Flashes de luz – este foi o primeiro sinal que levou a pedagoga Luciane Francisca de Paula e Silva, de 50 anos, a investigar a saúde da sua visão ocular. Ela conta que iniciou exames de rotina no oftalmologista em 2016, mas por conta da pandemia, acabou postergando a prevenção, e foi aí que os sintomas começaram a aparecer. Em setembro de 2023 ela procurou um oftalmologista, que durante uma avaliação clínica a diagnosticou com um melanoma de coroide, também conhecido como melanoma uveal.
“Marquei uma consulta com o oftalmologista, em Lagoa Formosa (MG), e expliquei o porquê estava ali. Ele examinou os dois olhos e voltou para o olho direito. Ele respirou fundo e me disse que eu estava com um melanoma de coroide no olho direito, e que precisaríamos ter certeza se era primário ou secundário”, comentou Luciane. Ela foi encaminhada para o Hospital de Amor, em novembro de 2023, quando iniciou o seu tratamento.
Luciane conta que foram dois meses de angústia até conseguir ser encaminhada para o HA. “A espera até a marcação da primeira consulta me deixou apreensiva, mas depois do primeiro contato com os médicos (anjos) do HA, foi reconfortante. Dr. Leonardo Lando, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto e Dr. Roque Lima de Souza, trio fantástico! Dr. Leonardo me informou sobre como seria o tratamento oferecido em Barretos (SP), me explicou que o tipo de tratamento que era oferecido era a enucleação (remoção cirúrgica de um olho), os prós e contras, e me ofereceu também um encaminhamento para tentar esse tratamento em outro hospital. Mas decidi ali mesmo, naquela hora, que faria a enucleação”, contou.
Catarata, o glaucoma e as doenças da retina, como a retinopatia diabética e a degeneração muscular relacionada à idade podem levar a cegueira, além do câncer ocular. Porém, alguns casos poderiam ser prevenidos, como afirmou o médico oftalmologista do Hospital de Amor, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
“Em adultos, o tipo mais comum de câncer intraocular é o melanoma uveal. Ele surge a partir de células produtoras de pigmentos de uma parte interna do olho, chamada úvea. Essa doença pode ser também chamada de melanoma de coroide, de íris ou de corpo ciliar, a depender de qual porção da úvea está afetada. Já o câncer mais comum da superfície ocular é o carcinoma de conjuntiva, e em crianças, o de maior incidência é o retinoblastoma”, comentou Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
O câncer ocular dificilmente apresenta sintomas em seu estágio inicial. Pessoas diagnosticadas com câncer, na maioria das vezes, descobrem a doença quando o estágio já está mais avançado e acaba apresentando perda de visão como principal sintoma, como explicou o Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto. “Os sintomas mais comuns do melanoma uveal são a piora da visão, a perda de campo visual, frequentemente progressiva, e a percepção de flashes ou moscas volantes. Pode ocorrer a perda parcial ou completa da visão. Sintomas menos comuns são dor e vermelhidão persistentes, bem como a presença de vasos dilatados na superfície do olho. Quando o melanoma afeta a íris, é possível que os pacientes percebam o crescimento de uma pinta ou mancha escura na parte colorida do olho, ou mudança na forma da pupila. O carcinoma de conjuntiva surge como uma lesão ou ferida na superfície do olho, com crescimento progressivo. Ele pode dar sintomas como dor e irritação ocular”.
Fatores de risco
Não existe um fator único para uma pessoa ser acometida pelo câncer ocular, mas existem alguns fatores que podem contribuir e potencializar o surgimento da doença:
– Tumores de conjuntiva: os principais fatores são a exposição solar crônica, tabagismo e deficiências imunológicas/infecção pelo HIV.
O tratamento cirúrgico mais comum é a enucleação, que é mais utilizada nos casos de tumores grandes. Na enucleação, o olho afetado é removido, a cavidade é reconstruída e uma prótese ocular é adaptada.
Mas você deve estar se perguntando sobre a quimioterapia e imunoterapia, certo? Dr. Tomás destacou que para casos do tumor limitando o globo ocular, esses dois tratamentos não são eficazes. “A quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia não são bons tratamentos, quando o câncer está limitado ao globo ocular. Elas podem ser utilizadas quando a doença se espalhou para outros locais do corpo. Nesses casos, o fígado é o local mais comumente afetado”, contou o médico oftalmologista.
“Uma das principais barreiras no diagnóstico e tratamento dos tumores oculares é o acesso aos especialistas. Por isso, novas técnicas de diagnóstico precoce têm sido buscadas, especialmente aquelas que não envolvam o exame ocular direto. Algumas delas envolvem a análise do sangue no paciente em busca de marcadores que podem estar elevados nos casos da doença”. O médico contou ainda que quando o melanoma uveal se espalha para outros órgãos, “ainda não possui formas muito efetivas de tratamento, e o desenvolvimento de novas drogas e terapias é um dos principais alvos para a melhora da sobrevida dos pacientes. Recentemente novas drogas têm sido lançadas e novos estudos estão sendo conduzidos, aumentando a esperança do desenvolvimento de terapias mais eficazes”.
Assim como acontece em outros meses do ano, setembro também conta com uma importante campanha de conscientização: a do retinoblastoma – o câncer dos olhos mais comum na infância. O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
A iniciativa ganhou força e uma visibilidade ainda maior! Após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), além de outras entidades médicas, promoveram a mobilização “De olho nos olhinhos”. E o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país – é uma das instituições que apoia esta grande ação.
Confira!
– O que é retinoblastoma?
R.: O retinoblastoma é o câncer dos olhos mais comum na infância e representa cerca de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas.
– Qual é a incidência deste câncer?
R.: O retinoblastoma é um tumor raro, com cerca de 400 casos novos por ano no Brasil. Trata-se de uma doença da primeira infância, com maior incidência nas crianças abaixo de 5 anos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos – entre 60% e 75% – é unilateral (quando afeta um olho). Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral (quando os dois olhos são afetados), são quase sempre casos hereditários.
– Quais são os principais sintomas de retinoblastoma?
Outros sintomas que podem aparecer são: vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações e dor ocular.
– Quais sãos os perigos da doença quando se trata de perder a visão?
Nos casos bilaterais, frequentemente apenas um dos olhos tem uma doença avançada, que evolui com sequelas visuais mais importantes. Nesses casos, o olho com doença menos avançada costuma ter um ótimo resultado visual e permite que a criança realize a maioria das atividades diárias normalmente, inclusive participar de esportes e dirigir na vida adulta.
– Existe prevenção ou cura para a doença?
Todas as crianças devem passar por uma primeira avaliação oftalmológica completa, que inclua o exame de fundo de olho com a pupila dilatada, entre 6 meses e 1 ano de vida. Por ser uma doença que frequentemente envolve mutações genéticas herdadas em famílias com casos de retinoblastoma, as crianças devem ser avaliadas e acompanhadas desde o nascimento.
– Quais são os tipos de tratamento para o retinoblastoma?
Já em casos de doença avançada, pode ser necessário fazer a remoção do globo ocular afetado, com reconstrução da órbita e adaptação de uma prótese para um bom resultado estético.
– E como funciona a quimioterapia intra-arterial?
R.: A quimioterapia intra-arterial é um procedimento multidisciplinar de alta complexidade. Envolve o radiologista intervencionista, oncologista pediátrico, anestesista, oftalmologista, farmacêutico e uma grande equipe de suporte. Nela, um micro cateter é introduzido desde a artéria femoral até a artéria oftálmica, responsável pela nutrição do globo ocular.
– Qual é o grande diferencial deste tipo de tratamento em relação as quimioterapias convencionais?
Mas é importante lembrar que: o tratamento do retinoblastoma é feito de forma personalizada, ou seja, cada caso é um caso e necessita de avaliação médica.
– O Hospital de Amor oferece, gratuitamente, o que há de mais avançado aos pacientes, inclusive nos tratamentos de retinoblastoma?
Ação “De olho nos olhinhos”
Além de publicações semanais nos perfis oficiais da instituição durante todo o mês de setembro, trazendo conteúdos informativos sobre o tema, o Hospital de Amor também realiza uma ação especial para a população de Barretos (SP) e região. Nos dias 15 e 16/9, uma equipe de profissionais da unidade infantojuvenil do HA estará no North Shopping Barretos alertando, informando e conscientizando as pessoas para a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma. Cartazes e cartilhas serão entregues em todas as unidades de saúde administradas pela rede HA. Prestigie, apoie esta campanha e nos ajude nessa missão!
E se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
A cidade de Barretos (SP) recebeu o Projeto OneSight Renovatio, entre os dias 24 de setembro e 3 de outubro, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata, do Hospital de Amor. A proposta da ação era atender cerca de 500 pessoas por dia, mas a meta foi superada. Mais de 5.000 pares de óculos foram entregues gratuitamente no decorrer da mobilização.
A iniciativa é direcionada para pessoas de baixa renda, que não possuem condições financeiras para custear exames oftalmológicos e adquirir óculos de grau.
O evento é fruto de uma parceria entre a Renovatio, ONG que atua na distribuição de óculos e atendimento oftalmológico em comunidades carentes, com a organização americana OneSight, braço de responsabilidade social da multinacional Luxottica, maior produtora de óculos do mundo, presente em mais de 250 países. De acordo com diretor da Renovatio, Pedro Ivo de Sousa, ações como essa são capazes de transformar significativamente a realidade social da população. “A Renovatio começou com o objetivo de transformar a educação do Brasil através de uma ótica diferente. Hoje, 22,9% das crianças que saem da escola o fazem por falta de óculos, e o Brasil tem a 3ª maior taxa de evasão escolar entre os 100 principais países do mundo. Isso significa que não adianta a gente ter a melhor educação, a melhor alimentação, se a criança, quando vai à escola, não enxerga. Então, a Renovatio viu nesse problema a oportunidade de gerar uma solução através da distribuição de óculos para quem realmente precisa. Paralelamente, nós começamos a entender que no nosso país, 85% dos municípios não têm médicos oftalmologistas. Consequentemente, além de oferecer os óculos, precisávamos levar a saúde oftalmológica, levando os médicos para aquela população que precisa. Dessa forma, a gente conseguiu criar essa solução que traz a saúde ocular a essas pessoas que tanto precisam e também os óculos”, afirmou.
O médico oncologista clínico do Hospital de Amor e coordenador do curso de medicina da Faculdade de Ciências da Saúde Dr. Paulo Prata (FACISB), Sérgio Vicente Serrano, também demonstrou seu contentamento com o projeto e destacou a importância da inciativa. “É fundamental enxergar bem, isso dá qualidade de vida e nos auxilia nas tarefas do dia a dia. Estamos felizes com a chance de ofertar isso às pessoas”.
União de forças
Para possibilitar a ação, houve o envolvimento de várias instituições: o Hospital de Amor cedeu o espaço para atendimento em seu centro de eventos, acomodações para os voluntários e alimentação; A Prefeitura Municipal de Barretos (SP), através da Secretaria de Saúde do município, e o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), sob gestão do Hospital de Amor, ofereceram os médicos oftalmologistas; A FACISB se disponibilizou a oferecer parte do corpo clínico e os alunos do seu curso de medicina, atuando no auxílio aos oftalmologistas e equipe voluntária; A prefeitura de Barretos também realizou a triagem dos alunos da rede municipal de ensino e dos seus pacientes inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS), que necessitavam de atendimento oftalmológico, oferecendo alimentação e transporte para que eles pudessem realizar o acompanhamento. Já a prefeitura de Bebedouro (SP) realizou a triagem e ofereceu transporte a cerca de 200 pacientes do SUS para serem atendidos pelo projeto. Além disso, as duas ONGs também trouxeram dezenas de voluntários para contribuir com a causa.
Para a voluntária paulistana Aline Aversa, participar da iniciativa foi muito gratificante. “Apoiar as pessoas que precisam da nossa ajuda é algo muito importante, porque, dessa forma, elas podem ter a mesma oportunidade de viver melhor, de ter acesso a uma boa visão e conseguir uma vida da forma que elas desejam. A educação deve estar sempre em primeiro lugar e, a partir do momento em que essas pessoas começam a enxergar, elas passam a ter uma vida mais sociável, realizando atividades como estudar, ir ao cinema, interagir com amigos e se divertir”, declarou Aline.
Serviços oferecidos
Os atendimentos incluíram triagem visual, exames e doações de óculos, que podiam ser retirados no mesmo dia ou no dia seguinte (dependendo do problema visual que o paciente apresentava).”Estamos muito felizes em poder contribuir para uma causa com essa magnitude na região de Barretos. Ela é uma das maiores ações de atendimento oftalmológico gratuito no mundo e a maior da história da Renovatio. Para nós, é muito importante atuar impactando positivamente a vida das pessoas que não possuem acesso a esse tipo de serviço”, disse o diretor da Renovatio e Ver Bem, Ralf Toenjes.
A dedicação e o carinho dos envolvidos na ação são características fáceis de se perceber. Um exemplo disso está no relato da coordenadora clínica do projeto, Nerea Arana. A colombiana falou sobre sua relação profunda com a causa. “Para mim, fazer parte desse projeto é algo muito pessoal, porque de onde eu venho, na Colômbia, também há um nível muito grande de pobreza. Atualmente, eu vivo nos Estados Unidos, e lá uma cirurgia de catarata, por exemplo, é algo rotineiro para as pessoas, mas eu sei que em algumas regiões de países como o Brasil e a Colômbia, esse tipo de procedimento não é tão acessível à população. Então, por isso, eu enxergo o que estamos fazendo aqui como uma maneira de oferecer dignidade a essas comunidades que eu tenho guardadas no meu coração”, finalizou.
Flashes de luz – este foi o primeiro sinal que levou a pedagoga Luciane Francisca de Paula e Silva, de 50 anos, a investigar a saúde da sua visão ocular. Ela conta que iniciou exames de rotina no oftalmologista em 2016, mas por conta da pandemia, acabou postergando a prevenção, e foi aí que os sintomas começaram a aparecer. Em setembro de 2023 ela procurou um oftalmologista, que durante uma avaliação clínica a diagnosticou com um melanoma de coroide, também conhecido como melanoma uveal.
“Marquei uma consulta com o oftalmologista, em Lagoa Formosa (MG), e expliquei o porquê estava ali. Ele examinou os dois olhos e voltou para o olho direito. Ele respirou fundo e me disse que eu estava com um melanoma de coroide no olho direito, e que precisaríamos ter certeza se era primário ou secundário”, comentou Luciane. Ela foi encaminhada para o Hospital de Amor, em novembro de 2023, quando iniciou o seu tratamento.
Luciane conta que foram dois meses de angústia até conseguir ser encaminhada para o HA. “A espera até a marcação da primeira consulta me deixou apreensiva, mas depois do primeiro contato com os médicos (anjos) do HA, foi reconfortante. Dr. Leonardo Lando, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto e Dr. Roque Lima de Souza, trio fantástico! Dr. Leonardo me informou sobre como seria o tratamento oferecido em Barretos (SP), me explicou que o tipo de tratamento que era oferecido era a enucleação (remoção cirúrgica de um olho), os prós e contras, e me ofereceu também um encaminhamento para tentar esse tratamento em outro hospital. Mas decidi ali mesmo, naquela hora, que faria a enucleação”, contou.
Catarata, o glaucoma e as doenças da retina, como a retinopatia diabética e a degeneração muscular relacionada à idade podem levar a cegueira, além do câncer ocular. Porém, alguns casos poderiam ser prevenidos, como afirmou o médico oftalmologista do Hospital de Amor, Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
“Em adultos, o tipo mais comum de câncer intraocular é o melanoma uveal. Ele surge a partir de células produtoras de pigmentos de uma parte interna do olho, chamada úvea. Essa doença pode ser também chamada de melanoma de coroide, de íris ou de corpo ciliar, a depender de qual porção da úvea está afetada. Já o câncer mais comum da superfície ocular é o carcinoma de conjuntiva, e em crianças, o de maior incidência é o retinoblastoma”, comentou Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto.
O câncer ocular dificilmente apresenta sintomas em seu estágio inicial. Pessoas diagnosticadas com câncer, na maioria das vezes, descobrem a doença quando o estágio já está mais avançado e acaba apresentando perda de visão como principal sintoma, como explicou o Dr. Tomás de Oliveira Castro Teixeira Pinto. “Os sintomas mais comuns do melanoma uveal são a piora da visão, a perda de campo visual, frequentemente progressiva, e a percepção de flashes ou moscas volantes. Pode ocorrer a perda parcial ou completa da visão. Sintomas menos comuns são dor e vermelhidão persistentes, bem como a presença de vasos dilatados na superfície do olho. Quando o melanoma afeta a íris, é possível que os pacientes percebam o crescimento de uma pinta ou mancha escura na parte colorida do olho, ou mudança na forma da pupila. O carcinoma de conjuntiva surge como uma lesão ou ferida na superfície do olho, com crescimento progressivo. Ele pode dar sintomas como dor e irritação ocular”.
Fatores de risco
Não existe um fator único para uma pessoa ser acometida pelo câncer ocular, mas existem alguns fatores que podem contribuir e potencializar o surgimento da doença:
– Tumores de conjuntiva: os principais fatores são a exposição solar crônica, tabagismo e deficiências imunológicas/infecção pelo HIV.
O tratamento cirúrgico mais comum é a enucleação, que é mais utilizada nos casos de tumores grandes. Na enucleação, o olho afetado é removido, a cavidade é reconstruída e uma prótese ocular é adaptada.
Mas você deve estar se perguntando sobre a quimioterapia e imunoterapia, certo? Dr. Tomás destacou que para casos do tumor limitando o globo ocular, esses dois tratamentos não são eficazes. “A quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia não são bons tratamentos, quando o câncer está limitado ao globo ocular. Elas podem ser utilizadas quando a doença se espalhou para outros locais do corpo. Nesses casos, o fígado é o local mais comumente afetado”, contou o médico oftalmologista.
“Uma das principais barreiras no diagnóstico e tratamento dos tumores oculares é o acesso aos especialistas. Por isso, novas técnicas de diagnóstico precoce têm sido buscadas, especialmente aquelas que não envolvam o exame ocular direto. Algumas delas envolvem a análise do sangue no paciente em busca de marcadores que podem estar elevados nos casos da doença”. O médico contou ainda que quando o melanoma uveal se espalha para outros órgãos, “ainda não possui formas muito efetivas de tratamento, e o desenvolvimento de novas drogas e terapias é um dos principais alvos para a melhora da sobrevida dos pacientes. Recentemente novas drogas têm sido lançadas e novos estudos estão sendo conduzidos, aumentando a esperança do desenvolvimento de terapias mais eficazes”.
Assim como acontece em outros meses do ano, setembro também conta com uma importante campanha de conscientização: a do retinoblastoma – o câncer dos olhos mais comum na infância. O “Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma”, celebrado em 18 de setembro, tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce da doença, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
A iniciativa ganhou força e uma visibilidade ainda maior! Após o casal Tiago Leifert e Diana Garbin revelarem (no ano de 2022) que sua filha, Lua (na época com apenas 1 ano e 3 meses), tinha sido diagnosticada com um tipo raro de câncer na retina, o retinoblastoma bilateral, os jornalistas assumiram a missão de alertar outros pais para os perigos da doença, enquanto a filha segue em tratamento.
Neste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), além de outras entidades médicas, promoveram a mobilização “De olho nos olhinhos”. E o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país – é uma das instituições que apoia esta grande ação.
Confira!
– O que é retinoblastoma?
R.: O retinoblastoma é o câncer dos olhos mais comum na infância e representa cerca de 2,5 a 4% de todas as neoplasias pediátricas.
– Qual é a incidência deste câncer?
R.: O retinoblastoma é um tumor raro, com cerca de 400 casos novos por ano no Brasil. Trata-se de uma doença da primeira infância, com maior incidência nas crianças abaixo de 5 anos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos – entre 60% e 75% – é unilateral (quando afeta um olho). Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral (quando os dois olhos são afetados), são quase sempre casos hereditários.
– Quais são os principais sintomas de retinoblastoma?
Outros sintomas que podem aparecer são: vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações e dor ocular.
– Quais sãos os perigos da doença quando se trata de perder a visão?
Nos casos bilaterais, frequentemente apenas um dos olhos tem uma doença avançada, que evolui com sequelas visuais mais importantes. Nesses casos, o olho com doença menos avançada costuma ter um ótimo resultado visual e permite que a criança realize a maioria das atividades diárias normalmente, inclusive participar de esportes e dirigir na vida adulta.
– Existe prevenção ou cura para a doença?
Todas as crianças devem passar por uma primeira avaliação oftalmológica completa, que inclua o exame de fundo de olho com a pupila dilatada, entre 6 meses e 1 ano de vida. Por ser uma doença que frequentemente envolve mutações genéticas herdadas em famílias com casos de retinoblastoma, as crianças devem ser avaliadas e acompanhadas desde o nascimento.
– Quais são os tipos de tratamento para o retinoblastoma?
Já em casos de doença avançada, pode ser necessário fazer a remoção do globo ocular afetado, com reconstrução da órbita e adaptação de uma prótese para um bom resultado estético.
– E como funciona a quimioterapia intra-arterial?
R.: A quimioterapia intra-arterial é um procedimento multidisciplinar de alta complexidade. Envolve o radiologista intervencionista, oncologista pediátrico, anestesista, oftalmologista, farmacêutico e uma grande equipe de suporte. Nela, um micro cateter é introduzido desde a artéria femoral até a artéria oftálmica, responsável pela nutrição do globo ocular.
– Qual é o grande diferencial deste tipo de tratamento em relação as quimioterapias convencionais?
Mas é importante lembrar que: o tratamento do retinoblastoma é feito de forma personalizada, ou seja, cada caso é um caso e necessita de avaliação médica.
– O Hospital de Amor oferece, gratuitamente, o que há de mais avançado aos pacientes, inclusive nos tratamentos de retinoblastoma?
Ação “De olho nos olhinhos”
Além de publicações semanais nos perfis oficiais da instituição durante todo o mês de setembro, trazendo conteúdos informativos sobre o tema, o Hospital de Amor também realiza uma ação especial para a população de Barretos (SP) e região. Nos dias 15 e 16/9, uma equipe de profissionais da unidade infantojuvenil do HA estará no North Shopping Barretos alertando, informando e conscientizando as pessoas para a importância do diagnóstico precoce do retinoblastoma. Cartazes e cartilhas serão entregues em todas as unidades de saúde administradas pela rede HA. Prestigie, apoie esta campanha e nos ajude nessa missão!
E se você é pai, mãe, avó, professora ou convive com crianças, fique atento aos sintomas de alerta para o retinoblastoma. Com a presença de qualquer um dos sinais, é imprescindível levar os pequenos para uma avaliação médica.
Independente da situação, o exame oftalmológico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual. Ao nascer: teste do olhinho; entre 6 meses e 1 ano de vida: primeiro exame oftalmológico completo; em torno de 3 anos de idade: segundo exame oftalmológico completo; entre 5 e 6 anos: novo exame oftalmológico; a partir daí: o exame oftalmológico terá a frequência dependendo da saúde visual da criança e o histórico familiar.
A cidade de Barretos (SP) recebeu o Projeto OneSight Renovatio, entre os dias 24 de setembro e 3 de outubro, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata, do Hospital de Amor. A proposta da ação era atender cerca de 500 pessoas por dia, mas a meta foi superada. Mais de 5.000 pares de óculos foram entregues gratuitamente no decorrer da mobilização.
A iniciativa é direcionada para pessoas de baixa renda, que não possuem condições financeiras para custear exames oftalmológicos e adquirir óculos de grau.
O evento é fruto de uma parceria entre a Renovatio, ONG que atua na distribuição de óculos e atendimento oftalmológico em comunidades carentes, com a organização americana OneSight, braço de responsabilidade social da multinacional Luxottica, maior produtora de óculos do mundo, presente em mais de 250 países. De acordo com diretor da Renovatio, Pedro Ivo de Sousa, ações como essa são capazes de transformar significativamente a realidade social da população. “A Renovatio começou com o objetivo de transformar a educação do Brasil através de uma ótica diferente. Hoje, 22,9% das crianças que saem da escola o fazem por falta de óculos, e o Brasil tem a 3ª maior taxa de evasão escolar entre os 100 principais países do mundo. Isso significa que não adianta a gente ter a melhor educação, a melhor alimentação, se a criança, quando vai à escola, não enxerga. Então, a Renovatio viu nesse problema a oportunidade de gerar uma solução através da distribuição de óculos para quem realmente precisa. Paralelamente, nós começamos a entender que no nosso país, 85% dos municípios não têm médicos oftalmologistas. Consequentemente, além de oferecer os óculos, precisávamos levar a saúde oftalmológica, levando os médicos para aquela população que precisa. Dessa forma, a gente conseguiu criar essa solução que traz a saúde ocular a essas pessoas que tanto precisam e também os óculos”, afirmou.
O médico oncologista clínico do Hospital de Amor e coordenador do curso de medicina da Faculdade de Ciências da Saúde Dr. Paulo Prata (FACISB), Sérgio Vicente Serrano, também demonstrou seu contentamento com o projeto e destacou a importância da inciativa. “É fundamental enxergar bem, isso dá qualidade de vida e nos auxilia nas tarefas do dia a dia. Estamos felizes com a chance de ofertar isso às pessoas”.
União de forças
Para possibilitar a ação, houve o envolvimento de várias instituições: o Hospital de Amor cedeu o espaço para atendimento em seu centro de eventos, acomodações para os voluntários e alimentação; A Prefeitura Municipal de Barretos (SP), através da Secretaria de Saúde do município, e o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), sob gestão do Hospital de Amor, ofereceram os médicos oftalmologistas; A FACISB se disponibilizou a oferecer parte do corpo clínico e os alunos do seu curso de medicina, atuando no auxílio aos oftalmologistas e equipe voluntária; A prefeitura de Barretos também realizou a triagem dos alunos da rede municipal de ensino e dos seus pacientes inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS), que necessitavam de atendimento oftalmológico, oferecendo alimentação e transporte para que eles pudessem realizar o acompanhamento. Já a prefeitura de Bebedouro (SP) realizou a triagem e ofereceu transporte a cerca de 200 pacientes do SUS para serem atendidos pelo projeto. Além disso, as duas ONGs também trouxeram dezenas de voluntários para contribuir com a causa.
Para a voluntária paulistana Aline Aversa, participar da iniciativa foi muito gratificante. “Apoiar as pessoas que precisam da nossa ajuda é algo muito importante, porque, dessa forma, elas podem ter a mesma oportunidade de viver melhor, de ter acesso a uma boa visão e conseguir uma vida da forma que elas desejam. A educação deve estar sempre em primeiro lugar e, a partir do momento em que essas pessoas começam a enxergar, elas passam a ter uma vida mais sociável, realizando atividades como estudar, ir ao cinema, interagir com amigos e se divertir”, declarou Aline.
Serviços oferecidos
Os atendimentos incluíram triagem visual, exames e doações de óculos, que podiam ser retirados no mesmo dia ou no dia seguinte (dependendo do problema visual que o paciente apresentava).”Estamos muito felizes em poder contribuir para uma causa com essa magnitude na região de Barretos. Ela é uma das maiores ações de atendimento oftalmológico gratuito no mundo e a maior da história da Renovatio. Para nós, é muito importante atuar impactando positivamente a vida das pessoas que não possuem acesso a esse tipo de serviço”, disse o diretor da Renovatio e Ver Bem, Ralf Toenjes.
A dedicação e o carinho dos envolvidos na ação são características fáceis de se perceber. Um exemplo disso está no relato da coordenadora clínica do projeto, Nerea Arana. A colombiana falou sobre sua relação profunda com a causa. “Para mim, fazer parte desse projeto é algo muito pessoal, porque de onde eu venho, na Colômbia, também há um nível muito grande de pobreza. Atualmente, eu vivo nos Estados Unidos, e lá uma cirurgia de catarata, por exemplo, é algo rotineiro para as pessoas, mas eu sei que em algumas regiões de países como o Brasil e a Colômbia, esse tipo de procedimento não é tão acessível à população. Então, por isso, eu enxergo o que estamos fazendo aqui como uma maneira de oferecer dignidade a essas comunidades que eu tenho guardadas no meu coração”, finalizou.