Referência no tratamento oncológico com excelência e humanização, o Hospital de Amor também possui grandes diferenciais no que diz respeito às áreas de prevenção, ensino e pesquisa. Há mais de 10 anos, a instituição conta com o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), cujo objetivo é estimular o ensino pós-graduado, formação de residentes médicos e de outros profissionais de saúde, além de oferecer as melhores condições para a realização de projetos de pesquisa (sempre voltados para as questões clínicas e de relevância para o paciente de câncer). Junto a essa consolidada missão, foi instituído, em 2008, o Núcleo de Apoio ao Pesquisador (NAP) do IEP.
O setor, que tem por objetivo promover o desenvolvimento de pesquisas científicas na instituição, também atua como um centro de suporte para a realização de estudos de iniciativa ao investigador, oferecendo subsídios aos pesquisadores no que se refere ao treinamento de equipes de pesquisa, construção, avaliação, execução e análise estatística dos dados do estudo, visando garantir, principalmente, a segurança do participante de pesquisa e a excelência do trabalho. Sua estrutura é organizada em duas equipes: Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB) e Coordenadoria de Pesquisa.
Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística
Composto por um time de estatísticos e gerenciadores de bancos de dados, o NEB fornece suporte desde a elaboração de projetos, desenvolvimento de fichas clínicas (CRFs) no RedCap, até a análise dos dados do estudo. A equipe é responsável por oferecer acesso à supervisão de pesquisadores experientes, muitas vezes, contribuindo para a estrutura metodológica do projeto.
Coordenadoria de Pesquisa
Composta por uma equipe altamente especializada, a coordenadoria de pesquisa atua oferecendo suporte ao pesquisador no gerenciamento e condução de seu projeto de pesquisa (incluindo estratégias de operacionalização, fluxo de condução da metodologia proposta e análise crítica), visando sempre qualidade, rastreabilidade, confiabilidade e integridade dos dados pretendidos. Os coordenadores e assistentes de pesquisa clínica ficam junto à equipe multidisciplinar de cada especialidade. É de responsabilidade da coordenadoria de pesquisa acompanhar o pesquisador desde a treinamento da equipe de pesquisa para a triagem e busca ativa dos participantes; coleta, registro e verificação de dados; até a coleta, transporte, processamento e armazenamento de material biológico.
Dentre as atividades de apoio ao pesquisador, o departamento fornece uma sólida análise estatística dos casos de câncer, auxilia na elaboração dos instrumentos para o levantamento de dados e ajuda na gestão de projetos que recebem o auxílio dos órgãos de fomento de pesquisa. Além disso, a equipe médica envolvida auxilia na gestão dos estudos, construção dos ensaios clínicos e promoção de palestras, exposição de painéis e participação em congressos, aulas e cursos.
De acordo com a coordenadora do NAP, Viviane Andrade, toda a comunidade interna multiprofissional de pesquisa do Hospital de Amor (alunos matriculados no programa de pós-graduação em oncologia) e pesquisadores externos vinculados à equipe interna, podem utilizar os serviços do departamento. “O acesso a uma equipe especializada no desenvolvimento, gerenciamento e condução de estudos clínicos, oferece aos pesquisadores da instituição a oportunidade de consolidar parcerias com renomados centros nacionais e internacionais, garantindo agilidade, segurança e, principalmente, qualidade na condução de estudos de iniciativa do investigador”, afirmou Viviane.
A infraestrutura de alta tecnologia e suporte qualificado do NAP, permite com que os pesquisadores do HA se dediquem às produções científicas, fortalecendo as importantes parcerias com outros centros de excelência, trazendo resultados positivos, não apenas no aumento do número das publicações, como também na qualidade das pesquisas. “Atualmente, nós temos 89 protocolos de pesquisa em andamento. São 44 (49,4%) em estudos longitudinais – métodos de pesquisa que visam analisar as variações nas caraterísticas dos mesmos elementos de amostra no decorrer de um longo período de tempo – e 24 (26,9%) em ensaios clínicos – estudos de investigação que experimentam novas terapias. Destes, 29 (32,5%) são multicêntricos e 18 (20,2%) são internacionais. No total, o NAP conta com 18.574 participantes incluídos nos estudos e 4.829 em acompanhamento”, explicou a coordenadora.
É muito comum se ouvir o termo ‘radioterapia’ durante um tratamento de câncer. O procedimento pode ser utilizado como um dos principais no combate à doença, agindo como adjuvante (após as cirurgias), como neoadjuvante (antes das cirurgias), como paliativo (para alívio de sintomas) e como tratamento de metástases. Nela, as radiações ionizantes (forma de radiação que tem energia suficiente para ionizar os átomos, retirando os elétrons mais próximos dos núcleos atômicos) destroem as células cancerígenas e as inibem de continuar crescendo. O número de aplicações necessárias pode variar de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos resultados dos exames e do estado de saúde do paciente. Dependendo do local onde a doença está, a radioterapia pode ser realizada através de outro método, conhecido como Braquiterapia.
O que é a braquiterapia?
A braquiterapia é um dos tipos de tratamento radioterápicos onde os aplicadores são colocados em contato muito próximo ao tumor, permitindo entregar altas doses de radiação em um curto intervalo de tempo. Segundo o médico rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Fábio de Lima Costa Faustino, entre os vários tipos de câncer que podem ser tratados por meio desta alternativa, destacam-se dois muito frequentes: tumores de próstata e ginecológicos. “Aquilo que geralmente é tratado em 39 sessões (radioterapia externa), pode ser feito, com segurança, em duas ou apenas uma sessão na braquiterapia, dependendo do tipo de tumor e das necessidades de cada paciente”, afirmou.
Desde 2014 sendo aplicada na instituição, mais de 100 pacientes já foram beneficiados com a técnica.
Todos os pacientes podem se beneficiar da braquiterapia?
Para usufruir desse procedimento, o paciente não pode ter restrição anestésica (anestesia raquidiana), apresentar doenças inflamatórias preexistentes ou qualquer alteração anatômica considerável. “A técnica de braquiterapia é muito utilizada nos casos de câncer de próstata, pois é possível dar uma alta dose de radiação num intervalo de tempo curto, protegendo os órgãos normais ao redor do tumor”, declarou o médico.
Além da redução do número de sessões e, consequentemente, da diminuição do tempo de tratamento, Dr. Fábio lista diversas outras vantagens que a técnica traz ao paciente oncológico: “a realização do procedimento de braquiterapia gira em torno de duas horas; o paciente é liberado no mesmo dia para ir para casa; os efeitos colaterais são minimizados; a exposição às doses de radiação é reduzida, quando comparada à radioterapia externa; e as chances de sequelas são muito menores”.
De acordo com Faustino, esse tipo de procedimento ainda é pouco utilizado no Brasil. “São poucos os serviços privados que contam com a braquiterapia. Acredito que através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital de Amor ainda é a única instituição oncológica a oferecer”.
Caso de sucesso
O sociólogo Orson Camargo, de 56 anos, realizou seu tratamento contra um câncer de próstata no Hospital de Amor, em 2015. Enquanto esteve na instituição e durante seus procedimentos, ele foi submetido à técnica de braquiterapia de alta taxa de dose e tornou-se um caso de sucesso!
Ao realizar um exame preventivo em meio à campanha ‘Novembro Azul’, foi diagnosticado com a doença, ainda em estágio inicial. Depois de algumas consultas e exames, os médicos decidiram que a braquiterapia era a melhor opção de tratamento para o Orson. “Ao agendar o procedimento, fui internado para preparação. No segundo dia, fizemos duas sessões de braquiterapia, e no terceiro, já estava em casa. Foi tudo muito rápido, indolor e eficaz”, contou Orson.
Para o sociólogo, o método utilizado em seu tratamento foi a melhor escolha, pois, além de deixá-lo tranquilo e confiante, ele também não sofreu com nenhuma reação física. “A sequela que tive após o tratamento, devido à ‘destruição’ da próstata, foi a redução praticamente total do líquido seminal produzido pelo órgão. O ‘estrangulamento’ da uretra causa certa dificuldade de urinar e, eventualmente, de manter a ereção no ato sexual. Porém, as duas últimas implicações foram totalmente resolvidas com remédios que são administrados diariamente”.
Atualmente, o sociólogo de Piracicaba (SP) realiza consultas no HA apenas para acompanhamento. “Por incrível que pareça, é sempre uma alegria ir ao Hospital de Amor ter minhas consultas de acompanhamento. Óbvio que isso se deve ao resultado positivo do procedimento de braquiterapia, mas o afeto e o carinho (principalmente daqueles que trabalharam diretamente na minha luta) são inigualáveis e sempre comemoramos o sucesso do tratamento, o respeito mútuo e a alegria de estarmos com saúde”, finalizou Orson.
Atravessar o oceano Atlântico para poder aprimorar os conhecimentos em um centro oncológico que é referência na América Latina, foi uma grande conquista alcançada por duas enfermeiras de Moçambique, na África. Graças a uma parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), as profissionais Esperança Fátima Carma A. Guambe, de 53 anos, e Mendriciana Xavier Guambe, de 28, iniciaram, em dezembro de 2018, um treinamento focado em técnicas de radioterapia, no departamento de Radioterapia do Hospital de Amor.
Moçambique, que está localizado no sudoeste da África, também já foi uma antiga colônia portuguesa. Atualmente, possui 29 milhões de habitantes e uma expectativa de vida inferior a 55 anos de idade. A taxa de pobreza do país é considerada alta: cerca de 54%, com Índice de Desenvolvimento Humano em 0.415. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população de Moçambique sofre com doenças transmissíveis, possui altos índices de mortalidade materna e acidentes que representam 66% de óbitos no país. O câncer é responsável por 4% das mortes, porém, embora o número seja baixo em relação às outras causas, ainda são precárias as condições de rastreio para diagnóstico precoce, atendimento e tratamento oncológico, dificultando as possibilidades de cura dos pacientes.
Segundo as enfermeiras moçambicanas, que atuam no maior hospital do país africano – o Hospital Central de Maputo, situado em Maputo (capital do país) – o tratamento radioterápico (uma das principais formas de terapia para combate ao câncer) ainda não é oferecido aos pacientes de lá. “Quando a equipe médica indica a radioterapia como uma parte do processo do tratamento, apenas os pacientes que possuem recursos financeiros conseguem fazer, pois é necessário realizar o deslocamento para outros países, como a África do Sul, por exemplo”, relatou Mendriciana.
As amigas, que nunca haviam saído do continente africano, ficaram extremamente surpresas ao se depararem com a estrutura e com os equipamentos altamente tecnológicos do Hospital de Amor. Desde dezembro do ano passado na instituição, as profissionais ficarão até o mês de julho, acompanhadas pela equipe de enfermagem do HA, atuando como enfermeiras observacionais e tendo a oportunidade de participar de treinamentos sobre procedimentos de radioterapia. “É nítida a diferença em quase todas as coisas por aqui. As pessoas são muito bacanas, a relação entre colaboradores é de muita gentileza e a relação entre médicos e pacientes é amigável e muito admirável. Fiquei muito surpresa! Espero aprender muito nesses 6 meses, para poder aplicar esse conhecimento lá em Moçambique”, declarou Esperança.
Para a enfermeira do departamento de radioterapia do Hospital, Franciele de Oliveira Gomes, essa troca de experiências é muito importante para ambas as partes. “É notável a falta de acessibilidade e tecnologia no local em que a Esperança e a Mendriciana atuam, por isso, o cronograma de atividades delas aqui no HA inclui o trabalho observacional no setor de radioterapia (por um período de 3 meses) e no de oncologia clínica (por mais 3 meses). Além disso, as moçambicanas conhecerão a cidade de Barretos e outros locais da região”, disse Franciele.
Esperança
A enfermeira, cujo nome reflete o motivo da vinda das duas profissionais africanas para o Brasil, não só realizou o sonho de conhecer o país latino-americano, como também está tendo a chance de aprimorar suas habilidades e levar aprendizado para sua terra natal. Para Esperança, essa experiência está ligada a uma grande responsabilidade, que ela pretende honrar na sua volta a Moçambique. “Creio que é um grande passo poder levar conhecimento ao nosso país. Minha esperança é de que esse discernimento possa ser compartilhado de uma maneira profissional, didática e, como aprendi aqui, com muito amor”, finalizou.
O Instituto de Ensino de Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor iniciou o ano com uma grande novidade para os colaboradores da instituição: o Mestrado Profissional. A nova modalidade de pós-graduação, que tem como tema ‘Inovação em Saúde’, traz outro diferencial muito importante: não é restrita apenas a profissionais da área da saúde, ou seja, é destinada a todos os segmentos assistenciais do HA, visando possibilitar ao pós-graduando condições para o desenvolvimento de estudos que demonstrem o domínio dos instrumentos conceituais, técnicos e metodológicos essenciais na sua área.
De acordo com o diretor de ensino do IEP, Dr. Ricardo Reis, a nova modalidade foi aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) no dia 27 de dezembro do último ano e possui a mesma validação e titulação que o mestrado acadêmico. “Apesar de títulos semelhantes, os mestrados possuem objetivos diferentes. O acadêmico tem a função de explicar algum estudo ou pesquisa; já o profissional, é responsável por explicar e, o mais importante, aplicar um determinado tema de pesquisa. Por isso, a ideia é abranger todas as áreas de atuação do Hospital de Amor”, relatou Reis.
Os alunos do mestrado serão estimulados a desenvolver estudos, protocolos, aplicativos e técnicas voltadas para a melhora dos seus desempenhos, com o intuito de atingir altos níveis profissionais. Durante o curso, serão valorizadas as produções artísticas, desenvolvimento de aplicativos para saúde, revisões sistemáticas, artigos científicos, patentes, registros de propriedade intelectual, projetos de elaboração de técnicas, elaboração de protocolos e fluxogramas, publicações de inovações tecnológicas, desenvolvimento de materiais didáticos, educacionais e de instrução, elaboração de processos, produção de programas de mídia, elaboração de softwares, estudos de casos, criação de manuais para operações técnicas, desenvolvimento de protocolo experimental ou de aplicação em serviços, proposta de criação de dispositivos para melhorar procedimentos clínicos ou de serviço e projetos para desenvolvimento ou produção de instrumentos.
“A nossa intenção é despertar no aluno um tipo especial de interesse pela pesquisa e desenvolvimento de produtos, ao ponto que ele possa incluí-la, naturalmente, em sua rotina de trabalho como um elo entre as diferentes etapas de ganho constante de conhecimento e a aplicação dele na prática diária. Dessa forma, um colaborador dos departamentos de engenharia, enfermagem, tecnologia da informação, comunicação, entre tantos outros, pode iniciar a modalidade de mestrado profissional. Basta ter um estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do HA e, a partir de então, com o auxílio de um orientador, iniciar a especialização stricto sensu.
Linhas de Pesquisa
O programa de ‘Mestrado Profissional – Inovação em Saúde’ está estruturado em torno de cinco linhas de pesquisa que abrangem a saúde da comunidade. São elas:
I – Redes em Saúde: Criação, Disseminação e Integração;
II – Informática e Tecnologia;
III – Políticas em Saúde Assistencial;
IV – Prevenção e Políticas de Promoção a Saúde;
V – Reabilitação, Qualidade de Vida e Medicina Integrativa.
Para participar do curso de especialização, os candidatos devem ser colaboradores contratados do Hospital de Amor, Santa Casa de Misericórdia de Barretos, Unidades Básicas de Saúde subordinadas ao HA, serem bolsistas ou terem dedicação exclusiva ao programa de pós-graduação da instituição. “A nossa dica para aqueles que estão interessados em cursar o mestrado é para que desenvolvam seus projetos de pesquisa junto aos seus orientadores (todos eles vinculados à nova modalidade) e enviem para a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Assim, no momento em que abrirem as inscrições, os candidatos já estão com o processo aprovado e preparados para cursar”, explicou o diretor de ensino.
Expectativas
Apesar de, inicialmente, o curso ser destinado aos colaboradores do Hospital de Amor, a expectativa é de que seja aberto ao público e possa abranger o Brasil inteiro, como já acontece com o mestrado acadêmico da instituição. “Nós já temos mais de 30 professores/orientadores dentro do mestrado profissional e diversos centros querendo enviar alunos para a especialização. O plano é de que, nos próximos dois meses, a equipe organize a estrutura do programa (secretariado, disciplinas, professores, locais onde as aulas serão ministradas, etc.) para que em abril a 1ª turma (com aproximadamente 40 alunos) seja aberta”, declarou Reis.
Os interessados podem entrar em contato com o departamento de Pós-Graduação do Hospital de Amor, através do e-mail ‘posgrad@hcancerbarretos.com.br’, além de ficarem atentos às informações do site www.hospitaldeamor.com.br.
“Estamos todos muito felizes com essa fantástica inovação, que irá contribuir com o aprimoramento dos profissionais e dos serviços prestados pela instituição”, finalizou o Dr. Ricardo Reis.
No último dia 28 dezembro de 2018, o Hospital de Amor deu um grande passo tecnológico, um avanço em ciência e desenvolvimento ao criar o ‘Centro de Inovação em Tecnologias para a Oncologia 4.0’ – projeto nomeado smartAMOR, que permitirá maior agilidade no atendimento, diagnóstico e tratamento dos pacientes oncológicos por meio da integração de dados em prontuários eletrônicos e da patologia digital, que faz uso de Inteligência Artificial para otimizar a integração e operacionalização em larga escala.
Financiado pelo Ministério da Saúde, através do Departamento do Complexo Industrial e Inovação da Saúde (DECIIS), e coordenado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, o projeto conta com as parcerias da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), por meio da Gestão e Automação em TI (GAESI), e do Instituto e Tecnologia de Software (ITS). A cerimônia de lançamento do smartAMOR teve a participação do presidente do HA, Henrique Prata, do então Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, e de outras autoridades.
Para Prata, a criação do centro é um marco na história da instituição e um avanço muito importante em ciência e tecnologia. “Sempre foi um sonho do meu pai que o hospital oferecesse para o paciente muito além do tratamento do câncer, abrangendo áreas como prevenção e pesquisa. E hoje, cada vez mais, eu consigo ver o quanto dar esses passos é realmente é importante. É uma alegria e um orgulho muito grande pra mim saber que estamos indo no caminho certo”.
Benefícios
O modelo de oncologia 4.0 irá agilizar a tomada de decisões nos pontos de atendimento aos pacientes, possibilitando a intervenção precoce e a cura de lesões. Sem tratamento imediato e de baixo custo, as chances de cura são reduzidas e têm um grande impacto financeiro no Sistema Único de Saúde (SUS). Com a implantação do centro, a rede de cuidados do Hospital de Amor (5 hospitais, 11 unidades fixas de prevenção e 18 unidades móveis para fazer rastreamento oncológico) e as outras instituições envolvidas no projeto irão atuar de maneira inter e multidisciplinar.
O smartAMOR contará com três núcleos temáticos: Integração, Imagem e Ômica (análise global dos sistemas biológicos), com distintos projetos dentro de cada um deles. “ A revolução 4.0, que prevê cruzar os limites entre o mundo digital, físico e biológico, também está se materializando no âmbito da saúde, com a convergência tecnológica de universos como a internet das coisas, inteligência artificial, big data e realidade aumentada. A Saúde 4.0 engloba a digitalização de dados, a interconectividade entre máquinas e comandos, bancos de dados mais eficientes e, principalmente, uma maior autonomia dos pacientes em relação à própria saúde”, afirmou o diretor executivo e científico do IEP, Dr. Rui Manuel Reis.
Durante a solenidade, Gilberto Occhi realizou um dos últimos atos como ministro da saúde e assinou um convênio de R$ 28 milhões para a implantação do Centro de Inovação em Tecnologia. “Assino, no último dia de gestão, essa parceria para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Será o início da grande mudança que ajudará a saúde. Com esse projeto, teremos capacidade para armazenar as informações necessárias que irão contribuir com os tratamentos. O trabalho que é desenvolvido no Hospital de Amor traz esperança, e eu creio que é o amor e a fé que os movem. Eu já lutei contra o câncer e gostaria de ter tido o apoio desse hospital. Aqui é diferente, é especial. Foi uma grande honra poder contribuir. Desejo um grande ano para toda essa equipe”, declarou Occhi.
De acordo com o coordenador do GAESI, Eduardo Mário Dias, a implantação do smartAMOR é importante não só para o Hospital de Amor, mas para todo o país, pois representa uma revolução positiva no SUS. Trata-se de uma inovação mundial e, por isso, é necessária muita precisão em sua aplicação. “Vai ser um desafio muito grande integrar a base de dados de diversos setores, mas nós vamos trazer o conhecimento de outras áreas. Ao todo, são 12 profissionais da USP envolvidos no projeto, além da minha participação acadêmica e de outro professor. Agradeço à equipe do HA por nos permitir desenvolver algo tão importante, com esse grau de ousadia”, contou.
Tecnologia
Para o gerente do departamento de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital de Amor, Luís Alexandre Covello, o projeto irá possibilitar que a instituição continue evoluindo na busca por conhecimento na luta contra o câncer. “Só para termos uma ideia da importância do smartAMOR: em 2005, quando o Hospital ainda dava seus primeiros passos na área de informática, nós tínhamos 2 equipamentos dessa ‘camada’ que vamos ter em 2019, ou seja, eram 2 servidores para sustentar 300 pontos de rede. Agora, contamos com mais de 30 servidores e 300 pontos de rede, com infraestrutura e de maneira integrada. Esses 14 anos de crescimento da TI (que também acompanha a evolução do HA) mostram o valor do projeto e dessa revolução”, finalizou Covello.
A estimativa é de que o smartAMOR inicie suas atividades após a instalação de toda a infraestrutura de tecnologia e da implementação da patologia digital de milhares de exames realizados anualmente.
O Hospital de Amor encerrou o ano de 2018 com duas grandes conquistas: a inauguração de unidades de prevenção nos estados do Acre e do Amapá. Só em 2017, a instituição realizou 880.620 atendimentos a pacientes de todo o Brasil, sendo que 6.365 deles foram para pessoas dessas localidades.
Hospital de Amor Rio Branco
No dia 20 de novembro, a capital do estado do Acre, Rio Branco, ganhou um Instituto de Prevenção destinado ao combate dos cânceres de mama e colo do útero ainda em fase inicial. Além do prédio fixo, a população acreana recebeu também duas unidades móveis (carretas) equipadas, que irão integrar o programa de prevenção e percorrer todo os municípios, realizando exames de mamografia e Papanicolaou.
Denominada ‘Hospital de Amor Rio Branco’, a unidade possui capacidade para 8.390 atendimentos por mês, entre exames, atendimentos ambulatoriais e pequenos procedimentos cirúrgicos, e contará com uma equipe composta por médicos de várias especialidades (como mastologistas e ginecologistas), físicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos e assistentes sociais.
Para que o projeto fosse concretizado, o governo do Acre contribuiu com R$ 31 milhões – recursos vindos de uma negociação relacionada a uma multa trabalhista atribuída ao estado.
Hospital de Amor Macapá
Em Macapá, capital do estado do Amapá, a inauguração do Instituto de Prevenção aconteceu no último dia 15 de dezembro de 2018 e contou com a presença do prefeito do município, Clécio Luís, do presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, e outras autoridades.
A partir do início deste ano, a população amapaense terá acesso a exames preventivos gratuitamente. O instituto terá capacidade para realizar 500 procedimentos por dia para detecção de câncer de mama e colo de útero, considerados de maior incidência no Amapá. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e o Hospital de Amor pretendem habilitar outras ações para o rastreamento do câncer de próstata, pele, boca, entre outros.
O projeto também contará com uma carreta de diagnóstico para percorrer todo o estado realizando exames preventivos. A estimativa é de que a unidade móvel faça uma média de 130 atendimentos por dia, entre mamografias (para o rastreamento do câncer de mama em mulheres de 40 a 69 anos) e Papanicolaou (para rastreamento do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos).
A implantação do ‘Hospital de Amor Macapá’ só foi possível graças a uma articulação do governo com o HA e a bancada federal, que destinou R$ 22 milhões de emendas. A contrapartida do Estado foi de R$ 3 milhões para obras de infraestrutura nos arredores, como instalações elétrica e hidráulica, sistema de esgoto e obras de mobilidade urbana.
O governo do Estado assinará um convênio com o Hospital de Amor para custear o funcionamento da unidade. O termo será destinado para a manutenção do prédio, recursos humanos, exames, água, luz e internet. O convênio terá custos fixos estabelecidos e variáveis, que dependerão do quantitativo de atendimentos que serão realizados no instituto de prevenção. A contribuição estadual está acontecendo desde 2015, com a articulação para implantação da unidade e doação do terreno para sua construção.
Benefícios
De acordo com o diretor médico das unidades móveis do Hospital de Amor, Dr. Raphael Haikel Júnior, a importância das novas unidades da região Norte do país está na possibilidade de identificação precoce dos cânceres de mama e colo de útero mais facilmente para essa população. “Há 95% de chance de cura para os tumores de mama, quando descobertos em estágios iniciais, e quase 99% para os de colo de útero. Ao identificar a doença rapidamente, a probabilidade é de que o tumor ainda esteja pequeno, o que contribui para que 80% do tratamento seja realizado nos próprios institutos de prevenção. Dessa forma, as mulheres não precisarão ficar distantes de suas famílias, o que é uma grande vantagem”, afirmou.
Para ele, outro benefício está na diminuição de custo, uma vez que o gasto no tratamento de câncer de mama é, inicialmente, de R$ 10 mil. Em estágio avançado, o tratamento da doença pode custar até R$ 140 mil. “Com as novas unidades, será possível levar atendimento de excelência à população dos estados mais carentes em atenção básica de saúde e prevenção. A partir de agora, vamos evitar que as mulheres encontrem tumores em estágios avançados e sem possibilidades de cura”, finalizou Dr. Raphael Haikel Júnior.
Já dizia o famoso poeta brasileiro, Mário Quintana: “Viajar é mudar a roupa da alma”. Uma viagem enche a bagagem de história, nos enriquece de experiências e renova os ares. Os benefícios podem ser tanto físicos quanto psicológicos para aqueles que estão interessados em ‘turistar’ pelo mundo. Sempre focado em desenvolver projetos para os pacientes, acompanhantes e colaboradores do Hospital de Amor, e também com o objetivo de disseminar a humanização e a conscientização sobre a importância da prevenção contra o câncer de mama, o Instituto Sociocultural da instituição, em parceria com a Azul Linhas Aéreas, lançou, no dia 12 de novembro, o 1º Concurso de Cartas: “Próximo destino: a vitória”.
Contando suas histórias de superação e encorajando as outras pacientes a enfrentar a luta contra o câncer de mama, as participantes (mulheres que realizam ou realizaram tratamento há mais de dois anos no HA) tinham uma missão: escrever uma carta à mão, demonstrando momentos, situações e sentimentos que trouxeram força e coragem para seguir a batalha, e que servissem de inspiração para aquelas que estão iniciando o tratamento.
Ao todo, o Hospital recebeu 25 cartas. Foram 25 relatos diferentes e emocionantes sobre uma mesma fase da vida. Após uma criteriosa avaliação realizada por uma comissão julgadora, formada pela Azul Linhas Aéreas e pelo Instituto Sociocultural, observou-se itens como: tema do concurso; qualidade; nitidez; emprego do português correto e lógica do começo ao fim. Duas mulheres venceram o concurso. O presente delas não poderia ser mais especial: 7 noites com destino a Natal (belíssima capital do Estado do Rio Grande do Norte, localizada na região Nordeste do Brasil), com direito a 1 acompanhante, passagens aéreas de ida e volta, hospedagem em um luxuoso resort e passeios.
A iniciativa
Há nove anos se dedicando de forma intensa a campanha Outubro Rosa e diversas mobilizações contra o câncer de mama, a Azul Linhas Aéreas apoiou essa iniciativa. Após acompanhar a mãe durante o tratamento da doença e ver de perto as dificuldades que esse processo traz para a vida de algumas mulheres, a gerente comercial da Azul Viagens, Izabella Lessa, resolveu abraçar o concurso. “Quando minha mãe descobriu que estava com câncer de mama, estávamos com uma viagem agendada. Por conta das restrições que os procedimentos causam, tivemos que cancelar.
Assim que o tratamento acabou, fomos para Maceió (AL) e eu pude ver o efeito que aquela viagem causou nela. Ela respirava felicidade, se renovou! A partir disso, eu decidi que tinha que fazer isso na vida de outras mulheres. Eu tinha que mostrar a elas que essa ‘passagem’ pode ter um outro lado: neste caso, uma viagem maravilhosa, para que elas aproveitem esses dias de sol, mar e, principalmente, renovação”, contou Izabella.
Vencedoras
O presente foi mais do que merecido. Além de ter a oportunidade de conhecer outra região do país, as duas vencedoras do concurso de cartas poderão viajar, pela primeira vez em suas vidas, de avião.
A professora Luzia Aparecida Gerondo Dionízio da Silva, de Santa Ernestina (SP), município localizado a 115 km de Barretos, terá a chance de realizar uma viagem com o marido, William. Receber a notícia de que eu era uma das ganhadoras foi muito emocionante. Eu senti uma alegria indescritível. Quando a gente descobre que está com câncer, nunca imaginamos que isso irá trazer algum tipo de alegria. Ganhar essa viagem é um conforto diante de tudo o que eu passei. Eu chorei muito de emoção, mas agora estou muito ansiosa para viver tudo isso”, afirmou a professora.
A aposentada Maria Ismar de Freitas Consone, de Colíder, cidade do estado de Mato Grosso, não poder comparecer pessoalmente à entrega do prêmio, mas enviou um recado em agradecimento pela oportunidade. Para ela, a viagem será uma grande chance para descansar e espairecer. “Durante os procedimentos, a gente se sente muito cansada, pois é um tratamento longo e de momentos difíceis. Ganhar esse presente vai me ajudar muito! Há anos eu não vou à praia e eu nunca andei de avião. Estou muito feliz por ter sido contemplada e só tenho que agradecer à Azul e ao Instituto do Hospital de Amor, por fortalecerem e alegrarem o meu coração”, declarou.
Confira os textos das vencedoras do 1º Concurso de Cartas: “Próximo destino: a vitória”.
O Hospital de Amor e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), por meio da assinatura de um convênio, acabam de firmar uma importante parceria, que tem como objetivo desenvolver um estudo clínico inédito na América Latina para tratamento de câncer de próstata metastático. Segundo o coordenador do departamento de medicina nuclear do Hospital de Amor, Dr. Wilson Furlan Alves, os protocolos em fase de teste serão direcionados aos pacientes com câncer de próstata com metástases, que já não respondem a terapia com hormônio ou quimioterapia.
Este estudo permitirá que um grupo de pacientes, que não apresentava mais alternativas de tratamento, tenha acesso a um novo tratamento, ainda não disponível no Brasil, mas que está apresentando excelentes resultados em países da Europa. O intuito é obter, posteriormente, o registro do radiofármaco na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ampliando a possibilidade de tratamento em todo o país.
Durante a parceria, o IPEN será responsável pelo fornecimento do radiofármaco chamado PSMA, marcado com lutécio-177, e o HA recrutará pacientes com características determinadas para receberem este tratamento. “O PSMA é uma molécula que se liga a receptores localizados nas células do câncer de próstata, enquanto o lutécio-177 é um radioisótopo – ou material radioativo – que emite uma radiação (beta) que destrói as células tumorais”, explicou Alves.
O médico nuclear do Hospital de Amor e também um dos principais facilitadores do convênio, Dr. Euclides Timoteo da Rocha, conta que este tratamento ainda é experimental em todos os países nos quais foi iniciado, como Estados Unidos e Austrália. “Ele surgiu há aproximadamente quatro anos na Alemanha e somos os primeiros a realizá-lo na America Latina, o que nos coloca em uma posição bem atualizada”.
Para o Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, a tecnologia nuclear, que inclui a medicina nuclear, está passando por um momento importante no Brasil, em que se discute não apenas a importância da infraestrutura, mas, principalmente, os meios pelos quais os avanços chegam até a população. “O IPEN, com a assinatura desse convênio, faz uma parte disso, tomando a iniciativa disponibilizar novos fármacos, mas sem parceria com instituições como o Hospital de Amor não haveria como colocá-los no mercado. Nós temos como produzir e como fornecer, mas é necessário este outro elo para que este produto volte em benefício para a população”, destacou.
Na tentativa de levar aos pacientes em tratamento na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor o envolvimento com os mais diversos tipos de arte, como teatro, desenho, fotografia, leitura e música, contribuindo terapeuticamente para diminuir os impactos causados pela luta contra o câncer, o Instituto Sociocultural do HA, em parceria com Ministério da Cultura, promoveu a exposição do “Projeto Arte para a Vida”.
De acordo com a coordenadora do Instituto Sociocultural, Marcella Marchioreto, as artes são capazes de transmitir emoções e oferecer recordações para a vida toda, eternizando momentos que ficam nos corações. “Foi por isso, e também para marcar uma fase tão importante dessas crianças e adolescentes, que essa iniciativa de cunho cultural foi idealizada. Nossa ideia era potencializar o efeito terapêutico no ambiente intra e extra hospitalar, oportunizando o conhecimento de novas culturas relacionadas aos temas e abrindo caminhos de expressão das emoções de cada um dos participantes”, afirmou.
As oficinas foram realizadas durante o ano todo no Hospital de Amor Infantojuvenil, para proporcionar momentos de recreação e bem-estar aos pacientes, além de contribuir com o sucesso do tratamento. Apresentadas de forma lúdica, as aulas contaram com práticas que envolviam desenhos, análises de fotos, brincadeiras, além de apresentar uma visão técnica e artística adaptada para crianças, estimulando a criatividade, a memória e ampliando a percepção de mundo.
Para encerrar esse importante período de aprendizagem e homenagear todos os envolvidos, entre eles, os profissionais que se dedicaram com tanto amor e os ‘pequenos artistas’, a exposição do “Projeto Arte para a Vida” foi criada. A cerimônia de lançamento aconteceu dia 12 de dezembro, no North Shopping Barretos (local onde a mostra ficará disponível para visitação do público até o dia 2 de janeiro de 2019, com entrada gratuita) e contou com a presença de cerca de 100 pessoas. Até o momento, já passaram por lá mais de 600 visitantes, mas, a expectativa, é que a exposição receba mais de 5 mil visitantes.
“A exposição é resultado de um ano de oficina com as crianças do Hospital de Amor Infantojuvenil, um ano de dedicação, aprendizado e muito carinho. Ver o resultado e conseguir passar para o público um pouco da emoção que nos envolvia todos os dias de aula, é muito gratificante. Queremos também que essa exposição mostre o quanto a arte faz bem na vida das crianças e dos adolescentes”, declarou Marcella.
A confirmação disso vem em forma de agradecimento. A mãe da paciente Ana Laura, de 11 anos e natural de Rio Verde (GO), afirma que as oficinas foram um divisor de águas no tratamento da filha. Devido às várias sessões de quimio e radioterapia, a menina ficou reclusa, sem energia e distante. A partir do momento em que começou a participar das aulas, ela renasceu, podendo exercitar suas facetas, externar seus sentimentos e libertar-se. “Como mãe, ver minha menina tão feliz, significou tudo! Participar das aulas, quase que diárias, tornou-se um imenso prazer, uma das muitas alegrias vividas no Hospital. Agradecemos primeiramente a Deus, e depois a cada colaborador do HA, a cada professor, a cada integrante do Instituto Sociocultural e às nossas famílias. Foi uma honra imensa, e nós só temos que agradecer”, comentou a mãe da Ana Laura, Rafaela Santiago.
Oficina de Fotografia
Mediada pelos fotógrafos Izabella Pivotto Abe e Edson Abe, a oficina de fotografia aconteceu todas as terças-feiras, das 14h às 16h, no espaço da brinquedoteca do hospital. A fotografia é uma das artes que fascinam todas as pessoas, de diferentes épocas e idades. Ela registra emoções e é capaz de oferecer recordações para todas as pessoas. “O ‘Projeto Arte para a Vida’ nos possibilitou compartilhar, de forma lúdica, conhecimento, experiências e arte com as crianças. Uma parte importante das nossas oficinas apresentou a elas que a fotografia contém histórias a serem contadas, emoções a serem vividas e recordações. Na vivência desses encontros, o nosso maior presente foi ver a expressão de cada criança ao segurar a câmera fotográfica pela primeira vez, o sorriso ao conseguir fazer uma foto e a alegria ao interagir com os colegas e colaboradores do Hospital”, relatou o professor Edson Abe.
Oficina de Literatura
Mediada pelas professoras Isabel Cristina Ferreira Borges e Yara Regina Alfano Callado, as oficinas de literatura foram divididas em dois setores da unidade:
– Na brinquedoteca, com a professora Isabel, todas às segundas-feiras, das 14h, às 16h, onde foram trabalhadas diversas linguagens literárias, como: cantigas de roda, leitura de prosas e poesias.
– No centro infusional (local onde as crianças são submetidas às sessões de quimioterapias), com a professora Yara, todas às quartas-feiras, das 9h às 11h, oferecendo espaço para os pacientes darem asas à imaginação através de contos e exercícios de práticas gramaticais.
“Durante o ano de 2018, as tardes na brinquedoteca do HA foram agraciadas com um arco-íris de arte. Como mediadora de leitura, o desafio constante foi criar pontes entre a palavra escrita e os leitores, pacientes e acompanhantes vindos de todas as regiões do Brasil. O exercício do afeto, acolhida e amorosidade é essencial para a humanização no tratamento hospitalar, cujo o tema ‘Superação’ foi o norteador de ações, tendo como referência o projeto a leitura do livro “Pássaro Sem Cor”. Gratidão a Deus e a todos que me proporcionaram um aprendizado ímpar”, declarou Cristina.
Oficina de Música
“Se a música é o alimento do amor, não parem de tocar”. – William Shakespeare.
Desenvolvida no alojamento “Lar de Amor” todas as segundas-feiras, das 14h às 17h, a oficina de música contemplou a união de vários instrumentos de percussão, piano, violino, violão e viola caipira. “Me envolvi com o ‘Projeto Arte para a Vida’ antes mesmo de me tornar professor. Senti a necessidade de colaborar, participar e contribuir com aquela ideia de que tanto era fã. Quando recebi o convite, assumi a missão. Desde então, transformar a vida dessas crianças, mesmo que em pequena medida, não era tarefa apenas de profissionais da saúde, cabia também a nós. Cabia a mim”, disse o professor de piano e violino, Gustavo Manfrim.
Oficina de Desenho
Desenvolvida todas as quartas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pelo professor de desenho, Silas de Olinda, a oficina ofereceu às crianças a oportunidade de ter contato com as práticas técnicas do desenho. Também ofereceu espaço lúdico para as expressões e sentimentos através dos contornos. “O convite para integrar esse projeto foi um presente maravilhoso. À cada semana fomos surpreendidos com uma nova descoberta, neles e em nós. Os olhos brilhando a cada novo traço, a superação dos seus próprios limites é a força que impulsiona a vida”, contou Silas.
Oficina de Teatro
Desenvolvida todas as quintas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pela professora Wanderly Borges, a oficina buscou o envolvimento com o teatro através de técnicas e jogos teatrais, proporcionando aos participantes compreender como é uma apresentação, desde sua elaboração, criação de cena, figurinos e cenários. Com o objetivo de envolver as crianças em um ambiente lúdico e imaginação criativa, o teatro possibilitou que, através de brincadeiras e interpretações, os pacientes pudessem externar sentimentos adquiridos no processo de tratamento, auxiliando na melhora da saúde mental e emocional. “Ter sido convidada para o projeto foi um presente maravilhoso. Desde 2015, quando perdi meu pai para o câncer, meu coração arde por fazer algo para o HA. No entanto, quem deu um novo significado para a minha vida foi essa iniciativa e essas crianças. Saio transformada todas as vezes que nos encontramos”, finalizou Wanderly.
Apoiadores
A concretização do “Projeto Arte para a Vida” só foi possível graças ao patrocínio das empresas Cutrale, Garen e JBT e o apoio do North Shopping Barretos.
Quer conhecer mais sobre o Instituto Sociocultural do Hospital de Amor? Acesse: www.institutosocialhcb.com.br.
Reconhecido mundialmente por oferecer o que há de mais avançado a pacientes em tratamento oncológico, o Hospital de Amor trabalha também para se tornar referência no que diz respeito à Educação em Saúde. Este é o principal objetivo do Simpósio de Educação em Saúde, promovido pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) – ligado ao Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) da instituição – que este ano chegou à sua terceira edição, trazendo como tema principal a perspectiva de paradigmas metodológicos.
De acordo com o coordenador do NEC, Gerson Vieira, até o ano passado, o evento acontecia em formato de encontro científico, mas uma mudança de estrutura e objetivo geral possibilitou o formato de simpósio. Esta edição, que aconteceu nos dias 6 e 7 de novembro e reuniu cerca de 120 profissionais e acadêmicos, também contou com o apoio de quatro grandes parceiros: Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), Fundação Ilumina, SESC e Liga Nacional de Comunicação Científica, o que permitiu a promoção de workshops e uma programação pré-simpósio, com a presença de profissionais de referência na área.
“Nosso intuito é promover e estimular o diálogo sobre temáticas que versam sobre os campos da educação e da saúde, tendo em vista a troca de experiências e a oportunidade de desenvolver estratégias que embasem os trabalhos e projetos neste campo. As parcerias ampliaram os nossos horizontes, principalmente no campo da divulgação cientifica, sobretudo dentro da temática que pretendeu debater as tendências metodológicas”, ressaltou o coordenador. A expectativa para o evento nos próximos anos é fortalecer, cada vez mais, as parcerias já existentes e conquistar outros públicos, ampliando o alcance e a capilaridade da proposta.
Os desafios e a importância da divulgação e comunicação científica, bem como a possibilidade de aproximar a temática de toda a população ao falar sobre ciência de maneira clara e objetiva, guiaram o primeiro dia de evento, definido como pré-simpósio, organizado pela Liga Nacional de Divulgação Científica (criada em abril de 2017 com o intuito de reunir interessados em comunicação e divulgação científica de todo Brasil). “Sabemos da importância da ciência na vida das pessoas e o quanto falta para que a informação científica chegue ao outro lado da ponte, a quem de fato interessa, então precisamos melhorar nossa ponte para que isso aconteça, melhorar a maneira como estamos comunicando informações científicas para a população leiga. Este é o principal objetivo da Liga: comunicar a ciência de uma maneira acessível, conscientizar os cientistas que precisamos simplificar nossa linguagem para que a informação realmente chegue”, explicou a bióloga, mestranda do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor e coordenadora da Liga, Cris Cousseau.
O evento também marcou a etapa final do concurso de divulgação científica “Ligando a Ciência”, que trouxe participantes do Rio de Janeiro, Mato Grosso e São Paulo, além de expor e premiar trabalhos desenvolvidos na área de Educação em Saúde, que foram avaliados por uma banca externa, formada por docentes da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto.
Referência no tratamento oncológico com excelência e humanização, o Hospital de Amor também possui grandes diferenciais no que diz respeito às áreas de prevenção, ensino e pesquisa. Há mais de 10 anos, a instituição conta com o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), cujo objetivo é estimular o ensino pós-graduado, formação de residentes médicos e de outros profissionais de saúde, além de oferecer as melhores condições para a realização de projetos de pesquisa (sempre voltados para as questões clínicas e de relevância para o paciente de câncer). Junto a essa consolidada missão, foi instituído, em 2008, o Núcleo de Apoio ao Pesquisador (NAP) do IEP.
O setor, que tem por objetivo promover o desenvolvimento de pesquisas científicas na instituição, também atua como um centro de suporte para a realização de estudos de iniciativa ao investigador, oferecendo subsídios aos pesquisadores no que se refere ao treinamento de equipes de pesquisa, construção, avaliação, execução e análise estatística dos dados do estudo, visando garantir, principalmente, a segurança do participante de pesquisa e a excelência do trabalho. Sua estrutura é organizada em duas equipes: Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB) e Coordenadoria de Pesquisa.
Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística
Composto por um time de estatísticos e gerenciadores de bancos de dados, o NEB fornece suporte desde a elaboração de projetos, desenvolvimento de fichas clínicas (CRFs) no RedCap, até a análise dos dados do estudo. A equipe é responsável por oferecer acesso à supervisão de pesquisadores experientes, muitas vezes, contribuindo para a estrutura metodológica do projeto.
Coordenadoria de Pesquisa
Composta por uma equipe altamente especializada, a coordenadoria de pesquisa atua oferecendo suporte ao pesquisador no gerenciamento e condução de seu projeto de pesquisa (incluindo estratégias de operacionalização, fluxo de condução da metodologia proposta e análise crítica), visando sempre qualidade, rastreabilidade, confiabilidade e integridade dos dados pretendidos. Os coordenadores e assistentes de pesquisa clínica ficam junto à equipe multidisciplinar de cada especialidade. É de responsabilidade da coordenadoria de pesquisa acompanhar o pesquisador desde a treinamento da equipe de pesquisa para a triagem e busca ativa dos participantes; coleta, registro e verificação de dados; até a coleta, transporte, processamento e armazenamento de material biológico.
Dentre as atividades de apoio ao pesquisador, o departamento fornece uma sólida análise estatística dos casos de câncer, auxilia na elaboração dos instrumentos para o levantamento de dados e ajuda na gestão de projetos que recebem o auxílio dos órgãos de fomento de pesquisa. Além disso, a equipe médica envolvida auxilia na gestão dos estudos, construção dos ensaios clínicos e promoção de palestras, exposição de painéis e participação em congressos, aulas e cursos.
De acordo com a coordenadora do NAP, Viviane Andrade, toda a comunidade interna multiprofissional de pesquisa do Hospital de Amor (alunos matriculados no programa de pós-graduação em oncologia) e pesquisadores externos vinculados à equipe interna, podem utilizar os serviços do departamento. “O acesso a uma equipe especializada no desenvolvimento, gerenciamento e condução de estudos clínicos, oferece aos pesquisadores da instituição a oportunidade de consolidar parcerias com renomados centros nacionais e internacionais, garantindo agilidade, segurança e, principalmente, qualidade na condução de estudos de iniciativa do investigador”, afirmou Viviane.
A infraestrutura de alta tecnologia e suporte qualificado do NAP, permite com que os pesquisadores do HA se dediquem às produções científicas, fortalecendo as importantes parcerias com outros centros de excelência, trazendo resultados positivos, não apenas no aumento do número das publicações, como também na qualidade das pesquisas. “Atualmente, nós temos 89 protocolos de pesquisa em andamento. São 44 (49,4%) em estudos longitudinais – métodos de pesquisa que visam analisar as variações nas caraterísticas dos mesmos elementos de amostra no decorrer de um longo período de tempo – e 24 (26,9%) em ensaios clínicos – estudos de investigação que experimentam novas terapias. Destes, 29 (32,5%) são multicêntricos e 18 (20,2%) são internacionais. No total, o NAP conta com 18.574 participantes incluídos nos estudos e 4.829 em acompanhamento”, explicou a coordenadora.
É muito comum se ouvir o termo ‘radioterapia’ durante um tratamento de câncer. O procedimento pode ser utilizado como um dos principais no combate à doença, agindo como adjuvante (após as cirurgias), como neoadjuvante (antes das cirurgias), como paliativo (para alívio de sintomas) e como tratamento de metástases. Nela, as radiações ionizantes (forma de radiação que tem energia suficiente para ionizar os átomos, retirando os elétrons mais próximos dos núcleos atômicos) destroem as células cancerígenas e as inibem de continuar crescendo. O número de aplicações necessárias pode variar de acordo com a extensão e a localização do tumor, dos resultados dos exames e do estado de saúde do paciente. Dependendo do local onde a doença está, a radioterapia pode ser realizada através de outro método, conhecido como Braquiterapia.
O que é a braquiterapia?
A braquiterapia é um dos tipos de tratamento radioterápicos onde os aplicadores são colocados em contato muito próximo ao tumor, permitindo entregar altas doses de radiação em um curto intervalo de tempo. Segundo o médico rádio-oncologista do Hospital de Amor, Dr. Fábio de Lima Costa Faustino, entre os vários tipos de câncer que podem ser tratados por meio desta alternativa, destacam-se dois muito frequentes: tumores de próstata e ginecológicos. “Aquilo que geralmente é tratado em 39 sessões (radioterapia externa), pode ser feito, com segurança, em duas ou apenas uma sessão na braquiterapia, dependendo do tipo de tumor e das necessidades de cada paciente”, afirmou.
Desde 2014 sendo aplicada na instituição, mais de 100 pacientes já foram beneficiados com a técnica.
Todos os pacientes podem se beneficiar da braquiterapia?
Para usufruir desse procedimento, o paciente não pode ter restrição anestésica (anestesia raquidiana), apresentar doenças inflamatórias preexistentes ou qualquer alteração anatômica considerável. “A técnica de braquiterapia é muito utilizada nos casos de câncer de próstata, pois é possível dar uma alta dose de radiação num intervalo de tempo curto, protegendo os órgãos normais ao redor do tumor”, declarou o médico.
Além da redução do número de sessões e, consequentemente, da diminuição do tempo de tratamento, Dr. Fábio lista diversas outras vantagens que a técnica traz ao paciente oncológico: “a realização do procedimento de braquiterapia gira em torno de duas horas; o paciente é liberado no mesmo dia para ir para casa; os efeitos colaterais são minimizados; a exposição às doses de radiação é reduzida, quando comparada à radioterapia externa; e as chances de sequelas são muito menores”.
De acordo com Faustino, esse tipo de procedimento ainda é pouco utilizado no Brasil. “São poucos os serviços privados que contam com a braquiterapia. Acredito que através do Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital de Amor ainda é a única instituição oncológica a oferecer”.
Caso de sucesso
O sociólogo Orson Camargo, de 56 anos, realizou seu tratamento contra um câncer de próstata no Hospital de Amor, em 2015. Enquanto esteve na instituição e durante seus procedimentos, ele foi submetido à técnica de braquiterapia de alta taxa de dose e tornou-se um caso de sucesso!
Ao realizar um exame preventivo em meio à campanha ‘Novembro Azul’, foi diagnosticado com a doença, ainda em estágio inicial. Depois de algumas consultas e exames, os médicos decidiram que a braquiterapia era a melhor opção de tratamento para o Orson. “Ao agendar o procedimento, fui internado para preparação. No segundo dia, fizemos duas sessões de braquiterapia, e no terceiro, já estava em casa. Foi tudo muito rápido, indolor e eficaz”, contou Orson.
Para o sociólogo, o método utilizado em seu tratamento foi a melhor escolha, pois, além de deixá-lo tranquilo e confiante, ele também não sofreu com nenhuma reação física. “A sequela que tive após o tratamento, devido à ‘destruição’ da próstata, foi a redução praticamente total do líquido seminal produzido pelo órgão. O ‘estrangulamento’ da uretra causa certa dificuldade de urinar e, eventualmente, de manter a ereção no ato sexual. Porém, as duas últimas implicações foram totalmente resolvidas com remédios que são administrados diariamente”.
Atualmente, o sociólogo de Piracicaba (SP) realiza consultas no HA apenas para acompanhamento. “Por incrível que pareça, é sempre uma alegria ir ao Hospital de Amor ter minhas consultas de acompanhamento. Óbvio que isso se deve ao resultado positivo do procedimento de braquiterapia, mas o afeto e o carinho (principalmente daqueles que trabalharam diretamente na minha luta) são inigualáveis e sempre comemoramos o sucesso do tratamento, o respeito mútuo e a alegria de estarmos com saúde”, finalizou Orson.
Atravessar o oceano Atlântico para poder aprimorar os conhecimentos em um centro oncológico que é referência na América Latina, foi uma grande conquista alcançada por duas enfermeiras de Moçambique, na África. Graças a uma parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), as profissionais Esperança Fátima Carma A. Guambe, de 53 anos, e Mendriciana Xavier Guambe, de 28, iniciaram, em dezembro de 2018, um treinamento focado em técnicas de radioterapia, no departamento de Radioterapia do Hospital de Amor.
Moçambique, que está localizado no sudoeste da África, também já foi uma antiga colônia portuguesa. Atualmente, possui 29 milhões de habitantes e uma expectativa de vida inferior a 55 anos de idade. A taxa de pobreza do país é considerada alta: cerca de 54%, com Índice de Desenvolvimento Humano em 0.415. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população de Moçambique sofre com doenças transmissíveis, possui altos índices de mortalidade materna e acidentes que representam 66% de óbitos no país. O câncer é responsável por 4% das mortes, porém, embora o número seja baixo em relação às outras causas, ainda são precárias as condições de rastreio para diagnóstico precoce, atendimento e tratamento oncológico, dificultando as possibilidades de cura dos pacientes.
Segundo as enfermeiras moçambicanas, que atuam no maior hospital do país africano – o Hospital Central de Maputo, situado em Maputo (capital do país) – o tratamento radioterápico (uma das principais formas de terapia para combate ao câncer) ainda não é oferecido aos pacientes de lá. “Quando a equipe médica indica a radioterapia como uma parte do processo do tratamento, apenas os pacientes que possuem recursos financeiros conseguem fazer, pois é necessário realizar o deslocamento para outros países, como a África do Sul, por exemplo”, relatou Mendriciana.
As amigas, que nunca haviam saído do continente africano, ficaram extremamente surpresas ao se depararem com a estrutura e com os equipamentos altamente tecnológicos do Hospital de Amor. Desde dezembro do ano passado na instituição, as profissionais ficarão até o mês de julho, acompanhadas pela equipe de enfermagem do HA, atuando como enfermeiras observacionais e tendo a oportunidade de participar de treinamentos sobre procedimentos de radioterapia. “É nítida a diferença em quase todas as coisas por aqui. As pessoas são muito bacanas, a relação entre colaboradores é de muita gentileza e a relação entre médicos e pacientes é amigável e muito admirável. Fiquei muito surpresa! Espero aprender muito nesses 6 meses, para poder aplicar esse conhecimento lá em Moçambique”, declarou Esperança.
Para a enfermeira do departamento de radioterapia do Hospital, Franciele de Oliveira Gomes, essa troca de experiências é muito importante para ambas as partes. “É notável a falta de acessibilidade e tecnologia no local em que a Esperança e a Mendriciana atuam, por isso, o cronograma de atividades delas aqui no HA inclui o trabalho observacional no setor de radioterapia (por um período de 3 meses) e no de oncologia clínica (por mais 3 meses). Além disso, as moçambicanas conhecerão a cidade de Barretos e outros locais da região”, disse Franciele.
Esperança
A enfermeira, cujo nome reflete o motivo da vinda das duas profissionais africanas para o Brasil, não só realizou o sonho de conhecer o país latino-americano, como também está tendo a chance de aprimorar suas habilidades e levar aprendizado para sua terra natal. Para Esperança, essa experiência está ligada a uma grande responsabilidade, que ela pretende honrar na sua volta a Moçambique. “Creio que é um grande passo poder levar conhecimento ao nosso país. Minha esperança é de que esse discernimento possa ser compartilhado de uma maneira profissional, didática e, como aprendi aqui, com muito amor”, finalizou.
O Instituto de Ensino de Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor iniciou o ano com uma grande novidade para os colaboradores da instituição: o Mestrado Profissional. A nova modalidade de pós-graduação, que tem como tema ‘Inovação em Saúde’, traz outro diferencial muito importante: não é restrita apenas a profissionais da área da saúde, ou seja, é destinada a todos os segmentos assistenciais do HA, visando possibilitar ao pós-graduando condições para o desenvolvimento de estudos que demonstrem o domínio dos instrumentos conceituais, técnicos e metodológicos essenciais na sua área.
De acordo com o diretor de ensino do IEP, Dr. Ricardo Reis, a nova modalidade foi aprovada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior (CAPES) no dia 27 de dezembro do último ano e possui a mesma validação e titulação que o mestrado acadêmico. “Apesar de títulos semelhantes, os mestrados possuem objetivos diferentes. O acadêmico tem a função de explicar algum estudo ou pesquisa; já o profissional, é responsável por explicar e, o mais importante, aplicar um determinado tema de pesquisa. Por isso, a ideia é abranger todas as áreas de atuação do Hospital de Amor”, relatou Reis.
Os alunos do mestrado serão estimulados a desenvolver estudos, protocolos, aplicativos e técnicas voltadas para a melhora dos seus desempenhos, com o intuito de atingir altos níveis profissionais. Durante o curso, serão valorizadas as produções artísticas, desenvolvimento de aplicativos para saúde, revisões sistemáticas, artigos científicos, patentes, registros de propriedade intelectual, projetos de elaboração de técnicas, elaboração de protocolos e fluxogramas, publicações de inovações tecnológicas, desenvolvimento de materiais didáticos, educacionais e de instrução, elaboração de processos, produção de programas de mídia, elaboração de softwares, estudos de casos, criação de manuais para operações técnicas, desenvolvimento de protocolo experimental ou de aplicação em serviços, proposta de criação de dispositivos para melhorar procedimentos clínicos ou de serviço e projetos para desenvolvimento ou produção de instrumentos.
“A nossa intenção é despertar no aluno um tipo especial de interesse pela pesquisa e desenvolvimento de produtos, ao ponto que ele possa incluí-la, naturalmente, em sua rotina de trabalho como um elo entre as diferentes etapas de ganho constante de conhecimento e a aplicação dele na prática diária. Dessa forma, um colaborador dos departamentos de engenharia, enfermagem, tecnologia da informação, comunicação, entre tantos outros, pode iniciar a modalidade de mestrado profissional. Basta ter um estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do HA e, a partir de então, com o auxílio de um orientador, iniciar a especialização stricto sensu.
Linhas de Pesquisa
O programa de ‘Mestrado Profissional – Inovação em Saúde’ está estruturado em torno de cinco linhas de pesquisa que abrangem a saúde da comunidade. São elas:
I – Redes em Saúde: Criação, Disseminação e Integração;
II – Informática e Tecnologia;
III – Políticas em Saúde Assistencial;
IV – Prevenção e Políticas de Promoção a Saúde;
V – Reabilitação, Qualidade de Vida e Medicina Integrativa.
Para participar do curso de especialização, os candidatos devem ser colaboradores contratados do Hospital de Amor, Santa Casa de Misericórdia de Barretos, Unidades Básicas de Saúde subordinadas ao HA, serem bolsistas ou terem dedicação exclusiva ao programa de pós-graduação da instituição. “A nossa dica para aqueles que estão interessados em cursar o mestrado é para que desenvolvam seus projetos de pesquisa junto aos seus orientadores (todos eles vinculados à nova modalidade) e enviem para a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Assim, no momento em que abrirem as inscrições, os candidatos já estão com o processo aprovado e preparados para cursar”, explicou o diretor de ensino.
Expectativas
Apesar de, inicialmente, o curso ser destinado aos colaboradores do Hospital de Amor, a expectativa é de que seja aberto ao público e possa abranger o Brasil inteiro, como já acontece com o mestrado acadêmico da instituição. “Nós já temos mais de 30 professores/orientadores dentro do mestrado profissional e diversos centros querendo enviar alunos para a especialização. O plano é de que, nos próximos dois meses, a equipe organize a estrutura do programa (secretariado, disciplinas, professores, locais onde as aulas serão ministradas, etc.) para que em abril a 1ª turma (com aproximadamente 40 alunos) seja aberta”, declarou Reis.
Os interessados podem entrar em contato com o departamento de Pós-Graduação do Hospital de Amor, através do e-mail ‘posgrad@hcancerbarretos.com.br’, além de ficarem atentos às informações do site www.hospitaldeamor.com.br.
“Estamos todos muito felizes com essa fantástica inovação, que irá contribuir com o aprimoramento dos profissionais e dos serviços prestados pela instituição”, finalizou o Dr. Ricardo Reis.
No último dia 28 dezembro de 2018, o Hospital de Amor deu um grande passo tecnológico, um avanço em ciência e desenvolvimento ao criar o ‘Centro de Inovação em Tecnologias para a Oncologia 4.0’ – projeto nomeado smartAMOR, que permitirá maior agilidade no atendimento, diagnóstico e tratamento dos pacientes oncológicos por meio da integração de dados em prontuários eletrônicos e da patologia digital, que faz uso de Inteligência Artificial para otimizar a integração e operacionalização em larga escala.
Financiado pelo Ministério da Saúde, através do Departamento do Complexo Industrial e Inovação da Saúde (DECIIS), e coordenado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Hospital de Amor, o projeto conta com as parcerias da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), por meio da Gestão e Automação em TI (GAESI), e do Instituto e Tecnologia de Software (ITS). A cerimônia de lançamento do smartAMOR teve a participação do presidente do HA, Henrique Prata, do então Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, e de outras autoridades.
Para Prata, a criação do centro é um marco na história da instituição e um avanço muito importante em ciência e tecnologia. “Sempre foi um sonho do meu pai que o hospital oferecesse para o paciente muito além do tratamento do câncer, abrangendo áreas como prevenção e pesquisa. E hoje, cada vez mais, eu consigo ver o quanto dar esses passos é realmente é importante. É uma alegria e um orgulho muito grande pra mim saber que estamos indo no caminho certo”.
Benefícios
O modelo de oncologia 4.0 irá agilizar a tomada de decisões nos pontos de atendimento aos pacientes, possibilitando a intervenção precoce e a cura de lesões. Sem tratamento imediato e de baixo custo, as chances de cura são reduzidas e têm um grande impacto financeiro no Sistema Único de Saúde (SUS). Com a implantação do centro, a rede de cuidados do Hospital de Amor (5 hospitais, 11 unidades fixas de prevenção e 18 unidades móveis para fazer rastreamento oncológico) e as outras instituições envolvidas no projeto irão atuar de maneira inter e multidisciplinar.
O smartAMOR contará com três núcleos temáticos: Integração, Imagem e Ômica (análise global dos sistemas biológicos), com distintos projetos dentro de cada um deles. “ A revolução 4.0, que prevê cruzar os limites entre o mundo digital, físico e biológico, também está se materializando no âmbito da saúde, com a convergência tecnológica de universos como a internet das coisas, inteligência artificial, big data e realidade aumentada. A Saúde 4.0 engloba a digitalização de dados, a interconectividade entre máquinas e comandos, bancos de dados mais eficientes e, principalmente, uma maior autonomia dos pacientes em relação à própria saúde”, afirmou o diretor executivo e científico do IEP, Dr. Rui Manuel Reis.
Durante a solenidade, Gilberto Occhi realizou um dos últimos atos como ministro da saúde e assinou um convênio de R$ 28 milhões para a implantação do Centro de Inovação em Tecnologia. “Assino, no último dia de gestão, essa parceria para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Será o início da grande mudança que ajudará a saúde. Com esse projeto, teremos capacidade para armazenar as informações necessárias que irão contribuir com os tratamentos. O trabalho que é desenvolvido no Hospital de Amor traz esperança, e eu creio que é o amor e a fé que os movem. Eu já lutei contra o câncer e gostaria de ter tido o apoio desse hospital. Aqui é diferente, é especial. Foi uma grande honra poder contribuir. Desejo um grande ano para toda essa equipe”, declarou Occhi.
De acordo com o coordenador do GAESI, Eduardo Mário Dias, a implantação do smartAMOR é importante não só para o Hospital de Amor, mas para todo o país, pois representa uma revolução positiva no SUS. Trata-se de uma inovação mundial e, por isso, é necessária muita precisão em sua aplicação. “Vai ser um desafio muito grande integrar a base de dados de diversos setores, mas nós vamos trazer o conhecimento de outras áreas. Ao todo, são 12 profissionais da USP envolvidos no projeto, além da minha participação acadêmica e de outro professor. Agradeço à equipe do HA por nos permitir desenvolver algo tão importante, com esse grau de ousadia”, contou.
Tecnologia
Para o gerente do departamento de Tecnologia da Informação (TI) do Hospital de Amor, Luís Alexandre Covello, o projeto irá possibilitar que a instituição continue evoluindo na busca por conhecimento na luta contra o câncer. “Só para termos uma ideia da importância do smartAMOR: em 2005, quando o Hospital ainda dava seus primeiros passos na área de informática, nós tínhamos 2 equipamentos dessa ‘camada’ que vamos ter em 2019, ou seja, eram 2 servidores para sustentar 300 pontos de rede. Agora, contamos com mais de 30 servidores e 300 pontos de rede, com infraestrutura e de maneira integrada. Esses 14 anos de crescimento da TI (que também acompanha a evolução do HA) mostram o valor do projeto e dessa revolução”, finalizou Covello.
A estimativa é de que o smartAMOR inicie suas atividades após a instalação de toda a infraestrutura de tecnologia e da implementação da patologia digital de milhares de exames realizados anualmente.
O Hospital de Amor encerrou o ano de 2018 com duas grandes conquistas: a inauguração de unidades de prevenção nos estados do Acre e do Amapá. Só em 2017, a instituição realizou 880.620 atendimentos a pacientes de todo o Brasil, sendo que 6.365 deles foram para pessoas dessas localidades.
Hospital de Amor Rio Branco
No dia 20 de novembro, a capital do estado do Acre, Rio Branco, ganhou um Instituto de Prevenção destinado ao combate dos cânceres de mama e colo do útero ainda em fase inicial. Além do prédio fixo, a população acreana recebeu também duas unidades móveis (carretas) equipadas, que irão integrar o programa de prevenção e percorrer todo os municípios, realizando exames de mamografia e Papanicolaou.
Denominada ‘Hospital de Amor Rio Branco’, a unidade possui capacidade para 8.390 atendimentos por mês, entre exames, atendimentos ambulatoriais e pequenos procedimentos cirúrgicos, e contará com uma equipe composta por médicos de várias especialidades (como mastologistas e ginecologistas), físicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos e assistentes sociais.
Para que o projeto fosse concretizado, o governo do Acre contribuiu com R$ 31 milhões – recursos vindos de uma negociação relacionada a uma multa trabalhista atribuída ao estado.
Hospital de Amor Macapá
Em Macapá, capital do estado do Amapá, a inauguração do Instituto de Prevenção aconteceu no último dia 15 de dezembro de 2018 e contou com a presença do prefeito do município, Clécio Luís, do presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, e outras autoridades.
A partir do início deste ano, a população amapaense terá acesso a exames preventivos gratuitamente. O instituto terá capacidade para realizar 500 procedimentos por dia para detecção de câncer de mama e colo de útero, considerados de maior incidência no Amapá. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e o Hospital de Amor pretendem habilitar outras ações para o rastreamento do câncer de próstata, pele, boca, entre outros.
O projeto também contará com uma carreta de diagnóstico para percorrer todo o estado realizando exames preventivos. A estimativa é de que a unidade móvel faça uma média de 130 atendimentos por dia, entre mamografias (para o rastreamento do câncer de mama em mulheres de 40 a 69 anos) e Papanicolaou (para rastreamento do colo do útero em mulheres de 25 a 64 anos).
A implantação do ‘Hospital de Amor Macapá’ só foi possível graças a uma articulação do governo com o HA e a bancada federal, que destinou R$ 22 milhões de emendas. A contrapartida do Estado foi de R$ 3 milhões para obras de infraestrutura nos arredores, como instalações elétrica e hidráulica, sistema de esgoto e obras de mobilidade urbana.
O governo do Estado assinará um convênio com o Hospital de Amor para custear o funcionamento da unidade. O termo será destinado para a manutenção do prédio, recursos humanos, exames, água, luz e internet. O convênio terá custos fixos estabelecidos e variáveis, que dependerão do quantitativo de atendimentos que serão realizados no instituto de prevenção. A contribuição estadual está acontecendo desde 2015, com a articulação para implantação da unidade e doação do terreno para sua construção.
Benefícios
De acordo com o diretor médico das unidades móveis do Hospital de Amor, Dr. Raphael Haikel Júnior, a importância das novas unidades da região Norte do país está na possibilidade de identificação precoce dos cânceres de mama e colo de útero mais facilmente para essa população. “Há 95% de chance de cura para os tumores de mama, quando descobertos em estágios iniciais, e quase 99% para os de colo de útero. Ao identificar a doença rapidamente, a probabilidade é de que o tumor ainda esteja pequeno, o que contribui para que 80% do tratamento seja realizado nos próprios institutos de prevenção. Dessa forma, as mulheres não precisarão ficar distantes de suas famílias, o que é uma grande vantagem”, afirmou.
Para ele, outro benefício está na diminuição de custo, uma vez que o gasto no tratamento de câncer de mama é, inicialmente, de R$ 10 mil. Em estágio avançado, o tratamento da doença pode custar até R$ 140 mil. “Com as novas unidades, será possível levar atendimento de excelência à população dos estados mais carentes em atenção básica de saúde e prevenção. A partir de agora, vamos evitar que as mulheres encontrem tumores em estágios avançados e sem possibilidades de cura”, finalizou Dr. Raphael Haikel Júnior.
Já dizia o famoso poeta brasileiro, Mário Quintana: “Viajar é mudar a roupa da alma”. Uma viagem enche a bagagem de história, nos enriquece de experiências e renova os ares. Os benefícios podem ser tanto físicos quanto psicológicos para aqueles que estão interessados em ‘turistar’ pelo mundo. Sempre focado em desenvolver projetos para os pacientes, acompanhantes e colaboradores do Hospital de Amor, e também com o objetivo de disseminar a humanização e a conscientização sobre a importância da prevenção contra o câncer de mama, o Instituto Sociocultural da instituição, em parceria com a Azul Linhas Aéreas, lançou, no dia 12 de novembro, o 1º Concurso de Cartas: “Próximo destino: a vitória”.
Contando suas histórias de superação e encorajando as outras pacientes a enfrentar a luta contra o câncer de mama, as participantes (mulheres que realizam ou realizaram tratamento há mais de dois anos no HA) tinham uma missão: escrever uma carta à mão, demonstrando momentos, situações e sentimentos que trouxeram força e coragem para seguir a batalha, e que servissem de inspiração para aquelas que estão iniciando o tratamento.
Ao todo, o Hospital recebeu 25 cartas. Foram 25 relatos diferentes e emocionantes sobre uma mesma fase da vida. Após uma criteriosa avaliação realizada por uma comissão julgadora, formada pela Azul Linhas Aéreas e pelo Instituto Sociocultural, observou-se itens como: tema do concurso; qualidade; nitidez; emprego do português correto e lógica do começo ao fim. Duas mulheres venceram o concurso. O presente delas não poderia ser mais especial: 7 noites com destino a Natal (belíssima capital do Estado do Rio Grande do Norte, localizada na região Nordeste do Brasil), com direito a 1 acompanhante, passagens aéreas de ida e volta, hospedagem em um luxuoso resort e passeios.
A iniciativa
Há nove anos se dedicando de forma intensa a campanha Outubro Rosa e diversas mobilizações contra o câncer de mama, a Azul Linhas Aéreas apoiou essa iniciativa. Após acompanhar a mãe durante o tratamento da doença e ver de perto as dificuldades que esse processo traz para a vida de algumas mulheres, a gerente comercial da Azul Viagens, Izabella Lessa, resolveu abraçar o concurso. “Quando minha mãe descobriu que estava com câncer de mama, estávamos com uma viagem agendada. Por conta das restrições que os procedimentos causam, tivemos que cancelar.
Assim que o tratamento acabou, fomos para Maceió (AL) e eu pude ver o efeito que aquela viagem causou nela. Ela respirava felicidade, se renovou! A partir disso, eu decidi que tinha que fazer isso na vida de outras mulheres. Eu tinha que mostrar a elas que essa ‘passagem’ pode ter um outro lado: neste caso, uma viagem maravilhosa, para que elas aproveitem esses dias de sol, mar e, principalmente, renovação”, contou Izabella.
Vencedoras
O presente foi mais do que merecido. Além de ter a oportunidade de conhecer outra região do país, as duas vencedoras do concurso de cartas poderão viajar, pela primeira vez em suas vidas, de avião.
A professora Luzia Aparecida Gerondo Dionízio da Silva, de Santa Ernestina (SP), município localizado a 115 km de Barretos, terá a chance de realizar uma viagem com o marido, William. Receber a notícia de que eu era uma das ganhadoras foi muito emocionante. Eu senti uma alegria indescritível. Quando a gente descobre que está com câncer, nunca imaginamos que isso irá trazer algum tipo de alegria. Ganhar essa viagem é um conforto diante de tudo o que eu passei. Eu chorei muito de emoção, mas agora estou muito ansiosa para viver tudo isso”, afirmou a professora.
A aposentada Maria Ismar de Freitas Consone, de Colíder, cidade do estado de Mato Grosso, não poder comparecer pessoalmente à entrega do prêmio, mas enviou um recado em agradecimento pela oportunidade. Para ela, a viagem será uma grande chance para descansar e espairecer. “Durante os procedimentos, a gente se sente muito cansada, pois é um tratamento longo e de momentos difíceis. Ganhar esse presente vai me ajudar muito! Há anos eu não vou à praia e eu nunca andei de avião. Estou muito feliz por ter sido contemplada e só tenho que agradecer à Azul e ao Instituto do Hospital de Amor, por fortalecerem e alegrarem o meu coração”, declarou.
Confira os textos das vencedoras do 1º Concurso de Cartas: “Próximo destino: a vitória”.
O Hospital de Amor e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), por meio da assinatura de um convênio, acabam de firmar uma importante parceria, que tem como objetivo desenvolver um estudo clínico inédito na América Latina para tratamento de câncer de próstata metastático. Segundo o coordenador do departamento de medicina nuclear do Hospital de Amor, Dr. Wilson Furlan Alves, os protocolos em fase de teste serão direcionados aos pacientes com câncer de próstata com metástases, que já não respondem a terapia com hormônio ou quimioterapia.
Este estudo permitirá que um grupo de pacientes, que não apresentava mais alternativas de tratamento, tenha acesso a um novo tratamento, ainda não disponível no Brasil, mas que está apresentando excelentes resultados em países da Europa. O intuito é obter, posteriormente, o registro do radiofármaco na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), ampliando a possibilidade de tratamento em todo o país.
Durante a parceria, o IPEN será responsável pelo fornecimento do radiofármaco chamado PSMA, marcado com lutécio-177, e o HA recrutará pacientes com características determinadas para receberem este tratamento. “O PSMA é uma molécula que se liga a receptores localizados nas células do câncer de próstata, enquanto o lutécio-177 é um radioisótopo – ou material radioativo – que emite uma radiação (beta) que destrói as células tumorais”, explicou Alves.
O médico nuclear do Hospital de Amor e também um dos principais facilitadores do convênio, Dr. Euclides Timoteo da Rocha, conta que este tratamento ainda é experimental em todos os países nos quais foi iniciado, como Estados Unidos e Austrália. “Ele surgiu há aproximadamente quatro anos na Alemanha e somos os primeiros a realizá-lo na America Latina, o que nos coloca em uma posição bem atualizada”.
Para o Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, a tecnologia nuclear, que inclui a medicina nuclear, está passando por um momento importante no Brasil, em que se discute não apenas a importância da infraestrutura, mas, principalmente, os meios pelos quais os avanços chegam até a população. “O IPEN, com a assinatura desse convênio, faz uma parte disso, tomando a iniciativa disponibilizar novos fármacos, mas sem parceria com instituições como o Hospital de Amor não haveria como colocá-los no mercado. Nós temos como produzir e como fornecer, mas é necessário este outro elo para que este produto volte em benefício para a população”, destacou.
Na tentativa de levar aos pacientes em tratamento na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor o envolvimento com os mais diversos tipos de arte, como teatro, desenho, fotografia, leitura e música, contribuindo terapeuticamente para diminuir os impactos causados pela luta contra o câncer, o Instituto Sociocultural do HA, em parceria com Ministério da Cultura, promoveu a exposição do “Projeto Arte para a Vida”.
De acordo com a coordenadora do Instituto Sociocultural, Marcella Marchioreto, as artes são capazes de transmitir emoções e oferecer recordações para a vida toda, eternizando momentos que ficam nos corações. “Foi por isso, e também para marcar uma fase tão importante dessas crianças e adolescentes, que essa iniciativa de cunho cultural foi idealizada. Nossa ideia era potencializar o efeito terapêutico no ambiente intra e extra hospitalar, oportunizando o conhecimento de novas culturas relacionadas aos temas e abrindo caminhos de expressão das emoções de cada um dos participantes”, afirmou.
As oficinas foram realizadas durante o ano todo no Hospital de Amor Infantojuvenil, para proporcionar momentos de recreação e bem-estar aos pacientes, além de contribuir com o sucesso do tratamento. Apresentadas de forma lúdica, as aulas contaram com práticas que envolviam desenhos, análises de fotos, brincadeiras, além de apresentar uma visão técnica e artística adaptada para crianças, estimulando a criatividade, a memória e ampliando a percepção de mundo.
Para encerrar esse importante período de aprendizagem e homenagear todos os envolvidos, entre eles, os profissionais que se dedicaram com tanto amor e os ‘pequenos artistas’, a exposição do “Projeto Arte para a Vida” foi criada. A cerimônia de lançamento aconteceu dia 12 de dezembro, no North Shopping Barretos (local onde a mostra ficará disponível para visitação do público até o dia 2 de janeiro de 2019, com entrada gratuita) e contou com a presença de cerca de 100 pessoas. Até o momento, já passaram por lá mais de 600 visitantes, mas, a expectativa, é que a exposição receba mais de 5 mil visitantes.
“A exposição é resultado de um ano de oficina com as crianças do Hospital de Amor Infantojuvenil, um ano de dedicação, aprendizado e muito carinho. Ver o resultado e conseguir passar para o público um pouco da emoção que nos envolvia todos os dias de aula, é muito gratificante. Queremos também que essa exposição mostre o quanto a arte faz bem na vida das crianças e dos adolescentes”, declarou Marcella.
A confirmação disso vem em forma de agradecimento. A mãe da paciente Ana Laura, de 11 anos e natural de Rio Verde (GO), afirma que as oficinas foram um divisor de águas no tratamento da filha. Devido às várias sessões de quimio e radioterapia, a menina ficou reclusa, sem energia e distante. A partir do momento em que começou a participar das aulas, ela renasceu, podendo exercitar suas facetas, externar seus sentimentos e libertar-se. “Como mãe, ver minha menina tão feliz, significou tudo! Participar das aulas, quase que diárias, tornou-se um imenso prazer, uma das muitas alegrias vividas no Hospital. Agradecemos primeiramente a Deus, e depois a cada colaborador do HA, a cada professor, a cada integrante do Instituto Sociocultural e às nossas famílias. Foi uma honra imensa, e nós só temos que agradecer”, comentou a mãe da Ana Laura, Rafaela Santiago.
Oficina de Fotografia
Mediada pelos fotógrafos Izabella Pivotto Abe e Edson Abe, a oficina de fotografia aconteceu todas as terças-feiras, das 14h às 16h, no espaço da brinquedoteca do hospital. A fotografia é uma das artes que fascinam todas as pessoas, de diferentes épocas e idades. Ela registra emoções e é capaz de oferecer recordações para todas as pessoas. “O ‘Projeto Arte para a Vida’ nos possibilitou compartilhar, de forma lúdica, conhecimento, experiências e arte com as crianças. Uma parte importante das nossas oficinas apresentou a elas que a fotografia contém histórias a serem contadas, emoções a serem vividas e recordações. Na vivência desses encontros, o nosso maior presente foi ver a expressão de cada criança ao segurar a câmera fotográfica pela primeira vez, o sorriso ao conseguir fazer uma foto e a alegria ao interagir com os colegas e colaboradores do Hospital”, relatou o professor Edson Abe.
Oficina de Literatura
Mediada pelas professoras Isabel Cristina Ferreira Borges e Yara Regina Alfano Callado, as oficinas de literatura foram divididas em dois setores da unidade:
– Na brinquedoteca, com a professora Isabel, todas às segundas-feiras, das 14h, às 16h, onde foram trabalhadas diversas linguagens literárias, como: cantigas de roda, leitura de prosas e poesias.
– No centro infusional (local onde as crianças são submetidas às sessões de quimioterapias), com a professora Yara, todas às quartas-feiras, das 9h às 11h, oferecendo espaço para os pacientes darem asas à imaginação através de contos e exercícios de práticas gramaticais.
“Durante o ano de 2018, as tardes na brinquedoteca do HA foram agraciadas com um arco-íris de arte. Como mediadora de leitura, o desafio constante foi criar pontes entre a palavra escrita e os leitores, pacientes e acompanhantes vindos de todas as regiões do Brasil. O exercício do afeto, acolhida e amorosidade é essencial para a humanização no tratamento hospitalar, cujo o tema ‘Superação’ foi o norteador de ações, tendo como referência o projeto a leitura do livro “Pássaro Sem Cor”. Gratidão a Deus e a todos que me proporcionaram um aprendizado ímpar”, declarou Cristina.
Oficina de Música
“Se a música é o alimento do amor, não parem de tocar”. – William Shakespeare.
Desenvolvida no alojamento “Lar de Amor” todas as segundas-feiras, das 14h às 17h, a oficina de música contemplou a união de vários instrumentos de percussão, piano, violino, violão e viola caipira. “Me envolvi com o ‘Projeto Arte para a Vida’ antes mesmo de me tornar professor. Senti a necessidade de colaborar, participar e contribuir com aquela ideia de que tanto era fã. Quando recebi o convite, assumi a missão. Desde então, transformar a vida dessas crianças, mesmo que em pequena medida, não era tarefa apenas de profissionais da saúde, cabia também a nós. Cabia a mim”, disse o professor de piano e violino, Gustavo Manfrim.
Oficina de Desenho
Desenvolvida todas as quartas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pelo professor de desenho, Silas de Olinda, a oficina ofereceu às crianças a oportunidade de ter contato com as práticas técnicas do desenho. Também ofereceu espaço lúdico para as expressões e sentimentos através dos contornos. “O convite para integrar esse projeto foi um presente maravilhoso. À cada semana fomos surpreendidos com uma nova descoberta, neles e em nós. Os olhos brilhando a cada novo traço, a superação dos seus próprios limites é a força que impulsiona a vida”, contou Silas.
Oficina de Teatro
Desenvolvida todas as quintas-feiras, das 14h às 16h, na brinquedoteca, pela professora Wanderly Borges, a oficina buscou o envolvimento com o teatro através de técnicas e jogos teatrais, proporcionando aos participantes compreender como é uma apresentação, desde sua elaboração, criação de cena, figurinos e cenários. Com o objetivo de envolver as crianças em um ambiente lúdico e imaginação criativa, o teatro possibilitou que, através de brincadeiras e interpretações, os pacientes pudessem externar sentimentos adquiridos no processo de tratamento, auxiliando na melhora da saúde mental e emocional. “Ter sido convidada para o projeto foi um presente maravilhoso. Desde 2015, quando perdi meu pai para o câncer, meu coração arde por fazer algo para o HA. No entanto, quem deu um novo significado para a minha vida foi essa iniciativa e essas crianças. Saio transformada todas as vezes que nos encontramos”, finalizou Wanderly.
Apoiadores
A concretização do “Projeto Arte para a Vida” só foi possível graças ao patrocínio das empresas Cutrale, Garen e JBT e o apoio do North Shopping Barretos.
Quer conhecer mais sobre o Instituto Sociocultural do Hospital de Amor? Acesse: www.institutosocialhcb.com.br.
Reconhecido mundialmente por oferecer o que há de mais avançado a pacientes em tratamento oncológico, o Hospital de Amor trabalha também para se tornar referência no que diz respeito à Educação em Saúde. Este é o principal objetivo do Simpósio de Educação em Saúde, promovido pelo Núcleo de Educação em Câncer (NEC) – ligado ao Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) da instituição – que este ano chegou à sua terceira edição, trazendo como tema principal a perspectiva de paradigmas metodológicos.
De acordo com o coordenador do NEC, Gerson Vieira, até o ano passado, o evento acontecia em formato de encontro científico, mas uma mudança de estrutura e objetivo geral possibilitou o formato de simpósio. Esta edição, que aconteceu nos dias 6 e 7 de novembro e reuniu cerca de 120 profissionais e acadêmicos, também contou com o apoio de quatro grandes parceiros: Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), Fundação Ilumina, SESC e Liga Nacional de Comunicação Científica, o que permitiu a promoção de workshops e uma programação pré-simpósio, com a presença de profissionais de referência na área.
“Nosso intuito é promover e estimular o diálogo sobre temáticas que versam sobre os campos da educação e da saúde, tendo em vista a troca de experiências e a oportunidade de desenvolver estratégias que embasem os trabalhos e projetos neste campo. As parcerias ampliaram os nossos horizontes, principalmente no campo da divulgação cientifica, sobretudo dentro da temática que pretendeu debater as tendências metodológicas”, ressaltou o coordenador. A expectativa para o evento nos próximos anos é fortalecer, cada vez mais, as parcerias já existentes e conquistar outros públicos, ampliando o alcance e a capilaridade da proposta.
Os desafios e a importância da divulgação e comunicação científica, bem como a possibilidade de aproximar a temática de toda a população ao falar sobre ciência de maneira clara e objetiva, guiaram o primeiro dia de evento, definido como pré-simpósio, organizado pela Liga Nacional de Divulgação Científica (criada em abril de 2017 com o intuito de reunir interessados em comunicação e divulgação científica de todo Brasil). “Sabemos da importância da ciência na vida das pessoas e o quanto falta para que a informação científica chegue ao outro lado da ponte, a quem de fato interessa, então precisamos melhorar nossa ponte para que isso aconteça, melhorar a maneira como estamos comunicando informações científicas para a população leiga. Este é o principal objetivo da Liga: comunicar a ciência de uma maneira acessível, conscientizar os cientistas que precisamos simplificar nossa linguagem para que a informação realmente chegue”, explicou a bióloga, mestranda do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular (CPOM) do Hospital de Amor e coordenadora da Liga, Cris Cousseau.
O evento também marcou a etapa final do concurso de divulgação científica “Ligando a Ciência”, que trouxe participantes do Rio de Janeiro, Mato Grosso e São Paulo, além de expor e premiar trabalhos desenvolvidos na área de Educação em Saúde, que foram avaliados por uma banca externa, formada por docentes da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto.