Flashes de luz – este foi o primeiro sinal que levou a pedagoga Luciane Francisca de Paula e Silva, de 50 anos, a investigar a saúde da sua visão ocular. Ela conta que iniciou exames de rotina no oftalmologista em 2016, mas por conta da pandemia, acabou postergando a prevenção, e foi aí que os sintomas começaram a aparecer. Em setembro de 2023 ela procurou um oftalmologista, que durante uma avaliação clínica a diagnosticou com um melanoma de coroide, também conhecido como melanoma uveal.
“Marquei uma consulta com o oftalmologista, em Lagoa Formosa (MG), e expliquei o porquê estava ali. Ele examinou os dois olhos e voltou para o olho direito. Ele respirou fundo e me disse que eu estava com um melanoma de coroide no olho direito, e que precisaríamos ter certeza se era primário ou secundário”, comentou Luciane. Ela foi encaminhada para o Hospital de Amor, em novembro de 2023, quando iniciou o seu tratamento.
Luciane conta que foram dois meses de angústia até conseguir ser encaminhada para o HA. “A espera até a marcação da primeira consulta me deixou apreensiva, mas depois do primeiro contato com os médicos (anjos) do HA, foi reconfortante. Dr. Leonardo Lando, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto e Dr. Roque Lima de Souza, trio fantástico! Dr. Leonardo me informou sobre como seria o tratamento oferecido em Barretos (SP), me explicou que o tipo de tratamento que era oferecido era a enucleação (remoção cirúrgica de um olho), os prós e contras, e me ofereceu também um encaminhamento para tentar esse tratamento em outro hospital. Mas decidi ali mesmo, naquela hora, que faria a enucleação”, contou.
Catarata, o glaucoma e as doenças da retina, como a retinopatia diabética e a degeneração muscular relacionada à idade podem levar a cegueira, além do câncer ocular. Porém, alguns casos poderiam ser prevenidos, como afirmou o médico oftalmologista do Hospital de Amor, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
“Em adultos, o tipo mais comum de câncer intraocular é o melanoma uveal. Ele surge a partir de células produtoras de pigmentos de uma parte interna do olho, chamada úvea. Essa doença pode ser também chamada de melanoma de coroide, de íris ou de corpo ciliar, a depender de qual porção da úvea está afetada. Já o câncer mais comum da superfície ocular é o carcinoma de conjuntiva, e em crianças, o de maior incidência é o retinoblastoma”, comentou Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
O câncer ocular dificilmente apresenta sintomas em seu estágio inicial. Pessoas diagnosticadas com câncer, na maioria das vezes, descobrem a doença quando o estágio já está mais avançado e acaba apresentando perda de visão como principal sintoma, como explicou o Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto. “Os sintomas mais comuns do melanoma uveal são a piora da visão, a perda de campo visual, frequentemente progressiva, e a percepção de flashes ou moscas volantes. Pode ocorrer a perda parcial ou completa da visão. Sintomas menos comuns são dor e vermelhidão persistentes, bem como a presença de vasos dilatados na superfície do olho. Quando o melanoma afeta a íris, é possível que os pacientes percebam o crescimento de uma pinta ou mancha escura na parte colorida do olho, ou mudança na forma da pupila. O carcinoma de conjuntiva surge como uma lesão ou ferida na superfície do olho, com crescimento progressivo. Ele pode dar sintomas como dor e irritação ocular”.
Fatores de risco
Não existe um fator único para uma pessoa ser acometida pelo câncer ocular, mas existem alguns fatores que podem contribuir e potencializar o surgimento da doença:
– Tumores de conjuntiva: os principais fatores são a exposição solar crônica, tabagismo e deficiências imunológicas/infecção pelo HIV.
O tratamento cirúrgico mais comum é a enucleação, que é mais utilizada nos casos de tumores grandes. Na enucleação, o olho afetado é removido, a cavidade é reconstruída e uma prótese ocular é adaptada.
Mas você deve estar se perguntando sobre a quimioterapia e imunoterapia, certo? Dr. Tomás destacou que para casos do tumor limitando o globo ocular, esses dois tratamentos não são eficazes. “A quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia não são bons tratamentos, quando o câncer está limitado ao globo ocular. Elas podem ser utilizadas quando a doença se espalhou para outros locais do corpo. Nesses casos, o fígado é o local mais comumente afetado”, contou o médico oftalmologista.
“Uma das principais barreiras no diagnóstico e tratamento dos tumores oculares é o acesso aos especialistas. Por isso, novas técnicas de diagnóstico precoce têm sido buscadas, especialmente aquelas que não envolvam o exame ocular direto. Algumas delas envolvem a análise do sangue no paciente em busca de marcadores que podem estar elevados nos casos da doença”. O médico contou ainda que quando o melanoma uveal se espalha para outros órgãos, “ainda não possui formas muito efetivas de tratamento, e o desenvolvimento de novas drogas e terapias é um dos principais alvos para a melhora da sobrevida dos pacientes. Recentemente novas drogas têm sido lançadas e novos estudos estão sendo conduzidos, aumentando a esperança do desenvolvimento de terapias mais eficazes”.
Gabriela, Carolina, Eva, Jenifer, Ana Júlia, etc. Elas são inspirações para a criação de músicas, poemas, filmes e artes em geral. São mães, avós, tias, filhas, sobrinhas, primas, namoradas, esposas, profissionais, idealistas, sonhadoras, líderes, ousadas. São infinitos os adjetivos que expressam a grandeza das mulheres. Por isso, e por muito mais, no dia 8 de março, o mundo todo celebra o “Dia Internacional da Mulher”, oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, e comemorado desde o início do século 20.
A força da mulher está presente no Hospital de Amor desde a sua origem. Fundado pelos médicos Dr. Paulo Prata (in memoriam) e pela Dra. Scylla Duarte Prata, médica ginecologista, ela foi considerada à frente do seu tempo ao cursar medicina e enfrentar os desafios da época de estudante. Diante disso, a força feminina também foi essencial para fundamentar os valores da instituição.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro deve crescer até 2030. Com mais anos de estudo, sendo a maioria com ensino superior, as mulheres tornaram-se mais qualificadas do que a mão de obra masculina. Segundo o Sebrae, ao todo, mais de 9 milhões de mulheres estão à frente de uma empresa no país, sendo que o número de ‘chefes de domicílio’ femininas aumentou de 38% para 45%. Estes dados representam o quão ativas elas são na fomentação da economia e nas atividades laborais.
No Hospital de Amor, a forte atuação feminina não é diferente. Ao todo, 75% do quadro de funcionários da instituição é formado por mulheres, sendo 3.279 colaboradoras.
A gerente do departamento de gestão de pessoas, Renata Paschoal Fleischer, atua na instituição há 3 anos e acredita que o fato de ser mulher faz com que ela consiga desenvolver ações de maneira mais sensível, sem perder a ‘energia’ necessária para cumprir as metas propostas. Renata fala toda orgulhosa sobre os projetos desenvolvidos pela instituição para o público feminino, como o programa ‘Mamãe Colaboradora’, que leva informações e orientações para as gestantes. “Me sinto privilegiada por ter a oportunidade de fazer a diferença em uma instituição da área da saúde”, afirmou.
Mulheres na ciência
Elas fazem a diferença, há anos, em diversas áreas da sociedade. São advogadas, médicas, empresárias, influenciadoras, esportistas, entre tantas outras profissões. Mas, quantas cientistas você conhece? De acordo com o estudo ‘Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)’, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), apenas 35% dos estudantes do mundo em áreas de STEM são mulheres.
A pesquisadora do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) e coordenadora do biobanco do Hospital de Amor, Marcia Marques Silveira, é um grande exemplo de mulher na ciência. Há 10 anos, ela atua na instituição em busca de avanços científicos dentro da oncologia molecular do câncer de mama, para que, no futuro, outras mulheres que sofrem com a doença possam se beneficiar. “Sinto muito orgulho do meu trabalho, da minha equipe e da oportunidade de tentar poder fazer a diferença junto à comunidade científica, buscando modelos de excelência em biobancos e pesquisa oncológica”, comentou.
Os desafios nesta área não são poucos e a responsabilidade de estar à frente de setores tão importantes quanto estes é muito grande. Manter os processos, estrutura e controle de qualidade sempre atualizados, seguindo padrões internacionais de sucesso e permitindo a participação do HA em pesquisas junto à medicina oncológica molecular no Brasil e no mundo é o que motiva Marcia. “Ser mulher, mãe e líder de um departamento essencial como o biobanco é uma tarefa árdua e, ao mesmo tempo, muito gratificante. Todos os dias eu me sinto responsável em fazer um bom trabalho em equipe, incentivando profissionais, especialmente as mulheres, em se dedicar por uma causa tão significativa como a pesquisa na oncologia molecular”, finalizou a pesquisadora.
Já a enfermeira Elaine Xavier trabalha no Hospital de Amor desde 2003 e há dois anos está à frente do projeto de prevenção, atuando diretamente nas unidades móveis. Elaine realiza a organização do calendário das unidades que atendem os 17 municípios que integram a DRS V (Departamento Regional de Saúde) de Barretos (SP), e também é responsável pela divulgação dos agendamentos dos exames de mama, colo do útero, intestino e boca. “É um projeto maravilhoso, que visa o cuidado integral e a assistência da mulher e do homem. É um programa que conta com início, meio e fim, ou seja, oferece exames, investigação e tratamento. Esse trabalho é importante, pois com o diagnóstico precoce, maior é a chance de cura”, relatou a enfermeira, que brilha os olhos ao falar da sua rotina de trabalho na instituição.
“Aqui no HA, eu me sinto totalmente realizada. Amo o que eu faço, me entrego de corpo e alma ao meu trabalho. O hospital oferece todos os recursos necessários para o profissional melhorar a cada dia. Agradeço a Deus por fazer parte dessa equipe, e graças a ele o que um dia foi um sonho, hoje é a minha realidade”.
Mulheres na saúde
Durante toda a história, algumas profissões foram consideradas exclusivamente masculinas. Para conquistar um espaço neste cenário, as mulheres tiveram que lutar e enfrentar grandes desafios. De acordo com dados da Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM), dentre os 414.831 profissionais da medicina em atividade, 225.550 são homens (54,4%) e 189.281, mulheres (45,6%). Contudo, essa diferença vem caindo a cada ano e, graças à feminização da profissão no país, entre os novos médicos registrados desde 2009, há mais mulheres do que homens.
No Hospital de Amor, em meio a tantas atribuições exigidas aos médicos, é preciso ainda aliar competência com capacidade de cuidar e oferecer amor. E quem melhor do que as mulheres para desempenhar esse papel com maestria? Ao andar pelos corredores da instituição é possível perceber a importância delas.
Há 8 anos, a médica coordenadora da unidade de transplante de medula óssea (TMO) do Hospital de Amor Infantojuvenil, Neysimélia Costa Villela – carinhosamente conhecida como Dra. Neysi – trabalha no HA. Junto a toda sua equipe, ela cuida das crianças que precisam ser submetidas ao transplante de medula óssea em todas as etapas de sua realização: desde a preparação para o procedimento, durante a internação e também após, até que elas estejam totalmente recuperadas. Ela garante que isso não é uma tarefa fácil, pois é preciso assegurar que todas as crianças tratadas na unidade recebam o que existe de melhor na medicina; manter a equipe sempre atualizada, proativa e estimulada; oferecer apoio, conforto e acolhimento aos familiares de cada paciente; e o principal: fazer com que os pequenos, mesmo passando por um momento tão difícil e delicado, possam sorrir, brincar e sonhar!
“É uma mistura de sentimentos que envolve orgulho, gratidão a Deus, por me permitir exercer minha profissão de maneira tão plena (aliando medicina de ponta a um tratamento humanizado) e, ao mesmo tempo, consciência da grande responsabilidade de cada um de nós que trabalha aqui, oferecendo, sempre, nada menos do que o melhor de nós mesmos. Acho que a mulher pode até ser mais delicada e amorosa, mas de forma alguma mais frágil ou com menor poder de liderança. No setor de TMO, onde mais de 90% da equipe é composta por mulheres, somos também as mães de todas as crianças que precisam do nosso amor e do nosso carinho, e isso faz com que levantemos da cama todos os dias com a certeza de que podemos fazer sempre mais”, relatou Dra. Neysi.
Imagine alguém que mantém um lindo sorriso no rosto e o brilho nos olhos, todos os dias, trabalhando em uma unidade de cuidados paliativos. Há 15 anos, os pacientes e familiares que passam pelo Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor) encontram isso e muito mais na fisioterapeuta Adriana da Silva Martins Ferreira. Atenciosa, criativa, delicada e amada por todos, ela realiza atendimentos aos pacientes internados e ambulatoriais, com condutas que ajudam na melhora da dor, falta de ar, fadiga, edema, entre outros, com o objetivo de aumentar a qualidade de vida de cada um.
Adriana também é preceptora e tutora da residência de atenção ao câncer na unidade, membro da comissão de eventos, responsável pelo programa ‘Selo Hospital Amigo do Idoso’, supervisora de estágio acadêmico em fisioterapia oncológica, membro do comitê de bioética e membro do grupo da dor. “É uma responsabilidade grande, por se tratar de um hospital renomado, que atua com excelência na área da oncologia, mas sinto-me imensamente feliz, honrada e realizada profissionalmente, por ser mulher e liderar um departamento que atua com dedicação e humanização para proporcionar conforto e dignidade aos pacientes que lutam contra o câncer. Os desafios maiores são oferecer brilho nos olhos e alegria a cada paciente, mas sei que posso fazer a diferença na vida de muitas pessoas, com competência e respeito”.
Mais uma guerreira
A funcionária pública e prefeita do município de Vitória Brasil (SP), Ana Lúcia Olhier Módulo, de 54 anos, também é uma mulher guerreira. Ela luta, como todas as outras, por respeito, direitos iguais e liberdade. Mas acumula todas as suas forças para lutar contra um câncer de mama, descoberto após fazer um exame de mamografia.
Mesmo com as sessões de quimioterapias, cirurgia, futuras sessões de radioterapia e alguns efeitos colaterais do tratamento – realizado no Hospital de Amor Jales – Ana Lúcia continua trabalhando, viajando e cumprindo com suas obrigações sem ‘deixar a peteca cair’. Ela é exemplo e representa todas aquelas que passam por situações semelhantes. “A mulher já avançou muito nos seus direitos, mas ainda há muito o que desejar, pois existe preconceito, machismo e feminicídio, principalmente para as mulheres que não sabem se impor. Acredito que há muito o que comemorar, mas também há muito para conquistar”, esclareceu a paciente.
Luta pela igualdade
Conforme divulgado pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres entre 25 e 49 anos ganham 20,5 % a menos que homens. Isto significa que ainda há desigualdade salarial e, embora elas estudem mais do que eles, elas acabam ocupando menos da metade dos cargos de gerentes e diretores no país.
Quando o assunto é violência, infelizmente, o Brasil é um dos líderes de casos de agressão a mulheres. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a cada ano, cerca de 1,3 milhão de mulheres são agredidas nos país. No ano passado, o relatório “International Women´s Day 2019 – Global attitudes toward gender equality” afirmou que 39% dos brasileiros consideram a violência sexual o principal problema enfrentado pelas mulheres hoje, e 52% das pessoas no mundo concordam que a vida é mais fácil para homens do que para as mulheres.
A origem da data
Historicamente, o primeiro ‘Dia da Mulher’ teve origem nos Estados Unidos, em maio de 1908, quando 1.500 mulheres apoiaram uma manifestação em prol da igualdade de gênero, de forma econômica e política. A luta por essas melhorias surgiu no final do século XIX, a partir de organizações femininas que lutavam por menos jornadas de trabalho (que chegavam a 15 horas diárias), além do pedido de aumento de salários, que eram considerados baixíssimos. Segundo relatos mais comuns, a data que celebra a mulher ganhou mais representatividade após um incêndio que ocorreu em uma fábrica têxtil, a Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, quando cerca de 130 operárias faleceram carbonizadas, no dia 25 de março de 1911.
No Brasil, a luta em prol dos direitos femininos ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 1930, ao lutarem pelo direito de voto. E em 1985, surgiu a primeira Delegacia Especializada da Mulher. Atualmente, o termo sororidade tem sido amplamente divulgado nas mídias e nos ambientes de trabalho. Basicamente, a expressão remete o sentimento de união e amizade entre as mulheres, algo tão importante para a efetivação dos direitos igualitários no mercado de trabalho e em todos os ambientes onde são elas estão inseridas.
Flashes de luz – este foi o primeiro sinal que levou a pedagoga Luciane Francisca de Paula e Silva, de 50 anos, a investigar a saúde da sua visão ocular. Ela conta que iniciou exames de rotina no oftalmologista em 2016, mas por conta da pandemia, acabou postergando a prevenção, e foi aí que os sintomas começaram a aparecer. Em setembro de 2023 ela procurou um oftalmologista, que durante uma avaliação clínica a diagnosticou com um melanoma de coroide, também conhecido como melanoma uveal.
“Marquei uma consulta com o oftalmologista, em Lagoa Formosa (MG), e expliquei o porquê estava ali. Ele examinou os dois olhos e voltou para o olho direito. Ele respirou fundo e me disse que eu estava com um melanoma de coroide no olho direito, e que precisaríamos ter certeza se era primário ou secundário”, comentou Luciane. Ela foi encaminhada para o Hospital de Amor, em novembro de 2023, quando iniciou o seu tratamento.
Luciane conta que foram dois meses de angústia até conseguir ser encaminhada para o HA. “A espera até a marcação da primeira consulta me deixou apreensiva, mas depois do primeiro contato com os médicos (anjos) do HA, foi reconfortante. Dr. Leonardo Lando, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto e Dr. Roque Lima de Souza, trio fantástico! Dr. Leonardo me informou sobre como seria o tratamento oferecido em Barretos (SP), me explicou que o tipo de tratamento que era oferecido era a enucleação (remoção cirúrgica de um olho), os prós e contras, e me ofereceu também um encaminhamento para tentar esse tratamento em outro hospital. Mas decidi ali mesmo, naquela hora, que faria a enucleação”, contou.
Catarata, o glaucoma e as doenças da retina, como a retinopatia diabética e a degeneração muscular relacionada à idade podem levar a cegueira, além do câncer ocular. Porém, alguns casos poderiam ser prevenidos, como afirmou o médico oftalmologista do Hospital de Amor, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
“Em adultos, o tipo mais comum de câncer intraocular é o melanoma uveal. Ele surge a partir de células produtoras de pigmentos de uma parte interna do olho, chamada úvea. Essa doença pode ser também chamada de melanoma de coroide, de íris ou de corpo ciliar, a depender de qual porção da úvea está afetada. Já o câncer mais comum da superfície ocular é o carcinoma de conjuntiva, e em crianças, o de maior incidência é o retinoblastoma”, comentou Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
O câncer ocular dificilmente apresenta sintomas em seu estágio inicial. Pessoas diagnosticadas com câncer, na maioria das vezes, descobrem a doença quando o estágio já está mais avançado e acaba apresentando perda de visão como principal sintoma, como explicou o Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto. “Os sintomas mais comuns do melanoma uveal são a piora da visão, a perda de campo visual, frequentemente progressiva, e a percepção de flashes ou moscas volantes. Pode ocorrer a perda parcial ou completa da visão. Sintomas menos comuns são dor e vermelhidão persistentes, bem como a presença de vasos dilatados na superfície do olho. Quando o melanoma afeta a íris, é possível que os pacientes percebam o crescimento de uma pinta ou mancha escura na parte colorida do olho, ou mudança na forma da pupila. O carcinoma de conjuntiva surge como uma lesão ou ferida na superfície do olho, com crescimento progressivo. Ele pode dar sintomas como dor e irritação ocular”.
Fatores de risco
Não existe um fator único para uma pessoa ser acometida pelo câncer ocular, mas existem alguns fatores que podem contribuir e potencializar o surgimento da doença:
– Tumores de conjuntiva: os principais fatores são a exposição solar crônica, tabagismo e deficiências imunológicas/infecção pelo HIV.
O tratamento cirúrgico mais comum é a enucleação, que é mais utilizada nos casos de tumores grandes. Na enucleação, o olho afetado é removido, a cavidade é reconstruída e uma prótese ocular é adaptada.
Mas você deve estar se perguntando sobre a quimioterapia e imunoterapia, certo? Dr. Tomás destacou que para casos do tumor limitando o globo ocular, esses dois tratamentos não são eficazes. “A quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia não são bons tratamentos, quando o câncer está limitado ao globo ocular. Elas podem ser utilizadas quando a doença se espalhou para outros locais do corpo. Nesses casos, o fígado é o local mais comumente afetado”, contou o médico oftalmologista.
“Uma das principais barreiras no diagnóstico e tratamento dos tumores oculares é o acesso aos especialistas. Por isso, novas técnicas de diagnóstico precoce têm sido buscadas, especialmente aquelas que não envolvam o exame ocular direto. Algumas delas envolvem a análise do sangue no paciente em busca de marcadores que podem estar elevados nos casos da doença”. O médico contou ainda que quando o melanoma uveal se espalha para outros órgãos, “ainda não possui formas muito efetivas de tratamento, e o desenvolvimento de novas drogas e terapias é um dos principais alvos para a melhora da sobrevida dos pacientes. Recentemente novas drogas têm sido lançadas e novos estudos estão sendo conduzidos, aumentando a esperança do desenvolvimento de terapias mais eficazes”.
Gabriela, Carolina, Eva, Jenifer, Ana Júlia, etc. Elas são inspirações para a criação de músicas, poemas, filmes e artes em geral. São mães, avós, tias, filhas, sobrinhas, primas, namoradas, esposas, profissionais, idealistas, sonhadoras, líderes, ousadas. São infinitos os adjetivos que expressam a grandeza das mulheres. Por isso, e por muito mais, no dia 8 de março, o mundo todo celebra o “Dia Internacional da Mulher”, oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, e comemorado desde o início do século 20.
A força da mulher está presente no Hospital de Amor desde a sua origem. Fundado pelos médicos Dr. Paulo Prata (in memoriam) e pela Dra. Scylla Duarte Prata, médica ginecologista, ela foi considerada à frente do seu tempo ao cursar medicina e enfrentar os desafios da época de estudante. Diante disso, a força feminina também foi essencial para fundamentar os valores da instituição.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a participação feminina no mercado de trabalho brasileiro deve crescer até 2030. Com mais anos de estudo, sendo a maioria com ensino superior, as mulheres tornaram-se mais qualificadas do que a mão de obra masculina. Segundo o Sebrae, ao todo, mais de 9 milhões de mulheres estão à frente de uma empresa no país, sendo que o número de ‘chefes de domicílio’ femininas aumentou de 38% para 45%. Estes dados representam o quão ativas elas são na fomentação da economia e nas atividades laborais.
No Hospital de Amor, a forte atuação feminina não é diferente. Ao todo, 75% do quadro de funcionários da instituição é formado por mulheres, sendo 3.279 colaboradoras.
A gerente do departamento de gestão de pessoas, Renata Paschoal Fleischer, atua na instituição há 3 anos e acredita que o fato de ser mulher faz com que ela consiga desenvolver ações de maneira mais sensível, sem perder a ‘energia’ necessária para cumprir as metas propostas. Renata fala toda orgulhosa sobre os projetos desenvolvidos pela instituição para o público feminino, como o programa ‘Mamãe Colaboradora’, que leva informações e orientações para as gestantes. “Me sinto privilegiada por ter a oportunidade de fazer a diferença em uma instituição da área da saúde”, afirmou.
Mulheres na ciência
Elas fazem a diferença, há anos, em diversas áreas da sociedade. São advogadas, médicas, empresárias, influenciadoras, esportistas, entre tantas outras profissões. Mas, quantas cientistas você conhece? De acordo com o estudo ‘Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)’, publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), apenas 35% dos estudantes do mundo em áreas de STEM são mulheres.
A pesquisadora do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) e coordenadora do biobanco do Hospital de Amor, Marcia Marques Silveira, é um grande exemplo de mulher na ciência. Há 10 anos, ela atua na instituição em busca de avanços científicos dentro da oncologia molecular do câncer de mama, para que, no futuro, outras mulheres que sofrem com a doença possam se beneficiar. “Sinto muito orgulho do meu trabalho, da minha equipe e da oportunidade de tentar poder fazer a diferença junto à comunidade científica, buscando modelos de excelência em biobancos e pesquisa oncológica”, comentou.
Os desafios nesta área não são poucos e a responsabilidade de estar à frente de setores tão importantes quanto estes é muito grande. Manter os processos, estrutura e controle de qualidade sempre atualizados, seguindo padrões internacionais de sucesso e permitindo a participação do HA em pesquisas junto à medicina oncológica molecular no Brasil e no mundo é o que motiva Marcia. “Ser mulher, mãe e líder de um departamento essencial como o biobanco é uma tarefa árdua e, ao mesmo tempo, muito gratificante. Todos os dias eu me sinto responsável em fazer um bom trabalho em equipe, incentivando profissionais, especialmente as mulheres, em se dedicar por uma causa tão significativa como a pesquisa na oncologia molecular”, finalizou a pesquisadora.
Já a enfermeira Elaine Xavier trabalha no Hospital de Amor desde 2003 e há dois anos está à frente do projeto de prevenção, atuando diretamente nas unidades móveis. Elaine realiza a organização do calendário das unidades que atendem os 17 municípios que integram a DRS V (Departamento Regional de Saúde) de Barretos (SP), e também é responsável pela divulgação dos agendamentos dos exames de mama, colo do útero, intestino e boca. “É um projeto maravilhoso, que visa o cuidado integral e a assistência da mulher e do homem. É um programa que conta com início, meio e fim, ou seja, oferece exames, investigação e tratamento. Esse trabalho é importante, pois com o diagnóstico precoce, maior é a chance de cura”, relatou a enfermeira, que brilha os olhos ao falar da sua rotina de trabalho na instituição.
“Aqui no HA, eu me sinto totalmente realizada. Amo o que eu faço, me entrego de corpo e alma ao meu trabalho. O hospital oferece todos os recursos necessários para o profissional melhorar a cada dia. Agradeço a Deus por fazer parte dessa equipe, e graças a ele o que um dia foi um sonho, hoje é a minha realidade”.
Mulheres na saúde
Durante toda a história, algumas profissões foram consideradas exclusivamente masculinas. Para conquistar um espaço neste cenário, as mulheres tiveram que lutar e enfrentar grandes desafios. De acordo com dados da Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM), dentre os 414.831 profissionais da medicina em atividade, 225.550 são homens (54,4%) e 189.281, mulheres (45,6%). Contudo, essa diferença vem caindo a cada ano e, graças à feminização da profissão no país, entre os novos médicos registrados desde 2009, há mais mulheres do que homens.
No Hospital de Amor, em meio a tantas atribuições exigidas aos médicos, é preciso ainda aliar competência com capacidade de cuidar e oferecer amor. E quem melhor do que as mulheres para desempenhar esse papel com maestria? Ao andar pelos corredores da instituição é possível perceber a importância delas.
Há 8 anos, a médica coordenadora da unidade de transplante de medula óssea (TMO) do Hospital de Amor Infantojuvenil, Neysimélia Costa Villela – carinhosamente conhecida como Dra. Neysi – trabalha no HA. Junto a toda sua equipe, ela cuida das crianças que precisam ser submetidas ao transplante de medula óssea em todas as etapas de sua realização: desde a preparação para o procedimento, durante a internação e também após, até que elas estejam totalmente recuperadas. Ela garante que isso não é uma tarefa fácil, pois é preciso assegurar que todas as crianças tratadas na unidade recebam o que existe de melhor na medicina; manter a equipe sempre atualizada, proativa e estimulada; oferecer apoio, conforto e acolhimento aos familiares de cada paciente; e o principal: fazer com que os pequenos, mesmo passando por um momento tão difícil e delicado, possam sorrir, brincar e sonhar!
“É uma mistura de sentimentos que envolve orgulho, gratidão a Deus, por me permitir exercer minha profissão de maneira tão plena (aliando medicina de ponta a um tratamento humanizado) e, ao mesmo tempo, consciência da grande responsabilidade de cada um de nós que trabalha aqui, oferecendo, sempre, nada menos do que o melhor de nós mesmos. Acho que a mulher pode até ser mais delicada e amorosa, mas de forma alguma mais frágil ou com menor poder de liderança. No setor de TMO, onde mais de 90% da equipe é composta por mulheres, somos também as mães de todas as crianças que precisam do nosso amor e do nosso carinho, e isso faz com que levantemos da cama todos os dias com a certeza de que podemos fazer sempre mais”, relatou Dra. Neysi.
Imagine alguém que mantém um lindo sorriso no rosto e o brilho nos olhos, todos os dias, trabalhando em uma unidade de cuidados paliativos. Há 15 anos, os pacientes e familiares que passam pelo Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor) encontram isso e muito mais na fisioterapeuta Adriana da Silva Martins Ferreira. Atenciosa, criativa, delicada e amada por todos, ela realiza atendimentos aos pacientes internados e ambulatoriais, com condutas que ajudam na melhora da dor, falta de ar, fadiga, edema, entre outros, com o objetivo de aumentar a qualidade de vida de cada um.
Adriana também é preceptora e tutora da residência de atenção ao câncer na unidade, membro da comissão de eventos, responsável pelo programa ‘Selo Hospital Amigo do Idoso’, supervisora de estágio acadêmico em fisioterapia oncológica, membro do comitê de bioética e membro do grupo da dor. “É uma responsabilidade grande, por se tratar de um hospital renomado, que atua com excelência na área da oncologia, mas sinto-me imensamente feliz, honrada e realizada profissionalmente, por ser mulher e liderar um departamento que atua com dedicação e humanização para proporcionar conforto e dignidade aos pacientes que lutam contra o câncer. Os desafios maiores são oferecer brilho nos olhos e alegria a cada paciente, mas sei que posso fazer a diferença na vida de muitas pessoas, com competência e respeito”.
Mais uma guerreira
A funcionária pública e prefeita do município de Vitória Brasil (SP), Ana Lúcia Olhier Módulo, de 54 anos, também é uma mulher guerreira. Ela luta, como todas as outras, por respeito, direitos iguais e liberdade. Mas acumula todas as suas forças para lutar contra um câncer de mama, descoberto após fazer um exame de mamografia.
Mesmo com as sessões de quimioterapias, cirurgia, futuras sessões de radioterapia e alguns efeitos colaterais do tratamento – realizado no Hospital de Amor Jales – Ana Lúcia continua trabalhando, viajando e cumprindo com suas obrigações sem ‘deixar a peteca cair’. Ela é exemplo e representa todas aquelas que passam por situações semelhantes. “A mulher já avançou muito nos seus direitos, mas ainda há muito o que desejar, pois existe preconceito, machismo e feminicídio, principalmente para as mulheres que não sabem se impor. Acredito que há muito o que comemorar, mas também há muito para conquistar”, esclareceu a paciente.
Luta pela igualdade
Conforme divulgado pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mulheres entre 25 e 49 anos ganham 20,5 % a menos que homens. Isto significa que ainda há desigualdade salarial e, embora elas estudem mais do que eles, elas acabam ocupando menos da metade dos cargos de gerentes e diretores no país.
Quando o assunto é violência, infelizmente, o Brasil é um dos líderes de casos de agressão a mulheres. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a cada ano, cerca de 1,3 milhão de mulheres são agredidas nos país. No ano passado, o relatório “International Women´s Day 2019 – Global attitudes toward gender equality” afirmou que 39% dos brasileiros consideram a violência sexual o principal problema enfrentado pelas mulheres hoje, e 52% das pessoas no mundo concordam que a vida é mais fácil para homens do que para as mulheres.
A origem da data
Historicamente, o primeiro ‘Dia da Mulher’ teve origem nos Estados Unidos, em maio de 1908, quando 1.500 mulheres apoiaram uma manifestação em prol da igualdade de gênero, de forma econômica e política. A luta por essas melhorias surgiu no final do século XIX, a partir de organizações femininas que lutavam por menos jornadas de trabalho (que chegavam a 15 horas diárias), além do pedido de aumento de salários, que eram considerados baixíssimos. Segundo relatos mais comuns, a data que celebra a mulher ganhou mais representatividade após um incêndio que ocorreu em uma fábrica têxtil, a Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, quando cerca de 130 operárias faleceram carbonizadas, no dia 25 de março de 1911.
No Brasil, a luta em prol dos direitos femininos ganhou força com o movimento das sufragistas, nas décadas de 1920 e 1930, ao lutarem pelo direito de voto. E em 1985, surgiu a primeira Delegacia Especializada da Mulher. Atualmente, o termo sororidade tem sido amplamente divulgado nas mídias e nos ambientes de trabalho. Basicamente, a expressão remete o sentimento de união e amizade entre as mulheres, algo tão importante para a efetivação dos direitos igualitários no mercado de trabalho e em todos os ambientes onde são elas estão inseridas.