De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.
Referência no tratamento oncológico, o Hospital de Amor realiza, há mais de 20 anos, um trabalho pioneiro de prevenção. Sabendo da importância do diagnóstico precoce do câncer, a instituição desenvolve diversos projetos na tentativa de oferecer um atendimento qualificado e humanizado na realização de exames preventivos à população.
Desde 2017, o Instituto de Prevenção do HA vem realizando um projeto de busca ativa no combate ao câncer bucal, com o objetivo de diagnosticar precocemente a doença e lesões potencialmente malignas, além de levar informações à população sobre o câncer de boca e hábitos nocivos. O trabalho abrange o Departamento Regional de Saúde (DRS V), ou seja, os 18 municípios da região de Barretos (SP).
Através da van odontológica (unidade móvel equipada com cadeira e aparelhos odontológicos), uma equipe de dentistas e enfermeiros do hospital visita as Unidades Básicas de Saúde (UBS), domicílios, indústrias, usinas, áreas rurais, alojamentos e outros locais propícios onde encontram-se os pacientes com fatores de risco: homens e mulheres acima de 40 anos, etilistas (viciados em bebidas alcoólicas) ou tabagistas – que tenham abandonado o hábito em até 20 anos – e pessoas de qualquer idade que apresente lesões orais.
Foi graças ao programa de rastreamento, que o serralheiro Osvaldo Carvalho, de 58 anos, conseguiu diagnosticar a doença e salvar sua vida! O barretense estava em um bar, localizado em um bairro periférico da cidade, quando os profissionais do Hospital de Amor chegaram com a van para iniciar a busca ativa. “ Eu estava em um boteco, comendo uma coxinha, quando a equipe chegou e examinou minha boca. Após fazerem uma análise, eles solicitaram para eu comparecer imediatamente ao Instituto de Prevenção, pois seria necessário fazer uma biópsia. Em dois dias, eu já tinha recebido o atendimento necessário”, contou Osvaldo.
Menos de um mês depois, ele recebeu o resultado de seu exame: foi diagnosticado com câncer na úvula e no assoalho da boca. A partir daí, Osvaldo iniciou seu tratamento na instituição. Fumante desde os 14 anos de idade, foi necessária a utilização de adesivos que auxiliam no tratamento da dependência. Em junho deste ano, o serralheiro realizou a remoção do tumor e passou por sessões de radioterapia. Hoje, o paciente segue em acompanhamento no HA e encontra-se em ótimo estado de saúde. “A agilidade no meu atendimento foi muito importante para iniciar os procedimentos e ter sucesso no meu tratamento”, declarou.
Segundo a dentista e coordenadora do projeto, Kenya Firmino, a expetativa é de que a conscientização aumente para que seja possível diagnosticar precocemente a doença ainda mais, diminuindo suas taxas de mortalidade. “Quando detectado em estágios iniciais, a chance de cura desse tipo de tumor chega a ser maior que 80%. Em estágios avançados, a sobrevida pode ser menor do que 5 anos”, afirmou Kenya.
Câncer de Boca
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 14.700 novos casos de câncer de boca ainda neste ano, sendo 11.200 em homens e 3.500 em mulheres. Estes tumores são formados por células que se multiplicam rápida e descontroladamente, destruindo órgãos e se espalhando para os linfonodos do pescoço (conhecidos como ínguas), afetando lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca, é importante observar gengivas, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca) e língua (principalmente as bordas e o assoalho – região de baixo).
Uma das principais causas desse tipo de tumor é o tabagismo. Cigarro, charuto, cachimbo, narguilé e maconha estão diretamente relacionados ao câncer de boca. As bebidas alcoólicas, em especial, as destiladas, quando associadas ao uso do cigarro, podem aumentar em até quatro vezes o risco de se desenvolver a doença. Outras causas estão relacionadas às más condições de higiene bucal, alimentação carente de frutas e verduras frescas, além de fatores genéticos.
Na maioria dos casos, o câncer de boca apresenta-se como uma área endurecida ou uma ferida que sangra, podendo causar dor durante a fala e alimentação. O aumento dos linfonodos no pescoço, dor de ouvido, dor de garganta e dentes amolecidos são outros sinais de alerta.
Hábitos saudáveis, não fumar, não beber, cuidar da higiene bucal e fazer visitas regularmente ao dentista, são atitudes que contribuem para a saúde adequada da boca e, consequentemente, previnem o câncer de boca.
Quem deve fazer o exame de prevenção?
Pessoas com feridas na boca que não cicatrizam há mais de 15 dias, fumantes (ou não fumantes em até 20 anos) e consumidores de bebida alcoólica devem fazer o exame preventivo.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Plos One, em agosto de 2023, na América Latina, a mortalidade pelo câncer colorretal cresceu 20,5% em 30 anos, com projeção de aumento para os próximos anos na maioria dos países da região, incluindo o Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a previsão para o país é que haja um aumento de, aproximadamente, 44 mil novos casos de câncer colorretal por ano até 2025. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, este tipo de tumor ocupa a terceira posição entre os cânceres mais frequentes no país.
Diante disso, o Hospital de Amor – em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, com a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia – realizou, no último dia 7 de março, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), o “II Simpósio do Hospital de Amor para Prevenção do Câncer Colorretal”.
Em sua segunda edição, o evento tem como objetivo promover a troca de experiências, conhecimento e informações sobre o tema junto a profissionais e alunos da área de saúde e a população em geral, além de divulgar a importância da prevenção, como destacou a médica do Departamento de Endoscopia do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Elisa Baba. “Esse evento é muito importante também para mostrar o quanto a Sociedade Médica, como a AMB (Associação Médica Brasileira), e a FCG (Federação Brasileira de Gastroenterologia), estão engajadas em tentar diminuir a incidência do câncer colorretal, e em conscientizar a população (principalmente a ir atrás de um exame, a observar os sintomas e participar do rastreamento da doença, ou seja, fazer a colonoscopia)”.
Para o médico cirurgião do HA e diretor da inovação do Harena, Dr. Luís Romagnolo, a união entre as instituições é fundamental para capacitar os profissionais de saúde e, consequentemente, aumentar os índices de diagnostico precoce. “O ‘Março Marinho’ traz uma proposta internacional! Em todos os países foi determinado que este mês seja para lembrar sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, já que hoje o tumor tem altas taxas de morte no mundo entre homens e mulheres. Se você consegue diagnosticar precocemente, você consegue até 90% de chance de cura nos pacientes, por isso o foco da campanha é ativar as pessoas para fazerem o exame de colonoscopia – principalmente se tiverem alguma queixa específica em pessoas acima de 40 anos. É importante reforçar que se você não tem sintomas ou histórico familiar de primeiro grau da doença, basta fazer o teste FIT (disponibilizado nos postos de saúde) e, se der positivo, você será direcionado para a colonoscopia e biopsia. A prevenção é o ano todo, mas em março a conscientização se intensifica!” afirmou.
Durante a capacitação, foram abordadas diferentes temáticas, como: a evolução do câncer colorretal, fatores de risco, fatores de proteção, sintomas, exames preventivos (colonoscopia e teste FIT), tipos de tratamento, entre outros.
“Março Marinho”
A campanha “Março Marinho” foi criada em alusão ao ‘Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino’, comemorado em 27 de março, tornando-se mundialmente conhecido como o mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer colorretal (aquele que acomete o trato digestivo – intestino grosso e reto).
Durante este período, o Hospital de Amor realiza diversas ações de prevenção para este tipo de tumor, como o teste de imunoquímica fecal – também conhecido como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes – onde é possível identificar o sangramento presente nas fezes, na maioria das vezes não perceptível a olho nu, e uma análise qualitativa.
O teste FIT é considerado um método simples, indicado para homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos cinco anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
“A prevenção do câncer colorretal é muito importante, porque é uma doença bastante frequente no Brasil. Nós temos um método simples, fácil, barato e efetivo na prevenção, que é o teste FIT, ou seja, um exame que não dói, de fácil acesso e que deve ser feito uma vez ao ano. A orientação é que pessoas entre 50 e 65 anos de idade, que não tenham nenhum sintoma, faça esse exame e, em caso de resultado positivo, realize a colonoscopia”, explica o coordenador do departamento de endoscopia do Hospital de Amor, Dr. Claúdio Hashimoto.
Como fazer o teste FIT?
Para a efetividade do exame, são necessárias três amostras de fezes consecutivas. Dessa forma, ao defecar, o paciente utiliza o “coletor” (que recebe com o kit) e perfura as fezes em três locais diferentes. Em seguida, insere o coletor com a amostra no recipiente do exame, fecha-o adequadamente e armazena-o por até três dias em temperatura ambiente. O kit para a realização do teste FIT, pode ser retirado nas Unidades Básicas de Saúde de Barretos.
Mas, atenção! O teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos; que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos; e não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
Após a coleta do teste FIT, é encaminhado para a análise, e caso o resultado seja positivo para sangue oculto nas fezes (não significa que o paciente esteja com câncer), é necessário prosseguir com investigação, como o exame de colonoscopia ou outro exame indicado pelo médico responsável.
Colonoscopia
Assim como o FIT, o exame de colonoscopia é mais uma possibilidade de prevenção do câncer colorretal. No último dia 8 de março, o HA realizou um mutirão de colonoscopia no departamento de prevenção em Barretos (SP). No total, foram feitos 19 exames em pacientes encaminhados pelas UBSs da cidade, que realizaram o teste FIT entre os meses de janeiro e fevereiro de 2024, e que obtiveram resultado positivo.
Trata-se de um exame de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado – permite avaliar, tirar fotos e biópsias destas regiões por meio de um endoscópio (colonoscópio). A colonoscopia é um procedimento indicado a pacientes que já possuem sintomas, que possuem casos de câncer colorretal ou pólipos na família e que estejam dentro da faixa etária permitida.
A prevenção é o melhor remédio!
De acordo com a médica residente de endoscopia do HA, Dra. Julia Rocha, o exame de prevenção de câncer de intestino é algo novo ainda para a população. “Nós estamos tentando difundir a informação cada vez mais, pois o câncer colorretal é um dos tipos que a gente consegue, de fato, prevenir. Todos os outros cânceres que a gente encontra, como o de mama e próstata por exemplo, são encontrados em estágio inicial; já o colorretal, a gente precisa trabalhar com prevenção para detectar precocemente as lesões percussoras do câncer”, finaliza.
Referência no tratamento oncológico, o Hospital de Amor realiza, há mais de 20 anos, um trabalho pioneiro de prevenção. Sabendo da importância do diagnóstico precoce do câncer, a instituição desenvolve diversos projetos na tentativa de oferecer um atendimento qualificado e humanizado na realização de exames preventivos à população.
Desde 2017, o Instituto de Prevenção do HA vem realizando um projeto de busca ativa no combate ao câncer bucal, com o objetivo de diagnosticar precocemente a doença e lesões potencialmente malignas, além de levar informações à população sobre o câncer de boca e hábitos nocivos. O trabalho abrange o Departamento Regional de Saúde (DRS V), ou seja, os 18 municípios da região de Barretos (SP).
Através da van odontológica (unidade móvel equipada com cadeira e aparelhos odontológicos), uma equipe de dentistas e enfermeiros do hospital visita as Unidades Básicas de Saúde (UBS), domicílios, indústrias, usinas, áreas rurais, alojamentos e outros locais propícios onde encontram-se os pacientes com fatores de risco: homens e mulheres acima de 40 anos, etilistas (viciados em bebidas alcoólicas) ou tabagistas – que tenham abandonado o hábito em até 20 anos – e pessoas de qualquer idade que apresente lesões orais.
Foi graças ao programa de rastreamento, que o serralheiro Osvaldo Carvalho, de 58 anos, conseguiu diagnosticar a doença e salvar sua vida! O barretense estava em um bar, localizado em um bairro periférico da cidade, quando os profissionais do Hospital de Amor chegaram com a van para iniciar a busca ativa. “ Eu estava em um boteco, comendo uma coxinha, quando a equipe chegou e examinou minha boca. Após fazerem uma análise, eles solicitaram para eu comparecer imediatamente ao Instituto de Prevenção, pois seria necessário fazer uma biópsia. Em dois dias, eu já tinha recebido o atendimento necessário”, contou Osvaldo.
Menos de um mês depois, ele recebeu o resultado de seu exame: foi diagnosticado com câncer na úvula e no assoalho da boca. A partir daí, Osvaldo iniciou seu tratamento na instituição. Fumante desde os 14 anos de idade, foi necessária a utilização de adesivos que auxiliam no tratamento da dependência. Em junho deste ano, o serralheiro realizou a remoção do tumor e passou por sessões de radioterapia. Hoje, o paciente segue em acompanhamento no HA e encontra-se em ótimo estado de saúde. “A agilidade no meu atendimento foi muito importante para iniciar os procedimentos e ter sucesso no meu tratamento”, declarou.
Segundo a dentista e coordenadora do projeto, Kenya Firmino, a expetativa é de que a conscientização aumente para que seja possível diagnosticar precocemente a doença ainda mais, diminuindo suas taxas de mortalidade. “Quando detectado em estágios iniciais, a chance de cura desse tipo de tumor chega a ser maior que 80%. Em estágios avançados, a sobrevida pode ser menor do que 5 anos”, afirmou Kenya.
Câncer de Boca
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 14.700 novos casos de câncer de boca ainda neste ano, sendo 11.200 em homens e 3.500 em mulheres. Estes tumores são formados por células que se multiplicam rápida e descontroladamente, destruindo órgãos e se espalhando para os linfonodos do pescoço (conhecidos como ínguas), afetando lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca, é importante observar gengivas, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca) e língua (principalmente as bordas e o assoalho – região de baixo).
Uma das principais causas desse tipo de tumor é o tabagismo. Cigarro, charuto, cachimbo, narguilé e maconha estão diretamente relacionados ao câncer de boca. As bebidas alcoólicas, em especial, as destiladas, quando associadas ao uso do cigarro, podem aumentar em até quatro vezes o risco de se desenvolver a doença. Outras causas estão relacionadas às más condições de higiene bucal, alimentação carente de frutas e verduras frescas, além de fatores genéticos.
Na maioria dos casos, o câncer de boca apresenta-se como uma área endurecida ou uma ferida que sangra, podendo causar dor durante a fala e alimentação. O aumento dos linfonodos no pescoço, dor de ouvido, dor de garganta e dentes amolecidos são outros sinais de alerta.
Hábitos saudáveis, não fumar, não beber, cuidar da higiene bucal e fazer visitas regularmente ao dentista, são atitudes que contribuem para a saúde adequada da boca e, consequentemente, previnem o câncer de boca.
Quem deve fazer o exame de prevenção?
Pessoas com feridas na boca que não cicatrizam há mais de 15 dias, fumantes (ou não fumantes em até 20 anos) e consumidores de bebida alcoólica devem fazer o exame preventivo.