“Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado”. Desde muito cedo, as comidinhas já estão no imaginário das crianças. O bom mesmo é quando podem ser degustadas de maneira saudável e segura.
O consumo de alimentos orgânicos pode contribuir com uma boa saúde, embora, muitas vezes, seja um grande desafio devido à correria do dia a dia. Pensando em oferecer alimentos de qualidade e entretenimento aos acompanhantes do Hospital de Amor Infantojuvenil, o departamento de projetos sociais do HA desenvolveu a iniciativa ‘Hortinha de Amor’. A ação ocorre no alojamento Santa Terezinha do Menino Jesus, que é administrado pela equipe do hospital e fica localizado a uma quadra da unidade pediátrica da instituição.
O projeto que teve início em maio deste ano, consiste em reunir os acompanhantes dos pacientes para plantarem e cuidarem das hortaliças na horta comunitária. De acordo com a gerente do Lar de Amor, Lilian Borges, que chefia as atividades, a instituição tem buscado olhar para os pacientes também fora do hospital. “Sabemos que em relação ao tratamento, nós oferecemos o melhor nos mais diversos aspectos, mas quando o paciente está fora do hospital, nos alojamentos ou em casas, infelizmente, eles acabam ficando ociosos e, muitas vezes, ficam tristes, já que muitos pais precisam abrir mão de seus ofícios, hobbies e do convívio com seus familiares e amigos. Esses fatores contribuíram para iniciarmos a hortinha”, declara Lilian.
Com o objetivo de retomar a autonomia das pessoas e melhorar a autoestima dos participantes da ação, o projeto conta com a atuação de alunos do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), através de um projeto de extensão, que agrega com experimentos práticos de química e biologia, permitindo assim aproximar a teoria da prática. Atualmente, dois alunos do IFSP vão semanalmente até o alojamento, onde ensinam sobre o manejo das mudas e das plantas, sempre com supervisão dos professores do instituto.
Para José Carlos Trindade, pai do paciente Keivinson Ricardo, de 10 anos, natural do estado da Bahia, poder passar o tempo na horta funciona como uma terapia. “Estar aqui e poder ajudar é muito bom. Gosto muito quando nós podemos mexer na terra e plantar na horta, dá até saudade de casa”, afirma o lavrador que também é beneficiado pelo projeto, já que vive com o seu filho no alojamento há quatro meses.
De acordo com a nutricionista responsável pela unidade infantojuvenil, Mariana Murra, o consumo de alimentos ricos em agrotóxicos não apenas pelos pacientes, mas por todas as pessoas, é alarmante. A profissional afirma que consumir alimentos orgânicos, como os da horta comunitária, é mais seguro e mais saboroso, o que também contribui para gerar incentivo à uma alimentação mais saudável e balanceada, já que o consumo de alimentos mais seguros nutricionalmente pode aumentar o consumo da chamada “boa comida”.
A alimentação e o tratamento de câncer
Os alimentos orgânicos são os que utilizam técnicas que respeitam o meio ambiente, de modo que não há a utilização de agrotóxicos, nem outros produtos quem possam causar danos à saúde.
A nutricionista afirma que durante as diferentes fases do tratamento, as crianças ficam limitadas a ingerir alimentos crus, o que pode resultar em dificuldade alimentares no futuro. Por este motivo, durante todas as etapas do tramento, incentivar uma alimentação balanceada é extremamente importante. Além das diversas verduras, como alface, almeirão, couve, entre outras possibilidades, os temperos naturais também podem ser cultivados na horta, como: salsinha, cebolinha, hortelã, orégano, manjericão, alecrim, etc.
Mariana também ressalta que a alimentação não saudável é um dos fatores que podem contribuir com o desenvolvimento do câncer. “Quando pensamos em uma alimentação saudável, rica em frutas e verduras (3 a 5 porções ao longo do dia), o próprio consumo contribui na prevenção de diferentes tipos de câncer. Porém, não há alimento milagrosos, há uma alimentação saudável e equilibrada que colabora com a prevenção (antes que a doença se estabeleça). Após a doença já ter se instalado, é importante alinhar o cardápio e evitar alimentos sem valor nutricional” diz Mariana. Também vale ressaltar que o equilíbrio é tudo, ou seja, uma alimentação correta também possui carboidratos, proteínas e gorduras, que devem ser fracionadas ao longo do dia.
Com o objetivo de retomar a autonomia das pessoas e melhorar a autoestima dos participantes da ação, o projeto conta com a atuação de alunos do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).
Os milhares de pacientes que realizam tratamento no Hospital de Amor Barretos agora contam com uma nova alternativa de medicação para os tratamentos de cânceres de pulmão e melanoma (tipo mais grave de câncer de pele) em estágios avançados. Graças à parceria firmada com a farmacêutica MSD, a instituição poderá oferecer aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o tratamento com a terapia anti-PD-1, conhecida como pembrolizumabe (Keytruda). O Hospital de Amor é a primeira entidade de saúde pública no Brasil a oferecer a imunoterapia.
A assinatura do termo aconteceu na última segunda-feira, dia 3 de setembro, reunindo médicos, o presidente do Hospital, Henrique Prata, e o diretor-geral do Centro Oncológico “Antônio Ermírio de Moraes” – Beneficência Portuguesa, de São Paulo, e membro do comitê de direção do Centro Oncológico do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Antônio Buzaid.
De acordo com Buzaid, o tratamento imunoterápico é uma nova alternativa para a quimioterapia, além de possuir efeitos colaterais menores. “Quando aplicamos o Anti-PD-1, estimulamos uma sobrevida no paciente. Por isso, é tão importante investir em pesquisas clínicas para aumentar a receita da instituição e melhorar o tratamento básico. Para nós, o Hospital de Amor é um motivo de muito orgulho”, afirmou.
Para a diretora médica de oncologia da MSD Brasil, Dra. Márcia Datz Abadi, “o pembrolizumabe representa um avanço importante no tratamento do câncer e é um orgulho poder oferecer essa inovação aos pacientes do SUS. Nos sentimos honrados pela parceria e pioneirismo do Hospital de Amor”.
Após essa conquista, o HA poderá facilitar o acesso ao medicamento, acelerar o tratamento e as chances de cura e sobrevida dos pacientes. A estimativa é de que em duas semanas essa alternativa já esteja sendo aplicada na instituição. Segundo Henrique Prata, a assinatura do convênio representa um marco histórico nos mais de 50 anos de trajetória do Hospital e também para a oncologia brasileira. “Todas as pessoas têm direito de ter um tratamento digno. Portanto, temos muito o que comemorar com essa conquista”, declarou.
Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é considerado o mais comum e letal entre todos os tumores malignos. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de que 30 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil, sendo o de células não pequenas o mais comum – correspondente a 85% de todos os casos. Estimativas globais apontam que apenas 1% dos pacientes com câncer de pulmão avançado estão vivos, cinco anos após o diagnóstico.
Em junho, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a aprovar, baseado em um estudo de fase 3, o uso combinado de pembrolizumabe e quimioterapia para tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) em estágio avançado ou metastático. De acordo com o estudo KEYNOTE-189, publicado no New England Journal of Medicine, o uso de pembrolizumabe associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina), quando utilizado em primeira linha de tratamento, reduz em 51% o risco de morte.
Para o oncologista clínico do HA, Dr. Pedro de Marchi, poder oferecer esse medicamento gratuitamente aos pacientes é um motivo de grande alegria. “Sem dúvida, estamos falando de um marco na história do Brasil. Com essa nova alternativa, a sobrevida é de 8 meses a 3 anos”, ressaltou.
O oncologista explica ainda que o Hospital de Amor recebe cerca de 600 novos pacientes com câncer de pulmão, por ano. Desses, 450 irão precisar de tratamento sistêmico. Entre eles, 360 possuem doença metastática. Desses, 320 não têm mutações. “Isso quer dizer que, desses 320 pacientes, 17% apresenta PD-L1 maior que 50% e seriam candidatos a esse tipo de tratamento, o que resultaria em, aproximadamente, 54 pacientes novos por ano”, finalizou Dr. Pedro de Marchi.
Câncer Melanoma
O melanoma é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células que compõem a pele. A incidência deste tipo de câncer tem aumentado nas últimas quatro décadas. Só o Brasil registra, anualmente, cerca de 5.500 novos casos da doença e, aproximadamente, 1.547 óbitos, segundo o INCA. Esse tipo de câncer é considerado o mais comum entre jovens adultos, mas também pode ser diagnosticado em crianças, adolescentes e idosos.
De acordo com o estudo Keynote-001, em 655 pacientes com melanoma metastático, 34% de todos eles e 41% dos que não haviam tido qualquer tratamento prévio, permanecem vivos após 5 anos do uso de pembrolizumabe, em uma doença em que a quimioterapia oferecia apenas poucos meses de sobrevida. Já o estudo KEYNOTE-006 mostrou que 42% dos pacientes tratados com pembrolizumabe estavam vivos após quatro anos de diagnóstico.
“É trágico saber que somente pacientes que possuem convênios ou acesso aos atendimentos privados, conseguem ter acesso a esse tipo de tratamento. Agora, pela primeira vez, os pacientes do SUS, atendidos no Hospital de Amor, poderão contar com uma medicação inovadora. É uma luz de esperança para que, em pouco tempo, mais pacientes possam conseguir esta e todas as outras medicações que ainda não estão disponíveis gratuitamente”, declarou o oncologista clínico do HA, Dr. Sérgio Serrano.
O medicamento
O medicamento (pembrolizumabe) já pode ser utilizado no Brasil para o tratamento em primeira linha de melanoma avançado para pacientes com câncer de pulmão avançado, do tipo CPCNP, com expressão elevada ou moderada do biomarcador PD-L1 no tumor (expressão ≥50% ou 1%<49%) e tratamento de câncer urotelial (o mais comum é o câncer de bexiga). Ele também foi aprovado este ano para tratamento de câncer gástrico (o mais comum é o de estômago), após falha de duas terapias prévias.
A imunoterapia anti-PD-1 da MSD está sendo avaliada para mais de 30 tipos de tumores em 790 estudos clínicos. No Brasil, o medicamento está sendo pesquisado em mais de 29 ensaios clínicos, com cerca de 232 instituições envolvidas e mais de 500 pacientes em tratamento.
“Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado”. Desde muito cedo, as comidinhas já estão no imaginário das crianças. O bom mesmo é quando podem ser degustadas de maneira saudável e segura.
O consumo de alimentos orgânicos pode contribuir com uma boa saúde, embora, muitas vezes, seja um grande desafio devido à correria do dia a dia. Pensando em oferecer alimentos de qualidade e entretenimento aos acompanhantes do Hospital de Amor Infantojuvenil, o departamento de projetos sociais do HA desenvolveu a iniciativa ‘Hortinha de Amor’. A ação ocorre no alojamento Santa Terezinha do Menino Jesus, que é administrado pela equipe do hospital e fica localizado a uma quadra da unidade pediátrica da instituição.
O projeto que teve início em maio deste ano, consiste em reunir os acompanhantes dos pacientes para plantarem e cuidarem das hortaliças na horta comunitária. De acordo com a gerente do Lar de Amor, Lilian Borges, que chefia as atividades, a instituição tem buscado olhar para os pacientes também fora do hospital. “Sabemos que em relação ao tratamento, nós oferecemos o melhor nos mais diversos aspectos, mas quando o paciente está fora do hospital, nos alojamentos ou em casas, infelizmente, eles acabam ficando ociosos e, muitas vezes, ficam tristes, já que muitos pais precisam abrir mão de seus ofícios, hobbies e do convívio com seus familiares e amigos. Esses fatores contribuíram para iniciarmos a hortinha”, declara Lilian.
Com o objetivo de retomar a autonomia das pessoas e melhorar a autoestima dos participantes da ação, o projeto conta com a atuação de alunos do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), através de um projeto de extensão, que agrega com experimentos práticos de química e biologia, permitindo assim aproximar a teoria da prática. Atualmente, dois alunos do IFSP vão semanalmente até o alojamento, onde ensinam sobre o manejo das mudas e das plantas, sempre com supervisão dos professores do instituto.
Para José Carlos Trindade, pai do paciente Keivinson Ricardo, de 10 anos, natural do estado da Bahia, poder passar o tempo na horta funciona como uma terapia. “Estar aqui e poder ajudar é muito bom. Gosto muito quando nós podemos mexer na terra e plantar na horta, dá até saudade de casa”, afirma o lavrador que também é beneficiado pelo projeto, já que vive com o seu filho no alojamento há quatro meses.
De acordo com a nutricionista responsável pela unidade infantojuvenil, Mariana Murra, o consumo de alimentos ricos em agrotóxicos não apenas pelos pacientes, mas por todas as pessoas, é alarmante. A profissional afirma que consumir alimentos orgânicos, como os da horta comunitária, é mais seguro e mais saboroso, o que também contribui para gerar incentivo à uma alimentação mais saudável e balanceada, já que o consumo de alimentos mais seguros nutricionalmente pode aumentar o consumo da chamada “boa comida”.
A alimentação e o tratamento de câncer
Os alimentos orgânicos são os que utilizam técnicas que respeitam o meio ambiente, de modo que não há a utilização de agrotóxicos, nem outros produtos quem possam causar danos à saúde.
A nutricionista afirma que durante as diferentes fases do tratamento, as crianças ficam limitadas a ingerir alimentos crus, o que pode resultar em dificuldade alimentares no futuro. Por este motivo, durante todas as etapas do tramento, incentivar uma alimentação balanceada é extremamente importante. Além das diversas verduras, como alface, almeirão, couve, entre outras possibilidades, os temperos naturais também podem ser cultivados na horta, como: salsinha, cebolinha, hortelã, orégano, manjericão, alecrim, etc.
Mariana também ressalta que a alimentação não saudável é um dos fatores que podem contribuir com o desenvolvimento do câncer. “Quando pensamos em uma alimentação saudável, rica em frutas e verduras (3 a 5 porções ao longo do dia), o próprio consumo contribui na prevenção de diferentes tipos de câncer. Porém, não há alimento milagrosos, há uma alimentação saudável e equilibrada que colabora com a prevenção (antes que a doença se estabeleça). Após a doença já ter se instalado, é importante alinhar o cardápio e evitar alimentos sem valor nutricional” diz Mariana. Também vale ressaltar que o equilíbrio é tudo, ou seja, uma alimentação correta também possui carboidratos, proteínas e gorduras, que devem ser fracionadas ao longo do dia.
Com o objetivo de retomar a autonomia das pessoas e melhorar a autoestima dos participantes da ação, o projeto conta com a atuação de alunos do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).
Os milhares de pacientes que realizam tratamento no Hospital de Amor Barretos agora contam com uma nova alternativa de medicação para os tratamentos de cânceres de pulmão e melanoma (tipo mais grave de câncer de pele) em estágios avançados. Graças à parceria firmada com a farmacêutica MSD, a instituição poderá oferecer aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o tratamento com a terapia anti-PD-1, conhecida como pembrolizumabe (Keytruda). O Hospital de Amor é a primeira entidade de saúde pública no Brasil a oferecer a imunoterapia.
A assinatura do termo aconteceu na última segunda-feira, dia 3 de setembro, reunindo médicos, o presidente do Hospital, Henrique Prata, e o diretor-geral do Centro Oncológico “Antônio Ermírio de Moraes” – Beneficência Portuguesa, de São Paulo, e membro do comitê de direção do Centro Oncológico do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Antônio Buzaid.
De acordo com Buzaid, o tratamento imunoterápico é uma nova alternativa para a quimioterapia, além de possuir efeitos colaterais menores. “Quando aplicamos o Anti-PD-1, estimulamos uma sobrevida no paciente. Por isso, é tão importante investir em pesquisas clínicas para aumentar a receita da instituição e melhorar o tratamento básico. Para nós, o Hospital de Amor é um motivo de muito orgulho”, afirmou.
Para a diretora médica de oncologia da MSD Brasil, Dra. Márcia Datz Abadi, “o pembrolizumabe representa um avanço importante no tratamento do câncer e é um orgulho poder oferecer essa inovação aos pacientes do SUS. Nos sentimos honrados pela parceria e pioneirismo do Hospital de Amor”.
Após essa conquista, o HA poderá facilitar o acesso ao medicamento, acelerar o tratamento e as chances de cura e sobrevida dos pacientes. A estimativa é de que em duas semanas essa alternativa já esteja sendo aplicada na instituição. Segundo Henrique Prata, a assinatura do convênio representa um marco histórico nos mais de 50 anos de trajetória do Hospital e também para a oncologia brasileira. “Todas as pessoas têm direito de ter um tratamento digno. Portanto, temos muito o que comemorar com essa conquista”, declarou.
Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é considerado o mais comum e letal entre todos os tumores malignos. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de que 30 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil, sendo o de células não pequenas o mais comum – correspondente a 85% de todos os casos. Estimativas globais apontam que apenas 1% dos pacientes com câncer de pulmão avançado estão vivos, cinco anos após o diagnóstico.
Em junho, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a aprovar, baseado em um estudo de fase 3, o uso combinado de pembrolizumabe e quimioterapia para tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPNPC) em estágio avançado ou metastático. De acordo com o estudo KEYNOTE-189, publicado no New England Journal of Medicine, o uso de pembrolizumabe associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina), quando utilizado em primeira linha de tratamento, reduz em 51% o risco de morte.
Para o oncologista clínico do HA, Dr. Pedro de Marchi, poder oferecer esse medicamento gratuitamente aos pacientes é um motivo de grande alegria. “Sem dúvida, estamos falando de um marco na história do Brasil. Com essa nova alternativa, a sobrevida é de 8 meses a 3 anos”, ressaltou.
O oncologista explica ainda que o Hospital de Amor recebe cerca de 600 novos pacientes com câncer de pulmão, por ano. Desses, 450 irão precisar de tratamento sistêmico. Entre eles, 360 possuem doença metastática. Desses, 320 não têm mutações. “Isso quer dizer que, desses 320 pacientes, 17% apresenta PD-L1 maior que 50% e seriam candidatos a esse tipo de tratamento, o que resultaria em, aproximadamente, 54 pacientes novos por ano”, finalizou Dr. Pedro de Marchi.
Câncer Melanoma
O melanoma é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células que compõem a pele. A incidência deste tipo de câncer tem aumentado nas últimas quatro décadas. Só o Brasil registra, anualmente, cerca de 5.500 novos casos da doença e, aproximadamente, 1.547 óbitos, segundo o INCA. Esse tipo de câncer é considerado o mais comum entre jovens adultos, mas também pode ser diagnosticado em crianças, adolescentes e idosos.
De acordo com o estudo Keynote-001, em 655 pacientes com melanoma metastático, 34% de todos eles e 41% dos que não haviam tido qualquer tratamento prévio, permanecem vivos após 5 anos do uso de pembrolizumabe, em uma doença em que a quimioterapia oferecia apenas poucos meses de sobrevida. Já o estudo KEYNOTE-006 mostrou que 42% dos pacientes tratados com pembrolizumabe estavam vivos após quatro anos de diagnóstico.
“É trágico saber que somente pacientes que possuem convênios ou acesso aos atendimentos privados, conseguem ter acesso a esse tipo de tratamento. Agora, pela primeira vez, os pacientes do SUS, atendidos no Hospital de Amor, poderão contar com uma medicação inovadora. É uma luz de esperança para que, em pouco tempo, mais pacientes possam conseguir esta e todas as outras medicações que ainda não estão disponíveis gratuitamente”, declarou o oncologista clínico do HA, Dr. Sérgio Serrano.
O medicamento
O medicamento (pembrolizumabe) já pode ser utilizado no Brasil para o tratamento em primeira linha de melanoma avançado para pacientes com câncer de pulmão avançado, do tipo CPCNP, com expressão elevada ou moderada do biomarcador PD-L1 no tumor (expressão ≥50% ou 1%<49%) e tratamento de câncer urotelial (o mais comum é o câncer de bexiga). Ele também foi aprovado este ano para tratamento de câncer gástrico (o mais comum é o de estômago), após falha de duas terapias prévias.
A imunoterapia anti-PD-1 da MSD está sendo avaliada para mais de 30 tipos de tumores em 790 estudos clínicos. No Brasil, o medicamento está sendo pesquisado em mais de 29 ensaios clínicos, com cerca de 232 instituições envolvidas e mais de 500 pacientes em tratamento.