Câncer colorretal: segundo tipo de tumor mais comum em homens e mulheres (quando não consideramos o câncer de pele não melanoma) e o terceiro que mais mata no Brasil, com estimativa de 41 mil novos casos por ano no país, de acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Com números tão alarmantes e um mês especialmente dedicado à prevenção e detecção precoce deste tipo de câncer – o “Março Marinho” – é preciso falar mais sobre o assunto.
A neoplasia que acomete o trato digestivo (intestino grosso e reto), principalmente em pessoas com idade entre 60 e 70 anos, é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser diagnosticado precocemente. Sintomas como sangue oculto nas fezes e dor na barriga (geralmente cólica), seguido de alteração intestinal (como intestino preso), são comuns deste tipo de câncer. Além disso, podem ser vistos também anemia, fraqueza e perda de peso, mas, geralmente, esses sinais já indicam a doença em fase avançada.
Segundo o médico coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto, dentre os fatores de riscos relacionados ao desenvolvimento do câncer no intestino, estão o sedentarismo, sobrepeso, alimentação pobre em fibras e rica em carnes vermelhas e processadas, exposição à radiação, tabagismo e alcoolismo. “Na presença de qualquer um dos sintomas é muito importante procurar o médico especialista para iniciar a investigação. É fundamental e necessário manter hábitos de vida saudáveis para se evitar a doença”, afirma.
Sabe o que é mais importante? A prevenção do câncer colorretal, assim como em vários outros tipos da doença, salva vidas! E existem vários métodos eficientes para o diagnóstico precoce do tumor, como:
• Pesquisa de sangue oculto nas fezes – indicado para quem não apresenta sintomas, mas está na faixa etária (homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos);
• Colonoscopia – para quem já possui sintomas.
Teste FIT
Você sabia que é possível detectar o câncer colorretal sem que haja sintomas aparentes? Sim! Por meio do teste de imunoquímica fecal, também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes, é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
Indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais, o FIT é utilizado como um exame de pré-triagem e gratuitamente disponibilizado pelo Hospital de Amor, através do programa de rastreamento do Instituto de Prevenção – o único do país oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por se tratar de um procedimento não invasivo, sem necessidade de preparo e indolor, possui uma excelente aceitação pelos pacientes. “Se o paciente se enquadrar em todos os critérios, ele recebe o kit para coleta das fezes. Não é necessário fazer nenhuma dieta e ele pode realizar o exame quando preferir”, explica Hashimoto.
Como fazer o exame?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente.
Depois, encaminha-o ao departamento de análise do HA e aguarda o resultado. “Caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes, não significa que o paciente esteja com câncer. É necessário prosseguir a investigação com o exame de colonoscopia”, afirma o médico.
Quando realizar a Colonoscopia?
A colonoscopia – exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). É um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
“É importante esclarecer que em alguns casos, neste tipo de câncer, principalmente quando detectado em fases iniciais, vários pólipos intestinais podem ser retirados e curados por meio da própria colonoscopia, sem a necessidade de se realizar as cirurgias convencionais”, finalizou Hashimoto.
Previna-se!
Se você tem entre 50 e 65 anos de idade, faça a prevenção do câncer colorretal mesmo não apresentando sinais, por meio do teste FIT. Em casos de sintomas, consulte seu médico de confiança ou vá até uma unidade básica de saúde para receber orientações. E lembre-se: a prevenção salva vidas e deve ser realizada o ano todo!
Saiba mais em: ha.com.vc/marcomarinho.
Você sabia que, no Brasil, o câncer de estômago é o quarto tipo mais frequente entre os homens e o sexto entre as mulheres? E que sua estimativa de novos casos, de acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), é de 21.290, sendo 13.540 em homens e 7.750 em mulheres? Mas afinal, qual a função do estômago e sua importância para o corpo humano?
O estômago é um órgão em forma de “J”, situado na parte superior do abdômen. Faz parte do sistema digestivo, cuja responsabilidade é processar os alimentos ingeridos, extraindo deles nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, gorduras, proteínas e água). Os alimentos são conduzidos da garganta para o estômago, através de um tubo oco e muscular, chamado esôfago. Após deixar o estômago, os alimentos parcialmente digeridos passam para o intestino delgado e depois para o intestino grosso (cólon).
A parede do estômago é constituída por três camadas de tecido: a camada mucosa (que fica em contato com os alimentos), a camada muscular (camada média), e a camada serosa (externa, a que reveste o estômago).
E o que é o câncer do estômago?
O câncer de estômago (ou câncer gástrico) é o crescimento de células anormais no órgão desse sistema digestivo e pode ocorrer em qualquer local de sua extensão. Grande parte desse tipo de tumor ocorre na camada mucosa, surgindo na forma de pequenas lesões irregulares, com ulcerações (rompimento do tecido) – características de cânceres ou tumores malignos. Conforme a evolução da doença, essas células cancerígenas vão gradualmente substituindo o tecido normal do órgão, migrando para outras partes, podendo até chegar a outros lugares do organismo.
Com o pico de incidência em pessoas do sexo masculino de idade mais avançada (cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com idade superior a 50 anos), o câncer de estômago se apresenta como o terceiro mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres. Dados do INCA revelam que o número de mortes por esse tipo de tumor chega a 14.314, sendo 9.207 em homens e 5.107 em mulheres.
Tipos de câncer de estômago
Os tumores de estômago se apresentam em três diferentes tipos: o adenocarcinoma – responsável por 95% dos tumores; o linfoma – diagnosticado em 3% dos casos; e o leiomiossarcoma – com início em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos.
Adenocarcinoma – é um tipo de câncer que possui características secretórias, se originando em tecidos glandulares.
Linfoma – é um tipo de câncer que tem origem nos linfonodos (gânglios) por todo o corpo, principalmente no timo, baço, amídalas, medula óssea e tecidos linfáticos no intestino. Assim como outros tipos de linfomas, eles são divididos em subtipos entre Linfoma de Hodgkin e Linfoma Não Hodgkin.
O linfoma do estômago apresenta uma incidência baixa (3%), podendo ser dividido em dois tipos:
– Linfoma Gástrico MALT: um tipo de linfoma associado à mucosa constituída por células pequenas e com baixo grau de malignidade.
– Linfoma de células grandes: com alto grau de malignidade, porém, com uma incidência muito rara (quando comparado ao primeiro).
Leiomiossarcoma – é um dos tumores benignos da musculatura lisa do estômago, geralmente também localizado em qualquer outro órgão. Sua incidência é baixa.
• Pólipos Gástricos
É o nome dado a um crescimento anormal de um tecido proveniente de uma membrana mucosa. Desenvolve-se nas cavidades de uma mucosa, podendo ter diferentes constituições e formatos. No estômago, os pólipos podem ser divididos em Adenoma e Pólipos Hiperplásicos.
– Adenoma: consiste em nódulos de epitélio displásico. Ocorrem quase que exclusivamente no antro (porção inicial do estômago), fazendo parte da Síndrome de Gardner (um transtorno genético que ocasiona a presença de múltiplos pólipos) ou gastrite crônica atrófica (condição em que as células da mucosa do estômago são diminuídas, prejudicando a produção do ácido gástrico responsável pela digestão dos alimentos).
A maioria dos carcinomas associados ao adenoma gástrico são maiores que 2 cm de diâmetro. Acredita-se que são necessários 10 a 15 anos para um adenoma se transformar em carcinoma.
– Pólipos Hiperplásicos: são os mais comuns pólipos do estômago (50 a 90% dos pólipos gástricos) e dois terços deles ocorrem no antro (porção inicial do estômago). A anormalidade básica é a hiperplasia (aumento excessivo do número de células) e eles se desenvolvem na mucosa gástrica atrófica. Pode haver associação com o Helicobacter pylori (também conhecido como ‘H. Pylori’). O tratamento é a remoção endoscópica ou cirúrgica.
• Tumores carcinoides
Representam 3% de todos os tumores carcinoides gastrointestinais. Existem três subtipos desse tumor no estômago:
– Carcinoide associado com gastrite atrófica crônica do tipo A com ou sem anemia perniciosa.
A gastrite do tipo A é causada por anticorpos contra as células parietais e o fator intrínseco, agindo na mucosa fúndica, causa atrofia glandular acloridria e eventualmente anemia perniciosa.
– Carcinoide associado com a síndrome de Zollinger-Ellison.
A síndrome de Zollinger-Ellison é o nome dado ao distúrbio causado por níveis excessivos do hormônio gastrina. A presença excessiva deste hormônio, por sua vez, faz o estômago produzir ácido clorídrico em excesso.
Esse distúrbio pode gerar um tipo de tumor que representa 8,6% dos tumores carcinoides gástricos e ocorrem quase que exclusivamente em pacientes com síndrome MEN-1 (Neoplasia Endócrina Múltipla). A hipergastrinemia está associada ao gastrinoma no pâncreas. O tratamento consiste em remover o gastrinoma ou a gastrectomia total.
– Tumor carcinoide de forma esporádica.
Não associados ao excesso de gastrina, esse tipo corresponde a 25% dos tumores carcinoides gástricos e têm um prognóstico pior que os tumores carcinoides associados à gastrite atrófica crônica e a síndrome de Zollinger-Ellinson. Como os tumores geralmente são grandes e a doença mais avançada, o tratamento necessita de cirurgia associada a radio e quimioterapia.
Sintomas do câncer de estômago
Estes sintomas podem caracterizar o câncer gástrico, mas outras condições ou doenças também podem causar os mesmos sintomas.
– Dor epigástrica (região central do abdômen – “boca do estômago”);
– Sensação de “estômago cheio” após as refeições e perda do apetite durante as refeições;
– Emagrecimento;
– Vômitos;
– Vômitos com sangue;
– Azia intensa;
– Diarreia;
– Constipação;
– Fadiga e Fraqueza;
– Fezes com sangue ou muito escurecidas (tipo borra de café);
– Dificuldade para se alimentar.
Deve-se tomar cuidado, pois esses sintomas muitas vezes não são percebidos pelos pacientes e só se tornam evidentes quando o tumor atinge um tamanho suficiente para diminuir o espaço de passagem do alimento.
Existem sintomas comuns em estágios avançados, como o emagrecimento intenso (caquexia) e pele e olhos amarelados pelo acúmulo do material metabólico de bilirrubina (icterícia). O paciente com câncer de estômago em estágios avançados também pode sentir dor quando o estômago é palpado.
Se você notar a persistência de qualquer desses sintomas, é necessário procurar um médico especialista na área gástrica, como um gastroenterologista.
Prevenção de câncer de estômago
Por ser um órgão que recebe diretamente os alimentos, a dieta é um fator essencial para a prevenção do câncer de estômago. O consumo excessivo de certos tipos de alimentos, suas conservações e a ausência de alguns deles, podem colaborar com a formação de um tumor.
Abaixo, relacionamos quais são essas condutas alimentares:
– Evitar a ingestão excessiva de nitritos e nitratos: os nitritos e nitratos podem ser encontrados em carnes e peixes em que se utiliza o método secagem para sua preservação – utilizado, por exemplo, em alimentos defumados. O nitrito, ao ser recebido no estômago, transforma-se em nitrosaminas, substâncias altamente cancerígenas.
– Evitar o consumo excessivo de alimentos enlatados, defumados, corantes ou alimentos conservados em sal.
– Evitar o consumo de alimentos guardados fora da geladeira ou mal conservados.
– Evitar o consumo de água com poços com altas concentrações de nitrato.
– Evitar uma alimentação carente das vitaminas A e C.
– Consumir carnes e peixes regularmente.
– Consumir frutas e verduras frescas, contendo ácido ascórbico e beta caroteno.
Esses elementos são benéficos por evitar que os nitritos se transformem em nitrosaminas.
Fatores de risco de câncer de estômago
Os fatores de risco para câncer gástrico incluem:
– Infecção do estômago por Helicobacter pylori (H. pylori), que são bactérias que vivem no estômago humano, responsáveis por alguns tipos de gastrite, úlcera e cancros. Seu formato permite atravessar com facilidade a camada de muco protetora do epitélio gástrico.
– Gastrite crônica (inflamação do estômago).
– Realização de cirurgia para úlcera.
– Anemia perniciosa: distúrbio que pode ocasionar facilitação ou dificuldade de absorção da vitamina B12 pelas células gástricas parietais (responsáveis pela liberação de ácido hidroclorídrico).
– Metaplasia intestinal: uma condição na qual o revestimento normal do estômago passa a ser do tipo de células que revestem o intestino.
– Polipose adenomatosa familiar (PAF): condição hereditária que gera inúmeros pólipos no intestino grosso.
– Pólipos gástricos.
– Tabagismo.
– Tabagismo associado ao consumo de álcool.
– Ter uma mãe, pai, irmã ou irmão que teve câncer de estômago.
Diagnóstico de câncer de estômago
O diagnóstico para esse tipo de câncer pode ser feito através de alguns exames:
– Exames de sangue (bioquímica): um procedimento em que uma amostra de sangue é coletada para medir a quantidade de certas substâncias liberadas no sangue, órgãos e tecidos do organismo. Uma quantidade alterada (superior ou inferior à normal) de uma substância pode ser um sinal de doença no órgão ou tecido que a produz. Nesse procedimento, o hemograma completo (um procedimento em que uma amostra do sangue é extraída e analisada) procura verificar:
– O número de glóbulos vermelhos (hemácias, que carregam o oxigênio), os glóbulos brancos (células de defesa) e plaquetas (responsáveis por ajudar a conter sangramentos).
– A quantidade de hemoglobina (proteína que transporta oxigênio) nas células vermelhas do sangue.
– Endoscopia: um procedimento para examinar o interior do esôfago, estômago e duodeno (primeira parte do intestino delgado), para verificar a ocorrência de áreas anormais. Um endoscópio (um tubo fino e iluminado) é passado através da boca e da garganta para o esôfago.
– Sangue oculto nas fezes: um teste para verificar a presença de sangue oculto nas fezes, que só pode ser visto com a ajuda de um microscópio. Pequenas amostras de fezes são colocadas em placas especiais e é feita a sua análise no laboratório.
– EED: é uma série de raios-x do esôfago e do estômago. O paciente bebe um líquido (contraste) que contém uma substância (bário) que os raios-X não conseguem atravessar, fazendo, desse modo, que seja possível enxergar melhor os órgãos a serem analisados. Este procedimento também pode ser chamado de seriografia gastrointestinal superior (seriografia do esôfago, estômago e duodeno) quando estes três órgãos são analisados.
– Biópsia: é a remoção de amostras de células ou tecidos para possibilitar a análise através de um microscópio, por um médico patologista, para verificar se há sinais de câncer ou algum outro tipo de doença. A biópsia geralmente é feita durante a endoscopia. Às vezes, uma biópsia pode mostrar alterações no estômago que não são câncer, mas que podem levar ao câncer.
– TC (Tomografia Computadorizada): é o exame no qual é feita uma série de imagens detalhadas de áreas no interior do corpo, tomadas de ângulos diferentes. As imagens são feitas por um computador ligado a uma máquina de raios-X. Um contraste pode ser injetado em uma veia, ingerido, ou ainda injetado através do reto para ajudar os órgãos ou tecidos a aparecem mais claramente.
Estadiamento do câncer de estômago
Alguns exames e procedimentos podem ser utilizados no processo de estadiamento da doença, entretanto, nem todos são necessários a todos os pacientes.
– Exames de β-hCG (Beta-gonadotrofina coriônica humana), CA-125 e CEA (Antígeno carcinoembrionário): são exames que medem os níveis de β-hCG, CA-125 e CEA no sangue. Essas substâncias são liberadas na corrente sanguínea, tanto por células sadias, quanto por células cancerígenas. Quando encontradas em quantidades mais elevadas do que normal, esses elementos podem representar um sinal de câncer gástrico ou outras doenças.
– Radiografia de tórax: é um raio X dos órgãos e ossos dentro do peito. Um raio-x é um tipo de raio de energia que pode atravessar o corpo e realizar um retrato de áreas dentro do corpo.
– Ultrassonografia endoscópica: é um procedimento em que um endoscópio é inserido no corpo, geralmente através da boca. Um endoscópio é um instrumento fino, de forma tubular, com uma luz e uma lente para a visão. A sonda na ponta do endoscópio é usada para produzir ondas sonoras de alta energia (ultrassom) e fazer ecos. Os ecos formam imagens dos tecidos do corpo possibilitando a avaliação do médico. Este procedimento também é chamado de endossonografia.
– TC (Tomografia Computadorizada): é o exame no qual são feitas uma série de imagens detalhadas de áreas no interior do corpo, tomadas de ângulos diferentes. As imagens são feitas por um computador ligado a uma máquina de raios-X. Um contraste pode ser injetado em uma veia, ingerido, ou ainda injetado através do reto para ajudar os órgãos ou tecidos a aparecem mais claramente.
– Laparoscopia: é um procedimento cirúrgico para olhar os órgãos dentro do abdômen para checar sinais de doença. Pequenas incisões (cortes) são feitas na parede do abdômen e um laparoscópio (um tubo fino e iluminado) é inserido em uma das incisões. Outros instrumentos podem ser inseridos através das incisões para realizar procedimentos, como a remoção de amostras de tecidos para pesquisas. Pode também, em alguns casos, realizar-se parte da cirurgia para tratamento por esse método.
– PET Scan (Tomografia por emissão de pósitrons scan): é um exame que combina a tomografia computadorizada e uma espécie de cintilografia. É utilizada uma substância radioativa (fluordesoxiglicose – FDG), que é injetada por uma veia e é mais absorvida por células tumorais, fazendo com que o câncer possa ser diagnosticado ou analisado com grande precisão.
Tratamento do câncer de estômago
Três tipos de tratamento são utilizados para o câncer de estomago. São eles:
– Cirurgia: é o tratamento mais comum para todos os estágios do câncer de estômago. Os seguintes tipos de cirurgia podem ser utilizados:
• Gastrectomia subtotal: remoção de parte do estômago que contém o câncer, linfonodos próximos, tecidos ou órgãos que possam estar acometidos pelo tumor.
• Gastrectomia total: remoção de todo o estômago, os linfonodos próximos, parte do esôfago, duodeno e outros tecidos próximos ao tumor. O baço pode ser removido. O esôfago é ligado ao intestino delgado para que o paciente possa continuar a comer e engolir. Se o tumor está obstruindo o estômago, mas o câncer não pode ser completamente removido por cirurgia, pode se realizar a colocação de uma prótese (um tubo fino e expansível), realizado através de endoscopia, a fim de manter uma passagem para o alimento.
– Radioterapia: a radioterapia é um tratamento contra o câncer que utiliza tipos de radiação para matar células cancerígenas ou impedi-las de crescer. Existem dois tipos de radioterapia: a terapia de radiação externa – a mais comum, que utiliza uma máquina para enviar radiação para o câncer; e a terapia de radiação interna (braquiterapia) – na qual a substância radioativa é colocada diretamente em contato com o tecido tumoral.
– Quimioterapia: um tratamento de câncer que usa medicamentos (remédios) para parar o crescimento das células cancerosas, matá-las ou impedi-las de se dividir. Quando a quimioterapia é tomada via oral ou injetada numa veia ou músculo, os remédios entram na corrente sanguínea e podem atingir as células cancerosas por todo o corpo (quimioterapia sistêmica). Quando a quimioterapia é colocada diretamente na coluna vertebral, um órgão ou uma cavidade do corpo, como o abdômen, as drogas afetam principalmente as células do câncer nessas áreas (quimioterapia regional). A forma como a quimioterapia é dada depende do tipo e estágio do câncer a ser tratado.
Desde 2015, o Hospital de Amor conta com um programa de rastreamento para a detecção precoce do câncer colorretal – aquele que acomete o trato digestivo (intestino grosso e reto). De lá para cá, já foram alcançadas 12.723 pessoas, sendo 48 pacientes diagnosticados com esse tipo de tumor.
Conheça mais sobre o câncer colorretal, seus sintomas e saiba como se prevenir.
O que é câncer colorretal?
Os cânceres colorretais são aqueles que acometem o trato digestivo (intestino grosso e reto). Esses tumores são considerados mais passíveis de prevenção, pois a evolução natural deles é bem conhecida pela medicina: eles começam com lesões precursoras, ou seja, lesões pré-malignas (também conhecidas como pólipos) que são detectáveis e que podem ser removidas. Com essas medidas, é possível interromper a progressão da doença. Geralmente, as chamadas ‘lesões precursoras’ não apresentam sintomas (como sangramentos ou dores abdominais), por isso, para identificá-las, é necessário submeter o indivíduo a um rastreamento para prevenir a evolução da doença.
O que são pólipos?
São tumores benignos, parecidos com verrugas, que se desenvolvem na parte interna do cólon e reto. Cerca de 60% dos pólipos do intestino são adenomas e podem apresentar potencial para se tornarem tumores malignos. É importante que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos precocemente, principalmente após os 50 anos e em caso de história de câncer colorretal na família.
Quais são os sinais e sintomas do câncer colorretal?
Os principais sintomas da doença são: mudança do hábito intestinal, isto é, constipação ou diarreia sem associação com o alimento ingerido; anemia sem causa aparente, principalmente em pessoas com idade acima de 50 anos; fraqueza; desconforto abdominal (com gases ou cólicas); emagrecimento intenso e inexplicável; sangramento pelo reto; e sensação de evacuação incompleta.
Qualquer pessoa que apresentar um desses sintomas deve procurar o médico, principalmente se houver sangramento anal, para que os exames clínicos necessários sejam realizados. Entre os exames estão: realização do toque retal e do exame de colonoscopia (procedimento de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado).
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da doença?
Uma alimentação rica em carnes vermelhas, carnes processadas (como salsichas e mortadelas) e gorduras, além da ausência de atividade física regularmente (como o sedentarismo), ingestão abusiva de álcool, tabagismo, sobrepeso e obesidade, são alguns fatores externos que podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
Pessoas com idade superior a 50 anos, ou que já tenham tido pólipos ou doença inflamatória intestinal, ou que tenham histórico de ocorrência de câncer colorretal em familiares, devem ficar atentas aos sinais.
Como se prevenir deste tipo de câncer?
Prevenir significa evitar os fatores que estão relacionados com o desenvolvimento de câncer colorretal. Adotar uma alimentação rica em frutas, verduras e vegetais, evitar o consumo de carnes vermelhas e embutidos, praticar exercício físico, evitar a obesidade, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, são importantes atitudes de prevenção. Os alimentos ricos em fibras protegem o intestino, pois facilitam a evacuação, aceleram o trânsito intestinal e diminuem o tempo de contato das substâncias carcinogênicas (que levam à formação do câncer) com a parede do intestino.
Refletir sobre os hábitos e estilo de vida é sempre uma forma de se prevenir de qualquer tipo de câncer e conquistar uma vida mais saudável. Confira algumas dicas:
– Praticar exercícios físicos regulares;
– Não fumar;
– Não ingerir bebidas alcóolicas;
– Não ingerir alimentos defumados, enlatados ou embutidos;
– Não ingerir alimentos com corantes e/ou conservantes;
– Se diagnosticado, remover pólipos através do exame de colonoscopia;
– Ingerir alimentos ricos em vitaminas C e E.
Porém, apesar de todos esses cuidados, também é necessário participar dos programas de rastreamento, pois essas medidas não são 100% eficazes. Existem dois exames que podem ser utilizados para rastrear esse tipo de tumor, sendo eles: o teste de imunoquímica fecal (conhecido também como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes) e a colonoscopia (que é um exame de vídeo para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado). Recomenda-se iniciar o rastreamento a partir dos 50 anos, mas, cabe ao médico indicar qual é a melhor opção de procedimento para cada paciente.
Como é o teste FIT?
Também conhecido como exame de sangue oculto nas fezes, o teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
São necessárias três amostras de fezes consecutivas. Alguns dias antes do exame, alguns tipos de alimentos devem ser evitados. Além disso, medicamentos como AAS e anti-inflamatórios não devem ser tomados 7 dias antes do exame, e frutas cítricas e carne vermelha não devem ser consumidas três dias antes do procedimento. Se o resultado para o sangue oculto for positivo, será necessário realizar o exame de colonoscopia.
Como é a colonoscopia?
É um exame realizado por um aparelho de fibra ótica, longo (180 cm) e flexível, que é introduzido através do ânus e permite a visualização completa do reto e do cólon. Essa visualização ocorre por uma câmera inserida na extremidade do colonoscópio, cuja imagem é enviada para um monitor, permitindo assim, a análise simultânea do interior do cólon. O equipamento também permite a inserção de outros instrumentos especiais para a remoção de possíveis pólipos ou biópsias. O exame é feito sob sedação e analgesia, permitindo que o médico examine detalhadamente o cólon. Os riscos do procedimento são pequenos e estão vinculados ao sangramento depois da retirada de pólipos, biópsias e perfuração intestinal.
Como é tratamento para o câncer colorretal?
O tratamento para os tumores iniciais, geralmente, é menos agressivo, com a retirada de pólipos e lesões através da colonoscopia ou das cirurgias com ressecções locais dos tumores.
Nos tumores maiores do cólon, há a necessidade de cirurgia (convencional, laparoscópica ou robótica).
Nos tumores do reto, pode ser necessário realizar procedimentos radioterápicos e quimioterápicos antes da cirurgia.
Em resumo, o tratamento para o câncer colorretal envolve radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia, dependendo do local, do tamanho e da extensão da doença no cólon ou em outros órgãos (no caso de metástases – aparecimento do tumor em outros órgãos, como fígado ou pulmão, por exemplo). Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, menor a agressividade e o tempo de tratamento, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente.
Câncer colorretal: segundo tipo de tumor mais comum em homens e mulheres (quando não consideramos o câncer de pele não melanoma) e o terceiro que mais mata no Brasil, com estimativa de 41 mil novos casos por ano no país, de acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Com números tão alarmantes e um mês especialmente dedicado à prevenção e detecção precoce deste tipo de câncer – o “Março Marinho” – é preciso falar mais sobre o assunto.
A neoplasia que acomete o trato digestivo (intestino grosso e reto), principalmente em pessoas com idade entre 60 e 70 anos, é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser diagnosticado precocemente. Sintomas como sangue oculto nas fezes e dor na barriga (geralmente cólica), seguido de alteração intestinal (como intestino preso), são comuns deste tipo de câncer. Além disso, podem ser vistos também anemia, fraqueza e perda de peso, mas, geralmente, esses sinais já indicam a doença em fase avançada.
Segundo o médico coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto, dentre os fatores de riscos relacionados ao desenvolvimento do câncer no intestino, estão o sedentarismo, sobrepeso, alimentação pobre em fibras e rica em carnes vermelhas e processadas, exposição à radiação, tabagismo e alcoolismo. “Na presença de qualquer um dos sintomas é muito importante procurar o médico especialista para iniciar a investigação. É fundamental e necessário manter hábitos de vida saudáveis para se evitar a doença”, afirma.
Sabe o que é mais importante? A prevenção do câncer colorretal, assim como em vários outros tipos da doença, salva vidas! E existem vários métodos eficientes para o diagnóstico precoce do tumor, como:
• Pesquisa de sangue oculto nas fezes – indicado para quem não apresenta sintomas, mas está na faixa etária (homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos);
• Colonoscopia – para quem já possui sintomas.
Teste FIT
Você sabia que é possível detectar o câncer colorretal sem que haja sintomas aparentes? Sim! Por meio do teste de imunoquímica fecal, também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes, é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
Indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais, o FIT é utilizado como um exame de pré-triagem e gratuitamente disponibilizado pelo Hospital de Amor, através do programa de rastreamento do Instituto de Prevenção – o único do país oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por se tratar de um procedimento não invasivo, sem necessidade de preparo e indolor, possui uma excelente aceitação pelos pacientes. “Se o paciente se enquadrar em todos os critérios, ele recebe o kit para coleta das fezes. Não é necessário fazer nenhuma dieta e ele pode realizar o exame quando preferir”, explica Hashimoto.
Como fazer o exame?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente.
Depois, encaminha-o ao departamento de análise do HA e aguarda o resultado. “Caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes, não significa que o paciente esteja com câncer. É necessário prosseguir a investigação com o exame de colonoscopia”, afirma o médico.
Quando realizar a Colonoscopia?
A colonoscopia – exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). É um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
“É importante esclarecer que em alguns casos, neste tipo de câncer, principalmente quando detectado em fases iniciais, vários pólipos intestinais podem ser retirados e curados por meio da própria colonoscopia, sem a necessidade de se realizar as cirurgias convencionais”, finalizou Hashimoto.
Previna-se!
Se você tem entre 50 e 65 anos de idade, faça a prevenção do câncer colorretal mesmo não apresentando sinais, por meio do teste FIT. Em casos de sintomas, consulte seu médico de confiança ou vá até uma unidade básica de saúde para receber orientações. E lembre-se: a prevenção salva vidas e deve ser realizada o ano todo!
Saiba mais em: ha.com.vc/marcomarinho.
Você sabia que, no Brasil, o câncer de estômago é o quarto tipo mais frequente entre os homens e o sexto entre as mulheres? E que sua estimativa de novos casos, de acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), é de 21.290, sendo 13.540 em homens e 7.750 em mulheres? Mas afinal, qual a função do estômago e sua importância para o corpo humano?
O estômago é um órgão em forma de “J”, situado na parte superior do abdômen. Faz parte do sistema digestivo, cuja responsabilidade é processar os alimentos ingeridos, extraindo deles nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos, gorduras, proteínas e água). Os alimentos são conduzidos da garganta para o estômago, através de um tubo oco e muscular, chamado esôfago. Após deixar o estômago, os alimentos parcialmente digeridos passam para o intestino delgado e depois para o intestino grosso (cólon).
A parede do estômago é constituída por três camadas de tecido: a camada mucosa (que fica em contato com os alimentos), a camada muscular (camada média), e a camada serosa (externa, a que reveste o estômago).
E o que é o câncer do estômago?
O câncer de estômago (ou câncer gástrico) é o crescimento de células anormais no órgão desse sistema digestivo e pode ocorrer em qualquer local de sua extensão. Grande parte desse tipo de tumor ocorre na camada mucosa, surgindo na forma de pequenas lesões irregulares, com ulcerações (rompimento do tecido) – características de cânceres ou tumores malignos. Conforme a evolução da doença, essas células cancerígenas vão gradualmente substituindo o tecido normal do órgão, migrando para outras partes, podendo até chegar a outros lugares do organismo.
Com o pico de incidência em pessoas do sexo masculino de idade mais avançada (cerca de 65% dos pacientes diagnosticados com idade superior a 50 anos), o câncer de estômago se apresenta como o terceiro mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres. Dados do INCA revelam que o número de mortes por esse tipo de tumor chega a 14.314, sendo 9.207 em homens e 5.107 em mulheres.
Tipos de câncer de estômago
Os tumores de estômago se apresentam em três diferentes tipos: o adenocarcinoma – responsável por 95% dos tumores; o linfoma – diagnosticado em 3% dos casos; e o leiomiossarcoma – com início em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos.
Adenocarcinoma – é um tipo de câncer que possui características secretórias, se originando em tecidos glandulares.
Linfoma – é um tipo de câncer que tem origem nos linfonodos (gânglios) por todo o corpo, principalmente no timo, baço, amídalas, medula óssea e tecidos linfáticos no intestino. Assim como outros tipos de linfomas, eles são divididos em subtipos entre Linfoma de Hodgkin e Linfoma Não Hodgkin.
O linfoma do estômago apresenta uma incidência baixa (3%), podendo ser dividido em dois tipos:
– Linfoma Gástrico MALT: um tipo de linfoma associado à mucosa constituída por células pequenas e com baixo grau de malignidade.
– Linfoma de células grandes: com alto grau de malignidade, porém, com uma incidência muito rara (quando comparado ao primeiro).
Leiomiossarcoma – é um dos tumores benignos da musculatura lisa do estômago, geralmente também localizado em qualquer outro órgão. Sua incidência é baixa.
• Pólipos Gástricos
É o nome dado a um crescimento anormal de um tecido proveniente de uma membrana mucosa. Desenvolve-se nas cavidades de uma mucosa, podendo ter diferentes constituições e formatos. No estômago, os pólipos podem ser divididos em Adenoma e Pólipos Hiperplásicos.
– Adenoma: consiste em nódulos de epitélio displásico. Ocorrem quase que exclusivamente no antro (porção inicial do estômago), fazendo parte da Síndrome de Gardner (um transtorno genético que ocasiona a presença de múltiplos pólipos) ou gastrite crônica atrófica (condição em que as células da mucosa do estômago são diminuídas, prejudicando a produção do ácido gástrico responsável pela digestão dos alimentos).
A maioria dos carcinomas associados ao adenoma gástrico são maiores que 2 cm de diâmetro. Acredita-se que são necessários 10 a 15 anos para um adenoma se transformar em carcinoma.
– Pólipos Hiperplásicos: são os mais comuns pólipos do estômago (50 a 90% dos pólipos gástricos) e dois terços deles ocorrem no antro (porção inicial do estômago). A anormalidade básica é a hiperplasia (aumento excessivo do número de células) e eles se desenvolvem na mucosa gástrica atrófica. Pode haver associação com o Helicobacter pylori (também conhecido como ‘H. Pylori’). O tratamento é a remoção endoscópica ou cirúrgica.
• Tumores carcinoides
Representam 3% de todos os tumores carcinoides gastrointestinais. Existem três subtipos desse tumor no estômago:
– Carcinoide associado com gastrite atrófica crônica do tipo A com ou sem anemia perniciosa.
A gastrite do tipo A é causada por anticorpos contra as células parietais e o fator intrínseco, agindo na mucosa fúndica, causa atrofia glandular acloridria e eventualmente anemia perniciosa.
– Carcinoide associado com a síndrome de Zollinger-Ellison.
A síndrome de Zollinger-Ellison é o nome dado ao distúrbio causado por níveis excessivos do hormônio gastrina. A presença excessiva deste hormônio, por sua vez, faz o estômago produzir ácido clorídrico em excesso.
Esse distúrbio pode gerar um tipo de tumor que representa 8,6% dos tumores carcinoides gástricos e ocorrem quase que exclusivamente em pacientes com síndrome MEN-1 (Neoplasia Endócrina Múltipla). A hipergastrinemia está associada ao gastrinoma no pâncreas. O tratamento consiste em remover o gastrinoma ou a gastrectomia total.
– Tumor carcinoide de forma esporádica.
Não associados ao excesso de gastrina, esse tipo corresponde a 25% dos tumores carcinoides gástricos e têm um prognóstico pior que os tumores carcinoides associados à gastrite atrófica crônica e a síndrome de Zollinger-Ellinson. Como os tumores geralmente são grandes e a doença mais avançada, o tratamento necessita de cirurgia associada a radio e quimioterapia.
Sintomas do câncer de estômago
Estes sintomas podem caracterizar o câncer gástrico, mas outras condições ou doenças também podem causar os mesmos sintomas.
– Dor epigástrica (região central do abdômen – “boca do estômago”);
– Sensação de “estômago cheio” após as refeições e perda do apetite durante as refeições;
– Emagrecimento;
– Vômitos;
– Vômitos com sangue;
– Azia intensa;
– Diarreia;
– Constipação;
– Fadiga e Fraqueza;
– Fezes com sangue ou muito escurecidas (tipo borra de café);
– Dificuldade para se alimentar.
Deve-se tomar cuidado, pois esses sintomas muitas vezes não são percebidos pelos pacientes e só se tornam evidentes quando o tumor atinge um tamanho suficiente para diminuir o espaço de passagem do alimento.
Existem sintomas comuns em estágios avançados, como o emagrecimento intenso (caquexia) e pele e olhos amarelados pelo acúmulo do material metabólico de bilirrubina (icterícia). O paciente com câncer de estômago em estágios avançados também pode sentir dor quando o estômago é palpado.
Se você notar a persistência de qualquer desses sintomas, é necessário procurar um médico especialista na área gástrica, como um gastroenterologista.
Prevenção de câncer de estômago
Por ser um órgão que recebe diretamente os alimentos, a dieta é um fator essencial para a prevenção do câncer de estômago. O consumo excessivo de certos tipos de alimentos, suas conservações e a ausência de alguns deles, podem colaborar com a formação de um tumor.
Abaixo, relacionamos quais são essas condutas alimentares:
– Evitar a ingestão excessiva de nitritos e nitratos: os nitritos e nitratos podem ser encontrados em carnes e peixes em que se utiliza o método secagem para sua preservação – utilizado, por exemplo, em alimentos defumados. O nitrito, ao ser recebido no estômago, transforma-se em nitrosaminas, substâncias altamente cancerígenas.
– Evitar o consumo excessivo de alimentos enlatados, defumados, corantes ou alimentos conservados em sal.
– Evitar o consumo de alimentos guardados fora da geladeira ou mal conservados.
– Evitar o consumo de água com poços com altas concentrações de nitrato.
– Evitar uma alimentação carente das vitaminas A e C.
– Consumir carnes e peixes regularmente.
– Consumir frutas e verduras frescas, contendo ácido ascórbico e beta caroteno.
Esses elementos são benéficos por evitar que os nitritos se transformem em nitrosaminas.
Fatores de risco de câncer de estômago
Os fatores de risco para câncer gástrico incluem:
– Infecção do estômago por Helicobacter pylori (H. pylori), que são bactérias que vivem no estômago humano, responsáveis por alguns tipos de gastrite, úlcera e cancros. Seu formato permite atravessar com facilidade a camada de muco protetora do epitélio gástrico.
– Gastrite crônica (inflamação do estômago).
– Realização de cirurgia para úlcera.
– Anemia perniciosa: distúrbio que pode ocasionar facilitação ou dificuldade de absorção da vitamina B12 pelas células gástricas parietais (responsáveis pela liberação de ácido hidroclorídrico).
– Metaplasia intestinal: uma condição na qual o revestimento normal do estômago passa a ser do tipo de células que revestem o intestino.
– Polipose adenomatosa familiar (PAF): condição hereditária que gera inúmeros pólipos no intestino grosso.
– Pólipos gástricos.
– Tabagismo.
– Tabagismo associado ao consumo de álcool.
– Ter uma mãe, pai, irmã ou irmão que teve câncer de estômago.
Diagnóstico de câncer de estômago
O diagnóstico para esse tipo de câncer pode ser feito através de alguns exames:
– Exames de sangue (bioquímica): um procedimento em que uma amostra de sangue é coletada para medir a quantidade de certas substâncias liberadas no sangue, órgãos e tecidos do organismo. Uma quantidade alterada (superior ou inferior à normal) de uma substância pode ser um sinal de doença no órgão ou tecido que a produz. Nesse procedimento, o hemograma completo (um procedimento em que uma amostra do sangue é extraída e analisada) procura verificar:
– O número de glóbulos vermelhos (hemácias, que carregam o oxigênio), os glóbulos brancos (células de defesa) e plaquetas (responsáveis por ajudar a conter sangramentos).
– A quantidade de hemoglobina (proteína que transporta oxigênio) nas células vermelhas do sangue.
– Endoscopia: um procedimento para examinar o interior do esôfago, estômago e duodeno (primeira parte do intestino delgado), para verificar a ocorrência de áreas anormais. Um endoscópio (um tubo fino e iluminado) é passado através da boca e da garganta para o esôfago.
– Sangue oculto nas fezes: um teste para verificar a presença de sangue oculto nas fezes, que só pode ser visto com a ajuda de um microscópio. Pequenas amostras de fezes são colocadas em placas especiais e é feita a sua análise no laboratório.
– EED: é uma série de raios-x do esôfago e do estômago. O paciente bebe um líquido (contraste) que contém uma substância (bário) que os raios-X não conseguem atravessar, fazendo, desse modo, que seja possível enxergar melhor os órgãos a serem analisados. Este procedimento também pode ser chamado de seriografia gastrointestinal superior (seriografia do esôfago, estômago e duodeno) quando estes três órgãos são analisados.
– Biópsia: é a remoção de amostras de células ou tecidos para possibilitar a análise através de um microscópio, por um médico patologista, para verificar se há sinais de câncer ou algum outro tipo de doença. A biópsia geralmente é feita durante a endoscopia. Às vezes, uma biópsia pode mostrar alterações no estômago que não são câncer, mas que podem levar ao câncer.
– TC (Tomografia Computadorizada): é o exame no qual é feita uma série de imagens detalhadas de áreas no interior do corpo, tomadas de ângulos diferentes. As imagens são feitas por um computador ligado a uma máquina de raios-X. Um contraste pode ser injetado em uma veia, ingerido, ou ainda injetado através do reto para ajudar os órgãos ou tecidos a aparecem mais claramente.
Estadiamento do câncer de estômago
Alguns exames e procedimentos podem ser utilizados no processo de estadiamento da doença, entretanto, nem todos são necessários a todos os pacientes.
– Exames de β-hCG (Beta-gonadotrofina coriônica humana), CA-125 e CEA (Antígeno carcinoembrionário): são exames que medem os níveis de β-hCG, CA-125 e CEA no sangue. Essas substâncias são liberadas na corrente sanguínea, tanto por células sadias, quanto por células cancerígenas. Quando encontradas em quantidades mais elevadas do que normal, esses elementos podem representar um sinal de câncer gástrico ou outras doenças.
– Radiografia de tórax: é um raio X dos órgãos e ossos dentro do peito. Um raio-x é um tipo de raio de energia que pode atravessar o corpo e realizar um retrato de áreas dentro do corpo.
– Ultrassonografia endoscópica: é um procedimento em que um endoscópio é inserido no corpo, geralmente através da boca. Um endoscópio é um instrumento fino, de forma tubular, com uma luz e uma lente para a visão. A sonda na ponta do endoscópio é usada para produzir ondas sonoras de alta energia (ultrassom) e fazer ecos. Os ecos formam imagens dos tecidos do corpo possibilitando a avaliação do médico. Este procedimento também é chamado de endossonografia.
– TC (Tomografia Computadorizada): é o exame no qual são feitas uma série de imagens detalhadas de áreas no interior do corpo, tomadas de ângulos diferentes. As imagens são feitas por um computador ligado a uma máquina de raios-X. Um contraste pode ser injetado em uma veia, ingerido, ou ainda injetado através do reto para ajudar os órgãos ou tecidos a aparecem mais claramente.
– Laparoscopia: é um procedimento cirúrgico para olhar os órgãos dentro do abdômen para checar sinais de doença. Pequenas incisões (cortes) são feitas na parede do abdômen e um laparoscópio (um tubo fino e iluminado) é inserido em uma das incisões. Outros instrumentos podem ser inseridos através das incisões para realizar procedimentos, como a remoção de amostras de tecidos para pesquisas. Pode também, em alguns casos, realizar-se parte da cirurgia para tratamento por esse método.
– PET Scan (Tomografia por emissão de pósitrons scan): é um exame que combina a tomografia computadorizada e uma espécie de cintilografia. É utilizada uma substância radioativa (fluordesoxiglicose – FDG), que é injetada por uma veia e é mais absorvida por células tumorais, fazendo com que o câncer possa ser diagnosticado ou analisado com grande precisão.
Tratamento do câncer de estômago
Três tipos de tratamento são utilizados para o câncer de estomago. São eles:
– Cirurgia: é o tratamento mais comum para todos os estágios do câncer de estômago. Os seguintes tipos de cirurgia podem ser utilizados:
• Gastrectomia subtotal: remoção de parte do estômago que contém o câncer, linfonodos próximos, tecidos ou órgãos que possam estar acometidos pelo tumor.
• Gastrectomia total: remoção de todo o estômago, os linfonodos próximos, parte do esôfago, duodeno e outros tecidos próximos ao tumor. O baço pode ser removido. O esôfago é ligado ao intestino delgado para que o paciente possa continuar a comer e engolir. Se o tumor está obstruindo o estômago, mas o câncer não pode ser completamente removido por cirurgia, pode se realizar a colocação de uma prótese (um tubo fino e expansível), realizado através de endoscopia, a fim de manter uma passagem para o alimento.
– Radioterapia: a radioterapia é um tratamento contra o câncer que utiliza tipos de radiação para matar células cancerígenas ou impedi-las de crescer. Existem dois tipos de radioterapia: a terapia de radiação externa – a mais comum, que utiliza uma máquina para enviar radiação para o câncer; e a terapia de radiação interna (braquiterapia) – na qual a substância radioativa é colocada diretamente em contato com o tecido tumoral.
– Quimioterapia: um tratamento de câncer que usa medicamentos (remédios) para parar o crescimento das células cancerosas, matá-las ou impedi-las de se dividir. Quando a quimioterapia é tomada via oral ou injetada numa veia ou músculo, os remédios entram na corrente sanguínea e podem atingir as células cancerosas por todo o corpo (quimioterapia sistêmica). Quando a quimioterapia é colocada diretamente na coluna vertebral, um órgão ou uma cavidade do corpo, como o abdômen, as drogas afetam principalmente as células do câncer nessas áreas (quimioterapia regional). A forma como a quimioterapia é dada depende do tipo e estágio do câncer a ser tratado.
Desde 2015, o Hospital de Amor conta com um programa de rastreamento para a detecção precoce do câncer colorretal – aquele que acomete o trato digestivo (intestino grosso e reto). De lá para cá, já foram alcançadas 12.723 pessoas, sendo 48 pacientes diagnosticados com esse tipo de tumor.
Conheça mais sobre o câncer colorretal, seus sintomas e saiba como se prevenir.
O que é câncer colorretal?
Os cânceres colorretais são aqueles que acometem o trato digestivo (intestino grosso e reto). Esses tumores são considerados mais passíveis de prevenção, pois a evolução natural deles é bem conhecida pela medicina: eles começam com lesões precursoras, ou seja, lesões pré-malignas (também conhecidas como pólipos) que são detectáveis e que podem ser removidas. Com essas medidas, é possível interromper a progressão da doença. Geralmente, as chamadas ‘lesões precursoras’ não apresentam sintomas (como sangramentos ou dores abdominais), por isso, para identificá-las, é necessário submeter o indivíduo a um rastreamento para prevenir a evolução da doença.
O que são pólipos?
São tumores benignos, parecidos com verrugas, que se desenvolvem na parte interna do cólon e reto. Cerca de 60% dos pólipos do intestino são adenomas e podem apresentar potencial para se tornarem tumores malignos. É importante que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos precocemente, principalmente após os 50 anos e em caso de história de câncer colorretal na família.
Quais são os sinais e sintomas do câncer colorretal?
Os principais sintomas da doença são: mudança do hábito intestinal, isto é, constipação ou diarreia sem associação com o alimento ingerido; anemia sem causa aparente, principalmente em pessoas com idade acima de 50 anos; fraqueza; desconforto abdominal (com gases ou cólicas); emagrecimento intenso e inexplicável; sangramento pelo reto; e sensação de evacuação incompleta.
Qualquer pessoa que apresentar um desses sintomas deve procurar o médico, principalmente se houver sangramento anal, para que os exames clínicos necessários sejam realizados. Entre os exames estão: realização do toque retal e do exame de colonoscopia (procedimento de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado).
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da doença?
Uma alimentação rica em carnes vermelhas, carnes processadas (como salsichas e mortadelas) e gorduras, além da ausência de atividade física regularmente (como o sedentarismo), ingestão abusiva de álcool, tabagismo, sobrepeso e obesidade, são alguns fatores externos que podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
Pessoas com idade superior a 50 anos, ou que já tenham tido pólipos ou doença inflamatória intestinal, ou que tenham histórico de ocorrência de câncer colorretal em familiares, devem ficar atentas aos sinais.
Como se prevenir deste tipo de câncer?
Prevenir significa evitar os fatores que estão relacionados com o desenvolvimento de câncer colorretal. Adotar uma alimentação rica em frutas, verduras e vegetais, evitar o consumo de carnes vermelhas e embutidos, praticar exercício físico, evitar a obesidade, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, são importantes atitudes de prevenção. Os alimentos ricos em fibras protegem o intestino, pois facilitam a evacuação, aceleram o trânsito intestinal e diminuem o tempo de contato das substâncias carcinogênicas (que levam à formação do câncer) com a parede do intestino.
Refletir sobre os hábitos e estilo de vida é sempre uma forma de se prevenir de qualquer tipo de câncer e conquistar uma vida mais saudável. Confira algumas dicas:
– Praticar exercícios físicos regulares;
– Não fumar;
– Não ingerir bebidas alcóolicas;
– Não ingerir alimentos defumados, enlatados ou embutidos;
– Não ingerir alimentos com corantes e/ou conservantes;
– Se diagnosticado, remover pólipos através do exame de colonoscopia;
– Ingerir alimentos ricos em vitaminas C e E.
Porém, apesar de todos esses cuidados, também é necessário participar dos programas de rastreamento, pois essas medidas não são 100% eficazes. Existem dois exames que podem ser utilizados para rastrear esse tipo de tumor, sendo eles: o teste de imunoquímica fecal (conhecido também como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes) e a colonoscopia (que é um exame de vídeo para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado). Recomenda-se iniciar o rastreamento a partir dos 50 anos, mas, cabe ao médico indicar qual é a melhor opção de procedimento para cada paciente.
Como é o teste FIT?
Também conhecido como exame de sangue oculto nas fezes, o teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
São necessárias três amostras de fezes consecutivas. Alguns dias antes do exame, alguns tipos de alimentos devem ser evitados. Além disso, medicamentos como AAS e anti-inflamatórios não devem ser tomados 7 dias antes do exame, e frutas cítricas e carne vermelha não devem ser consumidas três dias antes do procedimento. Se o resultado para o sangue oculto for positivo, será necessário realizar o exame de colonoscopia.
Como é a colonoscopia?
É um exame realizado por um aparelho de fibra ótica, longo (180 cm) e flexível, que é introduzido através do ânus e permite a visualização completa do reto e do cólon. Essa visualização ocorre por uma câmera inserida na extremidade do colonoscópio, cuja imagem é enviada para um monitor, permitindo assim, a análise simultânea do interior do cólon. O equipamento também permite a inserção de outros instrumentos especiais para a remoção de possíveis pólipos ou biópsias. O exame é feito sob sedação e analgesia, permitindo que o médico examine detalhadamente o cólon. Os riscos do procedimento são pequenos e estão vinculados ao sangramento depois da retirada de pólipos, biópsias e perfuração intestinal.
Como é tratamento para o câncer colorretal?
O tratamento para os tumores iniciais, geralmente, é menos agressivo, com a retirada de pólipos e lesões através da colonoscopia ou das cirurgias com ressecções locais dos tumores.
Nos tumores maiores do cólon, há a necessidade de cirurgia (convencional, laparoscópica ou robótica).
Nos tumores do reto, pode ser necessário realizar procedimentos radioterápicos e quimioterápicos antes da cirurgia.
Em resumo, o tratamento para o câncer colorretal envolve radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia, dependendo do local, do tamanho e da extensão da doença no cólon ou em outros órgãos (no caso de metástases – aparecimento do tumor em outros órgãos, como fígado ou pulmão, por exemplo). Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, menor a agressividade e o tempo de tratamento, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente.