Transparência, prestação de contas, avanços e desafios! Estas foram algumas das pautas abordadas no “Encontro Anual de Parcerias Corporativas” do Hospital de Amor, realizado no último dia 4 de setembro, em Barretos (SP), pelo departamento de Parcerias Corporativas do HA.
Neste ano, cerca de 200 participantes, dentre eles parceiros, apoiadores e doadores da instituição, além de colaboradores e diretores do hospital, se reuniram no IRCAD América Latina para conferir a apresentação dos indicadores do HA referentes ao último ano; seu impacto social em todo o Brasil; as novas contrapartidas – que são tão importantes para que as parcerias com o universo corporativo sejam mais visíveis e também atualizadas com o novo momento do mundo; e como as doações contribuem, na prática, com o serviço de prevenção, assistência, ensino e pesquisa em câncer.
Esta edição trouxe ainda com um momento especial e superimportante: a Assinatura do Pacto Global ESG “Somos o S do seu ESG” – termo que se refere a práticas ambientais, sociais e de governança corporativa de uma empresa. Trata-se de um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma entidade é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada.
A cerimônia contou também com painéis do cientista de dados, André Pinto; do diretor médico das unidades móveis, Dr. Raphael Haikel Jr.; do coordenador de campanhas, Thiago Linhares; do coordenador do Núcleo de Educação em Câncer (NEC), Gerson Vieira; do gerente de parcerias corporativas, Cleber Delalibera; do gerente de inovação do Harena (hub de inovação do HA), Guilherme Sanchez; e do presidente da instituição, Henrique Prata.
De acordo com Prata, poder apresentar o relatório anual do Hospital de Amor aos parceiros da instituição, é uma ótima oportunidade para demonstrar a real importância de todas as formas de doação, seja espontânea ou via incentivo fiscal. É também uma chance para frisar, que se não fosse o despertar da consciência da sociedade civil, muito provavelmente o HA não conseguiria oferecer um tratamento honesto e digno aos seus milhares de pacientes, já que, atualmente, o poder público destina apenas 22% da verba necessária para custear o funcionamento da instituição, gerando um déficit mensal que ultrapassa os R$ 48 milhões.
“Nós temos um parque tecnológico altamente avançado, um centro focado em pesquisa oncológica que é reconhecido mundialmente e um dos maiores programas de prevenção em câncer do mundo. Isso é o que faz a diferença entre a medicina já ultrapassada oferecida e custeada pelo SUS, do qual 80% da população brasileira depende, e o que nós estamos fazendo aqui, também de forma 100% gratuita. E é possível ir além, fazer ainda mais e muito melhor! Existem novos protocolos e terapias, como a imunoterapia e as terapias-alvo, que ainda não conseguimos disponibilizar pelo alto custo envolvido, mas pode se tornar possível com a mobilização de toda a sociedade, de pessoas físicas e jurídicas”, afirmou.
Para ele, dividir os resultados de todo o trabalho realizado no último ano é o que dá folego de propagar a necessidade de ampliar as doações para fazer não apenas o que é melhor, mas o que é certo e justo para os pacientes. “Agradeço eternamente, de coração, a cada um de vocês, nossos parceiros. Saibam que vocês fazem parte da maior missão do Hospital de Amor: salvar vidas todos os dias!”, finalizou Prata.
Depois da apresentação dos indicadores da instituição, os participantes puderam assistir, em primeira mão, ao documentário “Expedição HA Amazônia”, que mostrou parte do trabalho desenvolvido pelo departamento de Prevenção, por meio de suas unidades móveis. E para que esses parceiros, apoiadores e doadores pudessem ver de perto a atuação da instituição, eles visitaram o Hospital de Amor Infantojuvenil, o Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA), o Instituto de Prevenção e o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP).
Conforto, acolhimento, amor e qualidade de vida! Esses são alguns dos propósitos do Programa “Espaço da Família Ronald McDonald” Hospital de Amor. O espaço foi reinaugurado no dia 17 de agosto, na unidade infantojuvenil do HA, em Barretos (SP), com uma cerimônia para marcar a celebração.
O projeto – fundado pelo Instituto Ronald McDonald, em parceria com o Hospital de Amor – visa proporcionar uma experiência menos desgastante e mais humanizada dentro dos hospitais, contribuindo com a adesão ao tratamento do câncer. Com brinquedoteca, salas de atividades infantil e juvenil, cineminha, área de alimentação com copa, sanitários, fraldário e guarda volumes, o ambiente, muitas vezes, transforma a experiência de crianças, adolescentes e seus familiares.
“Nos sentimos honrados e muito felizes em poder reabrir esse espaço em Barretos, que é referência no tratamento oncológico no Brasil. Reconhecemos a dificuldade de enfrentamento de um câncer e, por isso, trabalhamos diariamente com o propósito de impulsionar e promover um amanhã mais saudável e com maiores oportunidades para todos. Nosso objetivo é oferecer uma realidade mais leve, onde crianças em tratamento de câncer e outras patologias, que vivenciam uma rotina de muitas horas em hospitais, se sintam acolhidas e bem cuidadas, com infraestrutura e atividades que tornam o tratamento e tempo de espera menos desgastante”, destacou a CEO do Instituto Ronald McDonald, Bianca Provedel.
Reabertura
Ao final de 2019, o “Espaço da Família” entrou em reforma geral para renovar o ambiente e mobiliário, que contemplou a renovação do revestimento de piso e parede, mobiliário e equipamentos. No período em que estava sendo concluído, foi decretada a pandemia da COVID-19 e somente agora, em 2023, foi possível a finalização para a reabertura da área.
“É uma imensa alegria e gratidão a celebração da reabertura do tão aguardado ‘Espaço da Família Ronald McDonald’ em nosso hospital, um local que sempre esteve em nosso coração e faz parte de nossa missão de cuidar das crianças e jovens em momentos desafiadores de suas vidas. Não há palavras suficientes para expressar o quanto esta realização significa para todos nós. A jornada até aqui foi repleta de esforço, dedicação e cooperação de cada membro desta equipe incansável. Desde o início, mantivemos em mente o propósito essencial desse espaço: que é proporcionar conforto, acolhimento e um ambiente de esperança não apenas para nossos jovens pacientes, mas também para suas famílias”, explicou a Diretora Administrativa do Hospital de Amor Infantojuvenil, Daniela Santana.
Antes de ser fechado, o ‘Espaço da Família Hospital de Amor’ (que teve suas operações iniciadas em 2012) contou com o investimento de R$ 459.158,73 para implementação, sendo 100% apoiado pelo Instituto Ronald McDonald, através da campanha do McDia Feliz, e contava com cerca de 905 visitas mensais ao local.
“Com recursos do McDia Feliz conseguimos auxiliar em mais de 54% do investimento total do ‘Espaço da Família’, somando mais de R$ 108.810,75. Temos muito orgulho de poder proporcionar o atendimento de 60 pessoas simultaneamente no espaço que tem 120 m², e muita infraestrutura para as famílias, como brinquedoteca, banheiros privativos com chuveiro, sala de computadores com internet e cinema!”, destacou a CEO da organização. O total da obra foi de R$ 243.053,42 que contou com apoio de outros parceiros fundamentais para a realização.
Cerimônia
A cerimônia de reabertura do “Espaço Família” no HA contou com a presença de membros do Instituto Ronald McDonald, colaboradores da unidade infantojuvenil do hospital, diretores, médicos, pacientes e seus familiares.
Depois de cortar a fita inaugural e descerrar a placa, todos foram convidados a visitar as novas instalações e celebrar o evento com um delicioso café da manhã. “Se hoje estamos aqui celebrando essa reinauguração, é graças a todos da equipe do HA, a Daniela Cherfen (arquiteta que projetou e colocou em prática esse sonho), e todos os parceiros que ela trouxe para apoiar o projeto. O Instituto Ronald McDonald se orgulha em fazer parte da história do HA, pois nossos objetivos se convergem em muitos sentidos, buscando dar a todas as famílias acolhimento e estrutura, além de semear a esperança de um futuro diferente!”, finalizou a Gerente de Programas, Inovação & Advogacy do Instituto Ronaldo McDonald, Danielle Basto.
Oito unidades no Brasil
Atualmente, o Programa “Espaço da Família” está presente em outras 8 instituições nos estados de São Paulo, Brasília, Mato Grosso e Paraná, sendo elas: Hospital GRAACC (SP), Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (DF), Hospital Erasto Gaertner (PR), Hospital de Câncer de Mato Grosso (MT), Hospital de Amor (Barretos), Hospital GPACI (SP), Hospital do Itaci (SP) e Hospital Dr. Jesser Amarante (Joinville).
Em 2021, o Programa Espaço da Família Ronald McDonald celebrou 10 anos de atividade no Brasil. Apenas no último ano, o programa acolheu mais de 10 mil pessoas e foram servidos cerca de 3 mil lanches. Ao todo, o instituto investiu cerca de R$600 mil na operação das unidades pelo país.
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
No Brasil, o câncer de pele é o mais frequente entre todos os tipos da doença. Segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), entre 2023 e 2025, são esperados 705 mil novos casos de câncer no país por ano, dos quais 31,3% devem ser de pele não melanoma, o que corresponde a pouco mais de 220 mil novos casos. Quanto ao câncer de pele melanoma, o número de casos novos estimados é de quase 9 mil por ano, mas, apesar de ser menos comum, merece atenção, pois é considerado um tipo mais grave da doença, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (que é disseminação do câncer para outros órgãos) e alto índice de mortalidade quando diagnosticado tardiamente. De modo geral, o prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom quando há detecção em sua fase inicial. Por isso, estratégias de prevenção e diagnóstico precoce devem ser prioritárias.
Pensando nisso o Hospital de Amor, por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e unindo as frentes de Pesquisa, Prevenção e Inovação, desenvolveu um projeto pioneiro, intitulado ‘Projeto Retrate’, que possui o fomento do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica – PRONON, implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da oncologia. A proposta, que acaba de começar a funcionar para o público, foi o de criar uma cabine de autoatendimento que ficará à disposição da população em locais de grande circulação, facilitando o acesso à uma avaliação primária, além de um aplicativo que possibilita o envio de fotos de lesões suspeitas de qualquer lugar, que serão avaliadas pelos especialistas da instituição.
Neste primeiro momento, a cabine ficará instalada no North Shopping Barretos, na cidade de Barretos (SP) – e o app (clique para acessar) terá funções liberadas apenas para telefones de DDD 17. Durante nove meses, o equipamento coletará informações dos usuários, como dados cadastrais e imagens, que serão enviados diretamente para o HA. Com essas informações em mãos, um laudo será gerado e, no caso de lesões suspeitas, esse usuário será convocado com prioridade para análise mais precisa com um médico especialista. A cabine e o aplicativo para dispositivos móveis contam também com experiências que visam proporcionar o aprendizado da população sobre como prevenir o câncer de pele, como identificar possíveis melanomas e também sobre a extrema importância do uso do filtro solar.
O projeto, que está sob responsabilidade do Dr. Vinicius de Lima Vazquez, cirurgião oncológico do HA e Diretor Executivo do IEP; da Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, dermatologista do HA; e da Dra. Raquel Descie Veraldi Leite, fisioterapeuta e doutora em Oncologia pelo HA, prevê, ainda, equipar todas as Unidades Básicas de Saúde do município com dermatoscópios, expandindo o projeto de teledermatologia da instituição, com o intuito de tornar mais eficiente a comunicação entre os profissionais da Atenção Básica de Saúde e a equipe do departamento de Prevenção do HA. Além disso, profissionais de estética e cuidados corporais, que tem contato visual com o corpo de seus clientes e que atuam na cidade, incluindo cabeleireiros, massagistas, esteticistas, tatuadores, podólogos, estão sendo capacitados e certificados como parceiros do projeto, com objetivo de expandir o a cobertura do projeto de prevenção.
Segundo a Dra. Raquel, “levar conhecimento faz com que os cidadãos se tornem autônomos na questão de tomar as próprias decisões em relação a sua própria saúde, de sua família e comunidade. O diagnóstico é crucial e aumenta as chances de um tratamento mais efetivo, uma melhor recuperação e uma maior qualidade de vida”, reforçou. A pesquisadora esclarece, ainda, que após os meses de consolidação e validação do projeto em Barretos, a cabine deverá se tornar um projeto itinerante e pode ser expandido são apenas para região, mas também para demais localidades do país.
Dez anos após sua primeira experiência pelo Caminho de Santigo de Compostela, que resultou também em sua primeira jornada como escritor, com o livro ‘Acima de Tudo o Amor’, o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, retornou ao caminho sagrado na certeza de que teria o momento de introspecção e concentração necessário para dar vida ao seu novo livro: “O Parque dos Lobos – A medicina privada do dinheiro limitando a prática da saúde pública”, que denuncia, esclarece e convoca toda a sociedade para o enfrentamento dos entraves que dificultam a existência de uma saúde pública de qualidade no Brasil.
Mas afinal, quem são as pessoas que mandam na saúde do país? Para Prata, muitas dessas pessoas são verdadeiros lobos em pele de cordeiro! Sem medo de citar fatos e nomes, o presidente do HA, em seu novo livro, mostra os valores invertidos que encontrou durante mais de três décadas de gestão na área oncológica no SUS, além de expor a realidade de um sistema que parece se fechar, especialmente quando pessoas mais necessitadas precisam dele, explorando os vulneráveis para poder lucrar mais.
“Em meu primeiro livro, ‘Acima de Tudo o Amor’, abordo a fé e a solidariedade como fatores essenciais na construção do maior polo de referência nacional na luta contra o câncer. No livro, ‘A Providência’, falei sobre os milagres que levam a filosofia do Hospital de Amor para todo o país. Agora, com base em minha experiência de gestor de saúde, trago relatos que mostram as enormes dificuldades encontradas ao longo dos anos. Elas são reflexo das falhas que limitam a saúde pública no Brasil, e eu aponto suas origens para conscientizar a sociedade”, declara o autor.
De acordo com Prata, a obra traz relatos crus desta sua inspiradora trajetória repleta de inconformismo, frente a maior rede de atendimento oncológico 100% gratuito da América Latina. “Quero colocar luz sob os valores invertidos que percebo tanto na política, quanto na medicina, para que todos possam compreender como este país tem sido desonesto com muitos dos seus cidadãos”, finaliza.
Lançamento
O lançamento oficial do “O Parque dos Lobos” aconteceu no último dia 29 de junho, no IRCAD América Latina, em Barretos (SP). O evento contou com a presença de familiares e amigos de Henrique Prata, colaboradores do Hospital de Amor, autoridades locais e representantes, veículos de comunicação, além de membros da sociedade.
Ao adquirir a obra você também contribui com o HA, pois toda renda obtida com a venda do livro será destinada à instituição. Acesse: ha.com.vc/oparquedoslobos e garanta o seu!
Sobre o Hospital de Amor
Excelência em oncologia, o Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, fechou o ano de 2022 com 1.673.441 atendimentos realizados a 540.730 pacientes vindos de 2.531 municípios – isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.4% das cidades do país. O HA possui diferenciais de destaque, sobretudo dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, como uma filial do maior centro de treinamento de cirurgia minimamente invasiva do mundo – o IRCAD; um dos maiores serviços de prevenção em câncer do Brasil, com o maior número de unidades móveis para rastreamento e detecção precoce do mundo; e um Instituto de Ensino e Pesquisa focado em oncologia, incluindo um Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, que proporciona não apenas a possibilidade de grandes avanços em pesquisa científica na área e a formação de profissionais extremamente qualificados, mas também um tratamento mais personalizado e assertivo aos pacientes da instituição. Fruto de toda essa estrutura, desde 2018, a instituição se destaca como o primeiro hospital da América Latina no ranking da SCImago Institutions Rankings (SIR), um levantamento de reconhecimento internacional, que avalia a qualidade de instituições (públicas ou privadas) em todo o mundo, considerando os critérios: pesquisa, inovação e impacto social.
Desfilar na passarela, atrair muitos olhares, brilhar e ser protagonista dos holofotes faz parte do sonho de muitas jovens. Com a Ingrid Assis não é diferente! Natural do Amapá (AP), a adolescente de 15 anos parece ser uma jovem comum, mas apenas parece, pois tem algo de realeza nesta história de superação. Cheia de sonhos, desenvolta e muito vaidosa, ela precisou se mudar para Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento de osteossarcoma na tíbia direita, em março de 2022.
Elenita de Oliveira Silva, mãe da Ingrid e técnica em enfermagem, revela que a filha começou a apresentar dores no joelho. Após perceber que havia algo de errado com a jovem, ela então a levou para fazer exames e investigar o caso, foi quando receberam o diagnóstico de um tumor. Ao não ter recursos para um bom tratamento na sua cidade de origem e após receber o apoio de um parente que atua como médico ortopedista em Sorocaba (SP), e que conhece o HA, ele a ajudou nos tramites; foi quando a família da jovem decidiu se mudar para o interior de São Paulo.
“Eu conheci o HA por meio de um primo que me falou que o Hospital de Amor é um ótimo hospital e que tem um dos melhores tratamentos do Brasil. Vim para o estado de São Paulo ano passado e, na época, eu ainda não tinha certeza de que eu estava com câncer”, conta a jovem. Inicialmente, a esperança da família da garota é de que o tumor fosse benigno, mas infelizmente, a biópsia resultou em algo oposto ao desejo deles.“Na minha cabeça, era vir a Barretos, tirar o tumor e voltar para casa, achei que seria algo rápido, nada que mudasse a minha vida”, revela a adolescente. No entanto, após os exames foi constatado que o tumor era maligno e deste modo, a garota precisou passar pelo tratamento durante 31 semanas.
Ingrid explica que precisou fazer quimioterapia e que sofreu com a queda de cabelo e com tudo que os procedimentos oncológicos trazem aos pacientes. No meio desta jornada, a jovem precisou realizar uma operação na unidade infantojuvenil do HA. Ela fez a cirurgia, porém, devido à uma infecção, houve a necessidade da amputação da perna dela. “As pessoas aqui do hospital são muito acolhedoras e os médicos são atenciosos. No dia da minha amputação, meu pai me disse que o meu cirurgião quase chorou pela minha situação. Me sinto muito abraçada no Hospital de Amor”, relata a macapaense, sempre com um belo sorriso no rosto.
“Hoje ela é uma vencedora, graças a Deus e a este hospital. Eu estou muito feliz de ver como ela está e com a reabilitação dela. A fisioterapia aqui é maravilhosa. São processos e fases que ela tem vivido. Participar do concurso do rodeio trouxe mais ânimo e alegria para ela. Eu só tenho que agradecer a este local que nos acolheu tão bem”, conta Elenita ao ver a evolução de ver sua filha com a prótese.
Recomeço de uma nova história
Em abril deste ano, a jovem iniciou seu processo de reabilitação no HA, foi quando ela recebeu sua primeira prótese para poder voltar andar normalmente. A paciente conta com o apoio de uma equipe multiprofissional e da ‘Tia Deise’, como é carinhosamente conhecida a fisioterapeuta do HA, Deiseane Bonatelli. “A gente procura oferecer todo suporte necessário para que ela tenha uma maior independência na vida dela, para que ela possa fazer todas as necessidades possíveis”, conta Deise.
A profissional também revela a alegria de poder ajudar a garota a participar de um grande desafio. “Eu me sinto muito feliz de ver ela rainha do Rodeio pela Vida. Quando ela disse que iria entrar no concurso, eu combinei com ela para voltar aqui e treinar para andar bem bonito no dia da competição. Ela voltou, nós treinamos e ela venceu. Eu me sinto muito feliz por ela”, explica com os olhos marejados a ‘Tia’ que é muito querida por todos os pacientes, desde crianças, adultos e idosos.
Quando perguntada sobre o processo de aprendizado de voltar a andar, Ingrid, de imediato responde com um lindo sorriso no rosto: “Não tem limite. O seu limite é você mesmo, mas a prótese não te limita. Eu conheço um homem, pela internet, que escala com prótese”.
Mas engana-se quem pensa que Ingrid não tinha pisado em solo barretense antes de seu tratamento. “Eu vim a Barretos em 2019, para participar de um evento da igreja no qual congrego e nunca imaginei que eu voltaria para cá por outro motivo. É difícil, mas quando a gente entrega tudo nas mãos de Deus, tudo fica mais leve. Eu não sei até hoje porque eu perdi a minha perna, mas eu confio em Deus e sei que tudo tem um propósito”.
A competição e seu reinado
No início do ano, o HA abriu as inscrições para a 3ª edição do Rodeio Pela Vida 2023 – evento que acontece em Barretos (SP) e é organizado pela instituição, com renda 100% em prol do Hospital de Amor. Incentivada pela ‘Tia Lili’, uma das organizadoras do evento ‘Fadas Madrinhas’, Ingrid tomou coragem e fez sua inscrição.
Inicialmente, ela disse acreditar que no máximo ficaria no 3º lugar, pois o páreo parecia duro. Ao ser revelado seu nome como a rainha do rodeio, ela não escondeu a surpresa e ficou em êxtase. “Estou muito feliz de ter sido eleita a rainha, se puder, eu quero muito conhecer o padre Fábio de Mello e dar um abraço nele”, explica a garota entusiasmada.
Ao lado de Ingrid, o concurso elegeu a princesa, Jamily Yasmin Peres do Nascimento, e a madrinha Raquel Galvão de Oliveira. A 3ª edição do “Rodeio Pela Vida” teve início no dia 7 de junho e termina no dia 11 de junho, no Recinto Paulo de Lima Correa. Quando questionada sobre um conselho que a rainha daria para pessoas que estão passando pelo mesmo enfrentamento que recentemente ela concluiu, ela não titubeia e logo responde: “Se você está passando por um problema, confie em Deus que vai dar tudo certo.”
Você já ouviu falar sobre o câncer de endométrio? Saiba que sua incidência está aumentando em todo o mundo! Nos Estados Unidos, a doença já ultrapassou a do câncer de colo uterino e no Brasil os números também crescem. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para novos casos no país, é de quase 8 mil por ano.
Segundo especialistas, o aumento dos casos está ligado a alguns fatores de riscos, principalmente a obesidade, que vem aumentando nas últimas décadas. São eles:
Diagnóstico
O sintoma mais comum de câncer de endométrio é o sangramento anormal entre os ciclos menstruais ou os sangramentos após a menopausa. Felizmente, os sintomas se manifestam em estágios iniciais e 90% dos casos são diagnosticados rapidamente, aumentando os índices de cura. Quando ocorre um sangramento anormal, é importante buscar ajuda médica. De acordo com o cirurgião ginecologista oncológico do Hospital de Amor, Dr. Ricardo dos Reis, o profissional deverá solicitar um exame de imagem (ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética pélvica), que avaliará a camada interna do endométrio e se ele está espessado ou irregular. “A espessura normal, em uma paciente após menopausa, na presença de sangramento uterino anormal, é de até quatro milímetros, a partir de cinco milímetros, há suspeitas de lesões e é necessário realizar uma biópsia”, explica.
A biópsia do endométrio pode ser realizada a nível de consultório com dispositivos específicos ou com uma curetagem (raspagem) sob sedação. Também pode ser realizado uma histeroscopia, endoscopia do útero (teste ouro para o diagnóstico), exame realizado para observar a cavidade uterina e o endométrio.
Tratamento
Na maioria das vezes, em estágios iniciais, o tratamento é realizado por meio de cirurgia. Ela pode ser aberta (com corte) ou minimamente invasiva, sendo robótica ou laparoscópica. Com o resultado anatomopatológico, são avaliados alguns critérios, como: tamanho da lesão, histologia, tipo e grau do tumor, se há invasão do músculo do útero ou do colo uterino e se há células tumorais comprometendo os gânglios linfáticos. Portanto, com os resultados, é possível avaliar se a paciente vai fazer tratamentos adjuvantes, como radioterapia e/ou quimioterapia.
O Hospital de Amor prioriza pela operação minimamente invasiva e respeita um protocolo ouro. Esse diferencial contribui para cirurgias em pacientes obesas, idosas e com comorbidades. “O HA se diferencia por oferecer cirurgia minimamente invasiva e robótica, e, desde outubro de 2020, se diferencia também em oferecer avaliação molecular para o câncer de endométrio, sendo uma das únicas instituições a disponibilizar esse serviço no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, destaca Dr. Ricardo.
Diagnóstico Molecular
O diagnóstico molecular é um conjunto de métodos genéticos, visando a investigação de alvos de interesse a partir da análise do material genético, o DNA e o RNA, para identificar mutações genéticas que, neste caso, podem estar associadas ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer.
Com o diagnóstico molecular, os médicos podem identificar as mutações específicas que estão presentes no câncer de um paciente, ajudar no seu diagnóstico mais preciso e escolher o tratamento mais eficaz com base nos resultados. Isso pode incluir terapias direcionadas, que atacam diretamente as células cancerígenas com essas mutações específicas.
Estudos recentes descobriram uma nova classificação molecular do câncer de endométrio e desde 2020, o Laboratório de Diagnóstico Molecular do Hospital de Amor realiza essa avaliação molecular em todas as pacientes da instituição com tumor de endométrio.
Por meio da avaliação molecular do gene POLE, TP53 e análise da instabilidade de microssatélite (MSI) é possível classificar os tumores de endométrio em quatro grupos. É importante enfatizar que os estudos identificaram, até hoje, que esses quatro grupos moleculares trazem, principalmente, uma avaliação e uma caracterização clara do prognóstico das pacientes. Então, esse conhecimento permite uma tomada de decisão mais informada e precoce, pois avalia de forma mais adequada o prognóstico e, com isso, é possível proceder com um seguimento após tratamento de forma individualizada.
Para o cirurgião, o impacto principal no manejo clínico, nesse momento, é caracterizar essas pacientes em grupos de risco de recidiva da doença. “Com o diagnóstico molecular, eu sei se é uma paciente ‘de melhor prognóstico’ e com isso ter um acompanhamento mais individualizado e em algumas vezes sem a necessidade de pedir exames radiológicos para seguimento, e o oposto, onde terei que ficar mais vigilante e atento no seguimento. Então, realmente, eu acho que eu personalizo o seguimento oncológico após tratamento e acho que isso é importante. Também, num futuro próximo, poderemos individualizar a indicação de tratamentos adjuvantes com radioterapia e/ou quimioterapia baseado na avaliação molecular”, ressalta.
Além dos impactos no tratamento do paciente, há também um impacto econômico. Neste momento, o objetivo das pesquisas mundiais sobre o tema é ter, em breve, uma individualização para o tratamento adjuvante, ou seja, algumas pacientes, de algum grupo, talvez não precisem receber radioterapia e hoje, o Hospital de Amor realiza em todas. Então, no futuro, os profissionais poderão dividir, conforme o diagnóstico molecular, algumas pacientes não vão precisarão fazer tratamentos adjuvante. “A preocupação econômica também está presente na evolução do teste, que vai passar a ser realizada em um único ensaio de sequenciamento de última geração, tornando-o mais barato, além de mais rápido”, revela o coordenador científico do Laboratório de Diagnóstico Molecular do HA, Dr. Rui Manuel Reis,
Em média, 85 novos casos de câncer de endométrio chegam no Hospital de Amor anualmente. Até o momento, a instituição conta com mais de 220 pacientes no banco de dados, com avaliação molecular.
Oferecer tratamento de qualidade e de maneira humanizada é rotina no Hospital de Amor, principalmente, porque é comum haver o aumento de ansiedade antes e durante qualquer procedimento realizado pelos pacientes, sobretudo quando esses pacientes são crianças e adolescentes. Segundo o médico cirurgião pediátrico do HA, Dr. Wilson Oliveira Junior, no Brasil, são mais de 12 mil casos por ano de crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos, que passarão por procedimentos invasivos, como coletas de sangue, quimioterapias e cirurgias, apenas no tratamento oncológica.
Com o objetivo de poder oferecer mais conforto para esses pacientes da unidade infantojuvenil, em Barretos (SP), onde são diagnosticados cerca de 300 novos casos por ano, os profissionais do HA, em parceria com o estúdio Goblin e sob liderança do Dr. Wilson, desenvolveram o projeto ‘O chamado do Herói’, que, com o uso da realidade virtual, permite que o paciente esteja em outro ‘universo’ durante a realização do procedimento, possibilitando, assim, que ele sinta a sensação no mundo real, mas com um significado também no jogo.
O desenvolvedor de jogos e um dos fundadores da Goblin, Chris Silva, revela que o projeto ainda passa por adaptação e melhorias, mas o game que foi criado do zero especialmente para as crianças que tratam no HA já traz muitos benefícios. Além da felicidade que vem trazendo aos pequenos, ‘O chamado do Herói’ ficou em 2º lugar no programa Centelha, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Segundo o especialista do HA, nenhum outro hospital brasileiro (seja da rede particular ou SUS) oferece serviço semelhante ou equivalente às crianças com câncer. “A possibilidade de redução de dor e ansiedade das crianças e seus familiares traz efeitos benéficos a curto, médio e longo prazo, o que além de suavizar o tratamento e melhorar a dignidade dos indivíduos, traz redução de custos hospitalares, por exemplo, menos medicações para anestesia ou redução da dor, além do impacto extremamente positivo na vida social destes pacientes após o término do tratamento”, explica o médico. Ele conta, ainda, que todas as crianças acima de 3 anos, em tratamento para o câncer, podem ser beneficiadas com esta solução apresentada pelo programa.
“Até o momento, a aplicação foi oferecida a oito crianças que necessitaram de anestesia para realização de procedimento de quimioterapia intra-tecal”, conta o Dr. Wilson. O médico explica que a utilização dos óculos reduziu de forma expressiva a ansiedade da criança (e de seus pais) desde antes da entrada no Centro Cirúrgico, se mantendo e facilitando todo o processo”. Ao final, todas as crianças convidadas para participar da experiência relataram que o procedimento foi divertido e que em uma próxima vez que necessitassem de anestesia, elas iriam com muito mais tranquilidade ao Centro Cirúrgico do HA.
O enfrentamento da doença
O médico detalha que a trajetória da criança com câncer, de um modo geral, desde o diagnóstico até a cura (ou a paliação com dignidade) é um longo caminho, uma jornada hercúlea, digna de grandes heróis míticos. “O nosso projeto vem suavizar esta jornada. Esse programa nasceu por meio da observação do sofrimento diário das crianças com câncer diante dos inúmeros procedimentos que são submetidas todos os dias”, conta Wilson.
De acordo com o cirurgião, crianças com câncer, por realizarem inúmeros procedimentos invasivos que necessitam de anestesia, tendem a apresentar quadros ansiosos potencialmente exacerbados. Este quadro pode trazer inúmeros prejuízos para os pacientes, prejudicando a adesão e o tratamento em si. Desta forma, buscar métodos de redução de ansiedade é um desafio para a equipe envolvida no cuidado da criança, dentre estes métodos, aqueles que promovem distração antes e durante os procedimentos, especialmente, por meio de métodos audiovisuais, possuem um bom resultado.
Oliveira explica que o produto, ainda em desenvolvimento e validação, faz parte do projeto de Mestrado Profissional de Inovação em Saúde do HA da médica anestesiologista pediátrica do Hospital de Amor infantojuvenil, Dra. Leticia Bachette, e além de ser inovador por usar tecnologia de realidade virtual imersiva, será o pioneiro na sua aplicação em crianças oncológicas.
Em busca de uma solução para o alívio da dor e da ansiedade que a criança e seus familiares sofrem, sabe-se que atividades lúdicas são formas de ajudar as crianças a entender todo o procedimento que será submetida, ajudando-as a processar emoções, sentimentos e preocupações de uma forma mais fácil e menos ameaçadora. O médico comenta que dentro desse contexto, o uso da gamificação, que se utiliza da interação associada a um design de jogo num contexto que não seja de jogo, transforma procedimentos traumáticos, como uma punção venosa, por exemplo, em uma experiencia prazerosa e divertida. Para facilitar este processo, o uso de tecnologias imersas como a Realidade Virtual (RV) estende o ambiente sensorial da criança simulando a realidade física através da tecnologia.
Segundo o cirurgião, no “O Chamado do Herói”, a intenção é que a criança seja a protagonista da própria aventura. Quando for submetida a algum procedimento que envolva algo desconfortável, ela será transportada a um mundo de fantasia 3D, através do uso dos óculos VR, unindo as duas realidades, por meio da distração e da sensação tátil, visando transformar o que é sentido fisicamente em uma aventura no mundo virtual, a fim de combater os altos níveis de ansiedade e estresse relacionados a doença e seu tratamento. Por consequência também auxilia o círculo familiar mais próximo durante o processo.
Para o médico, a utilização de ferramentas de inovação tecnológica buscando transportar a criança em tratamento oncológico, no momento de seu sofrimento a um mundo de fantasia, fundindo animação em RV, com sensação tátil do tratamento, traz uma nova perspectiva de cuidado humanizado para a ‘Oncologia Pediátrica’, em todas as suas vertentes de cuidado. “De acordo com a filosofia do Hospital de Amor, a unidade infantojuvenil é o lugar ideal para esta ideia germinar e se desenvolver”, finaliza Dr. Wilson.
A importância do Harena Inovação
Para o Dr. Wilson, a participação do time do Harena (Centro de Inovação do HA), é essencial para a aceleração do projeto. “Com o auxílio gestor do Harena Inovação, Centro de Inovação Aberta do Hospital de Amor que seleciona, acelera e conecta startups inovadoras das áreas da saúde (atualmente com mais de 65 startups em seu portfólio), foi criado um Grupo de Trabalho em Realidade Virtual (RV) e o cuidado da criança com câncer, composto por médicos, desenvolvedores de games e pesquisadores, contribuem para a validação científica e uma comercialização posterior da ferramenta para diversos hospitais do país.
A história do Hospital de Amor foi construída e é feita, diariamente, por quem faz do cuidar sua principal missão! É o caso dos mais de 2 mil profissionais de enfermagem que estão distribuídos em todas as unidades da instituição.
Por isso, neste ano, para celebrar o ‘Dia Internacional da Enfermagem’, comemorado no dia 12 de maio, o HA convidou cinco colaboradores para contar as suas experiências de vida e resumir, em um breve relato, a importância da enfermagem e o amor que eles sentem pela profissão. Leia e se emocione:
Luciana Rodrigues dos Reis, 50 anos, enfermeira.
“É uma dádiva, Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas”.
“Escolhi a enfermagem devido a um fato que aconteceu comigo na adolescência. Quando tinha 18 anos, minha vizinha foi até minha casa pedir ajuda porque o pai dela estava se sentindo muito mal. Ao chegar lá, vi que ele estava ao chão e não responsivo. Então, chamamos ajuda e ao chegar na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), ele havia infartado e ido a óbito. Após este episódio, eu disse para minha mãe, Maria Mercedes, que iria estudar enfermagem para ajudar as pessoas.
Com o passar do tempo, conheci o Marcelo, meu esposo, e por meio dele conheci a minha sogra, dona Conceição dos Reis, que atuava na Santa Casa, na área de enfermagem. Ela nos direcionou e começamos a cursar enfermagem. Em 1997, entrei no ambulatório do Hospital de Amor, no departamento de enfermagem.
Um dia, quando estava na recepção ajudando nos agendamentos, veio uma mulher até mim e eu conversei com ela. Ela me entregou um presente e disse: “trouxe este presente para te acompanhar em sua trajetória, vejo você em seu atendimento e me emociono de ver o quanto é prestativa e educada, vejo amor em você”. Agradeci ela e ao abrir o presente, voltei meus olhos para agradecer novamente e ela não estava mais lá. Procurei por ela na recepção toda e não a encontrei. Lembro de ter comentado com as minhas colegas de trabalho que foi Deus quem enviou ela para mim.
O presente era uma imagem da Nossa Senhora das Graças e, desde então, sou devota dela, carrego a sua imagem comigo e em minhas orações peço proteção.
Eu trabalho há 28 anos na área e para mim, trabalhar com a enfermagem é ter um aprendizado todos os dias, então, procuro dar o melhor de mim. É uma dádiva Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas.”
Marcela de Oliveira Santos, 40 anos, enfermeira.
“Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um eu te amo ou um adeus”.
“Meu sonho era cursar medicina até conhecer a enfermagem. Eu encontrei minha verdadeira vocação quando comecei a trabalhar como auxiliar de enfermagem, em 2003, na UTI adulta do Hospital de Amor. Neste momento, eu descobri o amor e conheci pessoas que me ajudaram a ser quem sou hoje.
Quando conclui a faculdade de enfermagem, em 2008, continuei na UTI, onde me realizei como profissional até ser convidada a trabalhar com a equipe cirúrgica do digestivo alto.
O período na UTI marcou muito minha vida, porque eu aprendi a deixar de lado os problemas pequenos e entendi que cada minuto com quem amamos vale muito mais. Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um “eu te amo” ou um “adeus”.
Após alguns anos, eu fui para ‘Atenção Primária’ e aprendi muito sobre um mundo ainda desconhecido. Eu vi pessoas machucadas, observei que a fome muitas vezes é maior que a dor de uma doença e percebi que com amor podemos mudar um pouco este mundo.
No HA, eu encontrei profissionais que trabalham com amor e dedicação, que fazem todo o sofrimento se tornar uma esperança de um final feliz. Em cada lugar que passei, eu aprendi o valor de cada sorriso e de cada olhar.
Além disso, durante a minha jornada no Hospital de Amor, a minha vida pessoal também foi transformada. Em 2010, o amor se tornou palpável para mim, eu tive a minha primeira filha, a Maria Luísa. Desde então, nasceu a ‘Marcela mãe’. Mas a felicidade não parou por aí, o Miguel veio depois de um tempo e completou a nossa família.
Hoje, me sinto parte desta instituição como se fosse minha família. Aqui, temos pessoas que nos apoiam e investem em sonhos e ações, para que assim, consigamos ajudar o próximo”.
Marilene Oliveira Simeão, 48 anos, enfermeira.
“Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente”.
“Eu escolhi a enfermagem porque desde criança eu sonhava em poder fazer algo pelo próximo. Queria, de alguma forma, mudar a vida de alguém, aliviar a dor, diminuir o sofrimento, mas, principalmente, cuidar com amor e dignidade porque quando a nossa saúde está ameaçada, é quando nos sentimos mais frágeis e amedrontados.
Para realizar este sonho, a caminhada foi longa. Eu vim de uma família negra e de baixa renda. A minha mãe era analfabeta e o meu pai tinha pouco estudo, mas, é uma família cheia de amor. Eu fui a primeira a ter a oportunidade de frequentar uma faculdade, mas antes de iniciar o curso, eu fui auxiliar de enfermagem, depois me tornei técnica e só aos 35 anos consegui concluir a minha graduação.
Eu tive vários momentos marcantes em minha carreira, mas teve um episódio que é especial, talvez por ter sido no início da carreia: Eu estava de plantão e o Pedro (9) estava em tratamento oncológico, internado no Hospital Base, com cuidados paliativos. Sua mãe e ele me abraçaram e me agradeceram por eu estar ao lado deles nesta caminhada e aquele abraço me fortaleceu.
Eu acredito que são os pacientes que salvam as nossas vidas diariamente, porque eles nos proporcionam a oportunidade de sermos melhores, de evoluirmos e de crescermos espiritualmente. Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente.
Esta é uma profissão em que todos os dias alguém reza por você, além de ser uma dádiva de Deus.”
Franciele de Nogueira Gomes, 33 anos, enfermeira.
“Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família”.
“Desde criança eu sabia que eu queria fazer enfermagem, nunca pensei em outra opção. Quando pequena, eu convivia muito com os meus avós e eles já tinham mais de 70 anos e eu ia muito com o meu pai levá-los ao médico.
Eu lembro que aconteceu um episódio quando eu era bem novinha: Meu avô estava internado, meu pai foi visitar ele e eu fiquei com a minha avó sentada lá fora. Eu perguntei para ela o que era aquela placa que estava na nossa frente, ela disse que era da faculdade e eu disse: “Vô, um dia eu vou estudar aí!”, e acabou que eu realmente passei no curso de enfermagem da FAMERP, em São José do Rio Preto (SP), e me formei lá.
Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família. Eu passei por uma experiência recente de perder o meu pai em um hospital em São José de Rio Preto (SP) e eu percebi como o atendimento é diferente e como o que a gente faz aqui, no Hospital de Amor, muda muito, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Então, eu sempre tento ser o mais clara possível e sempre tento trazer, tanto o paciente quanto o acompanhante, para perto de mim.
Logo que eu entrei aqui, tinha uma paciente que tinha mais ou menos a minha idade. Ela tinha uma irmã que tinha a idade da minha e nós conversávamos muito, ela até me apresentou a família. Infelizmente, ela foi a óbito e quando a gente acompanha as progressões e o quanto a família sofre, a gente acaba sofrendo junto.
Para lidar com pacientes oncológicos e com as fragilidades deles você tem que ser frágil também. Já é difícil dimensionar tudo que eles passam, então, eu acho que se você não for sensível, você não consegue dar o tratamento que eles precisam porque não é só o tratamento físico, tem todo um tratamento por trás disso.
Antigamente, eu era uma pessoa muito fechada, então, eu tive que me moldar completamente porque eu lido com pacientes. Eu preciso puxar assunto com eles, ser empática e eu tento não deixar o momento em que o paciente está aqui triste, porque a gente sabe que estar dentro do hospital já é.
Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que pretendem fazer enfermagem, eu diria: busque conhecimento sempre, faça com carinho e reflita sobre as pessoas que você vai atender, isso é muito importante”.
Célio Aparecido Silva, 62 anos, enfermeiro.
“A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: Respeito, paciência e humildade”.
“Eu trabalho no Hospital de Amor há 30 anos, mas minha jornada de trabalho se iniciou quando eu tinha 15. Eu comecei trabalhando na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), com serviços gerais. Quando eu estava com 18 anos, acredito que alguém tenha visto algo em mim, porque eu fui convidado para fazer parte da equipe de enfermagem. A princípio, eu comecei como atendente, depois, fiz um curso de auxiliar de enfermagem e continuo na área até hoje. Na época, eu trabalhava 36 por 12 horas e fiz essa rotina por 16 anos.
Quando terminei meu curso, entrei no Hospital São Judas Tadeu – unidade de cuidados paliativos e atenção primária ao idoso –, mas começou a rodar turno e eu já trabalhava a noite, então, pedi demissão. Depois de dois dias, a Dra. Scylla Prata (fundadora da instituição) me procurou, disse que o meu trabalho era importante e me ofereceu uma vaga na quimioterapia, para trabalhar no período da tarde. Eu aceitei e estou aqui até hoje. Se fosse preciso, eu faria isso novamente, porque eu amo o que eu faço.
Um dia, tinha uma paciente aqui na QT que estava muito irritada e chorando, porque não estavam conseguindo pegar a veia dela. Eu fui até ela, conversei, acalmei ela e consegui pegar a veia. Ela me disse que eu tinha uma áurea diferente, mas não sabia explicar muito bem, e isso me marcou muito.
A enfermagem muda a gente, nós passamos a ser mais atenciosos, nós tratamos as pessoas melhores. Mesmo aposentado eu continuo trabalhando, porque eu gosto do que faço e isso faz bem para a minha mente.
A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: respeito, paciência e humildade.”
Segundo estimativas para o triênio 2023-2025, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 32 mil casos de câncer de pulmão devem ser diagnosticados por ano no Brasil, o que coloca a doença como a quinta mais incidente entre todos os tipos de tumores malignos. No Hospital de Amor, de acordo com dados do departamento de Registro de Câncer, são aproximadamente 500 novos casos por ano, que muitas vezes chegam em estágios avançados, em decorrência da dificuldade no diagnóstico precoce, já que a doença, normalmente, não possui sintomas no estágio inicial. É o que reforça um levantamento do Instituto Oncoguia, que mostra que 86% dos pacientes recebem o diagnóstico tardiamente, quando a doença já não possui mais possibilidade de cura.
Apesar dos diversos fatores que favorecem a ocorrência do câncer de pulmão, como exposição a agentes cancerígenos químicos ou físicos, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e fatores genéticos, o tabagismo ainda é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, com até 85% dos casos diagnosticados associados ao consumo e exposição passiva aos derivados do tabaco.
“Nem todo indivíduo que fuma ou fumou desenvolverá câncer de pulmão, e isso ainda é realmente difícil de se prever, mas sabe-se que a chance de seu desenvolvimento está diretamente relacionada à carga de tabaco com a qual que se teve contato”, explica o médico radiologista do Hospital de Amor, Dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano. Sabe-se também que a mortalidade em decorrência da doença entre os fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, já entre os ex-fumantes essa taxa chega a ser quatro vezes maior.
Especialistas explicam que o início do diagnóstico pode ser feito com um exame simples de raio-X de tórax. Mas, caso seja constato a presença de lesão pulmonar, é necessário a realização de exames complementares, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, broncoscopia e posteriormente, a biópsia da lesão. O oncologista clínico do HA, Dr. Carlos Eduardo Baston Silva, conta que as principais modalidades de tratamento são: cirurgia nos estádios iniciais, quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo e imunoterapia, isolados ou em combinação.
Visando colaborar com a mudança do histórico da doença no país, o HA possui diversas iniciativas voltadas para o diagnóstico precoce, tratamento, ensino e a pesquisa em câncer de pulmão. Conheça melhor:
Pioneirismo no diagnóstico precoce
Há 4 anos, com o intuito de reduzir as taxas de diagnóstico tardio, o HA lançou um programa de rastreamento ativo de câncer de pulmão, como parte de uma iniciativa mais ampla da instituição, que se destaca por incluir também atividades de prevenção primária e pesquisa científica de ponta com marcadores biomoleculares.
Em um formato pioneiro na América Latina, uma unidade móvel foi equipada com um tomógrafo computadorizado de baixa dose e direcionada a fazer o acompanhamento da população de risco. O programa é o único no Brasil que integra dados de diversas esferas da área da saúde e oferece gratuitamente esse exame aos usuários do Sistema Único de Saúde. Inicialmente, o projeto atendeu com exclusividade os encaminhamentos dos participantes dos grupos de cessação de tabagismo, mas, atualmente, o rastreamento está disponível para todos os indivíduos que fazem parte do grupo de risco e que residem em um dos 18 municípios que compõem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V).
O diferencial desta unidade móvel é o laudo, que foi elaborado para o programa, pensando em tornar a informação mais acessível ao paciente. O documento é composto por texto em linguagem mais simples e direta, acompanhado de um reforço visual que ilustra o significado dos achados. No laudo, são descritos os achados do exame potencialmente relacionados ao tabagismo e explicados os passos seguintes a partir dali. Ele foi desenvolvido pensando no melhor entendimento do indivíduo participante, estimulando o autocuidado e a vigilância de saúde. Os pacientes têm retornado com grande satisfação. Alguns deles relataram, inclusive, que o processo de rastreamento como um todo auxiliou na decisão de parar de fumar.
De acordo com Chiarantano, o projeto permanece como o único envolvendo esforços combinados de prevenção primária nos municípios (secretarias municipais de saúde) e rastreamento, sendo integralmente gratuito e utilizando uma unidade móvel. Até o momento 520 pessoas já passaram pela unidade, mas a meta é acelerar as atividades que ficaram estagnadas durante a pandemia de covid-19 e checar a 3 mil atendimentos até o final de 2024. Desde o início do projeto, cinco pacientes foram diagnosticados com a doença ainda no início.
Podem participar homens e mulheres, fumantes ou ex-fumantes de alto risco. Para verificar a situação de alto risco, basta acessar a calculadora online desenvolvida pela equipe e preencher os dados, que o aplicativo determina o risco e define a indicação ou não de se fazer o exame. Sendo de alto risco, basta entrar em contato pelo telefone 3321-6600, ramais 7010 ou 7080 e agendar o exame.
Avanços científicos
Consequência da seriedade e qualidade do programa de prevenção e rastreamento de câncer de pulmão, o Hospital de Amor foi aceito como colaborador em um grande consórcio de pesquisa internacional, o International Lung Cancer Consortium (ILCCO), que possibilitará melhorar o entendimento da genética relacionada ao câncer de pulmão, a melhor caracterização de grupos de risco e de fatores de decisão em relação aos achados de exame. “Trata-se de pesquisa de ponta e de qualidade, com grande potencial de contribuição para a ciência e para a redução da mortalidade por câncer de pulmão. Com base em informações obtidas sob consentimento em amostras biológicas dos indivíduos participantes, diversas características genéticas e biomoleculares estão sendo investigadas, traçando um perfil particular da nossa população, que se somam aos dados já obtidos de outras populações ao redor do mundo”, ressalta o radiologista.
Além disso, o Instituto de Ensino e Pesquisa do HA possui, desde 2018, o Grupo Translacional de Oncologia Pulmonar, cadastrado e certificado pelo CNPq, com o objetivo de fortalecer a investigação a pesquisa translacional em câncer de pulmão, desde o paciente, passando pela patogênese molecular até a aplicação na prática clínica empregando tecnologias de ponta. “O nosso grupo tem um caráter totalmente multidisciplinar e essa multidisciplinaridade alavanca as pesquisas sobre o câncer de pulmão, tendo sempre como nosso foco principal o paciente. Atualmente, atuamos no desenvolvimento de novos painéis moleculares e na investigação de biomarcadores para auxiliar a equipe médica no manejo do paciente”, explica a pesquisadora Letícia Ferro Leal.
Avanços tecnológicos – cirurgias torácicas robóticas
Desde agosto de 2022, o Hospital de Amor realiza cirurgias torácicas com auxílio de robôs aos seus pacientes, gratuitamente. De acordo com o médico cirurgião do hospital, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, esse tipo de procedimento é uma melhor opção para o paciente e os que realizam tratamento de neoplasia no pulmão são os principais beneficiados com o procedimento. “Com essa tecnologia, conseguimos contribuir com um melhor resultado estético, uma maior precisão, menos dor e desconforto durante o pós-operatório, menos riscos de infecções na ferida operatória e menos chances de hérnias incisionais a curto e médio prazo”, afirmou.
A iniciativa foi idealizada pelo grupo de cirurgiões do departamento de cirurgia torácica oncológica do HA, formado pelos médicos Dr. Wilson Chubassi de Aveiro, Dr. Maurício Cusmanich, Dr. Rachid Eduardo Noleto da Nóbrega Oliveira e o chefe do departamento, Dr. José Elias Abrão Miziara.
Avanços tecnológicos – alta tecnologia em radioterapia
O Hospital de Amor é uma das poucas instituições do Sistema Único de Saúde a oferecer radioterapia estereotáxica corporal (SBRT), uma técnica avançada e de alta tecnologia, não custeada pelo poder público. Em outubro de 2022, a revista científica The Lancet Regional Health – Americas publicou um artigo escrito por médicos e pesquisadores do HA, em parceria com profissionais da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que teve como objetivo avaliar se a SBRT é uma estratégia mais custo-efetiva do que a radioterapia fracionada convencional. O trabalho, teve como base pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio I inelegíveis cirurgicamente. O estudo traz resultados que provam que o uso da modalidade SBRT resulta em mais anos de vida para os pacientes.
“Hoje, o tratamento padrão curativo é a lobectomia — a remoção de um lobo pulmonar por meio cirúrgico. O problema é que boa parte dos que descobrem o tumor no estágio inicial é quem fuma, o idoso e quem tem o coração fraco ou outras doenças derivadas do cigarro, da vida e da idade”, explica um dos coordenadores do estudo, o radio-oncologista Alexandre Arthur Jacinto.
A SBRT age somente no nódulo e protege qualquer tecido ao redor, através de uma técnica com base em tomografias 4D. “Enquanto respiramos e falamos, o pulmão se movimenta e o nódulo também. Como faço um tratamento preciso numa região que se movimenta o tempo inteiro? A estereotaxia trata esse tumor rastreando seu movimento. Eu vejo o movimento do nódulo e consigo dar uma dose gigante de radioterapia com a possibilidade de controle desse nódulo de 90%, que é o mesmo que a cirurgia oferece”, destaca o especialista.
Educação – Projeto Inspirar
O Núcleo de Educação em Câncer do Hospital de Amor criou, em 2020, o Projeto Inspirar, mediante a necessidade de proporcionar aos adolescentes a reflexão e a conscientização dos malefícios do tabaco, tendo em vista que é durante o período entre o ensino médio e superior, que o número de usuários de tabaco cresce, tornando-se importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças na idade adulta, como o câncer de pulmão. Nesse contexto, o intuito é estimular os adolescentes a se conscientizarem sobre os malefícios do tabagismo, antes que possam se tornar usuários, além de incentivá-los a realizarem a divulgação científica sobre essa temática, junto à comunidade.
O projeto é iniciado por meio de uma capacitação proporcionada aos educadores da comunidade escolar, a fim de que estes conheçam de forma mais aprofundada as consequências do tabagismo, além de receberem orientações sobre como o projeto deverá ser desenvolvido com os alunos. Posteriormente, as inscrições para participar do projeto são abertas. Cada escola pode inscrever grupos de no máximo cinco estudantes do 9º ano acompanhados de um professor orientador, que devem cumprir as seguintes provas, dentro da plataforma virtual do projeto: 1 – Quiz de perguntas e respostas; 2 – Campanha nas Mídias Sociais Antitabagismo; 3 – InspirAção e Ciência (abrangendo a elaboração de apresentações criativas de divulgação científica sobre a temática do projeto). Todas as provas proporcionam uma quantidade de pontos para as equipes, que são indicadas por uma Comissão Avaliadora composta por profissionais do Hospital de Amor e das Secretarias Municipais de Educação.
Como culminância, o projeto finaliza-se por meio da apresentação das 10 equipes destaques na terceira prova em um evento. Após as apresentações, são divulgadas as colocações de cada grupo finalista que recebem junto de seu professor orientador e de sua escola os respectivos prêmios.
Transparência, prestação de contas, avanços e desafios! Estas foram algumas das pautas abordadas no “Encontro Anual de Parcerias Corporativas” do Hospital de Amor, realizado no último dia 4 de setembro, em Barretos (SP), pelo departamento de Parcerias Corporativas do HA.
Neste ano, cerca de 200 participantes, dentre eles parceiros, apoiadores e doadores da instituição, além de colaboradores e diretores do hospital, se reuniram no IRCAD América Latina para conferir a apresentação dos indicadores do HA referentes ao último ano; seu impacto social em todo o Brasil; as novas contrapartidas – que são tão importantes para que as parcerias com o universo corporativo sejam mais visíveis e também atualizadas com o novo momento do mundo; e como as doações contribuem, na prática, com o serviço de prevenção, assistência, ensino e pesquisa em câncer.
Esta edição trouxe ainda com um momento especial e superimportante: a Assinatura do Pacto Global ESG “Somos o S do seu ESG” – termo que se refere a práticas ambientais, sociais e de governança corporativa de uma empresa. Trata-se de um conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se uma entidade é socialmente consciente, sustentável e corretamente gerenciada.
A cerimônia contou também com painéis do cientista de dados, André Pinto; do diretor médico das unidades móveis, Dr. Raphael Haikel Jr.; do coordenador de campanhas, Thiago Linhares; do coordenador do Núcleo de Educação em Câncer (NEC), Gerson Vieira; do gerente de parcerias corporativas, Cleber Delalibera; do gerente de inovação do Harena (hub de inovação do HA), Guilherme Sanchez; e do presidente da instituição, Henrique Prata.
De acordo com Prata, poder apresentar o relatório anual do Hospital de Amor aos parceiros da instituição, é uma ótima oportunidade para demonstrar a real importância de todas as formas de doação, seja espontânea ou via incentivo fiscal. É também uma chance para frisar, que se não fosse o despertar da consciência da sociedade civil, muito provavelmente o HA não conseguiria oferecer um tratamento honesto e digno aos seus milhares de pacientes, já que, atualmente, o poder público destina apenas 22% da verba necessária para custear o funcionamento da instituição, gerando um déficit mensal que ultrapassa os R$ 48 milhões.
“Nós temos um parque tecnológico altamente avançado, um centro focado em pesquisa oncológica que é reconhecido mundialmente e um dos maiores programas de prevenção em câncer do mundo. Isso é o que faz a diferença entre a medicina já ultrapassada oferecida e custeada pelo SUS, do qual 80% da população brasileira depende, e o que nós estamos fazendo aqui, também de forma 100% gratuita. E é possível ir além, fazer ainda mais e muito melhor! Existem novos protocolos e terapias, como a imunoterapia e as terapias-alvo, que ainda não conseguimos disponibilizar pelo alto custo envolvido, mas pode se tornar possível com a mobilização de toda a sociedade, de pessoas físicas e jurídicas”, afirmou.
Para ele, dividir os resultados de todo o trabalho realizado no último ano é o que dá folego de propagar a necessidade de ampliar as doações para fazer não apenas o que é melhor, mas o que é certo e justo para os pacientes. “Agradeço eternamente, de coração, a cada um de vocês, nossos parceiros. Saibam que vocês fazem parte da maior missão do Hospital de Amor: salvar vidas todos os dias!”, finalizou Prata.
Depois da apresentação dos indicadores da instituição, os participantes puderam assistir, em primeira mão, ao documentário “Expedição HA Amazônia”, que mostrou parte do trabalho desenvolvido pelo departamento de Prevenção, por meio de suas unidades móveis. E para que esses parceiros, apoiadores e doadores pudessem ver de perto a atuação da instituição, eles visitaram o Hospital de Amor Infantojuvenil, o Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA), o Instituto de Prevenção e o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP).
Conforto, acolhimento, amor e qualidade de vida! Esses são alguns dos propósitos do Programa “Espaço da Família Ronald McDonald” Hospital de Amor. O espaço foi reinaugurado no dia 17 de agosto, na unidade infantojuvenil do HA, em Barretos (SP), com uma cerimônia para marcar a celebração.
O projeto – fundado pelo Instituto Ronald McDonald, em parceria com o Hospital de Amor – visa proporcionar uma experiência menos desgastante e mais humanizada dentro dos hospitais, contribuindo com a adesão ao tratamento do câncer. Com brinquedoteca, salas de atividades infantil e juvenil, cineminha, área de alimentação com copa, sanitários, fraldário e guarda volumes, o ambiente, muitas vezes, transforma a experiência de crianças, adolescentes e seus familiares.
“Nos sentimos honrados e muito felizes em poder reabrir esse espaço em Barretos, que é referência no tratamento oncológico no Brasil. Reconhecemos a dificuldade de enfrentamento de um câncer e, por isso, trabalhamos diariamente com o propósito de impulsionar e promover um amanhã mais saudável e com maiores oportunidades para todos. Nosso objetivo é oferecer uma realidade mais leve, onde crianças em tratamento de câncer e outras patologias, que vivenciam uma rotina de muitas horas em hospitais, se sintam acolhidas e bem cuidadas, com infraestrutura e atividades que tornam o tratamento e tempo de espera menos desgastante”, destacou a CEO do Instituto Ronald McDonald, Bianca Provedel.
Reabertura
Ao final de 2019, o “Espaço da Família” entrou em reforma geral para renovar o ambiente e mobiliário, que contemplou a renovação do revestimento de piso e parede, mobiliário e equipamentos. No período em que estava sendo concluído, foi decretada a pandemia da COVID-19 e somente agora, em 2023, foi possível a finalização para a reabertura da área.
“É uma imensa alegria e gratidão a celebração da reabertura do tão aguardado ‘Espaço da Família Ronald McDonald’ em nosso hospital, um local que sempre esteve em nosso coração e faz parte de nossa missão de cuidar das crianças e jovens em momentos desafiadores de suas vidas. Não há palavras suficientes para expressar o quanto esta realização significa para todos nós. A jornada até aqui foi repleta de esforço, dedicação e cooperação de cada membro desta equipe incansável. Desde o início, mantivemos em mente o propósito essencial desse espaço: que é proporcionar conforto, acolhimento e um ambiente de esperança não apenas para nossos jovens pacientes, mas também para suas famílias”, explicou a Diretora Administrativa do Hospital de Amor Infantojuvenil, Daniela Santana.
Antes de ser fechado, o ‘Espaço da Família Hospital de Amor’ (que teve suas operações iniciadas em 2012) contou com o investimento de R$ 459.158,73 para implementação, sendo 100% apoiado pelo Instituto Ronald McDonald, através da campanha do McDia Feliz, e contava com cerca de 905 visitas mensais ao local.
“Com recursos do McDia Feliz conseguimos auxiliar em mais de 54% do investimento total do ‘Espaço da Família’, somando mais de R$ 108.810,75. Temos muito orgulho de poder proporcionar o atendimento de 60 pessoas simultaneamente no espaço que tem 120 m², e muita infraestrutura para as famílias, como brinquedoteca, banheiros privativos com chuveiro, sala de computadores com internet e cinema!”, destacou a CEO da organização. O total da obra foi de R$ 243.053,42 que contou com apoio de outros parceiros fundamentais para a realização.
Cerimônia
A cerimônia de reabertura do “Espaço Família” no HA contou com a presença de membros do Instituto Ronald McDonald, colaboradores da unidade infantojuvenil do hospital, diretores, médicos, pacientes e seus familiares.
Depois de cortar a fita inaugural e descerrar a placa, todos foram convidados a visitar as novas instalações e celebrar o evento com um delicioso café da manhã. “Se hoje estamos aqui celebrando essa reinauguração, é graças a todos da equipe do HA, a Daniela Cherfen (arquiteta que projetou e colocou em prática esse sonho), e todos os parceiros que ela trouxe para apoiar o projeto. O Instituto Ronald McDonald se orgulha em fazer parte da história do HA, pois nossos objetivos se convergem em muitos sentidos, buscando dar a todas as famílias acolhimento e estrutura, além de semear a esperança de um futuro diferente!”, finalizou a Gerente de Programas, Inovação & Advogacy do Instituto Ronaldo McDonald, Danielle Basto.
Oito unidades no Brasil
Atualmente, o Programa “Espaço da Família” está presente em outras 8 instituições nos estados de São Paulo, Brasília, Mato Grosso e Paraná, sendo elas: Hospital GRAACC (SP), Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (DF), Hospital Erasto Gaertner (PR), Hospital de Câncer de Mato Grosso (MT), Hospital de Amor (Barretos), Hospital GPACI (SP), Hospital do Itaci (SP) e Hospital Dr. Jesser Amarante (Joinville).
Em 2021, o Programa Espaço da Família Ronald McDonald celebrou 10 anos de atividade no Brasil. Apenas no último ano, o programa acolheu mais de 10 mil pessoas e foram servidos cerca de 3 mil lanches. Ao todo, o instituto investiu cerca de R$600 mil na operação das unidades pelo país.
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
No Brasil, o câncer de pele é o mais frequente entre todos os tipos da doença. Segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer), entre 2023 e 2025, são esperados 705 mil novos casos de câncer no país por ano, dos quais 31,3% devem ser de pele não melanoma, o que corresponde a pouco mais de 220 mil novos casos. Quanto ao câncer de pele melanoma, o número de casos novos estimados é de quase 9 mil por ano, mas, apesar de ser menos comum, merece atenção, pois é considerado um tipo mais grave da doença, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (que é disseminação do câncer para outros órgãos) e alto índice de mortalidade quando diagnosticado tardiamente. De modo geral, o prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom quando há detecção em sua fase inicial. Por isso, estratégias de prevenção e diagnóstico precoce devem ser prioritárias.
Pensando nisso o Hospital de Amor, por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e unindo as frentes de Pesquisa, Prevenção e Inovação, desenvolveu um projeto pioneiro, intitulado ‘Projeto Retrate’, que possui o fomento do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica – PRONON, implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da oncologia. A proposta, que acaba de começar a funcionar para o público, foi o de criar uma cabine de autoatendimento que ficará à disposição da população em locais de grande circulação, facilitando o acesso à uma avaliação primária, além de um aplicativo que possibilita o envio de fotos de lesões suspeitas de qualquer lugar, que serão avaliadas pelos especialistas da instituição.
Neste primeiro momento, a cabine ficará instalada no North Shopping Barretos, na cidade de Barretos (SP) – e o app (clique para acessar) terá funções liberadas apenas para telefones de DDD 17. Durante nove meses, o equipamento coletará informações dos usuários, como dados cadastrais e imagens, que serão enviados diretamente para o HA. Com essas informações em mãos, um laudo será gerado e, no caso de lesões suspeitas, esse usuário será convocado com prioridade para análise mais precisa com um médico especialista. A cabine e o aplicativo para dispositivos móveis contam também com experiências que visam proporcionar o aprendizado da população sobre como prevenir o câncer de pele, como identificar possíveis melanomas e também sobre a extrema importância do uso do filtro solar.
O projeto, que está sob responsabilidade do Dr. Vinicius de Lima Vazquez, cirurgião oncológico do HA e Diretor Executivo do IEP; da Dra. Vanessa D´Andretta Tanaka, dermatologista do HA; e da Dra. Raquel Descie Veraldi Leite, fisioterapeuta e doutora em Oncologia pelo HA, prevê, ainda, equipar todas as Unidades Básicas de Saúde do município com dermatoscópios, expandindo o projeto de teledermatologia da instituição, com o intuito de tornar mais eficiente a comunicação entre os profissionais da Atenção Básica de Saúde e a equipe do departamento de Prevenção do HA. Além disso, profissionais de estética e cuidados corporais, que tem contato visual com o corpo de seus clientes e que atuam na cidade, incluindo cabeleireiros, massagistas, esteticistas, tatuadores, podólogos, estão sendo capacitados e certificados como parceiros do projeto, com objetivo de expandir o a cobertura do projeto de prevenção.
Segundo a Dra. Raquel, “levar conhecimento faz com que os cidadãos se tornem autônomos na questão de tomar as próprias decisões em relação a sua própria saúde, de sua família e comunidade. O diagnóstico é crucial e aumenta as chances de um tratamento mais efetivo, uma melhor recuperação e uma maior qualidade de vida”, reforçou. A pesquisadora esclarece, ainda, que após os meses de consolidação e validação do projeto em Barretos, a cabine deverá se tornar um projeto itinerante e pode ser expandido são apenas para região, mas também para demais localidades do país.
Dez anos após sua primeira experiência pelo Caminho de Santigo de Compostela, que resultou também em sua primeira jornada como escritor, com o livro ‘Acima de Tudo o Amor’, o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, retornou ao caminho sagrado na certeza de que teria o momento de introspecção e concentração necessário para dar vida ao seu novo livro: “O Parque dos Lobos – A medicina privada do dinheiro limitando a prática da saúde pública”, que denuncia, esclarece e convoca toda a sociedade para o enfrentamento dos entraves que dificultam a existência de uma saúde pública de qualidade no Brasil.
Mas afinal, quem são as pessoas que mandam na saúde do país? Para Prata, muitas dessas pessoas são verdadeiros lobos em pele de cordeiro! Sem medo de citar fatos e nomes, o presidente do HA, em seu novo livro, mostra os valores invertidos que encontrou durante mais de três décadas de gestão na área oncológica no SUS, além de expor a realidade de um sistema que parece se fechar, especialmente quando pessoas mais necessitadas precisam dele, explorando os vulneráveis para poder lucrar mais.
“Em meu primeiro livro, ‘Acima de Tudo o Amor’, abordo a fé e a solidariedade como fatores essenciais na construção do maior polo de referência nacional na luta contra o câncer. No livro, ‘A Providência’, falei sobre os milagres que levam a filosofia do Hospital de Amor para todo o país. Agora, com base em minha experiência de gestor de saúde, trago relatos que mostram as enormes dificuldades encontradas ao longo dos anos. Elas são reflexo das falhas que limitam a saúde pública no Brasil, e eu aponto suas origens para conscientizar a sociedade”, declara o autor.
De acordo com Prata, a obra traz relatos crus desta sua inspiradora trajetória repleta de inconformismo, frente a maior rede de atendimento oncológico 100% gratuito da América Latina. “Quero colocar luz sob os valores invertidos que percebo tanto na política, quanto na medicina, para que todos possam compreender como este país tem sido desonesto com muitos dos seus cidadãos”, finaliza.
Lançamento
O lançamento oficial do “O Parque dos Lobos” aconteceu no último dia 29 de junho, no IRCAD América Latina, em Barretos (SP). O evento contou com a presença de familiares e amigos de Henrique Prata, colaboradores do Hospital de Amor, autoridades locais e representantes, veículos de comunicação, além de membros da sociedade.
Ao adquirir a obra você também contribui com o HA, pois toda renda obtida com a venda do livro será destinada à instituição. Acesse: ha.com.vc/oparquedoslobos e garanta o seu!
Sobre o Hospital de Amor
Excelência em oncologia, o Hospital de Amor, maior centro oncológico de atendimento 100% gratuito da América Latina, fechou o ano de 2022 com 1.673.441 atendimentos realizados a 540.730 pacientes vindos de 2.531 municípios – isso quer dizer que, no ano passado, o HA cuidou de alguém vindo de 45.4% das cidades do país. O HA possui diferenciais de destaque, sobretudo dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, como uma filial do maior centro de treinamento de cirurgia minimamente invasiva do mundo – o IRCAD; um dos maiores serviços de prevenção em câncer do Brasil, com o maior número de unidades móveis para rastreamento e detecção precoce do mundo; e um Instituto de Ensino e Pesquisa focado em oncologia, incluindo um Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular, que proporciona não apenas a possibilidade de grandes avanços em pesquisa científica na área e a formação de profissionais extremamente qualificados, mas também um tratamento mais personalizado e assertivo aos pacientes da instituição. Fruto de toda essa estrutura, desde 2018, a instituição se destaca como o primeiro hospital da América Latina no ranking da SCImago Institutions Rankings (SIR), um levantamento de reconhecimento internacional, que avalia a qualidade de instituições (públicas ou privadas) em todo o mundo, considerando os critérios: pesquisa, inovação e impacto social.
Desfilar na passarela, atrair muitos olhares, brilhar e ser protagonista dos holofotes faz parte do sonho de muitas jovens. Com a Ingrid Assis não é diferente! Natural do Amapá (AP), a adolescente de 15 anos parece ser uma jovem comum, mas apenas parece, pois tem algo de realeza nesta história de superação. Cheia de sonhos, desenvolta e muito vaidosa, ela precisou se mudar para Barretos (SP) para dar início ao seu tratamento de osteossarcoma na tíbia direita, em março de 2022.
Elenita de Oliveira Silva, mãe da Ingrid e técnica em enfermagem, revela que a filha começou a apresentar dores no joelho. Após perceber que havia algo de errado com a jovem, ela então a levou para fazer exames e investigar o caso, foi quando receberam o diagnóstico de um tumor. Ao não ter recursos para um bom tratamento na sua cidade de origem e após receber o apoio de um parente que atua como médico ortopedista em Sorocaba (SP), e que conhece o HA, ele a ajudou nos tramites; foi quando a família da jovem decidiu se mudar para o interior de São Paulo.
“Eu conheci o HA por meio de um primo que me falou que o Hospital de Amor é um ótimo hospital e que tem um dos melhores tratamentos do Brasil. Vim para o estado de São Paulo ano passado e, na época, eu ainda não tinha certeza de que eu estava com câncer”, conta a jovem. Inicialmente, a esperança da família da garota é de que o tumor fosse benigno, mas infelizmente, a biópsia resultou em algo oposto ao desejo deles.“Na minha cabeça, era vir a Barretos, tirar o tumor e voltar para casa, achei que seria algo rápido, nada que mudasse a minha vida”, revela a adolescente. No entanto, após os exames foi constatado que o tumor era maligno e deste modo, a garota precisou passar pelo tratamento durante 31 semanas.
Ingrid explica que precisou fazer quimioterapia e que sofreu com a queda de cabelo e com tudo que os procedimentos oncológicos trazem aos pacientes. No meio desta jornada, a jovem precisou realizar uma operação na unidade infantojuvenil do HA. Ela fez a cirurgia, porém, devido à uma infecção, houve a necessidade da amputação da perna dela. “As pessoas aqui do hospital são muito acolhedoras e os médicos são atenciosos. No dia da minha amputação, meu pai me disse que o meu cirurgião quase chorou pela minha situação. Me sinto muito abraçada no Hospital de Amor”, relata a macapaense, sempre com um belo sorriso no rosto.
“Hoje ela é uma vencedora, graças a Deus e a este hospital. Eu estou muito feliz de ver como ela está e com a reabilitação dela. A fisioterapia aqui é maravilhosa. São processos e fases que ela tem vivido. Participar do concurso do rodeio trouxe mais ânimo e alegria para ela. Eu só tenho que agradecer a este local que nos acolheu tão bem”, conta Elenita ao ver a evolução de ver sua filha com a prótese.
Recomeço de uma nova história
Em abril deste ano, a jovem iniciou seu processo de reabilitação no HA, foi quando ela recebeu sua primeira prótese para poder voltar andar normalmente. A paciente conta com o apoio de uma equipe multiprofissional e da ‘Tia Deise’, como é carinhosamente conhecida a fisioterapeuta do HA, Deiseane Bonatelli. “A gente procura oferecer todo suporte necessário para que ela tenha uma maior independência na vida dela, para que ela possa fazer todas as necessidades possíveis”, conta Deise.
A profissional também revela a alegria de poder ajudar a garota a participar de um grande desafio. “Eu me sinto muito feliz de ver ela rainha do Rodeio pela Vida. Quando ela disse que iria entrar no concurso, eu combinei com ela para voltar aqui e treinar para andar bem bonito no dia da competição. Ela voltou, nós treinamos e ela venceu. Eu me sinto muito feliz por ela”, explica com os olhos marejados a ‘Tia’ que é muito querida por todos os pacientes, desde crianças, adultos e idosos.
Quando perguntada sobre o processo de aprendizado de voltar a andar, Ingrid, de imediato responde com um lindo sorriso no rosto: “Não tem limite. O seu limite é você mesmo, mas a prótese não te limita. Eu conheço um homem, pela internet, que escala com prótese”.
Mas engana-se quem pensa que Ingrid não tinha pisado em solo barretense antes de seu tratamento. “Eu vim a Barretos em 2019, para participar de um evento da igreja no qual congrego e nunca imaginei que eu voltaria para cá por outro motivo. É difícil, mas quando a gente entrega tudo nas mãos de Deus, tudo fica mais leve. Eu não sei até hoje porque eu perdi a minha perna, mas eu confio em Deus e sei que tudo tem um propósito”.
A competição e seu reinado
No início do ano, o HA abriu as inscrições para a 3ª edição do Rodeio Pela Vida 2023 – evento que acontece em Barretos (SP) e é organizado pela instituição, com renda 100% em prol do Hospital de Amor. Incentivada pela ‘Tia Lili’, uma das organizadoras do evento ‘Fadas Madrinhas’, Ingrid tomou coragem e fez sua inscrição.
Inicialmente, ela disse acreditar que no máximo ficaria no 3º lugar, pois o páreo parecia duro. Ao ser revelado seu nome como a rainha do rodeio, ela não escondeu a surpresa e ficou em êxtase. “Estou muito feliz de ter sido eleita a rainha, se puder, eu quero muito conhecer o padre Fábio de Mello e dar um abraço nele”, explica a garota entusiasmada.
Ao lado de Ingrid, o concurso elegeu a princesa, Jamily Yasmin Peres do Nascimento, e a madrinha Raquel Galvão de Oliveira. A 3ª edição do “Rodeio Pela Vida” teve início no dia 7 de junho e termina no dia 11 de junho, no Recinto Paulo de Lima Correa. Quando questionada sobre um conselho que a rainha daria para pessoas que estão passando pelo mesmo enfrentamento que recentemente ela concluiu, ela não titubeia e logo responde: “Se você está passando por um problema, confie em Deus que vai dar tudo certo.”
Você já ouviu falar sobre o câncer de endométrio? Saiba que sua incidência está aumentando em todo o mundo! Nos Estados Unidos, a doença já ultrapassou a do câncer de colo uterino e no Brasil os números também crescem. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para novos casos no país, é de quase 8 mil por ano.
Segundo especialistas, o aumento dos casos está ligado a alguns fatores de riscos, principalmente a obesidade, que vem aumentando nas últimas décadas. São eles:
Diagnóstico
O sintoma mais comum de câncer de endométrio é o sangramento anormal entre os ciclos menstruais ou os sangramentos após a menopausa. Felizmente, os sintomas se manifestam em estágios iniciais e 90% dos casos são diagnosticados rapidamente, aumentando os índices de cura. Quando ocorre um sangramento anormal, é importante buscar ajuda médica. De acordo com o cirurgião ginecologista oncológico do Hospital de Amor, Dr. Ricardo dos Reis, o profissional deverá solicitar um exame de imagem (ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética pélvica), que avaliará a camada interna do endométrio e se ele está espessado ou irregular. “A espessura normal, em uma paciente após menopausa, na presença de sangramento uterino anormal, é de até quatro milímetros, a partir de cinco milímetros, há suspeitas de lesões e é necessário realizar uma biópsia”, explica.
A biópsia do endométrio pode ser realizada a nível de consultório com dispositivos específicos ou com uma curetagem (raspagem) sob sedação. Também pode ser realizado uma histeroscopia, endoscopia do útero (teste ouro para o diagnóstico), exame realizado para observar a cavidade uterina e o endométrio.
Tratamento
Na maioria das vezes, em estágios iniciais, o tratamento é realizado por meio de cirurgia. Ela pode ser aberta (com corte) ou minimamente invasiva, sendo robótica ou laparoscópica. Com o resultado anatomopatológico, são avaliados alguns critérios, como: tamanho da lesão, histologia, tipo e grau do tumor, se há invasão do músculo do útero ou do colo uterino e se há células tumorais comprometendo os gânglios linfáticos. Portanto, com os resultados, é possível avaliar se a paciente vai fazer tratamentos adjuvantes, como radioterapia e/ou quimioterapia.
O Hospital de Amor prioriza pela operação minimamente invasiva e respeita um protocolo ouro. Esse diferencial contribui para cirurgias em pacientes obesas, idosas e com comorbidades. “O HA se diferencia por oferecer cirurgia minimamente invasiva e robótica, e, desde outubro de 2020, se diferencia também em oferecer avaliação molecular para o câncer de endométrio, sendo uma das únicas instituições a disponibilizar esse serviço no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, destaca Dr. Ricardo.
Diagnóstico Molecular
O diagnóstico molecular é um conjunto de métodos genéticos, visando a investigação de alvos de interesse a partir da análise do material genético, o DNA e o RNA, para identificar mutações genéticas que, neste caso, podem estar associadas ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer.
Com o diagnóstico molecular, os médicos podem identificar as mutações específicas que estão presentes no câncer de um paciente, ajudar no seu diagnóstico mais preciso e escolher o tratamento mais eficaz com base nos resultados. Isso pode incluir terapias direcionadas, que atacam diretamente as células cancerígenas com essas mutações específicas.
Estudos recentes descobriram uma nova classificação molecular do câncer de endométrio e desde 2020, o Laboratório de Diagnóstico Molecular do Hospital de Amor realiza essa avaliação molecular em todas as pacientes da instituição com tumor de endométrio.
Por meio da avaliação molecular do gene POLE, TP53 e análise da instabilidade de microssatélite (MSI) é possível classificar os tumores de endométrio em quatro grupos. É importante enfatizar que os estudos identificaram, até hoje, que esses quatro grupos moleculares trazem, principalmente, uma avaliação e uma caracterização clara do prognóstico das pacientes. Então, esse conhecimento permite uma tomada de decisão mais informada e precoce, pois avalia de forma mais adequada o prognóstico e, com isso, é possível proceder com um seguimento após tratamento de forma individualizada.
Para o cirurgião, o impacto principal no manejo clínico, nesse momento, é caracterizar essas pacientes em grupos de risco de recidiva da doença. “Com o diagnóstico molecular, eu sei se é uma paciente ‘de melhor prognóstico’ e com isso ter um acompanhamento mais individualizado e em algumas vezes sem a necessidade de pedir exames radiológicos para seguimento, e o oposto, onde terei que ficar mais vigilante e atento no seguimento. Então, realmente, eu acho que eu personalizo o seguimento oncológico após tratamento e acho que isso é importante. Também, num futuro próximo, poderemos individualizar a indicação de tratamentos adjuvantes com radioterapia e/ou quimioterapia baseado na avaliação molecular”, ressalta.
Além dos impactos no tratamento do paciente, há também um impacto econômico. Neste momento, o objetivo das pesquisas mundiais sobre o tema é ter, em breve, uma individualização para o tratamento adjuvante, ou seja, algumas pacientes, de algum grupo, talvez não precisem receber radioterapia e hoje, o Hospital de Amor realiza em todas. Então, no futuro, os profissionais poderão dividir, conforme o diagnóstico molecular, algumas pacientes não vão precisarão fazer tratamentos adjuvante. “A preocupação econômica também está presente na evolução do teste, que vai passar a ser realizada em um único ensaio de sequenciamento de última geração, tornando-o mais barato, além de mais rápido”, revela o coordenador científico do Laboratório de Diagnóstico Molecular do HA, Dr. Rui Manuel Reis,
Em média, 85 novos casos de câncer de endométrio chegam no Hospital de Amor anualmente. Até o momento, a instituição conta com mais de 220 pacientes no banco de dados, com avaliação molecular.
Oferecer tratamento de qualidade e de maneira humanizada é rotina no Hospital de Amor, principalmente, porque é comum haver o aumento de ansiedade antes e durante qualquer procedimento realizado pelos pacientes, sobretudo quando esses pacientes são crianças e adolescentes. Segundo o médico cirurgião pediátrico do HA, Dr. Wilson Oliveira Junior, no Brasil, são mais de 12 mil casos por ano de crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos, que passarão por procedimentos invasivos, como coletas de sangue, quimioterapias e cirurgias, apenas no tratamento oncológica.
Com o objetivo de poder oferecer mais conforto para esses pacientes da unidade infantojuvenil, em Barretos (SP), onde são diagnosticados cerca de 300 novos casos por ano, os profissionais do HA, em parceria com o estúdio Goblin e sob liderança do Dr. Wilson, desenvolveram o projeto ‘O chamado do Herói’, que, com o uso da realidade virtual, permite que o paciente esteja em outro ‘universo’ durante a realização do procedimento, possibilitando, assim, que ele sinta a sensação no mundo real, mas com um significado também no jogo.
O desenvolvedor de jogos e um dos fundadores da Goblin, Chris Silva, revela que o projeto ainda passa por adaptação e melhorias, mas o game que foi criado do zero especialmente para as crianças que tratam no HA já traz muitos benefícios. Além da felicidade que vem trazendo aos pequenos, ‘O chamado do Herói’ ficou em 2º lugar no programa Centelha, iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Segundo o especialista do HA, nenhum outro hospital brasileiro (seja da rede particular ou SUS) oferece serviço semelhante ou equivalente às crianças com câncer. “A possibilidade de redução de dor e ansiedade das crianças e seus familiares traz efeitos benéficos a curto, médio e longo prazo, o que além de suavizar o tratamento e melhorar a dignidade dos indivíduos, traz redução de custos hospitalares, por exemplo, menos medicações para anestesia ou redução da dor, além do impacto extremamente positivo na vida social destes pacientes após o término do tratamento”, explica o médico. Ele conta, ainda, que todas as crianças acima de 3 anos, em tratamento para o câncer, podem ser beneficiadas com esta solução apresentada pelo programa.
“Até o momento, a aplicação foi oferecida a oito crianças que necessitaram de anestesia para realização de procedimento de quimioterapia intra-tecal”, conta o Dr. Wilson. O médico explica que a utilização dos óculos reduziu de forma expressiva a ansiedade da criança (e de seus pais) desde antes da entrada no Centro Cirúrgico, se mantendo e facilitando todo o processo”. Ao final, todas as crianças convidadas para participar da experiência relataram que o procedimento foi divertido e que em uma próxima vez que necessitassem de anestesia, elas iriam com muito mais tranquilidade ao Centro Cirúrgico do HA.
O enfrentamento da doença
O médico detalha que a trajetória da criança com câncer, de um modo geral, desde o diagnóstico até a cura (ou a paliação com dignidade) é um longo caminho, uma jornada hercúlea, digna de grandes heróis míticos. “O nosso projeto vem suavizar esta jornada. Esse programa nasceu por meio da observação do sofrimento diário das crianças com câncer diante dos inúmeros procedimentos que são submetidas todos os dias”, conta Wilson.
De acordo com o cirurgião, crianças com câncer, por realizarem inúmeros procedimentos invasivos que necessitam de anestesia, tendem a apresentar quadros ansiosos potencialmente exacerbados. Este quadro pode trazer inúmeros prejuízos para os pacientes, prejudicando a adesão e o tratamento em si. Desta forma, buscar métodos de redução de ansiedade é um desafio para a equipe envolvida no cuidado da criança, dentre estes métodos, aqueles que promovem distração antes e durante os procedimentos, especialmente, por meio de métodos audiovisuais, possuem um bom resultado.
Oliveira explica que o produto, ainda em desenvolvimento e validação, faz parte do projeto de Mestrado Profissional de Inovação em Saúde do HA da médica anestesiologista pediátrica do Hospital de Amor infantojuvenil, Dra. Leticia Bachette, e além de ser inovador por usar tecnologia de realidade virtual imersiva, será o pioneiro na sua aplicação em crianças oncológicas.
Em busca de uma solução para o alívio da dor e da ansiedade que a criança e seus familiares sofrem, sabe-se que atividades lúdicas são formas de ajudar as crianças a entender todo o procedimento que será submetida, ajudando-as a processar emoções, sentimentos e preocupações de uma forma mais fácil e menos ameaçadora. O médico comenta que dentro desse contexto, o uso da gamificação, que se utiliza da interação associada a um design de jogo num contexto que não seja de jogo, transforma procedimentos traumáticos, como uma punção venosa, por exemplo, em uma experiencia prazerosa e divertida. Para facilitar este processo, o uso de tecnologias imersas como a Realidade Virtual (RV) estende o ambiente sensorial da criança simulando a realidade física através da tecnologia.
Segundo o cirurgião, no “O Chamado do Herói”, a intenção é que a criança seja a protagonista da própria aventura. Quando for submetida a algum procedimento que envolva algo desconfortável, ela será transportada a um mundo de fantasia 3D, através do uso dos óculos VR, unindo as duas realidades, por meio da distração e da sensação tátil, visando transformar o que é sentido fisicamente em uma aventura no mundo virtual, a fim de combater os altos níveis de ansiedade e estresse relacionados a doença e seu tratamento. Por consequência também auxilia o círculo familiar mais próximo durante o processo.
Para o médico, a utilização de ferramentas de inovação tecnológica buscando transportar a criança em tratamento oncológico, no momento de seu sofrimento a um mundo de fantasia, fundindo animação em RV, com sensação tátil do tratamento, traz uma nova perspectiva de cuidado humanizado para a ‘Oncologia Pediátrica’, em todas as suas vertentes de cuidado. “De acordo com a filosofia do Hospital de Amor, a unidade infantojuvenil é o lugar ideal para esta ideia germinar e se desenvolver”, finaliza Dr. Wilson.
A importância do Harena Inovação
Para o Dr. Wilson, a participação do time do Harena (Centro de Inovação do HA), é essencial para a aceleração do projeto. “Com o auxílio gestor do Harena Inovação, Centro de Inovação Aberta do Hospital de Amor que seleciona, acelera e conecta startups inovadoras das áreas da saúde (atualmente com mais de 65 startups em seu portfólio), foi criado um Grupo de Trabalho em Realidade Virtual (RV) e o cuidado da criança com câncer, composto por médicos, desenvolvedores de games e pesquisadores, contribuem para a validação científica e uma comercialização posterior da ferramenta para diversos hospitais do país.
A história do Hospital de Amor foi construída e é feita, diariamente, por quem faz do cuidar sua principal missão! É o caso dos mais de 2 mil profissionais de enfermagem que estão distribuídos em todas as unidades da instituição.
Por isso, neste ano, para celebrar o ‘Dia Internacional da Enfermagem’, comemorado no dia 12 de maio, o HA convidou cinco colaboradores para contar as suas experiências de vida e resumir, em um breve relato, a importância da enfermagem e o amor que eles sentem pela profissão. Leia e se emocione:
Luciana Rodrigues dos Reis, 50 anos, enfermeira.
“É uma dádiva, Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas”.
“Escolhi a enfermagem devido a um fato que aconteceu comigo na adolescência. Quando tinha 18 anos, minha vizinha foi até minha casa pedir ajuda porque o pai dela estava se sentindo muito mal. Ao chegar lá, vi que ele estava ao chão e não responsivo. Então, chamamos ajuda e ao chegar na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), ele havia infartado e ido a óbito. Após este episódio, eu disse para minha mãe, Maria Mercedes, que iria estudar enfermagem para ajudar as pessoas.
Com o passar do tempo, conheci o Marcelo, meu esposo, e por meio dele conheci a minha sogra, dona Conceição dos Reis, que atuava na Santa Casa, na área de enfermagem. Ela nos direcionou e começamos a cursar enfermagem. Em 1997, entrei no ambulatório do Hospital de Amor, no departamento de enfermagem.
Um dia, quando estava na recepção ajudando nos agendamentos, veio uma mulher até mim e eu conversei com ela. Ela me entregou um presente e disse: “trouxe este presente para te acompanhar em sua trajetória, vejo você em seu atendimento e me emociono de ver o quanto é prestativa e educada, vejo amor em você”. Agradeci ela e ao abrir o presente, voltei meus olhos para agradecer novamente e ela não estava mais lá. Procurei por ela na recepção toda e não a encontrei. Lembro de ter comentado com as minhas colegas de trabalho que foi Deus quem enviou ela para mim.
O presente era uma imagem da Nossa Senhora das Graças e, desde então, sou devota dela, carrego a sua imagem comigo e em minhas orações peço proteção.
Eu trabalho há 28 anos na área e para mim, trabalhar com a enfermagem é ter um aprendizado todos os dias, então, procuro dar o melhor de mim. É uma dádiva Deus ter me escolhido para cuidar das pessoas.”
Marcela de Oliveira Santos, 40 anos, enfermeira.
“Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um eu te amo ou um adeus”.
“Meu sonho era cursar medicina até conhecer a enfermagem. Eu encontrei minha verdadeira vocação quando comecei a trabalhar como auxiliar de enfermagem, em 2003, na UTI adulta do Hospital de Amor. Neste momento, eu descobri o amor e conheci pessoas que me ajudaram a ser quem sou hoje.
Quando conclui a faculdade de enfermagem, em 2008, continuei na UTI, onde me realizei como profissional até ser convidada a trabalhar com a equipe cirúrgica do digestivo alto.
O período na UTI marcou muito minha vida, porque eu aprendi a deixar de lado os problemas pequenos e entendi que cada minuto com quem amamos vale muito mais. Os pacientes me ensinaram o quanto a vida é curta e que cada segundo deve ser vivido, sem deixar para depois um “eu te amo” ou um “adeus”.
Após alguns anos, eu fui para ‘Atenção Primária’ e aprendi muito sobre um mundo ainda desconhecido. Eu vi pessoas machucadas, observei que a fome muitas vezes é maior que a dor de uma doença e percebi que com amor podemos mudar um pouco este mundo.
No HA, eu encontrei profissionais que trabalham com amor e dedicação, que fazem todo o sofrimento se tornar uma esperança de um final feliz. Em cada lugar que passei, eu aprendi o valor de cada sorriso e de cada olhar.
Além disso, durante a minha jornada no Hospital de Amor, a minha vida pessoal também foi transformada. Em 2010, o amor se tornou palpável para mim, eu tive a minha primeira filha, a Maria Luísa. Desde então, nasceu a ‘Marcela mãe’. Mas a felicidade não parou por aí, o Miguel veio depois de um tempo e completou a nossa família.
Hoje, me sinto parte desta instituição como se fosse minha família. Aqui, temos pessoas que nos apoiam e investem em sonhos e ações, para que assim, consigamos ajudar o próximo”.
Marilene Oliveira Simeão, 48 anos, enfermeira.
“Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente”.
“Eu escolhi a enfermagem porque desde criança eu sonhava em poder fazer algo pelo próximo. Queria, de alguma forma, mudar a vida de alguém, aliviar a dor, diminuir o sofrimento, mas, principalmente, cuidar com amor e dignidade porque quando a nossa saúde está ameaçada, é quando nos sentimos mais frágeis e amedrontados.
Para realizar este sonho, a caminhada foi longa. Eu vim de uma família negra e de baixa renda. A minha mãe era analfabeta e o meu pai tinha pouco estudo, mas, é uma família cheia de amor. Eu fui a primeira a ter a oportunidade de frequentar uma faculdade, mas antes de iniciar o curso, eu fui auxiliar de enfermagem, depois me tornei técnica e só aos 35 anos consegui concluir a minha graduação.
Eu tive vários momentos marcantes em minha carreira, mas teve um episódio que é especial, talvez por ter sido no início da carreia: Eu estava de plantão e o Pedro (9) estava em tratamento oncológico, internado no Hospital Base, com cuidados paliativos. Sua mãe e ele me abraçaram e me agradeceram por eu estar ao lado deles nesta caminhada e aquele abraço me fortaleceu.
Eu acredito que são os pacientes que salvam as nossas vidas diariamente, porque eles nos proporcionam a oportunidade de sermos melhores, de evoluirmos e de crescermos espiritualmente. Todos os dias nós tocamos em uma vida e todos os dias, nossas vidas são tocadas por um paciente.
Esta é uma profissão em que todos os dias alguém reza por você, além de ser uma dádiva de Deus.”
Franciele de Nogueira Gomes, 33 anos, enfermeira.
“Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família”.
“Desde criança eu sabia que eu queria fazer enfermagem, nunca pensei em outra opção. Quando pequena, eu convivia muito com os meus avós e eles já tinham mais de 70 anos e eu ia muito com o meu pai levá-los ao médico.
Eu lembro que aconteceu um episódio quando eu era bem novinha: Meu avô estava internado, meu pai foi visitar ele e eu fiquei com a minha avó sentada lá fora. Eu perguntei para ela o que era aquela placa que estava na nossa frente, ela disse que era da faculdade e eu disse: “Vô, um dia eu vou estudar aí!”, e acabou que eu realmente passei no curso de enfermagem da FAMERP, em São José do Rio Preto (SP), e me formei lá.
Eu sempre tento tratar o paciente como se ele fosse alguém da minha família. Eu passei por uma experiência recente de perder o meu pai em um hospital em São José de Rio Preto (SP) e eu percebi como o atendimento é diferente e como o que a gente faz aqui, no Hospital de Amor, muda muito, tanto para o paciente quanto para o acompanhante. Então, eu sempre tento ser o mais clara possível e sempre tento trazer, tanto o paciente quanto o acompanhante, para perto de mim.
Logo que eu entrei aqui, tinha uma paciente que tinha mais ou menos a minha idade. Ela tinha uma irmã que tinha a idade da minha e nós conversávamos muito, ela até me apresentou a família. Infelizmente, ela foi a óbito e quando a gente acompanha as progressões e o quanto a família sofre, a gente acaba sofrendo junto.
Para lidar com pacientes oncológicos e com as fragilidades deles você tem que ser frágil também. Já é difícil dimensionar tudo que eles passam, então, eu acho que se você não for sensível, você não consegue dar o tratamento que eles precisam porque não é só o tratamento físico, tem todo um tratamento por trás disso.
Antigamente, eu era uma pessoa muito fechada, então, eu tive que me moldar completamente porque eu lido com pacientes. Eu preciso puxar assunto com eles, ser empática e eu tento não deixar o momento em que o paciente está aqui triste, porque a gente sabe que estar dentro do hospital já é.
Se eu pudesse dar um conselho para as pessoas que pretendem fazer enfermagem, eu diria: busque conhecimento sempre, faça com carinho e reflita sobre as pessoas que você vai atender, isso é muito importante”.
Célio Aparecido Silva, 62 anos, enfermeiro.
“A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: Respeito, paciência e humildade”.
“Eu trabalho no Hospital de Amor há 30 anos, mas minha jornada de trabalho se iniciou quando eu tinha 15. Eu comecei trabalhando na Santa Casa de Misericórdia de Barretos (SP), com serviços gerais. Quando eu estava com 18 anos, acredito que alguém tenha visto algo em mim, porque eu fui convidado para fazer parte da equipe de enfermagem. A princípio, eu comecei como atendente, depois, fiz um curso de auxiliar de enfermagem e continuo na área até hoje. Na época, eu trabalhava 36 por 12 horas e fiz essa rotina por 16 anos.
Quando terminei meu curso, entrei no Hospital São Judas Tadeu – unidade de cuidados paliativos e atenção primária ao idoso –, mas começou a rodar turno e eu já trabalhava a noite, então, pedi demissão. Depois de dois dias, a Dra. Scylla Prata (fundadora da instituição) me procurou, disse que o meu trabalho era importante e me ofereceu uma vaga na quimioterapia, para trabalhar no período da tarde. Eu aceitei e estou aqui até hoje. Se fosse preciso, eu faria isso novamente, porque eu amo o que eu faço.
Um dia, tinha uma paciente aqui na QT que estava muito irritada e chorando, porque não estavam conseguindo pegar a veia dela. Eu fui até ela, conversei, acalmei ela e consegui pegar a veia. Ela me disse que eu tinha uma áurea diferente, mas não sabia explicar muito bem, e isso me marcou muito.
A enfermagem muda a gente, nós passamos a ser mais atenciosos, nós tratamos as pessoas melhores. Mesmo aposentado eu continuo trabalhando, porque eu gosto do que faço e isso faz bem para a minha mente.
A palavra que define a minha profissão é o amor, porque o amor engloba tudo: respeito, paciência e humildade.”
Segundo estimativas para o triênio 2023-2025, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 32 mil casos de câncer de pulmão devem ser diagnosticados por ano no Brasil, o que coloca a doença como a quinta mais incidente entre todos os tipos de tumores malignos. No Hospital de Amor, de acordo com dados do departamento de Registro de Câncer, são aproximadamente 500 novos casos por ano, que muitas vezes chegam em estágios avançados, em decorrência da dificuldade no diagnóstico precoce, já que a doença, normalmente, não possui sintomas no estágio inicial. É o que reforça um levantamento do Instituto Oncoguia, que mostra que 86% dos pacientes recebem o diagnóstico tardiamente, quando a doença já não possui mais possibilidade de cura.
Apesar dos diversos fatores que favorecem a ocorrência do câncer de pulmão, como exposição a agentes cancerígenos químicos ou físicos, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e fatores genéticos, o tabagismo ainda é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, com até 85% dos casos diagnosticados associados ao consumo e exposição passiva aos derivados do tabaco.
“Nem todo indivíduo que fuma ou fumou desenvolverá câncer de pulmão, e isso ainda é realmente difícil de se prever, mas sabe-se que a chance de seu desenvolvimento está diretamente relacionada à carga de tabaco com a qual que se teve contato”, explica o médico radiologista do Hospital de Amor, Dr. Rodrigo Sampaio Chiarantano. Sabe-se também que a mortalidade em decorrência da doença entre os fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, já entre os ex-fumantes essa taxa chega a ser quatro vezes maior.
Especialistas explicam que o início do diagnóstico pode ser feito com um exame simples de raio-X de tórax. Mas, caso seja constato a presença de lesão pulmonar, é necessário a realização de exames complementares, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, broncoscopia e posteriormente, a biópsia da lesão. O oncologista clínico do HA, Dr. Carlos Eduardo Baston Silva, conta que as principais modalidades de tratamento são: cirurgia nos estádios iniciais, quimioterapia, radioterapia, terapia-alvo e imunoterapia, isolados ou em combinação.
Visando colaborar com a mudança do histórico da doença no país, o HA possui diversas iniciativas voltadas para o diagnóstico precoce, tratamento, ensino e a pesquisa em câncer de pulmão. Conheça melhor:
Pioneirismo no diagnóstico precoce
Há 4 anos, com o intuito de reduzir as taxas de diagnóstico tardio, o HA lançou um programa de rastreamento ativo de câncer de pulmão, como parte de uma iniciativa mais ampla da instituição, que se destaca por incluir também atividades de prevenção primária e pesquisa científica de ponta com marcadores biomoleculares.
Em um formato pioneiro na América Latina, uma unidade móvel foi equipada com um tomógrafo computadorizado de baixa dose e direcionada a fazer o acompanhamento da população de risco. O programa é o único no Brasil que integra dados de diversas esferas da área da saúde e oferece gratuitamente esse exame aos usuários do Sistema Único de Saúde. Inicialmente, o projeto atendeu com exclusividade os encaminhamentos dos participantes dos grupos de cessação de tabagismo, mas, atualmente, o rastreamento está disponível para todos os indivíduos que fazem parte do grupo de risco e que residem em um dos 18 municípios que compõem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V).
O diferencial desta unidade móvel é o laudo, que foi elaborado para o programa, pensando em tornar a informação mais acessível ao paciente. O documento é composto por texto em linguagem mais simples e direta, acompanhado de um reforço visual que ilustra o significado dos achados. No laudo, são descritos os achados do exame potencialmente relacionados ao tabagismo e explicados os passos seguintes a partir dali. Ele foi desenvolvido pensando no melhor entendimento do indivíduo participante, estimulando o autocuidado e a vigilância de saúde. Os pacientes têm retornado com grande satisfação. Alguns deles relataram, inclusive, que o processo de rastreamento como um todo auxiliou na decisão de parar de fumar.
De acordo com Chiarantano, o projeto permanece como o único envolvendo esforços combinados de prevenção primária nos municípios (secretarias municipais de saúde) e rastreamento, sendo integralmente gratuito e utilizando uma unidade móvel. Até o momento 520 pessoas já passaram pela unidade, mas a meta é acelerar as atividades que ficaram estagnadas durante a pandemia de covid-19 e checar a 3 mil atendimentos até o final de 2024. Desde o início do projeto, cinco pacientes foram diagnosticados com a doença ainda no início.
Podem participar homens e mulheres, fumantes ou ex-fumantes de alto risco. Para verificar a situação de alto risco, basta acessar a calculadora online desenvolvida pela equipe e preencher os dados, que o aplicativo determina o risco e define a indicação ou não de se fazer o exame. Sendo de alto risco, basta entrar em contato pelo telefone 3321-6600, ramais 7010 ou 7080 e agendar o exame.
Avanços científicos
Consequência da seriedade e qualidade do programa de prevenção e rastreamento de câncer de pulmão, o Hospital de Amor foi aceito como colaborador em um grande consórcio de pesquisa internacional, o International Lung Cancer Consortium (ILCCO), que possibilitará melhorar o entendimento da genética relacionada ao câncer de pulmão, a melhor caracterização de grupos de risco e de fatores de decisão em relação aos achados de exame. “Trata-se de pesquisa de ponta e de qualidade, com grande potencial de contribuição para a ciência e para a redução da mortalidade por câncer de pulmão. Com base em informações obtidas sob consentimento em amostras biológicas dos indivíduos participantes, diversas características genéticas e biomoleculares estão sendo investigadas, traçando um perfil particular da nossa população, que se somam aos dados já obtidos de outras populações ao redor do mundo”, ressalta o radiologista.
Além disso, o Instituto de Ensino e Pesquisa do HA possui, desde 2018, o Grupo Translacional de Oncologia Pulmonar, cadastrado e certificado pelo CNPq, com o objetivo de fortalecer a investigação a pesquisa translacional em câncer de pulmão, desde o paciente, passando pela patogênese molecular até a aplicação na prática clínica empregando tecnologias de ponta. “O nosso grupo tem um caráter totalmente multidisciplinar e essa multidisciplinaridade alavanca as pesquisas sobre o câncer de pulmão, tendo sempre como nosso foco principal o paciente. Atualmente, atuamos no desenvolvimento de novos painéis moleculares e na investigação de biomarcadores para auxiliar a equipe médica no manejo do paciente”, explica a pesquisadora Letícia Ferro Leal.
Avanços tecnológicos – cirurgias torácicas robóticas
Desde agosto de 2022, o Hospital de Amor realiza cirurgias torácicas com auxílio de robôs aos seus pacientes, gratuitamente. De acordo com o médico cirurgião do hospital, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, esse tipo de procedimento é uma melhor opção para o paciente e os que realizam tratamento de neoplasia no pulmão são os principais beneficiados com o procedimento. “Com essa tecnologia, conseguimos contribuir com um melhor resultado estético, uma maior precisão, menos dor e desconforto durante o pós-operatório, menos riscos de infecções na ferida operatória e menos chances de hérnias incisionais a curto e médio prazo”, afirmou.
A iniciativa foi idealizada pelo grupo de cirurgiões do departamento de cirurgia torácica oncológica do HA, formado pelos médicos Dr. Wilson Chubassi de Aveiro, Dr. Maurício Cusmanich, Dr. Rachid Eduardo Noleto da Nóbrega Oliveira e o chefe do departamento, Dr. José Elias Abrão Miziara.
Avanços tecnológicos – alta tecnologia em radioterapia
O Hospital de Amor é uma das poucas instituições do Sistema Único de Saúde a oferecer radioterapia estereotáxica corporal (SBRT), uma técnica avançada e de alta tecnologia, não custeada pelo poder público. Em outubro de 2022, a revista científica The Lancet Regional Health – Americas publicou um artigo escrito por médicos e pesquisadores do HA, em parceria com profissionais da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que teve como objetivo avaliar se a SBRT é uma estratégia mais custo-efetiva do que a radioterapia fracionada convencional. O trabalho, teve como base pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio I inelegíveis cirurgicamente. O estudo traz resultados que provam que o uso da modalidade SBRT resulta em mais anos de vida para os pacientes.
“Hoje, o tratamento padrão curativo é a lobectomia — a remoção de um lobo pulmonar por meio cirúrgico. O problema é que boa parte dos que descobrem o tumor no estágio inicial é quem fuma, o idoso e quem tem o coração fraco ou outras doenças derivadas do cigarro, da vida e da idade”, explica um dos coordenadores do estudo, o radio-oncologista Alexandre Arthur Jacinto.
A SBRT age somente no nódulo e protege qualquer tecido ao redor, através de uma técnica com base em tomografias 4D. “Enquanto respiramos e falamos, o pulmão se movimenta e o nódulo também. Como faço um tratamento preciso numa região que se movimenta o tempo inteiro? A estereotaxia trata esse tumor rastreando seu movimento. Eu vejo o movimento do nódulo e consigo dar uma dose gigante de radioterapia com a possibilidade de controle desse nódulo de 90%, que é o mesmo que a cirurgia oferece”, destaca o especialista.
Educação – Projeto Inspirar
O Núcleo de Educação em Câncer do Hospital de Amor criou, em 2020, o Projeto Inspirar, mediante a necessidade de proporcionar aos adolescentes a reflexão e a conscientização dos malefícios do tabaco, tendo em vista que é durante o período entre o ensino médio e superior, que o número de usuários de tabaco cresce, tornando-se importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças na idade adulta, como o câncer de pulmão. Nesse contexto, o intuito é estimular os adolescentes a se conscientizarem sobre os malefícios do tabagismo, antes que possam se tornar usuários, além de incentivá-los a realizarem a divulgação científica sobre essa temática, junto à comunidade.
O projeto é iniciado por meio de uma capacitação proporcionada aos educadores da comunidade escolar, a fim de que estes conheçam de forma mais aprofundada as consequências do tabagismo, além de receberem orientações sobre como o projeto deverá ser desenvolvido com os alunos. Posteriormente, as inscrições para participar do projeto são abertas. Cada escola pode inscrever grupos de no máximo cinco estudantes do 9º ano acompanhados de um professor orientador, que devem cumprir as seguintes provas, dentro da plataforma virtual do projeto: 1 – Quiz de perguntas e respostas; 2 – Campanha nas Mídias Sociais Antitabagismo; 3 – InspirAção e Ciência (abrangendo a elaboração de apresentações criativas de divulgação científica sobre a temática do projeto). Todas as provas proporcionam uma quantidade de pontos para as equipes, que são indicadas por uma Comissão Avaliadora composta por profissionais do Hospital de Amor e das Secretarias Municipais de Educação.
Como culminância, o projeto finaliza-se por meio da apresentação das 10 equipes destaques na terceira prova em um evento. Após as apresentações, são divulgadas as colocações de cada grupo finalista que recebem junto de seu professor orientador e de sua escola os respectivos prêmios.