1 – INFORMAÇÕES GERAIS
O Comitê de Bolsas e Pesquisa (CBP) do Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos) torna público o Processo Seletivo de Bolsa Institucional da Fundação Pio XII e convida candidatos ao programa de Pós-graduação interessados em Bolsas de Doutorado, de acordo com o que estabelece o presente Edital.
Confira a documentação do edital na íntegra e participe:
Com o intuito de concentrar e apresentar os trabalhos voltados para a pesquisa científica realizados no Hospital de Amor, o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) promove, anualmente, um Encontro Científico que reúne seus pesquisadores, docentes e discentes do Programa de Pós-graduação, além dos alunos de iniciação científica. Neste ano, por conta da pandemia de COVID-19 e a necessidade de isolamento social, que impactaram diretamente nas rotinas de diversos setores e atividades, o evento precisou ser reformulado e aconteceu em edição totalmente online.
“Esse evento representa uma oportunidade singular de integrar todos os nossos alunos quanto aos trabalhos científicos que estão sendo desenvolvidos em nossa instituição com a participação de um comitê avaliador altamente qualificado para avaliar as apresentações, tanto em formato pôster quanto oral”, comentou a Docente Permanente do Programa de Pós-graduação do HA e Coordenadora do Comitê de Bolsas e Pesquisas (CBP), Dra. Marcia Marques Silveira.
Mesmo em um formato fora do escopo habitual, o XI Encontro Científico do HA, que aconteceu no dia 28 de agosto, contou com mais de 120 participantes, que submeteram mais de 110 resumos, dos quais, nove foram escolhidos para apresentação oral, divididos em três categorias: Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Os primeiros lugares de cada categoria, tanto na apresentação oral, quanto nos pôsteres, receberam premiações por meio de bônus no Programa de Auxílio e Incentivo aos Pesquisadores, oferecido pela instituição.
Confira a lista completa dos trabalhos premiados:
Iniciação Científica
Apresentação Oral
Título: Detecção de DNA de papilomavírus humano por PCR digital de gotículas em tecido tumoral embebido em parafina e fixado em formalina de pacientes com carcinoma de células escamosas da orofaringe.
Aluno(a): Camila Marques Schiavetto
Pôster
Título: Indisulam sensibiliza as células de glioblastoma ao tratamento de radioterapia.
Aluno(a): Karina dos Santos
Mestrado
Apresentação Oral
Título: Aplicabilidade de um nomograma incluindo variáveis clínicas e moleculares para estratificação de grupos de risco em meduloblastomas pediátricos.
Aluna: Bruna Minniti Mançano
Pôster
Título: Avaliação da expressão dos biomarcadores PD-1 e PD-L1 em tumores de sítio primário desconhecido e seu microambiente tumoral.
Aluno(a): João Neif Antônio Junior
Doutorado
Apresentação Oral
Título: Detecção de antineoplásicos e metabólitos em efluente hospitalar e municipal de Barretos, SP, e avaliação toxicológica e citotóxica.
Aluno(a): Mariana de Oliveira Klein
Pôster
Título: Evaluation the role of miRNAs in Cervical Cancer Cell Lines.
Aluno(a): Rhafaela Lima Causin
Jogar bola, brincar no celular e fazer amigos, esses são alguns dos hobbies do simpático Samuel Chaves, de 9 anos. Quem conhece o alegre mineirinho, natural de Luz (MG), nem imagina que, além de transmitir muito brilho, ele também erradia maturidade. A luta pela sua vida começou há três anos quando, após uma queda, ele começou a sentir fortes dores na perna. De acordo com a mãe, Grazielle Chaves, 34 anos, em 2017, apareceu um caroço (linfonodo) atrás da orelha de Samuel. Como não é algo natural, ela o levou ao pediatra na cidade onde viviam.
Após realizar exame clínico, o profissional que atendeu a família disse para mãe que não se tratava de nada grave e que logo o caroço iria desaparecer. Mesmo assim, o doutor passou um medicamento e pediu para que se tranquilizassem, pois o Samuel logo ficaria bem. Ao ouvir isso, Grazielle ficou mais calma, no entanto, outras dores surgiram após uma queda que Samuel sofreu. “Ele caiu e os problemas começaram a aparecer. Ele sentia dores fortes na perna e começou a mancar. Logo depois, com menos de dois meses que ele havia caído, o Samuel parou de andar”, relatou a mãe do garoto.
Novamente, a família foi em busca de ajuda médica para entender o que estava acontecendo com o pequeno. “Fizemos vários exames e nada foi detectado. Por fim, o mesmo médico que tínhamos visitado solicitou exame de cintilografia óssea, e o resultado: todos os ossos dele já estavam comprometidos. Foi um baque! O chão se abriu e nós ficamos sem saber como agir”, contou Grazielle, emocionada. Nesse momento, uma luz surgiu na vida de Samuel. Um amigo da família indicou o Hospital de Amor e, imediatamente, a família solicitou uma vaga. No dia 8 de dezembro de 2017, Samuel fez sua primeira consulta no HA e finalmente recebeu seu diagnóstico: LLA (leucemia linfoide aguda).
Com o diagnóstico fechado e a equipe médica pronta para apoiar e iniciar o tratamento, nada abalaria o desejo de viver de Samuel, muito menos os 314 km de distância de sua cidade. E foi assim, batalhando contra as dores e contra os medos, que a família de Samuel iniciou o maior desafio de suas vidas: lutar contra o câncer. “O começo é uma fase muito difícil, pois a vida muda completamente. No início, ficamos apenas eu e ele em Barretos (SP), pois meu marido e a minha outra filha, na época com apenas um ano e meio, ficaram em nossa cidade. Foi uma fase complicada”, explicou a mãe do paciente.
Logo após o início do tratamento e as primeiras sessões de quimioterapia, Samuel apresentou uma melhora significativa e, desde então, vem reagindo muito bem, sem náuseas ou complicações.
Os desafios que surgem ao longo do tratamento
Engana-se quem pensa que durante os três anos de tratamento houve apenas momentos tristes! Samuel participa ativamente do projeto musical da instituição, que oferece aulas de músicas para os pacientes (crianças e adolescentes) em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil. Além disso, o mineirinho também já concedeu entrevistas e gravou o comercial oficial do Hospital de Amor. Sem contar que ele é presença garantida em todos os eventos e festividades que acontecem na entidade.
Durante todo esse tempo, ele já soltou fartas gargalhadas com a trupe dos ‘Palhaços da Alegria’, pintou desenhos e fez a festa na brinquedoteca da unidade infantojuvenil. E teve o inesquecível encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Quando morou no Lar de Amor (alojamento do HA para pacientes e seus familiares), durante nove meses, Samuel aproveitava para se divertir nas salas de jogos, TV e nas diversas apresentações de artistas que rolaram na casa. Sem dúvidas, ele é um paciente querido por todos! Quando questionado sobre seu tratamento, o pequeno paciente estufa o peito para falar sobre uma importante conquista: “Eu tenho fé e pedi para Deus para o meu cabelo não cair por causa da quimioterapia. E não caiu”, disse cheio de orgulho.
Para a mãe de Samuel, o carinho com que a equipe do HA trata as crianças e os familiares é fundamental. “Eu sou muito grata a todos os funcionários da instituição, que fizeram e fazem a diferença na vida do meu filho. Todos eles dedicam amor e carinho na vida de todos os pacientes do hospital. O Senhor abriu a porta do melhor lugar para que o meu filho pudesse fazer o tratamento, Deus cuidou de cada detalhe desde o começo. Eu pedi para Deus que eu não queria ver o meu filho sofrer. Acredito que Ele ouviu minhas orações”.
O tratamento do Samuel está previsto para terminar no fim deste ano. Alguém duvida que ele vai continuar brilhando por anda passa?
Paciente grava mensagem pedindo doações em prol do HA
Luíza: combatente, gloriosa e guerreira. Alguém, cujo nome significa tanta qualidade, só poderia ser uma pessoa que nasceu para fazer a diferença. Essa é mais uma história de uma valente paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil, que trata de um tumor de Askin – sarcoma de Ewing.
Ao saber da dificuldade financeira que o HA está sofrendo devido à pandemia do novo coronavírus, a paciente Luíza Cardoso, de 6 anos, falou para sua mãe, Ana Paula Cardoso, que precisavam fazer algo para ajudar a instituição. Na ocasião, ambas concordaram que algo deveria ser feito, e foi.
Com muita vontade de ajudar e com o coração cheio de esperança, mãe e filha escreveram mensagens em vários cartazes e gravaram um vídeo. O conteúdo foi publicado nas redes sociais e ganhou vários likes e compartilhamentos. “Eu estou vencendo o câncer porque tive a oportunidade de me tratar no melhor hospital: o Hospital de Amor. Por isso, estou aqui para que outras pessoas possam ser salvas”, diz um dos cartazes exibidos por elas.
Ana Paula (funcionária pública) revela que nunca imaginou que o vídeo teria tanta visibilidade, mas que ficou feliz em saber que a mensagem chegou a muita gente.
A família, que é de Águas de Lindóia (SP), vive em Barretos desde maio de 2019. “Ela sentia falta de ar, então o pediatra constatou que ela estava com derrame pleural devido ao tumor, que pressionava o pulmão dela”, contou. A mãe diz que garota é tímida, mas adora colorir desenhos na brinquedoteca do hospital e nunca reclama de nada. A garota reage bem ao tratamento e aproveita os momentos de lazer para brincar. E se tem algo que reflete bem a garra dessa guerreira é uma das mensagens que ela divulgou no vídeo que fez com a sua mãe: “Não ignore meu pedido, pois o câncer não espera. Imagine se fosse alguém que você ama. Não seria triste?”
Que tal ajudar e contribuir com o tratamento de pacientes como o Samuel e Luíza, além de vários outros pacientes de todo o país? A sua doação pode ajudar a salvar vidas! Acesse: hospitaldeamor.com.br/doe-amor.
A palavra Leucemia ainda espanta muito as pessoas. Há muitos anos, essa doença era associada a um grande número de mortes e, por ser uma enfermidade com desenvolvimento frequente em crianças, o receio crescia ainda mais. Porém, hoje esse cenário se transformou e, felizmente, muitos casos de leucemia podem ser curados, sem contar que mesmo que não o sejam, a sobrevida dos pacientes pode ser aumentada em longos anos com o tratamento adequado.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o ano de 2020 há uma estimativa de mais de 10 mil casos novos da doença, com uma incidência ligeiramente maior em homens. Atualmente, é o 9º câncer mais comum entre homens e o 11º entre as mulheres. Com números tão alarmantes, é preciso estar atento, entender esse tipo de câncer e saber como diagnosticá-lo precocemente. Você conhece a leucemia?
O que é a doença chamada leucemia?
É o câncer que afeta as células do sangue, ou seja, os leucócitos ou glóbulos brancos (que são as células responsáveis pela defesa do corpo) e se inicia dentro da medula óssea. Segundo descrito pelo INCA, a medula óssea é o local de fabricação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela, são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.
Nas leucemias, há a alteração em uma célula da medula, que se torna anormal (doente) e passa a se multiplicar mais aceleradamente, perdendo a capacidade de se diferenciar e morrendo menos do que as células normais. Desta forma, estas células anormais vão se acumulando na medula óssea, substituindo as células saudáveis e atrapalhando a formação de células “boas” do sangue, que são os glóbulos vermelhos (de transporte de oxigênio), glóbulos brancos (de defesa) e plaquetas (que ajudam na coagulação).
Sob esta denominação, estão agrupadas várias neoplasias diferentes: pode ser dividida pelo tipo de célula afetada – mielóide e linfóide, e pela forma de evolução da doença – aguda e crônica. Assim, os quatro principais subgrupos de leucemia são: Leucemia Linfóide Aguda (LLA), Leucemia Mielóide Aguda (LMA), Leucemia Linfóide Crônica (LLC) e Leucemia Mielóide Crônica (LMC).
Como esse tipo de câncer se desenvolve?
As causas do desenvolvimento de leucemia não são totalmente definidas, mas existem fatores de risco mais relacionados a um ou outro tipo. Para as leucemias agudas, são considerados fatores de risco: exposição a benzeno e a radiação ionizante, exposição a quimioterapia (no caso de tratamento de doenças prévias), exposição a agrotóxicos, entre outros.
Existem também associações com doenças e alterações genéticas, como Síndrome de Down e Anemia de Fanconi (síndrome genética herdada dos pais); e com história familiar, por exemplo: em LLC, há incidência em parentes de primeiro grau em relação a população geral.
Outras doenças hematológicas (aquelas que comprometem a produção dos componentes do sangue) também aumentam o risco de desenvolvimento da leucemia, como síndromes mielodisplásicas (um grupo de distúrbios causados quando algo interrompe a produção de células sanguíneas).
Em relação à faixa etária, é importante alertar: quanto maior a idade, maior o risco de leucemia, exceto o tipo LLA, que é o mais frequente em crianças e é considerado o câncer mais comum na infância. Segundo as oncopediatras do Hospital de Amor Infantojuvenil, Dra. Anita Frisanco Oliveira e Dra. Bianca Faustini Baglioli, a leucemia linfóide aguda ocorre mais entre crianças de 2 e 5 anos, podendo ser diagnosticada também, em menor frequência, em lactentes (crianças que ainda mamam) e adolescentes. “Já a leucemia mielóide aguda (LMA) é mais frequente nos lactentes, com um declínio até os 9 anos de idade, e um novo aumento da sua incidência a partir da adolescência. A leucemia mielóide crônica (LMC) é mais comum em adolescentes e adultos jovens”, afirma Dra. Bianca.
É possível prevenir a leucemia?
Diferentemente do que acontece na maioria dos casos de câncer, não há fatores de risco conhecidos para a leucemia, não podendo, desta forma, ser prevenida. Porém, a médica hemotalogista do Hospital de Amor, Dra. Iara Zapparoli Gonçalves, explica que ter hábitos saudáveis de vida e cuidados com a saúde, incluindo alimentação adequada e prática de exercícios físicos regularmente; realizar tratamento de doenças concomitantes (que acontecem ao mesmo tempo no organismo); evitar exposição desnecessária a agentes potencialmente tóxicos, incluindo o tabagismo; e fazer o uso adequado de equipamento de proteção individual (EPIs), são exemplos que melhoram a qualidade de saúde e de vida, e deixam os indivíduos fortes para enfrentar as adversidades.
Nas crianças, ao contrário do que acontece com adultos que podem receber orientações quanto a prevenção, a leucemia está relacionada a alterações genéticas, não sendo possível preveni-la, mas sim diagnosticá-la precocemente. Em ambos os casos, o principal exame para a suspeita desse tipo de câncer é o hemograma. Caso haja evidência da doença, outro exame é realizado, o mielograma, onde a coleta de sangue é feita diretamente na medula óssea podendo avaliar sua morfologia, tipo de célula acometida, imunofenotipagem (técnica utilizada para identificar qual tipo exato de célula que compõe um determinado tecido), biologia molecular, etc.
Sinais e sintomas da leucemia
Quando há o desenvolvimento da leucemia no organismo, há também a substituição da medula e, consequentemente, a diminuição de células no sangue. Sendo assim, os principais sintomas da doença são:
– Diminuição de glóbulos vermelhos: anemia, palidez, cansaço e fraqueza.
– Diminuição de glóbulos brancos: queda de imunidade e aumento de risco de infecções.
– Diminuição de plaquetas: sangramentos, manchas roxas e petéquias (pontos vermelhos na pele).
Além disso, os pacientes também podem apresentar dores em ossos (muito comum em LLA), perda de peso, febre, suores noturnos e outros sintomas relacionados ao acumulo de células fora da medula, como aumento de gânglios e desconforto abdominal por aumento do baço e do fígado.
“No caso de leucemias crônicas, onde a doença evolui de forma mais lenta, não há sinais e sintomas aparentes. Por isso, é comum que o diagnóstico seja feito após uma alteração encontrada em um hemograma de rotina”, esclarece Dra. Iara.
Tipos de leucemias existentes e suas características
• Leucemia Linfóide Aguda (LLA): há proliferação de células associadas aos estágios iniciais de maturação linfóide. É a leucemia mais comum em crianças, mas pode ocorrer também em adultos, existindo um segundo pico de incidência a partir dos 50 anos. Existem vários subtipos de LLA e o tratamento depende de vários fatores, como idade, subtipo, alterações citogenéticas e moleculares.
• Leucemia Mielóide Aguda (LMA): há a proliferação de células progenitoras da medula óssea nos estágios iniciais de maturação. Tem um curso clínico agudo e deve ser tratada rapidamente. Pode ocorrer em crianças e adultos, sendo a forma mais comum no período perinatal (logo após o nascimento), porém a incidência aumenta com a idade. Também é dividida em subtipos e o tratamento, como na LLA, depende da idade, comorbidade (doenças que facilitam o desenvolvimento de outras enfermidades), alterações moleculares e citogenéticas.
• Leucemia Linfóide Crônica (LLC): é caracterizada pelo acúmulo de linfócitos maduros no sangue. A maioria (90%) dos pacientes acometidos com a doença tem mais de 50 anos e é extremamente rara em pessoas abaixo dos 25 anos. Cerca de 70% dos pacientes são assintomáticos ao diagnóstico, que é feito a partir de um achado de exame (hemograma) de rotina. Estes pacientes assintomáticos, geralmente, são apenas observados, sem indicação de tratamento.
• Leucemia Mielóide Crônica (LMC): afeta as células mielóides e avança lentamente. É uma neoplasia clonal da célula progenitora hematopoiética pluripotente, caracterizada por uma translocação específica – Cromossomo Philadelfia – sendo disponível terapia alvo (oral). Tem pico de incidência entre 50 e 60 anos.
Apesar de cada tipo de leucemia ter suas características, os tratamentos indicados e o tempo de duração de cada um deles devem ser avaliados e orientados por médicos especialistas, pois há situações em que os procedimentos não são indicados (apenas observações clínicas) e outras, em que o tratamento deve ser intensivo, incluindo o transplante de medula óssea (TMO).
“Recidiva” da doença
Quando falamos em leucemia, falamos também em pacientes que tiveram a “recidiva” da doença. Afinal, o que isso significa?
A recidiva significa que a ‘doença voltou’. Esse problema pode acontecer pouco ou muito tempo após a cura e, na maioria das vezes, ocorre pela proliferação de células doentes, previamente indetectáveis pelos exames de rotina. Durante o tratamento inicial, essa mesma célula pode ter criado resistência aos quimioterápicos utilizados e permanecido em estado de latência, ou seja, em repouso até encontrar um ambiente favorável à sua proliferação.
Devido à melhora no diagnóstico precoce da doença, os índices de leucemia vêm aumentando ao longo dos anos. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em adultos, a estimativa de casos novos para o ano de 2020 (incluindo todos os tipos) é de 10.810, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. Já em pacientes pediátricos, são estimados cerca de 8.460 novos casos de câncer no Brasil. Destes, 2.115 são de leucemias.
Fique atento!
Ao se deparar com sintomas persistentes ou não explicáveis, ou caso haja alguma alteração no hemograma de rotina, procure um médico especialista, também conhecido como hematologista, imediatamente.
As crianças também devem ser encaminhadas a um pediatra de confiança, para que ele faça a coleta detalhada da evolução do quadro do paciente, solicite um hemograma completo e entre em contato com um centro que disponha de atendimento em oncohematologia pediátrica.
Leucemia x Hospital de Amor
Por ser uma instituição referência em tratamento oncológico e contar com um departamento de hematologia, uma unidade só para atender crianças e jovens (com um moderno centro de transplante de medula óssea pediátrica), médicos especialistas atualizados e experientes, e uma competente equipe multiprofissional, o Hospital de Amor realiza o diagnóstico da doença e a avaliação adequada com relação ao prognóstico e ao procedimento mais indicado, proporcionando um tratamento de excelência e humanização aos pacientes que lutam com a leucemia (e também com outros tipos de câncer).
Em sua unidade adulta, são diagnosticados cerca de 100 e 120 casos de leucemia por ano. Já a unidade infantojuvenil do HA conta, atualmente, com 90 pacientes em tratamento. Com a inauguração do novo centro de TMO pediátrico, em abril de 2019, a instituição aumentou significativamente sua capacidade de atendimento: ao todo são 27 leitos de internação, 6 leitos na unidade de terapia intensiva (UTI), 11 leitos no centro de intercorrência ambulatorial (CIA) e 16 leitos na quimioterapia, ou seja, muito mais vidas sendo salvas todos os dias!
O poder do sangue
“Quem doa sangue salva vidas”. Essa frase, dita por muitos profissionais da área da saúde e tão disseminada nos meios de comunicação, retrata a importância da doação de sangue (ato voluntário e de solidariedade, praticamente indolor e rápido) para os pacientes em tratamento contra leucemia, que passam por transplante de medula óssea ou cirurgias. Para se ter uma ideia da relevância desse compromisso social, quando os estoques caem e falta sangue nos hospitais, muitas cirurgias e procedimentos são cancelados.
De acordo com a gerente de captação de doadores do Hemonúcleo do Hospital de Amor, Ana Paula Borges, são realizadas, diariamente, 70 transfusões de sangue na instituição e, a maiores dos pacientes que recebem essas doações, realizam tratamentos contra a leucemia.
Por esse motivo, o Hospital de Amor realiza diversas campanhas na tentativa de conscientizar a população a doar, principalmente em épocas em que as doações despencam: períodos de celebrações, férias, quando as temperaturas ficam mais baixas ou quando o país enfrenta um problema de saúde pública, como a pandemia do coronavírus.
Para doar, é necessário ter um documento com foto, pesar mais de 50 quilos, ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos devem estar acompanhados por um responsável legal), estar em boas condições de saúde, descansado e bem alimentado. O Hemonúcleo do Hospital de Amor funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h, e aos sábados e domingos, das 7h às 11h. Para outras informações sobre doação de sangue ou de medula óssea, basta entrar em contato com o setor pelo telefone (17) 3321-6600 – Ramal 6941 ou pelo e-mail hemocaptacao@hcancerbarretos.com.br.
Uma das maiores referências em tratamento e assistência oncológica na América Latina, o Hospital de Amor (novo nome do Hospital de Câncer de Barretos, como ainda é referido no ranking), dá sinais de sua consolidação também na frente de pesquisa. Prova disso, é sua posição no Scimago Institutions Rankings (SIR) 2020. Neste ano, o HA ocupa a primeira posição entre os hospitais de toda a América Latina e o segundo lugar entre as instituições que realizam pesquisas na área da saúde.
O SIR é um recurso internacional de avaliação científica que classifica universidades e instituições públicas ou privadas em todo o mundo, revelando algumas das principais dimensões (pesquisa, inovação e impacto social) de desempenho da pesquisa. O objetivo do ranking é fornecer uma ferramenta métrica útil para as entidades, formuladores de políticas públicas e gerentes de pesquisa para a análise, avaliação e melhoria de suas atividades, produtos e resultados. Só na edição de 2020, mais de 7 mil instituições foram avaliadas em todos os setores, entre elas, mais de 1.200 são da área da saúde. Este é o terceiro ano consecutivo em que a HA está entre as primeiras posições do ranking no setor de saúde, no Brasil e na América Latina.
Há pouco mais de 10 anos, o hospital deu início às atividades do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), cujo objetivo principal é oferecer as melhores condições para a realização de pesquisa de ponta, estimular o ensino pós-graduado, formação de residentes médicos e de outros profissionais de saúde, além de se voltar também para a transmissão desse conhecimento à sociedade com trabalhos e ações de alto impacto, sobretudo, para as crianças e adolescentes em seu ambiente escolar. Até o momento, mais de 120 mestres e doutores já foram formados pelo Hospital.
O IEP mantém, fundamentalmente, a sintonia com as atividades desenvolvidas nos departamentos clínicos da instituição e compõe os alicerces para o desenvolvimento da medicina de futuro (a chamada medicina personalizada) em oncologia. Sua estrutura baseou-se nos mais modernos centros de pesquisa mundiais, enfatizando a praticidade de circulação, a facilidade de acesso aos recursos tecnológicos e a supervisão de profissionais capacitados. A complexa e atual infraestrutura possui desde anfiteatros, salas de ensino modernas e centro de treinamento cirúrgico, até laboratórios de genética molecular e biologia celular, além de unidades móveis de educação, sendo capaz de viabilizar o desenvolvimento de diferentes linhas de pesquisa em oncologia. Suas atividades estão centradas em quatro eixos principais: Epidemiologia e Prevenção do Câncer; Oncologia e Patologia Molecular; Oncologia Clínica e Cirúrgica; e Cuidados Paliativos e Qualidade de Vida, que buscam incessantemente o desenvolvimento tecnológico e a inovação, visando como resultado final, o melhor atendimento ao paciente oncológico.
De acordo com o diretor executivo e científico do IEP, Dr. Rui Reis, a produção científica atual do Hospital de Amor conta com uma média de 200 publicações por ano em periódicos de impacto mundial. “A excelência na infraestrutura e organização implementada desde o início das atividades do IEP, além de seu constante aprimoramento, são fundamentais para obtermos esse resultado junto ao Scimago Institutions Rankings. Nossa posição mostra que a aposta da instituição em uma política sólida de ensino e pesquisa não é apenas promissora, mas já traz resultados altamente relevantes para a comunidade científica, pacientes e sociedade em geral”, afirmou Reis.
Em razão do aumento dos casos de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) nas últimas semanas, informamos que diversas medidas de controle estão sendo tomadas nas unidades do Hospital de Amor, a fim de minimizar o risco de infecção entre pacientes, acompanhantes e colaboradores, as quais seguem abaixo:
Para pacientes e acompanhantes:
1- Os pacientes em tratamento oncológico não deverão faltar de suas consultas, exames ou procedimentos marcados, devido ao risco que esse tipo de interrupção pode trazer ao seu tratamento. Contudo, se, no dia do atendimento marcado, o paciente (ainda estando em sua cidade de origem) apresentar febre e sintomas respiratórios (tosse, dor de garganta, falta de ar, aumento da secreção nasal, espirros, etc.), o mesmo deve entrar em contato com a unidade do Hospital de Amor em que realiza seu tratamento para reagendamento, além de procurar atendimento médico na unidade básica de saúde (UBS) do próprio município;
2- O Hospital de Amor também solicita que os pacientes não tragam acompanhantes que estejam com sintomas respiratórios, como os descritos no item anterior. Caso o acompanhante apresente qualquer um desses sintomas, orientamos que ele seja substituído antes do deslocamento à unidade do Hospital de Amor;
3- A presença de acompanhantes está restrita aos casos previstos por lei (pacientes crianças, idosos e portadores de necessidades especiais). Não há uma idade máxima permitida para os acompanhantes, porém, não recomendamos que pessoas acima de 60 anos ou com comorbidades (portadores de doenças que facilitam o desenvolvimento de outras enfermidades) exerçam essa função;
4- Todas as visitas estão suspensas por tempo indeterminado, em todas as unidades do Hospital de Amor e alojamentos da instituição;
5- Haverá triagem de pacientes sintomáticos respiratórios em todas as recepções da instituição, com organização do fluxo de atendimento para síndrome gripal e isolamento de todos os casos suspeitos de COVID-19. Na unidade de Barretos (SP), os pontos de triagem estão localizados na área de estacionamento dos ambulatórios adultos e infantil, e em frente ao Centro de Intercorrência Ambulatorial (CIA). Em Jales (SP), a triagem acontecerá também no estacionamento da unidade. Já em Porto Velho (RO), o processo será feito na recepção principal.
6- Com o objetivo de evitar aglomerações, serão realizados a redução de agendas ambulatoriais e o adiamento de consultas de retorno (semestral ou anual), assim como, também haverá o adiamento de cirurgias eletivas de baixo risco, principalmente, em pacientes idosos. Reforçamos que cada caso será avaliado individualmente, sempre priorizando a saúde e o bem-estar dos pacientes;
7- As ações de envolvimento social (em todas as unidades), tais como: projetos de voluntariado, eventos científicos, religiosos e recreativos, estão canceladas por tempo indeterminado.
Para colaboradores (profissionais que atuam nas unidades do Hospital de Amor):
1- Caso surjam colaboradores apresentando síndrome gripal (febre com sintomas respiratórios), os mesmos serão afastados do contato com paciente;
2- Medidas extensivas de comunicação interna têm sido tomadas, a fim de garantir que as informações relacionadas aos procedimentos corretos cheguem a todos os envolvidos direta e indiretamente no atendimento aos pacientes. Estão ocorrendo renovações de equipamentos de proteção individuais (EPIs), disposição estratégica de álcool em gel, treinamentos relacionados a medidas de controle e higienização, além da exposição de cartazes e comunicados em todos os setores do hospital.
Funcionamento do hemonúcleo e doações de sangue
O hemonúcleo do Hospital de Amor segue realizando suas atividades normalmente, e as doações de sangue e de medula óssea não estão suspensas. Todo doador que comparece ao setor é submetido a uma triagem para garantir sua aptidão para doar. É importante enfatizar que pessoas que apresentam sintomas gripais devem realizar esse tipo de doação 15 dias após o desaparecimento de todos os sinais.
Em caso de dúvidas, basta entrar em contato com a unidade onde realiza seu tratamento.
O presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, também deixou orientações importantes sobre o coronavírus e um apelo pela colaboração da população. Confira:
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
O Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor, ligado ao Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), realizou, nos últimos dias 13 e 14, seu “VII Simpósio Internacional de Oncologia Translacional”, que reuniu cerca de 180 participantes e mais de 100 trabalhos científicos, entre pôsteres e apresentações orais. O evento trouxe para Barretos (SP) vinte palestrantes que são referência no mundo em pesquisas relacionadas à oncologia.
Entre os temas debatidos, estiveram os últimos desenvolvimentos científicos e tecnológicos da área, como a imunoterapia translacional e novos modelos experimentais promissores, entre os quais, o potencial uso terapêutico do vírus da Zika, trazido pela bióloga molecular e geneticista Mayana Zatz, reconhecida internacionalmente pela defesa e pioneirismo no estudo com células-tronco no Brasil. A pesquisadora, que aproveitou a estadia em Barretos para conhecer a estrutura oferecida pelo HA, tanto em pesquisa quanto em assistência, mostrou-se impressionada com a ciência realizada pela instituição e ressaltou a importância de continuar dedicando esforços nesse campo. “Investir em ciência é, absolutamente, essencial. Naturalmente, é mais compreensível quando se investe em ciência aplicada à parte clínica, mas não podemos esquecer da ciência básica. Estar aqui me trouxe uma visão extremamente otimista sobre como é possível fazer ciência de primeiro mundo, apesar das dificuldades, e as possibilidades de expandir isso”.
Para o diretor executivo e científico do IEP e coordenador do CPOM, Dr. Rui Reis, a participação de palestrantes que apresentaram suas próprias experiências e resultados em temas altamente relevantes dentro da oncologia translacional, que faz a ponte entre a pesquisa básica e sua aplicação clínica, foi o grande diferencial do evento, além da descentralização do conhecimento que, no Brasil, acaba de restringindo aos grandes centros e capitais. “O simpósio, em sua sétima edição, tem gerado vários frutos e parcerias nacionais e internacionais entre os centros de referência de todo o mundo, o que traz, consequentemente, mais know-how e expertise para os grupos envolvidos. Acima de tudo, cria-se uma cultura científica com um alto padrão de excelência, que leva certamente ao crescimento de todos”.
O evento se encerrou com a promessa de uma próxima edição para 2021, que deverá acontecer novamente no mês de setembro.
Confira também o vídeo sobre o encontro:
No dia 30 de agosto, o presidente do Hospital de Amor (HA), Henrique Prata, junto dos diretores, médicos e colaboradores da instituição, recebeu um importante visitante: o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças. O motivo do encontro foi ainda mais especial: a entrega da doação de cinco motorhomes (veículos equipados com espaço de convivência e a estrutura encontrada em uma residência, conhecido como ‘casa sobre rodas’) à instituição.
A doação – permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica – só foi possível porque, graças ao avanço dos processos digitais, não há mais a necessidade de o Judiciário ter unidades itinerantes. Depois de os veículos passarem por dois leilões sem êxito de venda, a Presidência do TJSP optou pela doação ao HA. Os micro-ônibus serão utilizados pelo centro oncológico na realização de exames e transporte de equipe multidisciplinar e de passageiros.
Para oficializar o ato, Henrique Prata e Pereira Calças assinaram o Termo de Doação, em uma cerimônia realizada no auditório do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do hospital. Também participaram a esposa do desembargador, Maria Amélia Junqueira de Andrade Pereira Calças; o coordenador da 14ª Circunscrição Judiciária – Barretos, desembargador Fábio de Oliveira Quadros; os magistrados de Barretos Fernanda Martins Perpetuo de Lima Vazquez (1ª Vara Criminal e diretora do fórum), Luciano de Oliveira Silva (2ª Vara Criminal e coordenador da Associação Paulista de Magistrados na comarca, representando o presidente da Apamagis) e Hélio Alberto de Oliveira Serra e Navarro (auxiliar); os juízes Hermano Flávio Montanini de Castro (Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Bebedouro) e Hélio Rubens Pereira Navarro (aposentado e integrante do Conselho Curador do Hospital de Amor); os promotores de Justiça da Comarca de Barretos Renato Gonçalves Azevedo (representando o procurador-geral de Justiça) e Walter de Souza Vicentini Vilela; e o delegado seccional de Polícia de Barretos, José Luiz Ramos Cavalcanti.
Após a solenidade, o desembargador conheceu as instalações do Hospital de Amor Infantojuvenil, Lar de Amor, Fábrica de Unidades Móveis, Instituto de Prevenção e Instituto de Ensino e Pesquisa da instituição. “Essa obra tem que ser mostrada para o Brasil e para o mundo. Vocês são do amor e trabalham no Hospital de Amor. Tive aqui uma visão importante da oncologia humanista, tive uma aula com os médicos que me receberam. Fico muito feliz que os veículos possam servir a essa instituição de saúde. Esses veículos são do contribuinte e o que o hospital faz pelo contribuinte paulista, não tem preço. Não é o Tribunal de Justiça que está doando e sim o povo paulista, que está devolvendo um pouco do que recebe”, afirmou Pereira Calças.
Para Henrique Prata, o momento foi de emoção. “Nossos ônibus estão sucateados porque damos prioridade à compra de remédios. Temos muito orgulho em receber essa doação do Poder Judiciário e sua presença é motivo de reconhecimento ao trabalho que fazemos com a medicina pública, que é superior à privada. Em câncer, se não restabelecermos a autoestima do paciente, o remédio não faz efeito. Aqui, todas as pessoas são tratadas de forma igual e com o mesmo amor”, finalizou o presidente.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
1 – INFORMAÇÕES GERAIS
O Comitê de Bolsas e Pesquisa (CBP) do Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos) torna público o Processo Seletivo de Bolsa Institucional da Fundação Pio XII e convida candidatos ao programa de Pós-graduação interessados em Bolsas de Doutorado, de acordo com o que estabelece o presente Edital.
Confira a documentação do edital na íntegra e participe:
Com o intuito de concentrar e apresentar os trabalhos voltados para a pesquisa científica realizados no Hospital de Amor, o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) promove, anualmente, um Encontro Científico que reúne seus pesquisadores, docentes e discentes do Programa de Pós-graduação, além dos alunos de iniciação científica. Neste ano, por conta da pandemia de COVID-19 e a necessidade de isolamento social, que impactaram diretamente nas rotinas de diversos setores e atividades, o evento precisou ser reformulado e aconteceu em edição totalmente online.
“Esse evento representa uma oportunidade singular de integrar todos os nossos alunos quanto aos trabalhos científicos que estão sendo desenvolvidos em nossa instituição com a participação de um comitê avaliador altamente qualificado para avaliar as apresentações, tanto em formato pôster quanto oral”, comentou a Docente Permanente do Programa de Pós-graduação do HA e Coordenadora do Comitê de Bolsas e Pesquisas (CBP), Dra. Marcia Marques Silveira.
Mesmo em um formato fora do escopo habitual, o XI Encontro Científico do HA, que aconteceu no dia 28 de agosto, contou com mais de 120 participantes, que submeteram mais de 110 resumos, dos quais, nove foram escolhidos para apresentação oral, divididos em três categorias: Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Os primeiros lugares de cada categoria, tanto na apresentação oral, quanto nos pôsteres, receberam premiações por meio de bônus no Programa de Auxílio e Incentivo aos Pesquisadores, oferecido pela instituição.
Confira a lista completa dos trabalhos premiados:
Iniciação Científica
Apresentação Oral
Título: Detecção de DNA de papilomavírus humano por PCR digital de gotículas em tecido tumoral embebido em parafina e fixado em formalina de pacientes com carcinoma de células escamosas da orofaringe.
Aluno(a): Camila Marques Schiavetto
Pôster
Título: Indisulam sensibiliza as células de glioblastoma ao tratamento de radioterapia.
Aluno(a): Karina dos Santos
Mestrado
Apresentação Oral
Título: Aplicabilidade de um nomograma incluindo variáveis clínicas e moleculares para estratificação de grupos de risco em meduloblastomas pediátricos.
Aluna: Bruna Minniti Mançano
Pôster
Título: Avaliação da expressão dos biomarcadores PD-1 e PD-L1 em tumores de sítio primário desconhecido e seu microambiente tumoral.
Aluno(a): João Neif Antônio Junior
Doutorado
Apresentação Oral
Título: Detecção de antineoplásicos e metabólitos em efluente hospitalar e municipal de Barretos, SP, e avaliação toxicológica e citotóxica.
Aluno(a): Mariana de Oliveira Klein
Pôster
Título: Evaluation the role of miRNAs in Cervical Cancer Cell Lines.
Aluno(a): Rhafaela Lima Causin
Jogar bola, brincar no celular e fazer amigos, esses são alguns dos hobbies do simpático Samuel Chaves, de 9 anos. Quem conhece o alegre mineirinho, natural de Luz (MG), nem imagina que, além de transmitir muito brilho, ele também erradia maturidade. A luta pela sua vida começou há três anos quando, após uma queda, ele começou a sentir fortes dores na perna. De acordo com a mãe, Grazielle Chaves, 34 anos, em 2017, apareceu um caroço (linfonodo) atrás da orelha de Samuel. Como não é algo natural, ela o levou ao pediatra na cidade onde viviam.
Após realizar exame clínico, o profissional que atendeu a família disse para mãe que não se tratava de nada grave e que logo o caroço iria desaparecer. Mesmo assim, o doutor passou um medicamento e pediu para que se tranquilizassem, pois o Samuel logo ficaria bem. Ao ouvir isso, Grazielle ficou mais calma, no entanto, outras dores surgiram após uma queda que Samuel sofreu. “Ele caiu e os problemas começaram a aparecer. Ele sentia dores fortes na perna e começou a mancar. Logo depois, com menos de dois meses que ele havia caído, o Samuel parou de andar”, relatou a mãe do garoto.
Novamente, a família foi em busca de ajuda médica para entender o que estava acontecendo com o pequeno. “Fizemos vários exames e nada foi detectado. Por fim, o mesmo médico que tínhamos visitado solicitou exame de cintilografia óssea, e o resultado: todos os ossos dele já estavam comprometidos. Foi um baque! O chão se abriu e nós ficamos sem saber como agir”, contou Grazielle, emocionada. Nesse momento, uma luz surgiu na vida de Samuel. Um amigo da família indicou o Hospital de Amor e, imediatamente, a família solicitou uma vaga. No dia 8 de dezembro de 2017, Samuel fez sua primeira consulta no HA e finalmente recebeu seu diagnóstico: LLA (leucemia linfoide aguda).
Com o diagnóstico fechado e a equipe médica pronta para apoiar e iniciar o tratamento, nada abalaria o desejo de viver de Samuel, muito menos os 314 km de distância de sua cidade. E foi assim, batalhando contra as dores e contra os medos, que a família de Samuel iniciou o maior desafio de suas vidas: lutar contra o câncer. “O começo é uma fase muito difícil, pois a vida muda completamente. No início, ficamos apenas eu e ele em Barretos (SP), pois meu marido e a minha outra filha, na época com apenas um ano e meio, ficaram em nossa cidade. Foi uma fase complicada”, explicou a mãe do paciente.
Logo após o início do tratamento e as primeiras sessões de quimioterapia, Samuel apresentou uma melhora significativa e, desde então, vem reagindo muito bem, sem náuseas ou complicações.
Os desafios que surgem ao longo do tratamento
Engana-se quem pensa que durante os três anos de tratamento houve apenas momentos tristes! Samuel participa ativamente do projeto musical da instituição, que oferece aulas de músicas para os pacientes (crianças e adolescentes) em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil. Além disso, o mineirinho também já concedeu entrevistas e gravou o comercial oficial do Hospital de Amor. Sem contar que ele é presença garantida em todos os eventos e festividades que acontecem na entidade.
Durante todo esse tempo, ele já soltou fartas gargalhadas com a trupe dos ‘Palhaços da Alegria’, pintou desenhos e fez a festa na brinquedoteca da unidade infantojuvenil. E teve o inesquecível encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Quando morou no Lar de Amor (alojamento do HA para pacientes e seus familiares), durante nove meses, Samuel aproveitava para se divertir nas salas de jogos, TV e nas diversas apresentações de artistas que rolaram na casa. Sem dúvidas, ele é um paciente querido por todos! Quando questionado sobre seu tratamento, o pequeno paciente estufa o peito para falar sobre uma importante conquista: “Eu tenho fé e pedi para Deus para o meu cabelo não cair por causa da quimioterapia. E não caiu”, disse cheio de orgulho.
Para a mãe de Samuel, o carinho com que a equipe do HA trata as crianças e os familiares é fundamental. “Eu sou muito grata a todos os funcionários da instituição, que fizeram e fazem a diferença na vida do meu filho. Todos eles dedicam amor e carinho na vida de todos os pacientes do hospital. O Senhor abriu a porta do melhor lugar para que o meu filho pudesse fazer o tratamento, Deus cuidou de cada detalhe desde o começo. Eu pedi para Deus que eu não queria ver o meu filho sofrer. Acredito que Ele ouviu minhas orações”.
O tratamento do Samuel está previsto para terminar no fim deste ano. Alguém duvida que ele vai continuar brilhando por anda passa?
Paciente grava mensagem pedindo doações em prol do HA
Luíza: combatente, gloriosa e guerreira. Alguém, cujo nome significa tanta qualidade, só poderia ser uma pessoa que nasceu para fazer a diferença. Essa é mais uma história de uma valente paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil, que trata de um tumor de Askin – sarcoma de Ewing.
Ao saber da dificuldade financeira que o HA está sofrendo devido à pandemia do novo coronavírus, a paciente Luíza Cardoso, de 6 anos, falou para sua mãe, Ana Paula Cardoso, que precisavam fazer algo para ajudar a instituição. Na ocasião, ambas concordaram que algo deveria ser feito, e foi.
Com muita vontade de ajudar e com o coração cheio de esperança, mãe e filha escreveram mensagens em vários cartazes e gravaram um vídeo. O conteúdo foi publicado nas redes sociais e ganhou vários likes e compartilhamentos. “Eu estou vencendo o câncer porque tive a oportunidade de me tratar no melhor hospital: o Hospital de Amor. Por isso, estou aqui para que outras pessoas possam ser salvas”, diz um dos cartazes exibidos por elas.
Ana Paula (funcionária pública) revela que nunca imaginou que o vídeo teria tanta visibilidade, mas que ficou feliz em saber que a mensagem chegou a muita gente.
A família, que é de Águas de Lindóia (SP), vive em Barretos desde maio de 2019. “Ela sentia falta de ar, então o pediatra constatou que ela estava com derrame pleural devido ao tumor, que pressionava o pulmão dela”, contou. A mãe diz que garota é tímida, mas adora colorir desenhos na brinquedoteca do hospital e nunca reclama de nada. A garota reage bem ao tratamento e aproveita os momentos de lazer para brincar. E se tem algo que reflete bem a garra dessa guerreira é uma das mensagens que ela divulgou no vídeo que fez com a sua mãe: “Não ignore meu pedido, pois o câncer não espera. Imagine se fosse alguém que você ama. Não seria triste?”
Que tal ajudar e contribuir com o tratamento de pacientes como o Samuel e Luíza, além de vários outros pacientes de todo o país? A sua doação pode ajudar a salvar vidas! Acesse: hospitaldeamor.com.br/doe-amor.
A palavra Leucemia ainda espanta muito as pessoas. Há muitos anos, essa doença era associada a um grande número de mortes e, por ser uma enfermidade com desenvolvimento frequente em crianças, o receio crescia ainda mais. Porém, hoje esse cenário se transformou e, felizmente, muitos casos de leucemia podem ser curados, sem contar que mesmo que não o sejam, a sobrevida dos pacientes pode ser aumentada em longos anos com o tratamento adequado.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o ano de 2020 há uma estimativa de mais de 10 mil casos novos da doença, com uma incidência ligeiramente maior em homens. Atualmente, é o 9º câncer mais comum entre homens e o 11º entre as mulheres. Com números tão alarmantes, é preciso estar atento, entender esse tipo de câncer e saber como diagnosticá-lo precocemente. Você conhece a leucemia?
O que é a doença chamada leucemia?
É o câncer que afeta as células do sangue, ou seja, os leucócitos ou glóbulos brancos (que são as células responsáveis pela defesa do corpo) e se inicia dentro da medula óssea. Segundo descrito pelo INCA, a medula óssea é o local de fabricação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela, são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas.
Nas leucemias, há a alteração em uma célula da medula, que se torna anormal (doente) e passa a se multiplicar mais aceleradamente, perdendo a capacidade de se diferenciar e morrendo menos do que as células normais. Desta forma, estas células anormais vão se acumulando na medula óssea, substituindo as células saudáveis e atrapalhando a formação de células “boas” do sangue, que são os glóbulos vermelhos (de transporte de oxigênio), glóbulos brancos (de defesa) e plaquetas (que ajudam na coagulação).
Sob esta denominação, estão agrupadas várias neoplasias diferentes: pode ser dividida pelo tipo de célula afetada – mielóide e linfóide, e pela forma de evolução da doença – aguda e crônica. Assim, os quatro principais subgrupos de leucemia são: Leucemia Linfóide Aguda (LLA), Leucemia Mielóide Aguda (LMA), Leucemia Linfóide Crônica (LLC) e Leucemia Mielóide Crônica (LMC).
Como esse tipo de câncer se desenvolve?
As causas do desenvolvimento de leucemia não são totalmente definidas, mas existem fatores de risco mais relacionados a um ou outro tipo. Para as leucemias agudas, são considerados fatores de risco: exposição a benzeno e a radiação ionizante, exposição a quimioterapia (no caso de tratamento de doenças prévias), exposição a agrotóxicos, entre outros.
Existem também associações com doenças e alterações genéticas, como Síndrome de Down e Anemia de Fanconi (síndrome genética herdada dos pais); e com história familiar, por exemplo: em LLC, há incidência em parentes de primeiro grau em relação a população geral.
Outras doenças hematológicas (aquelas que comprometem a produção dos componentes do sangue) também aumentam o risco de desenvolvimento da leucemia, como síndromes mielodisplásicas (um grupo de distúrbios causados quando algo interrompe a produção de células sanguíneas).
Em relação à faixa etária, é importante alertar: quanto maior a idade, maior o risco de leucemia, exceto o tipo LLA, que é o mais frequente em crianças e é considerado o câncer mais comum na infância. Segundo as oncopediatras do Hospital de Amor Infantojuvenil, Dra. Anita Frisanco Oliveira e Dra. Bianca Faustini Baglioli, a leucemia linfóide aguda ocorre mais entre crianças de 2 e 5 anos, podendo ser diagnosticada também, em menor frequência, em lactentes (crianças que ainda mamam) e adolescentes. “Já a leucemia mielóide aguda (LMA) é mais frequente nos lactentes, com um declínio até os 9 anos de idade, e um novo aumento da sua incidência a partir da adolescência. A leucemia mielóide crônica (LMC) é mais comum em adolescentes e adultos jovens”, afirma Dra. Bianca.
É possível prevenir a leucemia?
Diferentemente do que acontece na maioria dos casos de câncer, não há fatores de risco conhecidos para a leucemia, não podendo, desta forma, ser prevenida. Porém, a médica hemotalogista do Hospital de Amor, Dra. Iara Zapparoli Gonçalves, explica que ter hábitos saudáveis de vida e cuidados com a saúde, incluindo alimentação adequada e prática de exercícios físicos regularmente; realizar tratamento de doenças concomitantes (que acontecem ao mesmo tempo no organismo); evitar exposição desnecessária a agentes potencialmente tóxicos, incluindo o tabagismo; e fazer o uso adequado de equipamento de proteção individual (EPIs), são exemplos que melhoram a qualidade de saúde e de vida, e deixam os indivíduos fortes para enfrentar as adversidades.
Nas crianças, ao contrário do que acontece com adultos que podem receber orientações quanto a prevenção, a leucemia está relacionada a alterações genéticas, não sendo possível preveni-la, mas sim diagnosticá-la precocemente. Em ambos os casos, o principal exame para a suspeita desse tipo de câncer é o hemograma. Caso haja evidência da doença, outro exame é realizado, o mielograma, onde a coleta de sangue é feita diretamente na medula óssea podendo avaliar sua morfologia, tipo de célula acometida, imunofenotipagem (técnica utilizada para identificar qual tipo exato de célula que compõe um determinado tecido), biologia molecular, etc.
Sinais e sintomas da leucemia
Quando há o desenvolvimento da leucemia no organismo, há também a substituição da medula e, consequentemente, a diminuição de células no sangue. Sendo assim, os principais sintomas da doença são:
– Diminuição de glóbulos vermelhos: anemia, palidez, cansaço e fraqueza.
– Diminuição de glóbulos brancos: queda de imunidade e aumento de risco de infecções.
– Diminuição de plaquetas: sangramentos, manchas roxas e petéquias (pontos vermelhos na pele).
Além disso, os pacientes também podem apresentar dores em ossos (muito comum em LLA), perda de peso, febre, suores noturnos e outros sintomas relacionados ao acumulo de células fora da medula, como aumento de gânglios e desconforto abdominal por aumento do baço e do fígado.
“No caso de leucemias crônicas, onde a doença evolui de forma mais lenta, não há sinais e sintomas aparentes. Por isso, é comum que o diagnóstico seja feito após uma alteração encontrada em um hemograma de rotina”, esclarece Dra. Iara.
Tipos de leucemias existentes e suas características
• Leucemia Linfóide Aguda (LLA): há proliferação de células associadas aos estágios iniciais de maturação linfóide. É a leucemia mais comum em crianças, mas pode ocorrer também em adultos, existindo um segundo pico de incidência a partir dos 50 anos. Existem vários subtipos de LLA e o tratamento depende de vários fatores, como idade, subtipo, alterações citogenéticas e moleculares.
• Leucemia Mielóide Aguda (LMA): há a proliferação de células progenitoras da medula óssea nos estágios iniciais de maturação. Tem um curso clínico agudo e deve ser tratada rapidamente. Pode ocorrer em crianças e adultos, sendo a forma mais comum no período perinatal (logo após o nascimento), porém a incidência aumenta com a idade. Também é dividida em subtipos e o tratamento, como na LLA, depende da idade, comorbidade (doenças que facilitam o desenvolvimento de outras enfermidades), alterações moleculares e citogenéticas.
• Leucemia Linfóide Crônica (LLC): é caracterizada pelo acúmulo de linfócitos maduros no sangue. A maioria (90%) dos pacientes acometidos com a doença tem mais de 50 anos e é extremamente rara em pessoas abaixo dos 25 anos. Cerca de 70% dos pacientes são assintomáticos ao diagnóstico, que é feito a partir de um achado de exame (hemograma) de rotina. Estes pacientes assintomáticos, geralmente, são apenas observados, sem indicação de tratamento.
• Leucemia Mielóide Crônica (LMC): afeta as células mielóides e avança lentamente. É uma neoplasia clonal da célula progenitora hematopoiética pluripotente, caracterizada por uma translocação específica – Cromossomo Philadelfia – sendo disponível terapia alvo (oral). Tem pico de incidência entre 50 e 60 anos.
Apesar de cada tipo de leucemia ter suas características, os tratamentos indicados e o tempo de duração de cada um deles devem ser avaliados e orientados por médicos especialistas, pois há situações em que os procedimentos não são indicados (apenas observações clínicas) e outras, em que o tratamento deve ser intensivo, incluindo o transplante de medula óssea (TMO).
“Recidiva” da doença
Quando falamos em leucemia, falamos também em pacientes que tiveram a “recidiva” da doença. Afinal, o que isso significa?
A recidiva significa que a ‘doença voltou’. Esse problema pode acontecer pouco ou muito tempo após a cura e, na maioria das vezes, ocorre pela proliferação de células doentes, previamente indetectáveis pelos exames de rotina. Durante o tratamento inicial, essa mesma célula pode ter criado resistência aos quimioterápicos utilizados e permanecido em estado de latência, ou seja, em repouso até encontrar um ambiente favorável à sua proliferação.
Devido à melhora no diagnóstico precoce da doença, os índices de leucemia vêm aumentando ao longo dos anos. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em adultos, a estimativa de casos novos para o ano de 2020 (incluindo todos os tipos) é de 10.810, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. Já em pacientes pediátricos, são estimados cerca de 8.460 novos casos de câncer no Brasil. Destes, 2.115 são de leucemias.
Fique atento!
Ao se deparar com sintomas persistentes ou não explicáveis, ou caso haja alguma alteração no hemograma de rotina, procure um médico especialista, também conhecido como hematologista, imediatamente.
As crianças também devem ser encaminhadas a um pediatra de confiança, para que ele faça a coleta detalhada da evolução do quadro do paciente, solicite um hemograma completo e entre em contato com um centro que disponha de atendimento em oncohematologia pediátrica.
Leucemia x Hospital de Amor
Por ser uma instituição referência em tratamento oncológico e contar com um departamento de hematologia, uma unidade só para atender crianças e jovens (com um moderno centro de transplante de medula óssea pediátrica), médicos especialistas atualizados e experientes, e uma competente equipe multiprofissional, o Hospital de Amor realiza o diagnóstico da doença e a avaliação adequada com relação ao prognóstico e ao procedimento mais indicado, proporcionando um tratamento de excelência e humanização aos pacientes que lutam com a leucemia (e também com outros tipos de câncer).
Em sua unidade adulta, são diagnosticados cerca de 100 e 120 casos de leucemia por ano. Já a unidade infantojuvenil do HA conta, atualmente, com 90 pacientes em tratamento. Com a inauguração do novo centro de TMO pediátrico, em abril de 2019, a instituição aumentou significativamente sua capacidade de atendimento: ao todo são 27 leitos de internação, 6 leitos na unidade de terapia intensiva (UTI), 11 leitos no centro de intercorrência ambulatorial (CIA) e 16 leitos na quimioterapia, ou seja, muito mais vidas sendo salvas todos os dias!
O poder do sangue
“Quem doa sangue salva vidas”. Essa frase, dita por muitos profissionais da área da saúde e tão disseminada nos meios de comunicação, retrata a importância da doação de sangue (ato voluntário e de solidariedade, praticamente indolor e rápido) para os pacientes em tratamento contra leucemia, que passam por transplante de medula óssea ou cirurgias. Para se ter uma ideia da relevância desse compromisso social, quando os estoques caem e falta sangue nos hospitais, muitas cirurgias e procedimentos são cancelados.
De acordo com a gerente de captação de doadores do Hemonúcleo do Hospital de Amor, Ana Paula Borges, são realizadas, diariamente, 70 transfusões de sangue na instituição e, a maiores dos pacientes que recebem essas doações, realizam tratamentos contra a leucemia.
Por esse motivo, o Hospital de Amor realiza diversas campanhas na tentativa de conscientizar a população a doar, principalmente em épocas em que as doações despencam: períodos de celebrações, férias, quando as temperaturas ficam mais baixas ou quando o país enfrenta um problema de saúde pública, como a pandemia do coronavírus.
Para doar, é necessário ter um documento com foto, pesar mais de 50 quilos, ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos devem estar acompanhados por um responsável legal), estar em boas condições de saúde, descansado e bem alimentado. O Hemonúcleo do Hospital de Amor funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h, e aos sábados e domingos, das 7h às 11h. Para outras informações sobre doação de sangue ou de medula óssea, basta entrar em contato com o setor pelo telefone (17) 3321-6600 – Ramal 6941 ou pelo e-mail hemocaptacao@hcancerbarretos.com.br.
Uma das maiores referências em tratamento e assistência oncológica na América Latina, o Hospital de Amor (novo nome do Hospital de Câncer de Barretos, como ainda é referido no ranking), dá sinais de sua consolidação também na frente de pesquisa. Prova disso, é sua posição no Scimago Institutions Rankings (SIR) 2020. Neste ano, o HA ocupa a primeira posição entre os hospitais de toda a América Latina e o segundo lugar entre as instituições que realizam pesquisas na área da saúde.
O SIR é um recurso internacional de avaliação científica que classifica universidades e instituições públicas ou privadas em todo o mundo, revelando algumas das principais dimensões (pesquisa, inovação e impacto social) de desempenho da pesquisa. O objetivo do ranking é fornecer uma ferramenta métrica útil para as entidades, formuladores de políticas públicas e gerentes de pesquisa para a análise, avaliação e melhoria de suas atividades, produtos e resultados. Só na edição de 2020, mais de 7 mil instituições foram avaliadas em todos os setores, entre elas, mais de 1.200 são da área da saúde. Este é o terceiro ano consecutivo em que a HA está entre as primeiras posições do ranking no setor de saúde, no Brasil e na América Latina.
Há pouco mais de 10 anos, o hospital deu início às atividades do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), cujo objetivo principal é oferecer as melhores condições para a realização de pesquisa de ponta, estimular o ensino pós-graduado, formação de residentes médicos e de outros profissionais de saúde, além de se voltar também para a transmissão desse conhecimento à sociedade com trabalhos e ações de alto impacto, sobretudo, para as crianças e adolescentes em seu ambiente escolar. Até o momento, mais de 120 mestres e doutores já foram formados pelo Hospital.
O IEP mantém, fundamentalmente, a sintonia com as atividades desenvolvidas nos departamentos clínicos da instituição e compõe os alicerces para o desenvolvimento da medicina de futuro (a chamada medicina personalizada) em oncologia. Sua estrutura baseou-se nos mais modernos centros de pesquisa mundiais, enfatizando a praticidade de circulação, a facilidade de acesso aos recursos tecnológicos e a supervisão de profissionais capacitados. A complexa e atual infraestrutura possui desde anfiteatros, salas de ensino modernas e centro de treinamento cirúrgico, até laboratórios de genética molecular e biologia celular, além de unidades móveis de educação, sendo capaz de viabilizar o desenvolvimento de diferentes linhas de pesquisa em oncologia. Suas atividades estão centradas em quatro eixos principais: Epidemiologia e Prevenção do Câncer; Oncologia e Patologia Molecular; Oncologia Clínica e Cirúrgica; e Cuidados Paliativos e Qualidade de Vida, que buscam incessantemente o desenvolvimento tecnológico e a inovação, visando como resultado final, o melhor atendimento ao paciente oncológico.
De acordo com o diretor executivo e científico do IEP, Dr. Rui Reis, a produção científica atual do Hospital de Amor conta com uma média de 200 publicações por ano em periódicos de impacto mundial. “A excelência na infraestrutura e organização implementada desde o início das atividades do IEP, além de seu constante aprimoramento, são fundamentais para obtermos esse resultado junto ao Scimago Institutions Rankings. Nossa posição mostra que a aposta da instituição em uma política sólida de ensino e pesquisa não é apenas promissora, mas já traz resultados altamente relevantes para a comunidade científica, pacientes e sociedade em geral”, afirmou Reis.
Em razão do aumento dos casos de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) nas últimas semanas, informamos que diversas medidas de controle estão sendo tomadas nas unidades do Hospital de Amor, a fim de minimizar o risco de infecção entre pacientes, acompanhantes e colaboradores, as quais seguem abaixo:
Para pacientes e acompanhantes:
1- Os pacientes em tratamento oncológico não deverão faltar de suas consultas, exames ou procedimentos marcados, devido ao risco que esse tipo de interrupção pode trazer ao seu tratamento. Contudo, se, no dia do atendimento marcado, o paciente (ainda estando em sua cidade de origem) apresentar febre e sintomas respiratórios (tosse, dor de garganta, falta de ar, aumento da secreção nasal, espirros, etc.), o mesmo deve entrar em contato com a unidade do Hospital de Amor em que realiza seu tratamento para reagendamento, além de procurar atendimento médico na unidade básica de saúde (UBS) do próprio município;
2- O Hospital de Amor também solicita que os pacientes não tragam acompanhantes que estejam com sintomas respiratórios, como os descritos no item anterior. Caso o acompanhante apresente qualquer um desses sintomas, orientamos que ele seja substituído antes do deslocamento à unidade do Hospital de Amor;
3- A presença de acompanhantes está restrita aos casos previstos por lei (pacientes crianças, idosos e portadores de necessidades especiais). Não há uma idade máxima permitida para os acompanhantes, porém, não recomendamos que pessoas acima de 60 anos ou com comorbidades (portadores de doenças que facilitam o desenvolvimento de outras enfermidades) exerçam essa função;
4- Todas as visitas estão suspensas por tempo indeterminado, em todas as unidades do Hospital de Amor e alojamentos da instituição;
5- Haverá triagem de pacientes sintomáticos respiratórios em todas as recepções da instituição, com organização do fluxo de atendimento para síndrome gripal e isolamento de todos os casos suspeitos de COVID-19. Na unidade de Barretos (SP), os pontos de triagem estão localizados na área de estacionamento dos ambulatórios adultos e infantil, e em frente ao Centro de Intercorrência Ambulatorial (CIA). Em Jales (SP), a triagem acontecerá também no estacionamento da unidade. Já em Porto Velho (RO), o processo será feito na recepção principal.
6- Com o objetivo de evitar aglomerações, serão realizados a redução de agendas ambulatoriais e o adiamento de consultas de retorno (semestral ou anual), assim como, também haverá o adiamento de cirurgias eletivas de baixo risco, principalmente, em pacientes idosos. Reforçamos que cada caso será avaliado individualmente, sempre priorizando a saúde e o bem-estar dos pacientes;
7- As ações de envolvimento social (em todas as unidades), tais como: projetos de voluntariado, eventos científicos, religiosos e recreativos, estão canceladas por tempo indeterminado.
Para colaboradores (profissionais que atuam nas unidades do Hospital de Amor):
1- Caso surjam colaboradores apresentando síndrome gripal (febre com sintomas respiratórios), os mesmos serão afastados do contato com paciente;
2- Medidas extensivas de comunicação interna têm sido tomadas, a fim de garantir que as informações relacionadas aos procedimentos corretos cheguem a todos os envolvidos direta e indiretamente no atendimento aos pacientes. Estão ocorrendo renovações de equipamentos de proteção individuais (EPIs), disposição estratégica de álcool em gel, treinamentos relacionados a medidas de controle e higienização, além da exposição de cartazes e comunicados em todos os setores do hospital.
Funcionamento do hemonúcleo e doações de sangue
O hemonúcleo do Hospital de Amor segue realizando suas atividades normalmente, e as doações de sangue e de medula óssea não estão suspensas. Todo doador que comparece ao setor é submetido a uma triagem para garantir sua aptidão para doar. É importante enfatizar que pessoas que apresentam sintomas gripais devem realizar esse tipo de doação 15 dias após o desaparecimento de todos os sinais.
Em caso de dúvidas, basta entrar em contato com a unidade onde realiza seu tratamento.
O presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, também deixou orientações importantes sobre o coronavírus e um apelo pela colaboração da população. Confira:
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
O Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor, ligado ao Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), realizou, nos últimos dias 13 e 14, seu “VII Simpósio Internacional de Oncologia Translacional”, que reuniu cerca de 180 participantes e mais de 100 trabalhos científicos, entre pôsteres e apresentações orais. O evento trouxe para Barretos (SP) vinte palestrantes que são referência no mundo em pesquisas relacionadas à oncologia.
Entre os temas debatidos, estiveram os últimos desenvolvimentos científicos e tecnológicos da área, como a imunoterapia translacional e novos modelos experimentais promissores, entre os quais, o potencial uso terapêutico do vírus da Zika, trazido pela bióloga molecular e geneticista Mayana Zatz, reconhecida internacionalmente pela defesa e pioneirismo no estudo com células-tronco no Brasil. A pesquisadora, que aproveitou a estadia em Barretos para conhecer a estrutura oferecida pelo HA, tanto em pesquisa quanto em assistência, mostrou-se impressionada com a ciência realizada pela instituição e ressaltou a importância de continuar dedicando esforços nesse campo. “Investir em ciência é, absolutamente, essencial. Naturalmente, é mais compreensível quando se investe em ciência aplicada à parte clínica, mas não podemos esquecer da ciência básica. Estar aqui me trouxe uma visão extremamente otimista sobre como é possível fazer ciência de primeiro mundo, apesar das dificuldades, e as possibilidades de expandir isso”.
Para o diretor executivo e científico do IEP e coordenador do CPOM, Dr. Rui Reis, a participação de palestrantes que apresentaram suas próprias experiências e resultados em temas altamente relevantes dentro da oncologia translacional, que faz a ponte entre a pesquisa básica e sua aplicação clínica, foi o grande diferencial do evento, além da descentralização do conhecimento que, no Brasil, acaba de restringindo aos grandes centros e capitais. “O simpósio, em sua sétima edição, tem gerado vários frutos e parcerias nacionais e internacionais entre os centros de referência de todo o mundo, o que traz, consequentemente, mais know-how e expertise para os grupos envolvidos. Acima de tudo, cria-se uma cultura científica com um alto padrão de excelência, que leva certamente ao crescimento de todos”.
O evento se encerrou com a promessa de uma próxima edição para 2021, que deverá acontecer novamente no mês de setembro.
Confira também o vídeo sobre o encontro:
No dia 30 de agosto, o presidente do Hospital de Amor (HA), Henrique Prata, junto dos diretores, médicos e colaboradores da instituição, recebeu um importante visitante: o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças. O motivo do encontro foi ainda mais especial: a entrega da doação de cinco motorhomes (veículos equipados com espaço de convivência e a estrutura encontrada em uma residência, conhecido como ‘casa sobre rodas’) à instituição.
A doação – permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica – só foi possível porque, graças ao avanço dos processos digitais, não há mais a necessidade de o Judiciário ter unidades itinerantes. Depois de os veículos passarem por dois leilões sem êxito de venda, a Presidência do TJSP optou pela doação ao HA. Os micro-ônibus serão utilizados pelo centro oncológico na realização de exames e transporte de equipe multidisciplinar e de passageiros.
Para oficializar o ato, Henrique Prata e Pereira Calças assinaram o Termo de Doação, em uma cerimônia realizada no auditório do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do hospital. Também participaram a esposa do desembargador, Maria Amélia Junqueira de Andrade Pereira Calças; o coordenador da 14ª Circunscrição Judiciária – Barretos, desembargador Fábio de Oliveira Quadros; os magistrados de Barretos Fernanda Martins Perpetuo de Lima Vazquez (1ª Vara Criminal e diretora do fórum), Luciano de Oliveira Silva (2ª Vara Criminal e coordenador da Associação Paulista de Magistrados na comarca, representando o presidente da Apamagis) e Hélio Alberto de Oliveira Serra e Navarro (auxiliar); os juízes Hermano Flávio Montanini de Castro (Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Bebedouro) e Hélio Rubens Pereira Navarro (aposentado e integrante do Conselho Curador do Hospital de Amor); os promotores de Justiça da Comarca de Barretos Renato Gonçalves Azevedo (representando o procurador-geral de Justiça) e Walter de Souza Vicentini Vilela; e o delegado seccional de Polícia de Barretos, José Luiz Ramos Cavalcanti.
Após a solenidade, o desembargador conheceu as instalações do Hospital de Amor Infantojuvenil, Lar de Amor, Fábrica de Unidades Móveis, Instituto de Prevenção e Instituto de Ensino e Pesquisa da instituição. “Essa obra tem que ser mostrada para o Brasil e para o mundo. Vocês são do amor e trabalham no Hospital de Amor. Tive aqui uma visão importante da oncologia humanista, tive uma aula com os médicos que me receberam. Fico muito feliz que os veículos possam servir a essa instituição de saúde. Esses veículos são do contribuinte e o que o hospital faz pelo contribuinte paulista, não tem preço. Não é o Tribunal de Justiça que está doando e sim o povo paulista, que está devolvendo um pouco do que recebe”, afirmou Pereira Calças.
Para Henrique Prata, o momento foi de emoção. “Nossos ônibus estão sucateados porque damos prioridade à compra de remédios. Temos muito orgulho em receber essa doação do Poder Judiciário e sua presença é motivo de reconhecimento ao trabalho que fazemos com a medicina pública, que é superior à privada. Em câncer, se não restabelecermos a autoestima do paciente, o remédio não faz efeito. Aqui, todas as pessoas são tratadas de forma igual e com o mesmo amor”, finalizou o presidente.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.