Com a chegada do verão, milhares de pessoas buscam alternativas para se divertirem nas praias, piscinas, parques e outros locais que ficam mais agradáveis quando o dia está bem ensolarado. Isso não é problema, desde que exista prevenção e muito cuidado com a pele, que também deve receber uma atenção especial durante as demais estações.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais frequente da doença no mundo e, no Brasil, onde a instituto estima 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens; e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Ou seja, estes números correspondem a um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.
Diante disso, desde 2012, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove uma campanha nacional voltada ao combate do câncer da pele denominada de “Dezembro Laranja”. De acordo com a médica dermatologista do Hospital de Amor, Dra. Cristiane Botelho Cárcano, “O objetivo desta campanha é incentivar o diagnóstico precoce do câncer de pele e orientar a população quanto as medidas necessárias para evitar este perfil de câncer, enfatizando a importância das medidas de prevenção ao câncer de pele”, esclarece a especialista.
Segundo Cristiane, apenas no Brasil, são cerca de 180 mil novos casos ao ano. E no Hospital de Amor, por ano, cerca de 3.000 pacientes são diagnosticados com câncer de pele. “Além disso, muitos pacientes apresentam vários cânceres de pele e a maioria vai necessitar de seguimento regular com equipe especializada para prevenção de novos tumores, e tratamento precoce dos que surgirem ao longo do tempo”, relata a médica.
A especialista explica que há diversas formas de câncer de pele; os mais comuns são: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Este último é mais raro, porém costuma ter um pior prognóstico, pois é um tipo de câncer que pode ser mais agressivo se não for detectado em estágio inicial. Entretanto, as chances de cura do melanoma são de mais de 90%, quando o diagnóstico é feito em uma fase precoce, antes do surgimento de metástases. Já os cânceres de pele não melanoma, os carcinomas basocelulares e os carcinomas espinocelulares, possuem letalidade baixa, porém, são muito frequentes. Apesar da mortalidade ser baixa, são tumores que podem gerar impacto psicossocial importante e influenciar de forma negativa na qualidade de vida dos pacientes, devido à presença de cicatrizes produzidas em virtude do tratamento.
A dermatologista também esclarece que o câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, por se tratar de um país tropical, com índices de radiação ultravioleta moderado a elevado em várias regiões, o que ocorre praticamente quase o ano todo. “Os gastos com o tratamento do câncer de pele são muito elevados e isto representa um grande problema de saúde pública. Infelizmente, temos observado um aumento do número de casos de câncer de pele a cada ano. Precisamos de políticas de saúde pública voltadas para a prevenção do câncer de pele, focada na educação da população, incluindo crianças e adolescentes, em relação aos hábitos seguros de exposição ao sol”, enfatiza Cristiane, que demonstra uma preocupação com a ausência de ações para evitar este câncer.
Sinais e sintomas
Segundo Cristiane, os sinais e sintomas dos tumores cutâneos são muito variáveis, pois existem diversas tipos de cânceres relacionados à pele. Porém, de uma maneira geral, alguns sinais de alerta para o câncer de pele são: a mudança na aparência de manchas de nascença, o crescimento rápido de alguma pinta ou de uma lesão de pele nova, a mudança na coloração ou na textura de um sinal ou de uma pinta. Além de feridas que sangram e que não cicatrizam também podem ocorrer no câncer de pele. A especialista também esclarece que a radiação ultravioleta presente na luz do sol é a principal causa do câncer de pele. Portanto, evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação ultravioleta são as melhores estratégias para prevenir essa doença. De acordo com a médica, os grupos de maior risco para desenvolver o câncer de pele são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros, ruivos, com olhos claros, as pessoas que trabalham expostas ao sol e aqueles com história familiar de câncer de pele.
Cristiane diz que indivíduos com histórico de queimaduras solares e aquelas que possuem muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados. Ela também enfatiza sobre as principais medidas de proteção: usar chapéus, camisetas, óculos escuros, cobrir as áreas expostas ao sol com roupas apropriadas; evitar a exposição solar entre 10 e 16 horas; usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão.
A profissional esclarece sobre a necessidade de utilizar um protetor solar para proteger contra radiação UVA e UVB, e que tenha um fator de proteção solar (FPS) maior ou igual a 30. “Reaplicar o protetor solar a cada 2 horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Sempre aplique quantidades generosas do filtro solar. Observar regularmente a própria pele à procura de pintas ou sinais suspeitos; manter bebês e crianças protegidos do sol. Os filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses de idade. Sempre procure um médico se você observar qualquer sinal estranho em sua pele (uma ferida que não cicatriza, uma pinta que cresceu, mudou de cor ou de textura, uma ferida que está aumentando de tamanho ou que sangra com muita facilidade)”, diz Cristiane.
Diagnóstico e tratamento
A doutora explica que o exame completo da pele realizado por um médico experiente no diagnóstico do câncer de pele, possibilita a suspeita da doença. Diante disso, o profissional pode fazer este exame usando técnicas de diagnóstico baseadas na avaliação clínica das lesões cutâneas, podendo associar alguns dispositivos para auxiliar neste diagnóstico, como lupas dermatológicas e o dermatoscópio (um aparelho que avalia as estruturas e cores presentes nas camadas da pele de uma determinada lesão). Uma vez que o médico suspeite que câncer de pele, uma biópsia de uma parte da lesão ou da lesão inteira deve ser feita para confirmar o diagnóstico. “Há diversas opções de métodos para o tratamento do câncer de pele. A modalidade escolhida vai variar em virtude de inúmeros fatores, como o perfil de câncer, a extensão da doença, a localização do tumor e as condições clínicas do paciente. Algumas opções de tratamento são a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia, o uso de medicações orais e em forma de cremes. Se diagnosticado e tratado precocemente, o câncer de pele é curável e tem baixa letalidade”, afirma a dermatologista.
Quando questionada sobre uma possível reincidência da doença e o risco à vida, a médica explica que, se o câncer de pele for adequadamente tratado, é raro haver recidiva. “O mais comum é o surgimento de novos cânceres de pele. Uma pessoa que teve um câncer de pele tem uma chance mais elevada de ter outro câncer de pele. E, embora a maioria dos cânceres de pele são curados se diagnosticados e tratados precocemente. Porém, alguns cânceres de pele possuem um comportamento mais agressivo e podem gerar metástases (comprometimento de outros órgãos pelo tumor, além da pele), podendo causar a morte”, finaliza Cristiane.
A pandemia e a necessidade de manter o cuidado
Devido à pandemia da COVID-19, várias consultas foram adiadas e os cuidados com a saúde foram afetados no mundo inteiro. Cristiane explica que “com a pandemia, tivemos que adaptar nosso modelo de assistência médica. Passamos por várias fases. Nos momentos mais críticos, optamos por realizar uma triagem para priorizar os casos que não podiam aguardar, seguindo todas as normas de segurança preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e pela direção do Hospital de Amor. Com o relaxamento das regras de isolamento social, começamos a atender normalmente, mantendo as normas de segurança”.
A médica também declara que houve uma necessidade dos profissionais se capacitarem para melhor atender os pacientes, sempre com muita segurança. “Houve um estímulo ao uso da telemedicina, ou seja, poder fornecer atendimento médico, orientações aos pacientes ou até mesmo monitorar o estado de saúde deles de forma remota. Isso é possível devido ao uso da internet e de plataformas seguras na captação de dados, imagens e vídeos. Criar formas de fornecer assistência médica com qualidade e segurança é o maior desafio atual. Certamente, a telemedicina será uma modalidade de atendimento médico que ganhará cada vez mais destaque daqui para frente. Em relação ao câncer de pele, nós desenvolvemos programas de rastreamento usando a ‘Teledermatologia’. O lado bom da pandemia é que frente às dificuldades, sempre podemos aprender algo novo. Inovação e tecnologia juntas para enfrentar as dificuldades em prol da saúde dos nossos pacientes”, conclui a profissional.
No mês de novembro, entidades do mundo todo promovem a campanha ‘Novembro Azul’. A ação tem como intuito gerar mobilização e conscientização em relação à prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o coordenador da Divisão de Tumores do Trato Genitourinário do Hospital de Amor, Dr. João Neif Antonio Junior, trata-se de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, cujo nome era “Movember”, que é uma junção entre Mustache (‘bigode’ em inglês) e November (‘novembro’ no mesmo idioma ).
João também esclarece que “o mês foi escolhido em referência ao dia 17 de novembro, quando se comemora o ‘Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata’. Diante disso, de maneira simbólica, alguns participantes deixavam o bigode crescer em apoio à causa. E para esclarecer algumas dúvidas sobre este tipo de câncer, diagnóstico, tratamento e alguns mitos associados ao tema, o médico do HA respondeu diversas dúvidas. Confira e saiba mais sobre essa importante campanha de conscientização:
Atualmente, qual é a taxa de incidência de câncer de próstata no Brasil?
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum em homens em todo o mundo, com mais de 1,2 milhão de casos e 358.000 mortes anualmente. Conforme a previsão do INCA, são estimados, só no Brasil, cerca de 65.840 casos novos de câncer de próstata, para cada ano do triênio 2020-2022. Este valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, e a uma proporção de 29,2% de todos os casos de câncer nessa população masculina.
O câncer de próstata é mais comum em qual faixa etária?
O câncer de próstata é raramente diagnosticado antes dos 40 anos, mas a incidência aumenta rapidamente depois disso, atingindo o pico entre as idades de 65 e 74 anos.
Existem fatores de risco para o câncer de próstata? Quais?
Sim, existem fatores de risco relacionados, sendo o aumento da idade o mais importante. Além disso, alguns estudos epidemiológicos têm demostrado que o risco de câncer de próstata é maior em afro-americanos em comparação com outros grupos étnicos, algo que ocorre mais cedo. Fatores genéticos, especialmente mutações germinativas em genes de reparo de DNA, também parecem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de certos cânceres de próstata, e podem estar associados a uma doença de comportamento mais agressivo. Outros fatores, como dieta, níveis hormonais e obesidade, têm sido estudados com o objetivo de desenvolver estratégias para reduzir o risco de câncer de próstata.
Como prevenir este tipo de câncer?
Devido ao fato da causa exata do câncer de próstata não ser conhecida, não se torna possível impedir que o aparecimento da doença ocorra na maior parte dos casos. Além disso, alguns dos importantes fatores de risco tais como idade, raça e histórico familiar também não podem ser controlados. No entanto, existem recomendações extremamente válidas, tais como garantir o controle do peso através de uma dieta saudável (com grande variedade de vegetais e frutas diariamente), e ser fisicamente ativo, por meio de práticas adequadas e regulares de atividades físicas.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?
O câncer de próstata em estágio inicial pode não provocar sintomas. Entretanto, em situações em que a doença está aumentando podem surgir sintomas como alterações na frequência miccional (de urina); fluxo urinário fraco ou interrompido; vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria); presença de sangue na urina ou no sêmen e disfunção erétil.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
Estabelecer o diagnóstico em fase inicial permite tratamentos que proporcionem melhores resultados, o que contribui para maiores chances de cura da doença.
Quais são os exames preventivos mais eficazes?
Os exames preventivos mais eficazes são a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue associado a realização do toque retal.
O câncer de próstata tem cura?
Sim, o câncer de próstata tem cura, principalmente se o diagnóstico for realizado em fases mais iniciais da doença.
Qual é o tratamento indicado para o câncer de próstata detectado precocemente?
Os tratamentos que podem ser indicados em fases mais iniciais são principalmente a retirada cirúrgica da próstata doente; a radioterapia em suas diferentes modalidades e a hormonoterapia, que tem como objetivo diminuir temporariamente os níveis do hormônio testosterona.
Quais são os tipos de tratamentos possíveis nos diagnósticos tardios?
Em fases mais avançadas da doença, também há possibilidade do emprego de medicações de diferentes classes que objetivam a diminuição dos níveis de testosterona, além de outras abordagens terapêuticas, como a quimioterapia.
Devido à pandemia da COVID-19, já é possível perceber algum reflexo nos atendimentos?
Acredito que houve impacto no acesso dos indivíduos aos serviços de saúde, o que influenciou nas possibilidades de diagnóstico precoce e tratamento em fases iniciais das doenças oncológicas. Essa sobrecarga do sistema de saúde devido à pandemia, infelizmente, desalinhou a atenção e o cuidado com a saúde em muitas outras frentes. Aproveito para estimular com que os homens com mais de 50 anos sejam avaliados para o rastreamento do câncer de próstata e acimo de tudo, que todos priorizem a sua saúde, dando a devida importância à alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas e de lazer.
Referência no tratamento oncológico e atuante no trabalho de prevenção do câncer, o Hospital de Amor realiza uma nova conquista: integrar o projeto e implantar a ferramenta SmartDR. A iniciativa é promovida pela startup norte-americana Aquila Med, com sócios brasileiros, Fernando Peixoto e Rodrigo Greco, e tem como objetivo maximizar a produtividade e qualidade do trabalho realizado pela equipe do HA, por meio da ‘dupla leitura’ de 100% dos exames de mamografia, utilizando inteligência artificial (IA) como ferramenta de auxílio. Atingindo mais de 98% de confiança na predição dos resultados benignos de um exame mamográfico, a tecnologia está ancorada em rastreamento por mapa de cor de sensibilidade e especificidade em relação às lesões observadas na imagem, auxiliando no processo de dupla leitura permitindo agilidade na arbitragem dos casos discrepantes entre a leitura humana e da máquina, criação e priorização de filas de trabalho.
Segundo a médica radiologista da instituição, Dra. Silvia Sabino, ‘o termo dupla leitura’ significa que a mamografia é revista por 2 radiologistas de forma independente ou interpretada em conjunto. É uma prática padrão na Europa e obrigatória dentro dos programas de rastreamento mamográficos.
O software SmartDR está em fase de validação no Brasil, nos EUA e na Argentina. Além do HA, existem mais duas instituições no Brasil fazendo uso da plataforma. O Departamento de Prevenção, junto ao Programa de Qualidade Total em Mamografia, coordenado pela Dra. Silvia Sabino, vem ajudando o time da Aquila Med a desenvolver a ferramenta já há mais de ano.
A tecnologia em favor da vida
Dra. Silvia enaltece a grande conquista da instituição, uma vez que esse triunfo pode contribuir para salvar mais vidas, já que antes da implantação da ferramenta, apenas uma fração dos exames realizados tinha a possibilidade de ser revisto, devido à grande demanda. “Atualmente, 100% da produção de mamografias está automaticamente passando pela ferramenta de Inteligência Artificial (IA), promovendo, assim, um aumento de produtividade e qualidade de diagnóstico e redução de carga de trabalho”.
A especialista reforça que o cenário ideal de realização de mamografias de rastreamento, fora o período da pandemia, em média, chegaria a 2.000 mulheres beneficiadas por dia com este novo protocolo. “A AI maximiza a eficiência e qualidade de diagnóstico, agregando valor em cada parte do processo da realização da mamografia”, comenta Rodrigo Greco, CEO da Aquila Med.
A radiologista que atende mulheres vindas de milhares de cidades do Brasil, não contém a emoção ao falar sobre êxito de poder estar à frente de um projeto tão inovador. “As ferramentas de Inteligência Artificial que pareciam uma realidade distante, hoje fazem cada vez mais parte das nossas vidas e rotinas de trabalho, agregando eficiência, agilidade e segurança na tomada de decisão. O que no passado era humanamente impossível de ser realizado, no caso a releitura da totalidade dos nossos exames realizados, dado ao grande volume, hoje, consegue ser feito em ⅓ do tempo permitindo garantir a excelência cada vez maior do serviço prestado pela Fundação Pio XII”, declara Dra. Silvia.
O Hospital de Amor Jales deu mais um importante passo na sua história como centro de referência no tratamento do câncer. Na terça-feira, 8/9, a equipe de radioterapia da unidade do HA, em Jales (SP), atendeu o primeiro paciente utilizando uma técnica recém-implantada no centro oncológico, o IMRT – “Intensity–Modulated Radiation Therapy”.
A física médica responsável, Laís Bueno da Silva, esclarece que a técnica representa um dos mais importantes avanços da história da radioterapia e que o procedimento é um aperfeiçoamento do tratamento que já é oferecido aos pacientes, visando a redução dos efeitos colaterais a curto e longo prazo, através da diminuição da exposição à toxicidade. “O conjunto de equipamentos adquirido proporcionou a implementação da técnica de tratamento que consiste em uma melhor distribuição de dose da radioterapia, permitindo a administração de altas doses de radiação no tumor e, consequentemente, aumentando a possibilidade de controle da doença e reduzindo a dose da radiação entregue aos tecidos e órgãos saudáveis ao redor da área do tumor”, explicou.
A gerente da unidade de tratamento oncológico do HA, Camila Venturini, explica que, desde a autorização da compra do conjunto de equipamento que permite o uso da técnica, em agosto de 2019, foram realizados vários trâmites que demandaram tempo, como importação, instalação, implementação e testes de segurança, até que tudo estivesse pronto para o tratamento dos pacientes. Inclusive, que o controle de qualidade é uma das fases mais importante do processo. “O planejamento realizado no computador deve ser verificado através do controle de qualidade. Essa tarefa é realizada pelos profissionais de física médica diretamente no aparelho de tratamento. Nessa etapa, eles comparam o que foi planejado com o que realmente está sendo realizado pelo aparelho. O teste é feito antes do tratamento de todos os pacientes que passarão pela técnica”, explicou.
O rádio-oncologista, Dr. Rubem Andrade, explica que a técnica vai oferecer melhorias às possibilidades de tratamento ao paciente. “Como a técnica de IMRT pode reduzir os danos aos tecidos normais, podem ser utilizadas doses maiores para tratar tumores localizados próximos aos órgãos de risco e estruturas críticas importantes, como por exemplo, tumores pélvicos e de cabeça e pescoço”, mencionou o especialista.
PROJETO
A gerente administrativa da unidade, Camila Venturini, conta que em novembro de 2018 foi entregue um ofício à deputada estadual Analice Fernandes, no qual a instituição expressava a necessidade dos equipamentos, bem como, os benefícios desta nova técnica de tratamento. “Ficamos contentes quando vemos um projeto se concretizar e principalmente em saber, que milhares de pacientes serão beneficiados com essa nova técnica. Agradeço, em nome de todos os nossos usuários, a todos que contribuíram para essa conquista”, finalizou.
Oferecer tratamento humanizado a todos os pacientes é o grande diferencial do Hospital de Amor (HA). Outro fator extremamente importante na instituição é a utilização de tecnologia de ponta, aliada ao bom trabalho de profissionais altamente capacitados e qualificados. A equipe de Radioterapia do HA deu início à instalação, neste mês, de uma nova conquista no departamento: o acelerador linear Trilogy®. A partir de outubro deste ano, os pacientes que necessitarem realizar o procedimento de radioterapia durante o tratamento oncológico poderão contar com mais esta novidade.
De acordo com o rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Danilo Nascimento Salviano Gomes, trata-se de um aparelho de alta tecnologia que vai possibilitar o tratamento de mais pacientes e, além dos procedimentos convencionais e hipofracionados, também possibilitará a realização de radiocirurgia, que é realizado pelo departamento. “O novo aparelho de alta tecnologia pode ser utilizado para a realização de radiocirurgia intracraniana e extracraniana. Devido à sua alta precisão, o tratamento radiocirúrgico consegue oferecer alta dose de radiação em um volume alvo reduzido, diminuindo a dose nos tecidos normais e o número de sessões de radioterapia”, afirmou.
O aparelho permite a realização do chamado ‘IGRT’ (radioterapia guiada por imagem). Tal tecnologia possibilita a verificação diária dos movimentos dos órgãos e a relação deles com o tumor, reduzindo possíveis efeitos colaterais, por atuar com maior precisão e segurança na entrega de dose.
Para ele, é uma alegria e satisfação muito grande poder oferecer radioterapia de alta tecnologia para os pacientes. “Graças a essa conquista, nós conseguimos oferecer um tratamento mais seguro e preciso. Um tratamento de câncer de próstata, por exemplo, que antes era realizado em 39 sessões, poderá ser realizado em até 5 sessões nesse novo equipamento. Isso beneficia o paciente diretamente, com a redução do número de frações de radioterapia. A realização de uma radiocirurgia intracraniana, por exemplo, minimiza a toxidade aguda e tardia, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente”, ressaltou o especialista, que faz parte da equipe de rádio-oncologistas que atuam na unidade do Hospital de Amor Barretos e que realizam, em média, 300 sessões de radioterapia por dia.
A instituição, em projeto redigido pelo coordenador do departamento, Dr. Renato J. Affonso Jr., angariou os recursos do aparelho e foi beneficiada por meio da aprovação de projeto enviado ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que , junto ao Ministério da Saúde, auxilia entidades sem fins lucrativos que apresentam ações e projetos de prevenção e combate ao câncer, estimula a prevenção e reabilitação da pessoa com deficiência, apoia a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos – em todos os níveis.
Capacitação de profissionais
Ao pleitear o recurso junto ao PRONON para obtenção do equipamento, foi proposto um cronograma de capacitação aos profissionais da área de radioterapia. Desta forma, o Hospital de Amor irá promover um curso para o treinamento com 130 vagas (todas já preenchidas), para quatro especialidades distintas.
Dentre elas, 20 são para médicos rádio-oncologistas, cujo objetivo é aprimorar os conhecimentos clínicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe, guiada por imagem e estereotaxia extracraniana em serviço com alto volume de pacientes. Outras 20 são destinadas ao profissional que atua como físico médico, que poderá aprimorar os conhecimentos físicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe e guiada por imagem, além de controle de qualidade segundo as normas nacionais e internacionais. Outras 20, ao dosimetrista, que será capaz de aprimorar os conhecimentos em delineamento e planejamento da radioterapia tridimensional com introdução à radioterapia. Ademais, são 70 vagas que estarão destinadas a profissionais da área técnica (tecnólogos, técnicos de radioterapia e técnicos em radiologia) que receberão treinamento em equipamento de alta tecnologia (Trilogy®).
O curso será dividido em duas fases: a primeira etapa tem início previsto para setembro e término em outubro, por meio de plataforma digital, onde os participantes terão aulas sobre os princípios de radioterapia, física médica e de radiobiologia. Após introdução teórica, os alunos iniciarão a segunda etapa, cuja data de início está marcada para o mês de novembro, quando deverão in loco ter contato com a rotina do departamento, processos que envolvem o tratamento de um paciente, protocolos institucionais e contato com o novo equipamento, no Hospital de Amor Barretos (SP). Porém, devido à pandemia da COVID-19, é possível que ocorreram alterações nesse calendário.
O Hospital de Amor, que há quase quatro meses precisou interromper as atividades de 15 das suas 18 unidades voltadas para prevenção de câncer em todo o país, por conta da pandemia do novo coronavírus, acaba de criar um protocolo para retomada gradual dos atendimentos, respeitando não apenas a necessidade no retorno dos exames preventivos oferecidos, mas também garantindo a segurança de pacientes e profissionais de saúde a partir dos cenários locais frente à pandemia.
De acordo com a médica radiologista do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Sílvia Sabino, o protocolo é resultado de uma ação conjunta de profissionais de diversos setores da instituição e da Dra. Selma Bauab, da Clínica MamaImagem, com o suporte do Colégio Brasileiro de Radiologia e do instituto holandês The Dutch Nacional Expert and Training Center for Breast Cancer Screening (LRCB), além da participação de profissionais parceiros do Canadá e Reino Unido que disponibilizaram suas próprias orientações de retomada.
A médica explica que a urgência em reabrir as unidades leva em consideração o volume de exames realizados por mês pelo HA antes da pandemia, que chegava a 20 mil no total, e o tempo que pode demorar para acomodar a fila de pacientes que se formou com a paralisação, um número estimado, até o momento, em 80 mil pessoas. “Nós temos um problema muito grande, pois, com certeza, teremos um atraso em termos de diagnóstico”, ressalta.
O protocolo do HA ditará regras de biossegurança para todas as unidades e irá se basear no risco de desenvolvimento de câncer dos pacientes para organizar a prioridade no atendimento, acolhendo, em um primeiro momento, pacientes com resultados de exames anteriores com alto risco de câncer e pacientes com mutação genética; depois, pacientes com risco intermediário e, por último, os indivíduos para realização de rastreamento em geral. Para nortear as ações e processos necessários, foram criados vários documentos e materiais de orientação, incluindo um vídeo, folders, banners e guias rápidos, a fim de reforçar as informações e minimizar o risco de contaminação, garantindo a segurança de todos os envolvidos.
Com unidades espalhadas por diversas regiões do Brasil, houve também a preocupação com as realidades locais frente à pandemia. “Então, criamos uma ferramenta, que está dentro da plataforma RedCap (utilizada para gestão de dados na instituição), a qual todas as unidades têm acesso por meio de um profissional responsável cadastrado; por lá, são inseridos alguns dados da situação local, como o número de casos diagnosticados internados, números de leitos de UTI e enfermaria ocupados e disponíveis, além da capacidade de atendimento que a unidade tinha antes da pandemia”, detalha Dra. Silvia. Segundo ela, automaticamente a ferramenta calcula em que fase da pandemia a unidade está, qual o risco de contaminação e qual é a porcentagem de funcionamento com que a unidade pode trabalhar, determinando, inclusive, o número máximo de atendimentos permitidos por dia.
Futuramente, quando forem retomados os atendimentos de rastreamento populacional de baixo risco, uma nova ferramenta será incorporada ao protocolo. Resultado de uma parceria com o Massachusetts General Hospital de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Instituto Protea, o dispositivo utilizará inteligência artificial para estabelecer a prioridade no atendimento, a fim de reduzir o impacto que poderia ser causado por diagnósticos tardios.
Jogar bola, brincar no celular e fazer amigos, esses são alguns dos hobbies do simpático Samuel Chaves, de 9 anos. Quem conhece o alegre mineirinho, natural de Luz (MG), nem imagina que, além de transmitir muito brilho, ele também erradia maturidade. A luta pela sua vida começou há três anos quando, após uma queda, ele começou a sentir fortes dores na perna. De acordo com a mãe, Grazielle Chaves, 34 anos, em 2017, apareceu um caroço (linfonodo) atrás da orelha de Samuel. Como não é algo natural, ela o levou ao pediatra na cidade onde viviam.
Após realizar exame clínico, o profissional que atendeu a família disse para mãe que não se tratava de nada grave e que logo o caroço iria desaparecer. Mesmo assim, o doutor passou um medicamento e pediu para que se tranquilizassem, pois o Samuel logo ficaria bem. Ao ouvir isso, Grazielle ficou mais calma, no entanto, outras dores surgiram após uma queda que Samuel sofreu. “Ele caiu e os problemas começaram a aparecer. Ele sentia dores fortes na perna e começou a mancar. Logo depois, com menos de dois meses que ele havia caído, o Samuel parou de andar”, relatou a mãe do garoto.
Novamente, a família foi em busca de ajuda médica para entender o que estava acontecendo com o pequeno. “Fizemos vários exames e nada foi detectado. Por fim, o mesmo médico que tínhamos visitado solicitou exame de cintilografia óssea, e o resultado: todos os ossos dele já estavam comprometidos. Foi um baque! O chão se abriu e nós ficamos sem saber como agir”, contou Grazielle, emocionada. Nesse momento, uma luz surgiu na vida de Samuel. Um amigo da família indicou o Hospital de Amor e, imediatamente, a família solicitou uma vaga. No dia 8 de dezembro de 2017, Samuel fez sua primeira consulta no HA e finalmente recebeu seu diagnóstico: LLA (leucemia linfoide aguda).
Com o diagnóstico fechado e a equipe médica pronta para apoiar e iniciar o tratamento, nada abalaria o desejo de viver de Samuel, muito menos os 314 km de distância de sua cidade. E foi assim, batalhando contra as dores e contra os medos, que a família de Samuel iniciou o maior desafio de suas vidas: lutar contra o câncer. “O começo é uma fase muito difícil, pois a vida muda completamente. No início, ficamos apenas eu e ele em Barretos (SP), pois meu marido e a minha outra filha, na época com apenas um ano e meio, ficaram em nossa cidade. Foi uma fase complicada”, explicou a mãe do paciente.
Logo após o início do tratamento e as primeiras sessões de quimioterapia, Samuel apresentou uma melhora significativa e, desde então, vem reagindo muito bem, sem náuseas ou complicações.
Os desafios que surgem ao longo do tratamento
Engana-se quem pensa que durante os três anos de tratamento houve apenas momentos tristes! Samuel participa ativamente do projeto musical da instituição, que oferece aulas de músicas para os pacientes (crianças e adolescentes) em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil. Além disso, o mineirinho também já concedeu entrevistas e gravou o comercial oficial do Hospital de Amor. Sem contar que ele é presença garantida em todos os eventos e festividades que acontecem na entidade.
Durante todo esse tempo, ele já soltou fartas gargalhadas com a trupe dos ‘Palhaços da Alegria’, pintou desenhos e fez a festa na brinquedoteca da unidade infantojuvenil. E teve o inesquecível encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Quando morou no Lar de Amor (alojamento do HA para pacientes e seus familiares), durante nove meses, Samuel aproveitava para se divertir nas salas de jogos, TV e nas diversas apresentações de artistas que rolaram na casa. Sem dúvidas, ele é um paciente querido por todos! Quando questionado sobre seu tratamento, o pequeno paciente estufa o peito para falar sobre uma importante conquista: “Eu tenho fé e pedi para Deus para o meu cabelo não cair por causa da quimioterapia. E não caiu”, disse cheio de orgulho.
Para a mãe de Samuel, o carinho com que a equipe do HA trata as crianças e os familiares é fundamental. “Eu sou muito grata a todos os funcionários da instituição, que fizeram e fazem a diferença na vida do meu filho. Todos eles dedicam amor e carinho na vida de todos os pacientes do hospital. O Senhor abriu a porta do melhor lugar para que o meu filho pudesse fazer o tratamento, Deus cuidou de cada detalhe desde o começo. Eu pedi para Deus que eu não queria ver o meu filho sofrer. Acredito que Ele ouviu minhas orações”.
O tratamento do Samuel está previsto para terminar no fim deste ano. Alguém duvida que ele vai continuar brilhando por anda passa?
Paciente grava mensagem pedindo doações em prol do HA
Luíza: combatente, gloriosa e guerreira. Alguém, cujo nome significa tanta qualidade, só poderia ser uma pessoa que nasceu para fazer a diferença. Essa é mais uma história de uma valente paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil, que trata de um tumor de Askin – sarcoma de Ewing.
Ao saber da dificuldade financeira que o HA está sofrendo devido à pandemia do novo coronavírus, a paciente Luíza Cardoso, de 6 anos, falou para sua mãe, Ana Paula Cardoso, que precisavam fazer algo para ajudar a instituição. Na ocasião, ambas concordaram que algo deveria ser feito, e foi.
Com muita vontade de ajudar e com o coração cheio de esperança, mãe e filha escreveram mensagens em vários cartazes e gravaram um vídeo. O conteúdo foi publicado nas redes sociais e ganhou vários likes e compartilhamentos. “Eu estou vencendo o câncer porque tive a oportunidade de me tratar no melhor hospital: o Hospital de Amor. Por isso, estou aqui para que outras pessoas possam ser salvas”, diz um dos cartazes exibidos por elas.
Ana Paula (funcionária pública) revela que nunca imaginou que o vídeo teria tanta visibilidade, mas que ficou feliz em saber que a mensagem chegou a muita gente.
A família, que é de Águas de Lindóia (SP), vive em Barretos desde maio de 2019. “Ela sentia falta de ar, então o pediatra constatou que ela estava com derrame pleural devido ao tumor, que pressionava o pulmão dela”, contou. A mãe diz que garota é tímida, mas adora colorir desenhos na brinquedoteca do hospital e nunca reclama de nada. A garota reage bem ao tratamento e aproveita os momentos de lazer para brincar. E se tem algo que reflete bem a garra dessa guerreira é uma das mensagens que ela divulgou no vídeo que fez com a sua mãe: “Não ignore meu pedido, pois o câncer não espera. Imagine se fosse alguém que você ama. Não seria triste?”
Que tal ajudar e contribuir com o tratamento de pacientes como o Samuel e Luíza, além de vários outros pacientes de todo o país? A sua doação pode ajudar a salvar vidas! Acesse: hospitaldeamor.com.br/doe-amor.
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
O Hospital de Amor e a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), se uniram para criar um projeto de telemedicina (prática médica realizada à distância), na tentativa de ajudar toda a população neste difícil momento de pandemia causado pelo novo coronavírus. As ações de “teletriagem” e “telemonitoramento” visam orientar, direcionar e monitorar, individualmente, cada perfil cadastrado nas unidades básicas de saúde (UBSs) de Barretos (SP).
As dinâmicas serão simples: inicialmente, será realizado o primeiro contato com o paciente através de um link, encaminhado por meio de mensagem SMS, contendo um formulário com questões relacionadas à saúde e atividades rotineiras, como: “Quais sintomas você apresenta?”; “Você tem alguma doença crônica?”; “Como se sente em relação a pandemia do coronavírus?”; “Você tem contato frequente com idosos?”, entre outras. Depois de responder as perguntas, o paciente receberá um diagnóstico básico e, então, os alunos do 6º ano do curso de medicina realizarão a análise do relatório. Após esta etapa, eles entrarão em contato com o paciente que apresentar um ou mais sintomas e/ou fizer parte do grupo de risco. Outra opção disponível, é o contato ser realizado pelo próprio paciente. Basta ele ligar para o número de 0800 enviado junto ao SMS e esclarecer dúvidas, solicitar informações ou relatar sintomas.
Para que a ação tenha êxito e que a equipe envolvida entenda o perfil de cada participante, é essencial que o questionário seja respondido por todos, pois só assim será possível identificar as pessoas que encontram-se em estado de alerta ou que necessitam de orientações na luta contra o COVID-19.
Telemedicina: a tecnologia que veio para ficar
Diante da crise gerada pelo coronavírus no país, com grandes impactos e desafios para o sistema de saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou, no último dia 19/3, um ofício ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assegurando as condições legais para o uso da telemedicina no combate ao COVID-19, preservando a relação médico-paciente e evitando a possível disseminação do vírus. Porém, há tempos o Hospital de Amor vem abordando diversas formas de implementar essa tecnologia na instituição, buscando um atendimento muito mais eficiente que incorpore técnicas digitais.
Um dos primeiros projetos a ser introduzido na entidade, é o prontuário eletrônico. De acordo com o oncologista do Hospital de Amor e diretor-geral da FACISB, Dr. Sérgio Serrano, a ferramenta irá abranger, de forma integrada e por meio de um sistema unificado, as informações das unidades fixas de tratamento localizadas em Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), além das unidades de prevenção espalhadas por vários pontos do país. A iniciativa visa adotar algumas práticas da medicina digital, inclusive com a telemedicina, como parte da estratégia de melhorar o acesso aos pacientes, diminuindo a necessidade de deslocamento deles até Barretos.
“Com a pandemia do coronavírus, vimos que era preciso acelerar e iniciar esse processo, mesmo sem contar com toda tecnologia instalada. Aproveitamos uma estrutura já existente no hospital (call center) e a forte parceria da instituição com a faculdade de medicina, e criamos um grupo de alunos voluntários no ‘teleatendimento’, para que as principais dúvidas dos pacientes em relação a consultas, reagendamentos e medidas preventivas fossem esclarecidas. Dessa forma, estamos identificando a possibilidade de incorporar a telemedicina”, afirmou Serrano.
Para o médico, é possível utilizar essas técnicas para prestar atendimento a todos os pacientes com qualidade, conforto, segurança e humanização, estejam eles em cuidados paliativos, pós-operatório, tratamento com químio e/ou radioterapia e, inclusive depois do segmento (aqueles que estão sem evidências de doença e precisam apenas de acompanhamento médico). “Independentemente de pandemia, essa assistência é essencial e o objetivo é de que se perpetue. Nós temos condições e recursos de ‘ir até o paciente’ prestar assistência ‘dentro da casa dele’ de forma humanizada, ou seja, sem tirar ele do seu conforto. Além disso, é uma ótima experiência de aprendizado para os nossos alunos, residentes e pós-graduandos, pois estamos descobrindo uma outra forma de criar um atendimento de excelência e humanização. Não iremos substituir o contato físico com o paciente, pois isso é fundamental na medicina e não vai se perder nunca, mas iremos substituir algumas consultas que, com toda certeza, conseguiremos fazer à distância sem causar nenhum dano ao tratamento do paciente”, esclareceu.
Através do software Research Eletronic Data Caputure (REDCap) – plataforma de coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa – o Hospital de Amor já está mapeando todo esse processo para poder replicar seu sistema para os outros centros de saúde.
Segundo Serrano, neste momento de crise e isolamento social, a mudança cultural vai acontecer e transformar o cenário de todo o país, pois a telemedicina está cada vez mais presente na vida das pessoas. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A telemedicina é um caminho a ser explorado, atingindo não somente as ‘teleconsultas’, mas também todas as áreas. É a tecnologia mediando todos os processos. É o novo que vem por aí. É um momento para aproveitarmos as novas oportunidades e, quem sabe, sairmos dessa situação dolorosa causada pelo coronavírus ainda mais fortalecidos para criar um mundo melhor”, finalizou o oncologista.
Com objetivo de contribuir para um melhor tratamento aos pacientes com a COVID-19 no Brasil, o Hospital de Amor está fazendo parte dos esforços da chamada ‘Coalizão COVID Brasil’, coordenada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). A iniciativa poderá contar com os esforços de até 60 outros hospitais de todo o País.
A Coalizão COVID Brasil é um projeto que está avaliando a eficácia e segurança de medicamentos para pacientes com infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) por meio de ensaios clínicos padronizados em três frentes: a primeira (Coalizão I), que envolverá pacientes de menor gravidade internados; a segunda (Coalizão II), que envolverá casos mais graves e que necessitam de maior suporte respiratório; e a terceira (Coalizão III), que envolverá pacientes com insuficiência respiratória grave e que necessitam de suporte de aparelhos (ventilador mecânico) para respirar.
O Hospital de Amor, que tem como pesquisadora principal a médica intensivista e diretora médica do HA, Dra. Cristina Prata Amendola, está contribuindo com os ensaios clínicos do projeto nas duas primeiras frentes, onde serão verificadas as efetividades dos medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina. Segundo as equipes responsáveis pelas pesquisas, os resultados deverão estar disponíveis entre 60 e 90 dias.
Com a chegada do verão, milhares de pessoas buscam alternativas para se divertirem nas praias, piscinas, parques e outros locais que ficam mais agradáveis quando o dia está bem ensolarado. Isso não é problema, desde que exista prevenção e muito cuidado com a pele, que também deve receber uma atenção especial durante as demais estações.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o tipo mais frequente da doença no mundo e, no Brasil, onde a instituto estima 85.170 casos novos de câncer de pele não melanoma entre homens; e 80.410 nas mulheres para cada ano do biênio 2018-2019. Ou seja, estes números correspondem a um risco estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84 para cada 100 mil mulheres.
Diante disso, desde 2012, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove uma campanha nacional voltada ao combate do câncer da pele denominada de “Dezembro Laranja”. De acordo com a médica dermatologista do Hospital de Amor, Dra. Cristiane Botelho Cárcano, “O objetivo desta campanha é incentivar o diagnóstico precoce do câncer de pele e orientar a população quanto as medidas necessárias para evitar este perfil de câncer, enfatizando a importância das medidas de prevenção ao câncer de pele”, esclarece a especialista.
Segundo Cristiane, apenas no Brasil, são cerca de 180 mil novos casos ao ano. E no Hospital de Amor, por ano, cerca de 3.000 pacientes são diagnosticados com câncer de pele. “Além disso, muitos pacientes apresentam vários cânceres de pele e a maioria vai necessitar de seguimento regular com equipe especializada para prevenção de novos tumores, e tratamento precoce dos que surgirem ao longo do tempo”, relata a médica.
A especialista explica que há diversas formas de câncer de pele; os mais comuns são: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. Este último é mais raro, porém costuma ter um pior prognóstico, pois é um tipo de câncer que pode ser mais agressivo se não for detectado em estágio inicial. Entretanto, as chances de cura do melanoma são de mais de 90%, quando o diagnóstico é feito em uma fase precoce, antes do surgimento de metástases. Já os cânceres de pele não melanoma, os carcinomas basocelulares e os carcinomas espinocelulares, possuem letalidade baixa, porém, são muito frequentes. Apesar da mortalidade ser baixa, são tumores que podem gerar impacto psicossocial importante e influenciar de forma negativa na qualidade de vida dos pacientes, devido à presença de cicatrizes produzidas em virtude do tratamento.
A dermatologista também esclarece que o câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, por se tratar de um país tropical, com índices de radiação ultravioleta moderado a elevado em várias regiões, o que ocorre praticamente quase o ano todo. “Os gastos com o tratamento do câncer de pele são muito elevados e isto representa um grande problema de saúde pública. Infelizmente, temos observado um aumento do número de casos de câncer de pele a cada ano. Precisamos de políticas de saúde pública voltadas para a prevenção do câncer de pele, focada na educação da população, incluindo crianças e adolescentes, em relação aos hábitos seguros de exposição ao sol”, enfatiza Cristiane, que demonstra uma preocupação com a ausência de ações para evitar este câncer.
Sinais e sintomas
Segundo Cristiane, os sinais e sintomas dos tumores cutâneos são muito variáveis, pois existem diversas tipos de cânceres relacionados à pele. Porém, de uma maneira geral, alguns sinais de alerta para o câncer de pele são: a mudança na aparência de manchas de nascença, o crescimento rápido de alguma pinta ou de uma lesão de pele nova, a mudança na coloração ou na textura de um sinal ou de uma pinta. Além de feridas que sangram e que não cicatrizam também podem ocorrer no câncer de pele. A especialista também esclarece que a radiação ultravioleta presente na luz do sol é a principal causa do câncer de pele. Portanto, evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação ultravioleta são as melhores estratégias para prevenir essa doença. De acordo com a médica, os grupos de maior risco para desenvolver o câncer de pele são as pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros, ruivos, com olhos claros, as pessoas que trabalham expostas ao sol e aqueles com história familiar de câncer de pele.
Cristiane diz que indivíduos com histórico de queimaduras solares e aquelas que possuem muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados. Ela também enfatiza sobre as principais medidas de proteção: usar chapéus, camisetas, óculos escuros, cobrir as áreas expostas ao sol com roupas apropriadas; evitar a exposição solar entre 10 e 16 horas; usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão.
A profissional esclarece sobre a necessidade de utilizar um protetor solar para proteger contra radiação UVA e UVB, e que tenha um fator de proteção solar (FPS) maior ou igual a 30. “Reaplicar o protetor solar a cada 2 horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Sempre aplique quantidades generosas do filtro solar. Observar regularmente a própria pele à procura de pintas ou sinais suspeitos; manter bebês e crianças protegidos do sol. Os filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses de idade. Sempre procure um médico se você observar qualquer sinal estranho em sua pele (uma ferida que não cicatriza, uma pinta que cresceu, mudou de cor ou de textura, uma ferida que está aumentando de tamanho ou que sangra com muita facilidade)”, diz Cristiane.
Diagnóstico e tratamento
A doutora explica que o exame completo da pele realizado por um médico experiente no diagnóstico do câncer de pele, possibilita a suspeita da doença. Diante disso, o profissional pode fazer este exame usando técnicas de diagnóstico baseadas na avaliação clínica das lesões cutâneas, podendo associar alguns dispositivos para auxiliar neste diagnóstico, como lupas dermatológicas e o dermatoscópio (um aparelho que avalia as estruturas e cores presentes nas camadas da pele de uma determinada lesão). Uma vez que o médico suspeite que câncer de pele, uma biópsia de uma parte da lesão ou da lesão inteira deve ser feita para confirmar o diagnóstico. “Há diversas opções de métodos para o tratamento do câncer de pele. A modalidade escolhida vai variar em virtude de inúmeros fatores, como o perfil de câncer, a extensão da doença, a localização do tumor e as condições clínicas do paciente. Algumas opções de tratamento são a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia, o uso de medicações orais e em forma de cremes. Se diagnosticado e tratado precocemente, o câncer de pele é curável e tem baixa letalidade”, afirma a dermatologista.
Quando questionada sobre uma possível reincidência da doença e o risco à vida, a médica explica que, se o câncer de pele for adequadamente tratado, é raro haver recidiva. “O mais comum é o surgimento de novos cânceres de pele. Uma pessoa que teve um câncer de pele tem uma chance mais elevada de ter outro câncer de pele. E, embora a maioria dos cânceres de pele são curados se diagnosticados e tratados precocemente. Porém, alguns cânceres de pele possuem um comportamento mais agressivo e podem gerar metástases (comprometimento de outros órgãos pelo tumor, além da pele), podendo causar a morte”, finaliza Cristiane.
A pandemia e a necessidade de manter o cuidado
Devido à pandemia da COVID-19, várias consultas foram adiadas e os cuidados com a saúde foram afetados no mundo inteiro. Cristiane explica que “com a pandemia, tivemos que adaptar nosso modelo de assistência médica. Passamos por várias fases. Nos momentos mais críticos, optamos por realizar uma triagem para priorizar os casos que não podiam aguardar, seguindo todas as normas de segurança preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e pela direção do Hospital de Amor. Com o relaxamento das regras de isolamento social, começamos a atender normalmente, mantendo as normas de segurança”.
A médica também declara que houve uma necessidade dos profissionais se capacitarem para melhor atender os pacientes, sempre com muita segurança. “Houve um estímulo ao uso da telemedicina, ou seja, poder fornecer atendimento médico, orientações aos pacientes ou até mesmo monitorar o estado de saúde deles de forma remota. Isso é possível devido ao uso da internet e de plataformas seguras na captação de dados, imagens e vídeos. Criar formas de fornecer assistência médica com qualidade e segurança é o maior desafio atual. Certamente, a telemedicina será uma modalidade de atendimento médico que ganhará cada vez mais destaque daqui para frente. Em relação ao câncer de pele, nós desenvolvemos programas de rastreamento usando a ‘Teledermatologia’. O lado bom da pandemia é que frente às dificuldades, sempre podemos aprender algo novo. Inovação e tecnologia juntas para enfrentar as dificuldades em prol da saúde dos nossos pacientes”, conclui a profissional.
No mês de novembro, entidades do mundo todo promovem a campanha ‘Novembro Azul’. A ação tem como intuito gerar mobilização e conscientização em relação à prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Segundo o coordenador da Divisão de Tumores do Trato Genitourinário do Hospital de Amor, Dr. João Neif Antonio Junior, trata-se de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, cujo nome era “Movember”, que é uma junção entre Mustache (‘bigode’ em inglês) e November (‘novembro’ no mesmo idioma ).
João também esclarece que “o mês foi escolhido em referência ao dia 17 de novembro, quando se comemora o ‘Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata’. Diante disso, de maneira simbólica, alguns participantes deixavam o bigode crescer em apoio à causa. E para esclarecer algumas dúvidas sobre este tipo de câncer, diagnóstico, tratamento e alguns mitos associados ao tema, o médico do HA respondeu diversas dúvidas. Confira e saiba mais sobre essa importante campanha de conscientização:
Atualmente, qual é a taxa de incidência de câncer de próstata no Brasil?
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum em homens em todo o mundo, com mais de 1,2 milhão de casos e 358.000 mortes anualmente. Conforme a previsão do INCA, são estimados, só no Brasil, cerca de 65.840 casos novos de câncer de próstata, para cada ano do triênio 2020-2022. Este valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, e a uma proporção de 29,2% de todos os casos de câncer nessa população masculina.
O câncer de próstata é mais comum em qual faixa etária?
O câncer de próstata é raramente diagnosticado antes dos 40 anos, mas a incidência aumenta rapidamente depois disso, atingindo o pico entre as idades de 65 e 74 anos.
Existem fatores de risco para o câncer de próstata? Quais?
Sim, existem fatores de risco relacionados, sendo o aumento da idade o mais importante. Além disso, alguns estudos epidemiológicos têm demostrado que o risco de câncer de próstata é maior em afro-americanos em comparação com outros grupos étnicos, algo que ocorre mais cedo. Fatores genéticos, especialmente mutações germinativas em genes de reparo de DNA, também parecem desempenhar um papel importante no desenvolvimento de certos cânceres de próstata, e podem estar associados a uma doença de comportamento mais agressivo. Outros fatores, como dieta, níveis hormonais e obesidade, têm sido estudados com o objetivo de desenvolver estratégias para reduzir o risco de câncer de próstata.
Como prevenir este tipo de câncer?
Devido ao fato da causa exata do câncer de próstata não ser conhecida, não se torna possível impedir que o aparecimento da doença ocorra na maior parte dos casos. Além disso, alguns dos importantes fatores de risco tais como idade, raça e histórico familiar também não podem ser controlados. No entanto, existem recomendações extremamente válidas, tais como garantir o controle do peso através de uma dieta saudável (com grande variedade de vegetais e frutas diariamente), e ser fisicamente ativo, por meio de práticas adequadas e regulares de atividades físicas.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de próstata?
O câncer de próstata em estágio inicial pode não provocar sintomas. Entretanto, em situações em que a doença está aumentando podem surgir sintomas como alterações na frequência miccional (de urina); fluxo urinário fraco ou interrompido; vontade de urinar frequentemente à noite (nictúria); presença de sangue na urina ou no sêmen e disfunção erétil.
Qual a importância do diagnóstico precoce?
Estabelecer o diagnóstico em fase inicial permite tratamentos que proporcionem melhores resultados, o que contribui para maiores chances de cura da doença.
Quais são os exames preventivos mais eficazes?
Os exames preventivos mais eficazes são a dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue associado a realização do toque retal.
O câncer de próstata tem cura?
Sim, o câncer de próstata tem cura, principalmente se o diagnóstico for realizado em fases mais iniciais da doença.
Qual é o tratamento indicado para o câncer de próstata detectado precocemente?
Os tratamentos que podem ser indicados em fases mais iniciais são principalmente a retirada cirúrgica da próstata doente; a radioterapia em suas diferentes modalidades e a hormonoterapia, que tem como objetivo diminuir temporariamente os níveis do hormônio testosterona.
Quais são os tipos de tratamentos possíveis nos diagnósticos tardios?
Em fases mais avançadas da doença, também há possibilidade do emprego de medicações de diferentes classes que objetivam a diminuição dos níveis de testosterona, além de outras abordagens terapêuticas, como a quimioterapia.
Devido à pandemia da COVID-19, já é possível perceber algum reflexo nos atendimentos?
Acredito que houve impacto no acesso dos indivíduos aos serviços de saúde, o que influenciou nas possibilidades de diagnóstico precoce e tratamento em fases iniciais das doenças oncológicas. Essa sobrecarga do sistema de saúde devido à pandemia, infelizmente, desalinhou a atenção e o cuidado com a saúde em muitas outras frentes. Aproveito para estimular com que os homens com mais de 50 anos sejam avaliados para o rastreamento do câncer de próstata e acimo de tudo, que todos priorizem a sua saúde, dando a devida importância à alimentação saudável e a prática regular de atividades físicas e de lazer.
Referência no tratamento oncológico e atuante no trabalho de prevenção do câncer, o Hospital de Amor realiza uma nova conquista: integrar o projeto e implantar a ferramenta SmartDR. A iniciativa é promovida pela startup norte-americana Aquila Med, com sócios brasileiros, Fernando Peixoto e Rodrigo Greco, e tem como objetivo maximizar a produtividade e qualidade do trabalho realizado pela equipe do HA, por meio da ‘dupla leitura’ de 100% dos exames de mamografia, utilizando inteligência artificial (IA) como ferramenta de auxílio. Atingindo mais de 98% de confiança na predição dos resultados benignos de um exame mamográfico, a tecnologia está ancorada em rastreamento por mapa de cor de sensibilidade e especificidade em relação às lesões observadas na imagem, auxiliando no processo de dupla leitura permitindo agilidade na arbitragem dos casos discrepantes entre a leitura humana e da máquina, criação e priorização de filas de trabalho.
Segundo a médica radiologista da instituição, Dra. Silvia Sabino, ‘o termo dupla leitura’ significa que a mamografia é revista por 2 radiologistas de forma independente ou interpretada em conjunto. É uma prática padrão na Europa e obrigatória dentro dos programas de rastreamento mamográficos.
O software SmartDR está em fase de validação no Brasil, nos EUA e na Argentina. Além do HA, existem mais duas instituições no Brasil fazendo uso da plataforma. O Departamento de Prevenção, junto ao Programa de Qualidade Total em Mamografia, coordenado pela Dra. Silvia Sabino, vem ajudando o time da Aquila Med a desenvolver a ferramenta já há mais de ano.
A tecnologia em favor da vida
Dra. Silvia enaltece a grande conquista da instituição, uma vez que esse triunfo pode contribuir para salvar mais vidas, já que antes da implantação da ferramenta, apenas uma fração dos exames realizados tinha a possibilidade de ser revisto, devido à grande demanda. “Atualmente, 100% da produção de mamografias está automaticamente passando pela ferramenta de Inteligência Artificial (IA), promovendo, assim, um aumento de produtividade e qualidade de diagnóstico e redução de carga de trabalho”.
A especialista reforça que o cenário ideal de realização de mamografias de rastreamento, fora o período da pandemia, em média, chegaria a 2.000 mulheres beneficiadas por dia com este novo protocolo. “A AI maximiza a eficiência e qualidade de diagnóstico, agregando valor em cada parte do processo da realização da mamografia”, comenta Rodrigo Greco, CEO da Aquila Med.
A radiologista que atende mulheres vindas de milhares de cidades do Brasil, não contém a emoção ao falar sobre êxito de poder estar à frente de um projeto tão inovador. “As ferramentas de Inteligência Artificial que pareciam uma realidade distante, hoje fazem cada vez mais parte das nossas vidas e rotinas de trabalho, agregando eficiência, agilidade e segurança na tomada de decisão. O que no passado era humanamente impossível de ser realizado, no caso a releitura da totalidade dos nossos exames realizados, dado ao grande volume, hoje, consegue ser feito em ⅓ do tempo permitindo garantir a excelência cada vez maior do serviço prestado pela Fundação Pio XII”, declara Dra. Silvia.
O Hospital de Amor Jales deu mais um importante passo na sua história como centro de referência no tratamento do câncer. Na terça-feira, 8/9, a equipe de radioterapia da unidade do HA, em Jales (SP), atendeu o primeiro paciente utilizando uma técnica recém-implantada no centro oncológico, o IMRT – “Intensity–Modulated Radiation Therapy”.
A física médica responsável, Laís Bueno da Silva, esclarece que a técnica representa um dos mais importantes avanços da história da radioterapia e que o procedimento é um aperfeiçoamento do tratamento que já é oferecido aos pacientes, visando a redução dos efeitos colaterais a curto e longo prazo, através da diminuição da exposição à toxicidade. “O conjunto de equipamentos adquirido proporcionou a implementação da técnica de tratamento que consiste em uma melhor distribuição de dose da radioterapia, permitindo a administração de altas doses de radiação no tumor e, consequentemente, aumentando a possibilidade de controle da doença e reduzindo a dose da radiação entregue aos tecidos e órgãos saudáveis ao redor da área do tumor”, explicou.
A gerente da unidade de tratamento oncológico do HA, Camila Venturini, explica que, desde a autorização da compra do conjunto de equipamento que permite o uso da técnica, em agosto de 2019, foram realizados vários trâmites que demandaram tempo, como importação, instalação, implementação e testes de segurança, até que tudo estivesse pronto para o tratamento dos pacientes. Inclusive, que o controle de qualidade é uma das fases mais importante do processo. “O planejamento realizado no computador deve ser verificado através do controle de qualidade. Essa tarefa é realizada pelos profissionais de física médica diretamente no aparelho de tratamento. Nessa etapa, eles comparam o que foi planejado com o que realmente está sendo realizado pelo aparelho. O teste é feito antes do tratamento de todos os pacientes que passarão pela técnica”, explicou.
O rádio-oncologista, Dr. Rubem Andrade, explica que a técnica vai oferecer melhorias às possibilidades de tratamento ao paciente. “Como a técnica de IMRT pode reduzir os danos aos tecidos normais, podem ser utilizadas doses maiores para tratar tumores localizados próximos aos órgãos de risco e estruturas críticas importantes, como por exemplo, tumores pélvicos e de cabeça e pescoço”, mencionou o especialista.
PROJETO
A gerente administrativa da unidade, Camila Venturini, conta que em novembro de 2018 foi entregue um ofício à deputada estadual Analice Fernandes, no qual a instituição expressava a necessidade dos equipamentos, bem como, os benefícios desta nova técnica de tratamento. “Ficamos contentes quando vemos um projeto se concretizar e principalmente em saber, que milhares de pacientes serão beneficiados com essa nova técnica. Agradeço, em nome de todos os nossos usuários, a todos que contribuíram para essa conquista”, finalizou.
Oferecer tratamento humanizado a todos os pacientes é o grande diferencial do Hospital de Amor (HA). Outro fator extremamente importante na instituição é a utilização de tecnologia de ponta, aliada ao bom trabalho de profissionais altamente capacitados e qualificados. A equipe de Radioterapia do HA deu início à instalação, neste mês, de uma nova conquista no departamento: o acelerador linear Trilogy®. A partir de outubro deste ano, os pacientes que necessitarem realizar o procedimento de radioterapia durante o tratamento oncológico poderão contar com mais esta novidade.
De acordo com o rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Danilo Nascimento Salviano Gomes, trata-se de um aparelho de alta tecnologia que vai possibilitar o tratamento de mais pacientes e, além dos procedimentos convencionais e hipofracionados, também possibilitará a realização de radiocirurgia, que é realizado pelo departamento. “O novo aparelho de alta tecnologia pode ser utilizado para a realização de radiocirurgia intracraniana e extracraniana. Devido à sua alta precisão, o tratamento radiocirúrgico consegue oferecer alta dose de radiação em um volume alvo reduzido, diminuindo a dose nos tecidos normais e o número de sessões de radioterapia”, afirmou.
O aparelho permite a realização do chamado ‘IGRT’ (radioterapia guiada por imagem). Tal tecnologia possibilita a verificação diária dos movimentos dos órgãos e a relação deles com o tumor, reduzindo possíveis efeitos colaterais, por atuar com maior precisão e segurança na entrega de dose.
Para ele, é uma alegria e satisfação muito grande poder oferecer radioterapia de alta tecnologia para os pacientes. “Graças a essa conquista, nós conseguimos oferecer um tratamento mais seguro e preciso. Um tratamento de câncer de próstata, por exemplo, que antes era realizado em 39 sessões, poderá ser realizado em até 5 sessões nesse novo equipamento. Isso beneficia o paciente diretamente, com a redução do número de frações de radioterapia. A realização de uma radiocirurgia intracraniana, por exemplo, minimiza a toxidade aguda e tardia, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente”, ressaltou o especialista, que faz parte da equipe de rádio-oncologistas que atuam na unidade do Hospital de Amor Barretos e que realizam, em média, 300 sessões de radioterapia por dia.
A instituição, em projeto redigido pelo coordenador do departamento, Dr. Renato J. Affonso Jr., angariou os recursos do aparelho e foi beneficiada por meio da aprovação de projeto enviado ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que , junto ao Ministério da Saúde, auxilia entidades sem fins lucrativos que apresentam ações e projetos de prevenção e combate ao câncer, estimula a prevenção e reabilitação da pessoa com deficiência, apoia a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos – em todos os níveis.
Capacitação de profissionais
Ao pleitear o recurso junto ao PRONON para obtenção do equipamento, foi proposto um cronograma de capacitação aos profissionais da área de radioterapia. Desta forma, o Hospital de Amor irá promover um curso para o treinamento com 130 vagas (todas já preenchidas), para quatro especialidades distintas.
Dentre elas, 20 são para médicos rádio-oncologistas, cujo objetivo é aprimorar os conhecimentos clínicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe, guiada por imagem e estereotaxia extracraniana em serviço com alto volume de pacientes. Outras 20 são destinadas ao profissional que atua como físico médico, que poderá aprimorar os conhecimentos físicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe e guiada por imagem, além de controle de qualidade segundo as normas nacionais e internacionais. Outras 20, ao dosimetrista, que será capaz de aprimorar os conhecimentos em delineamento e planejamento da radioterapia tridimensional com introdução à radioterapia. Ademais, são 70 vagas que estarão destinadas a profissionais da área técnica (tecnólogos, técnicos de radioterapia e técnicos em radiologia) que receberão treinamento em equipamento de alta tecnologia (Trilogy®).
O curso será dividido em duas fases: a primeira etapa tem início previsto para setembro e término em outubro, por meio de plataforma digital, onde os participantes terão aulas sobre os princípios de radioterapia, física médica e de radiobiologia. Após introdução teórica, os alunos iniciarão a segunda etapa, cuja data de início está marcada para o mês de novembro, quando deverão in loco ter contato com a rotina do departamento, processos que envolvem o tratamento de um paciente, protocolos institucionais e contato com o novo equipamento, no Hospital de Amor Barretos (SP). Porém, devido à pandemia da COVID-19, é possível que ocorreram alterações nesse calendário.
O Hospital de Amor, que há quase quatro meses precisou interromper as atividades de 15 das suas 18 unidades voltadas para prevenção de câncer em todo o país, por conta da pandemia do novo coronavírus, acaba de criar um protocolo para retomada gradual dos atendimentos, respeitando não apenas a necessidade no retorno dos exames preventivos oferecidos, mas também garantindo a segurança de pacientes e profissionais de saúde a partir dos cenários locais frente à pandemia.
De acordo com a médica radiologista do Instituto de Prevenção do HA, Dra. Sílvia Sabino, o protocolo é resultado de uma ação conjunta de profissionais de diversos setores da instituição e da Dra. Selma Bauab, da Clínica MamaImagem, com o suporte do Colégio Brasileiro de Radiologia e do instituto holandês The Dutch Nacional Expert and Training Center for Breast Cancer Screening (LRCB), além da participação de profissionais parceiros do Canadá e Reino Unido que disponibilizaram suas próprias orientações de retomada.
A médica explica que a urgência em reabrir as unidades leva em consideração o volume de exames realizados por mês pelo HA antes da pandemia, que chegava a 20 mil no total, e o tempo que pode demorar para acomodar a fila de pacientes que se formou com a paralisação, um número estimado, até o momento, em 80 mil pessoas. “Nós temos um problema muito grande, pois, com certeza, teremos um atraso em termos de diagnóstico”, ressalta.
O protocolo do HA ditará regras de biossegurança para todas as unidades e irá se basear no risco de desenvolvimento de câncer dos pacientes para organizar a prioridade no atendimento, acolhendo, em um primeiro momento, pacientes com resultados de exames anteriores com alto risco de câncer e pacientes com mutação genética; depois, pacientes com risco intermediário e, por último, os indivíduos para realização de rastreamento em geral. Para nortear as ações e processos necessários, foram criados vários documentos e materiais de orientação, incluindo um vídeo, folders, banners e guias rápidos, a fim de reforçar as informações e minimizar o risco de contaminação, garantindo a segurança de todos os envolvidos.
Com unidades espalhadas por diversas regiões do Brasil, houve também a preocupação com as realidades locais frente à pandemia. “Então, criamos uma ferramenta, que está dentro da plataforma RedCap (utilizada para gestão de dados na instituição), a qual todas as unidades têm acesso por meio de um profissional responsável cadastrado; por lá, são inseridos alguns dados da situação local, como o número de casos diagnosticados internados, números de leitos de UTI e enfermaria ocupados e disponíveis, além da capacidade de atendimento que a unidade tinha antes da pandemia”, detalha Dra. Silvia. Segundo ela, automaticamente a ferramenta calcula em que fase da pandemia a unidade está, qual o risco de contaminação e qual é a porcentagem de funcionamento com que a unidade pode trabalhar, determinando, inclusive, o número máximo de atendimentos permitidos por dia.
Futuramente, quando forem retomados os atendimentos de rastreamento populacional de baixo risco, uma nova ferramenta será incorporada ao protocolo. Resultado de uma parceria com o Massachusetts General Hospital de Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Instituto Protea, o dispositivo utilizará inteligência artificial para estabelecer a prioridade no atendimento, a fim de reduzir o impacto que poderia ser causado por diagnósticos tardios.
Jogar bola, brincar no celular e fazer amigos, esses são alguns dos hobbies do simpático Samuel Chaves, de 9 anos. Quem conhece o alegre mineirinho, natural de Luz (MG), nem imagina que, além de transmitir muito brilho, ele também erradia maturidade. A luta pela sua vida começou há três anos quando, após uma queda, ele começou a sentir fortes dores na perna. De acordo com a mãe, Grazielle Chaves, 34 anos, em 2017, apareceu um caroço (linfonodo) atrás da orelha de Samuel. Como não é algo natural, ela o levou ao pediatra na cidade onde viviam.
Após realizar exame clínico, o profissional que atendeu a família disse para mãe que não se tratava de nada grave e que logo o caroço iria desaparecer. Mesmo assim, o doutor passou um medicamento e pediu para que se tranquilizassem, pois o Samuel logo ficaria bem. Ao ouvir isso, Grazielle ficou mais calma, no entanto, outras dores surgiram após uma queda que Samuel sofreu. “Ele caiu e os problemas começaram a aparecer. Ele sentia dores fortes na perna e começou a mancar. Logo depois, com menos de dois meses que ele havia caído, o Samuel parou de andar”, relatou a mãe do garoto.
Novamente, a família foi em busca de ajuda médica para entender o que estava acontecendo com o pequeno. “Fizemos vários exames e nada foi detectado. Por fim, o mesmo médico que tínhamos visitado solicitou exame de cintilografia óssea, e o resultado: todos os ossos dele já estavam comprometidos. Foi um baque! O chão se abriu e nós ficamos sem saber como agir”, contou Grazielle, emocionada. Nesse momento, uma luz surgiu na vida de Samuel. Um amigo da família indicou o Hospital de Amor e, imediatamente, a família solicitou uma vaga. No dia 8 de dezembro de 2017, Samuel fez sua primeira consulta no HA e finalmente recebeu seu diagnóstico: LLA (leucemia linfoide aguda).
Com o diagnóstico fechado e a equipe médica pronta para apoiar e iniciar o tratamento, nada abalaria o desejo de viver de Samuel, muito menos os 314 km de distância de sua cidade. E foi assim, batalhando contra as dores e contra os medos, que a família de Samuel iniciou o maior desafio de suas vidas: lutar contra o câncer. “O começo é uma fase muito difícil, pois a vida muda completamente. No início, ficamos apenas eu e ele em Barretos (SP), pois meu marido e a minha outra filha, na época com apenas um ano e meio, ficaram em nossa cidade. Foi uma fase complicada”, explicou a mãe do paciente.
Logo após o início do tratamento e as primeiras sessões de quimioterapia, Samuel apresentou uma melhora significativa e, desde então, vem reagindo muito bem, sem náuseas ou complicações.
Os desafios que surgem ao longo do tratamento
Engana-se quem pensa que durante os três anos de tratamento houve apenas momentos tristes! Samuel participa ativamente do projeto musical da instituição, que oferece aulas de músicas para os pacientes (crianças e adolescentes) em tratamento no Hospital de Amor Infantojuvenil. Além disso, o mineirinho também já concedeu entrevistas e gravou o comercial oficial do Hospital de Amor. Sem contar que ele é presença garantida em todos os eventos e festividades que acontecem na entidade.
Durante todo esse tempo, ele já soltou fartas gargalhadas com a trupe dos ‘Palhaços da Alegria’, pintou desenhos e fez a festa na brinquedoteca da unidade infantojuvenil. E teve o inesquecível encontro com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata.
Quando morou no Lar de Amor (alojamento do HA para pacientes e seus familiares), durante nove meses, Samuel aproveitava para se divertir nas salas de jogos, TV e nas diversas apresentações de artistas que rolaram na casa. Sem dúvidas, ele é um paciente querido por todos! Quando questionado sobre seu tratamento, o pequeno paciente estufa o peito para falar sobre uma importante conquista: “Eu tenho fé e pedi para Deus para o meu cabelo não cair por causa da quimioterapia. E não caiu”, disse cheio de orgulho.
Para a mãe de Samuel, o carinho com que a equipe do HA trata as crianças e os familiares é fundamental. “Eu sou muito grata a todos os funcionários da instituição, que fizeram e fazem a diferença na vida do meu filho. Todos eles dedicam amor e carinho na vida de todos os pacientes do hospital. O Senhor abriu a porta do melhor lugar para que o meu filho pudesse fazer o tratamento, Deus cuidou de cada detalhe desde o começo. Eu pedi para Deus que eu não queria ver o meu filho sofrer. Acredito que Ele ouviu minhas orações”.
O tratamento do Samuel está previsto para terminar no fim deste ano. Alguém duvida que ele vai continuar brilhando por anda passa?
Paciente grava mensagem pedindo doações em prol do HA
Luíza: combatente, gloriosa e guerreira. Alguém, cujo nome significa tanta qualidade, só poderia ser uma pessoa que nasceu para fazer a diferença. Essa é mais uma história de uma valente paciente do Hospital de Amor Infantojuvenil, que trata de um tumor de Askin – sarcoma de Ewing.
Ao saber da dificuldade financeira que o HA está sofrendo devido à pandemia do novo coronavírus, a paciente Luíza Cardoso, de 6 anos, falou para sua mãe, Ana Paula Cardoso, que precisavam fazer algo para ajudar a instituição. Na ocasião, ambas concordaram que algo deveria ser feito, e foi.
Com muita vontade de ajudar e com o coração cheio de esperança, mãe e filha escreveram mensagens em vários cartazes e gravaram um vídeo. O conteúdo foi publicado nas redes sociais e ganhou vários likes e compartilhamentos. “Eu estou vencendo o câncer porque tive a oportunidade de me tratar no melhor hospital: o Hospital de Amor. Por isso, estou aqui para que outras pessoas possam ser salvas”, diz um dos cartazes exibidos por elas.
Ana Paula (funcionária pública) revela que nunca imaginou que o vídeo teria tanta visibilidade, mas que ficou feliz em saber que a mensagem chegou a muita gente.
A família, que é de Águas de Lindóia (SP), vive em Barretos desde maio de 2019. “Ela sentia falta de ar, então o pediatra constatou que ela estava com derrame pleural devido ao tumor, que pressionava o pulmão dela”, contou. A mãe diz que garota é tímida, mas adora colorir desenhos na brinquedoteca do hospital e nunca reclama de nada. A garota reage bem ao tratamento e aproveita os momentos de lazer para brincar. E se tem algo que reflete bem a garra dessa guerreira é uma das mensagens que ela divulgou no vídeo que fez com a sua mãe: “Não ignore meu pedido, pois o câncer não espera. Imagine se fosse alguém que você ama. Não seria triste?”
Que tal ajudar e contribuir com o tratamento de pacientes como o Samuel e Luíza, além de vários outros pacientes de todo o país? A sua doação pode ajudar a salvar vidas! Acesse: hospitaldeamor.com.br/doe-amor.
Foi baseado em um sonho e motivado pela fé, que a unidade do Hospital de Amor, em Jales (SP), foi inaugurada, há dez anos. No dia 10 de junho, a 1ª filial para tratamento oncológico do Hospital de Câncer de Barretos – antigo nome da instituição – construída fora da cidade de Barretos (SP), comemora seu décimo aniversário, com muitas homenagens e abraços virtuais de seus pacientes, colaboradores e voluntários.
Com o objetivo de ‘desafogar’ os atendimentos realizados na matriz e atender toda a população da região noroeste do estado de São Paulo, o HA Jales foi criado, aproximando o tratamento oncológico de excelência e gratuito a milhares de pessoas daquela localidade.
Como tudo começou
Em 2008, dois anos antes da Fundação Pio XII instalar, definitivamente, o hospital no município, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer (AVCC) de Jales e o Rotary Club Grandes Lagos inauguraram um centro de reabilitação, oferecendo atendimentos fisioterápicos para pacientes oncológicos em uma das alas do antigo prédio da ‘Fundação Massaru Kitayama’ (local onde atualmente funciona o ambulatório médico na unidade).
No ano de 2009, com a vinda da Unidade III do Hospital de Câncer de Barretos para Jales, esses mesmos voluntários e rotarianos fizeram a doação do centro de reabilitação para a instituição, dando seguimento ao trabalho que já estava sendo realizado. De acordo com o presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, na época, para que o projeto se concretizasse, foi realizado um grande movimento político na cidade e na região, com apoio de diversas lideranças e também do então deputado federal, Vadão Gomes. “Os 10 anos da unidade de Jales têm um significado muito grande na história do Hospital de Amor, pois foi a primeira filial que nós conseguimos construir fora do centro onde a instituição nasceu, que é Barretos, exercendo os mesmos valores, soluções, a mesma medicina, ou seja, sendo também o ‘Hospital de Amor’. Graças a essa conquista, fomos encorajados a ir mais longe! Fomos para a Amazônia, Centro-oeste, Nordeste e agora estamos chegando a Palmas, e o hospital de Jales foi o grande responsável por tudo isso, por isso eu me orgulho muito desta unidade”, afirmou Prata.
No início, o Hospital era dividido em apenas dois pavilhões e tinha capacidade para realizar, mensalmente: mais de sete mil exames de diagnóstico, 4.200 consultas e 300 cirurgias, além de 1.500 procedimentos de quimioterapia e 5.500 de radioterapia. Atualmente, a unidade oferece cerca de 12.223 exames de diagnóstico, 5.992 consultas, 128 cirurgias, 1.696 quimioterapias e 2.665 procedimentos de radioterapias.
“Fazer parte da equipe do Hospital do Amor foi um presente que recebi quando o senhor Henrique Prata me convidou. Fico honrado em poder acompanhar a evolução desse trabalho durante esses 10 anos e ver o quanto crescemos e quantas pessoas passaram por aqui”, contou o diretor clínico e primeiro médico a atender na unidade, Dr. André Silveira.
Para o presidente do HA, a inauguração da unidade em Jales e a comemoração de seus 10 anos de existência são a prova de que a providência divina existe. “Sem dúvidas, foi uma bênção para o Hospital de Amor. Muito obrigado a todos os colaboradores, corpo clínico e pacientes, por fazerem parte desta história verdadeira e nos encherem de orgulho. Parabéns a todos!”.
Humanização
Com o mesmo padrão de atendimento oferecido no centro oncológico em Barretos, a unidade de Jales também se tornou referência no tratamento humanizado aos pacientes. “Não tenho do que reclamar. Desde o primeiro dia que fui atendida no hospital para fazer um exame mamografia, até quando precisei fazer uma cirurgia de retirada dos lábios, pois uma ferida havia se transformado em câncer, eu recebi o melhor atendimento que alguém poderia receber. Eu agradeço pelo cuidado e carinho com tudo o que fazem nesta instituição”, declarou Aurora Rodrigues de Souza, de 53 anos – primeira paciente atendida pelo Hospital de Amor Jales.
“Aqui, temos a oportunidade de aprender todos os dias, com histórias que nos comovem e trajetórias que nos inspiram. Vejo que em todos os setores da unidade, o empenho e a dedicação dos profissionais são constantes, até mesmo nos momentos difíceis como este que estamos passando. Só nos resta agradecer e pedir que para tenhamos dias melhores”, esclareceu o diretor clínico.
Parceria de sucesso
Neste mês de junho, a Associação Voluntária de Combate ao Câncer de Jales também celebra mais um ano de trabalho árduo em prol do HA. São 15 anos de dedicação total aos pacientes oncológicos, prestando assistência aos que estão em vulnerabilidade social.
Para presidente da entidade, Rosely Pupim a vinda do Hospital de Amor para Jales é uma imensa alegria para todos, e essa parceria tão importante é a realização do sonho das fundadoras da AVCC e dos voluntários. “Graças a essa parceria, conseguimos ter contato direto com os pacientes, que são a razão do nosso trabalho. É muito gratificante para nós a oportunidade de doar nosso tempo e trabalho em prol dos portadores desse mal que aflige tantas pessoas”, finalizou.
O Hospital de Amor e a Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), se uniram para criar um projeto de telemedicina (prática médica realizada à distância), na tentativa de ajudar toda a população neste difícil momento de pandemia causado pelo novo coronavírus. As ações de “teletriagem” e “telemonitoramento” visam orientar, direcionar e monitorar, individualmente, cada perfil cadastrado nas unidades básicas de saúde (UBSs) de Barretos (SP).
As dinâmicas serão simples: inicialmente, será realizado o primeiro contato com o paciente através de um link, encaminhado por meio de mensagem SMS, contendo um formulário com questões relacionadas à saúde e atividades rotineiras, como: “Quais sintomas você apresenta?”; “Você tem alguma doença crônica?”; “Como se sente em relação a pandemia do coronavírus?”; “Você tem contato frequente com idosos?”, entre outras. Depois de responder as perguntas, o paciente receberá um diagnóstico básico e, então, os alunos do 6º ano do curso de medicina realizarão a análise do relatório. Após esta etapa, eles entrarão em contato com o paciente que apresentar um ou mais sintomas e/ou fizer parte do grupo de risco. Outra opção disponível, é o contato ser realizado pelo próprio paciente. Basta ele ligar para o número de 0800 enviado junto ao SMS e esclarecer dúvidas, solicitar informações ou relatar sintomas.
Para que a ação tenha êxito e que a equipe envolvida entenda o perfil de cada participante, é essencial que o questionário seja respondido por todos, pois só assim será possível identificar as pessoas que encontram-se em estado de alerta ou que necessitam de orientações na luta contra o COVID-19.
Telemedicina: a tecnologia que veio para ficar
Diante da crise gerada pelo coronavírus no país, com grandes impactos e desafios para o sistema de saúde, o Conselho Federal de Medicina (CFM) enviou, no último dia 19/3, um ofício ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, assegurando as condições legais para o uso da telemedicina no combate ao COVID-19, preservando a relação médico-paciente e evitando a possível disseminação do vírus. Porém, há tempos o Hospital de Amor vem abordando diversas formas de implementar essa tecnologia na instituição, buscando um atendimento muito mais eficiente que incorpore técnicas digitais.
Um dos primeiros projetos a ser introduzido na entidade, é o prontuário eletrônico. De acordo com o oncologista do Hospital de Amor e diretor-geral da FACISB, Dr. Sérgio Serrano, a ferramenta irá abranger, de forma integrada e por meio de um sistema unificado, as informações das unidades fixas de tratamento localizadas em Barretos (SP), Jales (SP) e Porto Velho (RO), além das unidades de prevenção espalhadas por vários pontos do país. A iniciativa visa adotar algumas práticas da medicina digital, inclusive com a telemedicina, como parte da estratégia de melhorar o acesso aos pacientes, diminuindo a necessidade de deslocamento deles até Barretos.
“Com a pandemia do coronavírus, vimos que era preciso acelerar e iniciar esse processo, mesmo sem contar com toda tecnologia instalada. Aproveitamos uma estrutura já existente no hospital (call center) e a forte parceria da instituição com a faculdade de medicina, e criamos um grupo de alunos voluntários no ‘teleatendimento’, para que as principais dúvidas dos pacientes em relação a consultas, reagendamentos e medidas preventivas fossem esclarecidas. Dessa forma, estamos identificando a possibilidade de incorporar a telemedicina”, afirmou Serrano.
Para o médico, é possível utilizar essas técnicas para prestar atendimento a todos os pacientes com qualidade, conforto, segurança e humanização, estejam eles em cuidados paliativos, pós-operatório, tratamento com químio e/ou radioterapia e, inclusive depois do segmento (aqueles que estão sem evidências de doença e precisam apenas de acompanhamento médico). “Independentemente de pandemia, essa assistência é essencial e o objetivo é de que se perpetue. Nós temos condições e recursos de ‘ir até o paciente’ prestar assistência ‘dentro da casa dele’ de forma humanizada, ou seja, sem tirar ele do seu conforto. Além disso, é uma ótima experiência de aprendizado para os nossos alunos, residentes e pós-graduandos, pois estamos descobrindo uma outra forma de criar um atendimento de excelência e humanização. Não iremos substituir o contato físico com o paciente, pois isso é fundamental na medicina e não vai se perder nunca, mas iremos substituir algumas consultas que, com toda certeza, conseguiremos fazer à distância sem causar nenhum dano ao tratamento do paciente”, esclareceu.
Através do software Research Eletronic Data Caputure (REDCap) – plataforma de coleta, gerenciamento e disseminação de dados de pesquisa – o Hospital de Amor já está mapeando todo esse processo para poder replicar seu sistema para os outros centros de saúde.
Segundo Serrano, neste momento de crise e isolamento social, a mudança cultural vai acontecer e transformar o cenário de todo o país, pois a telemedicina está cada vez mais presente na vida das pessoas. “A partir do momento em que se cria a possibilidade de se aproximar das pessoas e cuidar delas com alguma nova tecnologia, levando saúde e promoção de saúde, é uma passagem sem volta! A telemedicina é um caminho a ser explorado, atingindo não somente as ‘teleconsultas’, mas também todas as áreas. É a tecnologia mediando todos os processos. É o novo que vem por aí. É um momento para aproveitarmos as novas oportunidades e, quem sabe, sairmos dessa situação dolorosa causada pelo coronavírus ainda mais fortalecidos para criar um mundo melhor”, finalizou o oncologista.
Com objetivo de contribuir para um melhor tratamento aos pacientes com a COVID-19 no Brasil, o Hospital de Amor está fazendo parte dos esforços da chamada ‘Coalizão COVID Brasil’, coordenada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). A iniciativa poderá contar com os esforços de até 60 outros hospitais de todo o País.
A Coalizão COVID Brasil é um projeto que está avaliando a eficácia e segurança de medicamentos para pacientes com infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) por meio de ensaios clínicos padronizados em três frentes: a primeira (Coalizão I), que envolverá pacientes de menor gravidade internados; a segunda (Coalizão II), que envolverá casos mais graves e que necessitam de maior suporte respiratório; e a terceira (Coalizão III), que envolverá pacientes com insuficiência respiratória grave e que necessitam de suporte de aparelhos (ventilador mecânico) para respirar.
O Hospital de Amor, que tem como pesquisadora principal a médica intensivista e diretora médica do HA, Dra. Cristina Prata Amendola, está contribuindo com os ensaios clínicos do projeto nas duas primeiras frentes, onde serão verificadas as efetividades dos medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina. Segundo as equipes responsáveis pelas pesquisas, os resultados deverão estar disponíveis entre 60 e 90 dias.