Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.
Com o objetivo de conscientizar a população sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil e a importância do diagnóstico precoce da doença, o Hospital de Amor realizou, no último domingo, 24 de novembro, a 8ª edição da “Caminhada Passos que Salvam”. Criada em 2012, a ação acontece todos os anos, simultaneamente em centenas de municípios brasileiros e também em cidades do exterior, durante o último domingo do mês de novembro. A escolha da data está relacionada à proximidade com o “Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil”, celebrado no dia 23/11.
Em apenas 8 anos, o projeto já ajudou a aumentar a taxa de cura do câncer infantojuvenil de 55% para 70%, alcançando milhares de crianças e adolescentes. Este ano, mais de 650 cidades do país foram mobilizadas, superando o número das edições anteriores.
Entre os sinais e sintomas mais comuns da doença, estão manchas roxas pelo corpo, dores de cabeça, vômito, perda de peso, fraqueza e dores nos ossos, sintomas que parecem comuns da infância e podem ser confundidos com doenças que acometem crianças e adolescentes, mas também podem ser o primeiro sinal de que há algo errado acontecendo.
De acordo com o diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Luiz Fernando Lopes, a unidade infantojuvenil do HA tem todas as condições de tratar as crianças com a mesma qualidade dos países com alto nível de desenvolvimento (especialistas experientes, medicamentos adequados e uma excelente estrutura), mas nada disso impacta na vida das crianças se elas não chegarem precocemente para o tratamento. “A Passos que Salvam possui três grandes focos: o primeiro é conscientizar a população sobre a existência do câncer em crianças e adolescentes, ressaltando a importância deles chegarem precocemente ao Hospital para tratamento e alertando sobre os principais sinais e sintomas; o segundo é voltado para a captação de recursos com a venda dos kits, ajudando a custear exames e procedimentos que não são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS); e o terceiro é o mais importante: a partir da caminhada, cada município participante tem a chance de enviar um médico para realizar uma capacitação no Hospital de Amor. Eles passam a reconhecer os tumores precocemente e ficam em contato direto com os profissionais do HA, permitindo que as crianças e adolescentes cheguem o quanto antes para tratamento, aumentando suas chances de cura. Ou seja, graças à Passos que Salvam nós conseguimos reduzir em 20% o diagnóstico tardio e, com as próximas edições, acreditamos que vamos conseguir ainda mais! É uma mobilização que só nos traz ganhos!”, declarou.
Para a coordenadora da ação, Naima Khatib, o objetivo da Caminhada é trazer à discussão a importância dessa conscientização, de maneira lúdica, envolvendo assim toda a sociedade, de modo que permita com que mais diagnósticos precoces aconteçam, consequentemente, haverá maior chances de cura, sendo ampliadas para até 95%.
Caminhando a caráter
Heverton Felipe Soares Costa, de 12 anos, foi a caráter para a caminhada e encantou a todos. Vindo de uma tribo indígena de Boa Vista, capital do estado de Roraima, ele faz tratamento no Hospital de Amor e, pela primeira vez, pôde receber alta médica para participar da ação. O pai, Laersio Matias Mendes, que acompanha o filho em Barretos (SP), reconhece a importância dessa mobilização para as crianças como o Heverton, que lutam contra o câncer. “Essa caminhada nos mostra o quanto existem pessoas especiais que ajudam o Hospital. Nós, indígenas, precisamos muito dessa ajuda, e eu fico muito feliz em saber que meu filho está aqui. Adoramos a caminhada e tenho certeza de que o povo de Roraima também abraçou essa causa”, finalizou.
Voluntariado
E não foram apenas os profissionais e pacientes do Hospital de Amor que acordaram cedinho no domingo para dar os ‘passos que salvam vidas’. Há 15 anos atuando como voluntária, a assistente social Vera Lucia Ribeiro Pena participou, pelo terceiro ano, da “Caminhada Passos que Salvam”. O motivo? “Por conta da importância da caminhada e, principalmente, da conscientização sobre a prevenção do câncer infantojuvenil. A prevenção é o único caminho para a cura. Eu pretendo estar aqui por mais muito outros anos, pois não há dinheiro que pague poder fazer parte disso!”, esclareceu a voluntária.
Números que salvam
Em 2012, ocorreu a primeira mobilização, 19 municípios do Estado de São Paulo e dois de Rondônia caminharam, levando a população, empresas e entidades para participar do evento. Já no ano seguinte, o número mais que quadruplicou: 80 municípios participaram da caminhada em oito estados. A terceira edição foi ainda melhor: 201 cidades em 11 estados brasileiros caminharam juntas, no mesmo dia e horário, levando mais de 150 mil pessoas às ruas. Em 2015, foram 306 cidades de 12 estados que caminharam, comprometidos na luta contra o câncer infantojuvenil. Em 2017 a caminhada mobilizou 300 mil pessoas em cerca de 500 cidades de todo o Brasil. No ano passado, cerca de 600 cidades, em 19 estados do país, além de um grupo de brasileiros que reside em Londres, no Reino Unido, se uniram em favor dessa causa.
Captação de Recursos
Além de disseminar essas importantes informações, a “Caminhada Passos que Salvam” também possui uma ação para arrecadar fundos para o tratamento dos pacientes no Hospital de Amor Infantojuvenil. Ao adquirir um kit com camiseta, boné e ‘sacochila’, cada participante contribuiu com o valor de R$ 35,00, que foi direcionado à instituição.
Confira mais fotos da 8ª “Caminhada Passos que Salvam”, realizada em Barretos (SP), em nosso flickr oficial. Clique aqui.
“Não há remédio que faça efeito sem que primeiro se restabeleça a dignidade humana”. Foi com esse pensamento que um dos fundadores do Hospital de Amor, Dr. Paulo Prata, estabeleceu os pilares da instituição. Assistir o paciente de maneira humanizada e possibilitar atendimento de qualidade, focado no bem-estar de todos, foram pontos fundamentais para a implantação do novo trabalho do HA na região Norte do país. Desde o dia 8 de novembro, a população de Araguaína e de mais 63 municípios da região do estado de Tocantins, conta com o Centro Especializado em Reabilitação (CER) Luiz Flávio Quinta.
Gerenciado pela prefeitura de Araguaína, o local será administrado pelo Hospital de Amor pelos próximos 60 meses (5 anos), conforme firmado, durante a visita da primeira-dama e do presidente do Conselho Gestor do Pátria Voluntária, Michelle Bolsonaro, em Barretos (SP), no dia 25 de outubro deste ano.
A solenidade de inauguração do CER contou com a presença do presidente do HA, Henrique Prata, do prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, da senadora Kátia Abreu, do deputado federal, Tiago Dimas, dos deputados estaduais, Rérisson Macedo e Elenil da Penha, além de outras autoridades locais e representantes das entidades assistenciais do município.
Para o médico coordenador do projeto de reabilitação do Hospital de Amor, Dr. Daniel Marconi, a iniciativa representa um divisor de águas, principalmente, pelo aumento dos investimentos na área. “Há muitos anos o HA oferece atendimento focado na reabilitação, no entanto, com menos recursos em relação a este novo centro. Devido ao apoio dos projetos de incentivos fiscal, como Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS), foi possível construir alguns projetos que financiaram o desenvolvimento nesta importante área em Barretos (SP) ”, afirmou Marconi.
O especialista esclarece que, muitas vezes, o paciente oncológico acaba ficando com algumas sequelas, como perda de visão, audição, membros inferiores e/ou superiores, dificuldades cognitivas, sexuais, de memórias e de raciocínio. Por este motivo, a equipe do HA oferece atendimento com o apoio de uma equipe multidisciplinar a todos os pacientes oncológicos que realizam tratamento na instituição. “O diferencial deste novo centro, em Tocantins, é a possibilidade de ampliar o público atendido”, relatou.
Convite
Após realizar visita ao Hospital de Amor Barretos e conhecer o trabalho e a expertise dos profissionais, o secretário municipal de Saúde de Araguaína, Jean Luís Coutinho, convidou a instituição para ser responsável pela administração do CER.
Segundo Coutinho “o Hospital de Amor foi escolhido por vários aspectos, primeiro, pela seriedade com que a instituição abraça projetos que beneficiam a população, sempre com resultados excepcionais; e, segundo, porque o hospital possui excelentes profissionais na área de reabilitação. Era o que a gente precisava para implantar o CER, em Araguaína”, enfatizou o secretário.
Projeto Pioneiro
Considerado um projeto pioneiro, o CER irá oferecer reabilitação geral para a população da região Norte do país. Com investimentos de R$ 5,1 milhões em construção e R$ 2 milhões em equipamentos (recursos do Ministério da Saúde e do município de Araguaína), o local terá a capacidade média de 100 pacientes atendidos diariamente. O CER está localizado entre os loteamentos Cidade Nova e Lago Azul, possui 2.120 m² de área total, sendo 2.050 m² construídos.
Dr. Marconi reforça que no CER não serão atendidos apenas pacientes oncológicos, mas pacientes com qualquer tipo de deficiência, vindos de qualquer natureza, como: acidentes automobilísticos/com motocicletas, domésticos, lesões devido à violência (ferimentos causados por armas de fogo e branca), alterações cognitivas, transtornos do espectro do autismo, cegueira congênita, surdez congênita, ou seja, todos os tipos de deficiência. “Este centro representa uma nova maneira do Hospital de Amor atuar, ao oferecer a reabilitação e devolver aos pacientes o direito de ter uma vida normal, uma vida inclusiva dentro da sociedade, com emprego, estudo e capacidade laboral”, afirma.
Ao todo, são 32 consultórios que possibilitam atendimentos para pessoas com deficiência auditiva, visual, física e intelectual, além dos fraldários adultos e infantil, e refeitório. O CER conta com assistente social, fisioterapeuta, nutricionista, médico (neurologista, oftalmologista, otorrinolaringologista, psiquiatra, fisiatra, ortopedista), pedagoga, psicóloga e a equipe que compõe o quadro administrativo.
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
O décimo mês do ano é mais do que especial para o Hospital de Amor, pois ele é marcado pela maior campanha de conscientização sobre o diagnóstico precoce e sobre a importância do exame de mamografia.
O “Outubro Rosa” – movimento que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama – teve início nos Estados Unidos, na década de 1990, com algumas ações isoladas. A iniciativa chegou ao congresso americano e conquistou a aprovação de uma lei que tornaria outubro como o mês nacional de prevenção à doença. Atualmente, a ação acontece em vários países ao redor do mundo e, para despertar a atenção das pessoas, em especial, das mulheres, monumentos (como Torre Eiffel e Cristo Redentor), praças públicas, igrejas e estabelecimentos comerciais são iluminados por luzes rosas.
Segundo o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas do Globocan 2018 (BRAY, 2018), foram estimados 2,1 milhões de novos casos de câncer e 627 mil óbitos pela doença. No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, o que representa 29,5% da doença em mulheres, com exceção do câncer de pele não melanoma. Além disso, a cada semana, um novo caso de câncer é descoberto em uma mulher que não sente absolutamente nada. Está aí a grande importância de se atentar aos exames preventivos.
Em 2018, o Hospital de Amor realizou 171.478 exames de mamografia, graças às suas 22 unidades móveis (carretas) e seus 13 institutos de prevenção espalhados pelo país, levando grandes chances de cura contra o câncer de mama a mulheres de 40 a 69 anos. Devido a esse intenso trabalho, 73% dos casos foram descobertos em estágio inicial. “Quanto mais cedo a doença for encontrada, maiores serão as chances de cura. Com certeza, a mamografia ainda é a melhor forma de se fazer isso”, declarou a médica radiologista do Instituto de Prevenção, Dra. Silvia Sabino.
Faça seu exame
Durante todo o mês de outubro, os Institutos de Prevenção do Hospital de Amor estarão de braços abertos esperando pelas mulheres. Vá até a unidade mais próxima de você e realize, gratuitamente, seu exame de mamografia para a prevenção do câncer de mama.
– Quem deve fazer o exame de mamografia?
Mulheres de 40 a 49 anos, anualmente.
Mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos.
– Como e onde fazer?
Ligue e agende seus exames no Instituto de Prevenção do HA, pelos telefones (17) 3321-6626 ou (17) 3321-6600 (ramais 7054 e 7050).
– O que devo levar?
RG, CPF, comprovante de residência e Cartão SUS.
– Onde estão localizados os Institutos de Prevenção?
O Hospital de Amor conta com unidades fixas de prevenção nas seguintes cidades: Barretos (SP), Campinas (SP), Campo Grande (MS), Fernandópolis (SP), Ji-Paraná (RO), Juazeiro (BA), Lagarto (SE), Macapá (AP), Nova Andradina (MS), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).
Quer saber mais? Para esclarecer as dúvidas sobre o câncer de mama e ainda saber os mitos e verdades que envolvem a doença, clique aqui.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
A quimioterapia é um dos principais tipos de tratamento no combate ao câncer. Trata-se de uma terapia que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor. Estes remédios se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células ruins que estão formando a doença e impedindo, também, que elas se espalhem pelo organismo.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre a quimioterapia e sua importância na luta contra o câncer, eliminar os mitos envolvendo esse tipo de tratamento e ainda saber mais informações sobre seus efeitos colaterais, o Hospital de Amor traz uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico da instituição, Dr. Luís Eduardo Zucca. Confira!
1) Qual é o principal objetivo da quimioterapia no tratamento de câncer?
R.: Existem 4 tipos de tratamento com quimioterapia:
• A quimioterapia neoadjuvante: esse tipo de quimioterapia é utilizado antes de um tratamento curativo para um tumor localizado. Geralmente, faz-se sessões de quimioterapia para tentar a redução do tumor e, assim, no tratamento curativo (seja ele com radioterapia ou cirurgia), o resultado ser mais efetivo e eficaz. Dessa forma, há menos riscos do desenvolvimento de comorbidades (surgimento de outras doenças em simultâneo) para o paciente.
• A quimioterapia adjuvante: utilizada após um tratamento curativo (seja ele em cirurgia ou radioterapia), tem o objetivo de diminuir e tentar matar todas as micrometástases (células cancerígenas se multiplicam num local distante para formar pequenos tumores) que possivelmente possam ter ficado no corpo, diminuindo assim as chances do câncer voltar.
• A quimioterapia paliativa: como o próprio nome diz, serve para paliar (amenizar) os sintomas dos pacientes. Podem ser pacientes que estejam com dor (proporcionando a melhora a deles com o uso da quimioterapia) e, por última instância, para melhorar a sobrevida com medicamentos quimioterápicos paliativos nos casos de pacientes com tumores metastáticos (quando o câncer se espalha além do local de origem para outras partes do corpo).
• A quimioterapia concomitante à radioterapia: nestes casos, a quimioterapia serve como um veículo para aumentar a potência da radioterapia.
2) Ela é indicada para quais tipos de tumores?
R.: A quimioterapia (seja ela neoadjuvante, adjuvante, paliativa ou concomitante à radioterapia) é indicada para a maioria dos tumores malignos.
3) Como é realizado o procedimento?
R.: Existem, basicamente, 2 tipos principais de procedimentos quimioterápicos: a quimioterapia intravenosa (pela veia), na qual o paciente é puncionado por uma veia periférica ou mesmo por um port-a-cath (dispositivo colocado pelo cirurgião dentro de uma veia mais calibrosa – aquelas com maior dilatação – no corpo do paciente); e a quimioterapia injetável, que é feita em ambientes preparados para receber a quimioterapia com um enfermeiro especializado. Geralmente, os pacientes ficam de 30 minutos até 6 horas fazendo quimioterapia intravenosa. Além disso, existem também as quimioterapias administradas por via oral, nas quais o paciente leva para casa os comprimidos orais e ingere de acordo com o esquema quimioterápico que o médico fornece para ele.
4) Existe mais de um tipo de quimioterapia?
R.: Existem vários tipos de quimioterapias, desde as específicas para certo tipo de tumor, até a quimioterapia que nós tratamos para uma variedade de tumores.
5) Existem efeitos colaterais na utilização da quimioterapia? Quais?
R.: As quimioterapias têm alguns efeitos colaterais manejáveis. Dependendo do esquema de quimioterapia que o paciente recebe, podem ocasionar náuseas, vômitos, cansaço, fadiga e baixa energia. A questão central, também dependendo do esquema de quimioterapia, é que geralmente os tratamentos quimioterápicos não matam apenas as células ruins, atingindo células boas que se multiplicam rapidamente (como cabelo e unha). Então, alguns esquemas quimioterápicos podem ocasionar a queda de cabelo e algumas alterações, mas também as células de defesa do nosso corpo. Dessa forma, em alguns casos, elas podem deixar o nosso corpo mais vulnerável a infecções.
6) Quando esses efeitos aparecem, o que é preciso fazer?
R.: Quando qualquer um desses efeitos aparecer é necessário procurar o seu médico e procurar o hospital. Por exemplo, para os pacientes que estão fazendo quimioterapia e têm febre, a primeira recomendação indicada é a procura do Hospital para passar pela avaliação do médico, pois como a quimioterapia também mata as células boas, o corpo fica vulnerável à infecção. Uma vez que o paciente tenha infecção e células de defesa baixa, nós, médicos, precisamos iniciar antibióticos e terapias o mais rápido possível. Mas, existem outros efeitos colaterais também manejáveis, como náuseas, vômitos, fadigas, inclusive queda de cabelo.
7) Qual é o tempo mínimo e qual é o tempo máximo de duração da quimioterapia?
R.: Existem vários tempos de quimioterapia, desde as que duram 15 minutos, como a blaumicina; aquelas que podem durar o dia inteiro, como a cisplatina; ou até a quimioterapia que o paciente vai para casa com um dispositivo e a quimioterapia fica correndo durante 48 horas dentro do seu organismo.
8) O paciente que é submetido a esse tipo de tratamento pode seguir sua rotina de atividades/trabalho normalmente?
R.: Dependendo do tipo de quimioterapia e do esquema quimioterápico, sim, é possível viver normalmente, inclusive trabalhando, estudando, fazendo as atividades diárias. Isso porque, hoje em dia, a maioria dos efeitos colaterais é bastante controlável, porém, sempre é necessário respeitar o próprio corpo.
9) Em média, quais são os custos da quimioterapia?
R.: O custo da quimioterapia também é variável, desde quimioterapias mais baratas, até aquelas que custam de 20 a 30 mil reais por mês.
Ter os avós em nossas vidas é uma dádiva! Eles são conselheiros, companheiros, amigos, educadores, acolhedores. Possuem todo amor e carinho do mundo armazenados dentro deles e, através desses sentimentos, criam vínculos especiais com seus netos. Eles podem ser velhinhos, mais jovens, cumprir seus papeis de avós ou, muitas vezes, até mesmo de pais. Independentemente da situação e da função que assumem, eles são fundamentais na vida das crianças.
Pensando nisso e após uma pesquisa que teve como tema “O impacto do câncer na família de crianças e adolescentes: a percepção, visão e apoio dos avós”, realizada pelo diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Dr. Luiz Fernando Lopes, profissionais da unidade do HA desenvolveram um projeto especial de acolhimento, cuidado e apoio para os avós que acompanham seus netos durante o tratamento de câncer na instituição: o “Encontro de Avós”. “Dentre os familiares, os avós possuem um papel muito importante no suporte aos netos em tratamento, como também aos filhos, genros e noras que passam a lidar com a doença. Alguns avós desempenham uma função parental com seus netos e tornam-se a figura central das relações familiares. Estudos comprovam que os avós sofrem duplamente quando um neto está enfrentando o câncer: pelo próprio neto e pelo filho, por isso, sentimos a necessidade de cuidar deles também”, afirmou a coordenadora do projeto e psicóloga do Hospital de Amor Infantojuvenil, Patrícia Barberá Gallego.
Além dela, o médico responsável pela pesquisa e a psicóloga residente, Fernanda Prado Brocchi, coordenam a iniciativa, que visa proporcionar um espaço de acolhimento, escuta e reflexão para as vivências que afetam os avós ao acompanhar seus netos durante o tratamento de câncer. Através do compartilhamento de experiências, os profissionais buscam fornecer suporte emocional e possibilitar a construção de sentidos para as experiências dos participantes.
De acordo com a psicóloga, os encontros contam com recursos artísticos (poemas, imagens, músicas, etc.) para sensibilizar os participantes e servir como abertura para as discussões e troca de experiências entre os membros. A partir disso, os coordenadores passam a mediar e conduzir as conversas, impulsionando a expressão de sentimentos e vivências, direcionadas pelos próprios avós e baseadas em suas emoções do momento. “Ao proporcionar um espaço de escuta e acolhimento aos avós, pretendemos fortalecer a relação deles com o Hospital e, principalmente, com seus netos e com o modo de enfretamento da doença. Auxiliando essas pessoas, que são verdadeiros cuidadores, estaremos auxiliando também, indiretamente, a maneira com que os pequenos pacientes da instituição enfrentarão a difícil luta contra o câncer”, esclareceu Patrícia.
O papel de avó e mãe
Quem olha a Valdelucia Sousa Pereira, de 39 anos, e João Lucas Siqueira Lima, de apenas 1 ano e 8 meses, não imagina a história de amor incondicional e superação que os dois trazem. Apesar da pouca idade a aparência bem jovem, a avó cumpriu sua função com maestria: decidiu largar tudo e todos em São Félix do Xingu, no Pará, para acompanhar o neto em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil.
Eles viajaram quatro dias até Barretos (SP) e estão residindo, há uma semana, no Lar de Amor (casa de apoio da instituição). “A mãe do João, minha filha, sofre de depressão e ficou no Pará cuidando da irmãzinha dele. Como somos muito apegados, pois nós já morávamos juntos, eu preferi vir com ele”, contou.
Além da doença, a saudade de casa e de toda a família ainda é um obstáculo muito grande que os dois têm de enfrentar, mas juntos, graças à segurança, os ensinamentos e o afeto que somente os avós podem oferecer, eles vão tirar de letra.
Como participar do Encontro de Avós
O Encontro de Avós é voltado para os familiares de pacientes da unidade infantojivenil do Hospital de Amor, em Barretos (SP), e acontece todas as primeiras terças-feiras de cada mês (de agosto a dezembro de 2019), às 11h, no auditório do hospital. Os interessados em participar das reuniões devem comparecer, no dia e horário indicados, sem agendamento prévio.
A origem da data
O Dia dos Avós, celebrado no dia 26 de julho, surgiu em homenagem à Santa Ana e São Joaquim – os pais da Virgem Maria e avós de Jesus Cristo – considerados os padroeiros de todos os avós pela Igreja Católica. No dia 26 de julho de 1584, os avós de Jesus foram canonizados pelo Papa Gregório VII.
Há cinco anos, a Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço (IFHNOS) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) instituíram o dia 27 de julho como o ‘Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço’. A partir de então, o mês ficou conhecido como ‘Julho Verde’ – período em que é realizada a campanha nacional de prevenção deste tipo de câncer, visando conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), por meio de seus associados e parceiros, como a Associação do Câncer de Boca e Garganta (ACBG), trazem em 2019 a campanha: “O câncer tá na cara, mas as vezes você não vê”, que visa alertar a população dos primeiros sinais e sintomas, que possibilitariam um diagnóstico precoce e, em consequência, tratamentos menos agressivos e a maior possibilidade de cura. Neste contexto, o Hospital de Amor (HA) apresenta um papel crucial como instituição de ensino e pesquisa, na divulgação da campanha e nas ações que envolvem a mesma.
De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os cânceres que afetam a região da cabeça e pescoço que, somados, ocupam a segunda maior incidência entre os homens brasileiros. Segundo o cirurgião e vice-coordenador do departamento de cabeça e pescoço do HA, Dr. Ricardo Ribeiro Gama, apesar desse tipo de tumor não ser o mais frequente na população e nem o que apresenta maior índices de morte, ele ainda acomete mais de 500 mil novas pessoas em todo o mundo. Para o médico, o problema é que muitos desses casos são diagnosticados tardiamente, o que prejudica o tratamento e as chances de cura. “A necessidade da campanha nasceu da falta de esclarecimento da população e profissionais da área de saúde sobre a doença. Apesar de ser de fácil acesso o exame clínico, o câncer de boca – o mais comum em nosso meio (em cerca de 70% a 80% das vezes), é diagnosticado em fase avançada, o que acarreta alta mortalidade e graves sequelas relacionadas ao tratamento realizado”, afirma Gama.
Em função do diagnostico tardio, os tumores de cabeça e pescoço, por serem diagnosticados em fase avançada, apresentam altas taxas de mortalidade. Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa.
Tipos mais comuns
O câncer de cabeça e pescoço compreende um conjunto de neoplasias malignas localizadas em diferentes regiões da via aérea e digestiva superiores, como: boca, faringe, laringe, glândulas salivares, seios da face e cavidade nasal. Dr. Ricardo Gama afirma que os homens são os mais afetados pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado, devido à maior liberdade do sexo feminino nos tempos atuais”.
Sinais e sintomas
É importante que as pessoas fiquem atentas sobre os sinais e sintomas da doença. Os mais comuns são caroços ou nódulos no pescoço, feridas na boca com mais de 15 dias que não cicatrizam e rouquidão. Muitas vezes, são os profissionais de odontologia que percebem a ocorrência dessas lesões, mas, também é fundamental procurar um médico de sua confiança se perceber qualquer um desses sintomas.
Prevenção
O desenvolvimento desses tumores também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, tais como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos.
Para o médico, a principal forma de se prevenir esse tipo de câncer é não fumar, independente se cigarro de filtro, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguile, pois todos podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. “Outra forma de prevenção é se cuidar com o uso de bebida alcoólica, procurando não ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente. De forma geral, a pessoa que ingere mais de duas latas ou garrafas pequenas de cerveja por dia; mais de dois cálices de vinho por dia; ou mais de duas doses de destilado vodka, cachaça, conhaque, whisky), já pode ser considerado um consumidor acentuado de álcool”, relatou.
A incorporação de bons hábitos, como a escovação da boca e dental três vezes ao dia, ir ao dentista duas vezes ao ano e alimentação rica em legumes, verduras e frutas, é essencial para a saúde da boca. A vacinação contra o HPV (papilomavírus humano) também previne contra o câncer de garganta na vida, sendo assim, a vacinação deve ocorrer em meninas e meninos, pré-adolescentes, preferencialmente antes da primeira relação sexual.
Formas de tratamento
Quando diagnosticado na fase inicial, o tratamento consiste em cirurgias menos agressivas ou em radioterapia, causando menos problemas de função, como mastigar, sentir o gosto ou cheiro do alimento, engolir, respirar, falar, menor ou nenhuma deformidade no pescoço e face, e menor chance de complicações para a função do pescoço, ombros e braços. Quando diagnosticado em fase avançada, o tratamento consiste em radioterapia e quimioterapia, que podem ser associados a cirurgias agressivas. Estes tratamentos combinados levam a graves sequelas, muitas delas definitivas, causando grande prejuízo estético e funcional na área da cabeça e pescoço.
“É importante lembrar que apesar dos tratamentos agressivos para estes tumores avançados, as chances de curas são pequenas: cerca de 30% em 5 anos após o diagnóstico de um câncer avançado, por mais que o melhor tratamento seja realizado. Por isso, o diagnóstico precoce é muito importante, assim como a conscientização da população sobre a doença, seus sinais e sintomas e de como preveni-la, através de campanhas como o “Julho Verde”, finalizou Gama.
A campanha no Hospital de Amor
Sabendo da importância do diagnóstico precoce, formas de prevenção e manejo do tratamento e de suas complicações a curto, médio e longo prazo, visando melhorias na qualidade de vida do paciente e melhor prognóstico, o departamento de cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital de Amor auxilia na divulgação do ‘Julho Verde’.
No dia 31 de julho, profissionais dos setores de cabeça e pescoço, fonoaudiologia, enfermagem, epidemiologia e prevenção da instituição se reunirão para um evento especial, que tem como objetivo divulgar a especialidade e a equipe multidisciplinar que a envolve, além de esclarecer o que trata a Oncologia de Cabeça e Pescoço.
De acordo com o Dr. Ricardo Gama, serão realizadas palestras que abordarão temáticas destinadas para profissionais da área da saúde. “O evento mostrará a importância da equipe multidisciplinar no manejo clínico destes pacientes e enfatizará a epidemiologia, os fatores de risco, diagnóstico, tratamento e o prognóstico de pacientes com os dois tipos mais comuns de tumor da via aerodigestiva superior: o câncer de boca e o de laringe. Nossa intenção é mostrar o que o departamento tem avançado no tratamento e na reabilitação destes pacientes”, declarou.
Além do evento, haverá mobilização no calçadão de Barretos (SP), aos sábados, onde profissionais do hospital estarão falando com a população sobre a doença e oferecendo exames gratuitos de boca. A Unidade Móvel de Prevenção Odontológica do Hospital de Amor, ficará estacionada no calçadão, em datas que serão previamente divulgadas, oferecendo os exames que serão realizados por dentistas.
No Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, o Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos) lançou oficialmente uma unidade móvel equipada com aparelho radiológico de Rastreamento de Câncer de Pulmão, pioneira na América Latina. A novidade faz parte da expansão do programa de apoio antitabaco, realizado pela instituição em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Barretos. De acordo com o médico radiologista do Hospital de Amor, Rodrigo Sampaio Chiarantano, esse é um projeto revolucionário, visto que a tomografia computadorizada de baixa dose (rastreamento) para detecção de câncer de pulmão ainda é indisponível no SUS e na maior parte da rede privada de saúde do país. “Por meio da unidade móvel, esse exame poderá chegar, em um futuro próximo, a diferentes lugares do país”, afirma.
Para se ter uma ideia da importância dessa ação, segundo os critérios estabelecidos pelo programa, estima-se que, apenas em Barretos, 3.376 indivíduos sejam elegíveis para o rastreamento.
A doença
O câncer de pulmão é um dos tumores que mais mata no Brasil, muito por conta do diagnóstico tardio. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2018, essa doença silenciosa é a segunda que mais incide entre os homens e o quarto tipo de câncer mais frequente em mulheres. No ano passado, o Hospital de Amor tratou cerca de 1.300 pacientes com essa neoplastia maligna de pulmão, sendo 400 novos casos.
“A importância dessa ação é que a maioria dos fumantes se concentra nos estratos mais carentes da população, de onde vem também a maior parte dos casos de câncer de pulmão. Essa doença é silenciosa e geralmente identificada no estágio avançado. Com a detecção precoce, a taxa de sobrevida é estimada em 56%”, diz Chiarantano.
O projeto
O programa inicialmente será realizado em Barretos com os fumantes atendidos pelas unidades básicas de saúde (UBSs) da cidade, que se enquadram nos critérios de maior risco para o câncer de pulmão. “A ideia a médio prazo é que o exame seja oferecido a toda a população da cidade. A longo prazo, o Hospital de Amor espera disponibilizar o programa aos municípios vizinhos e nas demais cidades com unidades de prevenção da instituição, como Campinas”, conta o médico.
Os critérios para o rastreamento são: que a pessoa seja fumante ou ex-fumante (neste segundo caso, que tenha parado há menos de 15 anos), possua entre 55 e 75 anos e histórico de consumo maior ou igual a 30 anos-maço (número de anos que fumou multiplicado por quantos maços fumava por dia, resultando no número de anos-maço).
Evento em Barretos
Para apresentar o projeto para a população, incluindo o programa antitabaco oferecido pelas unidades básicas de saúde de Barretos, o Hospital de Amor e a Secretaria Municipal de Saúde do município realizaram, nos dias 31 de maio e 1 de junho, uma ação que reuniu centenas de pessoas no centro da cidade. Ao todo, 85 tomografias foram realizadas e mais de 50 foram agendadas para os próximos dias.
Neste ano, o Hospital de Amor comemora os 20 anos da realização da primeira videolaparoscopia realizada na instituição, técnica que hoje é rotina no tratamento de muitos pacientes. Para celebrar a data e os milhares de procedimentos realizados até o momento, médicos e profissionais que fazem parte dessa história se reuniram em um simpósio comemorativo, no último dia 29 de novembro, que, além de abordar a evolução na indicação do procedimento ao longo dos anos, trouxe discussões sobre o que há de mais inovador na área, sobretudo, na segurança e utilização da tecnologia e novos materiais para a realização da videolaparoscopia.
Segundo o presidente do Hospital de Amor, Henrique Duarte Prata, a decisão de trazer a técnica para a instituição, mesmo com as dificuldades apresentadas na época, foi baseada no objetivo de sempre levar o melhor e mais adequado tratamento aos pacientes. De acordo com o médico titular do departamento do digestivo baixo do HA, Dr. Marcos Denadai, o uso da videolaparoscopia no HA foi fundamental para o avanço e melhoria da tecnologia no Brasil e no mundo, sobretudo, no tratamento oncológico.
Desde 2011, a parceria entre o Hospital de Amor e o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimante Invasivas e Cirurgia Robótica – IRCAD – transformou a cidade de Barretos em uma referência também na formação de cirurgiões especialistas técnicas minimamente invasivas, recebendo profissionais de toda a América Latina.
O evento também contou com a presença do fundador e coordenador científico IRCAD, Jacques Marescaux; do médico que iniciou o trabalho com essas técnicas em Barretos e um dos maiores nomes no tratamento cirúrgico das afecções do colón e reto, Dr. Armando Melani; e do cirurgião e coordenador científico do IRCAD, Dr. Luís Gustavo Romagnolo.
Com o objetivo de conscientizar a população sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil e a importância do diagnóstico precoce da doença, o Hospital de Amor realizou, no último domingo, 24 de novembro, a 8ª edição da “Caminhada Passos que Salvam”. Criada em 2012, a ação acontece todos os anos, simultaneamente em centenas de municípios brasileiros e também em cidades do exterior, durante o último domingo do mês de novembro. A escolha da data está relacionada à proximidade com o “Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil”, celebrado no dia 23/11.
Em apenas 8 anos, o projeto já ajudou a aumentar a taxa de cura do câncer infantojuvenil de 55% para 70%, alcançando milhares de crianças e adolescentes. Este ano, mais de 650 cidades do país foram mobilizadas, superando o número das edições anteriores.
Entre os sinais e sintomas mais comuns da doença, estão manchas roxas pelo corpo, dores de cabeça, vômito, perda de peso, fraqueza e dores nos ossos, sintomas que parecem comuns da infância e podem ser confundidos com doenças que acometem crianças e adolescentes, mas também podem ser o primeiro sinal de que há algo errado acontecendo.
De acordo com o diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Luiz Fernando Lopes, a unidade infantojuvenil do HA tem todas as condições de tratar as crianças com a mesma qualidade dos países com alto nível de desenvolvimento (especialistas experientes, medicamentos adequados e uma excelente estrutura), mas nada disso impacta na vida das crianças se elas não chegarem precocemente para o tratamento. “A Passos que Salvam possui três grandes focos: o primeiro é conscientizar a população sobre a existência do câncer em crianças e adolescentes, ressaltando a importância deles chegarem precocemente ao Hospital para tratamento e alertando sobre os principais sinais e sintomas; o segundo é voltado para a captação de recursos com a venda dos kits, ajudando a custear exames e procedimentos que não são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS); e o terceiro é o mais importante: a partir da caminhada, cada município participante tem a chance de enviar um médico para realizar uma capacitação no Hospital de Amor. Eles passam a reconhecer os tumores precocemente e ficam em contato direto com os profissionais do HA, permitindo que as crianças e adolescentes cheguem o quanto antes para tratamento, aumentando suas chances de cura. Ou seja, graças à Passos que Salvam nós conseguimos reduzir em 20% o diagnóstico tardio e, com as próximas edições, acreditamos que vamos conseguir ainda mais! É uma mobilização que só nos traz ganhos!”, declarou.
Para a coordenadora da ação, Naima Khatib, o objetivo da Caminhada é trazer à discussão a importância dessa conscientização, de maneira lúdica, envolvendo assim toda a sociedade, de modo que permita com que mais diagnósticos precoces aconteçam, consequentemente, haverá maior chances de cura, sendo ampliadas para até 95%.
Caminhando a caráter
Heverton Felipe Soares Costa, de 12 anos, foi a caráter para a caminhada e encantou a todos. Vindo de uma tribo indígena de Boa Vista, capital do estado de Roraima, ele faz tratamento no Hospital de Amor e, pela primeira vez, pôde receber alta médica para participar da ação. O pai, Laersio Matias Mendes, que acompanha o filho em Barretos (SP), reconhece a importância dessa mobilização para as crianças como o Heverton, que lutam contra o câncer. “Essa caminhada nos mostra o quanto existem pessoas especiais que ajudam o Hospital. Nós, indígenas, precisamos muito dessa ajuda, e eu fico muito feliz em saber que meu filho está aqui. Adoramos a caminhada e tenho certeza de que o povo de Roraima também abraçou essa causa”, finalizou.
Voluntariado
E não foram apenas os profissionais e pacientes do Hospital de Amor que acordaram cedinho no domingo para dar os ‘passos que salvam vidas’. Há 15 anos atuando como voluntária, a assistente social Vera Lucia Ribeiro Pena participou, pelo terceiro ano, da “Caminhada Passos que Salvam”. O motivo? “Por conta da importância da caminhada e, principalmente, da conscientização sobre a prevenção do câncer infantojuvenil. A prevenção é o único caminho para a cura. Eu pretendo estar aqui por mais muito outros anos, pois não há dinheiro que pague poder fazer parte disso!”, esclareceu a voluntária.
Números que salvam
Em 2012, ocorreu a primeira mobilização, 19 municípios do Estado de São Paulo e dois de Rondônia caminharam, levando a população, empresas e entidades para participar do evento. Já no ano seguinte, o número mais que quadruplicou: 80 municípios participaram da caminhada em oito estados. A terceira edição foi ainda melhor: 201 cidades em 11 estados brasileiros caminharam juntas, no mesmo dia e horário, levando mais de 150 mil pessoas às ruas. Em 2015, foram 306 cidades de 12 estados que caminharam, comprometidos na luta contra o câncer infantojuvenil. Em 2017 a caminhada mobilizou 300 mil pessoas em cerca de 500 cidades de todo o Brasil. No ano passado, cerca de 600 cidades, em 19 estados do país, além de um grupo de brasileiros que reside em Londres, no Reino Unido, se uniram em favor dessa causa.
Captação de Recursos
Além de disseminar essas importantes informações, a “Caminhada Passos que Salvam” também possui uma ação para arrecadar fundos para o tratamento dos pacientes no Hospital de Amor Infantojuvenil. Ao adquirir um kit com camiseta, boné e ‘sacochila’, cada participante contribuiu com o valor de R$ 35,00, que foi direcionado à instituição.
Confira mais fotos da 8ª “Caminhada Passos que Salvam”, realizada em Barretos (SP), em nosso flickr oficial. Clique aqui.
“Não há remédio que faça efeito sem que primeiro se restabeleça a dignidade humana”. Foi com esse pensamento que um dos fundadores do Hospital de Amor, Dr. Paulo Prata, estabeleceu os pilares da instituição. Assistir o paciente de maneira humanizada e possibilitar atendimento de qualidade, focado no bem-estar de todos, foram pontos fundamentais para a implantação do novo trabalho do HA na região Norte do país. Desde o dia 8 de novembro, a população de Araguaína e de mais 63 municípios da região do estado de Tocantins, conta com o Centro Especializado em Reabilitação (CER) Luiz Flávio Quinta.
Gerenciado pela prefeitura de Araguaína, o local será administrado pelo Hospital de Amor pelos próximos 60 meses (5 anos), conforme firmado, durante a visita da primeira-dama e do presidente do Conselho Gestor do Pátria Voluntária, Michelle Bolsonaro, em Barretos (SP), no dia 25 de outubro deste ano.
A solenidade de inauguração do CER contou com a presença do presidente do HA, Henrique Prata, do prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, da senadora Kátia Abreu, do deputado federal, Tiago Dimas, dos deputados estaduais, Rérisson Macedo e Elenil da Penha, além de outras autoridades locais e representantes das entidades assistenciais do município.
Para o médico coordenador do projeto de reabilitação do Hospital de Amor, Dr. Daniel Marconi, a iniciativa representa um divisor de águas, principalmente, pelo aumento dos investimentos na área. “Há muitos anos o HA oferece atendimento focado na reabilitação, no entanto, com menos recursos em relação a este novo centro. Devido ao apoio dos projetos de incentivos fiscal, como Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS), foi possível construir alguns projetos que financiaram o desenvolvimento nesta importante área em Barretos (SP) ”, afirmou Marconi.
O especialista esclarece que, muitas vezes, o paciente oncológico acaba ficando com algumas sequelas, como perda de visão, audição, membros inferiores e/ou superiores, dificuldades cognitivas, sexuais, de memórias e de raciocínio. Por este motivo, a equipe do HA oferece atendimento com o apoio de uma equipe multidisciplinar a todos os pacientes oncológicos que realizam tratamento na instituição. “O diferencial deste novo centro, em Tocantins, é a possibilidade de ampliar o público atendido”, relatou.
Convite
Após realizar visita ao Hospital de Amor Barretos e conhecer o trabalho e a expertise dos profissionais, o secretário municipal de Saúde de Araguaína, Jean Luís Coutinho, convidou a instituição para ser responsável pela administração do CER.
Segundo Coutinho “o Hospital de Amor foi escolhido por vários aspectos, primeiro, pela seriedade com que a instituição abraça projetos que beneficiam a população, sempre com resultados excepcionais; e, segundo, porque o hospital possui excelentes profissionais na área de reabilitação. Era o que a gente precisava para implantar o CER, em Araguaína”, enfatizou o secretário.
Projeto Pioneiro
Considerado um projeto pioneiro, o CER irá oferecer reabilitação geral para a população da região Norte do país. Com investimentos de R$ 5,1 milhões em construção e R$ 2 milhões em equipamentos (recursos do Ministério da Saúde e do município de Araguaína), o local terá a capacidade média de 100 pacientes atendidos diariamente. O CER está localizado entre os loteamentos Cidade Nova e Lago Azul, possui 2.120 m² de área total, sendo 2.050 m² construídos.
Dr. Marconi reforça que no CER não serão atendidos apenas pacientes oncológicos, mas pacientes com qualquer tipo de deficiência, vindos de qualquer natureza, como: acidentes automobilísticos/com motocicletas, domésticos, lesões devido à violência (ferimentos causados por armas de fogo e branca), alterações cognitivas, transtornos do espectro do autismo, cegueira congênita, surdez congênita, ou seja, todos os tipos de deficiência. “Este centro representa uma nova maneira do Hospital de Amor atuar, ao oferecer a reabilitação e devolver aos pacientes o direito de ter uma vida normal, uma vida inclusiva dentro da sociedade, com emprego, estudo e capacidade laboral”, afirma.
Ao todo, são 32 consultórios que possibilitam atendimentos para pessoas com deficiência auditiva, visual, física e intelectual, além dos fraldários adultos e infantil, e refeitório. O CER conta com assistente social, fisioterapeuta, nutricionista, médico (neurologista, oftalmologista, otorrinolaringologista, psiquiatra, fisiatra, ortopedista), pedagoga, psicóloga e a equipe que compõe o quadro administrativo.
“Novembro Azul” é um movimento mundial que acontece durante o mês de novembro para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A doença ainda continua sendo o tipo de câncer mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele não-melanoma, e as maiores vítimas são homens a partir de 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
Embora seja uma doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, às vezes por medo ou até desinformação. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que 75% dos casos de câncer de próstata são em homens com idade acima de 65 anos e, até 2018, as estimativas apontavam 68.220 novos casos e 15.391 mortes pela doença. Por se tratar de uma doença assintomática em fases iniciais, a melhor maneira de se detectar é através do exame de rastreamento (também conhecido como exame de toque) e de PSA (sigla de Antígeno Prostático Específico, que pode ser avaliado através de um exame de sangue simples). Esses dois, juntos, possuem uma capacidade de detecção maior para o câncer de próstata.
De acordo com o médico urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre César Santos, em termos estatísticos, o câncer de próstata é responsável pela morte de 3% da população. “Há uma prevalência mais frequente, em torno de 16% dos homens da população em geral, que podem ser acometidos pela doença. Graças à campanha Novembro Azul, é possível perceber uma diminuição da mortalidade por esse tipo de tumor”, afirmou.
Diagnóstico
Para se ter um diagnóstico preciso do câncer de próstata, é realizado um rastreamento inicial, que leva em consideração outros fatores, como a raça e histórico familiar. Com base nisso, são feitos exames de rastreamento para detecção da doença. Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento. Caso o diagnóstico seja negativo, é feita uma estratégia de prevenção: se os riscos forem baixos, os rastreamentos são anuais ou a cada dois ou três anos.
Prevenção
Pelo fato do câncer de próstata não apresentar sintoma em fases iniciais, os exames preventivos são muito importantes. A doença surge em uma região da próstata e, na maioria das vezes, os pacientes não sentem dor, não há sangramento na urina e não há dificuldade em urinar ou evacuar. Enquanto isso, o tumor continua crescendo na próstata deste homem.
Quando ele demora para fazer os exames preventivos, o diagnóstico é tardio e, na maioria das vezes, o tumor não está apenas na próstata, tendo já gerado metástase, acometendo ossos e outros órgãos. Nesta fase, não há mais cura para o paciente, apenas um tratamento paliativo dos sintomas.
Como prevenir?
As pessoas que possuem convênio ou planos de saúde devem procurar o urologista de confiança, relacionado ao convênio. Os pacientes que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que desejam realizar os exames de prevenção e que estão situados no Departamento Regional de Saúde de Barretos (DRS), devem fazer o agendamento junto ao projeto ‘Saúde do Homem’, no AME, através do 0800-779-000, onde são realizadas, gratuitamente, avaliações urológicas e cardíacas, com base em uma fila de espera. Já os homens que não têm acesso a essa possibilidade, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência e solicitar ao médico o encaminhamento ou exame de rastreamento para a detecção do câncer de próstata.
O décimo mês do ano é mais do que especial para o Hospital de Amor, pois ele é marcado pela maior campanha de conscientização sobre o diagnóstico precoce e sobre a importância do exame de mamografia.
O “Outubro Rosa” – movimento que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama – teve início nos Estados Unidos, na década de 1990, com algumas ações isoladas. A iniciativa chegou ao congresso americano e conquistou a aprovação de uma lei que tornaria outubro como o mês nacional de prevenção à doença. Atualmente, a ação acontece em vários países ao redor do mundo e, para despertar a atenção das pessoas, em especial, das mulheres, monumentos (como Torre Eiffel e Cristo Redentor), praças públicas, igrejas e estabelecimentos comerciais são iluminados por luzes rosas.
Segundo o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas do Globocan 2018 (BRAY, 2018), foram estimados 2,1 milhões de novos casos de câncer e 627 mil óbitos pela doença. No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, o que representa 29,5% da doença em mulheres, com exceção do câncer de pele não melanoma. Além disso, a cada semana, um novo caso de câncer é descoberto em uma mulher que não sente absolutamente nada. Está aí a grande importância de se atentar aos exames preventivos.
Em 2018, o Hospital de Amor realizou 171.478 exames de mamografia, graças às suas 22 unidades móveis (carretas) e seus 13 institutos de prevenção espalhados pelo país, levando grandes chances de cura contra o câncer de mama a mulheres de 40 a 69 anos. Devido a esse intenso trabalho, 73% dos casos foram descobertos em estágio inicial. “Quanto mais cedo a doença for encontrada, maiores serão as chances de cura. Com certeza, a mamografia ainda é a melhor forma de se fazer isso”, declarou a médica radiologista do Instituto de Prevenção, Dra. Silvia Sabino.
Faça seu exame
Durante todo o mês de outubro, os Institutos de Prevenção do Hospital de Amor estarão de braços abertos esperando pelas mulheres. Vá até a unidade mais próxima de você e realize, gratuitamente, seu exame de mamografia para a prevenção do câncer de mama.
– Quem deve fazer o exame de mamografia?
Mulheres de 40 a 49 anos, anualmente.
Mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos.
– Como e onde fazer?
Ligue e agende seus exames no Instituto de Prevenção do HA, pelos telefones (17) 3321-6626 ou (17) 3321-6600 (ramais 7054 e 7050).
– O que devo levar?
RG, CPF, comprovante de residência e Cartão SUS.
– Onde estão localizados os Institutos de Prevenção?
O Hospital de Amor conta com unidades fixas de prevenção nas seguintes cidades: Barretos (SP), Campinas (SP), Campo Grande (MS), Fernandópolis (SP), Ji-Paraná (RO), Juazeiro (BA), Lagarto (SE), Macapá (AP), Nova Andradina (MS), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).
Quer saber mais? Para esclarecer as dúvidas sobre o câncer de mama e ainda saber os mitos e verdades que envolvem a doença, clique aqui.
O departamento de radioterapia do Hospital de Amor deu mais um grande passo no que se refere à tecnologia e excelência e publicou, no dia 23 de outubro de 2018, na revista científica BMC Cancer (um periódico médico de acesso aberto, revisado por profissionais que publicam pesquisas originais sobre câncer e oncologia), um estudo chamado HIPO-CP. Trata-se de um ensaio clínico feito no HA com o objetivo de estudar a viabilidade de se realizar um tratamento com “radioterapia acelerada”, associado com quimioterapia, para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço.
Através de uma tecnologia chamada IMRT (do inglês intensity modulated radiation therapy) foi possível comprovar a segurança do tratamento, que passou a ter duração de apenas 4 semanas, ao invés de 7, e resultados expressivos à doença. Pioneiro no Brasil, o estudo também foi o primeiro no mundo a usar cisplatina (quimioterapia mais recomendada para se associar à radioterapia nesta doença).
De acordo com o coordenador científico do departamento de radioterapia do Hospital de Amor, Dr. Alexandre Arthur Jacinto, mais de 160 pacientes em tratamento de câncer de cabeça e pescoço na instituição já foram beneficiados com a radioterapia acelerada. “A partir deste método, abre-se um novo potencial de estudo em câncer de cabeça e pescoço e uma mudança no padrão de tratamento para este tipo de doença”, afirmou.
Os benefícios
Segundo o médico, quando falamos em câncer, estamos nos referindo a uma doença muito agressiva, onde os tratamentos acelerados podem ser bem mais efetivos. Além disso, trata-se de uma enfermidade muito frequente no mundo todo, sendo mais frequente e com maiores taxas de mortalidade em países com menos recursos de saúde, especialmente aqueles com baixo acesso à radioterapia, como é o caso do Brasil.
Graças ao estudo, é possível oferecer um tratamento com potencial maior de cura e com tempo de duração mais rápido que o habitual, permitindo que o paciente volte para sua casa antes, já que a grande maioria dos pacientes do HA viajam longas distâncias para receber tratamento. “Apesar de todos esses benefícios, o maior impacto deste estudo é a possibilidade de se otimizar o uso dos poucos equipamentos de radioterapia existentes no país, onde há longas filas de espera para se conseguir realizar o procedimento. É importante lembrarmos que, infelizmente, muitos pacientes morrem antes mesmo de se conseguir receber a radioterapia por falta de acesso ao tratamento. Isso é uma realidade não apenas do nosso país, mas de muitos outros também”, declarou Jacinto.
Dentre todos os benefícios proporcionados pela radioterapia acelerada, estão:
1) Maior potencial de cura para uma doença tão frequente e grave;
2) Tratamento mais rápido e pacientes com retornos antecipados para suas casas;
3) Mais acesso dos pacientes com câncer ao tratamento de radioterapia, já que o procedimento será encurtado.
Atualmente, o departamento de radioterapia do Hospital de Amor está participando de um grande projeto de pesquisa internacional, que visa comparar este tratamento de radioterapia acelerada, com a radioterapia convencional. Trata-se do HYPNO TRIAL – coordenado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo multicêntrico já recrutou 700 pacientes, entre 850 previstos.
A boa notícia é que o Hospital de Amor é considerado um dos maiores centros em termos de taxas de inclusão no estudo.
Para ter acesso à publicação do estudo referente à radioterapia acelerada, clique aqui.
A quimioterapia é um dos principais tipos de tratamento no combate ao câncer. Trata-se de uma terapia que utiliza medicamentos para destruir as células doentes que formam um tumor. Estes remédios se misturam com o sangue e são levados a todas as partes do corpo, destruindo as células ruins que estão formando a doença e impedindo, também, que elas se espalhem pelo organismo.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre a quimioterapia e sua importância na luta contra o câncer, eliminar os mitos envolvendo esse tipo de tratamento e ainda saber mais informações sobre seus efeitos colaterais, o Hospital de Amor traz uma entrevista exclusiva com o oncologista clínico da instituição, Dr. Luís Eduardo Zucca. Confira!
1) Qual é o principal objetivo da quimioterapia no tratamento de câncer?
R.: Existem 4 tipos de tratamento com quimioterapia:
• A quimioterapia neoadjuvante: esse tipo de quimioterapia é utilizado antes de um tratamento curativo para um tumor localizado. Geralmente, faz-se sessões de quimioterapia para tentar a redução do tumor e, assim, no tratamento curativo (seja ele com radioterapia ou cirurgia), o resultado ser mais efetivo e eficaz. Dessa forma, há menos riscos do desenvolvimento de comorbidades (surgimento de outras doenças em simultâneo) para o paciente.
• A quimioterapia adjuvante: utilizada após um tratamento curativo (seja ele em cirurgia ou radioterapia), tem o objetivo de diminuir e tentar matar todas as micrometástases (células cancerígenas se multiplicam num local distante para formar pequenos tumores) que possivelmente possam ter ficado no corpo, diminuindo assim as chances do câncer voltar.
• A quimioterapia paliativa: como o próprio nome diz, serve para paliar (amenizar) os sintomas dos pacientes. Podem ser pacientes que estejam com dor (proporcionando a melhora a deles com o uso da quimioterapia) e, por última instância, para melhorar a sobrevida com medicamentos quimioterápicos paliativos nos casos de pacientes com tumores metastáticos (quando o câncer se espalha além do local de origem para outras partes do corpo).
• A quimioterapia concomitante à radioterapia: nestes casos, a quimioterapia serve como um veículo para aumentar a potência da radioterapia.
2) Ela é indicada para quais tipos de tumores?
R.: A quimioterapia (seja ela neoadjuvante, adjuvante, paliativa ou concomitante à radioterapia) é indicada para a maioria dos tumores malignos.
3) Como é realizado o procedimento?
R.: Existem, basicamente, 2 tipos principais de procedimentos quimioterápicos: a quimioterapia intravenosa (pela veia), na qual o paciente é puncionado por uma veia periférica ou mesmo por um port-a-cath (dispositivo colocado pelo cirurgião dentro de uma veia mais calibrosa – aquelas com maior dilatação – no corpo do paciente); e a quimioterapia injetável, que é feita em ambientes preparados para receber a quimioterapia com um enfermeiro especializado. Geralmente, os pacientes ficam de 30 minutos até 6 horas fazendo quimioterapia intravenosa. Além disso, existem também as quimioterapias administradas por via oral, nas quais o paciente leva para casa os comprimidos orais e ingere de acordo com o esquema quimioterápico que o médico fornece para ele.
4) Existe mais de um tipo de quimioterapia?
R.: Existem vários tipos de quimioterapias, desde as específicas para certo tipo de tumor, até a quimioterapia que nós tratamos para uma variedade de tumores.
5) Existem efeitos colaterais na utilização da quimioterapia? Quais?
R.: As quimioterapias têm alguns efeitos colaterais manejáveis. Dependendo do esquema de quimioterapia que o paciente recebe, podem ocasionar náuseas, vômitos, cansaço, fadiga e baixa energia. A questão central, também dependendo do esquema de quimioterapia, é que geralmente os tratamentos quimioterápicos não matam apenas as células ruins, atingindo células boas que se multiplicam rapidamente (como cabelo e unha). Então, alguns esquemas quimioterápicos podem ocasionar a queda de cabelo e algumas alterações, mas também as células de defesa do nosso corpo. Dessa forma, em alguns casos, elas podem deixar o nosso corpo mais vulnerável a infecções.
6) Quando esses efeitos aparecem, o que é preciso fazer?
R.: Quando qualquer um desses efeitos aparecer é necessário procurar o seu médico e procurar o hospital. Por exemplo, para os pacientes que estão fazendo quimioterapia e têm febre, a primeira recomendação indicada é a procura do Hospital para passar pela avaliação do médico, pois como a quimioterapia também mata as células boas, o corpo fica vulnerável à infecção. Uma vez que o paciente tenha infecção e células de defesa baixa, nós, médicos, precisamos iniciar antibióticos e terapias o mais rápido possível. Mas, existem outros efeitos colaterais também manejáveis, como náuseas, vômitos, fadigas, inclusive queda de cabelo.
7) Qual é o tempo mínimo e qual é o tempo máximo de duração da quimioterapia?
R.: Existem vários tempos de quimioterapia, desde as que duram 15 minutos, como a blaumicina; aquelas que podem durar o dia inteiro, como a cisplatina; ou até a quimioterapia que o paciente vai para casa com um dispositivo e a quimioterapia fica correndo durante 48 horas dentro do seu organismo.
8) O paciente que é submetido a esse tipo de tratamento pode seguir sua rotina de atividades/trabalho normalmente?
R.: Dependendo do tipo de quimioterapia e do esquema quimioterápico, sim, é possível viver normalmente, inclusive trabalhando, estudando, fazendo as atividades diárias. Isso porque, hoje em dia, a maioria dos efeitos colaterais é bastante controlável, porém, sempre é necessário respeitar o próprio corpo.
9) Em média, quais são os custos da quimioterapia?
R.: O custo da quimioterapia também é variável, desde quimioterapias mais baratas, até aquelas que custam de 20 a 30 mil reais por mês.
Ter os avós em nossas vidas é uma dádiva! Eles são conselheiros, companheiros, amigos, educadores, acolhedores. Possuem todo amor e carinho do mundo armazenados dentro deles e, através desses sentimentos, criam vínculos especiais com seus netos. Eles podem ser velhinhos, mais jovens, cumprir seus papeis de avós ou, muitas vezes, até mesmo de pais. Independentemente da situação e da função que assumem, eles são fundamentais na vida das crianças.
Pensando nisso e após uma pesquisa que teve como tema “O impacto do câncer na família de crianças e adolescentes: a percepção, visão e apoio dos avós”, realizada pelo diretor médico do Hospital de Amor Infantojuvenil, Dr. Luiz Fernando Lopes, profissionais da unidade do HA desenvolveram um projeto especial de acolhimento, cuidado e apoio para os avós que acompanham seus netos durante o tratamento de câncer na instituição: o “Encontro de Avós”. “Dentre os familiares, os avós possuem um papel muito importante no suporte aos netos em tratamento, como também aos filhos, genros e noras que passam a lidar com a doença. Alguns avós desempenham uma função parental com seus netos e tornam-se a figura central das relações familiares. Estudos comprovam que os avós sofrem duplamente quando um neto está enfrentando o câncer: pelo próprio neto e pelo filho, por isso, sentimos a necessidade de cuidar deles também”, afirmou a coordenadora do projeto e psicóloga do Hospital de Amor Infantojuvenil, Patrícia Barberá Gallego.
Além dela, o médico responsável pela pesquisa e a psicóloga residente, Fernanda Prado Brocchi, coordenam a iniciativa, que visa proporcionar um espaço de acolhimento, escuta e reflexão para as vivências que afetam os avós ao acompanhar seus netos durante o tratamento de câncer. Através do compartilhamento de experiências, os profissionais buscam fornecer suporte emocional e possibilitar a construção de sentidos para as experiências dos participantes.
De acordo com a psicóloga, os encontros contam com recursos artísticos (poemas, imagens, músicas, etc.) para sensibilizar os participantes e servir como abertura para as discussões e troca de experiências entre os membros. A partir disso, os coordenadores passam a mediar e conduzir as conversas, impulsionando a expressão de sentimentos e vivências, direcionadas pelos próprios avós e baseadas em suas emoções do momento. “Ao proporcionar um espaço de escuta e acolhimento aos avós, pretendemos fortalecer a relação deles com o Hospital e, principalmente, com seus netos e com o modo de enfretamento da doença. Auxiliando essas pessoas, que são verdadeiros cuidadores, estaremos auxiliando também, indiretamente, a maneira com que os pequenos pacientes da instituição enfrentarão a difícil luta contra o câncer”, esclareceu Patrícia.
O papel de avó e mãe
Quem olha a Valdelucia Sousa Pereira, de 39 anos, e João Lucas Siqueira Lima, de apenas 1 ano e 8 meses, não imagina a história de amor incondicional e superação que os dois trazem. Apesar da pouca idade a aparência bem jovem, a avó cumpriu sua função com maestria: decidiu largar tudo e todos em São Félix do Xingu, no Pará, para acompanhar o neto em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil.
Eles viajaram quatro dias até Barretos (SP) e estão residindo, há uma semana, no Lar de Amor (casa de apoio da instituição). “A mãe do João, minha filha, sofre de depressão e ficou no Pará cuidando da irmãzinha dele. Como somos muito apegados, pois nós já morávamos juntos, eu preferi vir com ele”, contou.
Além da doença, a saudade de casa e de toda a família ainda é um obstáculo muito grande que os dois têm de enfrentar, mas juntos, graças à segurança, os ensinamentos e o afeto que somente os avós podem oferecer, eles vão tirar de letra.
Como participar do Encontro de Avós
O Encontro de Avós é voltado para os familiares de pacientes da unidade infantojivenil do Hospital de Amor, em Barretos (SP), e acontece todas as primeiras terças-feiras de cada mês (de agosto a dezembro de 2019), às 11h, no auditório do hospital. Os interessados em participar das reuniões devem comparecer, no dia e horário indicados, sem agendamento prévio.
A origem da data
O Dia dos Avós, celebrado no dia 26 de julho, surgiu em homenagem à Santa Ana e São Joaquim – os pais da Virgem Maria e avós de Jesus Cristo – considerados os padroeiros de todos os avós pela Igreja Católica. No dia 26 de julho de 1584, os avós de Jesus foram canonizados pelo Papa Gregório VII.
Há cinco anos, a Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço (IFHNOS) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) instituíram o dia 27 de julho como o ‘Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço’. A partir de então, o mês ficou conhecido como ‘Julho Verde’ – período em que é realizada a campanha nacional de prevenção deste tipo de câncer, visando conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), por meio de seus associados e parceiros, como a Associação do Câncer de Boca e Garganta (ACBG), trazem em 2019 a campanha: “O câncer tá na cara, mas as vezes você não vê”, que visa alertar a população dos primeiros sinais e sintomas, que possibilitariam um diagnóstico precoce e, em consequência, tratamentos menos agressivos e a maior possibilidade de cura. Neste contexto, o Hospital de Amor (HA) apresenta um papel crucial como instituição de ensino e pesquisa, na divulgação da campanha e nas ações que envolvem a mesma.
De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os cânceres que afetam a região da cabeça e pescoço que, somados, ocupam a segunda maior incidência entre os homens brasileiros. Segundo o cirurgião e vice-coordenador do departamento de cabeça e pescoço do HA, Dr. Ricardo Ribeiro Gama, apesar desse tipo de tumor não ser o mais frequente na população e nem o que apresenta maior índices de morte, ele ainda acomete mais de 500 mil novas pessoas em todo o mundo. Para o médico, o problema é que muitos desses casos são diagnosticados tardiamente, o que prejudica o tratamento e as chances de cura. “A necessidade da campanha nasceu da falta de esclarecimento da população e profissionais da área de saúde sobre a doença. Apesar de ser de fácil acesso o exame clínico, o câncer de boca – o mais comum em nosso meio (em cerca de 70% a 80% das vezes), é diagnosticado em fase avançada, o que acarreta alta mortalidade e graves sequelas relacionadas ao tratamento realizado”, afirma Gama.
Em função do diagnostico tardio, os tumores de cabeça e pescoço, por serem diagnosticados em fase avançada, apresentam altas taxas de mortalidade. Quando um tumor é diagnosticado precocemente, a chance de o paciente sobreviver à doença em cinco anos é de, aproximadamente, 90%. Mas, quando diagnosticado tardiamente, a taxa de sobrevivência cai para algo em torno de 30%, independentemente dos tratamentos realizados com intenção curativa.
Tipos mais comuns
O câncer de cabeça e pescoço compreende um conjunto de neoplasias malignas localizadas em diferentes regiões da via aérea e digestiva superiores, como: boca, faringe, laringe, glândulas salivares, seios da face e cavidade nasal. Dr. Ricardo Gama afirma que os homens são os mais afetados pelos tumores. “Isso acontece pelos hábitos do homem de beber e fumar mais, ter uma qualidade de vida pior e não se preocupar muito em ir ao médico. No entanto, o número de casos em mulheres tem aumentado, devido à maior liberdade do sexo feminino nos tempos atuais”.
Sinais e sintomas
É importante que as pessoas fiquem atentas sobre os sinais e sintomas da doença. Os mais comuns são caroços ou nódulos no pescoço, feridas na boca com mais de 15 dias que não cicatrizam e rouquidão. Muitas vezes, são os profissionais de odontologia que percebem a ocorrência dessas lesões, mas, também é fundamental procurar um médico de sua confiança se perceber qualquer um desses sintomas.
Prevenção
O desenvolvimento desses tumores também está relacionado a hábitos não saudáveis de vida, tais como: consumo exagerado de álcool e tabaco, além de relações sexuais de risco, ou seja, sem uso de preservativos.
Para o médico, a principal forma de se prevenir esse tipo de câncer é não fumar, independente se cigarro de filtro, de palha ou corda, cachimbo, charuto ou narguile, pois todos podem causar câncer na área da cabeça e pescoço. “Outra forma de prevenção é se cuidar com o uso de bebida alcoólica, procurando não ingerir ou, se ingerir, em quantidades pequenas e, de preferência, não diariamente. De forma geral, a pessoa que ingere mais de duas latas ou garrafas pequenas de cerveja por dia; mais de dois cálices de vinho por dia; ou mais de duas doses de destilado vodka, cachaça, conhaque, whisky), já pode ser considerado um consumidor acentuado de álcool”, relatou.
A incorporação de bons hábitos, como a escovação da boca e dental três vezes ao dia, ir ao dentista duas vezes ao ano e alimentação rica em legumes, verduras e frutas, é essencial para a saúde da boca. A vacinação contra o HPV (papilomavírus humano) também previne contra o câncer de garganta na vida, sendo assim, a vacinação deve ocorrer em meninas e meninos, pré-adolescentes, preferencialmente antes da primeira relação sexual.
Formas de tratamento
Quando diagnosticado na fase inicial, o tratamento consiste em cirurgias menos agressivas ou em radioterapia, causando menos problemas de função, como mastigar, sentir o gosto ou cheiro do alimento, engolir, respirar, falar, menor ou nenhuma deformidade no pescoço e face, e menor chance de complicações para a função do pescoço, ombros e braços. Quando diagnosticado em fase avançada, o tratamento consiste em radioterapia e quimioterapia, que podem ser associados a cirurgias agressivas. Estes tratamentos combinados levam a graves sequelas, muitas delas definitivas, causando grande prejuízo estético e funcional na área da cabeça e pescoço.
“É importante lembrar que apesar dos tratamentos agressivos para estes tumores avançados, as chances de curas são pequenas: cerca de 30% em 5 anos após o diagnóstico de um câncer avançado, por mais que o melhor tratamento seja realizado. Por isso, o diagnóstico precoce é muito importante, assim como a conscientização da população sobre a doença, seus sinais e sintomas e de como preveni-la, através de campanhas como o “Julho Verde”, finalizou Gama.
A campanha no Hospital de Amor
Sabendo da importância do diagnóstico precoce, formas de prevenção e manejo do tratamento e de suas complicações a curto, médio e longo prazo, visando melhorias na qualidade de vida do paciente e melhor prognóstico, o departamento de cirurgia de cabeça e pescoço do Hospital de Amor auxilia na divulgação do ‘Julho Verde’.
No dia 31 de julho, profissionais dos setores de cabeça e pescoço, fonoaudiologia, enfermagem, epidemiologia e prevenção da instituição se reunirão para um evento especial, que tem como objetivo divulgar a especialidade e a equipe multidisciplinar que a envolve, além de esclarecer o que trata a Oncologia de Cabeça e Pescoço.
De acordo com o Dr. Ricardo Gama, serão realizadas palestras que abordarão temáticas destinadas para profissionais da área da saúde. “O evento mostrará a importância da equipe multidisciplinar no manejo clínico destes pacientes e enfatizará a epidemiologia, os fatores de risco, diagnóstico, tratamento e o prognóstico de pacientes com os dois tipos mais comuns de tumor da via aerodigestiva superior: o câncer de boca e o de laringe. Nossa intenção é mostrar o que o departamento tem avançado no tratamento e na reabilitação destes pacientes”, declarou.
Além do evento, haverá mobilização no calçadão de Barretos (SP), aos sábados, onde profissionais do hospital estarão falando com a população sobre a doença e oferecendo exames gratuitos de boca. A Unidade Móvel de Prevenção Odontológica do Hospital de Amor, ficará estacionada no calçadão, em datas que serão previamente divulgadas, oferecendo os exames que serão realizados por dentistas.
No Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, o Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos) lançou oficialmente uma unidade móvel equipada com aparelho radiológico de Rastreamento de Câncer de Pulmão, pioneira na América Latina. A novidade faz parte da expansão do programa de apoio antitabaco, realizado pela instituição em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Barretos. De acordo com o médico radiologista do Hospital de Amor, Rodrigo Sampaio Chiarantano, esse é um projeto revolucionário, visto que a tomografia computadorizada de baixa dose (rastreamento) para detecção de câncer de pulmão ainda é indisponível no SUS e na maior parte da rede privada de saúde do país. “Por meio da unidade móvel, esse exame poderá chegar, em um futuro próximo, a diferentes lugares do país”, afirma.
Para se ter uma ideia da importância dessa ação, segundo os critérios estabelecidos pelo programa, estima-se que, apenas em Barretos, 3.376 indivíduos sejam elegíveis para o rastreamento.
A doença
O câncer de pulmão é um dos tumores que mais mata no Brasil, muito por conta do diagnóstico tardio. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2018, essa doença silenciosa é a segunda que mais incide entre os homens e o quarto tipo de câncer mais frequente em mulheres. No ano passado, o Hospital de Amor tratou cerca de 1.300 pacientes com essa neoplastia maligna de pulmão, sendo 400 novos casos.
“A importância dessa ação é que a maioria dos fumantes se concentra nos estratos mais carentes da população, de onde vem também a maior parte dos casos de câncer de pulmão. Essa doença é silenciosa e geralmente identificada no estágio avançado. Com a detecção precoce, a taxa de sobrevida é estimada em 56%”, diz Chiarantano.
O projeto
O programa inicialmente será realizado em Barretos com os fumantes atendidos pelas unidades básicas de saúde (UBSs) da cidade, que se enquadram nos critérios de maior risco para o câncer de pulmão. “A ideia a médio prazo é que o exame seja oferecido a toda a população da cidade. A longo prazo, o Hospital de Amor espera disponibilizar o programa aos municípios vizinhos e nas demais cidades com unidades de prevenção da instituição, como Campinas”, conta o médico.
Os critérios para o rastreamento são: que a pessoa seja fumante ou ex-fumante (neste segundo caso, que tenha parado há menos de 15 anos), possua entre 55 e 75 anos e histórico de consumo maior ou igual a 30 anos-maço (número de anos que fumou multiplicado por quantos maços fumava por dia, resultando no número de anos-maço).
Evento em Barretos
Para apresentar o projeto para a população, incluindo o programa antitabaco oferecido pelas unidades básicas de saúde de Barretos, o Hospital de Amor e a Secretaria Municipal de Saúde do município realizaram, nos dias 31 de maio e 1 de junho, uma ação que reuniu centenas de pessoas no centro da cidade. Ao todo, 85 tomografias foram realizadas e mais de 50 foram agendadas para os próximos dias.