
Praticar atividades físicas, ter uma boa alimentação e manter uma rotina saudável, tem sido o objetivo de muitos brasileiros. Mas, na maioria das vezes, esses hábitos veem acompanhados de mais: uma variedade de suplementos esportivos que prometem melhorar a performance, aumentar o ganho de músculos, queimar mais calorias e dar um gás extra nos treinos.
Whey protein, creatina, cafeína, taurina, gel de carboidrato, são inúmeras as opções no mundo do esporte. Mas afinal, esses suplementos são mesmo bons aliados quando o assunto é saúde?
A relação entre suplementos esportivos e o risco de câncer tem sido alvo de diversas investigações científicas. De acordo com o especialista em terapia nutricional do Hospital de Amor, de Barretos (SP), Dr. Luís Henrique Covello, até o momento não há evidências consistentes de que o consumo de whey protein, creatina, cafeína, taurina ou gel de carboidrato, por exemplo, aumente a incidência de câncer. “Pelo contrário, alguns estudos indicam possíveis benefícios em determinados contextos”, afirma.
Para que você entenda os benefícios e malefícios de cada um destes itens e a relação deles com a doença, o HA conversou com o Dr. Covello. Confira, se informe e cuide da sua saúde!
Whey Protein
A proteína do soro do leite (whey protein) tem sido amplamente estudada e demonstrou, em modelos animais, reduzir a incidência de tumores, especialmente no cólon e na mama. Esse efeito é atribuído, em parte, ao aumento dos níveis de glutationa – um antioxidante que auxilia na proteção celular contra danos oxidativos e na eliminação de substâncias potencialmente cancerígenas. “Além disso, a proteína do soro de leite possui propriedades anti-inflamatórias e pode estimular mecanismos de defesa celular, como a apoptose, dificultando a proliferação de células tumorais. No entanto, a maior parte dessas evidências vem de estudos experimentais, sendo necessário um maior número de ensaios clínicos em humanos para confirmar esses efeitos”, explica.
Creatina
A creatina tem uma relação mais controversa com o câncer. Alguns estudos sugerem que sua suplementação pode estar envolvida em processos que influenciam a progressão tumoral em modelos animais, mas não há evidências diretas de que aumente o risco de câncer em humanos. Além disso, a creatina não demonstrou promover a formação de compostos carcinogênicos, como as aminas heterocíclicas, que podem ser produzidas em processos metabólicos específicos.
Cafeína
A cafeína também é um dos suplementos que tem sido amplamente investigado, principalmente por seus possíveis efeitos na prevenção do câncer. “Alguns estudos sugerem que seu consumo pode estar associado a um menor risco de certos tipos de câncer, como o de pele, por exemplo. Mas sua relação com outros tipos ainda não está bem estabelecida. Já a taurina e os suplementos pré-treino não apresentam evidências científicas concretas ligando seu consumo ao aumento do risco da doença. No entanto, alguns termogênicos contendo substâncias estimulantes podem apresentar efeitos genotóxicos em testes laboratoriais, o que sugere a necessidade de cautela no uso prolongado desses produtos”, declara Dr. Covello.
Gel de Carboidrato
O uso de gel de carboidrato também não está associado ao aumento da incidência de câncer. Estudos que investigam a relação entre consumo de carboidratos e risco de câncer consideram, principalmente, dietas com alto índice glicêmico e carga glicêmica elevada. No entanto, a quantidade consumida por atletas durante o exercício dificilmente teria um impacto relevante na promoção tumoral.
Atividade Física continua sendo a melhor opção!
Segundo o nutrólogo, embora a relação entre suplementação esportiva e câncer ainda precise de mais estudos, há um consenso bem estabelecido sobre os benefícios do exercício físico regular na redução do risco de câncer. “A prática de atividade física está associada a uma menor incidência de diversos tipos de câncer, incluindo os de mama, cólon, endométrio, rim e bexiga. Além disso, o exercício pode melhorar o prognóstico de pacientes diagnosticados, reduzindo taxas de recorrência tumoral e melhorando a resposta ao tratamento. Esses efeitos protetores ocorrem por meio de diferentes mecanismos, como a redução da adiposidade visceral e a melhora da função imunológica”, conta.
Dr. Covello ainda finaliza: “Não há evidências concretas de que os principais suplementos esportivos estejam associados a um aumento do risco de câncer, e alguns podem até apresentar potenciais benefícios. Por outro lado, o exercício físico se mantém como uma das estratégias mais eficazes tanto na prevenção, quanto no manejo do câncer, reforçando a importância de um estilo de vida ativo para a saúde global”.

“Deus falou comigo, e Ele disse que o meu tumor era benigno”. Esse texto é sobre a história de fé, superação e recomeço de Paulo Aguiar Ferreira, pastor de missões, com 64 anos e paciente do Hospital de Amor, que conseguiu, através do tratamento e reabilitação, voltar a escutar e a ter qualidade de vida.
Em 2021, a família do senhor Paulo começou a perceber os primeiros sinais de que havia algo errado com sua saúde. De uma semana para outra, ele perdeu a audição e o equilíbrio das pernas, não conseguindo ficar em pé.
Residente em Caldas Novas (GO), Paulo começou a investigar e foi encaminhado para o HA, em Barretos (SP). Passou pela consulta, realizou exames e foi encaminhado para uma cirurgia, para a retirada de lâminas do material que foram encaminhadas para a biópsia. “Eu, sentado na porta da minha casa, em uma cadeira de balanço, já estava surdo, e Jesus falou comigo. Se eu falar que escutei, estou mentindo, mas Ele falou no meu espírito: ‘Ei?! Ei?! É benigno’. Chegou no dia da operação, antes de entrar na sala de cirurgia, falei com o doutor, que era benigno”, conta emocionado o paciente.
“O Paulo foi submetido à cirurgia e encaminhado para a biópsia. Foram quatro lâminas encaminhadas para três laboratórios diferentes para descobrir o problema dele”, conta sua esposa, dona Delma França Ferreira.
Paulo foi diagnosticado com um meningioma intracraniano, um tumor benigno que se desenvolve nas meninges, as membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. O tratamento indicado para o caso de seu Paulo foi com medicamentos via oral, devido à localização do tumor.
Reabilitação
Além da perda da visão e da fraqueza, seu Paulo ainda passou por um processo de depressão, pois não aceitava a condição em que estava vivendo. Ele foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP), onde passou por todo o tratamento com a equipe multidisciplinar, como conta sua esposa.
“Aqui na reabilitação, encontramos a força para ele conseguir ter qualidade de vida e voltar a fazer tudo o que fazia antes. Toda a parte de reabilitação, como fisioterapia, nutricionista, psicólogo e até mesmo psiquiatra, foi fundamental, porque a situação era muito crítica. Ele não aceitava as condições em que estava vivendo. Foi muito esforço e dedicação para conseguirmos vencer essa luta, que não foi fácil. Deus abençoou através do hospital e da reabilitação, para que Paulo pudesse voltar a ter uma vida normal”, explica dona Delma.
A perda auditiva foi um fator muito significativo para o desencadeamento da depressão. Senhor Paulo perdeu 100% da audição, o que fez com que ele tivesse muita dificuldade em se comunicar com outras pessoas. “No caso do seu Paulo, ele passou por um extenso tratamento devido à lesão cerebral e, após ter superado essa etapa, infelizmente a audição ficou muito comprometida. Ele foi encaminhado para a reabilitação com muita dificuldade na comunicação.
Após toda a avaliação auditiva, concluímos que os aparelhos auditivos convencionais não poderiam ajudá-lo. Assim, discutimos a possibilidade de encaminhá-lo para a realização da cirurgia, o que foi muito bem aceito por ele e pelos familiares”, explica o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.

Implante coclear
A reabilitação auditiva indicada para o caso do senhor Paulo foi a inserção de um implante coclear, um dispositivo eletrônico conhecido como “ouvido biônico”, colocado cirurgicamente nos ouvidos. Esse dispositivo permite que pessoas com perda auditiva severa ou profunda percebam os sons.
O aparelho capta os sons do ambiente, converte-os em sinais elétricos e os transmite diretamente ao nervo auditivo, contornando a parte danificada do ouvido interno. “O sistema é composto por duas partes principais: uma parte externa que inclui um microfone que capta o som, um processador de fala que converte os sons em sinais digitais e uma antena que envia esses sinais para a parte interna. A parte interna consiste em um receptor implantado sob a pele e um feixe de eletrodos inserido na cóclea. Esses eletrodos estimulam diretamente o nervo auditivo, permitindo que o cérebro interprete os sons”, explica o médico otorrinolaringologista.
Senhor Paulo foi o primeiro paciente do Centro de Reabilitação do HA indicado para esse tratamento. Ele foi encaminhado para o Hospital de Base, em São José do Rio Preto (SP), para realizar a cirurgia da inserção do implante coclear. Após a cirurgia, ele realiza todo o acompanhamento e reabilitação auditiva no Hospital de Amor.
“Inicialmente, senhor Paulo precisou se acostumar com os novos sons que o implante proporciona, pois a percepção auditiva, por meio do implante coclear, é diferente da audição natural. No entanto, ele tem mostrado um progresso notável. Como ele é pastor e tem um contato constante com a comunicação verbal, isso tem sido muito importante para sua integração social e profissional. A evolução tem sido excelente, e ele vem relatando que está muito satisfeito, principalmente em relação à sua habilidade de se comunicar novamente com clareza”, declara Dr. Rafael Baston.
“É um processo que, depois da operação, você vai fazendo. Quanto mais você usa o aparelho, mais você vai escutando. Os médicos disseram que eu ia escutar de 90% a 100%, mas eu não sei qual a porcentagem que estou escutando hoje, mas estou aprendendo a escutar novamente. Eu não tenho pressa, porque o que eu passei, o sofrimento que eu tive, eu tive. Hoje, estou restaurado na presença de Deus. Eu escuto e me comunico, porque o que eu fazia antes, estou fazendo novamente: comunicar e voltar a falar do amor de Deus. Isso para mim não tem preço! Hoje, posso dizer que sou um milagre de Deus, porque quem me viu há três anos, me vê hoje do jeito que estou. Só Deus na minha vida”, declara o paciente.

Reabilitação auditiva
Prevenir, tratar e reabilitar, esses são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Receber o diagnóstico de câncer é um momento difícil para o paciente e seus familiares, e o HA procura amenizar ao máximo, por meio de tratamento humanizado e amor.
A reabilitação é uma importante etapa do processo para ajudar o paciente a retomar sua autonomia e qualidade de vida. O HA possui três unidades de reabilitação, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), e os atendimentos são realizados tanto para pacientes oncológicos quanto não oncológicos, e a reabilitação auditiva é um dos serviços oferecidos pelas unidades.
“Aqui, dispomos de um amplo arsenal de exames auditivos, com equipamentos de alta qualidade e equipe especializada, o que nos permite realizar avaliações auditivas mais assertivas em pacientes de todas as idades. Na grande maioria dos casos, os pacientes com perda auditiva obtêm ótimos benefícios com o tratamento oferecido por meio de aparelhos auditivos convencionais. No entanto, em casos de perda auditiva de grau mais avançado, como o do senhor Paulo, quando os aparelhos auditivos convencionais não são suficientes, existe a possibilidade de indicarmos tratamentos com aparelhos auditivos cirurgicamente implantáveis, entre eles, o implante coclear. Essa indicação vem sempre após uma série de testes audiológicos e uma avaliação conjunta com a equipe multiprofissional, para garantir o tratamento mais adequado para cada paciente”, explica o médico.

Qual o valor de um abraço? Para a enfermeira Nayara Sartori, esse gesto passou a ter muito mais significado depois de ficar um bom tempo sem receber um abraço do seu avô. Após dois meses de fisioterapia, ela recebeu o tão aguardado abraço do homem que ela considera como pai. “É muito amor! Para mim, o meu avô é um pai. Ai que a gente percebe um valor de um abraço, então é muita gratidão, à Deus primeiramente e a todo o suporte que a gente tem aqui”, declara Nayara.
Senhor Edson Sartori descobriu um tumor na laringe no início de 2024, mas antes da descoberta do câncer, ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que o deixou debilitado, como conta sua esposa, Ana Sartori. “A gente sabia que ele tinha ficado com uma das cordas vocais paralisadas após o AVC, e a gente sempre achando que era isso, pois ele se engasgava muito. Foi feito uma tomografia e foi descoberto um tumor na laringe. Esse tumor estava impedindo a passagem do ar e, por isso, ele estava se engasgando bastante, não conseguia falar. Logo em seguida, ele já começou a utilizar a traqueostomia, para ajudar na passagem do ar”, conta dona Ana.
Eles haviam se mudado para Barretos (SP) para tratar o AVC e com a descoberta do tumor, foi encaminhado para o Hospital de Amor. Após todos os exames, o tratamento indicado para o caso do senhor Edson foi a cirurgia de laringectomia total, procedimento que consiste na retirada completa da laringe, incluindo as cordas vocais.
A cirurgia foi realizada em setembro de 2024, e o senhor Edson passou um período de, aproximadamente, 30 dias internado. “A última vez que eu vim aqui, ele estava internado. Por conta do meu trabalho, para eu conseguir uma folga é difícil, então agora que eu vim, fiquei admirada. Na última vez, ele nem conseguia reconhecer a gente”, conta Nayara.

Reabilitação
Após a recuperação da cirurgia e liberação médica, senhor Edson iniciou o tratamento de reabilitação, no Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “O senhor Edson para mim, foi uma verdadeira surpresa, pois ele já tinha um antecedente prévio, que foi o AVC. Além disso, na avaliação (momento em que temos o primeiro contato com o paciente), ele estava bem retraído, não conseguia criar um vínculo efetivo. Acho que em razão da cirurgia e a angústia de não conseguir se expressar através da linguagem verbal. E ele sempre estava de olhos fechados, e senti que essa atitude era como se ele não quisesse interação com o meio. Durante as sessões, conseguimos criar um vínculo, os olhares foram se abrindo cada vez mais, e os sorrisos eram cada vez mais frequentes. Após a terapia convencional (fortalecimento de membros inferiores, treino de marcha e equilíbrio), percebi que o Andago poderia ser uma excelente ferramenta para auxiliar na interação social com outras pessoas e profissionais, além de oferecer diversos benefícios para o corpo”, explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza.
Aproximadamente, dois meses realizando as sessões de fisioterapia, senhor Edson já teve grandes avanços, como ter uma firmeza maior nas pernas e dar os primeiros passos com o auxílio de um andador. “Ele deu uma melhorada boa, ele não firmava o pé no chão, ele precisava ser levantado da cama. Depois que ele começou a fazer a fisioterapia, ele foi firmando mais, andando mudando os passos, para pelo menos, se sentar em uma cadeira de roda, cadeira de banho, e hoje ele faz isso”, conta dona Ana.
“A fisioterapia foi um grande avanço, porque agora ele consegue gesticular, antes ele só falava com os olhos, não tinha expressão, acho que a atividade ajudou um pouco ele a desenvolver essa parte”, explica a neta Nayara.
E quais os próximos passos na reabilitação do senhor Edson? A fisioterapeuta Julia explica que os próximos passos são trabalhar as atividades diárias. “Os próximos passos do tratamento seria trabalhar as atividades de vida diária, como o levantar e se sentar sem apoio, treino de marcha com dispositivos de auxílio, iniciando com o andador e futuramente com a bengala de 4 pontas, com o objetivo de proporcionar o máximo de autonomia possível ao paciente”, explica a fisioterapeuta.
Andago
O Hospital de Amor possui um dos maiores parques tecnológicos do país, todo voltado para prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes, e algumas dessas tecnologias são utilizadas nas unidades de Reabilitação do HA, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO).
Um desses equipamentos é o Andago – uma tecnologia robótica usado na reabilitação de pessoas que apresentam alterações no andar (chamado de marcha) e no equilíbrio corporal, como no caso do senhor Edson.
A principal característica do Andago, é que ele é um facilitador da marcha, como diferencial de retirar 50% do peso corporal do paciente, através do seu mecanismo de suspensão, oferecendo total segurança para o paciente. Além do treinamento de marcha, o aparelho é versátil, podendo ser utilizado para outras funções, como explica o médico fisiatra do HA, Dr. Henrique Fernandes Buosi.
“A principal função do Andago é o treino de equilíbrio e marcha, mas pode ser usado para outras funções, como treinamento de autopercepção corporal (propriocepção), mobilidade dos membros inferiores e até dos membros superiores, quando é necessário trabalhar múltiplas funções simultâneas”, esclarece o médico.
O equipamento é indicado em todas as fases de reabilitação, porém é imprescindível que o usuário tenha determinado nível de controle do tronco e movimentação dos membros inferiores. A indicação do uso é dinâmica e revista constantemente em conjunto entre equipe e paciente.
“A própria patologia e os tratamentos oncológicos, podem trazer diversos impactos que alterem a função de sustentar o próprio corpo e ser capaz de equilibrar-se e trocar passos. Essas alterações podem ser oriundas de lesões neurológicas, musculares ou amputações. O Andago atua diretamente nas terapias que focam nestas alterações, e é um dos equipamentos mais usados no Centro de Reabilitação, pois permite um treino de andar seguro e com menor sobrecarga física do terapeuta”, complementa Dr. Henrique.
Além do trabalho do equilíbrio e da marcha, o Andago também ajuda que o paciente tenha uma interação social durante a terapia, pois ele não é um equipamento que fica fixo em um local, permitindo que o usuário ande no ginásio e nos corredores do Centro de Reabilitação.
Importante ressaltar que, quando o paciente não possui marcha, é utilizado outras terapias, como a convencional ou o Lokomat, tonando o aparelho e o tratamento personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. “A tecnologia robótica é uma complementação vital das terapias tradicionais, porém não a substitui. Um bom terapeuta é a chave para uma reabilitação adequada e um paciente participante e entendedor do processo, é tão importante quanto. Aliado esses fatores, certamente a qualidade de vida dos usuários serão atingidas de maneira mais assertiva. Quando se luta por uma terapia com alta tecnologia, estamos lutando para garantir que todo o processo seja mais ágil e, desta forma, mais pessoas sejam beneficiadas”, destaca o médico fisiatra.

Laços são vínculos que unem pessoas e representam conexões emocionais. Laços sanguíneos, laços familiares e laços de amizade sustentam Wéllida Sodré Barros e Renata Sodré Ximenes, mãe e filha, pacientes do Hospital de Amor Amazônia. Wéllida foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017, aos 49 anos, e, após seis anos, está realizando o tratamento novamente. Renata foi diagnosticada em 2023, aos 26 anos. Mãe e filha enfrentam juntas os desafios do tratamento oncológico.
O diagnóstico de câncer na família de Wéllida e Renata começou há cerca de 30 anos, quando a mãe de Wéllida teve um tumor na mama. “Eu perdi a minha mãe para essa doença há 30 anos. Ela tinha 48 anos quando faleceu. Foi na mama esquerda e, naquela época, não havia como tratar. Nenhum hospital aqui tinha. Fomos para fora”, relata a paciente.
Primeiro diagnóstico
Em 2017, Wéllida foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda. A descoberta do nódulo ocorreu por meio de um exame de mamografia que ela fez na Carreta de Prevenção do HA, que estava em Porto Velho (RO). “Eu sempre fazia exames regulares e já tinha feito naquele ano. Minha irmã chegou em casa e disse que a carreta do Hospital de Amor estava no nosso bairro e a Renata insistiu para que eu fosse fazer o exame novamente. Eu falei que não tinha necessidade, mas ela insistiu e eu fui”, conta Wéllida.
Após 45 dias, o resultado da mamografia saiu: havia um nódulo na mama esquerda. Wéllida foi encaminhada para o Hospital de Amor Amazônia, em Porto Velho (RO), onde foi realizada a biópsia. “Wéllida teve o diagnóstico aos 49 anos. Inicialmente, era uma doença in situ, que foi descoberta pela mamografia de rastreio. É uma lesão que não se palpa, não se vê a olho nu e nem no ultrassom, somente na mamografia”, explica a coordenadora do departamento de mastologia do HA Amazônia, Dra. Betânia Mota de Brito.
“Receber o primeiro diagnóstico foi horrível. Eu vi todo o sofrimento da minha mãe; ela lutou, mas não conseguiu. Quando a médica falou, eu chorei muito, gritava, me desesperei. Foi a pior notícia que recebi na minha vida, depois da morte da minha mãe. A gente pensa que está sentenciada à morte. Foi muito difícil! O que me ajudou foi Deus; você tem que ter Deus e depois a minha família”, declara Wéllida.
Após realizar a quadrantectomia da mama esquerda, Wéllida optou pela retirada completa da mama, uma mastectomia com reconstrução com prótese de silicone. “Fiz dois quadrantes e, na terceira, a médica me deu duas opções: realizar um terceiro quadrante ou retirar a mama. Eu disse que queria retirar a mama, porque no fundo queria ficar boa”, conta Wéllida.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso…”
Após seis anos do diagnóstico de sua mãe, Renata descobriu um nódulo na mama aos 26 anos. “Estava tomando banho e, ao levantar o braço, acabei sentindo um caroço na mama. Achei estranho e chamei a mamãe para dar uma olhada também. Então, conversamos com a médica e ela já pediu um ultrassom”, conta Renata.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso; meu mundo caiu, desabou. Eu estava em casa quando ela chegou e disse: ‘Mãe, e se der positivo? O que a senhora acha que vai dar?’. Eu respondi que achava que não ia dar nada, mas se desse positivo, a gente trataria, mas isso com o coração. Foi quando ela olhou para mim e disse que o resultado tinha dado positivo”, declara Wéllida.
Renata foi encaminhada para o HA Amazônia em dezembro de 2023. A doença já estava localmente avançada, com um nódulo na mama esquerda maior do que cinco centímetros e comprometendo a axila. “O HA Amazônia significa a minha cura! Foi aqui que consegui todo meu tratamento, com profissionais capacitados, todos os médicos, meu mastologista, oncologista, fisioterapeuta, nutricionista; graças a Deus e a esses profissionais”, conta Renata.
O tratamento de Renata foi diferente do de sua mãe. Wéllida fez a cirurgia e não precisou passar por quimioterapia nem radioterapia. “Quando o médico analisou clinicamente, tocou na axila, fez todos os exames, ele disse que eu precisaria fazer quimioterapia, porque os linfonodos estavam comprometidos. Nesse momento, meu mundo acabou; eu chorei muito. A primeira coisa que perguntei foi: ‘Vou ficar careca?’. Eu pensava na careca, no meu visual; isso me preocupava, porque na minha cabeça eu faria a cirurgia igual a minha mãe e estaria livre”, conta Renata.
Renata teve uma boa resposta à lesão com a quimioterapia. Ela foi submetida à mastectomia poupadora de pele, reconstrução com prótese e esvaziamento da axila.
“Eu e você, você e eu”
Wéllida teve seu segundo diagnóstico de câncer de mama em meados de outubro de 2023. Antes de Renata ser diagnosticada, ela já estava investigando um nódulo que havia aparecido sete anos após sua cirurgia da mama esquerda.
“Em 2023, Wéllida apresentou alteração na mamografia. Foram encontrados 11 nódulos na mama direita e foi realizada a biópsia, resultando em uma doença invasiva mais agressiva, já com comprometimento da axila do lado direito. Então, foi proposto que ela iniciasse o tratamento com quimioterapia”, explica Dra. Betânia.
Uma ajuda à outra, uma dá força para a outra, uma cuida da outra!
“Eu fiquei muito mal na primeira quimioterapia; vomitei muito e vim para o CIA (Centro de Intercorrência Ambulatorial). Todo o meu processo foi antes do da minha mãe. Eu tentava não demonstrar que estava doendo, tentava não mostrar que meu corpo não conseguia reagir. Não foi um processo fácil pensar que minha mãe passaria por tudo, que ela estaria daquele jeito daqui a um tempo”, declara Renata.
“Você quer a dor do seu filho para você. Então, para mim, é muito difícil o tratamento por esse lado. Como o nódulo dela estava grande e pela idade, os médicos adiantaram o tratamento dela dois meses e meio em relação ao meu. Então, tudo o que ela passou, eu já sabia que iria passar. Eu pude cuidar dela nas quimioterapias; acompanhei durante os exames e nas consultas. Quando chegou a minha vez de iniciar o tratamento, ela cuidou de mim. Teve um dia em que ela falou: ‘Xuxu, eu e você, você e eu’. Então, a gente vai se cuidando, trocando experiências, vendo o que pode ser melhor”, relata Wéllida.

Câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres.
Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o de maior incidência no Brasil, em todos os estados. É uma doença rara em mulheres jovens; segundo o INCA, ocorre com maior incidência a partir dos 50 anos.
No caso de Wéllida e Renata, o diagnóstico de câncer de mama provavelmente teve influência genética, por conta do histórico familiar, como explica Dra. Betânia. “Muito provavelmente, houve alguma influência genética, talvez de algum gene que desconhecemos. Isso ocorre raramente, com uma história familiar importante e teste genético negativo. Acredito que ainda faltam estudos para que possamos descobrir quais outros genes estão envolvidos no surgimento do câncer de mama, mas acreditamos que há uma herança familiar”, esclarece a médica.
E como prevenir o câncer de mama?
Alimentação saudável, prática de atividade física, controle do peso, evitar o consumo de bebida alcoólica, não fumar e ter hábitos mais saudáveis podem ajudar na prevenção da doença.
Outro ponto importante a destacar na prevenção do câncer de mama é o exame de rastreio, como explica Dra. Betânia: “A mamografia é comprovadamente um exame que reduz a mortalidade por câncer de mama; é o único exame classificado dessa forma. Portanto, a mamografia está indicada para pacientes acima de 40 anos, independentemente de sentirem algo nas mamas ou não; é de extrema importância fazer o exame de rastreio.”

Anualmente, no mês de outubro, toda a atenção se volta para a saúde da mulher, especialmente para a saúde mamária. Isso porque, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum na população feminina mundial, com cerca de 74 mil novos casos/ano e uma incidência crescente ao longo dos anos. Apesar dos números serem alarmantes, fatores associados ao não conhecimento da doença e suas formas de prevenção resultam em um diagnóstico cada vez mais tardio, em fase avançada.
Para conscientizar, educar e promover saúde não apenas às mulheres, mas a todas as pessoas, além de mudar os desfechos dos casos de câncer de mama no país, criou-se a campanha internacionalmente conhecida: ‘Outubro Rosa’. “Infelizmente, boa parte das pacientes (40%) são diagnosticadas em fase avançada da doença, o que implica em tratamentos de maior morbidade e mortalidade”, afirma o mastologista do Hospital de Amor, Dr. Idam Jr.
De acordo com o médico, o fator preponderante para transformar o câncer de mama de incurável para curável, é o diagnóstico precoce. “Isso faz com que a paciente tenha um tratamento menos complexo e mais ágil, o que favorece o retorno dela o mais rápido para as suas atividades habituais, como: trabalho, família e amigos”, explica Dr. Idam.
A eficácia da mamografia
Por meio dos exames preventivos, é possível realizar o diagnóstico da doença em uma fase assintomática, ou seja, quando a mulher não sente nenhuma alteração nas mamas. E aí vem a pergunta: qual deles é mais o eficaz?
Há muito tempo, diversos estudos vêm sendo realizados na tentativa de investigar o melhor exame para a detecção precoce do câncer de mama. Assim, a mamografia foi consagrada como o método que consegue diagnosticar este tipo de tumor em fases iniciais, permitindo maiores taxas de cura. Dados atuais mostram que, quando realizada de forma regular, a mamografia pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em até 30%.
“Para a mamografia de rastreamento, ou seja, em mulheres assintomáticas, a indicação é a partir dos 40 anos de idade. Porém, há situações em que o exame pode ser indicado antes, principalmente em mulheres com alterações genéticas que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Assim como qualquer outro exame, ela possui limitações que podem diminuir a sua eficácia na detecção do câncer de mama – seja pela qualidade do exame, seja pela experiência do médico que lauda, ou seja por fatores da própria paciente, como as que possuem mamas densas, por exemplo, em que há uma maior concentração de glândula mamária. De qualquer maneira é importante lembrar que: a mamografia não faz nenhum diagnóstico, ela seleciona as pacientes que precisam ou não de uma investigação por meio da biópsia”, alerta o mastologista.

Transformando o câncer de mama no país
Sempre conscientes de que ‘prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência – possui o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Atualmente, a instituição conta com 27 unidades fixas de prevenção e 52 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do Brasil.
Em mais de 60 anos de história, sendo mais de 30 deles dedicados a realização de um projeto incrível de rastreamento mamográfico e busca ativa (o maior da América Latina), que visam reduzir as desigualdades de acesso à saúde e salvar milhares de vidas, a instituição vem transformando a realidade do câncer de mama no país. “Somos a única instituição do Brasil que desenvolve um projeto de rastreamento com todo o seguimento horizontal, ou seja: se a paciente tem alguma alteração na mamografia, todo o processo de diagnóstico e tratamento do câncer de mama é conduzido da melhor forma dentro do próprio HA. Além disso, por meio das unidades móveis, conseguimos garantir o acesso de milhares de mulheres ao exame, o que pode mudar a vida delas. Da mesma forma, ao expandir as unidades para a região norte e nordeste do país, estamos levando a possibilidade de diagnóstico precoce para essas regiões, que apresentam números reduzidos de mamógrafos disponíveis”, conta o Dr. Idam.
A jornada da mulher na prevenção do HA
No Hospital de Amor – e em todas as suas unidades de prevenção espalhadas pelo país – não há a necessidade de pedido médico para a realização do exame de mamografia (desde que a paciente possua os critérios para a realização dele). O processo é simples:
1) A mulher faz a mamografia.
2) Caso o exame não evidencie alterações, a paciente recebe o resultado e as recomendações para a próxima realização.
Caso seja identificado alguma alteração, a paciente é convocada para retornar à unidade e prosseguir com a complementação, seja ela uma nova mamografia ou uma ultrassonografia.
3) Se confirmada a alteração, a paciente passa em consulta com o mastologista, que a orienta sobre a necessidade ou não de uma biópsia.
4) Confirmado o câncer por meio da biópsia, a paciente é orientada sobre a individualização e personalização do tratamento, pois, apesar de ter nome único “câncer de mama”, nenhum caso se comporta igual ao outro.
Nesse processo de individualização, os profissionais avaliam o estadiamento da doença (tamanho e acometimento dos linfonodos), idade da paciente, status menopausal, subtipo do câncer de mama (tumores com receptores hormonais, tumores HER2+ e triplo negativo), outras doenças da paciente e suas preferências.
5) Com isso, a equipe desenhada a estratégia do melhor tratamento, seja iniciar com a cirurgia ou, em alguns casos, com a quimioterapia.
O trabalho de rastreamento do Hospital de Amor tem início com a educação, destinada ao público feminino e aos profissionais de saúde das mais diversas cidades atendidas pela instituição. Além disso, em algumas localidades, a equipe do HA faz visita as mulheres resistentes à realização do exame, para esclarecer sobre os seus benefícios e aumentar a adesão. “Em todas as fases da jornada da mulher na prevenção, o Hospital de Amor oferece o que há de melhor e mais moderno, assegurando que, ao realizar um exame de mamografia, ela esteja com o melhor mamógrafo disponível, as técnicas de radiologia mais atualizadas e os médicos mais especializados. Todos dedicados para garantir que essa mulher tenha um diagnóstico precoce”, declara o mastologista.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.

“Eu nunca ouvi o choro da Mariana depois da cirurgia. Um choro, algo tão simples! Foram cinco meses de absoluto silêncio, e isso foi muito difícil”, conta emocionada Fernanda Zeferino, mãe de Mariana Zeferino Silva, paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil.
Receber um diagnóstico de câncer é muito difícil e abala toda a estrutura familiar, principalmente quando o diagnóstico é em uma criança de um ano e sete meses, como foi o caso de Mariana, carinhosamente chamada de ‘Maricota’. Fernanda e seu marido, Wagner do Nascimento Silva, receberam o diagnóstico de sua filha durante uma viagem em família. Foram 25 dias de internação em dois hospitais diferentes, em uma cidade onde estavam a passeio.
“Ela era um bebê, de um ano e sete meses, e tinha um tumor já de seis centímetros. Durante a viagem, ela começou a vomitar e sentir náuseas e o que mais nos estranhou foi quando ela andou apenas um metro e meio, desequilibrou e caiu. Na hora, pensei que era fraqueza. Foram 25 dias internada em dois hospitais diferentes, até que fizeram uma ressonância que revelou um tumor de seis centímetros e hidrocefalia (acúmulo de líquido nos ventrículos do cérebro)”, explica Fernanda.
Com o resultado da ressonância, foi solicitado o encaminhamento para o HA Infantojuvenil, que em dois dias recebeu a família em Barretos (SP).
Tratamento oncológico
No mesmo dia em que deu entrada no HA Infantojuvenil, em dezembro de 2022, Maricota foi submetida à primeira cirurgia. O tumor localizado na região do 4º ventrículo, uma cavidade com líquido entre o cerebelo e o tronco cerebral, comprimia essa cavidade, gerando hidrocefalia, causando uma pressão intracraniana elevada, uma condição que necessitava de tratamento urgente.
“Quando ela deu entrada no hospital, encaminhamos Mariana imediatamente para cirurgia. Colocamos um dreno externo provisório, chamado derivação ventricular externa, para aliviar a pressão intracraniana. Assim, ela pôde realizar exames adicionais e foi operada quatro dias depois para a retirada da lesão. Foi uma retirada completa e o resultado da biópsia foi ependimoma do grupo A, grau 2. Um tumor maligno, cujo principal tratamento é a cirurgia”, explica o coordenador da neurocirurgia pediátrica do HA Infantojuvenil, Dr. Carlos Roberto de Almeida Jr.
Devido ao quadro clínico, ‘Maricota’ ficou bastante debilitada e esse foi um dos momentos mais difíceis do tratamento, como conta Fernanda. “Foram cinco meses de absoluto silêncio e isso foi muito difícil. Ela voltou muito debilitada, não falava, não caminhava mais, não tinha expressão facial”.
Essas sequelas que ‘Maricota’ apresentou após a cirurgia de ressecção do tumor, eram provenientes dos sintomas que ela já sentia antes do diagnóstico, como explica o neurocirurgião pediátrico da unidade, Dr. Lucas Caetano Dias Lourenço. “As alterações e sequelas começaram antes do tratamento. Quanto maior o tempo entre o início dos sintomas neurológicos e o diagnóstico, maiores são as chances de danos ao sistema nervoso. Outro fator é a região em que o tumor se encontrava, próximo ao tronco cerebral. Esse tipo de cirurgia é extremamente difícil (as grandes séries mundiais indicam 40% a 50% de chances de remoção completa do ependimoma). Ela apresentou alterações de marcha, atraso no desenvolvimento da linguagem e paralisia facial periférica como sequelas”, afirma.

Após a recuperação da cirurgia, ‘Maricota’ iniciou o processo de reabilitação no Centro de Reabilitação do HA. Fisioterapia, equoterapia e fonoaudiologia foram fundamentais, promovendo um grande avanço em suas funções motoras. “Começamos a reabilitação com ela. No começo, era acompanhada pela tia Deise, depois passou para o tio Everton e Dilene, na equoterapia e fonoaudiologia. Todo esse tratamento foi um divisor de águas. Todo o apoio e a equipe multidisciplinar que o hospital nos ofereceu foram maravilhosos”, acrescenta a mãe Fernanda.
Recidiva
O principal medo dos pais da pequena ‘Maricota’ era a recidiva da doença e, infelizmente, nove meses depois da primeira ressecção, o mesmo tumor voltou. Durante esse período, além do tratamento de reabilitação, ela também realizava acompanhamento periódico no HA Infantojuvenil e, em um dos exames de rotina, foi identificada uma nova lesão no mesmo local.
“Durante quase um ano, Mariana ficou em acompanhamento, realizando exames de imagens periodicamente. Em um desses exames, descobrimos que a lesão havia voltado e estava crescendo. Ela foi reoperada, com a retirada completa da lesão e, para controlar a doença, foi submetida a sessões de radioterapia”, declara Dr. Lucas.
Fernanda conta que uma das preocupações com esse novo tumor era uma possível regressão de tudo que a filha havia evoluído com a reabilitação, mas a garotinha saiu da cirurgia melhor do que entrou. “A gente já tinha conseguido grandes avanços com ela na reabilitação e quando veio a recidiva, ficamos muito temerosos de uma regressão. Mas, novamente, com a intervenção de Deus, por meio do Dr. Carlos e do Dr. Lucas, foi realizada a ressecção completa do tumor e fomos encaminhados para radioterapia. Foram 30 sessões e, na idade dela, é necessário sedá-la. No entanto, ela foi sedada apenas nas duas primeiras sessões, nas outras, passou louvando a Deus, cantando e não teve nenhum sintoma. Para a honra e glória do Senhor, não houve nenhuma perda e ela saiu da cirurgia melhor do que entrou”, conta a mãe, emocionada ao relembrar os desafios enfrentados durante o tratamento da filha.

Os milagres da vida
No dicionário, a palavra milagre significa “acontecimento extraordinário, incomum ou formidável que não pode ser explicado pelas leis naturais”. Para Fernanda, o significado de milagre é a sua filha.
Após a recidiva, ‘Maricota’ retornou à reabilitação e, depois de alguns meses, tem surpreendido a todos ao seu redor. Recentemente, ela olhou nos olhos de seus pais, no sofá de casa, e disse: “Eu quero andar”, conta a mãe emocionada.
No início dessa história, mencionamos que ‘’Maricota’ teve algumas sequelas e, ao iniciar o tratamento de reabilitação, estava muito fraca, com dificuldade para se sustentar em pé, realizar os exercícios e andar. Lembra? Hoje, com três anos, ela evolui a cada sessão e voltar a andar foi um passo importante para sua recuperação.
A surpresa de voltar a andar não ficou restrita apenas aos pais, mas também à equipe de reabilitação da instituição. Pouco mais de uma semana após ‘Maricota’ ter levantado do sofá e começado a andar, ela tinha uma sessão de fisioterapia com Dr. Everton Horiquini, fisioterapeuta do Centro de Reabilitação do HA. Pois ela andou, sozinha, até o encontro dele, que declarou: “foi uma surpresa linda”!
“Ser fisioterapeuta é um presente de Deus. Estamos com os pacientes quase o tempo todo durante o tratamento e acompanhamos todos os processos. Assim, nos tornamos amigos da família, torcemos juntos, choramos juntos e colocamos as crianças do hospital em nossas orações. Quando podemos participar ativamente do processo de recuperação e não apenas como espectadores, é um sentimento incrível. ‘Maricota´ me presenteou com essa surpresa! Foi lindo!”, declara.
O processo de reabilitação é árduo, mas a pequena está se saindo muito bem. “Os passos ainda estão inseguros, mas ela é valente, é forte, e com certeza vai se desenvolver ainda mais ao longo do processo de reabilitação. ‘Maricota’, mais uma vez, mostrou o quanto é forte e se superou; agora ninguém segura, está andando para todo lado”, comenta Dr. Everton Horiquini.
Futuro brilhante
Além do tratamento de reabilitação, ‘Maricota’ continua seu acompanhamento no HA Infantojuvenil. “Os exames mais recentes não mostram tumor, ou seja, não há tumor remanescente. Ela está atualmente em fase de acompanhamento para vigilância, com imagens periodicamente, a cada 6 meses. Ela está em reabilitação, então o foco agora é esse: seguimento e reabilitação”, declara o coordenador da neurocirurgia pediátrica da unidade infantojuvenil, Dr. Carlos Roberto de Almeida Jr.
Fernanda e Wagner sabem que a filha ainda tem um longo caminho na reabilitação, mas mantêm a esperança e a fé de ver a pequena com um futuro brilhante. “Eu espero vê-la correr, formar, casar. Espero ver meus netos. Espero um futuro brilhante para ela. Espero que ela sempre se lembre do que Deus fez na vida dela, o milagre que ela é. Mariana é o milagre que o Senhor nos presenteou, e que ela leve para onde for o nome desse hospital que tanto nos amou. Porque aqui, realmente, encontramos amor”, declara Fernanda.

Ependimoma
O ependimoma é um tumor cerebral que normalmente se desenvolve a partir das células dos ventrículos ou da medula espinhal. Esse tipo de tumor é o terceiro mais comum em pediatria e, geralmente, as crianças diagnosticadas com ependimoma têm cerca de seis anos de idade. No entanto, em alguns casos, pode ocorrer em crianças com menos de três anos, como no caso de ‘Maricota’.
Os principais sintomas são:
– Dores de cabeça seguidas de vômitos, que costumam acordar as crianças à noite devido à dor.
– Alterações na marcha, com dificuldade para andar e perda de equilíbrio.
– Alterações visuais (visão dupla ou embaçamento da visão).
Dr. Carlos Roberto de Almeida Jr. ressalta que “todos esses sintomas devem levantar a suspeita de tumor cerebral em crianças. Quando são muito pequenas, com menos de dois anos, os principais sintomas são vômitos, dificuldades para andar ou atraso no desenvolvimento”.

O Hospital de Amor Jales comemora um marco significativo, celebrando 14 anos de dedicação ao tratamento de câncer e cuidados de saúde de alta qualidade na região. Este aniversário especial é marcado não apenas por conquistas passadas, mas também por um olhar para o futuro com novos projetos que prometem fortalecer ainda mais sua missão.
Ao longo dos anos, o hospital expandiu suas instalações e serviços, buscando sempre inovações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar suas chances de recuperação. Isso inclui não apenas tratamentos clínicos e cirúrgicos, mas também programas de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos.
Fundado com o objetivo claro de oferecer tratamento de qualidade e humanizado a pacientes com câncer, o HA Jales rapidamente se tornou um ponto de referência na região. A instituição não só oferece tratamento médico avançado, mas também promove um ambiente acolhedor e de apoio emocional para pacientes e seus familiares.
A comunidade de Jales (SP) e áreas vizinhas se beneficiam enormemente da presença do Hospital de Amor, que além de oferecer atendimento médico de ponta, promove a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer. Assim, o Hospital de Amor Jales se destaca como um importante centro de saúde especializado no tratamento oncológico, mantendo o compromisso de cuidar e acolher seus pacientes com dedicação e excelência médica.

“Neste aniversário de 14 anos, refletimos com gratidão sobre o caminho que percorremos e celebramos as vidas que tocamos e os avanços que alcançamos”, afirma a gerente administrativa da unidade, Jéssica Donini. “Continuaremos trabalhando incansavelmente para oferecer o melhor atendimento possível e proporcionarmos sempre o melhor aos nossos pacientes.”
Um dos pontos altos desta celebração é a continuação do projeto de construção da nova cozinha e dos novos leitos do hospital. Essas novas instalações são projetadas não apenas para modernizar a infraestrutura do hospital, mas também para melhorar significativamente o conforto e a qualidade do atendimento aos pacientes. A nova cozinha e refeitório serão equipados para proporcionar refeições nutritivas e essenciais para a recuperação dos pacientes, e o bem-estar dos acompanhantes e equipe de colaboradores.
Além disso, a expansão dos leitos permitirá ao Hospital de Amor Jales aumentar sua capacidade de atendimento. Isso não apenas beneficiará os pacientes, mas também reforçará o compromisso da instituição em proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para todos que buscam tratamento.
Estes projetos só são possíveis com a contribuição e doações de instituições, e “pessoas de amor”. Somos infinitamente gratos por toda ajuda recebida, graças a ela podemos aprimorar ainda mais nosso desempenho no tratamento de nossos pacientes.
A conclusão do projeto da nova cozinha e dos novos leitos da unidade será um passo significativo para garantir que a instituição continue a oferecer cuidados de saúde de excelência e a expandir seu impacto na comunidade.

O Hospital de Amor é cheio de histórias bonitas de fé, superação e finais felizes! Em seus mais de 60 anos, o HA já transformou, reescreveu e salvou a vida de milhares de pessoas. E dentre inúmeros motivos, este é um dos que justifica tanto amor.
A história do João Borges da Silva Junior, o querido Johny Barreto, tem tudo isso e algo a mais: o sentimento de gratidão! Seu primeiro contato com a instituição se deu em 2002 e surgiu pela admiração. O locutor foi convidado para apresentar uma das edições do Leilão ‘Direito de Viver’ em Palmeira D’Oeste (SP), em prol do HA e, como grande admirador da causa, aceitou. “Aquele evento foi um sucesso, e ele foi só o primeiro. Depois disso, desde 2007, comecei a narrar rodeios por todo Brasil e a apresentar diversos ‘Desafios do Bem’ – ação de arrecadação do HA”.
Atuando como locutor desde 1997, o barretense (que traz no coração o orgulho de possuir no ‘quintal de casa’ um hospital que é referência em oncologia), teve anos depois um envolvimento mais profundo com a instituição: como paciente.
Johny paciente
No final do ano de 2017, uma reviravolta mudou o rumo e os planos de Johny. Após sentir fortes dores abdominais e passar por uma consulta com especialista, o locutor foi encaminhado ao Instituto de Prevenção do HA para fazer exames preventivos. “Fiz o exame e, quando acordei da anestesia, a médica me disse que havia feito uma cirurgia para retirar um pequeno tumor do meu intestino. Dali 30 dias saiu a biópsia e o resultado me assustou”, contou.
Apesar do tumor de Johny não ser considerado invasivo, ele sentiu medo ao se ver do outro lado – agora como paciente. “Senti muito medo, principalmente ao esperar pelo resultado da biopsia, mas sempre tive uma sensação de paz, de que Deus estava comigo. Fiz os procedimentos necessários, acompanhei por alguns anos e, graças a Deus, o tumor sumiu”, explicou.

Johny acompanhante
Seis anos depois, no início de 2023, o caminho de Johny se cruzou novamente com o do Hospital de Amor! Desta vez, ele precisou que a instituição cuidasse do seu pai, João Borges da Silva, de 92 anos. “Meu pai tinha uma ferida bem grande na cabeça. Ele dizia que tinha machucado, porém era uma lesão que não cicatrizava. Após a consulta com o médico, foi feita uma biopsia e, mais uma vez o medo tomou conta de mim, pois ela recebeu o diagnóstico de câncer”.
De acordo com o locutor, a princípio o tumor aparentava ser na pele, mas após realizar vários exames constatou-se que a doença tinha atingido os ossos da cabeça. Também no HA, o senhor João realizou todo o tratamento na instituição e sabe quem foi seu acompanhante? O filho, Johny Barreto.
“O meu carinho e admiração já existiam pelo Hospital, mas durante os dias que meu pai ficou internado e que eu fiquei o tempo todo com ele, pude acompanhar a enfermeira passando de manhã dando os medicamentos; a fonoaudióloga ajudando ele a mastigar; a nutricionista; os médicos que passavam e conversavam todas as manhãs; os fisioterapeutas; o pessoal da limpeza; sem contar a alimentação que era muito boa, tanto para o paciente quanto para mim, que era o acompanhante. Ali eu pude perceber com mais detalhes o quanto é caro manter o Hospital de portas abertas, e o quanto seria difícil para uma pessoa, não só pobre, mas também de classe média, conseguir pagar um tratamento de combate ao câncer. A partir daí, minha vontade de ajudar o HA aumentou e cresceu dentro de mim”, afirmou Johny.
O senhor João finalizou todo o tratamento e segue bem, firme e forte ao lado da família.

Johny voluntário
O desejo virou realidade! Virou ação! Virou locução! Com um dom nato, Johny – que há 27 anos atua profissionalmente em locuções de rodeios e já fazia trabalhos em prol do HA – tornou-se voluntário em um dos eventos mais especiais promovidos pela instituição: o “Rodeio Pela Vida”.
Realizado em Barretos (SP), o evento, que neste ano chegou em sua quarta edição sendo recorde de público e de solidariedade, contou com a voz, narração e talento de Johny durante as competições desde o primeiro ano. “Eu fico muito feliz em dar uma pequena contribuição para o Hospital de Amor e espero participar desses eventos como voluntário por muito tempo”.
E depois de conhecermos e contarmos uma história tão bonita quanto essa, quer saber o que deixa nosso coração mais feliz ainda?
– Johny, depois de ser paciente, filho de paciente e voluntário, o que você tem a dizer sobre o HA?
R.: O Hospital de Amor é uma instituição muito séria, onde todos os funcionários tratam os pacientes e familiares com muito amor e carinho. O profissionalismo é impressionante, os equipamentos são de última geração. Posso dizer que já presenciei tudo ali dentro e, com base nisto, peço que as pessoas façam suas doações! A despesa ali é muito grande, mas o que os pacientes recebem não tem preço. Se hoje você não tem dinheiro para doação, doe uma parte de seu tempo em algum projeto para ajudar, seja voluntário de alguma forma, convide amigos, familiares, pessoas a sua volta, e ajude o Hospital de Amor.
Se o Johny falou, tá falado!
Doe!
Quer ajudar o Hospital de Amor a continuar salvando vidas? Então, faça a sua doação! Existem diversas formas de contribuir com a instituição, dentre elas, três que são rápidas, fáceis e seguras:
• pela página de doação (ha.com.vc/doar)
• pelo PIX (chave: doar@hospitaldeamor.com.br)
• pela Central de Relacionamento (17 3321-6607)
Independente de onde estiver, basta ter seu celular em mãos e doar qualquer quantia para ajudar o maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina. Faça parte dessa missão que salva milhares de vidas.
Natural de Santa Fé do Sul (SP), mas criada em Porto Esperdião (MT), a pequena Bianca Nogueira, de 13 anos, descobriu um tumor ósseo quando tinha apenas 12 anos. Enquanto brincava em uma rede no sítio, ela caiu e sentiu uma fisgada forte no braço esquerdo, mas inicialmente a jovem não contou do tombo para os pais. Com o passar dos dias, ela começou a sentir fortes dores no braço e então, a mãe, Edilane Nogueira, a levou até um médico.
O diagnóstico inicial foi dor de crescimento, algo muito comum na infância. Após a consulta, ela retornou para casa com uma receita médica de remédios específicos para aliviar a dor, porém, o desconforto voltou e se intensificou.
Durante meses, a Bianca não contou para os pais que a dor havia aumentado. Com medo dos pais não acreditarem nela, ela pegava analgésicos escondido no armário, ia para o sofá da sala e, segurando o seu terço, rezava para Nossa Senhora, dizendo: “eu vou rezar três Ave Marias e a senhora tira essa dor de mim?”.
Meses se passaram e Bianca continuou fazendo esse ritual, até que em uma noite, o seu pai, Eurico Nogueira, a viu tomando remédio escondido e, após conversar com Edilane, eles decidiram levá-la ao médico novamente.
A INVESTIGAÇÃO E O DIAGNÓSTICO
Eles partiram para a capital Cuiabá (MT) para passar por uma nova consulta. Desta vez, o médico responsável solicitou alguns exames de imagem para diagnosticar o motivo da dor que se intensificava cada dia mais.
Ao pegar o resultado do Raio-X, ele viu algo semelhante a uma linha na parte óssea da Bianca, mas para fechar o diagnostico, solicitou uma ressonância. Quando o resultado saiu, ele questionou a Bianca sobre um possível tombo, e então, neste momento, ela se lembrou de quando caiu da rede e contou para eles.
Após a conversa e a verificação nos exames, ele solicitou que a mãe da paciente procurasse um oncologista para verificar o exame, e então, começou a investigação.
No dia 19 de julho de 2023, o resultado da biópsia saiu: positivo para neoplasia.
QUANDO A FÉ SUPERA O MEDO
Com muita devoção à Nossa Senhora, a família da Bianca é católica, estando sempre presentes em missas e eventos religiosos. “Maria passa na frente” é uma frase que marcou essa etapa da vida da família. Enquanto a pequena rezava para Nossa Senhora e pedia para ela retirar a dor que estava sentindo, a sua mãe teve um sonho especial com a santa.
“Eu estava indo para Cuiabá (MT) para pegar o resultado da biópsia e tive um sonho com Nossa Senhora. Eu tenho muito medo de altura e no sonho eu estava em uma torre muito alta. Eu olhava para baixo e estava com muito medo, de repente, eu virei o pescoço e vi Nossa Senhora de Fátima e o Imaculado Coração de Maria atrás de mim e daí, eu acordei”, relata Edilane Nogueira.
A mãe conta que ficou pensando no sonho que teve, como se fosse um sinal. “Depois eu fiquei pensando o porquê daquele sonho, então, antes de chegar em Cuiabá (MT), eu disse para o meu marido ‘a notícia não é boa, a Bianca vai testar positivo para o câncer’ e quando ele me questionou o porquê, eu contei para ele sobre o meu sonho e interpretei como: ‘confia, porque eu estou contigo’. Depois disso, em todos os lugares que eu ia, tinha uma capela ou uma imagem de Nossa Senhora. Então, eu tive a certeza de que ela estava passando a frente de tudo e que tudo era providência”, compartilhou.
CHEGADA AO HOSPITAL DE AMOR
Bianca foi diagnosticada com Sarcoma de Ewing, um tumor que provoca dor óssea, que piora à noite ou com atividade e que pode ser confundido com infecções ou dores de crescimento.
Após o resultado, sempre com muita fé em Nossa Senhora e com o terço na mão, a família da Bia chegou em Barretos (SP) para tentar o tratamento na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor. Ao passar com o corpo clínico da instituição e fazer os novos exames, eles informaram que o tratamento iria durar aproximadamente dois anos, contanto com algumas intercorrências.
O tratamento iniciou com sessões de quimioterapia para reduzir o tamanho do tumor e, após isso, os profissionais do HA optaram por realizar uma cirurgia de ressecção. Durante a cirurgia, foi retirado o úmero – maior osso do membro superior – e colocado uma endoprótese (prótese não convencional, utilizada para substituição de grandes ressecções articulares oncológicas) total de úmero com articulação reversa no lugar. Após algumas horas de cirurgia, a família da pequena, que já imaginava uma amputação, teve uma boa notícia: com a quimioterapia, as células cancerígenas haviam diminuído 95%, o que facilitou para que a cirurgia da Bianca fosse bem-sucedida.
A CIRURGIA DA BIANCA NOGUEIRA | PARTE TÉCNICA

Ao conversar sobre o caso da paciente Bianca Nogueira, o ortopedista oncológico do Hospital de Amor, Dr. Sylvio Sargentini, relatou em detalhes como foi o processo cirúrgico. Para a unidade infantojuvenil do HA, a operação da Bianca foi muito especial. O motivo é pelo fato desta cirurgia nunca ter sido realizada na unidade, até aquele momento. Por ser um implante de alto custo, este procedimento aconteceu apenas em duas ocasiões na unidade adulta do HA.
Sargentini explica que os casos devem ser bem selecionados para que a função permitida pela reconstrução, com esse modelo de prótese, seja alcançada. “Os resultados desses procedimentos são surpreendentes porque os pacientes além de apresentar uma função melhor de ombro, não se queixam das próteses que podem sair do lugar”, esclarece. Em alguns casos, as próteses que não contém articulação da glenoide (articulação do ombro), podem ser instáveis e gerar uma luxação.
Com uma endoprótese total de úmero com articulação reversa, eles fizeram uma ressecção (retirada) do tumor ósseo e realizaram a substituição. De acordo com o especialista, a prótese utilizada no caso da Bianca permite que ela consiga realizar os movimentos do ombro. Durante a cirurgia, manteve-se a musculatura do manguito rotador e do músculo deltoide, o que permitiu com que ela faça o movimento.
A cirurgia da paciente durou cerca de três horas e foi muito bem-sucedida. Atualmente, ela ainda continua com o seu ciclo de quimioterapia e realizará algumas sessões de fisioterapia para adaptação de movimentos com a nova prótese.
A REABILITAÇÃO
Após 60 dias com a tipoia para auxiliar na recuperação da cirurgia, a pequena iniciou as sessões convencionais de fisioterapia. De acordo com os profissionais do Centro de Reabilitação do HA que cuidam da Bianca, com a dedicação e o apoio da família, a recuperação da jovem está sendo bem-sucedida, com previsão de alta em menos de um ano.
HUMANIZAÇÃO, AMIZADE E NOVOS LAÇOS
Quando a família recebe o resultado positivo do diagnóstico, o chão caí e o mundo dá uma volta em 360º. Ao questionar a professora de educação infantil e mãe da paciente Bianca, Edilane Nogueira, ela relata que começar o tratamento é viver no escuro. “Eu digo para ela [Bianca], ‘sempre um dia de cada vez, a preocupação de hoje basta e a de amanhã, deixa pra amanhã’.
Emocionada, ela continua falando sobre a importância do Hospital de Amor para ela. “Eu já conhecia o HA, a minha irmã fez tratamento aqui quando foi diagnosticada com câncer de mama. Aqui é um pedaço do céu na terra, eu nunca vi um local com tanta humanização, sabe? Eu admiro o trabalho do Henrique Prata. Eu admiro o trabalho das pessoas que trabalham aqui”, relatou.
Cada família tem a sua própria vivência, mas, neste momento de preocupação e angústia, eles se unem e se apegam nas pessoas que estão passando pela mesma situação, criando uma relação familiar. Este foi o caso da Edilane Nogueira e da Rosania Silva, que é mãe da paciente Lauani.
Rosania foi quem acolheu Edilane quando ela chegou no HA com a Bianca. Ela aconselhou, ajudou e cuidou da Edilane, pois sabia exatamente o que ela estava passando naquele momento. Desde então, juntas, elas se ajudam e dão força uma para a outra, além de acolher outras as mães que estão com as mesmas preocupações que as delas.
Mas o amor e o afeto não pararam por aí. As pacientes Bianca e Lauani também se aproximaram e se tornaram amigas. Para a Bia, esta relação das duas é muito importante e ela vê a amiga como uma irmã. “Ela tem um carinho por mim e eu tenho um carinho por ela, é como se fôssemos irmãs. Toda vez que a gente se vê, a gente conversa”, relata a pequena.
Bia ainda conta que aprendeu muitas coisas no HA e com as amizades que fez na instituição. “Durante o tratamento, eu aprendi a olhar o próximo. Eu posso estar passando por uma dificuldade, mas a outra pessoa pode estar pior e, ainda assim, estar sorrindo”, desabafou a jovem.
O CONCURSO RAINHA RODEIO PELA VIDA 2024
Apesar das adversidades, os pacientes do Hospital de Amor conseguem se redescobrir, se fortalecerem, valorizarem as pequenas coisas e aproveitarem todas as oportunidades da vida. Com a Bianca, não foi diferente!
Como uma forma de participar das atividades institucionais, ela se inscreveu para a 3ª edição do Concurso Rainha Rodeio Pela Vida e ganhou como Madrinha do Amor 2024.
O concurso é um evento onde as pacientes da unidade infantojuvenil do HA participam para representar a instituição durante o Rodeio Pela Vida, uma festa solidária, na qual, todos os recursos arrecadados são revertidos para o Hospital de Amor.
Ao participar desta experiência especial e agitada, a Bianca pôde se redescobrir, criar laços, aprender coisas novas e aproveitar oportunidades inesquecíveis.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil. Esses números representam a quantidade de pessoas diagnosticadas com essa condição a cada ano.
A soma de vários fatores contribui para o aumento deste tipo de câncer. O Hospital de Amor conversou com o médico do departamento de oncologia clínica do HA, em Barretos (SP), Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, para esclarecer dúvidas frequentes e explicar melhor o desenvolvimento da doença.

R: O câncer de esôfago é o oitavo câncer mais comum ao redor do mundo e a sexta causa de morte por câncer no mundo. No Brasil, é a sexta causa de câncer em homens e a quinta de morte por este tipo de tumor. É importante entendermos que no esôfago podemos ter “02 doenças” (ou 02 histologias) que chamamos de “câncer de esôfago”: o carcinoma espinocelular (CEC), que geralmente surge na parte superior e média do esôfago, e o adenocarcinoma, que geralmente surge na parte inferior (perto do estômago) do esôfago. Eles são diferentes não só no que se refere à localização mais frequente, mas também em termos de distribuição geográfica, fatores de risco, biologia e comportamento.
R: Para o CEC de esôfago, os principais fatores de risco são: cigarro e álcool (os principais), acalasia (distúrbio raro que dificulta ou impede que o esôfago direcione os alimentos para o estômago), infecção por HPV (Papilomavírus humano), lesão cáustica (por ingestão de soda cáustica por exemplo) previa e baixa ingestão de frutas e vegetais. Já para o adenocarcinoma de esôfago, os principais fatores de risco são: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), esôfago de Barret (metaplasia do esôfago causada pelo refluxo), obesidade e tabagismo.
R: Não existem testes validados para a prevenção do câncer de esôfago. Devemos considerar endoscopia (EDA) periódica para pessoas que têm um risco aumentado de desenvolver essa condição, são elas:
– Doença do refluxo gastroesofágico sintomática;
– Pessoas que já possuem o diagnóstico de ‘Esôfago de Barret’;
– Pessoas que têm acalasia, ingestão de soda cáustica.
R: Sim, a baixa ingestão de frutas e vegetais é um fator de risco para o câncer de esôfago. Além disso, a obesidade é um dos principais fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago.
R: O tratamento depende de qual tipo de câncer de esôfago o paciente tem (CEC ou adenocarcinoma), depende do estágio em que a doença se encontra e das condições clínicas dele. Mas é primordial uma abordagem multidisciplinar. No Hospital de Amor, os casos de câncer de esôfago são discutidos em reunião multidisciplinar com a participação de médicos oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas e radiologistas. Além da equipe médica, é muito importante um acompanhamento com a enfermeira da especialidade, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo. O tratamento pode variar desde uma simples retirada do tumor por via endoscópica, até quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Lembre-se sempre de consultar um médico especialista e adotar um estilo de vida mais saudável. Estes são passos importantes para proteger sua saúde.

Praticar atividades físicas, ter uma boa alimentação e manter uma rotina saudável, tem sido o objetivo de muitos brasileiros. Mas, na maioria das vezes, esses hábitos veem acompanhados de mais: uma variedade de suplementos esportivos que prometem melhorar a performance, aumentar o ganho de músculos, queimar mais calorias e dar um gás extra nos treinos.
Whey protein, creatina, cafeína, taurina, gel de carboidrato, são inúmeras as opções no mundo do esporte. Mas afinal, esses suplementos são mesmo bons aliados quando o assunto é saúde?
A relação entre suplementos esportivos e o risco de câncer tem sido alvo de diversas investigações científicas. De acordo com o especialista em terapia nutricional do Hospital de Amor, de Barretos (SP), Dr. Luís Henrique Covello, até o momento não há evidências consistentes de que o consumo de whey protein, creatina, cafeína, taurina ou gel de carboidrato, por exemplo, aumente a incidência de câncer. “Pelo contrário, alguns estudos indicam possíveis benefícios em determinados contextos”, afirma.
Para que você entenda os benefícios e malefícios de cada um destes itens e a relação deles com a doença, o HA conversou com o Dr. Covello. Confira, se informe e cuide da sua saúde!
Whey Protein
A proteína do soro do leite (whey protein) tem sido amplamente estudada e demonstrou, em modelos animais, reduzir a incidência de tumores, especialmente no cólon e na mama. Esse efeito é atribuído, em parte, ao aumento dos níveis de glutationa – um antioxidante que auxilia na proteção celular contra danos oxidativos e na eliminação de substâncias potencialmente cancerígenas. “Além disso, a proteína do soro de leite possui propriedades anti-inflamatórias e pode estimular mecanismos de defesa celular, como a apoptose, dificultando a proliferação de células tumorais. No entanto, a maior parte dessas evidências vem de estudos experimentais, sendo necessário um maior número de ensaios clínicos em humanos para confirmar esses efeitos”, explica.
Creatina
A creatina tem uma relação mais controversa com o câncer. Alguns estudos sugerem que sua suplementação pode estar envolvida em processos que influenciam a progressão tumoral em modelos animais, mas não há evidências diretas de que aumente o risco de câncer em humanos. Além disso, a creatina não demonstrou promover a formação de compostos carcinogênicos, como as aminas heterocíclicas, que podem ser produzidas em processos metabólicos específicos.
Cafeína
A cafeína também é um dos suplementos que tem sido amplamente investigado, principalmente por seus possíveis efeitos na prevenção do câncer. “Alguns estudos sugerem que seu consumo pode estar associado a um menor risco de certos tipos de câncer, como o de pele, por exemplo. Mas sua relação com outros tipos ainda não está bem estabelecida. Já a taurina e os suplementos pré-treino não apresentam evidências científicas concretas ligando seu consumo ao aumento do risco da doença. No entanto, alguns termogênicos contendo substâncias estimulantes podem apresentar efeitos genotóxicos em testes laboratoriais, o que sugere a necessidade de cautela no uso prolongado desses produtos”, declara Dr. Covello.
Gel de Carboidrato
O uso de gel de carboidrato também não está associado ao aumento da incidência de câncer. Estudos que investigam a relação entre consumo de carboidratos e risco de câncer consideram, principalmente, dietas com alto índice glicêmico e carga glicêmica elevada. No entanto, a quantidade consumida por atletas durante o exercício dificilmente teria um impacto relevante na promoção tumoral.
Atividade Física continua sendo a melhor opção!
Segundo o nutrólogo, embora a relação entre suplementação esportiva e câncer ainda precise de mais estudos, há um consenso bem estabelecido sobre os benefícios do exercício físico regular na redução do risco de câncer. “A prática de atividade física está associada a uma menor incidência de diversos tipos de câncer, incluindo os de mama, cólon, endométrio, rim e bexiga. Além disso, o exercício pode melhorar o prognóstico de pacientes diagnosticados, reduzindo taxas de recorrência tumoral e melhorando a resposta ao tratamento. Esses efeitos protetores ocorrem por meio de diferentes mecanismos, como a redução da adiposidade visceral e a melhora da função imunológica”, conta.
Dr. Covello ainda finaliza: “Não há evidências concretas de que os principais suplementos esportivos estejam associados a um aumento do risco de câncer, e alguns podem até apresentar potenciais benefícios. Por outro lado, o exercício físico se mantém como uma das estratégias mais eficazes tanto na prevenção, quanto no manejo do câncer, reforçando a importância de um estilo de vida ativo para a saúde global”.

“Deus falou comigo, e Ele disse que o meu tumor era benigno”. Esse texto é sobre a história de fé, superação e recomeço de Paulo Aguiar Ferreira, pastor de missões, com 64 anos e paciente do Hospital de Amor, que conseguiu, através do tratamento e reabilitação, voltar a escutar e a ter qualidade de vida.
Em 2021, a família do senhor Paulo começou a perceber os primeiros sinais de que havia algo errado com sua saúde. De uma semana para outra, ele perdeu a audição e o equilíbrio das pernas, não conseguindo ficar em pé.
Residente em Caldas Novas (GO), Paulo começou a investigar e foi encaminhado para o HA, em Barretos (SP). Passou pela consulta, realizou exames e foi encaminhado para uma cirurgia, para a retirada de lâminas do material que foram encaminhadas para a biópsia. “Eu, sentado na porta da minha casa, em uma cadeira de balanço, já estava surdo, e Jesus falou comigo. Se eu falar que escutei, estou mentindo, mas Ele falou no meu espírito: ‘Ei?! Ei?! É benigno’. Chegou no dia da operação, antes de entrar na sala de cirurgia, falei com o doutor, que era benigno”, conta emocionado o paciente.
“O Paulo foi submetido à cirurgia e encaminhado para a biópsia. Foram quatro lâminas encaminhadas para três laboratórios diferentes para descobrir o problema dele”, conta sua esposa, dona Delma França Ferreira.
Paulo foi diagnosticado com um meningioma intracraniano, um tumor benigno que se desenvolve nas meninges, as membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. O tratamento indicado para o caso de seu Paulo foi com medicamentos via oral, devido à localização do tumor.
Reabilitação
Além da perda da visão e da fraqueza, seu Paulo ainda passou por um processo de depressão, pois não aceitava a condição em que estava vivendo. Ele foi encaminhado para o Centro de Reabilitação do Hospital de Amor, em Barretos (SP), onde passou por todo o tratamento com a equipe multidisciplinar, como conta sua esposa.
“Aqui na reabilitação, encontramos a força para ele conseguir ter qualidade de vida e voltar a fazer tudo o que fazia antes. Toda a parte de reabilitação, como fisioterapia, nutricionista, psicólogo e até mesmo psiquiatra, foi fundamental, porque a situação era muito crítica. Ele não aceitava as condições em que estava vivendo. Foi muito esforço e dedicação para conseguirmos vencer essa luta, que não foi fácil. Deus abençoou através do hospital e da reabilitação, para que Paulo pudesse voltar a ter uma vida normal”, explica dona Delma.
A perda auditiva foi um fator muito significativo para o desencadeamento da depressão. Senhor Paulo perdeu 100% da audição, o que fez com que ele tivesse muita dificuldade em se comunicar com outras pessoas. “No caso do seu Paulo, ele passou por um extenso tratamento devido à lesão cerebral e, após ter superado essa etapa, infelizmente a audição ficou muito comprometida. Ele foi encaminhado para a reabilitação com muita dificuldade na comunicação.
Após toda a avaliação auditiva, concluímos que os aparelhos auditivos convencionais não poderiam ajudá-lo. Assim, discutimos a possibilidade de encaminhá-lo para a realização da cirurgia, o que foi muito bem aceito por ele e pelos familiares”, explica o médico otorrinolaringologista do HA, Dr. Rafael Baston.

Implante coclear
A reabilitação auditiva indicada para o caso do senhor Paulo foi a inserção de um implante coclear, um dispositivo eletrônico conhecido como “ouvido biônico”, colocado cirurgicamente nos ouvidos. Esse dispositivo permite que pessoas com perda auditiva severa ou profunda percebam os sons.
O aparelho capta os sons do ambiente, converte-os em sinais elétricos e os transmite diretamente ao nervo auditivo, contornando a parte danificada do ouvido interno. “O sistema é composto por duas partes principais: uma parte externa que inclui um microfone que capta o som, um processador de fala que converte os sons em sinais digitais e uma antena que envia esses sinais para a parte interna. A parte interna consiste em um receptor implantado sob a pele e um feixe de eletrodos inserido na cóclea. Esses eletrodos estimulam diretamente o nervo auditivo, permitindo que o cérebro interprete os sons”, explica o médico otorrinolaringologista.
Senhor Paulo foi o primeiro paciente do Centro de Reabilitação do HA indicado para esse tratamento. Ele foi encaminhado para o Hospital de Base, em São José do Rio Preto (SP), para realizar a cirurgia da inserção do implante coclear. Após a cirurgia, ele realiza todo o acompanhamento e reabilitação auditiva no Hospital de Amor.
“Inicialmente, senhor Paulo precisou se acostumar com os novos sons que o implante proporciona, pois a percepção auditiva, por meio do implante coclear, é diferente da audição natural. No entanto, ele tem mostrado um progresso notável. Como ele é pastor e tem um contato constante com a comunicação verbal, isso tem sido muito importante para sua integração social e profissional. A evolução tem sido excelente, e ele vem relatando que está muito satisfeito, principalmente em relação à sua habilidade de se comunicar novamente com clareza”, declara Dr. Rafael Baston.
“É um processo que, depois da operação, você vai fazendo. Quanto mais você usa o aparelho, mais você vai escutando. Os médicos disseram que eu ia escutar de 90% a 100%, mas eu não sei qual a porcentagem que estou escutando hoje, mas estou aprendendo a escutar novamente. Eu não tenho pressa, porque o que eu passei, o sofrimento que eu tive, eu tive. Hoje, estou restaurado na presença de Deus. Eu escuto e me comunico, porque o que eu fazia antes, estou fazendo novamente: comunicar e voltar a falar do amor de Deus. Isso para mim não tem preço! Hoje, posso dizer que sou um milagre de Deus, porque quem me viu há três anos, me vê hoje do jeito que estou. Só Deus na minha vida”, declara o paciente.

Reabilitação auditiva
Prevenir, tratar e reabilitar, esses são alguns dos pilares do Hospital de Amor. Receber o diagnóstico de câncer é um momento difícil para o paciente e seus familiares, e o HA procura amenizar ao máximo, por meio de tratamento humanizado e amor.
A reabilitação é uma importante etapa do processo para ajudar o paciente a retomar sua autonomia e qualidade de vida. O HA possui três unidades de reabilitação, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO), e os atendimentos são realizados tanto para pacientes oncológicos quanto não oncológicos, e a reabilitação auditiva é um dos serviços oferecidos pelas unidades.
“Aqui, dispomos de um amplo arsenal de exames auditivos, com equipamentos de alta qualidade e equipe especializada, o que nos permite realizar avaliações auditivas mais assertivas em pacientes de todas as idades. Na grande maioria dos casos, os pacientes com perda auditiva obtêm ótimos benefícios com o tratamento oferecido por meio de aparelhos auditivos convencionais. No entanto, em casos de perda auditiva de grau mais avançado, como o do senhor Paulo, quando os aparelhos auditivos convencionais não são suficientes, existe a possibilidade de indicarmos tratamentos com aparelhos auditivos cirurgicamente implantáveis, entre eles, o implante coclear. Essa indicação vem sempre após uma série de testes audiológicos e uma avaliação conjunta com a equipe multiprofissional, para garantir o tratamento mais adequado para cada paciente”, explica o médico.

Qual o valor de um abraço? Para a enfermeira Nayara Sartori, esse gesto passou a ter muito mais significado depois de ficar um bom tempo sem receber um abraço do seu avô. Após dois meses de fisioterapia, ela recebeu o tão aguardado abraço do homem que ela considera como pai. “É muito amor! Para mim, o meu avô é um pai. Ai que a gente percebe um valor de um abraço, então é muita gratidão, à Deus primeiramente e a todo o suporte que a gente tem aqui”, declara Nayara.
Senhor Edson Sartori descobriu um tumor na laringe no início de 2024, mas antes da descoberta do câncer, ele sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que o deixou debilitado, como conta sua esposa, Ana Sartori. “A gente sabia que ele tinha ficado com uma das cordas vocais paralisadas após o AVC, e a gente sempre achando que era isso, pois ele se engasgava muito. Foi feito uma tomografia e foi descoberto um tumor na laringe. Esse tumor estava impedindo a passagem do ar e, por isso, ele estava se engasgando bastante, não conseguia falar. Logo em seguida, ele já começou a utilizar a traqueostomia, para ajudar na passagem do ar”, conta dona Ana.
Eles haviam se mudado para Barretos (SP) para tratar o AVC e com a descoberta do tumor, foi encaminhado para o Hospital de Amor. Após todos os exames, o tratamento indicado para o caso do senhor Edson foi a cirurgia de laringectomia total, procedimento que consiste na retirada completa da laringe, incluindo as cordas vocais.
A cirurgia foi realizada em setembro de 2024, e o senhor Edson passou um período de, aproximadamente, 30 dias internado. “A última vez que eu vim aqui, ele estava internado. Por conta do meu trabalho, para eu conseguir uma folga é difícil, então agora que eu vim, fiquei admirada. Na última vez, ele nem conseguia reconhecer a gente”, conta Nayara.

Reabilitação
Após a recuperação da cirurgia e liberação médica, senhor Edson iniciou o tratamento de reabilitação, no Centro de Reabilitação do HA, em Barretos (SP). “O senhor Edson para mim, foi uma verdadeira surpresa, pois ele já tinha um antecedente prévio, que foi o AVC. Além disso, na avaliação (momento em que temos o primeiro contato com o paciente), ele estava bem retraído, não conseguia criar um vínculo efetivo. Acho que em razão da cirurgia e a angústia de não conseguir se expressar através da linguagem verbal. E ele sempre estava de olhos fechados, e senti que essa atitude era como se ele não quisesse interação com o meio. Durante as sessões, conseguimos criar um vínculo, os olhares foram se abrindo cada vez mais, e os sorrisos eram cada vez mais frequentes. Após a terapia convencional (fortalecimento de membros inferiores, treino de marcha e equilíbrio), percebi que o Andago poderia ser uma excelente ferramenta para auxiliar na interação social com outras pessoas e profissionais, além de oferecer diversos benefícios para o corpo”, explica a fisioterapeuta do HA, Julia Garcia Souza.
Aproximadamente, dois meses realizando as sessões de fisioterapia, senhor Edson já teve grandes avanços, como ter uma firmeza maior nas pernas e dar os primeiros passos com o auxílio de um andador. “Ele deu uma melhorada boa, ele não firmava o pé no chão, ele precisava ser levantado da cama. Depois que ele começou a fazer a fisioterapia, ele foi firmando mais, andando mudando os passos, para pelo menos, se sentar em uma cadeira de roda, cadeira de banho, e hoje ele faz isso”, conta dona Ana.
“A fisioterapia foi um grande avanço, porque agora ele consegue gesticular, antes ele só falava com os olhos, não tinha expressão, acho que a atividade ajudou um pouco ele a desenvolver essa parte”, explica a neta Nayara.
E quais os próximos passos na reabilitação do senhor Edson? A fisioterapeuta Julia explica que os próximos passos são trabalhar as atividades diárias. “Os próximos passos do tratamento seria trabalhar as atividades de vida diária, como o levantar e se sentar sem apoio, treino de marcha com dispositivos de auxílio, iniciando com o andador e futuramente com a bengala de 4 pontas, com o objetivo de proporcionar o máximo de autonomia possível ao paciente”, explica a fisioterapeuta.
Andago
O Hospital de Amor possui um dos maiores parques tecnológicos do país, todo voltado para prevenção, tratamento e reabilitação dos pacientes, e algumas dessas tecnologias são utilizadas nas unidades de Reabilitação do HA, em Araguaína (TO), Barretos (SP) e Porto Velho (RO).
Um desses equipamentos é o Andago – uma tecnologia robótica usado na reabilitação de pessoas que apresentam alterações no andar (chamado de marcha) e no equilíbrio corporal, como no caso do senhor Edson.
A principal característica do Andago, é que ele é um facilitador da marcha, como diferencial de retirar 50% do peso corporal do paciente, através do seu mecanismo de suspensão, oferecendo total segurança para o paciente. Além do treinamento de marcha, o aparelho é versátil, podendo ser utilizado para outras funções, como explica o médico fisiatra do HA, Dr. Henrique Fernandes Buosi.
“A principal função do Andago é o treino de equilíbrio e marcha, mas pode ser usado para outras funções, como treinamento de autopercepção corporal (propriocepção), mobilidade dos membros inferiores e até dos membros superiores, quando é necessário trabalhar múltiplas funções simultâneas”, esclarece o médico.
O equipamento é indicado em todas as fases de reabilitação, porém é imprescindível que o usuário tenha determinado nível de controle do tronco e movimentação dos membros inferiores. A indicação do uso é dinâmica e revista constantemente em conjunto entre equipe e paciente.
“A própria patologia e os tratamentos oncológicos, podem trazer diversos impactos que alterem a função de sustentar o próprio corpo e ser capaz de equilibrar-se e trocar passos. Essas alterações podem ser oriundas de lesões neurológicas, musculares ou amputações. O Andago atua diretamente nas terapias que focam nestas alterações, e é um dos equipamentos mais usados no Centro de Reabilitação, pois permite um treino de andar seguro e com menor sobrecarga física do terapeuta”, complementa Dr. Henrique.
Além do trabalho do equilíbrio e da marcha, o Andago também ajuda que o paciente tenha uma interação social durante a terapia, pois ele não é um equipamento que fica fixo em um local, permitindo que o usuário ande no ginásio e nos corredores do Centro de Reabilitação.
Importante ressaltar que, quando o paciente não possui marcha, é utilizado outras terapias, como a convencional ou o Lokomat, tonando o aparelho e o tratamento personalizado, de acordo com a necessidade de cada paciente. “A tecnologia robótica é uma complementação vital das terapias tradicionais, porém não a substitui. Um bom terapeuta é a chave para uma reabilitação adequada e um paciente participante e entendedor do processo, é tão importante quanto. Aliado esses fatores, certamente a qualidade de vida dos usuários serão atingidas de maneira mais assertiva. Quando se luta por uma terapia com alta tecnologia, estamos lutando para garantir que todo o processo seja mais ágil e, desta forma, mais pessoas sejam beneficiadas”, destaca o médico fisiatra.

Laços são vínculos que unem pessoas e representam conexões emocionais. Laços sanguíneos, laços familiares e laços de amizade sustentam Wéllida Sodré Barros e Renata Sodré Ximenes, mãe e filha, pacientes do Hospital de Amor Amazônia. Wéllida foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017, aos 49 anos, e, após seis anos, está realizando o tratamento novamente. Renata foi diagnosticada em 2023, aos 26 anos. Mãe e filha enfrentam juntas os desafios do tratamento oncológico.
O diagnóstico de câncer na família de Wéllida e Renata começou há cerca de 30 anos, quando a mãe de Wéllida teve um tumor na mama. “Eu perdi a minha mãe para essa doença há 30 anos. Ela tinha 48 anos quando faleceu. Foi na mama esquerda e, naquela época, não havia como tratar. Nenhum hospital aqui tinha. Fomos para fora”, relata a paciente.
Primeiro diagnóstico
Em 2017, Wéllida foi diagnosticada com um tumor na mama esquerda. A descoberta do nódulo ocorreu por meio de um exame de mamografia que ela fez na Carreta de Prevenção do HA, que estava em Porto Velho (RO). “Eu sempre fazia exames regulares e já tinha feito naquele ano. Minha irmã chegou em casa e disse que a carreta do Hospital de Amor estava no nosso bairro e a Renata insistiu para que eu fosse fazer o exame novamente. Eu falei que não tinha necessidade, mas ela insistiu e eu fui”, conta Wéllida.
Após 45 dias, o resultado da mamografia saiu: havia um nódulo na mama esquerda. Wéllida foi encaminhada para o Hospital de Amor Amazônia, em Porto Velho (RO), onde foi realizada a biópsia. “Wéllida teve o diagnóstico aos 49 anos. Inicialmente, era uma doença in situ, que foi descoberta pela mamografia de rastreio. É uma lesão que não se palpa, não se vê a olho nu e nem no ultrassom, somente na mamografia”, explica a coordenadora do departamento de mastologia do HA Amazônia, Dra. Betânia Mota de Brito.
“Receber o primeiro diagnóstico foi horrível. Eu vi todo o sofrimento da minha mãe; ela lutou, mas não conseguiu. Quando a médica falou, eu chorei muito, gritava, me desesperei. Foi a pior notícia que recebi na minha vida, depois da morte da minha mãe. A gente pensa que está sentenciada à morte. Foi muito difícil! O que me ajudou foi Deus; você tem que ter Deus e depois a minha família”, declara Wéllida.
Após realizar a quadrantectomia da mama esquerda, Wéllida optou pela retirada completa da mama, uma mastectomia com reconstrução com prótese de silicone. “Fiz dois quadrantes e, na terceira, a médica me deu duas opções: realizar um terceiro quadrante ou retirar a mama. Eu disse que queria retirar a mama, porque no fundo queria ficar boa”, conta Wéllida.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso…”
Após seis anos do diagnóstico de sua mãe, Renata descobriu um nódulo na mama aos 26 anos. “Estava tomando banho e, ao levantar o braço, acabei sentindo um caroço na mama. Achei estranho e chamei a mamãe para dar uma olhada também. Então, conversamos com a médica e ela já pediu um ultrassom”, conta Renata.
“O diagnóstico da Renata foi muito doloroso; meu mundo caiu, desabou. Eu estava em casa quando ela chegou e disse: ‘Mãe, e se der positivo? O que a senhora acha que vai dar?’. Eu respondi que achava que não ia dar nada, mas se desse positivo, a gente trataria, mas isso com o coração. Foi quando ela olhou para mim e disse que o resultado tinha dado positivo”, declara Wéllida.
Renata foi encaminhada para o HA Amazônia em dezembro de 2023. A doença já estava localmente avançada, com um nódulo na mama esquerda maior do que cinco centímetros e comprometendo a axila. “O HA Amazônia significa a minha cura! Foi aqui que consegui todo meu tratamento, com profissionais capacitados, todos os médicos, meu mastologista, oncologista, fisioterapeuta, nutricionista; graças a Deus e a esses profissionais”, conta Renata.
O tratamento de Renata foi diferente do de sua mãe. Wéllida fez a cirurgia e não precisou passar por quimioterapia nem radioterapia. “Quando o médico analisou clinicamente, tocou na axila, fez todos os exames, ele disse que eu precisaria fazer quimioterapia, porque os linfonodos estavam comprometidos. Nesse momento, meu mundo acabou; eu chorei muito. A primeira coisa que perguntei foi: ‘Vou ficar careca?’. Eu pensava na careca, no meu visual; isso me preocupava, porque na minha cabeça eu faria a cirurgia igual a minha mãe e estaria livre”, conta Renata.
Renata teve uma boa resposta à lesão com a quimioterapia. Ela foi submetida à mastectomia poupadora de pele, reconstrução com prótese e esvaziamento da axila.
“Eu e você, você e eu”
Wéllida teve seu segundo diagnóstico de câncer de mama em meados de outubro de 2023. Antes de Renata ser diagnosticada, ela já estava investigando um nódulo que havia aparecido sete anos após sua cirurgia da mama esquerda.
“Em 2023, Wéllida apresentou alteração na mamografia. Foram encontrados 11 nódulos na mama direita e foi realizada a biópsia, resultando em uma doença invasiva mais agressiva, já com comprometimento da axila do lado direito. Então, foi proposto que ela iniciasse o tratamento com quimioterapia”, explica Dra. Betânia.
Uma ajuda à outra, uma dá força para a outra, uma cuida da outra!
“Eu fiquei muito mal na primeira quimioterapia; vomitei muito e vim para o CIA (Centro de Intercorrência Ambulatorial). Todo o meu processo foi antes do da minha mãe. Eu tentava não demonstrar que estava doendo, tentava não mostrar que meu corpo não conseguia reagir. Não foi um processo fácil pensar que minha mãe passaria por tudo, que ela estaria daquele jeito daqui a um tempo”, declara Renata.
“Você quer a dor do seu filho para você. Então, para mim, é muito difícil o tratamento por esse lado. Como o nódulo dela estava grande e pela idade, os médicos adiantaram o tratamento dela dois meses e meio em relação ao meu. Então, tudo o que ela passou, eu já sabia que iria passar. Eu pude cuidar dela nas quimioterapias; acompanhei durante os exames e nas consultas. Quando chegou a minha vez de iniciar o tratamento, ela cuidou de mim. Teve um dia em que ela falou: ‘Xuxu, eu e você, você e eu’. Então, a gente vai se cuidando, trocando experiências, vendo o que pode ser melhor”, relata Wéllida.

Câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 73.610 casos, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a cada 100 mil mulheres.
Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminino é o de maior incidência no Brasil, em todos os estados. É uma doença rara em mulheres jovens; segundo o INCA, ocorre com maior incidência a partir dos 50 anos.
No caso de Wéllida e Renata, o diagnóstico de câncer de mama provavelmente teve influência genética, por conta do histórico familiar, como explica Dra. Betânia. “Muito provavelmente, houve alguma influência genética, talvez de algum gene que desconhecemos. Isso ocorre raramente, com uma história familiar importante e teste genético negativo. Acredito que ainda faltam estudos para que possamos descobrir quais outros genes estão envolvidos no surgimento do câncer de mama, mas acreditamos que há uma herança familiar”, esclarece a médica.
E como prevenir o câncer de mama?
Alimentação saudável, prática de atividade física, controle do peso, evitar o consumo de bebida alcoólica, não fumar e ter hábitos mais saudáveis podem ajudar na prevenção da doença.
Outro ponto importante a destacar na prevenção do câncer de mama é o exame de rastreio, como explica Dra. Betânia: “A mamografia é comprovadamente um exame que reduz a mortalidade por câncer de mama; é o único exame classificado dessa forma. Portanto, a mamografia está indicada para pacientes acima de 40 anos, independentemente de sentirem algo nas mamas ou não; é de extrema importância fazer o exame de rastreio.”

Anualmente, no mês de outubro, toda a atenção se volta para a saúde da mulher, especialmente para a saúde mamária. Isso porque, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o tipo mais comum na população feminina mundial, com cerca de 74 mil novos casos/ano e uma incidência crescente ao longo dos anos. Apesar dos números serem alarmantes, fatores associados ao não conhecimento da doença e suas formas de prevenção resultam em um diagnóstico cada vez mais tardio, em fase avançada.
Para conscientizar, educar e promover saúde não apenas às mulheres, mas a todas as pessoas, além de mudar os desfechos dos casos de câncer de mama no país, criou-se a campanha internacionalmente conhecida: ‘Outubro Rosa’. “Infelizmente, boa parte das pacientes (40%) são diagnosticadas em fase avançada da doença, o que implica em tratamentos de maior morbidade e mortalidade”, afirma o mastologista do Hospital de Amor, Dr. Idam Jr.
De acordo com o médico, o fator preponderante para transformar o câncer de mama de incurável para curável, é o diagnóstico precoce. “Isso faz com que a paciente tenha um tratamento menos complexo e mais ágil, o que favorece o retorno dela o mais rápido para as suas atividades habituais, como: trabalho, família e amigos”, explica Dr. Idam.
A eficácia da mamografia
Por meio dos exames preventivos, é possível realizar o diagnóstico da doença em uma fase assintomática, ou seja, quando a mulher não sente nenhuma alteração nas mamas. E aí vem a pergunta: qual deles é mais o eficaz?
Há muito tempo, diversos estudos vêm sendo realizados na tentativa de investigar o melhor exame para a detecção precoce do câncer de mama. Assim, a mamografia foi consagrada como o método que consegue diagnosticar este tipo de tumor em fases iniciais, permitindo maiores taxas de cura. Dados atuais mostram que, quando realizada de forma regular, a mamografia pode reduzir a mortalidade por câncer de mama em até 30%.
“Para a mamografia de rastreamento, ou seja, em mulheres assintomáticas, a indicação é a partir dos 40 anos de idade. Porém, há situações em que o exame pode ser indicado antes, principalmente em mulheres com alterações genéticas que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Assim como qualquer outro exame, ela possui limitações que podem diminuir a sua eficácia na detecção do câncer de mama – seja pela qualidade do exame, seja pela experiência do médico que lauda, ou seja por fatores da própria paciente, como as que possuem mamas densas, por exemplo, em que há uma maior concentração de glândula mamária. De qualquer maneira é importante lembrar que: a mamografia não faz nenhum diagnóstico, ela seleciona as pacientes que precisam ou não de uma investigação por meio da biópsia”, alerta o mastologista.

Transformando o câncer de mama no país
Sempre conscientes de que ‘prevenção é o ano todo e em todos os lugares do Brasil’, o Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência – possui o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Atualmente, a instituição conta com 27 unidades fixas de prevenção e 52 unidades móveis para levar atendimento humanizado e de alta qualidade a quem mais precisa, sobretudo nas regiões mais remotas do Brasil.
Em mais de 60 anos de história, sendo mais de 30 deles dedicados a realização de um projeto incrível de rastreamento mamográfico e busca ativa (o maior da América Latina), que visam reduzir as desigualdades de acesso à saúde e salvar milhares de vidas, a instituição vem transformando a realidade do câncer de mama no país. “Somos a única instituição do Brasil que desenvolve um projeto de rastreamento com todo o seguimento horizontal, ou seja: se a paciente tem alguma alteração na mamografia, todo o processo de diagnóstico e tratamento do câncer de mama é conduzido da melhor forma dentro do próprio HA. Além disso, por meio das unidades móveis, conseguimos garantir o acesso de milhares de mulheres ao exame, o que pode mudar a vida delas. Da mesma forma, ao expandir as unidades para a região norte e nordeste do país, estamos levando a possibilidade de diagnóstico precoce para essas regiões, que apresentam números reduzidos de mamógrafos disponíveis”, conta o Dr. Idam.
A jornada da mulher na prevenção do HA
No Hospital de Amor – e em todas as suas unidades de prevenção espalhadas pelo país – não há a necessidade de pedido médico para a realização do exame de mamografia (desde que a paciente possua os critérios para a realização dele). O processo é simples:
1) A mulher faz a mamografia.
2) Caso o exame não evidencie alterações, a paciente recebe o resultado e as recomendações para a próxima realização.
Caso seja identificado alguma alteração, a paciente é convocada para retornar à unidade e prosseguir com a complementação, seja ela uma nova mamografia ou uma ultrassonografia.
3) Se confirmada a alteração, a paciente passa em consulta com o mastologista, que a orienta sobre a necessidade ou não de uma biópsia.
4) Confirmado o câncer por meio da biópsia, a paciente é orientada sobre a individualização e personalização do tratamento, pois, apesar de ter nome único “câncer de mama”, nenhum caso se comporta igual ao outro.
Nesse processo de individualização, os profissionais avaliam o estadiamento da doença (tamanho e acometimento dos linfonodos), idade da paciente, status menopausal, subtipo do câncer de mama (tumores com receptores hormonais, tumores HER2+ e triplo negativo), outras doenças da paciente e suas preferências.
5) Com isso, a equipe desenhada a estratégia do melhor tratamento, seja iniciar com a cirurgia ou, em alguns casos, com a quimioterapia.
O trabalho de rastreamento do Hospital de Amor tem início com a educação, destinada ao público feminino e aos profissionais de saúde das mais diversas cidades atendidas pela instituição. Além disso, em algumas localidades, a equipe do HA faz visita as mulheres resistentes à realização do exame, para esclarecer sobre os seus benefícios e aumentar a adesão. “Em todas as fases da jornada da mulher na prevenção, o Hospital de Amor oferece o que há de melhor e mais moderno, assegurando que, ao realizar um exame de mamografia, ela esteja com o melhor mamógrafo disponível, as técnicas de radiologia mais atualizadas e os médicos mais especializados. Todos dedicados para garantir que essa mulher tenha um diagnóstico precoce”, declara o mastologista.
Recomendação
Se você é mulher e tem entre 40 e 49 anos, faça sua mamografia anualmente. Se você é mulher e tem entre 50 e 69 anos, faça sua mamografia a cada dois anos. Consulte seu médico regulamente e esteja em dia com sua saúde!
Para saber mais, acesse: ha.com.vc/outubrorosa.

“Eu nunca ouvi o choro da Mariana depois da cirurgia. Um choro, algo tão simples! Foram cinco meses de absoluto silêncio, e isso foi muito difícil”, conta emocionada Fernanda Zeferino, mãe de Mariana Zeferino Silva, paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil.
Receber um diagnóstico de câncer é muito difícil e abala toda a estrutura familiar, principalmente quando o diagnóstico é em uma criança de um ano e sete meses, como foi o caso de Mariana, carinhosamente chamada de ‘Maricota’. Fernanda e seu marido, Wagner do Nascimento Silva, receberam o diagnóstico de sua filha durante uma viagem em família. Foram 25 dias de internação em dois hospitais diferentes, em uma cidade onde estavam a passeio.
“Ela era um bebê, de um ano e sete meses, e tinha um tumor já de seis centímetros. Durante a viagem, ela começou a vomitar e sentir náuseas e o que mais nos estranhou foi quando ela andou apenas um metro e meio, desequilibrou e caiu. Na hora, pensei que era fraqueza. Foram 25 dias internada em dois hospitais diferentes, até que fizeram uma ressonância que revelou um tumor de seis centímetros e hidrocefalia (acúmulo de líquido nos ventrículos do cérebro)”, explica Fernanda.
Com o resultado da ressonância, foi solicitado o encaminhamento para o HA Infantojuvenil, que em dois dias recebeu a família em Barretos (SP).
Tratamento oncológico
No mesmo dia em que deu entrada no HA Infantojuvenil, em dezembro de 2022, Maricota foi submetida à primeira cirurgia. O tumor localizado na região do 4º ventrículo, uma cavidade com líquido entre o cerebelo e o tronco cerebral, comprimia essa cavidade, gerando hidrocefalia, causando uma pressão intracraniana elevada, uma condição que necessitava de tratamento urgente.
“Quando ela deu entrada no hospital, encaminhamos Mariana imediatamente para cirurgia. Colocamos um dreno externo provisório, chamado derivação ventricular externa, para aliviar a pressão intracraniana. Assim, ela pôde realizar exames adicionais e foi operada quatro dias depois para a retirada da lesão. Foi uma retirada completa e o resultado da biópsia foi ependimoma do grupo A, grau 2. Um tumor maligno, cujo principal tratamento é a cirurgia”, explica o coordenador da neurocirurgia pediátrica do HA Infantojuvenil, Dr. Carlos Roberto de Almeida Jr.
Devido ao quadro clínico, ‘Maricota’ ficou bastante debilitada e esse foi um dos momentos mais difíceis do tratamento, como conta Fernanda. “Foram cinco meses de absoluto silêncio e isso foi muito difícil. Ela voltou muito debilitada, não falava, não caminhava mais, não tinha expressão facial”.
Essas sequelas que ‘Maricota’ apresentou após a cirurgia de ressecção do tumor, eram provenientes dos sintomas que ela já sentia antes do diagnóstico, como explica o neurocirurgião pediátrico da unidade, Dr. Lucas Caetano Dias Lourenço. “As alterações e sequelas começaram antes do tratamento. Quanto maior o tempo entre o início dos sintomas neurológicos e o diagnóstico, maiores são as chances de danos ao sistema nervoso. Outro fator é a região em que o tumor se encontrava, próximo ao tronco cerebral. Esse tipo de cirurgia é extremamente difícil (as grandes séries mundiais indicam 40% a 50% de chances de remoção completa do ependimoma). Ela apresentou alterações de marcha, atraso no desenvolvimento da linguagem e paralisia facial periférica como sequelas”, afirma.

Após a recuperação da cirurgia, ‘Maricota’ iniciou o processo de reabilitação no Centro de Reabilitação do HA. Fisioterapia, equoterapia e fonoaudiologia foram fundamentais, promovendo um grande avanço em suas funções motoras. “Começamos a reabilitação com ela. No começo, era acompanhada pela tia Deise, depois passou para o tio Everton e Dilene, na equoterapia e fonoaudiologia. Todo esse tratamento foi um divisor de águas. Todo o apoio e a equipe multidisciplinar que o hospital nos ofereceu foram maravilhosos”, acrescenta a mãe Fernanda.
Recidiva
O principal medo dos pais da pequena ‘Maricota’ era a recidiva da doença e, infelizmente, nove meses depois da primeira ressecção, o mesmo tumor voltou. Durante esse período, além do tratamento de reabilitação, ela também realizava acompanhamento periódico no HA Infantojuvenil e, em um dos exames de rotina, foi identificada uma nova lesão no mesmo local.
“Durante quase um ano, Mariana ficou em acompanhamento, realizando exames de imagens periodicamente. Em um desses exames, descobrimos que a lesão havia voltado e estava crescendo. Ela foi reoperada, com a retirada completa da lesão e, para controlar a doença, foi submetida a sessões de radioterapia”, declara Dr. Lucas.
Fernanda conta que uma das preocupações com esse novo tumor era uma possível regressão de tudo que a filha havia evoluído com a reabilitação, mas a garotinha saiu da cirurgia melhor do que entrou. “A gente já tinha conseguido grandes avanços com ela na reabilitação e quando veio a recidiva, ficamos muito temerosos de uma regressão. Mas, novamente, com a intervenção de Deus, por meio do Dr. Carlos e do Dr. Lucas, foi realizada a ressecção completa do tumor e fomos encaminhados para radioterapia. Foram 30 sessões e, na idade dela, é necessário sedá-la. No entanto, ela foi sedada apenas nas duas primeiras sessões, nas outras, passou louvando a Deus, cantando e não teve nenhum sintoma. Para a honra e glória do Senhor, não houve nenhuma perda e ela saiu da cirurgia melhor do que entrou”, conta a mãe, emocionada ao relembrar os desafios enfrentados durante o tratamento da filha.

Os milagres da vida
No dicionário, a palavra milagre significa “acontecimento extraordinário, incomum ou formidável que não pode ser explicado pelas leis naturais”. Para Fernanda, o significado de milagre é a sua filha.
Após a recidiva, ‘Maricota’ retornou à reabilitação e, depois de alguns meses, tem surpreendido a todos ao seu redor. Recentemente, ela olhou nos olhos de seus pais, no sofá de casa, e disse: “Eu quero andar”, conta a mãe emocionada.
No início dessa história, mencionamos que ‘’Maricota’ teve algumas sequelas e, ao iniciar o tratamento de reabilitação, estava muito fraca, com dificuldade para se sustentar em pé, realizar os exercícios e andar. Lembra? Hoje, com três anos, ela evolui a cada sessão e voltar a andar foi um passo importante para sua recuperação.
A surpresa de voltar a andar não ficou restrita apenas aos pais, mas também à equipe de reabilitação da instituição. Pouco mais de uma semana após ‘Maricota’ ter levantado do sofá e começado a andar, ela tinha uma sessão de fisioterapia com Dr. Everton Horiquini, fisioterapeuta do Centro de Reabilitação do HA. Pois ela andou, sozinha, até o encontro dele, que declarou: “foi uma surpresa linda”!
“Ser fisioterapeuta é um presente de Deus. Estamos com os pacientes quase o tempo todo durante o tratamento e acompanhamos todos os processos. Assim, nos tornamos amigos da família, torcemos juntos, choramos juntos e colocamos as crianças do hospital em nossas orações. Quando podemos participar ativamente do processo de recuperação e não apenas como espectadores, é um sentimento incrível. ‘Maricota´ me presenteou com essa surpresa! Foi lindo!”, declara.
O processo de reabilitação é árduo, mas a pequena está se saindo muito bem. “Os passos ainda estão inseguros, mas ela é valente, é forte, e com certeza vai se desenvolver ainda mais ao longo do processo de reabilitação. ‘Maricota’, mais uma vez, mostrou o quanto é forte e se superou; agora ninguém segura, está andando para todo lado”, comenta Dr. Everton Horiquini.
Futuro brilhante
Além do tratamento de reabilitação, ‘Maricota’ continua seu acompanhamento no HA Infantojuvenil. “Os exames mais recentes não mostram tumor, ou seja, não há tumor remanescente. Ela está atualmente em fase de acompanhamento para vigilância, com imagens periodicamente, a cada 6 meses. Ela está em reabilitação, então o foco agora é esse: seguimento e reabilitação”, declara o coordenador da neurocirurgia pediátrica da unidade infantojuvenil, Dr. Carlos Roberto de Almeida Jr.
Fernanda e Wagner sabem que a filha ainda tem um longo caminho na reabilitação, mas mantêm a esperança e a fé de ver a pequena com um futuro brilhante. “Eu espero vê-la correr, formar, casar. Espero ver meus netos. Espero um futuro brilhante para ela. Espero que ela sempre se lembre do que Deus fez na vida dela, o milagre que ela é. Mariana é o milagre que o Senhor nos presenteou, e que ela leve para onde for o nome desse hospital que tanto nos amou. Porque aqui, realmente, encontramos amor”, declara Fernanda.

Ependimoma
O ependimoma é um tumor cerebral que normalmente se desenvolve a partir das células dos ventrículos ou da medula espinhal. Esse tipo de tumor é o terceiro mais comum em pediatria e, geralmente, as crianças diagnosticadas com ependimoma têm cerca de seis anos de idade. No entanto, em alguns casos, pode ocorrer em crianças com menos de três anos, como no caso de ‘Maricota’.
Os principais sintomas são:
– Dores de cabeça seguidas de vômitos, que costumam acordar as crianças à noite devido à dor.
– Alterações na marcha, com dificuldade para andar e perda de equilíbrio.
– Alterações visuais (visão dupla ou embaçamento da visão).
Dr. Carlos Roberto de Almeida Jr. ressalta que “todos esses sintomas devem levantar a suspeita de tumor cerebral em crianças. Quando são muito pequenas, com menos de dois anos, os principais sintomas são vômitos, dificuldades para andar ou atraso no desenvolvimento”.

O Hospital de Amor Jales comemora um marco significativo, celebrando 14 anos de dedicação ao tratamento de câncer e cuidados de saúde de alta qualidade na região. Este aniversário especial é marcado não apenas por conquistas passadas, mas também por um olhar para o futuro com novos projetos que prometem fortalecer ainda mais sua missão.
Ao longo dos anos, o hospital expandiu suas instalações e serviços, buscando sempre inovações para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aumentar suas chances de recuperação. Isso inclui não apenas tratamentos clínicos e cirúrgicos, mas também programas de prevenção, diagnóstico precoce e cuidados paliativos.
Fundado com o objetivo claro de oferecer tratamento de qualidade e humanizado a pacientes com câncer, o HA Jales rapidamente se tornou um ponto de referência na região. A instituição não só oferece tratamento médico avançado, mas também promove um ambiente acolhedor e de apoio emocional para pacientes e seus familiares.
A comunidade de Jales (SP) e áreas vizinhas se beneficiam enormemente da presença do Hospital de Amor, que além de oferecer atendimento médico de ponta, promove a conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer. Assim, o Hospital de Amor Jales se destaca como um importante centro de saúde especializado no tratamento oncológico, mantendo o compromisso de cuidar e acolher seus pacientes com dedicação e excelência médica.

“Neste aniversário de 14 anos, refletimos com gratidão sobre o caminho que percorremos e celebramos as vidas que tocamos e os avanços que alcançamos”, afirma a gerente administrativa da unidade, Jéssica Donini. “Continuaremos trabalhando incansavelmente para oferecer o melhor atendimento possível e proporcionarmos sempre o melhor aos nossos pacientes.”
Um dos pontos altos desta celebração é a continuação do projeto de construção da nova cozinha e dos novos leitos do hospital. Essas novas instalações são projetadas não apenas para modernizar a infraestrutura do hospital, mas também para melhorar significativamente o conforto e a qualidade do atendimento aos pacientes. A nova cozinha e refeitório serão equipados para proporcionar refeições nutritivas e essenciais para a recuperação dos pacientes, e o bem-estar dos acompanhantes e equipe de colaboradores.
Além disso, a expansão dos leitos permitirá ao Hospital de Amor Jales aumentar sua capacidade de atendimento. Isso não apenas beneficiará os pacientes, mas também reforçará o compromisso da instituição em proporcionar um ambiente acolhedor e seguro para todos que buscam tratamento.
Estes projetos só são possíveis com a contribuição e doações de instituições, e “pessoas de amor”. Somos infinitamente gratos por toda ajuda recebida, graças a ela podemos aprimorar ainda mais nosso desempenho no tratamento de nossos pacientes.
A conclusão do projeto da nova cozinha e dos novos leitos da unidade será um passo significativo para garantir que a instituição continue a oferecer cuidados de saúde de excelência e a expandir seu impacto na comunidade.

O Hospital de Amor é cheio de histórias bonitas de fé, superação e finais felizes! Em seus mais de 60 anos, o HA já transformou, reescreveu e salvou a vida de milhares de pessoas. E dentre inúmeros motivos, este é um dos que justifica tanto amor.
A história do João Borges da Silva Junior, o querido Johny Barreto, tem tudo isso e algo a mais: o sentimento de gratidão! Seu primeiro contato com a instituição se deu em 2002 e surgiu pela admiração. O locutor foi convidado para apresentar uma das edições do Leilão ‘Direito de Viver’ em Palmeira D’Oeste (SP), em prol do HA e, como grande admirador da causa, aceitou. “Aquele evento foi um sucesso, e ele foi só o primeiro. Depois disso, desde 2007, comecei a narrar rodeios por todo Brasil e a apresentar diversos ‘Desafios do Bem’ – ação de arrecadação do HA”.
Atuando como locutor desde 1997, o barretense (que traz no coração o orgulho de possuir no ‘quintal de casa’ um hospital que é referência em oncologia), teve anos depois um envolvimento mais profundo com a instituição: como paciente.
Johny paciente
No final do ano de 2017, uma reviravolta mudou o rumo e os planos de Johny. Após sentir fortes dores abdominais e passar por uma consulta com especialista, o locutor foi encaminhado ao Instituto de Prevenção do HA para fazer exames preventivos. “Fiz o exame e, quando acordei da anestesia, a médica me disse que havia feito uma cirurgia para retirar um pequeno tumor do meu intestino. Dali 30 dias saiu a biópsia e o resultado me assustou”, contou.
Apesar do tumor de Johny não ser considerado invasivo, ele sentiu medo ao se ver do outro lado – agora como paciente. “Senti muito medo, principalmente ao esperar pelo resultado da biopsia, mas sempre tive uma sensação de paz, de que Deus estava comigo. Fiz os procedimentos necessários, acompanhei por alguns anos e, graças a Deus, o tumor sumiu”, explicou.

Johny acompanhante
Seis anos depois, no início de 2023, o caminho de Johny se cruzou novamente com o do Hospital de Amor! Desta vez, ele precisou que a instituição cuidasse do seu pai, João Borges da Silva, de 92 anos. “Meu pai tinha uma ferida bem grande na cabeça. Ele dizia que tinha machucado, porém era uma lesão que não cicatrizava. Após a consulta com o médico, foi feita uma biopsia e, mais uma vez o medo tomou conta de mim, pois ela recebeu o diagnóstico de câncer”.
De acordo com o locutor, a princípio o tumor aparentava ser na pele, mas após realizar vários exames constatou-se que a doença tinha atingido os ossos da cabeça. Também no HA, o senhor João realizou todo o tratamento na instituição e sabe quem foi seu acompanhante? O filho, Johny Barreto.
“O meu carinho e admiração já existiam pelo Hospital, mas durante os dias que meu pai ficou internado e que eu fiquei o tempo todo com ele, pude acompanhar a enfermeira passando de manhã dando os medicamentos; a fonoaudióloga ajudando ele a mastigar; a nutricionista; os médicos que passavam e conversavam todas as manhãs; os fisioterapeutas; o pessoal da limpeza; sem contar a alimentação que era muito boa, tanto para o paciente quanto para mim, que era o acompanhante. Ali eu pude perceber com mais detalhes o quanto é caro manter o Hospital de portas abertas, e o quanto seria difícil para uma pessoa, não só pobre, mas também de classe média, conseguir pagar um tratamento de combate ao câncer. A partir daí, minha vontade de ajudar o HA aumentou e cresceu dentro de mim”, afirmou Johny.
O senhor João finalizou todo o tratamento e segue bem, firme e forte ao lado da família.

Johny voluntário
O desejo virou realidade! Virou ação! Virou locução! Com um dom nato, Johny – que há 27 anos atua profissionalmente em locuções de rodeios e já fazia trabalhos em prol do HA – tornou-se voluntário em um dos eventos mais especiais promovidos pela instituição: o “Rodeio Pela Vida”.
Realizado em Barretos (SP), o evento, que neste ano chegou em sua quarta edição sendo recorde de público e de solidariedade, contou com a voz, narração e talento de Johny durante as competições desde o primeiro ano. “Eu fico muito feliz em dar uma pequena contribuição para o Hospital de Amor e espero participar desses eventos como voluntário por muito tempo”.
E depois de conhecermos e contarmos uma história tão bonita quanto essa, quer saber o que deixa nosso coração mais feliz ainda?
– Johny, depois de ser paciente, filho de paciente e voluntário, o que você tem a dizer sobre o HA?
R.: O Hospital de Amor é uma instituição muito séria, onde todos os funcionários tratam os pacientes e familiares com muito amor e carinho. O profissionalismo é impressionante, os equipamentos são de última geração. Posso dizer que já presenciei tudo ali dentro e, com base nisto, peço que as pessoas façam suas doações! A despesa ali é muito grande, mas o que os pacientes recebem não tem preço. Se hoje você não tem dinheiro para doação, doe uma parte de seu tempo em algum projeto para ajudar, seja voluntário de alguma forma, convide amigos, familiares, pessoas a sua volta, e ajude o Hospital de Amor.
Se o Johny falou, tá falado!
Doe!
Quer ajudar o Hospital de Amor a continuar salvando vidas? Então, faça a sua doação! Existem diversas formas de contribuir com a instituição, dentre elas, três que são rápidas, fáceis e seguras:
• pela página de doação (ha.com.vc/doar)
• pelo PIX (chave: doar@hospitaldeamor.com.br)
• pela Central de Relacionamento (17 3321-6607)
Independente de onde estiver, basta ter seu celular em mãos e doar qualquer quantia para ajudar o maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina. Faça parte dessa missão que salva milhares de vidas.
Natural de Santa Fé do Sul (SP), mas criada em Porto Esperdião (MT), a pequena Bianca Nogueira, de 13 anos, descobriu um tumor ósseo quando tinha apenas 12 anos. Enquanto brincava em uma rede no sítio, ela caiu e sentiu uma fisgada forte no braço esquerdo, mas inicialmente a jovem não contou do tombo para os pais. Com o passar dos dias, ela começou a sentir fortes dores no braço e então, a mãe, Edilane Nogueira, a levou até um médico.
O diagnóstico inicial foi dor de crescimento, algo muito comum na infância. Após a consulta, ela retornou para casa com uma receita médica de remédios específicos para aliviar a dor, porém, o desconforto voltou e se intensificou.
Durante meses, a Bianca não contou para os pais que a dor havia aumentado. Com medo dos pais não acreditarem nela, ela pegava analgésicos escondido no armário, ia para o sofá da sala e, segurando o seu terço, rezava para Nossa Senhora, dizendo: “eu vou rezar três Ave Marias e a senhora tira essa dor de mim?”.
Meses se passaram e Bianca continuou fazendo esse ritual, até que em uma noite, o seu pai, Eurico Nogueira, a viu tomando remédio escondido e, após conversar com Edilane, eles decidiram levá-la ao médico novamente.
A INVESTIGAÇÃO E O DIAGNÓSTICO
Eles partiram para a capital Cuiabá (MT) para passar por uma nova consulta. Desta vez, o médico responsável solicitou alguns exames de imagem para diagnosticar o motivo da dor que se intensificava cada dia mais.
Ao pegar o resultado do Raio-X, ele viu algo semelhante a uma linha na parte óssea da Bianca, mas para fechar o diagnostico, solicitou uma ressonância. Quando o resultado saiu, ele questionou a Bianca sobre um possível tombo, e então, neste momento, ela se lembrou de quando caiu da rede e contou para eles.
Após a conversa e a verificação nos exames, ele solicitou que a mãe da paciente procurasse um oncologista para verificar o exame, e então, começou a investigação.
No dia 19 de julho de 2023, o resultado da biópsia saiu: positivo para neoplasia.
QUANDO A FÉ SUPERA O MEDO
Com muita devoção à Nossa Senhora, a família da Bianca é católica, estando sempre presentes em missas e eventos religiosos. “Maria passa na frente” é uma frase que marcou essa etapa da vida da família. Enquanto a pequena rezava para Nossa Senhora e pedia para ela retirar a dor que estava sentindo, a sua mãe teve um sonho especial com a santa.
“Eu estava indo para Cuiabá (MT) para pegar o resultado da biópsia e tive um sonho com Nossa Senhora. Eu tenho muito medo de altura e no sonho eu estava em uma torre muito alta. Eu olhava para baixo e estava com muito medo, de repente, eu virei o pescoço e vi Nossa Senhora de Fátima e o Imaculado Coração de Maria atrás de mim e daí, eu acordei”, relata Edilane Nogueira.
A mãe conta que ficou pensando no sonho que teve, como se fosse um sinal. “Depois eu fiquei pensando o porquê daquele sonho, então, antes de chegar em Cuiabá (MT), eu disse para o meu marido ‘a notícia não é boa, a Bianca vai testar positivo para o câncer’ e quando ele me questionou o porquê, eu contei para ele sobre o meu sonho e interpretei como: ‘confia, porque eu estou contigo’. Depois disso, em todos os lugares que eu ia, tinha uma capela ou uma imagem de Nossa Senhora. Então, eu tive a certeza de que ela estava passando a frente de tudo e que tudo era providência”, compartilhou.
CHEGADA AO HOSPITAL DE AMOR
Bianca foi diagnosticada com Sarcoma de Ewing, um tumor que provoca dor óssea, que piora à noite ou com atividade e que pode ser confundido com infecções ou dores de crescimento.
Após o resultado, sempre com muita fé em Nossa Senhora e com o terço na mão, a família da Bia chegou em Barretos (SP) para tentar o tratamento na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor. Ao passar com o corpo clínico da instituição e fazer os novos exames, eles informaram que o tratamento iria durar aproximadamente dois anos, contanto com algumas intercorrências.
O tratamento iniciou com sessões de quimioterapia para reduzir o tamanho do tumor e, após isso, os profissionais do HA optaram por realizar uma cirurgia de ressecção. Durante a cirurgia, foi retirado o úmero – maior osso do membro superior – e colocado uma endoprótese (prótese não convencional, utilizada para substituição de grandes ressecções articulares oncológicas) total de úmero com articulação reversa no lugar. Após algumas horas de cirurgia, a família da pequena, que já imaginava uma amputação, teve uma boa notícia: com a quimioterapia, as células cancerígenas haviam diminuído 95%, o que facilitou para que a cirurgia da Bianca fosse bem-sucedida.
A CIRURGIA DA BIANCA NOGUEIRA | PARTE TÉCNICA

Ao conversar sobre o caso da paciente Bianca Nogueira, o ortopedista oncológico do Hospital de Amor, Dr. Sylvio Sargentini, relatou em detalhes como foi o processo cirúrgico. Para a unidade infantojuvenil do HA, a operação da Bianca foi muito especial. O motivo é pelo fato desta cirurgia nunca ter sido realizada na unidade, até aquele momento. Por ser um implante de alto custo, este procedimento aconteceu apenas em duas ocasiões na unidade adulta do HA.
Sargentini explica que os casos devem ser bem selecionados para que a função permitida pela reconstrução, com esse modelo de prótese, seja alcançada. “Os resultados desses procedimentos são surpreendentes porque os pacientes além de apresentar uma função melhor de ombro, não se queixam das próteses que podem sair do lugar”, esclarece. Em alguns casos, as próteses que não contém articulação da glenoide (articulação do ombro), podem ser instáveis e gerar uma luxação.
Com uma endoprótese total de úmero com articulação reversa, eles fizeram uma ressecção (retirada) do tumor ósseo e realizaram a substituição. De acordo com o especialista, a prótese utilizada no caso da Bianca permite que ela consiga realizar os movimentos do ombro. Durante a cirurgia, manteve-se a musculatura do manguito rotador e do músculo deltoide, o que permitiu com que ela faça o movimento.
A cirurgia da paciente durou cerca de três horas e foi muito bem-sucedida. Atualmente, ela ainda continua com o seu ciclo de quimioterapia e realizará algumas sessões de fisioterapia para adaptação de movimentos com a nova prótese.
A REABILITAÇÃO
Após 60 dias com a tipoia para auxiliar na recuperação da cirurgia, a pequena iniciou as sessões convencionais de fisioterapia. De acordo com os profissionais do Centro de Reabilitação do HA que cuidam da Bianca, com a dedicação e o apoio da família, a recuperação da jovem está sendo bem-sucedida, com previsão de alta em menos de um ano.
HUMANIZAÇÃO, AMIZADE E NOVOS LAÇOS
Quando a família recebe o resultado positivo do diagnóstico, o chão caí e o mundo dá uma volta em 360º. Ao questionar a professora de educação infantil e mãe da paciente Bianca, Edilane Nogueira, ela relata que começar o tratamento é viver no escuro. “Eu digo para ela [Bianca], ‘sempre um dia de cada vez, a preocupação de hoje basta e a de amanhã, deixa pra amanhã’.
Emocionada, ela continua falando sobre a importância do Hospital de Amor para ela. “Eu já conhecia o HA, a minha irmã fez tratamento aqui quando foi diagnosticada com câncer de mama. Aqui é um pedaço do céu na terra, eu nunca vi um local com tanta humanização, sabe? Eu admiro o trabalho do Henrique Prata. Eu admiro o trabalho das pessoas que trabalham aqui”, relatou.
Cada família tem a sua própria vivência, mas, neste momento de preocupação e angústia, eles se unem e se apegam nas pessoas que estão passando pela mesma situação, criando uma relação familiar. Este foi o caso da Edilane Nogueira e da Rosania Silva, que é mãe da paciente Lauani.
Rosania foi quem acolheu Edilane quando ela chegou no HA com a Bianca. Ela aconselhou, ajudou e cuidou da Edilane, pois sabia exatamente o que ela estava passando naquele momento. Desde então, juntas, elas se ajudam e dão força uma para a outra, além de acolher outras as mães que estão com as mesmas preocupações que as delas.
Mas o amor e o afeto não pararam por aí. As pacientes Bianca e Lauani também se aproximaram e se tornaram amigas. Para a Bia, esta relação das duas é muito importante e ela vê a amiga como uma irmã. “Ela tem um carinho por mim e eu tenho um carinho por ela, é como se fôssemos irmãs. Toda vez que a gente se vê, a gente conversa”, relata a pequena.
Bia ainda conta que aprendeu muitas coisas no HA e com as amizades que fez na instituição. “Durante o tratamento, eu aprendi a olhar o próximo. Eu posso estar passando por uma dificuldade, mas a outra pessoa pode estar pior e, ainda assim, estar sorrindo”, desabafou a jovem.
O CONCURSO RAINHA RODEIO PELA VIDA 2024
Apesar das adversidades, os pacientes do Hospital de Amor conseguem se redescobrir, se fortalecerem, valorizarem as pequenas coisas e aproveitarem todas as oportunidades da vida. Com a Bianca, não foi diferente!
Como uma forma de participar das atividades institucionais, ela se inscreveu para a 3ª edição do Concurso Rainha Rodeio Pela Vida e ganhou como Madrinha do Amor 2024.
O concurso é um evento onde as pacientes da unidade infantojuvenil do HA participam para representar a instituição durante o Rodeio Pela Vida, uma festa solidária, na qual, todos os recursos arrecadados são revertidos para o Hospital de Amor.
Ao participar desta experiência especial e agitada, a Bianca pôde se redescobrir, criar laços, aprender coisas novas e aproveitar oportunidades inesquecíveis.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 é de 10.990 novos casos de câncer de esôfago no Brasil. Esses números representam a quantidade de pessoas diagnosticadas com essa condição a cada ano.
A soma de vários fatores contribui para o aumento deste tipo de câncer. O Hospital de Amor conversou com o médico do departamento de oncologia clínica do HA, em Barretos (SP), Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, para esclarecer dúvidas frequentes e explicar melhor o desenvolvimento da doença.

R: O câncer de esôfago é o oitavo câncer mais comum ao redor do mundo e a sexta causa de morte por câncer no mundo. No Brasil, é a sexta causa de câncer em homens e a quinta de morte por este tipo de tumor. É importante entendermos que no esôfago podemos ter “02 doenças” (ou 02 histologias) que chamamos de “câncer de esôfago”: o carcinoma espinocelular (CEC), que geralmente surge na parte superior e média do esôfago, e o adenocarcinoma, que geralmente surge na parte inferior (perto do estômago) do esôfago. Eles são diferentes não só no que se refere à localização mais frequente, mas também em termos de distribuição geográfica, fatores de risco, biologia e comportamento.
R: Para o CEC de esôfago, os principais fatores de risco são: cigarro e álcool (os principais), acalasia (distúrbio raro que dificulta ou impede que o esôfago direcione os alimentos para o estômago), infecção por HPV (Papilomavírus humano), lesão cáustica (por ingestão de soda cáustica por exemplo) previa e baixa ingestão de frutas e vegetais. Já para o adenocarcinoma de esôfago, os principais fatores de risco são: doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), esôfago de Barret (metaplasia do esôfago causada pelo refluxo), obesidade e tabagismo.
R: Não existem testes validados para a prevenção do câncer de esôfago. Devemos considerar endoscopia (EDA) periódica para pessoas que têm um risco aumentado de desenvolver essa condição, são elas:
– Doença do refluxo gastroesofágico sintomática;
– Pessoas que já possuem o diagnóstico de ‘Esôfago de Barret’;
– Pessoas que têm acalasia, ingestão de soda cáustica.
R: Sim, a baixa ingestão de frutas e vegetais é um fator de risco para o câncer de esôfago. Além disso, a obesidade é um dos principais fatores de risco para o adenocarcinoma de esôfago.
R: O tratamento depende de qual tipo de câncer de esôfago o paciente tem (CEC ou adenocarcinoma), depende do estágio em que a doença se encontra e das condições clínicas dele. Mas é primordial uma abordagem multidisciplinar. No Hospital de Amor, os casos de câncer de esôfago são discutidos em reunião multidisciplinar com a participação de médicos oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas e radiologistas. Além da equipe médica, é muito importante um acompanhamento com a enfermeira da especialidade, nutricionista, fonoaudiólogo e psicólogo. O tratamento pode variar desde uma simples retirada do tumor por via endoscópica, até quimioterapia, radioterapia e cirurgia.
Lembre-se sempre de consultar um médico especialista e adotar um estilo de vida mais saudável. Estes são passos importantes para proteger sua saúde.