Sabe aquele famoso: beber socialmente? Pois bem, quando o assunto é câncer até essa prática pode ser perigosa! Isso porque o álcool é, comprovadamente, um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos da doença. De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a recomendação é evitar-se completamente a ingestão de bebida alcoólica. E engana-se quem pensa que é por conta do ‘tipo de bebida’, mas sim pela quantidade consumida.
O oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, explica que as pessoas que escolhem ingerir álcool devem limitar o consumo a não mais do que: um drinque por dia para mulheres (não gestantes) e dois drinques por dia para homens. “Um drinque padrão de álcool é definido como uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado com 40% de álcool (por exemplo: vodka, whisky, gin, rum etc.). Transformando isso em gramas de álcool, gira em torno de 14 gramas! Ou seja: uma lata de cerveja comum no Brasil, a 4,5% de álcool, tem 12,5 gramas de álcool; uma dose de whisky, a 40% de álcool, tem 14 gramas de álcool. Isso quer dizer que consumir álcool acima de 14 g/dia, torna-se preocupante”, afirma.
Mas afinal, a bebida alcoólica traz algum tipo de benefício para o corpo? O HA fez uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico para entender melhor o assunto e alertar todas as pessoas sobre a relação entre álcool e câncer. Confira e cuide da sua saúde!
– A bebida alcoólica é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer?
R.: Com certeza! O consumo de álcool é uma causa estabelecida de vários tipos de câncer (pelo menos sete), sendo o uso excessivo de álcool associado ao maior risco.
– Quais são os principais tipos de câncer associados ao consumo?
R.: Câncer de mama, vários tipos de câncer do trato gastrointestinal (esôfago, gástrico, colorretal, pâncreas, fígado e trato biliar) e cânceres de cabeça e pescoço (cavidade oral, orofaringe e laringe).
– Com que frequência o consumo de bebida alcoólica pode ser preocupante?
R.: Se estivermos falando de prevenção contra o câncer, o ideal é não beber álcool! De acordo com dados da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, consumir acima de 14 gramas de álcool por dia, é preocupante!
– Algum tipo de bebida alcoólica é pior? Neste caso, o teor alcoólico influencia?
R.: Não é o ‘tipo de bebida’, mas sim a quantidade ingerida de álcool. Na prática, uma lata de cerveja comum no Brasil a 4,5% de álcool, tem aproximadamente 12,5 gramas de álcool. Enquanto isso, uma dose de whisky a 40% de álcool tem 14 gramas de álcool.
– Existe algum benefício que o álcool traz para o corpo?
R.: Benefícios não! As diretrizes dietéticas Americanas de 2020 a 2025 aconselham não mais do que dois drinques por dia para homens e um drinque por dia para mulheres (não gestantes). Já outras diretrizes e especialistas desafiam essa visão de que exista alguma dose segura e recomendam evitar-se completamente o álcool.
– Paciente oncológico pode consumir álcool, mesmo que moderadamente?
R.: Não! Mesmo entre consumidores leves e moderados, alguns estudos indicam uma tendência para um aumento do risco de câncer, independente de outros fatores. Além disso, pacientes que estão em tratamento oncológico devem compartilhar todas as medicações, hábitos e vícios com seu médico, para que não haja fatores de confusão e as decisões sejam compartilhadas.
– Cirrose causada pelo excesso de álcool pode se desenvolver para um câncer?
R.: Com certeza! Cirrose de qualquer causa aumenta o risco de câncer de fígado. E esse risco varia de acordo com a idade, o sexo do paciente, a causa da cirrose e o grau de comprometimento hepático.
– Existe diferença entre o consumo de álcool de bebidas caseiras (o licor, por exemplo) e de bebidas industriais para o desenvolvimento de câncer?
R.: Não. O que importa, de fato, é o teor alcoólico, que deve ser inferior a 14 gramas por dia.
– Podemos afirmar que o álcool potencializa o surgimento e desenvolvimento de câncer?
R.: Sim! Estima-se que o consumo de álcool é responsável por, aproximadamente, 6% de todos os casos de câncer e 6% das mortes resultantes de câncer globalmente. Isso significa que quanto maior a ingestão, maior o risco. Além disso, existe também uma associação com o tabagismo: para algumas malignidades que estão ligadas tanto ao tabagismo quanto ao consumo de álcool, interações sinérgicas foram estabelecidas entre essas duas causas de câncer.
– O Hospital de Amor oferece algum tipo de apoio para o paciente oncológico que consome álcool?
R.: O HA possui uma equipe de psicologia ampla e experiente, que atua em todos os departamentos da instituição. O consumo de álcool pode ser um problema para a aderência e tolerância ao tratamento oncológico, portanto, se um paciente precisar de ajuda para abandonar o uso do álcool, nós temos os psicólogos ao nosso lado e, principalmente, ao lado dos pacientes nesse sentido.
– Nessa época de Carnaval, qual o seu recado para os foliões em relação ao consumo de álcool?
R.: Se for beber, beba com moderação, saiba os seus limites e, principalmente, não dirija. Divirta-se com responsabilidade! Aproveite o carnaval e mantenha-se hidratado. Vá de Uber/Táxi ou escolha alguém da turma para não beber. Priorize sua segurança e a do próximo. Celebre o carnaval com alegria, mas sempre com consciência!
Doar medula óssea é um gesto de solidariedade que pode ajudar pacientes que têm o transplante como a única chance de cura. E você sabia que, em função das características genéticas do sistema HLA (Human Leucocyte Antigen: que significa Antígeno Leucocitário Humano), esta chance é de 30% entre irmãos e muito menor quando buscamos doadores não-aparentados?
Por este motivo, existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 38 milhões de doadores no mundo. Dentre eles está o REDOME – terceiro maior registro, responsável pela manutenção das informações de todos os doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e pela identificação de possíveis doadores. Atualmente, ele tem suas atividades coordenadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e representa, para os pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador não-aparentado.
Mas afinal, como se tornar um doador voluntário de medula óssea? Entenda o assunto e saiba como você pode salvar vidas!
O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Nela, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é recomendado a pacientes com doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias, por exemplo, e também para os casos de anemia aplástica, linfomas, entre outras.
O transplante é a substituição da medula óssea doente por uma saudável. Com isso, o organismo do paciente transplantado passa a produzir novas células da medula óssea e do sangue.
Quem pode doar?
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade;
– Estar em bom estado de saúde;
– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite);
– Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Se você estiver dentro de todos esses requisitos, basta fazer um cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
Como funciona o cadastramento?
Para fazer o cadastro, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante e para identificar suas características
genéticas. Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
A partir disso, todas as informações genéticas do doador e dos pacientes são cruzadas. Uma vez identificado um potencial doador compatível, ele é contatado e convidado a realizar novos testes de compatibilidade e uma avaliação clínica e laboratorial. Confirmada a compatibilidade com o paciente e o bom estado-de-saúde do doador, a doação é agendada. Este processo costuma levar 60 dias e não é necessária nenhuma mudança de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.
Como é feita a doação?
A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde. Existem duas formas de doar (por punção ou aférese) e a decisão do procedimento mais adequado é feita pelo médico.
1) No primeiro caso, o doador é anestesiado em centro cirúrgico e requer internação de 24 horas. Uma porção da medula é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções com agulhas, com duração de cerca de 90 minutos. O doador retorna às suas atividades habituais uma semana após a doação.
2) No segundo procedimento, chamado aférese, o doador toma um medicamento por cinco dias, que faz com que as células da medula óssea circulem na corrente sanguínea. Estas células são retiradas diretamente pelas veias do braço do doador, com uso da máquina de aférese, com duração de cerca de 3 a 4 horas.
• Nos dois casos, a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
Como fica o paciente pós transplante?
Depois de um tratamento que destrói sua própria medula óssea com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente receberá a nova medula por meio de uma transfusão. Em três semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.
Onde é possível fazer o cadastro para ser um doador voluntário de medula?
O cadastro de doadores voluntários no REDOME é realizado nos hemocentros de todo o país, portanto, procure o mais próximo de você para obter mais informações. Em Barretos (SP), vá até o Hemonúcleo do Hospital de Amor e nos ajude nessa missão!
• Vale lembrar que: o cadastro permanecerá ativo no REDOME até a pessoa completar 60 anos de idade, ou seja, ela poderá ser selecionada para um paciente ao longo de toda a sua vida. Por este motivo, é muito importante que o doador mantenha seus dados pessoais atualizados – o que pode ser feito por meio do site do próprio REDOME.
Informações:
Em caso de dúvidas, entre em contato com o hemonúcleo do HA pelo telefone: (17) 3321-6600 (ramal: 6941 ou 6753).
Com a sua ajuda podemos aumentar as chances de encontrar doadores compatíveis com nossos pacientes. Seja o herói de alguém! Cadastre-se e seja doador de medula óssea!
Passar pelo processo de uma amputação não é fácil. Em alguns casos, pacientes oncológicos precisam realizar a remoção de algum membro, o que pode acarretar possíveis consequências. Mas seria algo psicológico? Teria alguma explicação neurocientífica?
A síndrome do membro fantasma, também conhecida como ‘dor fantasma’, é uma sensação de dor, formigamento ou queimação, percebida em uma parte do corpo que foi amputada ou não funciona mais, ocorrendo em até 80% dos pacientes submetidos a amputações. É como se a parte do corpo ainda estivesse presente, mesmo que tenha sido removida ou danificada.
De acordo com o médico ortopedista e coordenador do departamento de Oncologia Ortopédica do Hospital de Amor, Dr. Sylvio Cesar Sargentini, a dor fantasma é real e pode ser muito intensa, afetando a qualidade de vida do paciente. O especialista explica que a causa exata não é completamente compreendida, mas é frequentemente atribuída a uma combinação de fatores, incluindo alterações neurológicas e a maneira como o cérebro ainda interpreta sinais de dor da área amputada:
• Alterações na atividade cerebral: após a amputação, o cérebro pode continuar a enviar sinais para o membro que não existe mais. Esses sinais podem ser interpretados como dor.
• Danos aos nervos: a amputação pode causar danos aos nervos, o que pode levar a dor.
Segundo o Dr. Sargentini, a duração da dor fantasma varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas experimentam dor fantasma por um curto período, enquanto outras podem vivenciá-la por um longo tempo, até mesmo por anos. O médico explica que para aliviar a dor fantasma, o paciente pode fazer o uso medicação, fisioterapia, estimulação nervosa ou outras terapias. Às vezes, simples técnicas de distração também podem ajudar a aliviar a sensação de dor, tais como:
• Medicamentos: os analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser usados para aliviar a dor fantasma.
• Terapia: a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar o paciente a aprender a lidar com a dor fantasma.
• Estimuladores: os estimuladores cerebrais profundos podem ser usados para interromper os sinais de dor que são enviados ao cérebro.
Uma sensação real
É comum muitas pessoas pensarem que a dor em um membro inexistente é algo puramente psicológica, no entanto, o médico afirma que a sensação fantasma é uma sensação de que o membro amputado ainda existe. “A pessoa pode sentir o membro doendo, coçando, formigando ou até mesmo se movendo. Ela é mais comum e costuma ocorrer em todos os pacientes amputados, assim como a dor residual do membro amputado, que ocorre devido a própria intervenção cirúrgica que ocorreu (cicatrização, corte, etc.)”, ressalta o ortopedista.
Quando questionado se a dor afeta mais homens ou mulheres, o especialista do HA explica que esta síndrome não parece estar ligada ao gênero e pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres. “E sua prevalência depende da condição médica subjacente que causou a amputação ou perda da função da parte do corpo”, revela Sylvio.
A dor não para os sonhos
O paciente do HA Infantojuvenil, Ian Barbosa, que precisou passar pelo processo de amputação após ser diagnosticado com um tumor ósseo (osteossarcoma), revela que sentiu a síndrome da dor fantasma. “Quando eu recebi a notícia da amputação, eu fiquei triste pois eu jogava futebol, mas poder viver falou mais alto e fiquei tranquilo em conseguir ter uma nova chance e uma nova vida. Após a amputação, eu comecei a sentir a dor fantasma. Eu sentia uma sensação estranha, pois eu não saiba onde eu iria coçar, se era nas canelas, nos pés, não conseguia contrair as pernas, enfim. Foi estranho conviver com isso”, diz Ian, que sonha em se tornar um atleta paraolímpico e representar o Brasil algum dia.
O jovem de Manaus (AM), revela ter feito uso de remédios para ajudá-lo com a dor. “Parar de sentir essa dor foi uma das melhores coisas que aconteceu comigo. Atualmente, eu não tenho muita sensibilidade e consigo viver tranquilamente. Posso dizer que estou bem acostumado com a prótese e consigo fazer todas as minhas atividades, sem limitações. Então sim, eu consigo viver de modo tranquilo”, finaliza o paciente, que faz reabilitação e treina na academia do Hospital de Amor, focando no seu grande sonho: ganhar uma medalha Paralímpica.
Certa vez, o conhecido medalhista olímpico brasileiro, Lars Grael, que sobreviveu a um grave acidente no mar (após uma lancha pilotada por um homem alcoolizado invadir a área de uma regata e colidir com o barco do atleta), teve sua perna direita amputada em 1998, e relatou: “Sinto a perna perdida 24 horas por dia, quase sempre como manifestação de dor, que varia de tipo e intensidade, se estou estressado é pior”. Mesmo após ter o sonho de sua carreira interrompida, Lars criou um projeto de incentivo para desenvolver novos velejadores – esporte que a cada ano ganha mais espaço nos corações dos brasileiros, principalmente pelo pioneirismo e garra dele; o que demonstra que é possível seguir a vida mesmo com a presença da dor.
Ambos os exemplos são a prova de que a perseverança e o sonhos são os maiores incentivadores para ajudar a vencer os desafios que o destino apresenta durante a jornada da vida.
Um estudo inédito realizado por pesquisadores do Hospital de Amor, que teve o apoio da FAPESP e foi recém-publicado na revista científica Clinical Breast Cancer, mostrou que, mais do que a cor da pele, a ancestralidade é indicadora de risco para câncer de mama e que mulheres de ascendência africana têm mais chances de desenvolver tumores do tipo triplo-negativo, que são de difícil tratamento. Apesar de a ancestralidade já ser conhecida como um fator para prever o tipo de câncer mais provável em certa população, a pesquisa destacou que, em países miscigenados como o Brasil, apenas a cor da pele não é suficiente para determinar esse fator de risco.
Essa é a primeira desse tipo, nos distintos subtipos moleculares, com base em marcadores genéticos de ancestralidade especialmente selecionados para a população geral brasileira e foi possível graças à pluralidade das pacientes atendidas pela instituição. Os pesquisadores explicam que esse tipo de análise é importante para definir se a frequência desses subtipos de tumores se associa com a ancestralidade genética das pacientes.
De acordo com o Dr. René Aloisio da Costa Vieira, pesquisador do HA e um dos coordenadores do estudo, “os resultados apontam para a necessidade de realizar exames anuais em populações de ascendência africana, predominante no Norte e Nordeste do país. Além dos fatores socioeconômicos, que podem influenciar o prognóstico da doença nessa população, observamos uma maior proporção de ancestralidade africana em mulheres com o subtipo molecular triplo-negativo, que é sabidamente mais agressivo, multiplica-se mais rápido e tem menos opções de tratamento”.
O trabalho contou com a participação de mais de mil pacientes com câncer de mama de diversas regiões brasileiras, com uma predominância maior de mulheres do Sudeste (72%), seguido por 7,3% da região Norte, 1,8% do Nordeste e 0,9% do Sul. Em consonância com o padrão de autodeclaração de cor ou raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria se declarava branca (77,9%), seguidas de pardas (17,4%) e negras (4,1%). Amarelas (asiáticas) e indígenas somaram 0,5%.
A partir dos resultados obtidos, observou-se que a ancestralidade avaliada geneticamente foi fator associado com a classificação molecular do câncer. “Isso mostra como a cor da pele não é determinante para o tipo de tumor, mas, sim, a ancestralidade”, comenta o Dr. Rui Manuel Reis, Diretor Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e coordenador do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor.
Os pesquisadores pretendem, agora, ampliar e investir em novas frentes do estudo para descobrir, por exemplo, melhores formas de tratamento e prevenção, que possam, sobretudo, serem aplicadas ao Sistema Único de Saúde por meio de políticas públicas estruturadas.
Leia o artigo “Genetic Ancestry of 1127 Brazilian Breast Cancer Patients and Its Correlation With Molecular Subtype and Geographic Region” na íntegra.
*Texto colaborativo: André Julião – Agência FAPESP
Outubro ainda nem chegou, mas as ações em celebração ao ‘Outubro Rosa’ – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – já se iniciaram no Hospital de Amor. Sempre consciente de que a maior arma no combate à doença é a prevenção, a instituição desenvolve projetos (durante todo o ano, mas especialmente neste período) que visam oferecer informações, orientações, além de excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos à população. Uma dessas iniciativas é o “Talento Rosa”!
Promovida pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, a capacitação, que é destinada aos professores representantes das Escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio de Barretos (SP) e região, tem o intuito de motivar crianças e adolescentes em ambientes escolares, de forma lúdica (artística), a refletirem sobre o câncer e suas formas de prevenção, por meio da produção desenhos e poesias, além de conscientizar as mulheres do convívio destes alunos sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
Em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Diretorias de Ensino e Rede de Ensino Privado de Barretos e Região, o evento – que neste ano aconteceu no último dia 26 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FASCIB), reuniu 170 profissionais, dentre eles o Dirigente de Ensino da D.E. da Regional de Barretos (SP), Bruno Henrique Bertin, e a Dirigente Regional de Ensino de São José do Rio Preto (SP), Luana da Silva Garcia.
“Com essa mobilização, nós buscamos unir todo o ambiente e a comunidade escolar, para que esses alunos possam se envolver com o Outubro Rosa e levar para suas mulheres de convívio, a importância da prevenção do câncer de mama, pois a prevenção salva vidas!”, afirmou a coordenadora do projeto, Rosa Cunha.
Para a mastologista do HA, Dra. Talita Mendes, começar a educação em saúde dentro das escolas – principalmente em relação a prevenção do câncer de mama (o tumor mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, exceto os pele não melanoma) – é fundamental. “Nada melhor do que começar esse trabalho, informando, orientando e conscientizando aqueles que educam”, declarou.
O evento
Durante o evento, os participantes puderam ouvir palestras sobre os temas:
• Câncer de Mama no Brasil e no Mundo – com os mastologistas do HA, Dr. Idam de Olivera Jr. e Dra. Talita Mendes; com a gerente administrativa da atenção primária e unidade de pronto atendimento (UPA) do HA, Marcela de Oliveira Santos; e com a gerente do Instituto de Prevenção do HA, Paula Carvalho Ribeiro.
• Os impactos da participação das escolas na Prevenção do Câncer de Mama – com a coordenadora de projetos do NEC do HA, Rosa Cunha; com a supervisora geral do Centro de Formação dos Profissionais de Educação (CEFORPE) de Barretos (SP), Ana Carolina Policarpo; com a supervisora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Olímpia (SP), Iracema Bassetto; e com a coordenadora de gestão pedagógica geral da Escola Estadual Professor Aymoré do Brasil, Paula Silva.
Para encerrar a ação com chave de ouro, um ‘show’ repleto de ânimo, incentivo e alegria com Leila Navarro. Com o tema: Motivação além do rosa: engajando equipes e promovendo conscientização, a palestrante motivacional (autora de mais de 15 livros, que integra o ranking dos 20 mais notáveis palestrantes brasileiros, segundo a revista VEJA em 2020), falou sobre amor-próprio, autoestima, autocuidado, qualidade de vida, empatia e o principal: sobre prevenção.
“Prevenção é empatia… empatia consigo mesma. Por isso, se você tem seios, cuide, sinta, respeite eles. Nosso corpo é nosso lar e ter consciência disso é o que nos salva! Cuidamos tanto da parte de fora, precisamos cuidar da parte de dentro também”, finalizou Leila.
Ao som da música ‘Soul de Verão’, de Sandra de Sá, Leila cantou, dançou e encantou todos os participantes do “Talento Rosa”.
O projeto
De acordo com a coordenadora do projeto, Rosa Cunha, a ação inicia-se pela capacitação dos profissionais da educação, abordando a prevenção do câncer de mama e as orientações sobre como essa temática deve ser desenvolvida em sala de aula. Após a produção dos desenhos e poesias, os estudantes são conduzidos pelo professor em uma roda de conversa a eleger um que melhor representa a reflexão realizada pela classe. “Uma cópia de cada trabalho selecionado é enviada para o Hospital de Amor e sugere-se que os originais, se possível, sejam expostos nas escolas ou unidades de saúde de suas respectivas cidades, de forma presencial ou on-line. Fotos dos ambientes escolares decorados também são enviadas ao HA e expostas na exposição digital da instituição”, completou Rosa.
No último ano, o ‘Talento Rosa’ capacitou 127 escolas, 1.337 professores e 22.106 estudantes, com 34.200 produções artísticas. Para mais informações sobre o ‘Talento Rosa’, acesse: ha.com.vc/talentorosa.
Prevenção
Há mais de 30 anos, o Hospital de Amor ultrapassa fronteiras e barreiras percorrendo o país para levar saúde de qualidade, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo Brasil, desenvolvendo um trabalho completo em rastreamento, diagnóstico e tratamento, e o mais importante: salvando milhares de vidas!
População: 11.524 habitantes – Atendimentos em 2021: 1.589
O 24º encontro ‘Direito de Viver’ do município de Pirangi (SP), sob a coordenação do José Antônio dos Santos, teve gados e prendas. O evento arrecadou R$280.011,82.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
Acolher com humanização, tratar com dignidade e salvar vidas! Estas poderiam ser as diretrizes do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Entretanto, em mais de 60 anos de história a instituição vai muito além: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento (por vezes, difícil) para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, equipado e altamente tecnológico, visando recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento). E entre inúmeros equipamentos e utensílios disponíveis ali, está o C-MILL!
De acordo com representante da Hocoma (empresa responsável pelo aparelho), Emerson Miranda, trata-se de uma ferramenta que fornece uma avaliação objetiva e profunda do equilíbrio e da marcha do paciente, sendo equipada com uma placa de força, realidade aumentada e virtual, o que torna o processo de reabilitação mais eficiente. “O C-MILL pode ser utilizado para várias finalidades, como um ajuste de prótese ou adaptação do paciente com a mesma; como um exercitador em final de tratamento; como treino de equilíbrio cognitivo e, mais importante, como reabilitação de marcha para pacientes que necessitam recuperar os movimentos mais finos e coordenados”, afirmou.
Pioneiro em várias frentes, o Hospital de Amor é o primeiro centro oncológico a disponibilizar essa ferramenta na reabilitação de pacientes do sistema único de saúde. Com capacidade para trabalhar 24 horas, sete dias na semana e até dez anos, o C-MILL atende no HA, em média, oito pacientes por dia.
Segundo o fisioterapeuta do hospital, Thiago Felício, este sistema de reabilitação é indicado para os pacientes que apresentam dificuldades para andar, que fazem uso de prótese de membros inferiores, que possuem déficit de equilíbrio, dificuldades de marcha ou necessitam de realizar a marcha com auxiliadores, como muletas e andadores. “O C-MILL proporciona uma aprendizagem muito importante ao paciente, onde ele cria estratégias de adaptabilidade da marcha, por meio de exercícios adaptados de equilíbrio, velocidade, força e resistência, sempre dentro de um ambiente totalmente seguro, direcionado e controlado”, explicou.
E como o HA não apenas oferece o melhor e mais humanizado tratamento oncológico aos seus pacientes, como reafirma a importância da inclusão social e qualidade de vida de todas as pessoas, o acesso ao C-MILL também é destinado aos tratamentos não oncológicos, ou seja, a aqueles que realizam a deambulação (dificuldades na marcha) e necessitam de reabilitação.
“Não podemos especificar, por exemplo, um período para o paciente voltar a andar normalmente com a utilização do C-MILL, mas, por se tratar de um equipamento seguro, totalmente sensorizado e com reconhecimento de movimentos (sendo possível identificar pequenos ajustes quando necessários), podemos afirmar que o impacto e os resultados positivos na vida do paciente são imensuráveis”, declarou o fisioterapeuta.
Mais um grande diferencial do HA em prol de seus milhares de pacientes. Mais um grande motivo de orgulho!
25 de agosto – há exatos 169 anos nascia Barretos (atualmente nomeada ‘Estância Turística de Barretos’), uma cidade localizada no interior do estado de São Paulo, marcada por fortes tradições caipiras e raízes sertanejas. O canto do noroeste paulista também é palco de grandes projetos, conquistas e celebrações, conhecido por seu povo hospitaleiro, pela realização do maior rodeio da América Latina e pelo amor ao próximo.
Por falar em amor, foi em Barretos a fundação de uma das maiores obras filantrópicas da América Latina; município que acolheu o sonho dos médicos visionários, Dr. Paulo Prata (in memoriam) e Dra. Scylla Duarte Prata, e tornou-se berço da trajetória do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Há 61 anos, a capital do rodeio é o berço do Hospital de Amor!
Em tanto tempo, a cidade cresceu, desenvolveu, prosperou e, junto dela, o HA amplificou. A instituição ultrapassou limites, barreiras e fronteiras para levar saúde de qualidade a todas as pessoas. O seu programa de prevenção de câncer alcançou números de diagnósticos precoces inimagináveis, por meio de suas unidades fixas e móveis. Seus atendimentos de excelência (via Sistema Único de Saúde) em unidades de tratamento espalhadas pelo país, estruturas altamente tecnológicas, procedimentos avançados e resultados inovadores em ensino e pesquisa, fizeram a entidade ser reconhecida internacionalmente.
A verdade é que a união entre Barretos e o Hospital de Amor transformou a realidade da saúde pública do país! A primeira instalação da instituição, o Hospital São Judas, abriga, atualmente, a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA. E desde 1991 – devido à grande demanda de pacientes – a instituição vem expandindo e se desenvolvendo em mais de 200 mil metros quadrados.
O acolhimento do município ajuda o HA a escrever novos capítulos na história de diversas famílias e, muito mais do que isso, a salvar milhares de vidas todos os dias. Motivo de orgulho para o barretense, com certeza, que tem a vantagem de contar com toda essa excelência bem pertinho, no ‘quintal de casa’.
Para se ter uma ideia, só no ano de 2022 o Instituto de Prevenção do HA ofereceu à população de Barretos:
• Câncer de Colo de Útero – 122.020 procedimentos/consultas
• Câncer de Mama – 49.762 procedimentos/consultas
• Câncer de Boca – 8.119 procedimentos/consultas
• Câncer de Cólon e Reto – 3.801 procedimentos/consultas
• Câncer de Pele – 3.592 procedimentos/consultas
• Câncer de Próstata – 2.861 procedimentos/consultas
No total: 190.155 procedimentos/consultas, envolvendo atendimentos médicos e não médicos (enfermagem, psicológicos, odontológicos, entre outros) aos barretenses. Os números expressivos falam por si, entretanto, muito além de oferecer acolhimento e um tratamento digno, o Hospital de Amor oferece: AMOR aos seus!
Obrigado, Barretos! Pela acolhida, amparo, respeito, e por ser ‘casa’ ao Hospital de Amor! Parabéns por seus 169 anos! Que a nossa história se renove e frutifique neste 25 de agosto. O HA se orgulha em ser barretense!
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Sabe aquele famoso: beber socialmente? Pois bem, quando o assunto é câncer até essa prática pode ser perigosa! Isso porque o álcool é, comprovadamente, um fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos da doença. De acordo com a Sociedade Americana de Oncologia Clínica, a recomendação é evitar-se completamente a ingestão de bebida alcoólica. E engana-se quem pensa que é por conta do ‘tipo de bebida’, mas sim pela quantidade consumida.
O oncologista clínico do Hospital de Amor, Dr. Gustavo Sanches Faria Pinto, explica que as pessoas que escolhem ingerir álcool devem limitar o consumo a não mais do que: um drinque por dia para mulheres (não gestantes) e dois drinques por dia para homens. “Um drinque padrão de álcool é definido como uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado com 40% de álcool (por exemplo: vodka, whisky, gin, rum etc.). Transformando isso em gramas de álcool, gira em torno de 14 gramas! Ou seja: uma lata de cerveja comum no Brasil, a 4,5% de álcool, tem 12,5 gramas de álcool; uma dose de whisky, a 40% de álcool, tem 14 gramas de álcool. Isso quer dizer que consumir álcool acima de 14 g/dia, torna-se preocupante”, afirma.
Mas afinal, a bebida alcoólica traz algum tipo de benefício para o corpo? O HA fez uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico para entender melhor o assunto e alertar todas as pessoas sobre a relação entre álcool e câncer. Confira e cuide da sua saúde!
– A bebida alcoólica é considerada um fator de risco para o desenvolvimento de câncer?
R.: Com certeza! O consumo de álcool é uma causa estabelecida de vários tipos de câncer (pelo menos sete), sendo o uso excessivo de álcool associado ao maior risco.
– Quais são os principais tipos de câncer associados ao consumo?
R.: Câncer de mama, vários tipos de câncer do trato gastrointestinal (esôfago, gástrico, colorretal, pâncreas, fígado e trato biliar) e cânceres de cabeça e pescoço (cavidade oral, orofaringe e laringe).
– Com que frequência o consumo de bebida alcoólica pode ser preocupante?
R.: Se estivermos falando de prevenção contra o câncer, o ideal é não beber álcool! De acordo com dados da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, consumir acima de 14 gramas de álcool por dia, é preocupante!
– Algum tipo de bebida alcoólica é pior? Neste caso, o teor alcoólico influencia?
R.: Não é o ‘tipo de bebida’, mas sim a quantidade ingerida de álcool. Na prática, uma lata de cerveja comum no Brasil a 4,5% de álcool, tem aproximadamente 12,5 gramas de álcool. Enquanto isso, uma dose de whisky a 40% de álcool tem 14 gramas de álcool.
– Existe algum benefício que o álcool traz para o corpo?
R.: Benefícios não! As diretrizes dietéticas Americanas de 2020 a 2025 aconselham não mais do que dois drinques por dia para homens e um drinque por dia para mulheres (não gestantes). Já outras diretrizes e especialistas desafiam essa visão de que exista alguma dose segura e recomendam evitar-se completamente o álcool.
– Paciente oncológico pode consumir álcool, mesmo que moderadamente?
R.: Não! Mesmo entre consumidores leves e moderados, alguns estudos indicam uma tendência para um aumento do risco de câncer, independente de outros fatores. Além disso, pacientes que estão em tratamento oncológico devem compartilhar todas as medicações, hábitos e vícios com seu médico, para que não haja fatores de confusão e as decisões sejam compartilhadas.
– Cirrose causada pelo excesso de álcool pode se desenvolver para um câncer?
R.: Com certeza! Cirrose de qualquer causa aumenta o risco de câncer de fígado. E esse risco varia de acordo com a idade, o sexo do paciente, a causa da cirrose e o grau de comprometimento hepático.
– Existe diferença entre o consumo de álcool de bebidas caseiras (o licor, por exemplo) e de bebidas industriais para o desenvolvimento de câncer?
R.: Não. O que importa, de fato, é o teor alcoólico, que deve ser inferior a 14 gramas por dia.
– Podemos afirmar que o álcool potencializa o surgimento e desenvolvimento de câncer?
R.: Sim! Estima-se que o consumo de álcool é responsável por, aproximadamente, 6% de todos os casos de câncer e 6% das mortes resultantes de câncer globalmente. Isso significa que quanto maior a ingestão, maior o risco. Além disso, existe também uma associação com o tabagismo: para algumas malignidades que estão ligadas tanto ao tabagismo quanto ao consumo de álcool, interações sinérgicas foram estabelecidas entre essas duas causas de câncer.
– O Hospital de Amor oferece algum tipo de apoio para o paciente oncológico que consome álcool?
R.: O HA possui uma equipe de psicologia ampla e experiente, que atua em todos os departamentos da instituição. O consumo de álcool pode ser um problema para a aderência e tolerância ao tratamento oncológico, portanto, se um paciente precisar de ajuda para abandonar o uso do álcool, nós temos os psicólogos ao nosso lado e, principalmente, ao lado dos pacientes nesse sentido.
– Nessa época de Carnaval, qual o seu recado para os foliões em relação ao consumo de álcool?
R.: Se for beber, beba com moderação, saiba os seus limites e, principalmente, não dirija. Divirta-se com responsabilidade! Aproveite o carnaval e mantenha-se hidratado. Vá de Uber/Táxi ou escolha alguém da turma para não beber. Priorize sua segurança e a do próximo. Celebre o carnaval com alegria, mas sempre com consciência!
Doar medula óssea é um gesto de solidariedade que pode ajudar pacientes que têm o transplante como a única chance de cura. E você sabia que, em função das características genéticas do sistema HLA (Human Leucocyte Antigen: que significa Antígeno Leucocitário Humano), esta chance é de 30% entre irmãos e muito menor quando buscamos doadores não-aparentados?
Por este motivo, existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 38 milhões de doadores no mundo. Dentre eles está o REDOME – terceiro maior registro, responsável pela manutenção das informações de todos os doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e pela identificação de possíveis doadores. Atualmente, ele tem suas atividades coordenadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e representa, para os pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador não-aparentado.
Mas afinal, como se tornar um doador voluntário de medula óssea? Entenda o assunto e saiba como você pode salvar vidas!
O que é medula óssea?
A medula óssea é um tecido gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. Nela, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O transplante de medula óssea é recomendado a pacientes com doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias, por exemplo, e também para os casos de anemia aplástica, linfomas, entre outras.
O transplante é a substituição da medula óssea doente por uma saudável. Com isso, o organismo do paciente transplantado passa a produzir novas células da medula óssea e do sangue.
Quem pode doar?
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade;
– Estar em bom estado de saúde;
– Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite);
– Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Se você estiver dentro de todos esses requisitos, basta fazer um cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
Como funciona o cadastramento?
Para fazer o cadastro, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante e para identificar suas características
genéticas. Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
A partir disso, todas as informações genéticas do doador e dos pacientes são cruzadas. Uma vez identificado um potencial doador compatível, ele é contatado e convidado a realizar novos testes de compatibilidade e uma avaliação clínica e laboratorial. Confirmada a compatibilidade com o paciente e o bom estado-de-saúde do doador, a doação é agendada. Este processo costuma levar 60 dias e não é necessária nenhuma mudança de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.
Como é feita a doação?
A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde. Existem duas formas de doar (por punção ou aférese) e a decisão do procedimento mais adequado é feita pelo médico.
1) No primeiro caso, o doador é anestesiado em centro cirúrgico e requer internação de 24 horas. Uma porção da medula é retirada do interior dos ossos da bacia por meio de punções com agulhas, com duração de cerca de 90 minutos. O doador retorna às suas atividades habituais uma semana após a doação.
2) No segundo procedimento, chamado aférese, o doador toma um medicamento por cinco dias, que faz com que as células da medula óssea circulem na corrente sanguínea. Estas células são retiradas diretamente pelas veias do braço do doador, com uso da máquina de aférese, com duração de cerca de 3 a 4 horas.
• Nos dois casos, a medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.
Como fica o paciente pós transplante?
Depois de um tratamento que destrói sua própria medula óssea com quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente receberá a nova medula por meio de uma transfusão. Em três semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.
Onde é possível fazer o cadastro para ser um doador voluntário de medula?
O cadastro de doadores voluntários no REDOME é realizado nos hemocentros de todo o país, portanto, procure o mais próximo de você para obter mais informações. Em Barretos (SP), vá até o Hemonúcleo do Hospital de Amor e nos ajude nessa missão!
• Vale lembrar que: o cadastro permanecerá ativo no REDOME até a pessoa completar 60 anos de idade, ou seja, ela poderá ser selecionada para um paciente ao longo de toda a sua vida. Por este motivo, é muito importante que o doador mantenha seus dados pessoais atualizados – o que pode ser feito por meio do site do próprio REDOME.
Informações:
Em caso de dúvidas, entre em contato com o hemonúcleo do HA pelo telefone: (17) 3321-6600 (ramal: 6941 ou 6753).
Com a sua ajuda podemos aumentar as chances de encontrar doadores compatíveis com nossos pacientes. Seja o herói de alguém! Cadastre-se e seja doador de medula óssea!
Passar pelo processo de uma amputação não é fácil. Em alguns casos, pacientes oncológicos precisam realizar a remoção de algum membro, o que pode acarretar possíveis consequências. Mas seria algo psicológico? Teria alguma explicação neurocientífica?
A síndrome do membro fantasma, também conhecida como ‘dor fantasma’, é uma sensação de dor, formigamento ou queimação, percebida em uma parte do corpo que foi amputada ou não funciona mais, ocorrendo em até 80% dos pacientes submetidos a amputações. É como se a parte do corpo ainda estivesse presente, mesmo que tenha sido removida ou danificada.
De acordo com o médico ortopedista e coordenador do departamento de Oncologia Ortopédica do Hospital de Amor, Dr. Sylvio Cesar Sargentini, a dor fantasma é real e pode ser muito intensa, afetando a qualidade de vida do paciente. O especialista explica que a causa exata não é completamente compreendida, mas é frequentemente atribuída a uma combinação de fatores, incluindo alterações neurológicas e a maneira como o cérebro ainda interpreta sinais de dor da área amputada:
• Alterações na atividade cerebral: após a amputação, o cérebro pode continuar a enviar sinais para o membro que não existe mais. Esses sinais podem ser interpretados como dor.
• Danos aos nervos: a amputação pode causar danos aos nervos, o que pode levar a dor.
Segundo o Dr. Sargentini, a duração da dor fantasma varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas experimentam dor fantasma por um curto período, enquanto outras podem vivenciá-la por um longo tempo, até mesmo por anos. O médico explica que para aliviar a dor fantasma, o paciente pode fazer o uso medicação, fisioterapia, estimulação nervosa ou outras terapias. Às vezes, simples técnicas de distração também podem ajudar a aliviar a sensação de dor, tais como:
• Medicamentos: os analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser usados para aliviar a dor fantasma.
• Terapia: a terapia cognitivo-comportamental pode ajudar o paciente a aprender a lidar com a dor fantasma.
• Estimuladores: os estimuladores cerebrais profundos podem ser usados para interromper os sinais de dor que são enviados ao cérebro.
Uma sensação real
É comum muitas pessoas pensarem que a dor em um membro inexistente é algo puramente psicológica, no entanto, o médico afirma que a sensação fantasma é uma sensação de que o membro amputado ainda existe. “A pessoa pode sentir o membro doendo, coçando, formigando ou até mesmo se movendo. Ela é mais comum e costuma ocorrer em todos os pacientes amputados, assim como a dor residual do membro amputado, que ocorre devido a própria intervenção cirúrgica que ocorreu (cicatrização, corte, etc.)”, ressalta o ortopedista.
Quando questionado se a dor afeta mais homens ou mulheres, o especialista do HA explica que esta síndrome não parece estar ligada ao gênero e pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres. “E sua prevalência depende da condição médica subjacente que causou a amputação ou perda da função da parte do corpo”, revela Sylvio.
A dor não para os sonhos
O paciente do HA Infantojuvenil, Ian Barbosa, que precisou passar pelo processo de amputação após ser diagnosticado com um tumor ósseo (osteossarcoma), revela que sentiu a síndrome da dor fantasma. “Quando eu recebi a notícia da amputação, eu fiquei triste pois eu jogava futebol, mas poder viver falou mais alto e fiquei tranquilo em conseguir ter uma nova chance e uma nova vida. Após a amputação, eu comecei a sentir a dor fantasma. Eu sentia uma sensação estranha, pois eu não saiba onde eu iria coçar, se era nas canelas, nos pés, não conseguia contrair as pernas, enfim. Foi estranho conviver com isso”, diz Ian, que sonha em se tornar um atleta paraolímpico e representar o Brasil algum dia.
O jovem de Manaus (AM), revela ter feito uso de remédios para ajudá-lo com a dor. “Parar de sentir essa dor foi uma das melhores coisas que aconteceu comigo. Atualmente, eu não tenho muita sensibilidade e consigo viver tranquilamente. Posso dizer que estou bem acostumado com a prótese e consigo fazer todas as minhas atividades, sem limitações. Então sim, eu consigo viver de modo tranquilo”, finaliza o paciente, que faz reabilitação e treina na academia do Hospital de Amor, focando no seu grande sonho: ganhar uma medalha Paralímpica.
Certa vez, o conhecido medalhista olímpico brasileiro, Lars Grael, que sobreviveu a um grave acidente no mar (após uma lancha pilotada por um homem alcoolizado invadir a área de uma regata e colidir com o barco do atleta), teve sua perna direita amputada em 1998, e relatou: “Sinto a perna perdida 24 horas por dia, quase sempre como manifestação de dor, que varia de tipo e intensidade, se estou estressado é pior”. Mesmo após ter o sonho de sua carreira interrompida, Lars criou um projeto de incentivo para desenvolver novos velejadores – esporte que a cada ano ganha mais espaço nos corações dos brasileiros, principalmente pelo pioneirismo e garra dele; o que demonstra que é possível seguir a vida mesmo com a presença da dor.
Ambos os exemplos são a prova de que a perseverança e o sonhos são os maiores incentivadores para ajudar a vencer os desafios que o destino apresenta durante a jornada da vida.
Um estudo inédito realizado por pesquisadores do Hospital de Amor, que teve o apoio da FAPESP e foi recém-publicado na revista científica Clinical Breast Cancer, mostrou que, mais do que a cor da pele, a ancestralidade é indicadora de risco para câncer de mama e que mulheres de ascendência africana têm mais chances de desenvolver tumores do tipo triplo-negativo, que são de difícil tratamento. Apesar de a ancestralidade já ser conhecida como um fator para prever o tipo de câncer mais provável em certa população, a pesquisa destacou que, em países miscigenados como o Brasil, apenas a cor da pele não é suficiente para determinar esse fator de risco.
Essa é a primeira desse tipo, nos distintos subtipos moleculares, com base em marcadores genéticos de ancestralidade especialmente selecionados para a população geral brasileira e foi possível graças à pluralidade das pacientes atendidas pela instituição. Os pesquisadores explicam que esse tipo de análise é importante para definir se a frequência desses subtipos de tumores se associa com a ancestralidade genética das pacientes.
De acordo com o Dr. René Aloisio da Costa Vieira, pesquisador do HA e um dos coordenadores do estudo, “os resultados apontam para a necessidade de realizar exames anuais em populações de ascendência africana, predominante no Norte e Nordeste do país. Além dos fatores socioeconômicos, que podem influenciar o prognóstico da doença nessa população, observamos uma maior proporção de ancestralidade africana em mulheres com o subtipo molecular triplo-negativo, que é sabidamente mais agressivo, multiplica-se mais rápido e tem menos opções de tratamento”.
O trabalho contou com a participação de mais de mil pacientes com câncer de mama de diversas regiões brasileiras, com uma predominância maior de mulheres do Sudeste (72%), seguido por 7,3% da região Norte, 1,8% do Nordeste e 0,9% do Sul. Em consonância com o padrão de autodeclaração de cor ou raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria se declarava branca (77,9%), seguidas de pardas (17,4%) e negras (4,1%). Amarelas (asiáticas) e indígenas somaram 0,5%.
A partir dos resultados obtidos, observou-se que a ancestralidade avaliada geneticamente foi fator associado com a classificação molecular do câncer. “Isso mostra como a cor da pele não é determinante para o tipo de tumor, mas, sim, a ancestralidade”, comenta o Dr. Rui Manuel Reis, Diretor Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e coordenador do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor.
Os pesquisadores pretendem, agora, ampliar e investir em novas frentes do estudo para descobrir, por exemplo, melhores formas de tratamento e prevenção, que possam, sobretudo, serem aplicadas ao Sistema Único de Saúde por meio de políticas públicas estruturadas.
Leia o artigo “Genetic Ancestry of 1127 Brazilian Breast Cancer Patients and Its Correlation With Molecular Subtype and Geographic Region” na íntegra.
*Texto colaborativo: André Julião – Agência FAPESP
Outubro ainda nem chegou, mas as ações em celebração ao ‘Outubro Rosa’ – campanha mundialmente conhecida sobre a conscientização da importância do diagnóstico precoce do câncer de mama – já se iniciaram no Hospital de Amor. Sempre consciente de que a maior arma no combate à doença é a prevenção, a instituição desenvolve projetos (durante todo o ano, mas especialmente neste período) que visam oferecer informações, orientações, além de excelência e humanização na realização de exames preventivos gratuitos à população. Uma dessas iniciativas é o “Talento Rosa”!
Promovida pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, a capacitação, que é destinada aos professores representantes das Escolas de Educação Infantil, Fundamental e Médio de Barretos (SP) e região, tem o intuito de motivar crianças e adolescentes em ambientes escolares, de forma lúdica (artística), a refletirem sobre o câncer e suas formas de prevenção, por meio da produção desenhos e poesias, além de conscientizar as mulheres do convívio destes alunos sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
Em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Diretorias de Ensino e Rede de Ensino Privado de Barretos e Região, o evento – que neste ano aconteceu no último dia 26 de setembro, na Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FASCIB), reuniu 170 profissionais, dentre eles o Dirigente de Ensino da D.E. da Regional de Barretos (SP), Bruno Henrique Bertin, e a Dirigente Regional de Ensino de São José do Rio Preto (SP), Luana da Silva Garcia.
“Com essa mobilização, nós buscamos unir todo o ambiente e a comunidade escolar, para que esses alunos possam se envolver com o Outubro Rosa e levar para suas mulheres de convívio, a importância da prevenção do câncer de mama, pois a prevenção salva vidas!”, afirmou a coordenadora do projeto, Rosa Cunha.
Para a mastologista do HA, Dra. Talita Mendes, começar a educação em saúde dentro das escolas – principalmente em relação a prevenção do câncer de mama (o tumor mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, exceto os pele não melanoma) – é fundamental. “Nada melhor do que começar esse trabalho, informando, orientando e conscientizando aqueles que educam”, declarou.
O evento
Durante o evento, os participantes puderam ouvir palestras sobre os temas:
• Câncer de Mama no Brasil e no Mundo – com os mastologistas do HA, Dr. Idam de Olivera Jr. e Dra. Talita Mendes; com a gerente administrativa da atenção primária e unidade de pronto atendimento (UPA) do HA, Marcela de Oliveira Santos; e com a gerente do Instituto de Prevenção do HA, Paula Carvalho Ribeiro.
• Os impactos da participação das escolas na Prevenção do Câncer de Mama – com a coordenadora de projetos do NEC do HA, Rosa Cunha; com a supervisora geral do Centro de Formação dos Profissionais de Educação (CEFORPE) de Barretos (SP), Ana Carolina Policarpo; com a supervisora de ensino da Secretaria Municipal de Educação de Olímpia (SP), Iracema Bassetto; e com a coordenadora de gestão pedagógica geral da Escola Estadual Professor Aymoré do Brasil, Paula Silva.
Para encerrar a ação com chave de ouro, um ‘show’ repleto de ânimo, incentivo e alegria com Leila Navarro. Com o tema: Motivação além do rosa: engajando equipes e promovendo conscientização, a palestrante motivacional (autora de mais de 15 livros, que integra o ranking dos 20 mais notáveis palestrantes brasileiros, segundo a revista VEJA em 2020), falou sobre amor-próprio, autoestima, autocuidado, qualidade de vida, empatia e o principal: sobre prevenção.
“Prevenção é empatia… empatia consigo mesma. Por isso, se você tem seios, cuide, sinta, respeite eles. Nosso corpo é nosso lar e ter consciência disso é o que nos salva! Cuidamos tanto da parte de fora, precisamos cuidar da parte de dentro também”, finalizou Leila.
Ao som da música ‘Soul de Verão’, de Sandra de Sá, Leila cantou, dançou e encantou todos os participantes do “Talento Rosa”.
O projeto
De acordo com a coordenadora do projeto, Rosa Cunha, a ação inicia-se pela capacitação dos profissionais da educação, abordando a prevenção do câncer de mama e as orientações sobre como essa temática deve ser desenvolvida em sala de aula. Após a produção dos desenhos e poesias, os estudantes são conduzidos pelo professor em uma roda de conversa a eleger um que melhor representa a reflexão realizada pela classe. “Uma cópia de cada trabalho selecionado é enviada para o Hospital de Amor e sugere-se que os originais, se possível, sejam expostos nas escolas ou unidades de saúde de suas respectivas cidades, de forma presencial ou on-line. Fotos dos ambientes escolares decorados também são enviadas ao HA e expostas na exposição digital da instituição”, completou Rosa.
No último ano, o ‘Talento Rosa’ capacitou 127 escolas, 1.337 professores e 22.106 estudantes, com 34.200 produções artísticas. Para mais informações sobre o ‘Talento Rosa’, acesse: ha.com.vc/talentorosa.
Prevenção
Há mais de 30 anos, o Hospital de Amor ultrapassa fronteiras e barreiras percorrendo o país para levar saúde de qualidade, gratuitamente, à população das localidades mais distantes e necessitadas. São dezenas de unidades fixas e móveis espalhadas pelo Brasil, desenvolvendo um trabalho completo em rastreamento, diagnóstico e tratamento, e o mais importante: salvando milhares de vidas!
População: 11.524 habitantes – Atendimentos em 2021: 1.589
O 24º encontro ‘Direito de Viver’ do município de Pirangi (SP), sob a coordenação do José Antônio dos Santos, teve gados e prendas. O evento arrecadou R$280.011,82.
O Hospital de Amor agradece todos os organizadores, apoiadores, voluntários e população da cidade e região. Muito obrigado!
Acolher com humanização, tratar com dignidade e salvar vidas! Estas poderiam ser as diretrizes do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Entretanto, em mais de 60 anos de história a instituição vai muito além: ela reabilita seu paciente, capacita-o após o tratamento (por vezes, difícil) para que ele volte para sua rotina com qualidade de vida.
Sempre atuando em direção ao atendimento integral em saúde, o Hospital de Amor Barretos conta um Centro de Reabilitação completo, equipado e altamente tecnológico, visando recuperar as funções perdidas pelos pacientes e diminuir o risco de sequelas (causadas, em grande maioria, pelo próprio tratamento). E entre inúmeros equipamentos e utensílios disponíveis ali, está o C-MILL!
De acordo com representante da Hocoma (empresa responsável pelo aparelho), Emerson Miranda, trata-se de uma ferramenta que fornece uma avaliação objetiva e profunda do equilíbrio e da marcha do paciente, sendo equipada com uma placa de força, realidade aumentada e virtual, o que torna o processo de reabilitação mais eficiente. “O C-MILL pode ser utilizado para várias finalidades, como um ajuste de prótese ou adaptação do paciente com a mesma; como um exercitador em final de tratamento; como treino de equilíbrio cognitivo e, mais importante, como reabilitação de marcha para pacientes que necessitam recuperar os movimentos mais finos e coordenados”, afirmou.
Pioneiro em várias frentes, o Hospital de Amor é o primeiro centro oncológico a disponibilizar essa ferramenta na reabilitação de pacientes do sistema único de saúde. Com capacidade para trabalhar 24 horas, sete dias na semana e até dez anos, o C-MILL atende no HA, em média, oito pacientes por dia.
Segundo o fisioterapeuta do hospital, Thiago Felício, este sistema de reabilitação é indicado para os pacientes que apresentam dificuldades para andar, que fazem uso de prótese de membros inferiores, que possuem déficit de equilíbrio, dificuldades de marcha ou necessitam de realizar a marcha com auxiliadores, como muletas e andadores. “O C-MILL proporciona uma aprendizagem muito importante ao paciente, onde ele cria estratégias de adaptabilidade da marcha, por meio de exercícios adaptados de equilíbrio, velocidade, força e resistência, sempre dentro de um ambiente totalmente seguro, direcionado e controlado”, explicou.
E como o HA não apenas oferece o melhor e mais humanizado tratamento oncológico aos seus pacientes, como reafirma a importância da inclusão social e qualidade de vida de todas as pessoas, o acesso ao C-MILL também é destinado aos tratamentos não oncológicos, ou seja, a aqueles que realizam a deambulação (dificuldades na marcha) e necessitam de reabilitação.
“Não podemos especificar, por exemplo, um período para o paciente voltar a andar normalmente com a utilização do C-MILL, mas, por se tratar de um equipamento seguro, totalmente sensorizado e com reconhecimento de movimentos (sendo possível identificar pequenos ajustes quando necessários), podemos afirmar que o impacto e os resultados positivos na vida do paciente são imensuráveis”, declarou o fisioterapeuta.
Mais um grande diferencial do HA em prol de seus milhares de pacientes. Mais um grande motivo de orgulho!
25 de agosto – há exatos 169 anos nascia Barretos (atualmente nomeada ‘Estância Turística de Barretos’), uma cidade localizada no interior do estado de São Paulo, marcada por fortes tradições caipiras e raízes sertanejas. O canto do noroeste paulista também é palco de grandes projetos, conquistas e celebrações, conhecido por seu povo hospitaleiro, pela realização do maior rodeio da América Latina e pelo amor ao próximo.
Por falar em amor, foi em Barretos a fundação de uma das maiores obras filantrópicas da América Latina; município que acolheu o sonho dos médicos visionários, Dr. Paulo Prata (in memoriam) e Dra. Scylla Duarte Prata, e tornou-se berço da trajetória do Hospital de Amor – referência em tratamento oncológico gratuito de excelência, com o maior serviço de prevenção de câncer do país e uma estrutura completa focada em ensino e pesquisa. Há 61 anos, a capital do rodeio é o berço do Hospital de Amor!
Em tanto tempo, a cidade cresceu, desenvolveu, prosperou e, junto dela, o HA amplificou. A instituição ultrapassou limites, barreiras e fronteiras para levar saúde de qualidade a todas as pessoas. O seu programa de prevenção de câncer alcançou números de diagnósticos precoces inimagináveis, por meio de suas unidades fixas e móveis. Seus atendimentos de excelência (via Sistema Único de Saúde) em unidades de tratamento espalhadas pelo país, estruturas altamente tecnológicas, procedimentos avançados e resultados inovadores em ensino e pesquisa, fizeram a entidade ser reconhecida internacionalmente.
A verdade é que a união entre Barretos e o Hospital de Amor transformou a realidade da saúde pública do país! A primeira instalação da instituição, o Hospital São Judas, abriga, atualmente, a unidade de cuidados paliativos e de atenção ao idoso do HA. E desde 1991 – devido à grande demanda de pacientes – a instituição vem expandindo e se desenvolvendo em mais de 200 mil metros quadrados.
O acolhimento do município ajuda o HA a escrever novos capítulos na história de diversas famílias e, muito mais do que isso, a salvar milhares de vidas todos os dias. Motivo de orgulho para o barretense, com certeza, que tem a vantagem de contar com toda essa excelência bem pertinho, no ‘quintal de casa’.
Para se ter uma ideia, só no ano de 2022 o Instituto de Prevenção do HA ofereceu à população de Barretos:
• Câncer de Colo de Útero – 122.020 procedimentos/consultas
• Câncer de Mama – 49.762 procedimentos/consultas
• Câncer de Boca – 8.119 procedimentos/consultas
• Câncer de Cólon e Reto – 3.801 procedimentos/consultas
• Câncer de Pele – 3.592 procedimentos/consultas
• Câncer de Próstata – 2.861 procedimentos/consultas
No total: 190.155 procedimentos/consultas, envolvendo atendimentos médicos e não médicos (enfermagem, psicológicos, odontológicos, entre outros) aos barretenses. Os números expressivos falam por si, entretanto, muito além de oferecer acolhimento e um tratamento digno, o Hospital de Amor oferece: AMOR aos seus!
Obrigado, Barretos! Pela acolhida, amparo, respeito, e por ser ‘casa’ ao Hospital de Amor! Parabéns por seus 169 anos! Que a nossa história se renove e frutifique neste 25 de agosto. O HA se orgulha em ser barretense!
Coceiras, lesões, manchas e mal odor são sintomas que podem, facilmente, ser confundidos com uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas que caracterizam o câncer de pênis – um tipo de tumor raro, que atinge homens de 50 a 60 anos (embora possa acometer também os mais jovens), e que afetou, segundo informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde, 1.933 homens brasileiros em 2022, resultando em 459 amputações.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença representa 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no público masculino, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Por possuir um tipo de tratamento que impacta na qualidade de vida do paciente, já que pode interferir diretamente em sua vida sexual, o câncer de pênis é uma doença passível de prevenção por meio de medidas simples, como por exemplo a boa higiene do órgão.
Para conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor (maior centro oncológico da América Latina, com atendimento 100% gratuito) conversou com o urologista coordenador do departamento de urologia da instituição, Dr. Roberto Dias Machado, e preparou uma matéria especial sobre o assunto.
Confira a entrevista e se informe!
1) O que é o câncer de pênis?
R.: O câncer de pênis é a doença maligna ocasionada pela alteração da pele e dos tecidos do órgão genital masculino. É uma doença com ocorrência menor do que outros tipos de câncer exclusivamente masculinos (como por exemplo o câncer de próstata), porém, apresenta alto impacto na qualidade de vida dos portadores.
2) Como é feito o diagnostico deste tipo de câncer?
R.: O diagnóstico é feito através de biópsia de lesões em glande ou corpo peniano. Assim, observamos que a avaliação médica de lesões genitais é essencial, principalmente aquelas com duração maior que quatro semanas ou que falharam a tratamento médico prévio. O diagnóstico precoce tem impacto positivo no resultado do tratamento, desta forma, homens que notarem aparecimento de novos ferimentos ou nódulos devem procurar assistência médica para realizar a investigação o mais rápido possível.
3) Quais são os principais sinais e sintomas?
R.: A doença pode se apresentar desde lesões grandes até manchas discretas. Os principais sinais e sintomas são diversos, e podem ser manchas vermelhas que não cicatrizam, nódulos, úlceras, alterações da espessura ou cor da pele, inchaço do pênis e sangramento ou corrimentos com mal odor pela uretra.
4) Existe prevenção para o câncer de pênis?
R.: A prevenção ocorre por meio de medidas para evitar os principais fatores de risco para o aparecimento da doença. A primeira medida é a realização de tratamento para pacientes com fimose (dificuldade ou impossibilidade de exposição da glande). Esta condição está associada a uma chance de aparecimento de câncer de pênis até 16 vezes maior quando comparado a homens sem fimose. O tratamento deve ser feito o quanto antes pois o resultado é melhor quanto mais jovem – sendo a maior redução de risco em pacientes que foram submetidos ao tratamento antes da puberdade.
Doenças de pele e inflamações repetitivas da glande ou da pele que envolve o prepúcio também podem facilitar o aparecimento do câncer no local. Desta forma, buscar assistência médica e realizar o tratamento adequado de qualquer condição que cause inflamação local, pode evitar o desenvolvimento de tumores penianos.
Outra medida importante é a manutenção de higiene regular da região genital. O simples ato de lavar o pênis diariamente com água e sabão durante o banho pode evitar o aparecimento da doença.
Por fim, o tabagismo é um fator importante para aumentar o risco de desenvolver tumores penianos. O cigarro aumenta em até cinco vezes mais a chance de aparecimento deles. Portanto, interromper o tabagismo pode reduzir drasticamente a chance de aparecimento da doença.
5) A higiene (ou falta dela) tem relação com a doença?
R.: A falta de higiene tem relação íntima com o desenvolvimento do câncer de pênis. A realização de higiene genital é uma medida essencial para evitar aparecimento da doença. Manter o pênis sujo leva a inflamações locais repetitivas e, com o tempo, a pele desta região pode sofrer alterações a nível celular, transformando em células cancerígenas.
6) Como é o tratamento para este tipo de câncer?
R.: O tratamento é realizado através da retirada da lesão. Em lesões que acometem de forma superficial a pele ou a glande, tratamentos locais podem ser oferecidos, sendo eles com laser, crioterapia (terapia térmica) ou até aplicação de produtos para retirada desta pele doente. Em outras lesões, pode ser necessário retirada cirúrgica. E para que não haja dúvida quanto a resquícios de doença, são retiradas margens de segurança para reduzir a chance de retorno do câncer no mesmo local.
A depender do avanço da doença e das características próprias do tumor, pode ser necessário a retirada de gânglios que ficam na região da virilha ou mais internos, podendo estar na região da pelve.
Outros tratamentos como a quimioterapia e radioterapia podem ser associados ao tratamento local. Eles são escolhidos a depender do nível de desenvolvimento da doença e da forma de apresentação. Podem, portanto, aumentar a chance de sucesso do tratamento em casos específicos e bem avaliados.
7) Existe a necessidade de amputação do membro? Quais são os casos?
R.: A amputação do membro pode ser necessária. Com o avançar da doença, o pênis pode desenvolver ulcerações ou nódulos maiores. Estes impossibilitam que tratamentos preservadores sejam realizados. Portanto, é essencial ressaltar novamente que o diagnóstico deve ser feito de forma precoce e, para ser feito, requer que homens procurem assistência médica ao aparecimento de lesões em pele ou glande. A identificação precoce da doença é a principal maneira de evitar tratamentos mais agressivos e preservar o pênis, além de possibilitar uma maior chance de cura da doença.
8) Qual a incidência da doença nos homens?
R.: O câncer de pênis representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem os homens. Apesar de não ser tão comum, sua ocorrência é especialmente mais alta nas regiões Norte e Nordeste. O continente com maior taxa no mundo é a América do Sul, sendo o Brasil um dos principais países em número de casos. A incidência ajustada pela idade no nosso país chega a 8,3 casos a cada 100.000 homens. Já no mundo, sua apresentação é de apenas 0,5-1,5 casos a cada 100.000 homens.
Em dados absolutos, a Agência Internacional de Pesquisas em Câncer-Globoca, apoiada em dados nacionais (INCA /MS), estima cerca de 1.658 novos casos anuais ocorram no Brasil.
9) Em qual idade os homens são mais atingidos?
R.: A maior taxa de casos ocorre em homens por volta dos 50 a 60 anos. Porém, devemos ressaltar que esta doença também pode ocorrer em idades mais jovens ou idosos.
10) No Brasil, o câncer de pênis é uma doença rara?
R.: No nosso país, o câncer de pênis ainda se mantem como uma doença rara. Entretanto, as taxas no Brasil estão entre as mais altas no mundo. Podemos observar também que a doença apresenta uma heterogeneidade em relação as diferentes regiões. As regiões Norte e Nordeste são mais acometidas, sendo que o estado do Maranhão tem um destaque negativo com alguns estudos demonstrando a maior incidência da doença no mundo, chegando em números absolutos a 6,3 casos a cada 100.000 homens.
A incidência também pode variar dentro de uma mesma região, com zonas rurais apresentando maior número de casos. Em dados epidemiológicos brasileiros, observam-se que 57% dos pacientes eram oriundos de zonas rurais, sendo que 58% trabalhavam em fazendas. Outros fatores que se relacionam ao aumento no número de casos de determinada região são a escolaridade e o nível socioeconômico.
11) Existe alguma relação entre o câncer de pênis e o HPV?
R.: O vírus do HPV apresenta relação estreita com o câncer de pênis. Este vírus que invade a pele, principalmente genital, está associado a diversos tipos de lesões benignas ou malignas. No caso do pênis, a associação do vírus e da doença ocorre em 70 a 100% das neoplasias intraepiteliais (tumores superficiais) e em 40 a 50% das doenças invasivas. O maior número de parceiras e a fimose podem aumentar a chance de infecção pelo vírus e, assim, aumentar a chance de aparecimento do câncer.
12) Quais são as chances de cura deste tipo de câncer?
R.: As chances de cura dependem do tipo de tumor e do momento em que é feito o diagnóstico. Em casos localizados apenas no pênis, a taxa de cura gira em torno de 80%. Porém, após a disseminação da doença para os gânglios presentes em virilha, a taxa de cura cai verticalmente para 30%.
13) Ainda existe tabu/preconceito/vergonha por parte dos homens quando o assunto é câncer de pênis?
R.: O preconceito sobre doença infelizmente é algo comum. Os homens em geral são propensos a não procurar assistência médica para suas enfermidades. Quando pensamos em lesões penianas, a vergonha e o preconceito dificultam ainda mais o acesso ao tratamento. Isto é extremamente prejudicial, principalmente no câncer de pênis que tem resultado curativo impactado pelo atraso ao tratamento.
14) Existe algum estudo/pesquisa importante sobre este tipo de tumor?
R.: Diversos estudos hoje demonstram fatores de risco para a ocorrência do tumor de pênis. Os principais estão presentes em importantes guidelines mundiais de tratamento (por exemplo: o Guideline Europeu de Urologia e o Guideline Americano de Urologia). Estes demonstram que o tabagismo, relações com múltiplas parceiras e higiene genital inadequada são hábitos que devem ser evitados para reduzir a chance de desenvolvimento de lesões malignas genitais.
15) No HA, existe tratamento para o câncer de pênis?
R.: Em nosso hospital oferecemos todo o tratamento para o câncer de pênis. Desde o tratamento para pacientes em estádios iniciais, quanto para doenças avançadas. Dispomos também de suporte de diversos profissionais que podem ajudar no âmbito do tratamento, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
16) Qual a mensagem de conscientização que o senhor deixa para a sociedade em geral, principalmente para os homens, sobre a doença?
R.: A primeira mensagem que deixo para a sociedade em geral e, principalmente os homens, é de que medidas podem ser realizadas para evitar essa difícil enfermidade. Cuidados simples tem impacto, como: a higiene regular da região genital, a interrupção do tabagismo, o tratamento adequado de lesões crônicas genitais e o tratamento da fimose.
A segunda mensagem que gostaria de deixar é para os homens que apresentem os sintomas que relatamos anteriormente procurem rapidamente assistência médica. O tratamento inicial, realizado de forma rápida, pode evitar a perca do órgão e da vida.
O tabagismo é um dos principais fatores de risco para o câncer de cabeça e pescoço, principalmente o que afeta boca, faringe, laringe e cavidade nasal. Mesmo que as embalagens tenham informações anunciando que o produto pode ser prejudicial para a saúde, o tabagismo atinge novos usuários anualmente. Além disso, a preocupação aumenta com o número crescente de jovens utilizando o cigarro eletrônico.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no triênio 2020/2022, os cânceres de cabeça e pescoço atingiram 19,5 mil novos caso para homens por ano, e 17,1 mil novos casos para mulheres por ano, totalizando mais de 36 mil novos casos no período.
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, afirma que pessoas do sexo masculino são as mais afetadas pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado também, principalmente devido a exposição do público feminino aos hábitos nocivos”.
Por serem diagnosticados em fase avançada, os tumores de cabeça e pescoço apresentam altas taxas de mortalidade. “Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa”, conta o médico.
Desde 2015, a campanha de prevenção do câncer de cabeça e pescoço conhecida como ‘Julho Verde’, tem como objetivo principal levar conhecimento para toda a população e para os profissionais de saúde sobre a doença e seus principais fatores de risco, além de formas de prevenção e diagnóstico precoce.
Sinais e sintomas
Assim como acontece em outros tipos de câncer, estar atento aos sinais e sintomas da doença é essencial. São eles:
– Feridas na boca e/ou garganta que em até 20 dias não cicatrizam;
– Rouquidão;
– Dor ou dificuldade ao engolir;
– Desconforto na garganta;
– Dores persistentes nos ouvidos;
– Sangramento pela boca ou nariz;
– “Caroço” ou nódulos no pescoço;
Esses são sinais clínicos que, se persistentes, devem alertar para a possibilidade de tumores na cabeça e pescoço, principalmente em pessoas que fumaram, fumam ou que fazem uso frequente de bebida alcoólica, exigindo atenção médica ou por outro profissional da área de saúde, como dentista.
Além desses, é importante se atentar a feridas na pele da face, lábios, pescoço e couro cabeludo que não cicatrizam em 20 dias, especialmente as elevadas, vermelhas e que descamam. Novas pintas ou manchas escuras (ou mesmo as que já existem, mas que mudam de aspecto como na cor, tamanho e forma), também merecem atenção médica.
Prevenção
O desenvolvimento desse tipo de tumor também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos. Por isso, a principal forma de prevenção para o câncer de cabeça e pescoço é: não fumar, independentemente se é cigarro de filtro, eletrônico, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguilé, pois todos eles podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. Outro ponto é o cuidado com o uso de bebida alcoólica, evitando-se ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente.
É imprescindível ter uma boa higiene oral, usar protetor solar e labial, ter uma alimentação saudável, vacinar os jovens contra o HPV e praticar sexo oral com preservativo, para evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
Cigarro eletrônico
O cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Ricardo Gama, esclarece as principais dúvidas sobre o cigarro eletrônico – também conhecido como vaper, pod, entre outros. Confira!
– Sabe-se que o uso do cigarro, seja eletrônico ou não, é prejudicial para a saúde. Mas, o uso do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de câncer mais rapidamente do que o cigarro convencional?
Dr. Gama: Ainda não há uma resposta para esta pergunta, pois o uso do cigarro eletrônico é muito recente. Para estudar a relação do câncer com o cigarro é necessário analisar 20 anos de uso. Como médicos e cientistas, acreditamos que o cigarro eletrônico está relacionado, na mesma proporção, com a incidência de câncer na comparação com o cigarro convencional. De acordo com o INCA, o cigarro eletrônico não é seguro e possui muitas substâncias tóxicas, além da nicotina. Sendo assim, podemos dizer que o cigarro eletrônico pode trazer doenças respiratórias, como: enfisema, doença cardíaca e dos vasos sanguíneos, problemas de pele e câncer. Sem dúvidas, os níveis de toxicidade do cigarro eletrônico são tão prejudiciais quanto o do cigarro convencional, já que combina substâncias tóxicas que são deletérias e danosas para a saúde.
– As substâncias usadas para deixar os cigarros eletrônicos com gostos e aromas diferentes também aumenta o risco de câncer?
Dr. Gama: A diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro convencional é a constituição que tem dentro deles. Os cigarros eletrônicos, supostamente, contêm menos concentração de nicotina (que está em estado líquido), mas eles apresentam muitas outras substâncias tóxicas, como: glicerina, nitrosaminas, metais, propilenoglicol, que são todos indutores de câncer. Inclusive, alguns desses ingredientes servem para dar o gosto adocicado, sendo assim, as substâncias podem aumentar o risco de câncer.
– O cigarro eletrônico causa lesões pulmonares?
Dr. Gama: Sim, o cigarro eletrônico pode causar lesões pulmonares graves. Inclusive, ele é capaz de causar uma pneumonia típica e grave. Ele gera uma inflamação aguda no pulmão, que pode cronificar e ocasionar uma insuficiência respiratória, além de uma pneumonia bacteriana. Caso o paciente já tenha essa pneumonia ou inflamação no pulmão ocasionada pelo cigarro eletrônico, dificulta ainda mais o tratamento de algumas doenças infecciosas que ele possa ter futuramente, incluindo a COVID-19.
O cigarro eletrônico também pode causar uma doença pulmonar chamada ‘EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico)’. Os sintomas geralmente são: tosse, dor no peito, falta de ar e perda de peso. O médico responsável por cuidar desta doença é o pneumologista. Além disso, conforme citado anteriormente, o cigarro eletrônico também está relacionado com doenças dos vasos sanguíneos e doenças cardíacas, porque ele apresenta não só a nicotina, mas outras substâncias tóxicas que podem fazer mal para esses órgãos.
Em outros casos, se a pessoa passa a conviver com um tabagista ativo, seja de convencional ou eletrônico, e passa a inalar com frequência o que é liberado pelo cigarro eletrônico, ele também tem risco de desenvolver doença pulmonar e outras doenças ocasionadas pelo cigarro eletrônico e convencional, principalmente se são pessoas de convívio diário, como: esposa, marido, mãe, filho.
– Cigarros eletrônicos causam dependência?
Dr. Gama: Como cigarros eletrônicos contém nicotina, eles também causam dependência. Inicialmente, o cigarro eletrônico surgiu para que os fumantes ativos parassem com o hábito. Dessa forma, eles iniciariam um ‘desmame’ da nicotina, para depois abandonar o vício, e isto não é verdade. Em algumas situações, há uma concentração muito maior de nicotina em uma tragada de cigarro eletrônico do que de cigarro tradicional, então, a quantidade da substância é muito superior no consumo de uma tragada do que na comparação de um cigarro comum.
– Os locais onde é proibido o uso do cigarro comum, também deveria ser proibido o uso do cigarro eletrônico?
Dr. Gama: O cigarro eletrônico é proibido no Brasil, ou seja, ele não é regulamentado, então, o uso também deveria ser proibido. Em consequência disto, há muitas fábricas irregulares que produzem o cigarro eletrônico e, pela falta de fiscalização, não se sabe o que há nesses produtos. Dessa forma, ele se torna muito pior do que o cigarro convencional.
– O Hospital de Amor tem algum programa para quem quer parar de fumar?
Dr. Gama: O Hospital de Amor tem um programa de acompanhamento para os pacientes da instituição que desejam parar de fumar. Ele se chama ‘NATA’ e é um grupo de apoio composto por: pneumologista, psicólogos e farmacêuticos. Fora do HA, existem algumas unidades de saúde que oferecem programas de cessação de tabagismo para pacientes da atenção primaria, inclusive com todo o suporte e liberação para a dispensa de medicações para a cessação do tabaco.
Iniciativa
Com o objetivo de levar mais conhecimento a toda população sobre o câncer de cabeça e pescoço, seus principais fatores de risco, formas de prevenção e diagnóstico precoce, além da mostrar e debater a importância do ‘Julho Verde’ (campanha nacional de prevenção da doença), o Hospital de Amor promove, neste 7 de julho, o “1º Fórum Julho Verde de Conscientização do Câncer de Cabeça e Pescoço”. O evento também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.