Pela primeira vez, o Hospital de Amor Jales realizou um procedimento cirúrgico utilizando recursos de Medicina Nuclear. A cirurgia, em uma paciente de 58 anos, empregou uma tecnologia que possibilitou maior precisão e menores sequelas.
O método de pesquisa de linfonodo sentinela foi aplicado em um caso de tumor de pele melanoma, como explica o cirurgião oncológico, Dr. Sávio Costa de Paula. “Esse tipo de tumor é mais agressivo e com alta possibilidade de metástase, atingindo os linfonodos. Com essa técnica avançada, conseguimos identificar com maior exatidão os gânglios afetados. Apesar de ser a primeiro, certamente o procedimento será expandido para outras áreas.”
O procedimento teve início na unidade do HA em Barretos (SP), com a aplicação do radiotraçador. “Um dia antes da cirurgia propriamente dita, foram aplicados no paciente radiofármacos que transitam pela via linfática, sendo que no momento do procedimento aqui em Jales (SP), utilizamos equipamentos de alta tecnologia para que o cirurgião pudesse identificar local do linfonodo”, detalhou a médica nuclear Dra. Emanuela Borges Oliveira.
“Na maioria das vezes quando realizamos procedimento de Medicina Nuclear, ainda não há a evidência de doenças. Com esse método conseguimos remover com exatidão, fazendo com que o procedimento seja menos invasivo e evitando realizar o esvaziamento linfonodal desnecessário, preservando o paciente das sequelas”, complementou Dr. Sávio.
Ainda em liberação junto aos órgãos competentes para a utilização total de suas funcionalidades, o departamento de Medicina Nuclear do HA Jales já está em fase avançada de implementação, com a maior parte dos equipamentos já instalados e toda a infraestrutura pronta, inclusive com todo mobiliário adquirido com o apoio da Associação de Voluntários de Combate ao Câncer da Região de Jales.
“Com o pleno funcionamento, poderemos atender a todos nossos pacientes com essas tecnologias aqui na unidade, sem precisar que ele se desloque para Barretos ou outros poucos centros que utilizam esta tecnologia, já que possui um custo elevado. Além do melanoma, casos como o de câncer de mama também serão beneficiados, ressaltou a Dra. Emanuela.
O Hospital de Amor e a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), se uniram para criar um projeto de telemedicina (prática médica realizada à distância), na tentativa de ajudar toda a população neste difícil momento de pandemia causado pelo novo coronavírus. As ações de “teletriagem” e “telemonitoramento” visam orientar, direcionar e monitorar, individualmente, cada perfil cadastrado nas unidades básicas de saúde (UBSs) de Barretos (SP).
As dinâmicas serão simples: inicialmente, será realizado o primeiro contato com o paciente através de um link, encaminhado por meio de mensagem SMS, contendo um formulário com questões relacionadas à saúde e atividades rotineiras, como: “Quais sintomas você apresenta?”; “Você tem alguma doença crônica?”; “Como se sente em relação a pandemia do coronavírus?”; “Você tem contato frequente com idosos?”, entre outras. Depois de responder as perguntas, o paciente receberá um diagnóstico básico e, então, os alunos do 6º ano do curso de medicina realizarão a análise do relatório. Após esta etapa, eles entrarão em contato com o paciente que apresentar um ou mais sintomas e/ou fizer parte do grupo de risco. Outra opção disponível, é o contato ser realizado pelo próprio paciente. Basta ele ligar para o número de 0800 enviado junto ao SMS e esclarecer dúvidas, solicitar informações ou relatar sintomas.
Para que a ação tenha êxito e que a equipe envolvida entenda o perfil de cada participante, é essencial que o questionário seja respondido por todos, pois só assim será possível identificar as pessoas que encontram-se em estado de alerta ou que necessitam de orientações na luta contra o COVID-19.
Telemedicina: a tecnologia que veio para ficar
Diante da crise gerada pelo coronavírus no país, com grandes impactos e desafios para o sistema de saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou, no último dia 19/3, um ofício ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assegurando as condições legais para o uso da telemedicina no combate ao COVID-19, preservando a relação médico-paciente e evitando a possível disseminação do vírus. Porém, há tempos o Hospital de Amor vem abordando diversas formas de implementar essa tecnologia na instituição, buscando um atendimento muito mais eficiente que incorpore técnicas digitais.
Um dos primeiros projetos a ser introduzido na entidade, é o prontuário eletrônico. De acordo com o oncologista do Hospital de Amor e diretor-geral da FACISB, Dr. Sérgio Serrano, a ferramenta irá abranger, de forma integrada e por meio de um sistema unificado, as informações das unidades fixas de tratamento localizadas em Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), além das unidades de prevenção espalhadas por vários pontos do país. A iniciativa visa adotar algumas práticas da medicina digital, inclusive com a telemedicina, como parte da estratégia de melhorar o acesso aos pacientes, diminuindo a necessidade de deslocamento deles até Barretos.
“Com a pandemia do coronavírus, vimos que era preciso acelerar e iniciar esse processo, mesmo sem contar com toda tecnologia instalada. Aproveitamos uma estrutura já existente no hospital (call center) e a forte parceria da instituição com a faculdade de medicina, e criamos um grupo de alunos voluntários no ‘teleatendimento’, para que as principais dúvidas dos pacientes em relação a consultas, reagendamentos e medidas preventivas fossem esclarecidas. Dessa forma, estamos identificando a possibilidade de incorporar a telemedicina”, afirmou Serrano.
Para o médico, é possível utilizar essas técnicas para prestar atendimento a todos os pacientes com qualidade, conforto, segurança e humanização, estejam eles em cuidados paliativos, pós-operatório, tratamento com químio e/ou radioterapia e, inclusive depois do segmento (aqueles que estão sem evidências de doença e precisam apenas de acompanhamento médico). “Independentemente de pandemia, essa assistência é essencial e o objetivo é de que se perpetue. Nós temos condições e recursos de ‘ir até o paciente’ prestar assistência ‘dentro da casa dele’ de forma humanizada, ou seja, sem tirar ele do seu conforto. Além disso, é uma ótima experiência de aprendizado para os nossos alunos, residentes e pós-graduandos, pois estamos descobrindo uma outra forma de criar um atendimento de excelência e humanização. Não iremos substituir o contato físico com o paciente, pois isso é fundamental na medicina e não vai se perder nunca, mas iremos substituir algumas consultas que, com toda certeza, conseguiremos fazer à distância sem causar nenhum dano ao tratamento do paciente”, esclareceu.
Através do software Research Eletronic Data Caputure (REDCap) – plataforma de coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa – o Hospital de Amor já está mapeando todo esse processo para poder replicar seu sistema para os outros centros de saúde.
Segundo Serrano, neste momento de crise e isolamento social, a mudança cultural vai acontecer e transformar o cenário de todo o país, pois a telemedicina está cada vez mais presente na vida das pessoas. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A telemedicina é um caminho a ser explorado, atingindo não somente as ‘teleconsultas’, mas também todas as áreas. É a tecnologia mediando todos os processos. É o novo que vem por aí. É um momento para aproveitarmos as novas oportunidades e, quem sabe, sairmos dessa situação dolorosa causada pelo coronavírus ainda mais fortalecidos para criar um mundo melhor”, finalizou o oncologista.
Com objetivo de contribuir para um melhor tratamento aos pacientes com a COVID-19 no Brasil, o Hospital de Amor está fazendo parte dos esforços da chamada ‘Coalizão COVID Brasil’, coordenada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). A iniciativa poderá contar com os esforços de até 60 outros hospitais de todo o País.
A Coalizão COVID Brasil é um projeto que está avaliando a eficácia e segurança de medicamentos para pacientes com infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) por meio de ensaios clínicos padronizados em três frentes: a primeira (Coalizão I), que envolverá pacientes de menor gravidade internados; a segunda (Coalizão II), que envolverá casos mais graves e que necessitam de maior suporte respiratório; e a terceira (Coalizão III), que envolverá pacientes com insuficiência respiratória grave e que necessitam de suporte de aparelhos (ventilador mecânico) para respirar.
O Hospital de Amor, que tem como pesquisadora principal a médica intensivista e diretora médica do HA, Dra. Cristina Prata Amendola, está contribuindo com os ensaios clínicos do projeto nas duas primeiras frentes, onde serão verificadas as efetividades dos medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina. Segundo as equipes responsáveis pelas pesquisas, os resultados deverão estar disponíveis entre 60 e 90 dias.
Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
A quimioterapia é um dos principais tipos de tratamento no combate ao câncer. Trata-se de uma terapia que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor. Estes remédios se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células ruins que estão formando a doença e impedindo, também, que elas se espalhem pelo organismo.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre a quimioterapia e sua importância na luta contra o câncer, eliminar os mitos envolvendo esse tipo de tratamento e ainda saber mais informações sobre seus efeitos colaterais, o Hospital de Amor traz uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico da instituição, Dr. Luís Eduardo Zucca. Confira!
1) Qual é o principal objetivo da quimioterapia no tratamento de câncer?
R.: Existem 4 tipos de tratamento com quimioterapia:
• A quimioterapia neoadjuvante: esse tipo de quimioterapia é utilizado antes de um tratamento curativo para um tumor localizado. Geralmente, faz-se sessões de quimioterapia para tentar a redução do tumor e, assim, no tratamento curativo (seja ele com radioterapia ou cirurgia), o resultado ser mais efetivo e eficaz. Dessa forma, há menos riscos do desenvolvimento de comorbidades (surgimento de outras doenças em simultâneo) para o paciente.
• A quimioterapia adjuvante: utilizada após um tratamento curativo (seja ele em cirurgia ou radioterapia), tem o objetivo de diminuir e tentar matar todas as micrometástases (células cancerígenas se multiplicam num local distante para formar pequenos tumores) que possivelmente possam ter ficado no corpo, diminuindo assim as chances do câncer voltar.
• A quimioterapia paliativa: como o próprio nome diz, serve para paliar (amenizar) os sintomas dos pacientes. Podem ser pacientes que estejam com dor (proporcionando a melhora a deles com o uso da quimioterapia) e, por última instância, para melhorar a sobrevida com medicamentos quimioterápicos paliativos nos casos de pacientes com tumores metastáticos (quando o câncer se espalha além do local de origem para outras partes do corpo).
• A quimioterapia concomitante à radioterapia: nestes casos, a quimioterapia serve como um veículo para aumentar a potência da radioterapia.
2) Ela é indicada para quais tipos de tumores?
R.: A quimioterapia (seja ela neoadjuvante, adjuvante, paliativa ou concomitante à radioterapia) é indicada para a maioria dos tumores malignos.
3) Como é realizado o procedimento?
R.: Existem, basicamente, 2 tipos principais de procedimentos quimioterápicos: a quimioterapia intravenosa (pela veia), na qual o paciente é puncionado por uma veia periférica ou mesmo por um port-a-cath (dispositivo colocado pelo cirurgião dentro de uma veia mais calibrosa – aquelas com maior dilatação – no corpo do paciente); e a quimioterapia injetável, que é feita em ambientes preparados para receber a quimioterapia com um enfermeiro especializado. Geralmente, os pacientes ficam de 30 minutos até 6 horas fazendo quimioterapia intravenosa. Além disso, existem também as quimioterapias administradas por via oral, nas quais o paciente leva para casa os comprimidos orais e ingere de acordo com o esquema quimioterápico que o médico fornece para ele.
4) Existe mais de um tipo de quimioterapia?
R.: Existem vários tipos de quimioterapias, desde as específicas para certo tipo de tumor, até a quimioterapia que nós tratamos para uma variedade de tumores.
5) Existem efeitos colaterais na utilização da quimioterapia? Quais?
R.: As quimioterapias têm alguns efeitos colaterais manejáveis. Dependendo do esquema de quimioterapia que o paciente recebe, podem ocasionar náuseas, vômitos, cansaço, fadiga e baixa energia. A questão central, também dependendo do esquema de quimioterapia, é que geralmente os tratamentos quimioterápicos não matam apenas as células ruins, atingindo células boas que se multiplicam rapidamente (como cabelo e unha). Então, alguns esquemas quimioterápicos podem ocasionar a queda de cabelo e algumas alterações, mas também as células de defesa do nosso corpo. Dessa forma, em alguns casos, elas podem deixar o nosso corpo mais vulnerável a infecções.
6) Quando esses efeitos aparecem, o que é preciso fazer?
R.: Quando qualquer um desses efeitos aparecer é necessário procurar o seu médico e procurar o hospital. Por exemplo, para os pacientes que estão fazendo quimioterapia e têm febre, a primeira recomendação indicada é a procura do Hospital para passar pela avaliação do médico, pois como a quimioterapia também mata as células boas, o corpo fica vulnerável à infecção. Uma vez que o paciente tenha infecção e células de defesa baixa, nós, médicos, precisamos iniciar antibióticos e terapias o mais rápido possível. Mas, existem outros efeitos colaterais também manejáveis, como náuseas, vômitos, fadigas, inclusive queda de cabelo.
7) Qual é o tempo mínimo e qual é o tempo máximo de duração da quimioterapia?
R.: Existem vários tempos de quimioterapia, desde as que duram 15 minutos, como a blaumicina; aquelas que podem durar o dia inteiro, como a cisplatina; ou até a quimioterapia que o paciente vai para casa com um dispositivo e a quimioterapia fica correndo durante 48 horas dentro do seu organismo.
8) O paciente que é submetido a esse tipo de tratamento pode seguir sua rotina de atividades/trabalho normalmente?
R.: Dependendo do tipo de quimioterapia e do esquema quimioterápico, sim, é possível viver normalmente, inclusive trabalhando, estudando, fazendo as atividades diárias. Isso porque, hoje em dia, a maioria dos efeitos colaterais é bastante controlável, porém, sempre é necessário respeitar o próprio corpo.
9) Em média, quais são os custos da quimioterapia?
R.: O custo da quimioterapia também é variável, desde quimioterapias mais baratas, até aquelas que custam de 20 a 30 mil reais por mês.
Ter os avós em nossas vidas é uma dádiva! Eles são conselheiros, companheiros, amigos, educadores, acolhedores. Possuem todo amor e carinho do mundo armazenados dentro deles e, através desses sentimentos, criam vínculos especiais com seus netos. Eles podem ser velhinhos, mais jovens, cumprir seus papeis de avós ou, muitas vezes, até mesmo de pais. Independentemente da situação e da função que assumem, eles são fundamentais na vida das crianças.
Pensando nisso e após uma pesquisa que teve como tema “O impacto do câncer na família de crianças e adolescentes: a percepção, visão e apoio dos avós”, realizada pelo diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Dr. Luiz Fernando Lopes, profissionais da unidade do HA desenvolveram um projeto especial de acolhimento, cuidado e apoio para os avós que acompanham seus netos durante o tratamento de câncer na instituição: o “Encontro de Avós”. “Dentre os familiares, os avós possuem um papel muito importante no suporte aos netos em tratamento, como também aos filhos, genros e noras que passam a lidar com a doença. Alguns avós desempenham uma função parental com seus netos e tornam-se a figura central das relações familiares. Estudos comprovam que os avós sofrem duplamente quando um neto está enfrentando o câncer: pelo próprio neto e pelo filho, por isso, sentimos a necessidade de cuidar deles também”, afirmou a coordenadora do projeto e psicóloga do Hospital de Amor Infantojuvenil, Patrícia Barberá Gallego.
Além dela, o médico responsável pela pesquisa e a psicóloga residente, Fernanda Prado Brocchi, coordenam a iniciativa, que visa proporcionar um espaço de acolhimento, escuta e reflexão para as vivências que afetam os avós ao acompanhar seus netos durante o tratamento de câncer. Através do compartilhamento de experiências, os profissionais buscam fornecer suporte emocional e possibilitar a construção de sentidos para as experiências dos participantes.
De acordo com a psicóloga, os encontros contam com recursos artísticos (poemas, imagens, músicas, etc.) para sensibilizar os participantes e servir como abertura para as discussões e troca de experiências entre os membros. A partir disso, os coordenadores passam a mediar e conduzir as conversas, impulsionando a expressão de sentimentos e vivências, direcionadas pelos próprios avós e baseadas em suas emoções do momento. “Ao proporcionar um espaço de escuta e acolhimento aos avós, pretendemos fortalecer a relação deles com o Hospital e, principalmente, com seus netos e com o modo de enfretamento da doença. Auxiliando essas pessoas, que são verdadeiros cuidadores, estaremos auxiliando também, indiretamente, a maneira com que os pequenos pacientes da instituição enfrentarão a difícil luta contra o câncer”, esclareceu Patrícia.
O papel de avó e mãe
Quem olha a Valdelucia Sousa Pereira, de 39 anos, e João Lucas Siqueira Lima, de apenas 1 ano e 8 meses, não imagina a história de amor incondicional e superação que os dois trazem. Apesar da pouca idade a aparência bem jovem, a avó cumpriu sua função com maestria: decidiu largar tudo e todos em São Félix do Xingu, no Pará, para acompanhar o neto em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil.
Eles viajaram quatro dias até Barretos (SP) e estão residindo, há uma semana, no Lar de Amor (casa de apoio da instituição). “A mãe do João, minha filha, sofre de depressão e ficou no Pará cuidando da irmãzinha dele. Como somos muito apegados, pois nós já morávamos juntos, eu preferi vir com ele”, contou.
Além da doença, a saudade de casa e de toda a família ainda é um obstáculo muito grande que os dois têm de enfrentar, mas juntos, graças à segurança, os ensinamentos e o afeto que somente os avós podem oferecer, eles vão tirar de letra.
Como participar do Encontro de Avós
O Encontro de Avós é voltado para os familiares de pacientes da unidade infantojivenil do Hospital de Amor, em Barretos (SP), e acontece todas as primeiras terças-feiras de cada mês (de agosto a dezembro de 2019), às 11h, no auditório do hospital. Os interessados em participar das reuniões devem comparecer, no dia e horário indicados, sem agendamento prévio.
A origem da data
O Dia dos Avós, celebrado no dia 26 de julho, surgiu em homenagem à Santa Ana e São Joaquim – os pais da Virgem Maria e avós de Jesus Cristo – considerados os padroeiros de todos os avós pela Igreja Católica. No dia 26 de julho de 1584, os avós de Jesus foram canonizados pelo Papa Gregório VII.
“Carismático”, “alegre”, “simpático” e “talentoso” são alguns dos adjetivos usados para definir Walter Cezar Duarte, mais lembrado nos corredores do Hospital de Amor Jales como “Walter da Gaita”, da cidade de Murutinga do Sul (SP). Walter é conhecido por todos, pois toda vez que vem passar por uma consulta, ele faz questão de trazer um pouquinho de alegria e descontração para os outros pacientes, por meio da música, de um jeito bem peculiar: tocando gaita e sanfona ao mesmo tempo.
O musicista conta que sua paixão pela música começou muito cedo, desde quando tinha 9 anos de idade e aprendeu a tocar o instrumento de sopro. Apesar de estar ligado à música desde muito cedo, ele conta que, em alguns momentos da vida, desempenhou alguns papéis na sociedade, como quando trabalhou como jornalista (seu primeiro emprego com carteira assinada) e professor de adultos e crianças no Rio de Janeiro, em 1972. Hoje, aos 68 anos, a música é sua fiel escudeira e, com ela, está sempre muito bem-humorado. Por onde passa, conquista amigos e admiradores do seu trabalho. Quem o vê assim, sempre sorrindo, não imagina quantas histórias e quantos desafios ele já viveu em sua vida.
Paciente do Hospital de Amor desde 2012, Walter conta que chegou à instituição com uma lesão na boca que não se curava. Ele contou também que, antes de começar o tratamento no HA, tinha tentado usar muitas pomadas e realizado muitos tratamentos alternativos, mas que não tinha obtido resultados. Só depois de chegar ao hospital, foi identificado um câncer de boca e iniciado um tratamento correto.
Por recomendações médicas, ele parou de tocar por um tempo, pois a lesão o impedia de continuar. Segundo ele, tinha vezes que, ao ir para as consultas, levava seus instrumentos, mesmo sabendo que não poderia tocar. “Quando minha boca sarava um pouquinho, eu achava que já podia voltar a tocar, e na primeira tentativa, a lesão voltava a se abrir. Às vezes, eu tocava uma música na recepção e quando sangrava corria para pedir ajuda. Aí, elas (as enfermeiras) me falavam ‘mas seu Walter, o senhor sabe que não pode ficar tocando enquanto não sarar totalmente’, e eu respondia ‘mas eu não tava tocando’, como se elas não estivessem acabado de me ouvir (risos)”, conta, bem-humorado.
Walter conta que, após curar-se totalmente da ferida na boca, ele passou a fazer apenas acompanhamento no hospital, lugar onde ele diz ser sua segunda casa. “É tanto afeto que sinto por esse lugar, que nem sei expressar. Eu amo todos os funcionários e eu sei que eles também me amam. Quando chego na portaria, sou recebido com um sorriso no rosto e, por onde eu passo, recebo carinho, abraços”, conta, emocionado.
Depois de alguns anos fazendo acompanhamento, Walter, em uma consulta de rotina, relatou dor na região abdominal e foi encaminhado para realizar exames dentro da unidade. Ele conta que, naquele mês, ficou muito preocupado, com medo do resultado da biópsia. Quando chegou para consulta, percebeu a expressão não tão contente do médico e viu que as notícias não pareciam ser boas. “Ele me disse que um dos três nódulos que foram encontrados na região do abdômen poderia ser maligno, mas que seriam feitos novos exames para que pudesse ser realmente confirmado o diagnóstico”, relembra.
Então, ele repetiu os exames e voltou para saber o resultado final dos novos procedimentos. “A expressão dele já era diferente… alegre, pediu para eu me sentar, ficar tranquilo, pois estava tudo bem comigo. Não tinha nada, não era câncer, e eu ia ficar bem, assim como estou hoje”, relatou Walter com olhos marejados. “Na hora, foi como se tivesse tirado um peso das minhas costas. Inclusive, o doutor, conversando comigo, perguntou se era eu quem estava tocando gaita lá fora, antes da consulta, e eu disse que sim. Aí, ele me perguntou se eu sabia tocar alguma música dos Beatles, então, eu saquei o instrumento do bolso e falei: ‘é pra já’”, relata.
Carinho da equipe
Segundo a assistente de ouvidoria do hospital, Franciele Donini, seu Walter é uma pessoa muito especial. “Já ouviu o ditado, de ‘quem dá amor, recebe amor’? é o caso do seu Walter. Se ele recebe tanto carinho assim é porque também oferece muito carinho às pessoas. É um exemplo de carisma, de ser humano. Por vezes, ele procurou a Ouvidoria, para pegar os nomes dos funcionários que, às vezes, ele nem conhecia, só para enviar cartinhas de agradecimento pelo trabalho que realizam no hospital. Segundo ele mesmo já me relatou, ele não quer esquecer-se de ninguém que contribuiu com seu tratamento, seja de forma direta ou indireta”, conta.
Atualmente, Walter continua em acompanhamento e se diz muito contente e agradecido por todo amor recebido nesses anos de convívio na unidade. “Eu sou muito agradecido por tudo que recebi neste lugar e a forma que encontrei de retribuir o carinho é continuar tocando e levando a alegria para muitas pessoas por onde eu for”, finalizou.
Desde 2015, o Hospital de Amor conta com um programa de rastreamento para a detecção precoce do câncer colorretal – aquele que acomete o trato digestivo (intestino grosso e reto). De lá para cá, já foram alcançadas 12.723 pessoas, sendo 48 pacientes diagnosticados com esse tipo de tumor.
Conheça mais sobre o câncer colorretal, seus sintomas e saiba como se prevenir.
O que é câncer colorretal?
Os cânceres colorretais são aqueles que acometem o trato digestivo (intestino grosso e reto). Esses tumores são considerados mais passíveis de prevenção, pois a evolução natural deles é bem conhecida pela medicina: eles começam com lesões precursoras, ou seja, lesões pré-malignas (também conhecidas como pólipos) que são detectáveis e que podem ser removidas. Com essas medidas, é possível interromper a progressão da doença. Geralmente, as chamadas ‘lesões precursoras’ não apresentam sintomas (como sangramentos ou dores abdominais), por isso, para identificá-las, é necessário submeter o indivíduo a um rastreamento para prevenir a evolução da doença.
O que são pólipos?
São tumores benignos, parecidos com verrugas, que se desenvolvem na parte interna do cólon e reto. Cerca de 60% dos pólipos do intestino são adenomas e podem apresentar potencial para se tornarem tumores malignos. É importante que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos precocemente, principalmente após os 50 anos e em caso de história de câncer colorretal na família.
Quais são os sinais e sintomas do câncer colorretal?
Os principais sintomas da doença são: mudança do hábito intestinal, isto é, constipação ou diarreia sem associação com o alimento ingerido; anemia sem causa aparente, principalmente em pessoas com idade acima de 50 anos; fraqueza; desconforto abdominal (com gases ou cólicas); emagrecimento intenso e inexplicável; sangramento pelo reto; e sensação de evacuação incompleta.
Qualquer pessoa que apresentar um desses sintomas deve procurar o médico, principalmente se houver sangramento anal, para que os exames clínicos necessários sejam realizados. Entre os exames estão: realização do toque retal e do exame de colonoscopia (procedimento de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado).
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da doença?
Uma alimentação rica em carnes vermelhas, carnes processadas (como salsichas e mortadelas) e gorduras, além da ausência de atividade física regularmente (como o sedentarismo), ingestão abusiva de álcool, tabagismo, sobrepeso e obesidade, são alguns fatores externos que podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
Pessoas com idade superior a 50 anos, ou que já tenham tido pólipos ou doença inflamatória intestinal, ou que tenham histórico de ocorrência de câncer colorretal em familiares, devem ficar atentas aos sinais.
Como se prevenir deste tipo de câncer?
Prevenir significa evitar os fatores que estão relacionados com o desenvolvimento de câncer colorretal. Adotar uma alimentação rica em frutas, verduras e vegetais, evitar o consumo de carnes vermelhas e embutidos, praticar exercício físico, evitar a obesidade, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, são importantes atitudes de prevenção. Os alimentos ricos em fibras protegem o intestino, pois facilitam a evacuação, aceleram o trânsito intestinal e diminuem o tempo de contato das substâncias carcinogênicas (que levam à formação do câncer) com a parede do intestino.
Refletir sobre os hábitos e estilo de vida é sempre uma forma de se prevenir de qualquer tipo de câncer e conquistar uma vida mais saudável. Confira algumas dicas:
– Praticar exercícios físicos regulares;
– Não fumar;
– Não ingerir bebidas alcóolicas;
– Não ingerir alimentos defumados, enlatados ou embutidos;
– Não ingerir alimentos com corantes e/ou conservantes;
– Se diagnosticado, remover pólipos através do exame de colonoscopia;
– Ingerir alimentos ricos em vitaminas C e E.
Porém, apesar de todos esses cuidados, também é necessário participar dos programas de rastreamento, pois essas medidas não são 100% eficazes. Existem dois exames que podem ser utilizados para rastrear esse tipo de tumor, sendo eles: o teste de imunoquímica fecal (conhecido também como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes) e a colonoscopia (que é um exame de vídeo para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado). Recomenda-se iniciar o rastreamento a partir dos 50 anos, mas, cabe ao médico indicar qual é a melhor opção de procedimento para cada paciente.
Como é o teste FIT?
Também conhecido como exame de sangue oculto nas fezes, o teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
São necessárias três amostras de fezes consecutivas. Alguns dias antes do exame, alguns tipos de alimentos devem ser evitados. Além disso, medicamentos como AAS e anti-inflamatórios não devem ser tomados 7 dias antes do exame, e frutas cítricas e carne vermelha não devem ser consumidas três dias antes do procedimento. Se o resultado para o sangue oculto for positivo, será necessário realizar o exame de colonoscopia.
Como é a colonoscopia?
É um exame realizado por um aparelho de fibra ótica, longo (180 cm) e flexível, que é introduzido através do ânus e permite a visualização completa do reto e do cólon. Essa visualização ocorre por uma câmera inserida na extremidade do colonoscópio, cuja imagem é enviada para um monitor, permitindo assim, a análise simultânea do interior do cólon. O equipamento também permite a inserção de outros instrumentos especiais para a remoção de possíveis pólipos ou biópsias. O exame é feito sob sedação e analgesia, permitindo que o médico examine detalhadamente o cólon. Os riscos do procedimento são pequenos e estão vinculados ao sangramento depois da retirada de pólipos, biópsias e perfuração intestinal.
Como é tratamento para o câncer colorretal?
O tratamento para os tumores iniciais, geralmente, é menos agressivo, com a retirada de pólipos e lesões através da colonoscopia ou das cirurgias com ressecções locais dos tumores.
Nos tumores maiores do cólon, há a necessidade de cirurgia (convencional, laparoscópica ou robótica).
Nos tumores do reto, pode ser necessário realizar procedimentos radioterápicos e quimioterápicos antes da cirurgia.
Em resumo, o tratamento para o câncer colorretal envolve radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia, dependendo do local, do tamanho e da extensão da doença no cólon ou em outros órgãos (no caso de metástases – aparecimento do tumor em outros órgãos, como fígado ou pulmão, por exemplo). Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, menor a agressividade e o tempo de tratamento, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente.
Pela primeira vez, o Hospital de Amor Jales realizou um procedimento cirúrgico utilizando recursos de Medicina Nuclear. A cirurgia, em uma paciente de 58 anos, empregou uma tecnologia que possibilitou maior precisão e menores sequelas.
O método de pesquisa de linfonodo sentinela foi aplicado em um caso de tumor de pele melanoma, como explica o cirurgião oncológico, Dr. Sávio Costa de Paula. “Esse tipo de tumor é mais agressivo e com alta possibilidade de metástase, atingindo os linfonodos. Com essa técnica avançada, conseguimos identificar com maior exatidão os gânglios afetados. Apesar de ser a primeiro, certamente o procedimento será expandido para outras áreas.”
O procedimento teve início na unidade do HA em Barretos (SP), com a aplicação do radiotraçador. “Um dia antes da cirurgia propriamente dita, foram aplicados no paciente radiofármacos que transitam pela via linfática, sendo que no momento do procedimento aqui em Jales (SP), utilizamos equipamentos de alta tecnologia para que o cirurgião pudesse identificar local do linfonodo”, detalhou a médica nuclear Dra. Emanuela Borges Oliveira.
“Na maioria das vezes quando realizamos procedimento de Medicina Nuclear, ainda não há a evidência de doenças. Com esse método conseguimos remover com exatidão, fazendo com que o procedimento seja menos invasivo e evitando realizar o esvaziamento linfonodal desnecessário, preservando o paciente das sequelas”, complementou Dr. Sávio.
Ainda em liberação junto aos órgãos competentes para a utilização total de suas funcionalidades, o departamento de Medicina Nuclear do HA Jales já está em fase avançada de implementação, com a maior parte dos equipamentos já instalados e toda a infraestrutura pronta, inclusive com todo mobiliário adquirido com o apoio da Associação de Voluntários de Combate ao Câncer da Região de Jales.
“Com o pleno funcionamento, poderemos atender a todos nossos pacientes com essas tecnologias aqui na unidade, sem precisar que ele se desloque para Barretos ou outros poucos centros que utilizam esta tecnologia, já que possui um custo elevado. Além do melanoma, casos como o de câncer de mama também serão beneficiados, ressaltou a Dra. Emanuela.
O Hospital de Amor e a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), se uniram para criar um projeto de telemedicina (prática médica realizada à distância), na tentativa de ajudar toda a população neste difícil momento de pandemia causado pelo novo coronavírus. As ações de “teletriagem” e “telemonitoramento” visam orientar, direcionar e monitorar, individualmente, cada perfil cadastrado nas unidades básicas de saúde (UBSs) de Barretos (SP).
As dinâmicas serão simples: inicialmente, será realizado o primeiro contato com o paciente através de um link, encaminhado por meio de mensagem SMS, contendo um formulário com questões relacionadas à saúde e atividades rotineiras, como: “Quais sintomas você apresenta?”; “Você tem alguma doença crônica?”; “Como se sente em relação a pandemia do coronavírus?”; “Você tem contato frequente com idosos?”, entre outras. Depois de responder as perguntas, o paciente receberá um diagnóstico básico e, então, os alunos do 6º ano do curso de medicina realizarão a análise do relatório. Após esta etapa, eles entrarão em contato com o paciente que apresentar um ou mais sintomas e/ou fizer parte do grupo de risco. Outra opção disponível, é o contato ser realizado pelo próprio paciente. Basta ele ligar para o número de 0800 enviado junto ao SMS e esclarecer dúvidas, solicitar informações ou relatar sintomas.
Para que a ação tenha êxito e que a equipe envolvida entenda o perfil de cada participante, é essencial que o questionário seja respondido por todos, pois só assim será possível identificar as pessoas que encontram-se em estado de alerta ou que necessitam de orientações na luta contra o COVID-19.
Telemedicina: a tecnologia que veio para ficar
Diante da crise gerada pelo coronavírus no país, com grandes impactos e desafios para o sistema de saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou, no último dia 19/3, um ofício ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assegurando as condições legais para o uso da telemedicina no combate ao COVID-19, preservando a relação médico-paciente e evitando a possível disseminação do vírus. Porém, há tempos o Hospital de Amor vem abordando diversas formas de implementar essa tecnologia na instituição, buscando um atendimento muito mais eficiente que incorpore técnicas digitais.
Um dos primeiros projetos a ser introduzido na entidade, é o prontuário eletrônico. De acordo com o oncologista do Hospital de Amor e diretor-geral da FACISB, Dr. Sérgio Serrano, a ferramenta irá abranger, de forma integrada e por meio de um sistema unificado, as informações das unidades fixas de tratamento localizadas em Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), além das unidades de prevenção espalhadas por vários pontos do país. A iniciativa visa adotar algumas práticas da medicina digital, inclusive com a telemedicina, como parte da estratégia de melhorar o acesso aos pacientes, diminuindo a necessidade de deslocamento deles até Barretos.
“Com a pandemia do coronavírus, vimos que era preciso acelerar e iniciar esse processo, mesmo sem contar com toda tecnologia instalada. Aproveitamos uma estrutura já existente no hospital (call center) e a forte parceria da instituição com a faculdade de medicina, e criamos um grupo de alunos voluntários no ‘teleatendimento’, para que as principais dúvidas dos pacientes em relação a consultas, reagendamentos e medidas preventivas fossem esclarecidas. Dessa forma, estamos identificando a possibilidade de incorporar a telemedicina”, afirmou Serrano.
Para o médico, é possível utilizar essas técnicas para prestar atendimento a todos os pacientes com qualidade, conforto, segurança e humanização, estejam eles em cuidados paliativos, pós-operatório, tratamento com químio e/ou radioterapia e, inclusive depois do segmento (aqueles que estão sem evidências de doença e precisam apenas de acompanhamento médico). “Independentemente de pandemia, essa assistência é essencial e o objetivo é de que se perpetue. Nós temos condições e recursos de ‘ir até o paciente’ prestar assistência ‘dentro da casa dele’ de forma humanizada, ou seja, sem tirar ele do seu conforto. Além disso, é uma ótima experiência de aprendizado para os nossos alunos, residentes e pós-graduandos, pois estamos descobrindo uma outra forma de criar um atendimento de excelência e humanização. Não iremos substituir o contato físico com o paciente, pois isso é fundamental na medicina e não vai se perder nunca, mas iremos substituir algumas consultas que, com toda certeza, conseguiremos fazer à distância sem causar nenhum dano ao tratamento do paciente”, esclareceu.
Através do software Research Eletronic Data Caputure (REDCap) – plataforma de coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa – o Hospital de Amor já está mapeando todo esse processo para poder replicar seu sistema para os outros centros de saúde.
Segundo Serrano, neste momento de crise e isolamento social, a mudança cultural vai acontecer e transformar o cenário de todo o país, pois a telemedicina está cada vez mais presente na vida das pessoas. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A telemedicina é um caminho a ser explorado, atingindo não somente as ‘teleconsultas’, mas também todas as áreas. É a tecnologia mediando todos os processos. É o novo que vem por aí. É um momento para aproveitarmos as novas oportunidades e, quem sabe, sairmos dessa situação dolorosa causada pelo coronavírus ainda mais fortalecidos para criar um mundo melhor”, finalizou o oncologista.
Com objetivo de contribuir para um melhor tratamento aos pacientes com a COVID-19 no Brasil, o Hospital de Amor está fazendo parte dos esforços da chamada ‘Coalizão COVID Brasil’, coordenada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). A iniciativa poderá contar com os esforços de até 60 outros hospitais de todo o País.
A Coalizão COVID Brasil é um projeto que está avaliando a eficácia e segurança de medicamentos para pacientes com infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) por meio de ensaios clínicos padronizados em três frentes: a primeira (Coalizão I), que envolverá pacientes de menor gravidade internados; a segunda (Coalizão II), que envolverá casos mais graves e que necessitam de maior suporte respiratório; e a terceira (Coalizão III), que envolverá pacientes com insuficiência respiratória grave e que necessitam de suporte de aparelhos (ventilador mecânico) para respirar.
O Hospital de Amor, que tem como pesquisadora principal a médica intensivista e diretora médica do HA, Dra. Cristina Prata Amendola, está contribuindo com os ensaios clínicos do projeto nas duas primeiras frentes, onde serão verificadas as efetividades dos medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina. Segundo as equipes responsáveis pelas pesquisas, os resultados deverão estar disponíveis entre 60 e 90 dias.
Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
A quimioterapia é um dos principais tipos de tratamento no combate ao câncer. Trata-se de uma terapia que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor. Estes remédios se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células ruins que estão formando a doença e impedindo, também, que elas se espalhem pelo organismo.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre a quimioterapia e sua importância na luta contra o câncer, eliminar os mitos envolvendo esse tipo de tratamento e ainda saber mais informações sobre seus efeitos colaterais, o Hospital de Amor traz uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico da instituição, Dr. Luís Eduardo Zucca. Confira!
1) Qual é o principal objetivo da quimioterapia no tratamento de câncer?
R.: Existem 4 tipos de tratamento com quimioterapia:
• A quimioterapia neoadjuvante: esse tipo de quimioterapia é utilizado antes de um tratamento curativo para um tumor localizado. Geralmente, faz-se sessões de quimioterapia para tentar a redução do tumor e, assim, no tratamento curativo (seja ele com radioterapia ou cirurgia), o resultado ser mais efetivo e eficaz. Dessa forma, há menos riscos do desenvolvimento de comorbidades (surgimento de outras doenças em simultâneo) para o paciente.
• A quimioterapia adjuvante: utilizada após um tratamento curativo (seja ele em cirurgia ou radioterapia), tem o objetivo de diminuir e tentar matar todas as micrometástases (células cancerígenas se multiplicam num local distante para formar pequenos tumores) que possivelmente possam ter ficado no corpo, diminuindo assim as chances do câncer voltar.
• A quimioterapia paliativa: como o próprio nome diz, serve para paliar (amenizar) os sintomas dos pacientes. Podem ser pacientes que estejam com dor (proporcionando a melhora a deles com o uso da quimioterapia) e, por última instância, para melhorar a sobrevida com medicamentos quimioterápicos paliativos nos casos de pacientes com tumores metastáticos (quando o câncer se espalha além do local de origem para outras partes do corpo).
• A quimioterapia concomitante à radioterapia: nestes casos, a quimioterapia serve como um veículo para aumentar a potência da radioterapia.
2) Ela é indicada para quais tipos de tumores?
R.: A quimioterapia (seja ela neoadjuvante, adjuvante, paliativa ou concomitante à radioterapia) é indicada para a maioria dos tumores malignos.
3) Como é realizado o procedimento?
R.: Existem, basicamente, 2 tipos principais de procedimentos quimioterápicos: a quimioterapia intravenosa (pela veia), na qual o paciente é puncionado por uma veia periférica ou mesmo por um port-a-cath (dispositivo colocado pelo cirurgião dentro de uma veia mais calibrosa – aquelas com maior dilatação – no corpo do paciente); e a quimioterapia injetável, que é feita em ambientes preparados para receber a quimioterapia com um enfermeiro especializado. Geralmente, os pacientes ficam de 30 minutos até 6 horas fazendo quimioterapia intravenosa. Além disso, existem também as quimioterapias administradas por via oral, nas quais o paciente leva para casa os comprimidos orais e ingere de acordo com o esquema quimioterápico que o médico fornece para ele.
4) Existe mais de um tipo de quimioterapia?
R.: Existem vários tipos de quimioterapias, desde as específicas para certo tipo de tumor, até a quimioterapia que nós tratamos para uma variedade de tumores.
5) Existem efeitos colaterais na utilização da quimioterapia? Quais?
R.: As quimioterapias têm alguns efeitos colaterais manejáveis. Dependendo do esquema de quimioterapia que o paciente recebe, podem ocasionar náuseas, vômitos, cansaço, fadiga e baixa energia. A questão central, também dependendo do esquema de quimioterapia, é que geralmente os tratamentos quimioterápicos não matam apenas as células ruins, atingindo células boas que se multiplicam rapidamente (como cabelo e unha). Então, alguns esquemas quimioterápicos podem ocasionar a queda de cabelo e algumas alterações, mas também as células de defesa do nosso corpo. Dessa forma, em alguns casos, elas podem deixar o nosso corpo mais vulnerável a infecções.
6) Quando esses efeitos aparecem, o que é preciso fazer?
R.: Quando qualquer um desses efeitos aparecer é necessário procurar o seu médico e procurar o hospital. Por exemplo, para os pacientes que estão fazendo quimioterapia e têm febre, a primeira recomendação indicada é a procura do Hospital para passar pela avaliação do médico, pois como a quimioterapia também mata as células boas, o corpo fica vulnerável à infecção. Uma vez que o paciente tenha infecção e células de defesa baixa, nós, médicos, precisamos iniciar antibióticos e terapias o mais rápido possível. Mas, existem outros efeitos colaterais também manejáveis, como náuseas, vômitos, fadigas, inclusive queda de cabelo.
7) Qual é o tempo mínimo e qual é o tempo máximo de duração da quimioterapia?
R.: Existem vários tempos de quimioterapia, desde as que duram 15 minutos, como a blaumicina; aquelas que podem durar o dia inteiro, como a cisplatina; ou até a quimioterapia que o paciente vai para casa com um dispositivo e a quimioterapia fica correndo durante 48 horas dentro do seu organismo.
8) O paciente que é submetido a esse tipo de tratamento pode seguir sua rotina de atividades/trabalho normalmente?
R.: Dependendo do tipo de quimioterapia e do esquema quimioterápico, sim, é possível viver normalmente, inclusive trabalhando, estudando, fazendo as atividades diárias. Isso porque, hoje em dia, a maioria dos efeitos colaterais é bastante controlável, porém, sempre é necessário respeitar o próprio corpo.
9) Em média, quais são os custos da quimioterapia?
R.: O custo da quimioterapia também é variável, desde quimioterapias mais baratas, até aquelas que custam de 20 a 30 mil reais por mês.
Ter os avós em nossas vidas é uma dádiva! Eles são conselheiros, companheiros, amigos, educadores, acolhedores. Possuem todo amor e carinho do mundo armazenados dentro deles e, através desses sentimentos, criam vínculos especiais com seus netos. Eles podem ser velhinhos, mais jovens, cumprir seus papeis de avós ou, muitas vezes, até mesmo de pais. Independentemente da situação e da função que assumem, eles são fundamentais na vida das crianças.
Pensando nisso e após uma pesquisa que teve como tema “O impacto do câncer na família de crianças e adolescentes: a percepção, visão e apoio dos avós”, realizada pelo diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Dr. Luiz Fernando Lopes, profissionais da unidade do HA desenvolveram um projeto especial de acolhimento, cuidado e apoio para os avós que acompanham seus netos durante o tratamento de câncer na instituição: o “Encontro de Avós”. “Dentre os familiares, os avós possuem um papel muito importante no suporte aos netos em tratamento, como também aos filhos, genros e noras que passam a lidar com a doença. Alguns avós desempenham uma função parental com seus netos e tornam-se a figura central das relações familiares. Estudos comprovam que os avós sofrem duplamente quando um neto está enfrentando o câncer: pelo próprio neto e pelo filho, por isso, sentimos a necessidade de cuidar deles também”, afirmou a coordenadora do projeto e psicóloga do Hospital de Amor Infantojuvenil, Patrícia Barberá Gallego.
Além dela, o médico responsável pela pesquisa e a psicóloga residente, Fernanda Prado Brocchi, coordenam a iniciativa, que visa proporcionar um espaço de acolhimento, escuta e reflexão para as vivências que afetam os avós ao acompanhar seus netos durante o tratamento de câncer. Através do compartilhamento de experiências, os profissionais buscam fornecer suporte emocional e possibilitar a construção de sentidos para as experiências dos participantes.
De acordo com a psicóloga, os encontros contam com recursos artísticos (poemas, imagens, músicas, etc.) para sensibilizar os participantes e servir como abertura para as discussões e troca de experiências entre os membros. A partir disso, os coordenadores passam a mediar e conduzir as conversas, impulsionando a expressão de sentimentos e vivências, direcionadas pelos próprios avós e baseadas em suas emoções do momento. “Ao proporcionar um espaço de escuta e acolhimento aos avós, pretendemos fortalecer a relação deles com o Hospital e, principalmente, com seus netos e com o modo de enfretamento da doença. Auxiliando essas pessoas, que são verdadeiros cuidadores, estaremos auxiliando também, indiretamente, a maneira com que os pequenos pacientes da instituição enfrentarão a difícil luta contra o câncer”, esclareceu Patrícia.
O papel de avó e mãe
Quem olha a Valdelucia Sousa Pereira, de 39 anos, e João Lucas Siqueira Lima, de apenas 1 ano e 8 meses, não imagina a história de amor incondicional e superação que os dois trazem. Apesar da pouca idade a aparência bem jovem, a avó cumpriu sua função com maestria: decidiu largar tudo e todos em São Félix do Xingu, no Pará, para acompanhar o neto em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil.
Eles viajaram quatro dias até Barretos (SP) e estão residindo, há uma semana, no Lar de Amor (casa de apoio da instituição). “A mãe do João, minha filha, sofre de depressão e ficou no Pará cuidando da irmãzinha dele. Como somos muito apegados, pois nós já morávamos juntos, eu preferi vir com ele”, contou.
Além da doença, a saudade de casa e de toda a família ainda é um obstáculo muito grande que os dois têm de enfrentar, mas juntos, graças à segurança, os ensinamentos e o afeto que somente os avós podem oferecer, eles vão tirar de letra.
Como participar do Encontro de Avós
O Encontro de Avós é voltado para os familiares de pacientes da unidade infantojivenil do Hospital de Amor, em Barretos (SP), e acontece todas as primeiras terças-feiras de cada mês (de agosto a dezembro de 2019), às 11h, no auditório do hospital. Os interessados em participar das reuniões devem comparecer, no dia e horário indicados, sem agendamento prévio.
A origem da data
O Dia dos Avós, celebrado no dia 26 de julho, surgiu em homenagem à Santa Ana e São Joaquim – os pais da Virgem Maria e avós de Jesus Cristo – considerados os padroeiros de todos os avós pela Igreja Católica. No dia 26 de julho de 1584, os avós de Jesus foram canonizados pelo Papa Gregório VII.
“Carismático”, “alegre”, “simpático” e “talentoso” são alguns dos adjetivos usados para definir Walter Cezar Duarte, mais lembrado nos corredores do Hospital de Amor Jales como “Walter da Gaita”, da cidade de Murutinga do Sul (SP). Walter é conhecido por todos, pois toda vez que vem passar por uma consulta, ele faz questão de trazer um pouquinho de alegria e descontração para os outros pacientes, por meio da música, de um jeito bem peculiar: tocando gaita e sanfona ao mesmo tempo.
O musicista conta que sua paixão pela música começou muito cedo, desde quando tinha 9 anos de idade e aprendeu a tocar o instrumento de sopro. Apesar de estar ligado à música desde muito cedo, ele conta que, em alguns momentos da vida, desempenhou alguns papéis na sociedade, como quando trabalhou como jornalista (seu primeiro emprego com carteira assinada) e professor de adultos e crianças no Rio de Janeiro, em 1972. Hoje, aos 68 anos, a música é sua fiel escudeira e, com ela, está sempre muito bem-humorado. Por onde passa, conquista amigos e admiradores do seu trabalho. Quem o vê assim, sempre sorrindo, não imagina quantas histórias e quantos desafios ele já viveu em sua vida.
Paciente do Hospital de Amor desde 2012, Walter conta que chegou à instituição com uma lesão na boca que não se curava. Ele contou também que, antes de começar o tratamento no HA, tinha tentado usar muitas pomadas e realizado muitos tratamentos alternativos, mas que não tinha obtido resultados. Só depois de chegar ao hospital, foi identificado um câncer de boca e iniciado um tratamento correto.
Por recomendações médicas, ele parou de tocar por um tempo, pois a lesão o impedia de continuar. Segundo ele, tinha vezes que, ao ir para as consultas, levava seus instrumentos, mesmo sabendo que não poderia tocar. “Quando minha boca sarava um pouquinho, eu achava que já podia voltar a tocar, e na primeira tentativa, a lesão voltava a se abrir. Às vezes, eu tocava uma música na recepção e quando sangrava corria para pedir ajuda. Aí, elas (as enfermeiras) me falavam ‘mas seu Walter, o senhor sabe que não pode ficar tocando enquanto não sarar totalmente’, e eu respondia ‘mas eu não tava tocando’, como se elas não estivessem acabado de me ouvir (risos)”, conta, bem-humorado.
Walter conta que, após curar-se totalmente da ferida na boca, ele passou a fazer apenas acompanhamento no hospital, lugar onde ele diz ser sua segunda casa. “É tanto afeto que sinto por esse lugar, que nem sei expressar. Eu amo todos os funcionários e eu sei que eles também me amam. Quando chego na portaria, sou recebido com um sorriso no rosto e, por onde eu passo, recebo carinho, abraços”, conta, emocionado.
Depois de alguns anos fazendo acompanhamento, Walter, em uma consulta de rotina, relatou dor na região abdominal e foi encaminhado para realizar exames dentro da unidade. Ele conta que, naquele mês, ficou muito preocupado, com medo do resultado da biópsia. Quando chegou para consulta, percebeu a expressão não tão contente do médico e viu que as notícias não pareciam ser boas. “Ele me disse que um dos três nódulos que foram encontrados na região do abdômen poderia ser maligno, mas que seriam feitos novos exames para que pudesse ser realmente confirmado o diagnóstico”, relembra.
Então, ele repetiu os exames e voltou para saber o resultado final dos novos procedimentos. “A expressão dele já era diferente… alegre, pediu para eu me sentar, ficar tranquilo, pois estava tudo bem comigo. Não tinha nada, não era câncer, e eu ia ficar bem, assim como estou hoje”, relatou Walter com olhos marejados. “Na hora, foi como se tivesse tirado um peso das minhas costas. Inclusive, o doutor, conversando comigo, perguntou se era eu quem estava tocando gaita lá fora, antes da consulta, e eu disse que sim. Aí, ele me perguntou se eu sabia tocar alguma música dos Beatles, então, eu saquei o instrumento do bolso e falei: ‘é pra já’”, relata.
Carinho da equipe
Segundo a assistente de ouvidoria do hospital, Franciele Donini, seu Walter é uma pessoa muito especial. “Já ouviu o ditado, de ‘quem dá amor, recebe amor’? é o caso do seu Walter. Se ele recebe tanto carinho assim é porque também oferece muito carinho às pessoas. É um exemplo de carisma, de ser humano. Por vezes, ele procurou a Ouvidoria, para pegar os nomes dos funcionários que, às vezes, ele nem conhecia, só para enviar cartinhas de agradecimento pelo trabalho que realizam no hospital. Segundo ele mesmo já me relatou, ele não quer esquecer-se de ninguém que contribuiu com seu tratamento, seja de forma direta ou indireta”, conta.
Atualmente, Walter continua em acompanhamento e se diz muito contente e agradecido por todo amor recebido nesses anos de convívio na unidade. “Eu sou muito agradecido por tudo que recebi neste lugar e a forma que encontrei de retribuir o carinho é continuar tocando e levando a alegria para muitas pessoas por onde eu for”, finalizou.
Desde 2015, o Hospital de Amor conta com um programa de rastreamento para a detecção precoce do câncer colorretal – aquele que acomete o trato digestivo (intestino grosso e reto). De lá para cá, já foram alcançadas 12.723 pessoas, sendo 48 pacientes diagnosticados com esse tipo de tumor.
Conheça mais sobre o câncer colorretal, seus sintomas e saiba como se prevenir.
O que é câncer colorretal?
Os cânceres colorretais são aqueles que acometem o trato digestivo (intestino grosso e reto). Esses tumores são considerados mais passíveis de prevenção, pois a evolução natural deles é bem conhecida pela medicina: eles começam com lesões precursoras, ou seja, lesões pré-malignas (também conhecidas como pólipos) que são detectáveis e que podem ser removidas. Com essas medidas, é possível interromper a progressão da doença. Geralmente, as chamadas ‘lesões precursoras’ não apresentam sintomas (como sangramentos ou dores abdominais), por isso, para identificá-las, é necessário submeter o indivíduo a um rastreamento para prevenir a evolução da doença.
O que são pólipos?
São tumores benignos, parecidos com verrugas, que se desenvolvem na parte interna do cólon e reto. Cerca de 60% dos pólipos do intestino são adenomas e podem apresentar potencial para se tornarem tumores malignos. É importante que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos precocemente, principalmente após os 50 anos e em caso de história de câncer colorretal na família.
Quais são os sinais e sintomas do câncer colorretal?
Os principais sintomas da doença são: mudança do hábito intestinal, isto é, constipação ou diarreia sem associação com o alimento ingerido; anemia sem causa aparente, principalmente em pessoas com idade acima de 50 anos; fraqueza; desconforto abdominal (com gases ou cólicas); emagrecimento intenso e inexplicável; sangramento pelo reto; e sensação de evacuação incompleta.
Qualquer pessoa que apresentar um desses sintomas deve procurar o médico, principalmente se houver sangramento anal, para que os exames clínicos necessários sejam realizados. Entre os exames estão: realização do toque retal e do exame de colonoscopia (procedimento de vídeo utilizado para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado).
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento da doença?
Uma alimentação rica em carnes vermelhas, carnes processadas (como salsichas e mortadelas) e gorduras, além da ausência de atividade física regularmente (como o sedentarismo), ingestão abusiva de álcool, tabagismo, sobrepeso e obesidade, são alguns fatores externos que podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
Pessoas com idade superior a 50 anos, ou que já tenham tido pólipos ou doença inflamatória intestinal, ou que tenham histórico de ocorrência de câncer colorretal em familiares, devem ficar atentas aos sinais.
Como se prevenir deste tipo de câncer?
Prevenir significa evitar os fatores que estão relacionados com o desenvolvimento de câncer colorretal. Adotar uma alimentação rica em frutas, verduras e vegetais, evitar o consumo de carnes vermelhas e embutidos, praticar exercício físico, evitar a obesidade, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, são importantes atitudes de prevenção. Os alimentos ricos em fibras protegem o intestino, pois facilitam a evacuação, aceleram o trânsito intestinal e diminuem o tempo de contato das substâncias carcinogênicas (que levam à formação do câncer) com a parede do intestino.
Refletir sobre os hábitos e estilo de vida é sempre uma forma de se prevenir de qualquer tipo de câncer e conquistar uma vida mais saudável. Confira algumas dicas:
– Praticar exercícios físicos regulares;
– Não fumar;
– Não ingerir bebidas alcóolicas;
– Não ingerir alimentos defumados, enlatados ou embutidos;
– Não ingerir alimentos com corantes e/ou conservantes;
– Se diagnosticado, remover pólipos através do exame de colonoscopia;
– Ingerir alimentos ricos em vitaminas C e E.
Porém, apesar de todos esses cuidados, também é necessário participar dos programas de rastreamento, pois essas medidas não são 100% eficazes. Existem dois exames que podem ser utilizados para rastrear esse tipo de tumor, sendo eles: o teste de imunoquímica fecal (conhecido também como teste FIT ou exame de sangue oculto nas fezes) e a colonoscopia (que é um exame de vídeo para visualizar o interior do intestino grosso e a parte final do intestino delgado). Recomenda-se iniciar o rastreamento a partir dos 50 anos, mas, cabe ao médico indicar qual é a melhor opção de procedimento para cada paciente.
Como é o teste FIT?
Também conhecido como exame de sangue oculto nas fezes, o teste FIT é indicado para um público bem específico: homens e mulheres que tenham entre 50 e 65 anos, que não tenham feito nenhum exame de colonoscopia ou de retossigmoidoscopia nos últimos 5 anos, não tenham nenhum histórico de doença inflamatória intestinal e de pólipos colorretais.
São necessárias três amostras de fezes consecutivas. Alguns dias antes do exame, alguns tipos de alimentos devem ser evitados. Além disso, medicamentos como AAS e anti-inflamatórios não devem ser tomados 7 dias antes do exame, e frutas cítricas e carne vermelha não devem ser consumidas três dias antes do procedimento. Se o resultado para o sangue oculto for positivo, será necessário realizar o exame de colonoscopia.
Como é a colonoscopia?
É um exame realizado por um aparelho de fibra ótica, longo (180 cm) e flexível, que é introduzido através do ânus e permite a visualização completa do reto e do cólon. Essa visualização ocorre por uma câmera inserida na extremidade do colonoscópio, cuja imagem é enviada para um monitor, permitindo assim, a análise simultânea do interior do cólon. O equipamento também permite a inserção de outros instrumentos especiais para a remoção de possíveis pólipos ou biópsias. O exame é feito sob sedação e analgesia, permitindo que o médico examine detalhadamente o cólon. Os riscos do procedimento são pequenos e estão vinculados ao sangramento depois da retirada de pólipos, biópsias e perfuração intestinal.
Como é tratamento para o câncer colorretal?
O tratamento para os tumores iniciais, geralmente, é menos agressivo, com a retirada de pólipos e lesões através da colonoscopia ou das cirurgias com ressecções locais dos tumores.
Nos tumores maiores do cólon, há a necessidade de cirurgia (convencional, laparoscópica ou robótica).
Nos tumores do reto, pode ser necessário realizar procedimentos radioterápicos e quimioterápicos antes da cirurgia.
Em resumo, o tratamento para o câncer colorretal envolve radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia, dependendo do local, do tamanho e da extensão da doença no cólon ou em outros órgãos (no caso de metástases – aparecimento do tumor em outros órgãos, como fígado ou pulmão, por exemplo). Quanto mais precocemente a doença for diagnosticada, menor a agressividade e o tempo de tratamento, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente.