático agudo. Já fui entubado, entrei em coma induzido e passei por cinco cirurgias, coloquei dreno, precisei de traqueostomia. Minha situação era muito complicada, os médicos chamaram minha filha e falaram: ‘Nós não temos como resgatá-lo, o caso dele é grave e não temos como fazer mais nada, está nas mãos de Deus’, conta.
Senhor Josafá ficou 38 dias internado, sendo 25 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desses 25, 15 dias em coma induzido e 13 dias na internação. “Minha filha falou para os médicos: ‘O meu pai vai viver’. Minha filha foi buscar a palavra na igreja e Deus falou com ela: ‘Estou entrando lá agora na UTI e dando vida para quem você ama.’ Foi Deus falando lá e eu vivendo aqui”, declara senhor Josafá.
Recuperação
Buscando sempre o atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor, além de promover saúde por meio de atendimento médico hospitalar qualificado em oncologia, de forma humanizada, em âmbito nacional para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A instituição se dedica para integrar seus atendimentos, principalmente, com a reabilitação de seus pacientes oncológicos e de pacientes não oncológicos.
“O fato de o hospital oncológico contar com um centro especializado em Reabilitação traz celeridade ao processo de recuperação do paciente, além da possibilidade de diagnóstico e intervenção precoce nas sequelas oriundas do câncer ou do seu tratamento. O suporte psicológico, nutricional e, de um modo geral, multidisciplinar, traz conforto ao paciente e propicia uma recuperação rápida e completa. A possibilidade de intervenção precoce (as chamadas fases de pré-habilitação e habilitação) também proporciona um ganho imensurável no tratamento e na gravidade das sequelas”, comenta o coordenador das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor, Dr. Daniel Marconi.
Por conta da doença, dos cinco procedimentos cirúrgicos e do tempo de internação, senhor Josafá teve a FAUTI – fraqueza muscular adquirida na UTI, como explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza. “Senhor Josafá teve a FAUTI, a fraqueza muscular adquirida na UTI, por conta do imobilismo. Ele passou 25 dias na UTI, não se movia, e com isso, perdeu massa muscular, o que ocasiona a perda da força e do peso”, explica a fisioterapeuta.
“Até então, na minha cabeça eu tinha passado por algo simples. Eu estava dormindo, depois fui entender o que tinha acontecido. Eu saí da UTI na cadeira de rodas, eu não me levantava, eu não conseguia ajoelhar para orar”, explica senhor Josafá.
Encaminhado para o Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), ele passou pela primeira consulta com a fisioterapeuta Julia Garcia Souza, e ela já o orientou a realizar alguns movimentos de fortalecimento em casa. “Entrei na reabilitação, passei pela avaliação e a Julia já me indicou para fazer alguns exercícios em casa. Na segunda vez que vim, entrei com andador e, na terceira sessão, já entrei andando. A Julia tomou até um susto, então aqui reabilita mesmo”, conta.
O primeiro objetivo do tratamento de reabilitação do senhor Josafá era o fortalecimento global, a recuperação do equilíbrio e da marcha. Julia explica que ele já alcançou esses objetivos e que agora a reabilitação é para prepará-lo para que possa continuar com o tratamento oncológico. “A próxima etapa no tratamento de reabilitação do senhor Josafá é trabalhar mais essa performance cardiopulmonar com exercícios aeróbicos, o powerbreathe (exercitador respiratório), para ajudar no fortalecimento da musculatura respiratória e para dar condições para ele continuar com o tratamento oncológico”, ressalta Julia.
Reabilitação
Reabilitar a saúde física, mental, intelectual, auditiva e visual, promover qualidade de vida e autonomia são os principais objetivos das unidades de Reabilitação do Hospital de Amor. O sucesso do resultado da reabilitação é devido à utilização da tecnologia, mas principalmente à expertise, o amor e o carinho que os profissionais têm com os pacientes.
“Sem dúvida alguma, a existência de um corpo clínico nas áreas médica e multidisciplinar é o segredo de um atendimento de excelência e humanizado. Terá a possibilidade de agregar a esse time um aparato tecnológico de última geração, o que traz um incomensurável benefício terapêutico: rapidez, precisão, qualidade técnica e confiança na obtenção e interpretação dos dados evolutivos. Essa combinação poderosa resulta em um processo de reabilitação de sucesso. A inclusão social se torna completa na medida em que também oferecemos esporte adaptado e profissionalização às pessoas com deficiência”, declara Dr. Daniel Marconi.
“Quando eu iniciei a reabilitação, já comecei a fazer os testes de equilíbrio e de força, e comecei a me sentir melhor, tanto que hoje eu faço esteira e bicicleta, e me sinto muito bem. Aqui é um centro de reabilitação mesmo e ajuda muito nós, pacientes. Antes, eu não conseguia fazer nada; hoje, ando normal, fui pescar, ganhei mais peso, ganhei músculo. A reabilitação transformou a minha vida, me ajudou muito e tudo isso graças ao Hospital de Amor, onde me senti abraçado”, declara senhor Josafá.
Ele foi um dos 1.107 pacientes do Centro Especializado em Reabilitação do HA, em Barretos (SP), que tiveram, em 2024, a oportunidade de transformar suas vidas por meio da reabilitação, seja após o tratamento oncológico ou por conta de outro tipo de comorbidade.
Se somar os atendimentos médicos como neuropediatra, oftalmologista, fisiatra, pediatra, entre outras especialidades com a equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutrição, entre outras), nas três unidades de Reabilitação do Hospital de Amor: em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), foram realizados 116.195 atendimentos em 2024.
Além dos atendimentos médicos e com a equipe multidisciplinar, foram confeccionados e dispensados 3.861 dispositivos (órteses e próteses), somando os números nas três unidades: 1.616 dispensados pela unidade de Araguaína (TO), 1.765 dispositivos dispensados pela unidade de Barretos (SP) e 480 dispensados pela unidade de Porto Velho (RO).
“Há uma década, o Hospital de Amor possui essas estruturas conjugadas: oncologia e reabilitação, e essa experiência foi tão exitosa que se traduziu em uma política pública na nova ‘Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer’, publicada em fevereiro de 2025 (https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-6.590-de-3-de-fevereiro-de-2025-611094415), o que significa que todas as instituições oncológicas ficam agora respaldadas por força de lei a contarem com o centro de reabilitação ou estarem conveniadas com algum já existente”, esclarece Dr. Daniel Marconi.
Em quase 63 anos de história, construídos com muito comprometimento, respeito, compaixão, solidariedade e, acima de tudo, amor, o Hospital de Amor (referência em tratamento oncológico gratuito de excelência) conta com o apoio de pessoas que vestem a camisa da instituição, abraçam a causa e realizam um trabalho árduo, de maneira gratuita e durante todo o ano, com um único objetivo: ajudar o HA a salvar vidas!
E foi assim, com o objetivo de suprir as necessidades dos pacientes em tratamento oncológico no HA, que nasceu (em 8 de março de 1997) a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC), de Barretos (SP). Atualmente presidida por João Carlos da Silva, o ‘Johny’, a entidade (que já possui mais de 60 unidades espalhadas pelo país) está à procura de mais voluntários para dar continuidade a este importante trabalho. “É preciso coragem para se doar em tempos em que a maioria só pensa em receber. Nossos voluntários são nosso maior e mais importante patrimônio”, afirma Johny.
De acordo com a membro da AVCC Barretos, Marcela Dorval, as atividades voluntárias disponíveis são definidas conforme as demandas do próprio Hospital de Amor. “Existem diversas formas de servir: seja no apoio emocional aos pacientes, nas atividades recreativas, ou até mesmo no auxílio administrativo e organizacional. Mas, antes de qualquer coisa, o voluntário precisa ter amor ao próximo. Ele precisa estar ciente de que a nossa missão é levar carinho e atenção aos pacientes”, explica.
Além de atuar diretamente em prol das necessidades emocionais dos pacientes em tratamento no HA, a AVCC realiza ações e campanhas para arrecadar recursos, para conseguir atender todas as demandas físicas deles também. “A AVCC desenvolve campanhas, como a de tampinhas e lacres, por exemplo, faz bazares de roupas e calçados, entre outros”, conta Marcela.
Como se tornar voluntário na AVCC?
Para se tornar voluntário, a pessoa deve ir à sede da AVCC, em Barretos, preencher uma ficha de inscrição e passar por um teste psicológico. As regras e requisitos são:
• comparecer ao trabalho duas vezes por semana em período integral ou meio período;
• não ser paciente do HA;
• não ser acompanhante de paciente do HA.
“A AVCC precisa de voluntários! Caso você tenha o desejo de levar tempo, atenção, amor e carinho a quem precisa, venha conhecer a nossa sede e o nosso trabalho junto ao Hospital de Amor”, declara Marcela.
Como doar para a AVCC?
A AVCC também recebe doções e todas elas são muito bem-vindas! “Tampinhas, lacres, fraldas, leites, alimentos para cesta básica, produtos de higiene, roupas, calçados, qualquer tipo de material que possamos utilizar em nosso bazar e mechas de cabelo para confecção de perucas. Utilizamos tudo, exceto blister de remédio”, finalizou Marcela.
A AVCC está localizada na avenida Paulo de Matos Leandro, número 1357 – Bairro Dr. Paulo prata – Barretos (SP). Entre em contato pelos telefones: (17) 3324-4519 ou (17) 98842-2214, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.
Sobre a AVCC
A AVCC foi fundada em 8 de março de 1997 por um grupo de voluntárias da Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer de São Paulo, tendo como objetivo prestar serviços voluntários gratuitos à pacientes diagnosticados com câncer no Hospital, nos alojamentos e nas residências particulares.
A entidade não tem fins lucrativos, credo religioso ou cunho político-partidário. A única exigência é de que seus membros se doem gratuitamente. Esses voluntários atuam diretamente com o paciente, auxiliando no que for possível para manter a qualidade e o bem-estar dele.
População: 4.000 habitantes – Atendimentos: 254
O 14° Leilão Regional de Buritizal (SP), realizado no dia 8 de dezembro de 2024, foi um grande sucesso, coordenado por Maria Silvania Ribeiro e com o apoio de 150 voluntários. Buritizal, uma cidade com cerca de 4 mil habitantes, viu seu evento arrecadar impressionantes R$ 990.547,21, com a venda de 253 cabeças de gado. Entre os momentos mais marcantes, destaca-se uma bezerra, que foi arrematada por R$ 41 mil, e um touro, que chamou atenção ao ser arrematado não uma, mas três vezes durante o mesmo leilão, arrecadando R$ 125 mil no total. Esse fato inusitado foi um dos grandes destaques da noite e reforçou ainda mais o sucesso do evento.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!