A doação é um gesto nobre que pode ajudar a mudar a história de milhares de pessoas. Seja ela financeira, de sangue, do tempo disponibilizado pelos voluntários ou de medula óssea. Sabendo da importância da conscientização, anualmente, o Ministério da Saúde promove a campanha da ‘Semana de Mobilização Nacional para a Doação de Medula Óssea’. Neste ano, ocorre de 14 a 21/12.
Segundo a médica pediatra da unidade infantojuvenil do Hospital de Amor, Dra. Neysimelia Costa Villela, “O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de muitas doenças em diferentes estágios e faixas etárias. Porém, o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras. Para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis. Portanto, ser um doador de medula óssea é um verdadeiro ato de solidariedade, capaz de salvar vidas”, esclarece a especialista.
Não existe luta maior do que a esperança
Segundo o Ministério da Saúde, a semana foi instituída em 2009 e tem como objetivo orientar o desenvolvimento de atividades que visam esclarecimentos e incentivo à doação de medula óssea e à captação de doadores. Já que este gesto pode salvar a vida de milhares de pacientes, assim como da pequena Isabella Dias, 6 anos, de Pinheiral (RJ).
Tudo mudou na vida dessa fluminense em 2015, quando ela foi diagnosticada com leucemia mielomonocítica juvenil (LMMJ). Esta doença é um tipo de leucemia bastante rara, pois não é considerada nem aguda e nem crônica, correspondendo a 2-3% de todas as leucemias em crianças.
“Descobrimos a doença depois de uma febre alta e dos sintomas físicos: palidez cutânea, perda de apetite, manchas roxas na pele e sudorese intensa. E graças ao auxílio de uma amiga que trabalhava na secretaria de saúde do meu munícipio, eu conheci o Hospital de Amor”, relata a técnica em enfermagem, Daniela de Fátima Bento, 43 anos, mãe de Isabela. A profissional ainda completa a fala demonstrando muita gratidão a todos do HA: “No Hospital de Amor, existem pessoas que se doam pelo próximo. Vale muito a pena ajudá-los por tudo o que os colaboradores fazem para dar uma qualidade de vida, não somente aos pacientes, mas também aos acompanhantes”, relata Daniela.
Em junho de 2016, Isa (como é carinhosamente chamada pela família) recebeu o transplante de medula do seu pai, Fábio Dias, que apresentou 50% de compatibilidade. Após uma bateria de exames, o procedimento ocorreu na unidade do HA em Barretos (SP), sendo um sucesso.
Segundo a Dra. Neysi, no total, existem, no Brasil, cerca de 70 centros para transplantes de medula óssea. Destes, 30 realizam transplantes com doadores não aparentados e estão distribuídos por 8 estados brasileiros e no Distrito Federal. No Hospital de Amor, neste ano, 120 transplantes foram realizados.
“O transplante de medula óssea consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais, com o objetivo de reconstituir uma nova medula saudável. É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). As células-tronco doadas são infundidas no paciente por meio de um cateter venoso. Elas trafegam pela circulação até o interior dos ossos, onde é esperado que se multipliquem e formem a nova medula óssea. Existem dois tipos de transplante: o autólogo, no qual as células são retiradas do próprio paciente (opção utilizada em casos em que a doença não tem origem na medula) e o alogênico, em que as células são doadas por outra pessoa”, explica a oncopediatra.
Ao longo do tratamento, Isabela teve a oportunidade de participar de vários eventos organizados pelo time do HA, como festinhas de aniversários, celebrações de carnaval, festa junina, Natal e aproveitar a visita de várias celebridades, como o inesquecível dia em que ela conheceu a eterna rainha dos baixinhos: a apresentadora Xuxa.
Atualmente, a família reside em Barretos (SP) e a garotinha segue fazendo o acompanhamento de seu tratamento na unidade infantojuvenil do HA. “Se eu pudesse dizer algo para quem recebe o diagnóstico semelhante ao da Isa, gostaria de dizer que apesar de toda batalha que está por vir, não desanime, pois Deus não dá uma prova além daquela que somos capazes de suportar”, conclui a mãe da paciente.
Conexão de Amor
Ao enfrentar um momento semelhante ao da família do Rio, duas famílias criaram uma conexão eterna e laços invisíveis que somente o amor e a amizade sabem construir. O encontro de amor entre as famílias das pequenas Camila, 4 anos, e Maria Eduarda, 9 anos, tem sido fundamental para superar momentos delicados durante o tratamento de leucemia enfrentado pelas meninas no Hospital de Amor.
Em 2019, a boliviana Camila, 5 anos, foi diagnosticada com leucemia, quando seus pais, Erika Guzman e Gabriel Soleto, ambos médicos, moradores da cidade de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, decidiram trazê-la para o Hospital de Amor Barretos. “Tratar a minha filha neste hospital e poder estar com a minha família completa é um grande presente dos céus. O nome do hospital é pequeno diante do amor que nós recebemos neste local”, diz Erika.
A garotinha do país vizinho segue o tratamento, enquanto vive com o seus pais e sua irmãzinha, Brielle, no Lar de Amor – um dos alojamentos do HA.
Já Maria Eduarda Sandoval, de Cuiabá (MT), que recebeu o mesmo diagnóstico aos dois anos e meio de idade, em 2015, já estava em tratamento no HA, quando em 2019, sua mãe, Ritieli Sandoval, que um dia acompanhou a jornada da irmã para se tornar médica na Bolívia, foi informada que um casal de médicos daquele país estava indo para Barretos, em busca de tratamento para a filha.
Quis o destino unir essas histórias, gerando assim, uma conexão eterna entre as duas famílias. “Quando nós, que somos mães; de outra cidade, chegamos a um novo local, sem conhecer ninguém, com o desespero e medo de perder o filho, é difícil. Diante disso, toda ajuda é bem-vinda, pois foi o que eu passei. A maioria dos familiares abandonam tudo, saem apenas com uma malinha na mão. Ter um suporte, o primeiro contato com um novo amigo, que pode te instruir e apresentar o local, é algo que não tem dinheiro que pague”, relata a mãe da paciente Duda que, hoje está bem, após a recuperação do transplante de medula óssea.
A Dra. Neysi esclarece que “o transplante de medula óssea é uma modalidade de tratamento geralmente indicada para doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico. Os principais beneficiados com o transplante são pacientes com leucemias, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral e defeitos da medula óssea (como as aplasias e as mielodisplasias). Outras doenças, não tão frequentes, também podem ser tratadas com transplante de medula, como algumas doenças do metabolismo, autoimunes e vários tipos de tumores. O transplante de medula óssea pode ser indicado para o tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças.”
O suporte da família Sandoval foi fundamental para apoiar a família boliviana quando chegaram ao Brasil, além da amizade das mães que permanece firme; o que prova que a empatia é uma conexão que pode quebrar todas as barreiras. Assim como o gesto de doar pode mudar vidas e trazer a esperança às famílias.
Doe amor e salve vidas
Assim como destino trouxe amor e a solidariedade que cruzaram as vidas da pequena paciente da Bolívia, Camila, ele também presenteou Isa e Duda ao realizarem os transplantes. Por isso, a médica incentiva a doação de medula óssea. Lembrando que os dados ficam cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que é o terceiro maior banco de doadores do mundo, com mais de cinco milhões de pessoas cadastradas.
Segundo a médica, para fazer parte do time de doadores, basta ir a um hemocentro mais próximo da sua casa, portando com documento de identidade. “Cadastrar-se não significa que a doação será feita naquele momento. Pois, serão retirados cerca de 10 ml de sangue para avaliar a compatibilidade do doador com pacientes que precisam do transplante. Os dados ficam registrados e, se em algum momento houver alguém compatível, o voluntário é procurado para decidir sobre efetivar a doação. Estima-se que a chance de se encontrar um doador não aparentado compatível seja de uma em cem mil. Uma vez encontrada a compatibilidade, o doador é convocado para realizar o procedimento de coleta, que pode ser feito por meio do sangue ou diretamente das células da medula óssea, através de punções na bacia” conclui a especialista.
A médica também esclarece que para doar é necessário:
– Ter entre 18 e 55 anos de idade;
– Estar em bom estado geral de saúde;
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Oferecer tratamento humanizado a todos os pacientes é o grande diferencial do Hospital de Amor (HA). Outro fator extremamente importante na instituição é a utilização de tecnologia de ponta, aliada ao bom trabalho de profissionais altamente capacitados e qualificados. A equipe de Radioterapia do HA deu início à instalação, neste mês, de uma nova conquista no departamento: o acelerador linear Trilogy®. A partir de outubro deste ano, os pacientes que necessitarem realizar o procedimento de radioterapia durante o tratamento oncológico poderão contar com mais esta novidade.
De acordo com o rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Danilo Nascimento Salviano Gomes, trata-se de um aparelho de alta tecnologia que vai possibilitar o tratamento de mais pacientes e, além dos procedimentos convencionais e hipofracionados, também possibilitará a realização de radiocirurgia, que é realizado pelo departamento. “O novo aparelho de alta tecnologia pode ser utilizado para a realização de radiocirurgia intracraniana e extracraniana. Devido à sua alta precisão, o tratamento radiocirúrgico consegue oferecer alta dose de radiação em um volume alvo reduzido, diminuindo a dose nos tecidos normais e o número de sessões de radioterapia”, afirmou.
O aparelho permite a realização do chamado ‘IGRT’ (radioterapia guiada por imagem). Tal tecnologia possibilita a verificação diária dos movimentos dos órgãos e a relação deles com o tumor, reduzindo possíveis efeitos colaterais, por atuar com maior precisão e segurança na entrega de dose.
Para ele, é uma alegria e satisfação muito grande poder oferecer radioterapia de alta tecnologia para os pacientes. “Graças a essa conquista, nós conseguimos oferecer um tratamento mais seguro e preciso. Um tratamento de câncer de próstata, por exemplo, que antes era realizado em 39 sessões, poderá ser realizado em até 5 sessões nesse novo equipamento. Isso beneficia o paciente diretamente, com a redução do número de frações de radioterapia. A realização de uma radiocirurgia intracraniana, por exemplo, minimiza a toxidade aguda e tardia, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente”, ressaltou o especialista, que faz parte da equipe de rádio-oncologistas que atuam na unidade do Hospital de Amor Barretos e que realizam, em média, 300 sessões de radioterapia por dia.
A instituição, em projeto redigido pelo coordenador do departamento, Dr. Renato J. Affonso Jr., angariou os recursos do aparelho e foi beneficiada por meio da aprovação de projeto enviado ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que , junto ao Ministério da Saúde, auxilia entidades sem fins lucrativos que apresentam ações e projetos de prevenção e combate ao câncer, estimula a prevenção e reabilitação da pessoa com deficiência, apoia a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos – em todos os níveis.
Capacitação de profissionais
Ao pleitear o recurso junto ao PRONON para obtenção do equipamento, foi proposto um cronograma de capacitação aos profissionais da área de radioterapia. Desta forma, o Hospital de Amor irá promover um curso para o treinamento com 130 vagas (todas já preenchidas), para quatro especialidades distintas.
Dentre elas, 20 são para médicos rádio-oncologistas, cujo objetivo é aprimorar os conhecimentos clínicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe, guiada por imagem e estereotaxia extracraniana em serviço com alto volume de pacientes. Outras 20 são destinadas ao profissional que atua como físico médico, que poderá aprimorar os conhecimentos físicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe e guiada por imagem, além de controle de qualidade segundo as normas nacionais e internacionais. Outras 20, ao dosimetrista, que será capaz de aprimorar os conhecimentos em delineamento e planejamento da radioterapia tridimensional com introdução à radioterapia. Ademais, são 70 vagas que estarão destinadas a profissionais da área técnica (tecnólogos, técnicos de radioterapia e técnicos em radiologia) que receberão treinamento em equipamento de alta tecnologia (Trilogy®).
O curso será dividido em duas fases: a primeira etapa tem início previsto para setembro e término em outubro, por meio de plataforma digital, onde os participantes terão aulas sobre os princípios de radioterapia, física médica e de radiobiologia. Após introdução teórica, os alunos iniciarão a segunda etapa, cuja data de início está marcada para o mês de novembro, quando deverão in loco ter contato com a rotina do departamento, processos que envolvem o tratamento de um paciente, protocolos institucionais e contato com o novo equipamento, no Hospital de Amor Barretos (SP). Porém, devido à pandemia da COVID-19, é possível que ocorreram alterações nesse calendário.
Jogar bola, brincar no celular e fazer amigos, esses são alguns dos hobbies do simpático Samuel Chaves, de 9 anos. Quem conhece o alegre mineirinho, natural de Luz (MG), nem imagina que, além de transmitir muito brilho, ele também erradia maturidade. A luta pela sua vida começou há três anos quando, após uma queda, ele começou a sentir fortes dores na perna. De acordo com a mãe, Grazielle Chaves, 34 anos, em 2017, apareceu um caroço (linfonodo) atrás da orelha de Samuel. Como não é algo natural, ela o levou ao pediatra na cidade onde viviam.
Após realizar exame clínico, o profissional que atendeu a família disse para mãe que não se tratava de nada grave e que logo o caroço iria desaparecer. Mesmo assim, o doutor passou um medicamento e pediu para que se tranquilizassem, pois o Samuel logo ficaria bem. Ao ouvir isso, Grazielle ficou mais calma, no entanto, outras dores surgiram após uma queda que Samuel sofreu. “Ele caiu e os problemas começaram a aparecer. Ele sentia dores fortes na perna e começou a mancar. Logo depois, com menos de dois meses que ele havia caído, o Samuel parou de andar”, relatou a mãe do garoto.
Novamente, a família foi em busca de ajuda médica para entender o que estava acontecendo com o pequeno. “Fizemos vários exames e nada foi detectado. Por fim, o mesmo médico que tínhamos visitado solicitou exame de cintilografia óssea, e o resultado: todos os ossos dele já estavam comprometidos. Foi um baque! O chão se abriu e nós ficamos sem saber como agir”, contou Grazielle, emocionada. Nesse momento, uma luz surgiu na vida de Samuel. Um amigo da família indicou o Hospital de Amor e, imediatamente, a família solicitou uma vaga. No dia 8 de dezembro de 2017, Samuel fez sua primeira consulta no HA e finalmente recebeu seu diagnóstico: LLA (leucemia linfoide aguda).
Com o diagnóstico fechado e a equipe médica pronta para apoiar e iniciar o tratamento, nada abalaria o desejo de viver de Samuel, muito menos os 314 km de distância de sua cidade. E foi assim, batalhando contra as dores e contra os medos, que a família de Samuel iniciou o maior desafio de suas vidas: lutar contra o câncer. “O começo é uma fase muito difícil, pois a vida muda completamente. No início, ficamos apenas eu e ele em Barretos (SP), pois meu marido e a minha outra filha, na época com apenas um ano e meio, ficaram em nossa cidade. Foi uma fase complicada”, explicou a mãe do paciente.
Logo após o início do tratamento e as primeiras sessões de quimioterapia, Samuel apresentou uma melhora significativa e, desde então, vem reagindo muito bem, sem náuseas ou complicações.
Os desafios que surgem ao longo do tratamento
Engana-se quem pensa que durante os três anos de tratamento houve apenas momentos tristes! Samuel participa ativamente do projeto musical da instituição, que oferece aulas de músicas para os pacientes (crianças e adolescentes) em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil. Além disso, o mineirinho também já concedeu entrevistas e gravou o comercial oficial do Hospital de Amor. Sem contar que ele é presença garantida em todos os eventos e festividades que acontecem na entidade.
Durante todo esse tempo, ele já soltou fartas gargalhadas com a trupe dos ‘Palhaços da Alegria’, pintou desenhos e fez a festa na brinquedoteca da unidade infantojuvenil. E teve o inesquecível encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Quando morou no Lar de Amor (alojamento do HA para pacientes e seus familiares), durante nove meses, Samuel aproveitava para se divertir nas salas de jogos, TV e nas diversas apresentações de artistas que rolaram na casa. Sem dúvidas, ele é um paciente querido por todos! Quando questionado sobre seu tratamento, o pequeno paciente estufa o peito para falar sobre uma importante conquista: “Eu tenho fé e pedi para Deus para o meu cabelo não cair por causa da quimioterapia. E não caiu”, disse cheio de orgulho.
Para a mãe de Samuel, o carinho com que a equipe do HA trata as crianças e os familiares é fundamental. “Eu sou muito grata a todos os funcionários da instituição, que fizeram e fazem a diferença na vida do meu filho. Todos eles dedicam amor e carinho na vida de todos os pacientes do hospital. O Senhor abriu a porta do melhor lugar para que o meu filho pudesse fazer o tratamento, Deus cuidou de cada detalhe desde o começo. Eu pedi para Deus que eu não queria ver o meu filho sofrer. Acredito que Ele ouviu minhas orações”.
O tratamento do Samuel está previsto para terminar no fim deste ano. Alguém duvida que ele vai continuar brilhando por anda passa?
Paciente grava mensagem pedindo doações em prol do HA
Luíza: combatente, gloriosa e guerreira. Alguém, cujo nome significa tanta qualidade, só poderia ser uma pessoa que nasceu para fazer a diferença. Essa é mais uma história de uma valente paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil, que trata de um tumor de Askin – sarcoma de Ewing.
Ao saber da dificuldade financeira que o HA está sofrendo devido à pandemia do novo coronavírus, a paciente Luíza Cardoso, de 6 anos, falou para sua mãe, Ana Paula Cardoso, que precisavam fazer algo para ajudar a instituição. Na ocasião, ambas concordaram que algo deveria ser feito, e foi.
Com muita vontade de ajudar e com o coração cheio de esperança, mãe e filha escreveram mensagens em vários cartazes e gravaram um vídeo. O conteúdo foi publicado nas redes sociais e ganhou vários likes e compartilhamentos. “Eu estou vencendo o câncer porque tive a oportunidade de me tratar no melhor hospital: o Hospital de Amor. Por isso, estou aqui para que outras pessoas possam ser salvas”, diz um dos cartazes exibidos por elas.
Ana Paula (funcionária pública) revela que nunca imaginou que o vídeo teria tanta visibilidade, mas que ficou feliz em saber que a mensagem chegou a muita gente.
A família, que é de Águas de Lindóia (SP), vive em Barretos desde maio de 2019. “Ela sentia falta de ar, então o pediatra constatou que ela estava com derrame pleural devido ao tumor, que pressionava o pulmão dela”, contou. A mãe diz que garota é tímida, mas adora colorir desenhos na brinquedoteca do hospital e nunca reclama de nada. A garota reage bem ao tratamento e aproveita os momentos de lazer para brincar. E se tem algo que reflete bem a garra dessa guerreira é uma das mensagens que ela divulgou no vídeo que fez com a sua mãe: “Não ignore meu pedido, pois o câncer não espera. Imagine se fosse alguém que você ama. Não seria triste?”
Que tal ajudar e contribuir com o tratamento de pacientes como o Samuel e Luíza, além de vários outros pacientes de todo o país? A sua doação pode ajudar a salvar vidas! Acesse: hospitaldeamor.com.br/doe-amor.
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
O Hospital de Amor e a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), se uniram para criar um projeto de telemedicina (prática médica realizada à distância), na tentativa de ajudar toda a população neste difícil momento de pandemia causado pelo novo coronavírus. As ações de “teletriagem” e “telemonitoramento” visam orientar, direcionar e monitorar, individualmente, cada perfil cadastrado nas unidades básicas de saúde (UBSs) de Barretos (SP).
As dinâmicas serão simples: inicialmente, será realizado o primeiro contato com o paciente através de um link, encaminhado por meio de mensagem SMS, contendo um formulário com questões relacionadas à saúde e atividades rotineiras, como: “Quais sintomas você apresenta?”; “Você tem alguma doença crônica?”; “Como se sente em relação a pandemia do coronavírus?”; “Você tem contato frequente com idosos?”, entre outras. Depois de responder as perguntas, o paciente receberá um diagnóstico básico e, então, os alunos do 6º ano do curso de medicina realizarão a análise do relatório. Após esta etapa, eles entrarão em contato com o paciente que apresentar um ou mais sintomas e/ou fizer parte do grupo de risco. Outra opção disponível, é o contato ser realizado pelo próprio paciente. Basta ele ligar para o número de 0800 enviado junto ao SMS e esclarecer dúvidas, solicitar informações ou relatar sintomas.
Para que a ação tenha êxito e que a equipe envolvida entenda o perfil de cada participante, é essencial que o questionário seja respondido por todos, pois só assim será possível identificar as pessoas que encontram-se em estado de alerta ou que necessitam de orientações na luta contra o COVID-19.
Telemedicina: a tecnologia que veio para ficar
Diante da crise gerada pelo coronavírus no país, com grandes impactos e desafios para o sistema de saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou, no último dia 19/3, um ofício ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assegurando as condições legais para o uso da telemedicina no combate ao COVID-19, preservando a relação médico-paciente e evitando a possível disseminação do vírus. Porém, há tempos o Hospital de Amor vem abordando diversas formas de implementar essa tecnologia na instituição, buscando um atendimento muito mais eficiente que incorpore técnicas digitais.
Um dos primeiros projetos a ser introduzido na entidade, é o prontuário eletrônico. De acordo com o oncologista do Hospital de Amor e diretor-geral da FACISB, Dr. Sérgio Serrano, a ferramenta irá abranger, de forma integrada e por meio de um sistema unificado, as informações das unidades fixas de tratamento localizadas em Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), além das unidades de prevenção espalhadas por vários pontos do país. A iniciativa visa adotar algumas práticas da medicina digital, inclusive com a telemedicina, como parte da estratégia de melhorar o acesso aos pacientes, diminuindo a necessidade de deslocamento deles até Barretos.
“Com a pandemia do coronavírus, vimos que era preciso acelerar e iniciar esse processo, mesmo sem contar com toda tecnologia instalada. Aproveitamos uma estrutura já existente no hospital (call center) e a forte parceria da instituição com a faculdade de medicina, e criamos um grupo de alunos voluntários no ‘teleatendimento’, para que as principais dúvidas dos pacientes em relação a consultas, reagendamentos e medidas preventivas fossem esclarecidas. Dessa forma, estamos identificando a possibilidade de incorporar a telemedicina”, afirmou Serrano.
Para o médico, é possível utilizar essas técnicas para prestar atendimento a todos os pacientes com qualidade, conforto, segurança e humanização, estejam eles em cuidados paliativos, pós-operatório, tratamento com químio e/ou radioterapia e, inclusive depois do segmento (aqueles que estão sem evidências de doença e precisam apenas de acompanhamento médico). “Independentemente de pandemia, essa assistência é essencial e o objetivo é de que se perpetue. Nós temos condições e recursos de ‘ir até o paciente’ prestar assistência ‘dentro da casa dele’ de forma humanizada, ou seja, sem tirar ele do seu conforto. Além disso, é uma ótima experiência de aprendizado para os nossos alunos, residentes e pós-graduandos, pois estamos descobrindo uma outra forma de criar um atendimento de excelência e humanização. Não iremos substituir o contato físico com o paciente, pois isso é fundamental na medicina e não vai se perder nunca, mas iremos substituir algumas consultas que, com toda certeza, conseguiremos fazer à distância sem causar nenhum dano ao tratamento do paciente”, esclareceu.
Através do software Research Eletronic Data Caputure (REDCap) – plataforma de coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa – o Hospital de Amor já está mapeando todo esse processo para poder replicar seu sistema para os outros centros de saúde.
Segundo Serrano, neste momento de crise e isolamento social, a mudança cultural vai acontecer e transformar o cenário de todo o país, pois a telemedicina está cada vez mais presente na vida das pessoas. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A telemedicina é um caminho a ser explorado, atingindo não somente as ‘teleconsultas’, mas também todas as áreas. É a tecnologia mediando todos os processos. É o novo que vem por aí. É um momento para aproveitarmos as novas oportunidades e, quem sabe, sairmos dessa situação dolorosa causada pelo coronavírus ainda mais fortalecidos para criar um mundo melhor”, finalizou o oncologista.
Em razão do aumento dos casos de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) nas últimas semanas, informamos que diversas medidas de controle estão sendo tomadas nas unidades do Hospital de Amor, a fim de minimizar o risco de infecção entre pacientes, acompanhantes e colaboradores, as quais seguem abaixo:
Para pacientes e acompanhantes:
1- Os pacientes em tratamento oncológico não deverão faltar de suas consultas, exames ou procedimentos marcados, devido ao risco que esse tipo de interrupção pode trazer ao seu tratamento. Contudo, se, no dia do atendimento marcado, o paciente (ainda estando em sua cidade de origem) apresentar febre e sintomas respiratórios (tosse, dor de garganta, falta de ar, aumento da secreção nasal, espirros, etc.), o mesmo deve entrar em contato com a unidade do Hospital de Amor em que realiza seu tratamento para reagendamento, além de procurar atendimento médico na unidade básica de saúde (UBS) do próprio município;
2- O Hospital de Amor também solicita que os pacientes não tragam acompanhantes que estejam com sintomas respiratórios, como os descritos no item anterior. Caso o acompanhante apresente qualquer um desses sintomas, orientamos que ele seja substituído antes do deslocamento à unidade do Hospital de Amor;
3- A presença de acompanhantes está restrita aos casos previstos por lei (pacientes crianças, idosos e portadores de necessidades especiais). Não há uma idade máxima permitida para os acompanhantes, porém, não recomendamos que pessoas acima de 60 anos ou com comorbidades (portadores de doenças que facilitam o desenvolvimento de outras enfermidades) exerçam essa função;
4- Todas as visitas estão suspensas por tempo indeterminado, em todas as unidades do Hospital de Amor e alojamentos da instituição;
5- Haverá triagem de pacientes sintomáticos respiratórios em todas as recepções da instituição, com organização do fluxo de atendimento para síndrome gripal e isolamento de todos os casos suspeitos de COVID-19. Na unidade de Barretos (SP), os pontos de triagem estão localizados na área de estacionamento dos ambulatórios adultos e infantil, e em frente ao Centro de Intercorrência Ambulatorial (CIA). Em Jales (SP), a triagem acontecerá também no estacionamento da unidade. Já em Porto Velho (RO), o processo será feito na recepção principal.
6- Com o objetivo de evitar aglomerações, serão realizados a redução de agendas ambulatoriais e o adiamento de consultas de retorno (semestral ou anual), assim como, também haverá o adiamento de cirurgias eletivas de baixo risco, principalmente, em pacientes idosos. Reforçamos que cada caso será avaliado individualmente, sempre priorizando a saúde e o bem-estar dos pacientes;
7- As ações de envolvimento social (em todas as unidades), tais como: projetos de voluntariado, eventos científicos, religiosos e recreativos, estão canceladas por tempo indeterminado.
Para colaboradores (profissionais que atuam nas unidades do Hospital de Amor):
1- Caso surjam colaboradores apresentando síndrome gripal (febre com sintomas respiratórios), os mesmos serão afastados do contato com paciente;
2- Medidas extensivas de comunicação interna têm sido tomadas, a fim de garantir que as informações relacionadas aos procedimentos corretos cheguem a todos os envolvidos direta e indiretamente no atendimento aos pacientes. Estão ocorrendo renovações de equipamentos de proteção individuais (EPIs), disposição estratégica de álcool em gel, treinamentos relacionados a medidas de controle e higienização, além da exposição de cartazes e comunicados em todos os setores do hospital.
Funcionamento do hemonúcleo e doações de sangue
O hemonúcleo do Hospital de Amor segue realizando suas atividades normalmente, e as doações de sangue e de medula óssea não estão suspensas. Todo doador que comparece ao setor é submetido a uma triagem para garantir sua aptidão para doar. É importante enfatizar que pessoas que apresentam sintomas gripais devem realizar esse tipo de doação 15 dias após o desaparecimento de todos os sinais.
Em caso de dúvidas, basta entrar em contato com a unidade onde realiza seu tratamento.
O presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, também deixou orientações importantes sobre o coronavírus e um apelo pela colaboração da população. Confira:
“Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você. E não há nada pra comparar, para poder lhe explicar, como é grande o meu amor por você”. Foi com essa linda e clássica canção, composta em 1967 pelo ‘rei’ Roberto Carlos e considerada uma das maiores declarações de amor da música brasileira, que o paciente do Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor) Anderson Roberto dos Santos esperou sua amada, Amanda Fortuna Lima dos Santos, para o tão sonhado ‘sim’. A tradicional marcha nupcial marcou a entrada da noiva, e o sentimento mais puro e sincero do mundo, o amor, marcou o encontro desses dois corações.
Juntos há mais de 10 anos, porém, sem nunca terem oficializado o matrimônio em uma cerimônia religiosa, os dois viveram momentos de felicidade e muito romantismo no último dia 5 de março. Ao saber do desejo do casal, a equipe multidisciplinar do hospital logo começou a organizar os preparativos, contatar os parceiros e, em apenas cinco dias, estava tudo pronto! “Essa festa foi a realização de um sonho, não apenas para o casal, mas para nós também. Quando eles nos contaram sobre esse desejo, nós fizemos de tudo para que fosse realizado da maneira mais linda e inesquecível possível para eles”, explicou a assistente social da unidade, Desiane Pereira.
E como o casamento é uma aliança feita por Deus, nada melhor do que escolher um celebrante especial para firmar esse compromisso e conduzir as trocas de votos. De acordo com o pastor da Comunidade Cristã de Barretos, Gery Leves, um casamento perfeito é construído com obstáculos e vivido em cima de 3 pilares: paixão, amor e Deus. “É preciso cultivar a presença de Deus e convidá-lo para fazer parte do casamento, sem nunca se esquecer de que o amor tudo crê, tudo suporta, tudo supera. Só o amor constrói e torna possível aquilo que não é possível”.
Com essas sábias palavras, os noivos trocaram as alianças e selaram esse momento com um beijo cheio de afeto e esperança. Foi impossível não se emocionar! Ao deixarem a celebração ao som da música “Fascinação”, entoada no violino pelo musicoterapeuta do hospital, o paciente não conteve as lágrimas. “Isso aqui é um sonho e uma vitória para mim”, declarou.
Após a cerimônia, os noivos foram presenteados com uma deliciosa festa repleta de quitutes, música boa e convidados pra lá de especiais, entre eles seus familiares, pacientes da unidade, acompanhantes e colaboradores do Hospital São Judas Tadeu, todos reunidos para comemorar o Amor.
Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença
“Foi amor à primeira vista”, contou o ex-bombeiro civil, de 45 anos, ao relembrar o momento em que conheceu Amanda, de 38. Os dois moravam na cidade de São Paulo e, por conta da rotina agitada e da vida corrida, decidiram deixar a cerimônia para segundo plano. Nesses anos juntos, ele até chegou a pedir a mão dela em casamento, mas o planejamento nunca saiu do papel. “Hoje, após passarmos por tantos desafios e descobrirmos a doença do Anderson, aprendemos uma coisa: a gente nunca tem tempo. Então, quando quisermos fazer alguma coisa, realizar algum desejo, tem que ser agora, tem que ser hoje”, afirmou Amanda.
Ao descobrir um câncer no rim, com metástase no sistema nervoso central e no pulmão, Anderson precisou mudar-se para o interior do estado e iniciar o tratamento no Hospital de Amor Barretos, posteriormente, na unidade de cuidados paliativos. Amanda, sua companheira, deixou tudo para traz e, cheia de fé, trouxe apenas o essencial para que os dois enfrentassem mais essa batalha juntos: amor.
“Nós ‘empurramos’ esse momento com a barriga e eu cheguei a pensar que esse dia nunca existiria, mas hoje nós estamos vivendo um sonho. Estar aqui me casando com a mulher da minha vida, conseguir andar para recebê-la e receber as bênçãos de Deus, é uma conquista inesquecível. Desejo que esse dia nunca termine”, finalizou Anderson.
Segundo a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados, no Brasil, mais de 30 mil novos casos de câncer de pulmão, para cada ano do triênio 2020-2022. A doença ocupa, atualmente, a terceira colocação no ranking dos tipos de câncer mais incidentes no país, exceto pele não melanoma, mas ainda é o primeiro quando se fala em taxa de mortalidade. Isso ocorre, principalmente, por conta de seu desenvolvimento silencioso, que, quando chama a atenção por meio de sinais e sintomas, geralmente, já está em fase avançada e sem ou com poucas chances de cura.
Apesar dos diversos fatores que favorecem a ocorrência do câncer de pulmão, como exposição a agentes cancerígenos químicos ou físicos, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e fatores genéticos, o tabagismo ainda é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, com até 85% dos casos diagnosticados associados ao consumo e exposição passiva aos derivados do tabaco.
“Nem todo indivíduo que fuma ou fumou desenvolverá câncer de pulmão, e isso ainda é realmente difícil de se prever, mas sabe-se que a chance de seu desenvolvimento está diretamente relacionada à carga de tabaco com a qual que se teve contato”, explica o médico radiologista do Hospital de Amor, Rodrigo Sampaio Chiarantano. Sabe-se também que a mortalidade em decorrência da doença entre os fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, já entre os ex-fumantes essa taxa chega a ser quatro vezes maior.
Pioneirismo
Com o intuito de reduzir tais taxas, o HA lançou, em 2019, um programa de rastreamento ativo de câncer de pulmão como parte de uma iniciativa mais ampla da instituição, que se destaca por incluir também atividades de prevenção primária e pesquisa científica de ponta com marcadores biomoleculares. Para que isso fosse possível, o Hospital de Amor contou com a colaboração da Secretaria Municipal de Saúde de Barretos, facilitando o treinamento e a constituição de grupos de cessação de tabagismo em suas unidades básicas de saúde (UBSs), que posteriormente passaram a enviar indivíduos elegíveis.
Em um formato pioneiro na América Latina, uma unidade móvel foi equipada com um tomógrafo computadorizado de baixa dose e direcionada a fazer o acompanhamento da população de risco. O programa é o único no Brasil que integra dados de diversas esferas da área da saúde e oferece gratuitamente esse exame aos usuários do Sistema Único de Saúde.
Inicialmente, o projeto atendeu com exclusividade os encaminhamentos dos participantes dos grupos de cessação de tabagismo, mas, desde janeiro deste ano, o rastreamento está disponível para todos os indivíduos que fazem parte do grupo de risco e que residem em um dos 18 municípios que compõem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V).
O Dr. Rodrigo Chiarantano explica que existem alguns critérios que definem a situação de alto risco para se desenvolver câncer de pulmão. “O mais amplamente empregado é: ter entre 55 e 75 anos, ser fumante atual ou ex-fumante que tenha parado há menos de 15 anos, com uma carga tabágica igual ou maior que 30 (essa carga tabágica se obtém quando multiplicamos o número de anos que a pessoa fumou pelo número de maços de cigarro que fumava em média por dia; assim, se alguém fumou dois maços por dia, por 25 anos, terá uma carga tabágica de 50, superior a 30, e, portanto, de alto risco)”.
Até o momento, aproximadamente 500 pessoas já realizaram o exame. Entre elas, um caso já foi diagnosticado e outros nove estão sendo investigados. Mas a expansão do projeto prevê números muito maiores. Segundo seu escopo inicial, a proporção da população que se enquadra nos critérios foi estimada em 3%, significando, só Barretos, cerca de 3.400 pessoas e na DRS-V mais de 13 mil pessoas com alto risco para desenvolver câncer de pulmão, grupo para o qual o rastreamento por tomografia de baixa dose é indicado de forma periódica.
Outro diferencial é o laudo que foi elaborado para o programa, pensando em tornar a informação mais acessível ao paciente. O documento é composto por texto em linguagem mais simples e direta, acompanhado de um reforço visual que ilustra o significado dos achados. No laudo, são descritos os achados do exame potencialmente relacionados ao tabagismo e explicados os passos seguintes a partir dali. Ele foi desenvolvido pensando no melhor entendimento do indivíduo participante, estimulando o autocuidado e a vigilância de saúde. Os pacientes têm retornado com grande satisfação. Alguns deles relataram, inclusive, que o processo de rastreamento como um todo auxiliou na decisão de parar de fumar.
Avanços científicos
Consequência da seriedade e qualidade do programa de prevenção e rastreamento de câncer de pulmão, o Hospital de Amor foi aceito como colaborador em um grande consórcio de pesquisa internacional, o International Lung Cancer Consortium (ILCCO), que possibilitará melhorar o entendimento da genética relacionada ao câncer de pulmão, a melhor caracterização de grupos de risco e de fatores de decisão em relação aos achados de exame. “Trata-se de pesquisa de ponta e de qualidade, com grande potencial de contribuição para a ciência e para a redução da mortalidade por câncer de pulmão. Com base em informações obtidas sob consentimento em amostras biológicas dos indivíduos participantes, diversas características genéticas e biomoleculares estão sendo investigadas, traçando um perfil particular da nossa população, que se somam aos dados já obtidos de outras populações ao redor do mundo”, ressalta o radiologista.
Como participar
Os indivíduos que se enquadrem nos critérios para o rastreamento podem realizar o agendamento do exame pelo telefone (17) 3321-6600 – ramal 7010 ou 7080; o contato também está disponível para os fumantes ou ex-fumantes há menos de 15 anos que tiverem dúvidas sobre os critérios.
Cozinhar é uma arte que envolve talento, disciplina e, principalmente, muito amor. Poder reunir amigos queridos e familiares à mesa e servir uma deliciosa refeição é um momento muito especial. Foi isso que o paciente Pedro Bartholo Nery, 55 anos, fez na última quinta-feira, 20 de fevereiro, no IRCAD América Latina – centro de treinamento que faz parte do complexo do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
Nery, que é consultor de orçamento, iniciou tratamento no HA em agosto de 2019, quando foi diagnosticado com um tumor no intestino. Desde então, ele enfrenta uma das suas mais difíceis batalhas: a luta contra o câncer. Muito simpático e bom de papo, ele começou seu tratamento paliativo no Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA) na segunda quinzena de fevereiro deste ano, após ser diagnosticado com metástase no pulmão. E foi durante um de seus papos descontraídos com a equipe da unidade que Nery foi questionado sobre qual seria o seu maior sonho e o que ele gostaria de fazer. Sem titubear, o paciente disse que desejava entrar em uma cozinha e comandar uma equipe de cozinheiros. “A minha paixão é a gastronomia, embora eu nunca tenha feito faculdade, eu nasci com esse dom. E não sou eu quem falo, não. Os meus amigos chefs sempre me pedem conselhos”, afirmou ele, que comandou um Pub, quando tinha 21 anos, em Brasília (DF).
Enquanto pedia alimentos específicos e dava atribuições, a ansiedade de Nery era visível. A alegria dele em poder cozinhar novamente também foi motivo de felicidade para todos os envolvidos nessa ação especial, dentre eles, as cozinheiras do IRCAD e a equipe multiprofissional do HA. Segundo a enfermeira do Hospital São Judas Tadeu, Nayara Silva, foi muito gratificante ver a animação e o brilho nos olhos do paciente. “Em nossa unidade, nós sempre promovemos eventos que visam proporcionar bem-estar tantos dos pacientes, quanto dos acompanhantes”, relatou a profissional, que acompanhou esse momento e ficou à disposição de Nery durante toda o evento, auxiliando o paciente sempre que necessário.
Já que Pedro Nery acredita que para haver uma boa comida é necessário contar com uma ótima equipe, é claro que não podiam faltar importantes escudeiras. Devido à fragilidade do paciente, em decorrência do tratamento, o ‘chef do dia’ contou com a ajuda das cozinheiras do IRCAD, Divina Ferreira, Gessica Burgheti e Sandra Gomes, que trabalharam com todo carinho e dedicação. Afinal, todos estavam reunidos com o mesmo propósito: celebrar a vida. “Poder auxiliar um paciente que deseja cozinhar é gratificante. Nem sempre podemos ajudar todos, mas fico muito contente. Para mim, hoje é um dia de muita satisfação”, contou com os olhos marejados a simpática Divina, cozinheira que comanda a cozinha do IRCAD há nove anos.
Um amor que tempera a vida
Casada oficialmente com Nery há dois anos, Silvia Souto mostra toda orgulhosa as fotos dos pratos preparados pelo marido. “Em casa, ele é o chef. O Pedro domina massas, doces, comida oriental e panificação em geral. Sempre que viajamos e quando pode, ele faz questão de pescar o alimento e preparar a refeição na hora. Tudo sempre muito fresco e feito com muito carinho. Nós temos cinco filhos lindos, dos nossos primeiros relacionamentos, mas eu sei que nós somos uma família muito unida. E tudo isso que enfrentamos nos fortalece ainda mais”, explicou a esposa, que aproveitou para tirar várias fotos enquanto o marido comandava a cozinha.
Silvia relatou já ter ouvido falar sobre o HA anteriormente, mas quando chegou na unidade e viu todo o tratamento que é oferecido, não restou outra alternativa além de admirar o trabalho realizado na instituição. “Aqui, em Barretos, eu me encantei. Em cada profissional, em cada gesto, só consigo ver carinho e amor. Ao ver o trabalho das pessoas do Hospital de Amor, eu voltei a acreditar na humanidade. A gente vê tanta notícia ruim, mas aqui no hospital eu aprendi a acreditar na bondade do ser humano novamente. Só posso agradecer por tudo que vocês fazem por nós”, disse emocionada.
Quando questionado sobre qual chef ele mais admira, Nery afirma gostar do chef Érick Jacquin, devido à vontade dele de valorizar ainda mais a cozinha tradicional. Ele também demonstra empolgação ao falar do lançamento do seu livro, cujo conteúdo terá 100 receitas autorais.
Após todo o cuidadoso preparo dos alimentos, o almoço especial foi servido para ele, sua esposa e para toda a equipe de profissionais que cuida dele no Hospital São Judas Tadeu, dentre eles: médico, assistente social, enfermeiras, fisioterapeutas e todos aqueles que ganharam a admiração do casal de Brasília, que proporcionou um momento lindo, dando mais sabor à vida. Com muito afeto e gentileza de todos, a refeição foi selada com um emocionante brinde: “Eu quero fazer um brinde à humanidade, porque nós somos seres humanos e, em um momento de dor e sofrimento, é disso que precisamos. Tenho a certeza de que esse momento valeu muito mais do que qualquer remédio que eu já tomei no hospital. Por isso, um brinde à humanidade“, finalizou ele, emocionado.
E como toda bela amizade, grande amor e deliciosa refeição, os preciosos momentos também são eternizados nas memórias, assim como afirma a jornalista e também paciente paliativa, Ana Michelle Soares: “se tem um jeito de a gente ser eterno, é vivendo nas pessoas”.
Receita que foi servida durante o almoço:
Linguiça embriagada do chef Nery
Ingredientes
– 1/2 quilo de linguiça fresca, fina e pura de porco;
– 4 colheres de sopa de mel;
– 1 copo de cerveja tipo pilsen;
– 1 dose de pinga, conhaque ou whisky;
– Salsa ou coentro fresco, bem picadinho.
Modo de fazer
Corte a linguiça em pedaços de 1,5 cm. Aqueça bem a frigideira e coloque o azeite de oliva e a linguiça. Quando a linguiça começar a dourar, abaixe o fogo e deixe criar o caldo (por isso é importante a linguiça ser fresca, já que o objetivo é formar bastante caldo, que é fundamental para a receita dar certo).
Quando houver bastante ‘caldo’, coloque o mel e abaixe o fogo, deixando caramelizar o mel com o caldo no fundo. Mexa um pouco, isso ajudará durante o processo.
Assim que estiver bem caramelizado (lembre-se: caramelizado não é carbonizado, não deixe queimar, mas sim ficar na cor ferrugem, bem escura). Feita a caramelização corretamente, coloque a cerveja de uma vez, desmanchando o caramelo e formando um caldo bonito, na cor marrom. Deixe o caldo reduzir até engrossar, como a espessura do mel ou um pouco mais grosso.
Nesse momento exato, jogue a pinga ou a bebida que escolheu e flambe. Use o seu método.
No momento em que o flambado se apagar, passe a linguiça para a tigela em que vai servir. Decore com a erva picada que você escolheu. Bom apetite!
O cuidado com a saúde mental é um assunto que está cada vez mais em evidência, inclusive, no ambiente de trabalho. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão ocupa o 1º lugar no ranking de doenças, quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) relatou, em relatório apresentado em 2019, que o Brasil apresenta as maiores taxas de incapacidade causada por depressão (9,3%) e ansiedade (7,5%) do continente americano. Diante desses dados preocupantes, é extremamente necessário instituir uma política de prevenção. Sabendo do aumento do índice de pessoas afetadas, o governo federal publicou em abril do ano passado, a Lei nº 13.819/2019, que regulamenta a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que estimula ainda mais iniciativas que promovem o bem-estar e a saúde mental.
Com o intuito de realizar ações ligadas ao autocuidado e inspirado pela campanha ‘Janeiro Branco’, o Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital de Amor promoveu a 1ª “Semana de Conscientização da Saúde Mental”, nos dias 20, 21, 22 e 23 de janeiro, na Santa Casa de Misericórdia de Barretos e na unidade adulta do HA. Durante a programação, ocorreram diversas atividades referentes à saúde mental, destinadas exclusivamente para os colaboradores das duas instituições, que participaram de palestras, atividades de pinturas lúdicas e ginástica laboral.
Segundo a psicóloga da instituição, Dra. Mariana Ducatti, foi a primeira vez que o HA participou da campanha ‘Janeiro Branco’, por isso, ficou definido que a ação seria voltada apenas para os funcionários e não para os pacientes, que já contam com o apoio da equipe de psicólogos do hospital. A campanha, que teve como tema “Diferentes Tipos de Cuidado”, foi promovida em parceria com os alunos do curso de psicologia, da Faculdade Barretos.
A iniciativa ‘Janeiro Branco’ foi criada em 2014, em Uberlândia (MG), por um grupo de psicólogos. A mobilização já ganhou amplitude mundial, alcançando países como Estados Unidos, Japão e Portugal. Inicialmente, o propósito da ação era convidar a população para discutir sobre felicidade e qualidade de vida. Agora, possui uma amplitude maior: janeiro foi escolhido por representar, de maneira simbólica, um mês de renovação e de novos projetos pessoais e profissionais.
Diferentes tipos de cuidado
A palestra ‘Diferentes tipos de cuidado: como identificar e como se cuidar’, ministrada por alunos do curso de psicologia e que abriu as atividades no dia 20, teve como objetivo apresentar a campanha “Janeiro Branco” e dar dicas de autocuidado. Simultaneamente, os colaboradores tiveram acesso a sessões de reiki, oferecidas por voluntários.
Luis Roberto Toneti é um dos voluntários da Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) e atua no Hospital de Amor há quatro anos. Desde 2019, ele oferece sessões no Instituto de Prevenção para as pacientes. “O reiki é uma energia de amor e nós percebemos que tudo o que é feito para os pacientes no hospital, é feito com muito zelo. Nós trabalhamos com amor e sabemos que os colaboradores da instituição têm essa missão: tratar todas as pessoas com esse sentimento. Sendo assim, nós temos o intuito de oferecer boas energias para todos”, afirmou Luís, que percebeu ótima receptividade por parte dos colaboradores.
Ao todo, 32 funcionários participaram das sessões, dentre eles, a recepcionista Lúcia Helena Domingos, que atua na instituição há sete anos. Ela, que afirmou ter saído energizada da sua primeira experiência com a técnica, também participou da ginástica laboral, no dia 22. “Adorei fazer os exercícios e espero que esta atividade possa continuar. A ginástica laboral é muito importante para ajudar a gente a relaxar e melhorar a postura”, ressaltou. No mesmo dia, a Dra. Mariana apresentou para os líderes do HA a Lei nº 13.819/2019, e aproveitou para tirar dúvidas sobre o tema.
Já a participação da equipe de terapeutas ocupacionais de ambas instituições ocorreu no dia 21, quando os profissionais preparam um momento de relaxamento durante os exercícios lúdicos, com direito a pintura e momentos de reflexão.
Para encerrar o evento, a enfermeira do departamento de psiquiatria do Hospital de Amor e instrutora de terapia cognitiva baseada em mindfulness, Caroline Krauser, foi convidada para falar sobre mindfulness e o seus benefícios, no dia 23, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata. “Mindfulness pode nos ajudar de diversas maneiras e em várias situações. Hoje, a ciência mostra que a técnica é eficaz para prevenção de sintomas depressivos, ligados à ansiedade, dor crônica, para redução do estresse e melhora da qualidade de vida, e para quem deseja estabelecer uma relação mais consciente e saudável com seus pensamentos e sentimentos”, relatou a especialista, que aplicou algumas técnicas durante a sua apresentação.
Caroline também enfatizou sobre a importância de ações focadas no bem-estar e na saúde mental. “Existem diversas campanhas de prevenção de câncer na instituição, o que é de extrema importância. Porém, nunca havíamos falado sobre saúde mental para os colaboradores. Só das pessoas perceberem o impacto da saúde mental em suas vidas e de poderem falar sobre isso no local de trabalho, já é um começo incrível”, declarou a enfermeira.
Para Laura Nunes, encarregada de hotelaria e líder do Grupo de Trabalho de Humanização, a ação foi um sucesso, pois possibilitou a integração da equipe e o surgimento de novas ideias e possíveis projetos, que poderão ampliar ainda mais o trabalho do grupo no HA ao longo do ano.
A doação é um gesto nobre que pode ajudar a mudar a história de milhares de pessoas. Seja ela financeira, de sangue, do tempo disponibilizado pelos voluntários ou de medula óssea. Sabendo da importância da conscientização, anualmente, o Ministério da Saúde promove a campanha da ‘Semana de Mobilização Nacional para a Doação de Medula Óssea’. Neste ano, ocorre de 14 a 21/12.
Segundo a médica pediatra da unidade infantojuvenil do Hospital de Amor, Dra. Neysimelia Costa Villela, “O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de muitas doenças em diferentes estágios e faixas etárias. Porém, o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras. Para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis. Portanto, ser um doador de medula óssea é um verdadeiro ato de solidariedade, capaz de salvar vidas”, esclarece a especialista.
Não existe luta maior do que a esperança
Segundo o Ministério da Saúde, a semana foi instituída em 2009 e tem como objetivo orientar o desenvolvimento de atividades que visam esclarecimentos e incentivo à doação de medula óssea e à captação de doadores. Já que este gesto pode salvar a vida de milhares de pacientes, assim como da pequena Isabella Dias, 6 anos, de Pinheiral (RJ).
Tudo mudou na vida dessa fluminense em 2015, quando ela foi diagnosticada com leucemia mielomonocítica juvenil (LMMJ). Esta doença é um tipo de leucemia bastante rara, pois não é considerada nem aguda e nem crônica, correspondendo a 2-3% de todas as leucemias em crianças.
“Descobrimos a doença depois de uma febre alta e dos sintomas físicos: palidez cutânea, perda de apetite, manchas roxas na pele e sudorese intensa. E graças ao auxílio de uma amiga que trabalhava na secretaria de saúde do meu munícipio, eu conheci o Hospital de Amor”, relata a técnica em enfermagem, Daniela de Fátima Bento, 43 anos, mãe de Isabela. A profissional ainda completa a fala demonstrando muita gratidão a todos do HA: “No Hospital de Amor, existem pessoas que se doam pelo próximo. Vale muito a pena ajudá-los por tudo o que os colaboradores fazem para dar uma qualidade de vida, não somente aos pacientes, mas também aos acompanhantes”, relata Daniela.
Em junho de 2016, Isa (como é carinhosamente chamada pela família) recebeu o transplante de medula do seu pai, Fábio Dias, que apresentou 50% de compatibilidade. Após uma bateria de exames, o procedimento ocorreu na unidade do HA em Barretos (SP), sendo um sucesso.
Segundo a Dra. Neysi, no total, existem, no Brasil, cerca de 70 centros para transplantes de medula óssea. Destes, 30 realizam transplantes com doadores não aparentados e estão distribuídos por 8 estados brasileiros e no Distrito Federal. No Hospital de Amor, neste ano, 120 transplantes foram realizados.
“O transplante de medula óssea consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais, com o objetivo de reconstituir uma nova medula saudável. É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). As células-tronco doadas são infundidas no paciente por meio de um cateter venoso. Elas trafegam pela circulação até o interior dos ossos, onde é esperado que se multipliquem e formem a nova medula óssea. Existem dois tipos de transplante: o autólogo, no qual as células são retiradas do próprio paciente (opção utilizada em casos em que a doença não tem origem na medula) e o alogênico, em que as células são doadas por outra pessoa”, explica a oncopediatra.
Ao longo do tratamento, Isabela teve a oportunidade de participar de vários eventos organizados pelo time do HA, como festinhas de aniversários, celebrações de carnaval, festa junina, Natal e aproveitar a visita de várias celebridades, como o inesquecível dia em que ela conheceu a eterna rainha dos baixinhos: a apresentadora Xuxa.
Atualmente, a família reside em Barretos (SP) e a garotinha segue fazendo o acompanhamento de seu tratamento na unidade infantojuvenil do HA. “Se eu pudesse dizer algo para quem recebe o diagnóstico semelhante ao da Isa, gostaria de dizer que apesar de toda batalha que está por vir, não desanime, pois Deus não dá uma prova além daquela que somos capazes de suportar”, conclui a mãe da paciente.
Conexão de Amor
Ao enfrentar um momento semelhante ao da família do Rio, duas famílias criaram uma conexão eterna e laços invisíveis que somente o amor e a amizade sabem construir. O encontro de amor entre as famílias das pequenas Camila, 4 anos, e Maria Eduarda, 9 anos, tem sido fundamental para superar momentos delicados durante o tratamento de leucemia enfrentado pelas meninas no Hospital de Amor.
Em 2019, a boliviana Camila, 5 anos, foi diagnosticada com leucemia, quando seus pais, Erika Guzman e Gabriel Soleto, ambos médicos, moradores da cidade de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia, decidiram trazê-la para o Hospital de Amor Barretos. “Tratar a minha filha neste hospital e poder estar com a minha família completa é um grande presente dos céus. O nome do hospital é pequeno diante do amor que nós recebemos neste local”, diz Erika.
A garotinha do país vizinho segue o tratamento, enquanto vive com o seus pais e sua irmãzinha, Brielle, no Lar de Amor – um dos alojamentos do HA.
Já Maria Eduarda Sandoval, de Cuiabá (MT), que recebeu o mesmo diagnóstico aos dois anos e meio de idade, em 2015, já estava em tratamento no HA, quando em 2019, sua mãe, Ritieli Sandoval, que um dia acompanhou a jornada da irmã para se tornar médica na Bolívia, foi informada que um casal de médicos daquele país estava indo para Barretos, em busca de tratamento para a filha.
Quis o destino unir essas histórias, gerando assim, uma conexão eterna entre as duas famílias. “Quando nós, que somos mães; de outra cidade, chegamos a um novo local, sem conhecer ninguém, com o desespero e medo de perder o filho, é difícil. Diante disso, toda ajuda é bem-vinda, pois foi o que eu passei. A maioria dos familiares abandonam tudo, saem apenas com uma malinha na mão. Ter um suporte, o primeiro contato com um novo amigo, que pode te instruir e apresentar o local, é algo que não tem dinheiro que pague”, relata a mãe da paciente Duda que, hoje está bem, após a recuperação do transplante de medula óssea.
A Dra. Neysi esclarece que “o transplante de medula óssea é uma modalidade de tratamento geralmente indicada para doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico. Os principais beneficiados com o transplante são pacientes com leucemias, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral e defeitos da medula óssea (como as aplasias e as mielodisplasias). Outras doenças, não tão frequentes, também podem ser tratadas com transplante de medula, como algumas doenças do metabolismo, autoimunes e vários tipos de tumores. O transplante de medula óssea pode ser indicado para o tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças.”
O suporte da família Sandoval foi fundamental para apoiar a família boliviana quando chegaram ao Brasil, além da amizade das mães que permanece firme; o que prova que a empatia é uma conexão que pode quebrar todas as barreiras. Assim como o gesto de doar pode mudar vidas e trazer a esperança às famílias.
Doe amor e salve vidas
Assim como destino trouxe amor e a solidariedade que cruzaram as vidas da pequena paciente da Bolívia, Camila, ele também presenteou Isa e Duda ao realizarem os transplantes. Por isso, a médica incentiva a doação de medula óssea. Lembrando que os dados ficam cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que é o terceiro maior banco de doadores do mundo, com mais de cinco milhões de pessoas cadastradas.
Segundo a médica, para fazer parte do time de doadores, basta ir a um hemocentro mais próximo da sua casa, portando com documento de identidade. “Cadastrar-se não significa que a doação será feita naquele momento. Pois, serão retirados cerca de 10 ml de sangue para avaliar a compatibilidade do doador com pacientes que precisam do transplante. Os dados ficam registrados e, se em algum momento houver alguém compatível, o voluntário é procurado para decidir sobre efetivar a doação. Estima-se que a chance de se encontrar um doador não aparentado compatível seja de uma em cem mil. Uma vez encontrada a compatibilidade, o doador é convocado para realizar o procedimento de coleta, que pode ser feito por meio do sangue ou diretamente das células da medula óssea, através de punções na bacia” conclui a especialista.
A médica também esclarece que para doar é necessário:
– Ter entre 18 e 55 anos de idade;
– Estar em bom estado geral de saúde;
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Oferecer tratamento humanizado a todos os pacientes é o grande diferencial do Hospital de Amor (HA). Outro fator extremamente importante na instituição é a utilização de tecnologia de ponta, aliada ao bom trabalho de profissionais altamente capacitados e qualificados. A equipe de Radioterapia do HA deu início à instalação, neste mês, de uma nova conquista no departamento: o acelerador linear Trilogy®. A partir de outubro deste ano, os pacientes que necessitarem realizar o procedimento de radioterapia durante o tratamento oncológico poderão contar com mais esta novidade.
De acordo com o rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Danilo Nascimento Salviano Gomes, trata-se de um aparelho de alta tecnologia que vai possibilitar o tratamento de mais pacientes e, além dos procedimentos convencionais e hipofracionados, também possibilitará a realização de radiocirurgia, que é realizado pelo departamento. “O novo aparelho de alta tecnologia pode ser utilizado para a realização de radiocirurgia intracraniana e extracraniana. Devido à sua alta precisão, o tratamento radiocirúrgico consegue oferecer alta dose de radiação em um volume alvo reduzido, diminuindo a dose nos tecidos normais e o número de sessões de radioterapia”, afirmou.
O aparelho permite a realização do chamado ‘IGRT’ (radioterapia guiada por imagem). Tal tecnologia possibilita a verificação diária dos movimentos dos órgãos e a relação deles com o tumor, reduzindo possíveis efeitos colaterais, por atuar com maior precisão e segurança na entrega de dose.
Para ele, é uma alegria e satisfação muito grande poder oferecer radioterapia de alta tecnologia para os pacientes. “Graças a essa conquista, nós conseguimos oferecer um tratamento mais seguro e preciso. Um tratamento de câncer de próstata, por exemplo, que antes era realizado em 39 sessões, poderá ser realizado em até 5 sessões nesse novo equipamento. Isso beneficia o paciente diretamente, com a redução do número de frações de radioterapia. A realização de uma radiocirurgia intracraniana, por exemplo, minimiza a toxidade aguda e tardia, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente”, ressaltou o especialista, que faz parte da equipe de rádio-oncologistas que atuam na unidade do Hospital de Amor Barretos e que realizam, em média, 300 sessões de radioterapia por dia.
A instituição, em projeto redigido pelo coordenador do departamento, Dr. Renato J. Affonso Jr., angariou os recursos do aparelho e foi beneficiada por meio da aprovação de projeto enviado ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que , junto ao Ministério da Saúde, auxilia entidades sem fins lucrativos que apresentam ações e projetos de prevenção e combate ao câncer, estimula a prevenção e reabilitação da pessoa com deficiência, apoia a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos – em todos os níveis.
Capacitação de profissionais
Ao pleitear o recurso junto ao PRONON para obtenção do equipamento, foi proposto um cronograma de capacitação aos profissionais da área de radioterapia. Desta forma, o Hospital de Amor irá promover um curso para o treinamento com 130 vagas (todas já preenchidas), para quatro especialidades distintas.
Dentre elas, 20 são para médicos rádio-oncologistas, cujo objetivo é aprimorar os conhecimentos clínicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe, guiada por imagem e estereotaxia extracraniana em serviço com alto volume de pacientes. Outras 20 são destinadas ao profissional que atua como físico médico, que poderá aprimorar os conhecimentos físicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe e guiada por imagem, além de controle de qualidade segundo as normas nacionais e internacionais. Outras 20, ao dosimetrista, que será capaz de aprimorar os conhecimentos em delineamento e planejamento da radioterapia tridimensional com introdução à radioterapia. Ademais, são 70 vagas que estarão destinadas a profissionais da área técnica (tecnólogos, técnicos de radioterapia e técnicos em radiologia) que receberão treinamento em equipamento de alta tecnologia (Trilogy®).
O curso será dividido em duas fases: a primeira etapa tem início previsto para setembro e término em outubro, por meio de plataforma digital, onde os participantes terão aulas sobre os princípios de radioterapia, física médica e de radiobiologia. Após introdução teórica, os alunos iniciarão a segunda etapa, cuja data de início está marcada para o mês de novembro, quando deverão in loco ter contato com a rotina do departamento, processos que envolvem o tratamento de um paciente, protocolos institucionais e contato com o novo equipamento, no Hospital de Amor Barretos (SP). Porém, devido à pandemia da COVID-19, é possível que ocorreram alterações nesse calendário.
Jogar bola, brincar no celular e fazer amigos, esses são alguns dos hobbies do simpático Samuel Chaves, de 9 anos. Quem conhece o alegre mineirinho, natural de Luz (MG), nem imagina que, além de transmitir muito brilho, ele também erradia maturidade. A luta pela sua vida começou há três anos quando, após uma queda, ele começou a sentir fortes dores na perna. De acordo com a mãe, Grazielle Chaves, 34 anos, em 2017, apareceu um caroço (linfonodo) atrás da orelha de Samuel. Como não é algo natural, ela o levou ao pediatra na cidade onde viviam.
Após realizar exame clínico, o profissional que atendeu a família disse para mãe que não se tratava de nada grave e que logo o caroço iria desaparecer. Mesmo assim, o doutor passou um medicamento e pediu para que se tranquilizassem, pois o Samuel logo ficaria bem. Ao ouvir isso, Grazielle ficou mais calma, no entanto, outras dores surgiram após uma queda que Samuel sofreu. “Ele caiu e os problemas começaram a aparecer. Ele sentia dores fortes na perna e começou a mancar. Logo depois, com menos de dois meses que ele havia caído, o Samuel parou de andar”, relatou a mãe do garoto.
Novamente, a família foi em busca de ajuda médica para entender o que estava acontecendo com o pequeno. “Fizemos vários exames e nada foi detectado. Por fim, o mesmo médico que tínhamos visitado solicitou exame de cintilografia óssea, e o resultado: todos os ossos dele já estavam comprometidos. Foi um baque! O chão se abriu e nós ficamos sem saber como agir”, contou Grazielle, emocionada. Nesse momento, uma luz surgiu na vida de Samuel. Um amigo da família indicou o Hospital de Amor e, imediatamente, a família solicitou uma vaga. No dia 8 de dezembro de 2017, Samuel fez sua primeira consulta no HA e finalmente recebeu seu diagnóstico: LLA (leucemia linfoide aguda).
Com o diagnóstico fechado e a equipe médica pronta para apoiar e iniciar o tratamento, nada abalaria o desejo de viver de Samuel, muito menos os 314 km de distância de sua cidade. E foi assim, batalhando contra as dores e contra os medos, que a família de Samuel iniciou o maior desafio de suas vidas: lutar contra o câncer. “O começo é uma fase muito difícil, pois a vida muda completamente. No início, ficamos apenas eu e ele em Barretos (SP), pois meu marido e a minha outra filha, na época com apenas um ano e meio, ficaram em nossa cidade. Foi uma fase complicada”, explicou a mãe do paciente.
Logo após o início do tratamento e as primeiras sessões de quimioterapia, Samuel apresentou uma melhora significativa e, desde então, vem reagindo muito bem, sem náuseas ou complicações.
Os desafios que surgem ao longo do tratamento
Engana-se quem pensa que durante os três anos de tratamento houve apenas momentos tristes! Samuel participa ativamente do projeto musical da instituição, que oferece aulas de músicas para os pacientes (crianças e adolescentes) em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil. Além disso, o mineirinho também já concedeu entrevistas e gravou o comercial oficial do Hospital de Amor. Sem contar que ele é presença garantida em todos os eventos e festividades que acontecem na entidade.
Durante todo esse tempo, ele já soltou fartas gargalhadas com a trupe dos ‘Palhaços da Alegria’, pintou desenhos e fez a festa na brinquedoteca da unidade infantojuvenil. E teve o inesquecível encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Quando morou no Lar de Amor (alojamento do HA para pacientes e seus familiares), durante nove meses, Samuel aproveitava para se divertir nas salas de jogos, TV e nas diversas apresentações de artistas que rolaram na casa. Sem dúvidas, ele é um paciente querido por todos! Quando questionado sobre seu tratamento, o pequeno paciente estufa o peito para falar sobre uma importante conquista: “Eu tenho fé e pedi para Deus para o meu cabelo não cair por causa da quimioterapia. E não caiu”, disse cheio de orgulho.
Para a mãe de Samuel, o carinho com que a equipe do HA trata as crianças e os familiares é fundamental. “Eu sou muito grata a todos os funcionários da instituição, que fizeram e fazem a diferença na vida do meu filho. Todos eles dedicam amor e carinho na vida de todos os pacientes do hospital. O Senhor abriu a porta do melhor lugar para que o meu filho pudesse fazer o tratamento, Deus cuidou de cada detalhe desde o começo. Eu pedi para Deus que eu não queria ver o meu filho sofrer. Acredito que Ele ouviu minhas orações”.
O tratamento do Samuel está previsto para terminar no fim deste ano. Alguém duvida que ele vai continuar brilhando por anda passa?
Paciente grava mensagem pedindo doações em prol do HA
Luíza: combatente, gloriosa e guerreira. Alguém, cujo nome significa tanta qualidade, só poderia ser uma pessoa que nasceu para fazer a diferença. Essa é mais uma história de uma valente paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil, que trata de um tumor de Askin – sarcoma de Ewing.
Ao saber da dificuldade financeira que o HA está sofrendo devido à pandemia do novo coronavírus, a paciente Luíza Cardoso, de 6 anos, falou para sua mãe, Ana Paula Cardoso, que precisavam fazer algo para ajudar a instituição. Na ocasião, ambas concordaram que algo deveria ser feito, e foi.
Com muita vontade de ajudar e com o coração cheio de esperança, mãe e filha escreveram mensagens em vários cartazes e gravaram um vídeo. O conteúdo foi publicado nas redes sociais e ganhou vários likes e compartilhamentos. “Eu estou vencendo o câncer porque tive a oportunidade de me tratar no melhor hospital: o Hospital de Amor. Por isso, estou aqui para que outras pessoas possam ser salvas”, diz um dos cartazes exibidos por elas.
Ana Paula (funcionária pública) revela que nunca imaginou que o vídeo teria tanta visibilidade, mas que ficou feliz em saber que a mensagem chegou a muita gente.
A família, que é de Águas de Lindóia (SP), vive em Barretos desde maio de 2019. “Ela sentia falta de ar, então o pediatra constatou que ela estava com derrame pleural devido ao tumor, que pressionava o pulmão dela”, contou. A mãe diz que garota é tímida, mas adora colorir desenhos na brinquedoteca do hospital e nunca reclama de nada. A garota reage bem ao tratamento e aproveita os momentos de lazer para brincar. E se tem algo que reflete bem a garra dessa guerreira é uma das mensagens que ela divulgou no vídeo que fez com a sua mãe: “Não ignore meu pedido, pois o câncer não espera. Imagine se fosse alguém que você ama. Não seria triste?”
Que tal ajudar e contribuir com o tratamento de pacientes como o Samuel e Luíza, além de vários outros pacientes de todo o país? A sua doação pode ajudar a salvar vidas! Acesse: hospitaldeamor.com.br/doe-amor.
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
O Hospital de Amor e a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), se uniram para criar um projeto de telemedicina (prática médica realizada à distância), na tentativa de ajudar toda a população neste difícil momento de pandemia causado pelo novo coronavírus. As ações de “teletriagem” e “telemonitoramento” visam orientar, direcionar e monitorar, individualmente, cada perfil cadastrado nas unidades básicas de saúde (UBSs) de Barretos (SP).
As dinâmicas serão simples: inicialmente, será realizado o primeiro contato com o paciente através de um link, encaminhado por meio de mensagem SMS, contendo um formulário com questões relacionadas à saúde e atividades rotineiras, como: “Quais sintomas você apresenta?”; “Você tem alguma doença crônica?”; “Como se sente em relação a pandemia do coronavírus?”; “Você tem contato frequente com idosos?”, entre outras. Depois de responder as perguntas, o paciente receberá um diagnóstico básico e, então, os alunos do 6º ano do curso de medicina realizarão a análise do relatório. Após esta etapa, eles entrarão em contato com o paciente que apresentar um ou mais sintomas e/ou fizer parte do grupo de risco. Outra opção disponível, é o contato ser realizado pelo próprio paciente. Basta ele ligar para o número de 0800 enviado junto ao SMS e esclarecer dúvidas, solicitar informações ou relatar sintomas.
Para que a ação tenha êxito e que a equipe envolvida entenda o perfil de cada participante, é essencial que o questionário seja respondido por todos, pois só assim será possível identificar as pessoas que encontram-se em estado de alerta ou que necessitam de orientações na luta contra o COVID-19.
Telemedicina: a tecnologia que veio para ficar
Diante da crise gerada pelo coronavírus no país, com grandes impactos e desafios para o sistema de saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou, no último dia 19/3, um ofício ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assegurando as condições legais para o uso da telemedicina no combate ao COVID-19, preservando a relação médico-paciente e evitando a possível disseminação do vírus. Porém, há tempos o Hospital de Amor vem abordando diversas formas de implementar essa tecnologia na instituição, buscando um atendimento muito mais eficiente que incorpore técnicas digitais.
Um dos primeiros projetos a ser introduzido na entidade, é o prontuário eletrônico. De acordo com o oncologista do Hospital de Amor e diretor-geral da FACISB, Dr. Sérgio Serrano, a ferramenta irá abranger, de forma integrada e por meio de um sistema unificado, as informações das unidades fixas de tratamento localizadas em Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), além das unidades de prevenção espalhadas por vários pontos do país. A iniciativa visa adotar algumas práticas da medicina digital, inclusive com a telemedicina, como parte da estratégia de melhorar o acesso aos pacientes, diminuindo a necessidade de deslocamento deles até Barretos.
“Com a pandemia do coronavírus, vimos que era preciso acelerar e iniciar esse processo, mesmo sem contar com toda tecnologia instalada. Aproveitamos uma estrutura já existente no hospital (call center) e a forte parceria da instituição com a faculdade de medicina, e criamos um grupo de alunos voluntários no ‘teleatendimento’, para que as principais dúvidas dos pacientes em relação a consultas, reagendamentos e medidas preventivas fossem esclarecidas. Dessa forma, estamos identificando a possibilidade de incorporar a telemedicina”, afirmou Serrano.
Para o médico, é possível utilizar essas técnicas para prestar atendimento a todos os pacientes com qualidade, conforto, segurança e humanização, estejam eles em cuidados paliativos, pós-operatório, tratamento com químio e/ou radioterapia e, inclusive depois do segmento (aqueles que estão sem evidências de doença e precisam apenas de acompanhamento médico). “Independentemente de pandemia, essa assistência é essencial e o objetivo é de que se perpetue. Nós temos condições e recursos de ‘ir até o paciente’ prestar assistência ‘dentro da casa dele’ de forma humanizada, ou seja, sem tirar ele do seu conforto. Além disso, é uma ótima experiência de aprendizado para os nossos alunos, residentes e pós-graduandos, pois estamos descobrindo uma outra forma de criar um atendimento de excelência e humanização. Não iremos substituir o contato físico com o paciente, pois isso é fundamental na medicina e não vai se perder nunca, mas iremos substituir algumas consultas que, com toda certeza, conseguiremos fazer à distância sem causar nenhum dano ao tratamento do paciente”, esclareceu.
Através do software Research Eletronic Data Caputure (REDCap) – plataforma de coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa – o Hospital de Amor já está mapeando todo esse processo para poder replicar seu sistema para os outros centros de saúde.
Segundo Serrano, neste momento de crise e isolamento social, a mudança cultural vai acontecer e transformar o cenário de todo o país, pois a telemedicina está cada vez mais presente na vida das pessoas. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A telemedicina é um caminho a ser explorado, atingindo não somente as ‘teleconsultas’, mas também todas as áreas. É a tecnologia mediando todos os processos. É o novo que vem por aí. É um momento para aproveitarmos as novas oportunidades e, quem sabe, sairmos dessa situação dolorosa causada pelo coronavírus ainda mais fortalecidos para criar um mundo melhor”, finalizou o oncologista.
Em razão do aumento dos casos de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) nas últimas semanas, informamos que diversas medidas de controle estão sendo tomadas nas unidades do Hospital de Amor, a fim de minimizar o risco de infecção entre pacientes, acompanhantes e colaboradores, as quais seguem abaixo:
Para pacientes e acompanhantes:
1- Os pacientes em tratamento oncológico não deverão faltar de suas consultas, exames ou procedimentos marcados, devido ao risco que esse tipo de interrupção pode trazer ao seu tratamento. Contudo, se, no dia do atendimento marcado, o paciente (ainda estando em sua cidade de origem) apresentar febre e sintomas respiratórios (tosse, dor de garganta, falta de ar, aumento da secreção nasal, espirros, etc.), o mesmo deve entrar em contato com a unidade do Hospital de Amor em que realiza seu tratamento para reagendamento, além de procurar atendimento médico na unidade básica de saúde (UBS) do próprio município;
2- O Hospital de Amor também solicita que os pacientes não tragam acompanhantes que estejam com sintomas respiratórios, como os descritos no item anterior. Caso o acompanhante apresente qualquer um desses sintomas, orientamos que ele seja substituído antes do deslocamento à unidade do Hospital de Amor;
3- A presença de acompanhantes está restrita aos casos previstos por lei (pacientes crianças, idosos e portadores de necessidades especiais). Não há uma idade máxima permitida para os acompanhantes, porém, não recomendamos que pessoas acima de 60 anos ou com comorbidades (portadores de doenças que facilitam o desenvolvimento de outras enfermidades) exerçam essa função;
4- Todas as visitas estão suspensas por tempo indeterminado, em todas as unidades do Hospital de Amor e alojamentos da instituição;
5- Haverá triagem de pacientes sintomáticos respiratórios em todas as recepções da instituição, com organização do fluxo de atendimento para síndrome gripal e isolamento de todos os casos suspeitos de COVID-19. Na unidade de Barretos (SP), os pontos de triagem estão localizados na área de estacionamento dos ambulatórios adultos e infantil, e em frente ao Centro de Intercorrência Ambulatorial (CIA). Em Jales (SP), a triagem acontecerá também no estacionamento da unidade. Já em Porto Velho (RO), o processo será feito na recepção principal.
6- Com o objetivo de evitar aglomerações, serão realizados a redução de agendas ambulatoriais e o adiamento de consultas de retorno (semestral ou anual), assim como, também haverá o adiamento de cirurgias eletivas de baixo risco, principalmente, em pacientes idosos. Reforçamos que cada caso será avaliado individualmente, sempre priorizando a saúde e o bem-estar dos pacientes;
7- As ações de envolvimento social (em todas as unidades), tais como: projetos de voluntariado, eventos científicos, religiosos e recreativos, estão canceladas por tempo indeterminado.
Para colaboradores (profissionais que atuam nas unidades do Hospital de Amor):
1- Caso surjam colaboradores apresentando síndrome gripal (febre com sintomas respiratórios), os mesmos serão afastados do contato com paciente;
2- Medidas extensivas de comunicação interna têm sido tomadas, a fim de garantir que as informações relacionadas aos procedimentos corretos cheguem a todos os envolvidos direta e indiretamente no atendimento aos pacientes. Estão ocorrendo renovações de equipamentos de proteção individuais (EPIs), disposição estratégica de álcool em gel, treinamentos relacionados a medidas de controle e higienização, além da exposição de cartazes e comunicados em todos os setores do hospital.
Funcionamento do hemonúcleo e doações de sangue
O hemonúcleo do Hospital de Amor segue realizando suas atividades normalmente, e as doações de sangue e de medula óssea não estão suspensas. Todo doador que comparece ao setor é submetido a uma triagem para garantir sua aptidão para doar. É importante enfatizar que pessoas que apresentam sintomas gripais devem realizar esse tipo de doação 15 dias após o desaparecimento de todos os sinais.
Em caso de dúvidas, basta entrar em contato com a unidade onde realiza seu tratamento.
O presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, também deixou orientações importantes sobre o coronavírus e um apelo pela colaboração da população. Confira:
“Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não sei dizer, como é grande o meu amor por você. E não há nada pra comparar, para poder lhe explicar, como é grande o meu amor por você”. Foi com essa linda e clássica canção, composta em 1967 pelo ‘rei’ Roberto Carlos e considerada uma das maiores declarações de amor da música brasileira, que o paciente do Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do Hospital de Amor) Anderson Roberto dos Santos esperou sua amada, Amanda Fortuna Lima dos Santos, para o tão sonhado ‘sim’. A tradicional marcha nupcial marcou a entrada da noiva, e o sentimento mais puro e sincero do mundo, o amor, marcou o encontro desses dois corações.
Juntos há mais de 10 anos, porém, sem nunca terem oficializado o matrimônio em uma cerimônia religiosa, os dois viveram momentos de felicidade e muito romantismo no último dia 5 de março. Ao saber do desejo do casal, a equipe multidisciplinar do hospital logo começou a organizar os preparativos, contatar os parceiros e, em apenas cinco dias, estava tudo pronto! “Essa festa foi a realização de um sonho, não apenas para o casal, mas para nós também. Quando eles nos contaram sobre esse desejo, nós fizemos de tudo para que fosse realizado da maneira mais linda e inesquecível possível para eles”, explicou a assistente social da unidade, Desiane Pereira.
E como o casamento é uma aliança feita por Deus, nada melhor do que escolher um celebrante especial para firmar esse compromisso e conduzir as trocas de votos. De acordo com o pastor da Comunidade Cristã de Barretos, Gery Leves, um casamento perfeito é construído com obstáculos e vivido em cima de 3 pilares: paixão, amor e Deus. “É preciso cultivar a presença de Deus e convidá-lo para fazer parte do casamento, sem nunca se esquecer de que o amor tudo crê, tudo suporta, tudo supera. Só o amor constrói e torna possível aquilo que não é possível”.
Com essas sábias palavras, os noivos trocaram as alianças e selaram esse momento com um beijo cheio de afeto e esperança. Foi impossível não se emocionar! Ao deixarem a celebração ao som da música “Fascinação”, entoada no violino pelo musicoterapeuta do hospital, o paciente não conteve as lágrimas. “Isso aqui é um sonho e uma vitória para mim”, declarou.
Após a cerimônia, os noivos foram presenteados com uma deliciosa festa repleta de quitutes, música boa e convidados pra lá de especiais, entre eles seus familiares, pacientes da unidade, acompanhantes e colaboradores do Hospital São Judas Tadeu, todos reunidos para comemorar o Amor.
Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença
“Foi amor à primeira vista”, contou o ex-bombeiro civil, de 45 anos, ao relembrar o momento em que conheceu Amanda, de 38. Os dois moravam na cidade de São Paulo e, por conta da rotina agitada e da vida corrida, decidiram deixar a cerimônia para segundo plano. Nesses anos juntos, ele até chegou a pedir a mão dela em casamento, mas o planejamento nunca saiu do papel. “Hoje, após passarmos por tantos desafios e descobrirmos a doença do Anderson, aprendemos uma coisa: a gente nunca tem tempo. Então, quando quisermos fazer alguma coisa, realizar algum desejo, tem que ser agora, tem que ser hoje”, afirmou Amanda.
Ao descobrir um câncer no rim, com metástase no sistema nervoso central e no pulmão, Anderson precisou mudar-se para o interior do estado e iniciar o tratamento no Hospital de Amor Barretos, posteriormente, na unidade de cuidados paliativos. Amanda, sua companheira, deixou tudo para traz e, cheia de fé, trouxe apenas o essencial para que os dois enfrentassem mais essa batalha juntos: amor.
“Nós ‘empurramos’ esse momento com a barriga e eu cheguei a pensar que esse dia nunca existiria, mas hoje nós estamos vivendo um sonho. Estar aqui me casando com a mulher da minha vida, conseguir andar para recebê-la e receber as bênçãos de Deus, é uma conquista inesquecível. Desejo que esse dia nunca termine”, finalizou Anderson.
Segundo a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados, no Brasil, mais de 30 mil novos casos de câncer de pulmão, para cada ano do triênio 2020-2022. A doença ocupa, atualmente, a terceira colocação no ranking dos tipos de câncer mais incidentes no país, exceto pele não melanoma, mas ainda é o primeiro quando se fala em taxa de mortalidade. Isso ocorre, principalmente, por conta de seu desenvolvimento silencioso, que, quando chama a atenção por meio de sinais e sintomas, geralmente, já está em fase avançada e sem ou com poucas chances de cura.
Apesar dos diversos fatores que favorecem a ocorrência do câncer de pulmão, como exposição a agentes cancerígenos químicos ou físicos, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e fatores genéticos, o tabagismo ainda é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença, com até 85% dos casos diagnosticados associados ao consumo e exposição passiva aos derivados do tabaco.
“Nem todo indivíduo que fuma ou fumou desenvolverá câncer de pulmão, e isso ainda é realmente difícil de se prever, mas sabe-se que a chance de seu desenvolvimento está diretamente relacionada à carga de tabaco com a qual que se teve contato”, explica o médico radiologista do Hospital de Amor, Rodrigo Sampaio Chiarantano. Sabe-se também que a mortalidade em decorrência da doença entre os fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, já entre os ex-fumantes essa taxa chega a ser quatro vezes maior.
Pioneirismo
Com o intuito de reduzir tais taxas, o HA lançou, em 2019, um programa de rastreamento ativo de câncer de pulmão como parte de uma iniciativa mais ampla da instituição, que se destaca por incluir também atividades de prevenção primária e pesquisa científica de ponta com marcadores biomoleculares. Para que isso fosse possível, o Hospital de Amor contou com a colaboração da Secretaria Municipal de Saúde de Barretos, facilitando o treinamento e a constituição de grupos de cessação de tabagismo em suas unidades básicas de saúde (UBSs), que posteriormente passaram a enviar indivíduos elegíveis.
Em um formato pioneiro na América Latina, uma unidade móvel foi equipada com um tomógrafo computadorizado de baixa dose e direcionada a fazer o acompanhamento da população de risco. O programa é o único no Brasil que integra dados de diversas esferas da área da saúde e oferece gratuitamente esse exame aos usuários do Sistema Único de Saúde.
Inicialmente, o projeto atendeu com exclusividade os encaminhamentos dos participantes dos grupos de cessação de tabagismo, mas, desde janeiro deste ano, o rastreamento está disponível para todos os indivíduos que fazem parte do grupo de risco e que residem em um dos 18 municípios que compõem Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS-V).
O Dr. Rodrigo Chiarantano explica que existem alguns critérios que definem a situação de alto risco para se desenvolver câncer de pulmão. “O mais amplamente empregado é: ter entre 55 e 75 anos, ser fumante atual ou ex-fumante que tenha parado há menos de 15 anos, com uma carga tabágica igual ou maior que 30 (essa carga tabágica se obtém quando multiplicamos o número de anos que a pessoa fumou pelo número de maços de cigarro que fumava em média por dia; assim, se alguém fumou dois maços por dia, por 25 anos, terá uma carga tabágica de 50, superior a 30, e, portanto, de alto risco)”.
Até o momento, aproximadamente 500 pessoas já realizaram o exame. Entre elas, um caso já foi diagnosticado e outros nove estão sendo investigados. Mas a expansão do projeto prevê números muito maiores. Segundo seu escopo inicial, a proporção da população que se enquadra nos critérios foi estimada em 3%, significando, só Barretos, cerca de 3.400 pessoas e na DRS-V mais de 13 mil pessoas com alto risco para desenvolver câncer de pulmão, grupo para o qual o rastreamento por tomografia de baixa dose é indicado de forma periódica.
Outro diferencial é o laudo que foi elaborado para o programa, pensando em tornar a informação mais acessível ao paciente. O documento é composto por texto em linguagem mais simples e direta, acompanhado de um reforço visual que ilustra o significado dos achados. No laudo, são descritos os achados do exame potencialmente relacionados ao tabagismo e explicados os passos seguintes a partir dali. Ele foi desenvolvido pensando no melhor entendimento do indivíduo participante, estimulando o autocuidado e a vigilância de saúde. Os pacientes têm retornado com grande satisfação. Alguns deles relataram, inclusive, que o processo de rastreamento como um todo auxiliou na decisão de parar de fumar.
Avanços científicos
Consequência da seriedade e qualidade do programa de prevenção e rastreamento de câncer de pulmão, o Hospital de Amor foi aceito como colaborador em um grande consórcio de pesquisa internacional, o International Lung Cancer Consortium (ILCCO), que possibilitará melhorar o entendimento da genética relacionada ao câncer de pulmão, a melhor caracterização de grupos de risco e de fatores de decisão em relação aos achados de exame. “Trata-se de pesquisa de ponta e de qualidade, com grande potencial de contribuição para a ciência e para a redução da mortalidade por câncer de pulmão. Com base em informações obtidas sob consentimento em amostras biológicas dos indivíduos participantes, diversas características genéticas e biomoleculares estão sendo investigadas, traçando um perfil particular da nossa população, que se somam aos dados já obtidos de outras populações ao redor do mundo”, ressalta o radiologista.
Como participar
Os indivíduos que se enquadrem nos critérios para o rastreamento podem realizar o agendamento do exame pelo telefone (17) 3321-6600 – ramal 7010 ou 7080; o contato também está disponível para os fumantes ou ex-fumantes há menos de 15 anos que tiverem dúvidas sobre os critérios.
Cozinhar é uma arte que envolve talento, disciplina e, principalmente, muito amor. Poder reunir amigos queridos e familiares à mesa e servir uma deliciosa refeição é um momento muito especial. Foi isso que o paciente Pedro Bartholo Nery, 55 anos, fez na última quinta-feira, 20 de fevereiro, no IRCAD América Latina – centro de treinamento que faz parte do complexo do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
Nery, que é consultor de orçamento, iniciou tratamento no HA em agosto de 2019, quando foi diagnosticado com um tumor no intestino. Desde então, ele enfrenta uma das suas mais difíceis batalhas: a luta contra o câncer. Muito simpático e bom de papo, ele começou seu tratamento paliativo no Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA) na segunda quinzena de fevereiro deste ano, após ser diagnosticado com metástase no pulmão. E foi durante um de seus papos descontraídos com a equipe da unidade que Nery foi questionado sobre qual seria o seu maior sonho e o que ele gostaria de fazer. Sem titubear, o paciente disse que desejava entrar em uma cozinha e comandar uma equipe de cozinheiros. “A minha paixão é a gastronomia, embora eu nunca tenha feito faculdade, eu nasci com esse dom. E não sou eu quem falo, não. Os meus amigos chefs sempre me pedem conselhos”, afirmou ele, que comandou um Pub, quando tinha 21 anos, em Brasília (DF).
Enquanto pedia alimentos específicos e dava atribuições, a ansiedade de Nery era visível. A alegria dele em poder cozinhar novamente também foi motivo de felicidade para todos os envolvidos nessa ação especial, dentre eles, as cozinheiras do IRCAD e a equipe multiprofissional do HA. Segundo a enfermeira do Hospital São Judas Tadeu, Nayara Silva, foi muito gratificante ver a animação e o brilho nos olhos do paciente. “Em nossa unidade, nós sempre promovemos eventos que visam proporcionar bem-estar tantos dos pacientes, quanto dos acompanhantes”, relatou a profissional, que acompanhou esse momento e ficou à disposição de Nery durante toda o evento, auxiliando o paciente sempre que necessário.
Já que Pedro Nery acredita que para haver uma boa comida é necessário contar com uma ótima equipe, é claro que não podiam faltar importantes escudeiras. Devido à fragilidade do paciente, em decorrência do tratamento, o ‘chef do dia’ contou com a ajuda das cozinheiras do IRCAD, Divina Ferreira, Gessica Burgheti e Sandra Gomes, que trabalharam com todo carinho e dedicação. Afinal, todos estavam reunidos com o mesmo propósito: celebrar a vida. “Poder auxiliar um paciente que deseja cozinhar é gratificante. Nem sempre podemos ajudar todos, mas fico muito contente. Para mim, hoje é um dia de muita satisfação”, contou com os olhos marejados a simpática Divina, cozinheira que comanda a cozinha do IRCAD há nove anos.
Um amor que tempera a vida
Casada oficialmente com Nery há dois anos, Silvia Souto mostra toda orgulhosa as fotos dos pratos preparados pelo marido. “Em casa, ele é o chef. O Pedro domina massas, doces, comida oriental e panificação em geral. Sempre que viajamos e quando pode, ele faz questão de pescar o alimento e preparar a refeição na hora. Tudo sempre muito fresco e feito com muito carinho. Nós temos cinco filhos lindos, dos nossos primeiros relacionamentos, mas eu sei que nós somos uma família muito unida. E tudo isso que enfrentamos nos fortalece ainda mais”, explicou a esposa, que aproveitou para tirar várias fotos enquanto o marido comandava a cozinha.
Silvia relatou já ter ouvido falar sobre o HA anteriormente, mas quando chegou na unidade e viu todo o tratamento que é oferecido, não restou outra alternativa além de admirar o trabalho realizado na instituição. “Aqui, em Barretos, eu me encantei. Em cada profissional, em cada gesto, só consigo ver carinho e amor. Ao ver o trabalho das pessoas do Hospital de Amor, eu voltei a acreditar na humanidade. A gente vê tanta notícia ruim, mas aqui no hospital eu aprendi a acreditar na bondade do ser humano novamente. Só posso agradecer por tudo que vocês fazem por nós”, disse emocionada.
Quando questionado sobre qual chef ele mais admira, Nery afirma gostar do chef Érick Jacquin, devido à vontade dele de valorizar ainda mais a cozinha tradicional. Ele também demonstra empolgação ao falar do lançamento do seu livro, cujo conteúdo terá 100 receitas autorais.
Após todo o cuidadoso preparo dos alimentos, o almoço especial foi servido para ele, sua esposa e para toda a equipe de profissionais que cuida dele no Hospital São Judas Tadeu, dentre eles: médico, assistente social, enfermeiras, fisioterapeutas e todos aqueles que ganharam a admiração do casal de Brasília, que proporcionou um momento lindo, dando mais sabor à vida. Com muito afeto e gentileza de todos, a refeição foi selada com um emocionante brinde: “Eu quero fazer um brinde à humanidade, porque nós somos seres humanos e, em um momento de dor e sofrimento, é disso que precisamos. Tenho a certeza de que esse momento valeu muito mais do que qualquer remédio que eu já tomei no hospital. Por isso, um brinde à humanidade“, finalizou ele, emocionado.
E como toda bela amizade, grande amor e deliciosa refeição, os preciosos momentos também são eternizados nas memórias, assim como afirma a jornalista e também paciente paliativa, Ana Michelle Soares: “se tem um jeito de a gente ser eterno, é vivendo nas pessoas”.
Receita que foi servida durante o almoço:
Linguiça embriagada do chef Nery
Ingredientes
– 1/2 quilo de linguiça fresca, fina e pura de porco;
– 4 colheres de sopa de mel;
– 1 copo de cerveja tipo pilsen;
– 1 dose de pinga, conhaque ou whisky;
– Salsa ou coentro fresco, bem picadinho.
Modo de fazer
Corte a linguiça em pedaços de 1,5 cm. Aqueça bem a frigideira e coloque o azeite de oliva e a linguiça. Quando a linguiça começar a dourar, abaixe o fogo e deixe criar o caldo (por isso é importante a linguiça ser fresca, já que o objetivo é formar bastante caldo, que é fundamental para a receita dar certo).
Quando houver bastante ‘caldo’, coloque o mel e abaixe o fogo, deixando caramelizar o mel com o caldo no fundo. Mexa um pouco, isso ajudará durante o processo.
Assim que estiver bem caramelizado (lembre-se: caramelizado não é carbonizado, não deixe queimar, mas sim ficar na cor ferrugem, bem escura). Feita a caramelização corretamente, coloque a cerveja de uma vez, desmanchando o caramelo e formando um caldo bonito, na cor marrom. Deixe o caldo reduzir até engrossar, como a espessura do mel ou um pouco mais grosso.
Nesse momento exato, jogue a pinga ou a bebida que escolheu e flambe. Use o seu método.
No momento em que o flambado se apagar, passe a linguiça para a tigela em que vai servir. Decore com a erva picada que você escolheu. Bom apetite!
O cuidado com a saúde mental é um assunto que está cada vez mais em evidência, inclusive, no ambiente de trabalho. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão ocupa o 1º lugar no ranking de doenças, quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) relatou, em relatório apresentado em 2019, que o Brasil apresenta as maiores taxas de incapacidade causada por depressão (9,3%) e ansiedade (7,5%) do continente americano. Diante desses dados preocupantes, é extremamente necessário instituir uma política de prevenção. Sabendo do aumento do índice de pessoas afetadas, o governo federal publicou em abril do ano passado, a Lei nº 13.819/2019, que regulamenta a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que estimula ainda mais iniciativas que promovem o bem-estar e a saúde mental.
Com o intuito de realizar ações ligadas ao autocuidado e inspirado pela campanha ‘Janeiro Branco’, o Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital de Amor promoveu a 1ª “Semana de Conscientização da Saúde Mental”, nos dias 20, 21, 22 e 23 de janeiro, na Santa Casa de Misericórdia de Barretos e na unidade adulta do HA. Durante a programação, ocorreram diversas atividades referentes à saúde mental, destinadas exclusivamente para os colaboradores das duas instituições, que participaram de palestras, atividades de pinturas lúdicas e ginástica laboral.
Segundo a psicóloga da instituição, Dra. Mariana Ducatti, foi a primeira vez que o HA participou da campanha ‘Janeiro Branco’, por isso, ficou definido que a ação seria voltada apenas para os funcionários e não para os pacientes, que já contam com o apoio da equipe de psicólogos do hospital. A campanha, que teve como tema “Diferentes Tipos de Cuidado”, foi promovida em parceria com os alunos do curso de psicologia, da Faculdade Barretos.
A iniciativa ‘Janeiro Branco’ foi criada em 2014, em Uberlândia (MG), por um grupo de psicólogos. A mobilização já ganhou amplitude mundial, alcançando países como Estados Unidos, Japão e Portugal. Inicialmente, o propósito da ação era convidar a população para discutir sobre felicidade e qualidade de vida. Agora, possui uma amplitude maior: janeiro foi escolhido por representar, de maneira simbólica, um mês de renovação e de novos projetos pessoais e profissionais.
Diferentes tipos de cuidado
A palestra ‘Diferentes tipos de cuidado: como identificar e como se cuidar’, ministrada por alunos do curso de psicologia e que abriu as atividades no dia 20, teve como objetivo apresentar a campanha “Janeiro Branco” e dar dicas de autocuidado. Simultaneamente, os colaboradores tiveram acesso a sessões de reiki, oferecidas por voluntários.
Luis Roberto Toneti é um dos voluntários da Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) e atua no Hospital de Amor há quatro anos. Desde 2019, ele oferece sessões no Instituto de Prevenção para as pacientes. “O reiki é uma energia de amor e nós percebemos que tudo o que é feito para os pacientes no hospital, é feito com muito zelo. Nós trabalhamos com amor e sabemos que os colaboradores da instituição têm essa missão: tratar todas as pessoas com esse sentimento. Sendo assim, nós temos o intuito de oferecer boas energias para todos”, afirmou Luís, que percebeu ótima receptividade por parte dos colaboradores.
Ao todo, 32 funcionários participaram das sessões, dentre eles, a recepcionista Lúcia Helena Domingos, que atua na instituição há sete anos. Ela, que afirmou ter saído energizada da sua primeira experiência com a técnica, também participou da ginástica laboral, no dia 22. “Adorei fazer os exercícios e espero que esta atividade possa continuar. A ginástica laboral é muito importante para ajudar a gente a relaxar e melhorar a postura”, ressaltou. No mesmo dia, a Dra. Mariana apresentou para os líderes do HA a Lei nº 13.819/2019, e aproveitou para tirar dúvidas sobre o tema.
Já a participação da equipe de terapeutas ocupacionais de ambas instituições ocorreu no dia 21, quando os profissionais preparam um momento de relaxamento durante os exercícios lúdicos, com direito a pintura e momentos de reflexão.
Para encerrar o evento, a enfermeira do departamento de psiquiatria do Hospital de Amor e instrutora de terapia cognitiva baseada em mindfulness, Caroline Krauser, foi convidada para falar sobre mindfulness e o seus benefícios, no dia 23, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata. “Mindfulness pode nos ajudar de diversas maneiras e em várias situações. Hoje, a ciência mostra que a técnica é eficaz para prevenção de sintomas depressivos, ligados à ansiedade, dor crônica, para redução do estresse e melhora da qualidade de vida, e para quem deseja estabelecer uma relação mais consciente e saudável com seus pensamentos e sentimentos”, relatou a especialista, que aplicou algumas técnicas durante a sua apresentação.
Caroline também enfatizou sobre a importância de ações focadas no bem-estar e na saúde mental. “Existem diversas campanhas de prevenção de câncer na instituição, o que é de extrema importância. Porém, nunca havíamos falado sobre saúde mental para os colaboradores. Só das pessoas perceberem o impacto da saúde mental em suas vidas e de poderem falar sobre isso no local de trabalho, já é um começo incrível”, declarou a enfermeira.
Para Laura Nunes, encarregada de hotelaria e líder do Grupo de Trabalho de Humanização, a ação foi um sucesso, pois possibilitou a integração da equipe e o surgimento de novas ideias e possíveis projetos, que poderão ampliar ainda mais o trabalho do grupo no HA ao longo do ano.