“Você não é todo mundo”, “Leva o guarda-chuva, vai chover”, “Se eu for aí e achar…”. Provavelmente, você já ouviu algumas dessas frases ditas por sua mãe, não é mesmo? Existe um ditado que diz que mãe é tudo igual, só muda o endereço. Mas uma coisa é indiscutível: o amor de mãe é um dos mais bonitos que existe.
Nesta semana especial em que celebramos o Dia das Mães, convidamos você a conhecer Maria Aparecida Rosini, de 67 anos — que já carrega o nome de uma das mães mais conhecidas e amadas do mundo. Para os cristãos, Maria é mãe do salvador da humanidade, Jesus. Talvez ela seja uma das representações mais lindas de como o amor de mãe enfrenta desafios, desenvolve coragem inimaginável, se anula por um filho e, mesmo na dor, jamais abandona.
Em 2005, aos 11 anos, Edleine Rosini, filha de Maria Aparecida, era uma menina como tantas outras. Gostava de brincar e dançava balé com muita alegria, até que um salto diferente denunciou que algo estava errado. “Senti muita dor na perna. Minha mãe logo percebeu e decidiu me levar ao médico em Porto Ferreira (SP). Fui encaminhada para São Carlos, também no interior paulista, onde conheci o médico que me encaminhou ao Hospital de Amor, em Barretos”, relembra Edleine, hoje com 32 anos.
O diagnóstico foi avassalador: um sarcoma de Ewing (um tipo raro e agressivo de câncer ósseo). A partir dali, a vida da menina e de toda a família mudaria para sempre.
“Eu recebi o diagnóstico de um tumor maligno. No outro dia, já passei com a psicóloga, a querida Tia Lu. Algo que vejo de maneira positiva é que minha mãe nunca me escondeu nada. Mas, no fundo, eu sabia que era grave”, conta a educadora física e instrutora de pilates. A consciência da gravidade vinha mais do olhar de quem a amava do que das palavras. “Via minha irmã chorar, minha mãe, minha tia, então eu sabia que o câncer era grave, mas acho que nunca encarei como algo impossível.”
O que mais a marcou naquele período foi o cuidado da mãe: “Ela sempre me vestia de rosa. Eu era a ‘Pantera Cor-de-Rosa’ da pediatria, pois carregava comigo a pelúcia do personagem para todos os lados, além de ser conhecida como a ‘bailarina’ do hospital”, conta ela com um sorriso.
Para Maria Aparecida, o início foi um choque: “O médico começou a falar palavras que eu nunca tinha ouvido. Quando ele disse ‘tumor maligno’, eu desmaiei na hora. Mas ele me falou: ‘Sua filha tem chance porque você correu atrás rápido’. Quando eu desmaiei de novo, ele disse: ‘Como eu vou te levantar do chão assim, mãe?’”. Hoje, Maria consegue rir da situação, mas imagine o desespero de uma mãe ouvindo que sua filha de apenas 11 anos estava com um câncer maligno. Não foi nada fácil.
A partir daquele momento, Maria decidiu colocar sua filha nas mãos de Deus. E foi nesse ato de fé que encontrou força para continuar. “Recebi uma ligação da Déborinha (primeira enfermeira da Pediatria do HA), que chamo de meu anjinho. Aquilo me fortaleceu”, conta. Quando a pequena paciente soube do diagnóstico, disse à médica: “Eu sei que é um tumor, mas não sei o que é”. A psicóloga então a levou para conversar em sua sala. Maria lembra: “Queria que aquele dia nunca tivesse existido. A médica disse que o tratamento seria longo e doloroso, cerca de um ano. Foi quando eu declarei: ‘Minha filha está nas mãos de Deus’. E a gente começou a batalha na segunda-feira.”
As primeiras sessões de quimioterapia foram duríssimas. “Ela vomitou muito. Lembro que me ajoelhei no chão e falei: ‘Deus, está começando o sofrimento da minha filha, mas oro pela cura dela’”, conta Maria. A cada passo, a mãe estava ali. Firme, mesmo quando chorava escondida. “Enfrentei tudo de cabeça erguida, chorava bem longe da Edleine, pois não queria que ela visse minhas lágrimas”, relata Maria com os olhos marejados. No fundo, é algo que toda mãe faz. Muitas vezes, seu amor nem é visto, apenas sentido. Mas sempre está ali.
Para Edleine, apesar da dor, havia leveza. A menina “coloria” os corredores do hospital com seu jeito divertido e sua pantera rosa de pelúcia, presente do pai. Tudo com muito rosa, pois se a vida trazia tempestade, o amor trazia cor.
Por trás do sorriso, havia momentos de risco real. “Na primeira parte da primeira sessão, passei muito mal. Tive uma parada respiratória”, relata Edleine. Sua mãe completa, com a voz embargada: “Vi minha filha morrendo na cama. Segurei a mão dela, me ajoelhei no chão do quarto e disse a Deus: ‘Pai, o que posso prometer para que o Senhor a salve e deixe comigo?’”.
Naquele instante, uma voluntária da AVCC (Associação Voluntária de Combate ao Câncer), toda vestida de rosa, entrou no quarto. “Quando a vi, fiz um voto com Deus: ‘Senhor, se minha filha for poupada, serei voluntária enquanto tiver forças’.” Edleine saiu daquela situação e se recuperou. “A partir dali, eu tinha uma nova missão”, diz Maria.
Ela cumpriu seu voto: começou a atuar como voluntária em 2005, na AVCC em Barretos. Hoje, aos 67 anos, Maria ainda percorre cerca de 400 km (ida e volta), duas vezes por semana, ajudando pacientes. Ela também cooperou na fundação da Casa de Apoio de Porto Ferreira em Barretos.
Depois de longas sessões de quimioterapia, Edleine estava curada. O pesadelo iniciado com aquele salto no balé havia terminado. O sofrimento foi vencido com lágrimas, fé e muito amor.
Em 2023, um novo diagnóstico: câncer do colo do útero, causado pelo HPV. Após dificuldades para iniciar o tratamento, a fé novamente interveio. A irmã de Edleine encontrou Henrique Prata, presidente do Hospital de Amor, e explicou a situação. Ele reconheceu a “bailarina” de rosa, e o tratamento começou.
Edleine deu início ao seu tratamento no Hospital de Amor, onde ela recebeu pela segunda vez na vida a notícia de que não havia mais câncer em seu corpo.
Hoje, casada com Kelvin Souza, de 33 anos — o mesmo que, quando criança, a visitava e orava por ela — Edleine compartilha sua história nas redes sociais e ajuda outras mulheres a se prevenirem.
Em fevereiro deste ano, ela começou a sentir fortes dores. Os exames mostraram linfonodos aumentados e um novo diagnóstico: câncer de peritônio.
“Quando soube que minha filha estava com câncer pela terceira vez, eu sumi. Chorei muito, mas falei para Deus: ‘Senhor, entrego minha filha em suas mãos pela segunda vez’”, diz Maria, com lágrimas nos olhos, beijando a cabeça da filha, agora careca pelo tratamento.
Edleine hoje realiza sessões de quimio e imunoterapia em Ribeirão Preto, acompanhada pelo Hospital de Amor.
Ao ser questionada sobre quem é Maria, Edleine sorri e responde: “Ela é meu orgulho. Nunca desanima. Mesmo com dificuldades, está sempre alegre. É meu porto seguro. É meu amor.”
Essa mãe e filha seguem enfrentando a vida com fé, amor e gratidão. “Tudo o que vivi me fez mais forte”, diz Edleine.
Feliz Dia das Mães a todas as Marias que estão sempre ao lado de seus filhos, mostrando que onde há o verdadeiro amor, o medo é lançado fora!
“Você não é todo mundo”, “Leva o guarda-chuva, vai chover”, “Se eu for aí e achar…”. Provavelmente, você já ouviu algumas dessas frases ditas por sua mãe, não é mesmo? Existe um ditado que diz que mãe é tudo igual, só muda o endereço. Mas uma coisa é indiscutível: o amor de mãe é um dos mais bonitos que existe.
Nesta semana especial em que celebramos o Dia das Mães, convidamos você a conhecer Maria Aparecida Rosini, de 67 anos — que já carrega o nome de uma das mães mais conhecidas e amadas do mundo. Para os cristãos, Maria é mãe do salvador da humanidade, Jesus. Talvez ela seja uma das representações mais lindas de como o amor de mãe enfrenta desafios, desenvolve coragem inimaginável, se anula por um filho e, mesmo na dor, jamais abandona.
Em 2005, aos 11 anos, Edleine Rosini, filha de Maria Aparecida, era uma menina como tantas outras. Gostava de brincar e dançava balé com muita alegria, até que um salto diferente denunciou que algo estava errado. “Senti muita dor na perna. Minha mãe logo percebeu e decidiu me levar ao médico em Porto Ferreira (SP). Fui encaminhada para São Carlos, também no interior paulista, onde conheci o médico que me encaminhou ao Hospital de Amor, em Barretos”, relembra Edleine, hoje com 32 anos.
O diagnóstico foi avassalador: um sarcoma de Ewing (um tipo raro e agressivo de câncer ósseo). A partir dali, a vida da menina e de toda a família mudaria para sempre.
“Eu recebi o diagnóstico de um tumor maligno. No outro dia, já passei com a psicóloga, a querida Tia Lu. Algo que vejo de maneira positiva é que minha mãe nunca me escondeu nada. Mas, no fundo, eu sabia que era grave”, conta a educadora física e instrutora de pilates. A consciência da gravidade vinha mais do olhar de quem a amava do que das palavras. “Via minha irmã chorar, minha mãe, minha tia, então eu sabia que o câncer era grave, mas acho que nunca encarei como algo impossível.”
O que mais a marcou naquele período foi o cuidado da mãe: “Ela sempre me vestia de rosa. Eu era a ‘Pantera Cor-de-Rosa’ da pediatria, pois carregava comigo a pelúcia do personagem para todos os lados, além de ser conhecida como a ‘bailarina’ do hospital”, conta ela com um sorriso.
Para Maria Aparecida, o início foi um choque: “O médico começou a falar palavras que eu nunca tinha ouvido. Quando ele disse ‘tumor maligno’, eu desmaiei na hora. Mas ele me falou: ‘Sua filha tem chance porque você correu atrás rápido’. Quando eu desmaiei de novo, ele disse: ‘Como eu vou te levantar do chão assim, mãe?’”. Hoje, Maria consegue rir da situação, mas imagine o desespero de uma mãe ouvindo que sua filha de apenas 11 anos estava com um câncer maligno. Não foi nada fácil.
A partir daquele momento, Maria decidiu colocar sua filha nas mãos de Deus. E foi nesse ato de fé que encontrou força para continuar. “Recebi uma ligação da Déborinha (primeira enfermeira da Pediatria do HA), que chamo de meu anjinho. Aquilo me fortaleceu”, conta. Quando a pequena paciente soube do diagnóstico, disse à médica: “Eu sei que é um tumor, mas não sei o que é”. A psicóloga então a levou para conversar em sua sala. Maria lembra: “Queria que aquele dia nunca tivesse existido. A médica disse que o tratamento seria longo e doloroso, cerca de um ano. Foi quando eu declarei: ‘Minha filha está nas mãos de Deus’. E a gente começou a batalha na segunda-feira.”
As primeiras sessões de quimioterapia foram duríssimas. “Ela vomitou muito. Lembro que me ajoelhei no chão e falei: ‘Deus, está começando o sofrimento da minha filha, mas oro pela cura dela’”, conta Maria. A cada passo, a mãe estava ali. Firme, mesmo quando chorava escondida. “Enfrentei tudo de cabeça erguida, chorava bem longe da Edleine, pois não queria que ela visse minhas lágrimas”, relata Maria com os olhos marejados. No fundo, é algo que toda mãe faz. Muitas vezes, seu amor nem é visto, apenas sentido. Mas sempre está ali.
Para Edleine, apesar da dor, havia leveza. A menina “coloria” os corredores do hospital com seu jeito divertido e sua pantera rosa de pelúcia, presente do pai. Tudo com muito rosa, pois se a vida trazia tempestade, o amor trazia cor.
Por trás do sorriso, havia momentos de risco real. “Na primeira parte da primeira sessão, passei muito mal. Tive uma parada respiratória”, relata Edleine. Sua mãe completa, com a voz embargada: “Vi minha filha morrendo na cama. Segurei a mão dela, me ajoelhei no chão do quarto e disse a Deus: ‘Pai, o que posso prometer para que o Senhor a salve e deixe comigo?’”.
Naquele instante, uma voluntária da AVCC (Associação Voluntária de Combate ao Câncer), toda vestida de rosa, entrou no quarto. “Quando a vi, fiz um voto com Deus: ‘Senhor, se minha filha for poupada, serei voluntária enquanto tiver forças’.” Edleine saiu daquela situação e se recuperou. “A partir dali, eu tinha uma nova missão”, diz Maria.
Ela cumpriu seu voto: começou a atuar como voluntária em 2005, na AVCC em Barretos. Hoje, aos 67 anos, Maria ainda percorre cerca de 400 km (ida e volta), duas vezes por semana, ajudando pacientes. Ela também cooperou na fundação da Casa de Apoio de Porto Ferreira em Barretos.
Depois de longas sessões de quimioterapia, Edleine estava curada. O pesadelo iniciado com aquele salto no balé havia terminado. O sofrimento foi vencido com lágrimas, fé e muito amor.
Em 2023, um novo diagnóstico: câncer do colo do útero, causado pelo HPV. Após dificuldades para iniciar o tratamento, a fé novamente interveio. A irmã de Edleine encontrou Henrique Prata, presidente do Hospital de Amor, e explicou a situação. Ele reconheceu a “bailarina” de rosa, e o tratamento começou.
Edleine deu início ao seu tratamento no Hospital de Amor, onde ela recebeu pela segunda vez na vida a notícia de que não havia mais câncer em seu corpo.
Hoje, casada com Kelvin Souza, de 33 anos — o mesmo que, quando criança, a visitava e orava por ela — Edleine compartilha sua história nas redes sociais e ajuda outras mulheres a se prevenirem.
Em fevereiro deste ano, ela começou a sentir fortes dores. Os exames mostraram linfonodos aumentados e um novo diagnóstico: câncer de peritônio.
“Quando soube que minha filha estava com câncer pela terceira vez, eu sumi. Chorei muito, mas falei para Deus: ‘Senhor, entrego minha filha em suas mãos pela segunda vez’”, diz Maria, com lágrimas nos olhos, beijando a cabeça da filha, agora careca pelo tratamento.
Edleine hoje realiza sessões de quimio e imunoterapia em Ribeirão Preto, acompanhada pelo Hospital de Amor.
Ao ser questionada sobre quem é Maria, Edleine sorri e responde: “Ela é meu orgulho. Nunca desanima. Mesmo com dificuldades, está sempre alegre. É meu porto seguro. É meu amor.”
Essa mãe e filha seguem enfrentando a vida com fé, amor e gratidão. “Tudo o que vivi me fez mais forte”, diz Edleine.
Feliz Dia das Mães a todas as Marias que estão sempre ao lado de seus filhos, mostrando que onde há o verdadeiro amor, o medo é lançado fora!