Mais de 15 mil redações enviadas por alunos de aproximadamente 300 escolas de todo o estado de São Paulo. Estes são os números do 7º Concurso de Redação do Hospital de Amor, organizado pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) da instituição, que se encerrou na sexta-feira, 9 de agosto, com a premiação dos cinco finalistas e anúncio da grande vencedora: Joana Albuquerque Copetti. A cerimônia, que reuniu alunos e professores de Barretos (SP) e região, contou com a presença do secretário executivo de educação do estado de São Paulo, Haroldo Corrêa Rocha, além da dirigente regional de ensino de Barretos, Solange de Oliveira Bellini, do diretor executivo e científico do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, Rui Reis, e do diretor de extensão do IEP, Vinicius de Lima Vazquez.
Nos três dias que antecederam a premiação, os finalistas participaram de um estágio guiado no Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do HA, onde puderam conhecer, na prática, a rotina dos pesquisadores e saber mais sobre o seu papel na instituição. “O Concurso de Redação tem como principal objetivo difundir o conhecimento, popularizar a ciência e estimular jovens talentos na investigação científica, por isso, entendemos que é extremamente importante proporcionar esta experiência aos autores das melhores redações. É uma maneira de trazê-los para mais perto desta realidade e, quem sabe, despertá-los para uma futura profissão”, ressaltou o coordenador do NEC, Gerson Lúcio Vieira. Além do estágio, a primeira colocada também ganhou um notebook, assim como, a sua professora orientadora, e os demais finalistas foram premiados com tablets.
Haroldo Corrêa Rocha, que visitou a instituição pela primeira vez, enfatizou a importância da ação e reafirmou o compromisso da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que é parceria do projeto desde 2016. “Sabemos do valor – e as dificuldades – em se trabalhar com Saúde e Educação e é louvável a maneira como essas duas áreas tão essenciais se unem aqui. Com certeza é um exemplo a ser replicado!”.
O concurso é voltado aos alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental II e, neste ano, trouxe como tema central “Alimentação saudável e atividade física: de olho no futuro sem câncer colorretal”, onde os alunos puderam refletir sobre prevenção, as influências ambientais e os fatores externos que estão associados ao desenvolvimento do câncer colorretal, que, apesar de pouco falado, é o terceiro mais frequente entre homens.
Confira a classificação dos finalistas de 2019:
1º lugar: Joana Albuquerque Copetti
Unidade Escolar: E.E. Manoel Silveira Bueno
Cidade: Borborema (SP)
Diretoria de Ensino: Taquaritinga (SP)
2º lugar: Yzadora Calza Siqueira
Unidade Escolar: E. E. Conde do Pinhal
Cidade: São Carlos (SP)
Diretoria de Ensino: São Carlos (SP)
3º lugar: Emanuelle Carvalho Oliveira
Unidade Escolar: E. E. Professora Regina Dias Antunes da Silva
Cidade: Apiaí (SP)
Diretoria de Ensino: Apiaí (SP)
4º lugar: Adrian Mais dos Santos de Jesus
Unidade Escolar: E.E. João Jacinto do Nascimento
Cidade: Ibaté (SP)
Diretoria de Ensino: São Carlos (SP)
5º lugar: Gabriela Marini de Lima
Unidade Escolar: E. E. Doutora Isabel Campos
Cidade: Presidente Venceslau (SP)
Diretoria de Ensino: Santo Anastácio (SP)
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
O Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM), ligado ao Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, realizou, entre os dias 22 e 26 de julho, a quinta edição do Curso de Inverno em Oncologia Molecular (CIOM), que recebe anualmente 60 alunos de graduação e mestrado de todo o Brasil, interessados em conhecer as linhas de pesquisa, pós-graduação e projetos realizados na instituição. O intuito é permitir o contato mais próximo destes alunos com toda a estrutura de ciência, ensino e pesquisa do HA.
O curso intensivo oferece conteúdos sobre oncologia e biologia molecular, por meio de aulas e palestras com pesquisadores do HA, que também ficam disponíveis para atender aos participantes durante todo o decorrer do evento. Segundo a integrante da comissão organizadora do CIOM, Flávia Fernandes, neste ano, o curso foi pensado para tornar a ciência mais próxima da realidade dos estudantes, com palestras que foram na aplicação da pesquisa na prática clínica. “Nós trouxemos temas como câncer hereditário e imunoterapia, que foram apresentados por médicos oncologistas da instituição. Com isso, os alunos conseguiram ver, de fato, o impacto e importância da pesquisa e como ela muda a vida dos pacientes. Além de conhecerem um pouco da rotina do hospital, que se equipara aos melhores do mundo”.
Outra novidade deste ano foi a utilização de um aplicativo que propiciou um maior envolvimento dos alunos, que puderam compartilhar opiniões, tirar suas dúvidas e também votar sobre a qualidade das atividades de forma anônima em tempo real. A intenção, de acordo com a comissão organizadora, foi criar um ambiente mais confortável de interação. “Percebemos que os alunos mais introvertidos puderam também ter voz e participar das discussões, em um espaço onde ficaram bastante à vontade para elogiar, criticar e perguntar ao final de cada palestra. O aplicativo realmente trouxe contribuições relevantes que talvez não teriam surgido sem ele”, ressaltou Flávia.
Muitos dos atuais pesquisadores e discentes do programa de pós-graduação do HA passaram pelo Curso de Inverno em Oncologia Molecular em edições passadas, o que serve de incentivo aos futuros alunos e contribui para a divulgação e avanço da pesquisa instituição.
Na última segunda-feira, 8 de abril, o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, em parceria com a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), lançou, oficialmente, seu programa de “Mestrado Profissional de Inovação em Saúde”. A nova modalidade de pós-graduação stricto sensu traz um grande diferencial: não é restrita apenas a profissionais da área da saúde, ou seja, é destinada a todos os segmentos assistenciais do HA, visando possibilitar ao pós-graduando condições para o desenvolvimento de estudos que demonstrem o domínio dos instrumentos conceituais, técnicos e metodológicos essenciais na sua área, com o objetivo de atender as demandas do mercado de trabalho.
A nova modalidade foi aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) no dia 27 de dezembro de 2018 e possui a mesma validação e titulação que o mestrado acadêmico. “Apesar de títulos semelhantes, os mestrados possuem objetivos diferentes. O Profissional se difere do Acadêmico nos resultados práticos que ele dá para a sociedade: o primeiro é responsável por explicar e, o mais importante, aplicar um determinado tema de pesquisa; enquanto o segundo tem a função de explicar algum estudo ou pesquisa”, afirmou o diretor de ensino do IEP e coordenador do programa de Mestrado Profissional de Inovação em Saúde, Dr. Ricardo Reis.
Para o diretor geral da FACISB, Dr. Sergio Serrano, o lançamento do programa marcará a história das instituições. “Este momento é um marco, não apenas para o Hospital de Amor e para a FACISB, mas também para toda a comunidade de Barretos e região”, declarou.
De acordo com Reis, o principal objetivo do programa está no desenvolvimento de novos produtos ou protocolos, dos quais a comunidade é beneficiada diretamente, dentro do tema Inovação em Saúde. “É importante destacar que um dos pilares do Mestrado Profissional está nas parcerias e, é por meio delas, que conseguiremos capacitar profissionais das mais diversas áreas de atuação, dando a eles um olhar plural para o assunto”, explicou.
Os alunos do mestrado serão estimulados a desenvolver estudos, protocolos aplicativos e técnicas voltadas para a melhora dos seus desempenhos, com o intuito de atingir altos níveis profissionais. Durante o curso, serão valorizadas as produções artísticas, desenvolvimento de aplicativos para saúde, revisões sistemáticas, artigos científicos, patentes, registros de propriedade intelectual, projetos de elaboração de técnicas, elaboração de protocolos e fluxogramas, publicações de inovações tecnológicas, desenvolvimento de materiais didáticos, educacionais e de instrução, elaboração de processos, produção de programas de mídia, elaboração de softwares, estudos de casos, criação de manuais para operações técnicas, desenvolvimento de protocolo experimental ou de aplicação em serviços, proposta de criação de dispositivos para melhorar procedimentos clínicos ou de serviço e projetos para desenvolvimento ou produção de instrumentos.
“A nossa intenção é despertar no aluno um tipo especial de interesse pela pesquisa e desenvolvimento de produtos, ao ponto que ele possa incluí-la, naturalmente, em sua rotina de trabalho como um elo entre as diferenças etapas de ganho constante de conhecimento e a aplicação dele na prática diária. Dessa forma, um colaborador dos departamentos de engenharia, enfermagem, tecnologia da informação, comunicação, entre tantos outros, pode iniciar a modalidade de mestrado profissional. Basta ter um estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do HA e, partir de então, com o auxílio de um orientador, iniciar a especialização stricto sensu”, declarou Dr. Ricardo Reis.
Segundo o diretor executivo e científico do Instituto de Ensino e Pesquisa e pró-reitor do programa de pós-graduação do Hospital de Amor, Dr. Rui Reis, a nova modalidade irá completar o programa de pós-graduação já existente da instituição. “Esperamos que o mestrado profissional venha estreitar laços com as demais universidades, estabelecimentos de ensino, empresas e entidades, e que consigamos chegar a novas e grandes soluções que possam ser aplicadas à saúde e ao paciente oncológico”, finalizou.
Linhas de Pesquisa
O programa de ‘Mestrado Profissional – Inovação em Saúde’ está estruturado em torno de cinco linhas de pesquisa que abrangem a saúde da comunidade. São elas:
I – Redes em Saúde: Criação, Disseminação e Integração;
II – Informática e Tecnologia;
III – Políticas em Saúde Assistencial;
IV – Prevenção e Políticas de Promoção a Saúde;
V – Reabilitação, Qualidade de Vida e Medicina Integrativa.
Para participar do curso de especialização, os candidatos devem ser colaboradores contratados do Hospital de Amor, Santa Casa de Misericórdia de Barretos, Unidades Básicas de Saúde subordinadas ao HA, serem bolsistas ou terem dedicação exclusiva ao programa de pós-graduação da instituição. “A nossa dica para aqueles que estão interessados em cursar o mestrado é para que desenvolvam seus projetos de pesquisa junto aos seus orientadores (todos eles vinculados à nova modalidade) e enviem para a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Assim, no momento em que abrirem as inscrições, os candidatos já estão com o processo aprovado e preparados para cursar”, explicou o diretor de ensino.
Inscrições
As inscrições estarão abertas de 27 a 31/5. O processo seletivo acontecerá nos dias 6 e 7/6 e a lista dos aprovados será divulgada dia 20/6. Os interessados poderão se inscrever e conferir todas as informações no site da FACISB: www.facisb.edu.br/mestrado.php.
Mais informações, entre em contato com o departamento de Pós-Graduação do Hospital de Amor, através do e-mail ‘posgrad@hcancerbarretos.com.br’.
Referência no tratamento oncológico com excelência e humanização, o Hospital de Amor também possui grandes diferenciais no que diz respeito às áreas de prevenção, ensino e pesquisa. Há mais de 10 anos, a instituição conta com o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), cujo objetivo é estimular o ensino pós-graduado, formação de residentes médicos e de outros profissionais de saúde, além de oferecer as melhores condições para a realização de projetos de pesquisa (sempre voltados para as questões clínicas e de relevância para o paciente de câncer). Junto a essa consolidada missão, foi instituído, em 2008, o Núcleo de Apoio ao Pesquisador (NAP) do IEP.
O setor, que tem por objetivo promover o desenvolvimento de pesquisas científicas na instituição, também atua como um centro de suporte para a realização de estudos de iniciativa ao investigador, oferecendo subsídios aos pesquisadores no que se refere ao treinamento de equipes de pesquisa, construção, avaliação, execução e análise estatística dos dados do estudo, visando garantir, principalmente, a segurança do participante de pesquisa e a excelência do trabalho. Sua estrutura é organizada em duas equipes: Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB) e Coordenadoria de Pesquisa.
Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística
Composto por um time de estatísticos e gerenciadores de bancos de dados, o NEB fornece suporte desde a elaboração de projetos, desenvolvimento de fichas clínicas (CRFs) no RedCap, até a análise dos dados do estudo. A equipe é responsável por oferecer acesso à supervisão de pesquisadores experientes, muitas vezes, contribuindo para a estrutura metodológica do projeto.
Coordenadoria de Pesquisa
Composta por uma equipe altamente especializada, a coordenadoria de pesquisa atua oferecendo suporte ao pesquisador no gerenciamento e condução de seu projeto de pesquisa (incluindo estratégias de operacionalização, fluxo de condução da metodologia proposta e análise crítica), visando sempre qualidade, rastreabilidade, confiabilidade e integridade dos dados pretendidos. Os coordenadores e assistentes de pesquisa clínica ficam junto à equipe multidisciplinar de cada especialidade. É de responsabilidade da coordenadoria de pesquisa acompanhar o pesquisador desde a treinamento da equipe de pesquisa para a triagem e busca ativa dos participantes; coleta, registro e verificação de dados; até a coleta, transporte, processamento e armazenamento de material biológico.
Dentre as atividades de apoio ao pesquisador, o departamento fornece uma sólida análise estatística dos casos de câncer, auxilia na elaboração dos instrumentos para o levantamento de dados e ajuda na gestão de projetos que recebem o auxílio dos órgãos de fomento de pesquisa. Além disso, a equipe médica envolvida auxilia na gestão dos estudos, construção dos ensaios clínicos e promoção de palestras, exposição de painéis e participação em congressos, aulas e cursos.
De acordo com a coordenadora do NAP, Viviane Andrade, toda a comunidade interna multiprofissional de pesquisa do Hospital de Amor (alunos matriculados no programa de pós-graduação em oncologia) e pesquisadores externos vinculados à equipe interna, podem utilizar os serviços do departamento. “O acesso a uma equipe especializada no desenvolvimento, gerenciamento e condução de estudos clínicos, oferece aos pesquisadores da instituição a oportunidade de consolidar parcerias com renomados centros nacionais e internacionais, garantindo agilidade, segurança e, principalmente, qualidade na condução de estudos de iniciativa do investigador”, afirmou Viviane.
A infraestrutura de alta tecnologia e suporte qualificado do NAP, permite com que os pesquisadores do HA se dediquem às produções científicas, fortalecendo as importantes parcerias com outros centros de excelência, trazendo resultados positivos, não apenas no aumento do número das publicações, como também na qualidade das pesquisas. “Atualmente, nós temos 89 protocolos de pesquisa em andamento. São 44 (49,4%) em estudos longitudinais – métodos de pesquisa que visam analisar as variações nas caraterísticas dos mesmos elementos de amostra no decorrer de um longo período de tempo – e 24 (26,9%) em ensaios clínicos – estudos de investigação que experimentam novas terapias. Destes, 29 (32,5%) são multicêntricos e 18 (20,2%) são internacionais. No total, o NAP conta com 18.574 participantes incluídos nos estudos e 4.829 em acompanhamento”, explicou a coordenadora.
O Instituto de Ensino de Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor iniciou o ano com uma grande novidade para os colaboradores da instituição: o Mestrado Profissional. A nova modalidade de pós-graduação, que tem como tema ‘Inovação em Saúde’, traz outro diferencial muito importante: não é restrita apenas a profissionais da área da saúde, ou seja, é destinada a todos os segmentos assistenciais do HA, visando possibilitar ao pós-graduando condições para o desenvolvimento de estudos que demonstrem o domínio dos instrumentos conceituais, técnicos e metodológicos essenciais na sua área.
De acordo com o diretor de ensino do IEP, Dr. Ricardo Reis, a nova modalidade foi aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) no dia 27 de dezembro do último ano e possui a mesma validação e titulação que o mestrado acadêmico. “Apesar de títulos semelhantes, os mestrados possuem objetivos diferentes. O acadêmico tem a função de explicar algum estudo ou pesquisa; já o profissional, é responsável por explicar e, o mais importante, aplicar um determinado tema de pesquisa. Por isso, a ideia é abranger todas as áreas de atuação do Hospital de Amor”, relatou Reis.
Os alunos do mestrado serão estimulados a desenvolver estudos, protocolos, aplicativos e técnicas voltadas para a melhora dos seus desempenhos, com o intuito de atingir altos níveis profissionais. Durante o curso, serão valorizadas as produções artísticas, desenvolvimento de aplicativos para saúde, revisões sistemáticas, artigos científicos, patentes, registros de propriedade intelectual, projetos de elaboração de técnicas, elaboração de protocolos e fluxogramas, publicações de inovações tecnológicas, desenvolvimento de materiais didáticos, educacionais e de instrução, elaboração de processos, produção de programas de mídia, elaboração de softwares, estudos de casos, criação de manuais para operações técnicas, desenvolvimento de protocolo experimental ou de aplicação em serviços, proposta de criação de dispositivos para melhorar procedimentos clínicos ou de serviço e projetos para desenvolvimento ou produção de instrumentos.
“A nossa intenção é despertar no aluno um tipo especial de interesse pela pesquisa e desenvolvimento de produtos, ao ponto que ele possa incluí-la, naturalmente, em sua rotina de trabalho como um elo entre as diferentes etapas de ganho constante de conhecimento e a aplicação dele na prática diária. Dessa forma, um colaborador dos departamentos de engenharia, enfermagem, tecnologia da informação, comunicação, entre tantos outros, pode iniciar a modalidade de mestrado profissional. Basta ter um estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do HA e, a partir de então, com o auxílio de um orientador, iniciar a especialização stricto sensu.
Linhas de Pesquisa
O programa de ‘Mestrado Profissional – Inovação em Saúde’ está estruturado em torno de cinco linhas de pesquisa que abrangem a saúde da comunidade. São elas:
I – Redes em Saúde: Criação, Disseminação e Integração;
II – Informática e Tecnologia;
III – Políticas em Saúde Assistencial;
IV – Prevenção e Políticas de Promoção a Saúde;
V – Reabilitação, Qualidade de Vida e Medicina Integrativa.
Para participar do curso de especialização, os candidatos devem ser colaboradores contratados do Hospital de Amor, Santa Casa de Misericórdia de Barretos, Unidades Básicas de Saúde subordinadas ao HA, serem bolsistas ou terem dedicação exclusiva ao programa de pós-graduação da instituição. “A nossa dica para aqueles que estão interessados em cursar o mestrado é para que desenvolvam seus projetos de pesquisa junto aos seus orientadores (todos eles vinculados à nova modalidade) e enviem para a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Assim, no momento em que abrirem as inscrições, os candidatos já estão com o processo aprovado e preparados para cursar”, explicou o diretor de ensino.
Expectativas
Apesar de, inicialmente, o curso ser destinado aos colaboradores do Hospital de Amor, a expectativa é de que seja aberto ao público e possa abranger o Brasil inteiro, como já acontece com o mestrado acadêmico da instituição. “Nós já temos mais de 30 professores/orientadores dentro do mestrado profissional e diversos centros querendo enviar alunos para a especialização. O plano é de que, nos próximos dois meses, a equipe organize a estrutura do programa (secretariado, disciplinas, professores, locais onde as aulas serão ministradas, etc.) para que em abril a 1ª turma (com aproximadamente 40 alunos) seja aberta”, declarou Reis.
Os interessados podem entrar em contato com o departamento de Pós-Graduação do Hospital de Amor, através do e-mail ‘posgrad@hcancerbarretos.com.br’, além de ficarem atentos às informações do site www.hospitaldeamor.com.br.
“Estamos todos muito felizes com essa fantástica inovação, que irá contribuir com o aprimoramento dos profissionais e dos serviços prestados pela instituição”, finalizou o Dr. Ricardo Reis.
O Hospital de Amor e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), por meio da assinatura de um convênio, acabam de firmar uma importante parceria, que tem como objetivo desenvolver um estudo clínico inédito na América Latina para tratamento de câncer de próstata metastático. Segundo o coordenador do departamento de medicina nuclear do Hospital de Amor, Dr. Wilson Furlan Alves, os protocolos em fase de teste serão direcionados aos pacientes com câncer de próstata com metástases, que já não respondem a terapia com hormônio ou quimioterapia.
Este estudo permitirá que um grupo de pacientes, que não apresentava mais alternativas de tratamento, tenha acesso a um novo tratamento, ainda não disponível no Brasil, mas que está apresentando excelentes resultados em países da Europa. O intuito é obter, posteriormente, o registro do radiofármaco na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ampliando a possibilidade de tratamento em todo o país.
Durante a parceria, o IPEN será responsável pelo fornecimento do radiofármaco chamado PSMA, marcado com lutécio-177, e o HA recrutará pacientes com características determinadas para receberem este tratamento. “O PSMA é uma molécula que se liga a receptores localizados nas células do câncer de próstata, enquanto o lutécio-177 é um radioisótopo – ou material radioativo – que emite uma radiação (beta) que destrói as células tumorais”, explicou Alves.
O médico nuclear do Hospital de Amor e também um dos principais facilitadores do convênio, Dr. Euclides Timoteo da Rocha, conta que este tratamento ainda é experimental em todos os países nos quais foi iniciado, como Estados Unidos e Austrália. “Ele surgiu há aproximadamente quatro anos na Alemanha e somos os primeiros a realizá-lo na America Latina, o que nos coloca em uma posição bem atualizada”.
Para o Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, a tecnologia nuclear, que inclui a medicina nuclear, está passando por um momento importante no Brasil, em que se discute não apenas a importância da infraestrutura, mas, principalmente, os meios pelos quais os avanços chegam até a população. “O IPEN, com a assinatura desse convênio, faz uma parte disso, tomando a iniciativa disponibilizar novos fármacos, mas sem parceria com instituições como o Hospital de Amor não haveria como colocá-los no mercado. Nós temos como produzir e como fornecer, mas é necessário este outro elo para que este produto volte em benefício para a população”, destacou.
Com estrutura inaugurada em março de 2017, junto ao Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Amor, o biotério da instituição deu início, oficialmente, às suas atividades na última semana de novembro, com o I Encontro da Comissão de Ética no Uso de Animais da instituição, marcado pela presença e palestras de dois importantes nomes da área no cenário nacional: Dra. Ekaterina Rivera e Dra. Vera Peters, pesquisadoras e membros do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O evento reuniu, além da própria Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-CPOM), pesquisadores e profissionais que farão parte da equipe responsável pela nova área.
Segundo a coordenadora do local, Dra. Silvia Teixeira, o início das atividades completa os diferentes campos da pesquisa na instituição e é um importante passo na busca pela integração com os departamentos clínicos do Hospital, que contemplam no biotério uma possibilidade de novas abordagens terapêuticas. “Também será possível complementar a capacitação dos alunos de pós-graduação e pesquisadores, que terão um novo enfoque para o desenvolvimento de estudos inovadores que poderão levar a uma melhora na qualidade dos tratamentos dos pacientes. As pesquisas poderão ser direcionadas para a busca de terapias ainda mais personalizadas, validação de ensaios in vitro para novos alvos terapêuticos, entre outras. Os resultados poderão indicar medicamentos, ou associação de medicamentos, e terapias que possam ser mais eficazes e poderão implicar em aumento na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes”, explicou.
Durante o evento, as pesquisadoras, Dra. Ekaterina Rivera e Dra. Vera Peters, destacaram a importância da pluralidade da CEUA-CPOM, composta por docentes, pesquisadores, colaboradores das áreas das ciências exatas e biológicas, além de um representante da sociedade protetora dos animais; e afirmaram que tal composição garante uma melhor qualidade na pesquisa e, principalmente, o máximo rigor a todos os princípios éticos na experimentação animal.
Para a médica veterinária, Dra. Ekaterina Riviera, mestre em Ciências de Animais de Laboratório pela Universidade de Londres e Doutora Notório Saber pela Universidade Federal de Goiás (UFG), os princípios do Hospital de Amor guiarão o biotério para que se torne um dos únicos – se não o único – do País a aplicar, de maneira estruturada, o que ela chamou de Cultura da Consciência, que, de forma simplificada, é a responsabilidade e consciência de sua importância por parte de todos os agentes envolvidos no processo, desde a parte administrativa até os profissionais responsáveis pela limpeza.
Silvia esclareceu, ainda, que, para que um projeto seja proposto e aceito, é necessário que a pergunta seja adequada, que todos os outros meios de buscar respostas tenham sido contemplados e que a relevância da pesquisa seja convincente. “Essa é a filosofia de toda a equipe do Biotério, pensamos e buscamos ao máximo propor bem-estar aos animais. Para isso, estamos promovendo todos os cuidados necessários, enriquecimento ambiental adequado durante os processos de criação e experimentação. Pretendemos colaborar com os pesquisadores no direcionamento do projeto, de forma a minimizar o uso de animais, e a promover o cuidado necessário durante o desenvolvimento das pesquisas. Todo esse cuidado não é só por poder interferir nos resultados, gerando viés na pesquisa, mas também porque temos uma grande responsabilidade nesse processo. Toda a estrutura oferecida pelo IEP e pelo CPOM nos permite realizar estes procedimentos de forma adequada. Além disso, o investimento na capacitação da equipe do biotério, visando a qualificação dos colaboradores, permitiu que esse perfil fosse desenvolvido. Com esses cuidados, acreditamos que os resultados poderão levar a um aumento na reprodutibilidade e aplicação dos resultados na clínica, tendo em vista a melhora das condições e qualidade de vida das pessoas com câncer”, finalizou.
Um evento muito especial marcou o encerramento do segundo ano do projeto da carreta educativa “Missão Gênese – Uma Jornada Nanocientífica”. No dia 23 de novembro, o Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor reuniu parceiros, amigos e viabilizadores da iniciativa, com o intuito de apresentar os resultados obtidos nos anos de 2017 e 2018, além de possibilitar o reencontro de todos que participaram do desenvolvimento e da execução desta importante missão.
Iniciado em agosto de 2017, o projeto ‘Missão Gênese’ surgiu da necessidade de aproximar o público do conhecimento produzido no HA. Diante disso, elaborou-se um trabalho de imersão voltado aos adolescentes, de 11 a 15 anos, na tentativa de difundir a cultura e o conhecimento sobre autocuidado e a prevenção do câncer, levando conscientização às crianças, fazendo com que elas compartilhem essas informações tão importantes em seus meios de convívio. A Missão faz uso de gamificação (uso de mecânicas e dinâmicas de jogos para engajar pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado, motivando ações e comportamentos em ambientes fora do contexto de jogos) visando proporcionar uma experiência que aborda um tema complexo de maneira lúdica, transformando estudantes em protagonistas de uma aventura de investigação científica.
De acordo com coordenador do NEC, Gerson Vieira, o objetivo do evento de prestação de contas é apresentar para toda a comunidade os resultados obtidos nesse período de um ano e meio e o quanto essas estratégias deram certo. Para ele, a satisfação de todo esse projeto está nos números alcançados. “Encerramos o programa em 2017 abrangendo 90 participantes. Neste ano, os números nos surpreenderam: foram 4.313 alunos que vivenciaram esse experimento e puderam expandir os conhecimentos para dentro de suas casas”, afirmou.
Números
Em 2017, a carreta educativa esteve na cidade de Barretos (SP) e passou pelas escolas E. M. São Francisco, P. E. I Valois Scortecci e E. E. Cel. Silvestre de Lima. Já em 2018, os alunos das escolas P. E. I Prof. Aymoré do Brasil, E. E. Dr. Antônio Olympio, E. E. Cel. Almeida Pinto e E. M. Giuseppe Carnímeo também passaram pela missão.
Confira outras cidades e colégios que também receberam a unidade móvel: Colina (SP) – Colégio Cecília Meireles e Colégio e E. M. Lamounier de Andrade; Piracicaba (SP) – P. E. I Adolpho Carvalho; Brotas (SP) – Colégio Construindo, COC, SESI, Sinhá, Dinah, E. M. Álvaro Calhado; Severínia (SP) – E. M. Victória Maldonado Cazarine e E. M. Esmeralda Duarte da Silva; Colômbia (SP) – E. M. Santa do Prado; Guaíra (SP) – E. E. Enoch Garcia.
Resultados: 4.313 alunos, 466 professores, 1.690 visitações, 6.469 de público total, 25.876 de público atingido indiretamente, 10 cidades, 20 escolas e 6 eventos.
Para o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, Dr. Ronaldo José de Lira, a parceria entre o órgão público e a instituição beneficiou milhares de adolescentes, mas o maior mérito são os frutos que o HA conseguiu colher, através de seu trabalho de seriedade, em prol da sociedade. “Em 20 anos de ministério, eu nunca me senti tão realizado e feliz como nesses últimos 4 em que estive tão próximo do Hospital de Amor, graças à parceria com o MPT (Ministério Público do Trabalho). Vocês sempre me agradecem, mas sou eu quem preciso agradecer vocês. Quem quer fazer o bem, encontra obstáculos de todos os tamanhos, mas é preciso ter muita fé para conseguir! Aqui, a gente encontra amor e é isso que eu sinto todas as vezes que venho. Muito obrigado”, declarou.
A expectativa para o próximo ano é expandir o acesso da carreta educativa “Missão Gênese” para outras cidades do estado de São Paulo, especialmente para os municípios onde estão localizadas as unidades do Hospital de Amor. “Após esse momento, a nossa intenção é chegar nos outros estados e em cidades que possuem parcerias com a instituição”, esclareceu o coordenador do NEC.
Depoimentos
Durante a cerimônia de prestação de contas, alguns professores e alunos deram seus depoimentos sobre a experiência de receber a carreta educativa, vivenciar a missão e aprender mais sobre prevenção de câncer e qualidade de vida. Segundo a diretora da Escola Estadual Prof. Valois Scortecci, Sônia Goreti Baldan Levi, os estudantes que tiveram a oportunidade de conhecer a unidade móvel nunca mais serão os mesmos. “Fazer parte desse projeto foi mais do que um sonho! Pudemos ver nossos alunos conversando sobre oncologia, realizando atividades relacionadas ao assunto, entendendo sobre a importância da prevenção e divulgando os conhecimentos adquiridos em suas casas e bairros, foi muito gratificante. Só temos que agradecer pelo conhecimento que todos nós ganhamos”, finalizou Sônia.
Sobre a Carreta Educativa
A concretização do projeto só foi possível graças às verbas do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região. Parte dos recursos obtidos em uma ação civil pública foram destinados para cinco iniciativas relacionadas à pesquisa e atendimentos de saúde. O maior deles, orçado em R$ 69,9 milhões, foi para o Hospital de Amor. Desse montante, R$ 34 milhões foram dispostos para a construção do Instituto de Prevenção em Campinas (SP) e de cinco unidades móveis, entre elas, a carreta educativa Missão Gênese.
As tecnologias utilizadas na unidade foram desenvolvidas pela empresa YDreams Global, que opera como parceira de instituições e marcas para reformular a estratégia de atuação por meio de iniciativas relevantes que integrem a experiência digital com o espaço físico e presencial.
Desde maio de 2017, o Instituto de Prevenção do Hospital de Amor vem desenvolvendo um estudo que identifica o DNA do papilomavírus humano, o HPV – apontado como a principal causa do câncer de colo de útero.
De acordo com o ginecologista do Instituto de Prevenção do HA, Dr. Júlio César Possati Resende, embora o exame molecular seja conhecido no meio médico, mesmo não sendo aplicado em larga escala no Sistema Único de Saúde (SUS), o que motivou a equipe do HA iniciar o projeto é o fato do câncer de colo de útero ainda estar entre os mais frequentes entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro que mais atinge mulheres no país.
Ao utilizar a pesquisa de base populacional, o objetivo principal do estudo é comprovar a eficiência do exame, avaliando o novo modelo de rastreamento para o câncer de colo de útero, utilizando testes moleculares para detecção de infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Ou seja, o propósito é realizar o diagnóstico precoce de lesões que tenham potencial de se transformarem em câncer do colo uterino no futuro.
O projeto também está levantando indicadores que medirão o custo efetivo desse modelo de rastreamento, atualmente adotado entre toda população brasileira, o que poderá contribuir para melhorias e a otimização desse rastreamento. “Nós vamos avaliar a questão de custo e efetividade e o impacto orçamentário que isso pode ter, caso ele seja implementado pelo Ministério da Saúde”, afirma o especialista.
Segundo Possati, como o exame Papanicolaou (citologia cervical) é utilizado como teste para a realização de triagem de casos de risco câncer, pode apresentar algumas limitações. O exame molecular pode contribuir significativamente com um diagnóstico mais funcional, já que apresenta uma eficácia de até 90% (na citologia cervical, é de 60%). “O importante é fazer a detecção das lesões precursoras em que se consegue, após um simples tratamento, evitar que essas mulheres desenvolvam o câncer depois de um período de 10 a 15 anos de evolução, além de proporcionar mais agilidade nos processos laboratoriais e reprodutibilidade dos resultados que são automatizados”, ressalta o médico.
A auxiliar de limpeza, Renata Cristina Luis, de 33 anos, relata que sempre realizou seus exames preventivos com regularidade, principalmente, porque possui histórico de câncer na família. Ao fazer seu exame de rotina, Renata foi convidada pela equipe do HA para participar do projeto e fazer o exame molecular, o que contribuiu para a descoberta de feridas em seu útero. “Participar deste projeto foi muito importante. Já era tarde quando a minha irmã descobriu o câncer e, infelizmente, ela perdeu a mama. Se eu não tivesse descoberto a ferida com a ajuda desse exame, provavelmente, eu corria o risco de perder o útero”.
Mesmo sentindo dores, a paciente nunca desconfiou que pudesse haver algo de errado. De acordo com o Dr. Possati, o exame molecular foi fundamental para a descoberta da ferida no útero de Renata, já que a pequena lesão poderia contribuir para o surgimento da doença em um período de 10 anos. Após o diagnóstico, Renata passou pelo procedimento cirúrgico de remoção da ferida. A técnica adotada foi um sucesso.
Até o momento, mais de 5 mil pessoas participaram da pesquisa que visa examinar 27 mil mulheres de todo o país, até maio de 2022.
De acordo como ginecologista do Hospital de Amor, de 7 a 8% das mulheres testadas, com idade superior a 30 anos, apresentaram infecção pelo HPV. Todas são convidadas para os exames complementares mais detalhados. O rastreamento ocorre graças aos recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas (SP), que também apoia outros projetos da instituição.
Exame molecular
A enfermeira e pesquisadora do HA, Livia Loami de Paula, esclarece que independentemente da mulher ter uma vida sexual ativa ou não, ela sempre deve realizar exames preventivos. “As células estão em constante renovação. Durante esse processo, se há algum problema com a renovação das células, há o risco do câncer ocorrer”, ressalta Lívia.
A pesquisadora também esclarece que o exame molecular não pode ser realizado por todas as mulheres. Para participar do projeto, alguns critérios são exigidos e alguns pontos devem ser considerados:
– Mulheres grávidas ou sem útero NÃO podem participar da pesquisa.
– Mulheres com idade entre 25 e 30 anos também não devem fazem o exame . Abaixo dos 30, a chance é maior de se ter o vírus. No entanto, o sistema imune consegue combatê-lo, como um vírus de gripe, por exemplo.
– O Ministério da Saúde preconiza a realização do exame de Papanicolaou, portanto, mulheres com idade entre 25 a 64 anos devem sempre realizar o exame.
– Ainda não há exames para identificar o vírus nos homens, embora, eles possam passar a vida toda com o vírus sem saber do mesmo. No caso deles, podem surgir verrugas nos órgãos sexuais. Caso isso ocorra, é importante sempre visitar um médico especialista para investigar o aparecimento das mesmas, pois outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) também podem surgir.
HPV – A importância da prevenção
De acordo com a pesquisadora e bioquímica do Hospital de Amor, Cristina Mendes de Oliveira, dos 200 tipos de HPV já descobertos, cerca de 40 deles infectam a região anogenital e 12 são classificados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), como de alto risco oncogênico.
A pesquisadora afirma ainda que o HPV pode contribuir para o aparecimento de alguns tumores malignos, sendo o responsável pelo desenvolvimento de quase 100% dos tumores no colo uterino, além de contribuir para o surgimento dos casos de carcinomas de cabeça e pescoço, vulva, vagina, ânus e pênis, e para a evolução de lesões benignas, como verrugas cutâneas e genitais.
Embora o HPV seja um vírus com alto potencial para desenvolver algumas doenças, a maioria das infecções ocasionadas pelo vírus são assintomáticas e acabam sendo resolvidas pelo sistema imune. Caso ocorra a persistência da infecção no indivíduo, o mesmo corre o risco de desenvolver câncer.
A transmissão do vírus HPV ocorre através de relações sexuais. Vale ressaltar que o HPV não é transmitido ao compartilhar banheiro público, piscina ou roupas. O vírus fica “escondido” e não há sintomas aparentes que podem alarmar a mulher, já que na maioria das vezes não há dor ou corrimento. Caso o vírus já tenha causado lesões, podem haver cólicas e sangramentos.
O vírus não é identificado por exame de sangue e também não tem cura, somente acompanhamento médico. Por esse motivo, o exame molecular é muito importante para evitar a possibilidade do surgimento do câncer, já que o mesmo consegue detectá-lo. O procedimento de coleta deste exame é semelhante à coleta do Papanicolaou.
Atualmente, duas vacinas estão disponíveis para impedir a infecção pelo HPV. O conteúdo é constituído por partículas que se assemelham às partículas virais e são formadas por uma proteína do papilomavírus humano, sendo consideradas seguras pelo fato de não serem infecciosas. O Programa Nacional de Imunizações do Governo Federal incluiu a vacina contra o HPV em seu calendário de vacinação. O objetivo é vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos contra o vírus, supondo que jovens dessa faixa etária ainda não tenham iniciado atividades sexuais. Para que a imunização ocorra, são necessárias duas doses da vacina, sendo que a segunda dose deve ocorrer 6 meses após a primeira aplicação.
Mais de 15 mil redações enviadas por alunos de aproximadamente 300 escolas de todo o estado de São Paulo. Estes são os números do 7º Concurso de Redação do Hospital de Amor, organizado pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) da instituição, que se encerrou na sexta-feira, 9 de agosto, com a premiação dos cinco finalistas e anúncio da grande vencedora: Joana Albuquerque Copetti. A cerimônia, que reuniu alunos e professores de Barretos (SP) e região, contou com a presença do secretário executivo de educação do estado de São Paulo, Haroldo Corrêa Rocha, além da dirigente regional de ensino de Barretos, Solange de Oliveira Bellini, do diretor executivo e científico do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HA, Rui Reis, e do diretor de extensão do IEP, Vinicius de Lima Vazquez.
Nos três dias que antecederam a premiação, os finalistas participaram de um estágio guiado no Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do HA, onde puderam conhecer, na prática, a rotina dos pesquisadores e saber mais sobre o seu papel na instituição. “O Concurso de Redação tem como principal objetivo difundir o conhecimento, popularizar a ciência e estimular jovens talentos na investigação científica, por isso, entendemos que é extremamente importante proporcionar esta experiência aos autores das melhores redações. É uma maneira de trazê-los para mais perto desta realidade e, quem sabe, despertá-los para uma futura profissão”, ressaltou o coordenador do NEC, Gerson Lúcio Vieira. Além do estágio, a primeira colocada também ganhou um notebook, assim como, a sua professora orientadora, e os demais finalistas foram premiados com tablets.
Haroldo Corrêa Rocha, que visitou a instituição pela primeira vez, enfatizou a importância da ação e reafirmou o compromisso da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que é parceria do projeto desde 2016. “Sabemos do valor – e as dificuldades – em se trabalhar com Saúde e Educação e é louvável a maneira como essas duas áreas tão essenciais se unem aqui. Com certeza é um exemplo a ser replicado!”.
O concurso é voltado aos alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental II e, neste ano, trouxe como tema central “Alimentação saudável e atividade física: de olho no futuro sem câncer colorretal”, onde os alunos puderam refletir sobre prevenção, as influências ambientais e os fatores externos que estão associados ao desenvolvimento do câncer colorretal, que, apesar de pouco falado, é o terceiro mais frequente entre homens.
Confira a classificação dos finalistas de 2019:
1º lugar: Joana Albuquerque Copetti
Unidade Escolar: E.E. Manoel Silveira Bueno
Cidade: Borborema (SP)
Diretoria de Ensino: Taquaritinga (SP)
2º lugar: Yzadora Calza Siqueira
Unidade Escolar: E. E. Conde do Pinhal
Cidade: São Carlos (SP)
Diretoria de Ensino: São Carlos (SP)
3º lugar: Emanuelle Carvalho Oliveira
Unidade Escolar: E. E. Professora Regina Dias Antunes da Silva
Cidade: Apiaí (SP)
Diretoria de Ensino: Apiaí (SP)
4º lugar: Adrian Mais dos Santos de Jesus
Unidade Escolar: E.E. João Jacinto do Nascimento
Cidade: Ibaté (SP)
Diretoria de Ensino: São Carlos (SP)
5º lugar: Gabriela Marini de Lima
Unidade Escolar: E. E. Doutora Isabel Campos
Cidade: Presidente Venceslau (SP)
Diretoria de Ensino: Santo Anastácio (SP)
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
O Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM), ligado ao Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, realizou, entre os dias 22 e 26 de julho, a quinta edição do Curso de Inverno em Oncologia Molecular (CIOM), que recebe anualmente 60 alunos de graduação e mestrado de todo o Brasil, interessados em conhecer as linhas de pesquisa, pós-graduação e projetos realizados na instituição. O intuito é permitir o contato mais próximo destes alunos com toda a estrutura de ciência, ensino e pesquisa do HA.
O curso intensivo oferece conteúdos sobre oncologia e biologia molecular, por meio de aulas e palestras com pesquisadores do HA, que também ficam disponíveis para atender aos participantes durante todo o decorrer do evento. Segundo a integrante da comissão organizadora do CIOM, Flávia Fernandes, neste ano, o curso foi pensado para tornar a ciência mais próxima da realidade dos estudantes, com palestras que foram na aplicação da pesquisa na prática clínica. “Nós trouxemos temas como câncer hereditário e imunoterapia, que foram apresentados por médicos oncologistas da instituição. Com isso, os alunos conseguiram ver, de fato, o impacto e importância da pesquisa e como ela muda a vida dos pacientes. Além de conhecerem um pouco da rotina do hospital, que se equipara aos melhores do mundo”.
Outra novidade deste ano foi a utilização de um aplicativo que propiciou um maior envolvimento dos alunos, que puderam compartilhar opiniões, tirar suas dúvidas e também votar sobre a qualidade das atividades de forma anônima em tempo real. A intenção, de acordo com a comissão organizadora, foi criar um ambiente mais confortável de interação. “Percebemos que os alunos mais introvertidos puderam também ter voz e participar das discussões, em um espaço onde ficaram bastante à vontade para elogiar, criticar e perguntar ao final de cada palestra. O aplicativo realmente trouxe contribuições relevantes que talvez não teriam surgido sem ele”, ressaltou Flávia.
Muitos dos atuais pesquisadores e discentes do programa de pós-graduação do HA passaram pelo Curso de Inverno em Oncologia Molecular em edições passadas, o que serve de incentivo aos futuros alunos e contribui para a divulgação e avanço da pesquisa instituição.
Na última segunda-feira, 8 de abril, o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, em parceria com a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), lançou, oficialmente, seu programa de “Mestrado Profissional de Inovação em Saúde”. A nova modalidade de pós-graduação stricto sensu traz um grande diferencial: não é restrita apenas a profissionais da área da saúde, ou seja, é destinada a todos os segmentos assistenciais do HA, visando possibilitar ao pós-graduando condições para o desenvolvimento de estudos que demonstrem o domínio dos instrumentos conceituais, técnicos e metodológicos essenciais na sua área, com o objetivo de atender as demandas do mercado de trabalho.
A nova modalidade foi aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) no dia 27 de dezembro de 2018 e possui a mesma validação e titulação que o mestrado acadêmico. “Apesar de títulos semelhantes, os mestrados possuem objetivos diferentes. O Profissional se difere do Acadêmico nos resultados práticos que ele dá para a sociedade: o primeiro é responsável por explicar e, o mais importante, aplicar um determinado tema de pesquisa; enquanto o segundo tem a função de explicar algum estudo ou pesquisa”, afirmou o diretor de ensino do IEP e coordenador do programa de Mestrado Profissional de Inovação em Saúde, Dr. Ricardo Reis.
Para o diretor geral da FACISB, Dr. Sergio Serrano, o lançamento do programa marcará a história das instituições. “Este momento é um marco, não apenas para o Hospital de Amor e para a FACISB, mas também para toda a comunidade de Barretos e região”, declarou.
De acordo com Reis, o principal objetivo do programa está no desenvolvimento de novos produtos ou protocolos, dos quais a comunidade é beneficiada diretamente, dentro do tema Inovação em Saúde. “É importante destacar que um dos pilares do Mestrado Profissional está nas parcerias e, é por meio delas, que conseguiremos capacitar profissionais das mais diversas áreas de atuação, dando a eles um olhar plural para o assunto”, explicou.
Os alunos do mestrado serão estimulados a desenvolver estudos, protocolos aplicativos e técnicas voltadas para a melhora dos seus desempenhos, com o intuito de atingir altos níveis profissionais. Durante o curso, serão valorizadas as produções artísticas, desenvolvimento de aplicativos para saúde, revisões sistemáticas, artigos científicos, patentes, registros de propriedade intelectual, projetos de elaboração de técnicas, elaboração de protocolos e fluxogramas, publicações de inovações tecnológicas, desenvolvimento de materiais didáticos, educacionais e de instrução, elaboração de processos, produção de programas de mídia, elaboração de softwares, estudos de casos, criação de manuais para operações técnicas, desenvolvimento de protocolo experimental ou de aplicação em serviços, proposta de criação de dispositivos para melhorar procedimentos clínicos ou de serviço e projetos para desenvolvimento ou produção de instrumentos.
“A nossa intenção é despertar no aluno um tipo especial de interesse pela pesquisa e desenvolvimento de produtos, ao ponto que ele possa incluí-la, naturalmente, em sua rotina de trabalho como um elo entre as diferenças etapas de ganho constante de conhecimento e a aplicação dele na prática diária. Dessa forma, um colaborador dos departamentos de engenharia, enfermagem, tecnologia da informação, comunicação, entre tantos outros, pode iniciar a modalidade de mestrado profissional. Basta ter um estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do HA e, partir de então, com o auxílio de um orientador, iniciar a especialização stricto sensu”, declarou Dr. Ricardo Reis.
Segundo o diretor executivo e científico do Instituto de Ensino e Pesquisa e pró-reitor do programa de pós-graduação do Hospital de Amor, Dr. Rui Reis, a nova modalidade irá completar o programa de pós-graduação já existente da instituição. “Esperamos que o mestrado profissional venha estreitar laços com as demais universidades, estabelecimentos de ensino, empresas e entidades, e que consigamos chegar a novas e grandes soluções que possam ser aplicadas à saúde e ao paciente oncológico”, finalizou.
Linhas de Pesquisa
O programa de ‘Mestrado Profissional – Inovação em Saúde’ está estruturado em torno de cinco linhas de pesquisa que abrangem a saúde da comunidade. São elas:
I – Redes em Saúde: Criação, Disseminação e Integração;
II – Informática e Tecnologia;
III – Políticas em Saúde Assistencial;
IV – Prevenção e Políticas de Promoção a Saúde;
V – Reabilitação, Qualidade de Vida e Medicina Integrativa.
Para participar do curso de especialização, os candidatos devem ser colaboradores contratados do Hospital de Amor, Santa Casa de Misericórdia de Barretos, Unidades Básicas de Saúde subordinadas ao HA, serem bolsistas ou terem dedicação exclusiva ao programa de pós-graduação da instituição. “A nossa dica para aqueles que estão interessados em cursar o mestrado é para que desenvolvam seus projetos de pesquisa junto aos seus orientadores (todos eles vinculados à nova modalidade) e enviem para a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Assim, no momento em que abrirem as inscrições, os candidatos já estão com o processo aprovado e preparados para cursar”, explicou o diretor de ensino.
Inscrições
As inscrições estarão abertas de 27 a 31/5. O processo seletivo acontecerá nos dias 6 e 7/6 e a lista dos aprovados será divulgada dia 20/6. Os interessados poderão se inscrever e conferir todas as informações no site da FACISB: www.facisb.edu.br/mestrado.php.
Mais informações, entre em contato com o departamento de Pós-Graduação do Hospital de Amor, através do e-mail ‘posgrad@hcancerbarretos.com.br’.
Referência no tratamento oncológico com excelência e humanização, o Hospital de Amor também possui grandes diferenciais no que diz respeito às áreas de prevenção, ensino e pesquisa. Há mais de 10 anos, a instituição conta com o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), cujo objetivo é estimular o ensino pós-graduado, formação de residentes médicos e de outros profissionais de saúde, além de oferecer as melhores condições para a realização de projetos de pesquisa (sempre voltados para as questões clínicas e de relevância para o paciente de câncer). Junto a essa consolidada missão, foi instituído, em 2008, o Núcleo de Apoio ao Pesquisador (NAP) do IEP.
O setor, que tem por objetivo promover o desenvolvimento de pesquisas científicas na instituição, também atua como um centro de suporte para a realização de estudos de iniciativa ao investigador, oferecendo subsídios aos pesquisadores no que se refere ao treinamento de equipes de pesquisa, construção, avaliação, execução e análise estatística dos dados do estudo, visando garantir, principalmente, a segurança do participante de pesquisa e a excelência do trabalho. Sua estrutura é organizada em duas equipes: Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB) e Coordenadoria de Pesquisa.
Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística
Composto por um time de estatísticos e gerenciadores de bancos de dados, o NEB fornece suporte desde a elaboração de projetos, desenvolvimento de fichas clínicas (CRFs) no RedCap, até a análise dos dados do estudo. A equipe é responsável por oferecer acesso à supervisão de pesquisadores experientes, muitas vezes, contribuindo para a estrutura metodológica do projeto.
Coordenadoria de Pesquisa
Composta por uma equipe altamente especializada, a coordenadoria de pesquisa atua oferecendo suporte ao pesquisador no gerenciamento e condução de seu projeto de pesquisa (incluindo estratégias de operacionalização, fluxo de condução da metodologia proposta e análise crítica), visando sempre qualidade, rastreabilidade, confiabilidade e integridade dos dados pretendidos. Os coordenadores e assistentes de pesquisa clínica ficam junto à equipe multidisciplinar de cada especialidade. É de responsabilidade da coordenadoria de pesquisa acompanhar o pesquisador desde a treinamento da equipe de pesquisa para a triagem e busca ativa dos participantes; coleta, registro e verificação de dados; até a coleta, transporte, processamento e armazenamento de material biológico.
Dentre as atividades de apoio ao pesquisador, o departamento fornece uma sólida análise estatística dos casos de câncer, auxilia na elaboração dos instrumentos para o levantamento de dados e ajuda na gestão de projetos que recebem o auxílio dos órgãos de fomento de pesquisa. Além disso, a equipe médica envolvida auxilia na gestão dos estudos, construção dos ensaios clínicos e promoção de palestras, exposição de painéis e participação em congressos, aulas e cursos.
De acordo com a coordenadora do NAP, Viviane Andrade, toda a comunidade interna multiprofissional de pesquisa do Hospital de Amor (alunos matriculados no programa de pós-graduação em oncologia) e pesquisadores externos vinculados à equipe interna, podem utilizar os serviços do departamento. “O acesso a uma equipe especializada no desenvolvimento, gerenciamento e condução de estudos clínicos, oferece aos pesquisadores da instituição a oportunidade de consolidar parcerias com renomados centros nacionais e internacionais, garantindo agilidade, segurança e, principalmente, qualidade na condução de estudos de iniciativa do investigador”, afirmou Viviane.
A infraestrutura de alta tecnologia e suporte qualificado do NAP, permite com que os pesquisadores do HA se dediquem às produções científicas, fortalecendo as importantes parcerias com outros centros de excelência, trazendo resultados positivos, não apenas no aumento do número das publicações, como também na qualidade das pesquisas. “Atualmente, nós temos 89 protocolos de pesquisa em andamento. São 44 (49,4%) em estudos longitudinais – métodos de pesquisa que visam analisar as variações nas caraterísticas dos mesmos elementos de amostra no decorrer de um longo período de tempo – e 24 (26,9%) em ensaios clínicos – estudos de investigação que experimentam novas terapias. Destes, 29 (32,5%) são multicêntricos e 18 (20,2%) são internacionais. No total, o NAP conta com 18.574 participantes incluídos nos estudos e 4.829 em acompanhamento”, explicou a coordenadora.
O Instituto de Ensino de Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor iniciou o ano com uma grande novidade para os colaboradores da instituição: o Mestrado Profissional. A nova modalidade de pós-graduação, que tem como tema ‘Inovação em Saúde’, traz outro diferencial muito importante: não é restrita apenas a profissionais da área da saúde, ou seja, é destinada a todos os segmentos assistenciais do HA, visando possibilitar ao pós-graduando condições para o desenvolvimento de estudos que demonstrem o domínio dos instrumentos conceituais, técnicos e metodológicos essenciais na sua área.
De acordo com o diretor de ensino do IEP, Dr. Ricardo Reis, a nova modalidade foi aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) no dia 27 de dezembro do último ano e possui a mesma validação e titulação que o mestrado acadêmico. “Apesar de títulos semelhantes, os mestrados possuem objetivos diferentes. O acadêmico tem a função de explicar algum estudo ou pesquisa; já o profissional, é responsável por explicar e, o mais importante, aplicar um determinado tema de pesquisa. Por isso, a ideia é abranger todas as áreas de atuação do Hospital de Amor”, relatou Reis.
Os alunos do mestrado serão estimulados a desenvolver estudos, protocolos, aplicativos e técnicas voltadas para a melhora dos seus desempenhos, com o intuito de atingir altos níveis profissionais. Durante o curso, serão valorizadas as produções artísticas, desenvolvimento de aplicativos para saúde, revisões sistemáticas, artigos científicos, patentes, registros de propriedade intelectual, projetos de elaboração de técnicas, elaboração de protocolos e fluxogramas, publicações de inovações tecnológicas, desenvolvimento de materiais didáticos, educacionais e de instrução, elaboração de processos, produção de programas de mídia, elaboração de softwares, estudos de casos, criação de manuais para operações técnicas, desenvolvimento de protocolo experimental ou de aplicação em serviços, proposta de criação de dispositivos para melhorar procedimentos clínicos ou de serviço e projetos para desenvolvimento ou produção de instrumentos.
“A nossa intenção é despertar no aluno um tipo especial de interesse pela pesquisa e desenvolvimento de produtos, ao ponto que ele possa incluí-la, naturalmente, em sua rotina de trabalho como um elo entre as diferentes etapas de ganho constante de conhecimento e a aplicação dele na prática diária. Dessa forma, um colaborador dos departamentos de engenharia, enfermagem, tecnologia da informação, comunicação, entre tantos outros, pode iniciar a modalidade de mestrado profissional. Basta ter um estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do HA e, a partir de então, com o auxílio de um orientador, iniciar a especialização stricto sensu.
Linhas de Pesquisa
O programa de ‘Mestrado Profissional – Inovação em Saúde’ está estruturado em torno de cinco linhas de pesquisa que abrangem a saúde da comunidade. São elas:
I – Redes em Saúde: Criação, Disseminação e Integração;
II – Informática e Tecnologia;
III – Políticas em Saúde Assistencial;
IV – Prevenção e Políticas de Promoção a Saúde;
V – Reabilitação, Qualidade de Vida e Medicina Integrativa.
Para participar do curso de especialização, os candidatos devem ser colaboradores contratados do Hospital de Amor, Santa Casa de Misericórdia de Barretos, Unidades Básicas de Saúde subordinadas ao HA, serem bolsistas ou terem dedicação exclusiva ao programa de pós-graduação da instituição. “A nossa dica para aqueles que estão interessados em cursar o mestrado é para que desenvolvam seus projetos de pesquisa junto aos seus orientadores (todos eles vinculados à nova modalidade) e enviem para a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Assim, no momento em que abrirem as inscrições, os candidatos já estão com o processo aprovado e preparados para cursar”, explicou o diretor de ensino.
Expectativas
Apesar de, inicialmente, o curso ser destinado aos colaboradores do Hospital de Amor, a expectativa é de que seja aberto ao público e possa abranger o Brasil inteiro, como já acontece com o mestrado acadêmico da instituição. “Nós já temos mais de 30 professores/orientadores dentro do mestrado profissional e diversos centros querendo enviar alunos para a especialização. O plano é de que, nos próximos dois meses, a equipe organize a estrutura do programa (secretariado, disciplinas, professores, locais onde as aulas serão ministradas, etc.) para que em abril a 1ª turma (com aproximadamente 40 alunos) seja aberta”, declarou Reis.
Os interessados podem entrar em contato com o departamento de Pós-Graduação do Hospital de Amor, através do e-mail ‘posgrad@hcancerbarretos.com.br’, além de ficarem atentos às informações do site www.hospitaldeamor.com.br.
“Estamos todos muito felizes com essa fantástica inovação, que irá contribuir com o aprimoramento dos profissionais e dos serviços prestados pela instituição”, finalizou o Dr. Ricardo Reis.
O Hospital de Amor e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), por meio da assinatura de um convênio, acabam de firmar uma importante parceria, que tem como objetivo desenvolver um estudo clínico inédito na América Latina para tratamento de câncer de próstata metastático. Segundo o coordenador do departamento de medicina nuclear do Hospital de Amor, Dr. Wilson Furlan Alves, os protocolos em fase de teste serão direcionados aos pacientes com câncer de próstata com metástases, que já não respondem a terapia com hormônio ou quimioterapia.
Este estudo permitirá que um grupo de pacientes, que não apresentava mais alternativas de tratamento, tenha acesso a um novo tratamento, ainda não disponível no Brasil, mas que está apresentando excelentes resultados em países da Europa. O intuito é obter, posteriormente, o registro do radiofármaco na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ampliando a possibilidade de tratamento em todo o país.
Durante a parceria, o IPEN será responsável pelo fornecimento do radiofármaco chamado PSMA, marcado com lutécio-177, e o HA recrutará pacientes com características determinadas para receberem este tratamento. “O PSMA é uma molécula que se liga a receptores localizados nas células do câncer de próstata, enquanto o lutécio-177 é um radioisótopo – ou material radioativo – que emite uma radiação (beta) que destrói as células tumorais”, explicou Alves.
O médico nuclear do Hospital de Amor e também um dos principais facilitadores do convênio, Dr. Euclides Timoteo da Rocha, conta que este tratamento ainda é experimental em todos os países nos quais foi iniciado, como Estados Unidos e Austrália. “Ele surgiu há aproximadamente quatro anos na Alemanha e somos os primeiros a realizá-lo na America Latina, o que nos coloca em uma posição bem atualizada”.
Para o Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, a tecnologia nuclear, que inclui a medicina nuclear, está passando por um momento importante no Brasil, em que se discute não apenas a importância da infraestrutura, mas, principalmente, os meios pelos quais os avanços chegam até a população. “O IPEN, com a assinatura desse convênio, faz uma parte disso, tomando a iniciativa disponibilizar novos fármacos, mas sem parceria com instituições como o Hospital de Amor não haveria como colocá-los no mercado. Nós temos como produzir e como fornecer, mas é necessário este outro elo para que este produto volte em benefício para a população”, destacou.
Com estrutura inaugurada em março de 2017, junto ao Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Amor, o biotério da instituição deu início, oficialmente, às suas atividades na última semana de novembro, com o I Encontro da Comissão de Ética no Uso de Animais da instituição, marcado pela presença e palestras de dois importantes nomes da área no cenário nacional: Dra. Ekaterina Rivera e Dra. Vera Peters, pesquisadoras e membros do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O evento reuniu, além da própria Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-CPOM), pesquisadores e profissionais que farão parte da equipe responsável pela nova área.
Segundo a coordenadora do local, Dra. Silvia Teixeira, o início das atividades completa os diferentes campos da pesquisa na instituição e é um importante passo na busca pela integração com os departamentos clínicos do Hospital, que contemplam no biotério uma possibilidade de novas abordagens terapêuticas. “Também será possível complementar a capacitação dos alunos de pós-graduação e pesquisadores, que terão um novo enfoque para o desenvolvimento de estudos inovadores que poderão levar a uma melhora na qualidade dos tratamentos dos pacientes. As pesquisas poderão ser direcionadas para a busca de terapias ainda mais personalizadas, validação de ensaios in vitro para novos alvos terapêuticos, entre outras. Os resultados poderão indicar medicamentos, ou associação de medicamentos, e terapias que possam ser mais eficazes e poderão implicar em aumento na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes”, explicou.
Durante o evento, as pesquisadoras, Dra. Ekaterina Rivera e Dra. Vera Peters, destacaram a importância da pluralidade da CEUA-CPOM, composta por docentes, pesquisadores, colaboradores das áreas das ciências exatas e biológicas, além de um representante da sociedade protetora dos animais; e afirmaram que tal composição garante uma melhor qualidade na pesquisa e, principalmente, o máximo rigor a todos os princípios éticos na experimentação animal.
Para a médica veterinária, Dra. Ekaterina Riviera, mestre em Ciências de Animais de Laboratório pela Universidade de Londres e Doutora Notório Saber pela Universidade Federal de Goiás (UFG), os princípios do Hospital de Amor guiarão o biotério para que se torne um dos únicos – se não o único – do País a aplicar, de maneira estruturada, o que ela chamou de Cultura da Consciência, que, de forma simplificada, é a responsabilidade e consciência de sua importância por parte de todos os agentes envolvidos no processo, desde a parte administrativa até os profissionais responsáveis pela limpeza.
Silvia esclareceu, ainda, que, para que um projeto seja proposto e aceito, é necessário que a pergunta seja adequada, que todos os outros meios de buscar respostas tenham sido contemplados e que a relevância da pesquisa seja convincente. “Essa é a filosofia de toda a equipe do Biotério, pensamos e buscamos ao máximo propor bem-estar aos animais. Para isso, estamos promovendo todos os cuidados necessários, enriquecimento ambiental adequado durante os processos de criação e experimentação. Pretendemos colaborar com os pesquisadores no direcionamento do projeto, de forma a minimizar o uso de animais, e a promover o cuidado necessário durante o desenvolvimento das pesquisas. Todo esse cuidado não é só por poder interferir nos resultados, gerando viés na pesquisa, mas também porque temos uma grande responsabilidade nesse processo. Toda a estrutura oferecida pelo IEP e pelo CPOM nos permite realizar estes procedimentos de forma adequada. Além disso, o investimento na capacitação da equipe do biotério, visando a qualificação dos colaboradores, permitiu que esse perfil fosse desenvolvido. Com esses cuidados, acreditamos que os resultados poderão levar a um aumento na reprodutibilidade e aplicação dos resultados na clínica, tendo em vista a melhora das condições e qualidade de vida das pessoas com câncer”, finalizou.
Um evento muito especial marcou o encerramento do segundo ano do projeto da carreta educativa “Missão Gênese – Uma Jornada Nanocientífica”. No dia 23 de novembro, o Núcleo de Educação em Câncer (NEC) do Hospital de Amor reuniu parceiros, amigos e viabilizadores da iniciativa, com o intuito de apresentar os resultados obtidos nos anos de 2017 e 2018, além de possibilitar o reencontro de todos que participaram do desenvolvimento e da execução desta importante missão.
Iniciado em agosto de 2017, o projeto ‘Missão Gênese’ surgiu da necessidade de aproximar o público do conhecimento produzido no HA. Diante disso, elaborou-se um trabalho de imersão voltado aos adolescentes, de 11 a 15 anos, na tentativa de difundir a cultura e o conhecimento sobre autocuidado e a prevenção do câncer, levando conscientização às crianças, fazendo com que elas compartilhem essas informações tão importantes em seus meios de convívio. A Missão faz uso de gamificação (uso de mecânicas e dinâmicas de jogos para engajar pessoas, resolver problemas e melhorar o aprendizado, motivando ações e comportamentos em ambientes fora do contexto de jogos) visando proporcionar uma experiência que aborda um tema complexo de maneira lúdica, transformando estudantes em protagonistas de uma aventura de investigação científica.
De acordo com coordenador do NEC, Gerson Vieira, o objetivo do evento de prestação de contas é apresentar para toda a comunidade os resultados obtidos nesse período de um ano e meio e o quanto essas estratégias deram certo. Para ele, a satisfação de todo esse projeto está nos números alcançados. “Encerramos o programa em 2017 abrangendo 90 participantes. Neste ano, os números nos surpreenderam: foram 4.313 alunos que vivenciaram esse experimento e puderam expandir os conhecimentos para dentro de suas casas”, afirmou.
Números
Em 2017, a carreta educativa esteve na cidade de Barretos (SP) e passou pelas escolas E. M. São Francisco, P. E. I Valois Scortecci e E. E. Cel. Silvestre de Lima. Já em 2018, os alunos das escolas P. E. I Prof. Aymoré do Brasil, E. E. Dr. Antônio Olympio, E. E. Cel. Almeida Pinto e E. M. Giuseppe Carnímeo também passaram pela missão.
Confira outras cidades e colégios que também receberam a unidade móvel: Colina (SP) – Colégio Cecília Meireles e Colégio e E. M. Lamounier de Andrade; Piracicaba (SP) – P. E. I Adolpho Carvalho; Brotas (SP) – Colégio Construindo, COC, SESI, Sinhá, Dinah, E. M. Álvaro Calhado; Severínia (SP) – E. M. Victória Maldonado Cazarine e E. M. Esmeralda Duarte da Silva; Colômbia (SP) – E. M. Santa do Prado; Guaíra (SP) – E. E. Enoch Garcia.
Resultados: 4.313 alunos, 466 professores, 1.690 visitações, 6.469 de público total, 25.876 de público atingido indiretamente, 10 cidades, 20 escolas e 6 eventos.
Para o procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, Dr. Ronaldo José de Lira, a parceria entre o órgão público e a instituição beneficiou milhares de adolescentes, mas o maior mérito são os frutos que o HA conseguiu colher, através de seu trabalho de seriedade, em prol da sociedade. “Em 20 anos de ministério, eu nunca me senti tão realizado e feliz como nesses últimos 4 em que estive tão próximo do Hospital de Amor, graças à parceria com o MPT (Ministério Público do Trabalho). Vocês sempre me agradecem, mas sou eu quem preciso agradecer vocês. Quem quer fazer o bem, encontra obstáculos de todos os tamanhos, mas é preciso ter muita fé para conseguir! Aqui, a gente encontra amor e é isso que eu sinto todas as vezes que venho. Muito obrigado”, declarou.
A expectativa para o próximo ano é expandir o acesso da carreta educativa “Missão Gênese” para outras cidades do estado de São Paulo, especialmente para os municípios onde estão localizadas as unidades do Hospital de Amor. “Após esse momento, a nossa intenção é chegar nos outros estados e em cidades que possuem parcerias com a instituição”, esclareceu o coordenador do NEC.
Depoimentos
Durante a cerimônia de prestação de contas, alguns professores e alunos deram seus depoimentos sobre a experiência de receber a carreta educativa, vivenciar a missão e aprender mais sobre prevenção de câncer e qualidade de vida. Segundo a diretora da Escola Estadual Prof. Valois Scortecci, Sônia Goreti Baldan Levi, os estudantes que tiveram a oportunidade de conhecer a unidade móvel nunca mais serão os mesmos. “Fazer parte desse projeto foi mais do que um sonho! Pudemos ver nossos alunos conversando sobre oncologia, realizando atividades relacionadas ao assunto, entendendo sobre a importância da prevenção e divulgando os conhecimentos adquiridos em suas casas e bairros, foi muito gratificante. Só temos que agradecer pelo conhecimento que todos nós ganhamos”, finalizou Sônia.
Sobre a Carreta Educativa
A concretização do projeto só foi possível graças às verbas do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região. Parte dos recursos obtidos em uma ação civil pública foram destinados para cinco iniciativas relacionadas à pesquisa e atendimentos de saúde. O maior deles, orçado em R$ 69,9 milhões, foi para o Hospital de Amor. Desse montante, R$ 34 milhões foram dispostos para a construção do Instituto de Prevenção em Campinas (SP) e de cinco unidades móveis, entre elas, a carreta educativa Missão Gênese.
As tecnologias utilizadas na unidade foram desenvolvidas pela empresa YDreams Global, que opera como parceira de instituições e marcas para reformular a estratégia de atuação por meio de iniciativas relevantes que integrem a experiência digital com o espaço físico e presencial.
Desde maio de 2017, o Instituto de Prevenção do Hospital de Amor vem desenvolvendo um estudo que identifica o DNA do papilomavírus humano, o HPV – apontado como a principal causa do câncer de colo de útero.
De acordo com o ginecologista do Instituto de Prevenção do HA, Dr. Júlio César Possati Resende, embora o exame molecular seja conhecido no meio médico, mesmo não sendo aplicado em larga escala no Sistema Único de Saúde (SUS), o que motivou a equipe do HA iniciar o projeto é o fato do câncer de colo de útero ainda estar entre os mais frequentes entre as mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o terceiro que mais atinge mulheres no país.
Ao utilizar a pesquisa de base populacional, o objetivo principal do estudo é comprovar a eficiência do exame, avaliando o novo modelo de rastreamento para o câncer de colo de útero, utilizando testes moleculares para detecção de infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Ou seja, o propósito é realizar o diagnóstico precoce de lesões que tenham potencial de se transformarem em câncer do colo uterino no futuro.
O projeto também está levantando indicadores que medirão o custo efetivo desse modelo de rastreamento, atualmente adotado entre toda população brasileira, o que poderá contribuir para melhorias e a otimização desse rastreamento. “Nós vamos avaliar a questão de custo e efetividade e o impacto orçamentário que isso pode ter, caso ele seja implementado pelo Ministério da Saúde”, afirma o especialista.
Segundo Possati, como o exame Papanicolaou (citologia cervical) é utilizado como teste para a realização de triagem de casos de risco câncer, pode apresentar algumas limitações. O exame molecular pode contribuir significativamente com um diagnóstico mais funcional, já que apresenta uma eficácia de até 90% (na citologia cervical, é de 60%). “O importante é fazer a detecção das lesões precursoras em que se consegue, após um simples tratamento, evitar que essas mulheres desenvolvam o câncer depois de um período de 10 a 15 anos de evolução, além de proporcionar mais agilidade nos processos laboratoriais e reprodutibilidade dos resultados que são automatizados”, ressalta o médico.
A auxiliar de limpeza, Renata Cristina Luis, de 33 anos, relata que sempre realizou seus exames preventivos com regularidade, principalmente, porque possui histórico de câncer na família. Ao fazer seu exame de rotina, Renata foi convidada pela equipe do HA para participar do projeto e fazer o exame molecular, o que contribuiu para a descoberta de feridas em seu útero. “Participar deste projeto foi muito importante. Já era tarde quando a minha irmã descobriu o câncer e, infelizmente, ela perdeu a mama. Se eu não tivesse descoberto a ferida com a ajuda desse exame, provavelmente, eu corria o risco de perder o útero”.
Mesmo sentindo dores, a paciente nunca desconfiou que pudesse haver algo de errado. De acordo com o Dr. Possati, o exame molecular foi fundamental para a descoberta da ferida no útero de Renata, já que a pequena lesão poderia contribuir para o surgimento da doença em um período de 10 anos. Após o diagnóstico, Renata passou pelo procedimento cirúrgico de remoção da ferida. A técnica adotada foi um sucesso.
Até o momento, mais de 5 mil pessoas participaram da pesquisa que visa examinar 27 mil mulheres de todo o país, até maio de 2022.
De acordo como ginecologista do Hospital de Amor, de 7 a 8% das mulheres testadas, com idade superior a 30 anos, apresentaram infecção pelo HPV. Todas são convidadas para os exames complementares mais detalhados. O rastreamento ocorre graças aos recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas (SP), que também apoia outros projetos da instituição.
Exame molecular
A enfermeira e pesquisadora do HA, Livia Loami de Paula, esclarece que independentemente da mulher ter uma vida sexual ativa ou não, ela sempre deve realizar exames preventivos. “As células estão em constante renovação. Durante esse processo, se há algum problema com a renovação das células, há o risco do câncer ocorrer”, ressalta Lívia.
A pesquisadora também esclarece que o exame molecular não pode ser realizado por todas as mulheres. Para participar do projeto, alguns critérios são exigidos e alguns pontos devem ser considerados:
– Mulheres grávidas ou sem útero NÃO podem participar da pesquisa.
– Mulheres com idade entre 25 e 30 anos também não devem fazem o exame . Abaixo dos 30, a chance é maior de se ter o vírus. No entanto, o sistema imune consegue combatê-lo, como um vírus de gripe, por exemplo.
– O Ministério da Saúde preconiza a realização do exame de Papanicolaou, portanto, mulheres com idade entre 25 a 64 anos devem sempre realizar o exame.
– Ainda não há exames para identificar o vírus nos homens, embora, eles possam passar a vida toda com o vírus sem saber do mesmo. No caso deles, podem surgir verrugas nos órgãos sexuais. Caso isso ocorra, é importante sempre visitar um médico especialista para investigar o aparecimento das mesmas, pois outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) também podem surgir.
HPV – A importância da prevenção
De acordo com a pesquisadora e bioquímica do Hospital de Amor, Cristina Mendes de Oliveira, dos 200 tipos de HPV já descobertos, cerca de 40 deles infectam a região anogenital e 12 são classificados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), como de alto risco oncogênico.
A pesquisadora afirma ainda que o HPV pode contribuir para o aparecimento de alguns tumores malignos, sendo o responsável pelo desenvolvimento de quase 100% dos tumores no colo uterino, além de contribuir para o surgimento dos casos de carcinomas de cabeça e pescoço, vulva, vagina, ânus e pênis, e para a evolução de lesões benignas, como verrugas cutâneas e genitais.
Embora o HPV seja um vírus com alto potencial para desenvolver algumas doenças, a maioria das infecções ocasionadas pelo vírus são assintomáticas e acabam sendo resolvidas pelo sistema imune. Caso ocorra a persistência da infecção no indivíduo, o mesmo corre o risco de desenvolver câncer.
A transmissão do vírus HPV ocorre através de relações sexuais. Vale ressaltar que o HPV não é transmitido ao compartilhar banheiro público, piscina ou roupas. O vírus fica “escondido” e não há sintomas aparentes que podem alarmar a mulher, já que na maioria das vezes não há dor ou corrimento. Caso o vírus já tenha causado lesões, podem haver cólicas e sangramentos.
O vírus não é identificado por exame de sangue e também não tem cura, somente acompanhamento médico. Por esse motivo, o exame molecular é muito importante para evitar a possibilidade do surgimento do câncer, já que o mesmo consegue detectá-lo. O procedimento de coleta deste exame é semelhante à coleta do Papanicolaou.
Atualmente, duas vacinas estão disponíveis para impedir a infecção pelo HPV. O conteúdo é constituído por partículas que se assemelham às partículas virais e são formadas por uma proteína do papilomavírus humano, sendo consideradas seguras pelo fato de não serem infecciosas. O Programa Nacional de Imunizações do Governo Federal incluiu a vacina contra o HPV em seu calendário de vacinação. O objetivo é vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos contra o vírus, supondo que jovens dessa faixa etária ainda não tenham iniciado atividades sexuais. Para que a imunização ocorra, são necessárias duas doses da vacina, sendo que a segunda dose deve ocorrer 6 meses após a primeira aplicação.