Acolher com humanização, tratar com dignidade e salvar vidas! Estas poderiam ser as diretrizes do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Entretanto, em mais de 60 anos de história a instituição vai muito além: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento (por vezes, difícil) para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, equipado e altamente tecnológico, visando recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento). E entre inúmeros equipamentos e utensílios disponíveis ali, está o C-MILL!
De acordo com representante da Hocoma (empresa responsável pelo aparelho), Emerson Miranda, trata-se de uma ferramenta que fornece uma avaliação objetiva e profunda do equilíbrio e da marcha do paciente, sendo equipada com uma placa de força, realidade aumentada e virtual, o que torna o processo de reabilitação mais eficiente. “O C-MILL pode ser utilizado para várias finalidades, como um ajuste de prótese ou adaptação do paciente com a mesma; como um exercitador em final de tratamento; como treino de equilíbrio cognitivo e, mais importante, como reabilitação de marcha para pacientes que necessitam recuperar os movimentos mais finos e coordenados”, afirmou.
Pioneiro em várias frentes, o Hospital de Amor é o primeiro centro oncológico a disponibilizar essa ferramenta na reabilitação de pacientes do sistema único de saúde. Com capacidade para trabalhar 24 horas, sete dias na semana e até dez anos, o C-MILL atende no HA, em média, oito pacientes por dia.
Segundo o fisioterapeuta do hospital, Thiago Felício, este sistema de reabilitação é indicado para os pacientes que apresentam dificuldades para andar, que fazem uso de prótese de membros inferiores, que possuem déficit de equilíbrio, dificuldades de marcha ou necessitam de realizar a marcha com auxiliadores, como muletas e andadores. “O C-MILL proporciona uma aprendizagem muito importante ao paciente, onde ele cria estratégias de adaptabilidade da marcha, por meio de exercícios adaptados de equilíbrio, velocidade, força e resistência, sempre dentro de um ambiente totalmente seguro, direcionado e controlado”, explicou.
E como o HA não apenas oferece o melhor e mais humanizado tratamento oncológico aos seus pacientes, como reafirma a importância da inclusão social e qualidade de vida de todas as pessoas, o acesso ao C-MILL também é destinado aos tratamentos não oncológicos, ou seja, a aqueles que realizam a deambulação (dificuldades na marcha) e necessitam de reabilitação.
“Não podemos especificar, por exemplo, um período para o paciente voltar a andar normalmente com a utilização do C-MILL, mas, por se tratar de um equipamento seguro, totalmente sensorizado e com reconhecimento de movimentos (sendo possível identificar pequenos ajustes quando necessários), podemos afirmar que o impacto e os resultados positivos na vida do paciente são imensuráveis”, declarou o fisioterapeuta.
Mais um grande diferencial do HA em prol de seus milhares de pacientes. Mais um grande motivo de orgulho!
25 de agosto – há exatos 169 anos nascia Barretos (atualmente nomeada ‘Estância Turística de Barretos’), uma cidade localizada no interior do estado de São Paulo, marcada por fortes tradições caipiras e raízes sertanejas. O canto do noroeste paulista também é palco de grandes projetos, conquistas e celebrações, conhecido por seu povo hospitaleiro, pela realização do maior rodeio da América Latina e pelo amor ao próximo.
Por falar em amor, foi em Barretos a fundação de uma das maiores obras filantrópicas da América Latina; município que acolheu o sonho dos médicos visionários, Dr. Paulo Prata (in memoriam) e Dra. Scylla Duarte Prata, e tornou-se berço da trajetória do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Há 61 anos, a capital do rodeio é o berço do Hospital de Amor!
Em tanto tempo, a cidade cresceu, desenvolveu, prosperou e, junto dela, o HA amplificou. A instituição ultrapassou limites, barreiras e fronteiras para levar saúde de qualidade a todas as pessoas. O seu programa de prevenção de câncer alcançou números de diagnósticos precoces inimagináveis, por meio de suas unidades fixas e móveis. Seus atendimentos de excelência (via Sistema Único de Saúde) em unidades de tratamento espalhadas pelo país, estruturas altamente tecnológicas, procedimentos avançados e resultados inovadores em ensino e pesquisa, fizeram a entidade ser reconhecida internacionalmente.
A verdade é que a união entre Barretos e o Hospital de Amor transformou a realidade da saúde pública do país! A primeira instalação da instituição, o Hospital São Judas, abriga, atualmente, a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA. E desde 1991 – devido à grande demanda de pacientes – a instituição vem expandindo e se desenvolvendo em mais de 200 mil metros quadrados.
O acolhimento do município ajuda o HA a escrever novos capítulos na história de diversas famílias e, muito mais do que isso, a salvar milhares de vidas todos os dias. Motivo de orgulho para o barretense, com certeza, que tem a vantagem de contar com toda essa excelência bem pertinho, no ‘quintal de casa’.
Para se ter uma ideia, só no ano de 2022 o Instituto de Prevenção do HA ofereceu à população de Barretos:
• Câncer de Colo de Útero – 122.020 procedimentos/consultas
• Câncer de Mama – 49.762 procedimentos/consultas
• Câncer de Boca – 8.119 procedimentos/consultas
• Câncer de Cólon e Reto – 3.801 procedimentos/consultas
• Câncer de Pele – 3.592 procedimentos/consultas
• Câncer de Próstata – 2.861 procedimentos/consultas
No total: 190.155 procedimentos/consultas, envolvendo atendimentos médicos e não médicos (enfermagem, psicológicos, odontológicos, entre outros) aos barretenses. Os números expressivos falam por si, entretanto, muito além de oferecer acolhimento e um tratamento digno, o Hospital de Amor oferece: AMOR aos seus!
Obrigado, Barretos! Pela acolhida, amparo, respeito, e por ser ‘casa’ ao Hospital de Amor! Parabéns por seus 169 anos! Que a nossa história se renove e frutifique neste 25 de agosto. O HA se orgulha em ser barretense!
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Dez anos após sua primeira experiência pelo Caminho de Santigo de Compostela, que resultou também em sua primeira jornada como escritor, com o livro ‘Acima de Tudo o Amor’, o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, retornou ao caminho sagrado na certeza de que teria o momento de introspecção e concentração necessário para dar vida ao seu novo livro: “O Parque dos Lobos – A medicina privada do dinheiro limitando a prática da saúde pública”, que denuncia, esclarece e convoca toda a sociedade para o enfrentamento dos entraves que dificultam a existência de uma saúde pública de qualidade no Brasil.
Mas afinal, quem são as pessoas que mandam na saúde do país? Para Prata, muitas dessas pessoas são verdadeiros lobos em pele de cordeiro! Sem medo de citar fatos e nomes, o presidente do HA, em seu novo livro, mostra os valores invertidos que encontrou durante mais de três décadas de gestão na área oncológica no SUS, além de expor a realidade de um sistema que parece se fechar, especialmente quando pessoas mais necessitadas precisam dele, explorando os vulneráveis para poder lucrar mais.
“Em meu primeiro livro, ‘Acima de Tudo o Amor’, abordo a fé e a solidariedade como fatores essenciais na construção do maior polo de referência nacional na luta contra o câncer. No livro, ‘A Providência’, falei sobre os milagres que levam a filosofia do Hospital de Amor para todo o país. Agora, com base em minha experiência de gestor de saúde, trago relatos que mostram as enormes dificuldades encontradas ao longo dos anos. Elas são reflexo das falhas que limitam a saúde pública no Brasil, e eu aponto suas origens para conscientizar a sociedade”, declara o autor.
De acordo com Prata, a obra traz relatos crus desta sua inspiradora trajetória repleta de inconformismo, frente a maior rede de atendimento oncológico 100% gratuito da América Latina. “Quero colocar luz sob os valores invertidos que percebo tanto na política, quanto na medicina, para que todos possam compreender como este país tem sido desonesto com muitos dos seus cidadãos”, finaliza.
Lançamento
O lançamento oficial do “O Parque dos Lobos” aconteceu no último dia 29 de junho, no IRCAD América Latina, em Barretos (SP). O evento contou com a presença de familiares e amigos de Henrique Prata, colaboradores do Hospital de Amor, autoridades locais e representantes, veículos de comunicação, além de membros da sociedade.
Ao adquirir a obra você também contribui com o HA, pois toda renda obtida com a venda do livro será destinada à instituição. Acesse: ha.com.vc/oparquedoslobos e garanta o seu!
Sobre o Hospital de Amor
Excelência em oncologia, o Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, fechou o ano de 2022 com 1.673.441 atendimentos realizados a 540.730 pacientes vindos de 2.531 municípios – isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.4% das cidades do país. O HA possui diferenciais de destaque, sobretudo dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, como uma filial do maior centro de treinamento de cirurgia minimamente invasiva do mundo – o IRCAD; um dos maiores serviços de prevenção em câncer do Brasil, com o maior número de unidades móveis para rastreamento e detecção precoce do mundo; e um Instituto de Ensino e Pesquisa focado em oncologia, incluindo um Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, que proporciona não apenas a possibilidade de grandes avanços em pesquisa científica na área e a formação de profissionais extremamente qualificados, mas também um tratamento mais personalizado e assertivo aos pacientes da instituição. Fruto de toda essa estrutura, desde 2018, a instituição se destaca como o primeiro hospital da América Latina no ranking da SCImago Institutions Rankings (SIR), um levantamento de reconhecimento internacional, que avalia a qualidade de instituições (públicas ou privadas) em todo o mundo, considerando os critérios: pesquisa, inovação e impacto social.
O Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, com o apoio da Fundação BB, dá mais um passo em direção ao atendimento integral em saúde ao criar o Diretório de Reabilitação Moderna (DREAM), em Barretos (SP). Para celebrar essa parceria, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu na manhã do dia 01 de junho, o diretor executivo da Fundação BB, Rogério Bressan Biruel, além de outros membros da entidade para mostrar as obras do complexo de cerca de 7.500 m² de área construída, com previsão de ser inaugurado em 2024. “O que o BB está fazendo ainda é muito pouco perto de tudo que o HA faz em prol das pessoas e da saúde pública desse país. Poder contribuir com um trabalho tão importante e grandioso como este, é muito gratificante! Estamos felizes!”, afirmou Biruel.
Durante a cerimônia, os convidados se emocionaram com a apresentação do Coral “Papo Furado” – composto por pacientes laringectomizados da instituição, ou seja, que tiveram a retirada total da laringe por causa do câncer, e ouviram os agradecimentos especiais do presidente do HA. “Hoje é um dia muito especial e marcante para o Hospital de Amor. Hoje, nós pudemos comprovar que o DNA do BB é o mesmo do HA, completamente pautado pelo amor. Deus escolhe as pessoas certas para fazer o bem e o que é certo e, a partir de hoje, somos uma única família!”, declarou Prata.
De acordo com o diretor de Reabilitação do HA, Dr. Daniel Marconi, o DREAM, que visa promover a inclusão social, reabilitação física e funcional de pessoas com deficiência, seja ela intelectual, visual, auditiva ou física, engloba a construção e aparelhamento de um grande e moderno centro focado, voltado a atender pessoas com todos os tipos de deficiência, ultrapassando, inclusive, o cuidado com o paciente oncológico. O projeto inclui a estruturação de uma ampla área com ginásio polidesportivo, casa adaptada para terapia com atividades diárias, centro hípico para ecoterapia, esportes adaptados para pessoas com deficiência e profissionalização, tudo isso com o suporte de equipamento de alta tecnologia. “Esse projeto possui muitos diferenciais e veio para complementar um tratamento de altíssima qualidade e totalmente humanizado que sempre foi oferecido pela instituição, entre eles também haverá uma parte de internação, onde poderá ser realizada a reabilitação intensiva em tempo integral, encurtando o tempo de tratamento e melhorando os resultados clínicos dessa reabilitação”, destacou.
Estima-se que 200 profissionais devam integrar, inicialmente, o projeto, a fim de atender cerca de 1 mil pacientes por mês. Além dos próprios pacientes oncológicos atendidos pelo HA, que podem ter algum tipo de sequela oriunda do tratamento como exemplo amputações, perda auditiva ou visual e dificuldade de locomoção, pessoas com deficiência de qualquer origem, seja crônica, adquirida ou transitória, estão previstas no escopo de assistência do DREAM. “Olhando todos os elos da cadeia para inclusão social eu acredito que seja realmente um grande marco para reabilitação do Brasil e um motivo de grande comemoração de pessoas com deficiência de todo nosso país”, afirmou Marconi.
Reabilitação: inclusão social e qualidade de vida
Para reafirmar a importância da reabilitação no tratamento oncológico (e não oncológico também) e na qualidade de vida dos pacientes do HA, o simpático Ian Barbosa – que teve uma de suas pernas amputadas durante o tratamento da doença, passou por todos os processos de reabilitação e hoje, já protetizado, está se preparando para compor o time de paratletas de Triathlon olímpicos do país, encerrou a celebração com um depoimento emocionante. “O que acontece na reabilitação do Hospital de Amor, todos os dias, são milagres! Quando eu amputei a minha perna, meu único desejo era voltar a andar. Eu não só consegui, como pude melhorar tudo em minha vida. As pessoas que ajudam essa instituição, como a Fundação BB está fazendo, nem imaginam, mas estão realizando sonhos. Eu sou a prova! Graças a vocês a gente pode voltar a viver. Muito obrigada!”, finalizou.
Visita especial
A celebração dessa parceria de sucesso contou ainda com uma participação muito especial! Durante uma visita a cidade de Barretos (SP) e ao Hospital de Amor, o atacante da Seleção Brasileira, Richarlison, visitou as obras do DREAM, conheceu a estrutura de alguns departamentos do HA e ofereceu muito carinho aos pacientes e colaboradores da instituição. “Fico muito feliz de estar aqui visitando esse Hospital tão importante! É um momento único na minha vida e poder dar um abraço em cada um enche meu coração de gratidão!”.
A história do Hospital de Amor foi construída e é feita, diariamente, por quem faz do cuidar sua principal missão! É o caso dos mais de 2 mil profissionais de enfermagem que estão distribuídos em todas as unidades da instituição.
Por isso, neste ano, para celebrar o ‘Dia Internacional da Enfermagem’, comemorado no dia 12 de maio, o HA convidou cinco colaboradores para contar as suas experiências de vida e resumir, em um breve relato, a importância da enfermagem e o amor que eles sentem pela profissão. Leia e se emocione:
Luciana Rodrigues dos Reis, 50 anos, enfermeira.
“É uma dádiva, Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas”.
“Escolhi a enfermagem devido a um fato que aconteceu comigo na adolescência. Quando tinha 18 anos, minha vizinha foi até minha casa pedir ajuda porque o pai dela estava se sentindo muito mal. Ao chegar lá, vi que ele estava ao chão e não responsivo. Então, chamamos ajuda e ao chegar na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), ele havia infartado e ido a óbito. Após este episódio, eu disse para minha mãe, Maria Mercedes, que iria estudar enfermagem para ajudar as pessoas.
Com o passar do tempo, conheci o Marcelo, meu esposo, e por meio dele conheci a minha sogra, dona Conceição dos Reis, que atuava na Santa Casa, na área de enfermagem. Ela nos direcionou e começamos a cursar enfermagem. Em 1997, entrei no ambulatório do Hospital de Amor, no departamento de enfermagem.
Um dia, quando estava na recepção ajudando nos agendamentos, veio uma mulher até mim e eu conversei com ela. Ela me entregou um presente e disse: “trouxe este presente para te acompanhar em sua trajetória, vejo você em seu atendimento e me emociono de ver o quanto é prestativa e educada, vejo amor em você”. Agradeci ela e ao abrir o presente, voltei meus olhos para agradecer novamente e ela não estava mais lá. Procurei por ela na recepção toda e não a encontrei. Lembro de ter comentado com as minhas colegas de trabalho que foi Deus quem enviou ela para mim.
O presente era uma imagem da Nossa Senhora das Graças e, desde então, sou devota dela, carrego a sua imagem comigo e em minhas orações peço proteção.
Eu trabalho há 28 anos na área e para mim, trabalhar com a enfermagem é ter um aprendizado todos os dias, então, procuro dar o melhor de mim. É uma dádiva Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas.”
Marcela de Oliveira Santos, 40 anos, enfermeira.
“Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um eu te amo ou um adeus”.
“Meu sonho era cursar medicina até conhecer a enfermagem. Eu encontrei minha verdadeira vocação quando comecei a trabalhar como auxiliar de enfermagem, em 2003, na UTI adulta do Hospital de Amor. Neste momento, eu descobri o amor e conheci pessoas que me ajudaram a ser quem sou hoje.
Quando conclui a faculdade de enfermagem, em 2008, continuei na UTI, onde me realizei como profissional até ser convidada a trabalhar com a equipe cirúrgica do digestivo alto.
O período na UTI marcou muito minha vida, porque eu aprendi a deixar de lado os problemas pequenos e entendi que cada minuto com quem amamos vale muito mais. Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um “eu te amo” ou um “adeus”.
Após alguns anos, eu fui para ‘Atenção Primária’ e aprendi muito sobre um mundo ainda desconhecido. Eu vi pessoas machucadas, observei que a fome muitas vezes é maior que a dor de uma doença e percebi que com amor podemos mudar um pouco este mundo.
No HA, eu encontrei profissionais que trabalham com amor e dedicação, que fazem todo o sofrimento se tornar uma esperança de um final feliz. Em cada lugar que passei, eu aprendi o valor de cada sorriso e de cada olhar.
Além disso, durante a minha jornada no Hospital de Amor, a minha vida pessoal também foi transformada. Em 2010, o amor se tornou palpável para mim, eu tive a minha primeira filha, a Maria Luísa. Desde então, nasceu a ‘Marcela mãe’. Mas a felicidade não parou por aí, o Miguel veio depois de um tempo e completou a nossa família.
Hoje, me sinto parte desta instituição como se fosse minha família. Aqui, temos pessoas que nos apoiam e investem em sonhos e ações, para que assim, consigamos ajudar o próximo”.
Marilene Oliveira Simeão, 48 anos, enfermeira.
“Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente”.
“Eu escolhi a enfermagem porque desde criança eu sonhava em poder fazer algo pelo próximo. Queria, de alguma forma, mudar a vida de alguém, aliviar a dor, diminuir o sofrimento, mas, principalmente, cuidar com amor e dignidade porque quando a nossa saúde está ameaçada, é quando nos sentimos mais frágeis e amedrontados.
Para realizar este sonho, a caminhada foi longa. Eu vim de uma família negra e de baixa renda. A minha mãe era analfabeta e o meu pai tinha pouco estudo, mas, é uma família cheia de amor. Eu fui a primeira a ter a oportunidade de frequentar uma faculdade, mas antes de iniciar o curso, eu fui auxiliar de enfermagem, depois me tornei técnica e só aos 35 anos consegui concluir a minha graduação.
Eu tive vários momentos marcantes em minha carreira, mas teve um episódio que é especial, talvez por ter sido no início da carreia: Eu estava de plantão e o Pedro (9) estava em tratamento oncológico, internado no Hospital Base, com cuidados paliativos. Sua mãe e ele me abraçaram e me agradeceram por eu estar ao lado deles nesta caminhada e aquele abraço me fortaleceu.
Eu acredito que são os pacientes que salvam as nossas vidas diariamente, porque eles nos proporcionam a oportunidade de sermos melhores, de evoluirmos e de crescermos espiritualmente. Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente.
Esta é uma profissão em que todos os dias alguém reza por você, além de ser uma dádiva de Deus.”
Franciele de Nogueira Gomes, 33 anos, enfermeira.
“Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família”.
“Desde criança eu sabia que eu queria fazer enfermagem, nunca pensei em outra opção. Quando pequena, eu convivia muito com os meus avós e eles já tinham mais de 70 anos e eu ia muito com o meu pai levá-los ao médico.
Eu lembro que aconteceu um episódio quando eu era bem novinha: Meu avô estava internado, meu pai foi visitar ele e eu fiquei com a minha avó sentada lá fora. Eu perguntei para ela o que era aquela placa que estava na nossa frente, ela disse que era da faculdade e eu disse: “Vô, um dia eu vou estudar aí!”, e acabou que eu realmente passei no curso de enfermagem da FAMERP, em São José do Rio Preto (SP), e me formei lá.
Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família. Eu passei por uma experiência recente de perder o meu pai em um hospital em São José de Rio Preto (SP) e eu percebi como o atendimento é diferente e como o que a gente faz aqui, no Hospital de Amor, muda muito, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Então, eu sempre tento ser o mais clara possível e sempre tento trazer, tanto o paciente quanto o acompanhante, para perto de mim.
Logo que eu entrei aqui, tinha uma paciente que tinha mais ou menos a minha idade. Ela tinha uma irmã que tinha a idade da minha e nós conversávamos muito, ela até me apresentou a família. Infelizmente, ela foi a óbito e quando a gente acompanha as progressões e o quanto a família sofre, a gente acaba sofrendo junto.
Para lidar com pacientes oncológicos e com as fragilidades deles você tem que ser frágil também. Já é difícil dimensionar tudo que eles passam, então, eu acho que se você não for sensível, você não consegue dar o tratamento que eles precisam porque não é só o tratamento físico, tem todo um tratamento por trás disso.
Antigamente, eu era uma pessoa muito fechada, então, eu tive que me moldar completamente porque eu lido com pacientes. Eu preciso puxar assunto com eles, ser empática e eu tento não deixar o momento em que o paciente está aqui triste, porque a gente sabe que estar dentro do hospital já é.
Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que pretendem fazer enfermagem, eu diria: busque conhecimento sempre, faça com carinho e reflita sobre as pessoas que você vai atender, isso é muito importante”.
Célio Aparecido Silva, 62 anos, enfermeiro.
“A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: Respeito, paciência e humildade”.
“Eu trabalho no Hospital de Amor há 30 anos, mas minha jornada de trabalho se iniciou quando eu tinha 15. Eu comecei trabalhando na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), com serviços gerais. Quando eu estava com 18 anos, acredito que alguém tenha visto algo em mim, porque eu fui convidado para fazer parte da equipe de enfermagem. A princípio, eu comecei como atendente, depois, fiz um curso de auxiliar de enfermagem e continuo na área até hoje. Na época, eu trabalhava 36 por 12 horas e fiz essa rotina por 16 anos.
Quando terminei meu curso, entrei no Hospital São Judas Tadeu – unidade de cuidados paliativos e atenção primária ao idoso –, mas começou a rodar turno e eu já trabalhava a noite, então, pedi demissão. Depois de dois dias, a Dra. Scylla Prata (fundadora da instituição) me procurou, disse que o meu trabalho era importante e me ofereceu uma vaga na quimioterapia, para trabalhar no período da tarde. Eu aceitei e estou aqui até hoje. Se fosse preciso, eu faria isso novamente, porque eu amo o que eu faço.
Um dia, tinha uma paciente aqui na QT que estava muito irritada e chorando, porque não estavam conseguindo pegar a veia dela. Eu fui até ela, conversei, acalmei ela e consegui pegar a veia. Ela me disse que eu tinha uma áurea diferente, mas não sabia explicar muito bem, e isso me marcou muito.
A enfermagem muda a gente, nós passamos a ser mais atenciosos, nós tratamos as pessoas melhores. Mesmo aposentado eu continuo trabalhando, porque eu gosto do que faço e isso faz bem para a minha mente.
A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: respeito, paciência e humildade.”
A Inovação faz parte do DNA do Hospital de Amor, desde a sua inauguração, em 1962. Com o aumento e aplicação da tecnologia cada vez mais presente na rotina da instituição, foi necessário desenvolver seu próprio centro de inovação. Por isso, em 2021, o HA se colocou mais uma vez na vanguarda da saúde pública, ao criar o Harena Inovação, a fim de promover aceleração de ideias e promoção da ciência e da tecnologia, que teve seu espaço físico inaugurado no último dia 25 de abril. A cerimônia de ontem contou com a presença do coordenador de ambientes inovadores e startups do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Freitas; da Diretora técnica da coordenadoria de desenvolvimento regional e territorial do estado de São Paulo, representando o Governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, Eneida Gama; da Prefeita de Barretos (SP), Paula Lemos; do Head Sebrae for startups, Michel Porcino; da Assessora e representante do Senador Rodrigo Cunha, Maria Isabel Góes; do capelão do HA, Padre Tulio Gambarato; do Presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata; e do Diretor de Inovação do HA e do Harena, Dr. Luis Romagnolo. O evento surpreendeu a todos com uma dinâmica ‘futurista’ e divertida liderada por Marcelo Marcon.
Para o presidente do HA, Henrique Prata, todos os colaboradores compartilham o sonho de salvar vidas e fazer a diferença todos os dias. Até o momento, mais de 90 healthtechs estão conectadas ao ecossistema de inovação da instituição, sendo 45 delas participantes dos programas de aceleração, apenas em 2022. São 17 projetos de inovação executadas em parceria com startups para realização de provas de conceito de tecnologia e validação de novos produtos, mais de 500 pessoas impactadas e relevantes parcerias institucionais, como o Sebrae, o InovaBra Startups, a Associação Brasileira de Startups, o Instituto Federal de São Paulo e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo federal.
Para o diretor de inovação do Harena, Dr. Luis Romagnolo, “Desde 2021, nós estamos conectando pessoas e empresas capazes de impactar positivamente a vida dos pacientes da saúde pública do Brasil, dá muito orgulho em poder fazer parte desta revolução”, afirma o profissional.
Dentre alguns segmentos que fazem parte do portfólio de inovação, estão: gestão hospitalar, saúde digital, prevenção e acesso, diagnóstico inteligente, pesquisa científica, dispositivos médicos e humanização e qualidade de vida. Além de desenvolver iniciativas estruturadas em 3 estados brasileiros: Acre, Alagoas e São Paulo.
Com o novo espaço físico, além de proporcionar estrutura de trabalho para os parceiros e startups aceleradas, o Harena também ampliará a capacidade de atendimento com um novo programa em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e o Instituto Federal de São Paulo, o ConectaHealth. Nos próximos 2 anos, serão mais 120 healthtechs atendidas com o programa, que oferecerá capacitação empreendedora gratuita, mentorias especializadas e conexão com o ecossistema de inovação do Hospital de Amor, em Barretos.
O termo japonês ‘ikigai’ significa “uma razão para existir”. A palavra é composta pelo termo iki, que significa ‘vida’, e gai, que traduzido seria ‘efeito’. O caminho Ikigai, seria uma ferramenta de autoconhecimento que explana diversas áreas e intersecções da vida pessoal e profissional. Ou seja: ao encontrar algo que você ama, te pague bem, você realiza com esmero e faz a diferença no mundo, aí então, você terá alcançado o seu Ikigai, ao unir missão, paixão, profissão e vocação.
A freira Rita de Cassia de Jesus, de 40 anos, natural de Mogi das Cruzes (SP), faz parte da Congregação das Irmãs Pequenas Missionárias de Maria Imaculada há 24 anos. “Deus me chamou para a vida religiosa para ser amor na vida dos doentes e dos mais necessitados. Escolhi servir a Deus no amor e na alegria de me doar”, conta Rita, sempre com um sorriso no rosto.
Há pouco mais de um ano, a irmã começou a trabalhar no alojamento Madre Paulina, em Barretos (SP) – o primeiro alojamento do Hospital de Amor. De acordo com a freira, trabalhar nesta casa assistencial é um privilégio, pois é possível conhecer um pouco de várias partes do Brasil e se aprofundar na arte de acolher e amar realidades, ao adentar na intimidade das pessoas no momento da fragilidade da dor, doença física e espiritual. “Penso que a missão do HA é o testemunho mais vivo e concreto de que é possível atender a saúde humana com dignidade e nobreza de espírito, sem distinção de cor, classe social, raça ou religião, atendendo assim, a pessoa humana como um todo”, afirma Rita.
Amor e dedicação pela causa onde trabalha, Rita tem de sobra, mas para dar conta de administrar o local que abriga 257 pessoas, a freira conta com algo que no início começou mais como recomendação, mas agora já vem ganhando gosto: praticar exercícios físicos na academia. “Começamos a treinar, pois sentíamos necessidade de fazer uma atividade para o bem-estar físico e psíquico, porque nossa rotina requer muito equilíbrio e disponibilidade de tempo”, explica a freira que treina com suas colegas de trabalho, as também freiras, irmã Raymunda, de 77 anos, e irmã Adriana, de 43 anos.
Vestida com seu fiel ‘hábito’ e um par de tênis, Rita recebe o auxílio do educador físico da academia do Hospital de Amor (exclusiva para os colaboradores da instituição), Gilmar Júnior, que revela que elas sãos as primeiras religiosas que ele ajuda a treinar. “O senhor Henrique Prata é adepto à atividade física, então, todos aqueles próximos a ele, nesse caso, os padres e as freiras, ele pede sempre para virem praticar a musculação comigo. Com isso eu já atendi o Pe. Constante, Pe. Túlio e outros padres que passaram pela cidade estudando e também vieram treinar na academia”, conta Juninho – como é conhecido pelos funcionários da instituição.
Gilmar explica que o treino é um meio de exercitar o corpo para gerar o bom funcionamento corporal e aumentar a resistência física para o trabalho tão árduo como o de cuidar de outras pessoas, algo este realizado pelas freiras. “Gosto muito de fazer os exercícios interagindo com todos os colaboradores que ali treinam, além de escutar no celular algumas orações e reflexões bíblicas para aproveitar bem o tempo”, revela o educador.
Júnior também conta que o maior desafio dos treinos é manter a frequência e a disposição, pois tem dias que o tempo é bem escasso e o cansaço dos atendimentos aos pacientes são bem intensos. Segundo a irmã Rita, as atividades físicas são importantes, já que viver harmoniosamente num local onde residem mais de 200 pessoas de várias situações, culturas e regiões, é um verdadeiro milagre do amor.
Irmã Rita também tem disposição para organizar eventos culturais no alojamento, inclusive, ela realiza até apresentações de dança, contribui com as atividades diárias no local, faz suas orações, doa sangue e está sempre pronta para ajudar a todos.
Mas engana-se quem pensa que malhar não é algo comum das freiras. Madonna Budder é uma famosa religiosa americana, de 92 anos, que já realizou mais de 400 provas de triatlo, sendo 50 delas na modalidade Ironman (uma das competições mais difíceis do mundo), no qual é necessário nadar 3,8 km, pedalar 180 km e finalizar com 42 km de corrida. Sister Madona, com é conhecida na América, teve seu primeiro contato com triatlo aos 48 anos, e aos 70 anos participou do Ironman pela primeira vez. Ela já alcançou o recorde mundial de mulher mais velha a finalizar a competição aos 82 anos. Isso prova que nunca é tarde para iniciar uma atividade física e mudar de hábito!
Praticar atividades físicas contribui para diversos benefícios, tais como: ajuda no combate ao excesso de peso, reduz a pressão arterial, ajuda a controlar a glicemia, fortalece ossos e articulações, aumenta a força e a resistência muscular, diminui o estresse, promove a sensação de bem-estar, aumenta a disposição, combate a ansiedade e a depressão, fortalece o sistema imunológico, além de contribuir para uma melhora da memória e da capacidade de aprendizado.
Atender, cuidar e sempre estar à disposição de milhares de pacientes diariamente, com carinho e bom humor, é uma função que exige muita dedicação, amor pelo que faz e a certeza de saber que seu trabalho está fazendo a diferença no mundo, sendo assim, podemos dizer que a irmã Rita encontrou o seu Ikigai.
Em abril de 2012, a colaboradora do Hospital de Amor Barretos (SP), Deize de Oliveira (43 anos), descobriu que estava com mais de mil pólipos no intestino (alterações que podem aparecer no intestino devido à proliferação excessiva de células presentes na mucosa no intestino grosso). Apesar do número impactar, a história dela e de sua família é muito mais impressionante!
Tudo começou quando Deize tinha apenas dois anos e seu pai foi diagnosticado com câncer colorretal. Ele não resistiu ao tratamento, mas a família não sabia que a doença tinha grandes chances de ser hereditária. Quando ela completou 31 anos, uma nova preocupação surgiu: seu irmão começou a sentir fortes dores na barriga e a ter sangramento nas fezes. Ao realizar alguns procedimentos, foi diagnosticado com câncer de intestino – o mesmo tipo que levou seu pai. E ele também não resistiu. Foi aí que uma médica do departamento de Oncogenética do HA orientou Deize a fazer exames preventivos, pois as chances dela também se tornar paciente oncológica eram altas.
Ainda que sem sintomas, ela cedeu ao rastreamento e, após uma colonoscopia, foram detectados mais de mil pólipos intestinais. “O caso era cirúrgico, mas o meu maior medo era precisar utilizar a bolsa de colostomia. Depois da cirurgia, na sala de recuperação, escutei a voz do médico me dando a notícia de que o procedimento tinha sido um sucesso e não seria necessário colocar bolsa”, afirmou.
Todo esse processo, tanto da Deize, quanto do irmão, foi realizado no Hospital de Amor. Na época, ela atuava no departamento de nutrição e, após o afastamento por conta da cirurgia, foi promovida a auxiliar no setor de radiologia. Animada com o sucesso do tratamento e com a promoção, ela começou um curso na área. “Graças a Deus e ao HA, hoje eu sou técnica em radiologia e estou viva”.
Ao ressaltar a importância da prevenção, ela se emociona! “É extremamente importante estar em dia com os exames preventivos. Se tivéssemos ido ao médico antes, meu irmão estaria aqui comigo hoje. Minha dica é: se você está sentindo qualquer sintoma, procure um médico de sua confiança. E se você tem casos de câncer na família, recorra ao setor de oncogenética, pois a doença pode ser hereditária”, declarou.
Atualmente, Deize atua como técnica de radiologia no Hospital de Amor e faz acompanhamento anual para ressecar os pólipos. Seus três filhos são saudáveis, porém, por conta do histórico familiar, o mais velho, Eduardo (24 anos), também já deu início aos exames preventivos na instituição.
Oncogenética no Hospital de Amor
A Oncogenética é a uma área médica que acompanha pacientes que possuem um maior risco de desenvolvimento de câncer por conta de fatores hereditários. Esse tipo de acompanhamento só é indicado em casos específicos e, nessas situações, pode ser um grande aliado para identificar a predisposição, a fim de realizar a detecção precoce de alguns tipos de tumores.
O Hospital de Amor oferece este tipo de acompanhamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), graças à sua estrutura voltada para pesquisa científica em oncologia. De acordo com o médico oncogeneticista da instituição, Augusto Antoniazzi, quando há a identificação de que a doença seja hereditária em um paciente da instituição, inicia-se também a investigação com seus familiares. “Por meio do paciente, nós conseguimos também identificar familiares com risco aumentado de câncer e propor estratégias de prevenção e redução de risco para eles”. Então, caso a equipe identifique um familiar saudável, sem o diagnóstico para câncer, é capaz fazer um programa de prevenção para ele. Com isso, é possível evitar que o câncer seja diagnosticado em estágios mais tardios, aumentando consideravelmente as chances de cura.
Em alguns tipos de tumores da doença é possível realizar um tratamento baseado na mutação genética, com medicações específicas que melhoram seu desfecho. Para a maioria dos genes que pré-dispõem ao câncer, o teste genético é realizado já na idade adulta. Mas, existem casos onde ele pode ser feito ainda infância.
Acolher com humanização, tratar com dignidade e salvar vidas! Estas poderiam ser as diretrizes do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Entretanto, em mais de 60 anos de história a instituição vai muito além: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento (por vezes, difícil) para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, equipado e altamente tecnológico, visando recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento). E entre inúmeros equipamentos e utensílios disponíveis ali, está o C-MILL!
De acordo com representante da Hocoma (empresa responsável pelo aparelho), Emerson Miranda, trata-se de uma ferramenta que fornece uma avaliação objetiva e profunda do equilíbrio e da marcha do paciente, sendo equipada com uma placa de força, realidade aumentada e virtual, o que torna o processo de reabilitação mais eficiente. “O C-MILL pode ser utilizado para várias finalidades, como um ajuste de prótese ou adaptação do paciente com a mesma; como um exercitador em final de tratamento; como treino de equilíbrio cognitivo e, mais importante, como reabilitação de marcha para pacientes que necessitam recuperar os movimentos mais finos e coordenados”, afirmou.
Pioneiro em várias frentes, o Hospital de Amor é o primeiro centro oncológico a disponibilizar essa ferramenta na reabilitação de pacientes do sistema único de saúde. Com capacidade para trabalhar 24 horas, sete dias na semana e até dez anos, o C-MILL atende no HA, em média, oito pacientes por dia.
Segundo o fisioterapeuta do hospital, Thiago Felício, este sistema de reabilitação é indicado para os pacientes que apresentam dificuldades para andar, que fazem uso de prótese de membros inferiores, que possuem déficit de equilíbrio, dificuldades de marcha ou necessitam de realizar a marcha com auxiliadores, como muletas e andadores. “O C-MILL proporciona uma aprendizagem muito importante ao paciente, onde ele cria estratégias de adaptabilidade da marcha, por meio de exercícios adaptados de equilíbrio, velocidade, força e resistência, sempre dentro de um ambiente totalmente seguro, direcionado e controlado”, explicou.
E como o HA não apenas oferece o melhor e mais humanizado tratamento oncológico aos seus pacientes, como reafirma a importância da inclusão social e qualidade de vida de todas as pessoas, o acesso ao C-MILL também é destinado aos tratamentos não oncológicos, ou seja, a aqueles que realizam a deambulação (dificuldades na marcha) e necessitam de reabilitação.
“Não podemos especificar, por exemplo, um período para o paciente voltar a andar normalmente com a utilização do C-MILL, mas, por se tratar de um equipamento seguro, totalmente sensorizado e com reconhecimento de movimentos (sendo possível identificar pequenos ajustes quando necessários), podemos afirmar que o impacto e os resultados positivos na vida do paciente são imensuráveis”, declarou o fisioterapeuta.
Mais um grande diferencial do HA em prol de seus milhares de pacientes. Mais um grande motivo de orgulho!
25 de agosto – há exatos 169 anos nascia Barretos (atualmente nomeada ‘Estância Turística de Barretos’), uma cidade localizada no interior do estado de São Paulo, marcada por fortes tradições caipiras e raízes sertanejas. O canto do noroeste paulista também é palco de grandes projetos, conquistas e celebrações, conhecido por seu povo hospitaleiro, pela realização do maior rodeio da América Latina e pelo amor ao próximo.
Por falar em amor, foi em Barretos a fundação de uma das maiores obras filantrópicas da América Latina; município que acolheu o sonho dos médicos visionários, Dr. Paulo Prata (in memoriam) e Dra. Scylla Duarte Prata, e tornou-se berço da trajetória do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Há 61 anos, a capital do rodeio é o berço do Hospital de Amor!
Em tanto tempo, a cidade cresceu, desenvolveu, prosperou e, junto dela, o HA amplificou. A instituição ultrapassou limites, barreiras e fronteiras para levar saúde de qualidade a todas as pessoas. O seu programa de prevenção de câncer alcançou números de diagnósticos precoces inimagináveis, por meio de suas unidades fixas e móveis. Seus atendimentos de excelência (via Sistema Único de Saúde) em unidades de tratamento espalhadas pelo país, estruturas altamente tecnológicas, procedimentos avançados e resultados inovadores em ensino e pesquisa, fizeram a entidade ser reconhecida internacionalmente.
A verdade é que a união entre Barretos e o Hospital de Amor transformou a realidade da saúde pública do país! A primeira instalação da instituição, o Hospital São Judas, abriga, atualmente, a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA. E desde 1991 – devido à grande demanda de pacientes – a instituição vem expandindo e se desenvolvendo em mais de 200 mil metros quadrados.
O acolhimento do município ajuda o HA a escrever novos capítulos na história de diversas famílias e, muito mais do que isso, a salvar milhares de vidas todos os dias. Motivo de orgulho para o barretense, com certeza, que tem a vantagem de contar com toda essa excelência bem pertinho, no ‘quintal de casa’.
Para se ter uma ideia, só no ano de 2022 o Instituto de Prevenção do HA ofereceu à população de Barretos:
• Câncer de Colo de Útero – 122.020 procedimentos/consultas
• Câncer de Mama – 49.762 procedimentos/consultas
• Câncer de Boca – 8.119 procedimentos/consultas
• Câncer de Cólon e Reto – 3.801 procedimentos/consultas
• Câncer de Pele – 3.592 procedimentos/consultas
• Câncer de Próstata – 2.861 procedimentos/consultas
No total: 190.155 procedimentos/consultas, envolvendo atendimentos médicos e não médicos (enfermagem, psicológicos, odontológicos, entre outros) aos barretenses. Os números expressivos falam por si, entretanto, muito além de oferecer acolhimento e um tratamento digno, o Hospital de Amor oferece: AMOR aos seus!
Obrigado, Barretos! Pela acolhida, amparo, respeito, e por ser ‘casa’ ao Hospital de Amor! Parabéns por seus 169 anos! Que a nossa história se renove e frutifique neste 25 de agosto. O HA se orgulha em ser barretense!
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Dez anos após sua primeira experiência pelo Caminho de Santigo de Compostela, que resultou também em sua primeira jornada como escritor, com o livro ‘Acima de Tudo o Amor’, o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, retornou ao caminho sagrado na certeza de que teria o momento de introspecção e concentração necessário para dar vida ao seu novo livro: “O Parque dos Lobos – A medicina privada do dinheiro limitando a prática da saúde pública”, que denuncia, esclarece e convoca toda a sociedade para o enfrentamento dos entraves que dificultam a existência de uma saúde pública de qualidade no Brasil.
Mas afinal, quem são as pessoas que mandam na saúde do país? Para Prata, muitas dessas pessoas são verdadeiros lobos em pele de cordeiro! Sem medo de citar fatos e nomes, o presidente do HA, em seu novo livro, mostra os valores invertidos que encontrou durante mais de três décadas de gestão na área oncológica no SUS, além de expor a realidade de um sistema que parece se fechar, especialmente quando pessoas mais necessitadas precisam dele, explorando os vulneráveis para poder lucrar mais.
“Em meu primeiro livro, ‘Acima de Tudo o Amor’, abordo a fé e a solidariedade como fatores essenciais na construção do maior polo de referência nacional na luta contra o câncer. No livro, ‘A Providência’, falei sobre os milagres que levam a filosofia do Hospital de Amor para todo o país. Agora, com base em minha experiência de gestor de saúde, trago relatos que mostram as enormes dificuldades encontradas ao longo dos anos. Elas são reflexo das falhas que limitam a saúde pública no Brasil, e eu aponto suas origens para conscientizar a sociedade”, declara o autor.
De acordo com Prata, a obra traz relatos crus desta sua inspiradora trajetória repleta de inconformismo, frente a maior rede de atendimento oncológico 100% gratuito da América Latina. “Quero colocar luz sob os valores invertidos que percebo tanto na política, quanto na medicina, para que todos possam compreender como este país tem sido desonesto com muitos dos seus cidadãos”, finaliza.
Lançamento
O lançamento oficial do “O Parque dos Lobos” aconteceu no último dia 29 de junho, no IRCAD América Latina, em Barretos (SP). O evento contou com a presença de familiares e amigos de Henrique Prata, colaboradores do Hospital de Amor, autoridades locais e representantes, veículos de comunicação, além de membros da sociedade.
Ao adquirir a obra você também contribui com o HA, pois toda renda obtida com a venda do livro será destinada à instituição. Acesse: ha.com.vc/oparquedoslobos e garanta o seu!
Sobre o Hospital de Amor
Excelência em oncologia, o Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, fechou o ano de 2022 com 1.673.441 atendimentos realizados a 540.730 pacientes vindos de 2.531 municípios – isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.4% das cidades do país. O HA possui diferenciais de destaque, sobretudo dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, como uma filial do maior centro de treinamento de cirurgia minimamente invasiva do mundo – o IRCAD; um dos maiores serviços de prevenção em câncer do Brasil, com o maior número de unidades móveis para rastreamento e detecção precoce do mundo; e um Instituto de Ensino e Pesquisa focado em oncologia, incluindo um Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, que proporciona não apenas a possibilidade de grandes avanços em pesquisa científica na área e a formação de profissionais extremamente qualificados, mas também um tratamento mais personalizado e assertivo aos pacientes da instituição. Fruto de toda essa estrutura, desde 2018, a instituição se destaca como o primeiro hospital da América Latina no ranking da SCImago Institutions Rankings (SIR), um levantamento de reconhecimento internacional, que avalia a qualidade de instituições (públicas ou privadas) em todo o mundo, considerando os critérios: pesquisa, inovação e impacto social.
O Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, com o apoio da Fundação BB, dá mais um passo em direção ao atendimento integral em saúde ao criar o Diretório de Reabilitação Moderna (DREAM), em Barretos (SP). Para celebrar essa parceria, o presidente do HA, Henrique Prata, recebeu na manhã do dia 01 de junho, o diretor executivo da Fundação BB, Rogério Bressan Biruel, além de outros membros da entidade para mostrar as obras do complexo de cerca de 7.500 m² de área construída, com previsão de ser inaugurado em 2024. “O que o BB está fazendo ainda é muito pouco perto de tudo que o HA faz em prol das pessoas e da saúde pública desse país. Poder contribuir com um trabalho tão importante e grandioso como este, é muito gratificante! Estamos felizes!”, afirmou Biruel.
Durante a cerimônia, os convidados se emocionaram com a apresentação do Coral “Papo Furado” – composto por pacientes laringectomizados da instituição, ou seja, que tiveram a retirada total da laringe por causa do câncer, e ouviram os agradecimentos especiais do presidente do HA. “Hoje é um dia muito especial e marcante para o Hospital de Amor. Hoje, nós pudemos comprovar que o DNA do BB é o mesmo do HA, completamente pautado pelo amor. Deus escolhe as pessoas certas para fazer o bem e o que é certo e, a partir de hoje, somos uma única família!”, declarou Prata.
De acordo com o diretor de Reabilitação do HA, Dr. Daniel Marconi, o DREAM, que visa promover a inclusão social, reabilitação física e funcional de pessoas com deficiência, seja ela intelectual, visual, auditiva ou física, engloba a construção e aparelhamento de um grande e moderno centro focado, voltado a atender pessoas com todos os tipos de deficiência, ultrapassando, inclusive, o cuidado com o paciente oncológico. O projeto inclui a estruturação de uma ampla área com ginásio polidesportivo, casa adaptada para terapia com atividades diárias, centro hípico para ecoterapia, esportes adaptados para pessoas com deficiência e profissionalização, tudo isso com o suporte de equipamento de alta tecnologia. “Esse projeto possui muitos diferenciais e veio para complementar um tratamento de altíssima qualidade e totalmente humanizado que sempre foi oferecido pela instituição, entre eles também haverá uma parte de internação, onde poderá ser realizada a reabilitação intensiva em tempo integral, encurtando o tempo de tratamento e melhorando os resultados clínicos dessa reabilitação”, destacou.
Estima-se que 200 profissionais devam integrar, inicialmente, o projeto, a fim de atender cerca de 1 mil pacientes por mês. Além dos próprios pacientes oncológicos atendidos pelo HA, que podem ter algum tipo de sequela oriunda do tratamento como exemplo amputações, perda auditiva ou visual e dificuldade de locomoção, pessoas com deficiência de qualquer origem, seja crônica, adquirida ou transitória, estão previstas no escopo de assistência do DREAM. “Olhando todos os elos da cadeia para inclusão social eu acredito que seja realmente um grande marco para reabilitação do Brasil e um motivo de grande comemoração de pessoas com deficiência de todo nosso país”, afirmou Marconi.
Reabilitação: inclusão social e qualidade de vida
Para reafirmar a importância da reabilitação no tratamento oncológico (e não oncológico também) e na qualidade de vida dos pacientes do HA, o simpático Ian Barbosa – que teve uma de suas pernas amputadas durante o tratamento da doença, passou por todos os processos de reabilitação e hoje, já protetizado, está se preparando para compor o time de paratletas de Triathlon olímpicos do país, encerrou a celebração com um depoimento emocionante. “O que acontece na reabilitação do Hospital de Amor, todos os dias, são milagres! Quando eu amputei a minha perna, meu único desejo era voltar a andar. Eu não só consegui, como pude melhorar tudo em minha vida. As pessoas que ajudam essa instituição, como a Fundação BB está fazendo, nem imaginam, mas estão realizando sonhos. Eu sou a prova! Graças a vocês a gente pode voltar a viver. Muito obrigada!”, finalizou.
Visita especial
A celebração dessa parceria de sucesso contou ainda com uma participação muito especial! Durante uma visita a cidade de Barretos (SP) e ao Hospital de Amor, o atacante da Seleção Brasileira, Richarlison, visitou as obras do DREAM, conheceu a estrutura de alguns departamentos do HA e ofereceu muito carinho aos pacientes e colaboradores da instituição. “Fico muito feliz de estar aqui visitando esse Hospital tão importante! É um momento único na minha vida e poder dar um abraço em cada um enche meu coração de gratidão!”.
A história do Hospital de Amor foi construída e é feita, diariamente, por quem faz do cuidar sua principal missão! É o caso dos mais de 2 mil profissionais de enfermagem que estão distribuídos em todas as unidades da instituição.
Por isso, neste ano, para celebrar o ‘Dia Internacional da Enfermagem’, comemorado no dia 12 de maio, o HA convidou cinco colaboradores para contar as suas experiências de vida e resumir, em um breve relato, a importância da enfermagem e o amor que eles sentem pela profissão. Leia e se emocione:
Luciana Rodrigues dos Reis, 50 anos, enfermeira.
“É uma dádiva, Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas”.
“Escolhi a enfermagem devido a um fato que aconteceu comigo na adolescência. Quando tinha 18 anos, minha vizinha foi até minha casa pedir ajuda porque o pai dela estava se sentindo muito mal. Ao chegar lá, vi que ele estava ao chão e não responsivo. Então, chamamos ajuda e ao chegar na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), ele havia infartado e ido a óbito. Após este episódio, eu disse para minha mãe, Maria Mercedes, que iria estudar enfermagem para ajudar as pessoas.
Com o passar do tempo, conheci o Marcelo, meu esposo, e por meio dele conheci a minha sogra, dona Conceição dos Reis, que atuava na Santa Casa, na área de enfermagem. Ela nos direcionou e começamos a cursar enfermagem. Em 1997, entrei no ambulatório do Hospital de Amor, no departamento de enfermagem.
Um dia, quando estava na recepção ajudando nos agendamentos, veio uma mulher até mim e eu conversei com ela. Ela me entregou um presente e disse: “trouxe este presente para te acompanhar em sua trajetória, vejo você em seu atendimento e me emociono de ver o quanto é prestativa e educada, vejo amor em você”. Agradeci ela e ao abrir o presente, voltei meus olhos para agradecer novamente e ela não estava mais lá. Procurei por ela na recepção toda e não a encontrei. Lembro de ter comentado com as minhas colegas de trabalho que foi Deus quem enviou ela para mim.
O presente era uma imagem da Nossa Senhora das Graças e, desde então, sou devota dela, carrego a sua imagem comigo e em minhas orações peço proteção.
Eu trabalho há 28 anos na área e para mim, trabalhar com a enfermagem é ter um aprendizado todos os dias, então, procuro dar o melhor de mim. É uma dádiva Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas.”
Marcela de Oliveira Santos, 40 anos, enfermeira.
“Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um eu te amo ou um adeus”.
“Meu sonho era cursar medicina até conhecer a enfermagem. Eu encontrei minha verdadeira vocação quando comecei a trabalhar como auxiliar de enfermagem, em 2003, na UTI adulta do Hospital de Amor. Neste momento, eu descobri o amor e conheci pessoas que me ajudaram a ser quem sou hoje.
Quando conclui a faculdade de enfermagem, em 2008, continuei na UTI, onde me realizei como profissional até ser convidada a trabalhar com a equipe cirúrgica do digestivo alto.
O período na UTI marcou muito minha vida, porque eu aprendi a deixar de lado os problemas pequenos e entendi que cada minuto com quem amamos vale muito mais. Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um “eu te amo” ou um “adeus”.
Após alguns anos, eu fui para ‘Atenção Primária’ e aprendi muito sobre um mundo ainda desconhecido. Eu vi pessoas machucadas, observei que a fome muitas vezes é maior que a dor de uma doença e percebi que com amor podemos mudar um pouco este mundo.
No HA, eu encontrei profissionais que trabalham com amor e dedicação, que fazem todo o sofrimento se tornar uma esperança de um final feliz. Em cada lugar que passei, eu aprendi o valor de cada sorriso e de cada olhar.
Além disso, durante a minha jornada no Hospital de Amor, a minha vida pessoal também foi transformada. Em 2010, o amor se tornou palpável para mim, eu tive a minha primeira filha, a Maria Luísa. Desde então, nasceu a ‘Marcela mãe’. Mas a felicidade não parou por aí, o Miguel veio depois de um tempo e completou a nossa família.
Hoje, me sinto parte desta instituição como se fosse minha família. Aqui, temos pessoas que nos apoiam e investem em sonhos e ações, para que assim, consigamos ajudar o próximo”.
Marilene Oliveira Simeão, 48 anos, enfermeira.
“Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente”.
“Eu escolhi a enfermagem porque desde criança eu sonhava em poder fazer algo pelo próximo. Queria, de alguma forma, mudar a vida de alguém, aliviar a dor, diminuir o sofrimento, mas, principalmente, cuidar com amor e dignidade porque quando a nossa saúde está ameaçada, é quando nos sentimos mais frágeis e amedrontados.
Para realizar este sonho, a caminhada foi longa. Eu vim de uma família negra e de baixa renda. A minha mãe era analfabeta e o meu pai tinha pouco estudo, mas, é uma família cheia de amor. Eu fui a primeira a ter a oportunidade de frequentar uma faculdade, mas antes de iniciar o curso, eu fui auxiliar de enfermagem, depois me tornei técnica e só aos 35 anos consegui concluir a minha graduação.
Eu tive vários momentos marcantes em minha carreira, mas teve um episódio que é especial, talvez por ter sido no início da carreia: Eu estava de plantão e o Pedro (9) estava em tratamento oncológico, internado no Hospital Base, com cuidados paliativos. Sua mãe e ele me abraçaram e me agradeceram por eu estar ao lado deles nesta caminhada e aquele abraço me fortaleceu.
Eu acredito que são os pacientes que salvam as nossas vidas diariamente, porque eles nos proporcionam a oportunidade de sermos melhores, de evoluirmos e de crescermos espiritualmente. Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente.
Esta é uma profissão em que todos os dias alguém reza por você, além de ser uma dádiva de Deus.”
Franciele de Nogueira Gomes, 33 anos, enfermeira.
“Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família”.
“Desde criança eu sabia que eu queria fazer enfermagem, nunca pensei em outra opção. Quando pequena, eu convivia muito com os meus avós e eles já tinham mais de 70 anos e eu ia muito com o meu pai levá-los ao médico.
Eu lembro que aconteceu um episódio quando eu era bem novinha: Meu avô estava internado, meu pai foi visitar ele e eu fiquei com a minha avó sentada lá fora. Eu perguntei para ela o que era aquela placa que estava na nossa frente, ela disse que era da faculdade e eu disse: “Vô, um dia eu vou estudar aí!”, e acabou que eu realmente passei no curso de enfermagem da FAMERP, em São José do Rio Preto (SP), e me formei lá.
Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família. Eu passei por uma experiência recente de perder o meu pai em um hospital em São José de Rio Preto (SP) e eu percebi como o atendimento é diferente e como o que a gente faz aqui, no Hospital de Amor, muda muito, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Então, eu sempre tento ser o mais clara possível e sempre tento trazer, tanto o paciente quanto o acompanhante, para perto de mim.
Logo que eu entrei aqui, tinha uma paciente que tinha mais ou menos a minha idade. Ela tinha uma irmã que tinha a idade da minha e nós conversávamos muito, ela até me apresentou a família. Infelizmente, ela foi a óbito e quando a gente acompanha as progressões e o quanto a família sofre, a gente acaba sofrendo junto.
Para lidar com pacientes oncológicos e com as fragilidades deles você tem que ser frágil também. Já é difícil dimensionar tudo que eles passam, então, eu acho que se você não for sensível, você não consegue dar o tratamento que eles precisam porque não é só o tratamento físico, tem todo um tratamento por trás disso.
Antigamente, eu era uma pessoa muito fechada, então, eu tive que me moldar completamente porque eu lido com pacientes. Eu preciso puxar assunto com eles, ser empática e eu tento não deixar o momento em que o paciente está aqui triste, porque a gente sabe que estar dentro do hospital já é.
Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que pretendem fazer enfermagem, eu diria: busque conhecimento sempre, faça com carinho e reflita sobre as pessoas que você vai atender, isso é muito importante”.
Célio Aparecido Silva, 62 anos, enfermeiro.
“A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: Respeito, paciência e humildade”.
“Eu trabalho no Hospital de Amor há 30 anos, mas minha jornada de trabalho se iniciou quando eu tinha 15. Eu comecei trabalhando na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), com serviços gerais. Quando eu estava com 18 anos, acredito que alguém tenha visto algo em mim, porque eu fui convidado para fazer parte da equipe de enfermagem. A princípio, eu comecei como atendente, depois, fiz um curso de auxiliar de enfermagem e continuo na área até hoje. Na época, eu trabalhava 36 por 12 horas e fiz essa rotina por 16 anos.
Quando terminei meu curso, entrei no Hospital São Judas Tadeu – unidade de cuidados paliativos e atenção primária ao idoso –, mas começou a rodar turno e eu já trabalhava a noite, então, pedi demissão. Depois de dois dias, a Dra. Scylla Prata (fundadora da instituição) me procurou, disse que o meu trabalho era importante e me ofereceu uma vaga na quimioterapia, para trabalhar no período da tarde. Eu aceitei e estou aqui até hoje. Se fosse preciso, eu faria isso novamente, porque eu amo o que eu faço.
Um dia, tinha uma paciente aqui na QT que estava muito irritada e chorando, porque não estavam conseguindo pegar a veia dela. Eu fui até ela, conversei, acalmei ela e consegui pegar a veia. Ela me disse que eu tinha uma áurea diferente, mas não sabia explicar muito bem, e isso me marcou muito.
A enfermagem muda a gente, nós passamos a ser mais atenciosos, nós tratamos as pessoas melhores. Mesmo aposentado eu continuo trabalhando, porque eu gosto do que faço e isso faz bem para a minha mente.
A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: respeito, paciência e humildade.”
A Inovação faz parte do DNA do Hospital de Amor, desde a sua inauguração, em 1962. Com o aumento e aplicação da tecnologia cada vez mais presente na rotina da instituição, foi necessário desenvolver seu próprio centro de inovação. Por isso, em 2021, o HA se colocou mais uma vez na vanguarda da saúde pública, ao criar o Harena Inovação, a fim de promover aceleração de ideias e promoção da ciência e da tecnologia, que teve seu espaço físico inaugurado no último dia 25 de abril. A cerimônia de ontem contou com a presença do coordenador de ambientes inovadores e startups do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Freitas; da Diretora técnica da coordenadoria de desenvolvimento regional e territorial do estado de São Paulo, representando o Governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, Eneida Gama; da Prefeita de Barretos (SP), Paula Lemos; do Head Sebrae for startups, Michel Porcino; da Assessora e representante do Senador Rodrigo Cunha, Maria Isabel Góes; do capelão do HA, Padre Tulio Gambarato; do Presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata; e do Diretor de Inovação do HA e do Harena, Dr. Luis Romagnolo. O evento surpreendeu a todos com uma dinâmica ‘futurista’ e divertida liderada por Marcelo Marcon.
Para o presidente do HA, Henrique Prata, todos os colaboradores compartilham o sonho de salvar vidas e fazer a diferença todos os dias. Até o momento, mais de 90 healthtechs estão conectadas ao ecossistema de inovação da instituição, sendo 45 delas participantes dos programas de aceleração, apenas em 2022. São 17 projetos de inovação executadas em parceria com startups para realização de provas de conceito de tecnologia e validação de novos produtos, mais de 500 pessoas impactadas e relevantes parcerias institucionais, como o Sebrae, o InovaBra Startups, a Associação Brasileira de Startups, o Instituto Federal de São Paulo e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo federal.
Para o diretor de inovação do Harena, Dr. Luis Romagnolo, “Desde 2021, nós estamos conectando pessoas e empresas capazes de impactar positivamente a vida dos pacientes da saúde pública do Brasil, dá muito orgulho em poder fazer parte desta revolução”, afirma o profissional.
Dentre alguns segmentos que fazem parte do portfólio de inovação, estão: gestão hospitalar, saúde digital, prevenção e acesso, diagnóstico inteligente, pesquisa científica, dispositivos médicos e humanização e qualidade de vida. Além de desenvolver iniciativas estruturadas em 3 estados brasileiros: Acre, Alagoas e São Paulo.
Com o novo espaço físico, além de proporcionar estrutura de trabalho para os parceiros e startups aceleradas, o Harena também ampliará a capacidade de atendimento com um novo programa em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e o Instituto Federal de São Paulo, o ConectaHealth. Nos próximos 2 anos, serão mais 120 healthtechs atendidas com o programa, que oferecerá capacitação empreendedora gratuita, mentorias especializadas e conexão com o ecossistema de inovação do Hospital de Amor, em Barretos.
O termo japonês ‘ikigai’ significa “uma razão para existir”. A palavra é composta pelo termo iki, que significa ‘vida’, e gai, que traduzido seria ‘efeito’. O caminho Ikigai, seria uma ferramenta de autoconhecimento que explana diversas áreas e intersecções da vida pessoal e profissional. Ou seja: ao encontrar algo que você ama, te pague bem, você realiza com esmero e faz a diferença no mundo, aí então, você terá alcançado o seu Ikigai, ao unir missão, paixão, profissão e vocação.
A freira Rita de Cassia de Jesus, de 40 anos, natural de Mogi das Cruzes (SP), faz parte da Congregação das Irmãs Pequenas Missionárias de Maria Imaculada há 24 anos. “Deus me chamou para a vida religiosa para ser amor na vida dos doentes e dos mais necessitados. Escolhi servir a Deus no amor e na alegria de me doar”, conta Rita, sempre com um sorriso no rosto.
Há pouco mais de um ano, a irmã começou a trabalhar no alojamento Madre Paulina, em Barretos (SP) – o primeiro alojamento do Hospital de Amor. De acordo com a freira, trabalhar nesta casa assistencial é um privilégio, pois é possível conhecer um pouco de várias partes do Brasil e se aprofundar na arte de acolher e amar realidades, ao adentar na intimidade das pessoas no momento da fragilidade da dor, doença física e espiritual. “Penso que a missão do HA é o testemunho mais vivo e concreto de que é possível atender a saúde humana com dignidade e nobreza de espírito, sem distinção de cor, classe social, raça ou religião, atendendo assim, a pessoa humana como um todo”, afirma Rita.
Amor e dedicação pela causa onde trabalha, Rita tem de sobra, mas para dar conta de administrar o local que abriga 257 pessoas, a freira conta com algo que no início começou mais como recomendação, mas agora já vem ganhando gosto: praticar exercícios físicos na academia. “Começamos a treinar, pois sentíamos necessidade de fazer uma atividade para o bem-estar físico e psíquico, porque nossa rotina requer muito equilíbrio e disponibilidade de tempo”, explica a freira que treina com suas colegas de trabalho, as também freiras, irmã Raymunda, de 77 anos, e irmã Adriana, de 43 anos.
Vestida com seu fiel ‘hábito’ e um par de tênis, Rita recebe o auxílio do educador físico da academia do Hospital de Amor (exclusiva para os colaboradores da instituição), Gilmar Júnior, que revela que elas sãos as primeiras religiosas que ele ajuda a treinar. “O senhor Henrique Prata é adepto à atividade física, então, todos aqueles próximos a ele, nesse caso, os padres e as freiras, ele pede sempre para virem praticar a musculação comigo. Com isso eu já atendi o Pe. Constante, Pe. Túlio e outros padres que passaram pela cidade estudando e também vieram treinar na academia”, conta Juninho – como é conhecido pelos funcionários da instituição.
Gilmar explica que o treino é um meio de exercitar o corpo para gerar o bom funcionamento corporal e aumentar a resistência física para o trabalho tão árduo como o de cuidar de outras pessoas, algo este realizado pelas freiras. “Gosto muito de fazer os exercícios interagindo com todos os colaboradores que ali treinam, além de escutar no celular algumas orações e reflexões bíblicas para aproveitar bem o tempo”, revela o educador.
Júnior também conta que o maior desafio dos treinos é manter a frequência e a disposição, pois tem dias que o tempo é bem escasso e o cansaço dos atendimentos aos pacientes são bem intensos. Segundo a irmã Rita, as atividades físicas são importantes, já que viver harmoniosamente num local onde residem mais de 200 pessoas de várias situações, culturas e regiões, é um verdadeiro milagre do amor.
Irmã Rita também tem disposição para organizar eventos culturais no alojamento, inclusive, ela realiza até apresentações de dança, contribui com as atividades diárias no local, faz suas orações, doa sangue e está sempre pronta para ajudar a todos.
Mas engana-se quem pensa que malhar não é algo comum das freiras. Madonna Budder é uma famosa religiosa americana, de 92 anos, que já realizou mais de 400 provas de triatlo, sendo 50 delas na modalidade Ironman (uma das competições mais difíceis do mundo), no qual é necessário nadar 3,8 km, pedalar 180 km e finalizar com 42 km de corrida. Sister Madona, com é conhecida na América, teve seu primeiro contato com triatlo aos 48 anos, e aos 70 anos participou do Ironman pela primeira vez. Ela já alcançou o recorde mundial de mulher mais velha a finalizar a competição aos 82 anos. Isso prova que nunca é tarde para iniciar uma atividade física e mudar de hábito!
Praticar atividades físicas contribui para diversos benefícios, tais como: ajuda no combate ao excesso de peso, reduz a pressão arterial, ajuda a controlar a glicemia, fortalece ossos e articulações, aumenta a força e a resistência muscular, diminui o estresse, promove a sensação de bem-estar, aumenta a disposição, combate a ansiedade e a depressão, fortalece o sistema imunológico, além de contribuir para uma melhora da memória e da capacidade de aprendizado.
Atender, cuidar e sempre estar à disposição de milhares de pacientes diariamente, com carinho e bom humor, é uma função que exige muita dedicação, amor pelo que faz e a certeza de saber que seu trabalho está fazendo a diferença no mundo, sendo assim, podemos dizer que a irmã Rita encontrou o seu Ikigai.
Em abril de 2012, a colaboradora do Hospital de Amor Barretos (SP), Deize de Oliveira (43 anos), descobriu que estava com mais de mil pólipos no intestino (alterações que podem aparecer no intestino devido à proliferação excessiva de células presentes na mucosa no intestino grosso). Apesar do número impactar, a história dela e de sua família é muito mais impressionante!
Tudo começou quando Deize tinha apenas dois anos e seu pai foi diagnosticado com câncer colorretal. Ele não resistiu ao tratamento, mas a família não sabia que a doença tinha grandes chances de ser hereditária. Quando ela completou 31 anos, uma nova preocupação surgiu: seu irmão começou a sentir fortes dores na barriga e a ter sangramento nas fezes. Ao realizar alguns procedimentos, foi diagnosticado com câncer de intestino – o mesmo tipo que levou seu pai. E ele também não resistiu. Foi aí que uma médica do departamento de Oncogenética do HA orientou Deize a fazer exames preventivos, pois as chances dela também se tornar paciente oncológica eram altas.
Ainda que sem sintomas, ela cedeu ao rastreamento e, após uma colonoscopia, foram detectados mais de mil pólipos intestinais. “O caso era cirúrgico, mas o meu maior medo era precisar utilizar a bolsa de colostomia. Depois da cirurgia, na sala de recuperação, escutei a voz do médico me dando a notícia de que o procedimento tinha sido um sucesso e não seria necessário colocar bolsa”, afirmou.
Todo esse processo, tanto da Deize, quanto do irmão, foi realizado no Hospital de Amor. Na época, ela atuava no departamento de nutrição e, após o afastamento por conta da cirurgia, foi promovida a auxiliar no setor de radiologia. Animada com o sucesso do tratamento e com a promoção, ela começou um curso na área. “Graças a Deus e ao HA, hoje eu sou técnica em radiologia e estou viva”.
Ao ressaltar a importância da prevenção, ela se emociona! “É extremamente importante estar em dia com os exames preventivos. Se tivéssemos ido ao médico antes, meu irmão estaria aqui comigo hoje. Minha dica é: se você está sentindo qualquer sintoma, procure um médico de sua confiança. E se você tem casos de câncer na família, recorra ao setor de oncogenética, pois a doença pode ser hereditária”, declarou.
Atualmente, Deize atua como técnica de radiologia no Hospital de Amor e faz acompanhamento anual para ressecar os pólipos. Seus três filhos são saudáveis, porém, por conta do histórico familiar, o mais velho, Eduardo (24 anos), também já deu início aos exames preventivos na instituição.
Oncogenética no Hospital de Amor
A Oncogenética é a uma área médica que acompanha pacientes que possuem um maior risco de desenvolvimento de câncer por conta de fatores hereditários. Esse tipo de acompanhamento só é indicado em casos específicos e, nessas situações, pode ser um grande aliado para identificar a predisposição, a fim de realizar a detecção precoce de alguns tipos de tumores.
O Hospital de Amor oferece este tipo de acompanhamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), graças à sua estrutura voltada para pesquisa científica em oncologia. De acordo com o médico oncogeneticista da instituição, Augusto Antoniazzi, quando há a identificação de que a doença seja hereditária em um paciente da instituição, inicia-se também a investigação com seus familiares. “Por meio do paciente, nós conseguimos também identificar familiares com risco aumentado de câncer e propor estratégias de prevenção e redução de risco para eles”. Então, caso a equipe identifique um familiar saudável, sem o diagnóstico para câncer, é capaz fazer um programa de prevenção para ele. Com isso, é possível evitar que o câncer seja diagnosticado em estágios mais tardios, aumentando consideravelmente as chances de cura.
Em alguns tipos de tumores da doença é possível realizar um tratamento baseado na mutação genética, com medicações específicas que melhoram seu desfecho. Para a maioria dos genes que pré-dispõem ao câncer, o teste genético é realizado já na idade adulta. Mas, existem casos onde ele pode ser feito ainda infância.