O Hospital de Amor recebeu a visita da equipe da Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) e selou uma parceria que irá beneficiar diversos pacientes da instituição que realizam tratamento de cânceres de cabeça e pescoço. Em julho deste ano, após a campanha apoiada pelo HA, conhecida como “Julho Verde (que visa despertar a conscientização sobre a prevenção do câncer de cabeça e pescoço), surgiu o interesse da equipe da ACBG em conhecer a instituição e trocar experiências com os profissionais do hospital.
De acordo com a presidente da associação, Melissa Ribeiro, que também venceu um câncer de laringe e preside a organização voluntariamente, o que levou a entidade a se aproximar do Hospital de Amor foi a possibilidade de gerar conexão com mais um centro de referência no Brasil, formando assim, uma rede de colaboração que poderá contribuir com desenvolvimento de novos caminhos, gerando novas políticas públicas para atender melhor às necessidades desse público. “Mesmo antes de existir a associação, eu já tinha ouvido sobre a eficiência e a forma humanizada com que o HA trabalha, e sempre tive muita curiosidade de ver isso de perto”.
Segundo o médico cirurgião do departamento de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato Capuzzo, que também é integrante da ACBG, é muito importante esse contato com a associação, por conta dos diversos especialistas que atuam em todas as áreas de saúde ligadas a esse perfil de tratamento de câncer na entidade. “A organização busca aumentar a eficiência em todas as etapas do tratamento, principalmente, ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou Capuzzo.
Além da visita, o encontro contou com a apresentação do coral ‘Papo Furado’, formado por pacientes do HA para auxiliar na recuperação e inclusão dos pacientes laringectomizados. O grupo de voluntários também visitou o Hospital São Judas Tadeu (unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso) e a unidade infantojuvenil do HA.
Segundo Melissa, ver o atendimento humanizado e a dedicação aplicada pelos colaboradores da instituição, de maneira integral, reafirma a importância dos valores defendidos por sua associação como algo que deveria ser implantado por todos os centros que realizam esse tipo de trabalho, desde o atendimento médico, até o modo como é feito a captação de recursos. “Existem pacientes que vão para casa e ficam reclusos, ou seja, ficam excluídos do convívio da sociedade. A associação nasceu para mudar isso, criando políticas públicas que incentivam o sistema de saúde nesse processo de reabilitação. Para nós, não existe cura se não houver o essencial: um atendimento que priorize todas as etapas da recuperação. ”
Nova conquista
De acordo com a voluntária, cerca de 350 pessoas serão beneficiadas com novos aparelhos de laringe eletrônica, através da recente conquista do reembolso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pleiteada pela ACBG. Dentre esse grupo de favorecidos, alguns são pacientes do HA. “Essa visita foi fundamental para identificar o perfil e as necessidades deles. Também, para que haja comprovação junto ao Ministério da Saúde e comprometimento de devolver o aparelho em caso de recuperação ou óbito do paciente”, explicou Melissa.
Segundo informações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), a laringe eletrônica é um equipamento movido a bateria recarregável, portátil, leve e de fácil utilização. É extremamente importante para os pacientes laringectomizados, pois emite a vibração sonora contínua da voz, permitindo que o indivíduo possa ser ouvido.
Para a gerente de enfermagem do departamento de cabeça e pescoço, Elen Vieira, o encontro entre as duas organizações foi de grande valia, pois o hospital pôde ser reconhecido como um centro de excelentes índices de reabilitação dos pacientes com as próteses fonatórias. “É importante que nossos pacientes estejam associados à ACBG. Para o Hospital de Amor, é uma parceria sem custos e que traz muitos benefícios, favorecendo nosso bem maior: o paciente”, finaliza Elen.
Sobre a ABCG
A ACBG é uma organização não governamental de direito privado, sem fins lucrativos, que trabalha em prol dos pacientes de todo o Brasil, portadores de câncer de cabeça e pescoço, além de apoiar seus familiares. Reconhecida como referência nacional, a organização foi fundada em 2015, através do trabalho do Grupo de Acolhimento a Pacientes de Câncer de Boca e Garganta (GAL). As atividades desenvolvidas pela entidade ocorrem graças a participação de vários voluntários, que trabalham com empenho pela causa.
Há muitos anos, o Hospital de Amor conta com uma parceria importante com a Rice University – respeitável centro acadêmico localizado em Houston, nos Estados Unidos. Durante todo esse período, a universidade vem contribuído significativamente com a instituição, através do desenvolvimento de projetos nas áreas de Prevenção, Cuidados Paliativos, Saúde Primária e Secundária, e Medicina Nuclear, além de apresentar ideias inovadoras e ações.
De 8 a 11 de outubro, o HA recebeu a visita da diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, e três alunos: Annie Graff, Sylvie Kalikoff e Kevin Smith, que atuaram em projetos de prevenção e cuidados paliativos (ClaroScope e PalliAssist). O objetivo foi buscar soluções diante dos problemas clínicos enfrentados diariamente pelo hospital, seja na criação de softwares e equipamentos ou na adequação de protocolos já existentes. Além disso, eles aproveitaram a oportunidade para conhecer o departamento de ortopedia e discutir possíveis novas ações e seus desdobramentos.
Anualmente, estudantes de graduação e pós-graduação realizam intercâmbio na instituição na tentativa de trazer ideias inovadoras para o desenvolvimento de diversos projetos, buscando enriquecer suas experiências acadêmicas. Ao todo, 22 pessoas, entre alunos e diretores, já passaram pelo HA em missões de intercâmbio.
De acordo com o oncologista e diretor de extensão do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, a interação entre áreas diversas, como por exemplo, tecnologia, biologia ou ciências da vida, é muito rica e capaz de produzir conhecimentos novos. “Imaginamos que esta parceria possa resultar em avanços importantes, tanto na criação de aprendizado, quanto na aplicação prática. O convívio com alunos de outra formação e cultura também é enriquecedor, com a internacionalização do nosso centro de pesquisa e ampliação dos horizontes dos nossos estudantes e profissionais. Além disso, o HA ganha visibilidade e, principalmente, a possibilidade de conquistar parcerias em projetos, como psicologia comportamental e ciências tecnológicas, cuja expertise nós não possuímos”, afirmou.
Graças à relação com o centro acadêmico norte-americano, muitos projetos foram desenvolvidos e estão em execução. Para a diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, a grande expectativa é que o relacionamento entre o Hospital de Amor e a Rice University cresça ainda mais, para que outros estudantes e profissionais possam conhecer a estrutura da instituição e contribuir com a solução de problemas mais complexos relacionados à saúde. “Essa relação entre as duas entidades é muito importante. Eu já tinha visitado outras instituições no Brasil, mas o Hospital de Amor foi a que mais me impressionou! A qualidade do tratamento e das instalações é igual e, muitas vezes, até melhor do que hospitais nos Estados Unidos”, relatou Sarah.
Experiência
Os estudantes de bioengenharia da faculdade texana estiveram pela primeira vez no Brasil e ficaram impressionados com Hospital de Amor. Após passarem uma semana conhecendo o trabalho desenvolvido pela instituição e disponibilizando seus conhecimentos em diversos setores, os alunos partiram satisfeitos com a oportunidade. “Eu escolhi vir para cá, porque sei que o HA oferece um tratamento de qualidade para todos que precisam, e não apenas para quem pode pagar por ele. Nosso desejo é que essa parceria com a Rice continue. Todos aqui são muito amigáveis, gentis e hospitaleiros, por isso, estamos muito empolgados em nos envolver com nesse trabalho, que é tão importante e único”, relatou Kevin Smith, de 22 anos.
Os milhares de pacientes que realizam tratamento no Hospital de Amor Barretos agora contam com uma nova alternativa de medicação para os tratamentos de cânceres de pulmão e melanoma (tipo mais grave de câncer de pele) em estágios avançados. Graças à parceria firmada com a farmacêutica MSD, a instituição poderá oferecer aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o tratamento com a terapia anti-PD-1, conhecida como pembrolizumabe (Keytruda). O Hospital de Amor é a primeira entidade de saúde pública no Brasil a oferecer a imunoterapia.
A assinatura do termo aconteceu na última segunda-feira, dia 3 de setembro, reunindo médicos, o presidente do Hospital, Henrique Prata, e o diretor-geral do Centro Oncológico “Antônio Ermírio de Moraes” – Beneficência Portuguesa, de São Paulo, e membro do comitê de direção do Centro Oncológico do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Antônio Buzaid.
De acordo com Buzaid, o tratamento imunoterápico é uma nova alternativa para a quimioterapia, além de possuir efeitos colaterais menores. “Quando aplicamos o Anti-PD-1, estimulamos uma sobrevida no paciente. Por isso, é tão importante investir em pesquisas clínicas para aumentar a receita da instituição e melhorar o tratamento básico. Para nós, o Hospital de Amor é um motivo de muito orgulho”, afirmou.
Para a diretora médica de oncologia da MSD Brasil, Dra. Márcia Datz Abadi, “o pembrolizumabe representa um avanço importante no tratamento do câncer e é um orgulho poder oferecer essa inovação aos pacientes do SUS. Nos sentimos honrados pela parceria e pioneirismo do Hospital de Amor”.
Após essa conquista, o HA poderá facilitar o acesso ao medicamento, acelerar o tratamento e as chances de cura e sobrevida dos pacientes. A estimativa é de que em duas semanas essa alternativa já esteja sendo aplicada na instituição. Segundo Henrique Prata, a assinatura do convênio representa um marco histórico nos mais de 50 anos de trajetória do Hospital e também para a oncologia brasileira. “Todas as pessoas têm direito de ter um tratamento digno. Portanto, temos muito o que comemorar com essa conquista”, declarou.
Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é considerado o mais comum e letal entre todos os tumores malignos. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de que 30 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil, sendo o de células não pequenas o mais comum – correspondente a 85% de todos os casos. Estimativas globais apontam que apenas 1% dos pacientes com câncer de pulmão avançado estão vivos, cinco anos após o diagnóstico.
Em junho, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a aprovar, baseado em um estudo de fase 3, o uso combinado de pembrolizumabe e quimioterapia para tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) em estágio avançado ou metastático. De acordo com o estudo KEYNOTE-189, publicado no New England Journal of Medicine, o uso de pembrolizumabe associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina), quando utilizado em primeira linha de tratamento, reduz em 51% o risco de morte.
Para o oncologista clínico do HA, Dr. Pedro de Marchi, poder oferecer esse medicamento gratuitamente aos pacientes é um motivo de grande alegria. “Sem dúvida, estamos falando de um marco na história do Brasil. Com essa nova alternativa, a sobrevida é de 8 meses a 3 anos”, ressaltou.
O oncologista explica ainda que o Hospital de Amor recebe cerca de 600 novos pacientes com câncer de pulmão, por ano. Desses, 450 irão precisar de tratamento sistêmico. Entre eles, 360 possuem doença metastática. Desses, 320 não têm mutações. “Isso quer dizer que, desses 320 pacientes, 17% apresenta PD-L1 maior que 50% e seriam candidatos a esse tipo de tratamento, o que resultaria em, aproximadamente, 54 pacientes novos por ano”, finalizou Dr. Pedro de Marchi.
Câncer Melanoma
O melanoma é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células que compõem a pele. A incidência deste tipo de câncer tem aumentado nas últimas quatro décadas. Só o Brasil registra, anualmente, cerca de 5.500 novos casos da doença e, aproximadamente, 1.547 óbitos, segundo o INCA. Esse tipo de câncer é considerado o mais comum entre jovens adultos, mas também pode ser diagnosticado em crianças, adolescentes e idosos.
De acordo com o estudo Keynote-001, em 655 pacientes com melanoma metastático, 34% de todos eles e 41% dos que não haviam tido qualquer tratamento prévio, permanecem vivos após 5 anos do uso de pembrolizumabe, em uma doença em que a quimioterapia oferecia apenas poucos meses de sobrevida. Já o estudo KEYNOTE-006 mostrou que 42% dos pacientes tratados com pembrolizumabe estavam vivos após quatro anos de diagnóstico.
“É trágico saber que somente pacientes que possuem convênios ou acesso aos atendimentos privados, conseguem ter acesso a esse tipo de tratamento. Agora, pela primeira vez, os pacientes do SUS, atendidos no Hospital de Amor, poderão contar com uma medicação inovadora. É uma luz de esperança para que, em pouco tempo, mais pacientes possam conseguir esta e todas as outras medicações que ainda não estão disponíveis gratuitamente”, declarou o oncologista clínico do HA, Dr. Sérgio Serrano.
O medicamento
O medicamento (pembrolizumabe) já pode ser utilizado no Brasil para o tratamento em primeira linha de melanoma avançado para pacientes com câncer de pulmão avançado, do tipo CPCNP, com expressão elevada ou moderada do biomarcador PD-L1 no tumor (expressão ≥50% ou 1%<49%) e tratamento de câncer urotelial (o mais comum é o câncer de bexiga). Ele também foi aprovado este ano para tratamento de câncer gástrico (o mais comum é o de estômago), após falha de duas terapias prévias.
A imunoterapia anti-PD-1 da MSD está sendo avaliada para mais de 30 tipos de tumores em 790 estudos clínicos. No Brasil, o medicamento está sendo pesquisado em mais de 29 ensaios clínicos, com cerca de 232 instituições envolvidas e mais de 500 pacientes em tratamento.
O Hospital de Amor recebeu a visita da equipe da Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG) e selou uma parceria que irá beneficiar diversos pacientes da instituição que realizam tratamento de cânceres de cabeça e pescoço. Em julho deste ano, após a campanha apoiada pelo HA, conhecida como “Julho Verde (que visa despertar a conscientização sobre a prevenção do câncer de cabeça e pescoço), surgiu o interesse da equipe da ACBG em conhecer a instituição e trocar experiências com os profissionais do hospital.
De acordo com a presidente da associação, Melissa Ribeiro, que também venceu um câncer de laringe e preside a organização voluntariamente, o que levou a entidade a se aproximar do Hospital de Amor foi a possibilidade de gerar conexão com mais um centro de referência no Brasil, formando assim, uma rede de colaboração que poderá contribuir com desenvolvimento de novos caminhos, gerando novas políticas públicas para atender melhor às necessidades desse público. “Mesmo antes de existir a associação, eu já tinha ouvido sobre a eficiência e a forma humanizada com que o HA trabalha, e sempre tive muita curiosidade de ver isso de perto”.
Segundo o médico cirurgião do departamento de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato Capuzzo, que também é integrante da ACBG, é muito importante esse contato com a associação, por conta dos diversos especialistas que atuam em todas as áreas de saúde ligadas a esse perfil de tratamento de câncer na entidade. “A organização busca aumentar a eficiência em todas as etapas do tratamento, principalmente, ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirmou Capuzzo.
Além da visita, o encontro contou com a apresentação do coral ‘Papo Furado’, formado por pacientes do HA para auxiliar na recuperação e inclusão dos pacientes laringectomizados. O grupo de voluntários também visitou o Hospital São Judas Tadeu (unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso) e a unidade infantojuvenil do HA.
Segundo Melissa, ver o atendimento humanizado e a dedicação aplicada pelos colaboradores da instituição, de maneira integral, reafirma a importância dos valores defendidos por sua associação como algo que deveria ser implantado por todos os centros que realizam esse tipo de trabalho, desde o atendimento médico, até o modo como é feito a captação de recursos. “Existem pacientes que vão para casa e ficam reclusos, ou seja, ficam excluídos do convívio da sociedade. A associação nasceu para mudar isso, criando políticas públicas que incentivam o sistema de saúde nesse processo de reabilitação. Para nós, não existe cura se não houver o essencial: um atendimento que priorize todas as etapas da recuperação. ”
Nova conquista
De acordo com a voluntária, cerca de 350 pessoas serão beneficiadas com novos aparelhos de laringe eletrônica, através da recente conquista do reembolso pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pleiteada pela ACBG. Dentre esse grupo de favorecidos, alguns são pacientes do HA. “Essa visita foi fundamental para identificar o perfil e as necessidades deles. Também, para que haja comprovação junto ao Ministério da Saúde e comprometimento de devolver o aparelho em caso de recuperação ou óbito do paciente”, explicou Melissa.
Segundo informações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), a laringe eletrônica é um equipamento movido a bateria recarregável, portátil, leve e de fácil utilização. É extremamente importante para os pacientes laringectomizados, pois emite a vibração sonora contínua da voz, permitindo que o indivíduo possa ser ouvido.
Para a gerente de enfermagem do departamento de cabeça e pescoço, Elen Vieira, o encontro entre as duas organizações foi de grande valia, pois o hospital pôde ser reconhecido como um centro de excelentes índices de reabilitação dos pacientes com as próteses fonatórias. “É importante que nossos pacientes estejam associados à ACBG. Para o Hospital de Amor, é uma parceria sem custos e que traz muitos benefícios, favorecendo nosso bem maior: o paciente”, finaliza Elen.
Sobre a ABCG
A ACBG é uma organização não governamental de direito privado, sem fins lucrativos, que trabalha em prol dos pacientes de todo o Brasil, portadores de câncer de cabeça e pescoço, além de apoiar seus familiares. Reconhecida como referência nacional, a organização foi fundada em 2015, através do trabalho do Grupo de Acolhimento a Pacientes de Câncer de Boca e Garganta (GAL). As atividades desenvolvidas pela entidade ocorrem graças a participação de vários voluntários, que trabalham com empenho pela causa.
Há muitos anos, o Hospital de Amor conta com uma parceria importante com a Rice University – respeitável centro acadêmico localizado em Houston, nos Estados Unidos. Durante todo esse período, a universidade vem contribuído significativamente com a instituição, através do desenvolvimento de projetos nas áreas de Prevenção, Cuidados Paliativos, Saúde Primária e Secundária, e Medicina Nuclear, além de apresentar ideias inovadoras e ações.
De 8 a 11 de outubro, o HA recebeu a visita da diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, e três alunos: Annie Graff, Sylvie Kalikoff e Kevin Smith, que atuaram em projetos de prevenção e cuidados paliativos (ClaroScope e PalliAssist). O objetivo foi buscar soluções diante dos problemas clínicos enfrentados diariamente pelo hospital, seja na criação de softwares e equipamentos ou na adequação de protocolos já existentes. Além disso, eles aproveitaram a oportunidade para conhecer o departamento de ortopedia e discutir possíveis novas ações e seus desdobramentos.
Anualmente, estudantes de graduação e pós-graduação realizam intercâmbio na instituição na tentativa de trazer ideias inovadoras para o desenvolvimento de diversos projetos, buscando enriquecer suas experiências acadêmicas. Ao todo, 22 pessoas, entre alunos e diretores, já passaram pelo HA em missões de intercâmbio.
De acordo com o oncologista e diretor de extensão do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, Dr. Vinicius de Lima Vazquez, a interação entre áreas diversas, como por exemplo, tecnologia, biologia ou ciências da vida, é muito rica e capaz de produzir conhecimentos novos. “Imaginamos que esta parceria possa resultar em avanços importantes, tanto na criação de aprendizado, quanto na aplicação prática. O convívio com alunos de outra formação e cultura também é enriquecedor, com a internacionalização do nosso centro de pesquisa e ampliação dos horizontes dos nossos estudantes e profissionais. Além disso, o HA ganha visibilidade e, principalmente, a possibilidade de conquistar parcerias em projetos, como psicologia comportamental e ciências tecnológicas, cuja expertise nós não possuímos”, afirmou.
Graças à relação com o centro acadêmico norte-americano, muitos projetos foram desenvolvidos e estão em execução. Para a diretora de inovação global em biotecnologia, Sarah Michel, a grande expectativa é que o relacionamento entre o Hospital de Amor e a Rice University cresça ainda mais, para que outros estudantes e profissionais possam conhecer a estrutura da instituição e contribuir com a solução de problemas mais complexos relacionados à saúde. “Essa relação entre as duas entidades é muito importante. Eu já tinha visitado outras instituições no Brasil, mas o Hospital de Amor foi a que mais me impressionou! A qualidade do tratamento e das instalações é igual e, muitas vezes, até melhor do que hospitais nos Estados Unidos”, relatou Sarah.
Experiência
Os estudantes de bioengenharia da faculdade texana estiveram pela primeira vez no Brasil e ficaram impressionados com Hospital de Amor. Após passarem uma semana conhecendo o trabalho desenvolvido pela instituição e disponibilizando seus conhecimentos em diversos setores, os alunos partiram satisfeitos com a oportunidade. “Eu escolhi vir para cá, porque sei que o HA oferece um tratamento de qualidade para todos que precisam, e não apenas para quem pode pagar por ele. Nosso desejo é que essa parceria com a Rice continue. Todos aqui são muito amigáveis, gentis e hospitaleiros, por isso, estamos muito empolgados em nos envolver com nesse trabalho, que é tão importante e único”, relatou Kevin Smith, de 22 anos.
Os milhares de pacientes que realizam tratamento no Hospital de Amor Barretos agora contam com uma nova alternativa de medicação para os tratamentos de cânceres de pulmão e melanoma (tipo mais grave de câncer de pele) em estágios avançados. Graças à parceria firmada com a farmacêutica MSD, a instituição poderá oferecer aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o tratamento com a terapia anti-PD-1, conhecida como pembrolizumabe (Keytruda). O Hospital de Amor é a primeira entidade de saúde pública no Brasil a oferecer a imunoterapia.
A assinatura do termo aconteceu na última segunda-feira, dia 3 de setembro, reunindo médicos, o presidente do Hospital, Henrique Prata, e o diretor-geral do Centro Oncológico “Antônio Ermírio de Moraes” – Beneficência Portuguesa, de São Paulo, e membro do comitê de direção do Centro Oncológico do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Antônio Buzaid.
De acordo com Buzaid, o tratamento imunoterápico é uma nova alternativa para a quimioterapia, além de possuir efeitos colaterais menores. “Quando aplicamos o Anti-PD-1, estimulamos uma sobrevida no paciente. Por isso, é tão importante investir em pesquisas clínicas para aumentar a receita da instituição e melhorar o tratamento básico. Para nós, o Hospital de Amor é um motivo de muito orgulho”, afirmou.
Para a diretora médica de oncologia da MSD Brasil, Dra. Márcia Datz Abadi, “o pembrolizumabe representa um avanço importante no tratamento do câncer e é um orgulho poder oferecer essa inovação aos pacientes do SUS. Nos sentimos honrados pela parceria e pioneirismo do Hospital de Amor”.
Após essa conquista, o HA poderá facilitar o acesso ao medicamento, acelerar o tratamento e as chances de cura e sobrevida dos pacientes. A estimativa é de que em duas semanas essa alternativa já esteja sendo aplicada na instituição. Segundo Henrique Prata, a assinatura do convênio representa um marco histórico nos mais de 50 anos de trajetória do Hospital e também para a oncologia brasileira. “Todas as pessoas têm direito de ter um tratamento digno. Portanto, temos muito o que comemorar com essa conquista”, declarou.
Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é considerado o mais comum e letal entre todos os tumores malignos. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de que 30 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil, sendo o de células não pequenas o mais comum – correspondente a 85% de todos os casos. Estimativas globais apontam que apenas 1% dos pacientes com câncer de pulmão avançado estão vivos, cinco anos após o diagnóstico.
Em junho, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a aprovar, baseado em um estudo de fase 3, o uso combinado de pembrolizumabe e quimioterapia para tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) em estágio avançado ou metastático. De acordo com o estudo KEYNOTE-189, publicado no New England Journal of Medicine, o uso de pembrolizumabe associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina), quando utilizado em primeira linha de tratamento, reduz em 51% o risco de morte.
Para o oncologista clínico do HA, Dr. Pedro de Marchi, poder oferecer esse medicamento gratuitamente aos pacientes é um motivo de grande alegria. “Sem dúvida, estamos falando de um marco na história do Brasil. Com essa nova alternativa, a sobrevida é de 8 meses a 3 anos”, ressaltou.
O oncologista explica ainda que o Hospital de Amor recebe cerca de 600 novos pacientes com câncer de pulmão, por ano. Desses, 450 irão precisar de tratamento sistêmico. Entre eles, 360 possuem doença metastática. Desses, 320 não têm mutações. “Isso quer dizer que, desses 320 pacientes, 17% apresenta PD-L1 maior que 50% e seriam candidatos a esse tipo de tratamento, o que resultaria em, aproximadamente, 54 pacientes novos por ano”, finalizou Dr. Pedro de Marchi.
Câncer Melanoma
O melanoma é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células que compõem a pele. A incidência deste tipo de câncer tem aumentado nas últimas quatro décadas. Só o Brasil registra, anualmente, cerca de 5.500 novos casos da doença e, aproximadamente, 1.547 óbitos, segundo o INCA. Esse tipo de câncer é considerado o mais comum entre jovens adultos, mas também pode ser diagnosticado em crianças, adolescentes e idosos.
De acordo com o estudo Keynote-001, em 655 pacientes com melanoma metastático, 34% de todos eles e 41% dos que não haviam tido qualquer tratamento prévio, permanecem vivos após 5 anos do uso de pembrolizumabe, em uma doença em que a quimioterapia oferecia apenas poucos meses de sobrevida. Já o estudo KEYNOTE-006 mostrou que 42% dos pacientes tratados com pembrolizumabe estavam vivos após quatro anos de diagnóstico.
“É trágico saber que somente pacientes que possuem convênios ou acesso aos atendimentos privados, conseguem ter acesso a esse tipo de tratamento. Agora, pela primeira vez, os pacientes do SUS, atendidos no Hospital de Amor, poderão contar com uma medicação inovadora. É uma luz de esperança para que, em pouco tempo, mais pacientes possam conseguir esta e todas as outras medicações que ainda não estão disponíveis gratuitamente”, declarou o oncologista clínico do HA, Dr. Sérgio Serrano.
O medicamento
O medicamento (pembrolizumabe) já pode ser utilizado no Brasil para o tratamento em primeira linha de melanoma avançado para pacientes com câncer de pulmão avançado, do tipo CPCNP, com expressão elevada ou moderada do biomarcador PD-L1 no tumor (expressão ≥50% ou 1%<49%) e tratamento de câncer urotelial (o mais comum é o câncer de bexiga). Ele também foi aprovado este ano para tratamento de câncer gástrico (o mais comum é o de estômago), após falha de duas terapias prévias.
A imunoterapia anti-PD-1 da MSD está sendo avaliada para mais de 30 tipos de tumores em 790 estudos clínicos. No Brasil, o medicamento está sendo pesquisado em mais de 29 ensaios clínicos, com cerca de 232 instituições envolvidas e mais de 500 pacientes em tratamento.