‘Não pode segurar xixi porque faz mal à saúde’ ou ‘Já bebeu água hoje?’. Quais destas frases ligadas à saúde dos seus rins você já ouviu? Provavelmente as duas, certo?
Embora seja comum existir uma certa preocupação com o bem-estar dos órgãos, cujas principais funções no corpo são filtrar o sangue a fim de remover toxinas e resíduos metabólicos, como ureia, creatinina e ácido úrico, por meio da produção e eliminação da urina, ainda se fala pouco sobre o câncer renal.
Segundo a médica oncologista clínica do Hospital de Amor Jales, Dra. Fernanda de Oliveira Bombarda, o câncer de rim ocorre quando as células que compõem o órgão começam a crescer de forma anormal e desordenada, formando um tumor.
A especialista explica que este tipo de câncer é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário e representa aproximadamente 3% das doenças malignas do adulto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 11 a 12 mil novos casos de câncer renal por ano. Somando as unidades do HA Jales e Barretos, são cerca de 150 casos diagnosticados por ano com esta neoplasia “A incidência de câncer renal tem mostrado um aparente aumento, possivelmente devido ao uso mais frequente de exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A doença surge com mais frequência nos homens do que nas mulheres e, geralmente, acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade”, diz Fernanda.
O caminho de Maria: fé e resiliência diante de algo inesperado
“Meu nome é Maria Bezerra da Silva, tenho 65 anos, sou dona de casa e moro em Nova Andradina (MS). Há dois anos, um pequeno caroço me trouxe um incômodo que logo se transformaria em um diagnóstico de câncer. Me recordo bem da sensação, da surpresa e da necessidade de entender o que estava acontecendo.
Como viúva, encarei esse desafio com a força de quem já superou outras batalhas na vida, contando sempre com o apoio dos meus filhos e demais familiares. Eu não sentia nenhum sintoma antes de descobrir o caroço, o que me fez procurar ajuda médica.
Após consulta e exames, recebi o diagnóstico de câncer renal e desde então, o Hospital de Amor tem sido essencial na minha vida. Sempre digo que a importância do hospital é a de nos devolver a saúde, de nos dar a chance de continuar vivendo. O tratamento que recebo é simplesmente excelente. A dedicação dos funcionários e a qualidade dos cuidados me dão a certeza de que estou no lugar certo. Atualmente, estou na fase da quimioterapia, e cada passo é dado com muita esperança.
Essa jornada tem me transformado profundamente. Percebo mudanças em mim e, principalmente, nos meus hábitos de vida. Hoje, valorizo ainda mais a importância de cuidar do corpo e da mente.
Se eu pudesse dar um conselho para alguém que acabou de receber um diagnóstico de câncer, diria para não guardar raiva e para respeitar os alimentos. É um processo desafiador, mas com fé, apoio e os cuidados certos, é possível encontrar forças para seguir em frente”, conta a simpática dona Maria, paciente do HA que trata de câncer renal com muita coragem e uma grande vontade de viver.
Neste mês de junho, dedicado à conscientização sobre o câncer de rim, a Dra. Fernanda Bombarda esclarece as principais dúvidas sobre o tema. Confira:
1) Existem tipos diferentes de câncer renal? Quais são os mais comuns?
R.: Existem diferentes tipos de câncer de rim. O mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados. Outros tipos incluem: carcinoma papilífero (o segundo tipo mais comum, representando cerca de 10% dos casos) e carcinoma cromófobo (que corresponde a cerca de 5% dos casos).
2) Quais são os principais sintomas?
R.: A neoplasia renal é inicialmente assintomática, mas pode se manifestar com dor no flanco (dor nas costas, de lado, na altura da cintura), hematúria (presença de sangue na urina) e massa abdominal palpável.
3) Quando, ‘normalmente’, este tipo de câncer é detectado? E como é feito o diagnóstico?
R.: A forma mais comum de obter o diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia ou tomografia do abdômen. O diagnóstico é realizado por meio de exames como ultrassom, tomografia ou ressonância nuclear magnética de abdômen. A biópsia renal pré-operatória, normalmente, não é realizada e só é necessária em situações excepcionais, a fim de diferenciar lesões malignas de benignas, as quais não necessitariam de tratamento.
4) Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim?
R.: Os principais fatores de risco são: tabagismo, obesidade, hipertensão, idade avançada, doença renal crônica e diálise, história familiar e algumas síndromes genéticas (Doença de Von Hippel-Lindau).
5) Existem medidas preventivas para o câncer renal?
R.: As medidas preventivas para o câncer renal são: evitar o tabagismo, manter um peso saudável e controlar a pressão arterial por meio de uma dieta equilibrada e atividade física regular e, se necessário, medicação, sob orientação médica. Manter-se bem hidratado — beber água suficiente ajuda os rins a eliminarem toxinas e a funcionar adequadamente.
6) Este tipo de câncer costuma aparecer em qual fase (inicial/avançado)?
R.: Cerca de metade dos tumores renais diagnosticados atualmente estão restritos ao rim, enquanto aproximadamente 20% já mostram invasão local, com comprometimento dos linfonodos. O restante apresenta metástases à distância, sendo os locais mais frequentemente atingidos: pulmão, fígado e ossos.
7) Quais são os tipos de tratamento?
R.: Os tipos de tratamento disponíveis são as terapias sistêmicas, que agem em todo o corpo para combater as células cancerígenas, como imunoterapia (que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas), a terapia-alvo (medicamentos que atuam bloqueando vias moleculares específicas) e quimioterapia (o câncer de rim é relativamente resistente à quimioterapia tradicional, por isso, ela raramente é a primeira escolha).
A radioterapia pode ser utilizada em sua forma convencional com fins paliativos para aliviar sintomas como dor em casos de metástases ósseas. Já a radiocirurgia (técnica de radioterapia de alta precisão que administra altas doses de radiação em poucas sessões) tem se mostrado promissora para tratar tumores primários em pacientes não cirúrgicos e para controlar metástases em locais específicos, como ossos e pulmões.
8) A remoção do rim é um tipo de tratamento?
R.: A cirurgia é o tratamento inicial de escolha para a maioria dos carcinomas renais. É o único tratamento curativo definitivo para esse tipo de câncer.
9) O que é nefrectomia parcial/radical?
R.: Nefrectomia total: remoção total do rim.
Nefrectomia parcial: remoção apenas de uma parte do rim ou de uma região onde o nódulo/massa se encontra, preservando o restante do parênquima renal. É mais comumente utilizada em tumores menores.
10) Há chance de transplante no lugar do rim doente?
R.: Um transplante renal é considerado para pacientes que desenvolvem insuficiência renal crônica em estágio terminal, ou seja, quando os rins não conseguem mais cumprir suas funções adequadamente. No caso de um paciente que teve um rim removido devido ao câncer, a necessidade de um transplante surgiria se o rim remanescente também falhasse ou já estivesse com sua função comprometida antes da cirurgia. Em pacientes com câncer renal ativo, o transplante não é recomendado. A principal razão é que o uso de medicamentos imunossupressores após o transplante pode estimular o crescimento de células cancerígenas remanescentes, aumentando o risco de recidiva do câncer.
11) Quais são os avanços da medicina para tratar este tipo de câncer?
R.: Os avanços para tratar esse tipo de câncer são a combinação de terapias sistêmicas, como imunoterapia e terapia-alvo, aumentando as taxas de resposta e a sobrevida dos pacientes. O uso de terapia neoadjuvante: a imunoterapia também está sendo estudada para ser realizada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção, ou até mesmo possibilitar cirurgias menos invasivas. Cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia e robótica): permite que cirurgiões realizem a nefrectomia com maior precisão, menor perda de sangue, menos dor pós-operatória e um tempo de recuperação mais rápido para o paciente. Isso é especialmente benéfico para a preservação da função renal. Terapias Ablativas: novas técnicas de ablação estão sendo estudadas e utilizadas para destruir tumores menores, oferecendo alternativas menos invasivas para pacientes que não são candidatos à cirurgia ou que possuem tumores em locais desafiadores.
12) Quais são as principais consequências para o paciente durante o tratamento e após ele?
R.: Devido à nefrectomia (retirada do rim, seja parcial ou total), existe a possibilidade de alteração da função renal. Outras consequências estão relacionadas a possíveis efeitos colaterais do tratamento sistêmico: náusea, vômito, fadiga, diarreia e perda de apetite.
13) Quais são os maiores desafios enfrentados pelo paciente durante o tratamento? (Não pode comer algum alimento, líquido)?
R.: Não há restrição alimentar. Os maiores desafios são a dificuldade de acesso a medicamentos, especialmente terapias de alto custo ou não disponíveis no sistema público de saúde.
14) O paciente precisa de diálise depois do tratamento?
R.: Não necessariamente. A maioria dos pacientes submetidos à nefrectomia (retirada do rim) para tratamento de câncer renal não precisa de diálise após a cirurgia. A necessidade de diálise após a remoção de um rim depende da função do rim remanescente.
15) Qual é a taxa de cura e de mortalidade deste câncer?
R.: A taxa de sobrevida em 5 anos depende de cada estágio da doença:
– Estágio clínico I (tumor localizado no rim): 80%
– Estágio II (tumor maior, mas ainda restrito ao rim): 73%
– Estágio III (tumor que se espalhou para linfonodos próximos): 53%
– Estágio IV (metástases para outros órgãos): 8%
16) Quantas pessoas são diagnosticadas com esta doença por ano no Brasil?
R.: Estima-se que, por ano, no Brasil, sejam diagnosticados cerca de 12.000 pacientes com esta doença.
17) Existe rastreamento para o câncer renal?
R.: Atualmente, não existem programas de rastreamento populacional para o câncer renal. Não é recomendada a realização de exames de rotina para detectar precocemente essa doença em pessoas assintomáticas, devido à sua baixa incidência e à falta de evidências que comprovem benefícios significativos para a população em geral.
Caso conheça alguém que esteja tratando de câncer renal ou com alguns dos sintomas apresentados neste conteúdo, compartilhe esta matéria. Lembre-se de evitar o cigarro, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e manter a pressão arterial controlada.
O Hospital de Amor Jales comemora um marco significativo, celebrando 14 anos de dedicação ao tratamento de câncer e cuidados de saúde de alta qualidade na região. Este aniversário especial é marcado não apenas por conquistas passadas, mas também por um olhar para o futuro com novos projetos que prometem fortalecer ainda mais sua missão.
Ao longo dos anos, o hospital expandiu suas instalações e serviços, buscando sempre inovações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar suas chances de recuperação. Isso inclui não apenas tratamentos clínicos e cirúrgicos, mas também programas de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos.
Fundado com o objetivo claro de oferecer tratamento de qualidade e humanizado a pacientes com câncer, o HA Jales rapidamente se tornou um ponto de referência na região. A instituição não só oferece tratamento médico avançado, mas também promove um ambiente acolhedor e de apoio emocional para pacientes e seus familiares.
A comunidade de Jales (SP) e áreas vizinhas se beneficiam enormemente da presença do Hospital de Amor, que além de oferecer atendimento médico de ponta, promove a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer. Assim, o Hospital de Amor Jales se destaca como um importante centro de saúde especializado no tratamento oncológico, mantendo o compromisso de cuidar e acolher seus pacientes com dedicação e excelência médica.
“Neste aniversário de 14 anos, refletimos com gratidão sobre o caminho que percorremos e celebramos as vidas que tocamos e os avanços que alcançamos”, afirma a gerente administrativa da unidade, Jéssica Donini. “Continuaremos trabalhando incansavelmente para oferecer o melhor atendimento possível e proporcionarmos sempre o melhor aos nossos pacientes.”
Um dos pontos altos desta celebração é a continuação do projeto de construção da nova cozinha e dos novos leitos do hospital. Essas novas instalações são projetadas não apenas para modernizar a infraestrutura do hospital, mas também para melhorar significativamente o conforto e a qualidade do atendimento aos pacientes. A nova cozinha e refeitório serão equipados para proporcionar refeições nutritivas e essenciais para a recuperação dos pacientes, e o bem-estar dos acompanhantes e equipe de colaboradores.
Além disso, a expansão dos leitos permitirá ao Hospital de Amor Jales aumentar sua capacidade de atendimento. Isso não apenas beneficiará os pacientes, mas também reforçará o compromisso da instituição em proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para todos que buscam tratamento.
Estes projetos só são possíveis com a contribuição e doações de instituições, e “pessoas de amor”. Somos infinitamente gratos por toda ajuda recebida, graças a ela podemos aprimorar ainda mais nosso desempenho no tratamento de nossos pacientes.
A conclusão do projeto da nova cozinha e dos novos leitos da unidade será um passo significativo para garantir que a instituição continue a oferecer cuidados de saúde de excelência e a expandir seu impacto na comunidade.
Pela primeira vez, o Hospital de Amor Jales realizou um procedimento cirúrgico utilizando recursos de Medicina Nuclear. A cirurgia, em uma paciente de 58 anos, empregou uma tecnologia que possibilitou maior precisão e menores sequelas.
O método de pesquisa de linfonodo sentinela foi aplicado em um caso de tumor de pele melanoma, como explica o cirurgião oncológico, Dr. Sávio Costa de Paula. “Esse tipo de tumor é mais agressivo e com alta possibilidade de metástase, atingindo os linfonodos. Com essa técnica avançada, conseguimos identificar com maior exatidão os gânglios afetados. Apesar de ser a primeiro, certamente o procedimento será expandido para outras áreas.”
O procedimento teve início na unidade do HA em Barretos (SP), com a aplicação do radiotraçador. “Um dia antes da cirurgia propriamente dita, foram aplicados no paciente radiofármacos que transitam pela via linfática, sendo que no momento do procedimento aqui em Jales (SP), utilizamos equipamentos de alta tecnologia para que o cirurgião pudesse identificar local do linfonodo”, detalhou a médica nuclear Dra. Emanuela Borges Oliveira.
“Na maioria das vezes quando realizamos procedimento de Medicina Nuclear, ainda não há a evidência de doenças. Com esse método conseguimos remover com exatidão, fazendo com que o procedimento seja menos invasivo e evitando realizar o esvaziamento linfonodal desnecessário, preservando o paciente das sequelas”, complementou Dr. Sávio.
Ainda em liberação junto aos órgãos competentes para a utilização total de suas funcionalidades, o departamento de Medicina Nuclear do HA Jales já está em fase avançada de implementação, com a maior parte dos equipamentos já instalados e toda a infraestrutura pronta, inclusive com todo mobiliário adquirido com o apoio da Associação de Voluntários de Combate ao Câncer da Região de Jales.
“Com o pleno funcionamento, poderemos atender a todos nossos pacientes com essas tecnologias aqui na unidade, sem precisar que ele se desloque para Barretos ou outros poucos centros que utilizam esta tecnologia, já que possui um custo elevado. Além do melanoma, casos como o de câncer de mama também serão beneficiados, ressaltou a Dra. Emanuela.
Foi em nome da solidariedade que a paciente Juliana Petini, de Fernandópolis (SP), aceitou a missão de participar do “Desafio do Amor”, um pedal solidário (nome dado a trajeto feito em bicicleta em prol de uma causa social), que começou na cidade de Redenção, no Pará, e já se espalhou por todo o Brasil. O desafio dela era iniciar o caminho em frente à unidade do Hospital de Amor (HA), em Jales (SP), cidade onde realizou seu tratamento contra um câncer de mama; seguir para o Instituto de Prevenção da instituição, em Fernandópolis (SP), onde recebeu o diagnóstico da doença; e finalizar na sede da instituição em Barretos (SP), cumprindo seu propósito. Todo o percurso teve 260 km por estrada não pavimentada.
Desafio do Amor
O “Desafio do Amor” foi criado pela engajada advogada Fernanda Teodoro e do arquiteto Magno Weiss, ambos de Redenção (PA). A campanha foi divulgada virtualmente e consistiu em organizações de pedais onde cada indivíduo escolhia o seu desafio pessoal e adquiria seu kit. Os recursos adquiridos nas inscrições e venda desses kits serão destinados ao Hospital de Amor.
Durante a divulgação do evento, Fernanda fez um contato através das redes sociais com Juliana e, após conhecer sua história com o HA, a convidou para ser uma das madrinhas ação. “Diante do convite, eu senti que devia, em nome da minha saúde e de todos os que estão lutando por suas vidas, ser sinônimo de superação, além de motivar pessoas através da iniciativa a participarem do evento a colaborar com o Hospital de Amor, que tanto precisa”, relatou Juliana.
O evento contou com o apoio do artista Felipe Araújo e de um dos maiores organizadores de eventos de mountain bike nacional, Mário Roma.
Superação
Juliana, que também se tornou madrinha da ação #ConectadosPelaPrevenção do ‘Outubro Rosa’ do HA, conta que sua história com o ciclismo começou muito antes do desafio. “Em 2016, comecei a praticar o ciclismo e me apaixonei pelo esporte e pelos desafios que ele me oferece. De espírito competitivo, decidi, em 2017, participar pela primeira vez de uma competição. A partir daí, participei de diversas provas em todo o estado de São Paulo com expressivos resultados”, disse.
No final do ano de 2018, após o diagnóstico de câncer de mama, Juliana precisou suspender as participações nas competições. Para ela, apesar de um processo difícil, com a ajuda de Deus e do Hospital de Amor, foi possível retornar a uma jornada intensa de treinamentos. “Como forma de retribuir todo o amor e dedicação que o hospital me oferece, assim como, estímulo a todos aqueles que estão em tratamento, eu digo: acreditem em suas vidas e desfrutem do impacto positivo da atividade física durante seu tratamento. Foi por esse motivo que decidi realizar em parceria com o ‘Desafio do Amor’ esse trajeto”, explicou Juliana.
Atualmente, a paciente segue em acompanhamento por exames de imagens semestral.
Meta
E não basta percorrer 260km, é preciso ter uma meta. Juliana conta que decidiu estabelecer um tempo para percorrer o trajeto. “Eu e meu preparador físico entendemos que seria possível realizar o percurso em menos de 24 horas. A meta era sair da unidade de Jales, às 17h, na sexta-feira (25) e chegar por volta das 9h, do dia seguinte, em Barretos (SP). ”, explicou Juliana.
Estratégia de ação
A ciclista Juliana Petini contou com o apoio do técnico (carro de apoio) durante todo o percurso, estando acompanhada de seu treinador e duas atletas que também são engajadas com causas, para ajudá-la a manter um ritmo e oferecer apoio emocional.
O carro de apoio levou todo suprimento alimentar, de hidratação e manutenção das bicicletas que foram necessários, garantindo assim a segurança e integridade física.
Devido à pandemia, foram tomadas todas as precauções necessárias, mantendo o distanciamento recomendado pelos órgãos de saúde competentes.
Unir o bem-estar e a prevenção foi uma das propostas do Hospital de Amor para a campanha do Outubro Rosa deste ano. Com a pandemia da COVID-19, muitas das palestras e eventos que seriam realizados neste período do ano, foram cancelados. Com isso, por iniciativa das unidades de Fernandópolis (SP) e Jales (SP), o HA abraçou a ideia de uma ação virtual de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama aliada à prática de atividade física, um fator importante para prevenção da doença.
COMO SE CONECTAR
A participação na ação é muito fácil: a pessoa precisa vestir uma camiseta rosa, publicar nos seus stories do Instagram algum momento realizando uma atividade física, dentro ou fora de casa, e marcar o perfil ‘@hospitaldeamor’. O post poderá aparecer nos stories da instituição.
É importante fazer a marcação do perfil corretamente e marcar apenas o perfil oficial. Para que o hospital consiga ver o Story, é necessário que o seu perfil esteja público quando você compartilhar. Outra dica: é importante respeitar as orientações de distanciamento social e uso de máscara se estiver em lugares de maior circulação.
MADRINHA
Para representar a mobilização, o Hospital convidou uma pessoa muito especial. A atleta e enfermeira, Juliana Petini, que tem tudo a ver com esta ação. Ela já sentiu na pele a angústia de descobrir e passar pelo tratamento do câncer de mama. Seu diagnóstico foi realizado no Instituto de Prevenção do HA, em Fernandópolis (SP), cidade onde reside, e seu tratamento foi realizado na unidade de Jales (SP) da instituição. “Quando recebi o convite para ser madrinha desta ação, eu fiquei muito feliz, porque é algo que eu realmente acredito e que transformou minha vida. Se você tem a oportunidade de ter uma vida mais saudável e de se cuidar enquanto é tempo, então faça, não deixe o tempo passar…”, relatou.
Atualmente, Juliana segue em acompanhamento e se diz muito grata pela oportunidade de receber o tratamento que recebeu.
ATIVIDADE FÍSICA E O CÂNCER DE MAMA
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diversos os fatores causadores de câncer de mama. Entre eles, está o sedentarismo, ou seja, a inatividade física. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como: praticar atividade física, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
O cirurgião oncológico responsável da HA Jales, Dr. André Silveira, reforça que o exercício físico atua na prevenção do câncer de diversas formas. “Os principais fatores que contribuem para esse resultado positivo são: redução da gordura corporal, melhora no sistema imunológico, controle dos níveis de insulina e redução do quadro inflamatório”, explica.
PREVENÇÃO
A prevenção do câncer de mama não deve acontecer só em outubro. Segundo a responsável técnica da unidade de Fernandópolis, Tânia Lourenço, mulheres com idade de 40 a 69 anos, devem procurar o posto de saúde mais próximo de sua casa para realizar seu exame de mamografia. “Mulheres, com a faixa etária de 40 a 49 anos, devem realizar a mamografia com periodicidade de 12 meses; e as de 50 a 69 anos, no período de 24 meses”, explicou a enfermeira.
NÚMEROS DO CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas do Globocan (2018), foram estimados 2,1 milhões de casos novos de câncer e 626 mil óbitos pela doença.
No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2020 são de 66.280 casos novos, o que representa 29,7% dos cânceres em mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Em 2018, ocorreram 17.763 mortes, sendo 17.572 mulheres e 189 homens por câncer de mama no país.
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
No último dia 30 de novembro, competidores e simpatizantes do esporte de diversas cidades participaram da 1ª “Corrida pela Vida”, promovida pelo Hospital de Amor Jales, em parceria com a TNV Sports e o atleta Jean Thiago. O evento, que aconteceu em apoio a campanha Novembro Azul, visou chamar a atenção para a prevenção do câncer de próstata, aliado a conscientização e prática esportiva.
Além de 5 km de corrida, o grupo que optou por caminhada percorreu 2,5 km. No total, participaram cerca de 70 pessoas nas duas modalidades e os vencedores da competição foram presenteados com troféus e medalhas.
O atleta amador, Ricardo de Souza, conquistou a primeira posição na categoria geral masculina, como tempo de 17 minutos. Já na categoria geral feminina, quem ficou em primeiro lugar foi a atleta amadora, Mara Célia Araújo, completando a prova em 29 minutos. Entre os competidores, Rafael Lazarini, atleta de 33 anos que já disputou as principais competições do atletismo paraolímpico brasileiro, como as Paralimpíada do Rio 2016, na modalidade atleta guia da competidora Terezinha Guilhermina (atleta cega mais rápida do mundo e campeã brasileira de corrida paraolímpica), também esteve presente na corrida. Apesar de não competir mais, Rafael reconhece a importância do esporte aliado à conscientização do câncer de próstata. “Para mim, todo incentivo ao esporte é válido, ainda mais aliado a uma causa tão importante. Cuidar da saúde é essencial, em todos os sentidos”, ressaltou.
Outro participante muito especial foi o pequeno Miguel Antoniassi, de 7 anos. Como não houve número suficiente para abrir uma disputa infantil, o garoto resolveu participar da competição com os adultos. Ele correu 5 km em 26 minutos, ao lado do pai Paulo Cesar, da mãe Alessandra e dos irmãos Raul e Paulo. No final, toda a família subiu ao pódio.
O evento foi realizado graças aos patrocinadores e apoiadores do Hospital: Unimed, Fernando Neto (personal trainer), Alimentare Produtos Alimentícios, Associação de Voluntários no Combate ao Câncer (AVCC), Casa Sport II, DX Sport, ETEC Jales, Leandro Bazam, Max Muscle, Mendonça Frutas, Radical Capacetes, Sabesp, New Corpus, Secretaria Municipal de Saúde, Radical Capacetes e Unijales.
“Esse evento foi um desafio para o hospital, pois nunca realizamos nada nesse formato. Ficamos felizes por receber muitos atletas e demais praticantes da modalidade como apoiadores da causa. Associar prevenção e esporte foi o grande objetivo dessa mobilização”, afirmou a gerente administrativa da unidade de Jales, Camila Venturini.
“Carismático”, “alegre”, “simpático” e “talentoso” são alguns dos adjetivos usados para definir Walter Cezar Duarte, mais lembrado nos corredores do Hospital de Amor Jales como “Walter da Gaita”, da cidade de Murutinga do Sul (SP). Walter é conhecido por todos, pois toda vez que vem passar por uma consulta, ele faz questão de trazer um pouquinho de alegria e descontração para os outros pacientes, por meio da música, de um jeito bem peculiar: tocando gaita e sanfona ao mesmo tempo.
O musicista conta que sua paixão pela música começou muito cedo, desde quando tinha 9 anos de idade e aprendeu a tocar o instrumento de sopro. Apesar de estar ligado à música desde muito cedo, ele conta que, em alguns momentos da vida, desempenhou alguns papéis na sociedade, como quando trabalhou como jornalista (seu primeiro emprego com carteira assinada) e professor de adultos e crianças no Rio de Janeiro, em 1972. Hoje, aos 68 anos, a música é sua fiel escudeira e, com ela, está sempre muito bem-humorado. Por onde passa, conquista amigos e admiradores do seu trabalho. Quem o vê assim, sempre sorrindo, não imagina quantas histórias e quantos desafios ele já viveu em sua vida.
Paciente do Hospital de Amor desde 2012, Walter conta que chegou à instituição com uma lesão na boca que não se curava. Ele contou também que, antes de começar o tratamento no HA, tinha tentado usar muitas pomadas e realizado muitos tratamentos alternativos, mas que não tinha obtido resultados. Só depois de chegar ao hospital, foi identificado um câncer de boca e iniciado um tratamento correto.
Por recomendações médicas, ele parou de tocar por um tempo, pois a lesão o impedia de continuar. Segundo ele, tinha vezes que, ao ir para as consultas, levava seus instrumentos, mesmo sabendo que não poderia tocar. “Quando minha boca sarava um pouquinho, eu achava que já podia voltar a tocar, e na primeira tentativa, a lesão voltava a se abrir. Às vezes, eu tocava uma música na recepção e quando sangrava corria para pedir ajuda. Aí, elas (as enfermeiras) me falavam ‘mas seu Walter, o senhor sabe que não pode ficar tocando enquanto não sarar totalmente’, e eu respondia ‘mas eu não tava tocando’, como se elas não estivessem acabado de me ouvir (risos)”, conta, bem-humorado.
Walter conta que, após curar-se totalmente da ferida na boca, ele passou a fazer apenas acompanhamento no hospital, lugar onde ele diz ser sua segunda casa. “É tanto afeto que sinto por esse lugar, que nem sei expressar. Eu amo todos os funcionários e eu sei que eles também me amam. Quando chego na portaria, sou recebido com um sorriso no rosto e, por onde eu passo, recebo carinho, abraços”, conta, emocionado.
Depois de alguns anos fazendo acompanhamento, Walter, em uma consulta de rotina, relatou dor na região abdominal e foi encaminhado para realizar exames dentro da unidade. Ele conta que, naquele mês, ficou muito preocupado, com medo do resultado da biópsia. Quando chegou para consulta, percebeu a expressão não tão contente do médico e viu que as notícias não pareciam ser boas. “Ele me disse que um dos três nódulos que foram encontrados na região do abdômen poderia ser maligno, mas que seriam feitos novos exames para que pudesse ser realmente confirmado o diagnóstico”, relembra.
Então, ele repetiu os exames e voltou para saber o resultado final dos novos procedimentos. “A expressão dele já era diferente… alegre, pediu para eu me sentar, ficar tranquilo, pois estava tudo bem comigo. Não tinha nada, não era câncer, e eu ia ficar bem, assim como estou hoje”, relatou Walter com olhos marejados. “Na hora, foi como se tivesse tirado um peso das minhas costas. Inclusive, o doutor, conversando comigo, perguntou se era eu quem estava tocando gaita lá fora, antes da consulta, e eu disse que sim. Aí, ele me perguntou se eu sabia tocar alguma música dos Beatles, então, eu saquei o instrumento do bolso e falei: ‘é pra já’”, relata.
Carinho da equipe
Segundo a assistente de ouvidoria do hospital, Franciele Donini, seu Walter é uma pessoa muito especial. “Já ouviu o ditado, de ‘quem dá amor, recebe amor’? é o caso do seu Walter. Se ele recebe tanto carinho assim é porque também oferece muito carinho às pessoas. É um exemplo de carisma, de ser humano. Por vezes, ele procurou a Ouvidoria, para pegar os nomes dos funcionários que, às vezes, ele nem conhecia, só para enviar cartinhas de agradecimento pelo trabalho que realizam no hospital. Segundo ele mesmo já me relatou, ele não quer esquecer-se de ninguém que contribuiu com seu tratamento, seja de forma direta ou indireta”, conta.
Atualmente, Walter continua em acompanhamento e se diz muito contente e agradecido por todo amor recebido nesses anos de convívio na unidade. “Eu sou muito agradecido por tudo que recebi neste lugar e a forma que encontrei de retribuir o carinho é continuar tocando e levando a alegria para muitas pessoas por onde eu for”, finalizou.
‘Não pode segurar xixi porque faz mal à saúde’ ou ‘Já bebeu água hoje?’. Quais destas frases ligadas à saúde dos seus rins você já ouviu? Provavelmente as duas, certo?
Embora seja comum existir uma certa preocupação com o bem-estar dos órgãos, cujas principais funções no corpo são filtrar o sangue a fim de remover toxinas e resíduos metabólicos, como ureia, creatinina e ácido úrico, por meio da produção e eliminação da urina, ainda se fala pouco sobre o câncer renal.
Segundo a médica oncologista clínica do Hospital de Amor Jales, Dra. Fernanda de Oliveira Bombarda, o câncer de rim ocorre quando as células que compõem o órgão começam a crescer de forma anormal e desordenada, formando um tumor.
A especialista explica que este tipo de câncer é o terceiro mais frequente do aparelho geniturinário e representa aproximadamente 3% das doenças malignas do adulto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra mais de 11 a 12 mil novos casos de câncer renal por ano. Somando as unidades do HA Jales e Barretos, são cerca de 150 casos diagnosticados por ano com esta neoplasia “A incidência de câncer renal tem mostrado um aparente aumento, possivelmente devido ao uso mais frequente de exames de imagem, como a tomografia computadorizada. A doença surge com mais frequência nos homens do que nas mulheres e, geralmente, acomete indivíduos entre os 50 e 70 anos de idade”, diz Fernanda.
O caminho de Maria: fé e resiliência diante de algo inesperado
“Meu nome é Maria Bezerra da Silva, tenho 65 anos, sou dona de casa e moro em Nova Andradina (MS). Há dois anos, um pequeno caroço me trouxe um incômodo que logo se transformaria em um diagnóstico de câncer. Me recordo bem da sensação, da surpresa e da necessidade de entender o que estava acontecendo.
Como viúva, encarei esse desafio com a força de quem já superou outras batalhas na vida, contando sempre com o apoio dos meus filhos e demais familiares. Eu não sentia nenhum sintoma antes de descobrir o caroço, o que me fez procurar ajuda médica.
Após consulta e exames, recebi o diagnóstico de câncer renal e desde então, o Hospital de Amor tem sido essencial na minha vida. Sempre digo que a importância do hospital é a de nos devolver a saúde, de nos dar a chance de continuar vivendo. O tratamento que recebo é simplesmente excelente. A dedicação dos funcionários e a qualidade dos cuidados me dão a certeza de que estou no lugar certo. Atualmente, estou na fase da quimioterapia, e cada passo é dado com muita esperança.
Essa jornada tem me transformado profundamente. Percebo mudanças em mim e, principalmente, nos meus hábitos de vida. Hoje, valorizo ainda mais a importância de cuidar do corpo e da mente.
Se eu pudesse dar um conselho para alguém que acabou de receber um diagnóstico de câncer, diria para não guardar raiva e para respeitar os alimentos. É um processo desafiador, mas com fé, apoio e os cuidados certos, é possível encontrar forças para seguir em frente”, conta a simpática dona Maria, paciente do HA que trata de câncer renal com muita coragem e uma grande vontade de viver.
Neste mês de junho, dedicado à conscientização sobre o câncer de rim, a Dra. Fernanda Bombarda esclarece as principais dúvidas sobre o tema. Confira:
1) Existem tipos diferentes de câncer renal? Quais são os mais comuns?
R.: Existem diferentes tipos de câncer de rim. O mais frequente é o câncer renal de células claras, sendo responsável por 85% dos tumores diagnosticados. Outros tipos incluem: carcinoma papilífero (o segundo tipo mais comum, representando cerca de 10% dos casos) e carcinoma cromófobo (que corresponde a cerca de 5% dos casos).
2) Quais são os principais sintomas?
R.: A neoplasia renal é inicialmente assintomática, mas pode se manifestar com dor no flanco (dor nas costas, de lado, na altura da cintura), hematúria (presença de sangue na urina) e massa abdominal palpável.
3) Quando, ‘normalmente’, este tipo de câncer é detectado? E como é feito o diagnóstico?
R.: A forma mais comum de obter o diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia ou tomografia do abdômen. O diagnóstico é realizado por meio de exames como ultrassom, tomografia ou ressonância nuclear magnética de abdômen. A biópsia renal pré-operatória, normalmente, não é realizada e só é necessária em situações excepcionais, a fim de diferenciar lesões malignas de benignas, as quais não necessitariam de tratamento.
4) Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim?
R.: Os principais fatores de risco são: tabagismo, obesidade, hipertensão, idade avançada, doença renal crônica e diálise, história familiar e algumas síndromes genéticas (Doença de Von Hippel-Lindau).
5) Existem medidas preventivas para o câncer renal?
R.: As medidas preventivas para o câncer renal são: evitar o tabagismo, manter um peso saudável e controlar a pressão arterial por meio de uma dieta equilibrada e atividade física regular e, se necessário, medicação, sob orientação médica. Manter-se bem hidratado — beber água suficiente ajuda os rins a eliminarem toxinas e a funcionar adequadamente.
6) Este tipo de câncer costuma aparecer em qual fase (inicial/avançado)?
R.: Cerca de metade dos tumores renais diagnosticados atualmente estão restritos ao rim, enquanto aproximadamente 20% já mostram invasão local, com comprometimento dos linfonodos. O restante apresenta metástases à distância, sendo os locais mais frequentemente atingidos: pulmão, fígado e ossos.
7) Quais são os tipos de tratamento?
R.: Os tipos de tratamento disponíveis são as terapias sistêmicas, que agem em todo o corpo para combater as células cancerígenas, como imunoterapia (que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas), a terapia-alvo (medicamentos que atuam bloqueando vias moleculares específicas) e quimioterapia (o câncer de rim é relativamente resistente à quimioterapia tradicional, por isso, ela raramente é a primeira escolha).
A radioterapia pode ser utilizada em sua forma convencional com fins paliativos para aliviar sintomas como dor em casos de metástases ósseas. Já a radiocirurgia (técnica de radioterapia de alta precisão que administra altas doses de radiação em poucas sessões) tem se mostrado promissora para tratar tumores primários em pacientes não cirúrgicos e para controlar metástases em locais específicos, como ossos e pulmões.
8) A remoção do rim é um tipo de tratamento?
R.: A cirurgia é o tratamento inicial de escolha para a maioria dos carcinomas renais. É o único tratamento curativo definitivo para esse tipo de câncer.
9) O que é nefrectomia parcial/radical?
R.: Nefrectomia total: remoção total do rim.
Nefrectomia parcial: remoção apenas de uma parte do rim ou de uma região onde o nódulo/massa se encontra, preservando o restante do parênquima renal. É mais comumente utilizada em tumores menores.
10) Há chance de transplante no lugar do rim doente?
R.: Um transplante renal é considerado para pacientes que desenvolvem insuficiência renal crônica em estágio terminal, ou seja, quando os rins não conseguem mais cumprir suas funções adequadamente. No caso de um paciente que teve um rim removido devido ao câncer, a necessidade de um transplante surgiria se o rim remanescente também falhasse ou já estivesse com sua função comprometida antes da cirurgia. Em pacientes com câncer renal ativo, o transplante não é recomendado. A principal razão é que o uso de medicamentos imunossupressores após o transplante pode estimular o crescimento de células cancerígenas remanescentes, aumentando o risco de recidiva do câncer.
11) Quais são os avanços da medicina para tratar este tipo de câncer?
R.: Os avanços para tratar esse tipo de câncer são a combinação de terapias sistêmicas, como imunoterapia e terapia-alvo, aumentando as taxas de resposta e a sobrevida dos pacientes. O uso de terapia neoadjuvante: a imunoterapia também está sendo estudada para ser realizada antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor e facilitar a remoção, ou até mesmo possibilitar cirurgias menos invasivas. Cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia e robótica): permite que cirurgiões realizem a nefrectomia com maior precisão, menor perda de sangue, menos dor pós-operatória e um tempo de recuperação mais rápido para o paciente. Isso é especialmente benéfico para a preservação da função renal. Terapias Ablativas: novas técnicas de ablação estão sendo estudadas e utilizadas para destruir tumores menores, oferecendo alternativas menos invasivas para pacientes que não são candidatos à cirurgia ou que possuem tumores em locais desafiadores.
12) Quais são as principais consequências para o paciente durante o tratamento e após ele?
R.: Devido à nefrectomia (retirada do rim, seja parcial ou total), existe a possibilidade de alteração da função renal. Outras consequências estão relacionadas a possíveis efeitos colaterais do tratamento sistêmico: náusea, vômito, fadiga, diarreia e perda de apetite.
13) Quais são os maiores desafios enfrentados pelo paciente durante o tratamento? (Não pode comer algum alimento, líquido)?
R.: Não há restrição alimentar. Os maiores desafios são a dificuldade de acesso a medicamentos, especialmente terapias de alto custo ou não disponíveis no sistema público de saúde.
14) O paciente precisa de diálise depois do tratamento?
R.: Não necessariamente. A maioria dos pacientes submetidos à nefrectomia (retirada do rim) para tratamento de câncer renal não precisa de diálise após a cirurgia. A necessidade de diálise após a remoção de um rim depende da função do rim remanescente.
15) Qual é a taxa de cura e de mortalidade deste câncer?
R.: A taxa de sobrevida em 5 anos depende de cada estágio da doença:
– Estágio clínico I (tumor localizado no rim): 80%
– Estágio II (tumor maior, mas ainda restrito ao rim): 73%
– Estágio III (tumor que se espalhou para linfonodos próximos): 53%
– Estágio IV (metástases para outros órgãos): 8%
16) Quantas pessoas são diagnosticadas com esta doença por ano no Brasil?
R.: Estima-se que, por ano, no Brasil, sejam diagnosticados cerca de 12.000 pacientes com esta doença.
17) Existe rastreamento para o câncer renal?
R.: Atualmente, não existem programas de rastreamento populacional para o câncer renal. Não é recomendada a realização de exames de rotina para detectar precocemente essa doença em pessoas assintomáticas, devido à sua baixa incidência e à falta de evidências que comprovem benefícios significativos para a população em geral.
Caso conheça alguém que esteja tratando de câncer renal ou com alguns dos sintomas apresentados neste conteúdo, compartilhe esta matéria. Lembre-se de evitar o cigarro, manter o peso adequado, praticar atividades físicas e manter a pressão arterial controlada.
O Hospital de Amor Jales comemora um marco significativo, celebrando 14 anos de dedicação ao tratamento de câncer e cuidados de saúde de alta qualidade na região. Este aniversário especial é marcado não apenas por conquistas passadas, mas também por um olhar para o futuro com novos projetos que prometem fortalecer ainda mais sua missão.
Ao longo dos anos, o hospital expandiu suas instalações e serviços, buscando sempre inovações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar suas chances de recuperação. Isso inclui não apenas tratamentos clínicos e cirúrgicos, mas também programas de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos.
Fundado com o objetivo claro de oferecer tratamento de qualidade e humanizado a pacientes com câncer, o HA Jales rapidamente se tornou um ponto de referência na região. A instituição não só oferece tratamento médico avançado, mas também promove um ambiente acolhedor e de apoio emocional para pacientes e seus familiares.
A comunidade de Jales (SP) e áreas vizinhas se beneficiam enormemente da presença do Hospital de Amor, que além de oferecer atendimento médico de ponta, promove a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer. Assim, o Hospital de Amor Jales se destaca como um importante centro de saúde especializado no tratamento oncológico, mantendo o compromisso de cuidar e acolher seus pacientes com dedicação e excelência médica.
“Neste aniversário de 14 anos, refletimos com gratidão sobre o caminho que percorremos e celebramos as vidas que tocamos e os avanços que alcançamos”, afirma a gerente administrativa da unidade, Jéssica Donini. “Continuaremos trabalhando incansavelmente para oferecer o melhor atendimento possível e proporcionarmos sempre o melhor aos nossos pacientes.”
Um dos pontos altos desta celebração é a continuação do projeto de construção da nova cozinha e dos novos leitos do hospital. Essas novas instalações são projetadas não apenas para modernizar a infraestrutura do hospital, mas também para melhorar significativamente o conforto e a qualidade do atendimento aos pacientes. A nova cozinha e refeitório serão equipados para proporcionar refeições nutritivas e essenciais para a recuperação dos pacientes, e o bem-estar dos acompanhantes e equipe de colaboradores.
Além disso, a expansão dos leitos permitirá ao Hospital de Amor Jales aumentar sua capacidade de atendimento. Isso não apenas beneficiará os pacientes, mas também reforçará o compromisso da instituição em proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para todos que buscam tratamento.
Estes projetos só são possíveis com a contribuição e doações de instituições, e “pessoas de amor”. Somos infinitamente gratos por toda ajuda recebida, graças a ela podemos aprimorar ainda mais nosso desempenho no tratamento de nossos pacientes.
A conclusão do projeto da nova cozinha e dos novos leitos da unidade será um passo significativo para garantir que a instituição continue a oferecer cuidados de saúde de excelência e a expandir seu impacto na comunidade.
Pela primeira vez, o Hospital de Amor Jales realizou um procedimento cirúrgico utilizando recursos de Medicina Nuclear. A cirurgia, em uma paciente de 58 anos, empregou uma tecnologia que possibilitou maior precisão e menores sequelas.
O método de pesquisa de linfonodo sentinela foi aplicado em um caso de tumor de pele melanoma, como explica o cirurgião oncológico, Dr. Sávio Costa de Paula. “Esse tipo de tumor é mais agressivo e com alta possibilidade de metástase, atingindo os linfonodos. Com essa técnica avançada, conseguimos identificar com maior exatidão os gânglios afetados. Apesar de ser a primeiro, certamente o procedimento será expandido para outras áreas.”
O procedimento teve início na unidade do HA em Barretos (SP), com a aplicação do radiotraçador. “Um dia antes da cirurgia propriamente dita, foram aplicados no paciente radiofármacos que transitam pela via linfática, sendo que no momento do procedimento aqui em Jales (SP), utilizamos equipamentos de alta tecnologia para que o cirurgião pudesse identificar local do linfonodo”, detalhou a médica nuclear Dra. Emanuela Borges Oliveira.
“Na maioria das vezes quando realizamos procedimento de Medicina Nuclear, ainda não há a evidência de doenças. Com esse método conseguimos remover com exatidão, fazendo com que o procedimento seja menos invasivo e evitando realizar o esvaziamento linfonodal desnecessário, preservando o paciente das sequelas”, complementou Dr. Sávio.
Ainda em liberação junto aos órgãos competentes para a utilização total de suas funcionalidades, o departamento de Medicina Nuclear do HA Jales já está em fase avançada de implementação, com a maior parte dos equipamentos já instalados e toda a infraestrutura pronta, inclusive com todo mobiliário adquirido com o apoio da Associação de Voluntários de Combate ao Câncer da Região de Jales.
“Com o pleno funcionamento, poderemos atender a todos nossos pacientes com essas tecnologias aqui na unidade, sem precisar que ele se desloque para Barretos ou outros poucos centros que utilizam esta tecnologia, já que possui um custo elevado. Além do melanoma, casos como o de câncer de mama também serão beneficiados, ressaltou a Dra. Emanuela.
Foi em nome da solidariedade que a paciente Juliana Petini, de Fernandópolis (SP), aceitou a missão de participar do “Desafio do Amor”, um pedal solidário (nome dado a trajeto feito em bicicleta em prol de uma causa social), que começou na cidade de Redenção, no Pará, e já se espalhou por todo o Brasil. O desafio dela era iniciar o caminho em frente à unidade do Hospital de Amor (HA), em Jales (SP), cidade onde realizou seu tratamento contra um câncer de mama; seguir para o Instituto de Prevenção da instituição, em Fernandópolis (SP), onde recebeu o diagnóstico da doença; e finalizar na sede da instituição em Barretos (SP), cumprindo seu propósito. Todo o percurso teve 260 km por estrada não pavimentada.
Desafio do Amor
O “Desafio do Amor” foi criado pela engajada advogada Fernanda Teodoro e do arquiteto Magno Weiss, ambos de Redenção (PA). A campanha foi divulgada virtualmente e consistiu em organizações de pedais onde cada indivíduo escolhia o seu desafio pessoal e adquiria seu kit. Os recursos adquiridos nas inscrições e venda desses kits serão destinados ao Hospital de Amor.
Durante a divulgação do evento, Fernanda fez um contato através das redes sociais com Juliana e, após conhecer sua história com o HA, a convidou para ser uma das madrinhas ação. “Diante do convite, eu senti que devia, em nome da minha saúde e de todos os que estão lutando por suas vidas, ser sinônimo de superação, além de motivar pessoas através da iniciativa a participarem do evento a colaborar com o Hospital de Amor, que tanto precisa”, relatou Juliana.
O evento contou com o apoio do artista Felipe Araújo e de um dos maiores organizadores de eventos de mountain bike nacional, Mário Roma.
Superação
Juliana, que também se tornou madrinha da ação #ConectadosPelaPrevenção do ‘Outubro Rosa’ do HA, conta que sua história com o ciclismo começou muito antes do desafio. “Em 2016, comecei a praticar o ciclismo e me apaixonei pelo esporte e pelos desafios que ele me oferece. De espírito competitivo, decidi, em 2017, participar pela primeira vez de uma competição. A partir daí, participei de diversas provas em todo o estado de São Paulo com expressivos resultados”, disse.
No final do ano de 2018, após o diagnóstico de câncer de mama, Juliana precisou suspender as participações nas competições. Para ela, apesar de um processo difícil, com a ajuda de Deus e do Hospital de Amor, foi possível retornar a uma jornada intensa de treinamentos. “Como forma de retribuir todo o amor e dedicação que o hospital me oferece, assim como, estímulo a todos aqueles que estão em tratamento, eu digo: acreditem em suas vidas e desfrutem do impacto positivo da atividade física durante seu tratamento. Foi por esse motivo que decidi realizar em parceria com o ‘Desafio do Amor’ esse trajeto”, explicou Juliana.
Atualmente, a paciente segue em acompanhamento por exames de imagens semestral.
Meta
E não basta percorrer 260km, é preciso ter uma meta. Juliana conta que decidiu estabelecer um tempo para percorrer o trajeto. “Eu e meu preparador físico entendemos que seria possível realizar o percurso em menos de 24 horas. A meta era sair da unidade de Jales, às 17h, na sexta-feira (25) e chegar por volta das 9h, do dia seguinte, em Barretos (SP). ”, explicou Juliana.
Estratégia de ação
A ciclista Juliana Petini contou com o apoio do técnico (carro de apoio) durante todo o percurso, estando acompanhada de seu treinador e duas atletas que também são engajadas com causas, para ajudá-la a manter um ritmo e oferecer apoio emocional.
O carro de apoio levou todo suprimento alimentar, de hidratação e manutenção das bicicletas que foram necessários, garantindo assim a segurança e integridade física.
Devido à pandemia, foram tomadas todas as precauções necessárias, mantendo o distanciamento recomendado pelos órgãos de saúde competentes.
Unir o bem-estar e a prevenção foi uma das propostas do Hospital de Amor para a campanha do Outubro Rosa deste ano. Com a pandemia da COVID-19, muitas das palestras e eventos que seriam realizados neste período do ano, foram cancelados. Com isso, por iniciativa das unidades de Fernandópolis (SP) e Jales (SP), o HA abraçou a ideia de uma ação virtual de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama aliada à prática de atividade física, um fator importante para prevenção da doença.
COMO SE CONECTAR
A participação na ação é muito fácil: a pessoa precisa vestir uma camiseta rosa, publicar nos seus stories do Instagram algum momento realizando uma atividade física, dentro ou fora de casa, e marcar o perfil ‘@hospitaldeamor’. O post poderá aparecer nos stories da instituição.
É importante fazer a marcação do perfil corretamente e marcar apenas o perfil oficial. Para que o hospital consiga ver o Story, é necessário que o seu perfil esteja público quando você compartilhar. Outra dica: é importante respeitar as orientações de distanciamento social e uso de máscara se estiver em lugares de maior circulação.
MADRINHA
Para representar a mobilização, o Hospital convidou uma pessoa muito especial. A atleta e enfermeira, Juliana Petini, que tem tudo a ver com esta ação. Ela já sentiu na pele a angústia de descobrir e passar pelo tratamento do câncer de mama. Seu diagnóstico foi realizado no Instituto de Prevenção do HA, em Fernandópolis (SP), cidade onde reside, e seu tratamento foi realizado na unidade de Jales (SP) da instituição. “Quando recebi o convite para ser madrinha desta ação, eu fiquei muito feliz, porque é algo que eu realmente acredito e que transformou minha vida. Se você tem a oportunidade de ter uma vida mais saudável e de se cuidar enquanto é tempo, então faça, não deixe o tempo passar…”, relatou.
Atualmente, Juliana segue em acompanhamento e se diz muito grata pela oportunidade de receber o tratamento que recebeu.
ATIVIDADE FÍSICA E O CÂNCER DE MAMA
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diversos os fatores causadores de câncer de mama. Entre eles, está o sedentarismo, ou seja, a inatividade física. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como: praticar atividade física, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, amamentar e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
O cirurgião oncológico responsável da HA Jales, Dr. André Silveira, reforça que o exercício físico atua na prevenção do câncer de diversas formas. “Os principais fatores que contribuem para esse resultado positivo são: redução da gordura corporal, melhora no sistema imunológico, controle dos níveis de insulina e redução do quadro inflamatório”, explica.
PREVENÇÃO
A prevenção do câncer de mama não deve acontecer só em outubro. Segundo a responsável técnica da unidade de Fernandópolis, Tânia Lourenço, mulheres com idade de 40 a 69 anos, devem procurar o posto de saúde mais próximo de sua casa para realizar seu exame de mamografia. “Mulheres, com a faixa etária de 40 a 49 anos, devem realizar a mamografia com periodicidade de 12 meses; e as de 50 a 69 anos, no período de 24 meses”, explicou a enfermeira.
NÚMEROS DO CÂNCER DE MAMA
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas do Globocan (2018), foram estimados 2,1 milhões de casos novos de câncer e 626 mil óbitos pela doença.
No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2020 são de 66.280 casos novos, o que representa 29,7% dos cânceres em mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. Em 2018, ocorreram 17.763 mortes, sendo 17.572 mulheres e 189 homens por câncer de mama no país.
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
No último dia 30 de novembro, competidores e simpatizantes do esporte de diversas cidades participaram da 1ª “Corrida pela Vida”, promovida pelo Hospital de Amor Jales, em parceria com a TNV Sports e o atleta Jean Thiago. O evento, que aconteceu em apoio a campanha Novembro Azul, visou chamar a atenção para a prevenção do câncer de próstata, aliado a conscientização e prática esportiva.
Além de 5 km de corrida, o grupo que optou por caminhada percorreu 2,5 km. No total, participaram cerca de 70 pessoas nas duas modalidades e os vencedores da competição foram presenteados com troféus e medalhas.
O atleta amador, Ricardo de Souza, conquistou a primeira posição na categoria geral masculina, como tempo de 17 minutos. Já na categoria geral feminina, quem ficou em primeiro lugar foi a atleta amadora, Mara Célia Araújo, completando a prova em 29 minutos. Entre os competidores, Rafael Lazarini, atleta de 33 anos que já disputou as principais competições do atletismo paraolímpico brasileiro, como as Paralimpíada do Rio 2016, na modalidade atleta guia da competidora Terezinha Guilhermina (atleta cega mais rápida do mundo e campeã brasileira de corrida paraolímpica), também esteve presente na corrida. Apesar de não competir mais, Rafael reconhece a importância do esporte aliado à conscientização do câncer de próstata. “Para mim, todo incentivo ao esporte é válido, ainda mais aliado a uma causa tão importante. Cuidar da saúde é essencial, em todos os sentidos”, ressaltou.
Outro participante muito especial foi o pequeno Miguel Antoniassi, de 7 anos. Como não houve número suficiente para abrir uma disputa infantil, o garoto resolveu participar da competição com os adultos. Ele correu 5 km em 26 minutos, ao lado do pai Paulo Cesar, da mãe Alessandra e dos irmãos Raul e Paulo. No final, toda a família subiu ao pódio.
O evento foi realizado graças aos patrocinadores e apoiadores do Hospital: Unimed, Fernando Neto (personal trainer), Alimentare Produtos Alimentícios, Associação de Voluntários no Combate ao Câncer (AVCC), Casa Sport II, DX Sport, ETEC Jales, Leandro Bazam, Max Muscle, Mendonça Frutas, Radical Capacetes, Sabesp, New Corpus, Secretaria Municipal de Saúde, Radical Capacetes e Unijales.
“Esse evento foi um desafio para o hospital, pois nunca realizamos nada nesse formato. Ficamos felizes por receber muitos atletas e demais praticantes da modalidade como apoiadores da causa. Associar prevenção e esporte foi o grande objetivo dessa mobilização”, afirmou a gerente administrativa da unidade de Jales, Camila Venturini.
“Carismático”, “alegre”, “simpático” e “talentoso” são alguns dos adjetivos usados para definir Walter Cezar Duarte, mais lembrado nos corredores do Hospital de Amor Jales como “Walter da Gaita”, da cidade de Murutinga do Sul (SP). Walter é conhecido por todos, pois toda vez que vem passar por uma consulta, ele faz questão de trazer um pouquinho de alegria e descontração para os outros pacientes, por meio da música, de um jeito bem peculiar: tocando gaita e sanfona ao mesmo tempo.
O musicista conta que sua paixão pela música começou muito cedo, desde quando tinha 9 anos de idade e aprendeu a tocar o instrumento de sopro. Apesar de estar ligado à música desde muito cedo, ele conta que, em alguns momentos da vida, desempenhou alguns papéis na sociedade, como quando trabalhou como jornalista (seu primeiro emprego com carteira assinada) e professor de adultos e crianças no Rio de Janeiro, em 1972. Hoje, aos 68 anos, a música é sua fiel escudeira e, com ela, está sempre muito bem-humorado. Por onde passa, conquista amigos e admiradores do seu trabalho. Quem o vê assim, sempre sorrindo, não imagina quantas histórias e quantos desafios ele já viveu em sua vida.
Paciente do Hospital de Amor desde 2012, Walter conta que chegou à instituição com uma lesão na boca que não se curava. Ele contou também que, antes de começar o tratamento no HA, tinha tentado usar muitas pomadas e realizado muitos tratamentos alternativos, mas que não tinha obtido resultados. Só depois de chegar ao hospital, foi identificado um câncer de boca e iniciado um tratamento correto.
Por recomendações médicas, ele parou de tocar por um tempo, pois a lesão o impedia de continuar. Segundo ele, tinha vezes que, ao ir para as consultas, levava seus instrumentos, mesmo sabendo que não poderia tocar. “Quando minha boca sarava um pouquinho, eu achava que já podia voltar a tocar, e na primeira tentativa, a lesão voltava a se abrir. Às vezes, eu tocava uma música na recepção e quando sangrava corria para pedir ajuda. Aí, elas (as enfermeiras) me falavam ‘mas seu Walter, o senhor sabe que não pode ficar tocando enquanto não sarar totalmente’, e eu respondia ‘mas eu não tava tocando’, como se elas não estivessem acabado de me ouvir (risos)”, conta, bem-humorado.
Walter conta que, após curar-se totalmente da ferida na boca, ele passou a fazer apenas acompanhamento no hospital, lugar onde ele diz ser sua segunda casa. “É tanto afeto que sinto por esse lugar, que nem sei expressar. Eu amo todos os funcionários e eu sei que eles também me amam. Quando chego na portaria, sou recebido com um sorriso no rosto e, por onde eu passo, recebo carinho, abraços”, conta, emocionado.
Depois de alguns anos fazendo acompanhamento, Walter, em uma consulta de rotina, relatou dor na região abdominal e foi encaminhado para realizar exames dentro da unidade. Ele conta que, naquele mês, ficou muito preocupado, com medo do resultado da biópsia. Quando chegou para consulta, percebeu a expressão não tão contente do médico e viu que as notícias não pareciam ser boas. “Ele me disse que um dos três nódulos que foram encontrados na região do abdômen poderia ser maligno, mas que seriam feitos novos exames para que pudesse ser realmente confirmado o diagnóstico”, relembra.
Então, ele repetiu os exames e voltou para saber o resultado final dos novos procedimentos. “A expressão dele já era diferente… alegre, pediu para eu me sentar, ficar tranquilo, pois estava tudo bem comigo. Não tinha nada, não era câncer, e eu ia ficar bem, assim como estou hoje”, relatou Walter com olhos marejados. “Na hora, foi como se tivesse tirado um peso das minhas costas. Inclusive, o doutor, conversando comigo, perguntou se era eu quem estava tocando gaita lá fora, antes da consulta, e eu disse que sim. Aí, ele me perguntou se eu sabia tocar alguma música dos Beatles, então, eu saquei o instrumento do bolso e falei: ‘é pra já’”, relata.
Carinho da equipe
Segundo a assistente de ouvidoria do hospital, Franciele Donini, seu Walter é uma pessoa muito especial. “Já ouviu o ditado, de ‘quem dá amor, recebe amor’? é o caso do seu Walter. Se ele recebe tanto carinho assim é porque também oferece muito carinho às pessoas. É um exemplo de carisma, de ser humano. Por vezes, ele procurou a Ouvidoria, para pegar os nomes dos funcionários que, às vezes, ele nem conhecia, só para enviar cartinhas de agradecimento pelo trabalho que realizam no hospital. Segundo ele mesmo já me relatou, ele não quer esquecer-se de ninguém que contribuiu com seu tratamento, seja de forma direta ou indireta”, conta.
Atualmente, Walter continua em acompanhamento e se diz muito contente e agradecido por todo amor recebido nesses anos de convívio na unidade. “Eu sou muito agradecido por tudo que recebi neste lugar e a forma que encontrei de retribuir o carinho é continuar tocando e levando a alegria para muitas pessoas por onde eu for”, finalizou.