No mês conhecido como ‘Julho Verde’ – período em que é realizada a campanha nacional de prevenção contra o câncer de cabeça e pescoço, que visa conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor tem orgulho em compartilhar uma grande conquista! Em 59 anos de história, o HA é reconhecido por sua excelência no tratamento oncológico, oferecendo, gratuitamente, assistência a milhares de pacientes vindos de todas as partes do país. Recentemente, a instituição deu um grande passo ao realizar uma cirurgia de altíssimo grau de complexidade, tecnologia de ponta e envolvimento multidisciplinar – procedimento jamais visto no Sistema Único de Saúde (SUS) – em paciente com câncer considerado ‘inoperável’.
A Ressecção Craniofacial de Exenteração de Órbita Ampliada para a Base do Crânio contou com três meses de planejamento e 22 horas de execução, envolvendo as áreas de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, neurocirurgia, cirurgia crânio maxilo facial, odontologia, oncologia clínica, enfermagem e radioterapia. De acordo com cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato de Castro Capuzzo, essa não foi a primeira vez que o HA realizou esse tipo de cirurgia, mas foi a mais complexa em planejamento e execução. “Esse tipo procedimento só foi possível, porque o hospital permite essa integração multidisciplinar, o que é muito difícil de ser visto em outras instituições, inclusive nas privadas. Utilizamos recursos para tratamento oncológico que são extremamente difíceis de serem executados no SUS, tanto por disponibilidade quanto por questões lógicas”, afirmou.
O jovem paciente Gustavo Henrique de Moraes Porto, de 19 anos, morador de Passos de Minas (MG), está tratando um sarcoma (tumor que começa nos tecidos moles do corpo, como músculos e gordura) e, antes de chegar ao Hospital de Amor, já havia sido submetido a alguns procedimentos em sua cidade. “O tumor deste paciente já tinha sido considerado inoperável em outros hospitais oncológicos. O grande diferencial desta cirurgia foi permitir que uníssemos tantas tecnologias e técnicas complexas em um único caso, para aumentar as chances de cura e minimizar as sequelas ocasionadas por um tratamento tão difícil. Esperamos que este paciente tenha um ótimo progresso e nos auxilie a ajudar muitos outros”, declarou o médico cirurgião plástico e microcirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Cleyton Dias Souza.
Além da remoção do tumor, a cirurgia também trouxe outros benefícios para o paciente. “O objetivo é que ele apresente uma melhora considerável e que a reabilitação permita ele de ter uma vida normal com sua família, sem os estigmas que um tratamento de câncer no rosto acarreta”, finalizou Dr. Capuzzo.
Para Gustavo, a realização da cirurgia foi um marco em sua vida, motivo de alegria e esperança. Atualmente, ele encontra-se em boa evolução pós-operatória e foi liberado para retornar ao seu município, enquanto aguarda para continuar com o tratamento adjuvante (um complemento após o procedimento principal) com radioterapia.
Saiba mais
Assista o programa “Acima de Tudo o Amor”, exibido no último dia 11 de julho, e confira os detalhes dessa cirurgia de sucesso. Acesse o nosso canal do YouTube: youtube.com/hospitaldeamor.
Oferecer tratamento humanizado a todos os pacientes é o grande diferencial do Hospital de Amor (HA). Outro fator extremamente importante na instituição é a utilização de tecnologia de ponta, aliada ao bom trabalho de profissionais altamente capacitados e qualificados. A equipe de Radioterapia do HA deu início à instalação, neste mês, de uma nova conquista no departamento: o acelerador linear Trilogy®. A partir de outubro deste ano, os pacientes que necessitarem realizar o procedimento de radioterapia durante o tratamento oncológico poderão contar com mais esta novidade.
De acordo com o rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Danilo Nascimento Salviano Gomes, trata-se de um aparelho de alta tecnologia que vai possibilitar o tratamento de mais pacientes e, além dos procedimentos convencionais e hipofracionados, também possibilitará a realização de radiocirurgia, que é realizado pelo departamento. “O novo aparelho de alta tecnologia pode ser utilizado para a realização de radiocirurgia intracraniana e extracraniana. Devido à sua alta precisão, o tratamento radiocirúrgico consegue oferecer alta dose de radiação em um volume alvo reduzido, diminuindo a dose nos tecidos normais e o número de sessões de radioterapia”, afirmou.
O aparelho permite a realização do chamado ‘IGRT’ (radioterapia guiada por imagem). Tal tecnologia possibilita a verificação diária dos movimentos dos órgãos e a relação deles com o tumor, reduzindo possíveis efeitos colaterais, por atuar com maior precisão e segurança na entrega de dose.
Para ele, é uma alegria e satisfação muito grande poder oferecer radioterapia de alta tecnologia para os pacientes. “Graças a essa conquista, nós conseguimos oferecer um tratamento mais seguro e preciso. Um tratamento de câncer de próstata, por exemplo, que antes era realizado em 39 sessões, poderá ser realizado em até 5 sessões nesse novo equipamento. Isso beneficia o paciente diretamente, com a redução do número de frações de radioterapia. A realização de uma radiocirurgia intracraniana, por exemplo, minimiza a toxidade aguda e tardia, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente”, ressaltou o especialista, que faz parte da equipe de rádio-oncologistas que atuam na unidade do Hospital de Amor Barretos e que realizam, em média, 300 sessões de radioterapia por dia.
A instituição, em projeto redigido pelo coordenador do departamento, Dr. Renato J. Affonso Jr., angariou os recursos do aparelho e foi beneficiada por meio da aprovação de projeto enviado ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que , junto ao Ministério da Saúde, auxilia entidades sem fins lucrativos que apresentam ações e projetos de prevenção e combate ao câncer, estimula a prevenção e reabilitação da pessoa com deficiência, apoia a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos – em todos os níveis.
Capacitação de profissionais
Ao pleitear o recurso junto ao PRONON para obtenção do equipamento, foi proposto um cronograma de capacitação aos profissionais da área de radioterapia. Desta forma, o Hospital de Amor irá promover um curso para o treinamento com 130 vagas (todas já preenchidas), para quatro especialidades distintas.
Dentre elas, 20 são para médicos rádio-oncologistas, cujo objetivo é aprimorar os conhecimentos clínicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe, guiada por imagem e estereotaxia extracraniana em serviço com alto volume de pacientes. Outras 20 são destinadas ao profissional que atua como físico médico, que poderá aprimorar os conhecimentos físicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe e guiada por imagem, além de controle de qualidade segundo as normas nacionais e internacionais. Outras 20, ao dosimetrista, que será capaz de aprimorar os conhecimentos em delineamento e planejamento da radioterapia tridimensional com introdução à radioterapia. Ademais, são 70 vagas que estarão destinadas a profissionais da área técnica (tecnólogos, técnicos de radioterapia e técnicos em radiologia) que receberão treinamento em equipamento de alta tecnologia (Trilogy®).
O curso será dividido em duas fases: a primeira etapa tem início previsto para setembro e término em outubro, por meio de plataforma digital, onde os participantes terão aulas sobre os princípios de radioterapia, física médica e de radiobiologia. Após introdução teórica, os alunos iniciarão a segunda etapa, cuja data de início está marcada para o mês de novembro, quando deverão in loco ter contato com a rotina do departamento, processos que envolvem o tratamento de um paciente, protocolos institucionais e contato com o novo equipamento, no Hospital de Amor Barretos (SP). Porém, devido à pandemia da COVID-19, é possível que ocorreram alterações nesse calendário.
Um consórcio científico internacional, que contou com a participação do Hospital de Amor e outras instituições brasileiras, americanas e europeias, apresentou os resultados de uma pesquisa que mostra a descoberta de uma mutação genética que pode explicar o porquê de alguns indivíduos terem um risco maior de desenvolver câncer.
O estudo inédito, publicado na Science Advances – uma das revistas científicas mais conceituadas de todo o mundo – que tem como primeira autora a bióloga e pesquisadora brasileira do St. Jude Children’s Research Hospital, Dra. Emilia Modolo Pinto, mostra que pessoas com a mutação R337H no gene TP53, já associada ao desenvolvimento de alguns tumores, podem apresentar uma outra mutação em um segundo gene, denominado XAF1, também transmitida hereditariamente. A pesquisa mostra também que é a presença ou não dessa segunda mutação que define o risco de câncer entre os portadores da R337H.
A pesquisa partiu do intrigante cenário brasileiro, onde portadores da mutação R337H no gene TP53 podem passar a vida sem desenvolver nenhum tumor; outros, apresentando uma forma de câncer; ou, ainda, existindo a associação a casos de uma mesma família com muitos indivíduos com câncer. “Essa variabilidade de apresentação clínica não poderia ser explicada apenas pela R337H. Outro fator genético ou ambiental (ou ambos) deveria estar presente. Então, nesse estudo foi determinado que 69% dos indivíduos que nascem com a mutação R337H do gene TP53 também nascem com a variante E134* no gene XAF1”, conta a pesquisadora.
Em um esforço colaborativo e multidisciplinar, diversas instituições brasileiras enviaram DNA genômico de pacientes com câncer e membros familiares com a mutação R337H. No total, foram estudadas 203 famílias com pelo menos um caso de câncer, das quais 53 fazem o acompanhamento oncogenético no Hospital de Amor, em Barretos (SP). O trabalho também incluiu estudos de laboratório com uso de tecnologias de ponta. “Nesse estudo, estamos mostrando que a presença da mutação R337H, associada à mutação do XAF1 (portanto, mutações em dois genes supressores tumorais), está aumentada nos pacientes com câncer, em particular, nos que apresentavam sarcoma ou naqueles pacientes que tiveram mais de um tumor”, explica.
Até o momento, a presença de duas mutações tão próximas, modulando o risco de câncer nunca havia sido reportada. Segundo a Dra. Emilia Modolo Pinto, a R337H acomete um em cada 300 indivíduos do Sul e do Sudeste do Brasil, mas já é observada com certa relevância em outras regiões do país e até em outros países, por conta do deslocamento natural dessas pessoas. “Nesse trabalho, estamos mostrando que o risco de câncer é maior para quem herda as duas mutações, se comparado com indivíduos que são portadores apenas da R337H”. A pesquisadora explica também que, na prática clínica, ainda é muito cedo para mudanças de protocolo e manejo, mas o rastreamento para as duas mutações deve ser incorporado enquanto se aprofunda o conhecimento sobre o papel dessas duas mutações no acometimento de câncer.
Para o médico geneticista do departamento de oncogenética do HA, que participou do estudo, Dr. Henrique Galvão, esta descoberta contribui para um rastreamento mais preciso entre os portadores da R337H. “Com os resultados do estudo, vamos continuar o trabalho de acompanhamento e incluir o gene XAF1 na prática clínica, com impacto financeiro mínimo para a entidade”. O Hospital de Amor é a única instituição no Brasil que faz o acompanhamento oncogenético de forma gratuita a pacientes e seus familiares. Segundo o geneticista, com os resultados, há a possibilidade de avanço em outros estudos para definir protocolos diferenciados, para os pacientes com e sem a mutação no gene XAF1.
Além do Dr. Henrique Galvão, também contribuíram para o estudo a Dra. Edenir Inez Palmero, docente do programa de pós-graduação em oncologia do hospital, e as discentes do programa de pós-graduação em nível de doutorado da instituição, Cíntia Regina Niederauer Ramos e Sahlua Miguel Volc.
No mês conhecido como ‘Julho Verde’ – período em que é realizada a campanha nacional de prevenção contra o câncer de cabeça e pescoço, que visa conscientizar a população sobre a doença, seus principais fatores de risco e formas de preveni-la, o Hospital de Amor tem orgulho em compartilhar uma grande conquista! Em 59 anos de história, o HA é reconhecido por sua excelência no tratamento oncológico, oferecendo, gratuitamente, assistência a milhares de pacientes vindos de todas as partes do país. Recentemente, a instituição deu um grande passo ao realizar uma cirurgia de altíssimo grau de complexidade, tecnologia de ponta e envolvimento multidisciplinar – procedimento jamais visto no Sistema Único de Saúde (SUS) – em paciente com câncer considerado ‘inoperável’.
A Ressecção Craniofacial de Exenteração de Órbita Ampliada para a Base do Crânio contou com três meses de planejamento e 22 horas de execução, envolvendo as áreas de cabeça e pescoço, cirurgia plástica, neurocirurgia, cirurgia crânio maxilo facial, odontologia, oncologia clínica, enfermagem e radioterapia. De acordo com cirurgião oncológico de cabeça e pescoço do Hospital de Amor, Dr. Renato de Castro Capuzzo, essa não foi a primeira vez que o HA realizou esse tipo de cirurgia, mas foi a mais complexa em planejamento e execução. “Esse tipo procedimento só foi possível, porque o hospital permite essa integração multidisciplinar, o que é muito difícil de ser visto em outras instituições, inclusive nas privadas. Utilizamos recursos para tratamento oncológico que são extremamente difíceis de serem executados no SUS, tanto por disponibilidade quanto por questões lógicas”, afirmou.
O jovem paciente Gustavo Henrique de Moraes Porto, de 19 anos, morador de Passos de Minas (MG), está tratando um sarcoma (tumor que começa nos tecidos moles do corpo, como músculos e gordura) e, antes de chegar ao Hospital de Amor, já havia sido submetido a alguns procedimentos em sua cidade. “O tumor deste paciente já tinha sido considerado inoperável em outros hospitais oncológicos. O grande diferencial desta cirurgia foi permitir que uníssemos tantas tecnologias e técnicas complexas em um único caso, para aumentar as chances de cura e minimizar as sequelas ocasionadas por um tratamento tão difícil. Esperamos que este paciente tenha um ótimo progresso e nos auxilie a ajudar muitos outros”, declarou o médico cirurgião plástico e microcirurgião oncológico do Hospital de Amor, Dr. Cleyton Dias Souza.
Além da remoção do tumor, a cirurgia também trouxe outros benefícios para o paciente. “O objetivo é que ele apresente uma melhora considerável e que a reabilitação permita ele de ter uma vida normal com sua família, sem os estigmas que um tratamento de câncer no rosto acarreta”, finalizou Dr. Capuzzo.
Para Gustavo, a realização da cirurgia foi um marco em sua vida, motivo de alegria e esperança. Atualmente, ele encontra-se em boa evolução pós-operatória e foi liberado para retornar ao seu município, enquanto aguarda para continuar com o tratamento adjuvante (um complemento após o procedimento principal) com radioterapia.
Saiba mais
Assista o programa “Acima de Tudo o Amor”, exibido no último dia 11 de julho, e confira os detalhes dessa cirurgia de sucesso. Acesse o nosso canal do YouTube: youtube.com/hospitaldeamor.
Oferecer tratamento humanizado a todos os pacientes é o grande diferencial do Hospital de Amor (HA). Outro fator extremamente importante na instituição é a utilização de tecnologia de ponta, aliada ao bom trabalho de profissionais altamente capacitados e qualificados. A equipe de Radioterapia do HA deu início à instalação, neste mês, de uma nova conquista no departamento: o acelerador linear Trilogy®. A partir de outubro deste ano, os pacientes que necessitarem realizar o procedimento de radioterapia durante o tratamento oncológico poderão contar com mais esta novidade.
De acordo com o rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Danilo Nascimento Salviano Gomes, trata-se de um aparelho de alta tecnologia que vai possibilitar o tratamento de mais pacientes e, além dos procedimentos convencionais e hipofracionados, também possibilitará a realização de radiocirurgia, que é realizado pelo departamento. “O novo aparelho de alta tecnologia pode ser utilizado para a realização de radiocirurgia intracraniana e extracraniana. Devido à sua alta precisão, o tratamento radiocirúrgico consegue oferecer alta dose de radiação em um volume alvo reduzido, diminuindo a dose nos tecidos normais e o número de sessões de radioterapia”, afirmou.
O aparelho permite a realização do chamado ‘IGRT’ (radioterapia guiada por imagem). Tal tecnologia possibilita a verificação diária dos movimentos dos órgãos e a relação deles com o tumor, reduzindo possíveis efeitos colaterais, por atuar com maior precisão e segurança na entrega de dose.
Para ele, é uma alegria e satisfação muito grande poder oferecer radioterapia de alta tecnologia para os pacientes. “Graças a essa conquista, nós conseguimos oferecer um tratamento mais seguro e preciso. Um tratamento de câncer de próstata, por exemplo, que antes era realizado em 39 sessões, poderá ser realizado em até 5 sessões nesse novo equipamento. Isso beneficia o paciente diretamente, com a redução do número de frações de radioterapia. A realização de uma radiocirurgia intracraniana, por exemplo, minimiza a toxidade aguda e tardia, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar do paciente”, ressaltou o especialista, que faz parte da equipe de rádio-oncologistas que atuam na unidade do Hospital de Amor Barretos e que realizam, em média, 300 sessões de radioterapia por dia.
A instituição, em projeto redigido pelo coordenador do departamento, Dr. Renato J. Affonso Jr., angariou os recursos do aparelho e foi beneficiada por meio da aprovação de projeto enviado ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON), que , junto ao Ministério da Saúde, auxilia entidades sem fins lucrativos que apresentam ações e projetos de prevenção e combate ao câncer, estimula a prevenção e reabilitação da pessoa com deficiência, apoia a formação, o treinamento e o aperfeiçoamento de recursos humanos – em todos os níveis.
Capacitação de profissionais
Ao pleitear o recurso junto ao PRONON para obtenção do equipamento, foi proposto um cronograma de capacitação aos profissionais da área de radioterapia. Desta forma, o Hospital de Amor irá promover um curso para o treinamento com 130 vagas (todas já preenchidas), para quatro especialidades distintas.
Dentre elas, 20 são para médicos rádio-oncologistas, cujo objetivo é aprimorar os conhecimentos clínicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe, guiada por imagem e estereotaxia extracraniana em serviço com alto volume de pacientes. Outras 20 são destinadas ao profissional que atua como físico médico, que poderá aprimorar os conhecimentos físicos na radioterapia por intensidade modulada de feixe e guiada por imagem, além de controle de qualidade segundo as normas nacionais e internacionais. Outras 20, ao dosimetrista, que será capaz de aprimorar os conhecimentos em delineamento e planejamento da radioterapia tridimensional com introdução à radioterapia. Ademais, são 70 vagas que estarão destinadas a profissionais da área técnica (tecnólogos, técnicos de radioterapia e técnicos em radiologia) que receberão treinamento em equipamento de alta tecnologia (Trilogy®).
O curso será dividido em duas fases: a primeira etapa tem início previsto para setembro e término em outubro, por meio de plataforma digital, onde os participantes terão aulas sobre os princípios de radioterapia, física médica e de radiobiologia. Após introdução teórica, os alunos iniciarão a segunda etapa, cuja data de início está marcada para o mês de novembro, quando deverão in loco ter contato com a rotina do departamento, processos que envolvem o tratamento de um paciente, protocolos institucionais e contato com o novo equipamento, no Hospital de Amor Barretos (SP). Porém, devido à pandemia da COVID-19, é possível que ocorreram alterações nesse calendário.
Um consórcio científico internacional, que contou com a participação do Hospital de Amor e outras instituições brasileiras, americanas e europeias, apresentou os resultados de uma pesquisa que mostra a descoberta de uma mutação genética que pode explicar o porquê de alguns indivíduos terem um risco maior de desenvolver câncer.
O estudo inédito, publicado na Science Advances – uma das revistas científicas mais conceituadas de todo o mundo – que tem como primeira autora a bióloga e pesquisadora brasileira do St. Jude Children’s Research Hospital, Dra. Emilia Modolo Pinto, mostra que pessoas com a mutação R337H no gene TP53, já associada ao desenvolvimento de alguns tumores, podem apresentar uma outra mutação em um segundo gene, denominado XAF1, também transmitida hereditariamente. A pesquisa mostra também que é a presença ou não dessa segunda mutação que define o risco de câncer entre os portadores da R337H.
A pesquisa partiu do intrigante cenário brasileiro, onde portadores da mutação R337H no gene TP53 podem passar a vida sem desenvolver nenhum tumor; outros, apresentando uma forma de câncer; ou, ainda, existindo a associação a casos de uma mesma família com muitos indivíduos com câncer. “Essa variabilidade de apresentação clínica não poderia ser explicada apenas pela R337H. Outro fator genético ou ambiental (ou ambos) deveria estar presente. Então, nesse estudo foi determinado que 69% dos indivíduos que nascem com a mutação R337H do gene TP53 também nascem com a variante E134* no gene XAF1”, conta a pesquisadora.
Em um esforço colaborativo e multidisciplinar, diversas instituições brasileiras enviaram DNA genômico de pacientes com câncer e membros familiares com a mutação R337H. No total, foram estudadas 203 famílias com pelo menos um caso de câncer, das quais 53 fazem o acompanhamento oncogenético no Hospital de Amor, em Barretos (SP). O trabalho também incluiu estudos de laboratório com uso de tecnologias de ponta. “Nesse estudo, estamos mostrando que a presença da mutação R337H, associada à mutação do XAF1 (portanto, mutações em dois genes supressores tumorais), está aumentada nos pacientes com câncer, em particular, nos que apresentavam sarcoma ou naqueles pacientes que tiveram mais de um tumor”, explica.
Até o momento, a presença de duas mutações tão próximas, modulando o risco de câncer nunca havia sido reportada. Segundo a Dra. Emilia Modolo Pinto, a R337H acomete um em cada 300 indivíduos do Sul e do Sudeste do Brasil, mas já é observada com certa relevância em outras regiões do país e até em outros países, por conta do deslocamento natural dessas pessoas. “Nesse trabalho, estamos mostrando que o risco de câncer é maior para quem herda as duas mutações, se comparado com indivíduos que são portadores apenas da R337H”. A pesquisadora explica também que, na prática clínica, ainda é muito cedo para mudanças de protocolo e manejo, mas o rastreamento para as duas mutações deve ser incorporado enquanto se aprofunda o conhecimento sobre o papel dessas duas mutações no acometimento de câncer.
Para o médico geneticista do departamento de oncogenética do HA, que participou do estudo, Dr. Henrique Galvão, esta descoberta contribui para um rastreamento mais preciso entre os portadores da R337H. “Com os resultados do estudo, vamos continuar o trabalho de acompanhamento e incluir o gene XAF1 na prática clínica, com impacto financeiro mínimo para a entidade”. O Hospital de Amor é a única instituição no Brasil que faz o acompanhamento oncogenético de forma gratuita a pacientes e seus familiares. Segundo o geneticista, com os resultados, há a possibilidade de avanço em outros estudos para definir protocolos diferenciados, para os pacientes com e sem a mutação no gene XAF1.
Além do Dr. Henrique Galvão, também contribuíram para o estudo a Dra. Edenir Inez Palmero, docente do programa de pós-graduação em oncologia do hospital, e as discentes do programa de pós-graduação em nível de doutorado da instituição, Cíntia Regina Niederauer Ramos e Sahlua Miguel Volc.