Após um longo período de pandemia, restrições, distanciamento social e diversas crises enfrentadas no mundo todo, é preciso falar, refletir e, principalmente, cuidar da saúde mental! Há 8 anos, foi criada a campanha ‘Janeiro Branco’ – responsável por divulgar as questões relacionadas à saúde mental e conscientizar toda a população sobre o tema – e, desde então, esse assunto é bastante disseminado nos meios de comunicação e discutido pelos ambientes corporativos.
Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. Já são mais de 450 milhões de pessoas afetadas diretamente por transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento.
Sabendo disso, o Hospital de Amor (que também abraça e apoia o ‘Janeiro Branco’) teve uma conversa especial com o psicólogo do HA, Ray Roberto Andrade Nascimento. Confira!
– O que é ‘Janeiro Branco’?
R.: É uma campanha que ocorre no mês de janeiro, que tem por objetivo divulgar e chamar a atenção para as questões relacionadas à saúde mental, e levar as pessoas e/ou instituições a refletir sobre a importância da temática.
– Por que janeiro foi o mês escolhido para essa campanha?
R.: A campanha foi criada em 2014, por um grupo de profissionais de psicologia no estado de Minas Gerais, em Uberlândia. O mês foi escolhido devido ao que ele representa: um ano novo, uma nova vida. Dessa forma, podemos pensar em um momento em que as pessoas refletem e constroem resoluções e metas para o ano que está por vir.
– Por que é tão importante falar e conscientizar a sociedade sobre o cuidado com a saúde mental?
R.: É importante refletir e conscientizar a sociedade sobre a saúde mental devido ao impacto que ela possui sob a vida dos indivíduos. Em 2020, nos deparamos com um movimento que acometeu mais os adolescentes com quadro depressivos, onde eles eram desafiados a realizar uma série de ações autodestrutivas, até, infelizmente cometer o suicídio. Tal movimento, nos fez refletir sobre a importância de quebrar o tabu e começar a falar mais sobre a saúde mental com os jovens. No que diz respeito ao nosso país, sabe-se que o Brasil tem maior quadro de ansiedade em comparação a demais países. Então, falar sobre saúde mental, é divulgar dados, conscientizar e quebrar tabus sobre a temática.
– Qual é a melhor forma de cuidar da saúde mental? Existem hábitos preventivos?
R.: Acredito que da mesma forma que realizamos exames médicos, odontológicos e nutricionais preventivos, é de suma importância acrescentar o profissional de psicologia na lista. Uma forma de cuidar da saúde mental, é procurando um profissional de psicologia habilitado para avaliar o seu estado mental ou investigar possíveis demandas. Há escalas e teste psicológicos que são de uso exclusivo para estes profissionais, capazes de rastrear níveis de ansiedade, depressão, qualidade de vida, entre outros. No que diz respeito à hábitos preventivos, além das visitas de rotina a um profissional de psicologia, é essencial realizar ações que são importantes para a pessoa, como atividades físicas, boa alimentação, sono em dia e suporte social, são alguns índices para uma melhor qualidade de vida.
– Como identificar se uma pessoa está precisando de ajuda?
R.: Um momento chave é quando a pessoa não está se sentindo bem e logo não sabe dizer claramente o que é. Ou mesmo quando percebe que não está conseguindo dormir bem, sente-se desmotivado, muito ansioso a ponto de estar descompensando em algo, como na alimentação, preocupação demasiada ou mesmo percebendo uma importante insatisfação consigo mesmo. Essas são alguns indícios de que é necessário procurar conversar com um profissional.
– E quando identificado, como ajudá-la?
R.: Uma vez identificado que há uma possível demanda, é importante se engajar no processo terapêutico. Destaco que é um processo, que pode ser demorado ou não. Há várias formas de se fazer psicologia, várias correntes que buscam compreender e trabalhar o ser humano e vários profissionais no campo. É importante que a pessoa se sinta confortável e acolhida pelo profissional, e confiança também. Caso isso não aconteça, é importante não desistir, mas sim procurar um outro profissional que te faça sentir bem. Durante o processo terapêutico, o profissional irá utilizar um arsenal de estratégias, que são cientificamente comprovadas e reconhecidas, para trabalhar a demanda trazida pelo paciente (Beste Potenzmittel). Por exemplo, dentro da abordagem que sigo para exercer a minha profissão, a terapia cognitiva comportamental (TCC), trabalho com o paciente os pensamentos que geram a sua ansiedade, como também técnicas comportamentais (respiração diafragmática) para manejar os sintomas físicos gerado pela ansiedade.
– Quando falamos em saúde mental, quais doenças e problemas são abrangidos?
R.: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem vários tipos de transtornos mentais e cada um deles podem se apresentar de formas diferentes. Há alteração no padrão de: pensamento, percepção, emoção, comportamento e nos relacionamentos sociais. As principais doenças são os transtornos de humor, ansiedade, alimentação, personalidade, psicótico e de uso de substâncias.
– Qual é o impacto desse cuidado o tratamento oncológico?
R.: Durante o tratamento oncológico, é de suma importância trabalhar com o paciente em sua totalidade (biopsicossocial). No que diz respeito à saúde mental do paciente em si, embora o câncer seja uma doença de ordem biológica, sabe-se que há fatores psicossociais atrelados no tratamento. No que concerne o componente psicológico, podemos pensar no medo e/ou na preocupação, sentidos não somente pelo paciente, mas também pelo familiar ou mesmo pela equipe, e nos efeitos colaterais que o tratamento pode ter, como a perda do cabelo e a possível alteração da autoestima.
– Quais dicas você dá para quem quer cuidar da saúde mental?
R.: Eu sempre digo que cuidar da saúde mental é um dos melhores investimentos que a pessoa faz para si mesma. Mas eu sempre destaco: procure trabalhar com algum psicólogo que faz você se sentir acolhido e que seja capacitado para exercer a profissão. Caso você não se identifique com o profissional ou não se sinta confortável em falar sobre alguns assuntos, procure outro. Se você realmente deseja se cuidar, se prepare para momentos acolhedores.
Há mais de 25 anos, o Hospital de Amor – que é referência em oncologia na América Latina – conta com um trabalho de relação governamental e, desde 2015, com um departamento (RELGOV – relações governamentais) que atua, exclusivamente, com os recursos obtidos por meio das emendas parlamentares. O sucesso da criação do setor foi tanto, que em seu primeiro ano de atuação a captação de recursos da instituição nessa área cresceu em mais de 200%.
Mas afinal, você sabe o que são as emendas parlamentares e como elas contribuem com o HA? Confira a entrevista que fizemos com a gerente de relações governamentais da instituição, Adriana Mariano, e saiba quanto foi arrecadado em 2020.
– O que são as emendas parlamentares?
R.: De acordo com a Constituição, emenda parlamentar é o instrumento que o Congresso Nacional possui para participar da elaboração do orçamento anual. Em outras palavras: é a oportunidade que os Deputados/Senadores têm de acrescentarem novas programações orçamentárias com o objetivo de atender as demandas das comunidades que representam. Ou seja, é por meio das emendas que Deputados Federais podem influenciar no que o dinheiro público será gasto.
No Brasil, quem elabora o orçamento (ou seja, o documento que define quanto dinheiro o governo pretende arrecadar e gastar durante o ano) é o poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos). Por isso, a participação direta dos parlamentares nessas decisões é feita por meio das emendas.
– Como elas são destinadas ao Hospital de Amor?
R.: O Hospital de Amor possui um departamento que cuida exclusivamente das relações governamentais, com os poderes executivo e legislativo. Através do RELGOV, o parlamentar conhece o trabalho que o hospital realiza e pode destinar recursos disponíveis anualmente através da Lei de Orçamento Anual (LOA), por meio de emendas individuais impositivas, emendas das bancadas federais, recursos extra orçamento e programas.
Esses recursos podem ser destinados para suprir o déficit operacional do hospital, que são chamadas ‘emendas de custeio’, e podem ser utilizados para gastos como insumos, medicamentos, aluguéis, energia, água, entre outros – exceto para pagamento de folha de pagamentos e encargos, no caso das ‘emendas individuais’. Já as ‘emendas de bancada’, há a previsibilidade por lei do pagamento de folha e encargos.
Outra forma de captação são as ‘emendas de investimento’, que viabiliza a aquisição de equipamentos de alta tecnologia, mobiliários, ambulâncias e reformas, sendo proibida a destinação para ampliações e construções.
Após a indicação do parlamentar especificando o recurso para o Hospital de Amor, o Fundo Estadual de Saúde indica o CNES das unidades hospitalares, há empenho e publicação de portarias pelo Ministério da Saúde e, após, os pagamentos dos recursos. No caso de investimentos, é indicado pelo parlamentar o CNPJ de uma das unidades do hospital (que insere nos sistemas do Governo, como por exemplo SICONV), o plano de trabalho e atende as diligências até autorização de pagamentos.
– Quem pode destiná-las?
R.: As emendas parlamentares são a forma de descentralizar o orçamento, permitindo que deputados federais, estaduais e senadores aloquem recursos para demandas específicas que os mesmos têm. Atualmente, alguns municípios estão criando orçamento impositivo, o que permite que vereadores também destinem recursos ao hospital, para custeio ou investimentos.
– De que maneira esse tipo de destinação de recursos contribui com a instituição?
R.: O Hospital de Amor é uma entidade sem fins lucrativos, que atende gratuitamente e de forma humanizada mais de 224.883 pacientes vindos de 2.335 municípios de todos os estados do país. Através das emendas parlamentares, é possível custear gastos, investir em novos projetos, ampliar a rede de atuação e atendimento, além de garantir a manutenção do serviço prestado.
– Qual a importância desses recursos para o HA?
R.: No ano de 2020, todas as unidades do HA custaram R$756.658 milhões, ou seja, R$57.553 milhões a mais do que o ano de 2019. O déficit operacional do último ano foi de R$273.008 milhões, que significa R$22.751 milhões por mês que são captados em três áreas: corporativa (através de empresas), sociedade civil e relações governamentais.
– Quanto já foi arrecadado até agora?
R.: Até o ano de 2020 (após a criação do departamento de RELGOV), foram destinados e pagos o valor de R$605.507.841,83 (milhões).
2015: R$6.472.394,00
2016: R$41.201,233,00
2017: R$43.767.916,00
2018: R$113.852.629,00
2019: R$190.137.510,83
2020: R$210.076.159,00
– Qual a expectativa de arrecadação para 2021?
R.: A previsão para o ano de 2021 é de R$307.135.617,00.
– A solidariedade dos políticos aumentou nos últimos anos?
R.: Sim! Com o trabalho realizado no Congresso Nacional, junto a todos os estados e o Distrito Federal e Ministérios, levando todas as demandas do Hospital de Amor, cada vez mais parlamentares e autoridades se sensibilizam com a causa.
“Cada ajuda recebida por parlamentares e autoridades em toda história do Hospital de Amor, faz a diferença na vida de milhares de pacientes atendidos na prevenção e no tratamento de câncer. A equipe de RELGOV, representada pelo presidente Henrique Prata, agradece cada recurso destinado para salvar vidas e reforça que o HA atende todos os estados, o Distrito Federal e pode receber recursos de toda a parte do Brasil.
Parlamentar, seja amigo do Hospital de Amor e destine recursos para salvar vidas através do telefone (17)99618-8177”, finalizou Adriana.
O Hospital de Amor, que é referência em oncologia na América Latina, também atua na saúde básica e atendimento primário. Há mais de 3 anos, a instituição desenvolveu um projeto piloto nas cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Barretos (SP), que são geridas pelo HA. O trabalho constitui no estudo: “Rastreamento do câncer de pele através da Teledermatologia”, premiado e financiado por uma das maiores biofarmacêuticas do mundo, a Bristol Myers Squibb Foundation, onde o paciente da atenção primária é assistido, sendo possível identificar nele lesões suspeitas de câncer de pele.
Por meio do financiamento, o projeto viabilizou a compra de equipamentos, como smartphones com câmeras digitais e dermatoscópios (aparelhos para avaliar lesões de pele), munindo assim as UBSs e desenvolvendo cursos de capacitação em oncologia dermatológica para os profissionais de saúde, com o objetivo de expandir esse tipo de atendimento para todos os municípios da Diretor Regional de Saúde de Barretos (DRS-5).
Como o trabalho é realizado
Os profissionais de saúde encaminham imagens clínicas e dermatoscópicas das lesões suspeitas (com o consentimento do paciente da atenção primária) e os dermatologistas do Hospital de Amor avaliam as imagens e fornecem um laudo médico. Se a lesão for considerada suspeita para o diagnóstico de câncer de pele, é agendada uma consulta com a equipe especializada da instituição. Graças à esse fluxo, o paciente é encaminhado diretamente da atenção primária, para o HA. “Quando estamos falando em câncer de pele, o tempo até o tratamento adequado tem impacto grande na morbidade e na mortalidade da doença, principalmente no câncer de pele do tipo melanoma. Assim, o quanto mais assertivo e precoce for o diagnóstico, maior a chance do paciente no tratamento”, destacou a dermatologista do hospital e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dra. Cristiane Cárcano.
Há mais de 20 anos atuando em prevenção de câncer, o HA desenvolve um trabalho de capacitação contínua dos profissionais de saúde e fornece tecnologia de ponta aos que atuam na atenção primária, para que possam capturar imagens de qualidade e enviá-las para avaliação médica especializada, garantindo a atualização de uma plataforma de teledermatologia para o recebimento dos dados e imagens dos pacientes de maneira segura.
Segundo a médica, o câncer de pele é o tipo mais comum da doença em toda população e os números aumentam a cada ano. “É considerado um grande problema em saúde pública, pois os gastos com o tratamento deste câncer são muito elevados, principalmente quando estamos falando de melanoma avançado. Encurtar a jornada do paciente e melhorar a triagem de lesões suspeitas de câncer de pele, são os pontos fundamentais deste projeto e, isto, pode impactar na redução de custos e na melhora da qualidade de vida e diminuição da morbidade e da mortalidade dos pacientes”, finalizou Dra. Cristiane.
O Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos) torna público que realizará, na forma prevista na Legislação Federal pertinente e normativas da CNRM – Comissão Nacional de Residência Médica, especialmente a Resolução nº 2 de 27 de agosto de 2015 e Nota Técnica nº 94/2015, a abertura de inscrições ao PROCESSO DE SELEÇÃO para o preenchimento de vagas de Residência Médica em Transplante de Medula Óssea . As inscrições estarão disponíveis de 15/10/2020 a 11/12/2020.
Confira aqui p edital completo e as informações detalhadas sobre o processo seletivo.
População: 122.098 – Atendimentos: 6.000
Novos tempos, mas a solidariedade daqueles que acreditam na causa do Hospital de Amor continua a mesma! A pandemia do novo coronavírus pressionou o sistema de saúde no Brasil e o impacto atingiu áreas indiretamente ligadas à COVlD-19. Diante do atual cenário, diversas ações on-line estão sendo realizadas em prol da instituição. No último dia 6 de junho, aconteceu a 1ª edição do “Leilão Virtual Direito de Viver”, organizado pelo Hospital de Amor, com o apoio de voluntários. O evento, que arrecadou 300 cabeças de gado e outros animais, entre equinos, muares, ovinos e asininos, além de maquinários agrícolas e outros veículos, foi transmitido pelos canais Lance Rural, Remate Web, Virtual Leilões e Programa Leilões. E o resultado foi histórico: R$ 1.321.405,00! Do valor total, R$ 66.500,00 foram de doações diretas e R$ 1.254.905,00, no arremate de gado e implementos agrícolas.
Após o sucesso do 1º “Leilão Virtual Direito de Viver”, foi a vez de realizar o Leilão Virtual “Direito de Viver” Musical em prol da instituição. O evento, que aconteceu virtualmente, com transmissão feita pelo Canal Rural, Lance Rural e Remate Web, no dia 12 de junho, contou com participação especial do presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, e show da dupla Rionegro & Solimões, parceiros de longa data da entidade. O resultado superou as expectativas: R$ 968.099,99.
O Hospital de Amor agradece a todos que tornaram esses dois eventos possíveis! Juntos, superaremos esse momento tão difícil!
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
O Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor, lançou na última quinta-feira, dia 5, o “Guia de Educação em Saúde e Câncer”, desenvolvido em parceria com o Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio – SESC. O livro, que começou a ser estruturado há dois anos, é o único deste formato no Brasil e tem como principal objetivo oferecer suporte teórico e prático para ações de Educação em Saúde, sobretudo dentro da temática câncer.
“A temática Educação em Saúde é muito ampla, mas nós tentamos fazer um resgate histórico global, afunilando para América Latina e Brasil, finalizando com a análise dos trabalhos desenvolvidos pelo e no Hospital de Amor durante seus quase 60 anos”, detalhou o coordenador do NEC, Gerson Lúcio Vieira. O guia, que também será disponibilizado em formato digital, traça uma linha do tempo desde a fundação da instituição e conceitua as práticas de atenção ao câncer, até culminar nas ações de educação em saúde desenvolvidas com este viés.
O evento reuniu seis secretários de educação e a diretora de ensino da região de Barretos, além de mais de 150 professores, diretores e coordenadores de escolas de toda região, e também marcou a apresentação da Agenda 2020 do “Programa de Educação em Saúde e Câncer nas Escolas (PESCE)”, que une 12 projetos do NEC desenvolvidos exclusivamente para o ambiente escolar.
Com o intuito de motivar os educadores e ampliar o conhecimento sobre novos métodos de aprendizado, o NEC trouxe para o lançamento a palestra “Jogos Digitais como estratégia para a Educação e a Saúde”, ministrada por Tiago Eugênio, biólogo formado pela UNESP, com mestrado em psicobiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Cozinhar é uma arte que envolve talento, disciplina e, principalmente, muito amor. Poder reunir amigos queridos e familiares à mesa e servir uma deliciosa refeição é um momento muito especial. Foi isso que o paciente Pedro Bartholo Nery, 55 anos, fez na última quinta-feira, 20 de fevereiro, no IRCAD América Latina – centro de treinamento que faz parte do complexo do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
Nery, que é consultor de orçamento, iniciou tratamento no HA em agosto de 2019, quando foi diagnosticado com um tumor no intestino. Desde então, ele enfrenta uma das suas mais difíceis batalhas: a luta contra o câncer. Muito simpático e bom de papo, ele começou seu tratamento paliativo no Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA) na segunda quinzena de fevereiro deste ano, após ser diagnosticado com metástase no pulmão. E foi durante um de seus papos descontraídos com a equipe da unidade que Nery foi questionado sobre qual seria o seu maior sonho e o que ele gostaria de fazer. Sem titubear, o paciente disse que desejava entrar em uma cozinha e comandar uma equipe de cozinheiros. “A minha paixão é a gastronomia, embora eu nunca tenha feito faculdade, eu nasci com esse dom. E não sou eu quem falo, não. Os meus amigos chefs sempre me pedem conselhos”, afirmou ele, que comandou um Pub, quando tinha 21 anos, em Brasília (DF).
Enquanto pedia alimentos específicos e dava atribuições, a ansiedade de Nery era visível. A alegria dele em poder cozinhar novamente também foi motivo de felicidade para todos os envolvidos nessa ação especial, dentre eles, as cozinheiras do IRCAD e a equipe multiprofissional do HA. Segundo a enfermeira do Hospital São Judas Tadeu, Nayara Silva, foi muito gratificante ver a animação e o brilho nos olhos do paciente. “Em nossa unidade, nós sempre promovemos eventos que visam proporcionar bem-estar tantos dos pacientes, quanto dos acompanhantes”, relatou a profissional, que acompanhou esse momento e ficou à disposição de Nery durante toda o evento, auxiliando o paciente sempre que necessário.
Já que Pedro Nery acredita que para haver uma boa comida é necessário contar com uma ótima equipe, é claro que não podiam faltar importantes escudeiras. Devido à fragilidade do paciente, em decorrência do tratamento, o ‘chef do dia’ contou com a ajuda das cozinheiras do IRCAD, Divina Ferreira, Gessica Burgheti e Sandra Gomes, que trabalharam com todo carinho e dedicação. Afinal, todos estavam reunidos com o mesmo propósito: celebrar a vida. “Poder auxiliar um paciente que deseja cozinhar é gratificante. Nem sempre podemos ajudar todos, mas fico muito contente. Para mim, hoje é um dia de muita satisfação”, contou com os olhos marejados a simpática Divina, cozinheira que comanda a cozinha do IRCAD há nove anos.
Um amor que tempera a vida
Casada oficialmente com Nery há dois anos, Silvia Souto mostra toda orgulhosa as fotos dos pratos preparados pelo marido. “Em casa, ele é o chef. O Pedro domina massas, doces, comida oriental e panificação em geral. Sempre que viajamos e quando pode, ele faz questão de pescar o alimento e preparar a refeição na hora. Tudo sempre muito fresco e feito com muito carinho. Nós temos cinco filhos lindos, dos nossos primeiros relacionamentos, mas eu sei que nós somos uma família muito unida. E tudo isso que enfrentamos nos fortalece ainda mais”, explicou a esposa, que aproveitou para tirar várias fotos enquanto o marido comandava a cozinha.
Silvia relatou já ter ouvido falar sobre o HA anteriormente, mas quando chegou na unidade e viu todo o tratamento que é oferecido, não restou outra alternativa além de admirar o trabalho realizado na instituição. “Aqui, em Barretos, eu me encantei. Em cada profissional, em cada gesto, só consigo ver carinho e amor. Ao ver o trabalho das pessoas do Hospital de Amor, eu voltei a acreditar na humanidade. A gente vê tanta notícia ruim, mas aqui no hospital eu aprendi a acreditar na bondade do ser humano novamente. Só posso agradecer por tudo que vocês fazem por nós”, disse emocionada.
Quando questionado sobre qual chef ele mais admira, Nery afirma gostar do chef Érick Jacquin, devido à vontade dele de valorizar ainda mais a cozinha tradicional. Ele também demonstra empolgação ao falar do lançamento do seu livro, cujo conteúdo terá 100 receitas autorais.
Após todo o cuidadoso preparo dos alimentos, o almoço especial foi servido para ele, sua esposa e para toda a equipe de profissionais que cuida dele no Hospital São Judas Tadeu, dentre eles: médico, assistente social, enfermeiras, fisioterapeutas e todos aqueles que ganharam a admiração do casal de Brasília, que proporcionou um momento lindo, dando mais sabor à vida. Com muito afeto e gentileza de todos, a refeição foi selada com um emocionante brinde: “Eu quero fazer um brinde à humanidade, porque nós somos seres humanos e, em um momento de dor e sofrimento, é disso que precisamos. Tenho a certeza de que esse momento valeu muito mais do que qualquer remédio que eu já tomei no hospital. Por isso, um brinde à humanidade“, finalizou ele, emocionado.
E como toda bela amizade, grande amor e deliciosa refeição, os preciosos momentos também são eternizados nas memórias, assim como afirma a jornalista e também paciente paliativa, Ana Michelle Soares: “se tem um jeito de a gente ser eterno, é vivendo nas pessoas”.
Receita que foi servida durante o almoço:
Linguiça embriagada do chef Nery
Ingredientes
– 1/2 quilo de linguiça fresca, fina e pura de porco;
– 4 colheres de sopa de mel;
– 1 copo de cerveja tipo pilsen;
– 1 dose de pinga, conhaque ou whisky;
– Salsa ou coentro fresco, bem picadinho.
Modo de fazer
Corte a linguiça em pedaços de 1,5 cm. Aqueça bem a frigideira e coloque o azeite de oliva e a linguiça. Quando a linguiça começar a dourar, abaixe o fogo e deixe criar o caldo (por isso é importante a linguiça ser fresca, já que o objetivo é formar bastante caldo, que é fundamental para a receita dar certo).
Quando houver bastante ‘caldo’, coloque o mel e abaixe o fogo, deixando caramelizar o mel com o caldo no fundo. Mexa um pouco, isso ajudará durante o processo.
Assim que estiver bem caramelizado (lembre-se: caramelizado não é carbonizado, não deixe queimar, mas sim ficar na cor ferrugem, bem escura). Feita a caramelização corretamente, coloque a cerveja de uma vez, desmanchando o caramelo e formando um caldo bonito, na cor marrom. Deixe o caldo reduzir até engrossar, como a espessura do mel ou um pouco mais grosso.
Nesse momento exato, jogue a pinga ou a bebida que escolheu e flambe. Use o seu método.
No momento em que o flambado se apagar, passe a linguiça para a tigela em que vai servir. Decore com a erva picada que você escolheu. Bom apetite!
O cuidado com a saúde mental é um assunto que está cada vez mais em evidência, inclusive, no ambiente de trabalho. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão ocupa o 1º lugar no ranking de doenças, quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) relatou, em relatório apresentado em 2019, que o Brasil apresenta as maiores taxas de incapacidade causada por depressão (9,3%) e ansiedade (7,5%) do continente americano. Diante desses dados preocupantes, é extremamente necessário instituir uma política de prevenção. Sabendo do aumento do índice de pessoas afetadas, o governo federal publicou em abril do ano passado, a Lei nº 13.819/2019, que regulamenta a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que estimula ainda mais iniciativas que promovem o bem-estar e a saúde mental.
Com o intuito de realizar ações ligadas ao autocuidado e inspirado pela campanha ‘Janeiro Branco’, o Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital de Amor promoveu a 1ª “Semana de Conscientização da Saúde Mental”, nos dias 20, 21, 22 e 23 de janeiro, na Santa Casa de Misericórdia de Barretos e na unidade adulta do HA. Durante a programação, ocorreram diversas atividades referentes à saúde mental, destinadas exclusivamente para os colaboradores das duas instituições, que participaram de palestras, atividades de pinturas lúdicas e ginástica laboral.
Segundo a psicóloga da instituição, Dra. Mariana Ducatti, foi a primeira vez que o HA participou da campanha ‘Janeiro Branco’, por isso, ficou definido que a ação seria voltada apenas para os funcionários e não para os pacientes, que já contam com o apoio da equipe de psicólogos do hospital. A campanha, que teve como tema “Diferentes Tipos de Cuidado”, foi promovida em parceria com os alunos do curso de psicologia, da Faculdade Barretos.
A iniciativa ‘Janeiro Branco’ foi criada em 2014, em Uberlândia (MG), por um grupo de psicólogos. A mobilização já ganhou amplitude mundial, alcançando países como Estados Unidos, Japão e Portugal. Inicialmente, o propósito da ação era convidar a população para discutir sobre felicidade e qualidade de vida. Agora, possui uma amplitude maior: janeiro foi escolhido por representar, de maneira simbólica, um mês de renovação e de novos projetos pessoais e profissionais.
Diferentes tipos de cuidado
A palestra ‘Diferentes tipos de cuidado: como identificar e como se cuidar’, ministrada por alunos do curso de psicologia e que abriu as atividades no dia 20, teve como objetivo apresentar a campanha “Janeiro Branco” e dar dicas de autocuidado. Simultaneamente, os colaboradores tiveram acesso a sessões de reiki, oferecidas por voluntários.
Luis Roberto Toneti é um dos voluntários da Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) e atua no Hospital de Amor há quatro anos. Desde 2019, ele oferece sessões no Instituto de Prevenção para as pacientes. “O reiki é uma energia de amor e nós percebemos que tudo o que é feito para os pacientes no hospital, é feito com muito zelo. Nós trabalhamos com amor e sabemos que os colaboradores da instituição têm essa missão: tratar todas as pessoas com esse sentimento. Sendo assim, nós temos o intuito de oferecer boas energias para todos”, afirmou Luís, que percebeu ótima receptividade por parte dos colaboradores.
Ao todo, 32 funcionários participaram das sessões, dentre eles, a recepcionista Lúcia Helena Domingos, que atua na instituição há sete anos. Ela, que afirmou ter saído energizada da sua primeira experiência com a técnica, também participou da ginástica laboral, no dia 22. “Adorei fazer os exercícios e espero que esta atividade possa continuar. A ginástica laboral é muito importante para ajudar a gente a relaxar e melhorar a postura”, ressaltou. No mesmo dia, a Dra. Mariana apresentou para os líderes do HA a Lei nº 13.819/2019, e aproveitou para tirar dúvidas sobre o tema.
Já a participação da equipe de terapeutas ocupacionais de ambas instituições ocorreu no dia 21, quando os profissionais preparam um momento de relaxamento durante os exercícios lúdicos, com direito a pintura e momentos de reflexão.
Para encerrar o evento, a enfermeira do departamento de psiquiatria do Hospital de Amor e instrutora de terapia cognitiva baseada em mindfulness, Caroline Krauser, foi convidada para falar sobre mindfulness e o seus benefícios, no dia 23, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata. “Mindfulness pode nos ajudar de diversas maneiras e em várias situações. Hoje, a ciência mostra que a técnica é eficaz para prevenção de sintomas depressivos, ligados à ansiedade, dor crônica, para redução do estresse e melhora da qualidade de vida, e para quem deseja estabelecer uma relação mais consciente e saudável com seus pensamentos e sentimentos”, relatou a especialista, que aplicou algumas técnicas durante a sua apresentação.
Caroline também enfatizou sobre a importância de ações focadas no bem-estar e na saúde mental. “Existem diversas campanhas de prevenção de câncer na instituição, o que é de extrema importância. Porém, nunca havíamos falado sobre saúde mental para os colaboradores. Só das pessoas perceberem o impacto da saúde mental em suas vidas e de poderem falar sobre isso no local de trabalho, já é um começo incrível”, declarou a enfermeira.
Para Laura Nunes, encarregada de hotelaria e líder do Grupo de Trabalho de Humanização, a ação foi um sucesso, pois possibilitou a integração da equipe e o surgimento de novas ideias e possíveis projetos, que poderão ampliar ainda mais o trabalho do grupo no HA ao longo do ano.
Após um longo período de pandemia, restrições, distanciamento social e diversas crises enfrentadas no mundo todo, é preciso falar, refletir e, principalmente, cuidar da saúde mental! Há 8 anos, foi criada a campanha ‘Janeiro Branco’ – responsável por divulgar as questões relacionadas à saúde mental e conscientizar toda a população sobre o tema – e, desde então, esse assunto é bastante disseminado nos meios de comunicação e discutido pelos ambientes corporativos.
Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. Já são mais de 450 milhões de pessoas afetadas diretamente por transtornos mentais, a maioria delas nos países em desenvolvimento.
Sabendo disso, o Hospital de Amor (que também abraça e apoia o ‘Janeiro Branco’) teve uma conversa especial com o psicólogo do HA, Ray Roberto Andrade Nascimento. Confira!
– O que é ‘Janeiro Branco’?
R.: É uma campanha que ocorre no mês de janeiro, que tem por objetivo divulgar e chamar a atenção para as questões relacionadas à saúde mental, e levar as pessoas e/ou instituições a refletir sobre a importância da temática.
– Por que janeiro foi o mês escolhido para essa campanha?
R.: A campanha foi criada em 2014, por um grupo de profissionais de psicologia no estado de Minas Gerais, em Uberlândia. O mês foi escolhido devido ao que ele representa: um ano novo, uma nova vida. Dessa forma, podemos pensar em um momento em que as pessoas refletem e constroem resoluções e metas para o ano que está por vir.
– Por que é tão importante falar e conscientizar a sociedade sobre o cuidado com a saúde mental?
R.: É importante refletir e conscientizar a sociedade sobre a saúde mental devido ao impacto que ela possui sob a vida dos indivíduos. Em 2020, nos deparamos com um movimento que acometeu mais os adolescentes com quadro depressivos, onde eles eram desafiados a realizar uma série de ações autodestrutivas, até, infelizmente cometer o suicídio. Tal movimento, nos fez refletir sobre a importância de quebrar o tabu e começar a falar mais sobre a saúde mental com os jovens. No que diz respeito ao nosso país, sabe-se que o Brasil tem maior quadro de ansiedade em comparação a demais países. Então, falar sobre saúde mental, é divulgar dados, conscientizar e quebrar tabus sobre a temática.
– Qual é a melhor forma de cuidar da saúde mental? Existem hábitos preventivos?
R.: Acredito que da mesma forma que realizamos exames médicos, odontológicos e nutricionais preventivos, é de suma importância acrescentar o profissional de psicologia na lista. Uma forma de cuidar da saúde mental, é procurando um profissional de psicologia habilitado para avaliar o seu estado mental ou investigar possíveis demandas. Há escalas e teste psicológicos que são de uso exclusivo para estes profissionais, capazes de rastrear níveis de ansiedade, depressão, qualidade de vida, entre outros. No que diz respeito à hábitos preventivos, além das visitas de rotina a um profissional de psicologia, é essencial realizar ações que são importantes para a pessoa, como atividades físicas, boa alimentação, sono em dia e suporte social, são alguns índices para uma melhor qualidade de vida.
– Como identificar se uma pessoa está precisando de ajuda?
R.: Um momento chave é quando a pessoa não está se sentindo bem e logo não sabe dizer claramente o que é. Ou mesmo quando percebe que não está conseguindo dormir bem, sente-se desmotivado, muito ansioso a ponto de estar descompensando em algo, como na alimentação, preocupação demasiada ou mesmo percebendo uma importante insatisfação consigo mesmo. Essas são alguns indícios de que é necessário procurar conversar com um profissional.
– E quando identificado, como ajudá-la?
R.: Uma vez identificado que há uma possível demanda, é importante se engajar no processo terapêutico. Destaco que é um processo, que pode ser demorado ou não. Há várias formas de se fazer psicologia, várias correntes que buscam compreender e trabalhar o ser humano e vários profissionais no campo. É importante que a pessoa se sinta confortável e acolhida pelo profissional, e confiança também. Caso isso não aconteça, é importante não desistir, mas sim procurar um outro profissional que te faça sentir bem. Durante o processo terapêutico, o profissional irá utilizar um arsenal de estratégias, que são cientificamente comprovadas e reconhecidas, para trabalhar a demanda trazida pelo paciente (Beste Potenzmittel). Por exemplo, dentro da abordagem que sigo para exercer a minha profissão, a terapia cognitiva comportamental (TCC), trabalho com o paciente os pensamentos que geram a sua ansiedade, como também técnicas comportamentais (respiração diafragmática) para manejar os sintomas físicos gerado pela ansiedade.
– Quando falamos em saúde mental, quais doenças e problemas são abrangidos?
R.: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem vários tipos de transtornos mentais e cada um deles podem se apresentar de formas diferentes. Há alteração no padrão de: pensamento, percepção, emoção, comportamento e nos relacionamentos sociais. As principais doenças são os transtornos de humor, ansiedade, alimentação, personalidade, psicótico e de uso de substâncias.
– Qual é o impacto desse cuidado o tratamento oncológico?
R.: Durante o tratamento oncológico, é de suma importância trabalhar com o paciente em sua totalidade (biopsicossocial). No que diz respeito à saúde mental do paciente em si, embora o câncer seja uma doença de ordem biológica, sabe-se que há fatores psicossociais atrelados no tratamento. No que concerne o componente psicológico, podemos pensar no medo e/ou na preocupação, sentidos não somente pelo paciente, mas também pelo familiar ou mesmo pela equipe, e nos efeitos colaterais que o tratamento pode ter, como a perda do cabelo e a possível alteração da autoestima.
– Quais dicas você dá para quem quer cuidar da saúde mental?
R.: Eu sempre digo que cuidar da saúde mental é um dos melhores investimentos que a pessoa faz para si mesma. Mas eu sempre destaco: procure trabalhar com algum psicólogo que faz você se sentir acolhido e que seja capacitado para exercer a profissão. Caso você não se identifique com o profissional ou não se sinta confortável em falar sobre alguns assuntos, procure outro. Se você realmente deseja se cuidar, se prepare para momentos acolhedores.
Há mais de 25 anos, o Hospital de Amor – que é referência em oncologia na América Latina – conta com um trabalho de relação governamental e, desde 2015, com um departamento (RELGOV – relações governamentais) que atua, exclusivamente, com os recursos obtidos por meio das emendas parlamentares. O sucesso da criação do setor foi tanto, que em seu primeiro ano de atuação a captação de recursos da instituição nessa área cresceu em mais de 200%.
Mas afinal, você sabe o que são as emendas parlamentares e como elas contribuem com o HA? Confira a entrevista que fizemos com a gerente de relações governamentais da instituição, Adriana Mariano, e saiba quanto foi arrecadado em 2020.
– O que são as emendas parlamentares?
R.: De acordo com a Constituição, emenda parlamentar é o instrumento que o Congresso Nacional possui para participar da elaboração do orçamento anual. Em outras palavras: é a oportunidade que os Deputados/Senadores têm de acrescentarem novas programações orçamentárias com o objetivo de atender as demandas das comunidades que representam. Ou seja, é por meio das emendas que Deputados Federais podem influenciar no que o dinheiro público será gasto.
No Brasil, quem elabora o orçamento (ou seja, o documento que define quanto dinheiro o governo pretende arrecadar e gastar durante o ano) é o poder Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos). Por isso, a participação direta dos parlamentares nessas decisões é feita por meio das emendas.
– Como elas são destinadas ao Hospital de Amor?
R.: O Hospital de Amor possui um departamento que cuida exclusivamente das relações governamentais, com os poderes executivo e legislativo. Através do RELGOV, o parlamentar conhece o trabalho que o hospital realiza e pode destinar recursos disponíveis anualmente através da Lei de Orçamento Anual (LOA), por meio de emendas individuais impositivas, emendas das bancadas federais, recursos extra orçamento e programas.
Esses recursos podem ser destinados para suprir o déficit operacional do hospital, que são chamadas ‘emendas de custeio’, e podem ser utilizados para gastos como insumos, medicamentos, aluguéis, energia, água, entre outros – exceto para pagamento de folha de pagamentos e encargos, no caso das ‘emendas individuais’. Já as ‘emendas de bancada’, há a previsibilidade por lei do pagamento de folha e encargos.
Outra forma de captação são as ‘emendas de investimento’, que viabiliza a aquisição de equipamentos de alta tecnologia, mobiliários, ambulâncias e reformas, sendo proibida a destinação para ampliações e construções.
Após a indicação do parlamentar especificando o recurso para o Hospital de Amor, o Fundo Estadual de Saúde indica o CNES das unidades hospitalares, há empenho e publicação de portarias pelo Ministério da Saúde e, após, os pagamentos dos recursos. No caso de investimentos, é indicado pelo parlamentar o CNPJ de uma das unidades do hospital (que insere nos sistemas do Governo, como por exemplo SICONV), o plano de trabalho e atende as diligências até autorização de pagamentos.
– Quem pode destiná-las?
R.: As emendas parlamentares são a forma de descentralizar o orçamento, permitindo que deputados federais, estaduais e senadores aloquem recursos para demandas específicas que os mesmos têm. Atualmente, alguns municípios estão criando orçamento impositivo, o que permite que vereadores também destinem recursos ao hospital, para custeio ou investimentos.
– De que maneira esse tipo de destinação de recursos contribui com a instituição?
R.: O Hospital de Amor é uma entidade sem fins lucrativos, que atende gratuitamente e de forma humanizada mais de 224.883 pacientes vindos de 2.335 municípios de todos os estados do país. Através das emendas parlamentares, é possível custear gastos, investir em novos projetos, ampliar a rede de atuação e atendimento, além de garantir a manutenção do serviço prestado.
– Qual a importância desses recursos para o HA?
R.: No ano de 2020, todas as unidades do HA custaram R$756.658 milhões, ou seja, R$57.553 milhões a mais do que o ano de 2019. O déficit operacional do último ano foi de R$273.008 milhões, que significa R$22.751 milhões por mês que são captados em três áreas: corporativa (através de empresas), sociedade civil e relações governamentais.
– Quanto já foi arrecadado até agora?
R.: Até o ano de 2020 (após a criação do departamento de RELGOV), foram destinados e pagos o valor de R$605.507.841,83 (milhões).
2015: R$6.472.394,00
2016: R$41.201,233,00
2017: R$43.767.916,00
2018: R$113.852.629,00
2019: R$190.137.510,83
2020: R$210.076.159,00
– Qual a expectativa de arrecadação para 2021?
R.: A previsão para o ano de 2021 é de R$307.135.617,00.
– A solidariedade dos políticos aumentou nos últimos anos?
R.: Sim! Com o trabalho realizado no Congresso Nacional, junto a todos os estados e o Distrito Federal e Ministérios, levando todas as demandas do Hospital de Amor, cada vez mais parlamentares e autoridades se sensibilizam com a causa.
“Cada ajuda recebida por parlamentares e autoridades em toda história do Hospital de Amor, faz a diferença na vida de milhares de pacientes atendidos na prevenção e no tratamento de câncer. A equipe de RELGOV, representada pelo presidente Henrique Prata, agradece cada recurso destinado para salvar vidas e reforça que o HA atende todos os estados, o Distrito Federal e pode receber recursos de toda a parte do Brasil.
Parlamentar, seja amigo do Hospital de Amor e destine recursos para salvar vidas através do telefone (17)99618-8177”, finalizou Adriana.
O Hospital de Amor, que é referência em oncologia na América Latina, também atua na saúde básica e atendimento primário. Há mais de 3 anos, a instituição desenvolveu um projeto piloto nas cinco Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Barretos (SP), que são geridas pelo HA. O trabalho constitui no estudo: “Rastreamento do câncer de pele através da Teledermatologia”, premiado e financiado por uma das maiores biofarmacêuticas do mundo, a Bristol Myers Squibb Foundation, onde o paciente da atenção primária é assistido, sendo possível identificar nele lesões suspeitas de câncer de pele.
Por meio do financiamento, o projeto viabilizou a compra de equipamentos, como smartphones com câmeras digitais e dermatoscópios (aparelhos para avaliar lesões de pele), munindo assim as UBSs e desenvolvendo cursos de capacitação em oncologia dermatológica para os profissionais de saúde, com o objetivo de expandir esse tipo de atendimento para todos os municípios da Diretor Regional de Saúde de Barretos (DRS-5).
Como o trabalho é realizado
Os profissionais de saúde encaminham imagens clínicas e dermatoscópicas das lesões suspeitas (com o consentimento do paciente da atenção primária) e os dermatologistas do Hospital de Amor avaliam as imagens e fornecem um laudo médico. Se a lesão for considerada suspeita para o diagnóstico de câncer de pele, é agendada uma consulta com a equipe especializada da instituição. Graças à esse fluxo, o paciente é encaminhado diretamente da atenção primária, para o HA. “Quando estamos falando em câncer de pele, o tempo até o tratamento adequado tem impacto grande na morbidade e na mortalidade da doença, principalmente no câncer de pele do tipo melanoma. Assim, o quanto mais assertivo e precoce for o diagnóstico, maior a chance do paciente no tratamento”, destacou a dermatologista do hospital e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dra. Cristiane Cárcano.
Há mais de 20 anos atuando em prevenção de câncer, o HA desenvolve um trabalho de capacitação contínua dos profissionais de saúde e fornece tecnologia de ponta aos que atuam na atenção primária, para que possam capturar imagens de qualidade e enviá-las para avaliação médica especializada, garantindo a atualização de uma plataforma de teledermatologia para o recebimento dos dados e imagens dos pacientes de maneira segura.
Segundo a médica, o câncer de pele é o tipo mais comum da doença em toda população e os números aumentam a cada ano. “É considerado um grande problema em saúde pública, pois os gastos com o tratamento deste câncer são muito elevados, principalmente quando estamos falando de melanoma avançado. Encurtar a jornada do paciente e melhorar a triagem de lesões suspeitas de câncer de pele, são os pontos fundamentais deste projeto e, isto, pode impactar na redução de custos e na melhora da qualidade de vida e diminuição da morbidade e da mortalidade dos pacientes”, finalizou Dra. Cristiane.
O Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos) torna público que realizará, na forma prevista na Legislação Federal pertinente e normativas da CNRM – Comissão Nacional de Residência Médica, especialmente a Resolução nº 2 de 27 de agosto de 2015 e Nota Técnica nº 94/2015, a abertura de inscrições ao PROCESSO DE SELEÇÃO para o preenchimento de vagas de Residência Médica em Transplante de Medula Óssea . As inscrições estarão disponíveis de 15/10/2020 a 11/12/2020.
Confira aqui p edital completo e as informações detalhadas sobre o processo seletivo.
População: 122.098 – Atendimentos: 6.000
Novos tempos, mas a solidariedade daqueles que acreditam na causa do Hospital de Amor continua a mesma! A pandemia do novo coronavírus pressionou o sistema de saúde no Brasil e o impacto atingiu áreas indiretamente ligadas à COVlD-19. Diante do atual cenário, diversas ações on-line estão sendo realizadas em prol da instituição. No último dia 6 de junho, aconteceu a 1ª edição do “Leilão Virtual Direito de Viver”, organizado pelo Hospital de Amor, com o apoio de voluntários. O evento, que arrecadou 300 cabeças de gado e outros animais, entre equinos, muares, ovinos e asininos, além de maquinários agrícolas e outros veículos, foi transmitido pelos canais Lance Rural, Remate Web, Virtual Leilões e Programa Leilões. E o resultado foi histórico: R$ 1.321.405,00! Do valor total, R$ 66.500,00 foram de doações diretas e R$ 1.254.905,00, no arremate de gado e implementos agrícolas.
Após o sucesso do 1º “Leilão Virtual Direito de Viver”, foi a vez de realizar o Leilão Virtual “Direito de Viver” Musical em prol da instituição. O evento, que aconteceu virtualmente, com transmissão feita pelo Canal Rural, Lance Rural e Remate Web, no dia 12 de junho, contou com participação especial do presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, e show da dupla Rionegro & Solimões, parceiros de longa data da entidade. O resultado superou as expectativas: R$ 968.099,99.
O Hospital de Amor agradece a todos que tornaram esses dois eventos possíveis! Juntos, superaremos esse momento tão difícil!
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
O Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor, lançou na última quinta-feira, dia 5, o “Guia de Educação em Saúde e Câncer”, desenvolvido em parceria com o Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio – SESC. O livro, que começou a ser estruturado há dois anos, é o único deste formato no Brasil e tem como principal objetivo oferecer suporte teórico e prático para ações de Educação em Saúde, sobretudo dentro da temática câncer.
“A temática Educação em Saúde é muito ampla, mas nós tentamos fazer um resgate histórico global, afunilando para América Latina e Brasil, finalizando com a análise dos trabalhos desenvolvidos pelo e no Hospital de Amor durante seus quase 60 anos”, detalhou o coordenador do NEC, Gerson Lúcio Vieira. O guia, que também será disponibilizado em formato digital, traça uma linha do tempo desde a fundação da instituição e conceitua as práticas de atenção ao câncer, até culminar nas ações de educação em saúde desenvolvidas com este viés.
O evento reuniu seis secretários de educação e a diretora de ensino da região de Barretos, além de mais de 150 professores, diretores e coordenadores de escolas de toda região, e também marcou a apresentação da Agenda 2020 do “Programa de Educação em Saúde e Câncer nas Escolas (PESCE)”, que une 12 projetos do NEC desenvolvidos exclusivamente para o ambiente escolar.
Com o intuito de motivar os educadores e ampliar o conhecimento sobre novos métodos de aprendizado, o NEC trouxe para o lançamento a palestra “Jogos Digitais como estratégia para a Educação e a Saúde”, ministrada por Tiago Eugênio, biólogo formado pela UNESP, com mestrado em psicobiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Cozinhar é uma arte que envolve talento, disciplina e, principalmente, muito amor. Poder reunir amigos queridos e familiares à mesa e servir uma deliciosa refeição é um momento muito especial. Foi isso que o paciente Pedro Bartholo Nery, 55 anos, fez na última quinta-feira, 20 de fevereiro, no IRCAD América Latina – centro de treinamento que faz parte do complexo do Hospital de Amor, em Barretos (SP).
Nery, que é consultor de orçamento, iniciou tratamento no HA em agosto de 2019, quando foi diagnosticado com um tumor no intestino. Desde então, ele enfrenta uma das suas mais difíceis batalhas: a luta contra o câncer. Muito simpático e bom de papo, ele começou seu tratamento paliativo no Hospital São Judas Tadeu (a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA) na segunda quinzena de fevereiro deste ano, após ser diagnosticado com metástase no pulmão. E foi durante um de seus papos descontraídos com a equipe da unidade que Nery foi questionado sobre qual seria o seu maior sonho e o que ele gostaria de fazer. Sem titubear, o paciente disse que desejava entrar em uma cozinha e comandar uma equipe de cozinheiros. “A minha paixão é a gastronomia, embora eu nunca tenha feito faculdade, eu nasci com esse dom. E não sou eu quem falo, não. Os meus amigos chefs sempre me pedem conselhos”, afirmou ele, que comandou um Pub, quando tinha 21 anos, em Brasília (DF).
Enquanto pedia alimentos específicos e dava atribuições, a ansiedade de Nery era visível. A alegria dele em poder cozinhar novamente também foi motivo de felicidade para todos os envolvidos nessa ação especial, dentre eles, as cozinheiras do IRCAD e a equipe multiprofissional do HA. Segundo a enfermeira do Hospital São Judas Tadeu, Nayara Silva, foi muito gratificante ver a animação e o brilho nos olhos do paciente. “Em nossa unidade, nós sempre promovemos eventos que visam proporcionar bem-estar tantos dos pacientes, quanto dos acompanhantes”, relatou a profissional, que acompanhou esse momento e ficou à disposição de Nery durante toda o evento, auxiliando o paciente sempre que necessário.
Já que Pedro Nery acredita que para haver uma boa comida é necessário contar com uma ótima equipe, é claro que não podiam faltar importantes escudeiras. Devido à fragilidade do paciente, em decorrência do tratamento, o ‘chef do dia’ contou com a ajuda das cozinheiras do IRCAD, Divina Ferreira, Gessica Burgheti e Sandra Gomes, que trabalharam com todo carinho e dedicação. Afinal, todos estavam reunidos com o mesmo propósito: celebrar a vida. “Poder auxiliar um paciente que deseja cozinhar é gratificante. Nem sempre podemos ajudar todos, mas fico muito contente. Para mim, hoje é um dia de muita satisfação”, contou com os olhos marejados a simpática Divina, cozinheira que comanda a cozinha do IRCAD há nove anos.
Um amor que tempera a vida
Casada oficialmente com Nery há dois anos, Silvia Souto mostra toda orgulhosa as fotos dos pratos preparados pelo marido. “Em casa, ele é o chef. O Pedro domina massas, doces, comida oriental e panificação em geral. Sempre que viajamos e quando pode, ele faz questão de pescar o alimento e preparar a refeição na hora. Tudo sempre muito fresco e feito com muito carinho. Nós temos cinco filhos lindos, dos nossos primeiros relacionamentos, mas eu sei que nós somos uma família muito unida. E tudo isso que enfrentamos nos fortalece ainda mais”, explicou a esposa, que aproveitou para tirar várias fotos enquanto o marido comandava a cozinha.
Silvia relatou já ter ouvido falar sobre o HA anteriormente, mas quando chegou na unidade e viu todo o tratamento que é oferecido, não restou outra alternativa além de admirar o trabalho realizado na instituição. “Aqui, em Barretos, eu me encantei. Em cada profissional, em cada gesto, só consigo ver carinho e amor. Ao ver o trabalho das pessoas do Hospital de Amor, eu voltei a acreditar na humanidade. A gente vê tanta notícia ruim, mas aqui no hospital eu aprendi a acreditar na bondade do ser humano novamente. Só posso agradecer por tudo que vocês fazem por nós”, disse emocionada.
Quando questionado sobre qual chef ele mais admira, Nery afirma gostar do chef Érick Jacquin, devido à vontade dele de valorizar ainda mais a cozinha tradicional. Ele também demonstra empolgação ao falar do lançamento do seu livro, cujo conteúdo terá 100 receitas autorais.
Após todo o cuidadoso preparo dos alimentos, o almoço especial foi servido para ele, sua esposa e para toda a equipe de profissionais que cuida dele no Hospital São Judas Tadeu, dentre eles: médico, assistente social, enfermeiras, fisioterapeutas e todos aqueles que ganharam a admiração do casal de Brasília, que proporcionou um momento lindo, dando mais sabor à vida. Com muito afeto e gentileza de todos, a refeição foi selada com um emocionante brinde: “Eu quero fazer um brinde à humanidade, porque nós somos seres humanos e, em um momento de dor e sofrimento, é disso que precisamos. Tenho a certeza de que esse momento valeu muito mais do que qualquer remédio que eu já tomei no hospital. Por isso, um brinde à humanidade“, finalizou ele, emocionado.
E como toda bela amizade, grande amor e deliciosa refeição, os preciosos momentos também são eternizados nas memórias, assim como afirma a jornalista e também paciente paliativa, Ana Michelle Soares: “se tem um jeito de a gente ser eterno, é vivendo nas pessoas”.
Receita que foi servida durante o almoço:
Linguiça embriagada do chef Nery
Ingredientes
– 1/2 quilo de linguiça fresca, fina e pura de porco;
– 4 colheres de sopa de mel;
– 1 copo de cerveja tipo pilsen;
– 1 dose de pinga, conhaque ou whisky;
– Salsa ou coentro fresco, bem picadinho.
Modo de fazer
Corte a linguiça em pedaços de 1,5 cm. Aqueça bem a frigideira e coloque o azeite de oliva e a linguiça. Quando a linguiça começar a dourar, abaixe o fogo e deixe criar o caldo (por isso é importante a linguiça ser fresca, já que o objetivo é formar bastante caldo, que é fundamental para a receita dar certo).
Quando houver bastante ‘caldo’, coloque o mel e abaixe o fogo, deixando caramelizar o mel com o caldo no fundo. Mexa um pouco, isso ajudará durante o processo.
Assim que estiver bem caramelizado (lembre-se: caramelizado não é carbonizado, não deixe queimar, mas sim ficar na cor ferrugem, bem escura). Feita a caramelização corretamente, coloque a cerveja de uma vez, desmanchando o caramelo e formando um caldo bonito, na cor marrom. Deixe o caldo reduzir até engrossar, como a espessura do mel ou um pouco mais grosso.
Nesse momento exato, jogue a pinga ou a bebida que escolheu e flambe. Use o seu método.
No momento em que o flambado se apagar, passe a linguiça para a tigela em que vai servir. Decore com a erva picada que você escolheu. Bom apetite!
O cuidado com a saúde mental é um assunto que está cada vez mais em evidência, inclusive, no ambiente de trabalho. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão ocupa o 1º lugar no ranking de doenças, quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) relatou, em relatório apresentado em 2019, que o Brasil apresenta as maiores taxas de incapacidade causada por depressão (9,3%) e ansiedade (7,5%) do continente americano. Diante desses dados preocupantes, é extremamente necessário instituir uma política de prevenção. Sabendo do aumento do índice de pessoas afetadas, o governo federal publicou em abril do ano passado, a Lei nº 13.819/2019, que regulamenta a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que estimula ainda mais iniciativas que promovem o bem-estar e a saúde mental.
Com o intuito de realizar ações ligadas ao autocuidado e inspirado pela campanha ‘Janeiro Branco’, o Grupo de Trabalho de Humanização do Hospital de Amor promoveu a 1ª “Semana de Conscientização da Saúde Mental”, nos dias 20, 21, 22 e 23 de janeiro, na Santa Casa de Misericórdia de Barretos e na unidade adulta do HA. Durante a programação, ocorreram diversas atividades referentes à saúde mental, destinadas exclusivamente para os colaboradores das duas instituições, que participaram de palestras, atividades de pinturas lúdicas e ginástica laboral.
Segundo a psicóloga da instituição, Dra. Mariana Ducatti, foi a primeira vez que o HA participou da campanha ‘Janeiro Branco’, por isso, ficou definido que a ação seria voltada apenas para os funcionários e não para os pacientes, que já contam com o apoio da equipe de psicólogos do hospital. A campanha, que teve como tema “Diferentes Tipos de Cuidado”, foi promovida em parceria com os alunos do curso de psicologia, da Faculdade Barretos.
A iniciativa ‘Janeiro Branco’ foi criada em 2014, em Uberlândia (MG), por um grupo de psicólogos. A mobilização já ganhou amplitude mundial, alcançando países como Estados Unidos, Japão e Portugal. Inicialmente, o propósito da ação era convidar a população para discutir sobre felicidade e qualidade de vida. Agora, possui uma amplitude maior: janeiro foi escolhido por representar, de maneira simbólica, um mês de renovação e de novos projetos pessoais e profissionais.
Diferentes tipos de cuidado
A palestra ‘Diferentes tipos de cuidado: como identificar e como se cuidar’, ministrada por alunos do curso de psicologia e que abriu as atividades no dia 20, teve como objetivo apresentar a campanha “Janeiro Branco” e dar dicas de autocuidado. Simultaneamente, os colaboradores tiveram acesso a sessões de reiki, oferecidas por voluntários.
Luis Roberto Toneti é um dos voluntários da Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) e atua no Hospital de Amor há quatro anos. Desde 2019, ele oferece sessões no Instituto de Prevenção para as pacientes. “O reiki é uma energia de amor e nós percebemos que tudo o que é feito para os pacientes no hospital, é feito com muito zelo. Nós trabalhamos com amor e sabemos que os colaboradores da instituição têm essa missão: tratar todas as pessoas com esse sentimento. Sendo assim, nós temos o intuito de oferecer boas energias para todos”, afirmou Luís, que percebeu ótima receptividade por parte dos colaboradores.
Ao todo, 32 funcionários participaram das sessões, dentre eles, a recepcionista Lúcia Helena Domingos, que atua na instituição há sete anos. Ela, que afirmou ter saído energizada da sua primeira experiência com a técnica, também participou da ginástica laboral, no dia 22. “Adorei fazer os exercícios e espero que esta atividade possa continuar. A ginástica laboral é muito importante para ajudar a gente a relaxar e melhorar a postura”, ressaltou. No mesmo dia, a Dra. Mariana apresentou para os líderes do HA a Lei nº 13.819/2019, e aproveitou para tirar dúvidas sobre o tema.
Já a participação da equipe de terapeutas ocupacionais de ambas instituições ocorreu no dia 21, quando os profissionais preparam um momento de relaxamento durante os exercícios lúdicos, com direito a pintura e momentos de reflexão.
Para encerrar o evento, a enfermeira do departamento de psiquiatria do Hospital de Amor e instrutora de terapia cognitiva baseada em mindfulness, Caroline Krauser, foi convidada para falar sobre mindfulness e o seus benefícios, no dia 23, no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata. “Mindfulness pode nos ajudar de diversas maneiras e em várias situações. Hoje, a ciência mostra que a técnica é eficaz para prevenção de sintomas depressivos, ligados à ansiedade, dor crônica, para redução do estresse e melhora da qualidade de vida, e para quem deseja estabelecer uma relação mais consciente e saudável com seus pensamentos e sentimentos”, relatou a especialista, que aplicou algumas técnicas durante a sua apresentação.
Caroline também enfatizou sobre a importância de ações focadas no bem-estar e na saúde mental. “Existem diversas campanhas de prevenção de câncer na instituição, o que é de extrema importância. Porém, nunca havíamos falado sobre saúde mental para os colaboradores. Só das pessoas perceberem o impacto da saúde mental em suas vidas e de poderem falar sobre isso no local de trabalho, já é um começo incrível”, declarou a enfermeira.
Para Laura Nunes, encarregada de hotelaria e líder do Grupo de Trabalho de Humanização, a ação foi um sucesso, pois possibilitou a integração da equipe e o surgimento de novas ideias e possíveis projetos, que poderão ampliar ainda mais o trabalho do grupo no HA ao longo do ano.