A pandemia da COVID-19 impôs ao mundo a busca por novas alternativas, e no Hospital de Amor não foi diferente! Apesar do período ter trazido muitas perdas, ele trouxe também outros olhares e muitos aprendizados. Um deles foi a Telessaúde – uma prestação de serviços de saúde à distância, realizado com a ajuda das tecnologias da informação e comunicação – que completou em 2022, um ano de atuação no HA.
Essa modalidade, que nasceu na pandemia para complementar as consultas presenciais, de modo que o paciente fosse o maior beneficiado (sem precisar vir até a instituição quando não necessário), contribuiu para um atendimento mais ágil e assertivo, sem perder o que o HA tem de melhor: a humanização.
De acordo com supervisora da Telessaúde do hospital, Daniela Donadon de Oliveira, essa tecnologia foi, incialmente, implementada em alguns setores da instituição, porém o sucesso foi tanto, que acabou sendo aderida gradativamente por todos os outros. “Desde que não seja necessário o exame físico, todos os pacientes têm direito ao serviço de telessaúde! Basta ele informar o interesse ao médico no momento da consulta presencial e usufruir do serviço que é repleto de benefícios”, afirmou.
Telessaúde: a tecnologia que veio para ficar
E por falar em serviço prestado pelo Hospital de Amor, humanização é a palavra que define o setor de Telessaúde! Por meio de tecnologias, o setor é responsável por levar atendimento a pacientes de todo o país de maneira segura e completamente ágil. “Os benefícios são inúmeros, pois os pacientes são atendidos no conforto de seus lares, com a presença de seus familiares e assim, nós evitamos desgastes emocionais e físicos, sem falar nos custos com transportes. O serviço também oferece vantagens para a instituição, já que os profissionais podem atender onde quer que eles estejam, de forma integrada com outros colaboradores (se necessário), mesmo estando em locais distintos”, relatou Daniela.
Neste um ano de atendimentos on-line, os números do Telessaúde impressionam: foram realizadas três teleconsultas internacionais e mais de 25 mil atendimentos entre todos os estados brasileiros, ou seja, mais de sete mil pacientes beneficiados com esse serviço! “O que nos deixa mais felizes é perceber que os pacientes têm aderido cada vez mais a essa modalidade, pois eles entenderam que o intuito é complementar as consultas presenciais e não substituí-las. Diante dos atuais atendimentos que estamos realizando, recebemos uma satisfação de 97% do total”, contou a supervisora.
Democratizando o acesso à saúde de qualidade e humanizada
Segundo dados do Ministério da Saúde, além da facilidade do acesso à equipe médica, o serviço de Telessaúde também:
• Transpõe barreiras socioeconômicas, culturais e, sobretudo geográficas, para que os serviços e as informações em saúde cheguem a toda população;
• Atende aos princípios básicos de qualidade dos cuidados de saúde: segura, oportuna, efetiva, eficiente, equitativa e centrada no paciente;
• Reduz o deslocamento do paciente de sua cidade até o hospital;
• Reduz tempo para atendimentos ou diagnósticos;
• Reduz filas de espera;
• Proporciona um atendimento seguro e sigiloso.
Para garantir um serviço de excelência no Hospital de Amor, o setor se divide em: um coordenador médico (Dr. Sérgio Serrano), uma supervisora (Daniela Donadon de Oliveira) e um enfermeiro líder (Ricardo Silva), além de uma equipe de enfermagem especializada para atender ligações de pacientes de segunda a sexta-feira, em horários comerciais. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A equipe de Telessaúde do HA agradece os envolvidos nesse serviço, pois sem a união e o empenho de todos, não seria possível beneficiar tantas vidas”, finalizou.
Contato
Se você é paciente da instituição, ainda não faz parte do serviço de Telessaúde e tem interesse, ou conhece alguém nessa situação, entre em contato com o setor de atendimento e faça a solicitação. O telefone é: 17 3321-6600.
Assistência, prevenção, ensino, pesquisa e inovação, sempre foram os pilares do Hospital de Amor. Há quase 60 anos, a instituição, que é referência em tratamento oncológico na América Latina, alia tudo isso com um dos seus principais valores: a humanização – encontrada em todas as suas unidades, inclusive, nas salas de mamografia.
A grande novidade é que o Instituto de Prevenção do HA, em Barretos (SP), conta com uma sala de mamografia com o tema Aurora Boreal (um fenômeno óptico que permite que um brilho extraordinário possa ser visto nos céus noturnos de regiões do Polo Norte). O motivo da temática é, além de proporcionar o máximo de conforto para a mulher que está realizando o exame, também oferecer excelência no processo com um equipamento de altíssima tecnologia.
De acordo com a médica radiologista do hospital, Dra. Silvia Sabino, o desenvolvimento da sala vem de encontro com a missão da instituição, em suas diversas áreas de atuação. “O exame de mamografia sempre vem acompanhado de uma grande ansiedade e medo, seja do próprio exame, de sentir dor, se machucar e até do diagnóstico (de câncer) que pode vir após o exame. Esses temores afastam muitas mulheres da possibilidade do diagnóstico precoce do câncer de mama e, muitas vezes, geram a propagação de informações negativas sobre o exame, por isso, a ideia de criar um ambiente mais harmonioso e acolhedor”, afirmou.
A nova sala conta com um mamógrafo da mais alta tecnologia, capaz de realizar a mamografia digital tradicional 2D, a tomossíntese (mamografia 3D que adquire de 200 a 400 imagens da mama evitando a sobreposição de estruturas, como tecido mamário e o próprio câncer), a mamografia espectral de contraste (exame com contraste venoso que similar a ressonância magnética) e o grande diferencial: os procedimentos de biópsia e marcação pré-operatória guiados por tomossíntese (e futuramente, também por mamografia com contraste).
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 66.280 novos casos de câncer de mama são estimados para o Brasil, em cada ano do triênio 2020/2022 – valor que corresponde a um risco de aproximadamente 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres. “Além de todos esses benefícios tecnológicos, a sala humanizada Aurora Boreal do HA tem o objetivo de desfocar a atenção da mulher que está realizando o exame para a beleza do ambiente, reduzindo a ansiedade e promovendo maior relaxamento e cooperação para o posicionamento adequado do mamógrafo. Com tudo isso, nós conseguimos ter diagnósticos mais precisos, evitando que eventuais cânceres sejam perdidos ou subestimados, pois 95% das falhas observadas no exame, correspondem a erros de posicionamento!”, declarou a médica.
Parceria
A conquista do novo espaço se deu graças à uma importante aliada do Hospital de Amor, a GE Healthcare – uma das maiores parceiras da instituição, tanto no âmbito comercial quanto em projetos científicos, de educação e de desenvolvimento de novas tecnologias. “Desde 2012, a empresa nos cedeu a primeira sala sensorial de mamografia das Américas. Quando a pandemia impediu nossos projetos educacionais, a GE nos sugeriu a construção de um ambiente temático que unisse a humanização, que já fazia parte das nossas outras salas, com a possibilidade de transmissão on-line de aulas, treinamentos de posicionamento e procedimentos de biópsia e visitas técnicas virtuais”, contou Dra. Silvia.
Com o término dos atendimentos restritos causados pelo período pandêmico, a previsão do Instituto de Prevenção do HA, em Barretos (SP), é de que mais de 1.200 mulheres, por mês, possam usufruir desta experiência ao realizar exames de mamografia, gerando maior adesão ao projeto de rastreamento mamográfico e alcançado o objetivo final da instituição: reduzir os dados de mortalidade por câncer de mama!
Reconhecido como o maior centro oncológico da América Latina, o Hospital de Amor fortalece ainda mais o seu papel pioneiro no cenário médico do país. Ao unir humanização e tecnologia, a instituição reforça seus pilares diante de uma nova conquista: a disponibilização de cirurgias torácicas com auxílio de robôs aos seus pacientes, gratuitamente.
Desde 2014, o HA já oferece cirurgia minimamente invasiva robótica, quando foi o primeiro centro do interior de SP a disponibilizar este tipo de procedimento via Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o médico cirurgião do hospital, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, esse tipo de procedimento é uma melhor opção para o paciente. “Com essa tecnologia, conseguimos contribuir com um melhor resultado estético, menos dor e desconforto durante o pós-operatório, menos riscos de infecções na ferida operatória e menos chances de hérnias incisionais a curto e médio prazo”, afirmou.
A iniciativa inovadora foi idealizada pelo grupo de cirurgiões do departamento de cirurgia torácica oncológica do HA, formado pelos médicos Dr. Wilson Chubassi de Aveiro, Dr. Maurício Cusmanich, Dr. Rachid Eduardo Noleto da Nóbrega Oliveira e o chefe do departamento, Dr. José Elias Abrão Miziara.
Neste mês de agosto, a instituição completou 1.500 cirurgias robóticas, algo expressivo, considerando que todos os procedimentos são gratuitos. Segundo Romagnolo, os pacientes que realizam tratamento de neoplasia no pulmão poderão ser beneficiados com o procedimento. “A data do lançamento da cirurgia torácica no Hospital de Amor ocorreu em agosto por ser o mês de conscientização e prevenção do câncer de pulmão, doença que na maior parte das vezes é silenciosa e que pode ser fatal. As cirurgias serão executadas exclusivamente nos pacientes que tratam neoplasias de pulmão na instituição”, finalizou.
Câncer de pulmão
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre homens e o quarto entre as mulheres no país, com a estimativa de mais de 30 mil novos casos por ano. O estudo epidemiológico intitulado “Neoplasias malignas nas 18 cidades pertencentes à regional de saúde de Barretos, São Paulo: A importância de um Registro de Câncer de Base Populacional”, realizado pelo HA, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), avaliou a incidência, mortalidade e sobrevida dos indivíduos com câncer de pulmão em Barretos (SP) e em 17 cidades pertencentes à sua regional de saúde ao longo de 15 anos (2002-2016). Durante o período, foram diagnosticados 1.116 novos casos deste tipo de tumor, dos quais, 695 foram em homens e 421 em mulheres, apresentando uma taxa de incidência de 15,1 para cada 100.00 mil habitantes. De acordo com o mesmo estudo, a taxa de mortalidade foi de 13,6 para cada 100,00 mil habitantes, contabilizando 1.016 mortes pela doença, sendo 634 em homens e 382 em mulheres. O trabalho mostrou também que a taxa de sobrevida para câncer de pulmão em 5 anos foi de 5,8%.
Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
No último dia 28 dezembro de 2018, o Hospital de Amor deu um grande passo tecnológico, um avanço em ciência e desenvolvimento ao criar o ‘Centro de Inovação em Tecnologias para a Oncologia 4.0’ – projeto nomeado smartAMOR, que permitirá maior agilidade no atendimento, diagnóstico e tratamento dos pacientes oncológicos por meio da integração de dados em prontuários eletrônicos e da patologia digital, que faz uso de Inteligência Artificial para otimizar a integração e operacionalização em larga escala.
Financiado pelo Ministério da Saúde, através do Departamento do Complexo Industrial e Inovação da Saúde (DECIIS), e coordenado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, o projeto conta com as parcerias da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), por meio da Gestão e Automação em TI (GAESI), e do Instituto e Tecnologia de Software (ITS). A cerimônia de lançamento do smartAMOR teve a participação do presidente do HA, Henrique Prata, do então Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, e de outras autoridades.
Para Prata, a criação do centro é um marco na história da instituição e um avanço muito importante em ciência e tecnologia. “Sempre foi um sonho do meu pai que o hospital oferecesse para o paciente muito além do tratamento do câncer, abrangendo áreas como prevenção e pesquisa. E hoje, cada vez mais, eu consigo ver o quanto dar esses passos é realmente é importante. É uma alegria e um orgulho muito grande pra mim saber que estamos indo no caminho certo”.
Benefícios
O modelo de oncologia 4.0 irá agilizar a tomada de decisões nos pontos de atendimento aos pacientes, possibilitando a intervenção precoce e a cura de lesões. Sem tratamento imediato e de baixo custo, as chances de cura são reduzidas e têm um grande impacto financeiro no Sistema Único de Saúde (SUS). Com a implantação do centro, a rede de cuidados do Hospital de Amor (5 hospitais, 11 unidades fixas de prevenção e 18 unidades móveis para fazer rastreamento oncológico) e as outras instituições envolvidas no projeto irão atuar de maneira inter e multidisciplinar.
O smartAMOR contará com três núcleos temáticos: Integração, Imagem e Ômica (análise global dos sistemas biológicos), com distintos projetos dentro de cada um deles. “ A revolução 4.0, que prevê cruzar os limites entre o mundo digital, físico e biológico, também está se materializando no âmbito da saúde, com a convergência tecnológica de universos como a internet das coisas, inteligência artificial, big data e realidade aumentada. A Saúde 4.0 engloba a digitalização de dados, a interconectividade entre máquinas e comandos, bancos de dados mais eficientes e, principalmente, uma maior autonomia dos pacientes em relação à própria saúde”, afirmou o diretor executivo e científico do IEP, Dr. Rui Manuel Reis.
Durante a solenidade, Gilberto Occhi realizou um dos últimos atos como ministro da saúde e assinou um convênio de R$ 28 milhões para a implantação do Centro de Inovação em Tecnologia. “Assino, no último dia de gestão, essa parceria para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Será o início da grande mudança que ajudará a saúde. Com esse projeto, teremos capacidade para armazenar as informações necessárias que irão contribuir com os tratamentos. O trabalho que é desenvolvido no Hospital de Amor traz esperança, e eu creio que é o amor e a fé que os movem. Eu já lutei contra o câncer e gostaria de ter tido o apoio desse hospital. Aqui é diferente, é especial. Foi uma grande honra poder contribuir. Desejo um grande ano para toda essa equipe”, declarou Occhi.
De acordo com o coordenador do GAESI, Eduardo Mário Dias, a implantação do smartAMOR é importante não só para o Hospital de Amor, mas para todo o país, pois representa uma revolução positiva no SUS. Trata-se de uma inovação mundial e, por isso, é necessária muita precisão em sua aplicação. “Vai ser um desafio muito grande integrar a base de dados de diversos setores, mas nós vamos trazer o conhecimento de outras áreas. Ao todo, são 12 profissionais da USP envolvidos no projeto, além da minha participação acadêmica e de outro professor. Agradeço à equipe do HA por nos permitir desenvolver algo tão importante, com esse grau de ousadia”, contou.
Tecnologia
Para o gerente do departamento de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital de Amor, Luís Alexandre Covello, o projeto irá possibilitar que a instituição continue evoluindo na busca por conhecimento na luta contra o câncer. “Só para termos uma ideia da importância do smartAMOR: em 2005, quando o Hospital ainda dava seus primeiros passos na área de informática, nós tínhamos 2 equipamentos dessa ‘camada’ que vamos ter em 2019, ou seja, eram 2 servidores para sustentar 300 pontos de rede. Agora, contamos com mais de 30 servidores e 300 pontos de rede, com infraestrutura e de maneira integrada. Esses 14 anos de crescimento da TI (que também acompanha a evolução do HA) mostram o valor do projeto e dessa revolução”, finalizou Covello.
A estimativa é de que o smartAMOR inicie suas atividades após a instalação de toda a infraestrutura de tecnologia e da implementação da patologia digital de milhares de exames realizados anualmente.
Com intuito de gerar reflexões e promover trocas de experiências relacionadas ao tratamento radioterápico, o Hospital de Amor, em parceria com a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e a reconhecida empresa do ramo radiológico, Varian Medical Systems, realizou o congresso internacional de radioterapia “Barretos-UCLA Week.” Nos dias 14, 16 e 17 de novembro, o evento reuniu, no IRCAD América Latina, profissionais do HA, médicos de todo o Brasil e representantes da universidade norte-americana, para debater sobre as novas tecnologias aplicadas na área e compartilhar os conhecimentos de inovações no tratamento de câncer.
De acordo com o médico e professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Dr. Percy Lee, o simpósio é extremamente importante para as instituições envolvidas, principalmente em relação ao compartilhamento de ideias e novas técnicas. “Graças a eventos como esse, nós podemos aprender uns com os outros. Sei que os colegas que atuam no Hospital de Amor estão sempre buscando aprender e otimizar o desenvolvimento de seus trabalhos, adaptando-se às novas tecnologias. Por isso, embora os cursos sejam de curta duração, são muito produtivos, e quem ganha são os pacientes e toda a comunidade”, relatou. Durante sua palestra, Lee afirmou estar impressionado com a estrutura da instituição e qualificou-a como um dos melhores hospitais do país.
Para o coordenador do departamento de radioterapia do HA, Dr. Alisson Bruno Barcelos Borges, o congresso reforça o laço de amizade e a parceria institucional com a UCLA. “Essa parceria tem melhorado significativamente a questão cientifica do nosso departamento, além de ter melhorado a qualidade do tratamento que nós oferecemos aos nossos pacientes”, declarou.
Os 200 profissionais que participaram do evento, entre eles, oito convidados que atuam na UCLA, além de médicos, físicos, enfermeiros e técnicos do hospital, se dividiram em dois grupos: radioterapia e física médica. Dentro desses segmentos, discutiram assuntos multidisciplinares sobre radioterapia, oncologia clínica, cirurgia, suporte clínico, entre outros relacionados ao tratamento dos pacientes.
Edições anteriores
Essa foi a segunda edição do congresso em que profissionais de outras instituições puderam participar. Após a consolidação da parceria entre as duas instituições, o evento se expandiu e foi aberto ao público do segmento, crescendo ano a ano.
Para o rádio-oncologista que atua na Santa Casa de Araraquara (SP) e de São Carlos (SP), Dr. Guilherme Paulão Mendes, é enriquecedor poder aprender com os profissionais americanos sobre novas tecnologias. “Na instituição de Araraquara, nós iremos passar por uma reforma e será necessário levar novos equipamentos, que irão contribuir para um atendimento mais eficaz aos nossos pacientes. Por isso, é fundamental que a gente tenha contato com essas tecnologias e com essa troca de experiências. Esse tipo de simpósio que o Hospital de Amor realiza é muito importante para todos nós”, finalizou.
A pandemia da COVID-19 impôs ao mundo a busca por novas alternativas, e no Hospital de Amor não foi diferente! Apesar do período ter trazido muitas perdas, ele trouxe também outros olhares e muitos aprendizados. Um deles foi a Telessaúde – uma prestação de serviços de saúde à distância, realizado com a ajuda das tecnologias da informação e comunicação – que completou em 2022, um ano de atuação no HA.
Essa modalidade, que nasceu na pandemia para complementar as consultas presenciais, de modo que o paciente fosse o maior beneficiado (sem precisar vir até a instituição quando não necessário), contribuiu para um atendimento mais ágil e assertivo, sem perder o que o HA tem de melhor: a humanização.
De acordo com supervisora da Telessaúde do hospital, Daniela Donadon de Oliveira, essa tecnologia foi, incialmente, implementada em alguns setores da instituição, porém o sucesso foi tanto, que acabou sendo aderida gradativamente por todos os outros. “Desde que não seja necessário o exame físico, todos os pacientes têm direito ao serviço de telessaúde! Basta ele informar o interesse ao médico no momento da consulta presencial e usufruir do serviço que é repleto de benefícios”, afirmou.
Telessaúde: a tecnologia que veio para ficar
E por falar em serviço prestado pelo Hospital de Amor, humanização é a palavra que define o setor de Telessaúde! Por meio de tecnologias, o setor é responsável por levar atendimento a pacientes de todo o país de maneira segura e completamente ágil. “Os benefícios são inúmeros, pois os pacientes são atendidos no conforto de seus lares, com a presença de seus familiares e assim, nós evitamos desgastes emocionais e físicos, sem falar nos custos com transportes. O serviço também oferece vantagens para a instituição, já que os profissionais podem atender onde quer que eles estejam, de forma integrada com outros colaboradores (se necessário), mesmo estando em locais distintos”, relatou Daniela.
Neste um ano de atendimentos on-line, os números do Telessaúde impressionam: foram realizadas três teleconsultas internacionais e mais de 25 mil atendimentos entre todos os estados brasileiros, ou seja, mais de sete mil pacientes beneficiados com esse serviço! “O que nos deixa mais felizes é perceber que os pacientes têm aderido cada vez mais a essa modalidade, pois eles entenderam que o intuito é complementar as consultas presenciais e não substituí-las. Diante dos atuais atendimentos que estamos realizando, recebemos uma satisfação de 97% do total”, contou a supervisora.
Democratizando o acesso à saúde de qualidade e humanizada
Segundo dados do Ministério da Saúde, além da facilidade do acesso à equipe médica, o serviço de Telessaúde também:
• Transpõe barreiras socioeconômicas, culturais e, sobretudo geográficas, para que os serviços e as informações em saúde cheguem a toda população;
• Atende aos princípios básicos de qualidade dos cuidados de saúde: segura, oportuna, efetiva, eficiente, equitativa e centrada no paciente;
• Reduz o deslocamento do paciente de sua cidade até o hospital;
• Reduz tempo para atendimentos ou diagnósticos;
• Reduz filas de espera;
• Proporciona um atendimento seguro e sigiloso.
Para garantir um serviço de excelência no Hospital de Amor, o setor se divide em: um coordenador médico (Dr. Sérgio Serrano), uma supervisora (Daniela Donadon de Oliveira) e um enfermeiro líder (Ricardo Silva), além de uma equipe de enfermagem especializada para atender ligações de pacientes de segunda a sexta-feira, em horários comerciais. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A equipe de Telessaúde do HA agradece os envolvidos nesse serviço, pois sem a união e o empenho de todos, não seria possível beneficiar tantas vidas”, finalizou.
Contato
Se você é paciente da instituição, ainda não faz parte do serviço de Telessaúde e tem interesse, ou conhece alguém nessa situação, entre em contato com o setor de atendimento e faça a solicitação. O telefone é: 17 3321-6600.
Assistência, prevenção, ensino, pesquisa e inovação, sempre foram os pilares do Hospital de Amor. Há quase 60 anos, a instituição, que é referência em tratamento oncológico na América Latina, alia tudo isso com um dos seus principais valores: a humanização – encontrada em todas as suas unidades, inclusive, nas salas de mamografia.
A grande novidade é que o Instituto de Prevenção do HA, em Barretos (SP), conta com uma sala de mamografia com o tema Aurora Boreal (um fenômeno óptico que permite que um brilho extraordinário possa ser visto nos céus noturnos de regiões do Polo Norte). O motivo da temática é, além de proporcionar o máximo de conforto para a mulher que está realizando o exame, também oferecer excelência no processo com um equipamento de altíssima tecnologia.
De acordo com a médica radiologista do hospital, Dra. Silvia Sabino, o desenvolvimento da sala vem de encontro com a missão da instituição, em suas diversas áreas de atuação. “O exame de mamografia sempre vem acompanhado de uma grande ansiedade e medo, seja do próprio exame, de sentir dor, se machucar e até do diagnóstico (de câncer) que pode vir após o exame. Esses temores afastam muitas mulheres da possibilidade do diagnóstico precoce do câncer de mama e, muitas vezes, geram a propagação de informações negativas sobre o exame, por isso, a ideia de criar um ambiente mais harmonioso e acolhedor”, afirmou.
A nova sala conta com um mamógrafo da mais alta tecnologia, capaz de realizar a mamografia digital tradicional 2D, a tomossíntese (mamografia 3D que adquire de 200 a 400 imagens da mama evitando a sobreposição de estruturas, como tecido mamário e o próprio câncer), a mamografia espectral de contraste (exame com contraste venoso que similar a ressonância magnética) e o grande diferencial: os procedimentos de biópsia e marcação pré-operatória guiados por tomossíntese (e futuramente, também por mamografia com contraste).
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 66.280 novos casos de câncer de mama são estimados para o Brasil, em cada ano do triênio 2020/2022 – valor que corresponde a um risco de aproximadamente 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres. “Além de todos esses benefícios tecnológicos, a sala humanizada Aurora Boreal do HA tem o objetivo de desfocar a atenção da mulher que está realizando o exame para a beleza do ambiente, reduzindo a ansiedade e promovendo maior relaxamento e cooperação para o posicionamento adequado do mamógrafo. Com tudo isso, nós conseguimos ter diagnósticos mais precisos, evitando que eventuais cânceres sejam perdidos ou subestimados, pois 95% das falhas observadas no exame, correspondem a erros de posicionamento!”, declarou a médica.
Parceria
A conquista do novo espaço se deu graças à uma importante aliada do Hospital de Amor, a GE Healthcare – uma das maiores parceiras da instituição, tanto no âmbito comercial quanto em projetos científicos, de educação e de desenvolvimento de novas tecnologias. “Desde 2012, a empresa nos cedeu a primeira sala sensorial de mamografia das Américas. Quando a pandemia impediu nossos projetos educacionais, a GE nos sugeriu a construção de um ambiente temático que unisse a humanização, que já fazia parte das nossas outras salas, com a possibilidade de transmissão on-line de aulas, treinamentos de posicionamento e procedimentos de biópsia e visitas técnicas virtuais”, contou Dra. Silvia.
Com o término dos atendimentos restritos causados pelo período pandêmico, a previsão do Instituto de Prevenção do HA, em Barretos (SP), é de que mais de 1.200 mulheres, por mês, possam usufruir desta experiência ao realizar exames de mamografia, gerando maior adesão ao projeto de rastreamento mamográfico e alcançado o objetivo final da instituição: reduzir os dados de mortalidade por câncer de mama!
Reconhecido como o maior centro oncológico da América Latina, o Hospital de Amor fortalece ainda mais o seu papel pioneiro no cenário médico do país. Ao unir humanização e tecnologia, a instituição reforça seus pilares diante de uma nova conquista: a disponibilização de cirurgias torácicas com auxílio de robôs aos seus pacientes, gratuitamente.
Desde 2014, o HA já oferece cirurgia minimamente invasiva robótica, quando foi o primeiro centro do interior de SP a disponibilizar este tipo de procedimento via Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o médico cirurgião do hospital, Dr. Luís Gustavo Romagnolo, esse tipo de procedimento é uma melhor opção para o paciente. “Com essa tecnologia, conseguimos contribuir com um melhor resultado estético, menos dor e desconforto durante o pós-operatório, menos riscos de infecções na ferida operatória e menos chances de hérnias incisionais a curto e médio prazo”, afirmou.
A iniciativa inovadora foi idealizada pelo grupo de cirurgiões do departamento de cirurgia torácica oncológica do HA, formado pelos médicos Dr. Wilson Chubassi de Aveiro, Dr. Maurício Cusmanich, Dr. Rachid Eduardo Noleto da Nóbrega Oliveira e o chefe do departamento, Dr. José Elias Abrão Miziara.
Neste mês de agosto, a instituição completou 1.500 cirurgias robóticas, algo expressivo, considerando que todos os procedimentos são gratuitos. Segundo Romagnolo, os pacientes que realizam tratamento de neoplasia no pulmão poderão ser beneficiados com o procedimento. “A data do lançamento da cirurgia torácica no Hospital de Amor ocorreu em agosto por ser o mês de conscientização e prevenção do câncer de pulmão, doença que na maior parte das vezes é silenciosa e que pode ser fatal. As cirurgias serão executadas exclusivamente nos pacientes que tratam neoplasias de pulmão na instituição”, finalizou.
Câncer de pulmão
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre homens e o quarto entre as mulheres no país, com a estimativa de mais de 30 mil novos casos por ano. O estudo epidemiológico intitulado “Neoplasias malignas nas 18 cidades pertencentes à regional de saúde de Barretos, São Paulo: A importância de um Registro de Câncer de Base Populacional”, realizado pelo HA, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), avaliou a incidência, mortalidade e sobrevida dos indivíduos com câncer de pulmão em Barretos (SP) e em 17 cidades pertencentes à sua regional de saúde ao longo de 15 anos (2002-2016). Durante o período, foram diagnosticados 1.116 novos casos deste tipo de tumor, dos quais, 695 foram em homens e 421 em mulheres, apresentando uma taxa de incidência de 15,1 para cada 100.00 mil habitantes. De acordo com o mesmo estudo, a taxa de mortalidade foi de 13,6 para cada 100,00 mil habitantes, contabilizando 1.016 mortes pela doença, sendo 634 em homens e 382 em mulheres. O trabalho mostrou também que a taxa de sobrevida para câncer de pulmão em 5 anos foi de 5,8%.
Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
No último dia 28 dezembro de 2018, o Hospital de Amor deu um grande passo tecnológico, um avanço em ciência e desenvolvimento ao criar o ‘Centro de Inovação em Tecnologias para a Oncologia 4.0’ – projeto nomeado smartAMOR, que permitirá maior agilidade no atendimento, diagnóstico e tratamento dos pacientes oncológicos por meio da integração de dados em prontuários eletrônicos e da patologia digital, que faz uso de Inteligência Artificial para otimizar a integração e operacionalização em larga escala.
Financiado pelo Ministério da Saúde, através do Departamento do Complexo Industrial e Inovação da Saúde (DECIIS), e coordenado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, o projeto conta com as parcerias da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), por meio da Gestão e Automação em TI (GAESI), e do Instituto e Tecnologia de Software (ITS). A cerimônia de lançamento do smartAMOR teve a participação do presidente do HA, Henrique Prata, do então Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, e de outras autoridades.
Para Prata, a criação do centro é um marco na história da instituição e um avanço muito importante em ciência e tecnologia. “Sempre foi um sonho do meu pai que o hospital oferecesse para o paciente muito além do tratamento do câncer, abrangendo áreas como prevenção e pesquisa. E hoje, cada vez mais, eu consigo ver o quanto dar esses passos é realmente é importante. É uma alegria e um orgulho muito grande pra mim saber que estamos indo no caminho certo”.
Benefícios
O modelo de oncologia 4.0 irá agilizar a tomada de decisões nos pontos de atendimento aos pacientes, possibilitando a intervenção precoce e a cura de lesões. Sem tratamento imediato e de baixo custo, as chances de cura são reduzidas e têm um grande impacto financeiro no Sistema Único de Saúde (SUS). Com a implantação do centro, a rede de cuidados do Hospital de Amor (5 hospitais, 11 unidades fixas de prevenção e 18 unidades móveis para fazer rastreamento oncológico) e as outras instituições envolvidas no projeto irão atuar de maneira inter e multidisciplinar.
O smartAMOR contará com três núcleos temáticos: Integração, Imagem e Ômica (análise global dos sistemas biológicos), com distintos projetos dentro de cada um deles. “ A revolução 4.0, que prevê cruzar os limites entre o mundo digital, físico e biológico, também está se materializando no âmbito da saúde, com a convergência tecnológica de universos como a internet das coisas, inteligência artificial, big data e realidade aumentada. A Saúde 4.0 engloba a digitalização de dados, a interconectividade entre máquinas e comandos, bancos de dados mais eficientes e, principalmente, uma maior autonomia dos pacientes em relação à própria saúde”, afirmou o diretor executivo e científico do IEP, Dr. Rui Manuel Reis.
Durante a solenidade, Gilberto Occhi realizou um dos últimos atos como ministro da saúde e assinou um convênio de R$ 28 milhões para a implantação do Centro de Inovação em Tecnologia. “Assino, no último dia de gestão, essa parceria para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Será o início da grande mudança que ajudará a saúde. Com esse projeto, teremos capacidade para armazenar as informações necessárias que irão contribuir com os tratamentos. O trabalho que é desenvolvido no Hospital de Amor traz esperança, e eu creio que é o amor e a fé que os movem. Eu já lutei contra o câncer e gostaria de ter tido o apoio desse hospital. Aqui é diferente, é especial. Foi uma grande honra poder contribuir. Desejo um grande ano para toda essa equipe”, declarou Occhi.
De acordo com o coordenador do GAESI, Eduardo Mário Dias, a implantação do smartAMOR é importante não só para o Hospital de Amor, mas para todo o país, pois representa uma revolução positiva no SUS. Trata-se de uma inovação mundial e, por isso, é necessária muita precisão em sua aplicação. “Vai ser um desafio muito grande integrar a base de dados de diversos setores, mas nós vamos trazer o conhecimento de outras áreas. Ao todo, são 12 profissionais da USP envolvidos no projeto, além da minha participação acadêmica e de outro professor. Agradeço à equipe do HA por nos permitir desenvolver algo tão importante, com esse grau de ousadia”, contou.
Tecnologia
Para o gerente do departamento de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital de Amor, Luís Alexandre Covello, o projeto irá possibilitar que a instituição continue evoluindo na busca por conhecimento na luta contra o câncer. “Só para termos uma ideia da importância do smartAMOR: em 2005, quando o Hospital ainda dava seus primeiros passos na área de informática, nós tínhamos 2 equipamentos dessa ‘camada’ que vamos ter em 2019, ou seja, eram 2 servidores para sustentar 300 pontos de rede. Agora, contamos com mais de 30 servidores e 300 pontos de rede, com infraestrutura e de maneira integrada. Esses 14 anos de crescimento da TI (que também acompanha a evolução do HA) mostram o valor do projeto e dessa revolução”, finalizou Covello.
A estimativa é de que o smartAMOR inicie suas atividades após a instalação de toda a infraestrutura de tecnologia e da implementação da patologia digital de milhares de exames realizados anualmente.
Com intuito de gerar reflexões e promover trocas de experiências relacionadas ao tratamento radioterápico, o Hospital de Amor, em parceria com a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e a reconhecida empresa do ramo radiológico, Varian Medical Systems, realizou o congresso internacional de radioterapia “Barretos-UCLA Week.” Nos dias 14, 16 e 17 de novembro, o evento reuniu, no IRCAD América Latina, profissionais do HA, médicos de todo o Brasil e representantes da universidade norte-americana, para debater sobre as novas tecnologias aplicadas na área e compartilhar os conhecimentos de inovações no tratamento de câncer.
De acordo com o médico e professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Dr. Percy Lee, o simpósio é extremamente importante para as instituições envolvidas, principalmente em relação ao compartilhamento de ideias e novas técnicas. “Graças a eventos como esse, nós podemos aprender uns com os outros. Sei que os colegas que atuam no Hospital de Amor estão sempre buscando aprender e otimizar o desenvolvimento de seus trabalhos, adaptando-se às novas tecnologias. Por isso, embora os cursos sejam de curta duração, são muito produtivos, e quem ganha são os pacientes e toda a comunidade”, relatou. Durante sua palestra, Lee afirmou estar impressionado com a estrutura da instituição e qualificou-a como um dos melhores hospitais do país.
Para o coordenador do departamento de radioterapia do HA, Dr. Alisson Bruno Barcelos Borges, o congresso reforça o laço de amizade e a parceria institucional com a UCLA. “Essa parceria tem melhorado significativamente a questão cientifica do nosso departamento, além de ter melhorado a qualidade do tratamento que nós oferecemos aos nossos pacientes”, declarou.
Os 200 profissionais que participaram do evento, entre eles, oito convidados que atuam na UCLA, além de médicos, físicos, enfermeiros e técnicos do hospital, se dividiram em dois grupos: radioterapia e física médica. Dentro desses segmentos, discutiram assuntos multidisciplinares sobre radioterapia, oncologia clínica, cirurgia, suporte clínico, entre outros relacionados ao tratamento dos pacientes.
Edições anteriores
Essa foi a segunda edição do congresso em que profissionais de outras instituições puderam participar. Após a consolidação da parceria entre as duas instituições, o evento se expandiu e foi aberto ao público do segmento, crescendo ano a ano.
Para o rádio-oncologista que atua na Santa Casa de Araraquara (SP) e de São Carlos (SP), Dr. Guilherme Paulão Mendes, é enriquecedor poder aprender com os profissionais americanos sobre novas tecnologias. “Na instituição de Araraquara, nós iremos passar por uma reforma e será necessário levar novos equipamentos, que irão contribuir para um atendimento mais eficaz aos nossos pacientes. Por isso, é fundamental que a gente tenha contato com essas tecnologias e com essa troca de experiências. Esse tipo de simpósio que o Hospital de Amor realiza é muito importante para todos nós”, finalizou.